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Micael Santos
Desporto
MICAEL SANTOS “Entrar no ringue é esquecer tudo, um alívio”
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Com apenas 14 anos, o atleta do Juventude Azeitonense apurou-se recentemente para a Taça do Mundo de Patinagem Artística, a ter lugar entre 8 e 13 de Agosto em Göttingen, na Alemanha
Micael Santos nasceu em Lisboa, mas foi no Barreiro que cresceu e vive até agora. Com apenas 14 anos, faz patinagem artística no Juventude Azeitonense, clube de Vila Nogueira de Azeitão, e qualifi cou-se recentemente para ir à Taça do Mundo da modalidade, a ter lugar em Agosto, entre os dias 8 e 13, Göttingen, na Alemanha.
“Comecei a patinagem aos oito anos. Desde sempre gostei muito de ver, considerava um desporto muito difícil porque conjuga muita técnica e arte. Junta-se tudo e fi ca um desporto muito bonito, que as pessoas pensam que é um desporto fácil até, mas é muito complicado”, partilha. “Para além disto, a minha mãe também gosta de ver desde sempre e por isso decidiu pôr-me na patinagem. Comecei no Fabril, no Barreiro, e em 2020, como o meu treinador, Pedro Mourinho Guerreiro, estava nos dois e decidiu fi car em Azeitão, vim com ele”, adianta.
Em Vila Nogueira de Azeitão, a experiência tem sido, de acordo com o jovem, “engraçada. As pessoas são muito simpáticas e, apesar da diferença no ringue, que no Barreiro era madeira e em Azeitão não, é basicamente a mesma coisa, visto que temos o mesmo treinador e são as mesmas técnicas, factores que também tornaram a adaptação mais simples”.
No que diz respeito ao trabalho que tem vindo a fazer e a provas em que tem vindo a participar, começou no Torneio de Benjamins, o seu escalão de então, com apenas oito anos. Nesse primeiro torneio alcançou o terceiro lugar. Os bons resultados estavam, nesse momento, a começar.
Michael Santos marcou presença no Campeonato Distrital pela primeira vez em 2017, ano em que também se estreou no Campeonato Nacional, com um quinto lugar. A partir desse ano, participou em todos os nacionais. Em 2018, ano em que também foi convocado para a Taça da Europa, fi cou em terceiro, no ano seguinte em quinto e em 2021 chegou ao quarto lugar. “Foi muito perto do pódio e este ano vou tentar de novo chegar lá, ir para o pódio”, diz. “Nestes anos tive também experiências em centros de estágio, para quais fui convocado pela Selecção Nacional de Patinagem Artística e este ano participei na WorldCup, uma prova em que escolhem os seus melhores jovens de cada escalão para participar, realizada em Paredes”, adianta, destacando igualmente que neste mês de Maio sagrou-se campeão no Campeonato Distrital de Patinagem Livre no escalão Cadetes e neste mês de Julho, no Torneio Interzonas, realizado na Aldeia de Paio Pires, conquistou o primeiro lugar de Cadetes Masculinos.
Ainda este mês, entre os dias 11
Micael Santos à queima-roupa
Idade 14 anos Naturalidade Lisboa Residência Barreiro Modalidade Patinagem artística
A patinagem é o principal hobby do jovem, que sabe desde já que no futuro pretende seguir medicina
e 13, esteve enquanto atleta do Juventude Azeitonense no primeiro centro de treino para o Campeonato da Europa da Selecção Nacional de Patinagem Artística, no Luso.
Participar na modalidade dá possibilidade de experienciar “momentos incríveis” Terminou recentemente o seu nono ano e ao longo do seu percurso escolar tem vindo a ser um aluno de mérito. No próximo ano lectivo, inicia o seu décimo ano, no qual ingressará no curso de Ciências e Tecnologias, rumo a um futuro em medicina. “Mesmo ainda não sabendo que área escolher em específi co, sei que quero seguir medicina”, afi rma.
Experienciar a patinagem é, no seu entender, “muito importante. Traz-nos experiências novas, pessoas novas. Normalmente as provas internacionais são noutros países, por vezes calha em Portugal, mas mesmo assim vêm pessoas de outros países e conseguimos comunicar com elas. Há experiências muito engraçadas e é muito saudável para jovens da nossa idade a possibilidade de experienciar momentos incríveis”.
A nível pessoal, “são experiências muito benéfi cas para a minha cabeça. São muitos estudos e a patinagem é como se fosse um alívio de tudo. Entro no ringue e começar a patinar é como se fosse um alívio de tudo, parece que tudo o resto desaparece e fi ca tudo bem. Acho que isso é muito bom”.
No que diz respeito à ocupação de tempos livres, “a patinagem parece que é o mais importante e depois não tenho tempo para outras coisas, mas vou arranjando porque também gosto de sair com os meus amigos e de fazer todas essas coisas mais normais de um jovem com a minha idade”.
Continuar a participar em provas internacionais de patinagem é assim um dos seus objectivos futuros, tendo que presente que na hora de ingressar na universidade “vai ser algo complicado manter, sobretudo na conciliação de horários e estudos” e por isso não deixando de parte a hipótese de “talvez prosseguir como treinador da modalidade nos meus tempos livres”.