Edição 45

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ISSN 1678-0817

ÍNDICE. Pág. 04 Agenda de Eventos. Pág. 06 Sessão Cartas. Pág. 16 Entrevista Com Dra. Clarice Baldotto. Pág. 20 Relato de Caso Da Aplicação De Fonoforese Na Utilização De Gel Salonpas (Salicilato de Metila), Quanto A Sua Eficácia Na Utilização Terapêutica Em Fisioterapia. Pág. 27 Proposta Cinesioterapêutica Preventiva Para Entorse De Tornozelo Por Inversão Em Atletas Profissionais De Futebol. Pág. 31 Uroginecologia com Dra. Maura Seleme. Pág. 33 Abordagem Fisioterapêutica No Tratamento Da Incontinência Urinária De Esforço. Pág. 36 Avaliação Espirométrica Em Indivíduos Fumantes Na Faixa Etária Dos 15 Aos 30 Anos.

EXPEDIENTE. Diretor Editor: Dr. Oston de Lacerda Mendes Diretora Comercial: Luciene Lopes Diretora da Redação Minas Gerais: Regina Martins Diretor da Redação São Paulo: Dr. Antônio Carlos Trubiani Diretor da Redação Rio de Janeiro: Diogo Trajano Diretor de Edição: Dr. Fabiano Moreira Distribuição e Logística: Dr. João Marcelo Gigliotti Colunista: Dra. Edna Cristina Jornalista Responsável: Marcos Antônio Alves Assessoria Jurídica: Dr. Gustavo Lana Ferreira

Redação - Assinaturas: Endereço da Redação: Rua José Linhares, 134 Leblon - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22430-220 www.fisioon.com.br revista@fisioon.com.br A Revista Fisio&terapia não se responsabiliza por cartas e artigos assinados. www.novafisio.com.br

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AGENDA.

DESC. DATA CURSO CIDADE UF. TELEFONES JULHO Em Julho Curso Internacional Método Maitland Rio de Janeiro RJ 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 Em Julho Curso Internacional Método Maitland São Paulo SP 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 Em Julho Curso Internacional Hidro – A Técnica Watsu para Fisioterapeuta Rio de Janeiro RJ 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 Em Julho Curso Internacional Hidro – A Técnica Watsu para Fisioterapeuta São Paulo SP 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 Em Julho Curso Internacional Método Bad Ragaz Rio de Janeiro RJ 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 Em Julho Curso Internacional Método Bad Ragaz São Paulo SP 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 Em Julho Curso Internacional Método Halliwick Rio de Janeiro RJ 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 Em Julho Curso Internacional Método Halliwick São Paulo SP 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 01 e 02 Curso III - Princípio e Prática da Terapia Manual eficaz para a Coluna Lombar Rio de Janeiro RJ (21) 2557-9555 / 9765-8985 02 e 03 Mobilização Neural - Módulo A / Dr. Sérgio Marinzeck Curitiba PR (19) 3213-6822 02 a 04 Curso Internacional: Atualização no Reparo da Cartilagem “Artroplastia” São Paulo SP (11) 3887-3237 03 e 04 Mobilização Neural - Módulo C / Dr. Sérgio Marinzeck Curitiba PR (19) 3213-6822 10% 03 e 04 Pilates na Conduta Cinesioterápica Rio de Janeiro RJ (21) 2531-9096 / 2531-9168 03 e 04 Pré e Pós Operatório Cirúrgico São Paulo SP (11) 5083-4589 03 e 04 Método Mckenzie de Diagnóstico e Terapia Mecânica: Extremidades Belo Horizonte MG (31) 3222-5215 5% 03 e 04 UTI Neonatal e Pediátrica - Teórico e Prático Rio de Janeiro RJ (21) 2235-2529 / 9742-4405 10% 02 a 04 Drenagem Linfática Manual Medical - Método Leduc [Pré e Pós Oncologia] São Paulo SP (11) 3079-0925 / 3168-2592 10% 02 a 04 Fisioterapia Dermato Funcional, Eletroterapia em Estética - Dra. Lorice I. Miguel São Paulo SP (11) 3168-2592 / 3079-0925 02 a 07 Curso Método Maitland / Articulações Sacro-Ilíacas e Coluna Lombar - CSBM Piracicaba SP (19) 3422-1066 5% 03 e 04 Rehab Pilates - Curso Básico - Etapa R3 Rio de Janeiro RJ (71) 261-8000 03 a 04 Curso II - Conceito Mulligan (Avançado) Rio de Janeiro RJ (21) 2557-95559765-8985 / 88358690 10% 5 Cosmetologia Básica – Princípios Ativos e Veículos Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 05 Curso de Pré e Pós Operatório de Cirurgias Plásticas Rio Claro SP (19) 3534-3693 / 3524-8119 05 a 10 Fisioterapia Esportiva - Módulo I São Paulo SP 0800-7712666 / (12) 3941-4406 08 a 11 Curso I - Conceito Mulligan (Básico) Rio de Janeiro RJ (21) 2557-9555/ 9765-8985 10% 09 e 10 Abordagens do Linfedema em Pacientes Mastectomizados - Módulo I + Módulo II Rio de Janeiro RJ (21) 22557635 / 9984-4195 09 e 10 II Curso de Fisioterapia Hospitalar Rio de Janeiro RJ (21) 3331-1958 / (21) 2253-6462 10% 10 e 11 Pilates na Conduta Cinesioterápica Rio de Janeiro RJ (21) 2531-9096 / 2531-9168 11 Reabilitação Vestibular Rio de Janeiro RJ (21) 2255-6395 11 POMPAGE da Fáscia São Paulo SP (11) 5083-4589 10% 12 Cosmetologia Básica – Princípios Ativos e Veículos Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 12 a 23 Formação Internacional em PNF - Método Kabat Petrópolis RJ (24) 2237-2056 / (24) 9824-4726 12 a 31 Bobath - Módulo II S.J.dos Campos SP 0800-7712666 / (12) 3941-4406 13 Shiatsu - Flor de Lótus Nova Friburgo RJ (22) 2523-8863 / 2523-9372 13 a 17 X Eneefisio Natal RN (84) 206-2639 / 9408-5068 / 94316036 10% 16 e 17 Abordagens do Linfedema em Pacientes Mastectomizados - Módulo I + Módulo II Rio de Janeiro RJ (21) 22557635 / 9984-4195 16 a 20 Ergonomia nas Empresas - Módulo II S.J.dos Campos SP 0800-7712666 / (12) 3941-4406 16 a 23 Pilates sob a ótica das Cadeias Musculares Rio de Janeiro RJ (21) 2268-6997 / 2288-8131 17 e 18 Curso de Quiroprática - Manipulação da Coluna Vertebral - ABIC Rio de Janeiro RJ (21) 2558-3509 / 2265-7472 17 e 18 Bola Suíça - Flor de Lótus Nova Friburgo RJ (22) 2523-8863 / 2523-9372 17 a 23 Cinfoterapia Rio de Janeiro RJ (21) 2610-1629 / 2714-6533 18 Reabilitação Vestibular Rio de Janeiro RJ (21) 2255-6395 10% 18 e 19 Básico em Massoterapia (Intensivo) Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195

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De 26 a 30 de julho agora. 23º Curso Nacional de Fisio. Respiratória do Prof. Carlos Azeredo com UTI no local veja na pág. 9

AGENDA.

10% 19 Cosmetologia Básica – Princípios Ativos e Veículos Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 19 Curso de Eletroterapia na Reafirmação e Harmonia Corporal Rio Claro SP (19) 3534-3693 / 3524-8119 20 a 25 Procedimentos Manipulativos e Posturais - Terapia Manual / II Fase São Paulo SP (21) 2484-2966 22 a 25 Mobilização Articular e Neural / 70h Praia de Camburi ES (27) 3329-8537 / 9932-2521 DESC. DATA CURSO CIDADE UF. TELEFONES JULHO 10% 23 a 25 Drenagem Linfática Facial e Corporal - Módulo I Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 23 a 25 Curso de Eletro Fisioterapia Clínico / Teórico-Demonstrativo Apostilado - CSBM Piracicaba SP (19) 3422-1066 5% 24 e 25 Rehab Pilates - Curso Básico - Etapa R2 Salvador BA (71) 261-8000 24 e 25 Biomecânica em Fisioterapia / Dr. Sérgio Marinzeck S.B. do Campo SP (19) 3213-6822 24 e 25 Formação sobre Bolas Ortopédicas “Terapia e Prevenção” Prof. André Petit Recife PE (81) 3445-2971 24 e 25 Tai Chi Chuan Estilo Yang Tradicional São Paulo SP (11) 3884-8943 / 4704-6578 25 Reabilitação Vestibular Rio de Janeiro RJ (21) 2255-6395 25 a 31 Reeducação Uroginecológica São Paulo SP 0800-7712666 / (12) 3941-4406 26 a 30 23º Curso Nacional de Fisio Respiratória do Prof. Carlos Azeredo com UTI no local veja na pág. 9 - Imperdível. 10% 26 Cosmetologia Básica – Princípios Ativos e Veículos Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 26 a 28 Formação sobre Bolas Ortopédicas “Terapia e Prevenção” - Prof. André Petit Recife PE (81) 3445-2971 28 a 30 I Congresso Mundial de Estudantes de Fisioterapia Santiago Chile (02) 7512261 em 2005 10% 30 e 31 Liberação Tecidual Funcional em Fibroses e Aderências na Cirurgia Plástica Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 10% 30 a 01 Mobilização Neural: Mobilização do Sistema Nervoso - Sérgio Marinzeck Salvador BA (71) 271-0151 / 9984-7996 / 99878071 30 a 01 Mobilização Neural (Módulos A e C) Salvador BA (19) 3213-6822 31/07 Curso de Correção Postural sobre a Bola Suíça - CSBM Piracicaba SP (19) 3422-1066 31/07 Tape Funcional e Controle Motor Laranjeiras RJ (21) 2543-0549 / (21) 2246-4773 5 a 15% 31 Acupuntura método Koryo Sooji (acupuntura na mão) São Paulo SP (11) 3663-5696 31 a 03 Tape Funcional e Controle Motor Rio de Janeiro RJ (21) 2543-0549 / 2224-8756 AGOSTO Em Ago. Curso Miofasciaterapia Laranjeiras RJ (21) 2543-0549 / (21) 2246-4773 Em Ago. Curso Internacional de Mobilização Neural São Paulo SP 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 Em Ago. Curso Internacional de Mobilização Neural Rio de Janeiro RJ 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 Em Ago. Curso Internacional de Mobilização Neural Porto Alegre RS 0800 43 70 08 / (43) 3325-7656 01 a 06 Curso de Osteopatia - Etapa II São Luis MA (85) 9608-8210 / 461-3260

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CARTAS. ABENFISO Fórum da ABENFISIO em IpatingaMG é considerado o melhor já realizado. Docentes, alunos e coordenadores de cursos de Fisioterapia, além de diversas autoridades da Fisioterapia como a Dra. Rita de Cássia Vereza (Presidente do Crefito-2), Dr. Esperidião Elias Aquim (Presidente do Crefito-8), Dr. Oséas Florêncio de Moura (Representante do Coffito), dentre outros colegas de vária partes do país (como o Amazonas, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, dentre outros) se encontraram em Ipatinga, no período de 21 e 25 de abril onde se realizou o 10º Fórum Nacional de Ensino em Fisioterapia, o 4º Encontro Nacional de Coordenadores de Curso e o 1º Fórum Mineiro de Ensino em Fisioterapia. Promovidos pela Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia (ABENFISIO), O evento que contou com o apoio da Prefeitura da cidade, da Fundação São Francisco Xavier, Crefito-4, Conselho Municipal de Turismo, Boate Rota 26, Paulinho´s Studio, Revista Fisio&terapia e do Deputado Federal Ivo José, foi um grande sucesso, obtendo o maior número de participantes em todas as edições dos fóruns. A aprovação foi comprovada de acordo com o resultado das opiniões emitidas pelos participantes na ficha de avaliação do evento (que não era necessário se identificar). Na classificação entre excelente, ótimo, bom, regular e ruim, o evento obteve 98% de avaliação como excelente, 1% de ótimo e outros 1% como bom, ou seja um sucesso total. De acordo com os coordenadores Fabiano Moreira da Silva e Vinícius Lana Ferreira, Ipatinga justificou sua escolha no fórum de Criciúma-SC em novembro do ano passado não 6

apenas pelos nossos indicadores de qualidade de vida, pelo modelo de saúde que garante assistência plena à população ou por ter se tornado um pólo educacional, mas acima de tudo as pessoas envolvidas demonstraram a capacidade que MG e em especial o interior têm para realizar eventos deste porte. Os coordenadores agradecem ainda de forma especial à equipe de apoio composta pelos alunos do curso de Turismo da UNIPAC (Izabela Fernanda, Michelle Vitorino, Cláudio Augusto, Glísia Almeida e Maria Augusta) que trabalharam de forma brilhante durante todo o evento, contribuindo de forma decisiva para o sucesso do mesmo. Como previa o estatuto da Abenfisio Nacional, durante o evento foi eleita a nova diretoria da Abenfisio sessão MG. A chapa composta pelos professores Fabiano Moreira da Silva, Vinícius Lana Ferreira, Janaína Soares Gazire (Univaço), Josiane Katherine Pereira (Fafisc/ Funec), Gustavo Demetrius D. Perrelli (Isabela Hednrix), Cristian de Souza Freitas (Unileste), foi eleita por unanimidade dos sócios de MG presentes ao evento. Como metas principais, a chapa pretende dobrar o número de sócios em curto prazo através de incentivo a fóruns internos nas instituições com apoio e presença da Abenfisio-MG, apresentado desta forma o que é e quais os propósitos da Abenfisio, podendo assim captar cada vez mais sócios no estado. Já ficou acertado logo após a eleição, a realização de fóruns na Unipac–Barbacena e presença da Abenfisio-MG no evento realizado pela FATESC–TECSOMA de Paracatu. Agradecemos o apoio dos colegas coordenadores Dr. Cláudio e Dra. Milena respectivamente. Outra meta é estabelecer uma integração cada vez maior entre as instituições, provendo assim o ensino

em Fisioterapia. Durante o evento a Abenfisio recebeu mais 25 novos sócios, sendo 23 do estado de MG, praticamente dobrando o número no estado. A programação contou com coquetel de abertura na noite do dia além de momentos de extrema emoção durante a abertura com a palestra “Conhecendo a alma dos diferentes”, com a enfermeira Maira Lúcia Valadão, fundadora do Núcleo Assistencial Eclético Maria da Cruz (NAEMC) e logo após, apresentação de um número do Esperança Circo Show que além de aplausos de pé, “arrancou” lágrimas de vários presentes. A palestra “Retrospectiva da Fisioterapia e do ensino em Fisioterapia em Minas Gerais: realidades e desafios” com o professor Fábio Luiz Mendonça Martins, coordenador do curso de Fisioterapia da Universidade de Lavras, demonstrou dentre diversos outros pontos, o crescimento indiscriminado de cursos de Fisioterapia pelo país, em especial em MG, que hoje é superada apenas pelo estado de SP em número de instituições ministrando curso na área. A palestra sobre “A importância da participação ativa dos docentes nas questões políticas, organizacionais e sociais da profissão, como forma de incentivo aos discentes”, com a professora Ângela Cristina Ferreira da Silva, docente e ex-coordenadora do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Catarina, com a mesa de debate sendo coordenada pela professora Raquel Prados do Unileste-MG, sensibilizou os docentes da extrema necessidade de sua participação frente às demais demandas políticas e sociais como forma de “modelo” para os futuros profissionais e um fortalecimento cada vez maior da classe. A programação contou com uma série de temas de extrema relevância como o tema “SINAES – Uma nova visão de


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CARTAS. avaliação do ensino superior” com o professor Amir Limana também do INEP que representou o Dr. Eliezer Pacheco, presidente do INEP/MEC, além de temas como: “O ensino que temos, o ensino que queremos e o ensino que temos que ter”, com a professora Francisca Rego Oliveira de Araújo, docente da Universidade Potiguar/RN e secretária do Conselho de Fisioterapia da 1ª região. No mesmo dia tivemos a presença do Dr. Efrem Maranhão, ex-presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) abordando as “Diretrizes curriculares do ensino em Fisioterapia” Nacional de Educação (CNE). Os coordenadores de curso puderam aprofundar os conhecimentos e sanar dúvidas a cerca da avaliação da qualificação do ensino na IES com a professora Arméle de Fátima Dornelas de Andrade, avaliadora do MEC e docente da UFPE. Um dos destaques do encontro foi o Fisioterapeuta dentro do programa Saúde e Família (PSF), contando com a participação do secretário Municipal de Saúde de Ipatinga, Eduardo Caldeira de Souza Penna, que abordou: “O modelo do SUS em Ipatinga”, “Programa Saúde da Família (PSF)” e “A informatização do sistema municipal de saúde modelo para o DATASUS. O PSF continuou sendo a tônica dos debates com palestra “O Fisioterapeuta no PSF: um modelo que deu certo” com o professor Francy Webster de Andrade Pereira, graduado pela UFC, especialista em Cinesioterapia, residente em PSF e fisioterapeuta do PSF de Sobral/ CE. A única baixa no evento foi à ausência do Dr. Luiz Odorico Monteiro de Andrade, presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais e Municipais de Saúde, que faria uma palestra sobre “A importância do Fisioterapeuta dentro do programa Saúde da Família: Uma visão do 8

gestor ” para seu lugar também foi convidado o colega Fisioterapeuta Dr. André Luiz que é secretário de saúde de Campina Grande na Paraíba, que também, cancelou sua presença por problemas de ordem política em seu município. Para tanto o tema foi brilhantemente contemplado pelo colega, Dr. Rodrigo Della Méa Plentz, docente da UNICID e UNICRUZ, com vasta experiência em saúde coletiva inclusive como secretário de saúde. Finalizando o enfoque, foi oferecido a palestra “Residência em PSF e a inserção do Fisioterapeuta frente às novas políticas públicas de saúde” com a professora Carla Adriane Pires Ragasson, coordenadora da residência em PSF da UNIOESTE/ PR. Esquentando os debates, o professor Esperidião Elias Aquim, docente e presidente do Conselho de Fisioterapia da 8ª região, apresentou o projeto de Lei 1.444/03, que dispõe sobre exame de suficiência profissional para graduandos em Fisioterapia, projeto que para muitos é polêmico, mas para outra grande parte seria uma das soluções para garantir uma qualidade nos cursos e a ingressam no mercado de trabalho de profissionais realmente capacitados. A mesa foi coordenada pelo professor Gustavo Perrelli, coordenador do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix/MG. No encerramento do fórum, os organizadores programaram uma mesa redonda e debate do projeto de Lei 25/02, que dispõe sobre o ato médico e suas conseqüências para o ensino em Fisioterapia. Entre os convidados, se fizeram presentes o Deputado Federal Ivo José (PT-MG) e os professores Esperidião Elias Aquim (Crefito-8), Francisca Rego de Araújo (Crefito-1), Clarice Baldotto (Abenfisio Nacional), Fabiano Moreira da Silva (representante do Crefito-4) e Oséas Florêncio de Moura Filho

(Coffito). A mesa foi coordenada pelos professores Vinícius Lana Ferreira e Sandroval Francisco Torres. Os debates foram intensos com explicações detalhadas da tramitação do projeto na Câmara, estando hoje como responsável pela análise o do Senador Tião Viana (PT-AC) sendo posteriormente encaminhado a comissão de constituição e justiça, sendo aprovado nesta instância, será encaminhado para a comissão de assuntos sociais. O advogado e assessor parlamentar do Coffito, Dr. Ciro, demonstrou total confiança na não aprovação do projeto, explanando a atuação do Conselho Federal contra o mesmo. O Deputado federal Ivo José se colocou a disposição dos Fisioterapeutas, afirmando seu apoio a classe contra o projeto. Toda esta vasta programação foi intercalada com requintados cofeebreak’s e uma programação social noturna que contou com música ao vivo, Boate com entrada gratuita a todos os participantes do encontro. No encerramento das atividades foi oferecido um coquetel dançante pelo Panorama Tower Hotel aos hóspedes e foi programado um citytour, também gratuito, pelos principais pontos turísticos da cidade. Encontros como esse demonstram o crescimento, respaldo e força que a Fisioterapia vem adquirindo ao longo dos anos. A vitória é de todos nós. O próximo vai ser em Natal-RN e será o XI Fórum Nacional da ABENFISIO em novembro de 2004. Nos encontramos lá, tendo a certeza que este será ainda melhor.


CARTAS. Brilha a Esperança Para O COFFITO. Enfrentamos com coragem e determinação as ameaças, intimidações e manobras daqueles que tratavam as nossas autarquias públicas federais como se fora um bem particular. Ignoramos os poucos que, no lugar de nos ajudar nessa luta, preferiram proferir críticas, nas quais tentam vender uma imagem de que somos “radicais e intempestivos”. Inspiramo-nos nos milhares de profissionais, que como nós, clamavam por Justiça e nos pediam para resistir e seguir adiante. Primeiro impusemos a disputa eleitoral no CREFITO-3 e impedimos que os interventores realizassem eleições indiretas do COFFITO de forma irregular. Sem uma legislação que garanta

eleições limpas e democráticas para o CREFITO e COFFITO, optamos por demonstrar na Justiça o impedimento moral desses dirigentes para conduzirem as eleições nessas autarquias, foram mais de duas dezenas de juizes e desembargadores afirmando e reafirmando nosso clamor por Justiça. Essa luta foi coroada pela ação exemplar dos Procuradores da República Adriana Zawada Melo, Jose Roberto P. Oliveira, Zelia Luisa Pierdona E. Marlon e Alberto Weichert que propuseram na Justiça Federal Paulista uma AÇÃO CIVIL PÚBLICA para apurar possíveis ATOS DE IMPROBIDADE contra os ex-dirigentes do CREFITO-3 e o ex-presidente do COFFITO e seu advogado. O Ministério Público Federal mostrou que se não formos omissos, a implementação da

Justiça pode ser uma realidade. No dia 06 de março, o Ministério do Trabalho e Emprego, por determinação judicial realiza as eleições para o CREFITO-3. Essas eleições foram conduzidas de forma imparcial e magistral por uma Comissão Eleitoral indicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Mesmo depois da posse e homologação pelo próprio Ministro do Trabalho e Emprego, foi ainda necessário a intervenção da Justiça e da Polícia Federal para que pudéssemos ter acesso à sede do CREFITO-3. Na sede, não encontramos por uma semana nenhum funcionário e qualquer documento comprovando os gastos dos ex-dirigentes, durante os últimos 18 anos. Posteriormente, procedemos na recuperação dos dados dos computa-

DE 26 A 30 DE JULHO, AGORA.

Conteudo Programatico do Curso

assinatura.

01 - Marcadores funcionais de investigação; 02 - Marcadores funcionais de vigilância; 03 - Manobras conjugadas de nebulização; 04 - Tosse manualmente assistida – TMA; 05 - Tosse manualmente assistida c/ PEEP 12; 06 - Vibração manual; 07 - Compressão manual; 08 - Hiperinsuflação manual com AMBU; 09 - Estimação da tosse com AMBU; 10 - Manobra BAG SQUEEZING; 11 - Aspiração traqueal; 12 - Manobra de bloqueio e desbloqueio; 13 - Manobra de aumento do volume pulmonar; 14 - Suspiro com PEEP; 15 - Manobra ZEEP; 16 - Manobra PEEP – ZEEP; 17 - Manobra PEEP ALTO - PEEP BAIXO; 18 - Manobra OPEP com, ventilador mecânico; 19 - CPAP e DUPLONIVEL; 20 - Recrutamento alveolar; 21 - Ventilação Invasiva; 22 - Ventilação não Invasiva e Desmame.

*Preço para pagamento à vista!

23º Curso Nacional de Fisioterapia Respiratória Com uma Prof. Dr. UTI instalaCarlos Azeredo Aulas das 9:00h às 18:00h da no local. Local: Teatro do IBAM Largo do Humaitá, 01 Imperdível. Rio de Janeiro - RJ Faça sua inscrição pela Revis*R$300,00 ta Fisio&terapia e ganhe uma Pagamento com Cheque, Cartão, Dinheiro, Depósito, parcelamento, etc...

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CARTAS. dores e desvendamos as inúmeras irregularidades administrativas, que chocam a dignidade do CREFITO-3, pelo volume e forma com que manipularam os recursos financeiros. Essas irregularidades foram denunciadas às autoridades competentes que certamente tomarão as medidas punitivas cabíveis. Também estamos pedindo que sejam apuradas as responsabilidades civis e criminais dos atuais dirigentes do COFFITO nessas irregularidades. Mesmo depois de findada a eleição do CREFITO-3, o presidente do COFFITO insistiu em afrontar a Justiça, chegando ao absurdo de convocar eleições ilegais e paralelas para o CREFITO-3, inclusive com propaganda em horário nobre na televisão. Essa eleição paralela do CREFITO-3 realizada sob a regência desses dirigentes, por ser irregular, também foi anulada pela Justiça. Em razão destes atos de desobediência cometidos, o presidente do COFFITO foi afastado judicialmente de suas funções a pedido do Ministério Público Federal. Também foi decretada a busca e apreensão do material dessa eleição. Seguindo também ordem judicial, o Ministério do Trabalho e Emprego convocou as eleições indiretas para os dirigentes do COFFITO. Porém, mostrando apego ao poder, o ex-presidente do COFFITO ajuizou um mandado de segurança junto Superior Tribunal de Justiça – STJ tentando evitar a disputa eleitoral no COFFITO e voltar ao poder. Esse ex-dirigente do COFFITO que não cumpriu as determinações da Justiça Federal do Distrito Federal durante dois anos, pedia agora ao STJ que a Justiça do Distrito Federal e não a de São Paulo julgasse os seus atos de improbidade apontados pelo Ministério Público Federal. Os dirigentes do COFFITO deturparam a decisão de um Ministro do STJ que determinava simplesmente para o Ministro do Trabalho prestar 10

informações adicionais para que pudesse habilitar “o judiciário a decidir de forma urgente”. (www.stj. gov.br ver MS 009680). No site do COFFITO os interventores desrespeitam o código de ética e mentem aos profissionais afirmando que: “STJ reconhece ilegalidade nas eleições do CREFITO-3 realizadas em 06 de março de 2004 pelo ministro do trabalho e afasta Gil Lúcio Almeida do colégio eleitoral” Identificada às manobras desses senhores, agimos rapidamente e mostramos nos tribunais que a Justiça brasileira não poderia servir de palco de tentativas de afrontas aos valores democráticos da nação, e em especial, ao direito dos profissionais de escolher livremente os seus dirigentes. Como esperado, no dia 26/05/2004 cinco Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal de Justiça não acataram a tentativa do expresidente do COFFITO de tumultuar e questionar as eleições do CREFITO-3 e impedir a realização das eleições do COFFITO pelo Ministério do Trabalho. Assim foi extinto o conflito de competência impetrado pelo ex-presidente do COFFITO junto ao STJ. Cabe ressaltar que na data de 02/06/2004, a pedido do CREFITO-3, do CREFITO-9 e da União, o Ministro Luiz Fux do Superior Tribunal de Justiça cassou a liminar que suspendia as eleições do COFFITO. O CREFITO-9, no dia 03/06/2004 conseguiu na justiça o impedimento dos três CREFITOs, recentemente criados pelo interventores do COFFITO, de votar nessas nas eleições do COFFITO. Iremos trabalhar com os novos dirigentes do COFFITO para que possamos juntos defender os interesses dos profissionais e da sociedade, agora está aberto o caminho para que possamos colocar o CREFITO-3 e o COFFITO a serviço dos Fisioterapeutas e Terapeutas

Ocupacionais. Temos uma tarefa gigante pela frente e esperamos que o nosso exemplo possa ajudar a tornar as nossas instituições mais fortes e o Brasil mais desenvolvido. Urge a adoção de medidas corajosas para evitar a vulgarização de nossas profissões, para tanto precisamos da união de todos para que juntos possamos defender os interesses da Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Acompanhe no site do crefito (www. crefito3.org.br) nosso trabalho e veja o que você pode fazer para ajudar nessa transformação. Sabemos que o nosso feito será lembrando e copiado por outros e isso nos enche de orgulho e esperança. No Brasil, se disseminou a idéia de que a política é a arte do possível. Porém, queremos mostrar para a sociedade que a política deve e pode ser a arte do necessário. Implementaremos todas as medidas necessárias para defender os interesses dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais e cumpriremos todas as nossas promessas de campanha, na esperança de obtermos a dignidade das nossas profissões. Prof. Dr. Gil Lúcio Almeida Presidente do CREFITO-3


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CARTAS. Sindicatos Urgente. Prezados Colegas Sou fisioterapeuta formado em 1981, acupunturista desde 1988, já participei do CREFITO 3, 8 e 9, participo da SOBRAFISA como presidente do estado do MS. Vejo que todos nós estamos muito insatisfeitos com os convênios, honorários particulares, união das ações políticas etc. Todas às vezes questionamos a ação do nosso sistema COFFITO/CREFITO, eu acho realmente que o nosso conselho poderia participar mais em algumas delas, mas, todos nós sabemos que toda profissão regulamentada, como é a nossa tem vários órgãos representativos e cada uma com suas obrigações (Crefito-Fiscalização; Sinfito-Emprego/Salário etc). Com isso devemos começar (ou já começou, não sei) a fazer uma campanha pró-ativação da Associação Brasileira de Fisioterapia (ou similar), reativarmos a antiga, fundarmos outra, ou mesmo apoiar os colegas que já começaram com esse objetivo através da associação poderemos organizar nossas especialidades, discutir ações políticas, honorários (que não é função do Crefito), convênios, estimular a fundação de associações estaduais e regionais, promover encontros científicos e esportivos, realizar compras de materiais fisioterápicos com preço mais baixo, congressos nacionais, reunir colegas fisioterapeutas, fisioterapeutas especialistas, fisioterapeutas professores, futuros fisioterapeutas, fisioterapeutas desempregados etc. Enfim todos com o objetivo de organizar propostas e ações profissionais e políticas. Principalmente com o apoio dos nossos acadêmicos, que são a lenha da locomotiva. Entendo que, por mais boa vontade de alguns colegas em fundar associações estaduais, se não tivermos uma nacional, as ações somente serão nas regiões, devemos globalizar as nossas atitudes. Gostaria muito de saber da opinião dos colegas sobre esse assunto. Se já tem algo em 12

andamento sobre isso, estou à disposição para colaborar. Vamos reclamar, mas vamos agir, precisamos de um órgão associativo nacional.

Dr. Marcelo Sidney Gonçalves marcelo-fisio@uol.com.br

Dr. Carlos Ruas Filho Fisioterapeuta-acupunturista Associação Nacional de Fisioterapeutas Vontade coletiva pautada pela decisão de assumir as rédeas da profissão. Acredito que esta é a condição básica para construirmos uma entidade sócio-científica nacional capaz de congregar todas as sociedades de especialidades e se transformar na referência para o vácuo existente em nossa representatividade. Peço licença (e peço que não entendam que se trata de arrogância), para dizer que sou o defensor nº 1 do resgate da ABF. Esta profissão possui uma construção histórica que permeou nossa identidade e que precisa ser recuperada. A ABF foi o reduto da profissionalização da fisioterapia no Brasil. Hoje, com a queda da estrutura que a levou para o ostracismo, basta a necessária vontade coletiva para pagarmos esta dívida com o nosso passado. Não podemos e não devemos repetir o erro do passado e nos omitirmos frente a estruturas que estão aí postas para aplicarem o mesmo golpe que os “gestores” da ABF aplicaram durante décadas. Cuidado com as pseudo-entidades de classe que promovem eventos e não prestam contas, que usufruem divulgação privilegiada e gratuita em informativos de órgãos oficiais em função de se apresentarem travestidas de entidades representativas da nossa categoria, que não realizam eleição e após um período de vacância, ressurgem das cinzas com uma nova razão social (são na verdade uma Ltda) e o mesmo proprietário, discípulo e admirador das praticas zenildianas.

Estou Confuso. Não consigo mais distinguir terapia manual de osteopatia e/ou quiropraxia. A fisioterapia está um samba de crioulo doido. O ensino está por um lado, o campo de trabalho para outro e a pesquisa em outro. A Revista poderia puxar uma discussão sobre este tema. Paradigmas da Fisioterapia. Calma! Vamos lhe ajudar. Caro leitor que esqueceu até de se identificar, aceitamos a sua sugestão e em nosso próximo exemplar começaremos um artigo que vai “dissecar”, todas as técnicas comumente usadas por nós fisioterapeutas, mas por enquanto, segue uma luz para sua dúvida. As terapias manuais se dividem em técnicas musculares e técnicas articulares. As musculares desenvolvem trabalhos respiratórios associados a alongamentos de cadeias musculares (RPG, Cadeias de Leopold Busquet e Isostreching, por ex.). Já as articulares visam ordenar os segmentos corporais via manipulação de articulações, ou seja, através do desempenho manual do terapeuta o “desvio” articular é corrigido (osteopatia, maitland, manipulação vertebral, entre outras.). Recomendamos leitura de literatura específica e não perder os próximos exemplares da Revista Fisio&terapia que serão dedicados ao assunto e a você.


CARTAS. ENADE ENADE será aplicado em 13 áreas Agronomia, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional e Zootecnia. Essas são as áreas que participarão da primeira edição do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). De acordo com a Portaria Ministerial nº 1.606, publicada na semana passada, a prova será aplicada em novembro, para os alunos do primeiro e último ano. O objetivo do Enade, que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), é aferir o rendimento dos alunos em relação aos conteúdos programáticos e suas habilidades e

competências. Além da prova, será aplicado um questionário-pesquisa para levantar o perfil e a opinião dos estudantes. O exame será realizado por amostragem sempre que possível e constará no histórico escolar do estudante a sua participação ou, quando for o caso, a dispensa pelo MEC. O Inep constituirá a amostra dos participantes a partir da inscrição, na própria instituição de ensino superior, dos alunos habilitados a fazer a prova. Pós-graduação Lato Sensu Instituições devem cadastrar cursos de pós-graduação lato sensu As instituições de educação superior (IES) que oferecem pós-graduação latu sensu e aquelas instituições especialmente credenciadas para este

fim deverão cadastrar seus cursos junto ao Inep. O cadastramento, que começou ontem, 07, cumpre as determinações da portaria do Ministério da Educação n° 1.180, publicada no Diário Oficial do dia 7 de maio de 2004. O objetivo é levantar as informações para que a Comissão Especial de Acompanhamento e Verificação possa identificar se o funcionamento dos cursos latu sensu está adequado às condições estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Fonte dos dois artigos: Informativo INEP nº 42 ano 2 - 08 junho 2004

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CARTAS. Divergências de Tópicos do “Desafio Bizu” / Pág. 16 do nº43 (FEV/ MAR 2004) Caro Dr. Oston de Lacerda Mendes, o amigo deve estar lembrado que sou professor de Cinesiologia, Cinesioterapia e Anatomia e nesta condição não poderia ficar omisso quanto às respostas de alguns questionamentos do “Desafio Bizu” as quais, a meu ver estão equivocadas. Das perguntas relacionadas à Anatomia e Fisiologia, por exemplo, a de nº 9: “O músculo que faz a abdução horizontal do ombro é” a resposta correta é a letra “C - Deltoide” (fibras acromiais e posteriores) e não a letra “A - Grande Peitoral”, a não ser que o indivíduo esteja em D.D. e iniciando o movimento de abdução a partir do “PLANO SAGITAL” até chegar ao “PLANO FRONTAL OU CORONAL” (em contração excêntrica). Pode ter havido um erro de digitação acrescentando a letra “B” ao enunciado do referido questionamento. Na parte referente a Cinesiologia e Cinesioterapia a discordância se fixa na pergunta de nº 7: “o exercício no método De Lorme fortalece”; uma vez que todas as opções dadas são corretas, pois nessa técnica se emprega uma resistência progressiva (para qualquer músculo), após ser determinada a sua RM (repetição máxima). No entanto se no questionamento houvesse o acréscimo de: “com o sapato de De Lorme”, das opções listadas, aí sim, caberia a resposta “D - Quadríceps”. No que tange à pergunta de nº 8: “Na marcha ceifante do hemiplégico o grupo muscular com déficit motor maior é”: cabem algumas considerações baseadas na biomecânica e nas reações que os sequelados de AVE apresentam, e assim sendo, na análise da “marcha ceifante” deduzse que ela decorre da presença do 14

padrão patológico extensor predominante e que se exacerba até no início do movimento de dorsoflexão de pododatilos e pé, como também de flexão de joelho e de coxa. Em conseqüência dessa condição haverá impossibilidade de o paciente deslocar anteriormente seu membro inferior comprometido no “PLANO SAGITAL”, pois as extremidades distais do pé e pododátilos fixamse ao solo, conseqüentemente, dos músculos colocados como opcionais na resposta, só um deles participaria na dorso-flexão o Fibular Terceiro (opção “D”). A opção dada como certa a letra “A - Médio Glúteo” não é muito correta, uma vez que nesses pacientes não estará presente o “sinal de Trendelenburg” (queda da pelve do lado oposto ao ser dado apoio no lado comprometido), pois é a presença do sinal de Trendelenburg o fator determinante para diagnosticar comprometimento do Médio Glúteo. Gostaria que as colegas autoras do “Teste Seus Conhecimentos” compreendessem as minhas divergências. Aproveito para agradecer o canal aberto através do site e externo a minha grande admiração ao Dr. Oston pela criação da “Revista Fisio&terapia”, bem como, sendo seu Diretor Editor mantendo-a com a linha de independência que a torna inconfundível. Atenciosamente, Dr. Afranio da Silva Barreiros afranio@globosat.com.br Mancada Minha. Querido Prof. Afranio que saudade! Fiquei muito feliz em receber seu e-mail. Professor no primeiro caso da pergunta 9, o erro foi meu, o livro está correto, mas eu na hora de digitar a resposta coloquei a letra errada. Grande mancada e peço desculpas ao senhor e principalmente aos leitores aos quais eu deixei confusos.

Parece incrível, uma edição antes de sair passa por várias revisões com diferentes profissionais e mesmo assim ela, às vezes, sai com erros gravíssimos de português ou erros como este que realmente são também graves, afinal a gente se propõe a fazer o leitor exercitar o seu conhecimento, e por fim o coloca em dúvidas sobre o que ele sabe ou não. Realmente um erro lastimável de minha parte que será retratado na próxima edição graças a sua ajuda. Obrigado. Já sobre as outras perguntas, estas o “abacaxi” são das autoras. No mais um grande abraço do seu discípulo e admirador. Dr. Oston de Lacerda Mendes Novos CREFITO’s 11 e 12. Caro Dr. Euclides Poubel, soube que acabam de ser editadas mais duas Resoluções do COFFITO criando o Crefito 11 (Goiás e DF) e Crefito 12 (Maranhão, Pará, Amapá, Tocantins, Amazonas e Roraima). Gostaria de saber se estas informações procedem? Atenciosamente. Dr. Oston Mendes. Novos CREFITO’s 11 e 12. Prezado Oston, ...Com relação aos Crefitos novos tenho a lhe dizer que medidas contundentes já foram adotadas. Esta nova tentativa não pode prosperar se vivemos em um país legalmente organizado e democrático. As autoridades competentes certamente tratarão este assunto utilizando a dose ideal (tratamento eficaz), capaz de extirpar por completo qualquer tentativa infundada e ilegal de manipular órgãos, pessoas e situações... Grande abraço. Dr. Euclides Poubel


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ENTREVISTA COM DRA. CLARICE BALDOTTO.

Entrevistada Por: Dr. Oston Mendes

Revista Fisio&terapia - De onde você é? Dra. Clarice Baldotto - De Alegre, cidade do Espírito Santo. F&T - Você se formou onde? CB - Universidade Católica de Petrópolis. F&T - Em que ano? CB - 1976. F&T - O que te levou a estudar fisioterapia? CB - Tratar da minha irmã Lucília, mais nova do que eu oito anos, que ao nascer, sofreu anóxia cerebral ficando com seqüela neurológica. Minha família veio para o Rio de Janeiro para procurar tratamento adequado para ela. Eu questionava o tratamento que era realizado e não encontrando respostas que me satisfizessem, mas ainda assim acreditando que haveria outras opções, decidi fazer o curso de fisioterapia. F&T - Além da Graduação você fez Pós, Mestrado, Doutorado? CB - Em 1999 iniciei o Mestrado em Educação que tive de interromper antes de apresentar a dissertação. Em 2002 concluí o curso de

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especialização em Acupuntura. F&T - Ao se formar você foi direto trabalhar atendendo pacientes ou como docente? CB - No último ano de faculdade fui monitora da disciplina de Supervisão de Estágio no Hospital da Casa da Providência, em Petrópolis, e antes de me formar montei o serviço de Fisioterapia e atuei como Fisioterapeuta no Sanatório Infantil São Miguel. Isto devo à confiança e ao convite da Dra. Jaciléia Imbroise, de Petrópolis. Só comecei a atuar como docente no início de 1977. F&T - Quando você era aluna participou de movimentos políticos, foi representante de turma, classe, Entidades acadêmicas ou coisa parecida? CB - De 74 a 76 ainda estávamos sob um regime militar de exceção. Nesta época o centro estudantil da UCP tinha apenas uma expressão social e recreativa, fruto, talvez, da brutal repressão que se abatera sobre o meio estudantil nos anos anteriores, inviabilizando o debate político e a manifestação livre de opinião nas universidades e esta atmosfera não era propícia para os movimentos reivindicatórios.

F&T - E depois de formada? CB - Como ingressei no magistério logo em seguida à minha formatura, comecei a participar das reuniões do sindicato dos professores. F&T - Você ainda trabalha dando aula? CB - No momento, não. F&T - Você deu aula em outras instituições? CB - Sim, de 2001 a 2003 na Universidade Nova Iguaçu - Campus V - em Itaperuna. F & T - Vo c ê t i n h a a l g u m a preocupação em relação ao ensino de Fisioterapia na época em que exercia o magistério? CB - Sim, em relação à qualidade do ensino de Fisioterapia, com o aumento do número de Cursos de Fisioterapia e o número de vagas nos mesmos. As diretrizes da Política Educacional da época apontavam para a situação que estamos observando agora. A propósito, minha pesquisa para a dissertação de mestrado investigava o motivo da expansão dos cursos e do número de vagas.


F&T - De onde surgiu à idéia da criação da ABENFISIO? CB - Os problemas inerentes ao aumento de cursos e vagas levavam a pensar na necessidade de se criar uma associação que defendesse o ensino de Fisioterapia. Em Outubro de 1999 houve o Congresso Internacional de Fisioterapia e o I Fórum de Docentes em Salvador. Neste Fórum, com a presença de Fisioterapeutas renomados, foi discutida a criação da Associação e foi votado o nome da mesma. Desta época até abril de 2001, ano da sua fundação, suas atividades restringiram-se à agremiação virtual dos participantes, através de uma webpage informativa, coordenada pela Dra. Denise Ricieri, para divulgar idéias e incentivar a reflexão sobre aquela que ainda viria a ser a Associação. É bom esclarecer que ABENFISIO só não foi fundada nesta época porque não houve nem a aprovação de um Estatuto, nem tampouco a eleição de uma Diretoria.

Continuamos a trabalhar pela Associação no II Fórum de Docentes em Fortaleza. O III Fórum, em João Pessoa, discutiu o modelo de estatuto, somente aprovado em Santos por ocasião do IV Fórum, que aconteceu em Abril de 2001. Neste mesmo Fórum, foi eleita por aclamação a primeira diretoria da ABENFISIO e assim ela foi fundada em 05 de abril de 2001. O V Fórum foi sediado em Santa Cruz do Sul/RS, nas instalações da UNISC onde ocorreu a 1ª revisão do estatuto. A ABENFISIO foi finalmente registrada, passando a existir como Pessoa Jurídica, em abril de 2002. F&T - Hoje a ABENFISIO está representada em quantos Estados? CB - Atualmente a ABENFISIO possui associados em 22 Estados, vinculados diretamente a uma Coordenação Nacional, sendo necessária à efetiva criação de seções estaduais para estimular

o crescimento e descentralizar as funções. F&T - Então já fica um convite para aqueles que quiserem procurar a ABENFISIO para criar a Seção Estadual? CB - Os Fisioterapeutas interessados, docentes ou não, devem procurar o Delegado da ABENFISIO do seu Estado para promoverem os Fóruns Estaduais respectivos e elegerem uma Coordenação de Seção. Os nomes dos representantes Estaduais podem ser encontrados no site: www.abenfisio.com.br F&T – Por que ocorrem dois Fóruns Nacionais por ano. Estes já têm data certa? CB - Ocorre assim porque as seções estaduais ainda estão não foram implantadas e os Fóruns Nacionais tem se apresentado como um meio eficiente que preenche a função de divulgar a Associação, agremiando profissionais para integrar as futuras seções estaduais. Assim

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que as Seções Estaduais estiverem devidamente implementadas e em funcionamento, acreditamos ser suficiente a execução de um Fórum Estadual e um Fórum Nacional por ano. Por outro lado, o intercâmbio de conhecimentos e experiências que são promovidos nos encontros nacionais permitem a veiculação, discussão e produção de documentos e manifestos, representativos dos interesses e opiniões da categoria. Atualmente os Fóruns Nacionais são semestrais, acontecendo geralmente nos meses de Abril e Novembro. F&T - Qual era o seu sonho quando você criou a ABENFISIO. O que a ABENFISIO já conseguiu fazer até o dado momento no X Fórum. CB - A ABENFISIO não foi criada somente por mim e sim por um grupo de fisioterapeutas idealistas, tanto pelos presentes no I Fórum na Bahia quanto por todos os que continuaram a participar dos Fóruns subseqüentes até a efetiva criação da Associação no IV Fórum. O panorama atual mostra um crescimento linear na mobilização dos fisioterapeutas docentes, o que tem ampliado a nossa representatividade e se reflete nos contatos que mantemos com o Ministério da Saúde, da Educação, e com outras Associações de Ensino, da área da Saúde, como a ABEM, a ABENO e a ABEn. A ABENFISIO possui ações muitas bem sucedidas em sua curta história,

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na representação dos interesses do ensino em Fisioterapia: defendendo a manutenção de uma carga horária mínima de 4500 h. para os Cursos de Graduação e junto com as outras Associações de Ensino e com a Executiva Nacional dos Estudantes de Fisioterapia, posicionando-se contra a abertura indiscriminada de cursos da área de saúde e do número de vagas, apoiando as iniciativas de avaliação da qualidade dos cursos e a formação dos fisioterapeutas e pleiteando a implantação de residência multidisciplinar perante a SEsu/INEP e o Ministério da Saúde. Aproveitamos o ensejo para elogiar o Departamento de Gestão da Educação na Saúde - DEGES/MS – Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde-SGTES/ MS que têm desenvolvido um excelente trabalho com relação às profissões da área da Saúde e têm nos reconhecido e apoiado. Cabe ressaltar que a ABENFISIO possui uma página na internet, www.abenfisio.com.br, que exibe a produção dos Fóruns, notícias do interesse do ensino em fisioterapia e que está à disposição dos associados para divulgarem seus artigos e trabalhos, que também poderão ser publicados no espaço gentilmente cedido pela Revista Fisio&terapia. F&T - O que te deixaria muito feliz se acontecesse com a ABENFISIO? CB - Que o nome ABENFISIO,

quando pronunciado junto às instâncias superiores, políticas e pedagógicas do ensino brasileiro, representasse a voz e o peso dos milhares de profissionais envolvidos com a formação profissional do fisioterapeuta e com o ensino da Fisioterapia. Este é o compromisso e o futuro da nossa ABENFISIO, sendo necessário, para tal, que os fisioterapeutas e professores percebam a importância da associação, passando a participar dela e confiando nos seus propósitos. F&T - Quem pode se associar a ABENFISIO e qual é o procedimento para a inscrição? CB - Podem se associar os fisioterapeutas, docentes e não docentes. A inscrição pode ser solicitada aos representantes das Seções Estaduais ou diretamente a ABENFISIO Nacional pelo do e-mail abenfisio@attglobal.net e Site: www.abenfisio.com.br


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FONOFORESE. Relato de caso da aplicação de fonoforese na utilização de Gel Salonpas (Salicilato de Metila), quanto a sua eficácia na utilização terapêutica em fisioterapia. RESUMO O objetivo desse estudo foi verificar a eficácia da utilização de Gel Salonpas (Salicilato de Metila) na aplicação da fonoforese, quanto à atenuação das ondas sonoras do Ultra-som, como sua permeabilização transdérmica pela ação do mesmo, agindo de forma analgésica e coadjuvante na diminuição de edema. Foi aplicado em senhora idosa de 71 anos com diagnóstico médico de Lombociatalgia, onde apresentava quadro clínico de dores subjacentes e formação de edema em MIE. Constatou-se que a incidência da dor lombar se dava pela dor e edema em MIE onde foi realizado o trabalho do ultra-som, associado ao Gel Salonpas (Salicilato de Metila), fonoforese. Sendo constato após realização de 10 sessões a diminuição do quadro álgico e edema. Palavras chaves: fonoforese, salicilato, salonpas. DESENVOLVIMENTO Segundo Parizotto (2002), desde que o potencial terapêutico da energia ultra-sônica foi sugerido por Wood & Loomis em 1927, os efeitos físicos e biológicos do ultra-som vêm

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Por: Rubem Diogenes Lugli Júnior e Dra. Fernanda Patrícia Borges Amaral.

sendo intensamente investigados. A primeira atuação identificada clinicamente como a técnica ultrasônica tipo fonoforese foi relatada por Fellinger & Schmidt. Também conhecido como Sonoforese ou ultrasonoforese, a técnica compreende na inclusão de um agente facilitador da penetração das ondas sonoras no tecido do corpo humano. O Ultra-som pode também ser usado na introdução de medicamentos para absorção no tecido. Esse procedimento é utilizado para administrar medicamentos sem a dor e desconforto obtidos em métodos invasivos (injeções). Este método é normalmente aplicado com a utilização de antiinflamatórios, como corticóides, anestésicos, S A L I C I L AT O S , e o u t r o s . (OZIOMEK,1991). A vantagem de introduzir esses medicamentos no corpo por fonoforese, e não por injeção, é que a droga é espalhada sobre uma área maior e de forma localizada. A medicação que penetra nos tecidos dessa forma não passa pelo fígado; portanto, diminui a eliminação metabólica de substâncias. (STARKEY, 2001) Medicamentos introduzidos transdermicamente só podem ser absorvidos pelos tecidos subcutâneos viáveis, depois passar pela barreira enzimática da epiderme e do estrato córneo, a barreira que limita a taxa de difusão. Essa camada de pele determina a velocidade e a quantia de medicamento que

é transmitida para tecidos mais profundos. (Tabela 1-1). Com isso em mente, talvez os elementos mais importantes na determinação do sucesso do tratamento sejam o tipo e a consistência da pele que cobre a área a ser tratada. (STARKEY, 2001). Parizotto (2002), afirma que os mecanismos que podem intensificar a absorção de drogas através da pele são numerosos. Acredita-se que o mecanismo que envolve a deposição da droga é o fenômeno da cavitação, que resulta na formação de microbolhas gasosas na camada externa da pele (estrato córneo) que podem se romper violentamente e permitir a passagem da droga. Considerando esse fato, é possível que haja desorganização da região lipídica na camada córnea, o que pode aumentar sua permeabilidade. A profundidade na qual se pode fazer com que as drogas penetrem é uma questão particularmente incerta. (LOW, 2001). Já de acordo com Starkey (2001), algumas substâncias podem atravessar as barreiras da pele apenas massageando-as dentro da pele (por exemplo, loções medicamentosas). Saad e Atlas (1995) citam os estudos de Davick e Ozimek o qual sugerem o efeito térmico do ultra-som alteração no extrato córneo da pele Os autores ainda citam estudos de Dyson sobre o efeito de micromassagem tecidual como produtor de mudanças na estrutura e função da membrana


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Fonte: Adaptado de Byl (Starkey, 2001) – Tabela 1-1

celular, alterando a permeabilidade da mesma. Entretanto, para Starkey (2001), algumas substâncias podem atingir tecidos em profundidades de 6cm com ajuda de ultra-som. Dentre os efeitos não térmico que melhoram a difusão pelas membranas, podemos citar a alteração do potencial de repouso da célula, a mudança da permeabilidade de moléculas ionizadas e não ionizadas e a elevação da permeabilidade da membrana celular. Em alguns desses estudos, freqüências ultra-sônicas mais baixas do que as empregadas costumeiramente, de 0,33 ou 0,25 MHZ, se mostraram mais efetivas. De fato, conclui-se que freqüências mais baixas levam maior penetração. É preciso compreender que a penetração mais profunda não infere necessariamente em maior efetividade. Se os efeitos terapêuticos devem ocorrer na derme e na epiderme, como o efeito anestésico cutâneo da lignocaína, seria de esperar que freqüências mais altas fossem um sistema de emissão mais efetivo, já que a energia ultra-sonora é amplamente

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absorvida nos tecidos superficiais. O que ocorre é que o ultra-som de 1,5 3 MHz parece ser mais efetivo para causar absorção de anestésicos locais do que de 0,75 MHz. Numerosas drogas esteróides podem ser aplicadas por fonoforese, assim como muitas drogas antiinflamatórias não-esteróides, principalmente SALICILATO. (LOW, 2001). Salicilatos são da família dos compostos que incluem aspirina (ácido acetilsalicílico) e drogas, com efeito, similar aos da aspirina. Em geral os salicilatos evocam um número de efeitos farmacológicos, incluindo analgesia, e controle da inflamação. Acredita-se que estes efeitos são devidos ao bloqueio da produção de prostaglandina. (Ciccone, 1991) Porém, os resultados de estudos indicam que não pode ser mensurada a absorção de Salicilato após a aplicação tópica com ou sem a ação do ultra-som. (OZIOMEK, 1991). O uso de fármacos antiinflamatórios no tratamento de lesões do sistema musculo-esquelético de forma tópica também é bastante comum nesse tipo de processo. Fyfe e Fyfe & Chahl,

citadas no Parizotto, mostraram que e o edema foi reduzido em grupo de animais insonados imediatamente ou após o período inicial de 48 horas, sugerindo aceleração da resolução ou redução da inflamação aguda. Para fonoforese, preconiza-se o regime contínuo em razão da otimização do tempo de interação do ultra-som com a droga e o tecido. Estando o ultra-som diretamente relacionado a fonoforese, Saad & Atlas concluíram que havia evidências suficientes para que a fonoforese continuasse sendo usada em fisioterapia no aparelho musculo-esquelético, embora outros estudos tenham opiniões contrárias. (Parizotto, 2002). MATERIAIS E MÉTODOS Primeiramente foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o assunto com o intuito de conhecer mais sobre a patologia e o método aplicado. O próximo passo foi à eleição da paciente de acordo com o quadro clínico apresentado. A eleita foi I.L., 71 anos, aposentada, que atuava como faxineira, e apresentava dor e edema em terço médio lateral de MIE em região de Tensor da fáscia lata. A pesquisa foi realizada na cidade de São Paulo, na Clínica de Fisioterapia da Uniban, com frequência de dois dias semanais em sessões de 50 minutos completando um total de 10 sessões, num período de cinco


semanas, tendo início dia 05/02/2004 e término dia 11/03/2004. Foi utilizada uma ESCALA ANALÓGICA DA DOR, de Scott e Huskisson, 1976 onde a paciente graduava a dor de 0 à 10 antes e pós aplicação do método, ilustrado em gráfico 1-2. A dor segundo Cyriax, citado em Sullivan (1993) foi classificada em Dor simultânea à resistência (sugestiva de um processo inflamatório subagudo) O edema segundo Fulano foi classificado ++/4 Foi utilizado equipamento K.L.D (Biosistemas Equipamento Eletrônicos Ltda.) ultra-som modelo AVATAR III (3 MHz) por 6 minutos a dose de 0,9 cm, numa área de 50cm em região supracitada, associado a Salonpas Gel (Salicilato de Metila 15g, e Mentol 7g numa proporção de 100g) – Analgésico Tópico, e gel condutor próprio para aplicação de ultra-som. Foi recebido um Relatório de Ensaio proveniente da K.L.D com a conclusão de um ensaio

de natureza prática, realizado na utilização do equipamento associado ao Gel Salonpas onde ficou atestado que, o produto não trouxe qualquer alteração quanto ao funcionamento do equipamento, nem quanto ao eventual bloqueio da transmissão do ultra-som, onde foi, portanto de alto índice. Gráfico 2 RESULTADOS. A paciente referiu melhora no quadro álgico logo após o término da primeira aplicação, apresentando uma constante melhora no decorrer das sessões. Somente na primeira sessão foi constatado leve hiperemia local após aplicação, onde o tempo excedeu a 9 minutos, porém tal fato não mais se repetiu até o término do tratamento, e o tempo de aplicação foi reduzido para 6 minutos. Porém, tal fato pode

ter ocorrido tanto pela ação do Salicilato de Metila e Mentol, tanto pelos efeitos do ultra-som, onde a hiperemia na zona capilar e précapilar por vasodilatação arterial atribue-se, em parte, diretamente à excitação dos plexos vasculares. (Meirelles e Guimarães, 1998). O edema permaneceu presente até a quinta sessão onde de ++/4 apresentou-se como +/4, quase já não mais presente, onde na nona sessão já não era mais perceptível à palpação. A paciente apresentava-se muito bem, já não mais referindo dores lombares desde de a segunda sessão. Ao término das 10 sessões, a paciente praticamente não mais

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referia dor antes da aplicação (vide gráfico 1-2), e sempre referiu ausência de dor após as aplicações. O edema também não era mais presente. CONCLUSÃO. Embora fonoforese não esteja listada como um procedimento específico na maioria dos códigos médicos, aproximadamente 75% dos estudos de pesquisa revistos em realização de artigos dessa referência, indicam no mínimo algum grau de efetividade na utilização do U.S associado a alguma droga de uso tópico. (Byl,1995). Os resultados terapêuticos, da utilização do Gel Salonpas Mentol (Salicilato de Metila – analgésico Tópico) na fonoforese, no ponto de vista clínico, foram bastante satisfatórios, baseados tanto em informações colhidas pela paciente, quanto ao quadro álgico como analgésico, quanto à diminuição do edema à palpação. Neste trabalho não foram avaliados os efeitos da aplicação tópica isolada de Salicilato de Metila,

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portanto foi impossível comparar à aplicação dessa droga com a fonoforese. O principal motivo é que o tratamento realizado na pesquisa não fornece bases confiáveis que possibilitam dosar a droga localmente possivelmente absorvida, sendo apenas utilizado dados clínicos e observações indiretas. Sugerimos a todos os autores de futuros trabalhos referenciados, que dêem a devida atenção aos conceitos metodológicos na elaboração de pesquisas com o uso da fonoforese. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.

1. Byl, N.N. The use of ultrasound as an enhancer for trancutaneous drug delivery: phonophoresis. Phys. Ther., V.75, n.6, 1995, p. 539551. 2. Ciccone, C.D., Leggin B.G., Callamaro J.J. Effects of ultrasound ans trolamine salicylate phonophoresis on delayedonset muscle sorenes. Phys. Ther., V.71, n.9, 1991, p. 666-674. 3. Oziomek, R.S., Perrin, D.H., Herold, D.A., Denegar, C.R. Effect of phonophoresis en serum salicylate

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ENTORSE DE TORNOZELO. Por: Dr. Alexandre R. Alcaide, Dr. Paulo Edson Petrecca Jr.

PROPOSTA CINESIOTERAPÊUTICA PREVENTIVA PARA ENTORSE DE TORNOZELO POR INVERSÃO EM ATLETAS PROFISSIONAIS DE FUTEBOL. INTRODUÇÃO. Após a constatação do alto índice de lesões no futebol, dentre as principais as entorses de tornozelo ,11,12,15,16,25,26,29,30,37 dados estatísticos comprovam que esse tipo de lesão ocorre não só por contato físico, mas principalmente por programas de treinamentos inadequados e exaustivos sob os quais os atletas são submetidos, sem uma avaliação prévia de suas habilidades e limitações.7 Na busca de minimizar esse quadro surge uma proposta cinesioterapêutica preventiva englobado dentro de uma periodização de treinamento, visando colocar o atleta dentro de uma especificidade de treinamento, atuando nos princípios de supercompensação podendo então expor o atleta a uma sobrecarga maior e preservando sua individualidade biológica, sendo conduzido com base em princípios científicos, estimulando modificações funcionais e morfológicas no organismo, influindo significantemente na capacidade de rendimento do atleta.6,38,39 RESUMO. Mediante revisão bibliográfica científica, com embasamento na anatomia e biomecânica do tornozelo indicando o ligamento talofibular anterior (LTFA) sendo o mais lesionado 4,5,21,33,37 pelo mecanismo principal de inversão com ligeira flexão plantar,1,4,11,13,14,21 propõe-se a importância do programa cinesioterapêutico preventivo, ainda negligenciado no futebol,8,19 através de exercícios que englobam alongamento muscular, fortalecimento muscular e proprioceptivos adequados interagindo no ambiente de trabalho, além de orientação quanto ao uso de suportes de apoio e calçado

apropriado promovendo maior estabilidade à articulação envolvida, objetivando diminuir o índice das entorses de tornozelo.7 A ENTORSE DE TORNOZELO POR INVERSÃO. Essas entorses são muitas vezes subestimadas quando em grau leve, já que mesmo com dor e instabilidade o atleta não se afasta dos jogos e treinamentos se expondo ainda mais; não recebendo o tratamento adequado pode levar a seqüelas como instabilidade articular, edemas crônicos e recidivas freqüentes ocasionando possível inaptidão futura.28,37 Incidência. A alta incidência das entorses de tornozelo no futebol resulta da quebra de um movimento mediante ao papel que este desempenha como pivô na ação de correr e na necessidade de ser estável para exercer base de apoio das extremidades inferiores para correr, saltar e brecar o movimento.20 Etiologia. A combinação de velocidade e inércia, em terrenos irregulares como o campo, faz predominar as entorses de tornozelo em atletas de futebol, quando observadas em movimentos de inversão e ligeira flexão plantar. 14 Embora haja um contato físico constante entre os atletas durante o jogo, as entorses laterais, na maioria dos atletas, ocorrem de forma indireta (65%) o que comprova que com um treinamento físico mais adequado e a atuação preventiva diante das estatísticas apresentadas, há uma tendência de diminuir esse índice de lesões.25 Os principais fatores de risco são: Fatores intrínsecos: a) Dano prévio: lesões mal tratadas que podem levar a frouxidão ligamentar e déficit proprioceptivo, com conseqüente diminuição da força muscular levando a recidivas; b) Instabilidade: aumenta o risco de lesão em atletas com instabilidade patológica persistente; c) Desequilíbrio de força muscular: medido pela relação da inversão elevada sobre a eversão, ou da

flexão plantar sobre uma dorsiflexão, pela maior potência da cadeia muscular posterior da perna sobre a anterior, determinando desequilíbrio; d) Flexibilidade diminuída ou tensão do músculo: musculatura pobre em alongamento gera tensão, e associado à deficiência de habilidade motora nos movimentos do futebol predispõe a possíveis danos pelo tempo de reação especialmente longo.7,35 Fatores extrínsecos: a) Carga, intensidade e nível de treinamento: quando um destes itens é aplicado ao atleta acima do que ele pode suportar, não respeitando seu limite biológico, torna-o susceptível à lesão; b) Calçado: relação chuteira-superfície – chuteiras de trava alta (alumínio) usadas em gramados secos ou baixos, assim como chuteiras de trava baixa (borracha) em campos de grama alta, combinados com fatores de tempo e temperatura (chuva), aumentam a instabilidade e diminuem o equilíbrio do atleta.7,23 PROPOSTA CINESIOTERAPÊUTICA PREVENTIVA. No mundo dos esportes competitivos, às vezes é impossível evitar danos; muito dinheiro é gasto no tratamento das lesões, porém, a prevenção é freqüentemente negligenciada. A realização de um trabalho preventivo tem importância em ajustar o atleta à prática e competição do futebol; através de avaliações físicas, funcionais e orgânicas, no período da prétemporada é possível elaborar um programa preventivo em cima das deficiências apresentadas pelo atleta, proporcionando-o um melhor desempenho e minimizando o índice de lesão.31 As ações preventivas ideais para as entorses de tornozelo consistem em condicionamento muscular adequado, propriocepção, uso de suportes para tornozelo como bandagem funcional e tornozeleiras, além da orientação quanto à utilização do calçado mais apropriado.3 Alongamento Muscular: Na articulação do tornozelo, deve-se www.novafisio.com.br 27


saber graduar o alongamento, dosar quando o objetivo for manutenção do músculo evitando encurtamento em relação ao que visa ganho de flexibilidade; músculos com pequena capacidade de alongamento têm força menor não contribuindo para o aumento da tolerância à carga e tensões impostas sob a articulação; em contrapartida, muita flexibilidade nessa articulação pode ser prejudicial p a ra as estr utur as músculo articulares causando um maior desequilíbrio num eixo impróprio ficando suscetível a prováveis lesões, visto que o ligamento possuir fibras colágenas pouco organizadas e sua capacidade de suportar um alongamento sem se romper é de 10% do seu alongamento.2,38 Dentre os vários modos de se alongar o músculo o mais sugerido é o estático (fotos 1 e 2) pois proporciona relaxamento voluntário completo do músculo, ou passivamente (foto 3) com o mesmo objetivo com a vantagem de evitar a excitação do fuso muscular.2,18 Fortalecimento muscular: Um treinamento de fortalecimento muscular bem planejado e executado de forma consistente produz grandes benefícios ao atleta já que o músculo age diretamente na articulação promovendo um maior equilíbrio dinâmico, tendo capacidade de resistir a maiores tensões direcionadas à articulação envolvida, melhorando assim seu desempenho esportivo. 38 A forma rápida e dinâmica, com quedas e choques, piques e trotes, durante cerca de noventa minutos, como é praticado o futebol, tornase imprescindível que todos os grupos musculares interajam em harmonia de forma homogênea. Porém o grupo muscular anterior da perna é negligenciado num programa de treinamento causando assim um desequilíbrio muscular já que a cadeia posterior é mais potente. Deve-se buscar equilibrar ao máximo entre esses grupos musculares, oferecendo maior estabilidade aos antagonistas dos 28

inversores e flexores plantares.18,37 Os exercícios propostos são todos em isotonia, em cadeia cinética fechada, evidenciando de forma concêntrica o sóleo (foto 4), os gastrocnêmios de forma concêntrica (foto 5) e o tibial anterior de forma excêntrica (foto 6). As fotos 7, 8 e 9 evidenciam também os gastrocnêmios podendo evidenciar mais a cabeça lateral ou a medial na variação do exercício afastando os calcanhares ou aproximando os dedos. As fotos 10, 11 e 12 mostram, respectivamente, fortalecimento em cadeia cinética aberta de forma isométrica ou isotônica dos músculos inversores, eversores e dorsiflexores do tornozelo com resistência (Theraband). Propriocepção. Ativando a sensibilidade dos receptores, fusos musculares, tendões, ligamentos, articulação e cápsula, é possível com o treinamento proprioceptivo preventivo estimular a consciência sinestésica de movimentos específicos, tornando os músculos, tendões e ligamentos interagidos à articulação possibilitando a percepção da mudança e posição da articulação além de discriminar a posição e os movimentos articulares, direção, amplitude, velocidade e tensão relativa sobre os tendões, diminuindo assim o déficit proprioceptivo e o índice de lesões.18,26,33 No balancin (fotos 13 e 14), o atleta é induzido a desequi-líbrios sendo estimulado a adquirir melhor estabili-dade à articulação, podendo utilizar a bola aumentando o grau de dificuldade ou em movimentos

simples como a retirado do pé ou fazendo círculos. Na cama elástica os exercícios visam deslocamentos e transferências de peso (fotos 15 e 16). Outros exercícios propostos unem propriocepção com fortalecimento, realizados na caixa de areia que oferece terreno irregular, podese objetivar também agilidade e coordenação em deslocamentos laterais, costas e frontal entre os cones (fotos 17,18, 19, 20 e 21) Com a utilização de uma resistência como o elástico, pode-se requisitar ainda mais o fortalecimento muscular, enfatizando todos os grupos musculares dos membros inferiores (fotos 22, 23 e 24), podendo utilizar a bola incentivando ou aumentando o grau de exigência do exercício (fotos 25 e 26) Orientações. *Bandagem Funcional e Tornozeleiras. Vários tipos de suportes para tornozelo que incluem tornozeleiras e técnicas de bandagem funcional têm sido desenvolvidos, com objetivo primário de restringir o excesso de movimento articular promovendo um maior equilíbrio dinâmico.24 As bandagens restauram ou corrigem exigências mecânicas, funcional ou patológica, sem diminuir o estímulo proprioceptivo ou impedir o movimento.9 Ela potencializa a estabilidade passiva, articular e neuromotora reflexa, m a n t e n d o


ativa a função muscular de controle da cinética articular. A força estabilizadora ativa conserva de forma completa o movimento fisiológico articular que se incrementa pela ação exteroceptiva da bandagem.22 No mesmo sentido, as tornozeleiras ativam precocemente e efetivamente a musculatura periarticular, estabilizando e diminuindo a oscilação do m o v i m e n t o articular, promovendo maior estabilidade. 17,34 Sua utilização torna-se freqüente no futebol, pelo fácil manuseio, manutenção e custo, sendo comprovado sua relevância clínica na prevenção das entorses de tornozelo e eficácia no controle do equilíbrio durante o movimento de inversão.17 *Chuteira. Atletas que usam chuteiras de trava baixa apresentam um número significativamente menor de lesões no tornozelo, comparado aos que usam chuteiras de trava alta, pelo fato das chuteiras de trava baixa possuírem 13 apoios com altura entre 6 a 7 mm, trazendo maior estabilidade ao atleta, diferentemente das de trava alta, que oferecem apenas 6 apoios com altura média de 1,5 cm gerando aumento da instabilidade na articulação. 32 A escolha adequada da chuteira é essencial se correlacionada com as condições dos campos de futebol agirem sobre o atleta, especialmente no Brasil, onde a grande maioria dos gramados se encontram em condições regulares ou ruins, secos, duros e associados muitas vezes a fatores externos como chuvas, tornando a superfície mais deslizante, promovem instabilidade

e diminuem o equilíbrio do atleta levando à lesão.7 DISCUSSÃO. O futebol é o esporte de competição responsável pelo maior número de lesões desportivas do mundo. Estas lesões prevalecem em membros inferiores, com índice de 86%25 e 72,2%12 de todas as lesões. A entorse de tornozelo com índice de 13,6% ocupa o terceiro lugar após as lesões musculares (31,9%) e entorses do joelho (22%)15,16,25,27,30 Outros pesquisadores colocam a entorse de tornozelo em segundo lugar com 21% das lesões.11,12,29,36 Os movimentos associados de inversão com ligeira flexão plantar, formam o mecanismo de lesão mais comum dessas entorses do tornozelo, sendo responsáveis em média de 80 a 90% dos casos.1,4,13,14,21 Quanto à forma direta ou indireta de lesão, no futebol o mecanismo indireto de lesão se sobrepõe ao direto com 65% dos casos.12,25 O ligamento mais atingido é o LTFA por ser mais vulnerável ao movimento de inversão forçada1,21,33,36 seguido do LCF e LTFP, este último só em entorses mais severas.4,14 A prevalência quanto ao grau mostra que 70% ocorrem em grau I, 28,4% em grau II.10 Os atletas retornam à prática esportiva: 49% em até sete dias, 46% entre sete e trinta dias e 5% após trinta dias devido a cirurgia em grau III.12 CONCLUSÃO. É de grande valia e importância o desenvolvimento de um programa de proposta preventiva que aborde um adequado alongamento e fortalecimento muscular, ativação da consciência sinestésica com exercícios proprioceptivos, e orientações quanto à utilização de suportes para o tornozelo e chuteira ideal, pois são comprovados cientificamente na diminuição significativa do índice de lesões no futebol, em especial, as entorses de tornozelo por inversão, evitandose que o atleta se ausente dos treinamentos e jogos, melhorando seu desempenho e performance técnica e física.

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UROGINECOLOGIA. AS TÉCNICAS REEDUCATIVAS EM UROGINECOLOGIA. Continuando nossos artigos sobre REEDUCAÇÃO EM UROGINECOLOGIA, desta vez vamos abordar a Incontinência Urinária de Esforço Feminina. Primeiramente um artigo onde coloco meu ponto de vista sobre como tratar a IUE e após um artigo feito na clínica com 10 pacientes mostrando a eficácia e a importância da fisioterapia num problema que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro. Agradeço ao trabalho maravilhoso de conclusão de curso da Anna Carina, Daniele, Cláudia, Edine e Êdula. O trabalho foi realizado na minha clínica sob minha orientação e da Dr. Maristela Palma de Oliveira, mas tenho certeza que foram o esforço, dedicação dessas ex-alunas que contribuíram para o sucesso deste artigo. O entusiasmo delas nos contagiou e hoje tenho o prazer de vê-las no curso de Especialização do CBES. Imaginem o que elas não irão apresentar como conclusão da especialidade! E, por falar em Especialização em Uroginecologia, mais uma grande novidade, além de Curitiba, São Paulo e Porto Alegre, agora também em Belém. Início das aulas em Belém: 03 de julho Informações: 0800-6430046 ou pelo site www.cbesaude.com.br Maura Regina Seleme Reeducação da Incontinência Urinária Feminina. O tratamento de Reeducação das Incontinências Urinárias existe há mais de 20 anos e podemos dizer que baseado nas bibliografias mais antigas este tratamento gerou polêmicas e nem sempre foi muito aceito como um tratamento eficaz. Este tratamento era baseado mais

na eletroterapia e em técnicas visando somente à contração da musculatura perineal. Os tratamentos atuais de reeducação visam não somente a contração da musculatura perineal, mas também a sua eficácia no momento necessário, a reeducação dos hábitos urinários, o tratamento da constipação que é primordial para melhores resultados, além do trabalho global de toda a região lombo-pélvica-perineal utilizando técnicas posturais. A evolução das técnicas e o aprimoramento da fisioterapia na uroginecologia e a melhor compreensão das incontinências no mundo científico, fizeram que hoje a reeducação faça parte integrante no tratamento das incontinências urinárias. Várias bibliografias estão de acordo que a reeducação perineal pode ser proposta como o primeiro tratamento e que os resultados são mais eficazes quando não existe uma insuficiência esfincteriana importante. A incontinência urinária não coloca a saúde da mulher em risco mas, tem um efeito negativo na qualidade de vida causando constrangimento social. A perda de urina pode ser vivenciada de forma dramática de acordo com a cultura, a idade e o modo de vida da mulher, levando ao abandono de atividades esportivas, isolamento, medo de ter relações sexuais, medo de cheirar mal e até a depressão. A reeducação atual trabalha a incontinência urinária de forma global levando em consideração todas as queixas e sintomas apresentados durante o interrogatório e o exame clínico, que devem ser precisos para que o tipo de tratamento utilizado e seus resultados sejam satisfatórios e que o objetivo final seja atingido.

por: Dra. Maura Seleme

As principais técnicas e indicações da reeducação estão descritas abaixo de forma resumida e baseadas nas bibliografias atuais e no consenso mundial que preconiza a utilização de várias combinações terapêuticas para se obter melhores resultados. Nós descreveremos somente o tratamento da IUE, mas o tratamento de reeducação está indicado em todos os tipos de IU, pubalgias, constipações, algias perineais, flacidez perineal, flatos vaginais, dispareunia, vaginismo, pós-parto, etc; onde para cada patologia existe um tratamento reeducativo específico. Incontinência Urinária de Esforço As perdas ao esforço aparecem sem a percepção do desejo de urinar durante um esforço como tossir, rir, caminhar, correr, pular, etc. Elas aparecem essencialmente durante o dia e raramente durante o sono. As principais técnicas são: 1-Reeducação manual Técnica indispensável no tratamento da IUE. Ela é feita com o dedo maior e o indicador na musculatura dos elevadores do ânus e os objetivos principias são: estímulo proprioceptivo da musculatura perineal e reforço muscular. 2-Eletroterapia A reeducação terá como objetivo através da eletroestimulação provocar um estímulo proprioceptivo. Nós utilizamos principalmente um eletrodo vaginal e impulsões bifásicas compensadas simétricamente com uma rampa de instalação, isso nos permite obter um maior recrutamento espacial durante as contrações tetânicas. Os www.novafisio.com.br 31


parâmetros são: - largura de impulsão : 800 milisegundos (o mais próximo da cronaxia dos motoneurônios do nervo pudendo) - freqüência : abaixo de 30 Hz para as fibras lentas – em torno de 70 Hz para as fibras rápidas - tempo de repouso igual ao tempo de trabalho para as fibras lentas - tempo de repouso 3 vezes superior ao tempo de trabalho para as fibras rápidas - intensidade: máximo suportável que deve ser ajustada e aumentada regularmente durante a sessão. - duração: 10 a 15 minutos 3-Biofeedback. Técnica que utiliza um equipamento eletrônico que mostra, de maneira contínua e instantânea, a contração realizada pela paciente através de sinais auditivos e visuais. Consiste em aprender a ter um controle muscular, utilizando-o conscientemente. Os principais objetivos são modificar uma resposta inadaptada e a conscientização de uma contração correta em diversas situações. Ideal quando associado à e l e t r o t e r a p i a . Diversas formas de curvas são utilizadas de acordo com as fibras que queremos estimular, como na eletroterapia para as fibras do tipo I – lentas, o tempo de trabalho é igual ao tempo de repouso, para as fibras do tipo II – rápidas, o tempo de repouso é 2-3 vezes superior o tempo de trabalho. Duração: 10-15 minutos para as fibras lentas e 5-10 minutos para as fibras rápidas. Posição da paciente: inicialmente deitada em posição ginecológica, após sentada e para finalizar em pé nas diversas situações onde ocorre a perda de urina: tossir, correr, abaixar-se, subir escadas, etc. 4-Ginástica Hipopressiva. Técnica sistêmica de autoria do Dr. Marcel Caufriez que é doutor em fisioterapia na Bélgica e professor em várias universidades na Europa. A ginástica hipopressiva é uma 32

técnica sistêmica e que através do estímulo da musculatura acessória respiratória relaxa o diafragma, diminui a pressão intra-abdominal e reflexamente tonifica a musculatura abdominal e a musculatura do assoalho pélvico. A ginástica hipopressiva é hoje reconhecida internacionalmente e nacionalmente como uma das melhores técnicas para a tonificação do assoalho pélvico, mas através de sua ação sistêmica, várias patologias podem ser tratadas e, pelos seus inúmeros benefícios ela vem sendo amplamente utilizada pelo fisioterapeuta. Ela pode ser feita individualmente ou em grupos através de diversas posturas acessíveis e adaptativas para qualquer idade. Através da diminuição da pressão intraabdominal ocorre uma ação reguladora das tensões intrínsecas músculo-conjuntivas-aponeuróticas no corpo todo, portanto ela é utilizada em várias patologias e principalmente nas incontinências urinárias, algias perineais, flatos vaginais, constipação, problemas sexuais, alterações posturais, etc. Conclusão : Alguns princípios do tratamento de Reeducação das IU 1- A conscientização perineal é melhor e oferece melhores resultados quando usamos técnicas intracavitárias como: sondas, eletroterapia e trabalho manual através dos dedos do que simplesmente a orientação verbal 2- O biofeedback é hoje uma técnica indispensável no tratamento da IUE 3- A colaboração da paciente em realizar exercícios cotidianos na manutenção é fundamental para se obter resultados duradouros 4- As combinações terapêuticas com biofeedback, ginástica hipopressiva, exercícios posturais, trabalho manual associados a eletroestimulação oferecem resultados superiores do que somente a eletroestimulação 5- O tratamento varia entre 15 a 30 sessões de acordo com o grau de

IUE. 6- As sessões são individuais e a presença do fisioterapeuta durante toda a sessão é indispensável 7- Sessões de manutenção durante o ano com o fisioterapeuta e o trabalho cotidiano da paciente são fatores essenciais do sucesso do tratamento. 8- Todo tratamento de reeducação deve ser encaminhado pelo médico e toda infecção urinária deve ser dês cartada antes do início do tratamento. 9- Os resultados cirúrgicos são melhores quando a paciente faz 10 sessões de reeducação no préoperatório. 10- Cada tipo de IU terá um protocolo específico e cada paciente um tratamento diferenciado de acordo com o interrogatório e o exame clínico. 11- Terminar a reeducação em situações de esforço como tossir, abaixar-se, pular, é fundamental no tratamento da IUE. “O objetivo não é só um fortalecimento m u s c u l a r, m a s t a m b é m u m a reprogramação do sistema nervoso”. “A eficácia de uma contração não é só baseada na força muscular, mas na sua presença no momento exato. O f a t o r e s s e n c i a l é a p a c i e n t e ! ” Bibliografia: BUZELIN J.M. Incontinence urinaire de la femme. Quel bilan? Quel traitement? Ann.Urol.1998,32 nº2, DEVILLERS P.- MAUROY B.DEMETRIOU D.- AMETEPE B.BISERTE J. Kinésithérapie scientifique nº315 sept.1992. FALL M.- LINDSTROM S. Urologic clinics of north America , vol 8 nº2 mai 1991. MAROY B.- COSTAM- MOTTETN – BONNAL J. L. – STEFANIAK X. Traitement de l’incontinence urinaire de la femme – reeducation ou chirurugie? Ann. Urol. 1998, 32, nº 6-7, 337-348.


I.U.E

Por: Dra’s. Braga, D.; Heinrich, A.C.; Kitahara,E.K.; Kuniyoshi, C.T.; Silva, R.R.; Palma,M.; Seleme, M.

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO Resumo A seguinte pesquisa teve como objetivo agrupar pacientes do sexo feminino com diagnóstico de incontinência urinária de esforço, para realizar o tratamento fisioterapêutico. Metodologia: a amostra é do tipo probabilística (aleatória estratificada) foi composta de dez pacientes que se encaixavam nos critérios de inclusão, pré-determinados pelas pesquisadoras. As pacientes foram submetidas a uma avaliação inicial e final, sendo realizada através de questionário da qualidade de vida da mulher (handicap), questionário da incontinência urinária, exame postural, exame abdominal, exame da sensibilidade, Pad test, exame muscular manual do períneo, exame muscular através do computador. Durante o tratamento fisioterápico foram utilizadas as seguintes técnicas: orientações, trabalho manual, eletroestimulação e biofeedback intravaginal, ginástica hipopressiva e cones vaginais, com intuito de fortalecer a musculatura do assoalho pélvico e conseqüentemente diminuir o grau de incontinência urinária. Resultados Por meio da avaliação da força muscular do assoalho pélvico, pad test e questionário de qualidade de vida da mulher, constatouse que as técnicas empregadas, quando associadas, produzem efeitos satisfatórios. Fato este comprovado pelo handicap que nas avaliações iniciais variou entre 5 e 10 e na reavaliação variou entre 1

e 4, exame muscular do períneo pelo computador das fibras tônicas, que apresentou um aumento de 39, 62 % e as fibras fásicas apresentavam um aumento de 41%. Palavra-chave incontinência urinária de esforço, tratamento fisioterapêutico. Introdução Atualmente é indiscutível o importante papel da musculatura do assoalho pélvico na sustentação dos órgãos urogenitais, pois a debilidade desta musculatura pode acarretar a incontinência urinária. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os problemas urinários chegam a atingir 10% da população de um país sendo que 70% das afecções ocorrem em mulheres. A gravidez, a menopausa, a constipação, o fumo, as cirurgias no baixo ventre e certas ginásticas favorecem a debilidade da musculatura do assoalho pélvico. A incidência da incontinência urinária é grande, onde 1 em cada 4 mulheres na faixa de 30 a 54 anos experimentam pelo menos um episódio de perda de urina ao longo da vida (Universidade de Santo Amaro – UNISA). A incontinência urinária diminui a qualidade de vida da mulher. Sua vida social torna-se limitada, pois o uso diário de absorventes, o custo com medicamentos, a freqüência miccional aumentada, o odor característico da urina, as restrições de determinadas atividades físicas e as perdas de urina durante o ato sexual levam ao constrangimento e contribuem com a diminuição da auto-estima e conseqüentemente afastamento social. Baseado na entrevista da

Doutora Maura Seleme, na Revista Fisio&terapia, que nos explica o que é feito hoje no mundo em termos de reeducação uroginecológica e também no artigo do Doutor Lanttz, na Revista La Kinesitherapie Pratique, estabelecemos um protocolo de atendimento à pacientes portadores de incontinência urinária de esforço. Os objetivos desta pesquisa foram: Geral: avaliar a eficiência dos métodos utilizados. Específico: diminuir a perda de urina aos esforços; caracterizar os benefícios que o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico proporcionará no tratamento da I.U.E. Metodologia e Materiais A amostragem do tipo probabilística aleatória estratificada permitiu a realização do estudo fisioterapêutico em 10 mulheres, das quais duas desistiram por motivos desconhecidos, realizado na Clínica “Center Clin”, que preencheram os critérios de inclusão e exclusão e aceitaram participar do estudo assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Critérios de inclusão: aceitação do tratamento, bom estado de saúde, submeter-se à avaliação ginecológica pré e pós-tratamento, idade entre 30 a 70 anos, multíparas não atletas, exame de urina e preventivo ginecológico em dia, diagnóstico de I.U.E., caucasiana e manter higiene corporal. Critérios de exclusão: não aceitação do tratamento, não aceitação da avaliação ginecológica pré e pós-tratamento, doenças infecto contagiosas ou contra-indicado pelo médico, gravidez, atletas www.novafisio.com.br 33


ou praticantes de atividades de alto impacto, incontinência retal e virgindade. Métodos e Materiais Foram realizadas dez sessões fisioterapêuticas na “Center Clin”, Clínica de Fisioterapia, situada na rua Silveira Peixoto, nº 1040, sala 1506, no mês de julho e agosto de dois mil e três, com duração de 60 minutos cada sessão, sob orientação da fisioterapeuta Dra. Maura Seleme, CREFITO: 7582-F e co-orientação da fisioterapeuta Dra. Maristela de Palma, CREFITO: 3180-F. O protocolo fisioterapêutico adaptado do protocolo do fisioterapeuta Loic Dabbadic baseou-se na conscientização da musculatura do assoalho pélvico (biofeedback), fortalecimento por meio de eletroterapia intravaginal por meio do aparelho “Phenix USB 2”, ginástica hipopressiva (segundo Marcel Caufriez), cones vaginais e exercícios de orientações para serem realizados em casa. Na primeira e na última sessão de fisioterapia, foram realizadas avaliações de força muscular, teste de sensibilidade, e conscientização da musculatura do assoalho pélvico, teste do absorvente – pad test e teste de qualidade de vida, a fim de se obter dados comparativos para uma posterior análise de dados. Foram utilizados para a elaboração e execução desta pesquisa, os seguintes materiais: a) Materiais gráficos: computador (Pentium 3, 800 MHz), impressora (HP Deskjet 692 C, ), câmera digital (Fujifilm modelo1.5) , scanner (Genius). b) Materiais de consumo: 6 disquetes (Mistubishi Chemical 2HD), 1 CD-R (maxell, 700 MB), papel sulfite A4 (Report) , tinta para impressora (Hewlett Packard), 5 canetas (bic), 100 pares de luvas estéreis de silicone antialérgica (Luplatex), 1 litro de sabonete líquido (Riomarc Rioquímica), 20 absorventes externos (Intimuss gel), 10 escovinhas com PVPI (LM Farma) 34

, 1 pacote de papel toalha com 250 folhas descartáveis (Columbs), 10 lençóis descartáveis de TNT sem elástico (Kami), 10 sacos plásticos (Wyda), 20 garrafas de água mineral 500ml (Ouro Fino), 1 jarra de medida (Plasvale) e 1 balança (Plenna modelo MEA-06001). c) Materiais fisioterapêuticos: maca, travesseiro, escada, colconhete da (ISP), e aparelho Phenix USB 2, com 10 cones vaginais (Pesitos 5, de 20 gramas cada), 10 sondas vaginais de reeducação do períneo da (Axtim France). Resultados GRÁFICO 1 Grau de incômodo com a IUE

Numa escala crescente, onde é avaliado o grau de incômodo da IUE, nota-se que a média inicial era de 7,12 e a média final decaiu para 1,75, demonstrando a satisfação das pacientes pelo tratamento realizado. GRÁFICO 2 - Exame Abdominal

Este gráfico ilustra que 100% das pacientes apresentavam flacidez abdominal, sendo comprovado por meio de prova de força muscular abdominal e exame palpatório. GRÁFICO 3 Exame da Sensibilidade

Os gráficos acima demonstram que nenhuma paciente apresenta alterações neurológicas, não havendo alterações da sensibilidade entre a primeira e a última sessão. GRÁFICO 4 Teste Muscular do períneo

O gráfico acima mostra que a força muscular, testada manualmente utilizando a escala de graduação de Oxford (Skinner e Thompson, 1985), aumentou, em média, de 2,87 para 4,25, sendo este um teste subjetivo. GRÁFICO 5 - Pad Test (unidade de medidas em gramas)

Este gráfico demonstra que apenas 25% das pacientes apresentaram perdas significativas de urina durante a realização do pad test, sendo que na 10º sessão, estas apresentavam diminuição da perda urinária.


GRÁFICO 6 Exame das fibras tônicas pelo computador (em microvolts) O gráfico 6, utilizado para objetivar o grau de força, demonstra que houve o fortalecimento das fibras tônicas em todas as pacientes, podendo ser confirmada pela média inicial de 10,87 e final de 18 microvolts, o que significa uma melhora de 39,62%. GRÁFICO 7 Exame das fibras fásicas por computador (em microvolts).

O gráfico 7 demonstra que houve o fortalecimento das fibras fásicas em todas as pacientes, podendo ser confirmada pela média inicial de 10,625 e final de 18 microvolts, que demonstra um aumento de 41%. GRÁFICO 8 Reflexo perineal ao tossir

Através deste gráfico analisamos que inicialmente 25% da população pesquisada não apresentava o reflexo perineal ao tossir. Ao final do tratamento 100% apresentavam este reflexo. Discussão A flacidez abdominal e a alteração postural são fatores relevantes, pois modificam a direção das forças intra-abdominais em direção à fenda vulvar, e não mais para a região posterior ano-coccígena resistente, agravando a IUE. Todas as pacientes apresentavam sensibilidade normal, comprovando que não há comprometimento neurológico. A ausência da integridade neuromuscular pode alterar o

funcionamento muscular perineal, o funcionamento esfincteriano e/ou o vesical. O exame do pad test não é um meio fidedigno na avaliação da IUE, pois, muitas mulheres que relatavam perda significativa de urina aos esforços no cotidiano, não apresentaram perda urinária durante a realização do teste. Estes resultados podem ter sido influenciados pelo estado emocional, quantidade de líquido ingerido, o período da última micção, o grau de esforço submetido ao paciente, entre outros fatores. Os resultados obtidos em relação ao fortalecimento muscular, foram satisfatórios, tanto em fibras fásicas quanto em tônicas, onde obtivemos a média de aumento da força muscular das fibras tônicas de 39,62% e as fibras fásicas de 41% . Também houve melhora da conscientização do reflexo perineal, o que é fundamental para o mecanismo de continência ao esforço. Após o tratamento, as pacientes relataram aumento na qualidade de vida, fato este comprovado pelo Handicap, que é uma escala numérica crescente de 0 a 10, onde é avaliado o grau de incômodo em relação a IUE. Este variou entre 5 e 10 na avaliação inicial e após o tratamento variou entre 0 e 4, comprovando a satisfação em relação ao tratamento. Entretanto, esse fator não fez com que as pacientes perdessem o constrangimento ao falar sobre a IUE. O que revela que este assunto continua sendo um tabu, sendo necessário um maior esclarecimento e divulgação sobre a patologia e o tratamento para que este se torne mais natural e difundido. Conclusão O tratamento fisioterapêutico para IUE vem difundindo-se cada vez mais, sendo este um método inovador e de primeira escolha. Mostra-se eficaz na diminuição de perda urinária e vem diminuindo o número de cirurgias para correção da

incontinência. Durante o tratamento fisioterapêutico foram utilizadas as seguintes técnicas: orientações, trabalho manual, eletroestimulação intravaginal, biofeedback, ginástica hipopressiva e cones vaginais, com intuito de fortalecer a musculatura do assoalho pélvico e conseqüentemente diminuir o grau de incontinência urinária. O trabalho realizado demonstra que a associação de diferentes técnicas é eficaz no tratamento da I.U.E., comprovado pelos exames da força muscular do assoalho pélvico e pelo handicap. As dez sessões estabelecidas foram suficientes, porém, sugere-se novas pesquisas com maior número de sessões para verificar se os resultados serão significativamente maiores. O fator determinante para o sucesso do tratamento, dependerá da conscientização e colaboração da paciente, para que os resultados alcançados possam ser mantidos em longo prazo. Referências BERNE, Robert; LEVY, Matthew. Fisiologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1998. BRUSCHINI, Homero; KANO, Haward. Incontinência Urinária, Urologia e Disfunções Miccionais. 1 ed. São Paulo: Sociedade Brasileira de Urologia, 1999. CASTRO, Sebastião Vicente de. Anatomia Fundamental, 2.ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1985. COPELAND, Larry J., Tratado de Ginecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. DOUGLAS, Carlos Roberto. Tratado de Fisiologia. 4.ed. São Paulo: Robe, 1999. ENOKA, Roger M. Bases Neuromecânicas da Cinesiologia. 2 ed. São Paulo: Manole, 2000.

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ESPIROMETRIA. Por: Dra. Vanessa Ferreira Bréder Dra. Marcela Piasarolo Cruz

AVALIAÇÃO ESPIROMÉTRICA EM INDIVÍDUOS FUMANTES NA FAIXA ETÁRIA DOS 15 AOS 30 ANOS RESUMO Espirometria é a medida de um esforço positivo e voluntário respiratório determinando os volumes e as capacidades pulmonares com o objetivo de avaliar a mecânica pulmonar possibilitando identificar a presença de disfunções pulmonares. A pesquisa tem como objetivo realizar uma análise espirométrica em indivíduos fumantes na faixa etária dos 15 aos 30 anos. Foi respondido um questionário e realizado uma espirometria em 35 indivíduos fumantes sendo 20 do sexo feminino e 15 do sexo masculino; 20% tinha de 15 a 20 anos e 80% de 20 a 30 anos; 30 eram estudantes; 63% fumam de 0 a5 anos; 62,85% não apresentam dispnéia; 25 pessoas nunca tiveram doenças respiratórias; 60% apresentaram valores normais na espirometria, sendo que não houve nenhum comprometimento grave. Assim, concluímos com a pesquisa que os resultados encontrados em espirometrias realizadas em fumantes jovens e que fumam a um tempo relativamente curto não apresentam alterações significativas dos volumes e capacidades pulmonares nem apresentam os sintomas mais comuns em fumantes, como por exemplo, a falta de ar, mesmo sabendo que o cigarro traz malefícios ao usuário desde o momento em que ele começa a fazer o uso do mesmo. INTRODUÇÃO Espirometria é a medida de um esforço positivo e voluntário expiratório, expressando o que o paciente pode fazer com os seus pulmões e não o que faz habitualmente. É um método bastante utilizado na avaliação da 36

mecânica pulmonar, que em sua mensuração se é capaz de avaliar a capacidade dos pulmões de moverem grandes quantidades de ar e então identificar no paciente a presença de disfunções pulmonares obstrutivas, restritivas ou mistas. Dentre as disfunções pulmonares, a maioria delas é causada pelo uso do cigarro. O tabagismo está associado principalmente à bronquite crônica, enfisema pulmonar e ao câncer de pulmão (CARVALHO, 2001). A pesquisa tem como objetivo realizar uma análise espirométrica em indivíduos fumantes na faixa etária dos 15 aos 30 anos. O assunto necessita de mais investigações, pois existem poucas pesquisas que relatam as prov á v e i s a l t e r a ç õ e s d o s volumes e capacidades pulmonares encontradas em indivíduos adultos jovens tabagistas. Espera-se que os resultados obtidos possam comprovar os efeitos nocivos do cigarro e verificar se o pulmão de um tabagista adulto jovem já apresenta algum tipo de alteração. REVISÃO DE LITERATURA ESPIROMETRIA É um dos diversos métodos que pode ser utilizado na avaliação da mecânica pulmonar. É método sensível em detectar alterações da mecânica respiratória, mas pouco específico, pois sua redução pode ocorrer devido a alterações neuromusculares como a curarização ou diversos tipos de doenças, em alterações restritivas e obstrutivas das vias aéreas ou mesmo por falta de colaboração do paciente (JÚNIOR, AMARAL, 1995). C O S TA ( 1 9 9 9 ) r e s s a l t a q u e a espirometria, a qual também se refere como prova de função p u l m o n a r, t e m o s s e g u i n t e s objetivos principais: avaliar o risco cirúrgico (pelo emprego de decúbito alternado); detectar precocemente as

disfunções pulmonares obstrutivas; detectar ou confirmar as disfunções pulmonares restritivas; diferenciar uma doença restritiva funcional de uma outra obstrutiva orgânica; avaliar a evolução clínica de uma pneumopatia; parametrizar recursos terapêuticos por meio de testes pré e pós-intervenção terapêutica, atualmente muito empregada na fisioterapia respiratória ambulatorial. VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES Designamos volumes pulmonares aqueles que se obtêm por medidas feitas entre determinados pontos dos movimentos respiratórios enquanto o fluxo é mantido nulo. São, portanto, medidas estáticas, tomadas com o fole respiratório parado. Capacidades pulmonares são a soma de determinados volumes pulmonares (LEMLE,1994). A) Volume corrente Definido como o volume de ar inspirado ou expirado em cada ciclo respiratório. Quanto ao seu valor normal, vários autores citam diferentes volumes, como por exemplo, LEMLE (1994) que o volume corrente em um adulto normal varia de 350 a 450 ml; GUYTON (1988) que é em torno de 500 ml e SCANLAN (2000) que é aproximadamente 500 a 700 ml. B) Volume de Reserva Expiratória GASKELL (1984) define como o volume expirado entre o término de uma expiração basal e o término de uma expiração máxima. C) Volume de Reserva Inspiratória AZEREDO (2000) define como volume que se é capaz de inspirar além de uma inspiração basal. D) Volume Residual LEMLE (1994), GUYTON (1988) definem como o volume de ar que permanece nos pulmões mesmo depois de uma expiração forçada. Esse volume não tem como ser mensurado por uma espirometria.


E) Capacidade Inspiratória CUELLO (1987) relata que é o volume máximo que se consegue inspirar após uma expiração normal. Ela é composta pela soma do volume corrente com o volume de reserva inspiratória. F) Capacidade Residual Funcional DOWNIE (1987) afirma que é o volume de ar que permanece nos pulmões após um expiração normal, ou seja, é a soma do volume de reserva expiratória e o volume residual. Essa capacidade não é mensurável pela espirometria. G) Capacidade Vital ELLIS (1997) explica que é o volume que se consegue expirar após uma inspiração máxima, ou seja, é a soma do volume corrente, do volume de reserva inspiratória e do volume de reserva expiratória. H) Capacidade Pulmonar Total EMMERICK (1998) define como a quantidade de ar que se tem nos pulmões após uma inspiração forçada. Pode ser entendida como a soma do volume de reserva inspiratória, volume de reserva expiratória, volume corrente e volume residual. CIGARRO JOHNNY (2002) relata que o cigarro contém milhares de substâncias que irão agir no organismo do fumante e da sua família. Ao fumar, o indivíduo introduz no organismo mais de 4.720 substâncias tóxicas, a maior parte delas resultantes da combustão do tabaco, como os radicais livres cancerígenos MARANGON (2002) explica que o pulmão humano é composto de pequenas glóbulos com alvéolos. O fluxo de sangue e a inspeção sangüínea entre o coração e o pulmão são intensas. A fumaça do cigarro prejudica diretamente o funcionamento do sistema coraçãopulmão. Com o passar do tempo os alvéolos pulmonares vão sendo cimentados pelos componentes da fumaça do cigarro, deixando de fazer sua função. O órgão então passa a ter menor oxigenação dos tecidos, resultando em maior facilidade de cansaço para o fumante. O cigarro causa inúmeros danos ao coração, tal como o infarto.

GREGÓRIO (2002) alerta que cada vez que um tabagista acende um cigarro, ele está sendo lesado em algum grau pela inalação dessas substâncias. O fumo de dois maços de cigarro por dia encurta a expectativa de vida do usuário em oito anos, e até mesmo os que fumam menos encurtam suas expectativas de vida em quatro anos. O câncer pulmonar é a principal causa de óbito em homens. As mulheres fumantes apresentam um aumento global da porcentagem de óbito e estão falecendo em um idade mais precoce do que os homens tabagistas. Alguns problemas mais comuns são: bronquite crônica, enfisema, câncer pulmonar, câncer de bexiga, risco fetal, úlcera gástrica, cardiopatia, câncer de boca e garganta, acidente vascular cerebral. METODOLOGIA A) População 35 indivíduos fumantes na faixa etária dos 15 aos 30 anos de ambos os sexos. B) Material e Método Foi respondido um questionário e realizado uma espirometria com o aparelho Respiradyne Plus nestes indivíduos, sem o uso de broncodilatadores, no período de novembro/2003 a fevereiro de 2004. C) Tratamento dos Resultados Estatística descritiva. DISCUSSÃO A pesquisa foi realizada com 35 indivíduos, sendo 20 do sexo feminino e 15 do sexo masculino. Esses números eram inesperados, pois em grande parte da literatura é citado que o número de tabagistas é maior no sexo masculino que no feminino, porém FISHMAN (1992) coloca que durante as últimas duas décadas, o hábito de fumar aumentou consideravelmente no sexo feminino. Um fator agravante para as mulheres que fumam é que se elas fizerem também o uso de contraceptivos orais, o risco de adquirirem doenças cardiovasculares aumenta significativamente, segundo a Sociedade Paulista de Pneumologia (2002),

relatando ainda diz que em adultos jovens, o número de mulheres fumantes é maior do que o de homens, uma informação que vai de encontro aos resultados desta pesquisa. A faixa etária dos indivíduos foi dos 15 aos 30 anos sendo 20% dos 15 aos 20 anos e 80% tinham de 20 a 30 anos. Em relação à idade dos fumantes, tem-se observado cada vez mais o uso do tabaco em adolescentes e adultos jovens e a tendência de um adolescente que experimenta o cigarro nessa fase de sua vida se tornar um fumante para o resto da vida é muito maior do que um adulto com idade mais avançada. Cientistas americanos alertam ainda que os jovens podem ficar dependentes da nicotina antes mesmo de o fumo se tornar um hábito diário. Isso se agrava ainda mais em relação às propagandas, onde a indústria do tabaco centraliza sua atenção às pessoas jovens como a fonte primária de novos usuários. Dos indivíduos que participaram da pesquisa, 30 são estudantes, um número esperado pelo fato da pesquisa ter sido realizada dentro da Universidade Católica de Petrópolis. Com relação ao tempo do uso de cigarro, grande parte das pessoas (63%) fuma há um tempo de 0 a 5 anos. Apenas 2 indivíduos fumam de 11 a 15 anos, outro resultado esperado até mesmo pela faixa etária dos indivíduos que participam da pesquisa. A quantidade de cigarros fumados por dia variou bastante, sendo que 13 pessoas fumam de 1 a 5 cigarros por dia, 8 fumam de 6 a 10 cigarros por dia, 10 pessoas fumam 1 maço de cigarros por dia e apenas 1 pessoa fuma 3 maços por dia. A quantidade de cigarros fumados por dia é também um fator agravante que diz respeito aos malefícios do mesmo. Quanto maior a quantidade de cigarros consumidos por dia, mais rápido poderá ocorrer o aparecimento de patologias que podem ser geradas pelo cigarro e o surgimento de sintomas comuns em tabagistas, como a dispnéia, a tosse, a produção de secreção, entre www.novafisio.com.br 37


outros. JOHNNY (2002) relata que uma pessoa que fuma 15 cigarros por dia, tem sua vida reduzida em média 5 anos. Pelos resultados da pesquisa 62,85% dos indivíduos não apresentam dispnéia, resultado este que vai de encontro com o tempo de fumo da grande maioria, que é um tempo relativamente curto e segundo a literatura esse sintoma tende a aparecer com um maior tempo de uso do cigarro. Um outro fator que contribui para uma melhor capacidade respiratória é a pratica de atividade física. Das pessoas entrevistadas, 59,3% praticam alguma atividade física mesmo que há pouco tempo. Dos 17 indivíduos que praticam alguma atividade física, 63,15% praticam há apenas 3 a 5 anos. O fato de um indivíduo apresentar ou já apresentando uma doença respiratória é importante, pois tende a diminuir sua capacidade respiratória. Das 35 pessoas que participam da pesquisa, 25 não apresentam ou nunca apresentaram nenhuma patologia respiratória; 5 pessoas têm ou já tiveram bronquite; 2 tiveram pneumonia; 1 pessoa sofre de rinite e 1 apresenta asma e bronquite. Desses 10 indivíduos que têm ou já tiveram alguma doença respiratória, 70% nunca fizeram nenhum tipo de tratamento; 20% fez tratamento medicamentoso e apenas 10% fez tratamento fisioterapêutico. Os resultados obtidos na espirometria feita nos 35 indivíduos foram os seguintes: 60% apresentou dentro dos valores normais; 25,72% apresentou um padrão misto leve; 11,43% apresentou um padrão restritivo leve e apenas 2, 85% apresentou um padrão misto moderado. Os resultados encontrados nesta pesquisa vão de encontro às informações da literatura onde autores citam que as doenças do sistema respiratório e os sintomas comuns em fumantes irão aparecer com um maior tempo de fumo e os indivíduos participantes da pesquisa ainda são jovens e com pouco tempo de uso do cigarro. 38

CONCLUSÃO Concluímos com a pesquisa que os resultados encontrados em espirometrias realizadas em fumantes adulto jovens e que fumam há um tempo relativamente curto não apresentam alterações significativas dos volumes e capacidades pulmonares nem relatam os sintomas mais comuns em fumantes, como por exemplo, a falta de ar. Concluímos ainda que o cigarro traz malefícios ao usuário desde o momento em que ele começa a fazer o uso do mesmo, e que as chances de um fumante adulto jovem apresentar futuros comprometimentos pulmonares é significantemente maior do que em um não fumante e sua expectativa de vida é bastante reduzida. AUTORAS Dra. Vanessa Ferreira Bréder ·Fisioterapeuta graduada pela Universidade Católica de Petrópolis ·Especia l i s t a e m f i s i o t e r a p i a traumato-ortopédica pela Universidade Castelo Branco ·Formação em RPG ·Professora de anatomia e fisiologia humana da escola técnica PróImagem ·Administradora dos cursos de Pósgraduação da UCB pela Atlântica educacional em Belo Horizonte ·Fisioterapeuta responsável pelos atendimentos de RPG e neurologia do Centro Ortopédico de Ipatinga. Dra. Marcela Piasarolo Cruz ·Fisioterapeuta graduada pela Universidade Católica de Petrópolis REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1. AZEREDO, Carlos Alberto Caetano. Fisioterapia Respiratória no Hospital Geral. São Paulo: Editora Manole, 2000. 2. CARVALHO, Mercedes. Fisioterapia Respiratória: Fundamentos e Contribuições.5.ed,Rio de Janeiro: Editora Revinter,2001. 3. COSTA, Dirceu. Fisioterapia Respiratória Básica. São Paulo: Editora Atheneu,1999. 4. CUELLO, Alfredo F. ARCODACI,

Cristina S. Broncoobstrução. São Paulo: Editora anamericana,1987. 5. DOWNIE, Patrícia A.Fisioterapia nas Enfermidades Cadíacas, Torácicas e Vasculares. 3.ed., São Paulo: Editora Panamericana,1987 6. ELLIS,Elizabeth; ALISON, Jennifer. Fisioterapia Cardiorespiratória Prática. Rio de Janeiro: Editora Revinter,1997. 7. EMMERICK, João Cláudio. Suporte Ventilatório.2.ed., Rio de Janeiro: Editora Revinter,1998. 8. FISHMAN, Alfred P. Diagnóstico das Doenças Pulmonares. Vol.1,2e 3.2.ed,São Paulo: Ed.Manole,1992. 9. GASKELL, D.V; WEBBER, B.A. Fisioterapia Respiratória. Guia do Brompton Hospital.4.ed.,Rio de Janeiro: Editora Colina,1984. 10. GREGÒRIO, Marcelo Gervilha. Pare de fumar. Disponível em: www.aeromed.com.br.Acessos em: 21 ago 2003. 11. GUYTON, Artheu C. Fisiologia Humana.6.ed., Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,1988. 12. JOHNNY. Disponível em: http://tabaco.hypermart.net/html .Acessos em: 22 out 2003. 13. MARANGON, Carlos. Fumo, cigarro e suas consequências. Disponível em: http://www. areaseg.com/html. Acessos em: 22 out 2003. 14. JUNIOR, José Otávio Costa Auler; AMARAL, Ruy Vaz Gomide. Assistência Ventilatória Mecânica. São Paulo: Editora Atheneu,1995. 15. LEMLE, Alfred. Prova de Função Pulmonar na Prática Diária. Rio de Janeiro: Editora de Publicações Científicas,1994. SCANLAN, Craig L.; WILKINS, Robert L.; STOLLER, James K. Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan.7.ed.,São Paulo: Editora Manole,2000. AGRADECIMENTOS A Deus quem nos acolheu e auxiliou para que pudéssemos ir em frente e atingir nosso objetivo. A professora Ave Regina de Azevedo Silva pela orientação que nos foi dada na realização desse trabalho.


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