JA - set. 2010

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SETEMBRO2010 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt

de

jornal abrantes Director ALVES JANA - MENSAL - Nº 5476 - ANO 111 - GRATUITO

AGRICULTURA

Associação de Agricultores em processo de fusão Agricultores de Abrantes e Chamusca querem ganhar escala e peso político. página 5

REGIÃO

Loja do Cidadão inaugurada na Barquinha Loja da “segunda geração” já está ao serviço do Médio Tejo. página 5

Sardoal em festa a construir o futuro páginas 9 a 16

NATUREZA

Falsas borboletas dão espectáculo de vida São efémeras, de nome e de vida, fizeram a habitual aparição em Abrantes. página 17

ENTREVISTA

José-Alberto Marques, professor e poeta Professor reformado, poeta, ficcionista. Tem 70 anos e vive há 40 em Abrantes. página 3

O Sardoal está a festejar os 479 anos da Carta Régia de D. João III, pela qual foi elevado à categoria de vila. Celebrar o passado é sobretudo reforçar a identidade e, assim, tomar balanço para o futuro. Entre 22 e 26 de Setembro, há um conjunto de iniciativas que trabalham por dentro a vida que os “lagartos” do Sardoal querem partilhar com quem os visita. A começar nas festas, é claro. E quem aceitar o convite e souber aproveitar a oportunidade, vai levar que contar.


2 abertura

SETEMBRO2010

SUGESTÕES

FOTO DO MÊS de

jornal abrantes FICHA TÉCNICA Director Geral Joaquim Duarte

Director Alves Jana (TE.756) alves.jana@lenacomunicacao.pt

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 E-mail: info@lenacomunicacao.pt

Redacção

NUNO BRAGANÇA

Jerónimo Belo Jorge (CP.1907 jeronimo.jorge@lenacomunicacao.pt

IDADE 31 anos

Joana Margarida Carvalho

RESIDÊNCIA Carvoeiro - Mação

joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

André Lopes

PROFISSÃO Engenheiro AgroPecuário

Publicidade Rita Duarte (directora comercial) rita.duarte@lenacomunicacao.pt

Miguel Ângelo miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

CARGO Engenheiro Agro-Pecuário e Presidente da Junta

Abrantes é uma senhora desleixada. Comprou um fato novo, mas veste-o cheio de nódoas, rasgões, remendos…

UMA POVOAÇÃO Frei-João, freg. Carvoeiro

Andreia P. Almeida andreia.almeida@lenacomunicacao.pt

Design gráfico e paginação

UM CAFÉ Café Central, Carvoeiro

INQUÉRITO

António Vieira

Impressão Imprejornal, S.A. Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa

Qual foi a sua melhor experiência este Verão?

UM BAR Casa do Serro (Albufeira) UM PETISCO Caracóis, salada de orelha, presunto, queijo

Editora e proprietária Jortejo, Lda. Apartado 355 2002 SANTARÉM Codex

UM RESTAURANTE Ponte Velha (Sertã)

GERÊNCIA

PRATO PREFERIDO Arroz de marisco

Francisco Santos, Ângela Gil, Albertino Antunes

Departamento Financeiro Ângela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Celeste Pereira, Gabriela Alves e João Machado info@lenacomunicacao.pt

André Pinto

Alice Batista

Francisco Lopes

Delfina Marinho

Abrantes

Rio de Moinhos

Pego

Pego

A minha melhor experiência, senão a única, foi ter ido ao festival Bons Sons em Sem Soldos [Tomar]. Correu muito bem, gostei da música e do ambiente. Foi uma noite bem passada.

Fui passar uma semana de férias a Monte Gordo e no último dia visitei o Aqua Show Park. Foi uma óptima experiência que recomendo vivamente. Valeu a pena a viagem.

Foi apreciar alguns mercados, os mercados semanais, onde se compreende que não há directivas da União Europeu, porque tudo se vende na rua. Foi interessante perceber que estas actividades não se realizam em espaços próprios, fazem-se nas ruas do centro da cidade.

Como passei o ano todo a trabalhar, foi importante ter um tempo para a família. Desfrutar de tempo livre só para mim, e também, passar algum tempo com os amigos mais chegados.

Marketing Patricia Duarte (Direcção), Catarina Fonseca e Catarina Silva. marketing@enacomunicacao.pt

Recursos Humanos Nuno Silva (Direcção) Sónia Vieira drh@lenacomunicacao.pt

Sistemas Informação Tiago Fidalgo (Direcção) Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 501636110

Sócios com mais de 10% de capital Sojormedia 83%

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UM LUGAR PARA PASSEAR Península de Setúbal - Arrábida UM RECANTO PARA DESCOBRIR Concelho de Mação UM DISCO Mutter - Rammstein UM FILME Avatar UMA VIAGEM Porto Santo, Picos da Europa UM LEMA DE VIDA Keep Cool, ne stress pas.

EDITORIAL

ALVES JANA

Tão InFelizes, coitados ... 1. Palácios de excelência, em ilhas de qualidade, num oceano de mediocridade. Assim é Portugal. Nos palácios vive-se excelentemente. Nas ilhas, fora dos palácios, vive-se com bastante qualidade. No resto oceânico a vida é medíocre, ou mesmo má. Basta andar por aí, para ver como destes vários modos se vive em Portugal. Para melhorar a vida, sobretudo no

espaço oceânico de mediocridade, a solução é melhorar a qualidade, a começar na eficácia e na eficiência. 2. Um estudo da Newsweek revelou que, mesmo assim, Portugal encontra-se na 27ª posição na lista dos melhores países do mundo para viver. O que mais nos importa talvez seja a vida nos 26 antes de nós. Mas, no mínimo, a 27ª posição não se pode con-

siderar a desgraça. Talvez o seja no espaço da nossa mediocridade. 3. Mas a revista Forbes diz que estamos na 70ª posição quanto ao grau de satisfação pela vida que levamos. De 27ª posição objectiva para 70ª subjectiva é quase um salto mortal. E o Índice Mundial de Felicidade é ainda mais terrível: em 2009 estávamos na 98ª posição. Vi-

vemos bem, mas somos infelizes. De que sofremos nós, afinal? Donde vem este sofrimento? Enquanto não soubermos, somos apenas vítimas, incapazes até de procurar solução. 4. Por aqui passa um dos problemas fundamentais da nossa vida: a qualidade percebida é muito inferior à qua-

lidade de facto da vida que vivemos. 5. Afinal, que podemos fazer para vivermos mais satisfeitos com aquilo que temos, mas sem perder energia para trabalharmos para aquilo que queremos?


à conversa

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JOSÉ-ALBERTO MARQUES

“Considero-me sobretudo um poeta” ALVES JANA

JOSÉ-ALBERTO MARQUES Nascimento: 1939 Covilhã: 1964 Abrantes: 1969

Vive em Abrantes há 40 anos e vai fazer 71 de idade em Outubro. Nasceu em Torres Novas (1939), passava férias na aldeia de Santos, Mação, e formou-se em História por Lisboa. Professor de profissão, poeta desde o movimento da “poesia experimental”, ficcionista já chamado “o James Joyce português”, performer reconhecido. Autor do primeiro poema concreto publicado em Portugal em 1958. Foi o convidado para abrir o Festival de Poesia de Belo Horizonte, Brasil, no ano passado. Enfim, um homem com lugar cativo na literatura portuguesa.

Professor, poeta, ficcionista, performer. Qual a ordem pessoal de importância? Pela ordem do meu prazer. Considero-me sobretudo um poeta, desde o movimento da Poesia Experimental. Depois, ficcionista. Tenho poucos livros de ficção, mas é onde os críticos mais costumam pegar. Professor. Eu não seria a mesma pessoa, e o mesmo escritor, se não tivesse sido professor, se não tivesse de fazer o esforço de tornar simples para os alunos o que para mim próprio complexificava. E depois performer. Donde nasceu esse primeiro poema concreto publicado em Portugal em 1958? Tive sorte. Aos 16 anos fiquei doente e fui obrigado a ficar um ano em casa. Decidi então que queria se hipnotizador, e comecei a escrever para as embaixadas à procura de grandes hipnotizadores. Nos materiais que me enviaram da embaixada do Brasil tomei contacto com o movimento da poesia concreta, que nasceu no Brasil com Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Décio Pignatari e outros. Mais tarde, no Clube de Torres Novas vi um número do Paris Match com um traba-

deixar na cidade florida um texto escrito em flores, por exemplo do livro Zara, que é sobre Abrantes. Talvez no Outeiro de S. Pedro. Ficava bem aí, não ficava?

Alguma outra obra A Face do Tempo, 1964 Aprendizagem do Corpo, 1983 A Gramática a Rimar, 1989 Loendro, 1991 Zara, 1995 Padrões, 1999 I’man, 2009

lho sobre esse mesmo movimento e já estava preparado para lhe prestar atenção. Esse poema é fruto de tudo isso. Donde veio o despertar para a escrita? Lembro-me de, em criança, gostar muito da banda desenhada do Cavaleiro Andante. Quando os meus colegas liam Enid Blyton, já eu preferia A Selva, de Ferreira de Castro. Quando Vergílio Ferreira publicou Aparição [1959], modificou-me completamente. Escrevia para um suplemento cultural de um jornal de Torres Novas. Fiz parte da primeira direcção do Cine Clube de Torres Novas, o que significa que me movimentava nesse meio. Terá resultado de tudo isto. Porquê Abrantes? Por acaso. Ia de comboio para a Covilhã, onde dava aulas. Quando o comboio parou em Abrantes, saí para ir beber um café e o comboio foi-se. Peguei num táxi, subi à cidade e fui ao Ciclo Preparatório [então no Convento de S. Domingos]. Pedi

para falar com o director, o Victor Marques, e perguntei se não tinha um lugar de professor para mim, porque ficava bem mais perto de Torres Novas. Estava lá também o Ferraz Diogo, que tinha publicado um livro que eu conhecia, e começámos a falar de literatura. O director propôs-me um horário de francês e eu aceitei. Foi assim. Quais os momentos mais marcantes do percurso de escritor? Sem dúvida que o momento alto foi, no ano passado, a minha participação no Festival de Poesia de Belo Horizonte, uma espécie de sonho de uma vida. Fui convidado para abrir o festival. Era o único português, entre poetas de toda a América do Sul. Além de performances e sessões de poesia, houve sessões em universidades, entrevistas, enfim, um pouco de tudo. Qual o método de trabalho? Muita leitura, mesmo muita. Por volta das cinco da tarde, lancho qualquer coisa e ponho-me ao trabalho até ao jantar. Depois, volto

ao trabalho até… até apetecer. Sou um homem da noite. Gosto muito de ler em voz alta. [Tem, aliás, uma leitura notável.] Depois de escrever um texto, leio-o em voz alta e corrijo-o. Quais as três obras suas que destacaria? Hiperlíricas (2004), que considero o meu melhor livro de poesia, Sala Hipóstila (1973), de ficção, e O Elefante de Setrai (1977), um livro que saiu com alguns erros e que gostaria de reeditar. Projectos? Publicar. Tenho dois livros numa editora para análise, um de poemas e um romance. Estou a escrever um livro, Sítio da Memória, de pequenas histórias auto-biográficas, e um livro de poemas, De Lume, que nunca publicarei, para dar trabalho a quem cá ficar [risos], e ainda um outro que espero publicar. Além disso, quero arrumar os meus papéis, queria criar um blogue e gostava de fazer uma coisa que ficasse como rasto da minha passagem por Abrantes,

Abrantes, há 40 anos. Isso ajudou ou dificultou a carreira literária? Desde há 40 anos, que eu saiba, ainda não surgiu aqui o que se chama um escritor. Há poesia popular, mas não mais que isso. Foi pena a morte do Augusto Mendes, ele ia a todo o lado. Eu já teria feito muito mais coisas. A “arca” de José-Alberto Marques vai ter surpresas para nos dar? É capaz de ter [risos]. Peças de teatro, textos para crianças, livros de poemas… coisas já feitas. Além daquilo em que, como disse, estou a trabalhar. Qual deverá ser o destino dos papéis que ficarem? Não sei ainda. Gostava que ficassem em Abrantes, mas era preciso garantirem que eles teriam tratamento por um profissional qualificado, por exemplo um crítico literário. Na Biblioteca Nacional têm esse tipo de tratamento. Ainda não sei.

José-Alberto Marques foi destaque num jornal de Belo Horizonte, Brasil.

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4 actualidade

SETEMBRO2010

MAÇÃO

Encontro de ZIF´s debate futuro da floresta Abrantinos já provam produtos hortícolas Arrancou no dia 10 o programa PROVE, dinamizado pela Tagus (Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior). Os primeiros cabazes foram entregues no dia 10 de Setembro, sexta-feira, entre as 17 e as 20 horas, o horário em que todas as semanas os produtores vão disponibilizar os cabazes aos consumidores. Nesta primeira fase do PROVE, a Tagus registou cerca de três dezenas de inscritos que puderam seleccionar os produtos hortícolas que pretendem receber semanalmente de produtores locais. Estes cabazes serão compostos por legumes e tubérculos que sirvam de base para sopa, vegetais para saladas e duas ou três variedades de legu-

mes, fruta ou ervas aromáticas. Os abrantinos que queiram receber estes cabazes poderão inscrever-se em qualquer fase do projecto desde que as encomendas sejam feitas até dois dias antes da distribuição semanal realizada à sexta-feira. Para fazer a encomenda basta aceder ao portal www.prove.com.pt e preencher as fichas de cliente e de encomenda, onde pode assinalar os produtos que não deseja receber, de uma lista de 60 que estão disponíveis no site. O local escolhido para a distribuição dos cabazes foi o antigo quartel dos Bombeiros de Abrantes porque tem espaço e a sua requalificação ainda vai demorar algum tempo, segundo o JA conseguiu apurar.

A figura da ZIF – Zona de Intervenção Florestal foi criada em 2005 e actualmente existem 127. Representantes das “entidades gestoras” de 107 estiveram presentes no 1º Encontro Nacional de Entidades Gestoras de ZIF, no passado dia 31 de Agosto, no Mação. O Encontro foi organizado pela AFLOMAÇÃO – Associação Florestal do Concelho de Mação, criada em 2005 e gestora de 5 ZIF’s no concelho.

Este Encontro Nacional de ZIF’s, portanto bem representativo do sector, foi a oportunidade para “partilhar experiências, dificuldades e mais importante, elaborar um documento com as conclusões a enviar às entidades com interesse na temática florestal”. Entre as conclusões aprovadas, encontra-se a reivindicação ao Estado, das seguintes medidas: garantir a continuidade do Fundo Florestal Permanente, actualmente suspenso, para apoio à constituição e funcionamento das ZIF’s; criar medidas que viabilizem os investimentos florestais e instrumentos financeiros que permitam contornar a descapitalização dos proprietários florestais; criar um observatório de acompanhamento das ZIF’s e promover a execução do cadastro simplificado. As Entidades Gestoras de ZIF terminam afirmando que “A consti-

tuição das ZIF marca, apenas, o início de uma longa e profunda alteração na forma de uso e gestão do território e não um fim por si” e, por isso, “urge continuar o trabalho desenvolvido e encontrar, rapidamente, formas de ultrapassar os actuais constrangimentos” com que estão a dificultar o bom andamento do processo. No final deste Verão, em que os incêndios vieram, mais uma vez, alertar para o mau estado das nossas florestas, este Encontro Nacional pode ser uma das portas de saída para o problema que todos reconhecem mas que tarda a dar passos para um futuro diferente.

O que é uma ZIF? “Uma ZIF é uma área florestal contínua, que pertence a vários proprietários que se organizam para procederem à gestão e defesa comuns do seu património florestal, apoiados por uma entidade gestora única com capacidade técnica adequada e dotada de um centro de custos.” A constituição de uma ZIF visa “introduzir escala e profissionalização na acção do ordenamento e da gestão florestal, em zonas onde a dimensão da propriedade só o permite através da organização dos proprietários florestais em torno da gestão e defesa comuns do património individual”.

ABRANTES

SMA têm novas instalações Concentradas no lote 65 do Parque Industrial de Abrantes (zona norte), as novas instalações dos Serviços Municipalizados podem agora prestar um melhor serviço aos seus clientes. O novo edifício é constituído por dois pisos. Um com zona de atendimento, serviços administrativos, serviços técnicos, chefias e administração; outro com zonas técnicas e serviços de apoio. Segundo Pina da Costa, presidente do Conselho de Administração, o investimento nesta nova sede dos SMA foi de 970 mil euros. Pina da Costa disse ainda ao JA que “este novo espaço é o concretizar de um sonho e ao mesmo tempo um desafio para a nossa capacidade de resposta aos nossos utentes. No fundo, é uma etapa vencida para os serviços municipalizados”.

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Relativamente ao antigo espaço dos SMA, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes referiu que uma parte “é destinada para a Administração Regional Hidrográfica do Tejo e a outra para a Universidade da Terceira Idade de Abrantes. Vamos trabalhar rapidamente para

que ambas as instituições se possam instalar nos edifícios”. As facturas da água e ambiente podem ser pagas na Tesouraria da Câmara Municipal, para além de na nova sede dos SMA, bem como por transferência bancária, multibanco, nos CTT ou através dos sistemas payshop ou megarede.


actualidade 5

SETEMBRO2010

BARQUINHA

Nova Loja do Cidadão serve o Médio Tejo

ABRANTES E CHAMUSCA

Associações de Agricultores em processo de fusão As Associações de Agricultores de Abrantes e da Chamusca estão a preparar um processo de fusão, com vista ao ganho de “escala e peso político e económico”. Fundadas em 1985 e 1989, respetivamente, a Associação de Agricultores dos concelhos de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação e a Associação dos Agricultores de Charneca (que engloba os municípios de Chamusca, Almeirim e Alpiarça) representam cerca de seis centenas de agricultores e uma área de 100 mil hectares de terrenos agrícolas e florestais. Desta forma passa a apresentar um peso negocial muito grande, o que dá garantia de ganhos de eficiência, de produção e de certificação que permitirá negociar com rendimento de escala para os agricultores associados, sublinhou. Luís Damas, da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, explicou que este é um processo “importante”, visando a melhoria económica dos associados, através da “optimização dos recursos”. Segundo disse ao nosso jornal, o processo iniciou-se agora e deverá estar concluído no próximo ano, se os associados assim o pretenderem. A fusão das duas entidades, através da criação de uma nova associação, que é a proposta mais viável, vai ter de ser ratificado em assembleia geral. O objectivo é simples: “ganhar escala, dimensão, peso político e económico, além de outras complementaridades que, de parte a parte, se podem majorar”. A completar os 25 anos de existência, a associação de Abrantes pode assim passar as suas actividades para a nova estrutura, tanto mais que, segundo o dirigente, há muitos

acordos que foram conseguidos ao longo dos anos para os agricultores desta região que não vão ficar perdidos. Segundo Luís Damas, a fusão das associações é importante em termos de “racionalização de meios técnicos e humanos”, num processo em que as duas entidades, uma mais especializada na parte florestal e outra no setor agrícola, “não perdem identidade, antes assumem um perfil polivalente e pluridisciplinar”. Luís Damas acrescenta que há questões que ainda não estão em cima da mesa mas admite que a sede da nova estrutura não fique em Abrantes ou Chamusca, onde se situam actualmente as sedes das associações. “A sede da nova estrutura pode ficar sedeada em Constância, por exemplo” mas, adiantou ainda, “a ideia é manter dois pólos, um em Abrantes e um outro em Chamusca”. Luís Damas adiantou também que neste processo de fusão poderá vir a acolher os concelhos de Tomar e Vila Nova da Barquinha, municípios hoje “sem expressão associativa de relevo” e também sem estrutura associativa dos agricultores. Uma das áreas de trabalho, considerada como ponto de partida passará, por exemplo, por novos desafios e novos projectos, pelo ordenamento e planeamento florestal, a defesa da floresta contra incêndios, a certificação florestal e a aposta no bem estar ambiental e animal. As duas associações juntas aumentam consideravelmente as potencialidades do trabalho já desenvolvido. Resta agora que os associados de ambas as estruturas validem as propostas das direcções das duas associações vigentes.

A loja do cidadão “de segunda geração” inaugurada na passada semana em Vila Nova da Barquinha é a primeira que vai servir o espaço territorial do Médio Tejo. Trata-se de um investimento de 600 mil euros para uma população de duzentas e vinte mil pessoas. Este serviço está presente no centro histórico da vila. Nesta infra-estrutura vão estar balcões especializados de serviços públicos como a Segurança Social e o Instituto dos Registos e do Notariado, para além de um Balcão Multi-serviços (BMS), com os serviços da administração central e munici-

pal. Com uma só senha, o cidadão pode, por exemplo alterar a morada do seu cartão de cidadão, substituir a sua carta de condução ou fazer uma reclamação junto da Direcção-Geral do Consumidor. Miguel Pombeiro, presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, explicou ao JA que “estávamos a trabalhar neste projecto desde 2007, uma vez que consideramos que esta loja do cidadão representa um patamar superior de relação quer com o cidadão, quer com as empresas. É de facto uma marca confiança na nossa região”. Joana Margarida Carvalho

Jerónimo Belo Jorge

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6 economia

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ABRANTES

Inquérito aos empresários velhas que são o ponto de equilíbrio e que não podem ser postas de parte porque são velhas. É necessário olhar para trás e ter em conta hábitos e valores que nos dias de hoje estão um pouco esquecidos.

JOANA MARGARIDA CARVALHO

Na última edição do JA fomos conhecer o que tem de melhor ser empresário. Este mês, os mesmos empresários respondem a uma nova questão.

Que conselho dá a quem está a começar a construir uma empresa?

Alfredo Lopes – Profiforma

António Gonçalves - Click Viagens

Carlos Sousa - STI

Deverá ter atenção porque o mercado não está fácil. Se não se vê com condições suficientes para poder avançar, é preferível estar sossegado, pois se avançar vai estragar o mercado de outros empresários que trabalham no mesmo sector. O não ter resultados no seu projecto, enquanto empresa, poderá ter como consequência uma frustração grande em termos pessoais e profissionais.

Deverá ter um conhecimento muito exacto do plano de negócio, ou seja, saber o que quer e saber como vai fazer. Também, deve estudar muito bem o mercado e perceber como funciona o quadro legal onde se move a empresa e o empresário. Há que ser extremamente frio na forma como encara o seu percurso empresarial.

João Nogueira - JN Materiais Construção

Delfina Baptista - Reciclagem de Sucatas Abrantina

É fundamental, a pessoa ter um espírito próprio empreendedor, não ter medo. É preciso pensar bem aquilo que se faz, planear muito bem, não se lançar às propostas de qualquer forma e estudar bem o mercado onde está a apostar.

João Garrafão - Allianz

Muita motivação e acima de tudo muita dedicação à empresa em que está a apostar.

O mais importante é saber o que se quer fazer e onde se quer fazer. É necessário fazer um estudo ao mercado, saber se há ou não muita concorrência na área pretendida. Deverá ter um sentido de organização e gestão muito apurado. Também tem de saber comprar, ter uma política eficaz de venda e ter um produto apelativo. O amor e gosto por aquilo que se faz é, sem dúvida, o mais importante.

O primeiro investimento do novo empresário é nele como pessoa. Se ele for uma boa pessoa terá um bom desempenho como empresário. É importante uma boa relação com os outros, uma relação de confiança, de interacção e parceria com outras entidades. Ser uma pessoa humilde, para saber ouvir. Ouvir as experiências das pessoas mais

Claudino Costa – Abranfrio

Nesta altura de crise, o novo empresário deverá esperar. Aguardar para ver se a nossa economia melhora. Pensar, em primeiro lugar, no projecto consistente que quer levar em frente.

Vítor Esteves -Medicina Higiene e Segurança no Trabalho – Grupo Medisigma

Ser inovador, não copiar e não enveredar por aquilo que é óbvio. Ser inovador para que possa oferecer o melhor aos possíveis consumidores. O maior desafio é ser inovador.

NA PALMA DA MÃO

Um sonho tornado vida em Alferrarede Chama-se Academia Palma da Mão e é o novo centro de explicações e ATL de Abrantes, localizado na Urbanização dos Plátanos, em Alferrarede.

Andreia Costa e Sandra Salgueiro são as empresárias deste projecto que nasceu há um ano atrás, aquando estavam a tirar um curso de empreendedorismo promovido pela Tagus Valley. Ambas as jovens são naturais de Sardoal e desde muito cedo desejaram poder vir a trabalhar com crianças. O sonho foi realizado… Esta segundafeira, dia 13 de Setembro, é o dia de

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abertura da Academia que aposta algumas valências para fazer a diferença em relação aos demais centros espalhados pelo concelho. Antes de mais, o transporte das crianças, pois vão buscá-las á escola. Depois, a junção de ATL com centro de explicações pois, segundo Andreia Costa, “não há este serviço conjunto em Abrantes. Além disso, as actividades diárias pensadas para o ATL também são uma inovação”: o treino de competências sociais, o ateliê de comunicação, a expressão dramática, as artes plásticas, a educação sexual, a educação alimen-

tar e o ateliê de vida rural. O serviço de explicações será garantido por docentes qualificados e vai já começar com o inglês. Segundo as jovens empresárias, “a Academia consegue abarcar nas suas instalações vinte crianças e é destinado a aos alunos do 1º ao 3º ciclo”, com as explicações a poderem ir até ao 12º ano.. O nome escolhido, Palma da Mão, segundo Andreia Costa, surge porque “tudo cabe na palma da mão, desde o conhecimento, o divertimento, a brincadeira, o lazer e a aprendizagem”.


mação 7

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ORTIGA

Parque de campismo conta com dois tepees

O Parque de Campismo de Ortiga conta agora com uma novidade, chamam-se tepees, e são bungallows mais pequenos. Cada uma destas estruturas tem capacidade para duas pessoas, com duas camas individuais, uma mesa-de-cabeceira, zona de arrumação e electricidade. São uma nova oferta de conforto para quem escolhe Ortiga para descansar e passar uma férias. Vasco Estrela, vice-presidente da Câmara

Municipal de Mação, disse ao JA que “estas duas estruturas pretendem responder ao crescente número de campistas que têm procurado o Parque de Campismo de Ortiga” e acrescentou “que a Câmara Municipal vai continuar a fazer apostas no parque de campismo, bem como na divulgação turística da zona”. Para contactar o Parque de Campismo de Ortiga pode fazê-lo através do telefone 241 573 464.

MAÇÃO

X Encontro de bandas O município de Mação é o palco do X Encontro de Bandas Civis de Mação, no próximo dia 19 de Setembro. “Jardins de Verão” é o tema principal desta edição do encontro de bandas filarmónicas, “em homenagem ao Jardim Municipal”. A Associação Filarmónica União Maçaense une-se à Câmara Municipal de Mação para proporcionar à população um espectáculo com duas bandas convidadas, a Ban-

da de Alhadas de Baixo, da Figueira da Foz, e a Banda de Mira de Aire, para além da organizadora. A iniciativa terá início às 15 horas em vários pontos de Mação. Às 15h30, inicia-se em frente da Câmara Municipal a recepção de boas vindas onde as bandas apresentam os respectivos hinos. Seguese um desfile musical até ao jardim, para o concerto final. Liliana Wah

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NAQUELE TEMPO

O Tejo, casamento e divórcio ALVES JANA

Manuel Dias nasceu em Abrantes em 1930, vai fazer portanto 80 anos em breve. É uma das pessoas que pode falar com experiência própria do modo de passar o Verão naquele tempo.

Eu tinha um grupinho, éramos aí uns cinco, que durante anos seguidos, trabalhávamos aqui no cabeço e íamos diariamente para o Tejo. Acabávamos o trabalho, juntávamonos do Outeiro de S. Pedro e num minuto púnhamo-nos Tejo, porque descíamos aquelas barreiras a correr. Nós tínhamos um barco, que tínhamos comprado por duzentos escudos, ainda me lembro. Fartávamo-nos de remar. Fazíamos competições a ver quem demorava menos tempo a ir de barco ao outro

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lado. Levávamos umas conservas, com 17 ou 18 anos já bebia copos, apanhávamos lá uma bebedeira ou outra, e dormíamos debaixo dos salgueiros ou, se estava mais fresco da madrugada, numa barraca em pano que, por acaso fui eu que fiz. Era na foz da Ribeira de Coalhos, onde havia muitas sombras. Todos os dias, durante 4 ou 5 meses. Jantávamos e dormíamos lá. Aquilo era um gozo. O Tejo entre pontes não era lá muito apetecível, porque a margem norte, a das Barreiras do Tejo, era horrível, cheia de canas, de lixo e de pedras. Do outro lado era melhor, mais limpa, mas era onde as fragatas iam carregar a cortiça, aí pelos meus 12 anos. É preciso falarmos do que era Abrantes e Tejo há 60 e há 70 anos, portanto na década de 40-50. Abrantes era,

como o país, uma sociedade rural, o que só se veio a mudar na segunda metade do século. O Verão pedia água e a água era ali, no Tejo. Ainda não havia [para nós] a Nazaré, e muito menos o Algarve. Então, aos domingos, que então não havia sábados [livres], na zona da ponte ferroviária, juntavam-se centenas de pessoas. Iam da cidade, da Chainça, a pé, com um cesto com o almoço e uma manta de trapos para pôr no chão, e passavam ali o dia.

E os jovens, como eu, aí com os meus 14, 16 ou 17 anos, éramos muito atraídos pelo rio. Mas houve um ano em que o Tejo, no período de um mês, matou lá três. Um deles vi eu morrer, era uma criança de 11 anos, da Chainça.. Ainda começámos a correr para ver se o agarrávamos, mas correr com água pelo joelho é muito difícil, e quando lá chagámos o miúdo já não tinha hipótese, já estava no fundo. Depois, morreu um soldado. E morreu outro, que já não recordo

quem foi. E uma vez, à noite, nós dissemos: - Temos que ir embora daqui, se não um dia morre um de nós. Então, fomos falar com a D. Maria Amélia, da Quinta de Vale de Robão, pedir para irmos acampar lá. Na altura era uma quinta cuidada, com árvores, uns tanques… - Nós somos amigos, costumamos ir para o Tejo, mas morrem lá muito. Se nos deixasse vir para aqui acampar lá em baixo ao pé dos tanques. Nós não estragamos nada, até limpamos aquilo… Ela disse que sim: - Podem vir, e passámos a ir para lá. Então, uma parte das famílias, sobretudo aqui da cidade, começaram a ir também para o Vale de Robão, e começaram a armar as tendas, que também as tinham, no sítio dos eucaliptos que tinham já um certo porte e havia boas sombras. Chegámos

lá a juntar umas 12 ou 15 tendas, portanto 12 ou 15 famílias. Éramos já umas dezenas de pessoas, porque as famílias não eram como as de hoje, havia lá uma que tinha 12 filhos, eram os Caixinhas. À noite, conversávamos muito. Houve uma vez em que até fizemos um baile dentro de água, num tanque. O Tejo esqueceu, houve um divórcio do Tejo. Nós gostávamos muito do rio, mas começámos a odiar o Tejo. E depois andou dezenas de anos um divórcio entre a cidade e o rio. Quem tem os anos que eu tenho, assistiu a já muita coisa nesta terra e neste rio. O rio, no meu tempo, no Verão, era um rio de sólidos. Hoje, ir ao rio, dar ali uma volta, especialmente à noite, com aquele mar de água, as luzes da cidade reflectidas na água, é um encanto.


especial sardoal

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Como tudo começou… Antes do 25 de Abril de 1974, a personalidade própria de cada Concelho e das suas gentes estava diluída em parolos slogans de amor à pátria e as diferenças culturais faziam tremer os tenebrosos Salazar e Caetano. Com a Revolução dos Cravos tudo mudou e a instauração do Poder Local democrático abriu as portas às celebrações importantes para o povo. No Sardoal, o primeiro “Dia do Concelho”, festejando a elevação do lugar de Sardoal à categoria de Vila, em 1531, foi levado a efeito entre 16 e 20 de Setembro de 1977. Uma pequena confusão histórica, logo rectificada no ano seguinte, levou a que essa primeira comemoração fosse a 20 e não a 22 de Setembro, esta sim, a data correcta da Carta Régia assinada por D. João III, conferindo tal distinção. Este foi o embrião das festas e a partir daí, o “Dia do Concelho” nunca mais deixou de ser celebrado pelo Município. Em 1986, o GETAS (uma associação sóciocultural) promoveu, na Praça Nova, uma iniciativa a que chamou “Semana Cultural”. Durante sete dias, entre 13 e 19 de Setembro, apresentou um programa variado, que ia desde um Festival de Arroz Doce até à projecção ao ar livre de filmes e diaporamas, passando pela música popular, teatro, folclore, filarmónicas e dança. Esta iniciativa que registou enorme impacto público, foi justificada como sendo uma alternativa ao mercantilismo das designadas “festas de Verão” e a tentativa de preenchimento do vazio deixado pelo fim dos grandiosos festejos em honra de Santa Maria da Caridade, organizados pela Misericórdia, no Cimo do Convento. Finda esta “Semana Cultural”, a edilidade levou a efeito a celebração do Dia do Concelho, até 22. As infra-estruturas montadas no local serviram aos dois eventos. No ano seguinte, 1987, por proposta da então Presidente da Câmara, Francelina Chambel, as duas entidades juntaram-se. Pretendia-se, assim, rentabilizar esforços, recursos e capacidades. Foi então formada uma Comissão (três membros da autarquia e dois do GETAS) e, pela primeira vez, surgiu o conceito “Festas do Concelho”, embora com a sub-designação “2.ª Semana Cultural”. Pouco a pouco o certame foi evoluindo e integrando novas ofertas: artesanato, concursos, feira do livro, gastronomia, etc. A parceria Município/ GETAS durou até 1992. Em 93 as Festas foram assumidas integralmente pela Câmara Municipal devido a uma quebra de actividade do grupo, que, mesmo assim, continuou muito ligado à sua “alma e coração”. Hoje, as Festas do Concelho são um factor essencial de dinamização económica, social e cultural do Sardoal, das suas associações e dos seus agentes individuais e colectivos. Uma montra privilegiada para a divulgação das suas belezas e potencialidades. As festas põem o Sardoal a “mexer”!...

Sardoal em Festa

a construir o futuro

Mário Jorge Sousa

Este suplemento do Jornal de Abrantes insere-se na Campanha de Lançamento da 5.ª fase do Programa MODCOM – Modernização do Comércio, enquadrado pela Associação Comercial e Serviços dos Concelhos de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação. Projecto AnimaSardoal

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À CONVERSA COM MIGUEL BORGES, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL

“Ambicionamos que as festividades do concelho sejam a mostra das nossas valências JOANA MARGARIDA CARVALHO

O que significam estas festas para o concelho de Sardoal? É um momento alto para o nosso concelho. É uma altura em que celebramos historicamente a elevação do Sardoal à categoria de vila. Ao mesmo tempo, é um espaço onde os sardoalenses podem trocar experiências com os visitantes, sobre o que temos de bom na nossa terra, como a gastronomia, o artesanato, a música e muito mais. Quais as apostas para este ano? Vamos apostar na gastronomia, pois no nosso entender é uma das formas de trazer mais pessoas para a vila. Vamos ter a cozinha fervida, um dos pratos tradicionais do Sardoal, o bacalhau assado, os grelhados e outras especialidades. Em relação aos espectáculos, vamos reunir uma diversidade de estilos musicais, da música clássica ao rock alternativo. Nomes conceituados vão passar pelo Sardoal, como Susana Félix, Anabela e Ana Lains. No dia 23, vamos ter o Seminário Florestal, para falarmos de temáticas que são de grande importância para a região. No dia 24 de Setembro, as Jornadas do Património vão ter o apoio e organização da Tagus. Haverá, ainda, uma exposição de pintura e o lançamento do livro: “Livro Primeiro da Misericórdia de Sardoal”. Também vai ser apresentada a antevisão do que queremos para a Casa dos Almeidas, um espaço que é do município e que pretendemos aproveitar como arquivo municipal e centro de estudos do património. Em conclusão, ambicionamos que as festividades do concelho sejam a mostra das nossas valências. Estas festas são um modelo que se vem mantendo ou é um modelo renovado? É um modelo idêntico ao do ano passado, mas mais recheado. A estrutura é a mesma, mas contém novos ingredientes. De que forma é que as associações vão contribuir para estas festividades? Vai haver um espectáculo do Getas - Centro Cultural de Sardoal. As já tradicionais tasquinhas e o artesanato vão ser asseguradas por algumas associações do concelho. Também, a Banda Filarmónica estará presente na inauguração. Quanto a custos?

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Barato… muito barato (risos). Uma candidatura que fizemos ao ModCom, permitiu-nos não encarecer os custos. Estes festejos não chegam aos 50.000 euros e a pater da Câmara não chega dos 30 mil.

Como está a história dos semáforos? É uma situação vergonhosa, uma vez que temos semáforos presos por arame. Há cerca de dois meses, a Estradas de Portugal mandou cá alguém, ligaram os semáforos, mas deixaram um ligado no chão. Isto não se compreende!... Podia ter provocado um incêndio. Qualquer dia colocamos um slogan “não pare ao vermelho, pois pode levar com o sinal em cima”!

Há cerca de um mês decorreu o Festival Alternativo, uma nova aposta por parte da Associação de Jovens. Qual o balanço por parte da Câmara? Para já o que tem de mais positivo é a existência de uma associação juvenil, que faz e tem vontade de fazer bem. Relativamente ao Festival, eu estive presente e gostei do que vi. É gratificante ver um grupo de jovens que se interessa pela terra e tem projectos para dinamizar esta região. O Centro Cultural. Apostas para este ano que aí vem? As apostas passam por aquilo que o Centro Cultural tem seguido até aqui, muita música, teatro e exposições. Não só com nomes consagrados como tem acontecido no teatro, mas também, pretendemos que o Centro Cultural seja o berço de alguns grupos e artistas que queiram ter a sua apresentação no mundo do espectáculo. Para o próximo ano, estamos a tentar que a pintora Graça Morais exponha o seu trabalho no nosso centro. Nos espectáculos musicais, pretendemos fazer a aposta principal na vertente do jazz e da música clássica. Não traz multidões, mas traz um grupo específico de pessoas, que se deslocam ao Sardoal para ver estes géneros musicais. O que é, como funciona a Loja Social? Esta é uma acção do Gabinete da Acção Social da câmara municipal. É uma loja que tem disponível para as pessoas carenciadas um conjunto de produtos alimentares, roupas e outros acessórios. E neste aspecto, temos tido muitas ofertas, por exemplo da parte dos alunos do concelho, que oferecem à Loja Social o produto das suas iniciativas. E a procura? Infelizmente, esta loja tem grande procura, por pessoas do concelho. E depois, também existe a chamada pobreza envergonhada e nesse aspecto tentamos nós, câmara, chegar junto dessas pessoas. Como vai o PAMPI, de que falámos em Abril passado?

Abrantes, Mação, Constância, V. N. Barquinha têm ou estão a preparar projectos de impacto nacional e internacional. O Sardoal está distraído ou tem outras opções estratégicas? Tem também um projecto que terá impacto nacional, numa primeira fase, mas não quero revelar para já. Em Outubro daremos novidades.

O PAMPI - Plano de Apoio Municipal a Pessoas Idosas vai ser lançado agora nas Festas do concelho, para ter inicio no mês de Outubro. Com a contribuição das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal, uma psicóloga, uma assistente social e uma socióloga vão correr o concelho de forma a dar apoio aos idosos. Terão também um gabinete de apoio onde os interessados podem deslocar-se para apresentar os seus problemas, que vão ser ouvidos e encaminhados. Também, com o apoio da Biblioteca Municipal, o espaço conhecido como a Casa do Ensaio da Música vai ser aproveitado para a produção de outras actividades para esta classe etária: teatro, declamação de poesia, leitura expressiva, pintura e outras actividades, todas efectuadas pelos idosos. Como vai o Conselho Municipal do associativismo? Houve uma primeira reunião e daí ainda não há novidades, porque as associações começaram a preparar as suas actividades e festas de verão. Após as festas do concelho vamos retomar as reuniões. O Sardoal integra as Redes do Tejo. Que está a ser conseguido? No dia 6 de Outubro, está previsto um colóquio sobre “Políticas Lo-

cais, Pobreza e Exclusão Social”. Pretendemos ter a presença da Ministra da Educação, do Secretário de Estado da Administração do Território e do Presidente da Associação Nacional de Municípios, nomes ligados à temática que se vai debater. Para breve, em Torres Novas, na Feira Social, também vamos marcar a presença do município. Quais são as maiores necessidades das freguesias do concelho? Há zonas do concelho que ainda não têm saneamento básico. Estamos com vários projectos em mão para requalificar e melhorar estes lugares, mas vai com tempo. Não estamos parados, uma vez que já apresentamos várias candidaturas que estão a ter o seguimento necessário. Como vai o projecto de um novo pavilhão no Sardoal? É preciso rever o problema. Estamos a preparar a candidatura para requalificar a Escola Secundária. A nova escola vai ter um pavilhão desportivo. Temos de avaliar se é necessário um outro equipamento do mesmo género. O novo pavilhão da Escola pode ser utilizado como pavilhão municipal. Mesmo que seja necessário melhorá-lo face ao que são as exigências de um pavilhão escolar.

Está há quase um ano na Câmara. Já há resposta para a dúvida de Abril passado, de saber “se é isto que eu quero” para o futuro? O que agora quero é continuar a fazer o trabalho que tenho feito, ou seja, dar o meu melhor. Mas é notório que o presidente Fernando Moleirinho está cada vez menos presente publicamente. E nestas coisas não há acasos. Não sei se é bem assim Fico satisfeito por o Presidente da Câmara confiar no seu Vice-Presidente e, por isso, delegar-me o que entende. E eu tenho muitos pelouros e tento cumprir e dar o meu melhor. Qual foi a sua melhor experiência pessoal neste verão? Ter recebido boas notícias em termos de saúde. Quando é que as ruas do Pisão são alcatroadas? Os habitantes acreditam que Fernando Moleirinho não se vai embora antes de cumprir o prometido. Nós temos um levantamento das necessidades ao nível das ruas do nosso concelho e todas elas vão entrar em candidaturas. Estamos dependentes da aprovação dessas candidaturas, pois a câmara não tem verba para arranjar tudo o que deseja. As ruas do Pisão já constam de uma candidatura feita em janeiro e já divulgada na Assembleia Municipal. Estamos a aguardar o resultado.


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JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO

Guia do Património Rural faz a festa no Sardoal A Jornada do Património vai fazer, no dia 24, nas Festas do Sardoal a apresentação pública do Guia do Património Rural. Trata-se, no essencial, de um instrumento para a catalogação do património rural, desenvolvido pela Direcção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Até agora era fácil saber como catalogar por exemplo uma peça de património artístico, mas não o chamado património rural. E, no entanto, não é necessário explicar a importância do património rural para o desenvolvimento por exemplo do interior do país. Por isso, esta Jornada, integrada nas Jornadas Europeias do Património, tem uma dimensão bem maior do que um mero encontro de reflexão. Além do lançamento do Guia, no Centro Cultural Gil Vicente, vamos ter um almoço de cozinha fervida e depois uma visi-

ta guiada pelo centro histórico com especial destaque para o Convento de Santa Maria da Caridade, Igrejas Matriz e da Misericórdia e retábulos quinhentistas do Mestre de Sardoal. No átrio da Casa Grande será aberta ao público a Exposição “Sardoal, Espaço de Fé e Religiosidade”, divulgando as vastas potencialidades concelhias na vertente do turismo religioso. Por fim, terá lugar uma “Oficina de Tapete de Flores”, aqueles tapetes que, pela Semana Santa, enfeitam as capelas da vila. Esta Jornada do Património é, assim, um marco na afirmação do Sardoal com uma vocação assumida no domínio do património religioso. Além da Tagus, organizadora, e da Câmara Municipal do Sardoal, vão ainda participar representantes das Direcções-Gerais da Agricultura e da Cultura e do Instituto Politécnico de Tomar.

O Programa das Festas As festas de Sardoal vão decorrer de 22 a 26 de setembro. A novidade para este ano passa pela realização do Seminário Florestal e das Jornadas do Património. No primeiro dia do certame, as cerimónias têm início às 16 horas com o lançamento da obra, “Livro Primeiro da Misericórdia de Sardoal” e da abertura da exposição de pintura contemporânea de Jorge Lopes. Estas cerimónias contam com a presença da Banda Filarmónica União Sardoalense e dos Getas, com uma largada de balões. Na quinta-feira, o dia arranca com o Seminário Florestal, subordinado ao tema “Por favor, não nos deixem arder outra vez”, no Centro Cultural Gil Vicente. À noite os festejos reúnem a presença de “The Grim Reaper Society e “The Scart”. Sexta-feira, dia 24 de setembro, têm lugar as Jornadas do Património, promovidas pela TAGUS - Associação para o

Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, que vão ter inicio às 9 horas, no Centro Cultural Gil Vicente. Da parte da tarde, visita à exposição na Casa Grande sobre aspectos do património de Sardoal. Nos espectáculos musicais da noite, Ana Laíns e o tributo aos Queen marcam a presença no palco principal. A segunda Resistência BTT e a apresentação da revista “Zahara” vão acontecer no sábado. Também neste dia, espera-se a actuação do Rancho Folclórico “Os Resineiros” de Alcaravela, a actuação do grupo “Groove da Vila” e o concerto com Susana Felix. No último dia dos festejos, VIII Festival Hípico, promovido pela Associação Recreativa da Presa, encontro Motard com o espectáculo Freestyle, de Paulo Martinho, a actuação do grupo “Piano Vox” e o concerto de Anabela e Carlos Guilherme. Joana Margarida Carvalho

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Ao encontro da música e animação Para aqueles que procuram uma experiência mais animada e no âmbito social, o Sardoal dispõe de vários estabelecimentos nocturnos, empenhados em animar a sua noite e proporcionarlhe boa música, boa comida e uma excelente companhia. Liliana Wah

AZUL LIMÃO

Oficina de restauro e outras artes Marco Serras meteu pés ao caminho e mãos ao trabalho. Hoje, passados cinco anos, tem um atelier no Sardoal onde o restauro e criação de mobiliário, o vitral, o mosaico e a iluminação convivem ao serviço de vários tipos de clientes. A oficina é num velho lagar, junto à matriz da vila. Os clientes estão um pouco por todo o país. Por exemplo, os seus candeeiros, numa estética infantil e juvenil, vendem-se bem no Algarve, mas não só. O êxito tem vindo do boca a boca, que é uma das melhores formas de crescer com sustentação. Formado em design, o artista e artesão redescobre técnicas antigas e trabalha novas formas ao gosto dos dias de hoje. Azul Limão é uma cor bonita, não é? É a cor do sonho, e da arte.

Bar Puro

Potes Bar

Quatro Talhas

O Bar Puro encontra-se aberto desde 1992, sendo um dos bares mais antigos na vila de Sardoal. Nasceu da iniciativa de um grupo de amigos que, perante a existência de um único bar na vila, decidiram abrir um novo espaço. Maioritariamente frequentado pelos mais jovens, o Bar Puro possui um espaço acolhedor, com esplanadas e sala de jogos, onde é habitual a existência de festas e música ao vivo. Localizado no centro da vila, está aberto todos os dias. Inicia as suas actividades às 13h, fazendo uma pausa entre as 16h e as 21h.

Em pleno centro do Sardoal encontramos um ambiente acolhedor. Com uma decoração rústica, o Potes Bar é frequentando pelas várias classes etárias. As actividades organizadas agradam de uma forma geral. As festas temáticas às quartas-feiras e sábados, os torneiros de matraquilhos, a sala de jogos e os pequenos brindes são alguns dos chamativos ao público. Localizado junto da CGD, o Potes Bar está aberto durante toda a semana, abrindo às 12h30 e terminado às 2h durante a semana, e às 4h, sextas, sábados e vésperas de feriado.

O restaurante-bar Quatro Talhas começou por ser idealizado como uma petisqueira-bar e nasceu em 2003 pelas mãos de dois sócios. Sendo um restaurante bastante conhecido na “Vila Jardim”, o Quatro Talhas disponibiliza aos seus clientes, para além de boa comida, música ambiente que vai desde os Blues a um pouco de Jazz. Fora da programação habitual, o cliente poderá ainda contar, casualmente, com algumas apresentações de Fado. Localizado junto ao Pelourinho, o Quatro Talhas abre às 11h e encerra as suas actividades às 24h.

MUNICÍPIO DE SARDOAL CAMÂRA MUNICIPAL AVISO Nos termos e em cumprimento do disposto no artigo 78º do Decreto-Lei nº 555/99 de 16 de Dezembro, na actual redacção, torna-se público, que nesta data foi emitido o Alvará de Licença de Loteamento nº 1/2010, em nome de Edisar - Construções, Ldª, número de contribuinte 503 584 843, que titula a aprovação de loteamento e respectivas obras de urbanização que incidem sobre o prédio sito em Sarabando - Sardoal, da freguesia de Sardoal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, sob o nº 2382 e inscrito na matriz cadastral rústica sob o artigo 88 da Secção R da respectiva freguesia. A operação de loteamento, aprovada por deliberação da Câmara Municipal de 19/07/2010, e os projectos das obras de urbanização admitidos por despacho do Vereador em regime de tempo inteiro datado de 6/08/2010, respeitam o disposto no e apresentam, de acordo com a planta que constitui o anexo, as seguintes características: Área total do prédio: 920,00 m2. LOTE Nº 1: • Área do lote: 296,50m2; • Área total da construção: Até 256,35m2., (habitação - até 225,00m2 , estacionamento coberto até 31,35 m2 ) • Área de implantação: 85,45m2; • Finalidade: Habitação; • Número de pisos acima da cota da soleira: 1; • Número de pisos abaixo da cota da soleira: 2; • Número de fogos: 1. LOTE Nº 2: • Área do lote: 230,50m2; • Área total da construção: Até 240,00m2., (habitação - até 200,00m2, estacionamento coberto até 40,00 m2 ) • Área de implantação: 80,00m2; • Finalidade: Habitação; • Número de pisos acima da cota da soleira: 1; • Número de pisos abaixo da cota da soleira: 2; • Número de fogos: 1. LOTE Nº 3: • Área do lote: 289,00m2; • Área total da construção: Até 247,44m2., (habitação - até 225,00m2 , estacionamento coberto até 22,44 m2 ) • Área de implantação: 82,48m2; • Finalidade: Habitação; • Número de pisos acima da cota da soleira: 1; • Número de pisos abaixo da cota da soleira: 2; • Número de fogos: 1. Cedências: São cedidos à Câmara Municipal, para integração no domínio público 104,00m2 , destinados a estacionamentos, passeios e espaços verdes de utilização colectiva. Para a conclusão das obras de urbanização foi fixado o prazo de 30 dias. A execução das obras de urbanização não ser objecto da celebração de contrato de urbanização. Foi prestada a caução a que se refere o artº 54º do Dec.Lei nº 555/99 de 16/12, na actual versão, no valor de 1.943,63€, mediante Paços do Concelho de Sardoal, 26 de Agosto de 2010 O Vereador (em regime de tempo inteiro)

Joaquim Gonçalves Serras

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Capela de S. Francisco não consegue fazer a paz No passado dia 14 de Agosto, na assembleia geral da ANAP foi assinado um documento de doação do terreno pelo proprietário à Associação e a direcção recebeu um duplo mandato: legalizar a posse da capela em nome da ANAP e fazer algumas obras de beneficiação. Além disso, vai continuar os contactos com a diocese até à normalização da situação. Frei João António “já disse que, se a causa do problema é ele, deixa de vir ao Pisão”, mas a Associação pensa que não faz sentido voltar as costas àquele a quem se deve a construção da Nova Porciúncula. E, do seu ponto de vista, “o Cristo é o mesmo”.

ALVES JANA

É uma pequena capela, não tem ainda 40 anos, mas já tem muito que contar. Tão pequena como o Pisão, Alcaravela, onde fica situada, uma povoação onde já só habita uma família de cinco pessoas e uma outra pessoa vem dormir todos os dias. Mas que, como é costume, recebe mais gente nos fins-de-semana e no tempo de férias.

Tudo começou quando Frei João António, natural dali, pensou em fazer no Pisão, uma capela que servisse as várias povoações daquele recanto da freguesia. Se bem o pensou, melhor o fez. Como franciscano, Frei João António pensou numa réplica da Igreja da Porciúncula, o lugar mais sagrado dos franciscanos, o templo que S. Francisco reconstruiu quando “ouviu” de Cristo a ordem para “restaurar a minha Igreja”. Os apoios foram vários, Manuel Inácio deu o terreno, e em Agosto de 1973 a capela era inaugurada como Nova Porciúncula. A inauguração teve a bênção tanto da diocese como dos franciscanos. E a vida começou ali a rotina dos dias e das celebrações litúrgicas. Mas a vida tem voltas imprevistas. O vento pós-conciliar abriu algumas mentes à renovação e fechou outras na defesa da tradição. A verdade é que Frei João acaba por partir para o Canadá e Estados Unidos, por casar e aderir à Igreja Anglicana. A história não é conhecida ao pormenor, nem talvez interesse. A ver-

A Nova Porciúncula

dade é que a capela foi abandonada pela paróquia e a diocese. Até que, no final dos anos 90, se constituiu uma comissão local para o seu restauro e daí se formou a ANAP, Associação dos Naturais e Amigos do Pisão, que todos os anos se reúne no seu berço. Frei António regressou a Portugal, integrado numa missão anglicana. E quase todos os anos é convidado pela Associação a vir celebrar a liturgia na reunião dos naturais e amigos daquele pequeno lugar. Até aqui, parece que tudo está em ordem, é assim a vida. Acontece, porém, que por detrás desta aparente normalidade, há um

conflito com a diocese, que deixou de ali celebrar qualquer culto. “Ainda há pouco, quando a imagem de Nossa Senhora visitou os vários lugares da freguesia, no Pisão, ficou numa garagem, não quiseram que viesse aqui para a capela. Houve pessoas que, indignadas, se foram embora”, conta Pedro Gaspar, presidente da ANAP. E Luísa Pedrosa, tesoureira, explica que “os ventos do ecumenismos ainda não sopram por estes lados”. Nos contactos com a diocese, seja a nível local com o pároco, seja a nível central com o bispo, “eles são politicamente correctos, mas depois não há resposta”, explica Luísa Pedrosa.

Frei João, que mais uma vez foi convidado pela ANAP a celebrar na capela do Pisão, por ocasião do encontro anual, explica o pequeno templo. É uma réplica da Igreja da Porciúncula, em Assis, Itália, e foi pensada como a Nova Porciúncula. O topo da capela tem dois níveis. Na parede, propriamente dita, vemos, em mosaico, imagens da vida de S. Francisco e uma representação de santa Maria dos Anjos, a quem é dedicada a Porciúncula original. No retábulo do altar, também em mosaico, temos uma imagem estilizada do Pisão, encimada pelo crucifixo frnaciscano. Nas paredes laterais, temos vitrais com flores, um motivo franciscano, e com a pomba da paz, à esquerda a descer sobre o Pisão e à direita a subir do Pisão para o Alto.

O dilema do Portugal profundo Como é que se vive em povoações como Brescovo, Salgueira ou Codes, da freguesia de Santiago de Montalegre? Adriana, nome suposto por causa do isolamento, aceitou falar um pouco da vida que leva. Faço a vida normal de uma mulher casada. Mas com muito sossego, com o piar dos pássaros nocturnos e às vezes também dos javalis. Não tenho medo dos javalis, eu não me meto com eles e no quintal não tenho grande coisa que me possam estragar. Depois, saio de manhã para o trabalho e regresso ao fim do dia. Os meus pais vivem perto e é assim. No fim-de-semana, não há muito que possa ser alterado. No fimde-semana, faz-se a vida de casa mais o quintal. Quem quer e pode vai à missa, a Santiago. Cafés, não há. Só em S. Domingos. Junta de Freguesia ou associa-

ções também não têm uma presença forte. Há povoações onde só restam duas ou três famílias, ou melhor, dois ou três fogos habitados por pessoas mais ou menos da mesma família. A Junta de Freguesia arranjou-nos o caminho. Mas também nunca lhe pedi nada. Associações, só em S. Domingos e em Santiago, mas como eu não vou beber café… Há pessoas que escolhem este tipo de via e um ambiente de grande qualidade sob o ponto de vista da proximidade da natureza. Outros sentem o peso do isolamento. Adriana fala de si. Eu sou dali, o meu marido é de perto. Quando casei, optámos por ficar aqui porque pude reconstruir a casa dos meus bisavós, que me foi oferecida. Fizemos a obra e agora, é como se fosse na cidade, estamos a pagar o empréstimo.

Este é um lugar para onde se pode vir por opção. Mas, para os que são dali, é diferente. Os mais velhos, não têm sequer alternativa. Os meus pais sempre viveram ali. Creio que nem saberiam viver noutro lado. Mas para os mais novos, como Adriana e o marido, a vida apresenta-se como um dilema: ficar ou sair. Ficar é difícil, porque não há empregos e trabalhar por conta pró-

pria é complicado. As pessoas conhecem-se todas, e na hora de pagar é muito difícil. Os calotes são mais que muitos. Por isso, a solução parece ser simples: ou trabalhar fora ou partir para longe. Adriana trabalha fora, mas, confessa, estou a pensar emigrar com o meu marido, à procura de uma vida melhor, é claro. Alves Jana

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PAULO SOUSA

A memória fotográfica do Sardoal Paulo Sousa não é apenas um fotógrafo, é um fotógrafo sucessivamente premiado. Mas nem só isso. Paulo Sousa tem dado o melhor de si para documentar o corpo e a alma da sua terra, o Sardoal. Há muitas formas de descobrir o Sardoal e as suas gentes, a sua vida. Mas uma delas, imprescindível é através da obra de Paulo Sousa que, assim, se transformou num nome irrecusável da memória visual da sua terra. Nasceu no Sardoal e sempre aqui tem vivido. Descobriu a fotografia num curso de animador cultural, profissão que exerce na Câmara do seu concelho, e nunca mais parou de saber mais. Tem feito vários cursos, entre eles a licenciatura em fotografia, no Politécnico de Tomar. Com o muito que sabe, tem dirigido vários cursos de fotografia. Se lhe saísse um prémio gordo a sério, deixaria tudo para se dedicar à fotografia. Não apenas a fotografar, mas a ensinar e a criar oportunidades para a fotografia enquanto forma de arte e para os fotógra-

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fos que, como todos, precisam de oportunidades. E, importa dizê-lo, é um homem bom. Bom e humilde a tal ponto que é bem possível que não lhe seja dado o devido valor. Porque um artista com esta craveira… nem todas as terras têm a sorte de ter. Mas não basta falar sobre. É preciso descobrir o homem e a obra. Nas páginas digitais de fotografia olhares.aeiou.pt/lagarto e no seu blogue objectivasubjectiva. blogspot.com. Alves Jana

Luísa Amaro da Silva, Maria Celeste Augusto e Maria Rosa.

“Há bruxas, mas eu nunca vi nenhuma” ALVES JANA

Entre nós habitam ainda velhas narrativas onde se misturam factos do mundo e imaginação popular, medos ancestrais e a sempre renovada necessidade de encontrar explicação e segurança num mundo que sempre é ameaçador. Fomos procurar algumas histórias de bruxas. Importa dizer que elas, as histórias, se encontram um pouco por todo o lado e quase todas dizem o mesmo. São “invariantes culturais” na sua estrutura mais funda. Por isso aparecem também no concelho do Sardoal. Luísa Amaro da Silva, nasceu em Entrevinhas, Sardoal, e tem 80 anos. Eu tinha um irmão mais velho e ele dizia que tinha visto uma bruxa no quarto dele, com um chapéu de palha na cabeça, mas ele não a podia descobrir. E nunca descobriu. Ele dizia que a conhecia, que era vizinha, mas não a podia descobrir. Elas juntavam-se às encruzilhadas dos caminhos a dançar. Mas se alguém se metesse com elas, elas ameaçavam, faziam-nas ir levar às costas até onde elas quisessem. Maria Celeste Augusto, de Vale Formoso, Alcaravela, tem 85 anos e traz-nos uma narrativa de família. O meu sogro contava que quando a mulher tinha os filhos pequenos, o que é que elas faziam? Entravam pelo buraco da fechadura e iam buscá-los à cama, e pô-los na cinza, empoavam-nos todos, mascarravam-nos todos, e eles começavam a chorar. E o meu sogro ia lá buscá-los. E outra vez, ela fez o mesmo. E o meu sogro… - Mau… Isto não está bom.

Pantou-os no meio deles os dois. E elas iam lá buscá-los, punhamnos na cinza, empoavam-nos todos e mascarravam-nos todos. Então, o meu sogro foi pôr uma medida de linhaça em cima de um banco atrás da porta. Elas foram a entrar, bateram na linhaça e entornou-se tudo pelo meio do chão. Ela começou a apanhar, mas tinha de apanhar uma por uma [grão a grão] e então ele apanhou-a. Deulhe uma sova! E ela disse para o meu sogro: - Vais levar-me a minha casa que eu não sou capaz. Teve de ir levá-la às costas a Entre-as-Serras, que ela era de lá. E aquela já morreu. Ela disse que ele nunca descobrisse. Mas ele descobriu depois dela morrer. Isto era o que o meu sogro contava. Contou-o muitas vezes para mim. Isto foi passado na Tramaga de Alcaravela. O meu sogro chamava-se Albino Gonçalves. Maria Rosa, nasceu em Andreus, há 84 anos. A sua história é de portas adentro. O meu marido já morreu. Dizia que as bruxas iam lá de noite, que diziam cantigas, faziam parvoíces. Ele mexia-me para ver se eu acordava e eu nunca ouvi nada. Mas aquilo continuava: - Esta noite vieram cá outra vez. Uma vez disse-me: - Eu não posso dizer quem são, mas eu conheço-as. Só me disse assim: - Neste nome, há aí alguma pessoa adulta? – Não, só crianças. – Não me digas que aquela criança já anda metida numa coisa daquelas. Isto foi [durante] anos. Eu às vezes pensava “isto é da cabeça dele, pois eu não ouço, não vejo nada”. Mas, depois, ele era já doente e fomos para Monte Real, para as termas. De maneira que também lá o

perseguiam, tão longe. Ele, coitado, queixou-se lá para a senhora. E a senhora disse assim: - Você gosta de ir à missa? – Gosto. Da minha religião faço aquilo que sei. – Olhe, o senhor, agora, faz uma coisa aqui, e promete fazer até que você se lembre, até que seja vivo. Você deita-se na cama, reza o credo em cruz em cima de você que elas nunca mais vão a sua casa. E daí em diante ele nunca mais se queixou. Não sei se aquilo era da cabeça dele ou o que é que realmente acontecia. Além disso, conta uma história em que foi personagem. Quando eu era miúda, até aos três meses, era uma borreguinha, dormia muito bem. Mas dos três meses aos cinco a minha mãe até tinha de varrer comigo ao colo que eu nunca me calava. A pontos, coitada, [que]eu estava já seca como um pau e ela disse para o meu pai: - Temos que ir algures, isto não é coisa boa. O meu pai, coitado, com pouca vontade, mas lá foi. Era numa terra distante, mas não sei onde. O homem lá deitou as cartas e disse: - O senhor vai para casa e faz estes defumedouros, com anecril, arruda e essas coisas assim. E o meu pai: Ouça lá, um inocente não sai à rua praticamente e não fala para ninguém, que mal é que podia fazer? E ele diz assim: - Olhe, o senhor fica com esta palavra só: os nossos são os piores. O meu pai veio para casa, a minha mãe lá tinha aquelas coisas, fez-me os defumedouros e nessa noite já dormi toda a noite. Pequenas histórias destas há-as por todo o lado. Nem é preciso procurar muito para as descobrir. Mas, é claro, entre pessoas que tenham vivido antes da luz eléctrica ter espantado todos estes medos.


especial sardoal 15

SETEMBRO2010

Devagar que quero ver Nesta forma de vida, se vida é, por um milionésimo de segundo se perde a medalha de ouro e por um minuto se perde o comboio e talvez o futuro. É o tempo do tempo acelerado, do agir instantâneo. Não será que perdemos a faculdade de ver, por falta de tempo? Não basta olhar, como um boi para um palácio. Não se vê com os olhos. Para ver, o que se diz ver, é necessário sobretudo a cabeça e o coração. E tempo. Só com tempo, com vagar, com calma, se pode observar e ver, com “olhos de ver”. E com esse modo de ver vale a pena percorrer os recantos destas nossas terras do interior. Descobrir o que mal se mostra, e por detrás disso perceber a vida que ali está condensada. Uma fonte num recanto esquecido, e as mil estórias que canta calada no silêncio da tarde. Um penhasco, de que se contam histórias da “moura encantada”. Uma levada de água, uma pequena ponte, uma barreira de sustentação de terras, e muitas outras obras

de engenharia rural e popular, milhões e milhões de horas de trabalho, a tornar habitável uma terra madrasta, a resistir contra a fome quase permanente, a sonhar com um futuro novo. É nesse património simples, muitas vezes esquecido, em que o nosso interior é rico, que se encontra um filão a aproveitar. As vilas e aldeias do interior nunca serão metrópoles, e estas nunca terão a paz, o sossego, o silêncio, a proximidade da terra, a frescura natural da água que corre duma bica, a memória ao vivo dum tempo em que as coisas eram à nossa dimensão, mas eram duras, muito duras de roer. Todos somos filhos e netos dessa vida que em cada esquina se nos dá a ver, a pensar, que nos diz que, no fundo, o mais essencial da vida não é aquilo em que pomos toda a confiança, mas o que desde o princípio dos tempos tem alimentado a alma dos homens e mulheres. Ontem, como hoje, valia a pena viver. Alves Jana

Fonte da Salgueira

Associação de Jovens de Sardoal afirma-se com Festival Alternativo Foi há um ano que se deram a conhecer nas Festas do concelho de Sardoal, mas foi a 4 de Outubro que se reuniram para constituir uma associação. A Estímulo - Associação de Jovens de Sardoal (AJS) nasceu a partir de uma conversa de amigos, onde foi falado que há uns anos atrás tinha existido uma Associação de jovens na vila.

Segundo Mauro Nogueira, presidente da Direcção, era grande a vontade de agarrar na anterior associação e fazer algo para o concelho “porque o Sardoal está cada vez mais parado”, uma vez que “os jovens vão estudar para fora e ficam por lá porque não têm nada que os faça voltar”. Depois de constituída a Associação, a 6 de Fevereiro de 2010,

várias foram as actividades que realizaram, como o baile de Carnaval, o Dia Limpar Portugal, Dia Mundial da Criança, animação na Festa da Bosta Solidária, em Alcaravela com jogos tradicionais e o Festival de Música Alternativa Sardoal Estímulo, do qual parte das receitas reverteram para a Cruz Vermelha Portuguesa. Para o futuro, estão a ser planeadas mais acções, entre elas formações nas mais diversas áreas através do Instituto de Soldadura e Qualidade, workshops, palestras, pretendendo ainda fazer uma ligação com os mais idosos, através de actividades onde estes possam conviver com os jovens. Os principais objectivos da Estímulo passam pela cooperação entre os seus associados

na realização de actividades de âmbito cultural, desportivo, lúdico, social e pedagógico. O vice-presidente, Pedro Marques, referiu ao JA que ainda há um longo caminho a percorrer “para que as Instituições do concelho reconheçam credibilidade à AJS”, mas “precisamos da ajuda de todas elas para crescermos”. Com 25 jovens associados, a AJS procura novos sócios e por isso tem inscrições abertas “para que todos juntos possam ser mais fortes”. Para ser sócio basta ter mais de 12 anos e gosto pelo associativismo. Muito da divulgação da associação passa pelas novas plataformas sociais da Internet, por isso a AJS criou um blogue que pode ser consultado em www.ajsardoal.blogspot.com

O vinho Santa Casa A Santa Casa da Misericórdia do Sardoal, no seu fazer bem ao corpo e à alma, não esqueceu “o vinho alegra o coração do homem”. Vai daí, lançou o Vinho Santa Casa, de que mostramos a garrafa. Como não tem produção própria, socorreu-se, e bem, da produção da Quinta do Côro. Quem quiser, tem à sua disposição na Santa casa, contra a oferta de um donativo. É uma forma de solidariedade e é óptimo tanto para coleccionar como… para beber.

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actualidade 17

SETEMBRO2010

Batalha jurídica inviabiliza reparação da Avenida do Paiol

As “borboletas” nocturnas que são afinal Efémeras JERÓNIMO BELO JORGE

Foi um fenómeno que se verificou praticamente todas as noites do mês de Agosto. Quase sempre à mesma hora, 21.30h, junto ao rio Tejo os postes de iluminação pública “juntavam” à sua volta milhares de pequenos insectos.

Uma espécie de borboleta branca, semelhante à dos bichos da seda, atraiam à luz. Embora sem problemas de maior, estes insectos tornavam-se incomodativos face à quantidade que diariamente aparecia. Barreiras do Tejo (margem Norte do Aquapolis), Rossio, Rio de Moinhos, Constância e outros locais ri-

beirinhos registaram este fenómeno. Mas afinal que espécie de insecto era este? A rádio Antena Livre foi à procura de explicações. Adriana Galveias, do Museu de História Natural de Lisboa, e Ernestino Maravalhas do Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, revelaram que a “espécie em questão é Ephoron virgo e pertence à Ordem Ephemeroptera, Classe Insecta”. Portanto, não são borboletas, são efémeras. Estas são insectos com metamorfose incompleta o que significa que passam por três estádios de desenvolvimento: ovo, ninfa e adulto. driana Galveias revelou também que “as ninfas são aquá-

ticas, possuem uma armadura bucal mastigadora e alimentam-se de detritos e matéria vegetal e algumas podem ser predadoras”. Sobre o seu aparecimento apenas em Agosto a investigadora revelou que o seu ciclo de vida “caracteriza-se por uma diapausa na fase de ovo que ocorre no Outono e Inverno e que acaba em meados de Abril, quando a larva eclode. Durante o período de crescimento, a ninfa alimentase de partículas em suspensão que estão presentes nos cursos de água. Em Agosto, os machos e as fêmeas emergem e num período de tempo muito curto, acasalam e as fêmeas colocam os ovos perto do rio”.

A surpresa desta explicação prende-se com o facto desta espécie ser “um excelente bioindicador da qualidade ecológica dos rios”. Ao nível do ecossistema, esta espécie é um importante recurso alimentar de peixes e aves, e também tem grande importância na decomposição de matéria orgânica. Como nota final, realce-se que este pequeno insecto, segundo os investigadores “não é prejudicial para o homem nem para outros animais”. Com o final de Agosto as efémeras deixaram de aparecer nos seus voos nocturnos de acasalamento. Resta perceber se a espécie vai continuar a visitar-nos no próximo ano.

A estrada do Paiol, como é conhecida em Abrantes, entre o hospital e as Barreiras do Tejo está há quase um ano apenas com circulação no sentido descendente. Com o mau tempo aluiu a barreira de suporte e, por isso, abateram alguns metros de pavimento. A solução técnica é fácil e não muito dispendiosa. Cerca de três semanas de obra e 80 mil euros de orçamento, segundo fontes da autarquia abrantina. Porquê, então, a demora da reparação de uma das principais entradas para o centro da cidade e acesso a um dos nós da A23 para quem circula a partir do Sul do concelho? A Câmara de Abrantes ainda tentou avançar rapidamente para a reparação da barreira caída, mas como a responsabilidade teria de ser repartida com o proprietário do terreno, não houve

entendimento e o proprietário, segundo a presidente da Câmara, “impediu” a entrada de qualquer máquina nos seus terrenos. Logo, legalmente, a Câmara ficou impedida de fazer a obra. O processo avançou para Tribunal, mas as primeiras providências não resultaram e, por isso, o processo jurídico segue agora uma segunda fase que passa pela publicação em edital da decisão judicial de permitir a intervenção nos terrenos particulares. Maria do Céu Albuquerque afirmou ao JA que, logo que o processo jurídico esteja concluído, a “reparação do deslizamento das barreiras deverá demorar um mês”. A autarca diz que espera que “dentro de pouco tempo tudo esteja dirimido” por forma a “evitar que aquela rua passe o Inverno nesta situação”. Jerónimo Belo Jorge

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18 jornal de abrantes 110 anos

SETEMBRO2010

ASSIM SE ESCREVIA NO JORNAL DE ABRANTES, NO…

Domingo, 11 de Setembro de 1910 Escola móvel Falla-se numa escola movel para as Hortas [hoje Alferrarede]. Não concordamos, como nunca concordámos com a missão que em Abrantes funcionou o Inverno passado. As missões das escolas moveis devem funcionar onde exista maior numero de necessitados de luz. Perto de nós, temos Paul, Vale da Cerejeira, Senhora da Luz, onde nunca passou sombra de mestre para o ensino. Mais distante, temos Bemposta, S. Facundo, Pego, etc., onde tão preciso é ensinar a ler a mulher. Em qualquer desses pontos, não ha meia duzia de mulheres que saibam ler, ao que nos parece. Vá para ali a escola movel regida por professora, e prestar-se-á um altíssimo serviço a esses povos.

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PARLAMENTO PORTUGUEZ

Vai abrir-se em breve; delle fazem parte 14 deputados que o povo de Lisboa, Setubal e Beja, elegeu por sua legitim a e expontanea vontade. São elles os illustres cidadãos: Srs. Drs. Berna rdino Machado, Teofilo Braga, Affonso Costa, António José d’Almeida, Alexa ndre Braga, Alfredo Magalhães, Migu el Bombarda, António Luiz Gomes, João de Menezes, Brito Camacho, Aurelio da Costa Ferreira e Fernandes Costa; Vice-almirante Candido dos Reis e José Maria de Feio Terenas. A’vante pelos interesses desta pobre Nação! – A’vante pelos interesses do Povo! Viva a Patria! – Viva a Republica!

GRANDIOSA CORRIDA MISTA Serão corridos 4 touros e 4 vaccas do abastado proprietario José Henriques, da Gollegã, os amadores e artistas são todos da Gollegã, e um valente grupo de moços de forcados todos de Abrantes. Esta corrida é promovida por uma comissão de artistas [isto é, operários] desta villa. Já ha grande animação jamais [sic] que os preços serão convidativos. Breve saem os programas com o detalhe da corrida.

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Ama Offerece-se de primeiro leite. Nesta redacção se diz.



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cultura&espectáculos

Constância celebra Jornadas de património Entre os dias 24 e 26 de setembro Constância vai ser palco das Jornadas Europeias do Património. No dia 24 haverá um percurso pedestre “Descobrir o Património da Ribeira de Alcolobre ao Crepúsculo”, que tem lugar às 18 horas. Durante estes três dias do evento o Museu dos Rios e das Artes Marítimas recebe visitas guiadas entre as 14h00 e as 17h30. No último dia das Jornadas será exibido o filme “Constância em 1924”, no Auditório da Casa-Memória de Camões, às 17h15. Todas as actividades terão entrada gratuita.

Sérgio Guerini volta à Galeria de Arte As aguarelas do Sérgio Guerini vão estar em exposição na Galeria Municipal de Arte até 1 de outubro. Sérgio Guerini nasceu em São Paulo, Brasil, e estudou pintura e aguarela com grandes nomes desta arte. Regressa a Abrantes depois de ter ganho a I Bienal de Aguarela Brasileira em Portugal, em 2006. Desta vez apresenta-se com uma exposição de aguarelas em nome individual, uma parte das quais inspirada em materiais e formas arquitectónicas da cidade de Abrantes. Um trabalho a ver de terça-feira a sábado, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h30.

AGENDA DO MÊS

Abrantes

Centenário do nascimento de Henrique Santos Silva, em Abrantes Nasceu a 18 de Setembro de 1910 e faleceu a 30 de Janeiro de 1981. Foi relojoeiro de profissão, na ourivesaria Palma, mas distinguiu-se entre nós pela sua formação musical e pela sua execução de violino. Mas foi sobretudo por ter dirigido o Orfeão de Abrantes desde 1933 até à sua morte que ficou conhecido como o Maestro Henrique Santos Silva. Com ele, o Orfeão obteve grandes êxitos tanto em Abrantes como no

exterior, chegando mesmo a obter o galardão de Comendador da Ordem de Benemerência. Após a sua morte, a Câmara Municipal atribuiu o seu nome à rua em que viveu. Para assinalar o centenário do seu nascimento, a Biblioteca Municipal mostra até 29 de Setembro uma exposição com objectos do espólio do homenageado. No dia 29, às 21h30, o Orfeão de Abrantes associa-se com um concerto na Biblioteca.

16, 23 e 30 de setembro – Visita nocturna guiada ao Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes – Castelo – Museu D. Lopo de Almeida Até 29 de setembro – Exposição – Henrique Santos e Silva: Centenário do Nascimento – Dia de encerramento com concerto de Orfeão de Abrantes Até 4 de outubro – Exposição – Aguarela de Sérgio Guerini – Galeria Municipal de Arte 24 de setembro – Teatro “Uma história de Dois” com Teresa Guilherme e Guilherme Filipe – Cine-teatro São Pedro, às 21h30 CINEMA – Espalhafitas, às 21h30 – Cine-teatro São Pedro: 15 de setembro – “Nada Pessoal”, de Urszula Antoniak 22 de setembro – “Shirin”, de Abbas Kiarostami 29 de setembro – Documentário de Mariana Castro e Sílvio Santana sobre a pintora Maria Lucília Moita

Constância Até 30 de setembro – Mostra Bio-bibliográfica do escritor João Aguiar – Biblioteca Alexandre O’Neill Até 26 de setembro – Exposição de pintura de Carlos Frederico – Posto de Turismo 24 a 26 de setembro – Jornadas Europeias do Património DVDteca à sexta – Biblioteca Alexandre O’Neill, às 15h00: 17 de setembro – “A Casa Fantasma” 24 de setembro – “Os Fura Casamentos”

Sardoal 22 a 26 de setembro – Festas do Concelho de Sardoal 2010 – Artesanato, BTT, I Encontro Motard, exposição, lançamento de Livro e animação com Anabela e Carlos Guilherme, Susana Félix, Ana Laíns, Tributo aos Queen, entre outros 22 de Setembro a 23 de outubro – Exposição “Ser o Rei para quê?”, de Jorge Lopes – Centro Cultural Gil Vicente

Barquinha

O rei vai nu?, no Sardoal “Ser o Rei para quê?” é o tema da exposição de pintura, da autoria de Jorge Lopes, a partir de 22 de setembro, no Centro Cultural Gil Vicente, no Sardoal e até 23 de Outubro. Jorge Lopes nasceu em Tomar, em 1981. Actualmente vive e trabalha na capital da Alemanha, Berlim. É licenciado pela Escola Superior de Artes e Design, de Caldas da Rainha, desde 2004. No ano seguinte conquistou uma Bolsa, no âmbito do programa internacional Leonardo da Vinci. Participou já em várias exposições individuais e colectivas em Tomar, Lisboa, Óbidos, Torres Vedras e diversas cidades alemãs.

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25 de setembro – Festa da água do Tejo – Debates, palestras, exposição e música - Centro Cultural da Barquinha, das 9h00 às 22h00 A partir de 25 de setembro – Exposição “Proteger o rio, Preservar a Água” – Centro Cultural da Barquinha 2 de outubro – Sábados às cinco com…António Roldão – Ciclo de palestras sobre Património – Centro Cultural da Barquinha, às 17h00

Mação 19 de setembro – X Encontro de Bandas Civis – Banda de Alhadas de Baixo, Banda de Mira de Aire, Banda de Mação, a partir das 15h00


cultura 21

SETEMBRO2010

LUGARES COM HISTÓRIA

O Convento de Santa Maria da Caridade TERESA APARÍCIO

Numa colina, sobranceira à vila de Sardoal, arejada e de onde se pode admirar uma bonita paisagem, encontra-se o Mosteiro de Santa Marisa da Caridade, de que se salienta a igreja, com uma arquitectura interessante e rica em história e obras de arte.

Sabe-se que uma comunidade de frades menores franciscanos, vindos de Abrançalha, se instalou neste local em 1571, onde já havia uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Caridade, cuja imagem era objecto de grande devoção por parte do povo da região, que ali acorria em numerosas e muito frequentadas romagens. A bela imagem da Senhora, obra do gótico tardio, feita em pedra de ançã, passou para a igreja do Convento de que continuou a ser a padroeira. Para a construção do primeiro Convento muito contribuíram os habitantes de Sardoal, dando dinheiro conforme as suas posses, salientandose entre eles, com o seu contributo avultado, D. Duarte de Almeida, filho do 3º conde de Abrantes, homem

muito devoto e dedicado aos frades de S. Francisco. Em 1677, foi dado o padroado do Convento a D. Gaspar Barata de Mendonça, natural desta vila e que foi o primeiro arcebispo do Brasil. A ele se deve a reedificação da igreja, ficando então com a configuração que ainda hoje apresenta. Tão ligado esteve a ela em vida, que dela não se quis separar após a morte, ficando sepultado num rico mausoléu que se encontra na capela-mor, do lado da Epístola. A igreja possui uma única nave, fi-

cando a capela-mor separada desta por um arco cruzeiro. No exterior, à entrada, do lado direito, encontra-se a capela do Senhor dos Remédios, ornamentada com azulejos azuis e brancos, do século XVIII, que representam cenas da Paixão. No interior está um Cristo, em madeira, com uma coroa de espinhos e um joelho em terra, muito semelhante a uma imagem do Senhor dos Passos. Este templo possui peças de arte sacra de muito interesse. Além da imagem de Nossa Senhora da Ca-

ridade, é também detentor de um oratório do século XVI, em estilo Namban, este caracterizado por ter influências de Portugal e do Japão. É formado por três peças: a que está ao centro, encimada por um frontão triangular, é a maior e nela encontrase, sobre uma lâmina de cobre, uma bela pintura da Virgem com o Menino ao colo e é ladeada por duas meias portas que se podem fechar, protegendo assim a parte mais nobre, que contem a pintura. O oratório é de madeira, revestido de laca

NOTARIADO PORTUGUÊS

NOTARIADO PORTUGUÊS

CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE.

CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia dezanove de Agosto de dois mil e dez, exarada de folhas vinte e quatro a folhas vinte e seis, do Livro de Notas para Escrituras Diversas OITENTA E UM – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores HERMINIO SERRAS, e mulher MARIA TERESA VERMELHO, casados no regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, residentes na Rua de São Miguel, em Venda, Alcaravela, Sardoal, DECLARARAM que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios: UM) Prédio rústico, sito em Taberna Seca, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Clara Serras, de Sul com Luís Silva, de Nascente com caminho público e de poente com Manuel Jacinto, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 405 da secção D. DOIS) Prédio rústico, sito em Vale Castanheiro, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal e eucaliptal, com a área de onze mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com António Machado, de Sul com João Lopes Louro, de Nascente com António Rodrigues Vermelho e de Poente com António Vermelho Rodrigues, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 62 da secção L. TRÊS) Prédio rústico, sito em Soalheira, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de nove mil seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de Norte e Nascente com Herdeiros de João Batista, de Sul com Alfredo Rodrigues, e de Poente com Aníbal Alexandre, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 81 da secção M. Que os prédios ora justificados estão inscritos na matriz em nome dele justificante marido e que são possuidores, do prédio indicado em UM E TRÊS desde, pelo menos, mil novecentos e setenta e três, os quais vieram à sua posse por doação meramente verbal, de seus sogros e pais José Rodrigues Vermelho e Luísa Maria, casados que foram no regime da comunhão geral de bens, residentes em Vale de Onegas, Alcaravela, Sardoal e do prédio indicado em DOIS desde, pelo menos, mil novecentos e sessenta e três, o qual veio à sua posse por compra meramente verbal a Adelina Serras, solteira, maior, residente em Lisboa, todos já falecidos, portanto todos há mais de vinte anos, não tendo sido celebradas as respectivas escrituras. Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades pelos mesmos proporcionadas, limpando as árvores e os matos, cortando e retirando a madeira, pagando os respectivos impostos, com ânimo de quem exerce um direito de propriedade próprio e legítimo, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, de modo pacífico, contínuo e público, sendo reconhecidos por toda a gente como seus donos, pelo que se pode afirmar que adquiriram os identificados prédios por usucapião, título este que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou alguém do que nesta se narra ou transcreve. Abrantes, 19 de Agosto de 2010

Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e sete de Agosto de dois mil e dez, exarada de folhas sessenta e nove a folhas setenta verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas OITENTA E UM-A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores, a) JOSÉ BATISTA e mulher LAURA DE CASTRO BATISTA, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes e ela da freguesia de Castanheiro, do concelho de Carrazeda de Ansiães, residentes na Avenida do Paiol, número 516, segundo andar esquerdo, em Abrantes, e b) MANUEL PIRES BATISTA e mulher CASSILDA DA CONCEIÇÃO PIRES, casados no regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes e ela da freguesia e concelho de Vila de Rei, residentes na Rua Janela da Serra, número 12, em Lourel, Sintra, DECLARARAM que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores, EM COMUM, do seguinte prédio: -Prédio Rústico, sito em Lagoeiro, na freguesia de Fontes, do concelho de Abrantes, composto de pinhal, com ária de doze mil setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com Adelaide Mendes Sarmento, de Sul com Herdeiros de Manuel Machado, de Nascente com Herdeiros de Manuel Machado e caminho e de Poente com ribeiro, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 253 da secção N; Que o prédio ora justificado está inscrito na matriz em nome deles justificantes maridos e que, eles justificantes são possuidores do prédio acima identificado e que este veio à sua posse por compra verbal, não titulada a Manuel Baptista, solteiro, maior, residente que foi no lugar de São Domingos em Sardoal, antes do ano de mil novecentos e sessenta e cinco, logo há mais de quarenta anos. Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, amanhando-o, cultivando-o cortando a madeira, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, pacificamente, porque sem violência, continua e publicamente, de, forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para que a aquisição do citado imóvel seja por usucapião. Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. Abrantes, 27 de Agosto de 2010

A Notária (Sónia Maria Alcaravela Onofre) (em Jornal de Abrantes, edição 5476 - Setembro de 2010)

negra e decorado com incrustações em madrepérola. Os elementos da decoração são inspirados na natureza, ao gosto nipónico, salientandose dois pares de pombas e representações de laranjeiras, cameleiras e cerejeiras, árvores que no Japão são muito carregadas de simbolismo. Sabe-se que este oratório, que provem de um centro de produção japonês, veio parar a este convento por oferta de Dona Jerónima de Sousa, cumprindo a vontade de seu marido Gaspar de Sousa de Lacerda e foi colocado no altar de Nossa Senhora da Esperança. Os frades franciscanos viveram neste Convento até 1834, ano em que Joaquim António de Aguiar decretou a extinção das ordens religiosas. Foi, depois, entregue à Santa Casa da Misericórdia, que ali instalou um hospital, que funcionou até 1979. Hoje e após a remodelação das instalações, ficou ali a funcionar um lar de idosos, também pertencente à Misericórdia. Bibliografia: Gonçalves, Luis Manuel, “Sardoal, do Passado ao Presente”, edição da Cãmara Municipal do Sardoal, 1992. Valente, Francisco J. Esteves, Revista Zahara, nº 11 e 15, edição do CEHLA - Palha de Abrantes

A Notária (Sónia Maria Alcaravela Onofre) (em Jornal de Abrantes, edição 5476 - Setembro de 2010)

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SETEMBRO2010

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Alexandre Fernandes AGRADECIMENTO A Família de Alexandre Fernandes agradece a todos os que o acompanharam à sua última morada e que de algum modo manifestaram interesse pela evolução do seu estado de saúde. Agradecem também a forma carinhosa e profissional como foi tratado pelas equipas do Apoio Domiciliário da Stª Casa da Misericórdia Abrantes, pelas equipas de Enfermagem do Centro de Saúde Abrantes e pelas equipas Multi-profissionais (Urgência, Medicina Interna, Consultas Externas do C.H.M.T.-EPE, Unidade de Abrantes). A todos o muito obrigado.

ABRANTES

Dr. Luís Soares N. 09-07-1952 - F. 30-07-2010

ABRANTES

AGRADECIMENTO A família de Luís Soares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este meio agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada, no dia 31 de Julho de 2010. A todos o nosso profundo reconhecimento

AGRADECIMENTO

Margarida Maria Matos dos Reis 14.11.1983 - 22.08.2010

Agradecimento A Família, profundamente sensibilizada, agradece a presença, o carinho e a oração de todas as pessoas que a acompanharam na sua dor.

ISILDA DA ASSUNÇÃO PAIVA RATANA OLIVEIRA Seu marido Albano Oliveira, filhos, noras, netos, bisneta e restantes familiares, agradecem, por este meio, a todas as pessoas, não só às que participaram nas cerimónias fúnebres e que acompanharam no dia 9 de Agosto de 2010 este seu familiar à sua última morada, no cemitério dos Cabacinhos em Abrantes, como também a todas as pessoas que posteriormente vêm manifestando o seu pesar. Tornamos extensivo este agradecimento a todas as pessoas que, com a sua presença, assistiram à missa do 7.º dia. A todos o nosso Bem-Haja. Aproveitamos, ainda, para informar que a missa do mês, será no dia 09 de Setembro próximo, pelas 19H15, na Igreja de S. Vicente, a confirmar.

ABRANTES - ROSSIO AO SUL DO TEJO

António Paulo Marrafa Fernandes N. 10-06-1913

- F. 09-08-2010

AGRADECIMENTO

jornaldeabrantes

jornal abrantes de

Sua filha, genro e netos, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que assistiram à missa de corpo presente e o acompanharam á sua última morada no cemitério de Rossio ao Sul do Tejo.

jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt


saúde 23

SETEMBRO2010

SAÚDE É ...

Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere

Actividade industrial e os serviços de Saúde Pública A indústria melhorou a nossa vida proporcionando objectos que utilizamos em qualquer gesto banal em nossas casas, no trabalho, no lazer, etc., estando presente em tudo o que fazemos. Mas a partir da “invenção” da industria o Homem tem de conviver com toda a poluição e danos causados por esta. Surgem assim novas doenças associadas à industrialização. A poluição do ar gerada pela combustão fóssil (carvão e derivados de petróleo, utilizados como combustíveis nas industrias e nos carros) contribuem para o aparecimento no Homem de bronquites, rinites, além de destruírem a camada de ozono, contribuindo para o aumento do efeito de estufa. A poluição das águas, provocada pelas descargas de poluentes, podem originar doenças de pele e contribuem para a destruição da fauna e flora, fundamental

no equilíbrio da cadeia alimentar. A Poluição sonora, provocada pelo ruído do trabalhar de todas as máquinas que nos rodeiam no dia a dia (transportes, industrias), provoca no Homem doenças como o “stress”, aumento do ritmo cardíaco, náuseas e perturbações auditivas graves. A poluição dos solos, devida à utilização massiva na agricultura de adubos e químicos, com o objectivo de produzir mais e mais rapidamente produtos agrícolas, leva ao crescente aumento dos lixos urbanos e industriais. Esta forma de poluição é responsável por alergias e intoxicações por pesticidas e fertilizantes. Os serviços de saúde publica são fundamentais no processo de licenciamento e vigilância de toda a actividade industrial, sendo um parceiro valioso entre outros (M. Economia Inovação e Desenvolvimento, é quem tutela o licenciamento

industrial - Despacho Regulamentar n.º 61/2007, M. Ambiente e Ordenamento do Território, M. Trabalho e Segurança Social, etc.), ao fazer cumprir, dentro de sua área de intervenção, a adopção das técnicas adequadas à gestão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos industriais ou urbanos. Relativamente aos pedidos de licenciamento cabe á saúde publica informar a entidade licenciadora do cumprimento legal a que a actividade industrial está sujeita, e fiscalizar o seu funcionamento, minimizando assim os riscos de doenças para o Homem e a poluição do meio ambiente. “A maior recompensa para o trabalho do homem não é o que se ganha, mas o que ele nos torna.” John Ruskin Paulo Bastos Técnico de Saúde Ambiental

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

C O N S U LTA S ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Alexandra Duarte Serra ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio - Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira NEFROLOGIA Dr. Mário Silva NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

POR

MARCAÇÃO

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

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