4 minute read

Gonçalo Ambrósio

Next Article
Micael Santos

Micael Santos

Empreendedorismo

GONÇALO AMBRÓSIO O montijense que está a revolucionar as “festas populares da terra”

Advertisement

Com o seu grupo de amigos, o jovem de 22 anos ambiciona alavancar o projecto de tal forma até que se transforme numa empresa de organização de eventos

Maria Carolina Coelho

Com 22 anos, Gonçalo Ambrósio diz que não se imaginava a ser o porta-voz de um projecto que tem proporcionado diversão a milhares no Montijo. É que com o ‘Rédea Curta’, “as festas populares da terra passaram a ser muito mais animadas”.

Para se compreender a evolução do projecto, e qual o papel do montijense no mesmo, é necessário recuar até 2017. “Numa tarde de Verão”, Gonçalo e o grupo de amigos aperceberam-se, enquanto bebiam café, que “não havia um sítio onde as pessoas pudessem curtir e conviver num estilo associado à tauromaquia, dentro das festas populares”.

“Tudo começou quase como uma brincadeira, com uma simples conversa, em que quatro amigos chegaram à conclusão que faltava no Montijo um espaço que dissessem ‘era mesmo aqui que gostávamos de ir’”, descreve.

Decidiram então que não havia tempo a perder e arregaçaram “imediatamente” as mangas. “Eu, o Filipe [Ribeiro], o Afonso [Sousa] e o João [Fernandes] pensámos logo em criar um espaço que desse para juntar as pessoas. Na altura, a ideia era ser ao ar livre, onde trouxéssemos o nosso estilo e que o pudéssemos fazer durante as festividades”.

No entanto, o jovem revela que “nesse ano não deu para avançar devido a algumas difi culdades”. “As pessoas não compreenderam logo qual era o objectivo. Acho que, por sermos novos, tinham medo de confi ar em nós e de nos confi arem os seus espaços”.

Para conseguirem avançar com a ideia, precisaram que “bater a muitas portas”. “Íamos de casa em casa apre-

DR

Com o projecto "Rédea Curta", Gonçalo e os amigos têm levado "a malta a curtir"

sentar o projecto, ao mesmo tempo que tentávamos perceber quais os espaços quase abandonados no Montijo onde dava para fazer o que pretendíamos”.

A partir desse momento, “tudo aconteceu de forma natural”. Em 2018, conseguiram “arranjar um primeiro espaço, emprestado, onde foi necessário fazer muita obra”. “Começámos com investimento quase zero. Éramos miúdos e, por isso, não tínhamos dinheiro para investir. Para conseguirmos, cada um levou um material para melhorar o espaço. Por exemplo, um levou uma pá e o outro um carrinho de mão. E assim foi”.

Também o facto de serem “todos fi lhos da terra”, com “famílias com negócios próprios”, facilitou o processo. “Pedimos alguns favores, como um serralheiro e carrinhas para tirar entulho. Depois tudo o que colocámos dentro do espaço fomos nós que fi zemos, principalmente os balcões e o palco, tudo feito com paletes”.

Gonçalo Ambrósio

à queima-roupa

Idade 22 anos Naturalidade Montijo Residência Atalaia (Montijo) Área Educação Física e Desporto

Tem com os amigos o objectivo de colocar a malta de norte a sul do País “a curtir, mas rédea curta”

Actualmente, Gonçalo sublinha que “já há margem para fazer mais coisas”. “No segundo ano mudámos de espaço. Chegámos e mudámos tudo, incluindo pintar paredes. Já levantámos inclusive muro. É um bocado mais fácil porque as pessoas já nos ajudam”.

O projecto “tem crescido de tal maneira” que “na Feira do Porco deste ano juntaram-se cerca de duas mil pessoas”. Também “os sete dias das Festas de São Pedro foram um sucesso”, com “perto de cinco mil pessoas a passarem pelo espaço do Rédea Curta”.

Projecto pode vir a tornar-se empresa de organização de eventos Depois de dois anos “de sucesso”, a covid-19 rompeu de forma inesperada e “travou ligeiramente o Rédea Curta”. No entanto, os jovens não se deixaram abalar e foram perceber “se tinham público sufi ciente para continuar”.

“Começámos a perceber que as pessoa gostavam do que fazíamos. O mais importante do projecto são elas, que são os nossos clientes. Sem eles não teríamos sucesso”.

Foi nessa altura que decidiram sair da zona de conforto. “Começámos por fazer jantares na altura do confi namento. Fizemos um para 300 pessoas, que encheu em três dias e que correu espectacularmente bem. A partir daí começaram a surgir novos projectos”.

“Até a Câmara Municipal do Montijo já nos convidou para alguns eventos. Já começam a existir contactos, com as pessoas e entidades a contactarem-nos”, acrescenta. Ao nível da equipa, depois da edição deste ano da Feira do Porco, a mesma fi cou reduzida a três elementos, com a saída “do João [Fernandes] por decisão conjunta”. Hoje, é com orgulho que Gonçalo diz que “o projecto está a crescer de tal forma que talvez venha a tornar-se numa empresa de organização de eventos”.

Para atingir este objectivo, o grupo ambiciona dedicar-se a 100% ao projecto. “Temos pensado muito nisso. Queremos também começar a fazer as coisas com mais organização, mas é ir vendo como vai correndo”, afi rma.

Além disso, desejam também sair da terra e “começar a percorrer Portugal”, até porque o intuito “não é ter um espaço próprio”. “Queremos ir onde nos receberem e funcionar como um intermediário para a diversão. Estamos prontos para dar o nosso melhor”.

Futuro no futebol é incerto, mas presente passa pelo crossfi t Licenciado em Educação Física e Desporto e mestre em Futebol, Gonçalo confessa ter trabalhado na área “muito poucos meses”. “Decidi ir trabalhar para o talho do meu pai, no Montijo”.

Já nos tempos livres, é com um sorriso no rosto que conta gostar “bastante de crossfi t”. “Sou um apaixonado pela actividade. Fora o trabalho e responsabilidades, é o que gosto mais de fazer”. Enquanto ao futuro no futebol, “vai depender muito do que for acontecendo”.

This article is from: