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co nt a ct o s: 80 0 2 1 7 2 1 7 / 2 65 5 2 3 5 1 5 / www. fu n e r ari a - arm i n d o.c om
Ministro do Ambiente "culpa" Transtejo/ Soflusa por paragem dos barcos à noite Pedro Matos Fernandes diz que "decisão da empresa é inaceitável" p13 ALMADA PS e PSD deverão repetir acordo pós-eleitoral para governar a Câmara Municipal p12 O SEU DIÁRIO DA REGIÃO QUINTA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 718 | ANO III | 5.ª SÉRIE
DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO
BAIXA DA BANHEIRA Teatro apresenta “Mulheres em Terra, Homens no Mar” p7
LEONOR DE SOUSA
SETÚBAL UGT pede diálogo com os enfermeiros p5
“Esta Assembleia Geral será seguramente a mais importante dos quase 111 anos do Vitória”
S. SEBASTIÃO Sede da Junta e Xepa são prioridades p4 MARIA MARTINS
David Leonardo categórico sobre A.G. de amanhã p14 MARIA MARTINS
Moita Carlos Albino (PS) pede "governação séria e pacífica" p2
2 O SETUBALENSE 21 de Outubro de 2021
Abertura
TOMADA DE POSSE NA MOITA
Carlos Albino pede “comportamento responsável” que permita “governação séria e pacífica” MARIA MARTINS
Sem maioria absoluta, novo presidente socialista aposta na “genuína disponibilidade de todos para apoiar as melhores decisões” Luís Geirinhas Carlos Albino, presidente eleito pelo PS para a Câmara da Moita, foi empossado na noite desta terça-feira, e apelou à colaboração da oposição (CDU, com quatro eleitos, os mesmos do PS e Chega, com um vereador) para poder governar. Na cerimónia de instalação dos órgãos autárquicos, que lotou o salão do quartel dos Bombeiros Voluntários da Moita, o autarca, que afastou a CDU de décadas de liderança na autarquia, garantiu que será “com orgulho, presidente de todos e de todas, sem excepção”, tendo deixado aos presentes uma palavra sobre “a forte abstenção” verificada a nível concelhio – onde apenas 60% da população foi votar –, classificando este número como “absolutamente avassalador”. Albino considera que é “urgente trazer as pessoas de volta ao centro das decisões” e “ouvi-las”, envolvendo-as nas escolhas que vão determinar o seu futuro. “É preciso que voltem a confiar nos seus eleitos e essa é uma responsabilidade que temos que assumir”, defendeu. “Sabemos que temos uma responsabilidade acrescida [neste mandato e] tudo faremos para corresponder positivamente em quem confiou em nós”, assegurou. O edil aproveitou a ocasião para lembrar que é preciso “pôr cobro a situações que se arrastam há demasiado tempo” no território, apontando problemas na área do saneamento básico. “Vemos, por todo o concelho, esgotos a desaguarem para o rio, numa verdadeira situação de terceiro mundo, com a qual não podemos compactuar”, disse.
Carlos Albino e os restantes autarcas tomaram posse perante um salão completamente cheio
Eurídice Pereira “Tivemos uma luta dura e prolongada para chegarmos aqui” No sábado, o pavilhão da Escola Técnica Profissional da Moita, acolheu uma festa de militantes e simpatizantes do partido, que teve por objectivo assinalar a vitória no concelho e que, contou com a presença da socialista Mariana Vieira da Silva, actual ministra de Estado e da Presidência. Na altura, a mandatária da campanha, Eurídice Pereira, lembrou que “tivemos uma luta dura e prolongada para chegarmos aqui”, adiantando que “doeu muito caminharmos, anos após anos, e ver esta terra fechada e soturna a passar à margem do que de melhor podia ter sido trazido para ela”.
DR
Eurídice Pereira
A actual deputada na Assembleia da República, eleita pelo círculo eleitoral de Setúbal do PS, afirmou que “os nossos autarcas, em particular as lideranças, têm caminhos duros e exigentes a percorrer, e vão, estou convicta, estar à altura das exigências”. Visivelmente emocionada, Eurídice Pereira recordou os nomes que ao longo de vários anos marcaram o partido no concelho e lutaram para trabalhar pelo futuro da sua terra. “Aos que agora assumem funções a manifestação absoluta da nossa felicidade e do nosso orgulho em vocês”, acrescentou, desejando um bom trabalho a todos.
O presidente referiu ainda que observa, com “profunda tristeza e revolta”, um edifício camarário que “não é acessível para todos”, onde pessoas com mobilidade reduzida “têm que ser, literalmente, carregadas se quiserem assistir a uma Assembleia Municipal ou dirigir-se ao gabinete do presidente da Câmara”, exemplificou, mas “a hora da mudança chegou”, realçou. O autarca socialista afirma ter consciência de que “o futuro não se afigura fácil” e que “há muito trabalho por fazer”, para colocar a Moita no lugar que merece, enquanto concelho que “promova uma nova centralidade na Península de Setúbal”, ressalvou. Para que tal seja possível, diz querer contar com “um comportamento responsável de todas as forças políticas”, que possibilite “uma governação séria e pacífica” e isso, indicou, requer “genuína disponibilidade de todos para apoiar as melhores decisões”. E acrescentou: “queremos devolver o rio às pessoas”, o mesmo que defendeu ter sido estratégico durante anos “e tão maltratado, com consecutivas descargas irregulares, transformando um espaço com um enorme potencial de lazer, em depósito de detritos”. Durante o acto solene, tomaram posse os 27 membros que passam a integrar a Assembleia Municipal, presidida pelo socialista António Duro, num total de onze eleitos do PS e dez da CDU, dois do BE e o mesmo número de deputados em representação do Chega e do movimento Merecemos Mais (PPD/PSD.CDS-PP.MPT). Além de Carlos Albino, foram ainda empossados para a vereação da autarquia os socialistas Sara Silva, António Pereira, Anabela Rosa e, pela CDU, o ex-presidente comunista Rui Garcia, Daniel Figueiredo, Vivina Nunes e João Romba, além do vereador eleito pelo partido Chega, Ivo Pedaço. A estes juntaram-se os presidentes eleitos para as Uniões e Juntas de Freguesia, Ana Costa (Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos), Artur Varandas (Alhos Vedros), Bárbara Dias (Baixa da Banheira e Vale da Amoreira) e Fabrício Pereira (Moita).
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Grândola apoia alunos que ingressem no ensino superior
A Câmara de Grândola anunciou que estão abertas, até 5 de Novembro, as candidaturas para a atribuição e renovação de bolsas de estudo para estudantes do concelho que frequentem o ensino superior público. A bolsa de estudo, “integralmente suportada pelo
município a fundo perdido, é uma prestação pecuniária, de valor variável”, que depende de vários factores, como o rendimento ‘per capita’ do agregado familiar, classificações nos exames nacionais, entre outros, disse a autarquia. A esta medida de apoio só se podem
RECTIFICAÇÃO
OPINIÃO
LITORAL ALENTEJANO
Assembleia Municipal de Palmela eleita por lista
Hospital aposta em nova técnica nas operações aos olhos
José Luís Ferreira
Sobre as ordens profissionais
A
semana passada o PS agendou para a discussão no plenário da Assembleia da República, um conjunto de alterações à lei que estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais. E segundo podemos perceber, os autores das propostas pretendem reforçar a presença do interesse público, a autonomia e independência da regulação e a promoção do acesso a actividades profissionais. Sucede, que no universo das propostas apresentadas, há algumas que Os Verdes, em tese, acolhem e acompanham, outras nem tanto, porque precisam de ser afinadas, eventualmente em sede de especialidade, e outras que não acompanham de todo. De facto, também consideramos que a inestimável missão de regulação e representação oficial de alguns sectores de atividade, deve, em nome do interesse público, ser reforçada. Um reforço que passa, não só, por introduzir mecanismos que garantam uma maior independência e isenção da sua função regulatória, mas também por colocar um fim em restrições que não encontrem suporte ou fundamento, do ponto de vista do interesse público. Neste contexto, concordamos, com a necessidade de reforçar as competências regulatórias do órgão de supervisão das associações profissionais tendo em vista uma maior garantia quanto à sua independência e isenção. Relativamente à proposta para remover algumas restrições no acesso às profissões reguladas e que do ponto de vista do interesse público, possam ser injustificadas, Os Verdes consideram que, se de
facto, do ponto de vista do interesse público, essas restrições no acesso às profissões reguladas, não encontram suporte ou fundamento, então essas restrições são desprovidas de sentido e por isso devem ser literalmente removidas Por outro lado, também nos parece correcto que as taxas cobradas durante o estágio profissional ou período de formação obedeçam a critérios de adequação, necessidade e proporcionalidade e consideramos de inteira justiça que os estágios profissionais passem a ser remunerados. Quanto à não elegibilidade para os órgãos das associações públicas profissionais que tenham desempenhado cargos em órgãos dos sindicatos nos últimos quatro anos, dizer que temos muitas dúvidas sobre a sua oportunidade e até da sua conformidade constitucional. Para além disso há uma matéria da maior importância e na qual não nos revemos, nem conseguimos identificar qualquer vantagem para dignificar as Ordens e muito menos para reforçar o interesse público. Referimo-nos à proposta para a constituição e funcionamento das sociedades profissionais multidisciplinares. De facto, como muito bem refere o Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados, “a admissibilidade da constituição de sociedades multidisciplinares, no contexto específico do exercício da Advocacia, determinará, sem qualquer dúvida, a perda da capacidade de controlar o cumprimento dos deveres deontológicos a que todos os Advogados estão sujeitos, no exercício da profissão”.
Deputado do PEV
candidatar estudantes apoiados pelos serviços de acção social da instituição de ensino superior em que estão ou irão estar matriculados e inscritos, no ano lectivo a que respeita o pedido de atribuição ou renovação, e beneficiários de uma bolsa de estudo atribuída por aqueles serviços.
O SETUBALENSE publicou erradamente na edição de ontem, terça-feira, 19, que a eleição da Mesa da Assembleia Municipal de Palmela havia sido realizada por votação uninominal, quando na verdade foi por lista. Pelo erro, O SETUBALENSE apresenta as devidas desculpas aos visados e aos leitores.
A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), a partir do serviço de Oftalmologia, tomou a decisão de apostar numa nova técnica cirúrgica nas operações aos olhos, “há muito esperada na região”. Em comunicado, a unidade hospitalar, situada em Santiago do Cacém, explica que a técnica ‘vitrectomia’, implementada no início do presente mês, permite que “os utentes passem a ser operados no Hospital do Litoral Alentejano, ao invés de o serem noutras unidades de saúde”. Esta aposta “significa o aumen-
to de comodidade, de qualidade e de proximidade nos cuidados aos utentes da região”, ao dar resposta “aos doentes com patologias como descolamento de retina, retinopatia diabética, doenças maculares como buraco macular ou membrana epi-retiniana ou traumatologia ocular”. “Este é mais um importante passo para o reforço dos cuidados prestados na ULSLA que, de forma progressiva, mas determinada, tem concentrado todos os seus esforços na melhoria dos serviços prestados”. M.C.C.
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SOCIEDADE MOITENSE DE TAUROMAQUIA, S.A.
CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL ANUNCIE NO SEU DIÁRIO DA REGIÃO
ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 212 384 894 ALCOCHETE 212 318 392 SESIMBRA 265 520 716 OUTROS CONCELHOS 265 520 716
Nos termos do disposto no artigo 377° do Código das Sociedades Comerciais e artigo 10º dos Estatutos da SMT. - Sociedade Moitense de Tauromaquia, SA., convoco os Senhores Accionistas a reunir em Assembleia Geral Ordinária, a ter lugar no próximo dia 23 de Novembro de 2021, pelas 21.00h na sede social, com a seguinte Ordem de Trabalhos: • Ponto único - Eleição dos órgãos sociais (Mesa da Assembleia Geral, do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal) para o quadriénio 2022 a 2025. Atenta a alteração de estatutos aprovada no dia 6 de Setembro de 2016 têm direito a voto os acionistas titulares de uma ou mais ações cuja titularidade esteja devidamente registada junto da Sociedade. Verificando-se a inexistência de quórum, a Assembleia-Geral fica convocada desde já, em segunda convocação, e deliberando nos termos do Art° 383, § 3, para o dia 9 de Dezembro de 2021, à mesma hora e no mesmo local. Moita, 12 de Outubro de 2021 O Presidente da Assembleia-Geral Ricardo Tavares Rodrigues
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Setúbal
OBJECTIVOS A ALCANÇAR NOS PRÓXIMOS QUATRO ANOS
Nuno Costa traça como prioridades construir segunda sede da Junta e dar nova vida ao Mercado da Xepa Presidente reeleito pela CDU garante que edifício no Bairro de São Domingos vai dar melhores condições à população e trabalhadores Maria Carolina Coelho
Nuno Costa, reeleito presidente da Junta de Freguesia de São Se-
bastião pela CDU, traçou como prioridades para os próximos quatro anos a construção de uma segunda delegação para a autarquia e a revitalização do Mercado da Confeitaria, popularmente conhecido como Mercado da Xepa. A nova sede, a edificar no Bairro de São Domingos, “irá dar corpo ao objectivo de ter uma presença mais próxima dos fregueses”, ao garantir “melhores condições para servir a população e para os trabalhadores”, referiu Nuno Costa (CDU) na instalação dos novos órgãos autárquicos da freguesia
DR
Autarca ambiciona "reforçar mecanismos de participação dos cidadãos", com extensão do ‘Nosso Bairro, Nossa Cidade'
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ANUNCIE NO SEU DIÁRIO DA REGIÃO
ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716
de São Sebastião, de acordo com comunicado da autarquia. Para aquele que será o seu último mandato consecutivo à frente da junta, por imposição da lei de limitação de mandatos, o autarca ambiciona também continuar “o trabalho desenvolvido na manutenção do parque escolar, na promoção de actividades para seniores e crianças e no investimento na cultura e no desporto”. A partir do Auditório Bocage, no passado sábado, o presidente empossado comprometeu-se igualmente “a reforçar os mecanismos de participação por parte dos cidadãos”, objectivo a ser concretizado “através de um programa de apoio às iniciativas dos moradores e da extensão do projecto ‘Nosso Bairro, Nossa Cidade’ a todos os bairros da freguesia”. Ao nível do movimento associativo, o comunista disse ter o objectivo de desenvolver “actividades que ajudem na diversificação das suas fontes de rendimento e a reforçar as suas capacidades de intervenção”. Nuno Costa terá como vogais no mandato 2021-2025 Luís Matos, Isabel Quadros, Maria José Bandeira, Jerónimo Conceição, Sofia Prazeres, António Camacho. Também neste dia tomaram posse os restantes eleitos para a Assembleia de Freguesia, com a CDU a ocupar nove dos lugares disponíveis, o PS a assumir sete mandatos e o PSD três. As outras
forças políticas com representação no órgão deliberativo da freguesia são o CHEGA, com um eleito, e o Bloco de Esquerda, também com um. Enquanto que Bruno Frazão (PS) prometeu “fazer ouvir a voz dos que confiaram o seu voto no Partido Socialista”, contribuindo para “a melhoria da qualidade de vida dos que habitam e trabalham” na freguesia, Luís Vinagre (PSD) vincou que a população pode contar com o partido “para fazer oposição construtiva, de forma séria e honesta, em prol da freguesia”. Já Francisco Sousa (BE) garantiu que estará firme nas convicções a que se propôs “ao eleitorado, participando activamente na construção e continuidade de uma freguesia melhor, mais activa e participativa”. Da mesma coligação (PCP/PEV) são os elementos da mesa da Assembleia de Freguesia, encabeçada novamente por João Pires, acompanhado de Diogo Sousa como 1.º secretário e Anabela Simão como 2.º secretária. João Pires começou por agradecer “o voto de confiança e apontou o diálogo como base para realizar um bom trabalho, em prol dos fregueses”. “O debate político e as diferenças de opinião, naturais e salutares, são compatíveis com uma postura cívica de respeito pela diferença e pela opinião contrária”, frisou.
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Rua Teodósio Rodrigues Faria interdita à circulação automóvel amanhã
A deslocação de um posto de transformação eléctrica motiva amanhã o encerramento de um troço da Rua Teodósio Rodrigues Faria, na zona das Amoreiras, ao trânsito automóvel. Os trabalhos acontecem entre as 08 e as 12 horas “no troço compreendido
entre o Beco da Penha e a rotunda instalada na Rua Dr. José de Carvalho Filho”, explica a Câmara Municipal de Setúbal em comunicado. “Durante o corte de trânsito, os automobilistas devem utilizar a Avenida Dr. António Rodrigues Manito”.
Já a progressão da operação, que carece “da abertura de valas para a instalação de cabos”, obriga, a partir também de amanhã e até 3 de Novembro, “a novo constrangimento à circulação automóvel na Rua Teodósio Rodrigues Faria, desta vez com o estreitamento de via”.
HOSPITAL DE SÃO BERNARDO
UGT diz ser "inaceitável" Governo não ouvir enfermeiros
Central sindical afirma que resposta à carência de profissionais de saúde passa por diálogo com sindicatos Maria Carolina Coelho A União Geral de Trabalhadores (UGT) de Setúbal considera “inaceitável” o Governo não ouvir os enfermeiros, já que “após a ameaça de conflito” no Centro Hospitalar de Setúbal, com o pedido de demissão de 87 profissionais com cargos de direcção do CHS, “algum caminho está a ser feito com os médicos”.
Em comunicado, a central sindical diz que, de forma geral, “o diálogo com os enfermeiros parece inexistente”, considerando “inaceitável que, após ano e meio de pandemia, o Governo não se tenha sentado à mesa com o sindicato dos enfermeiros”. Para a UGT, a resposta ao problema de falta de profissionais de saúde na unidade hospitalar passa pelo “diálogo com os sindicatos do sector”, que “deverão ser os principais interlocutores para toda e qualquer negociação do foro laboral”. A situação de ruptura ‘rebentou’ no fim do passado mês com a renúncia ao cargo do director clínico Nuno Fachada, que “chamou à atenção para as fragilidades das respostas de saúde pública no Centro Hospitalar de Se-
túbal”, recorda a UGT. Um dos motivos elencados pelo director demissionário, além da falta de condições em diversos serviços, foi a escassez de profissionais de saúde e os “sinais de esgotamento” apresentados pelo corpo clínico, pelo que o Ministério da Saúde autorizou a 7 de Outubro a contratação de médicos para o Hospital de São Bernardo. Apesar de “o recrutamento de dez novos clínicos” para a unidade hospitalar ser “positiva e um bom início”, considera a UGT que é “manifestamente escassa” e que “não pode ser a solução final”. Em seguida, alertou para o facto de “as respostas nas diversas áreas da saúde” estarem a ser cumpridas “por conta do trabalho extraordinário” e
que “o burnout e o risco potencial do erro humano poderão ocorrer a qualquer momento”. Já para cativar os novos profissionais, a central sindical refere que as “carreiras profissionais terão de ser apelativas no SNS [Serviço Nacional de Saúde]”, uma vez que “abrem-se vagas em todas as especialidades que não são preenchidas”. “A dificuldade na contratação de profissionais de saúde é uma constante que se tem vindo a agravar há vários anos. A UGT Setúbal acredita nos profissionais de saúde e nos seus representantes e insta o Governo ao diálogo”, acrescenta a mesma nota. Sobre a abertura do concurso público internacional para a ampliação das instalações do Hospital de São
Bernardo, o secretariado da UGT de Setúbal sublinha que é “um passo certo” e que “o novo edifício de urgências poderá melhorar as condições de trabalho e trazer mais dignidade nas respostas aos utentes”. A acompanhar “com preocupação os problemas no Hospital de São Bernardo”, a central sindical relembra que “sinais de ruptura existem em toda a Península [de Setúbal]”. Como exemplo é dado “o hospital de proximidade a construir no Seixal, reivindicação antiga da população e uma promessa há muito adiada”. “Nesse sentido, os 28 milhões de euros inscritos no Orçamento do Estado para a construção do novo Hospital do Seixal é uma boa notícia”, sublinha a UGT. PUBLICIDADE
6 O SETUBALENSE 21 de Outubro de 2021
Moita
Alteração temporária ao trânsito até 23 de Novembro na freguesia do Gaio-Rosário
Devido a diversos trabalhos inseridos no Programa Municipal de Repavimentações, a Câmara da Moita informa que a partir desta quinta-feira e até 23 de Novembro, o trânsito estará condicionado em algumas artérias da freguesia do Gaio-Rosário.
De acordo com a autarquia local, a alteração temporária à circulação automóvel vai afectar a Rua Luís Vaz de Camões, Rua D. Nuno Alvares Pereira, Rua 1.º de Maio e a Rua Eça de Queiroz. O município adianta que será colocada sinalização vertical nestes locais.
FORMAÇÃO
BAIXA DA BANHEIRA E VALE DA AMOREIRA
Executivo liderado por Bárbara Dias toma posse na sede do Ginásio Atlético Clube DR
Presidente quer que localidades deixem de ser ‘estigmatizadas’ e tenham futuro melhor Luís Geirinhas O novo executivo da União de Freguesias de Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, agora liderado pela presidente socialista Bárbara Dias, tomou posse esta segunda-feira, durante uma cerimónia que teve lugar nas instalações do Ginásio Atlético Clube. Com 29 anos, a mestre em Engenharia do Ambiente dirigiu-se aos banheirenses presentes naquela sessão, que classificou ser “um momento de renovação, de expectativa e de esperança” daquelas localidades do concelho. A autarca agradeceu ao Partido Socialista da Moita e à secção da Baixa da Banheira pelo convite que lhe foi lançado, assim como “todo o apoio e confiança em mim depositada”, disse. A responsável reconheceu que a paixão que nutre pela sua terra, conduziu ao sucesso que levou à sua eleição. “A minha preocupação é com as 17.248 pessoas que não se sentiram representadas por nenhum projecto e que optaram por não exercer o seu direito de voto”, afirmou, realçando que a abstenção nas autárquicas, nesta União de Freguesias, situou-se nos 64%. Bárbara Dias considerou que a “democracia se torna mais forte com a participação activa e efectiva de todos”, desafiando a população a compreender “onde os nossos projectos falham e o que é preciso para chegar a todas as pessoas, porque ninguém pode ficar para trás”, assinalou. “Hoje tenho a honra e o privilégio de tomar posse como presidente de todos os banheirenses e amoreirenses sem excepção”, disse, destacando que o caminho que tem pela frente “não será fácil”. “Vivemos tempos de mudança, com muita incerteza e adversidades,
Bárbara Dias considera que Orçamento Participativo é fundamental para ouvir a popuação
no entanto, surgem também instrumentos que nos oferecem caminhos de oportunidades e desenvolvimento”, frisou. Para a autarca “é tempo de agir e de evoluir, determinados de forma sustentada e convergente”, declarou, rejeitando que o território continue a ser “estigmatizado, condenado à precariedade, ao abandono e à falta de investimento”. “Torna-se urgente mudar a confiança no futuro através da concretização das nossas propostas, que irão permitir às nossas freguesias serem [mais receptivas] às oportunidades de investimento e de emprego”, dan-
do “condições aos seus habitantes para aqui se fixarem, com dignidade e qualidade de vida”, sublinhou.
“As nossas freguesias têm um enorme potencial a explorar”
A presidente considera que ambas as freguesias “têm um enorme potencial a explorar”, sendo um “terreno fértil para a ciência e a tecnologia, para a inovação, para a cultura e desporto”, além da criatividade individual e colectiva. “Queremos fazer desta terra um centro de oportunidades, onde ninguém tenha de ir para outros concelhos para
trabalhar, estudar, viver ou praticar desporto”, acrescentou. Para a presidente, viver nas duas localidades “não pode ser difícil”, bastando para isso ter “visão, desenvolvimento e investir no progresso”. Para tornar possíveis as estratégias de desenvolvimento e os valores de sustentabilidade e inovação, Bárbara Dias considera ser fundamental reforçar as freguesias em “meios” e “competências”, ouvindo a população através de mecanismos “como o Orçamento Participativo”, destacando ainda o papel da educação e do movimento associativo no território.
Acção do ‘Laboratório de Contador de Histórias’ reúne 20 docentes Iniciou-se no passado sábado, na Moita, nas instalações da Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça, a formação gratuita “Laboratório de Contador de Histórias”, ministrada por Rodolfo Castro, numa iniciativa promovida pela autarquia local. A primeira sessão contou com a participação de duas dezenas de docentes, encarregados de educação e animadores culturais, permitindo a todos “reflectir e experimentar” – com elementos teóricos e prácticos –, sobre a forma como deve ser estimulado o desenvolvimento de habilidades de leitura e de contar histórias. Com esta acção, os formandos puderam ainda obter outros conhecimentos, tais como “melhorar as formas de ler em voz alta e de narrar”, assim como “questionar as práticas habituais de leitura e da narração de contos”. No decorrer desta iniciativa, os participantes conheceram também alguns dados históricos sobre a leitura e a literatura infantil, os primeiros contos do mundo, o porquê da leitura em voz alta e as semelhanças existentes com a narração oral. Outros dos temas abordados no primeiro encontro foram o conceito de criança, a linguagem infantil e o desafio da literatura, para além das práticas erradas e alguns conselhos a adoptar. Ao longo do laboratório são ainda apresentados modelos de trabalho corporal, vocal, textual e expressivo, tendo como objectivo final “desenvolver actividades de leitura e narração oral”. DR
Acção de formação decorreu na Biblioteca da Moita
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Plenário de militantes do PS traz esta noite Pedro Siza Vieira à Moita
Pedro Siza Vieira, actual ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, vai estar presente esta noite, pelas 21h15, num plenário distrital de Setúbal
BAIXA DA BANHEIRA
O Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, recebe no próximo dia 30, pelas 21h30, a peça de Maria Gil “Mulheres em Terra, Homens no Mar”, que retrata a vida dos pescadores que andavam à pesca do bacalhau e passavam seis meses no mar. Enquanto isso e durante esse período, as suas companheiras ficavam a “governar” em casa. A performance, com apoio dramatúrgico de Bonneville e consultadoria histórica de Elisa Silva, teve como ponto de partida a recolha de testemunhos de algumas dessas mulheres e suas famílias, bem como, uma pesquisa realizada nos acervos documentais do Museu Marítimo de Ílhavo. O resultado foi um espectáculo intimista e ao mesmo tempo docu-
convidados pelo partido. Ao que O SETUBALENSE apurou, a deslocação do socialista ao concelho da Moita surge no âmbito da discussão da proposta do Orçamento do Estado para 2022.
BREVES
Teatro do Silêncio apresenta peça no Fórum Cultural sobre vida de pescadores de bacalhau
COM OFERTA DE LIVROS
Câmara renova fundos de bibliotecas escolares DR
“Mulheres em Terra, Homens no Mar” resultou de pesquisa feita em Ílhavo
do Partido Socialista, nas instalações da Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça, que irá reunir naquele equipamento concelhio vários militantes e simpatizantes
No âmbito da 20.ª Quinzena da Educação e para assinalar o Dia Internacional da Biblioteca Escolar, a autarquia da Moita vai proceder à oferta de livros a estes espaços das escolas de 1.º ciclo do concelho, no próximo dia 25, para possibilitar a “renovação [dos
seus] fundos documentais”. Até amanhã, os jardins-de-infância e as escolas rurais do mesmo nível de ensino, por sua vez, acolhem duas “Histórias de Colinho e Histórias Soltas e Loucas”, a partir de livros de Lemony Snicket e Anthony Brown.
MOITA
Livro de Helena Barros lançado na sede da Junta Peça de teatro foi criada por Maria Gil e chega à Baixa da Banheira no dia 30
mental, com duração de 70 minutos e destinado a maiores de 12 anos, que dá voz à figura feminina, contribuindo para a valorização do papel das mulheres na economia do mar. Com registo vídeo e fotográfico de Joana Linda, esta co-produção do referido museu e das câmaras municipais de Ílhavo, Peniche e Murtosa, decorreu do projecto cofinanciado
pelo FEDER, através do Centro 2020, integrado no plano “Territórios com História: o Mar, as Pescas e as Comunidades”. Recorde-se que o Teatro do Silência é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa, pelo Ministério da Cultura, pela Direcção-Geral das Artes e pela Junta de Freguesia de Carnide. L.G.
A Junta de Freguesia da Moita decidiu promover o seu reconhecimento ao movimento associativo e à cultura, patrocinando a produção do livro “Por ti, ponho as mãos no fogo – Histórias dos Bombeiros Voluntários da Moita”, da autoria de Helena Barros, cuja apresentação decorreu recentemente no espaço exterior situado nas traseiras do edifício-sede daquele órgão autárquico. A
iniciativa teve “casa cheia” e contou com animação musical do grupo Almada Street Band, tendo mil exemplares da obra sido oferecidos àquela corporação, cuja receita reverte inteiramente para a causa desta associação e para socorro à população. O evento assinalou o encerramento do mandato 2017-2021 e teve por objectivo manifestar o apoio da Junta “à população e às associações desta terra”. DR
VALE DA AMOREIRA
Centro de Experimentação Artística recebe no dia 6 oficina “DEcoding” O Centro de Experimentação Artística (CEA), no Vale da Amoreira, recebe a 6 de Novembro, entre as 16 e as 18h00, a oficina “DEcoding”, com Yola Pinto e Simão Costa, numa acção dirigida ao público em geral, estando as inscrições abertas até ao próximo dia 4. A partir dos materiais de pesquisa em curso para a criação do espectáculo Encode, a dupla partilha nesta iniciativa os conceitos base e metodologias de trabalho, que estiveram na origem desde processo. Na oficina é também possível a experimentação interactiva de alguns dispositivos sonoros inéditos e que, até 5 de Novembro, estarão em desenvolvimento numa residência artística no CEA. “DEcoding” propõe ser “um momento
de reflexão sobre novas abordagens aos conceitos de ecologia/ecossistema, segundo uma descodificação conjunta que é simultaneamente teórica e prática”. O espectáculo, adianta a autarquia, é em simultâneo “uma instalação sonora, como se de uma sala de exposição se tratasse, projectando uma comparação com o mundo na perspectiva de uma nova e urgente noção de ecologia e cujo efeito colateral mais imediato”, assenta no “surgimento de uma abordagem cénica, na qual todos estão em cena e em rede”. ENcode reúne por isso artistas e instituições de arte, nas áreas da música, artes performativas, artes visuais e ciência, que reflectem “uma abordagem transversal de pesquisa”.
Com percursos artísticos estabelecidos e reconhecidos nas áreas das música e dança, Simão Costa e Yola Pinto, têm vindo a trabalhar em parceria desde 2011, em espectáculos, instalações e em diversos projectos, nomeadamente, num concerto dança para surdos e outras audições, no período entre 2017 e o ano passado. Um trabalho que tem vindo a estruturar-se “através da pesquisa intensiva em torno dos processos físicos do som, da natureza multifacetada dos mecanismos de escuta e do papel que o movimento assume na descodificação desta última”, seja a partir de um corpo que dança ou de dispositivos criados especificamente para cada criação da dupla.
BAIXA DA BANHEIRA
‘Filminhos à Solta pelo País’ regressam no próximo dia 31 O cinema infantil vai regressar ao Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, no próximo dia 31, pelas 11h00, numa sessão dirigida a famílias e crianças com mais de quatro anos de idade. A iniciativa, com a duração de 55 minutos, tem entrada gratuita e será composta por várias curtas-metragens,
que serão apresentadas para “satisfação de miúdos e graúdos”, num “divertido e pedagógico” momento familiar. As sessões previstas serão acompanhadas por uma ficha pedagógica que pretende ajudar os mais crescidos a conversar com as crianças sobre os vários temas apresentados.
8 O SETUBALENSE 21 de Outubro de 2021
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Opinião
OPINIÃO
OPINIÃO
OPINIÃO
Rui Carvalheira
Ana Bela Alves
Sílvia Beirão
A escalada dos preços dos combustíveis
A
pós uma queda acentuada do preço do barril de petróleo registado durante os tempos de confinamento, assistimos agora com o retomar da actividade no que esperamos ser já o pós-pandemia ao atingir de níveis históricos nos preços dos combustíveis. Essa subida não se explica pelo preço do barril, pois este não está aos níveis históricos de 2008, onde o preço do barril superou os 140 dólares, quase o dobro do valor que que registamos agora. As empresas petrolíferas e revendedoras passam a mensagem que a razão dos elevados preços dos combustíveis está na elevada carga fiscal. Apesar de a carga fiscal ser elevada para tentar limitar e compensar as emissões de carbono, que são as grandes responsáveis das alterações climáticas que podemos assistir mundialmente, não serão os impostos que estão a fazer subir o preço dos combustíveis semanalmente. A justificação para o aumento do preço base, visto que o preço da matéria-prima não está a subir, é, segundo os produtores os crescentes custos de exploração. Este argumento faz-nos colocar uma questão: quantas empresas se podem dar ao luxo de aumentar o preço dos seus produtos 30 vezes num ano, apenas porque os seus custos de exploração aumentaram? Seguramente muito poucos, atrevo-me a dizer apenas aqueles que detêm algum tipo de monopólio ou quando existe uma cartelização, mais ou menos velada, da operação. O que leva as companhias petrolíferas a aumentar os preços dos seus produtos a um ritmo frenético é apenas para manter as suas gigantescas margens de lucro e porque estando a sairmos de uma situação pandémica que limitou em muito a nossa mobilidade se regista um aumento na procura. Paradoxalmente não temos assistido a uma redução do tráfego. Con-
trariamente, têm se registado filas de grandes dimensões nas horas de ponta, contrariando a tendência antes da pandemia após a implementação de medidas que permitiram uma redução significativa no preço dos passes. Estou certo, que esse decréscimo na utilização do transporte público se deva a ainda existir algum receio por parte dos utentes, e que esse se venha a desvanecer com o tempo. Com o preço dos combustíveis a atingir máximos histórico, e sendo estes essenciais para o funcionamento da economia, podendo mesmo afectar a recuperação e deitar por terra todo o esforço de consolidação feito até aqui, a decisão do governo em conter o aumento dos preços baixando o ISP para compensar o aumento do valor recebido através da carga fiscal, parece ser adequada e justa. Porém deve o mesmo controlar de forma eficaz e assegurar que as petrolíferas, apesar de um alívio da carga fiscal, não mantêm o preço final de venda aumentando assim e de forma imoral ainda mais os seus lucros já de si astronómicos. Creio que estamos todos conscientes que nunca mais iremos ter combustíveis mais baratos e que por questões ambientais devemos alterar o paradigma da nossa mobilidade adoptando soluções de mobilidade ligeira ou a utilização da rede de transportes públicos. Sabemos também que isso não se consegue com o aumento do preço dos combustíveis, mas com a implementação de políticas eficazes para assegurar uma transição energética rápida e eficaz.
WeMob Mobilidade de Almada EMSA
‘Cuidar & Incluir: Sociodrama e a NÓS’
A
NÓS – Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente, através do seu Centro de Recursos para a Inclusão (CRI), desenvolve há vários anos o seu trabalho de apoio à inclusão de alunos com Necessidades Específicas, em parceria com o Agrupamento de Escolas de Santo André e o Agrupamento de Escolas do Vale da Amoreira. Neste contexto, e ao abrigo do projeto Europeu PERFORMERS, foi desenvolvido ao longo de dois anos um trabalho específico e muito interessante com duas turmas do Agrupamento de Santo André. Esta fase do projeto teve início em novembro de 2019, ainda antes da pandemia por SARS-CoV-2 e do primeiro confinamento em Portugal. Foi interrompida pelos períodos de confinamento, de março a junho de 2020 e de janeiro a março de 2021. Este trabalho ir-se-á manter após a finalização do projeto e, eventualmente, ser alargado a outras turmas. As atividades específicas relacionadas com o projeto foram desenvolvidas por duas trabalhadoras da Associação, Ana Alves e Sílvia Beirão, envolvendo duas turmas onde estão incluídos dois alunos com perturbação do espetro do autismo. O trabalho foi realizado com cada uma das turmas separadamente, cerca de 50/60 minutos de cada vez, de duas em duas semanas. O objetivo global do projeto foi dinamizar atividades com as turmas no seu todo, tendo como foco essencial a Inclusão de todos os alunos, em especial os alunos com necessidades específicas. Para esse efeito foram utilizadas técnicas e conceitos dos métodos ativos, com base no Sociodrama. No desenvolvimento deste trabalho tivemos o apoio e a supervisão de dois elementos da Sociedade Portuguesa de Psicodrama (SPP).
“Dar voz” a todos, sem julgamentos
O Sociodrama é uma ferramenta
O Sociodrama enquanto ferramenta de trabalho, que permite desenvolver conceitos essenciais de uma forma lúdica e apelativa, mas muito eficaz
poderosa, que permite “dar voz” a todos, sem julgamentos, de libertar e de acolher, sendo uma metodologia capaz de conectar as pessoas através da liberdade de interação e, por isso mesmo, muito inclusiva, promovendo a espontaneidade e a criatividade. Este trabalho permitiu-nos desenvolver atividades com impacto efetivo na turma. Sendo a inclusão dos alunos, o nosso principal objetivo a desenvolver nas escolas, o Sociodrama mostrou-se uma ferramenta preciosa na persecução desse objetivo. As professoras das duas turmas mostraram-se disponíveis desde o início para a realização deste projeto e o facto de ambas manifestarem abertamente pretenderem a continuação deste tipo de atividades, mostra que sentem o quanto os alunos beneficiam destes momentos e das ligações
que vão estabelecendo entre eles. Quanto aos alunos, desde o primeiro momento que se mostraram bastante recetivos a todas as atividades. Foi extremamente interessante perceber como eles foram interagindo ao longo das sessões e como estas conseguiram alterar comportamentos, no sentido de uma maior inclusão, não só dos alunos identificados, mas de todos os alunos que, de uma forma ou de outra, mostravam maior fragilidade, quer por virem de um país diferente, quer por serem mais tímidos. A verdade é que as atividades permitiram que todos desempenhassem um papel preponderante, sem protagonismos de apenas alguns. Permitiram ainda que todos sentissem a necessidade de acolher e ajudar os colegas que tinham mais dificuldade. Os sorrisos, a satisfação e o carinho com que sempre nos receberam são a melhor forma de percebermos o impacto que as sessões tiveram nas suas vivências. O sentimento que prevalece ao longo das sessões é o de que os alunos se libertam dos papéis habitualmente assumidos, para viverem e sentirem os desafios/atividades propostas.
O Sociodrama em prol da inclusão
Para todos (professoras, alunos e técnicas), foram momentos de aprendizagem incríveis, onde prevaleceu a liberdade, a tolerância, o respeito e a passagem de uma perspetiva individual, centrada no próprio, para uma perspetiva de grupo, em que o essencial é pensar no todo e não apenas nas partes. Para o trabalho nas escolas, em que a prioridade é a inclusão, esta experiência mostrou o poder do Sociodrama enquanto ferramenta de trabalho, que permite desenvolver conceitos essenciais de uma forma lúdica e apelativa, mas muito eficaz. Associação NÓS
21 de Outubro de 2021 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE
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CARLOS MANUEL PADRÃO NUNES
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(1938 – 2021) Participação, Agradecimento A funerária Albanova lamenta informar o falecimento de Carlos Manuel Padrão Nunes. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.
Necrologia
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Bloco Clínico LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGÃO DR. ALFREDO PERDIGÃO
FALECEU A 18/10/2021
VIRGÍNIA DE JESUS MONTEIRO MIRANDA DA SILVA CARVALHO PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
Seu esposo, filho, nora, netos e restante família, têm o doloroso dever de participar o falecimento da seu ente muito querida e de agradecer reconhecidamente a todos os que se dignaram a acompanhá-la até á sua última morada, bem como aos que das mais diversas formas lhes manifestaram pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA COSTA TELEF: 265 523 496
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12 O SETUBALENSE 21 de Outubro de 2021
Almada
NEGOCIAÇÃO DE MANDATOS
PS e PSD deverão repetir acordo pós-eleitoral para governar a Câmara Municipal FOTOS: O SETUBALENSE
Ao início da noite de ontem, PS e PSD ainda estavam reunidos para decidir acordo póseleitoral. CDU e BE ficam sem pelouros Humberto Lameiras O PS e PSD deverão repetir, para o quadriénio autárquico 2021 a 2025, o acordo pós-eleitoral estabelecido no anterior mandato. Até ao início da noite de ontem os dois partidos estavam reunidos e, apesar de nada ter transpirado do encontro, tudo indica que haverá ‘fumo branco’. Com isto, o vereador social-democrata Nuno Matias – único eleito pela AD - deverá ter pelouros no actual executivo e juntar-se aos cinco vereadores eleitos pelos socialistas. Se assim acontecer, a governação de Inês de Medeiros fica mais confortável, passando a ter do lado da oposição quatro eleitos da CDU e um do Bloco de Esquerda, entre os onze elegíveis para a Câmara Municipal. Certo é que até à primeira reunião do executivo, marcada para as 15h30 de hoje (extraordinária e sem público), as bancadas partidárias já deverão ter alcançado a decisão. Ao que O SETUBALENSE sabe, é pouco provável que os eleitos da CDU, liderados por Maria das Dores Meira, aceitem pelouros apesar da socialista Inês de Medeiros ter questionado os comunistas nesse sentido. Também a bloquista Joana Mortágua não deverá aceitar pelouros, isto em concordância com o que veio dizendo na campanha eleitoral de que não aceitaria funções ‘mais executivas’ com o PSD na governação da Câmara. Entretanto, resta saber se o anterior vereador social-democrata Miguel Salvado, segundo da lista AD (Almada Desenvolvida) e não eleito a 26 de Setembro, vai ocupar funções na actual estrutura de serviços da Câmara. No último mandato Miguel Salvado teve funções na administra-
ção dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada, e responsabilidades em algumas obras municipais, pelo que é previsível que continue a seguir alguns projectos. Mas estas funções, como não eleito, estão dependes de existir acordo pós-eleitoral entre o PS e PSD. Ainda em cima da mesa estão negociações entre o PS e PSD para as juntas de freguesia. Com os socialistas a vencerem em quatro das cincos freguesias do concelho – viram escapar a Freguesia da União Feijó/Laranjeiro por 300 votos -, existem possibilidades de entendimento partidário, mas ao que tem discorrido, os social-democratas têm-se interrogados sobre as vantagens destas ‘coligações’ mais locais.
“Projecto político de futuro” Inês de Medeiros afirma que o actual mandato vai afirmar ainda mais Almada como concelho de futuro
Maria das Dores Meira
Nuno Matias
Joana Mortágua
José Joaquim Leitão
No passado sábado decorreu a instalação da Câmara e Assembleia Municipal, com cerimónia na sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, com Inês de Medeiros a tomar posse como presidente da Câmara e José Joaquim Leitão a ser reeleito, por votação dos deputados municipais, presidente deste órgão, tendo Paulo Viegas, como 1.º secretário da mesa, e Ana Paula Silva, como 2.ª secretária da mesa, que também repetem funções. Na sua primeira intervenção pública deste mandato, Inês de Medeiros garantiu estar no lugar como presidente de todos os almadenses, independentemente da cor política de cada um: “idade, raça ou religião”. Almada “é um território de muitos”, onde “há lugar para todos”, afirmou. Para os próximos quatro anos do mandato, avançou que “o projecto político de futuro” que a maioria socialista pretende implementar “é igualmente determinante”, ao que acrescentou: “não tenho dúvidas de que Almada é a cidade do amanhã. Este é o lugar do futuro”. Ao mesmo tempo garantiu que estas “não são palavras vãs” porque “têm como pilares projectos, políticas e iniciativas que estão lançadas e que são do conhecimento de todos”, sendo um deles, entre os mais relevantes, “o Innovation District que todos os dias ganha novos avanços”.
21 de Outubro de 2021 O SETUBALENSE 13
Marta Temido afirma no Laranjeiro que administração simultânea de vacinas vai avançar em força
A ministra da Saúde garantiu que não está previsto qualquer aumento de reacções às vacinas com a administração simultânea das da gripe sazonal e covid-19, e disse que o ritmo vai intensificarse em Novembro. “Não é essa a expectativa, mas
qualquer vacina pode causar alguma reacção e as pessoas devem estar atentas e contactar [os serviços de saúde] se isso acontecer”, afirmou Marta Temido, que falava após a visita que fez ao Pólo do Centro Multidisciplinar Dor
DR
Beatriz Craveiro Lopes do Hospital Garcia de Orta, no Laranjeiro. A governante sublinhou ainda que a eficácia e a segurança das vacinas “permanece idêntica, seja em co-administração seja em administração separada”.
CURSO PILOTO
Defesa afirma que ‘renascer’ da academia do Alfeite alavanca ligação ao sector naval Para o ministro da Defesa o ressurgimento da academia do Alfeite é fundamental para contrariar o declínio da indústria naval em Portugal DUAS MARGENS DO TEJO MAIS DISTANTES
Ministro do Ambiente ‘ataca’ Transtejo/Soflusa por paragem nocturna das ligações fluviais Sindicato culpa o Governo e o ministro do Ambiente considera grave que a empresa que liga as duas margens tenha decretado paragem nocturna Humberto Lameiras
A Transtejo/Soflusa (TTSL) anunciou a supressão de carreiras entre Cacilhas e o Cais do Sodré (Lisboa), para ontem e hoje, quinta-feira, durante o período nocturno, devido à “falta de recursos humanos operacionais”. Informação que foi veiculada através de aviso publicado no site da empresa, na segunda-feira, e que já mereceu contestação do ministro do Ambiente e da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS). Esta paragem vem na sequência da decisão dos trabalhadores da empresa, que fazem a ligação fluvial entre as duas margens do Tejo, tomada em
plenário, de marcar cinco dias de greve parcial para vincar a reivindicação por aumentos salariais. Não tendo sido para já estabelecido em que dias irá ocorrer a paralisação, adiantou o dirigente da FECTRANS, Paulo Lopes. Entretanto, em resposta ao aviso da TTSL, o sindicato já veio dizer que esta supressão de carreiras “não é devida a qualquer conflito laboral, mas sim à falta de respostas às reivindicações dos trabalhadores, nas quais se incluem a admissão de novos trabalhadores para substituir os que faltam, mas que o Governo continua a ignorar; e os navios não funcionam sem trabalhadores”. Portanto, a paragem do serviço nocturno ontem e hoje, “não é uma situação isolada”, sendo “frequente anúncios destes, como foi o caso da semana passada com algumas dezenas de supressões”. Para a FECTRANS esta é “uma questão estrutural decorrente da falta de trabalhadores que não são admitidos”. A isto acrescenta que a Transtejo/ Soflusa “não pode continuar refém da falta de respostas do Governo, devendo atender às reivindicações dos trabalhadores, que são essenciais para a prestação de um serviço público de qualidade”.
Sem se referir ao sindicato, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, apontou à empresa responsável pelo transporte fluvial e, ontem, comentou que a decisão da Transtejo/Soflusa de suprimir carreiras entre Lisboa e Cacilhas, ontem e hoje à noite “é absolutamente inaceitável” e vai trabalhar para que tal não aconteça, o que até ao fecho da edição de O SETUBALENSE ainda não se sabia o que foi ‘negociado’ entre as partes. “É absolutamente inaceitável a decisão da empresa. Eu soube hoje de manhã [ontem]. Aquilo que a empresa sugere é absolutamente inaceitável e, por isso, vou trabalhar a tarde toda para que isso não venha a acontecer”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, em declarações aos jornalistas, à margem da iniciativa Portugal Mobi Summit, em Cascais. “Eu poderia minimizar a questão, dizer que, em bom rigor, é hoje e amanhã [quinta-feira] das 21h00 à meia-noite, mas, de facto, eu não consigo minimizar esta questão”, acrescentou o governante. Matos Fernandes defendeu que a decisão da empresa é “grave” e garantiu que “vai mesmo tudo fazer” para que a supressão de carreiras não venha a acontecer. Com Lusa
O ministro da Defesa afirmou que o ressurgimento da academia naval do Arsenal do Alfeite, em Almada, “vai reforçar a ligação entre a indústria e o meio académico, contribuindo para a criação de uma verdadeira comunidade no sector”. “Isto é absolutamente fundamental para o renascimento ou rejuvenescimento da indústria naval em Portugal”, disse João Gomes Cravinho, terça-feira, na cerimónia de lançamento do curso piloto da Academia Arsenal do Alfeite, com a duração de 9 meses. “Aquilo que hoje [terça-feira] se assinala na realidade é uma nova forma de viver essa antiga escola de formação da academia, uma forma contemporânea de transmitir um património de conhecimento, adaptando esse conhecimento e a forma de transmissão aos novos desafios do nosso século, às novas necessidades nas políticas de defesa no plano interno e no plano internacional”, acrescentou. Para o ministro da Defesa, o ressurgimento da academia naval do AlDR
feite “é fundamental para contrariar o relativo declínio da indústria naval em Portugal ao longo das últimas décadas”, devido a múltiplos factores, “alguns internos”, outros relacionados com as “grandes transformações nos mercados navais internacionais”. “Em resultado deste declínio, o sector naturalmente foi perdendo atractividade, foi perdendo inovação nos seus processos produtivos, e a formação dirigida às empresas do sector naval em Portugal acaba por ser hoje em dia uma formação reduzida, em pequena escala, também muitas vezes redutora”, justificou João Gomes Cravinho, lembrando que há poucas instituições do Ensino Superior e do ensino profissional a promoverem este tipo de formação. “A Academia responde, a partir de agora, a este desafio, oferecendo programas de formação e, no futuro, programas de ensino, também em diferentes níveis de qualificações, níveis intermédios, níveis de âmbito superior, procurando fomentar o desenvolvimento destes programas pelas próprias instituições de ensino superior, articulando os seus conteúdos formativos com as necessidades das empresas, qualificando aqueles que já trabalham nas empresas e captando novos profissionais para a área naval”, salientou o ministro. De acordo com nota de imprensa do Ministério da Defesa, “a Academia do Arsenal do Alfeite é um projecto que contribuirá para o cumprimento do objectivo da Componente do Mar, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), nomeadamente através da criação de emprego associado à formação e aquisição de competências, atracção de novas empresas e criação de novos polos de desenvolvimento tecnológico”. “Este novo polo de excelência tem raízes na escola de formação que funcionou durante décadas no Alfeite, passando agora a servir todo o `cluster´ naval com o desenvolvimento de programas de formação e ensino na área da engenharia, tendo em vista o reforço de conhecimentos e competências técnico-científicas”, acrescenta o documento. GR / Lusa
14 O SETUBALENSE 21 de Outubro de 2021
Desporto
MAIS DE UMA CENTENA DE SÓCIOS PARTICIPARAM NA SESSÃO DE ESCLARECIMENTO
“Esta Assembleia Geral será seguramente a mais importante dos quase 111 anos do Vitória” MARIA MARTINS
Ponto 2 (alienação de 41 lotes de terrenos pertencentes ao clube, por doação da Câmara Municipal de Setúbal) foi retirado da Ordem de Trabalhos Ricardo Lopes Pereira Mais ma centena de sócios do Vitória FC estiveram ontem à noite presentes na Sala do Bingo do clube, no Estádio do Bonfim, para participarem na sessão de esclarecimento que antecede a Assembleia Geral (AG) extraordinária, que se realiza amanhã, pelas 18:30, no Pavilhão Antoine Velge. Consciente do momento crucial que se vive, David Leonardo, presidente da mesa da Assembleia Geral (MAG) deixou aos presentes a mesma mensagem que transmitiu ontem em entrevista ao jornal O SETUBALENSE. “Esta Assembleia Geral será seguramente a mais importante dos quase 111 anos do Vitória”. Depois de terem sido prestados esclarecimentos por parte da Direcção sobre a actual situação do Vitória Futebol Clube/VFC SAD, a MAG, revelou o líder daquele órgão, decidiu propor a retirada do Ponto 2 – “alienação de 41 (quarenta e um) lotes de terrenos pertencentes ao clube, por doação da Câmara Municipal de Setúbal” – da Ordem de Trabalhos. “Tudo indica que este ponto será retirado da Ordem de Trabalhos, uma vez que se levantaram questões relacionadas com a identificação e com o registo dos terrenos”. Quanto ao Ponto 3 – “alienação a terceiros de parte da participação do VFC e da VITORIAPART SGPS, SA no capital social da VFC SAD” –, David Leonardo escusou-se a adiantar pormenores. “Como compreenderá, os sócios terão de tomar conhecimento destas questões em primeira mão”. Independentemente da decisão que venha ser tomada pelos sócios, o presidente da AG elogiou o trabalho
Sessão de esclarecimento decorreu a noite passada. Assembleia Geral está agendada para amanhã
realizado pelos dirigentes e pelo sócio investidor Hugo Pinto. “O trabalho desenvolvido pelos actuais órgãos sociais trouxe a estabilidade, confiança e credibilidade necessárias para que um sócio do VFC, imbuído do mesmo espírito de missão, decidisse apresentar uma proposta para aquisição de parte do capital da SAD e para desenvolver um projecto de excelência, ao nível da grandeza do Vitória”. À semelhança do que tem acontecido na história recente do clube, as Assembleias Gerais e sessões de esclarecimento como a de ontem, que terminou para além da hora do fecho da presente edição, são vedadas aos órgãos de comunicação social. O SETUBALENSE dará conta das conclusões da sessão de esclarecimento na edição de amanhã. Qual a importância da Assembleia Geral (AG) Extraordinária que se vai realizar sexta-feira? O que está em causa? É de extrema importância. Absolutamente crucial para o futuro do clube. Esta AG será, seguramente, a mais importante dos quase 111 anos do Vitória. Depois de um período de interregno, devido à situação pandémi-
ca, esta é a primeira reunião magna presencial que os sócios do Vitória vão ter. Enquanto líder da MAG, qual o significado deste momento? É certo que os avanços tenológicos proporcionam melhorias significativas em todos os aspectos das nossas vidas mas nunca poderão substituir o contacto directo, pessoal. As Assembleias Gerais presenciais são e serão sempre a forma mais adequada para a discussão dos assuntos do clube, na reserva de privacidade que pertence aos sócios. É por termos esta consciência que certos temas, menos prementes dos que constam da Ordem de Trabalhos da próxima AG, ainda não puderam ser discutidos. Ora, um assunto tão sensível como este nunca poderia ser discutido numa AG não presencial. A pandemia veio inclusivamente atrasar o cumprimento de normas estatutárias mas, felizmente, já poderemos discutir este assunto tão importante como este num registo de proximidade. É, sem dúvida, um momento muito marcante, o da reunião dos sócios do Vitória. De forma a esclarecer os sócios, o que pode adiantar sobre o Ponto 2 da ordem de trabalhos – Aliena-
ção de 41 (quarenta e um) lotes de terreno pertencentes ao Clube, por doação da Câmara Municipal de Setúbal? Tudo indica que este ponto será retirado da Ordem de Trabalhos, uma vez que se levantaram questões relacionadas com a identificação e com o registo dos terrenos. Por conseguinte, pelo que nos foi dado a conhecer, não estando ainda reunidas as condições para este negócio ser celebrado neste momento, não faz sentido deliberar sobre algo que não possa ser cumprido. No momento oportuno, e depois dos esclarecimentos necessários, voltaremos à presença dos sócios para que estes decidam que destino dar aos terrenos que a Câmara Municipal de Setúbal muito gentilmente nos doou. O ponto 3 – “alienação a terceiros de parte da participação do VFC e da VITORIAPART SGPS, SA no capital social da VFC SAD” – deverá ser o mais ‘quente’ entre os que vai ser discutido na AG. De forma a inteirarem-se do que está em causa, é essencial para os vitorianos saberem o que está em causa antes de sexta-feira? Claro, daí a marcação de uma ses-
são de esclarecimentos para o dia 20.10.2021 [ontem]. É extremamente importante que os sócios estejam absolutamente envolvidos na decisão e, portanto, totalmente inteirados sobre a matéria em causa e sobre as suas consequências. O que pode adiantar aos seus consócios sobre este Ponto 3? Desde há muitos anos, face ao estado a que o Vitória chegou, que se ouve no Bonfim que o clube precisa de um investidor. Até hoje nunca tinha aparecido. O trabalho desenvolvido pelos actuais órgãos sociais trouxe a estabilidade, confiança e credibilidade necessárias para que um sócio do VFC, imbuído do mesmo espírito de missão, decidisse apresentar uma proposta para aquisição de parte do capital da SAD e para desenvolver um projecto de excelência, ao nível da grandeza do Vitória. Agora, é necessário que os sócios do Vitória se pronunciem sobre o projecto e, se o pretenderem aceitar, que discutam os cuidados que devem ser tomados para que o futuro do clube esteja devidamente acautelado. Mas, como compreenderá, os sócios terão de tomar conhecimento destas questões em primeira mão.
21 de Outubro de 2021 O SETUBALENSE 15
Acção de sensibilização sobre valores desportivos, em Alhos Vedros
O Clube Recreio e Instrução convidou todos os pais e encarregados de educação dos atletas, que vestem a camisola do clube, para uma “Acção de Sensibilização online sobre Valores Desportivos”. Ao convite responderam positivamente cerca de três dezenas de participantes,
alguns online e outros presentes na sala multifunções do Parque Desportivo Artur Gouveia. Esta acção de sensibilização, que decorreu no dia 13 de Outubro, foi apresentada pela professora Manuela Gonçalves, embaixadora do PNED, e nela foram debatidas
MOITENSE E O JOGO DA TAÇA COM O SC BRAGA
ANDEBOL
“Vamos lembrar-nos deste dia para o resto das nossas vidas”
Alto do Moinho vence Almada no Pavilhão Adelino Moura DR
Foi um verdadeiro dia de festa para o clube, para os jogadores, equipa técnica e para os adeptos que compareceram em grande número no Estádio Alfredo da Silva
Vantagem obtida na primeira parte foi determinante para a conquista da vitória José Pina
José Pina O Moitense, que no passado domingo defrontou o SC Braga para a Taça de Portugal, viveu um dos dias mais importantes da sua história, um dia que por certo não irá ser esquecido nos tempos mais próximos, por razões óbvias. Porque o jogo não se podia realizar no Juncal Desportos devido à transmissão em directo pela Sport TV, a direcção do clube entrou em conversações com o Desportivo Fabril para que fosse realizado no Estádio Alfredo da Silva, como de resto veio a acontecer. Pela primeira vez no seu historial a equipa da Moita tinha oportunidade de defrontar uma equipa da 1.ª divisão do futebol nacional, ainda que se tratasse de um jogo a contar para a Taça de Portugal, e os adeptos não indiferentes à importância do momento resolveram comparecer em massa no estádio para apoiarem os seus jogadores. Uma hora antes de o jogo começar a azáfama já era grande no espaço envolvente com adeptos muito ruidosos a ensaiarem os cânticos para colocarem em prática lá dentro, e os automobilistas a procurarem espaço para estacionar porque a polícia, por questões de segurança, havia colocado fortes restrições no acesso à volta do recinto desportivo. Formaram-se então enormes filas, com o público a ter de percorrer cerca de 600 metros para entrar no estádio. A bancada central foi-se compondo, o ambiente era de grande festa e havia mesmo alguém a recordar os velhos tempos da CUF.
“reflexões sobre as maneiras e modos de acompanhamento nas actividades desportivas dos seus filhos” com o objectivo de “aproveitar o potencial educativo que o desporto confere enquanto ferramenta essencial de educação para os valores e para a ética”.
Galeno e Chainho travaram muitos duelos
Quando as equipas entraram em campo foi o delírio, muitos aplausos, muitas bandeiras a serem agitadas e muita expectativa por parte dos adeptos da Moitense para ver como a sua equipa se iria bater perante o actual detentor do troféu. Nesta altura, já não cabia mais ninguém na bancada mas o público continuava a entrar. E, quando estavam decorridos 30 minutos de jogo, teve que ser aberto o acesso à bancada do topo sul. Ficámos a saber que todos os bilhetes disponibilizados foram vendidos e numa estimativa muito aproximada da realidade tudo apontava para a presença de cinco mil espectadores; ou seja, uma das maiores enchentes dos últimos tempos. Sobre o jogo já muito se disse nas televisões, nas rádios e nos jornais mas há ainda uma ou outra situação que importa salientar, o pontapé de canto conquistado aos 26 minutos e a boa organização defensiva da equipa orientada por David Nogueira que foi resistindo ao assédio dos bracarenses até aos 40 minutos, altura em que sofreu o primeiro golo. Na segunda parte entrou com o objectivo de surpreender e logo no primeiro minuto esteve à beira de marcar num remate de Leonardo Leiro que foi travado por Tiago Sá. Aos 55 minutos, na sequência de um
canto, Bruno Rodrigues faz o 2-0 mas o Moitense não baixou os braços e aos 71 minutos voltou a ganhar um pontapé de canto. Depois, o desgaste físico começou a acentuar-se e os guerreiros do Minho acabaram por elevar o marcador, que no final registava 5-0.
“Foi um dia histórico”
No final do encontro o treinador do Moitense, David Nogueira, apesar da derrota, não escondia a sua satisfação. “Acabou o sonho, mas por tudo o que se passou em campo, nas bancadas e por aquilo que os jogadores fizeram, foi um dia histórico. Durante muitos anos vamos lembrar-nos dele para o resto das nossas vidas”. Sobre o andamento do jogo e o avolumar do resultado nos últimos minutos, o técnico reconheceu que “a condição física do adversário é completamente diferente e o andamento é outro. Nós sentimos isso mas aguentámos bem e continuámos com as forças que tínhamos a batalhar até ao fim”. “Em termos motivacionais este jogo por si só foi extremamente motivante, nesse capítulo não tivemos grande trabalho. Os jogadores estão na lua mas agora para os trazemos para terra vai ser mais difícil”, referindo-se à sua participação no campeonato distrital.
O Alto do Moinho foi ao Pavilhão Adelino Moura vencer o Almada por 30-25, em jogo a contar para a quarta jornada da Série 3 do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Andebol. Na primeira parte o Alto do Moinho esteve melhor, superiorizou-se ao adversário e foi para o intervalo a ganhar por seis golos de diferença (9-15), margem que lhe deu algum conforto para a etapa complementar que decorreu de forma bastante equilibrada e com um parcial de 1615, que foi insuficiente para evitar a derrota. No Alto do Moinho os jogadores que mais se destacaram foram Francisco Felício, que marcou sete golos, Diogo Abadia e Rui Gonçalves, cada um com seis golos. No Almada não houve grandes destaques individuais. Ainda assim, João Mimoso com cinco golos foi o seu melhor marcador, seguido de André Lourenço e João Salavessa, com quatro golos e João Guerreiro e Diogo Carocho, ambos com três.
Na próxima jornada o Almada viaja até ao Algarve para defrontar o Vela de Tavira, às 17 horas, e o Alto do Moinho recebe o Lagoa, às 20h30m. Resultados da 4.ª jornada: Évora 30 Camões 28; Serpa 17 Sporting B 26; 1.º Dezembro 26 Sassoeiros 27; Almada 25 Alto do Moinho 30; Benavente 35 Vela de Tavira 29; Lagoa 24 Belenenses B 26. Classificação: 1.º lugar, Sassoeiros, 12 pontos; 2.º lugar, Alto do Moinho, 11 pontos; 3.º lugar, 1.º Dezembro e Sporting B, 9 pontos; 5.º lugar, Benavente, Almada, Belenenses B e Vela de Tavira, 8 pontos; 9.º lugar, Serpa, 7 pontos; 10.º lugar, Évora AC, 6 pontos; 11.º lagos e Camões, 5 pontos.
Andebol Feminino em Almada
Após algumas décadas sem competir na categoria de juniores femininos, o Almada Atlético Clube está de volta com o objectivo de proporcionar a prática desportiva das jovens que gostam da modalidade. A equipa almadense, apesar de ter ainda poucas semanas de treino e andar ainda à procura de consolidar o seu jogo, iniciou a sua caminhada no passado domingo em Pinhal de Frades onde defrontou a equipa local em jogo a contar para o campeonato nacional que terminou com a vitória da equipa do concelho do Seixal, por 28-19. DR
03:34 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 09:36 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 15:48 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 21:52 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar
ALMADA
03:34 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 09:34 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 15:48 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 21:50 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar
SESIMBRA
04:00 ~ 3.4 m ~ Preia-mar 10:01 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar 16:15 ~ 3.4 m ~ Preia-mar 22:18 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar
SINES
SETÚBAL TRÓIA
MARÉS
04:25 ~ 3.8 m ~ Preia-mar 10:11 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar 16:40 ~ 3.8 m ~ Preia-mar 22:26 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar
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