a região 26
SAÚDE
Café Memória combate isolamento de pessoas com demência e dos seus cuidadores As sessões, que no distrito acontecem em Almada, Barreiro e Sesimbra, servem de ponto de encontro para partilhar experiências, combater o isolamento e reduzir o estigma associado à doença Inês Antunes Malta (texto)
O
conceito não é português. Desenvolve-se nos Estados Unidos da América e em países da Europa, como Holanda, Luxemburgo e Inglaterra, de onde veio a inspiração. Foi no conceito inglês que se basearam para criar o Café Memória, ponto de encontro para pessoas com problemas de memória, já com diagnóstico da demência, numa fase inicial ou até moderada, e aos seus familiares, amigos e cuidadores. “Arrancou como projecto piloto em Abril de 2013, com a abertura dos dois primeiros espaços, no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, e no Cascais Shopping”, começa por contar Catarina Alvarez, da Alzheimer Portugal, uma das entidades promotoras da iniciativa Café Memória, a par da empresa Sonae Sierra, “que ajudou a desenvolver este projecto no âmbito da sua política de responsabilidade social”. Ainda no mesmo ano, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa interessou-se pelo projecto e quis
As sessões são realizadas num local conhecido da comunidade, ao sábado de manhã, num registo muito informal Catarina Alvarez
O SETUBALENSE
FEVEREIRO DE 2022
abrir uma outra unidade na cidade. No presente, existem 27 Café Memória em funcionamento em vários pontos do país, e entre Abril de 2013 e Março de 2020 foram realizadas mais de 900 sessões, abrangendo também mais de quatro mil participantes e perto de 17 mil participações, 27 mil horas de voluntariado e 1400 convidados.
Projecto abraça vários formatos: presencial, itinerante e online
A acção do Café Memória divide-se em três formatos. Antes da pandemia, o formato tradicional, com sessões presenciais, acontecia mensalmente. “Nessas sessões, convidamos pessoas com problemas de demência e as famílias a virem ao nosso encontro, num local conhecido da comunidade onde estamos longe dos hospitais e dos equipamentos sociais, numa manhã de sábado, num registo muito informal”, conta. “Num primeiro momento, acolhemos os participantes, trabalhamos com dois técnicos com formação na área das demências e com