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H Delgado - Edifício Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · info@jornaldeabrantes.pt · www.oribatejo.pt DEZEMBRO2009 · Telefone 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Avenida General Humberto

Director JOSÉ ALVES JANA - MENSAL - Nº 5468 - ANO 109 - GRATUITO

Azeite Gallo a cantar

em Abrantes há 90 anos

I página 6 CONFERÊNCIA

Laborinho Lúcio falou e encantou em Abrantes VER PÁGINAs 9 e

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Militante da Justiça e dos Direitos Humanos, mostrou que a criança é sujeito de direitos. Uma conferência promovida pelo Jornal de Abrantes e Antena Livre. página 4

DEMOGRAFIA

Decréscimo da população está a causar preocupação Um estudo do Governo Civil avisa que a população vai continuar a decrescer na região até 2030.

Boas Festas

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ENTREVISTA

Martinho Jorge, um empresário e um desportista O conhecido empresário abrantino do ramo automóvel, é este mês a personalidade em destaque. página 3


SUGESTÕES DE ...

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ABERTURA

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FOTO CRÍTICA

Anabela Grácio

NOME Anabela Alves Grácio IDADE 42 anos

Inundam-nos de informação. Que depois vira lixo. Poluição informativa e visual. E agora?

PROFISSÃO Professora, Directora da Escola C+S RESIDÊNCIA Constância UMA POVOAÇÃO Constância, que a minha vida e o meu coração elegeram UM CAFÉ A cafetaria do Convento de Cristo, em Tomar UM BAR A esplanada Pézinhos do Rio, em Constância, na confluência dos Rios UM PETISCO Todos: sou uma petisqueira

VOX POP

Se fosse presidente da Câmara Municipal da Barquinha o que mudaria?

UM RESTAURANTE O Remédio d’Alma, em Constância UM LUGAR PARA PASSEAR A estrada do Rio entre Constância e Montalvo - para passear a pé, de bicicleta, de carro (mas devagar!) encantadora! UM RECANTO A DESCOBRIR Para quem não conhece: o Parque Ambiental de Santa Margarida UM DISCO O Piano - Michael Nyman ou qualquer um de Rodrigo Leão UM FILME O Carteiro de Pablo Neruda UMA VIAGEM A mais marcante que fiz : a Karachi, no Paquistão. Entre as muitas que faltam fazer: ao Japão

Patrícia Morgado

Adélia Quaresma

Carlos Maia

Maria Vitória Gouveia

24 anos, Desempregada

52 anos, Empresária

56 anos, Aposentado

69 anos, Doméstica

Eu tentava conseguir mais oportunidades de trabalho para os jovens. Aqui na zona a situação tem estado muito difícil a nível de emprego e colocações.

Aqui na Barquinha estamos muito bem com o nosso Presidente. O que eu mudaria era a nível de lares para idosos. O nosso concelho é grande e há muitos idosos que estão em casa sozinhos e sem qualquer tipo de apoio. Deveriam existir mais espaços destinados a estas pessoas.

Uma das coisas que era preciso mudar era a limpeza da vila, quer a nível de ruas, quer a nível de contentores. Era preciso dar uma volta a isto porque a reciclagem às vezes está semanas sem ser recolhida.

Eu arranjava a calçada que está junto à Casa Mortuária. A pedra da calçada já é muito antiga e as pessoas, quando o chão está molhado, passam e escorregam. Eu já lá ia partindo um pé.

EDITORIAL

Natal não é quando um homem quiser ... … mas quando um homem puder. Natal é tempo de paz, alegria, fraternidade, partilha. Mas neste tempo de crise, de luta e competição pela sobrevivência, por ameaça constante ao que se tinha por adquirido, não é nada fácil viver o espírito de Natal. Já o sabemos, Natal é a celebração da vida que se renova, porque

o Sol começa a elevar-se no ciclo anual das estações. Mas se o sol brilha sobre o horizonte, não é seguro que brilhe por dentro. E, no entanto, quanto mais a situação é difícil, mais é necessário que possamos encontrar donde venha a luz e o calor que alimenta o espírito de Natal. Num mundo cada vez mais laico e menos religioso, resta o problema de saber

donde pode vir, então, essa luz que só pode vir de dentro, dado que de fora vêm sobretudo nuvens negras. Não nos compete, aqui, dar resposta a este problema. Mas cabe darmo-nos conta de que, apesar do ambiente carregado em que vivemos, ainda há margem suficiente para a solidariedade. A recolha para o Banco Alimen-

tar contra a Fome foi generosa. O CRIA teve também uma iniciativa de apoio solidário. E generosa foi e está a ser a resposta a duas iniciativas que devemos aqui nomear: a Luta contra o Cancro no projecto Um Dia Pela Vida e a campanha que o Jornal de Abrantes e Antena livre estão a levar a cabo a favor do C.A.T. É sinal de que, apesar de tudo, ainda há espe-

rança, pois os valores não se traduzem apenas em euros e o mais importante ainda conta. Ainda somos capazes de celebrar o Natal para lá das prendas e da mesa recheada. Alves Jana


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ENTREVISTA

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MARTINHO CARREIRA JORGE

“Garantir aos trabalhadores que estejam tão bem como eu” 30 não haveria falta de vencimento, nem que eu tivesse de perder dinheiro. Até hoje. [Nota-se-lhe na voz alguma emoção, a que não será estranho algum orgulho, nem a memória das dificuldades vividas para cumprir a palavra dada.] Além disso, entre outras coisas, criámos para todos um seguro de saúde muito bom. A maior riqueza desta casa é o seu pessoal. Agora, com a crise, propus-lhes um esquema para que, quando faltasse trabalho, não tivéssemos de despedir ninguém e eles aceitaram e organizaram-se. Agora, as coisas já estão equilibradas e todos ficámos a ganhar.

O senhor Martinho, como é conhecido, é em Abrantes a cara da Mercar e da Renault. Começou do nada e é hoje um empresário de sucesso. Começou a trabalhar aos 14 anos como mecânico e pode dizer-se que nunca mudou de empresa, embora a empresa tenha mudado de nome. Começou na STAL, em Torres Novas, e estudou à noite na Escola Comercial, onde fez o 3º ano do Curso Geral do Comércio (hoje seria o 9º ano). Fez quatro anos de tropa, dois dos quais no dito Ultramar). No regresso, em 1970, foi chefiar a delegação da STAL em Lisboa. Em 1973, foi desafiado a vir abrir a delegação de Abrantes para comercializar a Renault. Como foi vir para Abrantes? Abrantes não me dizia nada. Vim eu como vendedor e a minha mulher como empregada do stand, no Rossio. Apenas conhecia aqui duas pessoas de uma empresa com quem trabalhava. Lembro-me de ter entrado no café Pelicano, enorme e cheio de gente, e não conhecer ninguém. Perguntei-me: como é que vou vender carros a esta gente? Decidi abandonar a cidade e começar a trabalhar na periferia, nas freguesias rurais dos vários concelhos, para chegar a Abrantes já com uma car-

teira de clientes. Foi uma época muito difícil. No primeiro ano vendi aí uns 9 ou 10 carros. Mas levava os carros à revisão a Torres Novas e trazia-os. O 25 de Abril trouxe mudanças. A STAL, dos transportes Claras, foi nacionalizada “por arrasto” e passou a chamar-se Ultrena. Alugámos a oficina do Bioucas e mudámo-nos para Abrantes. Por exigência da Renault, em 1983 foi constituída a Mercar para a representar a marca na zona de Abrantes. Em 1992 a Mercar adquire o terreno onde nos encontramos hoje. Em 1994 a Mercar é posta à venda e eu candidatei-me e comprei-a com a minha mulher

Passa a ser dono da empresa que, pode dizer-se, tinha criado e desenvolvido. Eu nunca tinha pensado em ser dono da empresa. Aí por 1992 até tinha criado a Abrancar, para comércio de usados, que nunca chegou a arrancar. A Ford convidou-me para ser o seu concessionário e eu aceitei, mas depois vendi a minha quota quando comprei a Mercar. Tinha de me dedicar a tempo inteiro à empresa. Entretanto, já a passou à sua filha Cláudia. Há cerca de dois anos. Mas antes disso, chamei-a já em 2003. Ela tomou conhecimento da empresa e do sistema da Renault, estudou gestão do sector au-

tomóvel, preparou a Mercar para a certificação e, finalmente, há dois anos, é ela que está à frente da empresa. Essa é a faceta do gestor e empresário. E a do automobilista? Isso começou quase por brincadeira. No início ninguém me conhecia e a Renault era aqui pouco conhecida. Na altura havia o pop cross. E eu comecei a correr com uma Renault 4. Está a ver-se que não podia ter pretensões. Mas como não havia mais nenhuma 4 L, acabei por tornar-me conhecido, eu e a marca. Depois, porque o bichinho pegou e pelo convívio, acabámos por adaptar um Renaul 5 com a mecânica de um Renaul 12 e

entrar no Rali de Iniciados. E por aí fora. Em 1994 fiquei em 19º entre 22 no Rali da Rota do Sol. Quando comprei a Mercar, esse assunto ficou arrumado. O carro esteve dois anos parado e depois foi vendido. Voltando à empresa. O senhor sempre teve uma preocupação social. Como disse, comecei a trabalhar com 14 anos. Portanto aprendi os deveres de um trabalhador para com a empresa, mas também da empresa para com o seu pessoal. Quando se deu o 25 de Abril, a empresa não era minha, mas eu era o gestor. Então, garanti aos trabalhadores que, enquanto eu estivesse à frente, eles estariam tão bem quanto eu, que ao dia

Alves Jana

Martinho C. Jorge Naturalidade: Vale da Serra, Torres Novas Ano de nascimento: 1943 Início profissional: aos 14 anos Formação: Curso Geral do Comércio Actividade em Abrantes: desde 1973 A Renault em Abrantes 1973 – STAL abre delegação no Rossio 1974 – Ultrena abre oficina em Abrantes 1983 – É constituída a Mercar 1992 – Mercar adquire terreno próprio 1994 – Martinho Jorge e mulher compram a Mercar


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ACTUALIDADE

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A CONVITE DO JORNAL DE ABRANTES E DA ANTENA LIVRE

Laborinho Lúcio falou sobre direitos da criança car uma criança”, disse. A afirmação dos Direitos da Criança decorre, segundo Laborinho Lúcio, de uma filosofia civilista e laica da sociedade. Não se trata de fundar a sociedade em deveres, aliás que causam reacção, mas de direitos, os quais configuram por um lado a nobreza de cada uma das pessoas e, por outro, os deveres de todos para assegurar os direitos de cada um. Foi um serão de franco convívio intelectual, em tom quase informal, em que os coscorões de S. Lourenço foram relembrados e o café das velhas ficou prometido para uma próxima oportunidade. Porque os presentes reivindicaram ao JA e à AL, bem como ao orador, que fosse marcada um novo encontro. Porque muito ficou por dizer e por questionar.

Laborinho Lúcio proferiu em Abrantes uma notável conferência sobre os Direitos da Criança. Foi no passado dia 17, na Pirâmide. Cerca de meia centena de pessoas foram cativadas por um pensamento arrojado, mas sereno, por um homem que não se alimenta dos problemas mas da procura de soluções, por um cidadão activo e comprometido com as causas da justiça e dos direitos humanos. O convite a Laborinho Lúcio para esta conferência partiu do Jornal de Abrantes e da Antena Livre, no âmbito da comemoração dos 20 anos da Convenção dos Direitos da Criança. Sempre num tom de conversa, mas sem perder o rigor do raciocínio, Laborinho Lúcio procurou mostrar que a Convenção expressa uma “mudança de paradigma”: de uma atitude de protecção e assistência à criança, passa-se com a Convenção para uma afirmação dos Direitos da Criança. “A criança é agora reconhecida como sujeito de direitos, embora sujeito passivo, o que configura uma responsabilidade activa dos adultos e da sociedade para garantir à criança os seus direitos.” Direitos articulados em três pilares fundamentais, decorrentes do ser, do pertencer e do crescer

Alves Jana

da criança. Direito à família, por exemplo, e a brincar, mas também direito à escola, e à disciplina e à autoridade enquanto indispensável ao seu crescimento. Trata-se de “outro modo” de ver a disciplina e a autoridade, não já como “um poder da escola e dos professores sobre a criança”, mas “um direito da criança que a escola e os professores devem assegurar”. Foi neste tom de pensar e fazer

pensar que os presentes foram desafiados a repensar toda uma série de problemas, agora perspectivados a partir dos Direitos da Criança. Criança que deve ser vista, à face da Convenção e da Constituição da República como uma pessoa completa, sujeito de direitos que devem ser assegurados pela comunidade a que ela pertence, na perspectiva de que “é necessária toda uma aldeia, ou comunidade, para edu-

O Jornal de Abrantes e a Antena Livre agradecem publicamente o contributo decisivo das várias entidades que tornaram possível a campanha para assinalar os 20 anos da Convenção dos Direitos da Criança.Câmara Municipal de Abrantes, Governo Civil de Santarém, Casal da Coalheira, Herdade de Cadouços, Hotel de Turismo de Abrantes, Planeta Real, Restaurante S. Lourenço.

o jornal de abrantes on line em www.oribatejo.pt

O cidadão Laborinho Lúcio Laborinho Lúcio é um cidadão e jurista comprometido com as causas da justiça e dos direitos humanos. No que respeita aos cargos públicos, lembramo-nos dele como ministro da Justiça, ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, director da Escola de Polícia Judiciária e director do Centro de Estudos Judiciários, entre muitos outros cargos. Como militante pelas causas da Justiça, basta dizer que é membro fundador das Associações Portuguesas de Apoia à Vítima, e de Direito Europeu, da Associação de Criminólogos de Língua Francesa, presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa para o Direito dos Menores e da Família e presidente da mesa do Congresso da Associação dos Juristas de Língua Portuguesa. Como pensador, para lá das muitas intervenções, seguidas por aqueles que o conhecem, ainda no passado dia 5 proferiu uma notável lição no “Forum Cidadania”, na Escola Secundária Maria Lamas, em Torres Novas. Apesar do frio que se fazia sentir, as pessoas não arredaram pé, seduzidas por um pensamento quente, ousado e sereno. A defesa dos direitos humanos, o envolvimento cívico e o compromisso social constituem uma marca distintiva da sua vida pública, tornando a sua vida um exemplo para todos os cidadãos.


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ECONOMIA

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DESENVOLVIMENTO LOCAL

Tagus apoia projectos de investimento rural A TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior está a receber candidaturas para apoio financeiro a projectos de investimento no meio rural dos concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal. Não são, porém abran-gidas, as freguesias urbanas de S. João e S. Vicente, e mesmo esta é abrangida na zona mais rural. Este apoio é concedido ao abrigo do programa LEA-

DER 7.13 e a fase de candidatura decorre até ao dia 15 de Dezembro. Os objectivos deste apoio são a diversificação da actividade económica, a criação de emprego e promoção da qualidade de vida das populações. Na presente fase, 708.000 euros estão disponíveis para apoiar projectos de investimento total no valor de cerca de milhão e meio de euros. Pedro Saraiva, técnico gestor da Tagus, explica que se trata de «um instrumento de gestão local para

apoiar projectos de investimento que impliquem ou a criação do próprio emprego ou a expansão de negócios já existentes.» Para 2010 estão previstas novas fases de dois meses para apresentação de candidaturas, a começar nos meses de Março, Julho e Agosto. Na página da Tagus na Internet, www.tagus-ri.pt, os interessados podem encontrar a informação necessária, bem como os formulários de candidatura.

Compota de medronho é nova aposta do Pinhal Interior A compota de medronho é agora um novo produto alimentar. Apresentado em Mação no passado dia 12, este novo produto gastronómico é uma nova aposta na exploração dos recursos endógenos do Pinhal Interior. Habitualmente utilizado na produção da conhecida “aguardente de medronho”, o medronho passa gora a ser também apresentado sob a forma de doce. O medronho é proveniente de uma planta frutífera e ornamental portuguesa muito característica e de grande incidência no territó-

rio desta Região Beirã e Rural. Agora passa a “emprestar” a sua cor e o seu sabor à confecção de uma nova compota em Portugal, dando assim vida a um novo e importante produto regional e ao potencial de um novo ciclo deste saber-fazer. «A tradição, o saber-sstar, a paixão, a arte de fazer e a qualidade da matéria-prima são apenas alguns dos ingredientes essenciais para esta nova receita, confeccionada de modo artesanal», prometem os promotores do novo produto que agora começa a dar os

primeiros passos no mercado gourmet regional e nacional. A nova compota passa a estar disponível nas empresas Aromação, de Saldanha Rocha, e Zira do Cadaval, de Maria Alzira, que «juntaram esforços numa troca de conhecimentos e experiências comerciais». É mais um contributo para a economia rural do Pinhal Interior.

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ECONOMIA

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UMA GRANDE MARCA COM 90 ANOS

Gallo a cantar em Abrantes desde 1919 Há quase um século que o GALLO começou a cantar nas bandas de Abrantes e é, hoje, uma marca incontornável dos azeites portugueses. O azeite GALLO está associado à empresa Victor Guedes, de Rossio ao Sul do Tejo, adquirida pela FIMA em 1989. A memória do Azeite GALLO encontra origem nos finais do século XIX, iniciando-se em 1860, data da fundação em Abrantes de um estabelecimento pertencendo à “União Industrial, Lda.”. Reza a lenda que Victor Guedes terá decidido dar o nome GALLO ao azeite numa manhã em que, depois de acordar e abrindo de par em par as janelas do seu quarto, ouviu um galo a cantar. Porque era de origem galega, registou o nome da marca com dois “l”, nome que até hoje foi preservado pela sua graça e originalidade. Aliás, toda a promoção televisiva da marca contém sempre a referência “a cantar desde 1919”. Portanto há 90 anos Olhando para a história da empresa, em 1938, o estabelecimento com armazéns e fábrica “União Industrial Lda.” é adquirido pela “Victor Guedes & Cª”, que detém escritórios na Rua dos Remolares, nº 7, em Lisboa. Nesta altura existiam em Abrantes armazéns de azeite, um lagar, uma refinaria de azei-

te, indústria de carnes e enchidos e uma saboaria. A “Victor Guedes & Cª” começa, então, a preparar aqui os lotes de azeite que passariam a seguir a granel para um armazém no Poço do Bispo, em Lisboa, onde eram embalados em latas para a exportação. Até então o mercado doméstico era encarado como secundário, vendendo apenas o azeite extra virgem, e, quando assim era permitido, o “lotado corrente”, para além de sabões correntes e azeitonas em conserva. Mas a unidade de produção do azeite de Rossio ao Sul do Tejo nunca teve lagar ou azeitona, já que a empresa compra aos produtores e trata o azeite na sua, agora, moderna linha de embalamento e rotulagem, para além das análises laboratoriais que são feitas no Rossio. Em 1969, a empresa assume uma mudança de estratégia: a entrada no mer-

cado doméstico de azeite, de óleo embalado, de sabão tradicional e de azeitonas de conserva. Logo a seguir verifica-se uma fase de expansão industrial, caracterizada por fortes investimentos e modernização das instalações existentes. Em 1975, na sequência da estratégia de 1969, foi concluída uma nova refinaria.

No ano seguinte dá-se início às obras de instalação de uma unidade de extracção de óleos de sementes. O lagar contínuo arranca em 1978 e em 1980 é inaugurada uma unidade de fabrico de sabão. Ao longo de todo este período, os investimentos e melhorias ao nível das unidades de embalamento de azeite e de óleo vão também suceden-

do-se. A dez de Novembro de 1989, após prolongadas negociações, a FIMA adquire a totalidade das acções da “Victor Guedes, S.A. Para a FIMA, que já trabalhava sobretudo no mercado das gorduras, nomeadamente as margarinas, a aquisição teve como objectivo a diversificação da sua carteira de produtos que

viria, assim, a crescer. As unidades de fabrico de sabão e de extracção do óleo de sementes são depois desactivadas e a atenção é agora dirigida à selecção, controle de qualidade, loteamento e embalagem de azeite, bem como à refinação e embalagem do óleo girassol. Em 1997/98 as linhas de embalamento de azeite são totalmente remodeladas. Em 1999 é criada uma nova entrada para a fábrica localizada de modo a facilitar a circulação e são realizadas melhorias ao nível de higiene e segurança. No final do ano passado a marca tinha vendido 15 milhões de litros de azeite em Portugal. Este valor representou 30% da produção total que, de forma esmagadora, foi encaminhada para exportação, tendo no Brasil um dos maiores consumidores do GALLO. Jerónimo Belo Jorge

Os Produtos Gallo Neste momento para além dos azeites, a GALLO apresenta também uma linha de vinagres e azeitonas. Mas nos azeites, a marca apresenta o GALLO Colheita 2009/2010, com a extracção feita a partir das primeiras azeitonas deste ano. GALLO Colheita ao Luar, 2008/2009, apresentou um novo conceito na marca. A Azeitona colhida de noite, com temperaturas mais baixas que favorecem os aromas e sabores no azeite. GALLO Colheita Tardia Delicado, tra-

ta-se de um produto de baixa acidez, obtido por extracção a frio de azeitonas mais maduras colhidas. GALLO Grande Escolha é, segundo a marca, nobre, dourado com algumas notas de frutado verde esta é a forte personalidade deste Azeite especial. Depois existem os GALLO clássico, suave, intenso, frutado, reserva e o GALLO primeiro azeite, o azeite do bebé. mGALLO com ervas aromáticas apresenta os três azeites com sabor a estragão, orégãos e tomilho.

Nos vinagres a marca apresenta i seis sabores e nas azeitonas, pastas preta e verde.


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CENTRO DE DIA DO SOUTO

Este edifício não existe legalmente No final da década de 80, o GAT – Gabinete de Apoio Técnico fez o projecto. Mas quem estava à frente achou que era melhor fazer de outra maneira. Por isso, o GAT «desvinculouse» da obra. Ponto, parágrafo um. Em 1995, o edifício resultante da criatividade local iniciou funções. É o Centro de Dia. Foi mesmo inaugurado pelo Governador Civil. Está dito em placa comemorativa. A Segurança Social apoiou e continua a apoiar o trabalho social do centro. Tudo certo. Ponto, parágrafo dois. Em 2004, Manuel Traquina fica à frente dos destinos da casa. E quer levan-

tar voo: de centro de dia para lar, que «era isso que o povo queria». O pior é que o edifício não pode levantar voo. E é agora que se entorna o caldo. Para abrir o processo de reconversão do que está no que se quer que esteja, é necessário que o edifício tenha licença de utilização. Não tinha. Pede-se a licença à Câmara. O processo tinha desaparecido. E andou-se à procura dele até que apareceu. Era já o ano de 2008. Não é ponto final nem parágrafo, porque o caso não anda, continua, parado. Não pode ser passada licença de utilização porque o edifício não corresponde ao projecto. E que fazer, então? Fazer o

projecto do que lá está. O edifício está lá desde 1995, foi inaugurado por uma autoridade pública, tem sido utilizado, e reconhecido e apoiado publicamente. Mas não existe, só pode. Pois se é necessário ir fazer agora o projecto do que lá está: cálculos de estabilidade, electricidade, água e esgotos… quase tudo. Para que o edifício passe a ter existência legal. Para depois de meter um projecto de alterações. Para depois se poder construir o que é necessário para poder funcionar como lar. Manuel Traquina desabafa. «Com estas exigências todas, não sei se vamos ter lar. Nós trabalha-

mos por amor à camisola. Eu não ando a pedir dinheiro, muito menos para mim. Só peço que não ponham entraves.» Mas lá vai fazendo força. Nota-se que já não sabe bem onde ir buscá-la, farto de empurrar para cima,

para tornar-se lar, um edifício que não existe. Mas o projecto já está em elaboração. O dinheiro para pagá-lo também já existe. Mas Manuel Traquina viu as leis mudarem e o que em 2004 era fácil de fazer agora… já lhe parece impossível.

Mas não pode ser. Não pode haver impossíveis. Por isso não há, não pode haver ponto, parágrafo. O trabalho continua. E Manuel Traquina insiste. «Só peço que não ponham entraves.» Alves Jana


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MERCAR

Uma empresa de automóveis com responsabilidade social JOSÉ EDUARDO MARÇAL *

A Génese

Todos os acontecimentos possuem na sua génese algo que condiciona a sua importância e influência no universo que habitamos. A génese de algo ou de alguém não pode ser dissociada da cadeia de factos e de condicionalismos que antecederam o acontecimento em si. Francesco Alberoni especulava em livro homónimo deste artigo, que a Génese de um acontecimento poderia ser interpretada como a congregação de vontades, baseada em aspirações e valores comuns, que originam o denominado “estado nascente”.. Aceitando a validade desta interpretação, que novos acontecimentos políticos poderemos classificar dignos de esta definição e que afectem a nossa vivência abrantina? Atrevo-me a sugerir aos leitores três acontecimentos desta índole: Um novo Governo da Nação, uma nova Gestão Autárquica e uma nova Comissão Política Concelhia do PSD. Associemos a cada um destes acontecimentos as motivações e valores inerentes á sua Génese e perspectivemos alguns dos possíveis desígnios. A que motivações e valores é possível associar a génese do novo governo? Continuarão valores como a reforma do Estado, reforma da justiça, modernização e coesão social a prevalecer? Ou serão preteridos em relação ao diálogo, transparência, consenso e sucesso financeiro dos grupos económicos? Serão os valores que enunciámos compagináveis para um desígnio nacional coerente e viável? As questões que coloco terão inevitavelmente respostas nos próximos tempos. Pessoalmente, só acredito em soluções políticas que saibam ouvir, que saibam decidir, mas que saibam transmitir aos Portugueses os valores em que acreditam e que estiveram subjacentes às motivações da sua decisão. Analisemos o caso seguinte: A nova gestão autárquica. Ficou claro perante os eleitores, que na génese da nova gestão autárquica existem valores de abertura social, congregação de vontades e de capacidade técnica que, aliados a perseverança e capacidade de trabalho, podem ser uma sólida base para retirar o concelho de Abrantes do isolamento económico e político onde se confinou, por culpa própria, na última década. O tempo dirá. Por último, “the last, but not the least”, uma palavra para a nova comissão política concelhia do PSD. Espera-se desta força de oposição, uma capacidade de transmissão de ideias alternativas em relação ao poder autárquico. Esperam-se contributos para a gestão autárquica através dos seus vereadores. Esperase esperança. Deveriam ser estes alguns dos valores da sua génese. O que se percepcionou até ao momento, consistiu apenas na incapacidade de ouvir os Abrantinos em sessão autárquica, a apresentação de medidas contabilísticas e transformação de um mau blog político em coluna social. Serão apenas estes os seus desígnios? Temos o direito de esperar mais e melhor, mas temos de reconhecer que as motivações da sua génese não foram famosas…… * Engenheiro Civil, Ex Governador Civil do Distrito de Santarém

“Obrigado! Pela ajuda à Colónia de Férias!” Por detrás da secretária de Cláudia Jorge, esta placa assinada pelo CRIA e datada de 2009 está colocada como um troféu. Não é por acaso. A empresa leva a sério a sua responsabilidade social, tanto interna como externa. A começar pela interna, que sustenta a empresa e alimenta a solidariedade externa. A jovem empresária, que está na Mercar desde 2003, mas assumiu as rédeas há dois anos, das mãos do pai, Martinho Jorge (ver entrevista na pag. 3), tem orgulho no seu pessoal. “Eu tenho a satisfação de ter aqui pessoal de muita categoria. Não são pessoas de fazer ronha, de meter atestados médicos falsos, de chegarem atrasados. Todos dão o litro.” E pensa que isso se deve também ao cuidado que a empresa sempre teve com os seus trabalhadores. “Criámos um seguro de saúde completo. Além disso, criámos incentivo à formação pessoal. Temos um protocolo com o Centro de Novas Oportunidades da Escola Solano de Abreu e damos um apoio financeiro a quem anda em formação. Quando a formação em que a pessoa está inscrita, por exemplo o 9º ano, esse incentivo passa

a fazer parte do ordenado base. Se continuar a estudar, tem direito a novo incentivo.” Mas torna-se claro que a maior responsabilidade social para com o seu pessoal passa pelo trabalho de gestão da empresa de modo a criar resultados positivos e «manter os postos de trabalho. “O que mais dá raiva é estamos aqui 42 pessoas a trabalhar a sério e, depois, o resultado no final do mês ser negativo.” As coisas agora estão melhores, diz, mas houve meses muito difíceis. Outra forma de garantir as coisas é a certificação de Qualidade. Em 2006 foi feita a certificação de um primeiro nível, e estão já a preparar-se para um segundo nível. Mas a Mercar não se fecha sobre si mesma, antes assume a sua cidadania activa no meio em que está inserida. O caso do CRIA

é apenas um, mas o que Cláudia Jorge refere são os estagiários que recebem da formação profissional, um dos quais ficou mesmo na empresa. Também do PIEF acolhem estagiários. E “quando recebemos um estagiário assim, os nossos trabalhadores organizam-se para recebê-lo e apoiá-lo, como se fosse filho de um deles, não vem à toa.” Além disso, a Mercar colabora com escolas, mesmo com Universidades, sobretudo em trabalhos de mestrado: “Nunca recusamos os dados que nos pedem”. E tudo isto é apoiado na actividade comercial da empresa, que não pode deixar de ser referida. A Mercar trabalha no sector automóvel, funciona com 42 trabalhadores, representa a Renault e a Dácia (ver trabalho sobre a Dácia) e está candidata a re-

presentar a Nissan. Nesse domínio, é uma empresa de venda de produtos, carros novos e usados e peças, e venda de serviços como mecânica, bate chapas, pintura e lavagens. Cláudia Jorge deixou a sua carreira de engenheira zootécnica para vir dar continuidade à obra do pai. E descobriu em si um novo interesse de que mal suspeitava. Lê-se, no modo como fala, que se dedica à sua empresa com paixão. E que valeu a pena arriscar tudo. E lamenta ver “muito pouca gente a arriscar”. Tal como não percebe que algumas pessoas vão a Lisboa “comprar o carro por menos, sei lá, por menos 500 . Preferem não ajudar a economia local. Mas depois, quando têm problemas, não são os de Lisboa que os vão resolver.” Alves Jana

Dacia, um novo carro contra a crise A fome e o frio metem a lebre ao caminho. E os construtores de automóveis também. Foi por isso que o Dacia aparece entre nós com uma nova marca. Trata-se de um veículo mais barato apresentado como uma aposta na «habitabilidade». Com versões de 5 e 7 lugares, bastante flexíveis no seu interior para se ajustar às necessidades de momento

do utilizador, os seus modelos são apresentados como «acessíveis, confortáveis e práticos». Trata-se de uma marca lançada pelo grupo Renault, pelo que o cliente tem assegurada a tecnologia desta marca francesa, mas a um preço mais acessível. Isto porque, para simplificar, o motor é Renault, dando ao Dacia a qualidade técnica já

conhecida, mas os acabamentos são em materiais mais acessíveis e a produção é feita na Roménia, o que permite um preço final

mais à medida da necessidade de poupança. Com esta nova marca, Dacia, também a Renault procura enfrentar a crise.


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ECONOMIA

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PRODUTORES LOCAIS PREMIADOS

Cadouços e Coelheira com vinhos premiados Um dos seis melhores produtores de vinho do mundo é do concelho de Abrantes. A Herdade de Cadouços foi recentemente considerada com essa distinção pelo júri do concurso “The Wine Innovations Awards”, em Londres. Esta classificação deve-se ao conceito de agricultura biológica que a Herdade de cadouços pratica, desde a garrafa aos rótulos e às rolhas. Os vinhos tinto “Yes We Can” e “Memorium” conquistaram duas medalhas de bronze e o “Harmony” recebeu uma menção honrosa, na categoria “Product Awards”. Conquistou também o prémio de mérito na inovação dos métodos de produção de vinho, entre os seis primeiros,

na categoria “Cellar Door Operation”. A marca “Yes we can” surgiu para exportação, e os mercados inglês e americano são o objectivo. Em Portugal é possível encontrar este vinho na loja da Herdade de Cadouços, em Água Travessa, Bemposta, em alguns restaurantes de Lisboa e nas lojas gourmet do El Cor-

te Ingles. Também o vinho “Casal da Coelheira Branco Chardonnay, de 2008”, do Casal da Coelheira, de Tramagal, foi distinguido no mês passado, de entre 10 vinhos brancos. Este prémio foi atribuído pela publicação “Revista de Vinhos”, que anualmente organiza a feira “Encontro com o Vinho e Sabores”.

Para além deste prémio, o Casal da Coelheira, durante o ano 2009, participou em seis concursos, obtendo bons resultados. No concurso nacional de vinhos engarrafados, o mesmo “Casal da Coelheira Branco Chardonnay, de 2008”, assegurou uma medalha de prata. A nível regional, no concurso de vinhos engarrafados do Ribatejo, o Casal da Coelheira obteve uma medalha de ouro e duas de prata. Em Paris, arrecadou duas medalhas de prata e em Bruxelas também outra medalha de prata. Em Londres, em dois concursos distintos, o Casal da Coelheira obteve duas medalhas de bronze. Maria João Ricardo

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10 OPINIÃO

ARMANDO FERNANDES

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ARTELINHO - ARTESANATO E DESENVOLVIMENTO

Apreensões

Em expansivo artigo o Dr. Mário Soares manifestava apreensão pelo futuro do PSD. Dou por adquirido ser sincero o sentimento do antigo Presidente da República – partilho dessas apreensões – a começar por Abrantes. Em política as orações concessivas trazem o descrédito ao partido, enquanto as orações copulativas estabelecendo ligações espúrias levam ao afastamento de todos quantos sabem que os valores não podem estar dependentes das orações condicionais, estão para cima delas. Ora, em Abrantes após a tremenda derrota nas recentes eleições autárquicas fazia todo o sentido efectuar-se um profundo e amplo debate destinado a percebermos as razões antigas e recentes explicativas do desastre, quando existiam condições políticas para ser ao contrário. Apressadamente, na surra, fizeram eleições. Dá a impressão de que os fautores do acto eleitoral, co-autores da catástrofe eleitoral, entenderam o resultado como um condiloma que urgia extrair rapidamente sem primeiro ser estudada a melhor forma de o fazer. Eu pasmei ante o despautério. Pasmei desses militantes, que têm pelo partido um amor tão profundo e tão bem orientado – que o querem apenas para satisfação de ridículas vaidades e melhoria de currículo. Senão é assim, como entender uma prosa inçada de vacuidade na qual a agora responsável na falta de passado político invoca o de um familiar envolto em prosa requentada, frágil e amarfanhada pelo nada. Pasmei – desse texto, que, corrobora a falta de visão estratégica, de audácia na abordagem de temas e formulação de propostas por parte dos vereadores eleitos. Apesar da boa disposição da Senhora Presidente em escutar e discutir alternativas, prevalece a ingénua (estou a ser caridoso) emenda ou reparo sem conteúdo, levando a que algumas reuniões do executivo camarário sejam rápidas e curtas – coisa para meia-hora ou quarenta minutos. Longe vão os tempos em que as opiniões Pedro Marques e Vaz Moreno mereciam cuidada análise e inúmeras vezes acolhimento. Não estou indignado, estou apreensivo ante o rumo que o partido laranjinha está a tomar em Abrantes, reconhecendo quanto as minhas palavras são palavras perdidas junto do actual poder, quanto o meu entusiasmo em repelir um tal desconchavo é levado à conta de querer influenciar os acontecimentos. Engano puro. Por assim ser, limito-me a costurar estas apreensões na esperança que possam servir para alguns militantes reflectirem sobre a real situação do PSD, no concelho abrantino.

Arte e amizade unidas em cooperativa

É com alegria que as trabalhadoras da Cooperativa Artelinho recebem e mostram todo o seu trabalho a quem as visita. Esta cooperativa trabalha a arte do linho e da verga, e faz bordados e doçaria em Alcaravela, Santa Clara. Foi com água na boca que Maria Alina, uma das fundadoras, nos falou um pouco sobre a história da cooperativa e sobre todo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos. Enquanto as “cavacas” estavam no forno, Alina contou-nos como o gosto pela terra, pela conservação do linho e o querer contribuir para o rendimento familiar levou um grupo de mulheres a optar pela constituição de uma cooperativa em 1989. Inicialmente a cooperati-

va tinha mais de 60 cooperantes das quais apenas 30 trabalhavam diariamente, mas hoje em dia laboram na cooperativa cerca de 15 senhoras. Quem coopera na Artelinho cultiva o gosto pela tradição mas sobretudo fá-lo pela amizade e contra a solidão. Segundo Alina, “Trabalhamos pelo bem-estar, por partilharmos a receita de um bom comer e para nos ajudarmos umas às outras. Quando estamos doentes já estamos desertas para vir aqui porque nos faz falta este ambiente e esta amizade.” Para a Artelinho, a formação foi desde muito cedo uma mais valia. Apesar destas mulheres já saberem trabalhar os materiais porque foram conhecimentos passados de geração em geração, ini-

cialmente todas tiveram cursos nas diferentes áreas e aperfeiçoaram e modernizaram os seus conhecimentos. Regra geral, a maior dificuldade desta cooperativa é a concorrência “desleal” dos produtos confeccionados em fábricas e que apesar de não terem a qualidade dos artesanais são mais baratos e vendem mais. Na Artelinho, uma colcha de linho demora cerca de 15 dias a ser feita. Sendo assim, estas peças únicas e muito trabalhosas acabam por ser peças caras que não conseguem fazer face à concorrência. Mas também a falta de gente nova para trabalhar nos teares representa uma dificuldade. Para Noélia Rafael, um das cooperadoras, as raparigas “novas

não querem este trabalho porque não há salário fixo. Nós só recebemos depois do trabalho vendido.” Para tentar ultrapassar as dificuldades financeiras e criar mais fontes de lucro, a Artelinho alargou as suas actividades aos produtos regionais. “Como isto nos dava pouco, tivemos a ideia de arranjar um forno e começámos a fazer pão. Por norma todos os dias fazemos tigeladas e outros bolos miúdos, e o pão é feito às Quartas, Sextas e Sábados.” Nos seus 20 anos de existência, a Artelinho já confeccionou milhares de peças artesanais que são reconhecidas como sendo trabalhos de grande qualidade e valor artístico. Milene Almeida


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EM ABRANTES E PEGO

Região vai ter mais 120 camas com dois novos lares de idosos A Segurança Social aprovou recentemente os apoios à construção de dois novos lares de idosos no concelho de Abrantes, um na cidade e outro na freguesia do Pego. Estes dois lares vão criar quase 120 camas para acolher idosos, uma situação que há muito era esperada no concelho, uma vez que existe um défice elevado de camas para acolher idosos. A situação é tão preocu-pante que o Cónego José da Graça, responsável pelo Centro Social Inter-Paroquial, revelou ao JA que mesmo com mais 60 camas na cidade o défice vai continuar a existir. Basta ver que a Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, que tem cerca de centena e meia de idosos internados no lar-hospital, não consegue responder aos pedidos que existem e, por isso, tem lista de espera. Já António Mor, do Centro Social do Pego, adiantou que o lar aprovado para construir na freguesia vai ser mais abrangente, pelo que passa a ser uma estrutura que poderá acolher idosos de outras zonas do concelho. Seja como for, os projectos agora aprovados ainda vão demorar algum tempo a estar concluídos porque são edifício a construir de raz , que depois ainda têm de ser equipados e para os quais a Segurança Social vai financiar apenas uma

parte da obra, cerca de 60%, cabendo às duas entidades garantir a sua quota parte no investimento. Comecemos pelo lar aprovado para o Pego. Trata-se de uma candidatura do Centro Social do Pego, para construir o edifício nas imediações do local onde funciona o Centro de Dia e o Jardim de Infância. António Mor explicou que o projecto vai ter 57 camas e “será um contributo para uma resposta numa área em que o concelho de Abrantes fica muito aquém das necessidades”. O responsável pelo Centro de Dia do Pego sublinhou que a sustentabilidade passa pela garantia de que há condições, técnicas, financeiras e de qualidade de serviço que tem que se colocar no trabalho proposto. Quanto ao investimento, o responsável do Centro Social do Pego confirmou que os números aprovados pela segurança social são de um milhão e 750 mil euros, mas que o investimento total poderá subir a 1,9 milhões, uma vez que neste programa o equipamento não é elegível. Com um prazo de construção de três anos, o futuro Lar de Idosos do Pego traz à freguesia a criação de mais 25 postos de trabalho, a juntar aos 42 das valências já existentes. António Mor disse ainda que o centro tem sido um parceiro com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, porque tem vin-

do a transformar desempregados de longa duração em em trabalhadores normais. O outro lar aprovado para Abrantes vai ser construído na Encosta da Barata, na cidade de Abrantes, num local que a Câmara Municipal de Abrantes havia cedido ao Centro Social Inter-Paroquial para a construção de uma nova igreja. Neste projecto o cónego José da Graça disse que o investimento apresentado é superior a 2,5 milhões de euros, mas que o financiamento da Segurança Social vai incidir sobre pouco mais de dois milhões de euros. Ou seja, contas feitas, a Segurança Social vai comparticipar este lar com uma verba da ordem dos 1,2 milhões de euros, os referidos 60%. O Centro Social Inter-Paroquial vai ter de garantir o restante, qualquer coisa como 1,3 milhões de euros. Neste momento, o Cónego José da Graça disse que falta entregar os projectos de especialidade que, depois de aprovados pela autarquia, irão permitir lançar o concurso para a construção. Quanto ao número de novos postos de trabalho há, neste momento, a perspectiva de criação de mais cerca de quatro dezenas de postos de trabalho. Estes dois lares foram aprovados pela Segurança Social no âmbito do Programa Operacional do Potencial Humano. Jerónimo Belo Jorge

Jornalistas também jantam Mais uma vez, os “jornalistas e afins”, que operam na zona de Abrantes reuniram-se para um jantar de convívio. Foi em S. Lourenço, a 4 de Dezembro, e a camaradagem foi o prato forte. Uma saudação de Natal a todos.


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BANCO ALIMENTAR EM ABRANTES

Ajudar quem mais precisa A última campanha de recolha de alimentos que o Banco Alimentar Contra a Fome, de Abrantes, realizou foi superior à de Novembro do ano anterior, com mais quatro toneladas de produtos alimentares. A recolha decorreu em vários concelhos do Médio Tejo, e resultou em 60 toneladas de alimentos, nomeadamente massas, arroz, leite, enlatados. Carlos Fazendeiro,

responsável do Banco Alimentar de Abrantes referiu que os alimentos para bebés são muito necessários “mas são os mais escassos”. Esta campanha contou com 900 voluntários que durante um fim-de-semana marcaram presença nas várias superfícies comerciais. Jovens, agrupamentos de escuteiros, população em geral, Cáritas, foram muitos os que quiseram ajudar. Este ano foram mais 300 voluntários.

Os alimentos que o Banco Alimentar de Abrantes recolheu vão apoiar 62 instituições e cerca de 800 famílias. As pessoas que necessitam de receber apoio do Banco Alimentar devem recorrer a algumas instituições, como a Caritas, e inscrever-se. Dos 900 voluntários, uns estiveram junto às portas dos super e hipermercados, outros transportaram os alimentos para as instalações do Banco Alimentar e outros trabalharam no in-

terior do armazém. O aumento de voluntários nesta última campanha foi muito precioso, porquanto permitiu uma melhor gestão no interior do armazém. Os alimentos têm que ser descarregados das carrinhas para boxes. Dá-se depois a separação por géneros, pesam-se e registam-se. De todos os alimentos, o leite é o único que é separado por mês, devido à validade. Maria João Ricardo

LUTA CONTRA O CANCRO

Abrantes pela vida A campanha “Um Dia Pela Vida” já mexe em Abrantes. Mais de 20 equipas já se formaram e organizam várias actividades para angariar fundos para a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), e várias outras estão em formação. A luta contra o cancro é uma batalha que cabe a todos travar. Os especialistas salientam que uma em cada quatro pessoas vai ter cancro na sua vida. Todos os dias morrem em Portugal cinco mulheres com cancro. A prevenção e a constante luta que a LPCC tem desenvolvido desde a sua fundação, a 4 de Abril de 1941, têm como objectivo apoiar as pessoas e promover o rastreio. Rita Teles Branco aceitou o primeiro desafio do

projecto “Um Dia Pela Vida”em Coruche, no ano 2005. Desde então várias cidades e vilas acolheram esta iniciativa da LPCC. Em quatro anos já se inscreveram neste projecto 10 mil pessoas. Em Abrantes, como se vê, a batalha também já começou e a comunidade já aderiu. Mais de 20 equipas estão já a organizar várias actividades para angariar fundos para a Liga e falar sobre o cancro. O cine-teatro S. Pedro foi o local escolhido para o arranque oficial deste projecto no passado dia 29 de Novembro. Aos depoimentos de Matilde Sacavém e Isabel Simão, coordenadoras responsáveis pelo “Abrantes pela Vida”, juntaram-se os médicos José Teixeira e Rita Ribeiro, do Hospital de Santa-

rém. Estes últimos falaram da problemática do cancro e da sua prevenção. Nesta unidade hospitalar existe a Unidade de Ginecologia Oncológica e a Unidade de Carcinoma da Mama. O médico José Teixeira realçou que é importante fazerse o rastreio, especialmente quando existem antecedentes familiares. “Não dói nada e podemos evitar ter que retirar a mama das senhoras. No ano 2008 registou-se 177 casos em Santarém”, lembrou médico ginecologista. Por seu lado a dra. Rita Ribeiro falou sobre o cancro do endométrio, do ovário e do cólo do útero. “Nove em cada 100 mil mulheres são afectadas com cancro do endométrio. Por outro lado são detectadas cerca de 700 mulheres por ano com cancro do ovário. To-

dos os anos são diagnosticados em Portugal mil novos casos de cancro do cólo do útero, ou seja do vírus do papiloma humano (HPV)”, alerta Rita Ribeiro. Já existem dois tipos de vacinas para combater o HPV, que muito em breve vão ser administradas a jovens dos 9 aos 14 anos. Fernando Siborro, médico e director do Agrupamento dos Centros de Saúde do Zêzere, reforçou a importância do rastreio e de uma alimentação saudável. Salientou ainda os cuidados

a ter com o sol, devido ao cancro da pele. Maria Cristina Gonçalves Ferreira da LPCC, em representação de Manuela Rilvas, manifestou satisfação por Abrantes e a autarquia se terem associado a esta causa. Também a presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque, adiantou que já contribuiu para este projecto com a criação de uma equipa, entre os funcionários da autarquia. Desafiou ainda os muitos professores na sala para que pas-

sem esta mensagem aos seus alunos e para que a prevenção se faça desde cedo. Este é um projecto de voluntariado com o princípio de educar, prevenir, dar a conhecer o trabalho da Liga Portuguesa e ainda angariar fundos para os programas de prevenção e rastreio da Liga. O objectivo é que, depois, nada fique como dantes em Abrantes, no capítulo da prevenção e luta contra o cancro. Maria João Ricardo


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SOLIDARIEDADE

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C.A.T. DE ABRANTES

Planeta Real oferece prendas a crianças A agência de viagens Planeta Real, além da sua participação na campanha de apoio ao C.A.T. através da linha de valor acrescentado, tomou a iniciativa de se associar a esta projecto com a oferta de brinquedos a cada uma das crianças que frequentam aquela instituição de apoio a crianças em risco. Foi ao fim do passado dia 10, aliás, dia dos Direitos Humanos, que o respon-

sável pela Planeta Real, Jorge Antunes, acompanhado da esposa e filha, desafiaram a impaciência de cada uma das 12 crianças perante os embrulhos e lhes deram depois um momento de particular satisfação na abertura da respectiva prenda ou na ajuda aos mais pequenos que não eram capazes de fazê-lo sozinhos. Além disso, “para todos” foi ainda oferecida uma bola de futebol que, sabe o JÁ, não dormiu

descansada à espera dos primeiros pontapés do dia seguinte. Este gesto de solidariedade foi realizado na presença e participação do responsável máximo da casa, cónego José da Graça, que agradeceu o contributo para o smelhores dias daquelas crianças, bem como do director do Já e da AL, Alves Jana, que agradeceu à Planeta Real mais esta participação na campanha de Natal a favor do C.A.T.

UM SORRISO PARA UMA CRIANÇA

Vamos ajudar o C.A.T. para um Natal diferente O C.A.T. de Abrantes precisa de uma máquina de lavar. Todos nós sabemos a importância que tem uma máquina de lavar numa casa com crianças. Sobretudo numa casa com 12 crianças até aos 12 anos. Por isso, o Jornal de Abrantes e a Antena Livre lançaram uma campanha de apoio ao C.A.T. Para participar, isto é, para apoiar o C.A.T., é muito simples. Basta ligar para o 760 20 70 80 e está a dar o seu contributo. Trata-se de uma linha de valor acrescentado (60 cêntimos + IVA) que o JA e a AL contrataram em benefício do C.A.T. Para cada um de nós, trata-se de um gesto simples e sem custos significativos. Mas para o C.A.T. cada gesto destes é da maior importância, pois,

como diz o povo, “muitos poucos fazem muito”. O nosso gesto faz a diferença entre dias difíceis e dias mais simples. Para estimular a participação dos leitores e ouvintes, o JA e a AL reuniram um conjunto de prémios ou brindes que podem ser “ganhos” com esses telefonemas. Com efeito, a cada 35 chamadas, controladas pelo sistema informático da operadora telefónica, é atribuído um prémio de participação constante de uma lista disponível no blogue criado para a nossa campanha sobre os Direitos da Criança. Ver em http://umsorrisoparaumacrianca.wordpress.com/ Apraz-nos referir que esta campanha só é possível pela participação pronta de várias empresas que quiseram participar deste

apoio ao C.A.T., nomeadamente a Herdade de Cadouços, o Jardim Zoológico de Lisboa, o jornal O Ribatejo, a agência de viagens Planeta Real e o restaurante S. Lourenço. Trata-se de um conjunto de boas vontades que têm como objectivo ajudar as 12 crianças do C.A.T., que, apesar da tenra idade, já têm vidas mais difíceis do que podemos imaginar. Elas contam consigo. Telefonar não custa nada e é uma grande ajuda. Porque, importa repeti-lo, “muitos poucos fazem muito”.

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PLANO DE RECURERAÇÃO ESTÁ APROVADO

Vale da Louza recorda século XVIII Já foi aprovado o plano de recuperação da Quinta do Valle da Louza. Orçado em cinco milhões de euros tem um prazo previsto de 15 anos. A Quinta do Valle da Louza, em Sentieiras, data do século XVIII, e foi mandada construída pelo cirurgião Manoel Constâncio. O “Plano de Desenvolvimento Integrado LOUZA XVIII-XXI , teve a sua primeira apresentação em Novembro último, enquadrada nas comemorações dos 250 anos de obtenção do Diploma de Cirurgião de Manoel Constâncio. No ano 2007,Carlos Sousa e a esposa Alexandra apaixonamse por esta propriedade de 52 hectares e após a sua compra

iniciam um processo de recuperação da Quinta. A fauna e a flora que resistiram durante séculos neste espaço é cuidada com carinho para que não se perca. Num futuro próximo o visitante poderá desfrutar de um turismo vocacionado para a cultura, para a natureza e para a história. Para além de uma área de hospedagem na eira, a aposta passa também pelo turismo ambiental e de aventura, preservação do pinhal manso, da vinha, do pomar, das hortas, espaço para venda de produtos, observação de pássaros, construção de barragem, anel de protecção contra incêndios. É possível confirmar a boa conservação de algum mobili-

ário pertença de Manoel Constâncio, Bocage e da família Solano de Abreu, que por ali também passou. Pode ainda ser apreciado o interior da Capela da Quinta, construída pelo cirurgião, e onde repousam os seus restos mortais. A este propósito, pode ler-se um interessante texto na última edição da revista Zahara. À época Manuel Constâncio ficou conhecido pelo excelente sistema de distribuição de água que instalou na propriedade, ainda visível. Também ali se encontram ainda hoje muitas espécies autóctones, que Carlos Sousa preserva para que no futuro o visitante possa apreciar. Maria João Ricardo

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ABRANTES E TOMAR SÃO OS MAIS AFECTADOS

População do distrito está a diminuir Até ao ano 2030, a população do distrito de Santarém vai diminuir. Estes são dados publicados recentemente num estudo demográfico, encomendado pelo Governo Civil de Santarém. Prevê-se que o distrito de Santarém deverá começar a perder população já a partir de 2010. Em 2030 o nosso distrito deverá ter menos 19 mil habitantes. O problema é mais preocu-pante em concelhos como Abrantes, Tomar e Coruche, onde a perda de habitantes se vai acentuar. Vai agravar-se ainda mais noutros municípios como Mação, Sardoal e Chamusca, que registam mesmo crescimentos negativos. O estudo prevê

que Mação perca 41% da sua população nos primeiros 30 anos deste século e que Abrantes perca 12,6%. Desde 1970, o concelho de Mação viu a sua população reduzir a menos de metade. Esta evolução negativa é também eviden-

te nos municípios de Sardoal, Ferreira do Zêzere, Chamusca e Coruche. Os concelhos de Benavente e do Entroncamento foram os que mais contribuiram para contrariar a tendência da perda de população na região. Juntos garanti-

ram nos últimos 40 anos mais cerca de 28 mil habitantes. Quem mais perdeu no mesmo período foram Abrantes e Mação, cada um com uma quebra superior a 8 mil habitantes. O concelho de Abrantes terá menos cerca de cin-

co mil habitantes em 2030. Continuará a ser a quarta cidade do distrito em número de habitantes, mas em vez dos 39.825 previstos para 2010 contará apenas com 34.941 habitantes em 2030. O prolongamento da esperança de vida alia-

do à baixa da natalidade deverá fazer com que, em 2030, no nosso distrito, vivam mais de 130 mil pessoas com mais de 65 anos e apenas 52 mil crianças e jovens com idade até aos 14 anos. Intitulado “A evolução e prospectiva demográfica no distrito de Santarém. Projecções e análise concelhia 2001/2030”, o estudo, coordenado por Renato Campos, economista, Margarida Oliveira, geógrafa, e César Lourenço, planeador urbano, apresenta uma investigação aprofundada e começa por frisar que o envelhecimento e o declínio populacional são hoje uma das grandes preocupações das sociedades desenvolvidas. Maria João Ricardo


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PELA ARQUEOLOGIA

Mação mais perto do Brasil A assinatura de um protocolo de cooperação com o Estado de Santa Catarina e a Prefeitura de S. José, no Brasil, marcou o dia 11 de Novembro do Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo e do Instituto Terra e Memória, em Mação. A testemunhar o acto, estavam várias personalidades dos dois países e da Itália. A comitiva brasileira esteve em Portugal no âmbito do Projecto “Porto Seguro”, coordenado pelo Museu de Mação e pelo Instituto Politécnico de Tomar. Este projecto promove a construção de uma plataforma permanente de relações, ao nível do património cultural, entre a União Europeia e o Brasil. A assinatura deste protocolo insere-se neste projec-

to e marcou o encerramento do Seminário Internacional “Cadeias Operatórias na Cerâmica Arqueológica: um encontro entre culturas; um encontro entre várias disciplinas” que decorreu em Mação. Segundo Luís Oosterbeek, director do Museu de Mação, “a área da cerâmica pré-histórica está há muito nas preocupações científicas do projecto. Começou a ser preparada há três anos, mas só agora foi colocada no terreno. Este Seminário reuniu durante três dias em Mação um conjunto reduzido de grandes especialistas internacionais não só de arqueologia, mas também de etnografia e artistas. Vamos desenvolver daqui para a frente um conjunto de projectos inovadores não só para o país, mas inclusive para a Europa e

para o Brasil. O protocolo com o Brasil é a consolidação de um projecto muito importante. A estratégia de Mação é criar uma rede mundial. Nós temos vindo, pouco a pouco, a construir

os instrumentos disso. Este é mais um passo no mesmo sentido.” Na ocasião foi inaugurada a Exposição Internacional “Índios Guaranis: um passado revisto pela cerâ-

mica arqueológica”, levada a cabo em Mação por investigadores e técnicos de Portugal e do estado brasileiro de Santa Catarina. Refira-se que vários estudantes do Brasil têm fre-

quentado e frequentam neste momento o Mestrado e Doutoramento de Arqueologia e Arte Pré-Histórica que decorre em Mação, no Instituto Terra e Memória, com o suporte académico do Instituto Politécnico de Tomar e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. No âmbito desta cooperação internacional e na sequência de várias acções entretanto já levadas a cabo no Brasil, foi criado recentemente no Município brasileiro de S. José, do Estado de Santa Catarina, um Instituto Terra e Memória, associado ao de Mação. Em 2010 será criado um outro no Nordeste brasileiro. Trata-se, no fundo, segundo Luís Oosterbeek, de criar pólos “segundo o modelo do Museu de Mação, mas com as respectivas realidades locais.”

Se procura realizar a promessa de

“Ano Novo, Vida Nova”,

então

aqui está a sua oportunidade: O Centro Óptico do Rossio continua a crescer e quer crescer consigo. Se tem experiência na área da Óptica Ocular e Oftálmica. Junte-se à nossa equipa, num projecto ambicioso, de futuro, para gente empreendedora e ambiciosa. Envie a sua candidatura para a morada Rua Almirante Reis, 48, Rossio ao Sul do Tejo, 2205-019 Abrantes ou para info@lentesdecontacto.pt.


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CONSTÂNCIA

Exposições na Biblioteca e Posto de Turismo O Posto de Turismo de Constância tem patente uma exposição de cerâmica em grés, de Miguel Neto. A sua formação de olaria deve-se ao Mestre João e Armindo Reis no Cencal. Em 2002 monta o seu segundo forno de lenha em Alcorochel (Torres Novas) onde trabalha actualmente. Executando uma cerâmica de autor, Miguel Neto defende a autenticidade da obra, experimentação, estudo e pesquisa, para além de uma identidade marcada pela coerência. Utiliza a pasta de grés cozido em forno de lenha, em atmosfera redutora e rodada em torno de oleiro. Na Biblioteca Municipal está patente uma exposição permanente de 18 desenhos, de Álvaro Cunhal,

quando esteve na prisão. Os desenhos são feitos a lápis sobre papel e foram executados entre 1951 e 1959, numa cela da Penitenciária de Lisboa, onde passou oito anos em total isolamento, e no Forte de Peniche, de onde se evadiu em Janeiro de 1960. O povo é a temática destes trabalhos: a luta, o sofrimento, a miséria, o trabalho, mas também a alegria, a festa, a dança, são os ambientes representados. Curiosamente foi o povo camponês o escolhido como personagem central, não havendo qualquer referência ao operariado urbano. Os cenários, não tendo qualquer elemento concreto, real, remetem na sua generalidade para o campo ou para a aldeia. Maria João Ricardo

CÂMARA MUNICIPAL DE SARDOAL EDITAL N.º 38/2009 FERNANDO CONSTANTINO MOLEIRINHO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SARDOAL No uso da competência que me é conferida pelo n.º 2 do artigo 69.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, e em aditamento ao meu despacho de 5 de Novembro do corrente, delego: no Senhor Vereador a Tempo Inteiro, Joaquim Gonçalves Serras, todas as competências próprias que me são atribuídas pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, na sua actual redacção dada pela Lei número 60/2007, de 4 de Setembro, e Subdelego: todas as competências que me foram delegadas em reunião da Câmara Municipal de 3 de Novembro de 2009, no âmbito do supra mencionado diploma legal. Para constar se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de estilo. Paços do Concelho de Sardoal, 11 de Dezembro 2009 O Presidente da Câmara Fernando Constantino Moleirinho

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LUGARES COM HISTÓRIA

Ruínas romanas de Vale do Junco Para encontrar o pouco que hoje ainda está visível do que foi um balneário romano, provavelmente dos séculos III e IV depois de Cristo, basta seguirmos pela estrada que vai de Mouriscas para Ortiga e, à entrada desta última povoação, encontramos uma placa de sinalização que nos indica o estreito caminho que nos leva até às ruínas. Estas encontram-se numa plataforma um pouco inclinada, virada a sul e sobranceira ao Tejo, que ali faz uma curva acentuada. O local é conhecido por Vale do Junco e é um sítio aprazível, pois os romanos sabiam escolher bem os sítios para se fixarem e depois explorarem as terras férteis dos arredores. O que podemos ali ver é uma pequena parte do que foi um balneário: duas construções semicirculares (que talvez tivessem tido arcos, pois eram conhecidas, pelo povo, por “Casa dos Arcos”), restos de canalizações, uns es-

paços rectangulares, restos talvez do que poderiam ter sido os tanque de água quente (caldarium) e água fria (frigidarium) e algumas paredes sólidas com cerca de quarenta centímetros de espessura. Este sítio foi objecto de escavações arqueológicas, nas décadas de quarenta e cinquenta do século XX, orientadas, entre outros, pelos doutores Calado Rodrigues e Bairrão Oleiro. Puseram a descoberto uma área muito maior do que a que hoje é visível e que teria pertencido a uma povoação ou apenas a uma villa rural ( espécie de grande quinta com uma casa senhorial, os seus anexos e uma área de exploração agrícola). Além do balneário, foi também escavada uma necrópole com sepulturas tipo cista (arca rectangular com as paredes forradas de pedra ou tijolo e com cobertura de lousa), onde foram encontrados ossos humanos, restos de cerâmica e de vasos funerários de vidro.

Há muitos anos já que este local não é objecto de qualquer intervenção arqueológica, pelo que o mato e a terra vão invadindo e ocultando cada vez mais as ruínas e o resto da sua história que está ainda por contar. Com a sua fértil imaginação, o povo tentou arranjar uma explicação para o topónimo “Vale do Junco”, e para issoarranjouumainteressante lenda, em que a heroína

é uma moura, personagem que, como é habitual, povoa todasasmarcasdapaisagem que lhe parecem antigas ou estranhas. Nasimediaçõesdasruínas, encontra-se,noterreno,uma pequenadepressãoconhecidaporCovadaMoura.Contase que, certo dia, um aldeão da Ortiga passou por ali com o seu jumento, carregado com dois barris de vinho que foracompraracasadeumse-

nhor muito rico que, naquela altura, vivia próximo do local ondehojeseencontraaestação de caminho de ferro. Quando o homem ia a passar junto da Cova da Moura, o animalcomeçouaagitar-see a dar saltos, de tal modo que os barris que levava sobre o lombo caíram ao chão e o vinho derramou-se no solo. O dono, muito admirado com a atitude do animal, olhou na direcção da Cova

e ficou paralisado de espanto ao ver ali uma figura linda, com os cabelos brilhantes como o sol. Era a moura, que dava o nome ao local e que ali estava sentada sobre uma pedra, a pentear-se. O homemiaparalhefalar,mas nessemesmoinstanteeladesapareceu. Passados uns dias, no sítio onde o vinho se derramara, nasceu um juncal maravilhoso. Os pastores, que por ali passavam arrancavam um junco e chupavam o seu suco junto ao pé e diziam, espantados, que sabia ao vinho ali derramado. A partir de então, o local passou a chamar-se Vale do Junco, nome por que ainda hoje é conhecido.

Bibliografia:PEREIRA, Maria Amélia Horta, “Monumentos Históricos do Concelho de Mação”, C. Municipal de Mação, 1970 A lenda foi-me contada por Maria de Fátima Silva, natural de Ortiga Teresa Aparício

AVISO Maria do Céu de Oliveira Antunes Albuquerque, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, torna público, em cumprimento do disposto no artigo 91º de Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, que a Câmara Municipal, na sua reunião de 14 de Dezembro de 2009, aprovou o seguinte: Em 2010, a Feira de S. Matias, organizada pela Câmara Municipal, terá lugar entre os dias 19 de Fevereiro e 7 de Março, e reger-se-á pelas normas constantes do documento anexo ao Edital nº 102/09, que se encontra afixado nos lugares de estilo, podendo ainda ser consultadas na página do Município, na internet, através do site www.cm-abrantes.pt. O mencionado documento é composto por 14 (catorze) páginas numeradas de 1(um) a 14 (catorze) e 6 (seis) anexos, numerados de I a VI.

o jornal de abrantes on line em www.oribatejo.pt

Paços do Município de Abrantes, 14 de Dezembro de 2009. A Presidente da Câmara Maria do Céu de Oliveira Antunes Albuquerque


11 11/ NTO A J ME C CF ARTA O 00€ AP LUX 120,0 191 DE SS. 1919 4 A l. 919 Te

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jornal abrantes Avenida General Humberto Delgado - Edifício Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes Telefone 241 360 170 · Fax 241 360 179


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CARTAZ

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jornal abrantes FICHA TÉCNICA Director Geral Joaquim Duarte Director Alves Jana alves.jana@jornaldeabrantes.pt Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 E-mail: info@jornaldeabrantes.pt

ABRANTES

“Roupa de domingo” em exposição na Galeria de Artes de Abrantes

Até 30 de Dezembro - Exposição - VII Roupa de Domingo em Portugal - Galeria Municipal de Artes - de terça a sábado das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h30 Até 29 de Janeiro - Exposição sobre Vasco Granja - Vídeos e objectos pessoais - Biblioteca António Botto, das 9h00 às 19h30 Até 30 de Dezembro - Exposição de desenhos de alunos sobre os “20 anos da Convenção dos Direitos da Criança” - Biblioteca António Botto

São vários os “trajes de domingo” que estão em exposição na Galeria de Arte de Abrantes, sob o tema “VII Roupa de Domingo em Portugal”. Estas roupas estão reproduzidas em diferentes expressões artísticas como, moda, fotografia, vídeo, instalação e artes plásticas. É possível apreciar a cultura e a arte brasileira nesta exposição. No Brasil recebeu cerca de 50 mil visitantes. Esta é uma organização, produção e execução da Galeria Central, Brasil, com idealização e curadoria de Danilo Blanco e Fernando Zelman. A coordenadora geral em Portugal é Maria dos Anjos Oliveira. Até 30 de Dezembro pode visitar esta exposição, de terça a sábado das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h30. A Galeria encerra aos domingos, segundas e feriados.

CONSTÂNCIA Redacção Jerónimo Belo Jorge (CP.1907 jeronimo.jorge@antenalivre.pt Maria João Ricardo (CP. 6383) maria.ricardo@jornaldeabrantes.pt André Lopes

Publicidade publicidade@jornaldeabrantes.pt Rita Duarte (directora comercial) rita.duarte@jornaldeabrantes.pt Miguel Ângelo miguel.angelo@jornaldeabrantes.pt Liliana Batista liliana.batista@jornaldeabrantes.pt Impressão Imprejornal, S.A. Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa Editora e proprietária Jortejo, Lda. Apartado 355 2002 SANTARÉM Codex GERÊNCIA Francisco Santos, Ângela Gil, Albertino Antunes

Departamento Financeiro Ângela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Celeste Pereira, Gabriela Alves e João Machado info@lenacomunicacao.pt Departamento de Marketing Patricia Duarte (Direcção), Catarina Fonseca e Catarina Silva. marketing@enacomunicacao.pt Departamento Recursos Humanos Nuno Silva (Direcção) Sónia Vieira drh@lenacomunicacao.pt Departamento Sistemas Informação Tiago Fidalgo (Direcção) Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 501636110 Sócios com mais de 10% de capital Sojormedia 83%

Até 27 de Dezembro - Exposição de Cerâmica de Miguel Neto - Posto de Turismo, das 9h30 às 13h00 e das 14h30 às 17h30 Até 31 de Dezembro - Mostra Biobibliográfica - Escritor do mês - Álvaro Magalhães - Biblioteca Alexandre O - Neill, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h30 DVDTECA à sexta, na Biblioteca Alexandre O Neill, às 15h00: 18 de Dezembro - A Magia no País dos Brinquedos

Biblioteca Municipal Dia 20 de Dezembro - Concentração de Pais Natal no Barquinha Parque, pelas 14 horas Dia 20 de Dezembro - Concerto de Natal, na Igreja Matriz de VNBarquinha, pelas 18h. Organização do Grupo Coral de Tancos, em parceria com a Banda de Música dos Bombeiros da Barquinha

SARDOAL MAÇÃO Até 31 de Dezembro - Exposição - Índios Guaranis: um passado revisto pela cerâmica arqueológica Instituto Terra e Memória

BARQUINHA Até 31 de Dezembro - Mostra Bibliográfica sobre Thomas Mann -

DEZEMBRO2009

Até 30 de Janeiro - Exposição Colectiva de Arte Contemporânea Centro Cultural Gil Vicente, das 16h00 às 18h00 16 de Janeiro – I Mostra de Teatro de Sardoal, Centro Cultural Gil Vicente: As árvores morrem de pé - grupo de teatro Gêtêpêpê de Perafita, às 21h30

TOMAR Até 31 de Dezembro - Exposição de escultura de José Aurélio - Galeria Paços do Concelho, das 12h00 às 17h00

LISBOA

30 de Dezembro - Abraços Desfeitos Millenium, às 21h30: 10 a 16 de Dezembro – “Step Up2” 17 a 30 Dezembro – “Avatar” 31 de Dezembro a 6 de Janeiro – “Planeta 51” Tel: 241 371 299 – 965 526 405

Até 16 de Janeiro - Exposição - 8 Projectos, 8 Autores - Trabalho fotográfico de oito alunos do Instituto Politécnico de Tomar - Arquivo Fotográfico de Lisboa

CONSTÂNCIA

CINEMA

TORRES NOVAS

ABRANTES

Torreshpoing-10a16deDezembro: Sala 1 - Artur e a Vingança de Maltazard VP Sala 2 – “2012” e “Uma Aventura na Casa Assombrada” Sala 3 – “Lua Nova – A saga Twilight” Tel: 249830750

Espalhafitas, Cine Teatro São Pedro, às 21h00: 16 de Dezembro – “Arena” e “Taking Woodstock” 23 de Dezembro - Nunca é tarde demais para amar

Cine Teatro Municipal, às 21h30: 19 de Dezembro – “Fama”


ja

GASTRONOMIA

DEZEMBRO2009

PARA UMA “BOA MARIDAGEM”

Restaurante Almourol, em Tancos conjuga bom vinho e boa comida O Restaurante Almourol, em Tancos, Vila Nova da Barquinha, está a promover um ciclo de jantares enogastronómicos. Com o “intuito de valorizar o vinho e a gastronomia ribatejana”, combina uma ementa seleccionada com um conjunto dos melhores vinhos produzidos na região. Segundo José Ferreira, proprietário do restaurante, estas refeições são “jantares normais durante os quais a comida vai sempre sendo acompanhada com um vinho diferente e com uma explicação”, que

será dada por um produtor de vinhos. Este produtor irá explicar o porquê da associação do vinho com a comida. Estes jantares são destinados aos apreciadores de vinho e de boa comida, mas também visam criar novos públicos, ensinando-os como se pode apreciar de forma diferente um vinho e uma comida associando-os. Durante todo o ciclo irão ocorrer cinco jantares. O próximo será no dia 30 de Janeiro com os vinhos da Quinta da Lagoalva em Alpiarça, seguindo-se a 20 de Fevereiro a Herdade dos Cadouços, da Bemposta,

e a 13 de Março a Quinta do Cavalinho, de Tomar. “Cada uma destas quintas traz sempre a sua variedade de vinhos que foi previamente combinada com a ementa. O que se pretende é conjugar várias ementas com vários vinhos e conseguir um casamento ou uma maridagem.” Os jantares enogastronómicos no Restaurante Almourol custam 20 euros por pessoa e os interessados poderão fazer a sua reserva através do telefone 249720100 ou e-mail restaurante@almourol.com. Milene Alves

ABRANTES VENDO PRÉDIO COM LOJA OU ALUGO LOJA Contacto 217 930 100

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ja

NECROLOGIA

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SANTA MARGARIDA DA COUTADA

Faleceu

Faleceu

Joaquina Rosa Charez

João Alves Amante

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

TRAMAGAL Faleceu

17-06-1926 • 27-11-2009

Jacinta Pereira de Jesus 24-03-1928 • 15-11-2009

07-12-1920 • 22-11-2009

Suas, filhas, genros, netos, bisnetos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

DEZEMBRO2009

Sua esposa, filhas, genros, netos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada. A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

Seu esposo, filho, nora, neta e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada. A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

TRAMAGAL

ROSSIO AO SUL DO TEJO

VALE DE ZEBRINHO - S. FACUNDO

Faleceu

Faleceu

Faleceu

Clemência Moreira

Manuel Costa

Olívia Adelina de Jesus

02-02-1915 • 05-11-2009

01-11-1923 • 17-11-2009

07-08-1929 • 29-11-2009

Seus filhos, nora, genro, netos, bisnetos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

Sua esposa, filha, genro, netos, bisnetos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

Seus filhos, sobrinhos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

MALPIQUE - SANTA MARGARIDA DA COUTADA

TRAMAGAL

CRUCIFIXO - TRAMAGAL

Faleceu

Faleceu

Faleceu

Jorge Damásio Januário Ferreira

Lúcia de Oliveira Rosa

Manuel Lopes Menaia

19-06-1935 • 29-11-2009

31-10-1916 • 01-11-2009

Seus filhos, noras, netas e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

Seus filhos, noras, netos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

TRAMAGAL

CARVALHAL – ABRANTES

24-07-1925 • 08-11-2009

Sua esposa, filhas, genro, netos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada. A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

Rossio ao Sul do Tejo

Faleceu

Diamantina Perpétua 13-02-1924 • 03-11-2009

Seus filhos, noras, netos, bisnetos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada. A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

Armando Salgueiro Teimão N. 12/11/1942

F. 18/11/2009

Agradecimento ABRANTES

Deolinda de Oliveira Sequeira Estrela Lopes Alho AGRADECIMENTO

Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se interessaram pelo seu estado de saúde, que velaram e acompanharam a sua ente querida até à sua última morada.

Sua esposa, filhas e netos, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se interessaram pelo seu estado de saúde durante a sua doença, o velaram ,assistiram à missa de corpo presente e o acompanharam á sua última morada no cemitério de Carvalhal.

António Serafim da Costa N. 29-09-1919 - F. 30-11-2009

AGRADECIMENTO

**** Agradecem também a toda equipa a equipa médica, enfermeiros e auxiliares do Piso 9 Medicina II do Hospital Distrital de Abrantes, da maneira carinhosa como que o trataram durante o seu internamento. A todos o nosso Agradecimento

A Família vem por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua ultima morada


ja

PROFISSÕES LIBERAIS

DEZEMBRO2009

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

C O N S U LTA S ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Alexandra Duarte Serra ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio - Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira NEFROLOGIA Dr. Mário Silva NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

POR

MARCAÇÃO

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE. Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e seis de Novembro de dois mil e nove, exarada de folhas quinze a folhas dezassete, do Livro de Notas para Escrituras Diversas SETENTA E UM-A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores ANTÓNIO ALVES e mulher MARIA JOSÉ, casados no regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia e concelho de Sardoal, residentes na Rua das Casas Louras, número 2, em Cabeça das Mós, Sardoal DECLARARAM que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, sito em Bordelhos, na freguesia e concelho de Sardoal, composto de cultura arvense, citrinos, olival, construção rural, mato e pinhal, com a área de quatro mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Andresa Marques Alves, de Sul com Jesuíno Alves, de Nascente com caminho e de Poente com herdeiros de António Pires Fernandes, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 266 da Secção AC. Que o prédio ora justificado está inscrito na matriz em nome dele justificante marido e que são possuidores do mesmo desde pelo menos mil novecentos e sessenta e três, o qual veio à sua posse por doação meramente verbal, de seus pais e sogros FRANCISCO ALVES e AURORA DE JESUS, casados que foram no regime da comunhão geral de bens, residentes em Cabeça das Mós, Sardoal. Que, eles justificantes, se encontram na posse do referido prédio desde a referida data, há mais de quarenta anos portanto, usufruindo de todas as utilidades pelo mesmo proporcionadas, limpando as árvores e os matos, apanhando a azeitona e colhendo os frutos, cortando a madeira, pagando os respectivos impostos, com ânimo de quem exerce um direito de propriedade próprio e legítimo, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, de modo pacífico, contínuo e público, sendo reconhecidos por toda a gente como seus donos, pelo que se pode afirmar que adquiriram o identificado prédio por usucapião, título este que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. Abrantes, 26 de Novembro de 2009. A Notária (Sónia Maria Alcaravela Onofre) (em Jornal de Abrantes, edição de Dezembro 2009)

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