O Setubalense, o seu diário da região nº662, 13 de Julho de 2021

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Comércio do Seixal pede redução das restrições Mais de 60% dos habitantes já tem uma vacina e 20% as duas p14 MÁRIO ROMÃO

“A CDU merece ter maioria absoluta” Álvaro Amaro Candidato a terceiro mandato em Palmela p8 e 9

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO TERÇA-FEIRA, 13 DE JULHO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 662| ANO III | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO

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SINES Secretário de Estado pede aos municípios que acelerem para fundos comunitários p2 ÁGUAS DE MOURA 'Abre e fecha' de centros de saúde motiva protesto amanhã p2

SEIXAL Teatro da Terra estreia 'O Lugre' dia 22 p12

VITÓRIA Nova época começou com testes médicos p3 PUBLICIDADE

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2 O SETUBALENSE 13 de Julho de 2021

Abertura

LITORAL ALENTEJANO

Governo diz que municípios devem começar a trabalhar no novo ciclo de fundos comunitários O secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, disse ontem em Sines que os municípios devem apostar na diversificação dos investimentos e trabalhar no novo ciclo de fundos comunitários. “Neste momento, estamos a acelerar muito o Portugal 2020 porque começámos mais tarde e perdemos, a nível nacional, três anos em que praticamente se fez muito pouco”, disse o secretário de Estado Adjunto do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, no âmbito das comemorações do 24.º aniversário da elevação de Sines a cidade. À margem da inauguração das Fábricas Romanas e da Casa-Forte do Museu de Sines, o governante sublinhou a importância de os municípios começarem a trabalhar “e a desenhar projectos” para o novo ciclo de fundos comunitários. Temos uma grande pressão para acabar o 2020 agora, mas ao mesmo tempo não podemos descuidar do 2030 e temos de fazer projectos. Tive oportunidade de falar com o presidente da Câmara [de Sines] sobre situações em que a autarquia já está a evoluir com projectos para apre-

FOTÓGRAFO

Secretário de Estado Carlos Miguel esteve em Sines nos 24 anos da cidade

sentar assim que abrirem os avisos e começar o 2030, mais cedo do que aquilo que foi a má experiência do início do 2020”, frisou. Para o governante, “é bom que se desenhem e se desenvolvam projectos, que não se aposte nas mesmas áreas, mas em projectos diversifica-

dos e em áreas diferentes” para evitar que os territórios “coloquem os ovos todos no mesmo cesto”. “Uma das áreas em que vai haver alterações é a área do ciclo urbano da água que era gerida, a nível central, por um programa nacional que, no 2030, passa a ser gerida pelas CCDR.

Por isso, se os municípios tiverem projectos, muito provavelmente, ainda durante 2021, podemos abrir avisos para esta área”, destacou. Durante a visita a alguns dos investimentos como a reabilitação do espaço público do Bairro 1.º de Maio, em Sines, as obras de expansão da Zona Industrial Ligeira (ZIL) e do passadiço de suporte à visitação da Costa do Norte, o governante realçou a importância da “atractividade dos territórios”. “Longe vai o tempo em que as câmaras municipais só se preocupavam com alcatrão e saneamento. Hoje têm de se preocupar com uma rede muito mais larga de intervenções e estes investimentos demonstram a visão de futuro que junta a parte industrial com a empresarial, a requalificação urbana, o cuidar da costa e a cultura sempre presente”, concluiu. De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, os investimentos “que estão aprovados, em execução ou concluídos recentemente”, rondam “os 20 milhões de euros, quer com apoios comunitários ou da autoria do município”. Em resposta ao secretário de Esta-

do, o autarca realçou que o município de Sines “tem em carteira mais de 20 projectos concluídos, prontos a lançar os concursos e dependentes dos avisos”, por isso disse estar “disponível para a qualquer momento lançar essas obras”. O programa das comemorações da elevação de Sines a cidade inclui ainda a apresentação do Glossário do projecto "Dizeres" e a entrada em funcionamento de uma nova fonte no Jardim das Descobertas, em Sines. As Fábricas Romanas do Largo João de Deus, agora recuperadas e musealizadas, num investimento de 194 mil euros, permitem que um conjunto de tanques de salga de peixe do período romano (século I) fique finalmente exposto ao público numa estrutura que recria a sua volumetria original, facilita a visita e comunica a sua história. Na Casa-Forte do Museu de Sines passam a estar expostos os principais tesouros do Museu de Sines, como o Tesouro do Gaio (século VII A.C.), a colecção de moedas de José Miguel da Costa e o “Tesouro do Africano”, descoberto em Sines em 2012, composto por moedas de prata, algumas das quais cunhadas na América. Lusa

PALMELA

Incubadora de empresas já abriu portas em Pinhal Novo Localizada na Rua Salgueiro Maia, Lote 34, na Urbanização Quinta do Pinheiro, em Pinhal Novo, a Incubadora de Empresas do município de Palmela abriu portas na passada sexta-feira. Esta resposta representou um investimento a rondar “os 70 mil euros”, revelou a autarquia, que assume que este é apenas “o primeiro de um conjunto de espaços desta natureza” que pretende criar no concelho. O dia de abertura ficou marcado pela assinatura dos contratos com os primeiros incubados, perante Álvaro Balseiro Amaro, presidente da autarquia. “Estamos muito felizes por podermos pôr em prática esta incubadora

DR

Resposta representa um investimento de 70 mil euros

e de incentivar iniciativas empreendedoras e novos projectos”, disse o autarca, que explicou ainda que o mu-

nicípio optou por “um modelo aberto e abrangente, que permita a qualquer iniciativa poder ser acolhida”. Álva-

ro Amaro assumiu ainda o objectivo de a autarquia vir a criar outros espaços idênticos noutros pontos do concelho, “em Palmela, no âmbito da requalificação do antigo edifício Pal, e em Águas de Moura, no edifício do Centro Comunitário”. Esta primeira incubadora de empresas conta com “seis gabinetes individuais, uma sala em coworking para seis postos de trabalho, uma sala de reuniões e um espaço de trabalho informal em open space, além de uma copa, uma pequena cozinha e casa de banho”, destaca o município, em nota de Imprensa. E disponibiliza “serviços administrativos básicos de apoio, acesso gratuito a wi-fi, consumos de

electricidade e água, climatização, limpeza de espaços comuns, divulgação das empresas nos suportes de comunicação do município, horário flexível todos os dias, acesso gratuito a iniciativas, acções de formação e de capacitação, integração em redes de trabalho e sinergias diversas, facilitação de contactos com agentes externos e acções para partilha de conhecimento e experiências”. Os interessados podem efectuar candidaturas para a utilização da incubadora. As informações estão disponíveis em www.cm-palmela.pt e outros esclarecimentos podem ser obtidos através de desenvolvimentoeconomico@cm-palmela.pt.


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Bombeiros do Litoral Alentejano denunciam dívida da ULSLA

A Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal denunciou ontem a existência de uma dívida da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), de cerca de meio milhão de euros, às corporações da região. Em causa estão pagamentos relativos ao

transporte de doentes desde Janeiro de 2021 a dez corporações do Litoral Alentejano, oito dos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines e duas no concelho de Odemira. O presidente da federação distrital, João Ludovico,

DR

disse que o montante em dívida, referente a seis meses de facturação, “é de mais de meio milhão de euros” e “põe em causa a sustentabilidade das associações” que “não podem continuar a tolerar mais esta situação” por tratar-se de “um valor muito considerável.

FUTEBOL

Vitória FC inicia nova temporada com testes médicos Exames realizados ontem no Hospital da Luz, em Setúbal

ROTARY CLUB DE SETÚBAL

António Domingos assume presidência com “entusiamo e humildade” Tomada de posse decorreu na reunião anual para a transmissão de tarefas, cuja cerimónia foi restrita Maria Carolina Coelho António Domingos é o novo presidente do Rotary Club de Setúbal (RCS), assumindo a coordenação da organização, anteriormente a cargo de Alberto Vale Rêgo, no ano rotário de 2021/2022. Na reunião anual para a transmissão de tarefas, realizada na passada quinta-feira, o novo presidente elogiou todos os que, ao longo dos anos, “desde a fundação do RCS em 1944, presidiram o mesmo, referindo-se a tais cidadãos rotários como intelectuais reconhecidos, homens e mulheres bons da comunidade, que fizeram da entrega ao próximo o lema da sua actuação, enquanto seres humanos e rotários”. Para António Domingos, “servir como presidente nestas circunstâncias

só poderá ser uma honra e responsabilidade”, afirmando que “tentará responder com entusiasmo e humildade” ao desafio. Em seguida, expressou: “O Rotary, com a sua sabedoria de mais de um século, ao instituir mandatos de um ano, ensina-nos bem que todos os cargos são efémeros e que o único poder que neles possuímos é o de servir. Servir as nossas comunidades”. O agora presidente quer, “com esperança e determinação, continuar os ideias do clube”, ao mesmo tempo que tem “a vontade de dar a conhecer melhor as actividades que o mesmo desenvolve”. Pretende, igualmente, ajudar a “reforçar a esperança colectiva de que é sempre possível resistir às dificuldades, por maiores que estas sejam, quando os cidadãos e as entidades colaboram em torno dos interesses dos setubalenses”. Em comunicado, a Rotary Club de Setúbal explica que na cerimónia, concretizada na sua sede, marcaram “apenas presença António Domingos e Alberto Vale Rêgo, acompanhados das suas respectivas esposas, bem como os chefes de protocolo, Eduardo Correia, que cessa funções, e Vítor Marques, que assume as do seu

antecessor”, em virtude da covid-19. O encontro ficou igualmente marcado pela entrega “da medalha ‘Paul Harris’ a Maria Helena Fragôso de Mattos, pela qualidade da sua presidência em 2019/2020, e a Dália Vale Rêgo, pela colaboração valiosa que tem dado ao clube ao longo dos anos”. A Dália Vale Rêgo foi igualmente entregue “o diploma referente ao estatuto de Sócia Honorária, atribuído no ano rotário de 2019/2020”, mas que, “por inexistência de reuniões presenciais do clube, por motivos da pandemia, ainda não tinha sido entregue”. Também o presidente cessante foi homenageado, com a entrega de “uma placa de reconhecimento pela excelência da sua presidência, da qual sobressai a recente publicação da história dos 75 anos do RCS, e da qual foi o motor e o cimento aglutinador de vontades e de trabalho colectivo”. Em formato digital, por sua vez, estiveram presentes “45 rotários”, em representação de nove clubes, “entre os quais o de Belo Horizonte, no Brasil, bem como o presidente da Assembleia Municipal de Setúbal, André Martins”.

O Vitória Futebol Clube iniciou ontem os trabalhos da temporada 2021/2022, em que vai disputar o campeonato da Liga 3, com os testes médicos aos jogadores. O plantel principal, orientado por António Pereira, realizou os habituais testes médicos no Hospital da Luz de Setúbal. Os testes permitiram confirmar, desde já, a continuidade dos experientes capitães José Semedo, Zequinha e Nuno Pinto, num

defeso particularmente tranquilo no que toca a mexidas no plantel do Vitória. Os grandes destaques deste defeso vitoriano vão, até ao momento, para a contratação do experiente treinador António Pereira e para a apresentação do investidor para a SAD, desconhecendo-se ainda como vai ser a pré-temporada dos sadinos e que como se vai constituir o plantel, sobretudo que jogadores vão chegar para reforçar a equipa vitoriana. O presidente do clube, Carlos Silva, assim como o treinador, Toni Pereira apontaram como principal objectivo, para a nova temporada, a luta pela subida de divisão. FOTOS: DR

José Semedo, Zequinha e Nuno Pinto foram três dos jogadores do plantel submetidos à bateria de exames médicos


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Setúbal

Utentes da APPACDM expõem pinturas na Casa da Cultura

POR A INCERTEZA DO TRIO CERTO E JOÃO MORTÁGUA

Jazz estreia ‘palco’ do Forte de Albarquel com dois concertos a 24 de Julho DR

Décima edição do Círculo de Jazz Fest promete mais cinco concertos no Fórum Luísa Todi e Sociedade Capricho Setubalense Maria Carolina Coelho O ‘palco’ do renovado Forte de Albarquel prepara-se para receber os seus primeiros dois concertos a 24 de Julho, organizados no âmbito da décima edição do Círculo de Jazz Fest. A Incerteza do Trio Certo, banda formada por António Pedro Neves na guitarra, Diogo Dinis no contrabaixo e Miguel Sampaio na bateria, assim como o saxofonista João Mortágua, vão fazer as honras de estrear, a partir das 20h30, o novo centro educativo e cultural da cidade sadina. Isto, depois de dois dias dedicados ao estilo musical, com a actuação da Orquestra de Jazz de Setúbal, projecto da Escola de Jazz da Sociedade Musical Capricho Setubalense, a dar início ao evento a 22 de Julho, pelas 21 horas, no Fórum Municipal Luísa Todi. Já Samuel Gapp Trio, acompanhado

Saxofonista João Mortágua

pelo quarteto de cordas String Quartet, e os Ogre, projecto liderado pela cantora Maria João e pelo produtor João Farinha, actuam no dia seguinte, pelas 20 horas, no mesmo espaço. No total, o Círculo de Jazz Fest, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, vai proporcionar “quatro dias de espectáculos, com sete concertos de músicos portugueses”, referiu a autarquia em comunicado. Para o primeiro dia de espectáculo, os bilhetes têm um custo de cinco euros, enquanto que a entrada para as actuações de dia 23 do presente mês contam com o valor único de 15 euros.

Os concertos agendados para o antigo equipamento militar, por sua vez, são de presença gratuita, sendo necessária “reserva obrigatória pelo endereço de correio electrónico casacultura@mun-setubal.pt”. Também grátis são os momentos musicais agendados para o último dia do certame, a 25 de Julho, a acontecer pelas 18 horas na Capricho Setubalense, cujas entradas devem igualmente ser reservadas. O RAN, “formado pelos músicos Daniel Neto, na guitarra, Hugo Antunes, no baixo, e João Rijo, na bateria”, é o primeiro projecto a tocar no último dia. “Neste concerto, o trio liberta-se de fórmulas ortodoxas de composição, mergulhando em algo que não só desafia a lógica mainstream, como também coloca em perspectiva as fronteiras linguísticas da música actual”. A encerrar o evento estará NoA, “composto por Nuno Costa nas guitarras, Óscar Graça no piano e teclados e André Sousa Machado na bateria e percussão”. “O trio português, formado em 2012, apresenta neste concerto o álbum de estreia "Evidentualmente", lançado em Março de 2020, que tem por base uma fusão entre a contemporaneidade da música cosmopolita e a tradição da música improvisada com origem no jazz”.

Os utentes da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Setúbal convidam a população a visitar a nova exposição presente na Casa da Cultura, inaugurada no

passado sábado, constituída por diversas obras por si pintadas. A mostra “Feito por Nós”, instalada no Espaço das Artes, vai estar disponível no espaço sadino até dia 22 de Julho.

BREVES ATÉ 25 DE JULHO

Instituto Politécnico pede ideias sustentáveis à comunidade académica O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) lançou o desafio à comunidade académica de contribuir, até dia 25, com ideias e acções “para uma instituição mais sustentável nas vertentes ambientais, social e económica”. Em comunicado, o estabelecimento de ensino explica que o desafio, lançado através do concurso "IPS

Sustentável", premiará a sugestão mais inovadora com dez mil euros, com o apoio do Banco Santander. As ideias apresentadas vão ser avaliadas por um júri, “composto pela comissão de sustentabilidade do IPS”, tendo “em consideração o carácter inovador, bem como o seu impacto ou contribuição”.

POR PROJECTOS INOVADORES

Escola de Aranguez volta a ser distinguida “Amiga da Criança” A Escola Básica 2/3 de Aranguez voltou este ano a ser galardoada com o selo “Escola Amiga da Criança”, prémio entregue a estabelecimentos de ensino que “criam projectos inovadores, contribuindo para um desenvolvimento mais feliz da criança”, explicou a Junta de São Sebastião em comunicado. A distinção foi assinalada em

cerimónia, que contou com a presença do vereador da Educação da autarquia sadina e da directora do Agrupamento de Escolas Sebastião da Gama. O selo foi atribuído por iniciativas como “À Mesa” e “Ecológica”, “que visam a educação alimentar e a promoção de um estilo de vida saudável”. DR

NO VALOR DE 40 MIL EUROS

União das Freguesias alivia financeiramente despesas de 62 associações e colectividades A União das Freguesias de Setúbal tomou a decisão de aliviar financeiramente as despesas de 62 associações e colectividades sadinas, com a atribuição de apoios, num investimento de 40 mil euros. “Os acordos de parceria com o movimento associativo para o ano de 2021” foram celebrados, tendo em conta “as dificuldades impostas pela pandemia”, referiu a autarquia em comunicado. Os “apoios extraordinários concretizados em 2020” foram mantidos e “reforçados”, beneficiando “entidades das áreas da acção social,

cultura e recreio e desporto”, que “representam uma rede essencial da organização da população e de apoio às comunidades, através da qual os cidadãos têm acesso às actividades culturais, à prática desportiva e a apoios sociais diversos”. Entre as 15 associações de âmbito social contempladas encontra-se o Centro de Apoio aos Sem Abrigo, a UNISETI, o Grupo de Apoio de Setúbal da Liga Portuguesa Contra o Cancro e a Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Setúbal. Já entre as 28 entidades dedicadas à cultura e recreio que vão ser

apoiadas pela autarquia constam o Coral Infantil de Setúbal, o Teatro do Elefante, o Moto Clube de Setúbal e a Setúbal Pesca. No desporto, por sua vez, vão ser auxiliadas 19 colectividades, entre as quais está presente o Clube de Amadores de Pesca, a Escola de Futebol Feminino, o Clube Ornitológico de Setúbal e a Federação Portuguesa de Damas. No entanto, a União das Freguesias garante que outras associação podem vir “a solicitar e a beneficiar de apoios”.

M.C.C.

SEXTA-FEIRA E SÁBADO

Ruy de Carvalho actua no Fórum Municipal Luísa Todi com “A Ratoeira” O actor Ruy de Carvalho vai actuar no Fórum Municipal Luísa Todi na próxima sextafeira e no sábado, no âmbito da peça de teatro “A Ratoeira”. O espectáculo, encenado por Paulo Sousa Costa, sobe a palco às 20 horas em ambos os dias. Em comunicado, a autarquia sadina explica que “a obra,

baseada em “Mousetrap”, de Agatha Christie, passa-se num pequeno hotel, gerido por um jovem casal, que é surpreendido pela morte de uma hóspede”. “Os bilhetes custam 25 euros para a primeira plateia, 20 para a segunda e 18 para o balcão, podendo ser adquiridos no Fórum Luísa Todi ou na Bilheteira Online”.


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Rua Guilherme Gomes Fernandes encerrada hoje devido a ampliação de edifício

A Rua Guilherme Gomes Fernandes, situada na frente ribeirinha de Setúbal, vai permanecer na manhã de hoje encerrada ao trânsito automóvel devido “à remodelação e ampliação de um edifício habitacional”, referiu a Câmara Municipal sadina

em nota de Imprensa. As operações na via pública do arruamento localizado entre as ruas da Cordoaria e do Gás vão decorrer entre as 09 e as 13 horas. Como alternativa, a autarquia aconselha os automobilistas a circularem pela Rua do Gás e a Avenida Luísa Todi.

CICLISTA CHEGA A 23 DE JULHO

Filipe Gaivão pedala rumo à cidade sadina em acção de sensibilização para a síndrome de asperger Atleta tem planeadas duas sessões de esclarecimento, uma direccionada para pais e outra para a população Maria Carolina Coelho O ciclista Filipe Gaivão encontra-se a realizar uma viagem de bicicleta de 12 dias pelo País, numa iniciativa de sensibilização para a síndrome

Ciclista Filipe Gaivão

de asperger, cujo circuito passa por Setúbal no dia 23 de Julho. Após a sua chegada, prevista para as 16h30, o atleta tem planeadas duas acções em território sadino, “uma para pais e outra para a população em geral”. “A primeira, na Escola Básica do Montalvão - Laranjeiras, denominada Tempo de Pais, será uma sessão de atendimento a familiares de pessoas com síndrome de asperger”, enquanto que a segunda, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, é direccionada a todos os interessentes, explicou a Câmara Municipal em comunicado. As duas sessões, “promovidas

com o apoio do município, carecem de inscrição”. “Os interessados em participar devem concretizar a inscrição, enviando o nome completo, contacto e evento escolhido para o endereço pedalar.setubal@apsa. org.pt”. Setúbal representa “o final da penúltima etapa, antes da partida de Filipe Gaivão para Lisboa”. No total, o ciclista vai pedalar “1 300 quilómetros de Norte a Sul do País”, com partida em Braga. No circuito, “há também passagens por Montalegre, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja, Castro Verde, Faro e Odemira”.

O projecto conta com a colaboração da Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger, instituição sem fins lucrativos criada em 2013 “por um grupo de pais para explicar, sensibilizar e desdramatizar o que é esta perturbação do espectro do autismo”. “Dispõe de resposta social em Lisboa, a Casa Grande, onde se capacitam jovens a partir dos 16 anos para a vida activa. O seu programa de empregabilidade já integrou 45 jovens no mercado de trabalho desde 2015 e dispõe de uma rede de 22 empresas receptivas que os acolhem e integram”. PUBLICIDADE

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SETÚBAL Assembleia Geral Extraordinária Convocatória Nos termos do disposto no n.º 4, alínea b) do Art.º 24° e Art.º 25°, do Compromisso, convoco uma reunião extraordinária da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal para o dia 16 de Julho de 2021, com inicio às 14:00 horas e encerramento às 18:00 horas, no Ginásio da Clinica de Medicina Física e de Reabilitação, Passeio da Misericórdia, Setúbal. Ordem de Trabalhos 1. Autorização de constituição de ónus de hipoteca no âmbito do contrato de mútuo referente ao financiamento para requalificação e ampliação do Lar Acácio Barradas É do conhecimento geral o agravamento preocupante da situação pandémica em Setúbal e no País. Assim, a Mesa da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, atentas as circunstâncias peculiares em que vivemos, decidiu alterar o funcionamento da Assembleia Geral que terá lugar no dia 16 de Julho de 2021, entre as 14:00 e as 18:00 horas, na Clínica de Medicina Física e de Reabilitação (junto ao CAID- Centro de Apoio a Idosos Dependentes), da forma seguinte: Para o efeito, no átrio da referida Clínica estarão presentes o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, o Provedor, o Tesoureiro da Mesa Administrativa, o Presidente do Definitório e um Funcionário administrativo da Instituição. No referido átrio entrarão, um de cada vez, os Irmãos que quiserem participar na Assembleia, que terão à sua disposição dois boletins de voto, um respeitante ao ponto único da ordem de trabalhos e outro para aprovação em minuta da acta da reunião, onde poderão apor o seu sentido de deliberação quanto à matéria em apreço. Os boletins serão colocados separadamente em dois recipientes adequados, no fim da sessão será apurado o sentido de voto dos Irmãos. Nota: Não se trata de uma votação com os procedimentos habituais em votações secretas, uma vez que se limita a reproduzir o voto que qualquer Irmão emitiria, em circunstâncias normais, numa sala, de braço no ar. Qualquer esclarecimento solicitado pelos Irmãos, quanto ao ponto da Ordem de Trabalhos serão esclarecidos pelos membros da Mesa Administrativa presentes. A proposta para deliberação estará afixada para consulta dos Irmãos que o pretendam fazer. Contamos com a compreensão dos Irmãos para a solução apresentada. Setúbal, 09 de Julho de 2021

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Palmela

DURANTE TRÊS DIAS

BREVES

Micro Fiar pretende ocupar com arte espaços vazios da vila e da comunidade

COVID-19

ALEXANDRE NOBRE

Teatro, dança, circo contemporâneo e música são algumas das actividades que fazem parte da programação

A Unidade Móvel de Saúde (UMS) vai estar hoje, das 10 às 12h00, na Avenida dos Ferroviários, em Pinhal Novo, para realizar rastreios de despiste à covid-19, com testes rápidos. “Os rastreios destinamse sobretudo a profissionais da construção civil que ainda não foram vacinados, sendo apenas necessário comparecer no local e apresentar o Cartão de Cidadão”, informa a Câmara de Palmela.

Inês Antunes Malta O Micro Fiar deste ano, com a premissa “Fiar o vazio”, convida artistas e público a ocupar espaços, afectos, ruas e a comunidade da vila de Palmela, onde “a rua é o palco” entre 23 e 25 de Julho. Durante os três dias, a programação divide-se entre teatro, performances, dança, circo contemporâneo, exposições, música, oficinas, instalações e intervenções artísticas em vários espaços. “O Fiar acontece de dois em dois anos e este é ano de Micro Fiar, uma versão mais pequena do festival que realizamos com o objectivo de manter alguma formação de públicos, para que não se crie um vazio no ano intermédio, e de mostrar criações que temos em processo para posteriormente serem apresentadas no Fiar”, começa por contar Alexandre Nobre, do Fiar/Centro de Artes de Rua, a O SETUBALENSE. “Cada edição é programada e artisticamente dirigida sob uma temática. Este ano, depois de reconhecer, apreender e experimentar o vazio que se abateu nas nossas vidas, passámos à exploração desse mesmo espaço. Encontrámos nele uma existência que apela à transformação, construção, acção e ocupação e por isso fazemos o pedido às pessoas para virem a Palmela ocupar o vazio. É o que vamos fazer também, ocupar o vazio com arte”, adianta. Nesta edição, para além dos artistas e companhias convidados partilharem as suas criações, o Fiar/Centro de Artes de Rua apresenta as suas criações em progresso, novas adaptações e co-produções. No dia 24, pelas 22h00, é apresentada “2opros”, criação de circo contemporâneo, no Largo 5 de Outubro. A 25, “Ariadne, fiando e confiando” traz dança e performance ao Parque Venâncio Ribeiro da Costa, às

Rastreios em Pinhal Novo e Lagameças

PALMELA

Ciclismo vai às escolas

'Baixos e Altos' é uma produção Fiar de circo contemporâneo, acontece dia 25, às 21h00, no Fontanário de S. João

17h30, com produção executiva Fiar. Na noite de domingo, às 21h00, “Baixos e altos”, também uma produção Fiar, apresenta circo contemporâneo com uma nova adaptação no Fontanário do Largo de São João. Para além destas, da programação fazem igualmente parte a “Peça para intervalos”, pelas 20h30 de dia 23, no Miradouro da Encosta do Castelo, a oficina “A grande viagem do pequeno Mi”, pelas 11h00 e pelas 14h00 de dia 24, no Parque Venâncio Ribeiro da Costa, seguida da performance “Trans(h)umância”, no Largo São João Baptista, às 16h00. Pelas 18h00 de sábado, 24, tem

Evento vai contar com novas adaptações e co-produções do Fiar

lugar “Dançar na rua”, no Largo Marquês de Pombal. No domingo, 25, às 11h00, Rui Sousa dá vida ao teatro de marionetas “Marionetas musicais”, no Parque Venâncio Ribeiro da Costa, e às “Marionetas de Circo” pelas 14h00 no mesmo local. Durante o dia, o parque recebe ainda esculturas sobre a trilogia criada para o Fiar, consagrada a ícones femininos de carácter mitológico: Medusa, Penélope e Ariadne. No jardim Joaquim José Carvalho, resultado de um convite feito à participação da comunidade, o Grupo Coral Ausentes do Alentejo brindará o público com cante alentejano durante o fim de semana, a fazer a ligação entre espectáculos. O festival encerra no dia 25 pelas 22h30, com o concerto do projecto “Miranda”, o único momento do Micro Fiar realizado em espaço interior, no Cine-Teatro São João.

Programação do festival estende-se à fotografia

“Em 2018, anunciámos o interesse de desenvolver o trabalho do Fiar no

âmbito das artes plásticas e especificamente da fotografia, para ir além das artes cénicas, fazendo uma ponte para outras áreas da expressão artística”, partilha Alexandre Nobre, acrescentando que pretendem “apostar em nomes fortes da fotografia contemporânea em Portugal”. Neste sentido, a abertura do festival, marcada para 23, a partir das 17h00, faz-se com a exposição “Corpo lúteo”, com fotografias de Ana Telhado, curadoria de João Silvério e produção Fiar, na Adega da Casa da Atalaia. As entradas são gratuitas, sendo incentivado o donativo, mediante reserva prévia e os espetáculos têm lotação limitada. “A programação está fechada, o alinhamento também, só os horários ainda nos deixam dúvidas. Estamos empenhados em garantir aquilo que a cultura garante, que é segurança. Mediante a situação em que nos encontrarmos na altura do festival, estamos preparados para adaptar o horário, indo até às 00h00 ou recuar até às 22h30. Só mais próximo da data conseguiremos ter mais certezas”, remata.

O projecto “O Ciclismo vai à Escola”, da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), vai ser implementado no Agrupamento de Escolas de Palmela. Nesse âmbito foi aprovado por unanimidade, na reunião da Câmara de Palmela do passado dia 7, um protocolo entre a autarquia, a federação e o referido agrupamento. O município decidiu atribuir à FPC €2.758,50 em 2021 e €1.000 nos anos seguintes.

QUINTA DO ANJO

Biblioteca reforça conforto térmico Melhorar o conforto térmico e a eficiência energética é o objectivo da empreitada de substituição de caixilharia do Polo da Biblioteca Municipal de Quinta do Anjo, que a Câmara Municipal de Palmela adjudicou pelo valor de €7.853,77. A intervenção, explica a autarquia, além da zona de Biblioteca, “abrange também o espaço de atendimento municipal”.


13 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 7

Palmela 'Wine Jazz' juntou 850 em seis espectáculos

O 7.º “Palmela Wine Jazz”, realizado no último fim de semana no Parque Venâncio Ribeiro da Costa, revelou-se, segundo a Câmara de Palmela, “um sucesso”. “O balanço é bastante positivo”, realçou a autarquia sobre o

evento que juntou 13 produtores na Feira de Vinhos, além de ter registado “mais de 850 espectadores” ao longo dos seis espectáculos musicais levados a efeito no anfiteatro do parque e na Taverna Bobo da Corte.

JUNTA DE POCEIRÃO E MARATECA NÃO ACEITA

Alternância de funcionamento de centros de saúde motiva protesto amanhã em Águas de Moura DR

Solução para encerramentos recorrentes dos postos médicos de Poceirão e Águas de Moura não agrada a ninguém Mário Rui Sobral As Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Poceirão e Águas de Moura estão, desde ontem e até ao próximo dia 16, a funcionar em alternância – a primeira está fechada e a segunda aberta, no referido período – o que já motivou a convocação de uma concentração por parte da Junta da União das Freguesias de Poceirão e Marateca. O protesto está agendado para amanhã, pelas 9h00, frente ao centro de saúde de Águas de Moura. Em nota de Imprensa, Cecília de Sousa, presidente da Junta (CDU), revela que esta autarquia foi informada do plano de funcionamento após ter solicitado esclarecimentos sobre o encerramento dos dois postos médicos nos últimos dias. “Não aceitamos esta solução! A falta de meios humanos ou a falta de condições dos equipamentos não pode justificar o continuado encerramento dos serviços públicos de saúde”, afirma, ao mesmo tempo que sublinha o objectivo da manifestação de amanhã. “Exigir o regular funcionamento dos postos médicos e a colocação de mais médicos, enfermeiros e pessoal administrativo e operacional, nestas unidades de saúde, de modo a garantir uma prestação de cuidados de saúde de qualidade para todos.” A União das Freguesias adianta que “as UCSP de Poceirão e de Águas de Moura não têm capacidade de resposta adequada na marcação de consultas”. Mais: “Os utentes esperam meses, desde a data da sua marcação até há efectivação da mesma. Tem-se verificado um sucessivo cancela-

BREVES PINHAL NOVO

Remodelação pode implicar corte de água De 19 a 23 deste mês, o fornecimento de água pode ser interrompido, das 9 às 17h00, entre as ruas Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em Pinhal Novo, face aos trabalhos de substituição de condutas no local, alertou a Câmara de Palmela. A obra representa “um investimento municipal de cerca de €73.400” e vai permitir remodelar/ substituir “os dois troços da conduta situados a sul e a norte da linha de caminho-de-ferro, respectivamente, com 255 metros e 115 metros de extensão”.

LAU

Pavimentação de rua adjudicada

Os centros de saúde vão funcionar à vez

mento de consultas de seguimento de doentes crónicos, com exames e análises já realizados, sem que haja qualquer explicação sobre os critérios seguidos para tais cancelamentos. Não é passado o receituário, o que leva a que utentes crónicos estejam em risco de vida. Não é possível o contacto telefónico devido à inoperância dos equipamentos.”

PS questiona Câmara e Junta

Também em comunicado, os candidatos socialistas da União das Freguesias de Poceirão e Marateca lamentam a situação e querem ver, por parte da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e do Agrupamento dos Centros de Saúde (ACES) Arrábida, “uma solução que não ponha em causa o direito à saúde de qualidade” na comunidade. “Temos estado em contacto com os responsáveis e esperamos que, com a brevidade que as populações

exigem e merecem, se resolva em definitivo este problema uma vez que ele é recorrente. Entretanto a solução que foi apresentada, a alternância de atendimento entre a UCSP de Águas de Moura e a UCSP do Poceirão não resolve o problema e continua a desrespeitar o direito à saúde de qualidade de todos os cidadãos”, consideram os socialistas, que questionam ainda a actuação da Câmara de Palmela e da União das Freguesias de Poceirão e Marateca. “Por que é que a Câmara e a Junta não se oferecem, como em muitos exemplos pelo País, para contribuir para que esta situação, momentaneamente, se resolva? Mais do que gritar, o que não deixa de ser um direito, melhor é trabalhar para resolver de facto os problemas”, atiram. A manifestação de amanhã junto ao centro de saúde de Águas de Moura é articulada, segundo a Junta, com as populações locais.

A Câmara de Palmela anunciou que já adjudicou a pavimentação do prolongamento da Rua Joaquim Maria Afonso até à Estrada Nacional 10, no Lau, pelo valor de €276.953,39. A obra tem um prazo de execução de 120 dias e a intervenção vai incidir numa extensão de 2.415 metros. Esta empreitada, lembra a autarquia, foi uma das mais votadas pela população da freguesia de Palmela no âmbito do projecto “Eu Participo Munícipes”.

APOIO SOCIAL

Refeições escolares nas férias de Verão Os alunos beneficiários de acção social escolar, identificados pelos agrupamentos de escolas do concelho de Palmela, vão poder contar com o fornecimento de almoços durante as férias de Verão (até 30 de Julho) por parte da Câmara Municipal.

CAMPANHA

Brigada do Mar recolheu toneladas de resíduos Dez toneladas de pneus, 5,8 de resíduos electrónicos, mais de 100 sanitas (entre outros resíduos de obras), 40 metros quadrados de peças automóveis e 3 metros cúbicos de embalagens de óleos foi o saldo da 1.ª campanha de sensibilização e recolha de resíduos efectuada pela Brigada do Mar, numa parceria com o município de Palmela. “Com os lemas 'Tudo é (a)mar' e 'A Arrábida está a morrer', esta acção decorreu na área de Vila Amélia e Marquesas, entre os dias 5 de Junho e 3 de Julho, com o envolvimento de mais de 20 voluntários da Brigada do Mar”, lembra a autarquia sobre a iniciativa, que foi encerrada de forma simbólica no último sábado. Segundo a edilidade, “além da quantidade expressiva de resíduos recolhida – maioritariamente pneus e resíduos electrónicos –, esta acção, pela visibilidade que alcançou, conseguiu concretizar o principal objectivo: o despertar de consciências para o problema da deposição ilegal de resíduos”. Tanto assim que, assume o município, “está já a ser planeada uma nova campanha para Outubro”. A 2.ª campanha deverá decorrer “sensivelmente na mesma área”, mas direccionada para “outro tipo de resíduos”. E além dos parceiros locais, está previsto o envolvimento da comunidade educativa na iniciativa. Com o intuito de assinalar o Dia Mundial do Ambiente, para trás ficou a primeira acção que a vereadora Fernanda Pésinho considera ter alcançado o sucesso desejado. Já Ana Rita Seirôco, da Brigada do Mar, manifestou a intenção de que esta acção de voluntariado tenha sido “a primeira de muitas”. Os resíduos recolhidos vão ser encaminhados para reciclagem pela empresa Electrão.


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Entrevista ÁLVARO AMARO CANDIDATO A PALMELA

“A CDU merece ter maioria absoluta” Na corrida ao último mandato, candidato comunista mostra confiança. Acredita ter feito bom trabalho e diz que a transferência de competências aconselha pelo menos cinco vereadores Francisco Alves Rito (Texto) Mário Romão (Fotografia) Natural de Setúbal, vive no Pinhal há muitos anos. Licenciado em Línguas e Literaturas, tem 59 anos. É casado e tem filhos. Foi deputado na Assembleia da República pelo PCP, no final dos anos 80, e depois professor da escola secundária e presidente da Junta de Freguesia do Pinhal Novo. É presidente da Câmara desde 2013. A sondagem divulgada recentemente por O SETUBALENSE indica que pode recuperar a maioria. É isso que espera? Acredito na inteligência e no discernimento dos eleitores e a minha principal sondagem será no dia das eleições. Creio que quem cumpre, trabalha e apresenta resultados, merece continuar. Apresento-me às eleições de consciência tranquila, com trabalho e com projeto de futuro. Será aquilo que os eleitores decidirem, mas acreditamos que a CDU merce ter um bom resultado. Como classifica este mandato? Neste mandato conseguiu-se o maior volume de investimento de sempre e concretizar também um conjunto de obras, ainda da responsabilidade da Administração Central, que eram consideradas, pela população, como fundamentais, estratégicas e impensáveis. Esse mérito não é da Administração Central, que obrigatoriamente teve de financiar ou co-financiar, é mérito do trabalho da autarquia, da sua liderança politica, que soube contratualizar, e das equipas técnicas do município. Está a falar da Vala da Salgueirinha, da Unidade de Saúde do Pinhal Novo… E das encostas do castelo e muitas outras que estamos a procurar contratualizar, nomeadamente o pavilhão da secundária de Palmela.

O candidato do PS, Raul Cristóvão, diz que todas as obras estruturantes são do Governo. O candidato do PS fez muito pouco por Palmela. Esteve mais preocupado em defender o Governo e, algumas vezes, bloquear alguns processos como é o caso deste arrastamento do protocolo que nunca mais é assinado com o Ministério da Educação para a construção de um pavilhão na secundária de Palmela. Numa obra de dois milhões, o ministério propõe-se financiar apenas 625 mil euros, quando se trata de uma obra da sua responsabilidade. Porque diz que o candidato está mais preocupado em bloquear? Porque deveriam mover influências junto dos seus pares, ainda mais quando tem um secretário de Estado que é candidato à Assembleia Municipal que fez muito pouco sobre esta matéria. Relativamente às obras estruturantes, o município continua, por exemplo, a infraestruturar o território nas zonas periurbanas e rurais. Estruturante é também investir

O papel da oposição é sempre desdenhar daquilo que é feito e às vezes bloquear

três milhões de euros em saneamento e mais de seis milhões em novos asfaltamentos em rede viária ou criar, praticamente em todas as freguesias, equipamentos coletivos de referência. Por exemplo, requalificar e ampliar cinco grandes escolas não é obra estruturante e determinante para o futuro? Há ai uma visão demasiado redutora, mas percebo, o papel da oposição é sempre desdenhar daquilo que é feito e, às vezes, bloquear quando não votam favoravelmente algumas propostas. A recente assinatura do acordo para a construção da Unidade de Saúde da Quinta do Anjo, não é um exemplo de como o Estado colabora com o município? É um exemplo. Era bom percebemos porque os senhores vereadores do PS, e o do PSD, não estiveram presentes na assinatura. Sei que custa à oposição que organismos da Administração Central, ligados ao Governo, sistematicamente elogiem a capacidade de concretização, de trabalho e os projetos do município. E que, por isso, acedam a continuar a trabalhar connosco naquilo que é determinante para o território. Há que saber interpretar esta postura, de vários organismos, que confiam e sabem que o município é capaz de fazer o que não foram capazes durante dezenas de anos. Sobre água e saneamento, refere que o concelho é grande. Mas já é grande há muitos anos e tem sido sempre governado pela CDU. Desde o tempo de Carlos Sousa, por exemplo, tem havido uma política de permitir expansão urbana e construção dispersa, que dificulta esse trabalho de levar essas redes à totalidade da população. Eu tenho uma visão diferente e por isso teremos um Plano Diretor Municipal que está profundamente alinhado com os desafios que colocam aos territórios e ao planeta. A contenção

dos perímetros urbanos, regras muito claras para o edificado nas áreas de edificação dispersa e a arrumação das funções, nomeadamente das económicas, em locais qualificados que permitam atrair investimento. E esse investimento tem que, também, suportar o esforço de infraestruturação necessário para grandes unidades económicas. O paradigma do ordenamento do território tem-se vindo a alterar, felizmente, desde 2011. O município entende que está na hora de continuar a preservar bem os ecossistemas e arrumar bem o território para não hipotecar o futuro para as gerações vindouras. Apercebemo-nos a tempo e horas dessa mudança e o que teremos em discussão pública, no princípio do próximo ano, será um ordenamento do território muito mais sustentável. Qual é a estratégia para Palmela? A oposição diz que não há. Eu é que ainda não vi, nas candidaturas que se apresentam, uma única ideia. Nós sabemos o que estamos a fazer para ter melhores respostas e uma rede de cuidados de saúde de nível e à dimensão que o concelho necessita. Sabemos o que estamos a fazer, por exemplo, para tornar o município pioneiro e sustentável em matéria de energias verdes. Sabemos o que estamos a fazer em matéria de clusters culturais criativos, indo ao encontro das dinâmicas associativas culturais,

patrimoniais e outras que existem. Temos um plano de turismo, que será validado pela academia como estratégico. O turismo, em várias vocações, tem acrescentado valor ao território, e vai ser aprofundado. Temos uma estratégia para a habitação, a custos controlados e renda apoiada, em que prometo, e pretendo cumprir, um investimento que, se for integralmente concretizado, em seis anos atinge 26 milhões de euros. A Estratégia Local de Habitação (ELH) vai precisamente de encontro ao candidato do PS quando diz que a estratégia de Palmela decorre do que o Governo vai apresentando. A ELH tem de ser financiada pelas entidades governamentais e pela ‘bazuca’ europeia. Eu também podia dizer que o Governo, neste caso, também não tem ideias, vai a reboque das prioridades de financiamento da União Europeia. Obviamente tem que haver algum alinhamento e cada um tem que fazer a sua parte. Nós temos, também no domínio do social, do apoio às famílias, às crianças e à educação, uma política que é reconhecida por diversas entidades. Não é por acaso que somos, pelo quarto ano consecutivo, uma autarquia considerada familiarmente responsável. Pela oferta dos livros de fichas, o reforço alimentar nas escolas, a política de transportes escolares, os


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Veja a entrevista completa, em vídeo, no site ou nas redes sociais d'O Setubalense

nossos regulamentos vão muito para além dos nacionais. Também na área da pessoa idosa. Com a nova política de transportes, que entra em vigor no início do próximo ano, o município vai investir 1,6 milhões de euros, para criar outra oferta de transportes e mobilidade. Procuramos mais coesão territorial, através desta política, e propomos, também, tornar esses transportes gratuitos aos utilizadores do Cartão Idade Maior, aos seniores. Na área da regeneração urbana, temos desenvolvido um trabalho muito intenso neste final de mandato. Não posso lançar as obras todas senão diriam que eram para as eleições, mas as coisas tem timing. Para o PRR e para o 2030 temos propostas de requalificação das áreas empresariais e isso tem-nos permitido captar mais investimento e emprego. A nova concessão já é uma resposta razoável às necessidades do concelho? Será necessário aproveitar a proposta do candidato do BE, Carlos Oliveira, para que o município opere uma rede complementar de transportes? Neste momento não faz sentido. A delegação de competências na AML é aquela que produz melhores resultados, não só pelo efeito de escala, mas, estamos convictos, por aquilo que foi sinalizado como principais necessidades por parte da nossa população, mesmo a mais

dispersa, que tem que ter uma resposta com mini autocarros e quase ao nível de transporte flexível. Isso está comtemplado no pacote de carreiras que o município, através da AML, incluiu nesse lote e temos que experimentar. Acredito até que possa haver alguns circuitos que não tenham o número de utilizadores estimados. As pessoas, algumas vezes, reclamam e depois não utilizam. Palmela tem tido novos projetos na área das energias renováveis e outros. O candidato do PSD, Paulo Ribeiro, diz que são coisas que caem aqui por o concelho ser tão grande. Não. Caem aqui porque o município faz esse trabalho de atracção de investimento e trabalha conjuntamente com os investidores na busca de soluções. Não é matéria de que andemos todos os meses a fazer alarido, mas, ainda antes de vir para aqui, acabei de validar um parecer para mais uma intenção de investimento. Não andamos a anunciar com intenção propagandista, só serão anunciadas quando estiverem em fase de concretização. Há um enorme trabalho de magistério de influência, de promoção do território, que faz com que haja interesse em investir aqui. Mesmo nas indústrias que já cá estão, temos feito parte da solução, para que possam crescer e alavancar novos investimentos. A opinião pública não sabe que o tech center da Visteon estava em vias de ser construído na Hungria e que o município, em tempo recorde e certamente atrasando outros processos, conseguiu licenciar e criar condições para que ficasse em Palmela. O mesmo com uma segunda ampliação que ocorreu, tudo entre 2017 e 2020. O mesmo está acontecer com a Hanon, de que as pessoas só vão aperceber-se quando começarem as obras da rotunda na EN252, para criar o acesso, porque esta fábrica fica atrás da Visteon. São meses de trabalho conjunto em que o município praticamente anda com as empresas junto das várias entidades a encontrar soluções. Existe a ideia de que o procedimento burocrático para o desenvolvimento desses projetos não é o adequado. Não. Temos que cumprir a lei e o PDM e há investimentos que tem de ser acarinhados e merecem uma via verde. Obviamente o presidente tem que se envolver e é por isso que tem alguns desses gabinetes na sua alçada. Tem que meter-se o guiso ao gato, mas vem tudo já muito bem estruturado e instruído. A CVRPS, que era uma instituição emblemática no concelho, mudou para Setúbal e há quem diga que a Câmara não

fez o que devia. Fez ou não? A Câmara fez tudo que devia, inclusivamente ofereceu instalações. Disponibilizámos a Escola de Fernando Pó, para se fazer a sede, no coração vitivinícola, uma aldeia vinhateira, um centro que poderia servir com maior proximidade os vinicultores do concelho de Palmela, embora a CVRPS seja da península. Não se trata de quem dá mais, trata-se de interesse por parte da CVRPS, que teve outros interesses. Terá que perguntar à CVRPS por que razão foi para Setúbal. Não é só porque as instalações eram pequenas. Podia ter adquirido ou alugado outras, ou mesmo aceitar instalações que o município propôs. O urbanismo é apontado como um exemplo de mau funcionamento dos serviços municipais. Reconhece isso? Reconheço. Temos tido algumas dificuldades, mesmo após a alteração à estrutura orgânica, que visou ‘separar o trigo do joio’, e está-se a perceber que há também problemas da parte dos requerentes, que não fazem a instrução como deve ser. Mas nós reconhecemos que temos tido problemas de funcionamento. A alteração à estrutura orgânica, que visou precisamente criar uma outra dinâmica, não deu resultados na medida em que a questão da covid - que não é desculpa como as pessoas dizem. Temos os técnicos em teletrabalho, não há, às vezes, concertação para debater logo algumas questões… Mas, apesar desse justificativo, é possível fazer melhor? No próximo mandato tenciona mexer nessa área? É possível fazer melhor. Tencionamos, ainda neste mandato. Vamos fazer um investimento na desmaterialização e da instrução dos processos e estamos a recrutar gente, para um local onde não é fácil recrutar. Desejo não se fazer aproveitamento político destes problemas de funcionamento que existem, sobretudo por falta de comunicação e por falta de pessoal. São medidas que pretendo tomar antes do fim do mandato, porque a concepção do sistema está feita, será uma aplicação que permite a cada requerente fazer o acompanhamento do seu processo e perceber logo de quem são as culpas. Na área da reabilitação urbana temos sido bastante elogiados e as coisas estão a correr muito bem, em particular no centro histórico, onde não há atrasos, e também é urbanismo. Temos apostado também na formação para os proprietários e técnicos dos requerentes… Para que tudo funcione melhor. E tem dado resultados. Participaram inclusivamente, técnicos de outros municípios, neste processo que

Reconheço que é possível fazer melhor no urbanismo. Vamos desmateria­­ lizar e recrutar mais gente consideramos muito bem conseguido e inovador e que tem estado a dar excelentes resultados no Gabinete do Centro Histórico onde deixou de haver atrasos. E estamos com muito mais dinâmica urbanística, com o triplo dos processos que tínhamos no mandato anterior. A recolha do lixo, a rede viária e cuidar do espaço urbano, são apontados como áreas com maiores problemas no concelho. Admite? Na recolha do lixo não aceito essa crítica, tem funcionado bem. O que merece reparo e que continua a dar uma má imagem do concelho é o abandono indiscriminado de resíduos e velharias à volta dos contentores. Mas nunca se recolheu tantas toneladas nem se investiu tanto, na ordem dos 3 milhões, na recolha de resíduos sólidos urbanos, seja com campanhas, seja com reforço de viaturas nos últimos três anos. O porta a porta tem dado excelente resultado. Isto não é generalizado em todo o concelho. A nossa aposta para o próximo mandato é ter centros de transferência em todas as freguesias, onde as pessoas possam ir entregar, como já existe no Pinhal Novo. Estamos a combater o fenómeno do abandono de monos, mas tem de haver também alterações ao regulamento que permitam uma maior agilidade nas contraordenações, no processo de denúncia e de cominação e, para isso, contamos com reforços na fiscalização e com a intervenção da GNR. Que avaliação faz do vereador do PS a quem deu pelouros?

Na eficiência energética, iluminação pública e até na toponímia, tem sido satisfatório em perfeito alinhamento com aquilo que a CDU e o seu presidente defendem. Já quanto à limpeza urbana, a minha responsabilidade foi dar-lhe cada vez mais condições, mais dinheiro para aquisição de maquinaria, para investir em novos processos de trabalho na área da erradicação das ervas nos espaços públicos, etc... Na forma como os serviços são organizados, priorizadas algumas funções e processadas algumas adjudicações, penso que é possível fazer melhor. Ainda assim devo dizer que quando aponto alguma necessidade, o senhor vereador aceita o registo, às vezes até a crítica e procura dar resposta. Mas tem que haver melhor cooperação e melhor capacidade de mobilização dos serviços e essa mobilização não se faz desorganizando o trabalho dos grupos, os encarregados, etc, sistematicamente. Como vê a candidatura do seu antigo camarada Carlos Sousa? Decepciona-me, essa posição de uma pessoa que me apoiou, inclusivamente. Percebo algumas motivações, quer desse candidato quer de outros. É bom que digam ao que vêm, que interesses representam, se vêm efetivamente para trabalhar por Palmela e que ideias têm para o concelho. Tenho lido atentamente todas as entrevistas e não encontrei ainda uma única proposta e uma única ideia... E sobre a quantidade de candidatos? Há muita gente com desejo de protagonismo. E algumas coisas que já foram ditas revelam um profundo desconhecimento daquilo que são hoje os desafios da gestão autárquica. Acha que eleitoralmente terá algum efeito? Há-de ter. No passado, o movimento independente e outros fenómenos de desinformação levaram a que eu ficasse a 145 votos da maioria absoluta - também é bom que se diga, fiz as contas. Se for reeleito presidente tenciona dar pelouros à oposição, mesmo em maioria absoluta? A CDU sempre atribuiu pelouros à oposição e atribuirá em função dos resultados. Mas, para nós, era muito importante conseguirmos ter cinco vereadores, no mínimo, com pelouros atribuídos porque a descentralização de competências requer uma equipa forte, coesa, alinhada, em número e em qualidade. E eu vou ter essa equipa. Apoio à produção: Adrepal - Espaço Fortuna, Artes e Ofícios


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Pelo direito a uma cidadania de primeira

S

ão inúmeras as pessoas com deficiência que, como qualquer outro cidadão ou cidadã, vivem em interdependência. Contudo, muitas são aquelas cuja sua dependência de ajuda por terceiros, decorrente das suas limitações funcionais, resulta em exclusão social e sofrimento quer para si quer para as suas famílias. Há quem não consiga levantar-se da cama, não consiga tomar banho, vestir-se, preparar uma refeição ou mesmo comê-la sem ajuda. Há também quem não consiga deslocar-se pelas suas vilas ou cidades, aceder a serviços básicos, comprar bens essenciais ou entregar-se ao devaneio das compras mais fúteis. Há quem não consiga frequentar atividades turísticas ou de lazer, andar de transportes públicos ou socializar nos mesmos contextos que os seus pares, sejam eles cafés, restaurantes, casas de espetáculos, algumas zonas mais inacessíveis e escondidas do jardim. Há quem não consiga comprar ou alugar uma casa, levar o seu filho à festa de aniversário da pequena vizinha do primeiro andar ou mesmo aceder à reunião de condomínio. Há quem não consiga escolher a escola ou o curso por vocação, aceitar uma proposta de trabalho onde poderá construir uma carreira, participar em pleno na vida académica da sua facultade. Há quem não consiga assistir à missa de domingo, casar onde deseja ou velar um seu ente querido. Há quem não consiga exercer a sua parentalidade na escola. Quem não consiga registar o seu filho ou aceder a tribunal ou registo civil. Arrisco – perante os mais céticos ou assistencialistas – dizer que todas estas pessoas podem ter uma vida ativa e digna se os órgãos de soberania e poder, nos quais se enquadram as autarquias, tiverem uma política orientada para a promoção da vida independente. Numa altura em que se inicia a campanha autárquica, é urgente relembrar que as pessoas com deficiência também são eleitoras de pleno direito e não podem continuar a ser esquecidas das campanhas nem arredadas das discussões e do planeamento político, urbanista e social dos locais onde escolheram viver. A prova mais clara desta premissa, reflete-se na prática reiterada no nosso distrito (só a título de exemplo) de ainda conceber a existência de eleições em locais onde não estão garantidas as condições de acessibilidades.

OPINIÃO Diana Santos Promover a verdadeira inclusão vai muito para além de rebaixar passeios. É urgente garantir que pessoas com deficiência tenham percursos seguros, que acedam a instituições, bens e serviços, que entendam a informação que lhes é transmitida e que tenham profissionais capacitados para as receber onde assim for necessário. O Estado ou se desresponsabiliza, delegando nas famílias o acompanhamento e apoio às pessoas que delas dependem, não as compensando minimamente dos custos acrescidos que esta situação comporta, ou, por outro lado, promove a institucionalização das pessoas dependentes. Nem uma nem outra solução elege a pessoa com deficiência como o sujeito central a quem é necessário que se forneça os meios para ter uma vida em igualdade de oportunidades com os seus pares sem deficiência e as autarquias podem ter um papel essencial na mudança de paradigma. Esta orientação é aliás, contrária aos compromissos assumidos na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência pelo Estado Português, que reconheceu a igualdade de direitos “de todas as pessoas com deficiência a viverem na comunidade, com escolhas iguais às demais” e comprometeu-se a tomar “medidas eficazes e apropriadas para facilitar o pleno gozo, por parte das pessoas com deficiência, do seu direito e a sua total inclusão e participação na comunidade”. Recorda-se ainda que Decreto-Lei n.º 163/2006 de 8 de Agosto, sobre o Regime da acessibilidade aos edifícios e estabelecimentos que recebem público, via pública e edifícios habitacionais, no Artigo 12.º sobre a Fiscalização, postula que: A fiscalização do cumprimento das normas aprovadas pelo presente decreto-lei compete:

a) Ao INR, I. P., quanto aos deveres impostos às entidades da administração pública central e dos institutos públicos que revistam a natureza de serviços personalizados e de fundos públicos; b) À Inspeção-Geral de Finanças (IGF) quanto aos deveres impostos às entidades da administração local; c) Às câmaras municipais quanto aos deveres impostos aos particulares. Não pretendendo neste artigo enunciar o que poderá ser a materialização de uma campanha que abrace efetivamente os e as munícipes com deficiência, há, no entanto, medidas que são indispensáveis: – Repensar o apoio domiciliário, ou criar programas de promoção de assistência pessoal locais, que permita aos utilizadores destes serviços, em combinação com o uso de produtos de apoio, a adaptação do ambiente onde vivem e trabalham, terem as mesmas opções e oportunidades que teriam se não fossem dependentes de terceiros. - Ter tolerância zero para a aquisição de transportes públicos que não sejam acessíveis a todas as pessoas. – Cumprir a Lei n.º 163/2006 de 8 de Agosto e fiscalizar o seu cumprimento em edificado já existente, salvaguardando também quota de habitação social para pessoas com deficiência. – Englobar as pessoas com deficiência nas mesmas medidas sociais concedidas a outros grupos considerados vulneráveis. Inúmeros estudos demonstram que locais pensados para todos não só aumenta substancialmente a qualidade de vida das pessoas com deficiência, como é encarada como uma medida de apoio ao desenvolvimento económico. Não sendo um argumento decisivo, dado que direitos humanos não se discutem, é, no entanto, a demonstração de que não desculpas, a não ser o preconceito e a menorização das pessoas com deficiência enquanto cidadãos e cidadãs, para não implementar aquilo com que Portugal se comprometeu ao subscrever a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Nesta campanha autárquica lanço o desafio para que se possa fazer mais e melhor por todas as pessoas. O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda já há muito transformou esse desafio em compromisso! Deputada do BE

OPINIÃO Francisco Ramalho

Democracia condicionada

F

ui há dias ver um grande filme sobre um assunto tão importante, mas tão vulgar; a forma como se manipula um povo. E é tão fácil! Basta ter-se os meios para tal. Trata-se de “Colectiv- A Corrupção na Roménia”. Realizado pelo alemão de origem romena, Alexander Nanau e com um elenco fabuloso. Destacando-se o ator que faz do jornalista que começou a puxar o fio à meada do novelo da corrupção quase generalizada em que se encontrava (não encontrará ainda?) o sector da Saúde na Roménia, e do que faz de ministro dessa pasta, no Governo provisório. O filme é sobre uma história real. O incêndio na discoteca Colectiv em Bucareste a 30 de Outubro de 2015 que causou 27 mortos e 180 feridos. Tendo a maioria destes, morrido depois nos hospitais por não serem devidamente tratados mas, sobretudo, pelo facto do desinfetante usado nos hospitais estar adulterado. O choque na opinião pública, levou à queda do Governo. Mas, apesar da dimensão da tragédia, da denúncia de corrupção, do ministro da saúde do Governo provisório ter proposto medidas eficazes, quando houve eleições, os social-democratas, como se diz no filme, voltaram a ganhá-las e o jornalista em destaque, ameaçado. Não nos vem imediatamente à cabeça, onde é que já se viu este filme? Infelizmente, em tantos lados. Por exemplo, num País, onde, com exceção da ameaça, tal como na Roménia, o Governo dos social-democratas (com o próprio nome ou ditos socialistas) privatizaram as grandes empresas incluindo, evidentemente, com uma única exceção, os bancos, e onde agora emergem Salgados, Berardos, Vieiras que são apenas as pontas do imenso icebergue vogando no mar da corrupção que o Governo dos social-democratas, permitiu. E, como na Roménia que o referido filme tão bem retrata, quando há eleições, os social-democratas ou os outros ditos socialistas, sistematicamente, não as ganham também? Porque, ainda como na Roménia, têm os meios para manipular e con-

É assim a democracia condicionada dos socialdemocratas rosa, ou laranja

vencer o povo. Esses mesmos meios, que quase silenciam o trabalho, as iniciativas, as propostas, da oposição. Esses mesmos meios, onde pululam comentadores e analistas, fazedores de opinião, favoráveis ao Governo dos social-democratas rosa ou laranja ou dos seus companheiros de barricada. Esses mesmos meios, onde os social-democratas de uma ou da outra cor e os donos desses meios e disto tudo, para dar um ar de democracia, lá acolhem um ou outro comentador ou analista da oposição. Isto, no plano nacional. No internacional, alinham todos sob a batuta do império. O império que almeja a hegemonia, o controlo, global. É vê-los a alinharem nas críticas a quem não obedece ao império. A quem acusam de não serem democratas como eles. Um perigo, dizem, para a democracia e um mal, para esses povos. Entretanto, o que devia ser usado para que o povo tivesse uma vida decente, esvai-se na corrupção e no apoio, através da NATO e não só, que dão à estratégia do império e às guerras que promove. É assim a democracia condicionada dos social-democratas rosa, ou laranja. Historiador


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Seixal

“Água” sábado e domingo no Jardim da Praça dos Mártires da Liberdade

O espectáculo “Água” é a próxima proposta do programa Desconcentra, e terá por palco o Jardim da Praça dos Mártires da Liberdade, no Seixal, a 17 e 18 de Julho, às 22h00 e 19h00, respectivamente. “Água” representa um cruzamento entre instalação, arte pública e

performance: três universos, três abordagens e um convite à circulação, sendo um projecto para o espaço público que experimenta um formato diferente dos espectáculos habituais. A entrada no Desconcentra é gratuita, mas requer a reserva prévia de bilhete.

“O LUGRE” EM ESTREIA

Maria João Luís encena Bernardo Santareno e leva 'sortes' da pesca ao palco DR

A peça retrata o medo, a esperança e o heroísmo da pesca do bacalhau. Um punhado de homens em lugres José Augusto O Teatro da Terra, companhia residente do Seixal, vai estrear ”O Lugre”, do dramaturgo Bernardo Santareno. A subida ao palco está marcada para 22 de Julho, no Auditório do Fórum Cultural, pelas 20h30. “Depois de algumas representações no Seixal, partiremos em digressão pelo País. Não sabemos é quando, devido aos condicionamentos impostos pela pandemia. Mas, se não for ainda este ano, será no próximo”, disse a O SETUBALENSE Maria João Luís, directora e encenadora da companhia. Quanto à escolha por Bernardo Santareno, comenta a actriz, - que começou nos palcos em 1985, no grupo de Teatro A Barraca - que “não é a primeira vez” que trabalha autores desta geração, ligados ao neo-realismo. E prossegue: “Para mim é um encanto abordar autores que nos descrevem a vida do povo, do trabalho, que nos falam da guerra colonial, da época negra do fascismo. Há gente nova que desconhece tudo isto. Eu sinto a responsabilidade de desenterrar tudo isso, através de escritores e dramaturgos neo-realistas, por quem me sinto fortemente atraída”. Como movimento cultural, salienta que o “neo-realismo é português, é único, como “são únicos autores como Soeira Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira”. “Sendo eu de Alhandra, Soeiro é, para mim, o pai do neo-realismo. Todavia, identifico-me perfeitamente com a escrita de Santareno, que é contemporânea, digamos, é como se ele estivesse a viver hoje entre nós. Não tenho qualquer dificuldade em pôr os actores a dizerem os textos de Santareno, que mesmo

A actriz diz que o público do Seixal tem energia própria e revela uma sensibilidade particular para a cultura

em prosa é de qualidade superior. É preciso muita coragem, como ele teve, para abordar, naquele tempo,

temas como a homossexualidade entre homens, relações onde pode haver paixão”.

Corrigir o que está menos bem

A inspiração para fazer esta peça, revela que veio como homenagem a

No mar Profissão dura e desumana “O Lugre”, peça escrita em 1959 por Bernardo Santareno, aborda uma das profissões mais duras e desumanas: a pesca do bacalhau, praticada nos mares da Gronelândia desde o século XV. Num texto divulgador da peça, diz-se que “é uma aventura humana tão épica como dramática, ainda possível de conhecer diretamente pela boca daqueles que a viveram e que pretende contrariar a visão pacífica e oficial das condições de trabalho e de pesca divulgada pela ditadura”. Ora, Bernardo Santareno andou embarcado como médico no navio-hospital Gil Eanes, hoje fundeado na doca de Viana

do Castelo como museu, que dava apoio à frota de pesca nessas águas longínquas. Por conseguinte, o dramaturgo conheceu a vida escrava dos pescadores, os seus medos e esperanças, os seus conflitos e conciliações. “O homem

é obrigado a confrontar a natureza e, ao fazê-lo, vê-se perante si mesmo e em oposição a outros homens. Um texto que dá a conhecer a vida dura de quem a arrisca quotidianamente e as diferentes reações humanas perante as adversidades”.

Fernanda Lapa, que morreu em Agosto de 2020, e de quem “ele gostava muito”. “Só queria ser capaz de fazer mais e melhor. Mas também tenho falta de tempo, por exemplo, para montar aqui, no Seixal, uma exposição sobre a pesca do bacalhau. Mas sou responsável por três produções por ano. Afinal, tenho grandes actores. Venham vê-los! Nós precisamos de público!” Quanto ao futuro, Maria João Luís afirma ser “uma mulher de planos”. “Programarei sempre a vida, pelo menos enquanto por cá andar. Procurarei transformar a minha profissão naquilo que deve ser, uma dádiva, um acto de carinho, uma actividade despreconceituosa. Vou tentar, sobretudo, corrigir o que me parece menos bem, vou lutar, através do teatro, pela justiça e igualdade”, afirma. Em Setembro, adianta a actriz que o Teatro da Terra vai repor “A Pulga Atrás da Orelha”, de George Feydeau, que, por causa da pandemia, teve apenas a sua exibição de estreia, e, em Dezembro, “A Senhora Weigle”. “Diga-se que é a mulher de Brest, com texto de António Cabrita e encenação minha”, comenta.

Há sensibilidade no público do Seixal

Para a actriz e encenadora, qualquer público tem as suas particularidades, mas no “Seixal há muita sensibilidade para a cultura”. Isto deve-se, porventura, “ao evidente esforço e investimento da Câmara Municipal na cultura. Os espectáculos que levámos à cena estiveram sempre cheios de um público francamente interessado. Enfim, o que é preciso é levar as pessoas ao teatro, e aqui elas vão”. “Há uma energia muito especial nesta margem do rio Tejo, que eu acredito ter origem na cultura operária, vinda da dureza dos tempos do fascismo. Há aqui uma política de reparação das injustiças que então se praticaram. Sabemos, contudo, que estas coisas não se fazem de um dia para o outro”, salienta.


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Seixal Secção EMPRESAS ESTRANGULADAS

BREVES

Associação de Comércio exige que Governo liberte o concelho de medidas restritivas

SÁBADO

DR

Mais de 60% dos habitantes do município do Seixal já tem uma inoculação e 20% as duas Humberto Lameiras A Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal (ACISTDS) considera que “não há justificação para o Governo acrescentar mais medidas restritivas que impeçam o normal funcionamento da vida económica, social, cultural e desportiva do concelho do Seixal e do País”. Esta foi a conclusão que saiu da reunião entre a associação e eleitos da Câmara Municipal do Seixal, na passada semana, para analisar o panorama das pequenas e médias empresas locais, as quais foram “extremamente fustigadas com os efeitos da pandemia”. A mesma conclusão tem por base a informação de que, na actual fase de vacinação contra a covid-19, no concelho do Seixal,“ mais de 60% dos habitantes já tem uma inoculação e 20% as duas”, refere comunicado da autarquia sobre este encontro. "O que é necessário neste contexto de pandemia é que o processo de vacinação seja mais rápido, assim como a testagem massiva e o rastreio de todos os novos casos, a par do reforço

Os associados da ACISTDS dizem que os apoios governamentais são poucos e disponibilizados lentamente

das equipas de saúde pública e da contratação de mais profissionais de saúde e não restringir as actividades das pequenas e médias empresas", refere o mesmo documento citando Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal. As duas entidades pedem assim ao Governo que, “ao invés de estratégias que se pautam por restrições sobre restrições”, sejam “implementadas medidas concre-

tas para travar o crescimento acelerado dos níveis do desemprego, os milhares de despedimentos, os salários em atraso, bem como dar resposta aos problemas que atingem os sectores mais vulneráveis da população”. Idêntica posição foi consensualizada noutra reunião realizada com a Confederação dos Micro, Pequenos e Médios empresários. Os associados da ACISTDS, que re-

presentam grande percentagem do tecido económico da região e têm um papel fundamental para a economia do País, consideram que a “resposta aos seus problemas, no âmbito da situação epidemiológica, se tem caracterizado por um baixo nível dos valores dos apoios governamentais, pela dificuldade de acesso aos mesmos e pela lentidão como são disponibilizados, sendo um dos sectores mais fustigados pelos efeitos da pandemia”.

NA OPERÁRIA AMORENSE

Livro "Elas estiveram nas prisões do fascismo" revela vidas e nomes José Augusto O Núcleo do Seixal da URAP (União de Resistentes Antifascistas Portugueses” vai apresentar o livro “Elas estiveram nas prisões do fascismo”. O evento está marcada para as 16h00 do próximo sábado, dia 17, na Sociedade Filarmónica Operária Amorense. Entre as várias intervenções, saliente-se a de Marília Vilaverde Cabral, dirigente da organização antifascista. O livro é uma “homenagem a to-

das as mulheres portuguesas que, em tempos de medo, silêncio e opressão, combateram a ditadura fascista. Pretende, ainda, ser um contributo para “resgatar de um relativo esquecimento o relevante papel das mulheres no combate à ditadura fascista”. Em anexo, a obra inclui uma listagem com o nome de 1755 mulheres presas nas cadeias do fascismo, que constam, segundo Eduardo Brissos, no Registo de Presos (PVDE/PIDE), com cerca de 30 mil registos e nos arquivos da PIDE consultados na Torre do Tombo.

A URAP, fundada a 30 de Abril de 1976, congregou “nas suas fileiras um largo núcleo de antifascistas com intervenção destacada durante a ditadura fascista”. Contudo, “a sua luta antifascista vem de mais longe”, lê-se num documento divulgado pela organização. A origem da URAP deve-se aos antifascistas que durante a ditadura criaram a Comissão de Socorro aos Presos Políticos - organização que afrontava o regime no coração da sua política repressiva. Prestava apoio material e jurídico aos presos políticos e

às suas famílias, divulgava no País e no estrangeiro notícias sobre a situação dos presos e de denúncia da repressão, batia-se com riscos da própria liberdade dos seus membros contra a política repressiva do regime”. Entretanto, no “regime democrático, a URAP tem desenvolvido a sua acção na defesa dos ideais do 25 de Abril e da democracia”. A apresentação do livro “Elas estiveram nas prisões do fascismo” termina com dois momentos musicais, um pelo músico e interprete Rúben Martins, e outro da Banda da SFOA.

Oficinas de desenho no Alto Dona Ana O Alto Dona Ana, no Parque Urbano do Seixal, recebe este sábado, entre as 10h00 e as 13h00, o ciclo de quatro oficinas de desenho “Ao Sabor das Estações Descobrir e Desenhar”. A dinamização da iniciativa está a cargo de Manuela Rosa, professora de Educação Visual no concelho e membro da associação Urban Sketchers Portugal, e vai permitir aos participantes, a partir dos 10 anos, terem oportunidade de explorar a riqueza natural, patrimonial e histórica deste local, associado à antiga fábrica corticeira Mundet. A iniciativa promove ainda a descoberta do espaço, através da observação dos seus elementos naturais e construídos, e desenvolve a expressão individual, com recurso ao desenho, à pintura e à colagem. As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias.

AMORA

Quiosque Verde para redução de emissões A localidade de Amora vai receber um Quiosque Verde, equipamento este que visa reduzir as emissões de CO2 no concelho, e vem no âmbito da implementação do Laboratório Vivo para a Descarbonização (LVPD) da Baía do Seixal. Este quiosque “é um equipamento inovador que inclui a produção e armazenamento de energia renovável (fotovoltaica e eólica) para permitir o carregamento de veículos eléctricos”, indica a autarquia através de comunicado. Neste espaço serão ainda disponibilizadas bicicletas, hoverboards, segways e trotinetas para utilização dos munícipes e ainda divulgados projectos relacionados com o LVPD e soluções inovadoras para a descarbonização.


13 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 15

Alto do Moinho apurado para o play-off da 2.ª Divisão Nacional

O Alto do Moinho, com a vitória obtida em Queijas sobre o 1.º Dezembro na última jornada da zona 3, terminou a primeira fase do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Andebol na primeira posição, garantindo desta forma a sua participação no play-off

que será disputado pelos dois primeiros classificados de cada série. O play-off realiza-se no sábado, dia 17 de Julho, com os seguintes encontros: Xico Andebol – Marienses; S. Bernardo – Fafe e Alto do Moinho – Ac. Viseu.

Desporto

CARLOS HENRIQUES PRESIDENTE DO AMORA

“SAD foi vendida e os novos investidores já começaram a preparar a nova época” DR

O grupo espanhol Odemira Capital, cujo presidente é José Maria Gallego, que desempenha funções de director no Bétis de Sevilha, é agora o detentor do capital social José Pina

Os associados do Amora Futebol Clube, esta época promovido à Liga 3, têm manifestado alguma preocupação por estarem a ver sair jogadores, que foram fundamentais no excelente desempenho da equipa no campeonato da última temporada, e nada saberem em relação à nova época desportiva. A situação passou a ser ainda mais preocupante quando começaram a surgir rumores de que a SAD estava à venda e que até o capitão de equipa, Joca, que está há mais de 20 anos no clube, tinha pedido para sair. Neste sentido, e para esclarecer o que de facto se está a passar, o nosso jornal falou com o presidente do clube, Carlos Henriques, que começou por dizer-nos que não há motivo para alarme. “Na próxima sexta-feira tudo vai ser esclarecido em Assembleia Geral, que já está marcada. O que se passou é que a SAD foi vendida e que a partir de agora temos um novo investidor. O acordo foi formalizado na passada quinta-feira e a nova época começou de imediato a ser preparada. É certo que estamos a começar tarde em relação à maioria dos nossos adversários e que na próxima época vamos disputar uma liga quase profissional mas com os requisitos que vão ser exigidos ficaremos mais fortes em alguns aspectos. Tudo se vai resolver a devido tempo”. O presidente do clube não entende por que razão os anteriores

investidores colocaram à venda a sua participação na SAD, depois de uma época bastante positiva. “Praticamente não os conheci. Acho que não sabiam muito bem ao que vinham e aquilo que queriam. Durante a época passada tentei pronunciar-me o menos possível para não desestabilizar os bons resultados que a equipa estava a fazer, mas os resultados por vezes são a máscara de outras coisas menos boas. Mas isso já é passado, o que importa agora é o futuro e estas pessoas que chegaram estão com muita vontade de fazer boa figura”, referiu Carlos Henriques que ainda assim fez questão de salientar que na fase final, por revolta consigo próprio, “no dia em que os apanhei no campo tive que os confrontar com algumas coisas. Mas a verdade é que ao longo da época poucas conversas tivemos”. Opinião completamente diferente tem o presidente do clube em relação a estes que chegaram agora. “Por aquilo que me apercebi

Jogos da Liga 3 vão ser no Complexo Municipal Carla Sacramento

vêm com outras ideias, outros propósitos e outra disponibilidade. O Amora não quer de forma nenhuma meter-se na vida da SAD porque é esta que tem a maioria do capital, só está disposta a ajudar. A maioria dos clubes tem um investimento entre os 700 mil e o milhão de euros para as suas equipas, como já aconteceu a época passada no Campeonato de Portugal. O Amora, mesmo não investindo tanto conseguiu lá chegar. Por isso, vamos acreditar

nas pessoas que chegaram agora e no trabalho que já começaram a desenvolver porque o objectivo é catapultar o clube para aquilo que todos desejamos”. A Liga 3 arranca no dia 15 de Agosto e o Amora só agora começou a trabalhar na construção do plantel, ou seja, o tempo de preparação é curto mas Carlos Henriques acredita na capacidade de quem está a tratar do assunto. “Já estamos atrasados é um facto mas creio que ainda vamos a tempo de fazer uma boa equipa. O ano passado também houve algumas indefinições de início e acabámos por fazer um bom campeonato. As coisas são mesmo assim, o que importa é que quem venha traga organização, ambição e objectivos porque o projecto de implementação do Amora passa por ter uma equipa nas ligas profissionais”. Devido às exigências da competição o Amora não vai poder utilizar o velhinho Estádio da Medideira que

vai dar lugar a um novo estádio a construir brevemente mas isso não é problema para o clube porque já foi encontrada uma solução. “Na época passada estivemos impedidos de jogar no Estádio da Medideira durante algum tempo por causa do relvado. Nas últimas vistorias realizadas a FPF considerou o estádio incapaz de receber jogos da Liga 3 que obedece a uma série de requisitos nomeadamente no que respeita a transmissões televisivas, publicidade, estado da relva e iluminação. Neste sentido, tivemos uma reunião com a Câmara Municipal, que também esteve presente nas vistorias e o presidente Joaquim Santos dispôs-se a recuperar o Complexo Municipal Carla Sacramento em termos de alargamento do relvado, e pelo que sei as obras já estão a decorrer. Será aí que vamos fazer os nossos jogos agora e enquanto durarem as obras de construção do novo Estádio da Medideira, que esperemos comecem em breve. Nesta nossa conversa, Carlos Henriques deixou bem patente que os associados não têm razões para estar preocupados. “Já concorri a três mandatos e se analisarmos todos os objectivos posso dizer que obtivemos 85 a 90% daquilo que nos propúnhamos fazer. Os associados podem ter a certeza que eu estou sempre preocupado antes de a preocupação chegar a eles. Por vezes não podemos tornar público o que nos vai na alma para não prejudicar o clube, com tem acontecido com outros da região. Com a entrada da nova SAD, vamos trabalhar com mais entusiasmo porque estes investidores têm uma postura completamente diferente e demonstram grande interesse naquilo que é o clube, já visitaram todas as nossas instalações, o Serrado, a Academia e revelaram ter também um grande interesse na equipa de sub-19 que está na 1.ª Divisão Nacional que é disputada em cerca de 70% por clubes da I Liga”.


00:55 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:22 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:45 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 20:04 ~ 2.6 m ~ Preia-mar

ALMADA

00:48 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:16 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:41 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 19:58 ~ 2.5 m ~ Preia-mar

SESIMBRA

01:09 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:36 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:55 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 20:12 ~ 2.6 m ~ Preia-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

01:02 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:55 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 13:56 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 20:34 ~ 2.9 m ~ Preia-mar

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FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Dulce Soeiro, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Mauro Sérgio IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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