www.oribatejo.pt
Esta revista é suplemento integrante da edição nº 1285 de 18 de Junho de 2010 do semanário O RIBATEJO. Não pode ser vendida separadamente
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A Saúde no Distrito de Santarém 2010
ACES RIBATEJO Ferreira do Zêzere
Golegã
ACES LEZÍRIA Rio Maior
Chamusca
ACES ZÊZERE
Santarém
Alpiarça
Tomar Sardoal
Almeirim Azambuja
Cartaxo Ourém
Vila Nova da Barquinha
Salvaterra de Magos
Abrantes Coruche Constância
Benavente Torres Novas
Alcanena
Entroncamento
ACES SERRA D’AIRE
RETRATO DA SAÚDE NA REGIÃO Temos quatro Agrupamentos de Centros de Saúde no distrito de Santarém – ou melhor, nas sub-regiões da Lezíria e do Médio Tejo – e sob a alçada da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Os quatro Agrupamentos de Centros de Saúde do nosso distrito têm as seguintes direcções: ACES do Ribatejo, com sede em Santarém e sob a direcção de Carlos Ferreira; ACES da Lezíria, com sede em Almeirim e sob a direcção de Luísa Portugal; ACES da Serra d’ Aire, com sede em Torres Novas e sob a direcção de Pedro Marques; e ACES do Zêzere, com sede em Constância e sob a direcção de Fernando Siborro. Os mapas em anexo dão o retrato da divisão dos concelhos por ACES, que no conjunto integram 82 Centros de Saúde.
SUMÁRIO GARANTIR POR MUITOS E BONS ANOS O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE
NOVA ORGANIZAÇÃO MELHOROU ACESSIBILIDADE AOS CUIDADOS DE SAÚDE REORGANIZAÇÃO ESTÁ A SER MUITO POSITIVA
Carlos Ferreira, Director Executivo do ACES Ribatejo
Luísa Portugal, Directora Executiva do ACES Lezíria
CRIAÇÃO DO ACES PERMITIU UMA REORGANIZAÇÃO FUNCIONAL INÉDITA
Fernando Siborro, Director Executivo do ACES Zêzere
José Amendoeira, Director da Escola Superior de Saúde de Santarém
FICHA TÉCNICA Director .......................................Joaquim Duarte Redacção .....................................João Baptista Direcção Comercial.....................Rita Duarte Paginação....................................António Vieira, Vitor Arsénio Impressão ...................................Imprejornal, SA Tiragem .......................................15.000 exemplares Esta revista é suplemento integrante da edição nº 1285 de 18 de Junho de 2010 do semanário O RIBATEJO. Não pode ser vendida separadamente.
6 a 10 12 a 15
Pedro Marques, Director Executivo do ACES Serra d´Aire
FUNCIONAMENTO DO ACES AINDA ESTÁ EM CONSOLIDAÇÃO
A ESSS COMO ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE
4e5
Ana Jorge, Ministra da Saúde
www.oribatejo.pt
16 a 18 19 a 21 22 e 23
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A Saúde no Distrito de Santarém 2010
CONVIDADA I ANA JORGE Ministra da Saúde
GARANTIR POR MUITOS E BONS ANOS O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE O SNS existe há mais de 30 anos, com um percurso que motiva um largo consenso na sociedade portuguesa. O serviço público de saúde foi capaz, ao longo de décadas, de dar resposta às necessidades e expectativas dos Portugueses. O primeiro desafio ganho foi o da universalidade, chegar a todos. Hoje, todos os cidadãos têm acesso a cuidados de saúde. É certo que por vezes não se valoriza a segurança decorrente da existência de um serviço público que responde a todos os que dele precisam. Desde a vacinação nos centros de saúde, até aos transplantes nas unidades mais diferenciadas tecnologicamente, os Portugueses sabem que podem contar com o SNS. E, é bom não esquecer, que o SNS nasceu e cresceu num contexto político, económico e social complexo, com hospitais carecidos de modernização técnica e uma frágil rede de cuidados de saúde primários. Hoje, o SNS confronta-se com diversos desafios. Em primeiro lugar, a necessidade de progressivamente se adaptar a novos padrões de doença, fruto do envelhecimento da população e do aumento da esperança média de vida que exige uma nova configuração dos serviços, em que a face mais visível foi a criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, que se destina, genericamente, a responder às necessidades sociais e de saúde da população que apresenta graus diversos de dependência. Em segundo lugar, tornar mais efectiva a resposta do SNS à generalidade da população, através da implementação de programas específicos de promoção da saúde junto dos portugueses, como é exemplo o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral, que iniciou a res-
posta às necessidades de cidadãos mais vulneráveis, como são os idosos mais carenciados, as grávidas e os jovens em idade escolar. Num país em que mais de 90% das consultas de medicina dentária se realizavam em consultórios privados, esta é a primeira a oportunidade de muitos Portugueses acederem a cuidados de medicina dentária a que nunca tinham tido acesso. Em terceiro lugar, o combate às desigualdades, que se traduzem, em especial, em listas de espera para cirurgias e para consultas, que penalizam os mais vulneráveis e os menos instruídos é também um desafio que o SNS tem vindo a cumprir. Nesta e noutras áreas o SNS apresenta indicadores de qualidade que nos devem
motivar a continuar a trabalhar no sentido da sua preservação. É com satisfação que registo a redução do número de doentes em lista de espera, de mais de 248 mil, em 2005, para menos de 165 mil, em 2009; a mediana de tempo de espera desceu de 8,6 meses, em 2005, para 3,4 meses em 2009; e, pela primeira vez, a mediana na cirurgia oncológica é inferior a 30 dias. Estão a funcionar, neste momento, cerca de 242 USF que garantem que mais de 3 milhões de portugueses têm médico de família, ou seja, há quase mais 400.000 portugueses hoje com médico de família, do que em 2005, e isso deve-se ao progressivo alargamento das USF’s a todo o País. É evidente o impacto positivo que as Unidades de Saúde Familiar têm tido na
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
qualidade de vida dos Portugueses. Mas penso ser também muito importante dizer que a reforma dos cuidados de saúde primários não se esgota nas USF’s. Estamos a apostar muito nas Unidades de Cuidados na Comunidade, nas Unidades de Saúde Pública e também nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados. O conjunto da Reforma, que sofreu um novo impulso este ano, muda muito a qualidade e o acesso dos cidadãos à saúde. A implementação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) vem dar uma resposta de proximidade e integrada para acompanhamento de pessoas, cuja situação requer a promoção da sua autonomia. Hoje são já cerca de 50 mil os utentes assistidos, desde o inicio da RNCCI, que podem beneficiar da articulação entre os cuidados de saúde primários, os cuidados hospitalares e os cuidados continuados com um impacte muito relevante na qualidade de vida destes utentes e dos seus familiares ou cuidadores. Relativamente à colheita de órgãos e transplante Portugal lidera, hoje, o ranking dos países. Um sucesso da organização do Serviço Nacional de Saúde. Um sucesso da excelência dos profissionais de saúde. Um sucesso de uma legislação progressista, do mais avançado que há no mundo. O Ministério da Saúde apostou activamente numa estratégia de promoção da doação de órgãos e os resultados referentes a 2009 traduzem já o êxito dessa política. Portugal tornou-se líder mundial, a par com Espanha, na actividade de colheita, ultrapassando a meta dos 30 dadores por milhão de habitantes. A franca evolução na doação/colheita reflectiu-se, efectivamente, na actividade de transplantação. No último ano realizou um número recorde de transplantes renais graças ao intenso trabalho e à sensibilização para a doação de órgãos de cadáver. A intenção do Governo é a do reforço do SNS, para continuar a responder às necessidades das pessoas e a melhorar o seu nível de saúde, como vem aconte-
cendo nos últimos anos. Nesse sentido o investimento na rede hospitalar é um investimento na saúde dos portugueses que tem que continuar. Os investimentos que estamos a fazer na Rede Hospitalar respondem às necessidades do nosso País. Hoje, a Europa, e o mundo em geral, atravessa uma crise que nos obriga, a todos, a um exercício de maior exigência para garantir a manutenção deste património social fundamental, que é o Serviço Nacional de Saúde. Perante a necessidade de contribuir para o equilíbrio das finanças públicas e, por essa via, contribuir para o reforço do SNS e assegurar o seu futuro, estudámos todas as áreas em que é possível conter o aumento da despesa pública sem pôr em causa o leque e a qualidade dos cuidados
As medidas que estamos a tomar no combate ao desperdício e à ineficiência são para defender e garantir por muitos e bons anos o Serviço Nacional de Saúde.
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de saúde que prestamos. As medidas que o Ministério da Saúde apresentou recentemente, e que são apenas as 10 primeiras de um programa mais vasto em que estamos a trabalhar, visam garantir a sustentabilidade do SNS. Em momento algum, estas medidas têm o intuito, ou sequer são susceptíveis, de afectar a prestação de cuidados de saúde. Por isso, decidimos manter todos os programas de promoção da saúde, de prevenção e de tratamento das doenças e colocar o enfoque no combate ao desperdício e às ineficiências que ainda existem no SNS. Penso ser muito importante sublinhar este ponto: As medidas que estamos a tomar são para defender e garantir por
muitos e bons anos o Serviço Nacional de Saúde. Para isso, conto com todos os Portugueses, com os profissionais de saúde e com os gestores dos serviços. Aos Portugueses digo com grande clareza que a intenção do Governo é a do reforço do SNS, para continuar a responder às necessidades das pessoas e a melhorar o seu nível de saúde, como vem acontecendo nos últimos anos. Aos profissionais de saúde digo que conto com eles para manter e melhorar os níveis de qualidade dos cuidados e apelo à sua competência e sentido ético para compreenderem a dimensão global dos doentes que tratam. Ou seja, nunca devem perder de vista, na relação com os doentes, a qualidade dos actos que praticam, mas também a complexidade económica e social daquelas pessoas que estão perante eles. Aos gestores dos serviços digo que conto com a sua dedicação para, num quadro de mudanças rápidas, com a pressão para o crescimento dos gastos, responderem com criatividade a novas formas de redesenhar o sistema, novas formas de articulação dos diferentes níveis de prestação de cuidados, novas formas de envolvimento dos profissionais, novas formas de contenção dos gastos. Num momento em que a sustentabilidade política e financeira do SNS é questionada, poder-se-ia cair na tentação de anunciar a derrota do modelo social público. Contudo, é exactamente porque os resultados ainda estão aquém do que se desejaria, em termos de equidade e de eficiência, que há que redobrar esforços e exigências para com o desempenho do SNS. E a resposta política deve ser clara e determinada. Num contexto de dificuldades económicas e sociais é ainda maior a necessidade de que o SNS funcione como instrumento de coesão social. Nestes tempos difíceis, a resposta não é desmantelar o SNS. A resposta é reforçar a única garantia de acesso universal a cuidados de saúde.
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ACES RIBATEJO
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A Saúde no Distrito de Santarém 2010
ENTREVISTA I CARLOS FERREIRA Director Executivo da ACES Ribatejo
“NOVA ORGANIZAÇÃO MELHOROU ACESSIBILIDADE AOS CUIDADOS DE SAÚDE”
Que balanço faz do 1º ano de funcionamento do Agrupamento de Centros de Saúde a que pertence - ACES Ribatejo? Foi claramente um processo muito desgastante, mas muito aliciante. Não consistiu apenas na “montagem” dum novo modelo organizativo e funcional para os Cuidados de Saúde Primários, porque, no nosso caso, em particular, fomos ainda confrontados com a necessidade de desenvolver um conjunto muito significativo de tarefas, pesadas, respeitantes à extinção da Ex-Sub-Região de Saúde de Santarém, que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo nos ia solicitando que desenvolvêssemos, o que nem sempre foi fácil e que gerou enorme desgaste físico e muito, muito, mental, se é que é possível não associá-los. Não foi fácil porque “mexia” com pessoas e com procedimentos e motivar para algo que não era conhecido, partindo duma cultura organizativa institucio-
nal já com dezenas de anos e alicerçada em bons trabalhadores, muitos deles especializados em tarefas que em muitos casos foram extintas, ou localizadas em nível organizacional diferente, como compreenderá, foi árduo e jogou com muitos afectos. As organizações também são feitas de afectos. Felizmente a grande maioria dos trabalhadores compreendeu o esforço que estávamos a desenvolver. A tudo isto acresceu ainda a circunstância deste ACES, ao contrário dos restantes, integrar um Centro de Saúde que tinha uma cultura não coincidente com a dos outros Centros de Saúde que o completaram, por ser oriundo, até então, dum outro espaço gestionário. Refiro-me ao Centro de Saúde da Azambuja com os seus mais de 23 mil utentes e sete locais de prestação de cuidados. Não nos podemos ainda esquecer que muito deste trabalho coincidiu com a necessidade de desenvolver procedimentos
conducentes ao controlo da gripe pandémica “Gripe A”, que nos exigiu a criação de um Serviço de Atendimento à Gripe – SAG, que, por decisão superior, passou a ser referência distrital, ultrapassando largamento a abrangência deste ACES. No caso concreto deste serviço que funcionou durante o período considerado de maior incidência da pandemia, entre Agosto e Outubro de 2009, houve necessidade de criar todas as condições físicas para a sua instalação, de forma muito célere, cumprindo as regras rigorosas da Direcção Geral de Saúde e afectar os recursos humanos e materiais exigidos. Isso foi conseguido, com enorme sucesso, na unidade de saúde de S. Nicolau, em S. Domingos, em Santarém, tendose contado com o empenho de todos os profissionais que lá colaboraram, muitos deles de forma inexcedível. Aproveito ainda para dizer que a obra de adaptação, a informação para todos os profissionais
envolvidos, população, forças “vivas”, (PSP, GNR, Bombeiros, etc.) e comunicação social foi concretizado em tempo recorde. Recebemos indicação no dia 7 de Agosto para criarmos o “Serviço” e dez dias após tudo estava preparado para o seu início. Como é evidente isso só foi possível devido ao planeamento que esteve subjacente. Aliás, foi este planeamento que nos levou “à descoberta” do edifico do ex-CAE no bairro de S. Bento, em Santarém, onde iremos reinstalar duas das USF logo que tenhamos as obras de adaptação concretizadas. Muitas outras possibilidades foram equacionadas mas nenhuma reunia as condições das do espaço onde o serviço veio a funcionar, não chegando, por isso mesmo, para este ACES, a passar de mais do que meras hipóteses. O que melhorou com esta organização? Muita, mas mesmo muita coisa. Se me permite, refiro algumas delas: Conseguimos duplicar o número de Unidades de Saúde Familiar, vulgarmente conhecidas por USF´s, que como sabemos tratase de uma unidade que assenta numa equipa multidisciplinar, constituída por médicos, enfermeiros e assistentes técnicos, a quem compete garantir a acessibilidade aos cuidados de saúde individuais a todos os utentes nela inscritos, no mínimo entre as 8 e as 20 horas, nos dias úteis, recorrendo a mecanismos de
inter-substituição quando da ausência de qualquer um dos profissionais da equipa a que pertence o utente. Temos actualmente seis USF´s, contra as três quando começamos e a muito curto prazo prevemos contar com mais duas o que nos permitirá, com estas oito USF´s, garantir atendimento, neste modelo organizativo, a mais de 100 mil utentes. Destas duas uma irá entrar em funcionamento até ao final do primeiro semestre e a outra em meados do segundo. Pela primeira vez desenvolvemos o processo de contratualização com as USF´s, tendo sido definidas metas aos profissionais, em relação a um conjunto de indicadores que vão desde a taxa de utilização global de consultas, ao número de visitas domiciliárias, passando pelo diagnóstico precoce do recém-nascido, etc. Esta metodologia está neste momento a ser alargada às outras unidades fun-
Lentamenteapopulação inscrita em pequenas unidades, onde pelo número de utentes o atendimento não pode ser diário, vai-se apercebendo dos benefícios desta reforma e optará pela sua inscrição em locais de maior concentração de meios.
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cionais, admitindo-se que a curto prazo a contratualização se inicie nas UCC´s, para as quais já se encontram definidos os indicadores a aplicar e posteriormente, de forma faseada, às restantes unidades. O próprio ACES, no seu todo, para 2010, teve a sua contratualização com a ARSLVT,IP. Quais são as duas novas USF´s: Está a ser apreciado o Plano de Acção para a “USF Salinas”, que irá abranger parte da população do concelho de Rio Maior e a “USF Campus Saúde” para a população do concelho da Golegã e ainda do Pombalinho, do concelho de Santarém, o que corresponde a cerca de mais 20 mil utentes. Também cinco Unidades de Cuidados na Comunidade – UCC´s, estão constituídas e em funcionamento, o que garante que todos os concelhos deste ACES contem com os cuidados de saúde que estas unidades dispensam e que são fundamentais nos Cuidados de Saúde Primários. Prestam cuidados de saúde e apoio social de âmbito domiciliário e comunitário especialmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior dependência física e funcional ou doença, que requeiram acompanhamento próximo e ainda numa área igualmente entendida como fundamental, por permitir alterar comportamentos, que tem a ver com a educação para a saúde.
Total de consultas de Medicina Geral e Familiar no 2.º semestre do ano 2009, por programa de saúde Unidades de Saúde Azambuja Cartaxo UCSP Cartaxo USF Cartaxo Terra Viva USF D. Sancho I Golegã Rio Maior Santarém UCSP Santarém USF Alviela USF S. Domingos Total Fonte: SIARS
Planeamento Familiar 563 1.471 614 247 610 190 219 2.836 1.041 500 1.295 5.279
Saúde Materna 329 831 305 124 402 178 624 1.842 756 257 829 3.804
Saúde Infantil e Juvenil 1.850 6.018 2.262 930 2.826 1.201 2.087 9.354 3.556 2.013 3.785 20.510
Saúde de Adultos 24.579 41.888 16.251 5.771 19.866 9.296 22.342 83.739 46.119 20.519 17.101 181.844
Doença aguda 15.969 4.666 4.666
18.875 6.336 6.336
45.846
Total consultas 43.290 54.874 24.098 7.072 23.704 10.865 44.147 104.107 57.808 23.289 23.010 257.283
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ACES RIBATEJO
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
ACES RIBATEJO
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A aprovação destas unidades foi por nós entendido como muito gratificante e estimulante e foi sentido como reconhecimento do trabalho que os profissionais deste ACES têm desenvolvido, dado que nas primeiras sete UCC´s aprovadas no espaço da ARSLVT, com os seus 3,5 milhões de habitantes, três foram para este Agrupamento de Centros de Saúde, o que não ocorreu em mais nenhum ACES do País, com a sua apresentação pública efectuada pela Ministra da Saúde. E as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados? Estão constituídas. Na prática corresponde à organização da prestação de cuidados de saúde individuais onde esta não está garantida no modelo USF. Temos UCSP em Azambuja, parte de Rio Maior e numa franja a norte do concelho de Santarém, que garantem, no seu conjunto, o atendimento a aproximadamente 50 mil utentes. São em número de três, as UCSP´s. A falta de médicos, os horários reduzidos de atendimento nalgumas extensões de saúde são uma das maiores preocupações. O que pode fazer o ACES para responder a estas carências? Na realidade o número de locais onde neste ACES se prestam cuidados de saúde não se coaduna com a qualidade que se pretende que tenham os cuidados prestados, são ainda em número de 41.
Rácio de médicos e enfermeiros / utentes inscritos Médicos Nº Utentes
Centros de Saúde
1/1.000 utentes
Nº
Enfermeiros Nº Utentes 1/médico
1/1.000 utentes
Nº (*)
Nº Utentes 1/enferm.
Azambuja (a)
23.668
15
0,63
1.578
21,7
0,92
1.091
Cartaxo Golegã
(b)
27.902
17
0,61
1.641
21
0,75
1.329
5.976
4
0,67
1.494
7
1,17
854
Rio Maior (c) Santarém
24.171
14,4
0,60
1.679
17,1
0,71
1.415
1.482 1.554
45 111,78
0,65 0,74
1.548 1.354
69.645 47 0,67 Totais 151.362 97,4 0,64 (*) - Exclui 2 do CDP e 1 na Sede (vogal do Conselho Clínico)
(a) - Conta com mais 2 médicos em regime de prestação de serviços Em enfermagem têm 8 horários acrescidos e 2 acumulações de 19 horas / semana (b) - Conta com mais 1 médico em regime de prestação de serviços (c) - Conta com mais 120 horas de médicos de clínica geral / semana, o que perfaz 3,4 elementos. 2 enfermeiros são acumulações de 19 horas / semana
Indicadores demográficos dos utentes inscritos no ACES em 2009 Unidades de Saúde Azambuja Cartaxo UCSP Cartaxo USF Cartaxo Terra Viva USF D. Sancho I Golegã Rio Maior Santarém UCSP Santarém USF Alviela USF S. Domingos Total Fonte: SIARS
Total
Homens
23.668 27.902 3.628 13.463 10.811 5.976 24.171 69.645 41.988 10.826 16.831 151.362
11.554 13.796 1.849 6.612 5.335 2.818 11.844 33.341 20.101 5.196 8.044 73.353
Mulheres
Percentagem
12.114 14.106 1.779 6.851 5.476 3.158 12.327 36.304 21.887 5.630 8.787 78.009
15,6% 18,4%
4,0% 16,0% 46,0%
Indicadores demográficos dos utentes inscritos no ACES em 2009 Indicador
Azambuja
Cartaxo
Golegã
Rio Maior Santarém
Total
População inscrita
23.668
27.902
5.976
24.171
69.645
151.362
Taxa de População Feminina
51,18%
50,56%
52,84%
51,00%
52,13%
51,54%
Índice de Dependência Total
53,14
52,00
59,06
52,97
55,64
54,27
129,61
137,40
159,53
136,84
153,85
144,30
Índice de Envelhecimento Fonte: ACES Ribatejo
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A Saúde no Distrito de Santarém 2010
é a possibilidade de marcação de consulta por mais um meio, que é a marcação de consulta electrónica. Aos utentes passou a ser-lhes permitido efectuar mais duas acções que são: o marcar consulta para o seu médico, com dia e hora determinada e ainda o requerer, também electronicamente a renovação de receituário desde que os medicamentos estejam referenciados na medicação crónica. Trata-se de um serviço disponibilizado no endereço: www.portaldasaude.pt e que reconhecidamente se insere num dos objectivos fulcrais que temos que é o da acessibilidade.
ACES RIBATEJO
A sua rentabilização adequada é tarefa difícil, para não dizer impossível, de concretizar. Sempre que o tentamos normalmente somos confrontados com forças contrárias que utilizam o argumento da proximidade, do envelhecimento da população, da dificuldade de transporte, etc, etc. As USF´s têm sido um instrumento que temos colocado à disposição da população, pois ao optarem pela sua inscrição em unidades com esta tipologia têm garantida uma cobertura assistencial onde normalmente lhes é permitido escolher a equipa profissional que irá assumir a responsabilidade pelo seu atendimento e com a garantia de que mesmo na ausência desta equipa os restantes elementos que integram a USF, na consulta de intersubstituição lhes prestarão os cuidados que necessitam. Não nos podemos também esquecer do contributo que passou a ser disponibilizado pelas UCC´s, estas sim unidades de intervenção comunitária e local. Por tudo isto cremos que lentamente a população inscrita em pequenas unidades, onde pelo número de utentes o atendimento não pode ser diário, vai-se apercebendo dos benefícios desta reforma e optará pela sua inscrição em locais de maior concentração de meios. A reconfiguração dos cuidados de saúde primários terá que ser acompanhada duma mudança também de mentalidades, visto que a dispersão não se compadece com a qualidade que hoje é exigível. Outro instrumento que desde o início do ano se encontra à disposição dos utentes
Que incentivos pensa que seria possível dar para atrair mais médicos para esta área de abrangência do ACES? No que concerne à falta de médicos ela não se faz sentir neste Agrupamento de Centros de Saúde, pois um conjunto de
Utilizadores de consultas de Medicina Geral e Familiar no 2.º semestre do ano 2009 N.º de utilizadores
Unidades de Saúde Azambuja Cartaxo
N.º de utentes inscritos 23.668 27.902 3628 13463 10811 5.976 24.171 69.645 41.970 10.845 16.831 151.362
9.963 19.678 8.502 4.238 6.938 4.336 10.797 34.389 18.949 7.194 8.246 79.163
UCSP Cartaxo USF Cartaxo Terra Viva USF D. Sancho I Golegã Rio Maior Santarém UCSP Santarém USF Alviela USF S. Domingos Total Fonte: SIARS
Taxa de utilização 42,09% 70,53% 64,18% 72,56% 44,67% 49,38% 45,15% 66,33% 48,99% 52,30%
Nº de Contactos de Enfermagem em Programa de Saúde no ACES no 2.º semestre de 2009 Saúde da Mulher
Saúde do Adulto e do Idoso
1.993 3.551
2.244
6.007
3.127
18
3.646
2.229
7.335
4.943
476
518
4.069
USF C. Terra Viva
590
720
1.088
941
203
4
UCSP Golegã
957
365
1.105
1.913
272
UCSP Azambuja UCSP Cartaxo USF D. Sancho I
Grupos de risco
Programas e actividades comunitárias
Saúde Infantil e Juvenil
Dados não disponíveis 2.637
UCSP Rio Maior
240
703
1.281
1.097
80
UCSP Santarém
3.088
3.314
12.586
8.395
2.802
USF Alviela
1.801
1.189
5.196
5.729
798
3.847 16.067
4.098 14.862
7.626 42.224
3.811 29.466
318 8.076
USF S. Domingos Total
Sessões de grupo
Tratamento Feridas, Úlceras
735 2.741 2.008
29
8.649 3.211
448 1.017
2.659 27.718
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A Saúde no Distrito de Santarém 2010
menos de 5% pelo Centro Hospitalar do Médio Tejo. O relacionamento institucional é normal sendo digno de realce o facto do Conselho de Administração do HDS nos ter referido que se nota claramente uma alteração do paradigma dos utilizadores da urgência, provenientes deste ACES, onde o recurso não só diminuiu Como está a ser efectuada a articula- como se alterou o motivo que origina o ção entre os cuidados de saúde primá- atendimento. Anteriormente cerca de 70% da popurios e os Hospitais da Região. Este Agrupamento de Centros de Saúde lação que se deslocava à urgência não tem articulação com três Hospitais: Cen- tinha justificação clínica para isso. Hoje a tro Hospitalar do Médio Tejo, Reynaldo situação é a inversa. Admitimos que isso dos Santos (VFX) e Distrital de Santarém. tem muito a ver com a circunstância da Mais de 80% da população do ACES é população ter o seu atendimento garanabrangida pelo Hospital Distrital de San- tido por USF entre as 8 e as 20 horas, nos tarém, 15% pelo de Vila Franca de Xira e dias úteis. Claro que é sempre possível fazermos mais e melhor e nesta Pirâmide etária quinquenal dos utentes inscritos no ACES Ribatejo no ano 2009 matéria o ACES, felizmente, conta com um Conselho Clínico dinâmi =85 anos 80-84 anos co que tem sido fundamental na 75-79 anos determinação de linhas de orien70-74 anos tação e procedimentos técnicos, 65-69 anos 60-64 anos tratando-se claramente dum órgão 55-59 anos que veio permitir ganhos de efici50-54 anos ência, eficácia e de qualidade nos 45-49 anos Cuidados de Saúde Primários, que 40-44 anos 35-39 anos até esta reforma não existia. Neste 30-34 anos ACES a sua constituição foi tarefa 25-29 anos entendida como prioritária e como 20-24 anos 15-19 anos tal concretizada logo nos dois pri10-14 anos meiros meses de actividade. É o 5-9 anos principal responsável pela articu0-4 anos 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2.000 4.000 6.000 8.000 lação com os responsáveis técnicos dos cuidados hospitalares. Masculino Feminino medidas previsionais que temos tomado tem permitido garantir atendimento personalizado à população. Hoje podemos dizer que a situação no ACES Ribatejo não é catastrófica como alguns, felizmente poucos, chegaram a referir de forma descontextualizada. Mesmo para o número substancial de pedidos de aposentação que deram entrada neste Agrupamento, nos últimos meses, em número de onze, em pessoal médico, admitimos que com uma boa gestão poderemos compensar estas saídas com os médicos que temos em formação no ACES, que são em número equivalente. A capacidade de captação de pessoal médico tem passado e muito pelo facto de termos um número subs-
tancial de unidades de saúde familiar, que são claramente a grande capacidade atractiva, considerando que quem acaba um “internato em medicina geral e familiar” ambiciona trabalhar com qualidade e luta por isso. As USF´s dão-lhes essa garantia.
Total de consultas de Medicina Geral e Familiar no 2.º semestre do ano 2009, por programa de saúde Unidades de Saúde Azambuja Cartaxo UCSP Cartaxo USF Cartaxo Terra Viva USF D. Sancho I Golegã Rio Maior Santarém UCSP Santarém USF Alviela USF S. Domingos Total Fonte: SIARS
Planeamento Familiar 563 1.471 614 247 610 190 219 2.836 1.041 500 1.295 5.279
Saúde Materna 329 831 305 124 402 178 624 1.842 756 257 829 3.804
Saúde Infantil e Juvenil 1.850 6.018 2.262 930 2.826 1.201 2.087 9.354 3.556 2.013 3.785 20.510
Saúde de Adultos 24.579 41.888 16.251 5.771 19.866 9.296 22.342 83.739 46.119 20.519 17.101 181.844
Doença aguda 15.969 4.666 4.666
18.875 6.336 6.336
45.846
Total consultas 43.290 54.874 24.098 7.072 23.704 10.865 44.147 104.107 57.808 23.289 23.010 257.283
ACES SERRA D’AIRE
12
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
ENTREVISTA I PEDRO MARQUES Director Executivo da ACES Serra D’Aire
“REORGANIZAÇÃO ESTÁ A SER MUITO POSITIVA”
Qual o balanço que faz do primeiro ano de funcionamento do Agrupamento de Centros de Saúde a que preside? O que melhorou com esta reorganização? Faço um balanço muito positivo, embora se trate de um trabalho que ainda está a efectuar o seu percurso no seio da reforma de cuidados de saúde primários em curso. Foi criado um Conselho Clínico, que funciona como garante da qualidade técnica da prestação de cuidados, uma Unidade de Apoio à Gestão, que se responsabiliza pelos processos administrativos, financeiros, de recursos humanos, sistemas de informação, aquisições, aprovisionamentos e património, entre outras, assim como foi reforçada a participação dos utentes, através da criação do Conselho da Comunidade, trazendo diversos stakeholders para dentro do sistema. Porém, há ainda muito trabalho a efectuar, de modo a dotar o ACES de todas as ferramentas e competências gestionários com que foi pensado. E há o drama actual da escassez de recursos humanos, tão necessários para que a estrutura funcione de modo adequado e eficiente.
Qual o ponto da situação da criação de Unidades de Saúde Familiares, Unidades de Cuidados na Comunidade e Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados? Todas as unidades funcionais foram dinamizadas, designadamente as UCSP em cada antigo Centro de Saúde, a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados, as Unidades de Cuidados na Comunidade, a Unidade de Saúde Pública e uma Unidade de Saúde Familiar, no Entroncamento, que deve iniciar funções em Agosto próximo. As UCC estão em lançamento, sendo de destacar que a primeira
Há ainda muito trabalho a efectuar, de modo a dotar o ACES de todas as ferramentas e competências gestionários com que foi pensado. E há o drama actual da escassez de recursos humanos, tão necessários para que a estrutura funcione de modo adequado e eficiente.
≥
a iniciar as suas funções será em Ourém, no dia 1 de Junho. Estamos presentemente a proceder à substituição da Coordenadora da Unidade de Saúde Pública, uma vez que a anterior, por concurso, foi colocada a trabalhar em Lisboa, nos serviços centrais da Administração Regional de Saúde. A falta de médicos de família e os horários reduzidos de atendimento nalgumas extensões de saúde são uma das maiores preocupações. O que pode fazer o Agrupamento para responder a estas carências? Trata-se de um exercício de permanente ‘engenharia de processos’, o que estamos a fazer, com base em negociações para conversão de horas de consultas de atendimento complementar para reforço de ambulatório por parte dos nossos médicos, contratando empresas externas que assegurem as tais consultas complementares. Ainda assim, a percentagem de utentes sem médico de família e o cenário de previsível agravamento desta situação irá condicionar a oferta assistencial, pelo
ter de contar sempre apenas com o que existe e nunca com o que gostaríamos ou deveríamos ter. Espero que este ano seja marcado pela colocação de mais médicos no nosso ACES e tendo esperança que isso possa induzir novas formas organizativas de prestação de cuidados em alguns locais.
menos ao nível das consultas médicas. Pessoalmente, e embora compreenda as pressões da população e de autarcas, tenho muitas dúvidas sobre a qualidade de um serviço assistencial, em permanência, nos casos em que a presença de profissionais é pouco mais que esporádica nos locais de prestação. Penso que há aqui um longo caminho a percorrer no futuro. O reforço das actividades de enfermagem e outros aspectos inovadores da prestação de cuidados poderão apoiar neste trabalho que, julgo, irá ser percorrido de modo inevitável.
Que incentivos pensa que seriam possíveis dar para atrair mais médicos para esta área de abrangência do ACES? Bom ambiente de trabalho, boa qualidade de vida, uma rede de cidades médias com boa oferta cultural, turística, de escolas, de unidades de saúde, de Houve abertura de concursos para co- espaços comerciais e de uma boa rede locação de mais médicos? O que tem im- de transportes. Os desafios das urbes e das redes de urbes são enormes, nos pedido que esses médicos se instalem? Os processos nem sempre andam à dias que correm, em que a esmagadora velocidade que desejamos, nem as vagas maioria da população mundial prefere visão adequadas às necessidades. Vamos ver em grandes aglomerados, onde tudo o que precisam e desejam está Percentagem de População Activa - 2009 a pouca distância. Os médicos Nº Utentes Nº Utentes % População (15 aos 64) Inscritos Activa são iguais aos demais seres CS Alcanena 5.852 8.686 67,37% humanos e proCS Entroncamento 13.933 21.005 66,33% curam o mesCS Torres Novas 12.336 18.894 65,29% CS Ourém 6.930 10.298 67,29% mo, sobretudo CS Fátima 8.656 13.062 66,27% os mais jovens:
qualidade de vida. E, claro, se puderem ganhar bem, isso ajuda. Não me parece que as antigas fórmulas de oferecer uma habitação, à conta dos municípios, ou mesmo um subsídio adicional sobre o vencimento, seja sequer moralmente justa face a outras profissões, já para não falar do seu efeito fiscal, mas admito que, em alguns contextos, os autarcas lancem mão de todas as políticas que conseguirem mobilizar para seduzirem médicos para melhor contribuírem no esforço de conferir cuidados de saúde primários para todos. Como está a ser feita a articulação entre os cuidados de saúde primários e os Hospitais da área? Vai sendo feita, através de sucessivas reuniões de afinação de procedimentos e protocolos, em áreas específicas. Julgo que estamos hoje melhor do que há um ano, mas desejaria que daqui a um estivéssemos muito, mas muito melhor do que agora. São realidades diferentes, mas complementares, e estas complementaridades têm de ser vistas como virtudes e não como barreiras, como um estímulo ao seu aprofundamento e não ao afastamento de profissionais, como se dois mundos estanques autónomos se tratassem.
Rácio de médicos e enfermeiros / utentes inscritos Nº de médicos Alcanena
Nº de Enfermeiros
Utentes inscritos S/exp
Rácio Médico
Rácio Enf.
8
13
17535
2191,88
1348,85
17
25
39710
2335,88
1588,40
4
8
13062
3265,50
1632,75
Entroncamento
10
12
21005
2100,50
1750,42
Ourém
16 55
29 87
37246 128558
2327,88 2337,42
1284,34 1477,68
Torres Novas Fátima
Total Aces
Total de Consultas de Medicina Geral e Familiar no 2º semestre de 2009 por programa de saúde Saude Adultos
Saúde Infantil
Saúde Materna
Planeamento Familiar
Alcanena
18887
1711
368
408
Torres Novas
40648
4043
818
1197
Fátima
13028
1723
316
396
Entroncamento
15497
1914
390
881
40585 128645
3786 13177
587 2479
720 3602
Ourém Total Aces
Especialidade
414 414
13
ACES SERRA D’AIRE
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
14
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
ACES SERRA D’AIRE
População inscrita nas unidades de saúde do Aces no ano de 2009 Utentes inscritos s/exp
Utentes inscritos c/exp
Alcanena
17535
22219
4684
Torres Novas
39710
41657
1947
Fátima
13062
15764
2702
Entroncamento
21005
23924
2919
37246 128558
69088 172652
31842 44094
Ourém Total Aces
Utentes exp
Rácio de médicos e enfermeiros / utentes inscritos Nº de médicos Alcanena Torres Novas Fátima
Nº de Enfermeiros
Utentes inscritos S/exp
Rácio Médico
Rácio Enf.
8
13
17535
2191,88
1348,85
17
25
39710
2335,88
1588,40
4
8
13062
3265,50
1632,75
Entroncamento
10
12
21005
2100,50
1750,42
Ourém
16 55
29 87
37246 128558
2327,88 2337,42
1284,34 1477,68
Total Aces
Contactos de Enfermagem em programa de saúde no ACES no 2º semestre de 2009 Alcanena
Entroncamento
Fátima
Ourém
Torres Novas
Total Aces
Saúde Materna
190
515
204
171
121
1201
Saúde Infantil
1499
2880
2002
3994
1167
11542
Saúde do Adulto
2203
2770
2406
3907
1262
12548
Grupo Risco: Hipertensão
1818
1815
593
5311
1854
11391
566
911
579
2085
899
5040
Saúde Reprodutiva e Plan. Familiar
1555
2202
1346
2763
1318
9184
Tratamento Feridas/Úlceras
5810
5681
3595
14544
7510
37140
93
331
23
0
631
1078
131
194
208
426
81
1040
17
183
58
150
38
446
Grupo Risco: Diabetes
Programas de Narcóticos de Substituição Saúde Juvenil Puerpério Saúde Idoso
2754
3766
1902
3955
2432
14809
Dependentes
28
217
259
662
832
1998
Ostomisados
53
3
2
74
1
133
Preparação Psicoprofilática Para o Parto
68
105
145
2
15
335
Programa Nacional Combate à Obesidade
2
2
0
6
4
14
238
66
7
571
194
1076
Grupo de Risco: Cardiovascular Reabilitação
9
13
61
3
31
117
Programa de Intervenção Precoce
1
3
0
7
0
11
Saúde da Família
0
2
0
0
0
2
Apoio Domiciliário Integrado (ADI)
0
25
0
107
1
133
Acompanham. Doentes Tuberculose
0
1
0
2
1
4
Rastreio Cancro do Colo do Útero
0
120
6
294
33
453
Hipocoagulados
0
0
0
0
12
12
Saúde da Comunidade
0
0
0
3
0
3
Programa Nacional Promoção Saúde Oral
0
0
0
1
0
1
P.N.S.E: Saúde Individual e Colectiva
0
0
0
5
0
5
P.N.S.E: Ambiente Escolar
0
0
0
3
0
3
P.N.S.E: Estilos de Vida
0
0
0
12
0
12
Podologia
0
0
0
249
0
249
15
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
Torres Novas
ACES SERRA D’AIRE
Pirâmides etárias quinquenais dos utentes inscritos no ACES Serra D’Aire no ano 2009 Fátima
=85 anos
=85 anos
80-84 anos
80-84 anos
75-79 anos
75-79 anos
70-74 anos
70-74 anos
65-69 anos
65-69 anos 60-64 anos
60-64 anos
55-59 anos
55-59 anos
50-54 anos
50-54 anos
45-49 anos
45-49 anos 40-44 anos
40-44 anos
35-39 anos
35-39 anos
30-34 anos
30-34 anos
25-29 anos
25-29 anos
20-24 anos
20-24 anos
15-19 anos
15-19 anos
10-14 anos
10-14 anos
5-9 anos
5-9 anos
0-4 anos 800
0-4 anos 1.600
800
0
800
Masculino
400
1.600
0 Masculino
400
800
Feminino
Feminino
Alcanena =85 anos
Entroncamento
80-84 anos
=85 anos
75-79 anos
80-84 anos
70-74 anos
75-79 anos
65-69 anos
70-74 anos
60-64 anos
65-69 anos
55-59 anos
60-64 anos
50-54 anos
55-59 anos 50-54 anos
45-49 anos
45-49 anos
40-44 anos
40-44 anos
35-39 anos
35-39 anos
30-34 anos 30-34 anos
25-29 anos
25-29 anos
20-24 anos
20-24 anos
15-19 anos
15-19 anos
10-14 anos
10-14 anos
5-9 anos
5-9 anos
0-4 anos
0-4 anos
800
400
0
400
Masculino
800
1.600
800
Índice de dependência jovens - 2009 Nº Utentes (- 15 )
0 Masculino
Feminino
800
1.600
Feminino
Entroncamento =85 anos
Utentes (15 aos 64)
Índice Dependência Jovens
80-84 anos 75-79 anos 70-74 anos 65-69 anos 60-64 anos
CS Alcanena CS Entroncamento
1.223 3.263
5.852
20,90%
55-59 anos
13.933
23,42%
45-49 anos
CS Torres Novas
2.683
12.336
21,75%
35-39 anos
CS Ourém
1.639 2.048
6.930 8.656
23,65% 23,66%
25-29 anos
CS Fátima
50-54 anos
40-44 anos
30-34 anos
20-24 anos 15-19 anos 10-14 anos 5-9 anos 0-4 anos 1.600
Índice de dependência total - 2009 Utentes (-15 e +65)
800
0 Masculino
Utentes (15 aos 64)
Índice Dependência Total
800 Feminino
Utilizadores de consultas de Medicina Geral e Familiar no 2º semestre de 2009
CS Alcanena CS Entroncamento
2.834 7.072
5.852
48,43%
13.933
50,76%
CS Torres Novas
6.558
12.336
53,16%
CS Ourém
3.368
6.930
48,60%
Alcanena
CS Fátima
4.406
8.656
50,90%
Entroncamento
7710
Torres Novas Ourém
17636
Índice de dependência idosos - 2009 Utentes (+65)
Utentes (15 aos 64)
Índice Dependência Idosos
CS Alcanena CS Entroncamento
1.611 3.809
5.852
27,53%
13.933
27,34%
CS Torres Novas
3.875
12.336
31,41%
CS Ourém
1.729
6.930
24,95%
CS Fátima
2.358
8.656
27,24%
Utilizadores de cons. de MGF 8393
19585
Fátima
6050
Total
59374
1.600
ACES LEZÍRIA
16
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
ENTREVISTA I LUÍSA PORTUGAL Directora Executiva da ACES
Lezíria
“FUNCIONAMENTO DO ACES AINDA ESTÁ EM CONSOLIDAÇÃO” Qual o balanço que faz do primeiro ano de funcionamento do Agrupamento de Centros de Saúde a que preside? O que melhorou com esta reorganização? O funcionamento da nova estrutura ACES ainda está a ser consolidado. Não é fácil acrescentar uma cultura de avaliação e uma visão estratégica, numa organização que sempre se tem pautado por mecanismos exclusivamente técnicos e pessoais, independentes, sem avaliação e sem controlo. O que tentamos fazer é em diálogo e quase com reuniões diárias, criar um futuro baseado em boas práticas com abordagem técnica sistemática e reflectiva naquilo que será melhor para os nossos utentes. A reflexão sobre os procedimentos administrativos e de comunicação com alterações na prática das unidades de saúde talvez seja do que melhor realizámos. Com a certeza de que ainda não está terminado. A proximidade ao prestador de cuidados na interface com o utente é o que mais nos tem preocupado. Queremos atendimentos que levem em conta a expectativa do utente que é muito mais do que um “bom” atendimento do ponto de vista técnico. Estivemos preocupados com a estrutura e a criação das Unidades funcionais, a nomeação dos respectivos coordenadores e o regulamento do ACES que aguarda publicação. Ainda não temos terminada a instalação da Unidade de Apoio à Gestão e o Gabinete do Cidadão por dificuldade da ARSLVT em autorizar e realizar as obras num local cedido pela Câmara Municipal de Almeirim, a quem publicamente agradecemos. Ponto da situação da criação de Unidades de Saúde Familiares, Unidades de Cuidados na Comunidade e Unidades de
Cuidados de Saúde Personalizados? Neste momento temos o ACES estruturado em 2 Unidades de Saúde Familiar e 6 Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados. Aguardamos o início de uma Unidade de Saúde Familiar na Chamusca durante o ano de 2010 e o início de 2 Unidades de Cuidados na Comunidade cujas candidaturas estão em apreciação. Temos uma URAP – Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados e uma Unidade de Saúde Pública. O Conselho da Comunidade está em funcionamento e a participação dos cidadãos do ACES directamente ou através dos seus representantes é para nós decisiva e determinante do que queremos ser no futuro Assim como o Conselho Clínico, embora sem presidente. A falta de médicos de família e os horários reduzidos de atendimento nalgumas extensões de saúde são uma das maiores preocupações. O que pode fazer o Agrupamento para responder a estas carências?
É mesmo a maior preocupação de gestão neste momento. Decorre uma reorganização de horários de funcionamento das Unidades e dos seus técnicos. Utilizamos todas as horas extraordinárias disponíveis e autorizadas. Temos enfermeiros em acumulação de funções. Temos prestação de serviços externos de médicos e de enfermeiros. Criamos condições nas estruturas do ACES para o ensino de especialistas em Medicina Geral e Familiar e especialistas em Saúde Pública (neste momento num total de 9, mas que pretendemos aumentar ainda este ano), e colaboramos com a Escola Superior de Saúde de Santarém nos estágios da licenciatura em Enfermagem e dos Cursos de especialização e mestrados. Temos ainda dois médicos colocados ao abrigo do acordo do ministério da saúde com o governo de Cuba. Houve abertura de concursos para colocação de mais médicos? O que tem impedido que esses médicos se instalem? A abertura simultânea de vagas nas cidades, também elas carenciadas, no-
Total de Consultas de Medicina Geral e Familiar no 2º semestre de 2009 por programa de saúde Total de consultas
441 286
Saúde de Adultos
302 650
Saúde infantil
34 361
Saúde materna
6 306
Planeamento familiar
7 592
No domicílio
1 683
Utilizadores de consultas de Medicina Geral e Familiar no 2º semestre de 2009 Utentes inscritos com MF
89 828
Utentes inscritos sem MF
28 428
Taxa de utilização Média de consultas /utente
meadamente de médicos especialistas em MGF – Medicina Geral e Familiar, tem feito com que os internos formados no agrupamento na sua maioria saia quando se tornam especialistas. Vamos tentar inverter esta tendência!
65% da população inscrita 4,5
Para entrada de enfermeiros não tem havido concursos com a celeridade que seria desejável. Que incentivos pensa que seriam possíveis dar para atrair mais médicos para
esta área de abrangência do ACES? O Aces tem que ter atractivos financeiros para a deslocação, de desenvolvimento social que leve os profissionais a fixarem-se e principalmente que se torne um local de excelência técnica e de boas práticas. Atractivo nomeadamente de habitação poderá ser um estímulo e temos os autarcas sensibilizados para isso. Mas o problema é nacional. Como está a ser feita a articulação entre os cuidados de saúde primários e os Hospitais da área? A articulação está a ser feita a dois níveis, já com algumas reuniões havidas com o Hospital Distrital de Santarém e o de Vila franca de Xira. Para as questões mais estratégicas e de gestão entre os conselhos de administração e a directora executiva. E para os procedimentos técnicos, entre os respectivos conselhos clínicos.
17
ACES LEZÍRIA
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
ACES LEZÍRIA
18
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
Rácio de médicos e enfermeiros/utentes inscritos 1 Médico para 2372 utentes inscritos 1 Enfermeiro para 1263 utentes inscritos
População inscrita nas unidades de saúde do ACES no ano 2009 Em Dezembro de 2009 tinha 118 256 utentes inscritos
Pirâmide etária quinquenal dos utentes inscritos no ACES Lezíria no ano 2009 =85 anos 80-84 anos 75-79 anos 70-74 anos 65-69 anos 60-64 anos 55-59 anos 50-54 anos 45-49 anos 40-44 anos 35-39 anos 30-34 anos 25-29 anos 20-24 anos 15-19 anos 10-14 anos 5-9 anos 0-4 anos 8.000
6.000
4.000
2.000
0 Masculino
2.000
4.000
6.000
8.000
Feminino
Indicadores demográficos dos utentes inscritos no ACES em 2009 População residente
111 606 hab. (2008)
Densidade populacional
37,90
Ind. Dependência/jovens
21,14%
Ind. Dependência/idosos
30,40%
Esperança de vida à nascença
79,3
Taxa de natalidade
10,28 (2008)
Escolaridade obrig. (>14 anos; censo2001)
ACES
28,39
37,76
Salvaterra de Magos Coruche Chamusca
87,73 17,83 14,84
Benavente
53,16
Alpiarça
86,56
Almeirim 0,00
102,77 20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
19
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
ACES ZÊZERE
ENTREVISTA I FERNANDO SIBORRO Director Executivo do ACES Zêzere
“CRIAÇÃO DO ACES PERMITIU UMA REORGANIZAÇÃO FUNCIONAL INÉDITA” Qual o balanço que faz do primeiro ano de funcionamento do Agrupamento de Centros de Saúde a que preside? O que melhorou com esta reorganização? Concluímos o primeiro ano de funcionamento do ACES com balanço positivo. Houve uma reorganização funcional inédita e mais eficaz do que a anterior. Neste novo modelo os serviços estão mais perto do cidadão e isso é muito positivo. Qual o ponto da situação da criação de Unidades de Saúde Familiares, Unidades de Cuidados na Comunidade e Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados? Foram criadas duas USF - Unidades de Saúde Familiares e, de momento, não há perspectivas de novas. Quanto às UCC - , Unidades de Cuidados na Comunidade, já existem três em fase de candidatura. Em relação às UCSP -Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados existem quatro e não se perspectiva a criação de mais devido ao problema de reformas antecipadas. A falta de médicos de família e os horários reduzidos de atendimento nalgumas extensões de saúde são uma das maiores preocupações. O que pode fazer o Agrupamento para responder a estas carências?
Em relação à falta de médicos pouco há a fazer, dado haver carência de profissionais de saúde. Esta carência leva à existência de horários reduzidos como forma de dar resposta a todas as Extensões de Saúde que se encontram em funcionamento. Existe, assim, uma necessidade de repensar as Extensões existentes no sentido de centralizar os serviços nas maiores, oferecendo melhor qualidade de atendimento.
Rácio de Médicos e Enfermeiros / Utentes Inscritos Médicos Enfermeiros
Nº de Profissionais
População Inscrita
Rácio
61 84
117.432
1.925 1.398
Houve abertura de concursos para colocação de mais médicos? Não houve abertura de concursos para a colocação de mais médicos. Que incentivos pensa que seriam possíveis dar para atrair mais médicos para esta área de abrangência do ACES? Penso que o mais importante para ajudar a atrair e fixar médicos são os incentivos monetários para a fixação e as facilidades temporárias de alojamento. Como está a ser feita a articulação entre os cuidados de saúde primários e os Hospitais da área? Através do programa informático Alert P1 – Consulta a Tempo e Horas.
Indicadores demográficos dos utentes inscritos no ACES em 2009 Indicador
Abrantes
Constância
Ferreira do Zêzere
Sardoal
Tomar
Vila Nova da Barquinha
Total
População inscrita Taxa de População Feminina
43.618 51,41%
5.002 51,58%
9.758
4.139
46.374
8.541
117.432
51,76%
51,34%
52,12%
51,08%
51,70%
Índice de Dependência Total
59,83
86,95
67,95
59,43
56,99
59,91
60,51
202,05
59,04
224,13
222,12
184,18
145,02
177,41
Índice de Envelhecimento
ACES ZÊZERE
20
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
Pirâmide etária quinquenal dos utentes inscritos no ACES Zêzere no ano 2009
=85 anos 80-84 anos 75-79 anos 70-74 anos 65-69 anos 60-64 anos 55-59 anos 50-54 anos 45-49 anos 40-44 anos 35-39 anos 30-34 anos 25-29 anos 20-24 anos 15-19 anos 10-14 anos 5-9 anos 0-4 anos 60.000
40.000
20.000
0
20.000
Masculino
40.000
60.000
Feminino
Indicadores demográficos e sociais do ACES, Censos 2001 Indicador Área territorial (km2)
1.478,4
Densidade Populacional (Hab/km2) Hospital de Referência
72 C. H. Médio Tejo
Unidades prestadoras de cuidados (CS+Ext.)
63
Fonte: INE – Censos 2001
População inscrita nas unidades de saúde do ACES no ano 2009 Unidades de Saúde Abrantes Constância Ferreira do Zêzere Sardoal Tomar USF Marmelais USF Santa Maria Vila Nova da Barquinha Total
Total 43.618 5.002 9.758 4.139 46.374 12.637 14.515 8.541 117.432
Homens
Mulheres
21.193 2.422 4.707 2.014 22.202 5.934 6.892 4.178 56.716
22.425 2.580 5.051 2.125 24.172 6.703 7.623 4.363 60.716
Percentagem 37,1% 4,3% 8,3% 3,5% 39,5%
7,3% 100,0%
Utilizadores de consultas de Medicina Geral e Familiar no ano 2009 Unidades de Saúde Abrantes Constância Ferreira do Zêzere Sardoal Tomar USF Marmelais USF Santa Maria Vila Nova da Barquinha Total
Nº de utilizadores 33.765 3.914 10.130 2.660 37.043 18.949 9.148 6.398 111.022
Nº de utentes inscritos 43.618 5.002 9.758 3.986 46.374 12.637 14.515 8.541 144.431
Taxa de uitlização 77,4% 78,2% 103,8% 66,7% 79,9%
74,9% 76,9%
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A Saúde no Distrito de Santarém 2010
Unidades de Saúde Abrantes Constância Ferreira do Zêzere Sardoal Tomar – Periferia e AC USF Marmelais USF Santa Maria Vila Nova da Barquinha Total
Planeamento Familiar
Saúde Materna
Saúde Infantil e Juvenil
1.884 221 458 192 1.605 1.420 773 929 7.482
1.261 136 432 129 498 661 663 620 4.400
10.046 1.323 2.203 982 3.023 3.229 5.506 3.648 29.960
Saúde Adultos 110.303 11.732 26.672 8.794 44.429 33.377 47.811 24.921 308.039
Doença Aguda 19.473 10.500 13.590
43.563
ACES ZÊZERE
Total de consultas de Medicina Geral e Familiar no ano 2009, por programa de saúde Total consultas 142.967 13.412 40.265 10.097 63.145 38.687 54.753 30.118 393.444
Nº de Contactos de Enfermagem em Programa de Saúde no ACES no ano de 2009 Unidades Funcionais Abrantes Constância Ferreira Zêzere Sardoal Tomar V. N. Barquinha Total
Saúde da Mulher
Saúde Infantil e Juvenil
Saúde do Adultos e do Idoso
Grupo de risco
Programas e actividades comunitárias
858 362 5 915 6.352 752 9.244
299 679 3 604 5.964 658 8.207
2.110 467 8 1.144 12.441 1.445 17.615
1.648 1.346 3 1.704 14.172 1.623 20.496
486 116 0 174 1.584 376 2.736
Sessões de grupo 4 0 0 6 62 0 72
Tratamento Feridas, Úlceras 3.944 744 5 246 15.635 2.081 22.655
22
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
CONVIDADO I JOSÉ AMENDOEIRA Director da Escola Superior de Saúde de Santarém (*)
A ESSS COMO ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE Desde a Carta de Ottawa (1986) que se preconiza o desenvolvimento da Promoção da Saúde (PS) em diferentes settings de intervenção, numa amplo investimento em estruturas da comunidade. Um conceito recente é as Universidades Promotoras de Saúde (UPS) nas quais estão incluídas as Instituições de Ensino Superior (IES) num trabalho em parceria com a comunidade envolvente (Carta de Edmonton, 2005). As IES visam prestar serviços em todos os settings devendo, segundo (Tsouros, et al, 1998): - Desenvolver alianças concertadas de PS e de infra-estruturas de proximidade com a comunidade envolvente. É sobre este objectivo que nos iremos debruçar, realçando o trabalho que a ESSS tem desenvolvido, envolvendo estudantes e professores, dirigindo a acção a um grupo crescente de escolas básicas e secundárias, da área de abrangência da ESSS.
A ESSS COMO INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PROMOTORA DE SAÚDE (IESPS) A ESSS como instituição da comunidade e como instituição formadora e de produção do conhecimento na área da saúde (formação de enfermeiros), e com professores dotados de formação académica e científica nas áreas da saúde e educação, desenvolve cada vez mais atenção à complexidade dos problemas saúde. A ESSS procura concentrar-se em questões específicas de política e desenvolvimento organizacional, projectando o futuro como uma organização que intervém activamente no planeamento e avaliação dos seus programas, procurando que a PS traga benefícios reais
para a saúde. Dooris (2001) afirma que as IES, através dos seus próprios processos políticos, têm a capacidade de construir saúde noutras organizações, influenciando a política de saúde pública a nível local. A ESSS ao tornar-se numa IESPS, fundamenta a estratégia que desenvolve nesta qualidade, essencialmente na Carta de Ottawa (1986) na Carta de Bangkok (2005), na Carta de Edmonton (2005), na literatura sobre EPS e nos conceitos de: Saúde; Promoção da Saúde e Escola Promotora de Saúde. A ESSS iniciou a actividade como IESPS em 2006, aquando de várias solicitações, por parte de três Escolas EB 2, 3 e Secundárias do concelho de Santarém,
no sentido de intervenção no âmbito da educação para a saúde. Propôs-se então uma reunião com as escolas, tendo comparecido 11 escolas do distrito. Elaborou-se o projecto, considerando os critérios para que a ESSS se constituísse numa EPS.
RESULTADOS OBTIDOS No ano lectivo 2007/2008, trabalhámos com duas escolas, sobre as temáticas: distúrbios do comportamento alimentar, alimentação saudável e sexualidade. Participámos nas comemorações do dia mundial da criança. Comemorámos o dia mundial da alimentação e no dia mundial da saúde fizemos um dia aberto. Em 2008/2009, alargámos a quatro es-
A Saúde no Distrito de Santarém 2010
colas com os mesmos temas e também num projecto sobre prevenção da obesidade. Colaborámos numa Conferência no âmbito da prevenção VIH/SIDA e num Seminário sobre hábitos de vida saudáveis. Salientamos a adesão dos pais com a sua participação e esta adesão tem vindo a aumentar, sobretudo no âmbito da sexualidade. Estamos a finalizar o terceiro ano consecutivo, com bastante solidez, num conjunto de sete escolas, com uma cobertura mais ampliada de alunos e pais. Além das temáticas referidas, fizemos também formação no âmbito da Gripe A, a alunos, pais, funcionários e professores. Colaborámos com a CPCJ de Santarém no âmbito das comemorações dos Direitos da Criança, nomeadamente sobre o direito à saúde.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Dooris, M. (2001) - The Health Promoting University: a critical exploration of theory and practice. Health Education , 20,12, pp. 51–60. / Tsouros, A., Dowding, G., Thompson, J. and Dooris, M., (1998)Health Promoting Universities: Concept, Experience and Framework for Action. WHO Regional Office for Europe, Copenhagen. / World Health Organization – Leading Health Promotion into the 21st Century.The 4th International Conference on Health Promotion. Jakarta, Indonesia 21-25 July, 1997 / World Health Organization (1986) - Ottawa Charter for Health Promotion. WHO, Ottawa / World Health Organization (2005) - The Edmonton Charter for Health Promoting Universities and Institutions of Higher Education. Edmonton. WHO (*) com Prof. Maria do Carmo Figueiredo
TEMAS DAS SESSÕES/ACTIVIDADES Alimentação saudável – nas Escolas
GRUPO ALVO (Anos)
RESPONSÁVEIS
ALUNOS
Professoras Especialistas em Enfermagem na Comunidade e Enfermagem no Adulto e idoso
EB 2.3 de Marinhas do Sal – R. Maior EB 2.3 Fernando Casimiro – R. Maior
Auxiliares de Acção Educativa
EB 2.3 de Fazendas de Almeirim EB 2.3 D. Manuel I - Pernes
Pais
Sócio-psicologia da saúde
Sexualidade – nas Escolas EB 2.3 de Marinhas do Sal – R. Maior EB 2.3 Fernando Casimiro – R. Maior EB 2.3 D. Manuel I - Pernes
ALUNOS 6º, 7º e 9º anos Professores
EB 2.3 de Fazendas de Almeirim Distúrbios do comportamento alimentar na adolescência – Escola EB 2 3 de Fazendas de Almeirim
Mestres em: Educação adultos e intervenção comunitária
ALUNOS
Professoras Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia Mestres em: Sexologia, Comunicação e Saúde e Educação para a Saúde Professora Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria Mestre em Família e sistemas sociais
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