Edição 99

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FisioBúzios Cursos All Inclusive

radisíaco! a p r a g lu m u n pia do Brasil os cursos. y. ra te io is F e d em s ile e Urugua c o h te C rs n , u o a c c n s a ti n re e e o d lugar on r os melh ém da Arg Imagine fazaer hospedado no mesmos de todo Brasil e tambum ir para sua casa, etworking). Imagine fic der estudar com colega dia, ao invés de cada para confraternizar (N Imagine po s intervalos e no fim dodepois beber um pouco Imagine no m para jantar juntos e todos ficare e. ios te oferec z ú B io is F que a isso tudo?! Inclusive. ta s Bom, é isso u c to n a qu perguntado o, a FisioBúzios é All e s r ta s e e v ç Mas você deo, é tudo incluso no pre d Eu respon

Próximos cursos 28/02 e 01/03 de 2015 | Espirometria. 06 a 09/03 de 2015 | Super curso Dermaroller + Peelins e radio frequencia + Carboxiterapia. 23 a 27/04 de 2015 | Curso de Aprimoramento na Prática Cinesioterápica 21 a 24/05 de 2015 | Quiropraxia Aplicada a Coluna Vertebral. 06 e 07/06 de 2015 | Terapia Instrumental Quiropráxica – Seminário Básico. Ainda em 2015 | RPG/TMO – Reeducação Postural Global/Terapia Manual Ortopédica | Terapia Manual com Ênfase em Mobilização Articular | Mobilização Neural | Crochetagem | Técnicas de Osteopatia da Coluna

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novembro/dezembro 2014

Tudo sobre fisioterapia FISIO Editorial

#99

nova

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Olá pessoal, seguindo uma tendência mundial, a Revista NovaFisio, em 2015, deixará de ser apresentada no formato impresso e passará a ser oferecida somente na versão digital. Isso aconteceu com os discos LP que agora são MP3, com as fotografias que antes tinham que ser reveladas e impressas em papel e agora são digitais, com as fitas de video cassete e tantas outras mídias que se tornaram todas digitais. No inicio é meio estranho, mas com o tempo, percebemos que realmente a mudança é boa. Basta pensar na quantidade de papel e tinta que deixaremos de usar, até mesmo na fumaça do combustível para entregar as revistas de porta em porta que já vemos um grande progresso. Bom, então nos vemos em 2015 mas desta vez no seu celular, tablet ou computador.

Índice|

Leia nesta edição.

Boa leitura a todos! Oston Mendes - Fisioterapeuta e Editor

06 Cartas. 08 Cartas e Frases. 10 Festa da Fisioterapia. 12 Entrevista com a atriz Sabrina Korgut. 14 Turismo Búzios. 18 Qual é a saída para a fisioterapia? 19 Monografia. Comprar porque se tenho capacidade de fazer! 20 Somos todos escravos. 21 Grandes temas da fisioterapia em emergências presente ao Fisioconnect. 22 Ruídos podem provocar lesão no joelho? 23 Síndrome da fragilidade: Você precisa saber disso! 24 Fisioterapeuta, você reconhece um idoso frágil? 25 Direto do site | Posts mais recentes do nosso site. 26 Classifisio. 27 Dicas de Literatura. 28 Tininha. 30 FisioPerfil com Dr. Eduardo Monnerat Rodrigues.

Artigos|

desta edição, leia-os no site.

33 - TRATAMENTO DA STC UTILIZANDO A TÉCNICA DE MOBILIZAÇÃO NEURAL-REVISÃO DE LITERATURA. 38 - APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DO ÍNDICE DE BARTHEL COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DA PESSOA IDOSA SUBMETIDO E NÃO SUBMETIDO À FISIOTERAPIANO VIVA MELHOR IDADE. 44 - PERFIL DOS PACIENTES HEMOFÍLICOS DO HEMOCENTRO DE RORAIMA – HEMORAIMA. 50 - A BANDANGEM FUNCIONAL COMO DIFERENCIAL NA EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NAS LESÕES MUSCULARES. 59 - EFEITOS DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO 3MHZ ASSOCIADO À ENDERMOTERAPIA VERSUS MASSAGEM MODELADORA E ULTRASSOM DE 3 . MHZ NO TRATAMENTO DA GORDURA LOCALIZADA. 66 - PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS POSTURAIS ENTRE TECLADISTAS E A ATUAÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA DA FISIOTERAPIA. 73 - CINESIOTERAPIA PASSIVA EM PACIENTES COM QUEIMADURAS POR INALAÇÃO. 79 - AVALIAÇÃO POSTURAL EM ESCOLARES DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE DUAS ESCOLAS PRIVADAS DE FORTALEZA-CE. 86 - A EFICÁCIA DA BANDAGEM NEUROMUSCULAR ELÁSTICA SOBRE A FLEXIBILIDADE DE ATLETAS DE FUTEBOL DE CAMPO. 94 - PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA. 104 - BENEFÍCIOS NO USO DO LASER 660 NM - ALGAINP NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS DE DECÚBITO: RELATO DE CASO. 109 - LEVANTAMENTO ERGONÔMICO DE POSTOS INFORMATIZADOS DA UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS-UNIPAC. 126 - EFEITOS BENÉFICOS DA POSIÇÃO PRONA PARA O SISTEMA RESPIRATÒRIO EM RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO: UM RELATO DE CASO. 131 - GANHO DA FORÇA MUSCULAR COM USO DA CORRENTE RUSSA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 139 - ANÁLISE ERGONÔMICA DO MOBILIÁRIO UNIVERSITÁRIO DO ALUNO. 143 - O BRINCAR NA ROTINA DA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL.

Equipe|

Veja quem faz a revista que você está lendo.

EDITOR CHEFE: Dr. OSTON MENDES oston@novafisio.com.br EDITORA ASSISTENTE: LUCIENE LOPES luciene@novafisio.com.br SECRETÁRIA: NINA LOPES MENDES nina@novafisio.com.br 4 • NovaFisio.com.br

EDITOR CIENTÍFICO: Dr. RODRIGO PERFEITO ENDEREÇO DA REDAÇÃO: R. JOSÉ LINHARES, 134 LEBLON - RIO DE JANEIRO - RJ CEP: 22430-220 TEL: (21) 4042-6107 CEL: (21) 98577-9908 revista@novafisio.com.br

ANUNCIE: Se você deseja divulgar algum produto ou serviço para fisioterapeutas, esta é a revista ideal. Além da Revista temos também o serviço de mailling. Ligue ou escreva e comece a se divulgar ainda hoje! Nossa revista possui periodicidade bimestral, ou seja, são 6 edições por ano. Você também pode visitar nosso site para mais informações:

http://www.novafisio.com.br/anuncie/


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Cartas|

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A demanda assistencial do fisioterapeuta no cenário de emergência

Desabafo!

Outro ponto de vista!

Caros amigos, mais uma vez vamos falar um pouco de emergências...

Boa Noite a todos. O que muitos colegas falaram a respeito da Fisioterapia, realmente procede. Eu tenho Pós em UTI Adulto, e mais vários outros cursos em respiratória, mas NADA disso adianta. Nada mesmo, pois justamente com outras subáreas, somos invisíveis, pelo menos neste país. Não sei a situação em outros locais.

Sou fisioterapeuta desde 2002 e realmente a luta não é fácil! Como em qualquer profissão, precisamos ralar muito para termos o reconhecimento, mas se não desistirmos, colhemos bons frutos no futuro! Fisioterapia não é somente uma formação, somente técnica, tem que haver vontade, dedicação, amor ao próximo! A fisioterapia me faz feliz e nunca me vi em outra profissão! Hoje ganho bem SIM, tenho meu consultório, meu studio (pequeno) de Pilates e sei a importância de saber cobrar o justo depois de muito ralar na profissão! Como li aqui, fisioterapia não é filantropia… nada mais gratificante do que ver alguém feliz em recuperar suas funções, mas enganam-se os colegas que acreditam que as pessoas valorizam quem cobra menos… pelo contrário, por experiência própria, saiba cobrar e valorizarão muito mais o seu trabalho! Saibam se impor, expliquem o diagnóstico e seu protocolo de atendimento para que os clientes saibam e sintam segurança no seu trabalho, e quando isso acontece, pagam SIM o valor justo pela sessão sem dó e sem pensar que a fisioterapia do vizinho tem melhor custo. A valorização profissional nasce primeiro no PRÓPRIO profissional! Agora se ficar “chorando” pelos cantos, realmente nunca nada dará certo, mesmo com tantos cursos, mestrados e doutorados! O segredo é, ame o que vc faz, sinta-se seguro disso, e FOCO! Esse é o segredo do sucesso profissional e financeiro! Equação simples, plante bons frutos e colherá bons frutos!!! Simples assim!!! Amooooooooo a fisioterapia!!!!

Não sei se alguém por aqui já se deu conta de quantos eventos primordiais e de risco a saúde ao qual o fisioterapeuta tem alto poder de resolução e exerce função qualitativa na prestação do socorro. A ventilação não invasiva, a capacidade de posicionamento dos segmentos corporais, o reconhecimento e avaliação das vias aéreas virão a ser uma das grandes ferramentas a serem utilizadas e todo o profissional em fisioterapia com experiência em situações emergenciais se beneficiam em dados os acometimentos evidenciados como, o Edema Agudo de Pulmão, a crise asmática, a exacerbação da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, as grandes catástrofes e a inserção das medidas de suporte ventilatório, sem falar na presença das equipes ou times de resposta rápida protocolados dentro de algumas unidades hospitalares. Todo este agrupamento de situações acima mencionadas possuem as medidas medicamentosas e clínicas que são por na maioria das vezes administradas por médicos e enfermeiros, e é neste cenário emergencial que legalmente o fisioterapeuta necessita de leis regulamentadoras do seu espaço, da capacidade de nossa profissão ampliarse para o mercado, da justificativa e importância da presença do fisioterapeuta nas composições das ambulâncias do SAMU e nos leitos das UPAS, pois estes pacientes em seu estado maior de gravidade estarão sendo eleitos ao a ventilação mecânica ainda nestas unidades e mais uma vez o fisioterapeuta estará totalmente envolvido com esta demanda de assistencialismo. “A NECESSIDADE EXISTE E O FISIOTERAPEUTA É PEÇA FUNDAMENTAL NESTE PROCESSO, SIGAMOS EM FRENTE!!!” Mariel Patricio. Especialista em Fisioterapia Respiratória e UTI Fisioterapeuta da Unidade de Internação do Hospital Norte D`Or Professor Auxiliar da UNESA Coordenador do Departamento de Emergências da AFERJ 6 • NovaFisio.com.br

Os médicos nos tratam como lixo, fazem piadinhas, etc. Na UTI onde trabalhei, já vi várias vezes médicos gozando e tirando onda, (como se fala no popular) dos fisioterapeutas. Um até chegou a humilhar um colega meu na frente de toda a equipe, dizendo pra deixar um parâmetro ventilatório no modo que ele queria, e dizendo que o colega Fisio, não sabia de M nenhuma e tinha que ficar quieto mesmo. O rapaz saiu chorando e acabou se desligando do Hospital e o canalha do Médico, não teve nada com ele. Lamentável, mas essa é a realidade. Minha namorada trabalhava em Home Care e ganhava míseros 15 reais pra atender com o carro dela, gasolina e todos os gastos por conta dela obviamente e no fim do mês, dos 2.500 reais a 3.500 reais que ela ganhava (trabalhando muitas vezes até dia de Domingo), no fim das contas ficava com 1.000 por conta dos gastos com combustível, manutenção etc. Conselho eu não dou, pois cada qual faz o que quer de sua vida, mas eu dei meu jeito, estudei pra concursos públicos e hoje sou funcionário do INSS e ganho 5.000 reais e ainda tenho vantagens e benefícios, trabalho pouco mais de 1 turno, sossegado e tranquilo. De Fisioterapia só restou o diploma que guardarei pra me lembrar de como fui idiota de ter perdido anos da vida, estudando algo que não fede e nem cheira paras autoridades desse país. Imagino que aconteça o mesmo com áreas como Nutrição, Psicologia, etc, por isso os médicos chamam de sub cursos, em toda sua arrogância e infelizmente eles têm razão. Luís Esteves Comentário feito no site da Revista NovaFisio no post: O salário do Fisioterapeuta – Parte I

Tatiana Nessa Comentário feito no site da Revista NovaFisio no post: O salário do Fisioterapeuta – Parte I Pedido de ajuda Por favor, quero ajuda para minha irmã que está sofrendo com fibriomialgia. Gostaria de saber de um grupo para dor para que ela pudesse trabalhar isso e ter qualidade de vida. Agradeço e espero ansiosa por uma possível solução. Ana Aparecida Americo ana.adias@intermedica.com.br



Cartas|

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Uma Pergunta.

Fisioterapia na mão.

Gostaria de saber quais os sintomas de quem tem a Esclerose Múltipla e faz o tratamento com Betaferon. Fisicamente não apresenta nenhuma complicação. Ela só apresenta muito sono e muita indisposição.

Olá, boa tarde, no dia 01/10 meu esposo trabalhando enroscou a aliança na caminhonete e teve um envelopamento no dedo anelar esquerdo, ficou somente a segunda e terceira falange, fomos para um hospital especializado em trauma, mas o médico do plantão optou por amputar o dedo dele. No momento não tinha plantonista especializado em mão no local. Temos a possibilidade de colocar uma prótese? Eu preservei o membro, levei mas o médico nem quis ver, foi logo fazer a cirurgia. Não tivemos tempo de uma segunda opinião, avaliação. O que devemos fazer?

Adriana adrianarincobh@hotmail.com Prova de Título Gostaria de saber como conseguir as provas anteriores de prova de titulo de Dermato Funcional? Caroline fisiodermatocarol@gmail.com Fibroses e aderências Fiz a cirurgia há 3 semanas. Preciso saber onde encontro o profissional habilitado aqui em Brasília – DF. Muito Obrigada. Camila fale.camilaneto@hotmail.com

Lilian lilianrivolli@gmail.com Bono Vox terá que fazer fisioterapia Bono Vox, vocalista do U2, precisou colocar três placas de metal e 18 parafusos após sofrer nove fraturas em um acidente de bicicleta. As informações foram dadas pelo hospital no qual o músico está internado, em Nova York. No último domingo (16), ele caiu enquanto pedalava pelo Central Park.

De acordo com o Presbyterial/Weill Cornell Medical Center de Nova York, Bono Vox quebrou o braço em seis partes e fraturou a cavidade ocular, a mão e a escápula. Por conta do acidente, ele foi submetido a duas cirurgias. A primeira, realizada no domingo, demorou cinco horas e nela o cantor colocou as placas e os parafusos. Na segunda, ele foi submetido à outra operação, dessa vez na mão esquerda. O ortopedista responsável, Dean Lorich, afirmou que o músico vai precisar de longas sessões de fisioterapia. Mas ele acredita que o vocalista do U2, que recebeu a principal condecoração da França, vai se recuperar rápido das fraturas. Segundo o comunicado enviado à imprensa pelo hospital, Bono se envolveu em “um grave acidente de bicicleta quando tentava desviar de outro ciclista”. “Estamos certos de que ele se recuperará totalmente em breve, daí então voltaremos!”, afirmaram os colegas de banda, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. Por causa do acidente, Bono adiou uma participação especial no programa “The Tonight Show”, que duraria uma semana.

Frases|

Mande a sua frase: revista@novafisio.com.br

“Ser fisioterapeuta é ter duas mãos e um coração entre elas, é manter expressão serena, mesmo com a alma desesperada, manter a mente quieta mesmo diante do desespero, ter um brilho no olhar mesmo quando não temos esse motivo, é transformar lágrimas em desabafo para dar conforto” Por Dr. Gelson Inácio (Luanda - Angola)

“A Revista NovaFisio tem as melhores matérias e artigos para estudantes e profissionais da área” “Fisioterapia é a profissão mais linda do mundo” Por Taís Conte (São Paulo - Brasil) E você? Mande a sua frase com uma foto para: revista@novafisio.com.br e publicaremos na próxima edição. 8 • NovaFisio.com.br


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Festa dos Fisioterapeutas. No dia 13 de Outubro a Revista NovaFisio juntamente com a d&d Pilates e a FisioBúzios ofereceram uma super festa/show em comemoração ao nosso dia. Foi uma verdadeira festa dos fisioterapeutas porque a banda era de fisioterapeuta, os Djs eram fisioterapeutas, o fotógrafo, os organizadores e público. Show! Valeu a todos que puderam ir. Aos que não puderam, ano que vem tem mais. Se quiser ver todas as fotos e até alguns vídeos, veja em nosso site e fanpage.

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Entrevista

Atriz Sabrina Korgut

Por | Julyana Caldas & Oston Mendes

Fotos | Thiago Herdy Beleza | Diego Tôzzi Produção | Josy Martins & Júlia Andrade 12 • NovaFisio.com.br


S

abrina Korgut – Atriz carioca, cantora e bailarina com formação em Jazz e Tap Dance pela academia UNIC e pela Starlight School of Dance, Orlando, Flórida. Atualmente estuda licenciatura teatral na UNIRIO e já estudou Jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Fez a oficina de atores da Globo e estudou canto com Hilton Prado e Vera do Canto e Mello, além de outros grandes nomes. No ar, na série humorística “Pé na Cova”, na Rede Globo, ela já encanta e diverte a todos com a personagem Adenóide, a empregada da funerária, que Miguel Falabella escreveu especialmente para ela e já é um sucesso nas três temporadas da série. A quarta temporada começará a ser gravada no fim do ano. Oi Sabrina, antes de te perguntar sobre a fisioterapia na sua vida, me fale mais um pouco sobre seus trabalhos. Claro, trabalhei com os diretores Wolf Maya (Cabaret Brasil), Cininha de Paula (Pocahontas e Viva Elv is), Ignácio Coqueiro (Ela Brasil), Jorge Fernando (Não fuja da Raia, Rede Globo), Mauricio Shermann (Zorra Total), Rubens Lima Jr (Canções para um Mundo Novo), Tadeu Aguiar (Baby), entre outros. Na TV fiz algumas participações nas novelas: Estrela Guia, Pecado Capital, A Casa das Sete Mulheres, Chiquinha Gonzaga e Cobras e Lagartos. Como dubladora, participei dos desenhos Hercules, Sherek 2 e Bubble Guppies da Nickelodeon. Agora sou dona da voz da aranha Clarilu, no seriado infantil da Disney, O Jardim da Clarilu. Você também canta, é verdade? Sim, fui vocalista da Banda de Carlinhos Brown na turnê mundial em 2000. Trabalhei com o Evandro Mesquita na gravação do CD The Fabulous. Participei da montagem oficial brasileira do musical americano “Miss Saigon” (ELLEN/GIGI) que me rendeu a indicação ao premio Qualidade Brasil. E em 2010 fiz minha primeira produção independente “Fascinante Gershwin” – uma revista musical, onde atuei também como atriz. Com a dupla Charles Moeller e Claudio Botelho fiz alguns trabalhos como: A Ópera do Malandro, Cristal Bacharah, Uma noite com Cole Porter (O Ballet), Sassaricando e Beatles num Céu de Diamantes. Ainda com a dupla integrei o elenco brasileiro dos musicais americanos Company (Marta), Lado a Lado com Sondhein e o mais recente Bruxas de Eastwick (Jane Smart). Avenida Q, meu quarto musical da Broadway, também dirigido pela dupla

Moeller e Botelho, me rendeu indicações aos prêmios máximos do teatro brasileiro como SHELL e APTR de melhor atriz de 2009, ao lado de nomes como Marilia Pera, Beth Goulart.

há cerca de três anos. Cai do palco no fosso do teatro João Caetano. Tive lesões sérias no braço direito.

Participei de XANADU, com direção de Miguel Falabella, Brazilian Ball onde representei o Brasil no Canadá como cantora, participei do programa do Multishow “220volts” com o ator Paulo Gustavo, como a personagem fixa Rita do quadro: Guto e Rita.

Tive que colocar uma prótese no cotovelo além de doze pinos no braço. Fiz um ano de Fisioterapia diariamente pra recuperar o movimento de extensão.

No teatro musical também, participei da peça musical “Para sempre ABBA”. Atuei também na peça dramática “O Estranho Caso do Cachorro Morto”, sob a direção de Moacyr Góes, onde vivi uma professora que orienta um adolescente com a Síndrome de Asperger.

Ano passado, Sabrina Korgut, concorreu aos prêmios de Atriz Revelação de TV, indicada pela “Revista Quem Acontece” e de Melhor Atriz de TV, indicado pelo renomado site “Tele Dossiê” Agora vamos falar da fisioterapia. Sabrina, quando foi que você conheceu a fisioterapia? Foi você mesma ou foi algum amigo ou parente que precisou de atendimento fisioterapêutico? A Fisioterapia sempre fez parte da minha vida, porque para quem dança sempre acaba se lesionando. Mas, meu maior contato foi quando eu sofri um acidente

Nossa, e como foi o tratamento?

Quais os tratamentos que você fazia? Gelo, calor, água, choque etc... e quem eram os fisioterapeutas? Minha fisio era muito específica para recuperação do movimento, extensão. Então, além dos exercícios tinha um trabalho de manipulação e fáscia. Minha fisioterapeuta salvadora se chama Aline Nambu. O que você mais gostava e menos gostava nas sessões de fisioterapia? Sentia muita dor, mas no meu caso era inevitável. Mas era uma dor que tinha que suportar e ao observar o progresso do tratamento dava uma sensação de alívio e felicidade. Ainda faz tratamento fisioterapêutico? Sim. Quando preciso dançar. Qual recado você deixa para os profissionais que estão lendo a entrevista? Que tenham dedicação total aos seus pacientes. Paciência total e especializarse em outras técnicas. Nós pacientes temos que acreditar no trabalho de vocês e quando se vê o progresso é muito gratificante. E que agora, eu estou no teatro com a peça “E ai, Comeu?”, onde vivo sete personagens ao lado dos atores Carlos Bonow, Oscar Magrini e Renato Rabelo que está a frente da direção do infantil “ A Rainha da Neve, a fábula que inspirou o Frozen”. NovaFisio.com.br • 13


Turismo|

Conheça Búzios-RJ

Por

|Eduardo Tavares

Búzios

Fotos

|Ricardo “Rick” Ribas

A cidade que de uma vila de pescadores se transformou em point do turismo internacional

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idade distante cerca de 180 km do Rio de Janeiro, Búzios apresenta hoje um padrão internacional de turismo. Quem já teve a oportunidade de passar pelo menos um fim de semana nesta cidade paradisíaca, com certeza encontrou a paz de espírito e, por que não dizer, com o mundo. Talvez isso tudo explique a enorme quantidade de estrangeiros que, chegaram como turistas e, impressionados com a beleza natural do local, fixaram residência definitiva. São 23 praias de península, muita gente bonita e estabelecimentos requintados. Restaurantes variados, butiques de grifes famosas espalhados pela tradicional Rua das Pedras. Aqui, destacamos alguns pontos turísticos de uma Cidade Maravilhosa localizada dentro de outra Cidade Maravilhosa. 14 • NovaFisio.com.br


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Turismo|

Conheça Búzios-RJ

Rua das Pedras Onde tudo acontece e todos se encontram. Rua mais badalada de Búzios, onde se encontram os principais restaurantes e lojas de grifes famosas. Principal point para ver gente bonita e escutar música ao vivo. Orla Bardot Construída em 1999, a Orla oferece conforto em decks de madeira, bancos, chão em pedra e paisagismo com vegetação nativa. Ca-minhar por ela proporciona ao visitante um passeio deslumbrante, acompanhado pelo mar da Praia da Armação. Beiram o trajeto prédios históricos, casarões coloniais, comunidade de pescadores artesanais e marcos culturais, como as estátuas de Brigitte Bardot e dos Pescadores. Ao final da Orla, fica a Igreja de Sant’Anna, padroeira de Búzios. Um píer de madeira também garante o desembarque na praia do centro, local ideal para apreciar o pôr-do-sol. Estátua Brigitte Bardot Em tamanho natural, a escultura da artista plástica Christina Motta, retrata Brigitte da forma despojada como ela costumava andar por Búzios na década de 60. Praia de Geribá É a praia da galera local. Dois quilômetros de extensão e uma larga faixa de areia fina. Geribá, sem dúvida, é um dos points mais badalados da península e dos mais concorridos no reveillon. Neste point, se reúnem todos. Casinhas de pescadores dão charme ao lugar, ao lado de mansões, que tornam Geribá chique. Praia da Ferradura A praia tem o formato de uma ferradura, e é a que mais oferece opções para a prática de esportes náuticos. Existe a possibilidade do visitante alugar pranchas de windsurf, caiaque, pedalinho, laser, pode andar de banana boat, jet ski e tudo o que for a última moda em termos de água e esporte. É a praia preferida das celebridades que frequentam Búzios. 16 • NovaFisio.com.br


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Colunas|

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Qual é a saída para a fisioterapia?

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Ministério da Educação preconiza necessidade de titulação para avaliar conceitualmente os cursos de fisioterapia e outros. Passou-se a observar uma quantidade crescente de cursos de mestrado e doutorado, embora a maioria não esteja ligado a linhas de pesquisa específicas de fisioterapia, pois a nossa história acadêmica é bastante jovem. Deve-se esclarecer que de algum ponto deve iniciar, mas a quantidade de titulados é muito baixa e são muito poucos os cursos com direcionamento à fisioterapia. Nesse aspecto, o que se vê é o interesse pela titulação com o objetivo de chegar à sala de aula. Há mestres com formações totalmente desvinculadas, mas como são titulados apresentam maior chance de ocupar a vaga, pois para as universidades, principalmente as privadas, quantidade de mestres e doutores significa maior chance de atrair alunos; enfim, virou questão de propaganda. E como fica na sala de aula um profissional recém-formado que conclui o mestrado, não possui nenhuma experiência clínica, não tem vivência profissional e vai ministrar uma disciplina aplicada, a qual exige visão prática e embasamento para discutir com os alunos sobre tendências e propostas? Simplesmente um caos. O governo Lula democratizou o acesso aos cursos de mestrado e doutorado, possibilitando essa verdadeira fábrica de certificados, sem critério, seriedade e uma avaliação rigorosa do candidato ao título; todo mundo tem direito, claro, mas nem todos têm competência, o que interessa é a possibilidade de ser professor, pois é uma cargo com melhores ganhos (?) e aparente estabilidade. Na contramão desse movimento, os cursos de fisioterapia que proliferavam no início da década de 2000 começaram a minguar por falta de mercado (o que não é real), levando ao fechamento de vários campi de várias instituições, as turmas passaram a ser otimizadas com núcleos comuns de disciplina para garantir quórum e diminuir a necessidade de docentes e, por consequência, também os gastos pelas universidades. Com isso, a qualidade de formação que já vinha caindo a cada ano, piorou sensivelmente. Os professores com maior vivência clínica e experiência profissional foram tirados de sala de aula e substituídos pelos novos titulados, demonstrando falta de visão e bom senso por falta do governo. Hoje, esse apelo já não atrai tantos alunos assim; o que várias instituições estão fazendo? Demitindo os mestres e doutores para pagarem menos aos docentes somente especialistas. Anda-se para trás e minimiza-se a importância dos cursos de pós-graduação lato sensu (que deveriam ser rigorosos no acesso e não são, permitindo verdadeiros absurdos na formação de “especialistas” de péssima qualidade que só buscam certificado e abundância calamitosa de cursos que não apresentam condições de funcionamento), maximiza-se os cursos strictu senso e o que se vê é a banalidade do conhecimento, da ciência, do crescimento e dignidade profissional. A educação básica é péssima, continua ruim no ensino médio, mas o aluno chega à universidade, se forma e a qualidade profissional da saúde, de modo geral, só faz despencar. Se não temos jovens em formação com embasamento sólido, nova visão de mundo e raciocínio crítico, como esperarmos mudanças? As novas levas de fisioterapeutas estão cada vez mais sem perspectivas, pois não foram formados com essa visão. Por quê? Porque quem estava à frente da turma também não tinha essa ótica. Entramos em um círculo vicioso e não temos alternativa para quebrar isso enquanto grupos de interesses continuarem predominando nas áreas da saúde e educação. As Diretrizes Curriculares do Ministério da Educação preconizam a formação de um profissional generalista, crítico-reflexivo e humanista. Infelizmente a realidade é bem diferente. De forma surpreendente, quando se propõe discutir esse e outros temas de vital importância para a profissão, ninguém responde, poucos comparecem, dando a impressão de que o fisioterapeuta está plenamente satisfeito. Quando se discute salário, quando a proposta é um piso salarial decente, todo mundo se movimenta na esperança de que essa realidade seja imediata. Não é assim; o fisioterapeuta tem primeiro que mostrar ao que veio, apresentar competência, seriedade e dignidade de propósitos e não se prostituir com subempregos e cobrar de forma aviltante por atendimentos realizados e sabe-se lá que tipo de atendimento. Dá para aceitar o que os planos de saúde pagam pelo atendimento fisioterápico? Dá para aceitar um profissional receber R$50,00 por um plantão de 12 horas? Dá para aceitar anúncios de “clínicas” promovendo fisioterapia a R$1,99 juntamente com procedimentos de manicura, pedicure e escova progressiva associados a fisioterapia respiratória, traumatológica e drenagem linfática? O profissional que aceita essas condições está sendo conivente com esse quadro dramático e é tão culpado quanto os que instituem as políticas de saúde. Não podem ser chamados de fisioterapeutas, pois nenhum respeito tem pelos pacientes que não vão ser tratados nunca de forma eficaz, porque simplesmente não são tratados. Isso é uma vergonha! Dr. José da Rocha E-mail: ze.rocha@oi.com.br 18 • NovaFisio.com.br


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Monografia. Comprar porque se tenho capacidade de fazer!

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ente do Céu, a coisa ta realmente feia! Trabalhar é preciso, mas isso tende ao absurdo. Um mercado que se fortaleceu muito nesses últimos anos, PASMEM, foi o mercado da VENDA DE MONOGRAFIAS. Ou seja, venda de idéia, raciocínio, venda do pensar, venda do querer saber. Os caras oferecem de tudo, da monografia de graduação à tese de doutorado. É uma vergonha, no meu pensar. O objetivo do trabalho de conclusão de curso é de “forçar” o aluno a demonstrar, de modo consolidado, o resultado de seu aprendizado ao longo do curso. Naturalmente, cabem discussões acerca do real alcance desse objetivo, ou mesmo se apenas um trabalho final possa ser capaz de cumprir esse papel, mas essa é uma outra discussão. A que se pensar que um mercado é composto de clientes, fornecedores e demanda. Ora, se eles vendem é porque alguém compra! Nós que trabalhamos com ciência, fazemos orientação de alunos de todos os níveis, ficamos surpresos/tristes/decepcionados com as dificuldades apresentadas por alunos que consomem esse tipo de produto. É ser muito lesado! Como um profissional de nível superior não consegue elaborar um trabalho de conclusão de curso, que cá pra nós (dissertações e teses à parte), não tem esse mistério todo. Na nossa área, imagino se esses indivíduos terão condições mínimas de atenderem um paciente. Pedirão alguém para fazê-lo? Será um novo produto a ser lançado – ATENDIMENTO TERCERIZADO POR INCAPACIDADE INTELECTUAL. Perguntei essas coisas pelas Universidades em que trabalho e a fuga é sempre a mesma: É POR FALTA DE TEMPO! Desculpas esfarrapadas deixadas de fora, concluímos que o individuo não tem tempo para pensar!? Loucura, loucura, diria o Luciano Huck, é muito doido mesmo! O indivíduo quer ser um profissional, cuidar da saúde das pessoas, e tem preguiça de pensar?! Pois saiba, que nada nessa vida pode ser feito sem pensar. Pensar é fundamental em tudo na vida! Inclusive, o TCC tem como um de seus objetivos estimular a criação, a reflexão dos futuros profissionais. Afirmo isso porque tenho presenciado diversos casos em que os alunos se comprometem internamente com a realização do trabalho e exuberam de prazer ao final da peleja. É muito gratificante ver um aluno que trabalhou, aprendeu e escreveu defender seu trabalho diante de uma banca, ou mesmo submetendo seu artigo. Tudo é diferente. Os professores orientadores sabem do que estou falando, pois fica claro quem trabalhou e quem copiou. Reclamamos muito que o País está com dificuldades, mas até nas mínimas coisas há uma isenção de responsabilidades que nos levará ao caos. Imaginem se os pais comecem a fazer os exercícios de casa de seus filhos? Só teríamos notas 10 hoje, e no futuro um contingente enorme de pessoas despreparadas para tudo, conseguindo tirar apenas notas ZERO, na profissão e na vida. Como dizia minha segunda filha, Lahna, quando era muito pequena: Pé tensão! Parem de dar sorte ao azar! “O que será o amanhã, o que vai ser o seu destino?” Depois vai dizer que a Cigana te enganou! Vai chorar na cama, que é lugar quente! Fisioterapeutas do meu Brasil, do mesmo modo que eu digo para não se trocarem por um “DORFLEX”, digo para não comprarem seu PENSAR, pois ele é fundamental para construção da nossa identidade. Tudo contribui para a formação do profissional, cada fase deve ser tratada de modo peculiar. NÃO SE DEPRECIE!!! Quem compra, paga atestado de incapacidade. Continuem mandando seus recados, críticas, comentários e sugestões. Falem conosco, dêem sugestões, mas lembremse: mantenham o bom humor!

“Se o melhor é possível, o bom já não é o suficiente”. Autor desconhecido

Dr. Rodrigo Queiroz Fisioterapeuta Especialista em Terapia Intensiva Professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB Autor do blog Mobilidade Funcional (www.mobilidadefuncional.blogspot.com) E-mail: rofisio@gmail.com NovaFisio.com.br • 19


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Somos todos escravos

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capítulo 48 do Dicionário Filosófico de Voltaire é dedicado ao verbete Escravos¹. No terceiro parágrafo da sessão primeira está escrito: “Em tudo o que se pode recolher do emaranhado da história da Idade Média é que no tempo dos romanos nosso universo conhecido dividia-se em homens livres e cativos”. Em Humano, demasiado humano, Friedrich Nietzsche escreve o Aforismo 238, de onde extraimos²: “ - Todos os homens se dividem, em todos os tempos e também hoje, em escravos e livres; pois aqueles que não tem dois terços do dia para si é escravo, não importa o que seja: estadista, comerciante, funcionário ou erudito”. Pedindo licença, acrescentaríamos também o Fisioterapeuta. Nesse sentido do pensamento genealógico de Nietzsche, ao longo das transformações próprias da História, a intuição nos leva a incluir, em face da licença já pedida, o Fisioterapeuta na lista dos escravos do capitalismo hodierno. Haverá quem rejeite essa ideia por considerá-la extravagante ou excêntrica. Mas, vamos aos fatos que poderão justificar lato senso o que pretendemos demonstrar. Para Engels o capitalismo é um modelo econômico intrinsecamente perverso. Segundo Marx, é uma estrutura onde os trabalhadores só possuem o próprio trabalho. Desse modo, o Fisioterapeuta - Trabalhador da Saúde - mesmo tendo a seu favor a Lei das 30 horas semanais de trabalho, não consegue sobreviver com o que obtém como remuneração nessa carga horária; quando se vê forçado a trabalhar 12 horas por dia, ou até mais, tendo dois empregos consentidos pela Constituição Federal brasileira; atendendo pacientes em domicilio, ou ainda trabalhando sem “carteira assinada” em troca de percentuais indignos, dividindo com seu “empregador” o que é pago por sessão de tratamento, restando no final da negociação em torno de 20% para o “empregado”. Perguntamos, usando o entendimento de Nietzsche, onde estão os dois terços do dia para si? Até agora a categoria não conta com um Piso Salarial em termos nacionais, cabendo aos Estados da Federação, por interferência dos sindicatos o estabelecimento de pisos locais, com validade de um ano a cada vez. Respeitase a Lei Federal das 30 horas semanais; mas, como foi dito antes, não dá para sobreviver, e logo acrescentamos: “condignamente”, “merecidamente”. Nesse momento repete-se o ciclo social e econômico negativo, com jornada dupla acrescida de outras atividades laborativas visando a complementação da renda mensal. Consequentemente, perguntamos outra vez: onde estão os dois terços do dia para si? Seria possível continuar citando dificuldades, situações antagônicas, mazelas decorrentes da baixa renda; mas ficamos com o que mais incomoda: a precarização dos vínculos trabalhistas no Sistema Único de Saúde SUS, com a ocupação dos cargos por terceirizados e contratados temporariamente pela ausência de concurso público. Isso para não citar a Tabela de Procedimentos do próprio SUS e dos Planos e Seguros de Saúde. Por tudo isso, e por não vislumbrar-se no horizonte a Carreira de Estado para os servidores públicos da saúde, que livraria a categoria desse fardo duro de suportar que é a servidão ao capital, ousamos afirmar que somos todos escravos, com raras exceções de poucos privilegiados. 1 - Escravos - Sessão primeira: “ O documento mais antigo que temos registrado o termo escravo é o Testamento de Ermangaut, arcebispo de Narbona, que dá ao bispo de Fredenlou seu escravo Anaph, Anaphum Slavonium” . Editora Matin Claret, 2004. São Paulo (p. 184). 2 - Nietzsche,F, Humano, demasiado humano. Aforismo 283. Tradução Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, (p. 176. Companhia de Bolso).

Dr. Geraldo Barbosa Fisioterapeuta. E-mail: geraldobarbosa43@yahoo.com.br http://geraldobarbosa43.blogspot.com

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Grandes temas da fisioterapia em emergências presente ao Fisioconnect

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que poderíamos falar sobre emergências este mês? O sucesso da sala de Emergências do Fisioconnect? Aliás oque foi o Fisioconnect hein? O maior congresso realizado em Fisioterapia no Estado do Rio de janeiro em 2014? Com certeza!!! Bem podemos destacar a programação deste dia primeiro de Novembro, com destaque para o auditório principal que abrigou grandes discussões relacionadas ao tema de nossa coluna.

A sala foi aberta com a abordagem e avaliação multidisciplinar do paciente politraumatizado com destaque para o Fisioterapeuta e Professor Rogério Ultra e suas explanações à respeito de sua larga experiência que se concerne ao paciente emergencial em unidade hospitalar. Logo após foram apresentados em mesa enriquecedora dois aspectos fundamentais dentro do contexto da emergência, Eu Mariel Patricio falei sobre a necessidade e importância da inserção do fisioterapeuta na sala de emergência em palestra reveladora e posteriormente contamos com a ilustre presença do Dr. Marcos David apresentando todo o seu conteúdo à respeito da ventilação ao paciente com traumatismo crânio-encefálico. No período da tarde todas as mesas chamaram atenção do público pois aspectos diferenciados foram abordados, como em conferência inicial o professor e fisioterapeuta Alexandre Justiniano que mostrou dados relevantes e as possibilidades do desmame ventilatório ainda ser realizado em setor de emergência. E em mais um momento clássico do evento onde a ventilação mecânica não poderia deixar de estar presente, os palestrantes da segunda mesa da tarde formaram boas discussões pois nela estavam presentes os brilhantes professores e fisioterapeutas Ezequiel Mânica, José Luiz Saramago e Simone Abrantes que salientaram os melhores modos de ventilação ao EAP, Trauma Torácico e DPOC respectivamente. Com o avançar do dia e da programação todos ainda esperavam e estavam ávidos por novidades, quando a penúltima mesa é anunciada, e eis que surgem a professora Patrícia Fernandes e os fisioterapeutas Elizabeth Viana e Diogo Lana que proporcionam ao público o melhor e mais atualizado tratamento ao paciente que foi acometido do acidente vascular encefálico e seus desdobramentos sejam eles ventilatórios e motores. E como sempre todo bom final tem um gostinho de quero mais, a última mesa foi apresentada com a sensação de saudades pelo professor e fisioterapeuta Gabriel Maia que atualizou a plateia com as últimas diretrizes da American Heart Association. É isso amigos, em 2016 o Fisioconnect vem para alcançar o feito de ser o maior congresso de Fisioterapia já realizado no Rio de Janeiro. Aproveito para me despedir e agradecer a Revista NovaFisio e a todos por este ano de 2014, para o ano que vem não estarei mas por aqui, mas seguiremos firmes com o propósito de impulsionar cada vez mais a fisioterapia. Um feliz natal a todos e um ano de 2015 repleto de realizações!!! Um forte abraço aos meus leitores e assinantes!!!

Dr. Mariel Patricio Junior Fisioterapeuta Reabilitação Cardiopulmonar e UTI Intensivista HEAT Docente CAP UNISUAM Coordenador do Dept de Emergências da AFERJ Laboratório de Reabilitação Pulmonar HUPE-UERJ E-mail: marieljunior@yahoo.com.br NovaFisio.com.br • 21


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Ruídos podem provocar lesão no joelho?

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ara esta pergunta, a resposta é SIM, e não é brincadeira. A lógica quando se pensa em uma lesão é que a prática de esporte em condições inadequadas, ou um déficit de massa muscular unido ao esforço exagerado são os principais fatores que provocam lesões de joelho. No entanto, uma nova investigação que acaba de ser publicada no Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sport mostra uma nova forma de entender o surgimento de algumas lesões inexplicáveis. Em resumo, o estudo afirma que uma explosão sonora, como um ruído muito alto ou repentino (buzinas de automóveis, sirenes de polícia, bombeiros, ambulância, etc) podem acabar com o bom estado físico dos nossos joelhos, já que esses estímulos sonoros alteram o nosso sistema nervoso, o qual tem uma grande influência em nossa estabilidade. A consequência disso é uma momentânea interrupção nos circuitos do cérebro que controlam os músculos e os ligamentos que estabilizam o joelho, podendo dar lugar a quedas ou escorregões aquelas pessoas que forem surpreendidas por tal estímulo. A investigação lembra que cerca de 250.000 rupturas e entorse de ligamento cruzado anterior (LCA) são tratadas ao ano nos Estados Unidos e que uma alta porcentagem delas deve-se a esses estressantes ruídos. Esse estudo foi realizado pela Universidade de Delaware, com 36 indivíduos (idade: 20 anos / sexo: 18 homens e 18 mulheres), cuja atividade muscular foi medida através de eletrodos. O joelho era flexionado dos 30º aos 40º ao mesmo tempo em que escutavam um som breve e de alta frequência. A reação entre todos foi muito parecida. O ruído gerava uma resposta que incrementava significativamente a rigidez dos músculos durante os primeiros 4 graus de flexão. Ao contrário, ao realizar a mesma prova sem o estímulo auditivo, nenhum dos indivíduos apresentou esse déficit de amplitude, relacionado à rigidez muscular. O estudo conclui que esta rigidez inicial se refletia em uma perturbação no controle neuromuscular, podendo conduzir a um estresse anormal no joelho e ao aparecimento de lesões não intencionadas. Em geral, as causas mais comuns de ruptura de ligamento cruzado anterior são: Receber um forte golpe no lado do joelho, Estender excessivamente a articulação, e ter o pé apoiado fortemente no chão realizando um giro brusco ou mudando rapidamente o sentido do movimento. Um forte abraço.

Dra. Jullyana Almeida de Sousa Fisioterapeuta. Reside em Pas de la Casa – Andorra E-mail: jullyanafisioterapeuta@gmail.com

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Síndrome da fragilidade: Você precisa saber disso!

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ertamente você já ouviu falar nos “I´s” da Geriatria. Pois bem, atualmente estamos tentando entender melhor isso, e, talvez, vamos resumir futuramente numa única síndrome. Um conjunto de marcadores capaz de predizer como será o processo de envelhecimento de um idoso. O assunto é tão importante que estou reescrevendo aqui na Revista NovaFisio. Se seu paciente idoso tem essas características, é preciso intensificar os estudos e o tratamento, caso contrário o prognóstico não será bom. Síndrome da Fragilidade (SF) é apontada como um indicador de risco para a perda da Capacidade Funcional (CF), quedas, hospitalizações e morte em idosos (VERAS et al, 2007; CALDAS et al, 2013). O conceito mais aceito atualmente é de uma síndrome geriátrica de natureza multifatorial caracterizada por um estado de vulnerabilidade fisiológica e de diminuição de reserva e resistência aos estressores devido a declínios cumulativos dos múltiplos sistemas fisiológicos. Trata-se de uma condição altamente prevalente que pode ser um precursor fisiológico e fator etiológico na incapacidade, independente de comorbidades (FRIED et al, 2001). Existem mais de 12 instrumentos diferentes, e variações destes, para diagnosticar a SF em pessoas idosas. Ainda não existe um que possa ser considerado um instrumento “padrão ouro” para diagnóstico e estadiamento da SF, dificultando a comparabilidade de resultados entre os estudos (TRIBESS; OLIVEIRA, 2011). Fried et al (2001), baseado nos dados do Cardiovascular Health Study, operacionalizam um conjunto de 5 critérios para amparar o diagnóstico da SF: 1. Fraqueza muscular; 2. Perda de peso; 3. Marcha lenta, 4. Fadiga; 5. Baixo nível de atividade física. O estágio de fragilidade é caracterizado quando, pelo menos, três das cinco condições estão presentes, e o estágio de pré-fragilidade, quando há uma ou duas condições. Saiba Mais... 1. VERAS, Renato Peixoto et al. Promovendo a saúde e prevenindo a dependência: identificando indicadores de fragilidade em idosos independentes. Rev Bras Geriatr Gerontol, v. 10, n. 3, p. 355-70, 2007. 2. CALDAS, Célia Pereira et al . Rastreamento do risco de perda funcional: uma estratégia fundamental para a organização da Rede de Atenção ao Idoso. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 18, n. 12, Dec. 2013. 3. FRIED, Linda P. et al. Frailty in older adults evidence for a phenotype. The Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, v. 56, n. 3, p. M146-M157, 2001. 4. TRIBESS, Sheilla; OLIVEIRA, Ricardo Jacó de. Síndrome da fragilidade biológica em idosos: revisão sistemática. Rev. salud pública, Bogotá , v. 13, n. 5, Oct. 2011...

Dr. Rodrigo Queiroz Fisioterapeuta Especialista em Terapia Intensiva Professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB Autor do blog Mobilidade Funcional (www.mobilidadefuncional.blogspot.com) E-mail: rofisio@gmail.com

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Fisioterapeuta, você reconhece um idoso frágil?

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Síndrome da Fragilidade (SF) é apontada como um indicador de risco para a perda da Capacidade Funcional (CF), quedas, hospitalizações e morte em idosos (VERAS et al, 2007; CALDAS et al, 2013). O conceito mais aceito, atualmente, é de uma síndrome geriátrica de natureza multifatorial caracterizada por um estado de vulnerabilidade fisiológica e de diminuição de reserva e resistência aos estressores devido a declínios cumulativos dos múltiplos sistemas fisiológicos. Trata-se de uma condição altamente prevalente que pode ser um precursor fisiológico e fator etiológico na incapacidade, independente de comorbidades (FRIED et al, 2001). Estão associados sinais e sintomas como fraqueza, fadiga, perda do apetite, desnutrição, desidratação e perda de peso, além das síndromes geriátricas, tais como as anormalidades do equilíbrio e de marcha, o condicionamento físico precário, a confusão mental, a incontinência fecal e urinária, a depressão e a alta dependência (VERAS et al, 2007). Nos últimos anos cresceu o número de estudos que buscam compreender as relações causais, identificação de marcadores associados, manifestações clínicas e funcionais, e de determinantes para o desenvolvimento da Síndrome da Fragilidade (FRIED et al, 2001). Existem mais de 12 instrumentos diferentes, e variações destes, para diagnosticar a SF em pessoas idosas. Ainda não existe um que possa ser considerado um instrumento “padrão ouro” para diagnóstico e estadiamento da SF, dificultando a comparabilidade de resultados entre os estudos. Fried et al (2001), baseado nos dados do Cardiovascular Health Study, operacionalizam um conjunto de 5 critérios para amparar o diagnóstico da SF: 1. Fraqueza muscular; 2. Perda de peso; 3. Marcha lenta, 4. Fadiga; 5. Baixo nível de atividade física. O estágio de fragilidade é caracterizado quando, pelo menos, três das cinco condições estão presentes, e o estágio de pré-fragilidade, quando há uma ou duas condições. Saiba mais em: CALDAS, Célia Pereira et al . Rastreamento do risco de perda funcional: uma estratégia fundamental para a organização da Rede de Atenção ao Idoso. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 18, n. 12, Dec. 2013 . VERAS, Renato Peixoto et al. Promovendo a saúde e prevenindo a dependência: identificando indicadores de fragilidade em idosos independentes. Rev Bras Geriatr Gerontol, v. 10, n. 3, p. 355-70, 2007. FRIED, Linda P. et al. Frailty in older adults evidence for a phenotype. The Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, v. 56, n. 3, p. M146-M157, 2001.

Dr. Rodrigo Queiroz Fisioterapeuta Especialista em Terapia Intensiva Professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB Autor do blog Mobilidade Funcional (www.mobilidadefuncional.blogspot.com) E-mail: rofisio@gmail.com

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6 – A Universidade Hebraica desenvolveu um estimulador elétrico por baterias que são implantados no peito dos pacientes com Parkinson, bem como marcapassos. As emissões destes sinais nervosos bloqueiam as unidades que causam os tremores ..

Boas notícias chegando de Israel Nestes tempos em que estão sendo comemoradas as conquistas do povo de Israel, em seus curtos 66 anos de vida independente, vale relacionar este decálogo de conquistas científicas que beneficiarão não somente os israelenses mas a toda HUMANIDADE. 1 – A Universidade de Tel Aviv está perto de alcançar uma vacina nasal que proteja tanto da doença de Alzheimer quanto dos derrames. As primeiras experiências são muito encorajadoras . 2 – O Technion de Haifa, instituto dedicado à pesquisa de tecnologia médica, desenvolveu um teste de sangue simples que pode detectar várias doenças (incluindo câncer). 3 – O Centro Ichilov de Tel Aviv isolou uma proteína que vai substituir a colonoscopia na detecção do câncer de cólon. Basta um simples exame de sangue. O câncer do cólon mata cerca de 500.000 pessoas por ano. Muitas dessas mortes podem ser evitadas se detectadas a tempo. 4 – A acne não mata ninguém, mas gera grande ansiedade e insatisfação a milhão de adolescentes. O laboratório CureLight criou uma maneira de curá-la, emitindo raios ultravioleta de alta intensidade sobre as bactérias que produzem acne, sem causar mais complicações. 5 – O laboratório Given Imaging desenvolveu uma pequena câmera na forma de comprimidos que são engolidos e passam milhares de fotos do aparelho digestivo. Estas imagens, de alta qualidade (dois por segundo, durante oito horas), podem detectar pólipos, câncer e fontes de sangramento. Elas são enviados a um chip que armazena e, em seguida, descarregadas em um computador para o médico examinar. O paciente expele a câmera através do reto.

7 – O odor da respiração de um paciente pode ser usado para detectar se ele tem câncer de pulmão. O Instituto de Nanotecnologia Russell Berrie criou sensores capazes de perceber e registrar 42 biomarcadores que indicam a presença de câncer de pulmão sem a necessidade das invasivas biópsias. 8 – É possível fazer sem cateterismo, em muitos casos, exames que visam clarificar o estatuto das artérias coronárias. O EndoPAT é um dispositivo colocado nas pontas dos dedos indicadores, que pode medir o estado das artérias e prever as chances de um ataque cardíaco ocorrer nos próximos sete anos. 9 – A Universidade Bar Ilan está estudando um novo medicamento para combater vírus transmitidos pelo sangue. Eles chamam a armadilha de Vecoy, que engana o vírus para alcançar a sua autodestruição. É muito útil para combater a hepatite, o temido Ebola e AIDS. 10 – Os cientistas israelenses do Hadassah Medical Center podem ter curado o primeiro caso de esclerose lateral amiotrófica, conhecida como doença de Lou Gehrig. O tratamento foi desenvolvido com base em células-tronco e curou um rabino ortodoxo.

Bono terá que fazer fisioterapia Bono Vox, vocalista do U2, precisou colocar três placas de metal e 18 parafusos após sofrer nove fraturas em um acidente de bicicleta. As informações foram dadas pelo hospital no qual o músico está internado, em Nova York. No último domingo (16), ele caiu enquanto pedalava pelo Central Park. De acordo com o Presbyterial/Weill Cornell Medical Center de Nova York, Bono Vox quebrou o braço em seis partes e fraturou a cavidade ocular, a mão e a escápula. Por conta do acidente, ele foi submetido a duas cirurgias. A primeira, realizada no domingo, demorou cinco horas e nela o cantor colocou as placas e os parafusos. Na segunda, ele foi submetido à outra operação, dessa vez na mão esquerda. O ortopedista responsável, Dean Lorich, afirmou que o músico vai precisar de longas sessões de fisioterapia. Mas ele acredita que o vocalista do U2, que recebeu a principal condecoração da França, vai se recuperar rápido das fraturas. Segundo o comunicado enviado à imprensa pelo hospital, Bono se envolveu em “um grave acidente de bicicleta quando tentava desviar de outro ciclista”. “Estamos certos de que ele se recuperará totalmente em breve, daí então voltaremos!” afirmaram os colegas de banda.

Tênis biológico produzido em impressora 3d Achou esquisito? É o que usaremos em 2050 segundo a designer e pesquisadora Shamees Aden.

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UROFISIOTERAPIA Aplicações Clínicas das Técnicas Fisioterapêuticas nas Disfunções Miccionais e do Assoalho Pélvico Paulo César Rodrigues Palma, Maura Seleme A reabilitação do assoalho pélvico enfoca a prevenção e tratamento de todos os tipos de desordens funcionais das regiões abdominal, pélvica e lombar, dentre as quais destacam-se a incontinência urinária e bexiga hiperativa, consideradas problemas de saúde altamente prevalentes

em mulheres. Outras disfunções importantes do assoalho pélvico são prolapso dos órgãos pélvicos (POP), constipação, distúrbios miccionais e sexuais. A fisioterapia pélvica é frequentemente considerada o tratamento de primeira escolha devido ao seu caráter não-invasivo, aos excelentes resultados em termos de alívio dos sintomas, à possibilidade de combinar a terapia física com outros tratamentos, o baixo risco de efeitos colaterais e o custo baixo ou moderado. Restrições importantes para o sucesso terapêutico podem ser a falta de motivação, adesão e perseverança, tanto do paciente quanto do terapeuta, além do tempo disponível para a fisioterapia. Deste modo a triagem adequada do paciente é fundamental, devendo ser baseada em instrumentos e ferramentas validados, buscando identificar aqueles pacientes que terão reais benefícios com a fisioterapia pélvica. São 52 capítulos, mais de 50 colaboradores trazendo novidades importantes para a Fisioterapia Pélvica. BIOFOTOGRAMETRIA PARA FISIOTERAPEUTAS Geraldo Henrique Lopes Miranda Há muitos anos atrás, nós, profissionais da área da saúde, utilizávamos de recursos para as devidas mensurações em nossos pacientes, muitas vezes de difícil acesso ou pouca confiabilidade diante dos resultados obtidos. Foram utilizados por muitos anos (e ainda é) o goniômetro, fita métrica, balança de peso, balança antropométrica, entre outros, acreditando ser o melhor recurso para obter um resultado satisfatório. Com o avançar da tecnologia, novas formas de medidas foram incluídas no rol de procedimentos para obtenção de resultados após avaliações.

Algumas técnicas e objetos se tornaram obsoletos, dando lugar a novas tecnologias. Podemos citar aqui desde o próprio goniômetro, agora digital, testes de função, indicadores e questionários, escalas e sistemas de análise tecnologia-assistidos passando por acelerômetros, Câmeras fotográficas (digitais) ou filmadoras de infravermelho, dinamômetros computadorizados (isocinéticos), eletromiógrafos, Plataformas de força, Paquímetros (digitais), dentre vários outros. Abordaremos neste manual prático, mais uma técnica de mensuração atualmente muito utilizada no mundo científico e não científico chamada Biofotogrametria Computadorizada. A propósito, recomendaremos nesta obra a divisão do uso da nomenclatura Biofotogrametria – apenas para mensurações em seres vivos – e fotogrametria – para avaliações de coisas, objetos, móveis, envolvendo mensurações que não haja a presença de “material vivo”. Sejam todos muito bem vindos ao universo da Biofotogrametria Computadorizada. É o universo tecnológico a nosso favor, contribuindo de maneira eficiente para a melhoria das nossas avaliações HISTÓRIA DA MASSAGEM, HISTÓRIA DA QUIROPRÁTICA e HISTÓRIA DA OSTEOPATIA Henrique Baungarth, Clóvis de Andrade, Luciano Tavares. Elaboramos o trabalho que ora lhe é oferecido, caro leitor, dividindo-o em três capítulos básicos que julgamos atenderão nossa proposta: cada um com as subdivisões julgadas necessárias à sua clara compreensão. Como complemento último – mas não menos importante, segundo nosso ver - outro capítulo, mais didático (e, portanto, mais denso), foi acrescentado, visando consolidar e ampliar o universo conceitual das terapias manuais e, com isso, enriquecer nosso cabedal informativo. Ao final deste, listamos as obras consultadas bem como as julgadas essenciais ao aprofundamento do tema, preenchendo mais amplamente, assim, o requisito de sermos úteis a quem anseia conhecer mais ou necessite pesquisar e garimpar outras tantas pérolas nesse mar informacional ainda nebuloso em relação a tão importantes temas da vida do profissional de saúde, mormente nossos fisioterapeutas e estudantes afins... Esperamos, desta forma, deixar - ao final da leitura – mais consolidada a história das práticas que primordialmente nos têm ocupado a vida.... Aqui começamos a contar a nossa história. Acompanhenos, pois, você, leitor que nos honra com sua visita... Com nossos votos de um bom proveito, sorte e felicidades... Os autores. NovaFisio.com.br • 27


Tininha |

Humor - passa-tempo - game - novidades - música - cinema - moda - TV - tendências - automóvel - compras

Olá pessoal, nesta edição eu recebi bastante coisa legal da Vanessa Muller de Campinas e da Marta Figueiras de São Caetano do Sul. Valeu Vanessa, valeu Martinha, quando tiverem mais, pode mandar que eu adoro ler e publicar tudo que recebo, é cada uma mais legal que a outra. Pior que eu me identifico com um monte delas, hahahaha. Quem tiver coisa legal, pode me enviar que publicarei aqui nas próximas edições e vou colocar os nomes nos agradecimentos é claro. Pode me falar até a faculdade que você estuda, que coloco junto também. Beijos, Tininha. tininha@novafisio.com.br

FORÇA!

NO LARGADO

CALMA

MUNDO

ZUMBIFICA

ÇÃO

Nunca ria das escolhas de sua esposa. Afinal você é uma delas! :) OBA, É HOJE!

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economia - turismo - esporte - Facebook e muito mais.

E VOCÊ. PASSOU EM TUDO?

SABE DE NADA. INOCENTE!

A mãe chegou em casa preocupada:Filhinha, assim seu pai vai querer trancar sua matrícula no curso de fisioterapia. É verdade que você repetiu algumas matérias? - Eu? Quem disse isso? Claro que não! - É que hoje eu passei lá na porta da sua faculdade e encontrei uns amigos seus e todos me disseram que você tinha levado pau!... - Mas, mãe, uma coisa não tem nada a ver com a outra!

FELIZ NATAL E UM BOM 2015

ALUNO DE MESTRADO OU DOUTORADO PROCESSO SELETIVO

QUALIFICAÇÃO

DEFESA

TEMPO QUE UMA MULHER LEVA PARA SE ARRUMAR... MANDOU ARTIGO PARA NOVAFISIO?

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FISIO Perfil Dr. Eduardo Monnerat Rodrigues eduardomonnerat@pop.com.br

Quem é, o que fez e faz pela fisioterapia.

D

urante e após o término do Mestrado, consegui publicar alguns artigos relacionados à Fisioterapia. Acredito que as pesquisas são de extrema relevância para o crescimento da profissão. Pretendo continuar publicando e ensinando todo o meu conhecimento que foi adquirido ao longo dos anos. Sou especialista em Anatomia Humana e Mestre em ciência da Motricidade Humana. Tenho artigos publicados de Lombalgia (escala de dor e incapacidade funcional) Mobilização Neural dentre outros.

Qual ano e em qual faculdade que se formou? Universidade Estácio de Sá no Rio de Janeiro-RJ em 2004. Durante e após o termino do Mestrado, consegui publicar alguns artigos relacionados à Fisioterapia. Acredito que as pesquisas são de extrema relevância para o crescimento da profissão. Pretendo continuar publicando e ensinando todo o meu conhecimento que foi adquirido ao longo dos anos. Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Foi ter casado com a minha esposa Gladys Fontenele e ter entregue a minha vida nas mãos de Deus. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Pior coisa? Não sei. Não me arrependo de nada, embora eu já tenha errado bastante. Digo que não me arrependo, pois tive a capacidade de reconhecê-los e evoluir a partir deles. O que seria o ser humano sem os erros? As falhas servem de base para a nossa evolução, parece algo meio paradoxal, mas eu acredito nisso. Deus não criou seus filhos perfeitos. Ele permite o erro, no entanto, exige superação. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? Admiro profissionais estudiosos e que respeitam os seus pacientes e colegas de profissão. 30 • NovaFisio.com.br

O que você mais gosta na profissão? Trabalhar e aprender com as pessoas, amigos de profissão e pacientes. O que você odeia na profissão? Na verdade eu não odeio, apenas não gosto de profissionais mal intencionados. Qual sua maior virtude? Acho que sou uma pessoa paciente, perseverante, sei ouvir as pessoas e adoro ouvir as pessoas idosas contando as suas experiências. Qual seu pior defeito? Não faço a mínima ideia de qual é o meu maior defeito. São muitos ! (rsrsr) Qual dica daria aos colegas? Que estudem e perseverem sempre. Tratem seus pacientes e colegas de profissão sempre com muito respeito. Qual seu maior sonho? Desejo que o profissional da área da saúde seja mais valorizado. E desejo muita paz e esperança de um mundo melhor para todos. O mundo precisa de mais equilíbrio. O equilíbrio virá quando valorizarmos menos o material e mais o emocional e o espiritual. Resumindo, esses são os meus principais desejos. Um livro? O Pequeno Príncipe. Aprendi muito lendo esse livro.

Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o quê? Não me vejo em outra profissão. Se eu não fosse fisioterapeuta, sinceramente eu não sei. Para qual colega você tira o chapéu e por quê? Tiro o chapéu para o professor e fisioterapeuta Fábio Marcelo, é um excelente profissional. Ele é muito estudioso e dedicado. Existe alguma técnica na Fisioterapia que você tenha preferência? Bom... todas as técnicas tem muito valor, no entanto eu gosto muito das técnicas de bandagens, das técnicas de mobilização articular e mobilização neural. Diga uma frase? “...O essencial é invisível aos olhos”. Antoine de Saint-Exupéry – escritor Francês. Que talento mais gostaria de ter? Gostaria de saber cantar. Quer fazer alguma divulgação? Gostaria de divulgar a academia de lutas – PEJOR, a grife Black Punch, culinária Dr. Pereira e a clínica odontológica Dr. Veit. São um dos parceiros da academia PEJOR. E gostaria de divulgar a FisioBúzios onde sou professor e que em tão pouco tempo já é um sucesso.


E

sta é a última edição impressa da Revista NovaFisio. Após 18 anos, chegou a hora de virarmos uma página de nossa história e começar uma nova fase, agora digital. Nós gostaríamos de dedicar esta última edição a Dra. Angela Beatriz Varella, que fez parte intensamente de nossas páginas como anunciante, autora e até entrevistada em nossa edição 67 de março 2009. Revista NovaFisio e Dra. Bia, vocês deixarão saudades.

Obrigado!

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Palavras chave: Síndrome do Túnel do Carpo. Mobilização Neural.

TRATAMENTO DA STC UTILIZANDO A TÉCNICA DE MOBILIZAÇÃO NEURAL-REVISÃO DE LITERATURA. TREATMENT OF CTS USING THE TECHNIQUE OF NEURAL MOBILIZATION - LITERATURE REVIEW

Josias Rodrigues Rosa*,*Yonara Teles**. *Acadêmicodo 8 Semestre de Fisioterapia da Faculdade Cathedral de Ensino Superior de Boa Vista RR. Email: Josiasjrr@hotmail.com. Endereço: Rua Tenente Guimarães, 125, Bairro Liberdade. ** Orientadora, Yonara Teles, Esp. Pneumofuncional e cardiovascular. Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Cathedral. Email: yonara_julia@hotmail.com. Endereço: Rua Professor Eloy Gomes, 30, São Vicente. NovaFisio.com.br • 33


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Palavras chave: Síndrome do Túnel do Carpo. Mobilização Neural.

RESUMO A Síndrome do túnel do carpo é ocasionada por uma compressão do nervo mediano, deixando o paciente com sintomas de dor e parestesia em membro superior, o objetivo do artigo é mostrar os efeitos da mobilização neural e como ela vai atuar com a liberação do nervo, trazendo a recuperação das funções, melhorando então o quadro álgico, flexibilidade e ainda proporciona um alongamento dessas raízes nervosas descomprimindo assim o nervo acometido, sendo realizadas pesquisas em artigos científicos, revista cientifica e livros. Palavras chave: Síndrome do Túnel do Carpo. Mobilização Neural. ABSTRACT The syndrome of the body’s tunnel es aroused for a compression of the median nerve, staying the pacient with symptoms pain and paresthesia on uppen limp, the ain to andress is show the neural mobilization effects and how it will act with realiase of the nerve, bringing the funtion, improving then the alginic frame work, flexibility and still the provide a elongation it nerve’s root. Descompressing the strinken nerve, being carriend out the research in goods scientifcs, magazine Scientifics and books. The curret research shows the efficacy of the treatment treatise in the syndrome with the use of neural mobilization constituited an average almost 100% recovery of patient. Keywords : Carpal Tunnel Syndrome . Neural mobilization . INTRODUÇÃO A (STC) é uma patologia neurológica que ocorre devido uma compressão do nervo mediano, logo se dar também devido ao tamanho do ligamento anular, que faz com que o canal do túnel do carpo fique pequeno e ali se 34 • NovaFisio.com.br

comprima o nervo mediano causando então assim as dores, parestesias que serão confirmadas com exames por imagens e também por exames físicos como alguns testes neurológicos (DAVID et al, 2009). Como diagnóstico da STC tem o exame de eletromiografia que ajudará na descoberta da mesma (OLIVEIRA, 2000). Com o diagnóstico realizado através do exame de eletromiografia observamos 3 graus desta síndrome vai de razoável até a um grau mais severo (SILVA, 2011). Como tratamento desta patologia destacamos a mobilização neural que por sinal ajudará a descomprimir o nervo, fazendo com que o paciente tenha um relaxamento das estruturas acometidas, aliviando assim as dores e parestesias. A técnica de mobilização neural por sua vez tem diversas melhorias, e seus objetivos são de melhorar ou fazer com que volte os movimentos do sistema nervoso, isso beneficiará no retorno das suas funções que estavam fora do normal e a diminuição dos sintomas descrito no quadro de determinadas patologias ocorridas no Sistema Nervoso (VASCONCELOS et al, 2011). FUNDAMENTAÇÃO TEORICA SINDROME DO TÚNEL DO CARPO (STC) De acordo com Lourenço (2010), a anatomia do túnel do carpo se dar pela parte posterior do punho com os ossos carpais, na parte anterior se limita ao ligamento transverso do carpo, mede mais ou menos 5 centímetros de comprimento e não estica. Circulam nessa área 9 tendões flexores, tenossinóvia e o nervo mediano. Segundo Araújo et al (2013), a STC é uma patologia que tem bastante registros, sendo ela uma das patologias que mais é ocasionada dos membros

superiores. Para David et al (2009), a STC estar relacionada a alguns tipos de atividades repetitivas, como também de posturas inadequadas que estão relacionadas muitas vezes com o trabalho dos indivíduos acometidos, é uma patologia neurológica e compressiva onde o nervo mediano se torna o lesado,e está localizado nas proximidades do punho onde passa o túnel carpal. A sua etiologia ainda não se tem ao certo uma causa exata, mais acredita-se que seja mesmo de movimentos repetitivos provocados em ambientes de trabalho. Pa r a Ko u y o u m d j i a n ( 1 9 9 9 ) , a síndrome do túnel do carpo pode estar relacionada a problemas articulares de punho, tumores ou mesmo de problemas musculares nas proximidades do túnel do carpo. A sua fisiopatologia está ligada a uma mudança rápida das fibras nervosas, diminuição do fluxo sanguíneo, ou simplesmente é uma obstrução reversível das fibras nervosas, com isso vai acontecendo a desmielinizacão do segmento podendo até a levar degeneração axonal quando ocorre uma compressão mais grave e mais demorada. Conforme Custódio e Xavier (2006), a STC acomete mais mulheres do que homens, sendo uma faixa etária entre 40-70 anos. Segundo Filho et al (2013), os sintomas da STC vão ser de diversas variações de gravidade da patologia, no caso começa-se com alterações apenas sensoriais e com o passar do tempo ao agravamento da mesma pode-se até comprometer a parte motora do indivíduo lesado. O que mais o paciente relata sentir é algia e parestesia no trajeto do nervo mediano, as partes mais comprometidas da mão é o polegar, segundo, terceiro e face radial do quarto dedo, levando-os a algumas vezes a ate déficit de


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coordenação motora no punho e mão e aumento da sensibilidade ao frio. Para Lianza (2002) p. 425 “Dor, parestesias e importante funcional que acometem primordialmente a face palmar do primeiro, segundo e do terceiro dedos e a região tênar, principalmente o oponente do polegar; ocorrência de sinal de tinel quando da percussão ou da compressão súbita da região do ligamento volar do carpo na base da mão, que desencadeia a dor na região inervada pelo nervo mediano; e positividade da manobra de phalen, que consiste em flexão máxima dos punhos durante, no mínimo, um minuto, e do que resulta desencadeamento dos sintomas da síndrome do túnel do carpo, ou seja, parestesias e dor são habitualmente observados. O exame eletroneuromiografico geralmente é anormal”. Para Custódio e Xavier (2006), o comprometimento da patologia se dar em apenas um lado do punho, sendo o que mais é comum de acontecer na mão dominante, pois é com a mesma que ele costuma executar a maioria de suas atividades diárias. Um dos diagnósticos feito para a STC é um exame feito com agulha chamado eletromiografia. De acordo com Oliveira (2000), o exame de eletromiografia é feito pela amostra de um bloqueio da passagem do nervo mediano e em cima disto são feito estudos onde se observa a condução nervosa e se a mesma esta ou não com algum problema. Conforme Silva (2011) há possíveis 3 graus da STC detectadas no exame de eletromiografia: 1 grau: onde existem apenas sintomas razoáveis e intermitentes; 2 graus: intermediário, um grau acima do leve, onde já se observa alterações na sensibilidade e parte motora. 3 graus: um grau bem mais avançado da patologia, onde o

paciente já possui alterações graves, a sensibilidade e a função motora encontram-se ausentes.

mental. Mais para que a prevenção seja eficaz se faz necessário um acompanhamento ergonômico.

Segundo Oliva (2007), dentre os testes específicos para detectar a síndrome tem-se o de phalen, onde é executado de maneira em que o paciente tenha que fazer uma hiperflexão dos punhos por 1 minuto, o sinal positivo para o teste é a parestesia e dor na mão. Citando então um segundo teste temse o do sinal de tínel, onde é feito uma percussão diretamente no nervo mediano quando positivo o paciente relata algia e parestesia no polegar ou no dedo médio.

Falando-se de ergonomia onde se tem o objetivo de procurar a melhor forma para que o trabalhador fique o mais confortável possível e que venha a produzir mais. É necessário que se tenha uma boa orientação e treinamento de posturas e posições corretas no ambiente de trabalho tem-se que evitar flexões exacerbadas do punho, movimentos repetitivos e períodos prolongados na jornada de trabalho. Por fim, com relação à posição correta do punho, tem-se que na posição ortostática o ombro deve ficar em adução, cotovelo em flexão de 90 graus, antebraço e punhos neutros, mãos e dedos abertos. Já na posição sentada faz necessário que use um assento na região do cotovelo. De maneira breve para se evitar a STC, o punho e a mão devem estar posicionados em linha reta.

Segundo Karolczak et al (2005), a STC pode ser tratada de maneira em que venha a ser de modo conservador ou em casos mais avançados da patologia, tratamento cirúrgico. O primeiro é feito através do uso de medicamentos, fisioterapia onde podemos usar a cinesioterapia e a eletroterapia (com o uso de utrassom), alguns exercícios feito com movimentos ativos e alongamentos do punho, também ajudará na solução dos sintomas e diminuição da compressão. A utilização da órtese vai melhorar devido à estabilização do punho evitando então uma compressão maior na região do túnel do carpo. Por fim, tem-se o tratamento cirúrgico, onde o mesmo somente é realizado se todos os procedimentos executados não derem certo, este é feito com uma incisão de 5 a 6 cm no sentido da prega formada pelo punho, e então faz-se a liberação do ligamento transverso do carpo. Segundo Oliva (2007), como método preventivo tem-se a ginástica laboral onde a mesma promoverá além de relaxamento uma pausa no trabalho, causará um momento de descontração, dentre estes serão feitos exercícios que promoveram também alongamentos, exercícios respiratórios, com isto o trabalhador ganhará um relaxamento físico e

MOBILIZAÇÃO NEURAL Segundo Monnerat e Pereira (2010), na história da terapia, um dos métodos que mais tem ganhado espaço em meio à resolução de patologias associadas à estimulação neural, vem sendo a mobilização neural com Gregory Grieve, Alf Breig e Goffrey Maitland. Mais somente na década de 70 começou-se a ser falado sobre técnicas e noções de sensibilidade com compressões que levaria a uma melhora da dor em tecidos nervosos com inflamações. Ainda hoje estudiosos como Butler, Shacklock, Elvey e Hall estão trabalhando na divulgação da técnica de mobilização neural pelo mundo. Para Monnerat et al (2012) “Embora a técnica de Mobilização Neural não seja amplamente conhecida, essa ideia de aplicar um tratamento mecânico para o tecido neural não e nova. Princípios e métodos do alongamento NovaFisio.com.br • 35


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neural já existiam desde 1800 e progressivamente foram se aperfeiçoando tanto na teoria quanto na aplicação clínica”. De acordo com Igarashi e Cabral (2011), a mobilização neural vem tendo um grande crescimento quando se fala em terapia manual, pois a mesma garante uma melhora bastante significativa quando o assunto é referente à dor com tratamento do tecido neural e de estruturas ao redor da região que esta sendo tratada com a técnica. Esse tratamento como é feito através da mecânica e fisiologia do sistema nervoso forma o conceito de neurodinâmico. Segundo Alencastro (2010), a neurodinâmica, que ocorre com o uso da técnica de mobilização neural promove o reestabelecimento do fluxo axoplasmático e ainda da homeostasia dos tecidos nervosos. Para Vasconcelos et al (2011), a técnica de mobilização neural tem diversas melhorias, e seus objetivos são de melhorar ou fazer com que volte os movimentos e a elasticidade do sistema nervoso, isso ajudará no retorno as suas funções que estavam fora do normal e a diminuição dos sintomas descritos no quadro de determinadas patologias ocorridas no SN. Conforme Almeida e Moreira (2011), a mobilização neural ainda tem como um de seus objetivos recuperar ângulos em algumas articulações que estejam com sua amplitude de movimento diminuídas por conta do quadro álgico. Segundo Vasconcelos et al (2011), ainda falando desta pode-se destacar seu uso para traçar diagnóstico de algumas patologias, pois o mesmo trata de manobras que causam desconforto no tecido nervoso levando-o então a tal diagnostico, também é utilizado como 36 • NovaFisio.com.br

método terapêutico, diminuindo então a tensão neurológica e alcançando a recuperação dos tecidos nervosos. Igarashi e Cabral (2011), hipomobilidade, diminuição da amplitude dos movimentos o aumento exagerado desses sintomas com as manobras que mechem com a sensibilidade do paciente isso quando são comparados com o outro lado é indicativo verídico de sinal positivo de alguma compressão do nervo mediano. Contudo Przyvara e Rezende (2008), falando-se das contraindicações absolutas da mobilização neural temos como tal, tumores, lesões ocorridas no sistema nervoso central, lesões medulares ou da cauda equina, problemas agudos com recente agravamento dos sinais neurológicos. Seguindo então com as contraindicações relativas temos também as vertigens, problemas na circulação, e assim como aparecimento de algumas patologias associadas, e em casos ate irritabilidades consideradas incomodas. Para Igarashi e Cabral (2011), para se fazer a mobilização neural tem que ser feito primeiramente o teste de tensão neural para que seja assim descoberto se a dor é de origem neurológica ou de outras estruturas envolvidas no membro superior, com isso devemse colocar mais tensões nos tecidos nervosos. O foco deste teste é fazer com que seja analisada a mobilidade e sensibilidade a tensões mecânicas, através de estímulos mecânicos e movimentos nos tecidos neurais. Com respostas opostas ao estado normal do teste tem-se indicação da execução dos mesmos como forma de tratamento, fazendo com que se tenha um retorno das funções normais da área lesada. A execução da técnica é feita de forma em que o ombro fique em abdução, rodado externamente, em supinação de antebraço, com o cotovelo e o punho estendido. Para

uma resposta mais fidedigna do teste pode ser aplicado uma depressão do ombro e uma inclinação da cabeça para o lado contra lateral testado. METODOLOGIA Este artigo se propôs a realizar uma revisão de literatura sobre o seguinte tema tratamento da STC utilizando a técnica de mobilização neural. Para se elaborar este trabalho foram realizadas consultas em livros, revistas especializadas, artigos em Google acadêmico no período entre julho a outubro de 2014. DISCUSSÃO Segundo Igarashi e Cabral (2011), Em um estudo trataram 197 pacientes com um total de 240 mãos com STC em dois diferentes grupos. Sendo que os que foram tratados sem o uso da mobilização neural tiveram uma necessidade de 71, 2% de se propor a um procedimento cirúrgico, quanto que nos que foram tratados com o uso da técnica em 43% não precisaram se submeter ao procedimento cirúrgico da síndrome do túnel do carpo. Contudo, observa-se que os trabalhadores que faziam a mobilização neural com somente 3 minutos no decorrer de sua jornada de trabalho, tiveram então uma regressão em 45% da patologia da síndrome do túnel do carpo. E aqueles que passam por procedimentos cirúrgicos mesmo assim afirma-se que a uma melhora significativa na diminuição da formação de aderências e disfunções na mecânica do nervo mediano, por isso então a mobilização neural também é recomendada no pós-operatório da síndrome do túnel do carpo. Quanto ao tratamento da STC com a mobilização neural, os autores estão de acordo, sendo assim a tratar da síndrome com a mobilização neural ocorrera então diminuição do quadro álgico, pois estará fazendo a liberação do nervo acometido, melhorando assim a coordenação motora e com


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isso recuperara as funções das AVD’s. Falando-se da execução da mobilização neural os autores estão de acordo com isto à execução da técnica realmente se faz necessário, para saber se há ou não comprometimento do nervo mediano, tratará fornecendo alongamento, bem como movimentação nas articulações, melhoras e/ou recuperação de funções mecânicas e fisiológicas da estrutura acometida. Dentre todos os assuntos estudados não se obteve nenhum resultado de caráter negativo em relação ao tratamento de STC, com o uso da mobilização neural. CONSIDERACOES FINAIS Observou-se no estudo o uso da técnica de mobilização neural em pacientes com a síndrome do túnel do carpo, e foi visto que a mesma é muito eficaz no que se diz respeito aos sintomas da síndrome, melhorando então o quadro álgico, elasticidade do sistema nervoso, amplitude de movimento e trazendo em quase 100% a melhora na qualidade de vida do paciente bem como de suas atividades de vida diárias. Umas das dificuldades do estudo foi o pouco material encontrado sobre a técnica de mobilização neural, com isto sugiro que constituam mais pesquisas sobre o assunto, principalmente quando se fala quanto à eficácia da técnica abordada.

nova

FISIO

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Palavras-chaves: índice de Barthel - Pessoa Idosa - Fisioterapia.

APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DO ÍNDICE DE BARTHEL COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DA PESSOA IDOSA SUBMETIDO E NÃO SUBMETIDO À FISIOTERAPIANO VIVA MELHOR IDADE. A P P L I C AT I O N O F T H E I N D E X B A RT H E L QUESTIONNAIRE AS A TOOL FOR ASSESSING THE FUNCTIONAL CAPACITY OF ELDERLY SUBMITTED AND NOT UNDERGOING PHYSIOTHERAPY IN BETTER LIVING AGE.

Glauciane Silva Garcia de Moura- anne_76@hotmail.com.br I Yonara Júlia de Castro Teles – yonara_julia@hotmailcom II I- Acadêmica de fisioterapia, Faculdade Cathedral (RR) II- Docente do curso de Fisioterapia pela Faculdade Cathedral (RR). Pós Graduada em Fisioterapia Pneumofuncional e Cardiovascular.

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Palavras-chaves: índice de Barthel - Pessoa Idosa - Fisioterapia.

RESUMO A fisioterapia contribui com um plano de prevenção e reabilitação de clientes individuais ou em grupos. O objetivo da pesquisa é comparar a qualidade de vida e funcionalidade da pessoa idosa atendida e não atendida pela equipe de fisioterapia do viva melhor idade, com aplicação do questionário do Índice de Barthel. Participaram do estudo 20 usuários de ambos os sexos com idade entre 60 e 85 anos, sendo que no grupo I foram questionados 10 usuários praticantes da fisioterapia e no grupo II 10 usuários praticantes apenas de atividades pedagógicas. Os resultados demonstram que através da fisioterapia, os idosos constituem um meio de manter e/ou melhorar a sua capacidade funcional e que o Índice de Barthel é uma escala de fácil aplicação e eficaz na obtenção dos resultados para avaliação do grau de dependência do idoso. Palavras-chaves: índice de BarthelPessoa Idosa- Fisioterapia. ABSTRACT Physiotherapy has a plan for prevention and rehabilitation of individual clients or groups. The research objective is to compare the Quality of life and functionality of the elder answered and unanswered by the physiotherapy team of the best age living with the application of the Barthel Index questionnaire. 20 users participated in the study of both sexes aged between 60 and 85 years and in group I 10 practitioners of physical therapy users and practitioners in group II user only pedagogical activities were questioned. The results demonstrate that thorough physical therapy, the elderly constitute a means of maintaining and / or enhancing their functional capacity and the Barthel Index is a range of easy to use and effective in getting the results to evaluate the degree of dependency of the elderly.

Keywords : index Barthel- Person Idosa- Physiotherapy. INTRODUÇÃO O ciclo de vida humana é constituído por fases: infância, adolescência, adulta e envelhecimento. Cada fase deste ciclo possui uma característica única, e estãorelacionados à qualidade de vida, conhecimento, estado geral de saúde, envolvimento social e lazer (MINAYO, HARTZ, BUSS 2000). Com o avançar da idade, além de todas as transformações que lhe estão decorrendo, o tempo despendido com as atividades físicas vai sendo reduzido, podendo causar dores e desconforto, diminuição da mobilidade e dependência física, influenciando de forma negativa a qualidade de vida (MIRANDA, 2012). Te n d o e m v i s t a q u e c o m o envelhecimento acarretamos intercorrências que nos acompanham, como doenças comuns a essa faixa etária: Osteoporose, artrite, diabetes, hipertensão arterial, síndrome do impacto (VILAÇA et al. 2005).A fisioterapia busca como objetivo básico promover a saúde, proporcionando a pessoa idosa o máximo de capacidade funcional, independência física e mental na comunidade e no seio familiar. Logo, a promoção de saúde deve ter em foco mudanças no estilo de vida dos indivíduos o que acarretaria uma diminuição dos riscos de adoecer e morrer (BRITO e RAMOS, 2007). Art.3°- A finalidade do viva melhor idade (centro de referência do idoso), é ofertar serviços socioassistenciais com vistas à promoção do envelhecimento ativo, saudável e autônomo, garantindo inclusão social e a melhoria da qualidade de vida de pessoas idosas, fortalecendo vínculos familiares e comunitários (Regulamento Interno do Viva Melhor Idade, Boa Vista/RR,2012). O objetivo deste artigo é enfatizar o

apoio à pessoa idosa na necessidade de prevenir e reabilitar utilizando a fisioterapia, tal artigo foi introduzido no Viva Melhor Idade através da equipe de fisioterapia utilizando o Índice de Barthel no intuito de avaliar a capacidade funcional da pessoa idosa. REFERENCIAL TEÓRICO O envelhecimento éum processo irreversível, trazendo consigo uma perda funcional progressiva no organismo. Esse processo é caracterizado por diversas alterações orgânicas, das capacidades fisiológicas e modificações psicológicas(MACIEL, 2010). Estes conjuntos de alterações nos levam com o passar do tempo, a uma diminuição de adaptação, a danos funcionais e à morte, sendo uma extensão lógica dos processos fisiológicos de crescimento e desenvolvimento. (PORTELADA, 2013). É caracterizado pela redução de taxa metabólica, como consequência da diminuição das trocas energéticas do organismo. Denota-se uma redução acentuada da capacidade de regeneração da célula, o que origina o envelhecimento dos tecidos (MIRANDA, 2012). De acordo com Maciel (2010), aponta os principais efeitos deletérios do processo de envelhecimento: • Nível antropométrico: Aumento do peso corporal/gordura. Diminuição da estatura. Diminuição da massa muscular. Diminuição da densidade óssea. • Nível muscular: Perda de 10 a 0% na força muscular. Maior índice de fadiga muscular. Menor capacidade para hipertrofia. Diminuição na atividade oxidativa. Diminuição dos estoques de fontes energéticas (ATP/CP/Glicogênio). Diminuição na velocidade de condução. Diminuição na capacidade de regeneração. NovaFisio.com.br • 39


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Palavras-chaves: índice de Barthel - Pessoa Idosa - Fisioterapia.

• Nível pulmonar: Diminuição da capacidade vital. Aumento do volume residual. Aumento da ventilação durante o exercício. Menor mobilidade da parede torácica. Diminuição da capacidade de difusão pulmonar.

particularidades de cada indivíduo, pode produzir uma melhora das funções essenciais para a aptidão física do idoso, exercendo um papel muito importante em relação aos idosos, nos aspectosde saúde,

• Nível neural: Diminuição no número e no tamanho dos neurônios. Diminuição na velocidade de condução nervosa. Aumento do tecido conetivo nos neurônios. Menor tempo de reação. Menor velocidade de movimento. Diminuição no fluxo sanguíneo cerebral.

sociabilidade e vitalidade, contribuindo de forma significativa, para uma melhor qualidade de vida e independência funcional (TRIBESS e VIRTUOSO,2005)

• Nível cardiovascular: Diminuição do gasto energético. Diminuição da frequência cardíaca. Diminuição do volume sistólico. Diminuição da utilização de O2 pelos tecidos. • Outras alterações: Diminuição da agilidade. Diminuição da coordenação. Diminuição do equilíbrio. Diminuição da flexibilidade. Diminuição da mobilidade articular. Aumento da rigidez da cartilagem, dos tendões e dos ligamentos. No Brasil, os idosos representam cerca de 8,5% do total da população. São demonstrados através de dadoscomo um país cuja população se encontra em rápidoprocesso de envelhecimento, o que tem se refletido na elevação da expectativade vida. Tal conhecimento é determinado pela diminuição nas taxas defecundidade e natalidade e pelo aumento da expectativa de vida. As melhores condições de saneamento, nutrição, ambiente de trabalho, moradia, higiene pessoal, tecnológico e em especial na área da saúde, tem sido responsáveis por elevar o nível de vida e contribuírem para aumentar a longevidade (IBGE 2009). No sentido de prevenir e/ou minimizar os efeitos das doenças crônicas degenerativas, profissionais orientam mudanças nos hábitos de vida como boa alimentação, controle da massa corporal e realização de atividade física regular de acordo com as 40 • NovaFisio.com.br

FISIOTERAPIA PARA A PESSOA IDOSA É claro perceber que a independência funcional declina com o aumento da idade, e que esse declínio, é influenciado por vários fatores biológicos, sociais e psicológicos. Diante disso, é meta do fisioterapeuta adiar a instalação das incapacidades ocasionadas com o processo do envelhecimento; tratar as alterações motoras e funcionais decorrentes de doenças e problemas associados e trabalhar a reabilitação do idoso dentro das suas especificidades e potencialidades (PEREIRA et al. 2006). A Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolve uma política que preconiza o chamado envelhecimento ativo. A Fisioterapia, cujo objeto de estudo é principalmente o movimento humano, colabora lançando mão de seus conhecimentos e recursos com intuito de restaurar ou manter o mais alto nível de função motora e independência física possível (YUASCO e GOMES, 2007). O processo de envelhecimento, seus problemas e suas doenças direcionam os fisioterapeutas a atuar mais frequentemente em algumas áreas específicas, são elas: atuação nas doenças do aparelho locomotor (osteoporose e osteoartrite), em doenças do sistema cardiorrespiratório, nas doenças do sistema nervoso (Parkinson, Alzheimer e Acidente Vascular Encefálico) e nas doenças uroginecológicas (PEREIRA, 2002).

“Avaliação funcional pode ser definida como uma tentativa sistematizada de medir, de forma objetiva, os níveis nos quais uma pessoa é capaz de desempenhar determinadas atividades ou funções em diferentes áreas, utilizando-se de habilidades diversas para o desempenho das tarefas da vida cotidiana, para a realização de interações sociais, em suas atividades de lazer e em outros comportamentos requeridos em seu dia-a-dia. De modo geral, representa uma maneira de medir se uma pessoa é ou não capaz de, independentemente, desempenhar as atividades necessárias para cuidar de si mesmas e de seu entorno e, caso não seja, verificar se essa necessidade de ajuda é parcial ou total” (DUARTE, ANDRADE, LEBRÃO, 2007). Segundo Duarte, Andrade, Lebrão (2007) as AVD’s são subdivididas em: • Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD’s) – que envolvem as relacionadas ao autocuidado como alimentar-se, banhar-se, vestir-se, arrumar-se, mobilizar-se, manter controle sobre suas eliminações; • Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD’s) – que indicam a capacidade do indivíduo de levar uma vida independente dentro da comunidade onde vive e inclui a capacidade para preparar refeições, realizar compras, utilizar transporte, cuidar da casa, utilizar telefone, administrar as próprias finanças, tomar seus medicamentos. ÍNDICE DE BARTHEL O Índice de Barthel foi aplicado a primeira vez em 1955 em portadores de doenças crônicas, porém, somente em 1965, foram aplicados por Mahoney e Barthel os critérios para mensurar a pontuação (ALEXANDRE e SILVA, 2012) Este índice foi um dos primeiros testes de avaliação no intuito


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de quantificar a incapacidade no campo da reabilitação física,de fácil aplicação e interpretação, baixa custo, não causa danos, pode ser repetido periodicamente, e consome pouco tempo. Seu preenchimento são algumas das características que fazem desta medida construída sobre bases empíricas uma das mais utilizadas na clínica e na investigação para avaliar o grau de dependência dos pacientes para realizar as AVD´s (SILVA, 2011). O índice de Barthel é um instrumento que avalia o nível de independência do individuo para realizar dez atividades básicas de vida: comer, higiene pessoal, uso dos sanitários, tomar banho, vestir e despir, controle de esfíncteres, deambular, transferência da cadeira para a cama, subir e descer escadas (ARAÚJO, et al. 2007). O Índice de Barthel pertence ao campo de avaliação das atividades da vida diária. Cada item é pontuado de acordo com o desempenho do paciente em realizar tarefas de forma independente, com alguma ajuda ou de forma dependente. Uma pontuação geral é formada atribuindo-se pontos em cada categoria, a depender do tempo e da assistência necessária a cada paciente. A pontuação varia de 0 a 100, em intervalos de cinco pontos, e as pontuações mais elevadas indicam maior independência (MINOSSO, et al, 2010). VIVA MELHOR IDADE Art.1° - O Viva Melhor Idade – centro de referencia do idoso, vem atender a uma demanda resultante do processo de envelhecimento acelerado e que, atualmente, pede um novo olhar sobre a velhice, reconhecendo a importância de se oferecer as pessoas idosas alternativas que atendam as diferentes condições biopsicossociais dos mesmos, valorizando a promoção da saúde e a inclusão social. Art.4° - São objetivos do Viva Melhor Idade:

a) Promover a saúde da pessoa idosa através de atividades, lazer, cultura e esporte;

Os exercícios são propostos de acordo com a indicação do encaminamento médico ou queixa principal:

b) Possibilitar o acompanhamento de promoção e prevenção da saúde através de equipe multiprofissional; c) Contribuir para o desenvolvimento do protagonismo e as capacidades do idoso para realização de AVD e AIVD, e de autocuidado (Regulamento Interno do Viva Melhor Idade Boa Vista/RR, 2012). METODOLOGIA

Fonte: acervo pessoal

Trata-se de uma pesquisa transversal comparativa. A pesquisa foi realizada no Viva Melhor Idade, em Boa Vista / RR, onde são praticados atendimentos pela equipe de fisioterpia individuais e em grupos, onde os usuários chegam até o atendimento através de encam Os critérios de inclusão foram: indivíduo sedentário, asmático, adulto jovem.

- Alongamento de cadeia posterior em grupo com auxílio da bola suíça.

Os critérios para exclusão foram: indivíduos que se recusram em assinar o termo de consentimento de livre esclarecido. A amóstra foi constituida de 20 idosos, com idade entre 60 e 85 anos. O grupo I, foi formado por 10 usuários que praticam fisioterapia por aproximadamente 4 meses e grupo II formado por 10 usuários que praticam somente atividades pedagógicas (coral, jogos recreativos e artesanato).

Fonte: acervo pessoal -Treino de marcha e propriocepção com a utilização da escada de canto.

Inicialmente todos foram submetidos à assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido, em seguida foi aplicado o questionário de avaliação do Indice de Barthel, que avalia a habilidade do usuário nas atividades de vida diária. As considerações éticas foram obedecidas através da obtenção de autorização formal junto a Secretaria do Bem- Estar Social (SETRABES).

Fonte: Acervo pessoal - Fortalecimento de MMII com utilização de caneleira de 1kg.

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RESULTADO TABELA GRUPO I- Comportamento da amostra em relação ao grau de dependência da pessoa idosa submetidos a fisioterapia no Viva Melhor Idade (Índice de Barthel) . Domínio Frequência Percentual Dependência moderada 00 0% Dependência leve 03 30% Independência 07 70% TABELA GRUPO II – Comportamento da amostra em relação ao grau de dependência da pessoa idosa não submetido à fisioterapia no Viva Melhor Idade ( Índice de Barthel) . Domínio Frequência Percentual Dependência moderada 03 30% Dependência leve 04 40% Independência 03 30% DISCUSSÃO Lopes et.al. (2013), realizaram um estudocom 48 idosos de ambos os sexos com idade entre 60 e 90 anos, dividindo em dois grupos assistidos pela fisioterapia a aproximadamente 6 meses e 26 idosos que não sofreram nenhuma intervenção fisioterapêutica, e constatou-se que indivíduos assistidos pela fisioterapia possuem melhor capacidade de vida e consequentemente capacidade funcional em relação aos indivíduos não assistidos pela fisioterapia. Segundo Ely,J.C. et.al. (2009), puderam descrever em seu estudo de revisão bibliográfica publicados nos bancos de dados eletrônicos Scielo e Bireme, as ações fisioterapêuticas de prevenção, reabilitação, manutenção e apoio devessem centrar na manutenção da capacidade funcional ou na melhoria desta. Isso remete a valorização 42 • NovaFisio.com.br

da independência e autonomia do idoso e a conservação de sua máxima capacidade física, funcional e mental. Para Miranda (2012), a fisioterapia apresenta uma missão primordial, através da aplicação de meios terapêuticosfísicos na prevenção, promoção e manutenção da qualidade de vida dos idosos, onde obtiveram uma amostrade 21 indivíduos dependentes nas atividades de vida diária que realizavam tratamento de fisioterapia na Santa Casa de Misericórdiade Bragança durante os meses de novembro e dezembro de 2011, com idade compreendida entre 65 e 87 anos; constatando que idosos submetidos a tratamentos fisioterapêutico, quanto a variável nível de dependência, apenas esta associado à qualidade de vida física. No presente estudo constatou-se notoriamente a importância da intervenção terapêutica na população idosa, assemelhando-se aos resultados anteriores e sustentando os estudos de fisioterapia, este profissional está apto à promover uma melhora significativa nas atividades de vida diárias, nesta população através da prevenção, reabilitação e manutenção, no intuito de melhorar a capacidade funcional da pessoa idosa. Araújo et. al. (2007), realizou um estudo com 209 idosos com idade superior a 64 anos, realizados em seus domicílios, após conclusão pode afirmar que o Índice de Barthel , surge como um instrumento válido e fácil de aplicar na prática clínica, permitindo identificar onde estão as incapacidades, com relação a cada item específico, que é relevante para a planificação dos cuidados, sendo que um indivíduo pode obter um escore final igual a outro, mas suas necessidades serem diferentes (por exemplo, um apresentar menor autonomia na mobilidade , e outro mais na eliminação).

Minossoetal. (2010), utilizou como critério de inclusão ao seu estudo pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, como ou sem algum grau de dependência em atendimento no centro de saúde da Universidade de São Paulo. O estudo atingiu o objetivo proposto, quanto à confiabilidade e a validade do Índice de Barthel para idosos em atendimento ambulatorial. A análise estatística revelou que, é confiável e permite recomendar a utilização do Índice de Barthel, a fim de subsidiar a avaliação de suas necessidades de saúde. O estudo mostra que a utilização da aplicação do questionário do Índice de Barthel é útil para avaliar o nível de dependência para execução de atividades de vida diária, mediante quais pode se obter diferentes resultados, possibilitando coletar informações com relevância de poder direcionar à um tratamento especifico, além da fácil aplicação e não causar danos nem ao fisioterapeuta e nem ao idoso. CONCLUSÃO Neste estudo, pude concluir que os idosos do Viva Melhor Idade submetidos a fisioterapia, tem incentivo em suas atividades de vida diárias de acordo com suas necessidades individuais ou em grupos, através da equipe de fisioterapia, notou-se através da eficácia da escala do Índice de Barthel que 70% indicam total independência, enquanto aos usuários praticantes de atividades pedagógicas apenas 30% apresentaram total independência . Concluindo assim a excelência da alta capacidade funcional da pessoa idosa praticante da fisioterapia. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, F; RIBEIRO, J, L; OLIVEIRA, A; PINTO, C. Validação do Índice de Barthel numa amostrade idosos não institucionalizados: Revista portuguesa de saúde pública, vol. 25,


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nº 2 — julho/dezembro 2007. A L E X A N D R E , G . M ; S I LVA , R . R . AvaliaçãoFisioterapeutica utilizando o Índice de Barthel em indivíduos com deonça de Alzheimer. Universidade CatólicaSolesianoAuxilium, Lins – SP, 2012. BRITO, F. C; RAMOS, L. R. Fisioterapia Motora no Idoso. In: Papaléo Netto. Tratado de Gerontologia. São Paulo: Atheneu. 2007. p.458-550. DUARTE, Y. A. O; ANDRADE, C. L; LEBRÃO M. L. O Índex de Katz na avaliação da funcionalidade dos idosos: RevEscEnferm USP, 2007. ELY,J.C. et. al.Atuação fisioterápica na capacidade funcional do idosoinstitucionalizado. RBCEH. V.6, n.2, p.293-297. Passo Fundo, maio/ agosto de 2009. I B G E : F U N D A Ç Ã O I N S T I T U TO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População Residente. Porto Alegre, 2009. LOPES, R P etal.,Analise comparativa da qualidade de vida e funcionalidade de idosos atendidos em comunidade, assistidos ou não pela fisioterapia. Periódico Científico do Núcleo de Biociência. v.03, n.06. Belo Horizonte, dezembro de 2013. MACIEL, M. G. Atividade física e funcionalidade do idoso: Motriz, Rio Claro, v.16, n.4, p.1024-1032, out./ dez. 2010. MINAYO, M.C.S; HARTZ, ZMA; BUSS, PM. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciênc& Saúde Coletiva. 5(1): 7-18. 2000. MINOSSO, J. S. M; AMENDOLA, Fernanda, ALVARENGA, Márcia Regina Martins, OLIVEIRA, Maria Amélia de Campos. Validação, no Brasil, do Índice de Barthel em idosos atendidos em ambulatórios: Acta Paul Enferm;23(2):218-23, 2010.

MIRANDA, A.M.F. Qualidade de vida do idoso dependente submetido à fisioterapia: Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, 2012. PEREIRA, L. S. M. et al. Fisioterapia. In: FREITAS E. V. et al. (Org.). Tratado degeriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. PEREIRA, L. S. M. et al. Fisioterapia em gerontologia. In: FREITAS, E. V.; PY, L.; CANÇADO, F. A. X.; DOLL, J.; GORZONI, M. L. (Org.). Tratado de geriatria e gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. PORTELADA, B. C. M. Atividade física e funcionalidade em pessoas idosas: Unidade de Aveiro, Seção Autônoma de Ciências da Saúde, 2013. REGULAMENTO INTERNO VIVA MELHOR IDADE ,BOA VISTA, 2012. S I LVA , R . A . C o n d i ç õ e s d e funcionalidade de pessoas com lesão medular fundamentadas no índice de barthel: Proposta de intervenção de enfermagem: Universidade Federal do Ceará, Faculdade de farmácia, odontologia e enfermagem, Programa de pós-graduação em enfermagem, Fortaleza, 2011.

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TRIBESS, S.VIRTUO, Jair Sindra JR.; Prescrição de exercícios físicos para idosos. Ver Saúde. Com, v.1, n.2, p.163-172, 2005. VILAÇA, C. M; BARREIROS, DS; GALLI, FA; BORÇARI, IT; ANDRADE, LF; GOULART, MA; CONCEIÇÃO, CL; CARNEIRO, MLM. O autocuidado de cuidadores informais em domicilio – percepção de acadêmicos de enfermagem. Revista eletrônica de enfermagem. Disponível: http://www. fen.ufg.br, 7(2): 221-226. 2005. YUASO, D. R; GOMES, G. C. Fisioterapia motora em pacientes idosos. In: PAPALÉO Neto, Mateus. Tratado de Gerontologia. São Paulo: Atheneu. 2007. p. 557-572. NovaFisio.com.br • 43


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PERFIL DOS PACIENTES HEMOFÍLICOS DO HEMOCENTRO DE RORAIMA – HEMORAIMA PROFILE OF HEMOPHILIACS PATIENTS HEMOCENTER OF RORAIMA - HEMORAIMA

Chrystian M. Silva Oca Bezerra¹ Renata Souza Trindade Almeida² Diego Araújo de Almeida³ 1. Aluna do Curso de Fisioterapia da Faculdade Cathedral 2. Profª Especialista em Fisioterapia Cardio-Respiratória da Faculdade Cathedral 3. Biólogo do Hemocentro de Roraima – Hemoraima

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RESUMO A hemofilia é um grave distúrbio hereditário de coagulação sanguínea que provoca comprometimentos musculoesqueléticos como a hemartrose e os hematomas, afetando assim a vida das pessoas hemofílicas. O objetivo desta pesquisa é caracterizar os portadores de hemofilia atendidos no Hemoraima, traçar o perfil desses pacientes e as articulações mais acometidas pela hemartrose. Além de discutir a importância do serviço de fisioterapia como parte integrante do atendimento à saúde desses pacientes. Foram analisados os prontuários dos pacientes atendidos no período de 2009 a 2014. Houve predominância da hemofilia A, o gênero mais acometido foi o masculino e a articulação mais afetada pela hemartrose foi a do joelho. O perfil dos pacientes demonstra que existe a necessidade da implantação do serviço de fisioterapia junto à equipe multiprofissional. Pa l a v r a s - c h a v e s : H e m o f i l i a ; Hemartrose; Hematoma; Fisioterapia. ABSTRACT Hemophilia is a serious hereditary disorder of blood coagulation causing musculoskeletal impairments such as hemarthrosis and haematomas, thus affecting the lives of people with haemophilia. The objective of this research is to characterize the carriers of haemophilia treated at the Hemocenter of Roraima – Hemoraima, draw the profile of these patients and the joints most affected by hemarthrosis. Besides discussing the importance of physiotherapy services as part of health care for these patients. The medical records of the patients treated were analyzed in the period 2009 to 2014. There was predominance of hemophilia A, the most affected gender was male and the articulation was most affected by the hemarthrosis of the knee. Patient profiles show that there is a need to

implement the physiotherapy service in a multidisciplinary team. Keywords: Hemophilia; Hemarthroses; Haematomas; Physiotherapy. INTRODUÇÃO A hemofilia é um transtorno da coagulação sanguínea transmitida de pais para filhos que apresenta como principal característica clínica as hemorragias que duram mais tempo do que o normal, devido à insuficiência ou ausência do fator VIII (hemofilia A) ou XI (hemofilia B) de coagulação. Esses fatores de coagulação são proteínas do sangue que ajudam a controlar as hemorragias, que podem ocorrer em qualquer sistema corpóreo, observando-se maior incidência no aparelho locomotor, cujas estruturas mais acometida pelas hemartroses e hematomas, são as articulações e os músculos (FMH, 2012; JUNIOR, 2010). No Brasil, o tratamento do paciente hemofílico é totalmente suprido pelo Governo Federal Brasileiro, que, por sua Hemorrede vem proporcionando, ao hemofílico, medicação originária dos melhores laboratórios do mundo, oferecendo ainda acompanhamento global, isto é, hematológico e clínico, realizados por profissionais treinados e capacitados no manuseio deste paciente, além de tratamento multidisciplinar prestado por ortopedistas, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos, tudo dotado de uma infra-estrutura favorável ao sucesso do tratamento (BEZERRA, 2001). A fisioterapia no tratamento da hemofilia tem por objetivo aliviar a dor; auxiliar na reabsorção da hemorragia; atuar sobre o processo inflamatório; recuperar o trofismo muscular; melhorar a força muscular e a mobilidade articular; proporcionar um condicionamento físico adequado; melhorar a qualidade de vida, reduzindo os períodos de imobilização; prevenir e tratar as lesões e sequelas,

mediante a aplicação de métodos fisioterápicos gerais e específicos (BRASIL, 2011). Diante das bases apresentadas o presente estudo se propõe a identificar e quantificar no Hemocentro de Roraima – Hemoraima os pacientes hemofílicos, bem como as principais sequelas e incapacidades que os acometem. Além de discutir a importância da inserção do serviço de fisioterapia como parte integrante do atendimento integral à saúde desses pacientes. Hemofilia A hemofilia se caracteriza por ser uma doença de transmissão hereditária recessiva, ligada ao cromossomo X, manifestando-se praticamente apenas nos homens, entretanto as mulheres atuam como portadoras. E as formas de hemofilia mais encontradas são a hemofilia A, onde ocorre deficiência do fator VIII, e a hemofilia B, do fator IX. Em ambos os tipos de hemofilia, as características de hereditariedade, o quadro clínico e a classificação são semelhantes. O diagnóstico diferencial entre as hemofilias A e B é realizado mediante a dosagem da atividade dos fatores VIII e IX da coagulação (LORENZI et al., 2011 BRASIL, 2011). De acordo com Ferreira (2012) a hemofilia pode ser classificada em leve, moderada ou grave, conforme as taxas do fator de coagulação deficitário encontradas no sangue dos pacientes. Taxas superiores a 5% determinam a hemofilia leve, taxas entre 1% e 5% a hemofilia moderada e taxas menores do que 1% de fator no sangue determinam a hemofilia grave. Segundo Lorenzi et al. (2011), a incidência da hemofilia na população geral é de 1:10.000 na forma A e de 1:60.000 na forma B. E conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2014), o total de pacientes com coagulopatias NovaFisio.com.br • 45


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hereditárias no Brasil em 2012, atingiu o número de 18.552 pacientes, dos quais 9.122 correspondem à hemofilia A e 1.801, à hemofilia B. No estado de Roraima estão registrados 09 casos com hemofilia A e não foi registrado nenhum caso com hemofilia B.

Tratamento

As manifestações clínicas do paciente hemofílico são os sangramentos que podem ocorrer em qualquer parte do corpo, principalmente no sistema musculoesquelético (JUNIOR, 2010). Sendo as hemartroses as manifestações mais frequentes, que na fase aguda caracteriza-se por aumento da temperatura local, aumento do volume articular, espasmo muscular e dor intensa. Quando não são tratadas, estão associadas à degeneração articular, conhecida como artropatia hemofílica, tendo como consequência as deformidades articulares e impotência funcional grave. As articulações mais acometidas são joelhos, cotovelos, tornozelos, ombros, quadris e punhos (BRASIL, 2011).

A hemofilia ainda não tem cura e seu tratamento é a base de infusão do concentrado do fator deficiente, controlando ou evitando as hemorragias, o que é feito com aplicação por meio intravenoso. Pode ser feito por Demanda, quando ocorre um sangramento se aplica o fator fazendo o controle, ou preventivamente, com a Profilaxia aplicando o fator com objetivo de evitar que ocorram sangramentos e hemorragias (BRASIL, 2011). A dose domiciliar foi criado no Brasil, com autorização do Ministério da Saúde para tratar com urgência o portador de hemofilia que apresenta os sintomas inicias de hemorragia, realizando assim a auto-infusão. Para esse portador de hemofilia receber o tratamento, ele deve ser cadastrado em um centro de tratamento de hemofilia e deverá participar dos treinamentos de aplicação do concentrado de fator. Se for criança e não tiver condições da auto-aplicação, um responsável pode ser treinado (BASTOS, 2012).

Outro achado clinico, de importância para a fisioterapia, são as hemorragias intramusculares que correspondem à segunda causa mais comum de sangramento nos pacientes hemofílicos graves, podendo ocorrer espontaneamente, ou após pequenos traumatismos. Os hematomas musculares acontecem com maior frequência na panturrilha, coxa, glúteos e grupo flexor do antebraço e podem causar compressão

Atualmente os hemocentros se consolidam como o principal centro de referência para atendimento dos portadores da hemofilia, quando estes apresentam quadros hemorrágicos ou quando necessitam de atendimento especializado reunindo profissionais de diversas áreas. Existem cerca de 35 hemocentros distribuídos em todo o país nas regiões norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste (SANTOS, 2007).

neurovascular. Seus principais sinais clínicos são dor, edema, rigidez e incapacidade funcional. Um hematoma particularmente importante é o que ocorre no músculo íleo-psoas, mesmo quando de pequeno volume, este hematoma causa fortes dores no quadrante inferior do abdômen, acompanhado de flexão de coxa (JUNIOR, 2010; ALCALAY, 2009; COVAS, 2007).

O H e m o c e n t r o d e Ro r a i m a – HEMORAIMA é uma unidade de saúde vinculada à Secretaria Estadual de Saúde de Roraima e tem por finalidade prestar assistência Hemoterápica e Hematológica à Rede de Serviços de Saúde na área de sua abrangência. O HEMORAIMA foi inaugurado em setembro de 1992. Está localizado na capital Boa Vista, onde são realizados todos os procedimentos necessários

Manifestações clínicas

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à coleta, fracionamento, exame sorológico e imunohematológicos, beneficiamento e distribuição do sangue doado. O seu corpo técnico de funcionários é composto por: médico, bioquímico, psicólogo, assistente social, biólogo, enfermeiro, técnico em enfermagem, técnico em laboratório, auxiliar em enfermagem e auxiliar em serviço de saúde (BRASIL, 2010). Abordagem fisioterápica no tratamento em hemofilia De acordo com Sachetti (2012) o paciente hemofílico necessita de acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Nesta equipe o fisioterapeuta é essencial, tanto na promoção de hábitos saudáveis, como no tratamento das hemartroses, coordenando junto aos demais profissionais, o programa terapêutico (BARRIUSO, CONESA, 2012). São poucos os trabalhos na literatura que relatam a atuação do fisioterapeuta em portadores de hemofilia no âmbito da prevenção e tratamento das complicações musculoesqueléticas decorrentes das hemorragias. O tratamento fisioterapêutico nos pacientes com hemofilia trata-se de um assunto pouco discutido dentre os campos de atuação profissional do fisioterapeuta (MELO, 2010). O atendimento fisioterapêutico é indispensável para o tratamento do hemofílico e a ajuda que a fisioterapia oferece é ampla, podendo utilizar muitos meios de melhorar a condição física destes pacientes (ALMEIDA, 2013). Para o estabelecimento de um plano de tratamento adequado é imprescindível que haja uma avaliação fisioterapêutica que inclua entrevista, exame físico com inspeção, palpação, avaliação de amplitudes de movimentos, avaliação muscular, análise da marcha, do equilíbrio estático e dinâmico e teste de resistência. Em linhas gerais, o objetivo do tratamento será o


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controle da dor, atuar sobre o processo inflamatório, recuperar a capacidade funcional dos músculos e a mobilidade articular, tratar as lesões e sequelas, prevenir as deformidades, manutenção do equilíbrio estático e dinâmico do sistema musculoesquelético, proporcionar um condicionamento físico adequado, melhorando assim a qualidade de vida, através da aplicação dos métodos fisioterapêuticos gerais e específicos (BRASIL, 2011). Em seu estudo Junior (2010) diz que o fisioterapeuta dispõe de vários recursos para prevenir e tratar os danos causados pelos recorrentes episódios hemorrágicos, como, por exemplo, a eletrotermoterapia, cinesioterapia e a hidrocinesioterapia. Almeida (2013) afirma que os resultados da execução de um protocolo de reabilitação a base de aplicação de meios físicos, eletroterapia e cinesioterapia, puderam ser vistos na melhora da funcionalidade do aparelho locomotor dos pacientes. Para Barriuso 2013, o tratamento da fisioterapia com terapia manual mediante tração articular, alongamentos musculares passivos, exercícios isométricos ativos resistidos e de propriocepção melhora a amplitude de movimento e diminui a dor em pacientes com hemofilia. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva, argumentativa, com abordagem quantitativa, onde foram levantados dados dos prontuários dos pacientes portadores de hemofilia da Clínica Hematológica, que pertence ao Hemoraima, atendidos no período de 2009 a 2014. A coleta de dados dos atendimentos médicos, número de prontuário, nome, idade, gênero, diagnósticos, exames, tipo de hemofilia, classificação da gravidade, manifestações clínicas e as articulações acometidas, foram realizadas no período de 21 a 30 de julho de 2014. As considerações éticas

foram obedecidas através da obtenção de autorização formal junto à direção. RESULTADO E DISCUSSÃO Foram encontrados no Hemoraima nove pacientes cadastrados e atendidos no período de 2009 a 2014. Após a análise dos dados dos prontuários desses pacientes, constataram-se os percentuais apresentados na Tabela 1. Tabela 1 – Distribuição percentual de acordo com o sexo, tipo de hemofilia e gravidade, HEMORAIMA, 2009-2014.

traumas ou intervenções cirúrgicas. Já os pacientes com hemofilia grave apresentam manifestações hemorrágicas de repetição, em média de duas a quatro vezes por mês. Para Sachetti (2012) a hemofilia grave é a que mais causa deformidades e limitações às condições de vida do doente, levando por vezes, a incapacidades permanentes e sequelas irreversíveis que influenciam no modo de vida dessas pessoas.

HEMOFILIA A 9 100% B - -

No que se refere à presença de dano articular as articulações mais afetadas por diversas vezes nos atendimentos realizados foram a do joelho com 56%, seguido do tornozelo com 33% e do punho com 11%, Gráfico 1. Estes resultados são diferentes dos encontrados por Almeida (2013), onde as articulações mais afetadas foram as do joelho com 38%, a do cotovelo com 10% e a do tornozelo 5%.

GRAVIDADE LEVE 6 67% MODERADA - GRAVE 3 33%

Gráfico 1 – Percentual das articulações afetadas, HEMORAIMA, 2009-2014.

FREQUENCIA PORCENTAGEM GÊNERO MASCULINO 9 100% FEMENINO -TIPO DE

CRIANÇA 4 44,5% IDADE ADOLECENTE/JOVEM 4 44,5% ADULTO 1 11% Sobre a incidência dos tipos de hemofilia pode-se demonstrar nos resultados deste estudo que a hemofilia A apresenta maior prevalência em relação à hemofilia B. Assim como Lorenzi et al., (2011) mencionam em seu livro, a hemofilia se manifesta exclusivamente no gênero masculino e é mais frequente a hemofilia tipo A (deficiência fator VIII) em relação à hemofilia tipo B (deficiência fator IX). Quanto aos níveis de gravidade, Almeida e Cuacosta (2013) encontraram a hemofilia leve em 44% dos casos e a hemofilia grave em 23% dos pacientes estudados. Ferreira (2012) relata que na forma leve de hemofilia, os sangramentos ocorrem apenas após

De acordo com os resultados apresentados no Gráfico 2, observase que as hemartroses e os hematomas somam 37% das manifestações clínicas encontradas nesta pesquisa. Quando não tratadas as hemartroses podem levar á degeneração articular e impotência funcional grave (BRASIL, 2011). Conforme Melo (2010) existe estudos internacionais que relatam os benefícios da fisioterapia na melhora dos sintomas dos pacientes hemofílicos, mas a fisioterapia no contexto nacional ainda é uma ciência nova e precisa ser explorada e pesquisada. G r á f i c o 2 – Pe r c e n t u a l d a s manifestações clínicas, HEMORAIMA, 2009-2014. NovaFisio.com.br • 47


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hemocentros: resumos das monografias finais / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

No estudo de Navarro e Querol (2005), eles concluíram que a incidência dos hematomas em pacientes hemofílicos é suficientemente importante para justificar a necessidade do tratamento de reabilitação. E que a combinação de imobilização, crioterapia e órteses demonstrou efetividade no tratamento dos hematomas musculares. Para Junior (2010) a fisioterapia parece contribuir no tratamento das complicações dessa patologia, reduzindo o tempo e a frequência das hemartroses, prevenindo e recuperando as sequelas determinadas por edema pós-trauma, fraqueza muscular, retrações e diminuindo a administração de fatores anti-hemofílicos.

al Hospital San Vicente de Paúl y a La Fundación Hemofílica Ecuatoriana (FUNDHEC) durante el periodo agosto 2012 a enero 2013. Universidad Tecnica del Norte, Ibarra, 2013.

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CONCLUSÃO

BASTOS, A. N; CAVAGLIERI, A. G. Caracterização dos portadores de hemofilia do Vale do Paraíba Paulista– SP. Universidade de Taubaté, 2012.

O presente estudo permitiu identificar o perfil dos pacientes hemofílicos do Hemoraima e destacar as principais sequelas que os acometem. Possibilitou ainda, entender porque se torna essencial a complementação da equipe multidisciplinar com a implantação do serviço de fisioterapia junto ao atendimento desses pacientes, como forma de contribuição na reabilitação, para que os mesmos possam ter uma melhor qualidade de vida. BIBLIOGRAFIAS ALCALAY, M. Muscular complications of hemophilia: muscular complications. Archives de Pédiatrie, 16, p. 196-200, 2009. ALMEIDA, P; CUACOSTA, S. Protocolo de rehabilitación para mantener la funcionalidad del aparato locomotor en pacientes con hemofilia que acuden 48 • NovaFisio.com.br

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nova

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A BANDANGEM FUNCIONAL COMO DIFERENCIAL NA EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NAS LESÕES MUSCULARES BANDANGEM AS A FUNCTIONAL DIFFERENTIAL EVOLUTION IN THE TREATMENT OF INJURIES IN MUSCLE PHYSIOTHERAPEUTIC

REYNALDO COSTA RODRIGUES Fisioterapeuta graduado na Universidade Estadual do Pará (UEPA) – Belém/PA THIAGO SANTA ROSA DA SILVA Fisioterapeuta graduado na Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ) – Belém/PA AUTOR CORRESPONDENTE: THIAGO SANTA ROSA DA SILVA Estado: Pará; Cidade: Belém; Passagem: monte alegre nº 223, bairro do marco, cep: 66095-400. E-mail: thiago-santarosa@hotmail.com

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RESUMO

ABSTRACT

As lesões musculares são as mais comuns, as menos compreendidas e as mais inadequadamente tratadas na medicina. Alguns estudos estimam que as lesões musculares abranjam 10-30% das lesões. O objetivo geral da pesquisa foi realizar uma revisão sistemática nas bibliotecas sobre a utilização da Bandagem Funcional no tratamento fisioterapêutico de lesões musculares. Os objetivos específicos foram analisar o tempo de recuperação da lesão muscular tratadas com auxilio da Bandagem Funcional e analisar as ações e reações da bandagem na evolução dos tratamentos fisioterapêuticos nas lesões musculares. A pesquisa caracteriza-se como revisão bibliográfica, secundária, retrospectiva, descritiva. Nos meses de setembro a outubro/2014 foram realizadas visitas a quatro bibliotecas de instituições de nível superior, sendo elas: UEPA, ESAMAZ, UFPA, UNAMA. Foram utilizadas quatro bases de dados eletrônicas: LILACS, PUBMED, SciELO, MEDLINE. Para identificar as publicações indexadas nestas bases de dados foram utilizados os seguintes descritores: Bandagem funcional, fisioterapia, lesões musculares, anatomia e fisiologia do músculo, juntos e separados. Quanto ao tipo de publicação, foram considerados apenas revistas eletrônicas e livros; em relação à procedência fizeram parte periódicos nacionais e internacionais publicados em português, inglês e espanhol (traduzidos). Após várias pesquisas feitas sobre o assunto, observou-se que, a bandagem funcional vem sendo um grande aliado à fisioterapia em termos de auxilio na reabilitação com rapidez e qualidade. Principalmente no cenário esportivo, a bandagem vem causando vários benefícios tanto aos profissionais quanto aos pacientes que se submetem ao procedimento.

Muscle injuries are the most common, the least understood and inadequately treated in medicine. Some studies estimate that the muscle lesions covering 10-30% of the lesions. The overall objective of the research was to conduct a systematic review in the libraries on the use of physiotherapy in the Functional Bandage treating muscle injuries. The specific objectives were to analyze the recovery time of muscle injury treated with the help of banding Functional and analyze the actions and reactions the bandage in the evolution of physical therapy treatments in muscular injuries. The research is characterized as literature, secondary, retrospective, descriptive review. In the months from September to October / 2014 visits were made to four libraries of tertiary institutions, namely: UEPA, ESAMAZ, UFPA, UNAMA. Four electronic databases were used: LILACS, SciELO, MEDLINE. Functional Bandage, physiotherapy, muscle injuries, muscle anatomy and physiology, together and separately: to identify the publications indexed in these databases the following descriptors were used. Regarding the type of publication, we considered only electronic journals and books; made in relation to the merits of national and international journals published in Portuguese, English and Spanish (translated). After several surveys on the subject, it was observed that taping has been a great ally to physiotherapy in terms of assistance in rehabilitation with speed and quality. Mainly in the sports scene, the bandage is causing several benefits to both professionals and the patients who undergo the procedure.

PA L AV R A S C H AV E S : M E D I C I N A ESPORTIVA, FISIOTERAPIA, CONDUTAS.

Vários autores têm investigado a incidência de lesões musculares em diversos tipos de atividade física,

K E Y W O R D S : S P O RT S M E D I C I N E , PHYSIOTHERAPY, PIPES. INTRODUÇÃO

esporte ou lazer, porém, poucos têm se preocupado com o tempo de afastamento dos pacientes de suas atividades cotidianas (SOARES, 2009). A cada dia novos estudos são realizados para auxiliar na recuperação dessas lesões, sendo tanto no tempo de cura/regeneração tecidual como recuperação pós-cirúrgica. A aplicação de bandagem funcional refere-se à aplicação de algum tipo de fita protetora que adere a pele de determinada articulação ou membro, tendo como principal função fornecer apoio e proteção aos tecidos moles sem limitar suas funções desnecessariamente. Pode ser aplicada antes ou depois da ocorrência de lesões, seja nas etapas iniciais ou mais avançadas do tratamento (SILVA JR, 1999). O objetivo principal da bandagem funcional é fornecer apoio e proteção para os tecidos moles, sem limitar suas funções e aumentando a estabilidade articular. As bandagens funcionais são um instrumento terapêutico muito utilizado pelos Fisioterapeutas de todo o mundo, devido aos seus benefícios no auxilio de técnicas de reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares e posturais (SANTOS et al., 2008). A bandagem funcional tem sido utilizada de várias formas como técnicas de tratamento, mas somente nos últimos 20 anos têm sido usados, principalmente, como uma prática da fisioterapia. A aplicabilidade clínica da bandagem é muita ampla e pode ser usada no tratamento de disfunções neuro-musculoesqueléticas agudas e crônicas em todas as regiões do corpo (THOMPSON, 2010). Define-se também bandagem funcional, como uma técnica que tem por objetivo modificar a mecânica dos segmentos alterados e/ou não rígidos, proporcionando repouso às estruturas danificadas, reforçando os aspectos com alterações estruturais NovaFisio.com.br • 51


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e/ou fisiológicas, melhorando a funcionalidade dos segmentos tratados com as bandagens (KAZEMI, 2004). Outro autor nos fala que a bandagem funcional possui a função de corrigir o funcionamento dos músculos, melhorar a circulação sanguínea e linfática, aliviar dores e repor subluxação das articulações (MORO, 2010). A bandagem funcional exige conhecimento em anatomia e biomecânica, bem como entendimento do seu efeito neurofisiológico (BOVÉ, 2000). O objetivo geral desta pesquisa foi realizar uma revisão da literatura nas bibliotecas sobre a utilização da bandagem funcional no tratamento fisioterapêutico de lesões musculares. Especificando o assunto em analisar o tempo de recuperação da lesão muscular tratadas com o auxilio da bandagem elástica e analisar as ações e reações da bandagem elástica na evolução dos tratamentos fisioterapêuticos nas lesões musculares. MÉTODOS Nos meses de setembro a outubro/2014 foram realizadas visitas a quatro bibliotecas de instituições de nível superior, sendo elas: * Biblioteca central da Universidade Estadual do Pará (UEPA); * Biblioteca central da Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ); * Biblioteca da Universidade Federal do Pará (UFPA); * Biblioteca da Universidade da Amazônia (UNAMA). Foram utilizadas quatro bases de dados eletrônicas. Para identificar a literatura nacional foram consultadas as bases de dados Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), para a identificação 52 • NovaFisio.com.br

da literatura internacional foram consultadas as bases de dados U.S. NationalInstitutesof Health(PUBMED), ScientificElectronic Library Online (SciELO) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE). Para identificar as publicações indexadas nestas bases de dados foram utilizados os seguintes descritores: bandagem funcional, fisioterapia, lesões musculares, anatomia e fisiologia do músculo, juntos e separados. A pesquisa caracteriza-se como revisão bibliográfica, secundária, retrospectiva, descritiva. Quanto ao tipo de publicação, foram considerados apenas revistas eletrônicas e livros; em relação à procedência fizeram parte periódicos nacionais e internacionais publicados em português, inglês e espanhol (traduzidos). Os critérios de inclusão para esta pesquisa foram à publicação de artigos e referências no período de 1999 a 2014. Os critérios de exclusão foram os artigos e publicações anteriores a 1999, pois, como a Bandagem Funcional é considerada uma técnica nova no mundo todo, principalmente no Brasil, torna-se difícil encontrar artigos, pesquisas e estudos relacionados ao mesmo. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1. Anatomia e Fisiologia Muscular: O corpo humano possui mais de 300 músculos, claramente definidos, responsáveis por cerca de 40% do peso total do corpo. Cada músculo tem uma origem superior (cabeça) e uma inserção final, com a parte volumosa entre elas (o ventre), formando a porção contrátil ativa (PETERSON; RENSTROM, 2002). Nos seres multicelulares, as células diferenciam-se para realizar funções

específicas: algumas são apropriadas à respiração e outras à absorção. As chamadas células musculares especializam-se para contração e o relaxamento, mas também são suas propriedades a irritabilidade, condutividade, extensibilidade e elasticidade. Estas células são alongadas, fusiformes e, por esta razão, denominadas fibras. As fibras agrupam-se em feixes para formar massas macroscópicas denominadas músculos. Quanto maior for o número de fibras, mais forte será o músculo. Do mesmo modo, quanto maior for o comprimento da fibra muscular, maior será a capacidade de contração do músculo ao qual pertence. Assim, músculos são estruturas que movem segmentos do corpo por encurtamento da distância que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contração (DANGELO; FATTINI, 2007). As fibras musculares geralmente se originam em um osso ou tecido conectivo denso e se inserem a outro osso através de uma inserção tendínea. Há músculos que atravessam uma ou mais articulações para gerar movimento. Os músculos com função tônica ou postural geralmente são uniarticulares, largos, planos, com velocidade de contração baixa e com capacidade de geração e manutenção de força contrátil grande. Geralmente estão localizados nos compartimentos mais profundos (FERNANDES; PEDRINELLI; HERNANDEZ, 2011). As fibras musculares são relativamente grandes, alongadas e tem um formato cilíndrico, medindo aproximadamente 75 cm de comprimento. Um músculo esquelético consiste em diversas fibras musculares paralelas entre si e agrupadas por tecido conectivo. As fibras normalmente se estendem por todo comprimento do músculo. Durante o desenvolvimento embrionário, as enormes fibras do músculo esquelético são formadas pela fusão de muitas células menores chamadas de mioblastos, assim, uma característica impressionante


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é a presença de vários núcleos em uma única célula muscular. Outra característica é a abundância de mitocôndrias, as organelas geradoras de energia, como seria de se esperar diante das altas demandas de energia de um tecido tão ativo como o músculo esquelético (SHERWOOD, 2010). A capacidade que um determinado músculo possui para executar uma função é devida à soma das capacidades das unidades motoras que o compõem. Dessa maneira os músculos apresentam diferenças em relação à potência, à velocidade de contração e resistência à fadiga. Segundo esses diferentes atributos, podem ser classificados em dois tipos fundamentais: os músculos fásicos e os tônicos. Os músculos fásicos, também denominados brancos, por apresentarem pequena concentração relativa de mioglobina, apresentam grande potência e velocidade de contração enquanto se fatigam rapidamente. Os músculos tônicos são encontrados na maior parte dos animais e do homem; são também chamados de vermelhos, pelo grande teor de mioglobina. São resistentes à fadiga (DOUGLAS, 2006). Os tendões são partes integrais dos músculos, formando um componente que pode ser considerado, como comprimentos invariáveis. Sendo grandemente formados de fibras colágenas, eles são resistentes ao estiramento, mas também são relativamente flexíveis e podem ser dobrados em torno das faces ósseas ou defletidos sob retináculos para modificar o ângulo final de tração. Visto que são compostos de colágeno e seu suprimento vascular é escasso, eles parecem brancos. Eles são ovais ou redondos ao corte transversal e constam pela maior parte de fibras colágenas inelásticas, entre as quais se encontram nervos e terminações nervosas sensitivas, os fusos dos tendões ou órgãos neurotendíneos de Golgi. Embora sendo formados por um tecido bem diferente daquele da

musculatura, os tendões formam uma unidade funcional (TITTEL, 2006). 2. Lesão Muscular: Traumas moderados e graves nos tecidos moles estão presentes na maior parte das lesões causadas por esportes recreacionais e competitivos. O tecido muscular esquelético é o mais afetado nesses tipos de traumas e a maior incidência de lesões musculares em humanos é decorrente, principalmente, de contusões produzidas por mecanismo de impacto. A lesão muscular é caracterizada por uma série de fatores, tais como desorganização das miofibrilas, ruptura de mitocôndria e retículo sarcoplasmático, interrupção da continuidade do sarcolema, autodigestão e necrose celular, além de disfunção microvascular progressiva e inflamação local (MATHEUS, et al.,2008). Atualmente, sabe-se claramente que o exercício físico intenso e contínuo é acompanhado pela produção de radicais livres que causam alterações das membranas celulares. Isto provoca uma lesão de fibras musculares, acompanhada por um processo inflamatório, o que conduz a uma redução da função muscular com a liberação de enzimas musculares, alterações histológicas evidentes e dor muscular (CÓRDOVA; NAVAS, 2000).

semanas ou meses. A manifestação clínica, indicativa indireta da lesão, irá depender da gravidade e da natureza da mesma (BORATO, et al., 2008). As lesões musculares podem ocorrer por trauma, excesso de calor ou frio, agentes, miotóxicos, isquemia, distrofia, inflamação e contratura m u s c u l a r. A l e s ã o m u s c u l a r é caracterizada por alteração no aspecto morfológico e histoquímico, o que causa um déficit de funcionalidade no segmento afetado. As lesões musculares podem ser provocadas por fatores extrínsecos (contusão muscular) ou por fatores intrínsecos, que podem ser divididas em dois tipos sem rompimento de fibras (cãimbras, contraturas e estiramentos) ou com rompimento de fibra (ROCHA; CAVALLIERI, 2007). O principal mecanismo desencadeador da lesão é a entrada excessiva de cálcio gerada pelos danos ocorridos no sarcoplasma ou no retículo sarcoplásmatico da fibra. Isto leva à perda da homeostase e estímulo para a proteólise cálciodependente, provocando uma degeneração tecidual (CHARGÉ; RUDNICKI, 2004).

As lesões musculares são as mais comuns, as menos compreendidas e as mais inadequadamente tratadas na medicina, sua importância costuma ser subestimada, já que a maioria dos pacientes pode continuar suas atividades diárias pouco tempo após a lesão. Segundo alguns estudos, estimam que as lesões musculares abranjam 10-30% das lesões (PETERSON; RENSTROM, 2002).

As fibras musculares respondem e se adaptam rapidamente a mudanças. O músculo danificado pode cicatrizar em pouco tempo, com as fibras regenerando-se em cerca de três semanas. Contudo, quando ocorre uma lesão, um certo grau de sangramento é quase inevitável, e o processo de cicatrização pode ser afetado, do ponto de vista mecânico, pela redução do contato entre as extremidades rompidas das fibras musculares. Se o sangramento puder ser controlado, a cicatrização provavelmente será mais rápida e completa (PETERSON; RENSTROM, 2002).

Lesões musculares representam um dos traumas esportivos mais comuns que acometem atletas, adiando seu retorno à modalidade esportiva por

As lesões musculares ou distensões musculares são aquelas onde há ruptura de fibras musculares, na junção músculo-tendão, no tendão ou na NovaFisio.com.br • 53


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inserção óssea de uma unidade músculotendínea. Levando em consideração o grau de comprometimento das fibras musculares, elas podem ser classificadas como: > Lesão de grau 1, representam uma lesão de apenas algumas fibras musculares com pequeno edema e desconforto, acompanhadas de nenhuma ou mínima perda de força e restrição de movimentos. Não é possível palpar-se qualquer defeito muscular durante a contração muscular. Apesar de a dor não causar incapacidade funcional significativa, a manutenção do atleta em atividade não é recomendada devido ao grande risco de aumentar a extensão da lesão; > Lesão de grau 2, provocam um dano maior ao músculo com evidente perda de função (habilidade para contrair). É possível palpar-se um pequeno defeito muscular, ou gap, no sítio da lesão, e ocorre a formação de um discreto hematoma local com eventual ecmose dentro de dois a três dias. A evolução para a cicatrização costuma durar de duas a três semanas e, ao redor de um mês, o paciente pode retornar à atividade física de forma lenta e cuidadosa; > Lesão de grau 3, provocam um dano maior ao músculo com evidente perda de função (habilidade para contrair). É possível palpar-se um pequeno defeito muscular, ou gap, no sítio da lesão, e ocorre a formação de um discreto hematoma local com eventual ecmose dentro de dois a três dias. A evolução para a cicatrização costuma durar de duas a três semanas e, ao redor de um mês, o paciente pode retornar à atividade física de forma lenta e cuidadosa (CLEBIS; NATALI, 2001, FERNANDES; PEDRINELLI; HERNANDEZ, 2011). É importante dizer que não existe adaptação celular sem que ocorra lesão intracelular. Plasticidade e a capacidade que alguns tecidos apresentam de se adaptarem a 54 • NovaFisio.com.br

situações impostas. Para os tecidos musculares a adaptação pode ocorrer no comprimento ou na secção transversa do músculo. Para que ocorra a plasticidade muscular, algumas células tem papel fundamental, como as células inflamatórias e as células satélites (ROCHA; CAVALLIERI, 2007). A cicatrização do músculo esquelético segue uma ordem constante, sem alterações importantes conforme a causa (contusão, estiramento ou laceração). Na cicatrização do tecido muscular ocorre um processo de reparo. Quando ocorre uma lesão nos tecidos de partes moles, a maioria cicatriza com a formação de fibrose, que é um tecido diferente da estrutura anterior. Três fases são identificadas nesse processo: > Fase 1: destruição - caracterizada pela ruptura e posterior necrose das miofibrilas, pela formação do hematoma no espaço formado entre o músculo roto e pela proliferação de células inflamatórias; > Fase 2: reparo - consiste na fagocitose do tecido necrótico, na regeneração das miofibrilas e na produção concomitante do tecido cicatricial conectivo, assim como a neoformação vascular e no crescimento neural; > Fase 3: remodelação - período de maturação das miofibrilas regeneradas, de contração e de reorganização do tecido cicatricial e da recuperação da capacidade funcional muscular. As duas últimas fases de reparo e remodelação se sobrepõem e estão intimamente relacionadas. (FERNANDES; PEDRINELLI, 2011). Lesões diretas são representadas pelas contusões e lacerações, enquanto as lesões indiretas são representadas pelos estiramentos musculares e lesões por esforços repetitivos. Entre as lesões traumáticas estão o estiramento, a contusão e a laceração.

Nas lesões atraumáticas estão incluídas a cãibra e a dor muscular tardia (LAURINO, 2010). 3. Efeitos Fisiológicos das Bandagens Funcionais: A Bandagem Elástica foi descoberta por Tanaka, osteopata e acunpunturista. Ela é utilizada pelos Fisioterapeutas de todo mundo, onde em outros países recebem o nome “taping” ou “strapping” (USA), ligaduras funcionais (Portugal), “functional bandagens” (Alemanha), “contentions souples” (França e Suíça). A técnica de bandagem funcional é caracterizada pela aplicação de algum tipo de fita protetora como atadura esportiva ou atadura elástica, esparadrapo não elástico. O custo benefício, o esparadrapo possui resistência e a aderência necessária para atingir os efeitos esperados pela bandagem funcional. É uma técnica complementar para a reeducação postural do paciente, onde estimula grupos musculares e inibe outros grupos a fim de favorecer um reequilíbrio neuro-muscular de segmentos desequilibrados. A bandagem neuromuscular se diferencia devido sua propriedade elástica e microporos que ao ser aplicada desenvolve a técnica de ativação muscular através da regulação do tônus e a técnica de correção articular assim permitindo um eixo de movimento mais funcional, portanto, o objetivo é aumentar o recrutamento muscular e aumentar a e st a bi li da d e a rt i c u la r, on de teoricamente dificultaria o mecanismo de lesão (SILVA JR, 1999; VERONESI JR, 2008; BARRETO, 2010). A bandagem diminui a dor e edema, aumenta estabilidade articular e melhora o desempenho muscular (THELEN, et al., 2008). Desde o seu surgimento, essa técnica vem sendo utilizada por fisioterapeutas tanto para tratamento/prevenção de lesões quanto para melhorar o desempenho funcional (KNEESHAW,


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2002). Aplicação de bandagens nos estágios iniciais do tratamento tem por objetivo reduzir os efeitos da inflamação e nos estágios finais é auxiliar o paciente no retorno às atividades esportivas (SILVA JR, 1999). A bandagem tem efeito analgésico, estabilizador articular, estimulação proprioceptiva. A analgesia ocorre através da estimulação das vias nervosas dos mecanorreceptores, que são vias de maior calibre que as vias nociceptivas da dor, levando a uma supressão da via dolorosa pela via proprioceptiva, chamada de efeito comporta. Na estabilização articular as bandagens bloqueiam as articulações assim proporcionando uma maior estabilidade. Estimulação proprioceptiva quando a fita adesiva é colocada longitudinalmente ao ventre muscular ocorre uma estimulação das fibras musculares devido o estímulo do fuso neurom u s c u l a r, e s e c o l o c a d a transversalmente ao ventre do músculo, ocorre a sua inibição devido a estimulação do orgão tendinoso de golgi (VERONESI, 2008). Outros objetivos das bandagens funcionais incluem inibir a hiperatividade dos músculos agonistas e antagonistas; facilitar a atividade sinergista; promover uma otimização da coordenação e do alinhamento articular estaticamente e durante o movimento; diminuir a irritação do tecido neural; inibir direta ou indiretamente a dor associada ao movimento. A bandagem é aplicada de tal maneira que há pouca ou nenhuma tensão, enquanto parte do corpo é posicionada na posição desejada no plano. Irá, portanto, desenvolver mais tensão quando movimento ocorre fora desses parâmetros. Esta tensão será percebida conscientemente dando assim um estímulo para o individuo corrigir o movimento padrão. Com o passar do tempo e com a repetição

suficiente e feedback, estes padrões podem tornar-se componentes de aprendizado do engrama motor dos movimentos. Trata-se efetivamente da pele mediando o biofeedback proprioceptivo.em atletas o uso de bandagens funcionais pode evitar lesões ou facilitar o retorno do atleta lesionado à competição.(SILVA JR, 1999). DISCUSSÃO A aplicação de bandagem em atletas é um dos fatores pelos quais as lesões podem ser reduzidas por um suporte externo assim aumentado a estabilidade mecânica. A aplicação de bandagens deve ser associada a exercícios para que se tenha uma reabilitação completa (SACCO, et al., 2004). As bandagens são aplicadas sobre o músculo para dar assistência e suporte prevenindo contrações excessivas, melhorando a amplitude dos movimentos, facilitando o retorno venoso e linfático. As técnicas incluem correção mecânica, linfática, ligamentar, tendínea, fascial, espacial e funcional. Estas bandagens podem ser usadas em conjunto com outras terapias, tais como crioterapia, hidroterapia, massoterapia e estimulação elétrica. A bandagem funcional elástica afeta a ativação do sistema neurológico, o sistema circulatório venoso e de fluxos linfáticos, bem como a temperatura corporal (LEMOS, 2011). As bandagens funcionais tem por função inibir a hiperatividade dos músculos agonistas e antagonistas; facilitar a atividade sinergista; promover uma otimização da coordenação e do alinhamento articular estaticamente e durante o movimento; diminuir a irritação do tecido neural; inibir direta ou indiretamente a dor associada ao movimento. A bandagem é aplicada de tal maneira que há pouca ou nenhuma tensão, enquanto parte do corpo é posicionada na posição desejada no

plano. Irá, portanto, desenvolver mais tensão quando movimento ocorre fora desses parâmetros. Esta tensão será percebida conscientemente dando assim um estímulo para o individuo corrigir o movimento padrão (SILVA JR, 1999). Moro 2010 acredita que a bandagem proporcione estímulos neuromusculares devido ao aumento do feedback pela via aferente decorrente dos receptores cutâneos. Os efeitos mais comuns da bandagem funcional são afetar o controle neuromotor pela alteração da mecânica articular, afetar o feedback proprioceptivo e o balance, redução da dor, limitação da amplitude de movimento, diminuição do exsudato inflamatório, redução do stress tecidual local. Nos efeitos mecânicos pode proporcionar limitação, correção de posturas, redução de tensão e melhora funcional (HEWETSON et al., 2010). A bandagem funcional é indicada nas distensões ligamentares de primeiro grau e alguns casos de segundo grau; prevenção das luxações ligamentosas; rotura de fibras musculares; distensões musculares; fissuras dos metatarsianos, fissuras das costelas, intercostais e neuralgias de intercostais; após a retirada da escápula para iniciar período de reabilitação; descarga nas tendinites; descarga nas facites plantares. E são contra indicadas nas roturas nas fraturas, edemas, problemas de circulação, e processo alérgico a fitas (BOVÈ, 2000). Têm sido descritos diversos efeitos das bandagens funcionais, nomeadamente: melhoria do funcionamento muscular através da regulação do tónus muscular, melhoria da circulação sanguínea, drenagem linfática e alívio da dor, sendo que sobre as articulações tem a capacidade de estimulação da propriocepção, correcção do NovaFisio.com.br • 55


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movimento e aumento da estabilidade (Coutinho & Vasconcelos, 2009). No que diz respeito ao primeiro efeito relatado, a bandagem funcional é apresentada como tendo a capacidade de suporte de um músculo ou grupo muscular durante um movimento ou uma atividade motora (Hammer, 2006). Experiências mostram que as bandagens de compressão, imobilização e estabilização quando associadas ao tratamento fisioterapêutico, são capazes de acelerar o processo de cura e evitar traumas ou recidivas (SILVA JR, 1999). A bandagem funcional produz efeitos por meios de mecanismos biomecânicos e neurofisiológicos, porém o tratamento da dor e de patologias do sistema nervoso central e periféricos dependem principalmente dos efeitos neurofisiológicos (THOMPSON 2010). Yanek 2012 mostra que duas técnicas de bandagem funcional podem ser usadas para tratamento da dor de lesões musculares, que são as facilitadoras e inibidoras, sendo que uma dá apoio e assistência que imita o movimento normal, mantendo a amplitude de movimento, e a outra diminui a inflamação através de estímulos sensoriais e limita a contração muscular hiperativa. A interação entre os sistemas nervoso periférico e central participam da experiência de dor e que em estudos foram encontrados associação entre as respostas de hipoalgesia e atividade simpática com o uso de técnicas manuais, como a bandagem (GEORGE, et al., 2006). A bandagem funcional promove estímulos sensoriais e mecânicos duradores e constantes na pele, que mantém a comunicação com os tecidos mais profundos através de 56 • NovaFisio.com.br

mecanoreceptores encontrados na epiderme e derme. Estas informações produzem vários efeitos, tais como, diminuição da dor e da sensação de desconforto, promove suporte durante a contração muscular, diminui a congestão do fluxo linfático, assim como extravasamento sangüíneo subcutâneo, ajuda nas correções dos desvios articulares, promove auxílio na contração muscular, promove estímulos e aumento da propriocepção (KASE, et al., 2003). Segundo Matos 2002, a bandagem possui quatro efeitos fisiológicos, os quais são analgésico, expansão, drenagem e articular. Conforme seu estudo, o efeito analgésico dá-se devido a ação da fita sob a pele, uma vez que ela favorece a estimulação dos receptores existentes no plano cutâneo e subcutâneo, que permitem modelar os impulsos aferentes, bem como regular o mecanismo doloroso através de uma provável ativação do sistema de inibição descrita dentro da teoria das comportas. Lesões musculares induzem uma resposta inflamatória periférica que inicia o processo de reparação e influencia o processamento da dor, fazendo com que haja uma ação dos mediadores inflamatórios e que os nociceptores periféricos interajam em resposta à lesão. a bandagem pode afetar este processo, uma vez que seu efeito mecânico pode reduzir a quantidade de edema e, portanto reduzir a inflamação mediada pela irritação dos nociceptores periféricos (VICENZINO et al., 2001). Pickar e Wheeler 2001 especularam que ao estressar o sistema nervoso central com aferências sensoriais dos proprioceptores musculares pode, através dos mecanismos gatilhos de dor, reduzir a aferência nociceptiva e, portanto, a dor. A bandagem funcional é atualmente considerada pelos fisioterapeutas como um método de apoio à

reabilitação e modulação de alguns processos fisiológicos. No estudo sobre a aplicação da bandagem no músculo vasto medial em vinte e sete indivíduos saudáveis, obteve um aumento estatisticamente significativo de recrutamento das unidades motoras e atividade bioelétrica muscular após 24 horas da aplicação, e a manutenção do seu efeito por 48 horas após a sua remoção e efeito menor por até 72 horas. A bandagem funcional ajuda a devolver a função muscular e da fáscia (GLOTH, 2004). A bandagem funcional em conjunto com outra intervenção, pode facilitar ou inibir a função muscular, manter o posicionamento articular, reduzir a dor e fornecer feedback proprioceptivo para obter e manter alinhamento corporal (ZARACZEWSKA; LONG, 2006). O aumento da entrada proprioceptiva pela estimulação sensorial, resultante da aplicação da bandagem funcional, pode reforçar o controle postural e facilitar o seu retorno à atividade anterior (HALSETH et al., 2004); Com um estímulo sensorial adequado e forte, os músculos aparentemente fracos conseguem se contrair efetivamente (BOBATH, 2001). Alguns músculos podem apresentar sinais de espasticidade o que torna mais difícil os movimentos (CAILLET, 2000). A bandagem funcional pode facilitar ou inibir a função muscular, corrigir a função muscular fortalecendo os músculos debilitados, aliviar a tensão dos músculos anormais, ajudando a devolver a função muscular e da fáscia, pode promover recrutamento das unidades motoras e atividade bioelétrica muscular (STUPIK, 2007). CONCLUSÃO Após o termino desta revisão de literatura, pode-se observar que


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a Bandagem funcional pode ser utilizada como forma de tratamento coadjuvante para auxiliar na evolução do tratamento fisioterapêutico, visto que a bandagem funcional trás benefícios em relação ao quesito lesões musculares, tanto agudas quanto crônica. A bandagem funcional apresenta vários efeitos, dentre tidos como mais importantes: diminuição de edema, diminuição da dor, ativação e estabilização da musculatura. Deve haver mais estudos sobre o assunto para que haja uma maior aceitação da bandagem funcional, pois se trata de um tema bastante discutido dentre os profissionais da área da saúde. A bandagem funcional possui seus fatores positivos, e sabe-se que ela pode e vem contribuindo bastante nos tratamentos de lesões musculares, principalmente no meio desportivo onde se precisa de resultados no menor período de tempo possível. REFERÊNCIAS 1. BARRETO, R. A.; AZEVEDO, R. C. S.; JORGE, F. S. Efeito da Bandagem Neuromuscular em Atletas de Futebol durante a Simulação Entorse de Tornozelo por Inversão: Uma Análise Eletromiográfica. Perspectivas Online, vol 4, nº13, 2010. Disponível em http://www.perspectivasonline. com.br/revista/2010vol4n13/ volume4%2813%29artigo14.pdf. Acesso em 16/09/2014. 2. BASSOLI, D.A. Avaliação dos efeitos do ultra-som pulsado de baixa intensidade na regeneração de músculos esqueléticos com vistas à aplicabilidade em clínica fisioterapêutica. Dissertação de mestrado apresentada a Universidade Federal de São Carlos, 2001. 3. BOBATH B. Hemiplegia em adultos: avaliação e tratamento. 3ª. ed. São Paulo: Manole, 2001, 201p. 4. BORATO, E.; OLIVEIRA, J.J.J.; CIENA, A.P.; BERTOLINI, G.R.F. Dor e Edema em Lesão Muscular Induzida

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EFEITOS DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO 3MHZ ASSOCIADO À ENDERMOTERAPIA VERSUS MASSAGEM MODELADORA E ULTRASSOM DE 3 MHZ NO TRATAMENTO DA GORDURA LOCALIZADA EFFECTS OF THE THERAPEUTIC ULTRASOUND 3MHZ ASSOCIATED WITH ENDERMOLOGIE VERSUS MASSAGE ESTHETIC AND ULTRASOUND 3MHZ IN TE TREATMENT OF LOCATED ABDOMINOUS FAT

Maria Cecília Ribeiro Bruning 1,Edilene Corbari Stimer 2,Jessica Argente Galvão 2 1 Fisioterapeuta, Docente e coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética da Unipar Campus de Cascavel, Mestre em Saúde Coletiva pela UERJ. 2 Discentes do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética da Unipar Campus de Cascavel Texto apresentado no 13º. Encontro de Iniciação Científica da Unipar- Campus de Umuarama- Fórum de pesquisa Parecer do Comitê de Ética: CAAE: 22720913.1.0000.0109, Número do Parecer:451.160, aprovado

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Resumo: Segundo a organização PanAmericana de Saúde “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e é um direito humano fundamental”. Sob essa perspectiva, a incidência de lipodistrofia localizada (gordura localizada), que é relatada como uma das grandes queixas por parte da população feminina deve ser considerada como um capítulo importante da saúde humana, por envolver além de danos orgânicos, também danos psicossociais. Com base nisto essa pesquisa foi elaborada com objetivo de verificar os efeitos da associação do ultrassom terapêutico de 3Mhz associados com a endermologia em comparação com a massagem modeladora associada ao uso do ultrassom no tratamento da gordura localizada, comparando a diminuição de medidas, medidas de adipometria, índice de massa corporal alem de comparação pelo registro fotográfico na primeira e ultima sessões, num mínimo de 14 sessões durante sete semanas. Participaram dessa pesquisa mulheres de 20 a 60 anos, com lipodistrofia localizada em abdômen que praticam atividade física pelo menos duas vezes por semana. Os achados fotográficos demostraram que houve melhora do quadro da lipodistrofia localizada nas clientes que completaram as sessões de tratamento, duas clientes desistiram ao longo das sessões não sendo possível observar os resultados das mesmas. Na perimetria verificouse diminuição de centímetros em algumas clientes ,algumas delas mantiveram as mesmas medidas, e duas desistiram do tratamento durante os atendimentos ABSTRACT: The Pan-american health organization says that “health is a state of complete physical, mental and social well-being, and is a fundamental direct of the human”. This perspective, demonstrate that the located fat, that is related as the principal grievance of the women population, hás to be considereted as a important parto f the human 60 • NovaFisio.com.br

health, because can cause organic and psicossocials problems. This study was elaborated to verificate the effects of the association of therapeutic ultrasound of 3Mhz with endermologie versus esthetic massaje and ultrasound in the fat treatment, the results in the reduction of measures, IMC and comparision with photografics registers in the first and last sessions. It was women with 20 to 60 years of age, with abdominous fat, and that practicated exercises two times in a week at least. The results demonstrated that was improvement in the measures in the pacients that participated of all the sessions. KEY WORDS: FAT, ULTRASOUND, ENDERMOLOGIE INTRODUÇÃO O excesso de peso alcança valores relevantes atingindo todas as classes sócio econômicas, podendo ser relacionado com índice de morbidade, hipertensão, diabetes além de moléstias cardiovasculares. O percentual de gordura aumenta devida uma ingestão elevada de calorias em detrimento a demanda energética (MILREAU, 2005). Cardoso (2002) afirma que a gordura localizada apresenta-se como um desenvolvimento irregular no tecido conjuntivo subcutâneo, onde os adipócitos estão aumentados em regiões específicas levando uma aparência ondulada do tecido. Os meios convencionais de tratamento como dieta hipocalórica e/ou exercícios físicos podem ser associados ao tratamento com ultrassom e endermologia, ou ainda massagem modeladora, o que possibilita efeitos como redução de medidas,aumento do metabolismo local e melhor vascularização das células, levando a uma maior hidrólise dos triglicerídeos e depósitos de gordura (LEITE, 2006) Sandoval (2005), descreve que há de 8 a 10% mais gordura corporal no sexo feminino do que no masculino,

em média. Já que nas mulheres esta gordura é essencial e representa entre 9 e 12%, nos homens 3% o que representa uma grande diferença, ligada a diferenciação hormonal de cada sexo. As mulheres em idade universitária mantêm entre 20 e 25% de seu peso corporal em gordura. As que se mantêm ativas no esporte e possuem uma alimentação saudável e balanceada possuem, em média, entre 15 e 18% de gordura corporal, mas, nas sedentárias, observa-se entre 25 e 27%. Para as desportistas essa quantidade de gordura é inaceitável porque diminui seu rendimento. Dentro os recursos utilizados no tratamento de gordura localizada existe o ultrassom que pode ser descrito como vibrações mecânicas que são essencialmente as mesmas das ondas sonoras, porém com uma freqüência mais alta. A vibração se incorpora ao som com frequências em torno de 20Hz. A forma deonda longitudinal associada com som não é de natureza magnética. O som segue as regras da física no que diz respeito à reflexão, absorção, refração e dispersão, e está compreendido entre 500 KHz e 3 MHz (KAHN, 2001; BISSCHOP, 2001 e LOW & REED, 2001).Para fins terapêuticos são usados transdutores pizoelétricos que convertem energias elétricas em mecânicas e as transmitem à partir do ultrassom de alta freqüência. Apresentam cristais adequadamente cortados em seu interior, sendo que o mais utilizado é o quartzo, e são influenciados por carga elétrica, isto é, o aparelho de ultrassom é composto de um gerador de alta freqüência e um disco de quarto pizoelétrico movido pela corrente elétrica, fechado dentro de um invólucro metálico (projetor, transdutor ou emissor). O transdutor deve ser utilizado adequadamente através de movimentos circulares repetidos que devem sobrepor-se (BISSCHOP,2001; LOW & REED, 2001). Segundo Kitchen & Bazin (1998), quando o ultrassom penetra no corpo, este pode exercer um efeito


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sobre as células e tecidos mediante dois mecanismos físicos: térmico e atérmico. Quando o ultrassom desloca-se através dos tecidos, uma parte dele é absorvida, e isso conduz à geração de calor dentro do tecido. A quantidade de absorção depende da natureza do tecido, seu grau de vascularização, e da freqüência do ultrassom. O aquecimento controlado pode produzir efeitos desejáveis como: alívio da dor, aumento do fluxo sanguíneo, entre outros (KITCHEN & BAZIN, 1998). Um de seus efeitos fisiológicos são as reações químicas, pois as vibrações do ultrassom estimulam o tecido a aumentar as reações e os processos químicos locais, e assegurar a circulação dos eletrodos e radicais necessários por recombinação. A resposta biológica se dá pelo aumento da permeabilidade das membranas o que acentua a transferência dos fluidos e nutrientes aos tecidos. Quanto às respostas mecânicas, existe a cavitação que nada mais é que a vibração em alta-freqüencia que deforma a estrutura molecular das substâncias tão fortemente unidas (KAHN,2001). Podem ser produzidos três tipos de ondas: as longitudinais, as transversais e as estacionárias. A longitudinal ou compressional é a mais comum, as partículas se deslocam paralelamente à direção do som. A alternância entre pressão alta e baixa exercida pelo feixe de ultrassom resulta em regiões de compressão e de rarefação ao longo do caminho da onda, elas são transportadas em meios líquidos não viscosos. As transversais ou de cisalhamento tem partículas se deslocando perpendicularmente à direção da onda sonora, são formas comuns de propagação de ondas em meios sólidos. Já as estacionárias poderão ocorrer se parte das ondas refletidas por uma interfaqce entre meios de impedância acústicas diferentes , exemplo entre osso e músculo, a onda que incide na

interface e a que reflete na interface se tornam superpostas a tal ponto que seus picos de intensidade se somam (FURINI E LONGO, 1996) A vacuoterapia é uma técnica terapêutica, que se utiliza um aparelho que permite dupla ação sinérgica de aspiração e mobilização dérmica, onde utiliza-se pressão negativa na sucção, associada ao rolamento (manobra do “palper-rouler” (GUIRRO e GUIRRO, 2003). O tratamento da gordura localizada pode ser associado ao uso da vacuoterapia que como descrito por Andrade (2006) atua nos planos cutâneo e subcutâneo, nomeadamente no tecido conjuntivo, tecido adiposo e estruturas vasculares e linfáticas. Milreau (2005) acrescenta que podem ocorrer inúmeros efeitos fisiológicos como a melhora na elasticidade cutânea, na lipodistrofia gelóide, eliminação de toxinas, vasodilatação, aumento do aporte sanguíneo e oxigenação, melhorando a nutrição dos tecidos, desbloqueio da circulação, fortalecimento dos vasos sanguíneos e linfáticos, melhora do trofismo celular, melhor distribuição de gordura, modelamento da silhueta, aumento do metabolismo dos tecidos e ainda, promove o relaxamento. Pode-se citar como ações resultantes do tratamento com vacuoterapia a ação lipolítica (pela ação mecânica), drenagem linfática e eliminação de resíduos metabólicos (através da ação de hipervascularização associada ao desfibrosamento do tecido conjuntivo, garantindo uma melhor circulação dos fluidos), tonificação da pele (pelo estímulo gerado no fibroblasto associado ao descongestionamento dos tecidos) e desestresse muscular (por diminuir as tensões e otimizar as trocas tissulares) (LOPES, 2003).Em artigo publicado por Daver em 1991 e citado por Kinney (1997), foram expostos resultados de estudo com 20 pacientes submetidos a 5 sessões de endermologia por semana, num total de 20. Após 12 sessões, foi observada uma redução média da circunferência

da coxa da ordem de 1,85mm e ao findar as 20 sessões, a redução média atingiu 4,98 mm. Chang et al. (1988) realizaram o primeiro estudo com período mais de tempo (cerca de 1 ano) sobre a terapia sub-dérmica não-invasiva (endermologia). Nele, 85 pacientes submeteram-se às sessões e já após 7 sessões apresentaram tanto reduções de medidas circunferenciais quanto de peso. Dentre as que ganharam peso, 50% ainda assim obtiveram uma redução do perímetro corporal. Na prática, esta diminuição de medidas observada geralmente não está acompanhada por uma redução de peso. A utilização da pressão negativa como técnica de massagem corporal, associada a mecânica dos roletes para simular o exercício das mãos de um terapeuta, tem por objetivo a diminuição do transtorno circulatório, a redução de gordura localizada, auxilio da drenagem linfática, bem como auxiliar poderoso no tratamento de celulite. A técnica de massagem, combinada com o vácuo do aparelho com a pressão pelos roletes, atua como descongestionante e revascularizador do tecido conjuntivo hipodérmico, drenando os excessos de gordura do local, o que faltará as trocas iônicas e metabólicas das células, normalizando a região submetida a tratamento (BIOSET, 2001) Já a massagem modeladora tem como efeito no acúmulo de tecido adiposo ativação da circulação sanguínea,aumento da oxigenação e nutrição celular, ajuda na liberação de toxinas acumuladas no tecido,melhora do peristaltismo, auxilio no processo de redução de medidas, redução de edemas (retenção hídrica) e facilita a permeação de princípios ativos.Sobre a musculatura vascular a massagem estimula a contração da musculatura aumentando a tonicidade. Sobre o tecido adiposo: favorece a troca de líquidos o que implicará na melhora da circulação periférica que dará condições aos adipócitos, em especial NovaFisio.com.br • 61


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os superficiais, de “manterem” sua carga, impedindo a sedimentação que dá origem a celulite. O amassamento diminui os espaços intracelulares, colocando cada célula em seu lugar, o que faz com que ocupem menos volume reduzindo alguns centímetros do local trabalhado. Sobre o tecido muscular: desintoxica a musculatura pelo retorno venoso e linfático, nutre e, dependendo das manobras utilizadas, pode tonificar. MÉTODOS Segundo Gil (1995),este estudo caracteriza-se por experimental pois testa uma hipótese, no caso o tratamento com Ultrassom de 3MHZ associado com vacuoterapia comparado com o ultrassom de 3MHz associado com a massagem modeladora manual com creme contendo ativos e verificar se traz resultados satisfatórios quanto a redução de medidas, peso corporal, adipometria. Ainda o mesmo autor afirma que a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciálo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Quando os objetos são físicos não há muitas limitações quanto à experimentação, o que não ocorre em experiências com pessoas, grupos ou instituições. Va n t a g e n s e d e s v a n t a g e n s : possibilita o conhecimento mediante procedimentos experimentais, porém por exigir previsão e controle, tornase às vezes inviável para os objetos sociais. A pesquisa experimental exige um plano ou protocolo do experimento com passos bem definidos (GIL, 1995). A população adotada para o estudo será composta de dez mulheres da região de Cascavel - PR que apresentam o quadro de gordura localizada em região de abdômen independente do estágio de evolução da patologia. Segundo Lakatos & Marconi (1994) e Gil (1995), a amostra desta pesquisa é do tipo não-probabilística intencional, pois 62 • NovaFisio.com.br

não faz uso de uma forma aleatória de seleção e sim convite aos indivíduos. Os casos foram selecionados de acordo com as características: sexo feminino, idade entre 20 e 60 anos e que pratiquem atividade física por, pelo menos, duas vezes por semana. As participantes apresentavam média de altura de 1,61 m e média de peso corporal de 64,93 Kg, média de Indice de Massa Corporal de 24,61 e média de Idade de 37,3 anos .Sendo que o inicio dos procedimentos práticos se deu somente após aprovação do comitê de ética e pesquisa envolvendo seres humanos no qual o projeto foi submetido e aprovado, bem como o projeto foi submetido a avaliação da plataforma Brasil onde encontra-se aprovado. Ainda nestas avaliações foram verificados o tipo da lipodistrofia localizada apresentada pelas participantes, conforme classificação de GUIRRO e GUIRRO, 2002, além da perimetria e o grau de satisfação pessoal com o quadro apresentado. Para tanto, fez-se uso de imagens fotográficas utilizando máquina digital da marca Sony Digital Câmera, modelo Cyber Shot DSC-P9. As fotos foram realizadas em vista anterior enfatizando-se a região abdominal, tiradas a um metro de distância da participante, a qual permaneceu em posição ortostática. A perimetria foi realizada com uma fita métrica da marca ISP, de fabricação brasileira, tomando como ponto de referência a cicatriz umbilical. Foram utilizados na pesquisa ultrassom de 3MHz, aparelho de vacuoterapia, creme de massagem modeladora contendo ativos, gel de contato, esfoliante corporal, fita métrica, maquina fotográfica, adipômetro, ficha de anamnese, maca, papel toalha, lençol, espátula, balança digital. Após a avaliação das voluntárias onde os procedimentos foram explicados as mesmas assinaram o Termo de

consentimento de livre e esclarecido, somente após isto as mesmas foram divididas em dois grupos de forma aleatória, um grupo foi submetido ao tratamento por massagem modeladora, utilizando um creme com ativos como cafeína, centelha asiática, sendo que os movimentos principais da massagem foram o deslizamento superficial e profundo, amassamento, roda gigante, todos com objetivo de remodelação do tecido adiposo, melhora da circulação sanguínea e auxilio na absorção dos ativos, após a massagem as mesmas passaram a aplicação do equipamento de ultrassom de 3MHZ que é o equipamento específico para tratamentos estéticos, onde será aplicado gel de contato neutro na região e aplicação do equipamento com o tempo calculado dividindo-se o tamanho da área de tratamento pelo tamanho do cabeçote do equipamento, o outro grupo passou pelo tratamento através da vacuoterapia que consiste na geração de uma pressão negativa sobre a pele que causa uma sucção do tecido realizando uma remodelagem do tecido adiposo, segundo a literatura pode vir a ser usada no lugar da massagem modeladora, em seguida foram submetidas também ao ultrassom de 3Mhz com gel neutro na mesma intensidade e tempo do outro grupo do estudo. O grupo I foi submetido à terapia com ultra-som terapêutico, sendo utilizado o aparelho da marca IBramed , modelo Sonopulse Compact 3 Mhz , com freqüência de 3 MHz, no modo contínuo, com dose de 2.0 W/ cm2. Foi realizado o método por acoplamento direto, sendo utilizado um gel comum, sem princípios ativos. O tratamento consistiu de 14 sessões consecutivas, realizadas 2 vezes por semana, em dias alternados, com duração de 60 minutos cada sessão, sendo 5 minutos de aplicação para cada quadrante do abdômen. Cada participante teve uma ficha de


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evolução diária de tratamento uma integrante deste grupo precisaram se ausentar do tratamento e portanto, realizou apenas três sessões, enquanto as demais participantes realizaram 14 sessões.Com o término das quatorze sessões, após sete semanas de tratamento, foram realizadas reavaliações, para posterior análise de resultados.

Os resultados da perimetria estão detalhados na tabela 1, , demonstrando a média dos valores da mensuração na primeira avaliação, ou seja, antes do tratamento, a média verificada depois do tratamento, e as clientes que desistiram ao longo do tratamento onde não foi possível a reavaliação TABELA 1 - PERIMETRIA

RESULTADOS De acordo com o questionário aplicado na ficha de avaliação inicial constatouse que a faixa etária das participantes deste estudo variou entre 21e 49 anos, com uma média de idade de 37,3 anos. A média de peso corporal foi de 64,93 e a média de altura foi de 1,61 m. As 10 participantes deste estudo negaram o tabagismo como um hábito de vida. A ilustração deste dado segue na figura 1 FIGURA 1 - Não tabagistas.

Fonte : da autora (2014) Com relação à alimentação, 06 participantes (60%), referem uma alimentação hipercalórica no seu cardápio, enquanto 04 (40%), negam a ingestão deste tipo de alimento, conforme ilustrado na figura 2. Figura 2 – ALIMENTAÇÃO REFERIDA PELAS PACIENTES Fonte : da autora (2014)

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Os resultados obtidos analisando o abdômen do grupo I, que foi submetido à terapia por ultrassom com gel neutro associado a aplicação de vacuoterapia, revelaram que 80% apresentavam lipodistrofia do tipo mole e que 20% apresentavam o quadro de lipodistrofia do tipo dura. Já no grupo tratado com massagem modeladora com creme lipotérmico contendo ativos como cafeína, ginko biloba entre outras, e após aplicação do ultrassom com gel neutro 100% apresentavam lipodistrofia localizada do tipo mole. Depois do tratamento observou-se que a classificação do tipo de lipodistrofia localizada não mudou, porém algumas clientes apresentaram melhora do aspecto da pele e redução de medidas, sendo que as que praticavam atividade física e tinham uma alimentação equilibrada obtiveram resultado mais significativo. DISCUSSÃO De acordo com alguns estudos, as mulheres apresentam duas vezes mais adipócitos em relação ao homem, e para alguns autores essa diferença já pode ser observada a partir do primeiro ano de vida e até mesmo pré-natalmente (ZIMMERMAN, 2004). Para Ciporkin e Paschoal (1992), o exagero de depósito gorduroso normal da mulher se acumula em regiões como a mama, proximal dos braços, parte inferior do abdômen, glúteos e coxas, sendo conhecido essa predisposição hereditária e hormonal como adiposidade ginóide. Sempre que a mulher sofre um aumento excessivo de peso devido uma alimentação hipercalórica, ocorre primeiro nas áreas ginóides, antes de se estender ao resto do corpo. Estas regiões são preferenciais ao desenvolvimento da celulite (ZIMMERMANN, 2004). Com relação à flacidez encontrada no local, Ciporkin e Paschoal (1992), colocam que na zona lipodistrófica os planos superficiais deslizam-se 64 • NovaFisio.com.br

facilmente sobre os planos profundos, tratando-se de uma massa sem resistência, solta e móvel. Guitay (1996), Beramendi (1999) e Bacelar et al (2006), afirmam que a vacuoterapia promove aumento na circulação local, rompe nódulos fibrosos, estimula a transformação de gordura em glicerol, aumenta extensibilidade do colágeno, melhora o trofismo tissular e restaura a qualidade do tecido cutâneo, proporciona um desfibrosamento profundo e aplanamento da epiderme. Leva a uma normalização da vascularização cutânea eliminando toxinas estagnadas, melhorando aporte de elementos nutritivos que agem sobre o tecido conjuntivo. Milani et al (2006), afirmam que a endermologia causa uma remodelação nas células adiposas, culminando em sua melhor distribuição no tecido, além de ser um dos principais recursos para a melhoria do contorno corporal, sem necessidade de intervenção cirugica. Foram realizados registros fotográficos da lipodistrofia localizada, que serviram como base de comparação para a verificação da eficácia do tratamento, permitindo visualizar os resultados obtidos da aplicação da vacuoterapia e ultrassom e massagem modeladora e ultrassom sobre a lipodistrofia localizada. Adiante serão apresentadas as fotos, colocadas na seguinte disposição: as posicionadas à esquerda indicam antes do tratamento, e a direita, após a realização do protocolo. As fotos descritas foram realizadas a uma distância de 1,00 metros da paciente em uma altura 1,0 metros, sendo que, as primeiras fotos horizontais são anteriores ao tratamento, as fotos centrais são após 14 sessões de atendimento .O tratamento realizado apresentou os resultados após o término das 14 sessões: pode-se perceber que houve, redução de medidas em algumas

regiões, manutenção da perimetria nas clientes que não fizeram um controle na dieta e interromperam a realização de atividade física durante o período da pesquisa, ou fizeram um grande intervalo entres as sessões. CONCLUSÕES O processo de reabilitação da lipodistrofia localizada através do favorecimento das trocas metabólicas pode se beneficiar com a associação do tratamento a um estilo de vida mais saudável, uma alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares e ingestão diária de água. Nas clientes que realizaram de forma correta todo o tratamento apresentaram resultados mais satisfatórios, porém são necessárias mais sessões para que o resultado apresente maior eficácia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, M. Endermologia. Lisboa. Disponível em http://www. suzanabarreto.med.br/corpo/ tratamentos/endermologia.asp> Acesso em 09 de julho de 2013. BACELAR, V.C.F., VIEIRA, M.E.S. Importãncia da vacuoterapia no fibro edema gelóide. Fisioter Bras. 2006; 7(6). BERAMENDI, J. O novo método instrumental in-dermoplus de dupla massagem mecânica para tratamento de celulite e gordura localizada. Monografia. Fundação Técno Educacional Souza marques, Rio de Janeiro, 1999. BIOSET, Industria de Tecnologia Eletrônica LTDA. Manual do Usuário: dermovac. Rio Claro, 2001. BISSCHOP, G. et al. Eletrofisioterapia. São Paulo: Santos, 2001. CHANG, P. Et al. Noinvasive mechanical body contouring: (endermologie) a oneyear clinical study update. Aesthetic Plast Surg. Austin, v.22, n.2, p. 145-153, Mar/Apr. 1998 FUIRINI, N.J.; LONGO, G.J. Ultrassom.


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Amparo: KLD – Biossistemas equipamentos eletrônicos Ltda, 1996. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1995. p.53. GUITAY, L. Endermologie: manual de treinamento. USA; 1996 KAHN, J. Princípios e prática de eletroterapia. 4.ed. São Paulo: Santos, 2001. KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia de Clayton. 10.ed. São Paulo: Manole, 1998. KINNEY, B. External fatty tissue massage (the “endermologie” and “silhouette” procedures. Plast Reconstr Surg, Los Angeles, v.100, n.7, p.1903-1904, Dec 1997. LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Metodologia do trabalho científico. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1994. LEITE, R.G. Fisioterapia DermatoFuncional – uma área em observação. D i s p o n í v e l e m < h t t p : / / w w w. fisioterapia.com.br> Acesso em 09 de julho de 2013

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Palavras-chave: Tecladista. Postura. Profissional. Coluna Vertebral.

PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS POSTURAIS ENTRE TECLADISTAS E A ATUAÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA DA FISIOTERAPIA

Lourenço, G.M.G.¹, Silva, F.J.S.² 1- Pós graduada em Fisioterapia Dermato Funcional; Graduada em Fisioterapia pela Faculdade Bezerra de Araújo; Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Dermato Funcional. 2- Mestre em Ciências Pedagógicas – ISEP; Mestrando em Psicologia Social – UNIVERSO; Especialista em Anatomia e Biomecânica – UCB; Especialista em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana – FIOCRUZ/ENSP; Especialista em Docência Superior – UNICAM; Graduado em Fisioterapia; Graduado em Direito; Professor da Faculdade Bezerra de Araújo e da Universidade Salgado de Oliveira.

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Resumo: Ao observarmos tecladistas exercendo o seu respectivo talento, muitas vezes com a postura errada, quando em pé, apoiando o peso do seu corpo em um só membro inferior. Isto pode facilitar o surgimento de desvios laterais patológicos na coluna vertebral como forma de compensação e também resultar em um joelho flexo, devido ao encurtamento dos ísquiotibiais do membro inferior oposto. Com o teclado abaixo do nível da cicatriz umbilical, desrespeitando ao ângulo de 90° em que os membros superiores deveriam estar, assim forçando a flexão da coluna vertebral provocando grande tensão muscular em todos os músculos dorsais. Infelizmente é raro vermos este profissional exercendo o seu trabalho respeitando a postura correta. Entretanto, este fato está relacionado a ausência de informações tanto no aprendizado quanto na profissão. Sendo hobbie ou profissão, esta prática precisa ser revertida afim de que não ocorram lesões e este músico não venha adquirir seqüelas irreversíveis, acarretando numa limitação ou até mesmo no afastamento total do exercício da atividade. Para tanto, essa realidade precisa ser bem conhecida. Esta pesquisa visa identificar a prevalência de distúrbios posturais entre tecladistas, descrever possíveis conseqüências e lesões em virtude desta postura e apresentar um programa preventivo e corretivo visando uma melhor qualidade de vida e social aos tecladistas. Palavras-chave: Tecladista. Postura. Profissional. Coluna Vertebral. Abstract: By observing keyboardists exercising their respective talents, often with the wrong posture when standing, supporting your body weight on one leg. This may facilitate the emergence of lateral deviations pathological spine as compensation and also result in knee flexion, due to the small shortening of the hamstrings from the opposite leg. With the keyboard below the level of the umbilicus, the disrespect angle of

90 ° in the upper limbs should be thus forcing the bending of the spine causing major muscle tension in all dorsal muscles. Unfortunately it is rare to see this professional exercising its work respecting the correct posture. However, this fact is related to lack of information both in learning and in the profession. Being a hobby or profession, this practice needs in order that no injuries occur and this musician will not acquire irreversible sequelae, resulting in a limitation or even total removal of the exercise of the activity be reversed. For both, this reality needs to be well known. This research aims to identify the prevalence of postural disorders among keyboardists, describe possible consequences and injuries by virtue of this position and submit a corrective and preventive program to better quality of life and the social keyboardists. Keywords: Keyboardist. Posture. Professional. Spine. Introdução: O interesse da pesquisa se dirigiu à observação da prática instrumental entre os tecladistas em shows e eventos, em sua maioria, apresentando-se em pé. De uma maneira geral, é observado uma falta de informação e orientação por parte dos professores aos alunos quanto a grande importância do conhecimento básico do seu corpo durante a sua performance. Comumente, as escolas de músicas não dão ênfase ao conhecimento do funcionamento das estruturas durante a atividade e quais são os possíveis distúrbios que poderão dificultar a atuação do músico (MOURA, FONTES & FUKUJIMA, 2000). Além dos detalhes anatômicos e técnicos do teclado, um dos motivos que levou à escolha do tecladista como objeto deste estudo foi a inexistência de estudos relacionados ao mesmo, uma vez que a saúde deste músico encontra-se ameaçada perante a postura adotada.

O objetivo da pesquisa foi investigar a prevalência de distúrbios posturais entre tecladistas, conhecer a forma pela qual a fisioterapia pode prevenir e corrigir tais distúrbios e elaborar um manual destinado aos profissionais tecladistas contendo informações sobre a postura adequada à realização da atividade. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa e quantitativa. Foram colhidas sete amostras. A coleta de dados com os tecladistas foi realizada em dois momentos: primeiramente foram realizadas entrevistas diretas conduzidas por um formulário que teve como objetivo obter algumas informações socioeconômicas dos mesmos, bem como as condições em que desenvolvem a atividade profissional. Num outro momento, foram realizadas as avaliações posturais, visando identificar a prevalência de possíveis distúrbios posturais, sendo utilizado durante a avaliação um goniômetro da marca Carci em plástico transparente com 2 réguas para mensuração de amplitude articular com sistema de transferidor de 0º a 360º, medindo aproximadamente 0,20 x 0,05 (CxL), para registrar a angulação do joelho. Como forma de aprimoramento da pesquisa, foram fotografados os desníveis posturais de três indivíduos submetidos a avaliação postural. Os mesmos que concordaram com tal procedimento, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, e os três que autorizaram fotos colocaram o seu CPF no mesmo. Os dados colhidos na avaliação e no formulário estão detalhados nas tabelas 1 e 2. Os tecladistas que fazem parte do estudo foram selecionados por amostragem através da acessibilidade, também conhecida como intencional, tendo em vista fazerem parte do círculo profissional da autora da pesquisa que é pianista e tecladista. NovaFisio.com.br • 67


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Sobre os aspectos éticos, foram respeitadas as recomendações previstas pela resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/MS, que normatiza pesquisas que envolvem seres humanos. Tabela 1:

Tabela 2:

Com relação à angulação dos joelhos, as amostras A, B, D, E e F apresentam diferenças nas angulações dos joelhos, sendo que nestas, o joelho direito apresenta-se mais fletido em relação ao joelho esquerdo (lado no qual utiliza-se o pedal). As amostras E e F (figura 1), respectivamente, revela uma flexão maior para o joelho direito em relação ao esquerdo.

A amostra C apresentou mesma angulação (175º), porém este entrevistado relatou ter sofrido uma fratura no fêmur esquerdo e deslocamento com fratura da Tíbia esquerda. A amostra G apresenta uma angulação menor em seu joelho esquerdo, sendo este mais flexo que o direito, uma vez que este joelho apresenta 172º de flexão com o lado oposto apresentando 175º. É importante ressaltar que este entrevistado atualmente toca sentado e pratica atividades físicas.

Resultados: Foram coletadas sete amostras de tecladistas, com idades entre >15 a <50 anos, sendo duas mulheres e cinco homens. O tempo de atividade varia entre 1 a >20 anos. Na tabela 1, foram registrados que todos os sete tecladistas entrevistados utilizam o pé direito para acionar o pedal. Seis tecladistas tocam em pé, utilizando o membro inferior esquerdo para apoio corporal devido o uso do pedal pelo membro inferior direito. Apenas um tecladista avaliado toca sentado (Amostra G), porém, ao longo de sua vida como músico, tocou boa parte em pé. O mesmo relatou que atualmente toca sentado devido ao cansaço promovido ao tocar em pé. 68 • NovaFisio.com.br

As espinhas ilíacas ântero-superiores (E.I.A.S.) apresentaram-se assimétricas com a espinha ilíaca ântero-superior direita mais baixa em todos os indivíduos avaliados (lado direito que todos utilizam o pedal), e as Espinhas Ilíacas Póstero-Superiores (E.I.P.S.) apresentaram-se simétricas apenas na amostra A, nas demais amostras as mesmas apresentaram-se com a direita mais baixa. Com relação à coluna vertebral, mediante a avaliação fisioterapeutica, foram observadas curvaturas laterais toraco-lombares em todos os


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indivíduos, sendo que em quatro destes apresentaram escoliose em “S” (amostras C, D, E e F) como mostra a figura 2 das amostras E, F e C. Figura 2:

a esquerda apresentou-se na amostra D e também na amostra F, somandose com a inclinação para a direita. Apenas a amostra A apresentou a cabeça alinhada. Na vista lateral da cabeça, as amostras A, C, D, E e F apresentaram a mesma projetada para frente, e as amostras B e G não apresentaram alterações. Esta alteração ocorreu provavelmente pelo hábito de tocar em pé, pois para observar o teclado, o mesmo projeta a cabeça para frente. Na tabela 2, as amostras B e F são do sexo feminino, com idades variando de >15 a 20 anos. As demais amostras são do sexo masculino, com idades variando de >15 a < 50 anos.

Os três restantes (Amostras A, B e G) apresentaram escoliose em “C”. Os indivíduos A, D e G praticam atividades físicas e suas alterações posturais com relação a escolioses são discretas, bem como o triângulo de Tales e a assimetria dos ombros. A coluna lombar das amostras A, B, C e D apresentaram hiperlordoses, diminuição da lordose nas amostras F e G e normal na amostra E. A coluna dorsal apresentou-se normal nas amostras B, D e E. As amostras C e G apresentaram diminuição da cifose, e as amostras A e F apresentaram hipercifose. A coluna cervical das amostras B, C e E apresentaram-se normais. As amostras A e D apresentaram esta região com hiperlordose, e as amostras F e G apresentaram diminuição da lordose nesta região. O triângulo de Tales apresentou-se assimétrico em todas as amostras, porém de forma atenuada nos indivíduos que praticam atividades físicas (A, D e G). O lado direito esteve alterado nas amostras C, E e F (figura 2). As amostras A, B, D e G apresentaram o seu triângulo de Tales alterado em seu lado esquerdo (lado de apoio). Sobre a amostra C, o mesmo apresentou uma escoliose com três curvaturas: tóraco-cervical, tóraco-lombar e lombo-sacral (figura 2, amostra C). Esta última curvatura apresentou sua concavidade para o lado do apoio (esquerdo). Na vista anterior e posterior dos ombros, as amostras B, C, D, E, F e G apresentaram o lado direito mais baixo (figura 2, amostras C, E e F). Somente a amostra A apresentou o ombro esquerdo mais baixo. Na vista lateral dos ombros, as amostras A, B, D, E e F apresentaram antroversão, e nas amostras C e G, não foram observados alterações. Esta antroversão é provável ter sido instalada pela constante postura durante as apresentações, pois os mesmos mantêm seus braços fletidos em alguns graus fazendo com que seus ombros sejam projetados para frente. A cabeça dos avaliados na vista anterior apresentou-se com inclinação para a direita nas amostras C e F. A inclinação para a esquerda apresentou-se nas amostras B, E e G (compensação pelo ombro direito mais baixo). A rotação para

O tempo de atividade das amostras B, C e F está compreendido entre >5 a 10 anos. As amostras D e G possuem o tempo de atividade entre >10 a 20 anos. A amostra A possui tempo de atividade entre >1 a 5 anos. E a amostra E possui o tempo de atividade >20 anos, o mais longo das demais. Seis tecladistas tocam em pé, utilizando o membro inferior esquerdo para apoio corporal devido o uso do pedal pelo membro inferior direito. Apenas um tecladista avaliado toca sentado, amostra G, porém, ao longo de sua vida como músico, tocou boa parte em pé. O mesmo relatou que atualmente toca sentado devido ao cansaço promovido ao tocar em pé. As amostras C, D, E, F e G apresentamse >1 a 3 vezes por semana. A amostra B apresenta-se >5 a 7 vezes por semana e a amostra A apresenta-se apenas uma vez por semana. Com relação ao tempo de apresentação, as amostras B, D, E, F e G relataram que o mesmo dura >1 a 3 horas. As amostras A e C relataram apenas uma hora. As amostras A, D, E e G relataram que repousam durante as apresentações, NovaFisio.com.br • 69


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e que o mesmo dura em média >10 a 30 min. nas amostras A, D e G. A amostra E relatou possuir repouso >30 min. As demais amostras (B, C e F) não repousam durante as apresentações. Todos os entrevistados relataram dores em alguma região do corpo. Sendo que a maioria relatou dor na região lombar (amostras A, B, C, D e G) e na cervical (B, E e F). Muito provável estarem relacionadas à postura inadequada ao tocar teclado. Discussão: Muitos destes problemas poderiam ser evitados com uma formação enfatizada nos aspectos físicos e psíquicos da performance musical. Em primazia, “seria imprescindível que o músico tivesse, desde os primeiros anos de sua formação, um manual de funcionamento do seu corpo” (LLOBET, 2004 : 3). Isto não significaria oferecer aulas de anatomia e fisiologia com o intuito de adquirir um conhecimento aprofundado. Contudo o músico deveria saber, de forma rudimentar, quais são as estruturas anatômicas que proporcionam os movimentos responsáveis pela a manipulação do instrumento e quais são as suas limitações. Concomitantemente, seria interessante que o aluno saiba quais são as condições em que seu corpo trabalha com boa eficiência e em que situações o mesmo é colocado em risco de adoecer. Tudo isto permitiria o músico uma ótima compreensão da necessidade de realizar alterações em sua rotina ocupacional, priorizando uma boa ergonomia e postura, favorecendo a qualidade física e mental do indivíduo. Mediante isto, se o mesmo observar e atentar para as condições que proporcionam uma maior fadiga muscular e mental e em quais circunstâncias seus gestos e posturas sobrecarregam as articulações promovendo tensões, será mais fácil o estudante ou o profissional aderir à idéia do descanso ou pequenas pausas durante seus 70 • NovaFisio.com.br

treinos e/ou apresentações, sabendo quando a atividade está exigindo mais do que o seu corpo está preparado. Estes conhecimentos preventivos, em sua maior parte, deveriam poder ser transmitidos aos músicos pelos próprios professores. Por sua vez, estes deveriam receber uma formação continuada por parte de profissionais de diversos ramos da saúde. O problema é que o professor, incluindo o próprio músico, influenciado pelo que podemos chamar “conservadorismo musical”, a princípio recusa as interferências que chegam de fisioterapeutas e médicos (LLOBET, 2004). Para se obter uma postura correta não é necessária apenas a correção da postura e sim a prevenção estimulada por uma ergometria correta (posição, tamanho e o tipo da cadeira e posição do teclado/piano). Assim, qualquer postura que não obedeça a estes princípios fundamentais, certamente gerará consequências. O fisioterapeuta deve orientar este músico a adotar uma postura correta, tocando sentado numa cadeira acolchoada com encosto, sendo a altura do teclado 3 dedos abaixo do nível da cicatriz umbilical, objetivando a formação de um ângulo de 90° entre o braço e o antebraço; costas eretas e apoiadas no espaldar da cadeira, com o mesmo oferecendo apoio para a região lombar, afim de não provocar nenhuma acentuação da convexidade e concavidade posterior da coluna vertebral (Dul e Weerdmeester, 2000); mãos alinhadas aos antebraços, movimentando apenas os dedos e ligeiramente os antebraços; articulações do quadril, joelho e tornozelos posicionados em 90º; e pés totalmente apoiados no chão (ibid), movimentando apenas o pé destinado ao pedal. Estes músicos nunca devem somar ou substituir as forças dos dedos pelos punhos, pois ocorrendo isto, a chance de se adquirir um D.O.R.T. aumenta. Dul e Weerdmeester (2000 : 25) relatam que a posição sentada apresenta vantagens sobre a em pé. O

corpo fica melhor apoiado em diversas superfícies: piso, assento, encosto, braços da cadeira, mesa. Portanto, a posição sentada é menos cansativa que a em pé. Concomitante a estes preceitos, é interessante que o fisioterapeuta oriente estes músicos a manterem uma prática de atividades físicas regulares, se auto-corrigirem em casa mediante a posturas erradas nas atividades domésticas diárias e profissionais, mantendo a coluna sempre ereta, pois como foi comprovado, o sedentarismo aumenta a probabilidade de qualquer músico adquirir distúrbios posturais mais facilmente. Ao conhecer o histórico desses profissionais, cabe ao fisioterapeuta realizar, antes de tudo, uma avaliação postural completa, analisando com cautela todos os distúrbios que cada indivíduo em particularidade apresenta, observando-o de maneira integral e não fragmentado. “A reabilitação deve ser abrangente e não dirigida unicamente para o segmento doloroso” (LIN et al, 2001 : 437). Nesta etapa deve ser adicionada uma avaliação ergonômica do tecladista, pedindo para que o mesmo reproduza os gestos e a postura que adota durante as suas apresentações. Isto tem como finalidade a análise de fatores que provocam distúrbios biomecânicos que desestabiliza toda a funcionalidade estática deste instrumentista. O tratamento deve conter estratégias para o controle da dor, mudanças de hábitos e atitudes mediante aos processos dolorosos e dos conflitos diários, estímulos para atividades lúdicas, físicas e culturais que oferecem melhor qualidade de vida, e a readaptação da atividade. O fisioterapeuta deve traçar um plano de tratamento que achar conveniente e necessário, objetivando acima de tudo, a correção postural. É de suma importância também a


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promoção da saúde com a prevenção de possíveis distúrbios, cabendo ao fisioterapeuta orientar estes músicos no tocante a postura correta mediante ao teclado. Para tanto, foi criado pela autora uma proposta de manual destinado aos profissionais tecladistas contendo informações sobre a postura adequada à realização da atividade. Conclusão: Mediante o achado bibliográfico e a análise dos dados colhidos, podemos concluir que a prevalência de distúrbios posturais entre os tecladistas avaliados foi observada em todas as amostras, sendo que dois tecladistas que praticavam atividades físicas apresentaram menores distúrbios posturais. Foi ratificado também que posturas viciosas produzem alterações na estática postural, e quanto mais tempo esta postura perdurar, mais evidentes serão estas alterações. Do mesmo modo a postura do tecladista, como foi constatada, que quanto mais tempo de atividade com uma postura inadequada associada a um sedentarismo, maior probabilidade de distúrbios posturais. Diante disto, a atuação do fisioterapeuta é bem ampla, cabendo o mesmo orientar estes profissionais no tocante a prevenção e correção dos diversos distúrbios, com a eliminação da postura viciosa por uma postura mais ergonômica e saudável, bem como realizar um programa de tratamento incluindo diversos recursos, como cinesioterapia e alongamentos musculares, objetivando não só a correção postural, mas principalmente a melhora da qualidade de vida destes músicos. Para tanto, o fisioterapeuta deve também realizar a promoção da saúde para este público, através do manual elaborado para os tecladistas que visa uma conscientização dos malefícios relacionados a esta má e viciosa postura, que deve ser distribuído nas diversas instituições de ensino de música, como forma de promoção à saúde destes futuros músicos e profissionais da área.

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Palavras-chave: Lesão Inalatória. Complicações Respiratórias. Cinesioterapia Passiva.

CINESIOTERAPIA PASSIVA EM PACIENTES COM QUEIMADURAS POR INALAÇÃO

Juciele Jesus de Paula dos Reis1 Francisco José Salustiano da Silva2 1Fisioterapeuta pela Faculdade Bezerra de Araújo (FABA), Rio de Janeiro, RJ – Brasil. Contato: email: ju-cielle@hotmail.com 2Fisioterapeuta, Mestre em Ciências Pedagógicas – ISEP; Mestrando em Psicologia Social – UNIVERSO; Especialista em Anatomia e Biomecânica – UCB; Especialista em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana – FIOCRUZ/ENSP; Especialista em Docência Superior – UNICAM; Graduado em Fisioterapia; Graduado em Direito; Professor da Faculdade Bezerra de Araújo e da Universidade Salgado de Oliveira. Contato: e-mail: fransalu@ig.com.br NovaFisio.com.br • 73


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Palavras-chave: Lesão Inalatória. Complicações Respiratórias. Cinesioterapia Passiva.

RESUMO O presente estudo como trabalho de conclusão de curso, teve por objetivo demonstrar a atuação da fisioterapia através da cinesioterapia passiva em pacientes com queimadura por inalação. Devido a escassez de estudos sobre a atuação desse tratamento em lesões inalatórias, julga-se necessário a presente pesquisa, pois esse tipo de lesão pode aumentar as complicações respiratórias, podendo levar o paciente ao óbito. Dentro desse contexto, este trabalho propõem-se apresentar a metodologia da pesquisa bibliográfica através de artigos nacionais, teses, monografias e livros, fazendo uma abordagem sobre lesão inalatória e suas complicações e como forma sugestiva de tratamento o uso da cinesioterapia passiva. Diante disso os resultados esperados são principalmente através de exercícios de amplitude de movimento passiva, eliminando a possibilidade de o paciente ter um declínio funcional e apresentar complicações físicas significativas durante a internação pela queimadura por inalação. Palavras chaves: Lesão Inalatória. C o m p l i c a ç õ e s Re s p i r a t ó r i a s . Cinesioterapia Passiva. INTRODUÇÃO A queimadura por inalação pode atingir todo o trato respiratório inclusive a área de trocas gasosas podendo estabelecer efeitos sistêmicos graves. A Lesão Inalatória (L.I.) conforme Spinelli et al. (2010, p. 32), pode ser conceituada como “o processo inflamatório das vias aéreas após a inalação de gases tóxicos e produtos incompletos da combustão, sendo responsável pela mortalidade de até 77% dos pacientes queimados”. Visto que, a lesão ocorre por quatro mecanismos diferentes, devido a isso as complicações são diversas. Existem quatro formas responsáveis pela lesão inalatória. Sendo elas; 74 • NovaFisio.com.br

lesão térmica direta, deficiência de oxigênio, através das toxinas locais e a última forma através dos efeitos sistêmicos. O presente estudo tem como objetivo geral mostrar a atuação do fisioterapeuta em pacientes com lesões inalatórias (L.I.) através da cinesioterapia passiva.  Fisiopatologia Considerando que a lesão inalatória danifica o trato respiratório, Spinelli et al. (2010, p. 32), afirmam que “lesão inalatória é o processo inflamatório das vias aéreas após a inalação de gases tóxicos e produtos incompletos da combustão, sendo responsável pela mortalidade de até 77% dos pacientes queimados”. As alterações decorrentes da queimadura por inalação são várias, podendo ocorrer por mecanismos diferentes. Existem quatro formas responsáveis pela lesão inalatória. 1 Lesão Térmica Direta A alta temperatura da fumaça inalada provoca uma lesão direta na mucosa do trato respiratório superior, conforme afirma Souza et al. (2004), a ação decorrente da temperatura da fumaça inalada raramente provoca lesões nos territórios abaixo da laringe. Apesar de ter alta temperatura, a fumaça tende a ser seca, o que diminui muito o potencial de troca de calor. Além disso, as regiões supralaríngeas têm grande capacidade de troca de calor, já que as mucosas encerram grande quantidade relativa de água. As lesões em vias aéreas superiores são caracterizadas pela presença de eritema, edema e ulcerações de mucosa, podendo haver sangramento local ou mesmo obstrução da área acometida (p. 558).

Entretanto a região mais acometida pelo vapor quente é principalmente a laringe, que além de sofrer lesão pelo efeito térmico, também sofre com a ação de irritantes químicos resultantes da combustão. 2 Deficiência de Oxigênio

A diminuição do oxigênio no ar ambiente através de incêndios é resultante do consumo desse gás na combustão, pois quando o oxigênio reage com o material combustível promove a diminuição da porcentagem de O2 num determinado local. De acordo com os autores Torloni e Vieira (2003, p. 132), quando o nível de oxigênio está entre 21% e 19,5%, começam a surgir efeitos fisiológicos poucos nocivos, mas o individuo exposto geralmente não os percebe. O valor legal é definido a partir da porcentagem de oxigênio em que os sintomas começam a ser detectados. Abaixo desse valor, o ambiente é considerado, do ponto de vista legal, deficiente de oxigênio.

De forma resumida podemos afirmar que quanto menor a fração inspirada de oxigênio, maior serão as consequências da redução do O2 no organismo. Outro problema recorrente da falta de O2 é a asfixia, de acordo com Torloni e Vieira (2003), a asfixia é consequência do bloqueio dos processos vitais pela falta de oxigênio. Gases fisiologicamente como: argônio, hélio, nitrogênio, etileno, metano, propano, dióxido de carbono, acetileno diluem o oxigênio do ar provocando uma atmosfera com deficiência de oxigênio e levam o individuo a asfixia (p. 168).

Além disso, a asfixia pode ser provocada pelos efeitos sistêmicos através da competição do monóxido de carbono com o O2 pela hemoglobina. 3 Toxinas Locais As lesões decorrentes das toxinas locais estão relacionadas com os componentes que promovem uma irritação no território do trato respiratório e, por conseguinte consequências danosas sendo que alguns fatores agravantes influenciam como, por exemplo: o tipo de partícula, o tempo de exposição, a concentração e a dimensão das partículas. As informações levantadas permitem observar, segundo Carvalho et al.


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(2006, p. 5) que “algumas dessas partículas suspensas na fumaça são apenas irritantes, mas outras podem ser letais. O tamanho das partículas determina o quanto elas irão penetrar no sistema respiratório desprotegido”. Dentre os componentes mais comuns encontrados na fumaça que são irritantes e provocam lesão direta nas vias aéreas estão, “a acroleína, formaldeídos, dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio. A ação lesiva decorre de um processo inflamatório agudo” (SOUZA et al. 2004, p. 559). As alterações decorrentes desses componentes irritantes dependem tanto da eficácia do transporte mucociliar, isto é, o mecanismo de defesa, quanto também da ação dos macrófagos alveolares. Por isso, esse mecanismo de lesão pode ser considerado grave, pois uma vez que as micro partículas alcancem territórios alveolares, podem acarretar danos como perda da elasticidade e permeabilidade e, por conseguinte prejudicar as trocas gasosas. 4 Efeitos Sistêmicos Dentre as substancias tóxicas de alta mortalidade estão o monóxido de carbono (CO) e ácido cianídrico (HCN). Esses dois gases são asfixiantes e altamente tóxicos. O monóxido de carbono (CO), de acordo com Carvalho et al. (2006, p. 6) “é o produto da combustão que causa mais mortes em incêndios. É um gás incolor e inodoro presente em todo incêndio, mas principalmente naqueles pouco ventilados”. A propósito este gás tem alta combinação com a hemoglobina, devido a isso o paciente pode morrer por asfixia, pois segundo Torloni e Vieira (2003, p. 142) “quando um indivíduo inala monóxido de carbono, as moléculas desse gás combinam-se centenas de vezes mais rapidamente com as moléculas de hemoglobina: dessa forma impede que estas transportem o oxigênio”.

Além disso, a hemoglobina cuja principal função é de transportar oxigênio para as células dos tecidos passa a transportar na corrente sanguínea grandes concentrações de monóxido de carbono e essa combinação de moléculas denominase a carboxihemoglobina (COHb). Segundo Souza et al.(2004, p. 559), a afinidade é tão grande que chega a “ser de 200 a 250 vezes maior que o oxigênio”, logo, acontecerá um decréscimo na saturação da oxihemoglobina. No que diz respeito a dimensão do CO inalado, segundo CARVALHO et al. (2006, p. 7), “a concentração de CO no ar acima de 0,05% pode ser perigosa. Quando [...] passa de 1% pode acontecer perda de consciência, sem que ocorram sintomas anteriores perceptíveis, podendo provocar convulsões e a morte”, por isso a inalação deste gás é tão prejudicial. Outro gás que também causa efeito sistêmico promovendo diminuição da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial é o ácido cianídrico (HCN), que. produzido a partir da queima de combustíveis que contenham nitrogênio, como os materiais sintéticos (lã, seda, nylon, poliuretanos, plásticos e resinas). É aproximadamente vinte vezes mais tóxico que o monóxido de carbono. Assim como o CO, também age sobre o ferro da hemoglobina do sangue, além de impedir a produção de enzimas que atuam no processo da respiração, sendo, portanto, definido como o produto mais tóxico presente na fumaça. (CARVALHO et al. 2006 p. 8).

Por isso, tanto o monóxido de carbono como o ácido cianídrico são extremamente perigosos para a saúde humana. Mas de forma resumida, todos os mecanismos da queimadura por inalação como lesões térmicas, toxinas locais, inalação de gases hipóxicos promovendo uma deficiência de oxigênio e por fim alterações sistêmicas atuam promovendo doenças obstrutivas, diminuição na

saturação de oxihemoglobina, extravasamento de líquidos para os alvéolos, atelectasias devido a hipoventilação e diminuição do surfactante, insuficiência respiratória, dentre outros. Todas essas consequências são resultantes da ineficácia nas fases da respiração; ventilação, perfusão e difusão ocasionadas pela lesão inalatória. O diagnóstico da lesão inalatória se dá através dos sinais clínicos achados físicos e exames laboratoriais. Primeiramente é descobrir se o individuo estava em local fechado durante o acidente, isto é investigar se houve exposição à fumaça e quanto tempo de exposição ao local. Os sinais e sintomas são importantes em caso de suspeita da lesão inalatória, para Spinelli et al. (2010, p. 32), os sinais que mais destacam são “queimadura de face, vibrissas chamuscadas, escarro com fuligem ou abundante, conjuntivite, desorientação, coma, estridor laríngeo e desconforto respiratório. Os sintomas incluem tosse produtiva, rouquidão, dispnéia, sibilos e lacrimejamento”. A presença desses sinais e sintomas, acrescido ao histórico de exposição à fumaça ajudam a confirmar a lesão. Conforme afirmam Souza et al. (2004, p. 561), a radiografia de tórax tem principal função, “na identificação de novos infiltrados [...] ou ainda na identificação de quadros mais difusos, como a síndrome da angústia respiratória aguda”. No entanto para Gomes, Serra e Guimarães (2001, p. 79), a radiografia de tórax “não é um exame específico, pois na maioria das vezes é normal, mas deve ser solicitado em todos os casos, independente da suspeita de inalação de material de combustão”. Daí a necessidade de fazer outros exames complementares para dar mais precisão ao diagnóstico. Outro exame laboratorial é a gasometria, ou seja, a análise de gases arteriais, como já mencionado anteriormente devido a inalação NovaFisio.com.br • 75


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do monóxido de carbono, ocorre um aumento dos níveis de carboxihemoglobina, por isso Souza et al. (2004, p. 561) afirmam que há “uma necessidade de se dosar os níveis de carboxihemoglobina na suspeita de intoxicação por monóxido de carbono”. Pois quando os níveis desse gás estão elevados, o diagnóstico é de intoxicação.

Guimarães (2001, p. 78), afirmam que esse estágio ocorrerá “dentro das primeiras 36 horas após a inalação e cursa com asfixia, envenenamento por monóxido de carbono, broncoespasmo, obstrução de vias aéreas e lesão do parênquima pulmonar”. Podemos perceber então que durante os três primeiros dias a lesão já se manifesta de forma exarcebada.

A broncoscopia é outro exame que além de servir para o diagnóstico, proporciona uma limpeza da árvore brônquica, percebe-se isto na afirmação a seguir

O edema pulmonar é uma complicação consequente da queimadura por inalação, sendo considerada importante causa de mortalidade. Conforme afirma Gomes, Serra e Guimarães (2001, p. 78), esse estágio “ocorre em 5 a 30% dos pacientes usualmente depois de 48 a 96 h de queimadura”. Sendo assim podemos considerar essa condição patológica como sendo uma complicação tardia, uma vez que poderá ocorrer até quatro dias após à lesão inalatória.

a broncoscopia tem papel importante nos diagnósticos de contusão e infecção pulmonar e no tratamento da lesão por inalação de fumaça, proporcionando a lavagem da árvore brônquica para retirada de fuligem, de outros materiais carbonáceos e até mesmo das membranas formadas por fibrinas que aderem á parede brônquica, causando obstrução da luz. (RABELLO et al. 2009, p. 344).

Esse exame se torna muito eficaz na busca de um diagnóstico preciso sem erros, pois quanto maior o tempo sem identificar que o indivíduo está com a lesão pior o prognóstico, uma vez que a lesão pode se manifestar dias após à exposição de fumaça. Conforme Gomes, Serra e Guimarães (2001, p. 79), os achados positivos deste exame “são edema de via aérea, ulcerações, palidez, eritema ou necrose de mucosa, presença de secreção e material carbonáceo na via aérea”. Pode-se perceber que este exame permite uma avaliação bem criteriosa das vias aéreas superiores e da traquéia. A queimadura por inalação se divide em três estágios; 1º estágio é a insuficiência respiratória aguda; 2º estágio compreende-se o edema pulmonar; e o 3º estagio é a broncopneumonia. A insuficiência respiratória aguda é o primeiro estágio da lesão por inalação de fumaça, pois Gomes, Serra e 76 • NovaFisio.com.br

Como já foi dito a broncopneumonia é o terceiro estágio da L.I, Gomes, Serra e Guimarães (2001, p. 78), afirmam que, a obstrução inflamatória dos bronquíolos terminais e a necrose da mucosa endobrônquica tornam o parênquima pulmonar suscetível às infecções, que ocorrem 3 a 10 dias após a lesão, em 15 a 60% de pacientes, cursando com mortalidade de 50 a 86%.

Além disso, Almeida (1998, p. 174) diz que nesta terceira etapa da queimadura “a infecção nosocomial instala-se com febre, leucocitose, expectoração purulenta e imagens radiográficas com infiltrados. O agente causal mais frequente da infecção nosocomial é a pseudoma”. Desse modo podemos enfatizar que além do trauma direto que a queimadura proporciona, deve-se ter atenção as infecções pulmonares que são complicações que podem levar a um prognóstico bastante desfavorável.  Tratamento Na verdade o tratamento deve ser iniciado através de uma avaliação minuciosa, uma vez que o tratamento

de um paciente com queimadura por inalação começa no próprio local onde ocorreu o acidente, Rabello et al (2009, p. 344), afirmam que “o tratamento do paciente com L.I. deve ser iniciado no local do acidente, com a administração de oxigênio a 100%”. Isso é importante na reversão de uma possível hipoxemia severa. A administração de altas concentrações de O2, pode chegar a 100% em pacientes com suspeita ou com diagnóstico clínico de L.I. já instalado, pois como descrito por Gomes, Serra e Guimarães (2001, p. 80) “a administração de oxigênio em altas concentrações irá competir com o CO em relação à saturação da hemoglobina”. Ainda neste contexto em relação à intoxicação por monóxido de carbono cuja função é diminuir a saturação de O2, Souza et al.(2004, p. 564) apontam que “a meia vida da carboxihemoglobina é de 250 minutos em ar ambiente (fração inspirada de oxigênio de 0,21) e de 40 a 60 minutos em pacientes submetidos a fração inspirada de oxigênio igual a 1”, isto é, pacientes submetidos a FiO2 de 100%. Souza, Santos e Olivatto (2009, p. 111), afirmam que a assistência ventilatória em pacientes com queimadura por inalação, deva ser empregada de forma precoce, antes das primeiras manifestações clínicas de insuficiência respiratória. A intubação profilática de todos os pacientes com lesão inalatória é recomendada, com o propósito de ajudar na administração de ar umidificado, na instalação de ventilação sob pressão positiva e no lavado broncoalveolar, diminuindo assim o colapso alveolar distal e tratando o edema lesional.

Ainda neste contexto podemos acrescentar que quando ocorre a lesão inalatória associada a queimadura de face, além de outros sinais e sintomas presentes, a intubação se torna indispensável e imediata. Assim, ALMEIDA (1998, p. 174), preconiza que,


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na presença de queimaduras de face em ambiente fechado, rouquidão, estridor e edema da orofaringe, deve intubar-se de imediato o doente, pois tem obstrução parcial das vias aéreas superiores e rapidamente entrará em oclusão total pelo edema que virá a se estabelecer em poucos minutos.

Conforme descreve Rabello et al. (2009, p. 344), a intubação orotraqueal deve ser realizada “quando houver cianose ou depressão respiratória, secreção com obstrução laríngea, espessamento importante da região nasolabial por queimadura ou queimadura de toda circunferência do pescoço”. Diante das repercussões da queimadura no trato respiratório, o paciente pode persistir dispneico, ou seja, com dificuldade respiratória, neste caso deve-se analisar a possibilidade de traqueostomia, onde “o suporte ventilatório invasivo deve se basear em estratégias que mantenham o pulmão aberto, propiciando assim melhor clareamento local das secreções, assim como otimização das trocas gasosas”. (SOUZA et al. 2004, p. 563). Os critérios analisados para intubação traqueal e ventilação de acordo com Gomes, Serra e Guimarães (2001, p. 80), são; Pa02 < 60, PaC02 >50, Pa02/ Fi02 < 200, sinais de desconforto respiratório, severo edema de vias aéreas superiores. Com base nas informações dos autores Moino, Nogueira e Carrer (2003, p. 20), o uso de pressão positiva expiratória final (P.E.E.P.) elevada em casos de L.I. julga-se necessária, defende-se então “a utilização de altos valores de P.E.E.P. como base da estratégia ventilatória em pacientes queimados com lesão por inalação de fumaça, especialmente devido à grande incidência de ARDS”, ou seja, a lesão inalatória em alguns casos evolui para síndrome do desconforto respiratório (A.R.D.S.), tendo como principal característica perda de alvéolos funcionantes ou colapsados, então com valores de

P.E.E.P. acima do fisiológico ocorrerá o recrutamento dessas estruturas. Em contrapartida ao tratamento com suporte ventilatório mecânico de forma invasiva, seu uso por um longo período de tempo propicia aos pacientes riscos iminentes de atelectasias e acúmulo de secreções nas vias aéreas, tais complicações podem ser amenizadas ou tratadas com o auxilio da cinesioterapia respiratória. A fisioterapia respiratória tem como recurso o uso de técnicas manuais, sendo que as manobras respiratórias mais apropriadas nas complicações das queimaduras por inalação são as técnicas de higiene brônquica, isto é, de desobstrução.  Cinesioterapia Motora A inatividade dos pacientes internados por um período longo pode gerar problemas no sistema ósseo devido a perda da massa óssea, problemas musculares devido a diminuição de massa muscular e também problemas articulares como rigidez articular. Além disso, com a falta de mobilização pode haver o enfraquecimento do tecido devido a reabsorção de colágeno e formação de adesões pelo aumento das ligações entre fibras de colágenos desorganizadas, além de causar ulcerações no tecido cartilaginoso articular, pelas alterações provocadas nesse tecido, tais como perda de proteoglicanas (que é um componente que ajuda na sustentação do tecido conjuntivo), perda de massa muscular e perda do volume total da cartilagem (SILVA 2011, p. 6).

Podemos afirmar então que além das lesões no parênquima pulmonar adjunto à complicações secundárias devido a inalação de fumaça e a toxicidade dos gases inalados, caso esse individuo permaneça internado por um longo período de tempo ainda correm riscos de sofrerem complicações osteomioarticulares em casos de imobilidade. Daí a importância de associar os recursos cinesioterapêuticos com a fisioterapia

respiratória. Segundo os autores Kisner e Colby (2005, p. 35) uma das indicações de exercícios de amplitude de movimento passiva (A.D.M.P.) é quando um paciente “não for capaz ou não puder mover ativamente um segmento ou segmentos do corpo, como quando está em coma, paralisado ou em repouso completo no leito, o movimento será feito por uma fonte externa”. Daí a importância de realizar passivamente os exercícios nos pacientes com L.I, uma vez que os mesmos podem estar em repouso absoluto devido a sedação ou pela ventilação mecânica invasiva por exemplo. Sabemos que a imobilidade pode trazer sérios problemas do ponto de vista funcional, tais como aderência intra-articular e contraturas musculares, diminuição da amplitude de movimento, rigidez articular, má circulação dentre outros. Kisner e Colby (2005, p. 35) afirmam que os principais objetivos da A.D.M.P são manter a mobilidade das articulações e do tecido conjuntivo; minimizar os efeitos da formação de contraturas; manter a elasticidade mecânica do músculo, auxiliar a circulação e a dinâmica vascular; favorecer o movimento sinovial para nutrição damcartilagem [...] ajudar a manter a percepção de movimento do paciente.

Conclusão A fisioterapia respiratória tem se mostrado bastante expressiva no tratamento da L.I. através da oxigenoterapia e da ventilação mecânica invasiva, porém pode-se concluir a escassez de estudos a respeito da eficácia da cinesioterapia motora como forma de tratamento, como também das manobras de higiene brônquica. Visto que esses pacientes estão suscetíveis a uma internação prolongada podemos afirmar que os problemas causados pela imobilidade irão surgir no sistema osteomioarticular. Dessa NovaFisio.com.br • 77


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Palavras-chave: Lesão Inalatória. Complicações Respiratórias. Cinesioterapia Passiva.

forma, um tratamento sugestivo para os pacientes com queimadura por inalação são os exercícios terapêuticos realizados de forma passiva, pois esses pacientes podem estar sedados, sob ventilação mecânica invasiva ou pelo fato dos exercícios ativos aumentarem o trabalho respiratório, podendo promover uma instabilidade hemodinâmica. Portanto a abordagem fisioterapêutica apresenta resultados eficazes nas lesões provocadas no trato respiratório, melhorando as trocas gasosas e a relação ventilação/perfusão como também pode apresentar resultados que diz respeito ao funcionamento motor, principalmente através de exercícios de amplitude de movimento passivo minimizando a possibilidade de o paciente ter um declínio funcional durante a internação pela queimadura por inalação. Vimos que no trabalho aqui exposto que a indicação de cinesioterapia passiva é fundamental, no entanto novos estudos tornam-se necessários para avaliar de fato, se na prática a cinesioterapia passiva é eficaz. Referências 1. ALMEIDA, Maria Angélica. Lesões inalatórias no doente queimado. Centro editor e Livreiro da Ordem dos Médicos. Lisboa, v.11, n. 2, p.171-175, 1998. 2. CARVALHO, Ricardo Távora et al. Manual básico de combate a incêndio Módulo 2 - Efeitos nocivos do incêndio. Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal 2 ed.Brasília-DF, 2006, p. 3-12. 3. GOMES, Dino Roberto; SERRA Maria Cristina; GUIMARÃES, Luiz Macieira. Condutas Atuais em queimaduras. Rio de Janeiro: Revinter Editora, 2001, p. 7783. 4. KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos – fundamentos 78 • NovaFisio.com.br

e técnicas. 4 ed. São Paulo: Manole, 2005, p. 34-57. 5. MOINO, Elaine de Oliveira; NOGUEIRA, Helena Leite; CARRER, Karina. Principais complicações respiratórias em queimados associadas à inalação de fumaça: abordagem fisioterapêutica em UTI. 2003. 34f. Curso de aprimoramento fisioterapia respiratória e ventilação mecânica em UTI. Hospital nossa senhora da penha. São Paulo. 2003. 6. RABELLO, Eucir et al. Análise do lavado broncoalveolar em vítimas de queimaduras faciais graves. Jornal Brasileiro de Pneumologia. Rio de Janeiro, v. 35, n. 4 p. 343-350, 2009. 7. SILVA, Débora Nunes. Proposta de orientações fisioterapêuticas a cuidadores de pacientes restritos ao leito. 2011. 28f. Projeto Técnico (especialização em gestão pública em saúde) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011. 8. SOUZA, Rogério et al. Lesão por inalação de fumaça. Jornal Brasileiro de Pneumologia. São Paulo, v. 30, n. 5, p. 557-565, Nov/Dez. 2004. 9. SOUZA, Thaís R.; SANTOS, Relton T.; OLIVATTO, Renata M. Treinamento muscular respiratório em lesão inalatória:relato de caso. Revista Brasileira de Queimaduras. São Paulo, v. 8, n. 3, p. 110-114, Nov. 2009. 10. SPINELLI, Jorge et al. Lesão inalatória grave: tratamento precoce e reversão do quadro. Relato de caso e revisão de literatura. Revista Brasileira de Queimaduras, Pará, v.9, n.1, p. 31-34, Mar. 2010. 11. TORLONI, Maurício; VIEIRA, Antonio Vladimir. Manual de proteção respiratória. São Paulo: ABHO, 2003.

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Palavras-chave: Escola, Escolares, postura, alterações posturais.

AVALIAÇÃO POSTURAL EM ESCOLARES DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE DUAS ESCOLAS PRIVADAS DE FORTALEZA-CE EVALUATION IN SCHOOL SPINEL POSTURE PROFILE OF 4th year elementary level students at two private schools in Fortaleza-CE

Maria Cleidenice Fernandes da Silva1 Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro2 Eduardo de Almeida e Neves3 Najla Maria Nogueira Ferreira4 Acadêmica de Fisioterapia da Faculdade Estácio do Ceará1 Mestre em Educação em saúde pela Universidade de Fortaleza; Docente da Estácio/FIC Fisioterapeuta orientadora2. Pós-graduado em Educação à Distância – Estácio de Sá-RJ, doutorando em Biotecnologia – RENORBIO. Fisioterapeuta colaborador3 Fisioterapeuta colaboradora formada pela Estácio /FIC4 Endereço para/ correspondência: Rua Beta 212 60349-130 Nova Assunção Fortaleza Ce, Tel: (85) 3282-6641. Email: nici_nha_fernandes@hotmail.com

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RESUMO

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

A postura é uma analogia dinâmica em que as partes do corpo, principalmente os músculos esqueléticos, se adéquam em resultado a estímulos recebidos. A mesma não se refere apenas à posição ereta, mas também a posição de deambular, sentar, levantar, deitar, agachar, correr ou deitar. Vários são os fatores que pode desencadear as alterações posturais o excesso de peso na mochila escolar, as cadeiras escolares dentre outros. O objetivo deste estudo foi investigar as alterações na coluna vertebral em escolares do 4º ano do ensino fundamental de duas escolas privadas de Fortaleza-Ce. Foram realizadas avaliações posturais em 80 estudantes de ambos os sexos em idade de 8 a 12 anos, utilizando uma ficha de avaliação postural baseada em Philiippe Souchard. Os dados foram analisados através do software estatístico Microsoft Office Excell 2007. Após a tabulação dos dados, os mesmos foram apresentados por meio de gráficos, tabelas e/ou quadros e discussões com autores que vergam à temática. A partir da análise dos dados encontrados identificou-se como resultado que as crianças avaliadas apresentam diversas alterações posturais, entre elas: ombro esquerdo elevado (67,50%), ombro esquerdo enrolado (77,50%), hiperlordose lombar (36,25%), e escoliose estrutural (20,00%). Com base nos resultados obtidos nesse estudo, ficou evidente o número elevado de alterações na coluna vertebral dos alunos do 4° ano do Ensino Fundamental e em crianças. Percebeu-se que o ambiente escolar tem uma grande influência nessas alterações e os educadores pouco conhecimento sobre o assunto, tornando-se necessário a implantação de programa de educação postural nas escolas.

Posture is a dynamic analogy in which the body parts, especially the skeletal muscles, where appropriate as a result of the stimuli received. The same refers not only to the upright position, but also the position of walking, sitting, standing, lying down, squatting, running, or bedtime. There are several factors that can trigger the postural changes in overweight school bag, school chairs among others. The objective of this study was to investigate changes in the spine in schoolchildren in the 4th year of elementary education at two private schools in Fortaleza-CE. Postural evaluations were performed by 80 students of both sexes aged 8-12 years, using a rubric based on postural Philiippe Souchard. Data were analyzed using statistical software from Microsoft Office Excel 2007. After tabulating the data, they were presented through charts, tables and / or discussions with staff and authors to bend the theme. From the analysis of the data found was identified as a result the children have evaluated various postural changes, including: left shoulder high (67,50% ), left shoulder wrapped (77,50%), low back pain (36, 25%), and structural scoliosis (20,00%). Based on the results obtained in this study it was evident the high number of changes in the spine of the students of 4th year of elementary school and children. It was noticed that the school environment has a great influence on these changes and educators little knowledge on the subject, making necessary the establishment of postural education program in schools.

A postura é uma analogia dinâmica em que as partes do corpo, principalmente os músculos esqueléticos, se adéquam em resultado a estímulos recebidos1. A mesma não se refere apenas à posição ereta, mas também a posição de deambular, sentar, levantar, deitar, agachar, correr ou deitar2.

Palavras chaves: Escola, Escolares, postura, alterações posturais.

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Keywords: School, Students, posture, postural changes.

Define-se como uma boa postura aquela que o indivíduo na posição ortostática necessita apenas de poucos esforços de sua musculatura e ligamentos para manter-se na posição ereta com equilíbrio estático3. Ela é mantida por uma ligação direta entre o bom funcionamento das articulações, um equilíbrio na linha da gravidade, força e alongamento muscular e bons hábitos posturais2. Qualquer posição incorreta assumida pelo indivíduo pode levar a expressão de esquemas motores alterados, e esses levarem a anunciação de movimentos errados. Qualquer movimento que aumente a pressão entre as articulações pode ser denominado uma postura com defeito4. Segundo o método da RPG (Reeducação Postural Global) que é um método de fisioterapia de correção postural e tratamento de distúrbios osteomusculares desenvolvido pelo físico e fisioterapeuta francês Philiippe Souchard, a manutenção da posição correta da coluna não depende somente da boa vontade do indivíduo. Existem fatores involuntários que prejudicam a postura das pessoas de forma geral como a gravidade, sua força comprime músculos e articulações, este quadro é piorado com as tensões do dia-a-dia. Além disso, a RPG leva em conta a questão da respiração, costuma - se inspirar o ar, mas não expirar com o mesmo vigor, levando a uma descompensação muscular. E já que o corpo precisa de equilíbrio para manter-se em pé, dar-se inicio a uma série de compensações5.


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As alterações na coluna vertebral relacionadas ás posturas incorretas são distúrbios anátomo-fisiológicos que se apresentam com frequência em adolescentes e pré-adolescentes, pois é nesta idade que ocorre rápido crescimento e desenvolvimento corporal6 Todavia, esses indivíduos na fase de desenvolvimento, podem apresentar alterações, mas devido á boa flexibilidade não apresentam quadros álgicos. Porém, existem relatos que pode haver indivíduos sem alterações posturais aparentes, apresentando limitações funcionais e presença de quadros álgicos6. Durante este período de crescimento corporal, esses indivíduos estão sujeitos a comportamentos que podem ser considerados de risco para a coluna como o uso de mochilas e a postura sentada7. Permanecer sentado por muito tempo é menos saudável do que qualquer outra posição, sendo que as crianças desse século são de 4 a 5 cm mais altas que as crianças do século passado. Entretanto, a altura dos móveis não foi modificada proporcionalmente, e esse problema poderá ser visto na fase da adolescência, quando a criança vai passar a maior parte de tempo na escola8. Levando em consideração que as crianças ficam na escola por no mínimo oito anos e em média de 4 à 5h por dia, e na maior parte desse tempo sentados de maneira incorreta, aumenta a chance de desenvolverem alterações na coluna. Após a permanência nessa posição por várias horas e de forma inadequada, ocorre estiramento de alguns ligamentos, como ocorre na retificação lombar, onde os ligamentos posteriores são distendidos9. Outro fator que pode desencadear as alterações posturais é o excesso de peso na mochila escolar. A criança não deve transportar mais de 10%

do seu peso corporal nas costas. Os riscos para crianças que ultrapassam seus limites são numerosos. Um deles é a postura viciosa, que pode levar os jovens a ter uma postura arcada para anterior e lateral10. Entende-se que muitos são os fatores que podem contribuir para as alterações na coluna das crianças como mencionado, assim resolveu-se investigar as alterações na coluna vertebral dos escolares do 4º ano do Ensino Fundamental em duas escolas privadas de Fortaleza-Ce. METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de um estudo com caráter transversal, descritivo, exploratório com estratégia de análise quantitativa dos resultados. Realizada na Escola Sonho Encantado localizada na Rua Beta 301, Bairro Vila Velha, e no Colégio Salomé Bastos localizado na Rua Desembargador Hermes Paraíba 1120, Barra do Ceará, Fortaleza-Ce, ambas escolhidas por ficarem próximo a casa da pesquisadora. A coleta de dados foi realizada no período de agosto a outubro de 2011 respeitando os aspectos éticos da resolução nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde (MS), relativa à pesquisa envolvendo seres humanos (BRASIL, 1996). Participaram da pesquisa 80 alunos das escolas supracitadas que estavam regulamente matriculados no 4° ano do ensino Fundamental, já que é por volta da idade desses estudantes que se inicia o estirão de crescimento. A amostra foi composta por 100% da população que compõem o 4° ano no turno da tarde. Inicialmente foi realizada uma visita a Diretoria das Escolas para ter conhecimento sobre o número de escolares do 4° ano. Em um

horário determinado pelas escolas foi apresentado aos pais, alunos e professores o objetivo da pesquisa informando que a participação era voluntária e que será mantido sigilo das informações obtidas. Em seguida, foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido aos pais para que eles tivessem ainda maiores esclarecimentos sobre a pesquisa e finalmente pudessem assiná-lo de forma voluntária. Po s t e r i o r m e n t e , f o i r e a l i z a d a avaliação da postura dos estudantes utilizando uma ficha de avaliação postural baseada nos princípios da RPG (Reeducação Postural Global). A mesma foi realizada em uma sala com boa iluminação, onde os estudantes ficaram na posição ereta em vista anterior, lateral, posterior e em flexão de troco com uma vestimenta adequada como top e short. Foram incluídos no estudo educandos de ambos os sexos com idade de 8 á 12 anos que estavam frequentando as aulas regularmente, os que não estavam realizando nenhum tratamento postural, e os que os pais ou responsáveis autorizaram a pesquisa. E excluídos os que estavam realizando algum tratamento postural, os deficientes físicos e os que não tiveram a permissão dos pais para participar da pesquisa. Os dados foram analisados a partir através do software estatístico Microsoft Office Excell 2007. Após a tabulação dos dados, os mesmos foram apresentados por meio de gráficos, tabelas e/ou quadros e discussões com autores que vergam à temática. RESULTADOS E DISCUSSÕES A pa rt ir da a n á lise dos da dos encontrados se identificou como resultado que as crianças avaliadas apresentam diversas alterações posturais. Das oitenta (80) fichas avaliadas observou-se em vista anterior que as alterações mais NovaFisio.com.br • 81


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comuns foram a cabeça rodada a esquerda 31,25% (=25) seguida de ombro esquerdo elevado com percentual de 67,50% (=54), crista ilíaca direita elevada 61,25% (49), joelhos varo 46,25% (=37) e pés planos em 27,50% (=22) como mostra a figura1.

a fase de desenvolvimento e que esta alteração aparece dos 3 aos 6 anos de idade, desaparecendo logo em seguida. Porém em um estudo realizado por Oliveira15 na Cidade de Londrina com 42 crianças, mostra a presença das alterações em crianças maiores de 9 a 12 anos de idade, o que corresponde com o resultado desta pesquisa. Em vista lateral as assimetrias mais evidenciadas foram cabeça projetada para trás em 23,75% (=19) seguida por ombro esquerdo enrolado 77,50% (=62), retroversão pélvica 45,00% (=36) joelhos recurvato 27,50% (=22) e pés pronados em 26,25% (=21) como mostra a Figura 2.

Uma das alterações mais frequente na população estudada foi à presença de cabeça rodada a esquerda que é descrita por Santos11 como um dos mecanismos compensatórios da postura, considerando-se a centralização da linha de gravidade. Esses mecanismos compensatórios ocorrem em decorrência de desequilíbrios musculares, explicados pela diferença de força e flexibilidade entre grupos musculares que atuam sobre uma mesma arti-culação. Weis e Muller12 afirmam que o alto índice de crianças com alterações na coluna cervical indica que muitos alunos em idade escolar não apresentam postura adequada da cabeça durante as atividades, principalmente em sala de aula, o que supõe acontecer com os participantes dessa pesquisa. Em relação às alterações de ombro Penha et al13 dizem que o desalinhamento em vista anterior estar relacionado com o lado dominante do sujeito. O ombro mais baixo corresponde ao lado dominante, portanto o ombro direito é freqüentemente mais baixo que o ombro esquerdo, fato que corresponde ao resultado desta pesquisa. Segundo Santos11 outro fator que pode levar ao desalinhamento dos ombros pode estar relacionado com o peso da mochila escolar e a maneira incorreta de transportá-la, lembrando que ajustes posturais e ações compensatórias surgem diante da aplicação dessas cargas assimétricas, o que acreditasse que acometa igualmente as crianças em estudo. Outra alteração frequente no presente estudo foram as alterações de joelho. Back14 afirma que 80% das crianças da população geral apresentam joelho varo/valgo durante 82 • NovaFisio.com.br

Em um estudo realizado por Wouters16 mostrou que a retroversão pélvica foi à alteração postural mais encontrada com uma amostra de 172 alunos, o autor comenta que esta alteração pode estar relacionada com o elevado número de horas/dias em que os escolares permanecem sentados. Na presente pesquisa essa alteração foi a segunda mais frequente em vista lateral. Da mesma forma Folle17 comprovou em um estudo realizado com 48 alunos de 14 a 16 anos que 15% apresentaram o quadril retrovertido. Quanto à avaliação dos ombros, verificou-se que 77,25% dos escolares apresentaram ombro esquerdo enrolado. Fato que também foi comprovado por Pinho e Duarte18 no seu trabalho de análise postural em escolares de 7 a 10 anos. O mesmo autor relata que esse resultado é preocupante o que confirma a necessidade de se avaliar mais precocemente os adolescentes em idade escolar. Ressalta também a importância dos professores receberem informação sobre o assunto para que possam orientar os seus alunos quanto às atividades que devem ou não ser realizadas durante as aulas práticas e até mesmo no cotidiano destes. Das manifestações encontradas em vista posterior observou-se que a hiperlordose cervical 28,75% (= 23), retificação torácica 35,00% (= 28), hiperlordose lombar 36,25% (=29) seguida por sacro horizontal com percentual de 37,50% (=30) foram as que mais incidiram nas crianças avaliadas (Figura 3).


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Durante a flexão de tronco observou-se escoliose postural 25,00% (=20), seguida por escoliose estrutural com percentual de 20,00% (=16), não encosta a mão no chão 98,75% (=79), sintomatologia 57,50% (= 46) e gibosidade 20,00% (=16) conforme mostra a figura 4.

O alto índice de hiperlordose lombar também foi verificado por Oliveira et al15 em um estudo realizado com 42 escolares de 7 a 12 anos onde encontrou essa manifestação em 73,8% da população. Fato também comprovado por Martelli6 em um estudo realizado com estudantes de 10 a 16 anos em Tangará-Santa Catarina, onde essa alteração foi a mais evidenciada atingindo 20,3% de uma população de 344 alunos. Para Carpeggiani19 essa alteração pode estar relacionada com o peso em excesso que as crianças levam a escola. O autor relata que esse fato faz os estudantes inclinarem o corpo para frente, afastando-se do centro da gravidade, por sua vez a criança tende a jogar o corpo para trás na tentativa de recuperar seu centro de gravidade, com isso irá realizar um esforço repetitivo da coluna lombar levando a hiperlordose, o que acredita que atinja igualmente as crianças desse estudo. Detsch e Candotti20 comentam que até os 9 anos de idade a presença da hiperlordose lombar é considerada como uma alteração do desenvolvimento, uma vez que não há estabilidade postural, gerando a necessidade de busca pelo equilíbrio corporal através da protusão abdominal e aumento da inclinação pélvica anterior, no presente estudo essa alteração foi encontrada em crianças de 9 a 12 anos de idade, ultrapassando o limite considerado como alteração normal de desenvolvimento. Em um estudo realizado por Penha et al13 mostra uma grande incidência de hipercifose torácica o mesmo relata que esse aumento é geralmente relacionado a períodos de rápido crescimento, e pode ocorrer em indivíduos durante o estirão da puberdade, que é muito importante para as meninas, uma vez que há uma tendência a adotar esta postura como uma maneira de esconder o desenvolvimento dos seios. Pinho e Duarte18 encontraram valores similares de hipercifose torácica entre as idades de 7 a 10 anos de idade. Entretanto, os resultados encontrados nesse estudo mostram uma incidência maior de retificação torácica. Ricard21 comenta que essa alteração pode causar dores referidas relacionada com ligamentos interespinhosos e limitação de flexão e latero-flexão bilateral, manifestações encontradas na população deste estudo, onde será mostrado em seguida.

O índice de escoliose estrutural deste estudo foi próximo dos resultados encontrados por autores como Penha et al13 que apresentou um percentual de 36%, Ferriane22 23,5% e Mangueira23 com 27,7% da população estudada. Bienfait 24 relata que o alto índice de escoliose é preocupante já que a gravidade dessa alteração em geral não estar na sua causa inicial, mas em seu grau de evolução e é preciso compenetrar-se no fato da escoliose ser sempre uma deformidade de crescimento, ou seja, em diversos graus, ela se instala sempre durante os estirões de crescimento, fato que ocorre na idade da população do presente estudo. Em relação à presença de gibosidade, também foi observada por um estudo realizado por Contri1 em 28% da população, resultado próximo da população deste estudo. O teste utilizado para verificar a presença dessa alteração é o teste de Adam que, segundo Martini e Ortiz25 é uma metodologia bastante utilizada, e consiste na postura de flexão anterior da coluna para observar a presença ou não da gibosidade, transformou-se na posição padrão para detectar a escoliose. CONCLUSÃO Com base nos resultados obtidos nesse estudo, fica evidente o número elevado de crianças com alterações posturais, sendo os desvios de coluna a escoliose uma das mais evidenciadas. O ambiente escolar tem uma grande influência na formação dessas alterações e os educadores pouco conhecimento sobre o assunto, tornando-se necessário a implantação de programa de educação postural nas escolas. Ressaltamos que as síndromes da coluna vertebral já ocupam a primeira posição no Brasil entre pagamento de auxílio-doença e encontra-se na terceira causa NovaFisio.com.br • 83


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dos pedidos de aposentadoria no País por incapacidade de trabalhar. Embora pareça um problema sem importância é uma questão que acomete grande parte da população Brasileira, e a maior parte dessas síndromes poderiam ser prevenidas e/ou detectadas e tratadas ainda na infância. Diante dos resultados encontrados na pesquisa sugerimos a implantação de um programa de educação em saúde para a prevenção e controle das alterações posturais com uma equipe multidisciplinar, dentro das escolas, compostos por fisioterapeutas e educadores físicos com a finalidade de suplementar o papel da escola na sociedade e oferecer os benefícios da fisioterapia para a melhoria da qualidade de vida dos alunos. REFERÊNCIAS 1. Contri DE, Petrucelli A, Bianchini DC, Perea NM . Incidência de desvios posturais em escolares de 2º ao 5° ano do ensino fundamental. Rev. ConSctenttae Saúde.São Paulo, 2009; 8(2): 219-224. 2. Detsch C. Prevalência de alterações posturais em escolares do Ensino Médio de São Leopoldo (RS) Brasil. {Trabalho de conclusão de curso}. Rio Grande do Sul: Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Curso de Fisioterapia, 2005. 3. Raimundo AC. Sistema de avaliação postural para diagnóstico de escoliose. {Trabalho de conclusão de curso}. Curitiba: Centro Universitário Positivo. Curso de Engenharia da computação, 2007. 4. Moura BM, Fonseca CO, Paixão TF. Relação quantitativa entre o peso da mochila escolar x o peso da criança e suas possíveis alterações posturais e algias. {Trabalho de conclusão de curso}. Amazônia: Universidade da Amazônia. Curso de Fisioterapia, 2009. 84 • NovaFisio.com.br

5.Souchard PE, Oliveira M. As escolioses: seu tratamento fisioterapêutico e ortopédico. 2ª ed. São Paulo: É realizações; 2005. 6. Martelli ,R C, Traebert J. Estudo descritivo das alterações posturais de coluna vertebral em escolares de 10 a 16 anos de idade Tangará-SC. Rev. Brasileira de Epidemiologia. 2006; 9(1): 87-93. 7. Detsch C, Luz AMH, Candotti CT et al. Prevalência de alterações posturais em escolares do ensino médio em uma cidade no Sul do Brasil. Rev. Panam de Salud Pública.2007; 21(4):222-231. 8. Rego ARON, Scartoni FR. Alterações posturais de alunos da 5ª e 6ª série do ensino fundamental. Rev. Fitness e perfonmance. 2008; 3(1): 10-15. 9. Lima KMM, Silva PR. Análise da adequação de uma população de crianças e adolescentes quanto ás suas características antropométricas em relação ao mobiliário escolar. {Trabalho de conclusão de curso}. Juiz de Fora: Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora. Curso de Fisioterapia, 2007. 10. Pepino EO. Avaliação do uso de mochila escolar e de suas decorrentes alterações posturais em estudantes do 5º ao 9º ano. {Trabalho de conclusão de curso} Fortaleza: Faculdade Integrada do Ceará Fortaleza. Curso de Fisioterapia, 2008. 11. Santos CIS, Cunha ABN, Saad IAB et al. Ocorrência de desvios posturais em escolares do ensino público fundamental de Jaguariúna. Rev. Paulista Pediátrica, 2009; 27(1): 74-80. 12. Weis GF, Müller U. Dinamizando a prática do exame biométrico: cuidados necessários a uma postura correta. Rev. Professor. 2004; 40(28): 36-44. 13. Penha PJ, Jõao SMA, Casarotto RA et al. Avaliação postural de meninas

entre 7 e 10 anos de idade.Rev.Clinins. 2005; 60(1): 1-10. 14. Back CMZ. Fisioterapia na escola: avaliação postural. {Trabalho de conclusão de curso} Santa Catarina: Universidade do Sul de Santa Catarina: Curso de Fisioterapia, 2006. 15. Oliveira C, Nagassaki E, Rosa J et al. Avaliação e orientação postural em escolares de 7-12 anos do Colégio Estadual Jardim Pizza-Roseira.{ Periódico da internet} Juh 2002 { Acesso em 11 de setembro de 2011} Aproximadamente 4 p. Disponível em http://www.ccs.uel.br/olhomagico/ peepin98/Gim16.html. 16. Wouters F. Avaliação postural em escolares de 12 a 14 anos de idade na Cidade de Xaxim-Santa Catarina. {Trabalho de conclusão de curso. São Paulo: Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos- São Paulo. Curso de Fisioterapia, 2008. 17. Folle A. Incidências de desvios posturais em escolares de 14 a 16 anos. Rev. Digital Buenos Aires, 2008; Ano 13 n°123. 18. Pinho RA, Duarte MFS. Análise postural em escolares de FlorianópolisSC. Rev. Brasileira de Atividade Física e Saúde. 2002; 1(2): 49-58. 19. Carpeggiane J. A criança corre o risco de virar corcunda. Diário Catarinense, Caderno Saúde. Florianópolis post.2001 7 dez ; seç:2 ( pag.40). 20. Detsch C, Candotti CT. A incidência de desvios posturais em meninas de 6 a 17 anos da cidade de Novo Hamburgo. Rev. Movimento. 2001; 2(15): 43-56. 21. Ricardi F, Sallé JL. Tratamento de osteopatia Teórico e Prático 1ª ed. São Paulo: Robe: 2002. 22. Feriani MG, Cano MA, Candido GT, Kanchina AS. Levantamento epidemiológico dos escolares


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portadores de escoliose da rede pública de ensino de 1º grau no município de Ribeirão Preto. Rev Eletr Enfermagem (online). 2001: 2(1). 23. Mangueira JO. Prevalência de desvios da coluna vertebral ao exame físico em estudantes de 11 a 16 anos em uma escola do bairro Sinhá Sabóia em Sobral - CE [Trabalho de conclusão de curso]. Sobral (CE): Universidade Estadual Vale do Acaraú. Curso de fisioterapia, 2004. 24. Bienfait M. Os desequilíbrios estáticos: Fisiologia, Patologia e tratamento fisioterápico. 3ª ed. São Paulo: Summus; 2002. 25. Martini F, Ortiz J. Avaliação escolar de escoliose. Uso do cartaz educativo. Rev. Brasileira de Ortopedia. 2003; 28(3):129-32.

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A EFICÁCIA DA BANDAGEM NEUROMUSCULAR ELÁSTICA SOBRE A FLEXIBILIDADE DE ATLETAS DE FUTEBOL DE CAMPO THE EFFECTIVENESS OF NEUROMUSCULAR TAPE ON THE FLEXIBILITY OF SOCCER FIELD TEAM

Gabriela Pereira Martins1, Thássia Nunes Stanislau1, Ana Patrícia Bastos Ferreira2, Victor Monteiro Ramos 3 1Acadêmicas dos 8º período do curso de Fisioterapia da Universidade Salgado de Oliveira. 2Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia do Trabalho e Ortopedia. Preceptora da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Salgado de Oliveira (Campus Recife). 3Fisioterapeuta. Especialista em Terapia Intensiva. Preceptor da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Salgado de Oliveira (Campus Recife).

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RESUMO

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

O método da bandagem neuromuscular, conhecido como “Kinesio® Taping” foi desenvolvido pelo Dr. Kenzo Kase em 1973, e seu uso no cenário desportivo vem crescendo nos últimos anos com a promessa de prevenir lesões e ajudar na reabilitação. O presente estudo teve como objetivo comprovar a eficácia do uso da BNM para redução tônica e ganho de flexibilidade dos músculos isquiotibiais e quadrado lombar em jogadores de futebol de campo do time de base do Clube Náutico Capibaribe. Foram selecionados 30 jogadores com encurtamento muscular de cadeia posterior, onde foram realizadas avaliações de flexibilidade antes e após 10 sessões de tratamento. Os voluntários foram separados em 3 grupos, um foi usado como controle, o segundo recebeu sessões de alongamento associado a bandagem e o terceiro recebeu apenas alongamento. Detectou-se que a média de ganho de amplitude de movimento (ADM) no teste de goniometria de quadril difere segundo o tipo de tratamento quando comparados ao controle. Já na goniometria de joelho o grupo que recebeu bandagem apresentou ganho de ADM relevante comparado ao controle. No teste dedo-solo, as médias diferem quando os tratamentos são comparados entre si. Por se tratar de uma técnica recente, ainda existem divergências com relação à eficácia da utilização da bandagem sobre a flexibilidade muscular, quando aplicada de forma isolada ou em associação com ouras técnicas terapêuticas. Concluindo, o aumento da ADM nos grupos tratados comprovou a interferência positiva de ambos os procedimentos sobre a flexibilidade dos membros inferiores dos jogadores.

The method for the use of neuromuscular bandages (e.g.: Kinesio® Taping) was created by

O método da bandagem neuromuscular (BNM) também conhecido como “Kinesio® Taping” foi desenvolvido pelo Dr. Kenzo Kase, médico japonês, no ano de 1973 (FU et al., 2008). Devido aos diversos benefícios proporcionados com sua utilização, além de ser uma terapia não-invasiva, a BNM foi utilizada inicialmente em clínicas de reabilitação. Durante as Olimpíadas de Seoul tornou-se conhecida internacionalmente devido a sua utilização por atletas, sendo por sua vez, introduzida nos EUA no ano de 1995 (KASE; LEMOS; DIAS, 2013). Mais tarde, nas Olimpíadas de Beijing em 2008, atletas de diversas modalidades também utilizaram a técnica durante a competição, aumentando a curiosidade do grande público e da comunidade científica (FIRTH; DINGLEY; DAVIES, 2010).

Pa l a v a s - c h a v e : F i t a A t l é t i c a , Flexibilidade, Bandagens, Futebol, Fisioterapia, Amplitude de Movimento.

Dr Kenzo Kase in 1973, and its application in the sporting scene has grown in recent years 2 due to its promising ability to prevent injuries and help rehabilitation. The present study is aimed at demonstrating the efficacy of NMB use among soccer players from Club Náutico Capibaribe to achieve tonic reduction and hamstring and lumbar quadrate muscles flexibility gain. In this study 30 players with shortening of the posterior muscle chain, whose flexibility reviews were performed before and after 10 sessions of treatment, were selected. The volunteers were divided into 3 groups. The first group was used as a control group; the second one received stretching sessions with the bandages; and the third one received only stretching. It was detected that the average gain in range of hip motion (ROM) during the goniometric test differs according to the type of treatment as compared to the control group. During the knee goniometric test, though, the group receiving the brandage treatment displayed relevant ROM gain as compared to the control group. During the fingertipto-floor test the averages differed when treatments were compared. Because neuromuscular bandage use is recent, there are still discrepancies regaring its efficiency for flexibility gain between its application alone and its use in combination with other techniques. In conclusion, the increase in ROM for the treated groups confirm positive interference from both procedures on the players’ inferior member flexibility. Keywords: Athletic Tape, Pliability, Bandages, Soccer, Physical Therapy Specialty, Range of Motion.

As áreas de fisioterapia ortopédicatraumatológica e desportiva são beneficiadas pela BNM por ser uma técnica que auxilia a reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares, posturais entre outras (PERRIN, 2008). Entretanto, nos últimos anos as bandagens têm sido aplicadas também nos campos da reumatologia, neurologia e pediatria (ESPEJO; APOLO, 2011). A BNM é constituída de micro-fios de elastano envoltos por algodão. Seu tamanho original pode ser expandido para proporções entre 120 a 140%, dependendo do nível de tensão desejado durante a aplicação (OSTERHUES, 2004). Fisiologicamente, promove um aumento do espaço intersticial entre a pele e o tecido conjuntivo, que por sua vez apresenta um aumento da circulação venosa e linfática. Esse aumento dos fluxos faz com que haja uma diminuição do desconforto gerado pela compressão de tecidos moles que ocasionam a dor (KAHANOV, 2007). NovaFisio.com.br • 87


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Além do aumento do fluxo dos fluidos e alívio de dor promovido pela BNM, Halseth et al. (2004) afirmam que a mesma proporciona a propriocepção através da estimulação de mecanorreceptores cutâneos, facilita o realinhamento articular e pode estimular ou inibir a função muscular dependendo da forma de como é aplicada. Um dos fatores de risco intrínsecos mais comuns para o desenvolvimento de lesões musculares no esporte é a tensão muscular excessiva, que pode levar a diminuição da flexibilidade (WITVROUW, 2003). O treinamento intenso e repetitivo de uma modalidade esportiva proporciona hipertrofia muscular e diminuição da flexibilidade, causando desequilíbrio entre a musculatura agonista e antagonista (CARAZZATO, 1999). A BNM pode interferir diretamente sobre a função muscular e diversos estudos estão sendo desenvolvidos na tentativa de comprovar que esta técnica poderia melhorar o desempenho desportivo (NOSAKA,1999). Por conseguinte, os atletas estão aderindo em larga escala ao uso das bandagens elásticas visando um auxílio durante a reabilitação ou a prevenção de lesões relacionadas ao esporte (THELEN; DAUBER; STONEMAN, 2008). Devido ao treinamento intenso a que os atletas são submetidos, é comum observar músculos tensos e encurtados, fazendo-se necessário um trabalho preventivo com auxílio de alongamentos a fim de evitar lesões. Para os jogadores de futebol profissional, as lesões musculares são responsáveis por um terço das injúrias (VOLPI et al., 2004). Os isquiotibiais são os músculos mais lesionados nessa categoria de atletas (CAILLIET, 2002) e seu encurtamento assim como o encurtamento do quadrado lombar acaba por fazer com que o jogador realize compensações na hora de chutar a bola (AZEVEDO; PIRES; CARNEIRO, 1999). 88 • NovaFisio.com.br

Acredita-se que a BNM possa auxiliar na prevenção de tais injúrias musculares, entretanto o quantitativo de pesquisas publicadas a nível nacional ainda é escasso (HALSETH et. al., 2004). Este fato pode conferir uma característica empírica às evidencias relacionadas aos benefícios obtidos através da utilização da técnica (YOSHIDA; KAHANOV, 2007). Portanto, fica evidente a necessidade da realização de novos estudos na área, a fim de expandir os conhecimentos sobre os efeitos desta nova técnica. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo comprovar a eficácia do uso da BNM para redução tônica e ganho de flexibilidade dos músculos isquiotibiais e quadrado lombar em jogadores de futebol de campo do time de base do Clube Náutico Capibaribe. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa foi realizada a partir de um Levantamento (Survey), sendo de caráter analítico, clínico e conduzido pelo método quantitativo. Realizada seguindo os preceitos éticos determinados pelo Conselho Nacional de Saúde através da resolução 196/96 que regulamenta as Diretrizes de pesquisas envolvendo seres humanos. Este projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Agamenon Magalhães para apreciação e foi aprovado sob o número CAAE: 18570013.2.0000.5197. Aos participantes foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para leitura e autorização voluntária dos procedimentos. A amostra deste estudo foi composta por 30 jogadores de futebol do time de base do Clube Náutico Capibaribe. Participaram da pesquisa os atletas do sexo masculino, com faixa etária variando entre 16 e 20 anos. Os critérios de inclusão consistiram em serem considerados atletas de futebol pelo menos há seis meses, que treinam pelo menos três vezes por semana por volta de duas horas por dia. Foram excluídos os atletas que não

possuíssem encurtamento muscular em isquiotibiais ou em quadrado lombar ou que apresentassem lesão traumática. Inicialmente, foram realizados em cada indivíduo dois testes para direcionar em que músculo seria realizado o alongamento e a utilização da BNM. Os testes foram o TFP (teste de flexão em pé) onde o atleta ficava posicionado em pé, com os pés alinhados realizando uma projeção dos quadris no solo, o avaliador posicionava os polegares horizontalmente abaixo da espinha ilíaca póstero-superior (EIPS) do atleta, e solicitava a flexão máxima do tronco para frente. E o TFS (teste de flexão sentado) onde o atleta permanecia sentado, com os pés no solo e as mãos atrás da cabeça, com os joelhos e quadris flexionados a 90º, o avaliador posicionava os polegares nos sulcos do sacro a altura da primeira vértebra sacral do atleta e solicitava a flexão do tronco para frente. O teste que apresentasse maior evidência de restrição no movimento do polegar do examinador seria indicativo para o músculo a ser tratado. Para comparar o ganho de flexibilidade dos músculos encurtados foram realizadas 2 avaliações, sendo uma no início e outra após a 10ª sessão. Os dados coletados durante as avaliações dos voluntários foram registrados em uma Ficha de Avaliação, elaborada especificamente para este fim, onde constava o teste da distância dedochão, e as goniometrias de quadril e joelho. No teste da distância dedochão, o voluntário permanecia na posição de ortostatismo, com os pés paralelos e braços ao longo do corpo. Em seguida, o avaliador responsável solicitava ao participante que fizesse flexão anterior do tronco mantendo os braços e a cabeça relaxados. Quando alcançava a posição de máxima flexibilidade, o avaliador media a distância perpendicularmente do terceiro dedo da mão direita até o encontro ao solo com uma fita métrica de 1,5m com trava da marca Fisiobras.


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A goniometria de quadril foi realizada bilateralmente, onde o eixo do goniômetro foi posicionado ao nível do trocânter maior do fêmur, o braço fixo acompanhava a região lateral do tronco e o braço móvel acompanhava a face lateral da coxa. O voluntário era posicionado em decúbito dorsal e o pesquisador responsável pela avaliação solicitava a flexão do quadril com o joelho em extensão, os membros superiores e o membro inferior contralateral permaneceram em repouso durante todo o procedimento. Para a goniometria dos joelhos, o voluntário era posicionado em decúbito dorsal, mantendo as pernas fletidas com os pés apoiados em uma maca. Em seguida, um dos quadris era posto na posição de flexão a 90° e o avaliador responsável solicitava uma extensão ativa do joelho. O goniômetro foi posicionado com o eixo sobre a linha articular do joelho, braço fixo apontando para o trocânter maior do fêmur, e o braço móvel apontando para o maléolo lateral da fíbula. As medições foram feitas utilizando um goniômetro universal da marca Carci com duas hastes de 20 cm de comprimento e eixo com precisão de medida de dois graus. Os voluntários foram divididos de uma forma aleatória em três grupos, cada um com 10 participantes. Os atletas do primeiro grupo aturaram como controle, portanto não participaram dos procedimentos experimentais, sendo apenas submetidos às avaliações. Os atletas do segundo grupo foram submetidos a alongamentos e utilizaram a bandagem neuromuscular, e os atletas do terceiro grupo, foram submetidos apenas a alongamentos. Os grupos experimentais iniciaram os protocolos de avaliação e tratamento, respectivamente, de forma simultânea. Nenhum tipo de aquecimento prévio foi realizado, antes da execução das avaliações, para evitar possíveis alterações teciduais. Cada grupo experimental teve uma avaliadora específica, responsável pela coleta dos dados e pela execução

dos procedimentos. Portanto, as avaliações e os protocolos destinados a cada grupo foram efetuados por duas avaliadoras. O tratamento dos dois grupos experimentais consistiu na realização de alongamentos ativos nos isquiotibiais ou quadrado lombar, a depender da necessidade do indivíduo participante do estudo. O alongamento era realizado durante 3 a 5 minutos a depender da posição do alongamento escolhido. Este protocolo foi realizado com a freqüência de 2 vezes por semana, num total de 10 sessões ao longo de 5 semanas. Os atletas do segundo grupo tiveram acrescido ao tratamento a utilização das bandagens, que eram colocadas com fixador (Tintura de Benjoim), após a realização dos alongamentos e retiradas um dia antes da próxima sessão pelos próprios atletas. A técnica de aplicação da BNM foi a de inibição da contração e relaxamento muscular, onde a bandagem era aplicada posicionando a âncora inicial sobre a inserção do músculo passando com a zona terapêutica da bandagem sobre o ventre muscular em posição de alongamento com uma tensão de 10% a 25% de tensão máxima até a âncora final próxima à origem muscular (KASE; LEMOS; DIAS, 2013). Todos os participantes foram instruídos a usar roupas leves que não impedissem a execução do movimento de flexão de quadril e que permitissem a visualização da articulação do joelho durante as etapas da pesquisa. Aos participantes foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para leitura e autorização voluntária da execução dos procedimentos. Para análise dos dados foram calculadas, a média e desvio padrão das medidas de goniometria do quadril e do joelho, e teste dedo-chão, para cada grupo. Na comparação das médias gerais foi aplicado o teste da ANOVA. Além disso, na comparação das médias duas a duas foi aplicado o teste t-student. Todas as conclusões foram tiradas considerando um nível de significância de p-valor < 0,05. RESULTADOS Para fins de melhor interpretação dos dados, foi gerada uma média única com relação aos valores obtidos em cada MI (direito e esquerdo), para cada variável estudada. Foram avaliados 30 indivíduos, todos do sexo masculino, e distribuídos em 3 grupos de 10 participantes.Considerando o total da amostra, constatou-se que 60% tinha maior restrição na musculatura dos Isquiotibiais e 40% no Quadrado Lombar, e que a média de idade apresentada foi de 18,2 ±1,1 anos. Tabela 1. Análise descritiva do ganho de amplitude de movimento entre o início e o fim do tratamento para o grupo que tinha restrição em isquiotibiais.

Na tabela 1 temos a análise descritiva do ganho de amplitude de movimento (ADM) entre o início e o fim do tratamento para o grupo que tinha restrição na musculatura dos isquiotibiais. Através dela verifica-se que, em NovaFisio.com.br • 89


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média, o grupo controle apresentou um aumento de 2,4º no teste de goniometria de quadril enquanto que nos grupos experimentais de alongamento e alongamento associado a BNM os ganhos médios após o tratamento foram de 10,7º e 14,9º, respectivamente. Ao aplicar o teste de comparação de múltiplas médias verifica-se que ele foi significativo (p-valor < 0,001) indicando que a média de ganho de ADM no teste de goniometria de quadril difere segundo o tipo de tratamento quando comparados ao controle. Além disso, o teste t-student comprovou que o ganho médio de ADM nos grupos experimentais são idênticos. No teste de goniometria de joelho, observa-se na tabela 1 que o grupo controle apresentou um aumento médio de 4,4º na ADM, enquanto que nos que fizeram alongamento e alongamento associado a BNM, os ganhos médios foram de 7,1º e 11,7º, respectivamente. Assim como no teste de goniometria de quadril o teste de comparação de múltiplas médias foi significativo (p-valor 0,034) indicando que as médias diferem entre si. Ao aplicar o teste t-student verificouse que ambos apresentaram médias idênticas, não estabelecendo, portanto uma correlação estatisticamente significante. Contudo, este teste também sugere que existe uma diferença entre os participantes do grupo controle e aqueles que fizeram alongamento associado a utilização da BNM. No teste dedo-solo visualizado na Tabela 1 o grupo controle apresentou uma redução de 4,9cm, enquanto que para os grupos de alongamento e alongamento associado a BNM, a redução média foi de 1,6cm e 13,7cm, respectivamente. Além disso, após a aplicação do teste de comparação de múltiplas médias foi obtido o p-valor 0,024, confirmando diferença estatisticamente significativa entre elas. Ao comparar as médias, duas a duas, verifica-se que a média do grupo 90 • NovaFisio.com.br

controle foi estatisticamente parecida com as médias dos grupos experimentais, porém, quando comparadas as médias de redução dos grupos experimentais entre si, elas permaneceram significativamente diferentes. Tabela 2. Análise descritiva do ganho de amplitude de movimento entre o início e o fim do tratamento para o grupo que tinha restrição em quadrado lombar.

Na tabela 2 observa-se a análise descritiva do ganho de ADM entre o início e o fim do tratamento para o grupo que apresentou restrição de movimento na musculatura do quadrado lombar. Através dela verifica-se que, em média, o grupo controle apresentou apenas um aumento de 1,0º no teste de goniometria de quadril enquanto que nos grupos experimentais de alongamento e alongamento associado à BNM os ganhos médios após o tratamento foram de 12,1º e 14,4º, respectivamente. Ao aplicar o teste de comparação de múltiplas médias constatou-se que ele foi significativo (p-valor < 0,013) indicando que a média de ganho de ADM no teste de goniometria de quadril difere segundo o tipo de tratamento quando comparados ao controle. Além disso, o teste t-student comprovou que o ganho médio de ADM nos grupos experimentais são idênticos. No teste de goniometria de joelho, observa-se na tabela 2 que o grupo controle apresentou um aumento médio de 2,2º na ADM, enquanto que nos que fizeram alongamento e alongamento associado à BNM, os ganhos médios foram de -0,3º e 12,6º, respectivamente. Assim como na de goniometria de quadril o teste de comparação de múltiplas medidas foi significativo (p-valor = 0,011) indicando que as médias diferem entre si. Ao aplicar o teste t-student verificou-se que o grupo controle possui um ganho médio parecido com o grupo que realizou apenas alongamentos. Porém, o teste também ressaltou que o ganho médio de ADM do grupo que realizou alongamento associado à bandagem diferiu dos outros dois grupos. Nos valores do teste dedo-solo visualizados na tabela 2, o grupo controle não apresentou redução de comprimento, uma vez que seus participantes já tocavam com os seus dedos no chão. Contudo, para os grupos de alongamento e alongamento associado à BNM, a redução média foi de 7,8cm e 9,5cm respectivamente. Mesmo sendo observadas essas diferenças entre as médias, o teste de comparação de múltiplas medidas não foi significativo (p-valor = 0,163) indicando que as médias não diferem entre si. Ao comparar as médias, duas a duas, verifica-se que a média do grupo controle foi estatisticamente parecida com as médias dos grupos experimentais, e, quando comparadas as médias de redução dos grupos experimentais entre si, elas não foram significativamente diferentes. DISCUSSÃO O presente estudo comparou a eficácia da técnica de BNM associada ao alongamento com o alongamento isolado no ganho de flexibilidade dos


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músculos isquiotibiais e quadrado lombar de jogadores de futebol de campo. Em algumas mensurações os resultados demonstraram que a BNM pode interferir positivamente ao associá-la com o alongamento, porém em outras a mesma não acrescentou ganho superior à técnica de alongamento isolada. Neste âmbito de desportos, alguns autores afirmam que a BNM pode proporcionar ganhos de amplitude de movimento de cadeia muscular posterior à curto prazo (YOSHIDA E KAHANOV, 2007; MERINO et al., 2010; MAYORGA et al., 2010). Merino et al. (2010) desenvolveram estudo com 10 triatletas, onde se constatou a eficácia da BNM ao aplicála no músculo gastrocnêmio e realizar o teste de sentar e levantar que avalia flexibilidade global de cadeia posterior. Um estudo semelhante, foi realizado por Mayorga et al. (2010), onde a bandagem foi aplicada sobre os músculos isquiotibiais e quadrado lombar obtendo-se resultado favorável, evidenciando que esta técnica melhora significativamente a flexibilidade da cadeia posterior. Ambos os estudos, corroboram parcialmente com os resultados da presente pesquisa, entretanto não possuem grupo controle para realizar comparação entre os resultados, desta forma a real vantagem desta técnica não ficou completamente esclarecida. Veiga, Daher e Morais (2011) realizaram estudo no mesmo clube que a presente pesquisa e encontrou uma média de idade de 17,8 anos, aproximando-se da encontrada no presente estudo que foi de 18,2 anos. Ferreira e Cipriano (2012) também realizaram estudo sobre a flexibilidade da cadeia posterior em jogadores de futebol, porém com faixa etária entre 20 e 30 anos, onde encontrou encurtamento dos músculos isquiotibiais em 98% dos atletas da amostra. Castro (2012) realizou estudo com 262 jogadores de futebol de 9 a 19 anos, onde constatou que a prática do futebol pode desencadear uma restrição de

movimentos em membros inferiores. Neste cenário, Witvrouw et al. (2003) afirma que a falta de flexibilidade pode ser um fator limitante no desempenho do atleta, facilitando lesões musculares. Neste estudo, não foi observada uma vantagem significativa no uso da BNM tanto nos músculos isquiotibiais quanto no quadrado lombar ao avaliar os resultados obtidos na 10 goniometria de quadril. Acreditase que fatores externos tenham contribuído para este dado, pois alguns atletas iniciaram exercícios de fortalecimento muscular durante o período da pesquisa. E de acordo com Veiga, Daher e Morais (2011), o treinamento intenso proporciona hipertrofia muscular e diminuição da flexibilidade. Em contrapartida, Cruz, Leite e Paquete (2011) ao aplicar a BNM em isquiotibiais de jogadores de futebol observaram ganho de ADM de quadril através da goniometria. Merino-Marban et al. (2011) estudaram o efeito imediato da BNM sobre a flexibilidade dos isquiotibiais, de forma bilateral, numa amostra 43 estudantes universitários, divididos em três grupos diferentes: os que utilizaram BNM específica, aqueles com BNM falsa ou placebo e os que fizeram parte do grupo controle. Os autores não obtiveram resultados estatisticamente diferentes, divergindo assim, do presente estudo. Quanto à goniometria do joelho, na presente pesquisa foi observada uma relevância no ganho de ADM no grupo que realizou BNM e alongamento aplicados tanto sobre os isquiotibiais q u a n t o o q u a d r a d o l o m b a r. Utilizando como forma de avaliação a goniometria de joelho, Chen et al. (2013) confirmaram a eficácia da BNM em relação a técnica de facilitação neuromuscular proprioceptiva na flexibilização de isquiotibiais. Soriano

et al. (2013) utilizou a BNM sobre o gastrocnêmio de 19 indivíduos saudáveis e realizou medições para analisar o ganho de ADM de tornozelo antes de aplicar a BNM, 10 minutos e 24 horas depois, entretanto não observou alterações significativas. Ainda sobre o músculo gastrocnêmio, Merino-Marban (2013) aplicou BNM em 28 atletas de duatlhon antes de uma prova. Com o goniômetro, fez mensurações de ADM de tornozelo antes e depois da aplicação, e ao fim da competição realizou mais uma avaliação, onde constatou aumento na ADM imediatamente após a aplicação da bandagem, mas não após a prova. No presente estudo, o teste dedo-chão apresentou resultados favoráveis à associação entre alongamento e BNM sobre a flexibilidade dos músculos isquiotibiais em relação ao grupo que realizou apenas alongamento, porém, ao comparar seus resultados ao grupo controle não se obteve diferença significativa. Porém, aplicação destas técnicas no quadrado lombar não se revelou vantajosa. Neste contexto, Veiga, Daher e Morais (2011) observaram através do teste dedo-chão, que 60% dos atletas lesionados e 77% dos atletas sem lesão possuíam encurtamento de cadeia posterior, e apesar de não constatar diferença relevante entre os grupos, os atletas sadios tiveram índices menores de flexibilidade. Isto pode ser atribuído às possíveis compensações realizadas por alguns atletas durante o teste, facilitando a manobra para tocar o chão. Contudo, Carregaro, Silva e Gil (2007) afirmam que o teste dedo-chão é um método de avaliação da flexibilidade de Isquiotibiais amplamente utilizado e pode-se considerar uma ferramenta confiável para comparação de ganho de ADM. No estudo de Yoshida e Kahanov (2007), também foi utilizado o teste dedo-chão para mensurar flexão anterior e lateral de tronco em 30 indivíduos saudáveis, onde a BNM NovaFisio.com.br • 91


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mostrou-se significativamente mais eficaz apenas para a flexão de tronco. Em ambas as pesquisas, é possível observar que a BNM demonstrou diferentes resultados a depender da região avaliada. Williams et al. (2011) realizou uma revisão de pesquisas intervencionistas que avaliaram os benefícios da BNM onde encontrou 10 estudos que testaram a eficácia método para ganho de ADM. O mesmo referiu que há uma grande variedade de músculos e formas de avaliação entre essas pesquisas, e ainda que apenas 4 estudos demonstraram resultados favoráveis à bandagem. CONCLUSÃO A realização deste estudo permitiu observar que houve aumento da amplitude de movimento tanto nos atletas que foram submetidos ao alongamento quanto naqueles que realizaram alongamento associado à b a n d a g e m n e u r o m u s c u l a r, comprovando assim, a interferência positiva de ambos os procedimentos sobre a flexibilidade dos membros inferiores destes jogadores. Torna-se importante sugerir a realização de outros estudos, que utilizem recursos de avaliação diferenciados como o eletromiógrafo, um número maior de mensurações e testes de flexibilidade que possam ser comparados entre si, garantindo uma confiabilidade cada vez maior em relação à eficácia de determinado procedimento terapêutico. Além disso, a criação de um programa especifico e padronizado de atividade física, planejado por uma equipe multiprofissional pode ser uma maneira de minimizar a influencia dos diferentes tipos de treinamento sobre a flexibilidade final apresentada pelos atletas. Portanto, torna-se essencial que os fisioterapeutas renovem seus conhecimentos, e conheçam técnicas inovadoras que possam por sua vez, serem utilizadas no tratamento dos seus pacientes, visando uma melhoria na funcionalidade e na qualidade de vida dos mesmos. 92 • NovaFisio.com.br

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SORIANO, J.; VICÉN, J.; GARCÍA, C.; LÁZARO, P.; MARTÍNEZ, C.; ESTEBAN, E.; RODRÍGUEZ, J. M. The effects of Kinesio taping on muscle tone in healthy subjects: a double-blind, placebo-controlled crossover trial. Manual Therapy, Toledo, DOI em 12 de outubro de 2013. THELEN, M. D., DAUBER, J. A., STONEMAN, P. D. The clinical efficacy of Kinesio Tape for shoulder pain: a randomized, double-blinded, clinical trial. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, Fort Stewart, v. 38, n. 7, p. 389-395, 2008. NovaFisio.com.br • 93


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PREVALÊNCIADE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA P R E VA L E N C E O F T E M P O R O M A N D I B U L A R DYSFUNCTION IN PHYSIOTHERAPY STUDENTS

Ana Patrícia Bastos Ferreira1, Débora Viviane Albuquerque Granja Santana2 1 Especialista em Fisioterapia do Trabalho e Fisioterapia Traumato Ortopédica. Preceptora da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Salgado de Oliveira (Campus Recife). 2 Mestre em Ciência da Educação. Preceptora da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Salgado de Oliveira (Campus Recife).

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RESUMO

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

A Disfunção Temporomandibular (DTM) define-se como uma coleção de condições anormais que acometem a articulação temporomandibular (ATM) e seus tecidos adjacentes. Sua ocorrência juntamente com a sintomatologia característica compromete a qualidade de vida dos indivíduos. O principal objetivo deste artigo foi investigar a prevalência de DTM em acadêmicos de Fisioterapia. E, além disso, observar a presença de sinais e sintomas específicos, correlacionando-os com a presença de DTM; bem como verificar a ocorrência dos hábitos parafuncionais nos participantes. Este estudo foi realizado com 60 acadêmicos do curso de Fisioterapia de uma Instituição Privada de Ensino Superior, que responderam a um questionário de identificação geral da amostra juntamente com o Índice Anamnésico de Fonseca. Sobre a incidência, 8,3% foram classificados como não-portadores, 36,7% apresentaram disfunção leve, 35% moderada e 20% severa. Os sinais e sintomas mais relatados foram: ruídos articulares (60%), cefaléia (56,7%), sintomas auditivos (50%) e dor articular (43,3%). Foram encontradas correlações estatisticamente significantes (p<0,05) entre presença da disfunção e as variáveis de ruídos articulares, cefaléia, e classe oclusiva. O hábito parafuncional mais citado foi o “apoio de mento”. O estudo possibilitou a observação do perfil epidemiológico dos acadêmicos do curso de Fisioterapia com relação à presença de DTM e seus sinais e sintomas. Os questionamentos favoreceram a conscientização dos participantes em relação à disfunção despertando-os para a necessidade da procura por profissionais especializados (como o fisioterapeuta), na busca por tratamento adequado e orientações específicas com o objetivo de reduzir a sintomatologia e prevenir recidivas.

Te m p o r o m a n d i b u l a r D i s o r d e r (TMD) is defined as a collection of abnormal conditions affecting the temporomandibular joint (TMT) and its surrounding tissues. Its occurrence along with the characteristic symptomatology compromises the quality of life of individuals. The main objective of this article was To investigate the prevalence of TMD in undergraduate physiotherapy students. And also, to note the presence of specific signs and symptoms, correlating them with the presence of TMD, as well as to verify the occurrence of parafunctional habits in participants. The study was conducted with 60 students of a Physical Therapy Private Institution of Higher Education, who answered a questionnaire of sample’s general identification with the Fonseca Anamnesis Index. On the incidence, 8,3% were classified as noncarriers, 36.7% had mild dysfunction, 35% moderate and 20% severe. Signs and symptoms most reported were joint sounds (60%), headache (56,7%), auditory symptoms (50%) and joint pain (43,3%). Correlations were statistically significant (p <0.05) between the presence of dysfunction and variable such as joint sounds, headache, and class occlusive. The parafunctional habit most often mentioned was “supporting the chin”. This study has allowed the observation of the epidemiological profile of students of Physiotherapy regarding TMD and its signs and symptoms. The questions have encouraged the participants awareness of dysfunction, to the need of looking for skilled professionals (physiotherapists) in the search for appropriate treatment and specific guidelines in order to reduce symptoms and prevent relapses.

O sistema estomatognático integra as estruturas responsáveis pelas funções de mastigação, fonação, deglutição e respiração, envolvendo a musculatura mastigatória, articulação temporomandibular (ATM), a coluna cervical e componentes associados (OKESON, 2008). A ATM consiste em uma articulação sinovial situada anteriormente ao ouvido externo, localizada entre a fossa mandibular do osso temporal e o processo condilar da mandíbula (HALL; BRODY, 2007).

Key-words: Temporomandibular Disorders. Symptoms. Signs. Evaluation. Physiotherapy.

A existência de alterações na ATM determina o surgimento da Disfunção Temporomandibular (DTM), que por sua vez, pode ser definida como uma coleção de condições em que são verificadas anormalidades do sistema

Palavras chave: Disfunção ATM. Sintomas. Sinais. Avaliação.

Além dos componentes ósseos, a ATM é composta por tecidos moles como a cápsula articular, o disco fibrocartilaginoso, os músculos da mastigação e os ligamentos, que articulam a mandíbula ao crânio (MERIGHI et al., 2007). As estruturas nervosas da ATM originam-se dos ramos massetérico e auriculotemporal do nervo mandibular; enquanto que as estruturas vasculares são provenientes do ramo temporal superficial da carótida externa (GRAY, 1998). Quanto aos aspectos biomecânicos desta articulação, Biasotto-Gonzalez (2005) ressalta que os movimentos da mandíbula são resultado das ações dos músculos mandibulares e cervicais, uma vez que a musculatura cervical estabiliza a cabeça para aumentar a eficiência dos movimentos mandibulares. Neste contexto, os movimentos voluntários da mandíbula correspondem a: abertura, fechamento, protusão, retrusão e lateralidades. Por conseguinte, a funcionalidade satisfatória desta articulação, depende diretamente das condições de saúde e da estabilidade biomecânica articular (PEREIRA et al., 2005; GRANJA; LIMA, 2005).

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estomatognático, acometendo a ATM e seus tecidos adjacentes, incluindo os músculos faciais e cervicais (BIANCHINI, 2000; PIOZZI; LOPES, 2002). Para Biasotto-Gonzalez (2005), a origem multifatorial desta patologia abrange interferências oclusais, anodontia, alterações funcionais da musculatura mastigatória, e da própria ATM, além de tensão emocional, por exercer influência tanto no surgimento quanto na perpetuação da doença. Os fatores responsáveis pelo desencadeamento das DTMs apresentam diversas origens, dentre elas destacam-se: as musculares (por hábitos parafuncionais e vícios posturais), as anatomoclusais (devido à sobrecarga das ATMs e patologias articulares) e as psicológicas (por ansiedade, estresse emocional, depressão) (D’ANUNCIAÇÃO; SANTANA, 2003). Stechman-Neto et al. (2009) acrescentam que a disfunção é um distúrbio geralmente relacionado ao estresse, que induz ao aumento da atividade muscular, frequentemente associada a hábitos parafuncionais, resultando em fadiga, espasmo e dor. Em decorrência da estreita relação existente entre a ATM, a musculatura mastigatória e coluna cervical, os principais sinais e sintomas clínicos associados à DTM abrangem: cefaléia, mialgias e trigger-points na musculatura mastigatória e da região cervical, dor na região da ATM, ruídos articulares (estalidos/ creptação), limitação e/ou desvios dos movimentos mandibulares. Em associação a estes sintomas, também observam-se alterações auditivas (como otalgia, vertigens e zumbidos) e padrões posturais inadequados, que comprometem a integridade funcional das cadeias musculares (NASSIF; ALSALLEEH; AL-ADMAWI, 2003; KAFAS; LEESON, 2006; MARTINS et al., 2007; BIASOTTO- GONZALEZ et al., 2008). Segundo Da Cunha et al. (2007), pelo menos 50 a 60% da população 96 • NovaFisio.com.br

apresentam alguma desordem da ATM, seja disfunção miofascial, desarranjo interno ou doença articular degenerativa. Os indivíduos mais afetados pertencem ao sexo feminino, e estão enquadrados no grupo etário que varia entre 20 e 30 anos de idade. Complementando, Olivo et al. (2006) ainda ressaltam, que aproximadamente 50-75% da população mundial têm ao menos um sinal de disfunção; contudo somente um quarto das pessoas estão realmente cientes ou relatam algum sintoma, e somente 5% destas procuram tratamento. De acordo com Fonseca et al. (1994) e Pompeu et al. (2001), aproximadamente 6 milhões de brasileiros já apresentaram sinais e sintomas característicos desta disfunção. Neste contexto, o estudo epidemiológico realizado por Oliveira, Bevilaqua-Grossi e Dias (2008) ressaltou ainda, que 41,3% a 68,6% dos universitários brasileiros apresentaram algum sinal ou sintoma de DTM. Por envolver os aspectos clínicos relatados, esta patologia incide sobre a vida diária, seja na interação social, na comunicação verbal e na concentração, seja no equilíbrio afetivo/cognitivo, culminando, muitas vezes, por limitar e/ou incapacitar as atividades fisiológicas do indivíduo, repercutindo negativamente na sua qualidade de vida (MAZZETTO; CARNIEL; FIGUEIREDO, 2001). A Fisioterapia pode ser definida como uma ciência aplicada à prevenção e tratamento da saúde por meio de recursos físicos, no sentido de diagnosticar, prevenir e tratar os distúrbios da biomecânica e funcionalidade humanas, decorrentes de alterações de seus órgãos e sistemas (BRASIL, 1969). Portanto, é essencial a realização de uma avaliação clínica para investigar as reais condições deste complexo articular, identificando possíveis sinais e sintomas específicos. Desta forma, portadores de DTM em potencial podem ser diagnosticados

precocemente e assim, podem preservar sua funcionalidade e qualidade de vida. Neste contexto, o diagnóstico precoce aliado a um tratamento específico, tem o objetivo de evitar que esta sintomatologia interfira no desempenho social e profissional dos indivíduos portadores de DTM. Portanto, o presente estudo teve como objetivo principal investigar a prevalência de DTM em acadêmicos de Fisioterapia. E, além disso, observar a presença de sinais e sintomas específicos, correlacionando-os com a presença de DTM; bem como verificar a ocorrência dos hábitos parafuncionais nos participantes. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O estudo foi classificado como observacional, de caráter descritivo, com um corte transversal, preconizando uma abordagem quantitativa. A amostra deste trabalho foi composta por 60 acadêmicos do curso de Fisioterapia, de ambos os sexos, pertencentes a uma instituição de ensino superior (IES) privada localizada na região metropolitana do Recife. Os critérios de inclusão consistiram nos alunos encontrarem-se regularmente matriculados no curso de bacharelado em Fisioterapia, e cursarem o ultimo período da graduação. E, nos critérios de exclusão constaram os estudantes com histórico de fraturas ou lesões traumáticas nas regiões da face, do crânio e da região cervical da coluna vertebral. A autorização para a realização do estudo foi disponibilizada pela gestora do curso através da assinatura da Carta de Anuência, e, em seguida foi visualizada uma listagem, contendo os nomes dos alunos pertencentes aos últimos períodos do curso de Fisioterapia. Para a caracterização geral da


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amostra, foi utilizada uma Ficha de Avaliação elaborada especificamente para este fim. O instrumento foi constituído por 4 partes: Identificação Geral, Sinais e Sintomas, Inspeção Oclusiva e Inspeção Funcional. Na primeira parte foram observadas as seguintes variáveis: nome, idade, sexo e estado civil. Em relação aos Sinais e Sintomas, na segunda parte, os participantes foram questionados oralmente com relação à presença de dor na ATM, de ruídos articulares, de cefaléia, de travamento, de luxação/ hiperexcurssão e de sintomas auditivos. A presença de ruídos articulares foi observada através da utilização um estetoscópio do tipo Rappaport Premium da marca Glicomed, com o diafragma do instrumento posicionado sobre uma ATM, e em seguida sobre a outra, solicitando que o voluntário realizasse os movimentos de abertura e fechamento da boca. Na terceira parte, denominada Inspeção Oclusiva foram avaliadas as seguintes variáveis: classe oclusiva (“I-normoclusão”, “IIa-distocçusão sobressaliência”, “IIb-distoclusão sobremordida” ou “III-mesioclusão”), e a presença de hábitos parafuncionais (tais como buxismo concêntrico (“apertamento”) e excêntrico (“ranger”), “onicofagia”, “apoio de mento”, “mascar chiclete”, “morder objetos” ou “encostar a língua nos dentes”). Com os voluntários sentados, a pesquisadora verificou o tipo de classe oclusiva com o auxilio de 2 (dois) abaixadores de língua posicionados na região intra-oral, bilateralmente, para expor os dentes dos indivíduos em posição de intercuspidação máxima. Se os dentes denominados primeiros molares estivessem numa relação normal entre eles, estaria confirmada a Classe I. Se o primeiro molar inferior estivesse posicionado posteriormente ao primeiro molar superior (com ou sem sobreposição vertical profunda), estaria caracterizada a Classe II. Se o primeiro molar inferior estivesse

localizado anteriormente ao primeiro molar superior, corresponderia a Classe III.

quadrado para independência. Em todas as conclusões foi considerado o nível de significância de 5% (p<0,05).

Na última etapa, denominada Inspeção Funcional, foi analisada a presença de desvio mandibular (desvio da mandíbula para o lado acometido, seguido do realinhamento desta estrutura após a redução discal) durante a abertura bucal. Esta condição foi detectada através da observação sistemática do movimento de abertura bucal, repetido por três vezes, sem utilização de musculatura acessória, com os voluntários na posição sentada (com a linha horizontal imaginária do olhar da pesquisadora encontrando-se ao mesmo nível do olhar do voluntário). Desta forma, também foi avaliada a presença de deflexão (desvio lateral da mandíbula sem realinhamento final).

To d o s o s p a r t i c i p a n t e s f o r a m informados previamente acerca dos procedimentos e objetivos do estudo, e confirmaram sua participação através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Nesta pesquisa, foram seguidos os preceitos éticos determinados pelo Conselho Nacional de Saúde através da resolução 196/96 que regulamenta as diretrizes de pesquisas envolvendo seres humanos. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Sociedade Pernambucana de Combate ao Câncer – SPCC / Hospital do Câncer de Pernambuco - HPC, mediante o número de CAAE 2037.0.000.447-11.

Finalizando o processo de avaliação, a presença da DTM nos voluntários foi constatada por meio da aplicação do Índice Anamnésico de Fonseca (FONSECA, 1992). Este questionário auto-aplicável é composto por dez perguntas relacionadas à patologia, em que são atribuídos 10 pontos para respostas afirmativas (sim), 5 pontos para respostas esporádicas (às vezes) e 0 para respostas negativas (não), totalizando, assim, valores que variam de zero a cem, e determinando a classificação dos entrevistados. Os valores de pontuação de 0 a 19 caracterizam os indivíduos como não portadores de DTM; de 20 a 44, como portadores de DTM leve; de 45 a 69, como portadores de DTM moderada e de 70 a 100, como portadores de DTM severa. Para a análise dos dados, foi construída uma planilha a partir de um banco de dados construído no software SPSS versão 13. Para avaliar a associação dos fatores de Identificação Geral, Sinais e Sintomas, Inspeção Oclusiva e Funcional, com a presença ou ausência de DTM, e a correlação entre as variáveis, foi utilizado o teste Qui-

RESULTADOS Foram avaliados 60 alunos do curso de Fisioterapia de uma Instituição do Ensino Superior (IES). A média geral de idade encontrada foi de 35,1±12,1 anos, sendo a menor idade correspondente a 20 anos e a maior equivalente a 50 anos. Com relação ao gênero, a maioria, ou seja 50 participantes (83,3%) pertenciam ao sexo feminino, e os outros 10 indivíduos (16,7%) eram do sexo masculino. De acordo com o estado civil, 56,7% descreveram-se como solteiros, 41,7% eram casados, e apenas um indivíduo apresentou-se como viúvo (1,7%). Considerando-se os 60 participantes do estudo, a maioria não referiu sentir dor na ATM (56,7%). Entretanto, 60% apresentaram ruído articular. Apenas 26,7% queixaram-se sobre episódios de travamento e 56,7% relataram ter cefaléia, enquanto que a maioria de 75% não vivenciou quadros de luxação/hiperexcursão. No tocante aos sintomas auditivos, metade dos voluntários (50%) confirmaram sua ocorrência no cotidiano, como pode ser observado na Tabela 1. NovaFisio.com.br • 97


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Tabela 1 - Distribuição dos participantes de acordo com os principais sinais e sintomas relatados.

Todos os participantes afirmaram executar, durante o seu cotidiano, alguma atividade classificada como parafuncional. Portanto, os hábitos parafuncionais mais comuns entre os voluntários da amostra encontram-se ilustrados na Gráfico 1, dentre os quais se destacaram o apoio no mento em 24,2%, e mascar chiclete em 15,3% dos casos.

Na Tabela 3, observa-se a correlação entre a ocorrência de ruído articular com a presença de DTM. Evidencia-se então que todos os participantes (100%) que apresentam ruído articular também são portadores da disfunção. Além disso, mesmo os 79,2% dos voluntários que não apresentam creptos ou estalidos, também foram classificados como portadores DTM. O teste de Qui-quadrado para independência foi considerado estatisticamente significante, demonstrando que existe uma associação entre a presença ruído articular, com a ocorrência de DTM, pois, o p-valor encontrado foi de 0,008. Tabela 3 - Distribuição dos participantes correlacionando a ocorrência de ruído articular e a presença de DTM.

Acerca da correlação existente entre cefaléia e a presença de DTM, observa-se que 100% dos participantes que afirmaram sofrer freqüentemente de episódios de cefaléia também enquadraram-se como portadores da DTM. A disfunção esteve presente mesmo entre aqueles que negaram ter quadros de cefaléia, alcançando 80,8% destes indivíduos, como demonstrado na Tabela 4. Gráfico 1 - Distribuição dos participantes em relação à ocorrência de hábitos parafuncionais. Em relação à presença de DTM, apenas 8,3% dos voluntários não eram portadores da doença; enquanto que, em 91,7% dos indivíduos, a presença de DTM foi constatada. Assim, foi possível classificar os indivíduos como portadores leves em 36,7%, moderados em 35%, e severos em 20% dos casos, como demonstrado na Tabela 2. Tabela 2 – Distribuição dos participantes em relação à classificação do nível de DTM segundo o Índice Anamnésico de Fonseca.

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O teste de Qui-quadrado para independência foi considerado estatisticamente significante demonstrando que existe uma associação entre a ocorrência freqüente de quadros de cefaléia e a presença da DTM. Desta forma, o resultado do p-valor para esta correlação foi de 0,012. Tabela 4 - Distribuição dos participantes correlacionando a cefaléia e a presença de DTM.


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Acerca da correlação existente entre o tipo de classe oclusiva e a ocorrência de disfunção, a análise da Tabela 5 permite constatar que, independentemente do tipo classe oclusiva apresentada pelos voluntários, a DTM está presente na maioria dos participantes pertencente a cada um destes grupos. Desta forma, a disfunção foi confirmada em 95,3% dos indivíduos pertencentes à Classe I, em todos aqueles enquadrados na Classe II (100%), e em 66,7% daqueles que fizeram parte da Classe III. O teste de Qui-quadrado para independência também foi considerado estatisticamente significante demonstrando que existe uma associação entre o tipo de classe oclusiva e a ocorrência da DTM, pois o p-valor alcançado foi de 0,043. Tabela 5 - Distribuição dos participantes correlacionando o tipo de classe oclusiva e a presença de DTM.

Na tabela 6, considerando-se os 55 indivíduos classificados como portadores de DTM (91,7%), o desvio mandibular esteve presente em 29 voluntários, enquanto que verificou-se a deflexão mandibular em 23 participantes. Contudo, outros 3 indivíduos, apesar de classificados como portadores de DTM, apresentaram uma dinâmica mandibular normal. Por este motivo, esta correlação não se mostrou estatisticamente significante, pois o p-valor encontrado foi 0,074, ou seja superior ao valor padrão de 0,05. Tabela 6 - Distribuição dos participantes correlacionando a dinâmica mandibular e a presença de DTM.

DISCUSSÃO Com relação à faixa etária, os resultados do presente estudo mostraram-se ligeiramente superiores àqueles obtidos por Figueiredo et al. (2009) que avaliaram indivíduos entre 20 e 40 anos de idade, e encontraram uma a média de idade de 28,2 anos. Acredita-se que esta discreta diferença com relação à média de idade possa ser justificada pela idade máxima de 50 anos, apresentada por

um dos participantes desta pesquisa. Sobre esta premissa, Mereghi et al. (2007) afirmam que existe prevalência de DTM entre aqueles indivíduos com idades entre 21 e 40 anos. Em contrapartida, Bove, Guimarães e Smith (2005) relatam que a DTM pode ocorrer em qualquer idade, e por isso consideram uma ampliação nos limites da faixa etária dos indivíduos, onde a ocorrência da patologia é mais comum para idades entre 13 e 35 anos. A percentagem de indivíduos do sexo feminino que fizeram parte desta pesquisa aproximou-se dos achados de Bove, Guimarães e Smith (2005), sobre a predominância feminina em 85% de sua amostra. Em seus estudos, Gumieiro et al. (2002) observaram que as mulheres exibiram mais sinais e sintomas de DTM do que os homens, em proporções que variaram de 2:1 a 9:1. Neste sentido, Goyatá et al. (2010) justificam esta predominância devido a fatores como: uma constituição física mais frágil, possíveis alterações de estado emocional, e o baixo limiar de sensibilidade para os sintomas. Okeson (2008) ainda complementa que o aumento do hormônio estrógeno causa frouxidão ligamentar, o que predispõe a ocorrência dos estalidos, característicos da disfunção. Em relação aos principais sinais e sintomas apresentados pelos participantes, a presente pesquisa constatou que uma discreta maioria não apresentou a dor na ATM como queixa principal, corroborando com os estudos de Dawson (2008), ao afirmar que a disfunção pode vir ou não acompanhada de dor nas ATMs. Os ruídos articulares foram confirmados em 60% dos voluntários desta pesquisa, e, de acordo com Moreno et al. (2002) variações morfológicas e desordens intra-articulares são as possíveis causas desses sons. Neste sentido, Granja e Lima (2005) mencionam que ruídos articulares, como os estalidos, têm prevalecido em amostras com má-oclusão e/ou sob tratamento ortodôntico. Entretanto, os ruídos não indicam necessariamente uma patologia, e sim, representam um provável fator de risco. Nesta pesquisa, a presença de cefaléia foi confirmada por 56,7% dos voluntários, corroborando com os achados de Tosato e Biasotto-Gonzalez (2006) por revelarem que a dor de cabeça é um dos sintomas mais associados com a DTM. Este fato pode ser confirmado pelos estudos de Pires, Silva e Breves (2007) por relatarem que os músculos da cabeça e do pescoço apresentam uma sensibilidade diferenciada ao estresse psicológico. A ocorrência de sintomas auditivos foi confirmada por metade dos participantes desta pesquisa, encontrando desta maneira, resultados superiores àqueles relatados por Goyatá et al. (2010) em que foi constatada a presença desta sintomatologia em apenas 21,6% dos seus voluntários. Segundo Silva et al. (2005), devido à proximidade existente entre a região auricular e o osso NovaFisio.com.br • 99


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temporal, e a possível relação com o côndilo mandibular (separado apenas pela parede timpânica), há um aumento da ocorrência de sintomas auditivos. Quanto à ocorrência de hábitos parafuncionais, os resultados desta pesquisa estão de acordo com Berretin-Félix Genaro e Trindade Jr. (2000), que constataram parafunções em 100% de sua amostra. Os achados coincidem também com os de Cauás et al. (2004) que referenciaram o hábito parafuncional de apoiar a mão no mento como o mais freqüentemente citado pelos portadores da disfunção. Segundo Rodrigues et al. (2001) e Poveda-Roda et al. (2007), os hábitos parafuncionais são considerados um fator importante na gênese das disfunções da ATM. Pereira et al. (2005) ainda complementam que o fato do indivíduo não ter consciência sobre seus hábitos deletérios pode elevar ainda mais a incidência de disfunção. Para Bevilaqua-Grossi et al. (2001), as parafunções são causadas pelo aumento do tônus muscular com posterior fadiga muscular, gerando dor e disfunção da ATM. Corroborando com estes achados, Cestari e Camparis (2002) ainda enfatizaram que estas parafunções são decorrentes de exagerada tensão emocional, ansiedade e perfeccionismo. Os dados do presente estudo demonstraram a ocorrência de DTM na grande maioria dos participantes, concordando parcialmente com os dados catalogados por Campos et al. (2009) onde foram registrados 22,6% indivíduos não-portadores, 62,6% com DTM leve, 10,2% moderada, e 4,5% severa. Os resultados desta pesquisa superaram aqueles encontrados por Bevilaqua-Grossi et al. (2006), ao constatar DTM em 87% dos estudantes brasileiros que fizeram parte da sua amostra. Na busca de um parâmetro para classificar os voluntários quanto à presença de DTM, Fonseca (1992) elaborou um Índice Anamnésico para determinar 100 • NovaFisio.com.br

o nível de disfunção que acomete as ATMs. Campos et al. (2009) ressaltam ainda que este é um dos instrumentos disponíveis na língua portuguesa para a caracterização dos sintomas de DTM, desenvolvido para classificar os pacientes de acordo com a severidade desses sintomas. O presente estudo constatou que todos os indivíduos em que foi confirmada a presença de ruídos articulares também eram portadores da disfunção, concordando com os resultados encontrados por Taucci e Bianchini (2007) onde esta sintomatologia foi detectada em 84% dos indivíduos pertencentes grupo portador de DTM. Neste sentido, Martins et al. (2007) dissertam que os problemas oclusais e os fatores emocionais podem levar a um desequilíbrio do aparelho estomatognático e da biomecânica da ATM, predispondo os pacientes ao desenvolvimento de sinais e sintomas de DTM, tais como os ruídos articulares. Sobre este assunto, as pesquisas de Garcia et al. (2000) constataram que, estes sons são produzido em decorrência do um desarranjo biomecânico resultante da falta de sincronismo entre o côndilo e o disco articular, pela hiperatividade muscular, por sobrecarga oclusal, por trauma que promova um deslocamento anterior do disco, por deficiência dos ligamentos articulares, ou ainda pela falta de lubrificação da superfície articular pelo liquido sinovial. Com relação à ocorrência de cefaléia, os resultados obtidos pela presente pesquisa constataram que todos aqueles indivíduos com este sintoma também eram portadores de algum grau de disfunção. Biasoto-Gonzalez (2005) consideram a cefaléia como um sintoma decorrente da constante excitação do Sistema Nervoso Simpático, que estimula o aumento de tensão muscular. De acordo com Barbosa e Barbosa (2009) a contração mantida dos músculos mastigatórios pode induzir a vasoconstricção do plexo pterigóideo e, assim, aumentar

a pressão intracraniana, provocando dores de cabeça. Para Miller (2003) e Neville e Dawn (2009), pelo fato destes músculos, principalmente os temporais, ficarem tensionados em razão das atividades parafuncionais, a tensão que pode induzir a dor e apertamento dentário, estabelecendo assim um ciclo de retroalimentação. Acerca da correlação entre a presença de DTM e o tipo de classe oclusal, através da análise dos dados do presente estudo, foi possível constatar que a maioria os portadores de DTM foi classificada como Classe I ou normal. Estes achados corroboram com os de Valle-Carotti et al. (2010), cuja distribuição percentual da sua amostra em relação ao tipo de classe oclusiva foi 60% para a Classe I, 30% para Classe II e 10% para Classe III. Foi constatada uma correlação estatisticamente significante entre o tipo de classe oclusiva e a ocorrência da disfunção nos voluntários do presente estudo. Gorreri et al. (2010) ressaltam que o processo de sobrecarga funcional de hiperatividade muscular associada a uma má oclusão, não permite que o côndilo mandibular se posicione dentro da fossa mandibular, promovendo efeitos adversos na ATM. Com relação à análise da biomecânica da ATM, os resultados da presente pesquisa constataram padrões patológicos, em desvio e deflexão, para a maioria dos voluntários, discordando dos resultados encontrados por Valle-Carotti et al. (2010), onde os movimentos mandibulares normais foram encontrados em 94% dos participantes, e apenas 6% apresentaram padrões em desarmonia, sendo 4% para a deflexão e 2% para o desvio. Apesar da constatação da presença de padrões patológicos e potencialmente causadores de disfunção, não foram encontrados resultados estatisticamente significantes entre estas variáveis. Para Carreiro et al. (2001), as alterações oclusais acarretam desvio mandibular durante


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o movimento de abertura bucal, indicando assimetria entre as ATMs. Em seus apontamentos, Taucci e Bianchini (2007) e Figueiredo et al. (2009) dissertam que o desvio do movimento mandibular pode estar associado a várias causas, desde interferências oclusais, assimetria da musculatura da mastigação, desarranjo do disco articular, inflamação articular, entre outras. CONCLUSÃO A realização desta pesquisa possibilitou a observação do perfil epidemiológico dos acadêmicos do curso de Fisioterapia com relação à presença de DTM e seus sinais e sintomas. Desta forma, foi possível constatar uma alta prevalência de DTM nesta população. Os sintomas relatados consistiram em ruídos articulares, cefaléia, sintomas auditivos, e dor nas ATMs. Também foram encontradas correlações estatisticamente significantes entre a presença de DTM e as variáveis de ruídos articulares, cefaléia e classe oclusiva, comprovando a fidedignidade dos resultados encontrados. Com relação à ocorrência de hábitos parafuncionais, os mais citados foram “apoio de mento“, “mascar chicletes“ e “encostar a língua nos dentes”. Por interferir diretamente no tônus da musculatura mastigatória, a confirmação acerca da presença destes hábitos no cotidiano de todos os participantes pode ser considerada como um fator facilitador para a instalação do quadro patológico nos indivíduos não portadores ou portadores assintomáticos da disfunção. O Índice Anamnésico de Fonseca mostrou-se uma ferramenta adequada para a identificação dos níveis de disfunção de forma rápida e objetiva; a linguagem utilizada nas perguntas facilitou o entendimento e reduziu a probabilidade de marcações equivocadas. Os questionamentos realizados durante a pesquisa favoreceram a conscientização

dos participantes em relação à DTM, seus sinais e sintomas característicos, despertando-os em relação à necessidade da procura por profissionais especializados (como o fisioterapeuta), na busca por tratamento adequado e orientações específicas com o objetivo de reduzir a sintomatologia e prevenir recidivas. Considerando-se a estreita relação entre a DTM e o estado psicológico dos indivíduos, sua ocorrência deve ser avaliada nestes futuros profissionais, a fim de realizar o diagnóstico precoce, pois sua instalação pode interferir de forma direta sobre sua saúde e qualidade de vida. Portanto, sugere-se a realização de estudos futuros com uma abordagem metodológica mais ampla, com uma amostra quantitativamente maior, para que os fatores etiológicos e as conseqüências da disfunção possam ser contemplados de forma mais aprofundada. Além disso, a associação de condutas fisioterapêuticas aos procedimentos metodológicos também é um fator importante que possibilitará um enriquecimento ainda maior da literatura cientifica da área, em relação aos métodos e técnicas podem ser utilizados pelos fisioterapeutas, com o objetivo de reduzir a sintomatologia clínica e melhorar a qualidade de vida dos seus pacientes. REFERÊNCIAS BARBOSA, V.C.S.; BARBOSA, F.S. Fisioterapia nas disfunções temporomandibulares. São Paulo: Phorte, 2009. BERRETIN-FÉLIX, G.; GENARO, K.F.; TRINDADE JR, A.S. Características clínicas do sistema mastigatório de indivíduos com Disfunção Craniomandibular. Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, v.1, n.5, p.33-43, out/dez, 2000. BEVILAQUA-GROSSI, D. et al. Proposta de uma ficha de avaliação para Desordem

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Palavras-chave: Laserterapia, úlcera de pressão, cicatrização.

BENEFÍCIOS NO USO DO LASER 660 NM - ALGAINP NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS DE DECÚBITO: RELATO DE CASO BENEFITS FROM USING 660 NM - ALGAINP LASER ON THE HEALING OF DECUBITUS ULCERS: CASE REPORT

Jéssica Ribeiro dos Santos¹, Marcos Rodolfo Firmino Pinto². 1. Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera de Indaiatuba,SP. 2. Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia Aplicada à Ortopedia e Traumatologia pela Universidade Estadual de Campinas , Docente da Faculdade Anhanguera de Indaiatuba, SP. jessicasantos.fisioterapeuta@gmail.com 104 • NovaFisio.com.br


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Palavras-chave: Laserterapia, úlcera de pressão, cicatrização.

Resumo

Abstract

Introdução

A Laserterapia tem sido apontada como uma alternativa favorável para promoção de cicatrização de feridas e úlceras de pressão. O objetivo deste trabalho é demonstrar os benefícios obtidos no uso do laser de baixa intensidade na cicatrização de úlceras de pressão. Este recurso terapêutico demonstrou-se eficaz para acelerar a cicatrização de quatro úlceras que a paciente J.D.S de 30 anos de idade, com diagnóstico clínico de TRM e paraplegia após ser vítima de acidente automobilístico em 24/01/2004. Em Agosto de 2014 a paciente iniciou o tratamento fisioterapêutico para cicatrização de uma úlcera de pressão na região sacral, uma úlcera de pressão na região de trocânter esquerdo, uma úlcera de pressão no trocânter direito e uma úlcera de pressão na região isquiática do membro inferior esquerdo. Foram obtidos resultados satisfatórios durante o período de tratamento confirmando a efetividade do recurso utilizado na aceleração do processo de cicatrização das úlceras, uma vez que, as feridas apresentaram cicatrização parcial após 7 sessões. Sugere-se a utilização deste recurso em outros indivíduos para aprimoramento da técnica de tratamento e melhora da saúde de pacientes que apresentam úlceras ou feridas com difícil cicatrização.

The Laser has been identified as a favorable alternative to promote healing of wounds and pressure ulcers. The objective of this work is to demonstrate the benefits obtained from the use of low intensity laser on the healing of pressure ulcers. This therapeutic approach has been shown to be effective in accelerating the healing of ulcers that JDS four patients 30 years of age with a clinical diagnosis of SCI and paraplegia after being victim of an automobile accident on 24/01/2004. In August 2014 the patient started physical therapy for healing of a pressure ulcer in the sacral region, a pressure ulcer on the left trochanter region, a pressure ulcer on the right trochanter and ischial pressure ulcer in the region of the left lower limb . Satisfactory results were obtained during the treatment period confirming the effectiveness of the resource used in acceleration of ulcer healing process, once the wounds had partial healing after 7 sessions. The use of water for other individuals to improve the treatment technique and improves the health of patients who have ulcers or wounds difficult to heal itself suggests.

Úlcera de pressão é uma lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, que se desenvolve geralmente sobre uma proeminência óssea e resulta da pressão ou combinação entre pressão e cisalhamento ocasionados pela fricção tecidual (IHI,2011; LOPES,2011).

Palavras-chave: Laserterapia, úlcera de pressão, cicatrização.

Key-words: Laser Therapy, pressure ulcers, healing.

Segundo Freitas et al., (2008) as úlceras de pressão são lesões cutâneas ou de partes moles, superficiais ou profundas que ocorrem como consequência de um aumento de pressão externa e está localizada usualmente sobre uma proeminência óssea. De acordo com Guyton & Hall (2002), a intensidade aplicada em uma determinada área do corpo é capaz de aumentar a pressão dos capilares, provocando sua oclusão e consequente diminuição do suprimento sanguíneo, nutricional e de oxigenação de tecidos levando a isquemia que pode podendo atingir a pele, o tecido subcutâneo, o tecido muscular e ósseo. O aparecimento de úlceras é favorecido pela pressão excessiva exercida sobre uma proeminência óssea, dependente da intensidade e duração dessa pressão, principalmente de sujeitos com comprometimento da função sensorial e com inabilidade ou dificuldade de fazer mudanças de decúbitos. As áreas mais suscetíveis ao aparecimento deste tipo de lesões são as escápulas, cotovelos, espinhas ilíacas anteriores, joelhos, maléolos, trocânter e sacro. (O’SULLIVAN e SCHMITZ, 2004) As úlceras de pressão são classificadas em quatro graus, de acordo com a profundidade e extensão da perda tissular conforme preconiza o NPUAP (National Pressure Ulcer Advisory Panel - Conselho Consultivo Nacional sobre Úlceras por Pressão). A úlcera de grau I apresenta o comprometimento da epiderme com eritema em pele íntegra, a grau II apresenta perda NovaFisio.com.br • 105


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parcial da pele, envolvendo a epiderme e/ ou derme; a grau III apresenta comprometimento da epiderme, derme e tecido subcutâneo e o grau IV apresenta comprometimento da epiderme, derme, tecido subcutâneo e tecidos mais profundos, atingindo músculos, tendões e ossos (REIS, 2012; DELISA, 2001). De acordo Sant’Anna (2011), para estabelecer um protocolo de tratamento deve-se avaliar as úlceras de acordo com sua etiologia, localização, tamanho, tipo, classificação em estágio, características do leito e da borda, condições da pele ao redor, se há presença de exsudato, características do odor e grau de contaminação. A atuação fisioterapêutica nas úlceras de pressão, envolve a prevenção através das mudanças de decúbito, exercícios passivos e ativos, promoção da deambulação precoce e também na redução do tempo de cicatrização de feridas através do uso de diferentes recursos eletrotermoterapêuticos, permitindo uma melhora na qualidade de vida dos indivíduos através do retorno precoce as suas atividades sociais e de vida diária.Sendo a laserterapia um recurso altamente indicado para atendimento a pacientes em diferentes condições de independência funcional, bem como pacientes críticos internados em UTI (Unidades de Terapia Intensiva) (TONELLA, 2012; AFONSO, 2011; ARAÚJO, 2009; MOURA, 2005). Dentre as diversas terapias, o Laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation - Amplificação de Luz por Emissão Estimulada de Radiação) de baixa potência é apontado como um excelente recurso para o tratamento de feridas e úlceras de pressão, pois provoca alterações físicas e biológicas que aceleram a atividade mitótica e alteram a permeabilidade da membrana celular, aumentando o aporte de nutrientes, estimulando a microcirculação e 106 • NovaFisio.com.br

promovendo reparo tecidual (GELAIN, 2014; RIBEIRO, 2009; GUIRRO & GUIRRO, 2004; KITCHEN,2003). DA SILVA (2010), aponta o uso de diferentes tipos de laser para terapias que aceleram a reparação tecidual, sendo mais utilizados o de hélio neon (HeNe), laser de diodo, incluindo gálio e alumínio arsênio (GaAlAs), arsênio-gálio (AsGa) e índio-gálio alumínio-fosfeto (InGaAlP). Essa grande diversidade de opções torna difícil a comparação de resultados e escolha do melhor parâmetro de tratamento. Esta pesquisa foi realizada em forma de estudo de caso e teve por objetivo analisar os efeitos do laser de baixa potência 660 nm - AlGaInP - (Po 30mW) no processo cicatricial em úlcera de pressão. Após a obtenção de resultados satisfatórios em curto período de tratamento, decidiuse ressaltar a importância desse recurso terapêutico para melhorar a recuperação físico-funcional dos indivíduos que desenvolveram feridas de difícil cicatrização. Relato do Caso Paciente J.D.S, sexo feminino, 30 anos, vítima de acidente automobilístico em 24/01/2004, com diagnóstico médico de Traumatismo Raquimedular á nível de L1 e paraplegia incompleta que afetou a movimentação dos pés em ambos os membros. Em Agosto de 2014 recebeu encaminhamento médico para tratamento de úlceras de decúbito, o qual se realizou nas dependências da Clínica de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera de Indaiatuba. A mesma apresentouse fazendo uso de cadeira de rodas e relatou que ficava sentada durante longos períodos na mesma posição. Foi submetida a avaliação fisioterapêutica na qual foram utilizadas ficha de avaliação e máquina fotográfica digital da marca Kodak. Durante a inspeção constatou-se a

presença de uma úlcera de pressão na região sacral grau III, uma úlcera de pressão em região de trocânter direito grau III, uma úlcera de pressão em região de trocânter esquerdo grau III e uma úlcera de pressão na região isquiática do membro inferior esquerdo grau III. Até o momento a paciente não havia realizado tratamento prévio. Estabeleceu-se como conduta a utilização da laserterapia para promoção da cicatrização das úlceras através de uso do aparelho Laserpulse da marca IBRAMED, caneta laser 660 nm - AlGaInP - (Po – 30mW), óculos de proteção para uso da laserterapia, gaze não estéril nas dimensões 7,5x7,5cm, luvas descartáveis de procedimento, máscara descartável, papel filme PVC (policloreto de vinila), soro fisiológico 0,9% para assepsia das feridas e álcool 70% para assepsia dos materiais e maca, antes e depois do procedimento. De acordo com a análise de artigos científicos estabeleceu-se uma média de 12 sessões para obtenção de resultados significativos na cicatrização das úlceras e a paciente assinou os termos de consentimento para o tratamento. Antes de cada sessão o curativo era retirado e realizada a assepsia das úlceras com soro fisiológico 0,9%, cada úlcera recebia uma proteção de papel filme PVC para evitar a contaminação caso a caneta tocasse os tecidos. Foram tratadas com laser AlGaInP - (Po - 30mW), cujo comprimento de onda utilizado foi de 660nm e densidade de energia de 17 J/cm², a aplicação era realizada com varredura nas bordas e leito da ferida com distância inferior a 1 cm, durante 10 minutos em cada úlcera, totalizando 60 minutos de sessão. Esse protocolo foi realizado duas vezes por semana com intervalo de um dia entre as sessões, totalizando 7 sessões, devido a faltas da paciente que impossibilitou a análise dos resultados após 12 sessões como proposto inicialmente.


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Na avaliação inicial observou-se que as úlcera apresentava, um aspecto úmido, com presença de exsudato, leve granulação, odor fétido e apenas a sacral apresentava evidências de cicatrização conforme figura 1. Na sétima sessão foram observados os seguintes resultados: bordas secas e definidas, diminuição da exsudação, aumento do tecido de granulação, ausência de odor fétido e diminuição das dimensões, conforme indica a figura 2. Com a mudança da equipe de estágio da clínica da Faculdade Anhanguera de Indaiatuba a paciente continuou recebendo o tratamento com o protocolo proposto, sem continuação da análise para registro neste estudo.

Discussão O laser de baixa potência tem sido utilizado desde o final da década de 60 e a sua potência de radiação considerada baixa (2 a 30 mW) promove efeitos biológicos devido a irradiação e não como resultado do aquecimento (Guirro & Guirro, 2004). A pesquisa realizada por Lima et al. (2013), corroborou o efeito bio estimulador do laser e sua ação nas mitocôndrias, promovendo reparo celular por meio das alterações químicas na membrana citoplasmática e no processo enzimático, atuando sobre a atividade mitótica e síntese de ATP. Colombo (2013), demonstrou através de estudo comparativo realizado com ratos Wistar, que o uso do Laser 660 nm influênciou a angiogênese, aumentou a deposição de colágeno, reduziu a intensidade inflamatória, preveniu necrose tecidual com consequente cicatrização de feridas. Apesar de diversas literaturas apontarem o uso de intensidades de 3J/cm² a 4J/cm² para cicatrização de feridas, foi evidenciado o benefício em 12 sessões de tratamento no uso da intensidade de 17J/cm², visto que doses inferiores a 35J/cm² não são capazes de efetuar aquecimento nos tecidos. (LOPES, 2011, GUIRRO & GUIRRO, 2004). Neste estudo de caso, mesmo em tempo inferior ao proposto inicialmente, obteve-se uma rápida cicatrização das feridas, evidenciando o uso da intensidade de 17 J/cm² para estimular o processo metabólico na cicatrização de feridas. Conclusão Considerando os resultados obtidos neste estudo, pode-se afirmar que a laserterapia mostrou efeitos positivos na acelerando da cicatrização tecidual através do aumento da vascularização NovaFisio.com.br • 107


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local e formação de tecido de granulação. São necessários novos estudos que forneçam evidências para a prática sobre os mecanismos de funcionamento dos aparelhos de laserterapia de baixa intensidade e os mecanismos fisiológicos que promovem as alterações teciduais. Sugere-se a aplicação deste procedimento em outros indivíduos para aprimoramento da técnica e promoção de melhora das condições de saúde, além de trabalhos mais intensivos na promoção de medidas para alívio da pressão e consequente prevenção das úlceras.

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LEVANTAMENTO ERGONÔMICO DE POSTOS INFORMATIZADOS DA UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - UNIPAC ERGONOMIC LIFTING STATIONS OF COMPUTERIZED UNIVERSITY PRESIDENT ANTONIO CARLOS - UNIPAC

1Nathália da Assunção Ferreira. 1Lidiane Maria Campos. 2Gustavo Abreu Líbero. 2Patrícia Maria de Melo. 2Cláudia Maria Miranda de Figueiredo. 1 Acadêmicas do Curso de Fisioterapia UNIPAC Barbacena. Minas Gerais - Brasil. 2 Professores do curso de Fisioterapia da UNIPAC Barbacena. Minas Gerais - Brasil. NovaFisio.com.br • 109


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RESUMO

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

Introdução as doenças ocupacionais abrangem disfunções do sistema músculo esquelético decorrentes de sobrecarga no trabalho, causando dor, fadiga e queda do rendimento nos afazeres. Como resultado da utilização biomecanicamente incorreta dos músculos, por funcionários que trabalham em postos informatizados, surgem muitas vezes os pontos de gatilho miofaciais, principalmente na região do trapézio. Esses pontos podem causar dor, incapacidade, restrições de movimentos e fraqueza no músculo afetado. Objetivo realizar um levantamento de percepção de condição ergonômica, de postos informatizados e a correlação com a intensidade de escala de dor, através da aplicação de dois questionários. Materiais e Métodos após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa, os indivíduos foram avaliados de acordo com o “checklist” proposto por Couto (2007), para avaliação das condições ergonômicas . Foi utilizado concomitantemente o questionário para mensurar a intensidade da dor e qual a parte do corpo é a mais afetada. A amostra de conveniência foi composta por 32 voluntários alocados em um grupo experimental com idade média de 18 a 55 anos (32,13 ± 9,87 anos). Resultados através do levantamento ergonômico foi possível verificar que os postos informatizados apresentaram uma classificação “Razoável” da condição ergonômica. Apesar de não haver correlação entre a condição ergonômica e o nível de dor, a maioria dos funcionários apresentou nível 2 no escore da Escala de dor. Conclusão torna-se necessário a adequação do mobiliário dos postos de trabalho, concomitantemente a uma implantação efetiva de programas de prevenção e intervenção ergonômica, minimizando assim os efeitos deletérios nos postos de trabalho informatizados.

Introduction occupational diseases encompass disorders of the musculoskeletal system resulting from overwork, causing pain, fatigue and falling incomes in the affairs. As a result of incorrect use of muscles biomechanically by employees working at computer stations often arise myofascial trigger points, especially in the trapezius region. These points can cause pain, disability, restriction of movement and weakness in the affected muscle. Objective to conduct a survey of perceived ergonomic performance, computerized stations and the correlation with the intensity of pain scale, through the application of two questionnaires. Materials and Methods after approval by the Ethics and Research Committee, subjects were evaluated according to the “checklist” proposed by Couto (2007), for evaluating ergonomic conditions. The questionnaire was concomitantly used to measure pain intensity and which part of the body is most affected. The convenience sample consisted of 32 volunteers assigned to an experimental group with a mean age 18-55 years (32.13 ± 9.87 years). Results via ergonomic survey we found that computerized stations showed a classification “Reasonable” ergonomic condition. Although there is no correlation between the ergonomic conditions and the level of pain, most employees had a level 2 in Scale score of pain. Conclusion it is necessary to fit the furniture of jobs concurrently to an effective implementation of prevention and ergonomic intervention programs, thereby minimizing the deleterious effects on computerized workstations.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a saúde do trabalhador pode ser comprometida por agentes agressivos, como ruídos, temperatura, mobiliário e iluminação não adequada. Além disso, as deficiências de fatores ambientais como a falta de atividade muscular, de comunicação com outras pessoas e diversificações em tarefas de trabalho podem influenciar a saúde do trabalhador (CAETANO et al., 2012).

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Keywords: Ergonomics. Trapezius. Muscle tone.

Algumas empresas e instituições não oferecem aos seus funcionários condições ideais para que eles possam desempenhar suas funções corretamente. Com isso, as lesões por esforços repetitivos e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT), tem aumentado cada vez mais. Isto pode levar o funcionário a uma incapacidade parcial ou total para o trabalho (OLIVEIRA, 2007). O termo distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT) é usado para determinar afecções que podem lesar tendões, sinóvias, músculos, nervos, fáscias e ligamentos, de forma isolada ou associada, atingindo principalmente os membros superiores, região escapular, coluna cervical e lombar. Estas afecções são frequentemente relacionadas ao trabalho e podem ser ocasionadas de forma combinada ou não ao uso repetitivo e forçado de grupos musculares e à manutenção de posturas inadequadas (LOURINHO et al., 2011). Movimentos repetitivos e/ou posturas inadequadas durante o período laboral contribuem para um aumento da tensão muscular, principalmente no músculo trapézio, o qual é frequentemente acometido por pontos de gatilho miofaciais (ROCHA; SANCHEZ et al., 2012).


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Com base nesses fatos surge então a ergonomia com o intuito de melhorar estas e outras condições de trabalho insatisfatórias, ajudando na prevenção de LER/DORT, aliviando o desconforto dos trabalhadores e assim aumentando sua produtividade, diminuindo o índice de absenteísmo e consequentemente gerando mais lucro para o empregador (DAHER et al., 2011). Ferracini e Valente (2010) relatam que uma condição ergonômica adequada dos postos de trabalho isoladamente não previne a ocorrência de quadros álgicos nos trabalhadores, entretanto sua associação a uma conscientização prévia sobre a importância de se trabalhar de forma ergonomicamente correta, mostra-se imprescindível para alívio das dores corporais, diminuição dos casos de LER/DORT, aumento da produtividade e maior retorno financeiro para a empresa. A inserção da ginástica laboral na rotina das empresas pode apresentar resultados positivos, tais como, o aumento da disposição para o trabalho e melhoria da qualidade de vida. Dessa forma, este estudo teve por objetivo realizar um levantamento ergonômico de postos informatizados de uma instituição de nível superior, avaliando a presença de tensão no músculo trapézio, através da aplicação de dois questionários, que avaliaram a intensidade da dor e as condições ergonômicas dos postos de trabalho. MATERIAIS E METÓDOS O presente estudo foi aprovado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), Barbacena – MG, sob o parecer número 547.154. O envolvimento dos funcionários somente ocorreu após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido . Como estratégia de recrutamento dos funcionários foi feito um convite oral através dos investigadores envolvidos na pesquisa

e uma explicação detalhada dos procedimentos do estudo, deixando claro que a qualquer momento os funcionários estariam livres para abandonar o estudo sem ônus ou penalidades. Os funcionários foram avaliados em seus próprios locais de trabalho através do ques-tionário para identificar as alterações ergonomicamente incorretas dos mesmos – “Checklist” para análise das condições do posto de trabalho ao computador, proposto por Couto (2007 – Anexo). Também foi utilizado um questionário elaborado e adaptado especificamente para este estudo, para mensurar a intensidade da dor, através da Escala de Faces e qual a parte do corpo é a mais afetada, utilizando-se de uma figura que representa o corpo humano. Neste questionário também foram coletados dados das características da amostra (Anexo). As condições ergonômicas encontradas para cada item do “Checklist” e para todos em conjunto foram assim classificados de acordo com Couto (2007): *Condição ergonômica excelente: 91 a 100% dos pontos. *Boa condição ergonômica: 71 a 90% dos pontos. *Condição ergonômica razoável: 51 a 70% dos pontos. *Condição ergonômica ruim: 31 a 50% dos pontos. *Condição ergonômica péssima: menos de 31% dos pontos. Este questionário avaliou os seguintes itens: cadeira, mesa de trabalho, apoio para os pés, suporte do teclado, porta- documentos, gabinete e CPU (Central Processing Unit – Unidade Central de Processamento), teclado, monitor de vídeo, notebook e seus acessórios, sistema de trabalho,

interação e leiaute e iluminação do ambiente. A cada item se atribui o valor um para “sim” ou “não se aplica” e zero para “não”. Já no questionário para mensurar a intensidade da dor, foi utilizada a “Escala Faces”, na qual existem seis figuras com expressões faciais numeradas de 0 a 5. A “face 0” significa ausência de dor, a “face 1” um pouco de dor, a “face 2” um pouco mais de dor, a “face 3” dor moderada, a “face 4” dor forte e a “face 5” dor máxima (Anexo). Para o fechamento do número da amostra, foi realizado um levantamento junto ao setor de Recursos Humanos da Instituição sobre o número de funcionários que trabalhavam em postos informatizados da UNIPAC – Campus Barbacena e também da UNIPAC Criança, perfazendo um total de 101 voluntários, sendo 64 mulheres e 37 homens com idade de 18 a 69 anos (33,82 ± 10,97 anos). Os funcionários que responderam ao questionário para mensuração da intensidade da dor e qual a parte do corpo é a mais afetada, e que de acordo com os critérios de inclusão apresentaram dor na região do trapézio, foram selecionados para a realização da pesquisa, chegando assim, a amostra final do estudo. A amostra foi de conveniência e composta por 32 voluntários de ambos os sexos, com idade média de 32,13 anos, que foram alocados em um único grupo experimental. Todos os funcionários exercem funções administrativas nos postos e dependem majoritariamente do computador para a realização de suas tarefas, porém são encarregados de outras atividades intercaladas como atendimento telefônico e ao público, carimbam documentos, organizam atividades, arquivos e participam de reuniões. Estes funcionários desempenham suas NovaFisio.com.br • 111


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funções em uma carga horária de 8 horas diárias, totalizando 40 horas semanais. Como critérios de inclusão foram selecionados funcionários que trabalhavam em postos informatizados da UNIPAC e que apresentaram dor na região do trapézio. Já para os critérios de exclusão a utilização foi de funcionários que não trabalhavam em postos informatizados, que não apresentaram dor na região de trapézio e que não possuíam doenças osteomusculares ou articulares. Foram realizadas quatro visitas, sendo a primeira destinada ao recrutamento dos funcionários através de um convite oral e uma palestra de conscientização da melhor postura nos postos de trabalho, com duração de 120 minutos. Na segunda visita, foi realizado o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido e explicação detalhada da pesquisa, durante aproximadamente 180 minutos. Já na terceira e quarta visitas foram aplicados os questionários, com um tempo de 300 minutos em cada visita. ESTATÍSTICA Foi utilizada a análise descritiva como média, desvio padrão, valores mínimos e máximos para as variáveis idade e índice de massa corporal (IMC). Para as variáveis da amostra e dos itens avaliados no Questionário de Couto foi realizada a distribuição categórica por valores absolutos e porcentagem de ocorrência. Após testado a normalidade dos dados (Shapiro Wilk), em seguida, foi utilizado o teste t de Student para comparar as médias significativas dos escores para Dor e Condição Ergonômica. Adicionalmente, para investigação das correlações entre as variáveis, foi utilizado o teste de correlação de Pearson. Para todos 112 • NovaFisio.com.br

os testes, foi considerado o valor de p < 0,05. Os dados foram analisados pelo software Statistical Package for the Social Science (SPSS 19.0 for Windows®). RESULTADOS Participaram deste estudo indivíduos de ambos os sexos (n=32), sendo 22 do sexo feminino e 10 do sexo masculino. Todos os funcionários trabalhavam em setores informatizados da UNIPAC Barbacena e apresentavam idade compreendida entre 18 e 55 anos (32,13 ± 9,87 anos) relacionados em apenas um grupo. Neste contexto percebeu-se que a maioria dos funcionários 68,75% não são praticantes de atividades, enquanto 31,25% praticavam atividade física. Destes 84,70% não eram fumantes e 15,30% são fumantes. O setor que apresentou maior número de funcionários foi o Financeiro. Estes dados estão contidos na Tabela 01.

Ta b e l a 0 1 . Va l o r a b s o l u t o e porcentagem das variáveis da amostra. Entre os entrevistados a média, desvio padrão, mínimo e máximo do Índice de Massa Corpórea (IMC) e a idade estão demonstrados na Tabela 01. Para IMC a média encontrada (24,23±3,82) foi classificada dentro de um padrão de normalidade, apresentando médio risco de comorbidades, conforme as Diretrizes Brasileiras de Obesidade 2009/2010.


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Tabela 02. Valores de mínimo, máximo, média e desvio padrão da Idade e IMC da amostra.

Gráfico 01. Distribuição da amostra (n=32) de acordo com o IMC encontrado.

As condições de “um pouco mais de dor” (0,09±0,29), “dor moderada” (0,44±0,50) e condição ergonômica “razoável” (0,44±0,50) e “ruim” (0,41±0,49) apresentaram resultados significativos (p<0,005) no teste t de Student. Estes dados estão demonstrados no gráfico 02. Gráfico 02. Média dos Valores da Escala de Dor x Condição Ergonômica.

Gráfico 01. A amostra (n=32) apresentou uma distribuição de IMC sendo classificada a maioria dos sujeitos (n=22) com peso normal, seguidos dos que apresentaram sobrepeso (n=9) e um sujeito (3%) estava abaixo do peso. Neste estudo buscou-se discutir as variáveis de vários itens, associados às condições ergonômicas dos setores através da análise de verbalização dos funcionários, obtidas por meio das entrevistas, realizadas com estes colaboradores através do Questionário de Couto, demonstradas na tabela 02. Os resultados comprovam que alguns itens se destacaram com positividade, como “Avaliação do teclado” com 71,8% e “Avaliação do gabinete e CPU” com 78,1%, ambos apresentando classificação excelente. Outros itens se destacaram, entretanto com uma classificação negativa, como no caso da “Avaliação da Mesa de Trabalho” e “Avaliação do Suporte do Teclado” ambos classificados em “Razoável” com uma porcentagem de 40,6% e também o item “Avaliação do apoio para os pés” que apresentou 43,7% sendo classificados como “Péssima”.

Gráfico 02. Médias significativas da Escala de Faces e da Condição Ergonômica para escores: Pouco Mais de dor, Dor Moderada e Condição Ergonômica Razoável e Ruim (p<0,005). Os entrevistados responderam a questões relacionadas a Escala de Dor e Percepção da Condição Ergonômica, em que, para escala de dor as condições variavam de dor máxima até nenhuma percepção de dor e com relação à condição ergonômica, de excelente a péssima conforme demonstrado o gráfico 03. Para realização da comparação desses resultados não existiram diferenças significativas. Gráfico 03. Comparação dos Escores da Escala Analógica de dor vs. percepção da Condição Ergonômica dos entrevistados dos setores informatizados da UNIPAC Barbacena. Não foram encontrados resultados significativos (p>0,50).

Tabela 03. Itens avaliados do Questionário de Couto nos setores informatizados da UNIPAC. NovaFisio.com.br • 113


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dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – D.O.R.T. Av a l i a n d o - s e o s 3 2 p o s t o s d e trabalho, observou-se que apenas um apresentou condição ergonômica “excelente”, três apresentaram condição ergonômica “boa”, quatorze “razoável”, treze “ruim” e somente um apresentou “péssima” condição ergonômica. Nos estudos de Haas; Henrique e Demarzo (2008) realizado em uma unidade básica de saúde (UBS) da Prainha, em Florianópolis-SC, no qual foram avaliados 13 postos de trabalho, encontrou-se os seguintes resultados: nenhum possuía condições ergonômicas classificadas como “boas” ou “excelentes”, onze apresentaram condições ergonômicas “razoáveis” e dois foram classificados como “ruins”. DISCUSSÃO As DORT causam considerável impacto na vida dos trabalhadores e têm uma repercussão socioeconômica significativa. Estima-se que dois terços dos empregados em países industrializados usam computador em sua atividade. Mais de 50% referem sintomas musculoesqueléticos no pescoço e membros superiores (LACERDA et al., 2005). Entretanto, Moreira et al. (2007) afirmam que o computador, por si só, não é responsável por nenhuma doença física ou psicológica. Porém, a postura incorreta adotada pelo usuário é um fator de grande relevância e pode provocar problemas como fadiga ocular e intelectual, dores musculares e LER/DORT (tendinites, bursites, entre outros). Neste estudo, os 32 funcionários pesquisados apresentaram dor na região do trapézio superior com uma porcentagem de 37,5% no item “um pouco mais de dor”, correspondendo ao item 2 na Escala de Faces para a avaliação da intensidade da dor. Para Santos et al. (2012), a presença de pontos gatilho, principalmente na região do trapézio, pode levar à perda da produtividade e consequente 114 • NovaFisio.com.br

incapacidade biopsicossocial, reduzindo a qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Dos funcionários que responderam aos questionários, 68,75% não praticavam atividade física. Esses dados encontram-se similares aos estudos de Grande et al. (2013) realizada com 190 trabalhadores, no qual a proporção de sedentarismo encontrada foi entre 64-70% nas empresas investigadas. Entretanto, no estudo realizado por Candotti et al. (2011) com 116 trabalhadores de um banco público, demonstrou que 52,6% (n=61) dos trabalhadores praticavam atividade física orientada pelo menos duas vezes por semana e 47,4% (n=55) não a praticavam. Entre os entrevistados neste estudo, o valor da média do índice de massa corporal foi de 24,23 sendo classificada, de acordo com as Diretrizes de Obesidade (20092010) em peso normal com médio risco de comorbidades. Quanto ao tabagismo, 15,30% dos funcionários eram fumantes. Para Santos et al. (2007), a obesidade, estresse, tabagismo, etilismo e o sedentarismo são fortes fatores contribuintes para o surgimento e/ou agravamento

Quanto aos itens pesquisados do “checklist” de Couto (2007), a avaliação da cadeira apresentou empate nas condições “razoável” e ”ruim”, com 25% cada uma. E com relação à avaliação da mesa de trabalho, o resultado encontrado foi que 40,6% dos funcionários a classificaram como razoável. Já Moreira et al. (2007), ao realizar um estudo com 64 funcionários da Universidade Federal de Viçosa, encontraram os seguintes resultados ao avaliar a mesa de trabalho e a cadeira: 75% estavam satisfeitos com sua mesa, porém 25% a consideram inadequada e para 78% a cadeira é confortável e adequada, contra 22% que consideram a mesma desconfortável e inadequada para sua saúde. A avaliação do apoio para os pés obteve maior porcentagem (43,7%) na condição ergonômica “péssima”, sendo que 28,1% dos funcionários nem utilizavam este utensílio. Estes resultados vão de encontro aos estudos de Haas; Henrique e Demarzo (2008), no qual foi observado que nenhum posto de trabalho apresentou apoio para os pés, nem quaisquer outros itens de


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sua avaliação. Na pesquisa de Pires, Solano e Araújo (2013), os resultados encontrados foram parecidos: através da análise dos dados, a menor parte dos entrevistados, composta por 20% (n=3), utilizavam apoio para os pés e a maioria, 80% (n=12), não. Já na avaliação do porta-documentos, a “péssima” condição ergonômica apresentou maior porcentagem (31,2%), porém uma porcentagem ainda maior (37,5%) foi correspondente aos funcionários que não faziam uso deste utensílio. Na análise ergonômica feita por Ferreira; Shimano e Fonseca (2009) com 20 funcionários percebese que não foi fornecido suporte para documentos, de modo que a cervical realizava movimentos de inclinação, rotação e flexão excessivos para a transcrição de dados. Neste estudo a avaliação do teclado, do gabinete e CPU foi classificada com condição ergonômica “excelente”, apresentando como valores de porcentagem 71,8% e 78,1%, respectivamente. Em contrapartida, nos estudos de Haas; Henrique e Demarzo (2008) foram observados que o teclado apresentou algum tipo de formato não tradicional e que o gabinete ocupava espaço exagerado no posto de trabalho e ainda transmitia calor excessivo para o corpo do trabalhador. Com relação à avaliação do sistema de trabalho, 37,5% dos funcionários classificaram este item com uma “ruim” condição ergonômica, ou seja, a grande maioria dos funcionários não realizavam as pausas recomendadas durante a jornada de trabalho. É o que também aconteceu na pesquisa de Moreira et al. (2007), uma vez que 60,94% dos funcionários afirmaram realizar pausas somente para ir ao banheiro, tomar água ou café; 12,50% realizam pausas somente para a realização de outras tarefas do escritório, como atendimento telefônico e ao público e 26,56%

disseram não realizar nenhum tipo de pausa. Para Salam e Mejia (2012) é muito importante usar bem as oportunidades de pausas, pois estas ajudam na recuperação de estruturas músculoesqueléticas, evitando a cronicidade e as sequelas. Por isso, o empregado precisa ser estimulado a afastar-se do seu posto de trabalho nesta hora e praticar pequenos exercícios de distensionamento muscular. Re a l i z a n d o a a n á l i s e d e s t e s resultados consegue-se perceber que a prevenção e promoção de saúde por parte da empresa é a melhor maneira de cuidar da saúde do trabalhador, com ações capazes de criar ambientes ergonomicamente adequados e saudáveis. Medidas preventivas representam menor custo se comparadas ao tratamento de um trabalhador doente e ainda previnem o absenteísmo (LELIS et al., 2012). Ferreira; Shimano e Fonseca (2009) relatam a importância de uma intervenção ergonômica específica em conjunto com um trabalho de educação em ergonomia e participação ativa do funcionário, a fim de reduzir o desconforto, principalmente da extremidade s u p e r i o r, e m o p e r a d o r e s d e computador. Orientações sobre doenças ocupacionais, saúde e segurança no trabalho, ergonomia, bem como incentivos à prática de atividade física ou ginástica laboral também devem ser realizados. A ginástica laboral consiste na realização de atividades voltadas para as necessidades do trabalhador, praticadas no ambiente ocupacional e direcionadas, principalmente, para a musculatura mais requisitada durante a jornada de trabalho. Esta ginástica pode contribuir preventivamente e terapeuticamente para a saúde do trabalhador, promovendo a qualidade de vida por meio do desenvolvimento

da percepção corporal, das questões posturais e na prevenção dos processos dolorosos (BRITO; MARTINS 2012). Dessa forma, tendo como base os dados apresentados nesta pesquisa, sugerese que novos estudos sejam realizados sobre os benefícios e as vantagens da ergonomia. Ademais, recomendase a adoção de um programa de prevenção de ginástica laboral com pausas, exercícios respiratórios e alongamentos musculares e a aquisição de equipamentos e matérias que busquem a adequação ergonômica ao posto de trabalho informatizado. Essas medidas podem contribuir para a redução do absenteísmo dos funcionários por motivo de doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho, bem como para promover o aumento do bem-estar e da produtividade dos funcionários durante a realização de suas atividades. CONCLUSÃO Dessa forma, foi possível verificar que através do levantamento ergonômico, os postos informatizados apresentaram uma classificação “Razoável” da condição ergonômica. Neste estudo, 32 funcionários apresentaram tensão no músculo trapézio e predomínio no sexo feminino. Apesar de não haver correlação entre a condição ergonômica e o nível de dor, a maioria dos funcionários apresentou nível 2 no escore da Escala de Faces. Mediante estes resultados, tornase necessário a adequação do mobiliário dos postos de trabalho concomitantemente a uma implantação efetiva de programas de prevenção e intervenção ergonômica, minimizando assim os efeitos deletérios nos postos de trabalho informatizados. REFERÊNCIAS BIGONGIARI, A. et al. Análise da atividade eletromiográfica de superfície de pontos gatilhos miofasciais. Revista Brasileira NovaFisio.com.br • 115


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EFEITOS BENÉFICOS DA POSIÇÃO PRONA PARA O SISTEMA RESPIRATÒRIO EM RECÉM-NASCIDO PRÉTERMO: UM RELATO DE CASO BENEFICIAL EFFECTS OF THE PRONE POSITION FOR RESPIRATORY SYSTEM IN PRE-TERM NEWBORN: A CASE REPORT

BRUNO THADEU ALVIM GUEDES1 1 Pós-graduação Lato Sensu de Fisioterapia em UTI Neonatal e Pediátrica, Faculdade Redentor – RJ / Interfisio, Rio de Janeiro, Brasil.

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Resumo

Abstract

INTRODUÇÃO

Contextualização: O posicionamento é um recurso fisioterapêutico muito utilizado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal que beneficia o sistema respiratório, assim como facilita o sistema neuropsicomotor.

Background: The position is a physical therapy device widely used in Neonatal Intensive Care Unit that benefits the respiratory system, as well as facilitates the neuropsychomotor system.

Objetivo: Avaliar os efeitos benéficos da posição prona no padrão ventilatório e na oxigenação no Recém-Nascido (RN) Pré-Termo.

Objective: To evaluate the beneficial effects of the prone position on ventilatory pattern and oxygenation in preterm newborn (NB).

Método: Trata-se de um relato de caso. RN de codinome X., vindo do centro obstétrico, idade gestacional de 28 semanas, capurro corrigido de 36 semanas e 6 dias (data: 08/01/2013), peso de 1135 gramas (02/01/2013), apgar 7/9 e parto cesáreo. Durante o tratamento fisioterapêutico, foi realizada a inspeção e a ausculta pulmonar do paciente, o qual se encontrava ativo, reativo, corado, hidratado, murmúrio vesicular diminuído universalmente sem ruídos adventícios, drive respiratório regular, boa expansilidade torácica, sem sinais de desconforto respiratório, FC = 157 batimentos por minuto e SatO2 = 93%.

Method: This is a case report. NB codenamed X., coming from the obstetric center, gestational age of 28 weeks, corrected capurro 36 weeks and 6 days (date: 08/01/2013), weight 1135 grams (02/01/2013), apgar score 7/9 and cesarean section. During physical therapy, inspection and auscultation of the patient, which was active, reactive, color, hydrated, universally diminished breath sounds without adventitious sounds, regular respiratory drive, good chest expansion without signs of respiratory distress were performed, HR = 157 beats per minute, SpO2 = 93%

A forma e a maior complacência da parede torácica do recém-nascido (RN), o diferem do adulto, acarretando certa desvantagem na mecânica respiratória com maior instabilidade da caixa torácica, aumento do trabalho respiratório e diminuição da capacidade residual funcional (CRF). Os arcos costais do RN são cartilaginosos e horizontalizados, o diâmetro anteroposterior é maior em relação aos adultos, a musculatura intercostal é menos desenvolvida e o diafragma é mais horizontalizado, tendo o seu ângulo de inserção na caixa torácica mais horizontal, e com isso dificulta o mecanismo de alavanca durante a contração muscular tornando a respiração menos eficiente. Adicionalmente, como o bebê passa grande parte do tempo em sono REM, durante o qual os músculos intercostais estão inibidos, havendo uma respiração paradoxal, e dessa maneira os RNs estão suscetíveis à fadiga e insuficiência respiratória 1, 2, 3.

Resultados: Após examinar o RN, foi realizada aspiração em vias aéreas superiores, contendo secreção +++/4+ semi-espessa esbranquiçada. Durante as condutas realizadas alterou-se a FiO2 para 0,35, com o objetivo de se manter SatO2 acima de 90%. O RN se manteve estável no momento e após os procedimentos realizados. Ao final do atendimento foi realizado o reposicionamento do RN de supino para prono. Em prono, o RN mantevese em sono profundo, com melhor incursão diafragmática, SatO2 = 98% (com FiO2 = 0.21) e frequência cardíaca de 150 bpm. Conclusão: Conclui-se, portanto, que o posicionamento em prono é benéfico ao RN pré-termo no que se refere à melhora da ventilação pulmonar e oxigenação.

Results: After examining the NB, aspiration was performed into the upper airways, containing secretion +++/4+ semi-thick whitish. During the conduct undertaken the FiO2 was altered to 0.35, with the goal of keeping SpO2 above 90%. The NB was stable at the moment and after the procedures performed. At the end of respiratory therapy, repositioning NB supine position (SP) for ventral or prone position was performed. At the end of care, RN repositioning from supine to prone position was performed. In prone, the RN remained in deep sleep with better diaphragmatic incursion, SpO2 = 98% (FiO2 = 0.21) and heart rate of 150 bpm. Conclusion: It is concluded that the positioning in prone is beneficial to preterm infants in relation to improved lung ventilation and oxygenation.

O RN prematuro também exibe como característica uma hipotonia global em razão da imaturidade do sistema neuromotor. Dessa maneira, não tem o contrapeso do tônus muscular flexor para compensar a progressão normal do tônus muscular extensor, apresentando desequilíbrio entre os grupos musculares e limitações quanto à manutenção da postura em flexão fisiológica, observada nos RN a termo 4. O posicionamento é um recurso fisioterapêutico que beneficia o aparelho respiratório, assim como facilita o desenvolvimento neurossensorial e psicomotor. É muito utilizado nas Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), tornandose fundamental na assistência à criança e ao RN, principalmente ao prematuro 5. A utilização do posicionamento NovaFisio.com.br • 127


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terapêutico é recente. Em 2003, foi ressaltada a importância da adoção do posicionamento terapêutico na UTIN, já que a restrição da mobilidade associada à postura prona ou supina pode resultar em alterações transitórias do tônus muscular, afetando até RNs prematuros sem doenças neurológicas 6. A ação da gravidade sobre a musculatura hipotônica e a restrição dos movimentos espontâneos, associados ao posicionamento incorreto no leito, influenciam os estágios finais do desenvolvimento das articulações e do sistema musculoesquelético, podendo resultar em deformidades e anormalidades transitórias do tônus muscular 1. Os elementos posturais anormais mais observados nesses RN são flexão plantar com eversão dos pés, extensão e rotação externa dos membros inferiores, hiperextensão cervical e de tronco, retração escapular, rotação externa e elevação de ombros 1. O posicionamento tem o objetivo favorecer a mecânica ventilatória, minimizando os fatores predisponentes do RN à fadiga, concentrando-se o mínimo de esforço respiratório e dispensando menos energia. A alternância entre decúbitos com certa frequência, ocorrendo entre 2 a 4 horas e posicionar corretamente o bebê pode melhorar a função pulmonar, prevenindo acúmulo de secreções, funcionando com um estímulo para a parede torácica e facilitando a reexpansão pulmonar em áreas atelectasiadas, além de estimular o desenvolvimento neurossensorial e psicomotor do bebê. É de extrema importância o fisioterapeuta estar sempre atento de como o neonato se comporta perante a uma nova posição 6, 7, 8. Em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor, o posicionamento em prono facilita a uma postura mais flexora, pela ação da gravidade, e o 128 • NovaFisio.com.br

RN permanece mais tempo em estado de sono quieto, além de minimizar os efeitos do refluxo gastroesofágico e reduzir os riscos de aspiração. Entretanto, o posicionamento da cabeça pode alterar a resistência ao fluxo aéreo, por deformação das vias aéreas superiores e do tubo endotraqueal, além de limitar a excursão abdominal por tempo prolongado, podendo aumentar o trabalho respiratório 3, 7. Outros benefícios que a posição prona proporciona ao RN incluem: o aumento da saturação periférica de oxigênio (SpO2), melhora da PaO2, diminuição da fração de shunt, redução da mortalidade na SARA severa, aumento do volume corrente (VC), redução do número de apnéias centrais, menor necessidade de reintubação de recémnascidos pré-termo em desmame de ventilação mecânica, favorece o desmame, redução do fechamento alveolar ao final da expiração e uma relação ventilação/perfusão mais uniforme 1, 7, 8. O efeito fisiológico mais importante da posição prona é a melhora da oxigenação, que pode ser conferida a vários mecanismos, podendo ocorrer isolados ou associados, como a diminuição da redistribuição da ventilação alveolar e perfusão, além de fatores que levam a atelectasia, melhorando dessa maneira as trocas gasosas 8. A maioria dos RNs toleram a posição prona sem grandes complicações, porém podem ocorrer edemas subcutâneos, extubação acidental, perda de acesso vascular, hipotensão, taquicardia supraventricular, vômitos e arritmias 8, 9. Não há contra indicações absolutas relacionadas à posição prona, entretanto existem situações divergentes como: instabilidade hemodinâmica grave, presença de drenos na região anterior do tórax ou abdômen, edema cerebral

ou hipertensão intracraniana (contraindicação relativa), esternotomia recente, hipotensão grave, arritmias graves, presença de lesões vértebro-medulares, edema pulmonar cardiogênico, hemorragia a l v e o l a r, c i r u r g i a s a b d o m i n a i s recentes, extensas lesões de pele e queimadura facial ou ventral do corpo 1, 8. As indicações para o paciente ser posicionado em prono são insuficiência respiratória aguda (IRA) com hipoxemia persistente, necessidade de FiO2 ≥ 60%, PEEP ≥ 10 para manter SatO2 ≥ 90%, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), lesão pulmonar aguda (LPA), edema pulmonar e colapso alveolar 9. Segundo para a American Academy of Pediatrics (1992), o posicionamento em prono para o RN a termo sadio, não é recomendado devido a associação desta posição à morte súbita 8. Pa r a s e p r o m o v e r o c o r r e t o posicionamento utilizam-se coxins em forma de rolos, que elevam o tórax e a pelve, e facilitam a dinâmica diafragmática. A cabeça deve estar lateralizada e bem posicionada de forma a impedir a hiperextensão cervical, os membros superiores (MMSS) flexionados e expostos na lateral do corpo, as mãos próximas à face e os membros inferiores (MMII) flexionados e apoiados. Os pés devem ser mantidos em posição neutra sobre o rolo, para evitar possíveis deformidades em eversão 1. Ocorrendo agitação do RN, deve-se saber o seguinte: se a causa não é de origem fisiológica, realizar manobras de contenção, aconchegar ou tapar, segurar na mão ou permitir agarrar algo, aproximar os braços da linha média segurando-os juntos, oferecer oportunidades de sucção, mudar de posição 10. Este estudo tem por objetivo trazer um relato de caso que aponte os efeitos


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benéficos na ventilação pulmonar do RNPT relacionados ao posicionamento em prono e desta forma contribuir para o conhecimento científico desta posição na diminuição de possíveis complicações respiratórias. MÉTODOS O presente estudo foi realizado na UTI Neonatal do Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL), com o RN de codinome X., vindo do centro obstétrico, com idade gestacional (IG) de 28 semanas, IG (capurro) corrigida de 36 semanas e 6 dias (data de 08/01/2013), peso de 1135 gramas (02/01/2013), apgar 7/9 e parto cesáreo. Os dados maternos colhidos foram idade materna (30 anos), Gesta III, com história de dois abortos provocados. As patologias maternas são as seguintes: doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), sangramento no 2º trimestre e a centralização fetal. A data de nascimento do RN foi 08/11/2012 às 19:15, sendo a internação na mesma data às 19:25, por ser prematuro extremo e com insuficiência respiratória. O resultado do ecocardiograma realizado em 12/12/2012 foi canal arterial fechado e forame oval patente. O RN estava fazendo uso de diurético e de nebulização com Pulmicort. Além disso, a quantidade de plaquetas (102.000 em 24/12/2012) no resultado de exame de sangue também foi de grande importância nos dados colhidos. A história clínica do RN é a seguinte: reanimado na sala de parto (SP), necessitando de ventilação com pressão positiva e máscara seguida de intubação orotraqueal e ventilação mandatória intermitente sincronizada; extubação orotraqueal acidental (13/12/2012); ventilação mandatória intermitente sincronizada não invasiva (NIPPV); CPAP nasal (19/12/2012); apnéia (24/12/2012); NIPPV

(01/01/2013); troca de respirador; CPAP nasal (com 5 cmH2O FiO2=0,21). O mesmo apresentou períodos de apnéias recorrentes, sendo a última ocorrida na data de 06/01/2013, além de ter sido diagnosticado com displasia broncopulmonar. O estudo de caso foi realizado na data de 08 de janeiro de 2013 com o RN ventilando no ventilador mecânico Bennett 840 em modo espontâneo (com PEEP 5 cmH2O FiO2=0,21), na qual foram realizados procedimentos fisioterapêuticos como mobilização de membros superiores e inferiores (MMSS e MMII) e ombros, alongamento da musculatura respiratória (ECOM, peitoral maior, escalenos), propriocepção diafragmática, estimulação sensorial e labiríntica, e vibração torácica. Na observação visual e na ausculta pulmonar realizado antes dos procedimentos fisioterapêuticos observou-se o seguinte: o RN se encontrava ativo, reativo, corado, hidratado, murmúrio vesicular diminuído universalmente sem ruídos adventícios, drive respiratório regular, boa expansibilidade torácica, sem sinais de desconforto respiratório (DRP), FC = 157 batimentos por minuto (bpm) e SatO2 = 93%.

0,21, com melhora da oxigenação (SatO2 = 98%) e frequência cardíaca na faixa de normalidade (150 bpm) (Fig.1, Fig.2). Observou-se neste estudo, que o RN obteve uma melhora do quadro ventilatório e da instabilidade hemodinâmica estando de acordo com alguns trabalhos realizados 1, 6, 7, 8. Algumas complicações como, por exemplo, edemas subcutâneos, arritmias, vômitos e hipotensão que podem acontecer de acordo com alguns autores 8, 9, não foram observadas neste presente estudo, sendo notado que o RN manteve um sono tranquilo e a frequência cardíaca na faixa de normalidade. Conforme os artigos 1, 10, para um posicionamento adequado e com o mínimo de estresse, deve fazer um coxim em forma de rolo para ser colocado embaixo da parede torácica, elevando o tórax e a pelve, lateralizando a cabeça para o lado direito, mãos próximas à face e membros flexionados, o que também foi presenciado neste artigo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Após os procedimentos realizados acima, foi realizada aspiração em vias aéreas superiores (AVAS), contendo secreção +++/4+ semi-espessa esbranquiçada (SEE). Durante as condutas realizadas alterou-se a FiO2 para 0,35, com o objetivo de a SatO2 se manter acima de 90%. O RN se manteve estável no momento e após os procedimentos realizados.

Fig.1 – RN X. posicionado em prono Fig.2 – RN X. posicionado em prono

Foi, então, realizado o reposicionamento do RN de decúbito dorsal (DD) para decúbito ventral ou prono, mantendo o sono quieto, com melhor incursão diafragmática, e permitindo o retorno da FiO2 para NovaFisio.com.br • 129


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Não houve divergências entre o estudo realizado e os artigos pesquisados no que se refere aos benefícios do posicionamento em prono em RNs. CONCLUSÃO No atendimento realizado constatouse a importância do posicionamento em prono em RN pré-termo, onde se observou a melhora da oxigenação, que poderia nesse caso estar atribuída a melhor incursão do diafragma, além de permanecer mais tempo em sono profundo e com menor desorganização corporal. Conclui-se, portanto que a posição prona é benéfica ao RNPT no que se refere à melhora da ventilação pulmonar e consequentemente da oxigenação. REFERÊNCIAS 1. Lahóz ALC, Nicolau CM, Paula LCS, Juliani RCTP. Fisioterapia em UTI Pediátrica e Neonatal. 1ª ed. Barueri – SP. Ed. Manole; 2009. 2. Behrman RE, Kliegman RM, Jenson HB, Nelson WE. Tratado de Fisioterapia. 17ª ed. Rio de Janeiro – RJ. Ed. Elsevier; 2005. 3. Oliveira TG, Rego MAS, Pereira NC, Vaz LO, França DC, Vieira DSR, Parreira VF. Posição prona e diminuição da assincronia tóraco-abdominal em recém-nascidos prematuros. J. Pediatr. (Rio J). 2009;85(5):443-448. 4 . S i l v a Q F. O b e n e f í c i o d o posicionamento dos RN’s de alto risco em seu desenvolvimento neuromotor, 2010. Disponível em: < http://www. santafisio.com/> 5. Costa CRLM, Pacheco MTT. O posicionamento dos recém-nascidos em UTI Neonatal. Disponível em: < http://biblioteca.univap.br/> 6. Souza TG, Stopíglia MS, Baracat ECE. Avaliação neurológica de recémnascidos pré-termo de muito baixo peso com displasia broncopulmonar. 130 • NovaFisio.com.br

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Palavras-chave: Atividade física, força muscular e corrente russa.

GANHO DA FORÇA MUSCULAR COM USO DA CORRENTE RUSSA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA GAIN MUSCLE STRENGTH USING CURRENT RUSSIAN: LITERATURE REVIEW

RODRIGUES JÚNIOR, Paulo André.1 1 Educador Físico e Fisioterapeuta, Discente da Pós Graduação em Fisiologia do Exercício e Treinamento para Grupos Especiais da Faculdade Leão Sampaio (FLS). E-mail: pauloandre1984@hotmail.com NovaFisio.com.br • 131


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Resumo

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1 INTRODUÇÃO

Introdução: A força muscular é um fator importante para a manutenção das capacidades funcionais do homem. Neste sentido, observa-se que os fisioterapeutas vêm se dedicando a programas de fortalecimento muscular para restabelecer a funcionalidade ou prevenir patologias. Dentre os vários tipos de programa de fortalecimento muscular, destaca-se a Eletroestimulação Neuromuscular (EENM). Objetivo: Mostrar a melhora da força muscular com uso da corrente russa, baseando-se em estudos e pesquisas comparandoos para uma melhor proposta de tratamento na melhora do nível de força. Material e Métodos: O presente artigo foi fundamentado em pesquisa bibliográfica, sendo previamente selecionados 46 artigos publicados na língua portuguesa no período de 2003 a 2013 utilizando como fonte de pesquisas as bases de dados scielo, lilacs, bireme, periódicos e livros. Discussão: A eletroestimulação neuromuscular tem sido usada há muitos anos na reabilitação, em especial no tratamento de músculos desnervados, atrofias musculares ou para aumento de força muscular. Na literatura podem apresentar certa divergência entre vários autores. As grandes musculaturas foram abordadas pela maioria dos autores, que enfatizam o ganho de trofismo e consequentemente o aumento no nível da força muscular com o trabalho associado à corrente russa, porém nenhum experimento, com técnicas e parâmetros específicos ou protocolo que comprovem a terapêutica adotada, foi descrita. Conclusão: O ganho de força muscular foi visto na maioria dos estudos como satisfatório, tornando a utilização desta corrente importante para melhores resultado, contudo, as diferenças metodológicas utilizadas nos vários estudos tornam bastante heterogêneas.

Introduction: Muscle strength is an important factor for the maintenance of functional abilities of man. In this sense, it is observed that the physiotherapists were engaged on muscle strengthening programs to restore function or prevent diseases. Among the various types of musclebuilding program, highlights the Neuromuscular electrostimulation (NMES). Objective: The aim of this literature review was to show the improvement of muscle strength using the roller chain, based on studies and research comparing them to better treatment proposal in the improvement of the level of force. Material and Methods: This article was based on a literature review, we selected 46 articles previously published in Portuguese in the period 2003 to 2012 using as a source of research data bases scielo, lilacs, bireme, periodicals and books. Discussion: Neuromuscular electrical stimulation has been used for many years in rehabilitation, especially in the treatment of denervated muscles, muscle atrophy or increase muscle strength. In the literature may have some disagreement between various authors. The large musculature were addressed by most authors, who emphasize the gain of tropism and consequently the increase in muscular strength with the work associated with roller chain, but no practical experiment with techniques and specific parameters or protocol proving the adopted therapy was described. Conclusion: The gain in muscle strength was seen in most studies as satisfactory, making the use of this important current for best results, however, methodological differences used in many studies make it quite heterogeneous.

A força muscular é um fator importante para a manutenção das capacidades funcionais do homem. Neste sentido, observa-se que profissionais da área de saúde vêm se dedicando a programas de fortalecimento muscular para restabelecer a funcionalidade ou prevenir patologias (MAFRA e OLIVEIRA, 2010).

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Keywords: Physical activity, muscle strength and roller chain.

Segundo Ghorayeb (2004), os exercícios resistidos são realizados contra uma resistência gradual, seja realizado por meios de molas, elástico, ou o método mais comum que é a utilização por pesos. Para maximizar os benefícios do exercício resistido utiliza-se a Eletro Estimulação Neuro Muscular (EENM), que é descrita por Brasileiro e Salvino (2004) como a ação de estímulos elétricos terapêuticos, aplicados sobre o tecido muscular, através do sistema nervoso periférico íntegro. A eletroestimulação neuromuscular de média frequência ou corrente russa é uma técnica baseada na estimulação elétrica dos ramos intramusculares: os moto neurônios, que vem sendo utilizado como um recurso adicional para reabilitação envolvendo o tratamento de hipotrofias, espasticidade, contraturas e na aquisição de aumento de força (BORGES et al, 2007). Cabe dizer que nos últimos anos, diversas pesquisas, dentre elas os realizados por Borges et al (2007), Brustolin, Briel e Guerino (2008) e Evangelista et al (2003), têm avaliado os efeitos da EENM na recuperação da força e do trofismo muscular, entretanto, com algumas divergências em relação a sua a indicação, protocolo de uso e eficácia. Um dos aspectos que impedem essa avaliação é a dificuldade em se comparar os resultados de diferentes estudos apresentados na literatura, realizados com parâmetros distintos, tanto no que se refere à EENM, quanto aos


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protocolos de exercício utilizados (BRASILEIRO e SALVINI, 2004). O objetivo desta revisão bibliográfica é mostrar a melhora da força muscular com uso da corrente russa, baseandose em estudos e comparando-os visando uma melhor proposta na melhora dos níveis de força muscular. Acredita-se que a estimulação com a corrente russa associada a exercícios resistidos seja mais eficiente e eficaz no recrutamento de um maior número de fibras musculares, assim provocando um maior ganho de força muscular que os meios de terapias aplicadas separadamente. 1.2 Músculo esquelético: características fisiológicas da força muscular Os autores Powers e Howley (2005), explica que o corpo humano é composto aproximadamente por mais de 600 músculos esqueléticos, compostos de 75% de água, 20% proteínas e 5% de sais inorgânicos e minerais dos quais representam cerca de 50% do peso corporal. Dentre suas funções estão: geração de força para locomoção e respiração, geração do controle postural e produção de calor durante a exposição ao frio. De acordo com a definição de Wyer e Davis (2006), força muscular é a capacidade máxima de um músculo gerar tensão, sendo diretamente proporcional à capacidade contrátil dos músculos, que por sua vez depende da quantidade de proteína contrátil nas fibras musculares, e da capacidade de recrutamento de unidades motoras. Para o início da contração muscular é necessária à chegada de um impulso nervoso a junção neuromuscular. O neurônio motor será o responsável pela liberação da acetilcolina, um neurotransmissor que tem como função unir-se a placa motora, dessa união resulta a despolarização da célula muscular (MCARDLE,KATCH,2003).

Os autores Mcardle, Karch e Katck (2003) afirmam que essa despolarização vai gerar um potencial de ação, atingindo o retículo sarcoplasmático, liberando o cálcio para unir-se com a troponina, após essa junção ocorre uma mudança na posição da tropomiosina fazendo os sítios ativos da actina ficarem expostos, permitindo uma forte ligação entre as proteínas, esse ciclo é constante durante a contração, será interrompido quando houver uma ausência de estímulo nervoso, fazendo o cálcio voltar para o reticulo sarcoplasmático. A energia gerada para contração muscular é derivada da degradação da molécula de ATP (adenosina trifosfato) em ATPase pela enzima miosina. (GUYTON e HALL, 2006). Segundo Guyton e Hall (2006), nem todos os estímulos são eficientes para desencadear um potencial de ação. Para ser um agente eficiente, o estímulo tem que ter uma intensidade adequada e durar tempo suficiente para igualar ou exceder o limiar básico de excitação da membrana, este potencial de ação é interrompido, quando ocasionalmente, este alcança um ponto da membrana, que não gera uma voltagem suficiente para estimular a área adjacente da membrana o que é possível através da estimulação elétrica. Lianza (2001), explica que a estimulação elétrica no fortalecimento muscular pode fazer com que quase todas as unidades motoras, constituídas por um neurônio motor simples e a fibra muscular que este inerva, em um músculo, se contraiam de forma sincronizada, algo que não pode ser conseguido na contração voluntária. Isso permitiria o desenvolvimento de contrações musculares mais fortes, acompanhada de uma maior hipertrofia muscular, com o uso da estimulação elétrica. Wyer e Davis (2006) afirmam ainda que os exercícios resistidos são aqueles

realizados contra uma resistência gradual, através de repetições e séries. As repetições são os movimentos sequenciais realizados sem pausas, uma série é o conjunto dessas repetições seguidas por um período de descanso, estes exercícios são os mais recomendados para ganho de força muscular, os mais eficientes para aumentar o volume dos músculos, processo de hipertrofia. Os efeitos fisiológicos desencadeados na musculatura durante o período de treino de força incluem os fatores neurais, o aumento muscular e a hipertrofia. No início do treinamento é observado um aumento de força, que está diretamente relacionada às adaptações neurais e não a hipertrofia, essas adaptações incluem um aumento do recrutamento de unidades motoras e uma maior sincronia de descarga dessas unidades (WYER E DAVIS, 2006). 1.3 Corrente Russa Há várias décadas, especialistas em Fisioterapia, Medicina Esportiva e Fisiologia do Exercício têm expressado o seu interesse na utilização de estímulos elétricos como coadjuvante dos exercícios, na cura de enfermidades e na melhora do condicionamento físico humano. (BRASILEIRO e SALVINI, 2004). Segundo Adel (1993 apud BRIEL, PINHEIRO; LOPES, 2003, p. 208), para estimular fibras musculares profundas, deve-se utilizar corrente elétrica de média frequência. A corrente de média frequência é uma corrente cuja frequência situa-se entre 1.000 e 10.000 Hertz (Hz). A Corrente Russa é descrita como uma corrente de média frequência por apresentar parâmetros de 2500 Hz, modulada em 50 Hz, intercalada por períodos de 10 milissegundos (ms), sem estes parâmetros a corrente não flui. Esta frequência encontra-se distribuída em uma corrente alternada NovaFisio.com.br • 133


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e polifásica, de característica senoidal produzida em um modo de burst ou quadrada, com pulso variando de 50 a 250 microssegundos (μs) (EVANGELISTA, 2003). De acordo com Fuirini Júnior (2003), para a utilização da corrente russa analisa-se o tipo de fibra muscular a ser estimulada e a modulação de corrente. Por exemplo, em fibras tônicas, ou seja, de contração lenta utilizam-se parâmetros de 20 a 30 Hz e nas fibras fásicas ou de contrações rápidas de 50 a 120 Hz. Deve-se também analisar o tempo de contração e repouso, onde o tempo de contração se assemelha com a quantidade de peso que damos a um exercício resistido, sendo diretamente proporcional, assim quanto maior o tempo, maior a resposta com relação ao volume e tônus, este tempo de contração deve ser aplicado de forma crescente, respeitando a condição metabólica do músculo, evitando um gasto energético excessivo (acidose tecidual), devemos sempre perseguir este tempo em todas as aplicações e sempre tender e evoluir, até um limite fisiológico (Fuirini Júnior, 2003). 2 Materiais e Métodos O presente artigo foi fundamentado em pesquisa bibliográfica, que de acordo com Furasté (2006), ocorre por meio do manuseio de obras, impressas ou capturadas via internet. Para a coleta de dados foi utilizados um levantamento eletrônico de artigos nacionais. Tendo como proposta mostrar os estudos referenciados sobre o ganho de força muscular com uso da corrente russa. Os artigos foram pesquisados nas bases de dados eletrônicos Scientific Electronic Library Online – Scielo, onde foram encontrados 1.586 artigos relacionados à atividade física, 562 relacionados à força muscular e 05 relacionados à corrente russa, foram analisados 26 artigos e desses, 05 134 • NovaFisio.com.br

artigos se enquadraram nos objetivos propostos da pesquisa. Pesquisados na Biblioteca Virtual em Saúde – Bireme foram encontrados 90.314 artigos relacionados à atividade física, 13.534 relacionados à força muscular e 15 relacionados à corrente russa, foram analisados 32 artigos e desses, 14 artigos se enquadraram nos objetivos propostos da pesquisa. Pesquisados no Google Acadêmico foram encontrados 371.000 artigos relacionados à atividade física, 39.000 relacionados à força muscular e 31.500 relacionados à corrente russa, foram analisados 37 artigos e desses, 26 artigos se enquadraram nos objetivos propostos da pesquisa. E também na versão eletrônica da Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício foram encontrados 66 artigos relacionados à atividade física, 39 relacionados à força muscular e 01 relacionado à corrente russa, foram analisados 06 artigos e desses, 01 artigo se enquadrou nos objetivos propostos da pesquisa. Dentre 101 artigos analisados somente 46 deles foram selecionados para o desenvolvimento da pesquisa, pois os mesmos alcançaram e se enquadraram no objetivo proposto neste estudo. Os artigos foram publicados nos períodos de 2003 a 2013.

motora. A alteração do nível de força muscular, conforme os autores, está envolvida no aumento do número de unidades motoras recrutadas e no aumento também do número de unidades motoras estimuladas ao mesmo tempo. De acordo com o estudo de Grillo e Simões (2003), concluíram que as terapêuticas encontradas na literatura podem apresentar certa divergência entre vários autores, em função dos protocolos utilizados nos programas de eletroestimulação o que podem influenciar nos resultados, entre outros fatores, como a frequência, a intensidade e a relação entre o tempo de contração e repouso. No estudo de Briel, Pinheiro e Lopes (2003), a terapêutica adotada verificou a influência da corrente russa no ganho de força e trofismo muscular dos flexores no antebraço não dominante em testes de dinamometria, com indivíduos saudáveis e idade entre 18 e 35 anos, mostrou que em 10 sessões de estimulação com a corrente russa por 15 minutos no período de 30 dias houve uma amostra satisfatória para o aumento do trofismo e ganho de força muscular, descritos na tabela 1. Tabela 1 – Médias do teste de dinamometria

3 Discussão Segundo Mödlin e colaboradores (2005), a eletroestimulação neuromuscular tem sido usada há muitos anos na reabilitação, em especial no tratamento de músculos desnervados, atrofias musculares ou para aumento de força muscular. Pereira e Gomes (2003) mostram que a força muscular não depende somente da massa muscular, depende também dos componentes neurais e do recrutamento do número de unidade

Brasileiro e Salvini (2004) analisaram os efeitos da estimulação elétrica neuro muscular em quatro diferentes grupos experimentais: estimulação


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elétrica, estimulação elétrica associada ao exercício voluntário, exercício isométrico voluntário e grupo controle, os mesmos identificaram um aumento significativo de força muscular em todos os três grupos, quando comparado ao grupo controle. No estudo de Orlandi (2005), a terapêutica adotada foi a aplicação da corrente russa, durante 12 sessões com duração de 20 minutos cada, 03 vezes por semana, associada ou não ao exercício resistido em mulheres jovens, com idade entre 17 e 24 anos, subdivididas em três grupos, cada grupo contendo seis participantes, sendo o primeiro grupo, o grupo experimental A (realizou-se a aplicação da corrente russa associada ao exercício resistido), o segundo; o grupo experimental B (realizou-se somente a aplicação da corrente russa) e o terceiro grupo; o grupo experimental C (realizou-se somente o exercício resistido). Foi observado um aumento na força nos grupos 1 e 2, em média, de 1,67 e 1,83 kg respectivamente e o grupo 3 com 0,50 Kg, em média, não existindo um aumento significativo para o estudo. Demonstrando pouca efetividade no estudo.

Tabela 2 – Resultados das variações da força muscular (média única) entre os grupos A e B e grupos A e C, em Kg. Em estudo realizado por Maior e Ferreira (2006), estudo foi composta por 15 homens, voluntários, aparentemente saudáveis, com idades médias entre 20 e 30 anos. O objetivo desse estudo é investigar como reagem os indivíduos submetidos à aplicação prévia ao teste de 10 Repetições Máximas (RM) da eletroestimulação com corrente russa e do aquecimento

específico, comparando os ganhos de força entre ambos. Os resultados mostraram não haver diferença significativa entre a eletroestimulação e o aquecimento ao teste de 10 repetições máximas. Em ambos os casos, foram detectados ganhos de força de forma independente, tais como: 1) na EE, a produção de força ocorreu pelo maior impulso elétrico, que gera uma contração isométrica involuntária em relação ao músculo a ser contraído voluntariamente; e 2) no AQ, o aumento da redistribuição do sangue e o aumento da irrigação dos músculos garantem o suprimento de O2, favorecendo o metabolismo muscular e a familiarização com o movimento específico do exercício. Santos, Nicolau e Pacheco (2006), explicam que o treinamento com a corrente russa a articulação pode ser isolada e o trabalho de força muscular pode ser realizado isoladamente, com estimulação elétrica das fibras tipo II B (fibras de contração rápida) antes das fibras do tipo I (fibras de contração lenta) como é o caso da contração voluntária, o que aumentaria o vigor da contração e consequentemente a potência muscular.

No estudo de caso desenvolvido por Brustolin, Briel e Guerrido (2007) a pesquisa explicou o efeito da corrente russa sobre o trofismo do grupo muscular quadríceps em um atleta, jogador de futebol, com hipotrofia crônica do quadríceps direito devido ao afastamento de seis meses das suas atividades atléticas pós-lesão, mostrou em 20 sessões, num período de 07 semanas, sendo 03 aplicações semanais um ganho médio de 2,4 centímetros de massa muscular, mostrando um trabalho satisfatório no

que diz respeito ao ganho de trofismo muscular. Em seus estudos, Parada (1995, apud BRIEL, PINHEIRO; LOPES, 2003, p. 209) demonstrou que apenas dez sessões foram suficientes para promover hipertrofia no grupo muscular extensor do joelho em 3,5 centímetros em 10 sessões iniciais mostrando que no estudo de Brustolin, Briel e Guerrido (2007) depois das 10 sessões o aumento foi menor que nas primeiras 10 sessões. Silva et al (2007) também pesquisando a utilização da corrente russa, associada ou não ao treinamento de força, percebeu aumentos significativos nas medidas perimétricas da coxa direita e esquerda, distal e proximal, apenas no grupo que realizou simultaneamente o treinamento e as aplicações de corrente russa, não sendo significativo nenhum resultado obtido no grupo que somente realizou o treinamento de força, o que não implica que o aumento perimétrico esteja associado ao aumento susceptível da força muscular. No estudo de Macedo, Buck e Cavalli (2008), analisaram comparativamente a eletroterapia de média frequência e baixa frequência no fortalecimento muscular do quadríceps em homens e mulheres sedentárias através da dinamometria isocinética. A pesquisa foi realizada com 18 mulheres e 18 homens, na faixa etária de 18 a 30 anos. Os indivíduos foram divididos em três grupos: o grupo A (n=12) foi submetido à aplicação da eletroterapia de média frequência “Corrente Russa” no membro inferior mais fraco, o grupo B (n=12) foi submetido à aplicação da eletroterapia de baixa frequência no membro inferior mais fraco e o grupo C (n=12) constituindo-se do grupo controle. Os grupos A, B e C foram subdivididos em A1 e A2, B1 e B2 e C1 e C2. Os grupos A1, B1 e C1 foram constituídos por mulheres e o A2, B2 e C2 foram constituídos por homens. Ambos os grupos foram submetidos NovaFisio.com.br • 135


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a aplicações de eletroestimulação durante 6 semanas, 3 sessões semanais de 15 minutos cada. Os indivíduos foram avaliados e reavaliados através da dinamometria computadorizada isocinética. Após o término da aplicação do protocolo e reavaliação, observou-se que a corrente de baixa frequência aumentou mais força muscular do que a corrente de média frequência em ambos sexos, porém o fortalecimento de ambos grupos foi significativo comparados ao grupo controle. Pilonetto e Bozza (2010) comparou o aumento da força muscular por isometria, associada ou não à estimulação russa, com 14 mulheres, sendo divididas em dois grupos um com treino de isometria e o outro isometria associada a corrente russa, foram realizados doze atendimentos, três vezes por semana em dias intercalados, constando um aumento significativo nos indivíduos que associaram a isometria com a corrente russa. O grupo onde os indivíduos treinaram somente isometria teve uma média de ganho de 3,12kg/f e no grupo que realizou associada à corrente russa obtiveram uma média de ganho 7,48kg/f..

Gráfico 1 - Média do aumento de força do grupo que treinou só com isometria. Gráfico 2 - Aumento da média de força do grupo que treinou isometria associada à corrente russa.

Pernambuco, Carvalho e Santos (2013) analisou 21 indivíduos do sexo feminino, com idade entre 19 e 27 anos, altura entre 1,58 e 1,72 m, peso entre 50 e 70 kg e IMC entre 19,83 e 24,91. Foram submetidos a 30 sessões de estimulação com corrente russa sobre o músculo reto abdominal, cada sessão teve duração de 15 minutos e foram realizadas 5 vezes por semana, durante 6 semanas consecutivas. O exercício associada à eletroestimulação, de fato incrementa o ganho de força e proporciona hipertrofia muscular em menor tempo do que o exercício físico tradicional. Em relação à força muscular Roberto (2006), diz que a associação das técnicas traz resultados mais satisfatórios por que além de ativar todas as fibras musculares simultaneamente as ativa de forma ordenada ativando inicialmente as fibras lentas e posteriormente as rápidas. Sendo assim, os tempos de resposta de uma fibra lenta são maiores que os de uma fibra rápida, com o que se pode afirmar que as fibras lentas necessitam tempos de impulsos mais longos que as rápidas e frequências mais baixas. Grandes musculaturas foram abordadas pela maioria dos autores, que enfatizam o ganho de trofismo e consequentemente o aumento no nível da força muscular com o trabalho associado à corrente russa, porém poucos experimentos práticos, com técnicas e parâmetros específicos ou protocolos que comprovem fidedignamente sua eficácia. O que torna menos consistentes as conclusões para esses tipos de resultados relacionados à eletro estimulação neuro musculares. Os resultados da presente pesquisa bibliográfica não podem ser considerados como definitivos. No entanto, podem ajudar a divulgar experiências clínicas entre fisioterapeutas, educadores físicos, fisiologistas e profissionais da área

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afinco, os quais atuam utilizando técnicas de eletroestimulação. A partir disto podem gerar hipóteses para serem investigadas em pesquisas futuras, fornecer material para o ensino da profissão, motivar a prática profissional e auxiliar a formular parâmetros e guias de práticas clínicas. Considerações Finais Várias pesquisas vêm sendo realizadas com a corrente russa aplicada isoladamente ou associada aos exercícios físicos no fortalecimento dos músculos esqueléticos, como um recurso coadjuvante no ganho de força muscular. Através dos resultados mostrados nesta pesquisa, o ganho de força muscular, foi visto na maioria dos estudos como satisfatório, tornando a utilização desta corrente importante para melhores resultado, contudo, as diferenças metodológicas utilizadas nos vários estudos tornam bastante heterogêneas e não permitem conclusões consistentes quanto às frequências, tempo de aplicação e número ideal de sessões. Este estudo proporcionou uma revisão bibliográfica mostrando uma modalidade ou terapêutica a mais no ganho de força muscular, entretanto pesquisas práticas são necessárias para que se consiga comprovar a real eficácia da eletroestimulação neuromuscular no ganho de força muscular. REFERÊNCIAS BORGES F. S. et al. Parâmetros de modulação na eletroestimulação neuromuscular utilizando corrente russa. Rev. Fisioterapia Ser. v. 2, p.110. 2007. BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Disponível em: < rrrrrree44r4>. Acesso em: 02 nov. 2012.


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ANÁLISE ERGONÔMICA DO MOBILIÁRIO UNIVERSITÁRIO DO ALUNO

ERICKSSON WESCLEY SUALLIS VITORIANO DA SILVA VINICIUS CARVALHO NovaFisio.com.br • 139


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1 INTRODUÇÃO No processo educacional a mobília escolar, tem papel fundamental na capacidade do aprendizado. No Brasil os parâmetros dimensionais do conjunto mesa e cadeira escolar são definidos pela Norma 4006 da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, que se caracteriza como o instrumento de medidas ergonômicas da mesa e cadeira escolar relacionadas às medidas antropométricas dos escolares. Tornase importante analisar o posto de trabalho educacional, ou seja, sua mobília escolar. É nela que o estudante permanecerá de 3 a 4 horas por dia na posição sentada, executando suas atividades de aprendizado onde, mesas e cadeiras impróprias, levarão às posturas inadequadas, prejudiciais à fisiologia humana (PEREIRA, 2001). O resultado desta pesquisa irá propiciar uma ampla visão sobre a verdadeira importância do mobiliário para com os estudantes das redes de ensino da Faculdade Mauricio de Nassau. Podendo ser levada em consideração como um todo, a nível informativo e discursivo. O assunto abordado na pesquisa é de suma importância no contexto atual, pois com a facilidade de ingresso em faculdades, percebemos que as instituições de ensino recebem centenas de alunos anualmente. Aprofundaremos o assunto ao longo da pesquisa, tirando todas as possíveis dúvidas a respeito do mobiliário adequado para o estudante. O mobiliário escolar, juntamente com outros fatores físicos, é notadamente um elemento da sala de aula que influi circunstancialmente no desempenho, segurança, conforto e em diversos comportamentos dos alunos (Moro et al., 1997). O mobiliário, em função dos requisitos da tarefa, determina a configuração postural dos usuários e define os esforços, dispêndios e constrangimentos - elementos 140 • NovaFisio.com.br

essenciais para a adoção de comportamentos diversos - estabelecidos numa jornada de trabalho em sala de aula, além de manter vínculo restrito com a absorção do conhecimento (Nunes et al., In Rangé, 1995). 2 METODOLOGIA 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA É uma pesquisa descritiva, pois tem como principal objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno. Utilizando-se de técnicas padronizada de coleta de dados, como por exemplo, o uso de questionários. 2.2 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA Os dados foram coletados na sala de aula do 5º período do curso de bacharel em Fisioterapia do turno da noite da Faculdade Mauricio de Nassau, unidade João Pessoa – PB, essa avaliação foi pesquisada com o total de 16 alunos que se encontravam presentes no dia da pesquisa. 2.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Tabela: Modelo de questionário adaptado de COUTO (1995, v. 1.) 2.4 PROCEDIMENTOS O estudo realizado tem como base o desconforto relatado pela turma de fisioterapia 5º período da faculdade Mauricio de Nassau. Iniciamos com uma


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pesquisa de campo questionando as principais queixas apresentadas. O estudo foi realizado com alunos da turma em questão, em seguida podemos elaborar uma tabela de perguntas envolvendo situações vivenciadas no dia-a-dia dos estudantes. Dezesseis de um total de vinte alunos participaram da pesquisa, respondendo as dezesseis perguntas. 2.5 ANÁLISES DOS DADOS A análise do estudo é apresentada por tabelas e gráfico, onde pode-se observar que a grande maioria dos entrevistados se queixam de dores e desconfortos envolvendo as regiões da coluna e pescoço. Os dados foram armazenados em uma planilha do Microsoft Office Excel 2007 sob análise descritiva simples. Em relação ao questionário denominado “Verificação da qualidade ergonômica das cadeiras”, realizou-se a análise de dados com o intuito de saber as principais queixas dos alunos entrevistados. Também com o uso de gráficos e imagens. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Segundo dados colhidos foram avaliados 16 alunos até o item 13 onde 12 mulheres de 1 homem se queixaram de alguma dor progressiva, diferentemente dos outros 4 entrevistados, não se queixam de nenhuma dor progressiva. Como resultado uma insatisfação muito preocupante, aonde o índice de queixas chegou a 81,25% dos alunos estudados, queixando-se de má adaptação, desconforto e o principal, às dores lombares e cervicais que predominantemente um agravo de lesões por má postura ao mobiliário pesquisado que foi a cadeira universitária, conforme figura 1.

CADEIRAS ATUAIS UTILIZADAS NA FACULDADE MAURICIO DE NASSAU. Com exceção de algumas atividades, as cadeiras devem possuir espaldar (encosto) de tamanho médio. Uma maior superfície de apoio garante uma melhor distribuição do peso corporal, e um melhor relaxamento da musculatura. É recomendável ainda, que as cadeiras não tenham braços (o apoio deve estar nas mesas, para garantir um apoio correto) e o revestimento deve ser macio e com forração em tecido rugoso.

ESTUDANTES DA FACULDADE MAURICIO DE NASSAU - JOÃO PESSOA (JORNALISMO) Fonte: comunicacao.mauriciodenassau.edu.br NovaFisio.com.br • 141


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Palavras-chave: ergonomia, antropométrica, universitária.

Carteira universitária com assento e encosto injetados em polipropileno. especificar se é para uso de alunos canhotos ou destros ASSENTO E ENCOSTO * Assento e encosto em formato ergonômico injetados em polipropileno virgem, cor a ser definida, com cavidades para acomodação dos glúteos e superfície com textura para reduzir deslizamentos. * Assento: 390 mm (largura mínima) x 420 mm (profundidade mínima). * Encosto: 350 mm (largura mínima) x 150 mm (extensão vertical mínima). * Ângulo de inclinação do assento para trás: 5º. * Ângulo entre o assento e o encosto: 98º. * Preferencialmente, sistema de fixação à estrutura não-aparente, para dificultar o acesso dos usuários, evitando o desprendimento com facilidade e prematuramente. PRANCHETA * Prancheta com dimensões mínimas de 300 mm (largura) x 600 mm (profundidade), em MDP ou MDF de 18 mm, revestido com BP na face inferior e laminado melamínico de alta pressão acabamento brilhante na face superior. Sendo que área mínima útil retangular seja de 210 mm x 297 mm (Tamanho normatizado A4). Com formato que facilite a entrada do aluno na carteira e proporcione a utilização de notebook. Distância do chão a parte mais alta da prancheta deverá ser de 750 mm com ângulo de inclinação de 7º para trás. * Fixação da prancheta com buchas metálicas e parafusos. * Bordas revestidas com fita de PVC ou ABS, com raio mínimo de 2,5 mm.

* Nas partes metálicas prever furos internos na estrutura para drenagem do líquido de tratamento. Aplicar tratamento anticorrosivo que assegure resistência à corrosão em câmara de névoa salina de no mínimo 300 horas, em uma atmosfera conforme especificação da NBR 8094 e pintura eletrostática a pó, tinta híbrida Epóxi/ Poliéster, polimerizada em estufa, espessura mínima de 40 micrometros, na cor a ser definida. * Porta objeto na mesma cor e material da estrutura, em grade sob o assento. Frente com dianteira recuada em relação à borda frontal do assento e anteparo anti-queda. * Um gancho com 45 mm de superfície plana útil e a 60 mm do chão, soldado na estrutura para que sirva de suporte para bolsas e mochilas. (opcional)

o período que estão em sala de aula, a instituição de ensino precisa estar equipada com mobiliário que seja adequado ergonomicamente as necessidades de cada estudante.

A cadeira universitária executiva adapta facilmente ao aluno pela sua estrutura bem trabalhada e angulações correta segundo Caderno de especificação de mobiliário, com a utilização desse imobiliário a diminuição de LER – lesão por esforço repetitivo e má postura.

1. OLIVEIRA, Juliana Mendes. Analise ergométrico do mobiliário escolar visando a definição de critérios. Minas Gerais, 2006 p,23; 52. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal de Viscosa.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pa r a q u e o s a l u n o s p o s s a m desempenhar suas atividades diminuindo a ocorrência de fadiga e stress corporal causado durante

Trata-se também de uma questão de prevenção, pois investindo em saúde e qualidade de vida dos estudantes no presente, não será necessário investir em auxílio doença no futuro. A obtenção destes dados se faz importante para que possamos direcionar os gestores na escolha do mobiliário mais adequado as necessidades dos alunos, e com isso diminuir consideravelmente os problemas causados pela má postura. REFERÊNCIAS

2. DINIZ, Clélio Campolina. Caderno de especificação de mobiliário. Minas Gerais, 2011. p.52. Disponível em http://www.ufmg.br/dpfp/ cadernodemobiliario. Acesso em: 08 Mai. 2013. 3. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1997). Móveis escolaresAssentos e mesas para instituições educacionais - Classes e dimensões, NBR 14006. Rio de Janeiro.

ESTRUTURA

4. MORO, Antônio Renato Pereira. Ergonomia da sala de aula: constrangimentos posturais impostos pelo mobiliário escolar. Buenos Aires. 2005. Disponível em http://www. efdeportes.com/efd85/ergon.htm. Acesso em: 15 de Mai. 2013.

* Estrutura confeccionada em aço carbono SAE 1010/1020, chapa 16 (1,5 mm), com quatro apoios injetados em nylon ou polipropileno no piso.

5. Disponível em: http://www. ergonomia.com.br/htm/dicas. htm#cadeira. Acesso em: 15 de Mai. 2013..

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O BRINCAR NA ROTINA DA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL

Marina Amorim Marinho Braga, Zodja Graciani PIVIC Mackenzie

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RESUMO

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

A paralisia cerebral é uma desordem do encéfalo imaturo cuja lesão, não progressiva, pode ocorrer nos períodos peri, pré ou pós natais e causar sequelas relacionadas ao desempenho motor e à postura. A repercussão funcional pode ser significativa e limitar as atividades de vida diária, a locomoção, o desempenho escolar, relacionamento e/ou lazer. As tarefas utilizadas no tratamento fisioterápico de crianças com Paralisia Cerebral podem ser facilitadas pelo brincar, já que este pode ser um meio de motivação para a criança durante o processo terapêutico. A utilização de recursos lúdicos, os estímulos e motivação gerados pelo mesmo, despertam a vontade na criança de realizar a tarefa e exercícios propostos, tornando assim, a terapia mais proveitosa, interessante e prazerosa. A criança com PC pode apresentar dificuldades em diversas atividades, incluindo o brincar por diversos fatores. Para tanto, neste estudo foram avaliadas dez crianças com diagnóstico de Paralisia Cerebral, de ambos os sexos e com idade entre 4 e 10 anos, no qual os pais ou responsáveis aceitaram participar do estudo. Realizou-se uma entrevista semi-estruturada por meio de dez questões (sendo 8 de múltipla escolha e 2 dissertativas) com os pais ou cuidadores de dez crianças, que abordavam o papel do brincar na rotina da criança com Paralisia Cerebral. Ao final do estudo conseguiu-se observar que o comprometimento motor e consequente mobilidade reduzida dificultam o manuseio de objetos e o interesse. Além disso, necessitam de maior incentivo e auxilio para interagir e brincar.

Cerebral palsy is a disorder of the immature brain whose injury, nonprogressive, can occur in peri, pre or post natal periods and cause sequelae related to engine performance and posture. The functional consequences can be significant and limit activities of daily living, mobility, school performance, relationship and / or pleasure. The tasks used in physical therapy for children with cerebral palsy can be facilitated by play, since this can be a means of motivation for the child during the therapeutic process. The use of recreational resources and the incentives and motivation generated by it, awakens desire in the child to perform the task proposed and exercises, thus making it more profitable, interesting and enjoyable therapy. A child with CP may experience difficulties in various activities, including play by many factors. Hence, in this study, ten children diagnosed with cerebral palsy, of both sexes and aged between 4 and 10 years, in which parents or guardians agreed to participate were evaluated. We performed a semi-structured interview using ten questions (with 8 multiple choice and 2 essay) with parents or caregivers of ten children, that addressed the role of play in routine child with Cerebral Palsy. At the end of the study could observe that the play has a key role in the development of children.

Paralisia Cerebral (PC) é uma desordem do encéfalo imaturo cuja lesão, não progressiva, pode ocorrer nos períodos peri, pré ou pós natais e causar sequelas relacionadas à postura e o desempenho motor. A repercussão funcional prejudicial pode ocorrer nos mais variados graus de acordo com a extensão e local da lesão encefálica (SANTOS, et al., 2011). Os principais fatores pré-natais contemplam as malformações encefálicas e as infecções congênitas do grupo STORCHA (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e HIV). Estes últimos são responsáveis por 11% dos casos (ROTTA, 2002). Entre os fatores perinatais destacamse a asfixia perinatal, icterícia grave, deslocamento prematuro da placenta e fatores mecânicos, como utilização de fórceps, compressão da cabeça no canal de parto. Os fatores pós-natais ocorrem aproximadamente até os dois primeiros anos de vida, os mais importantes são as meningites, as lesões traumáticas e tumorais, sendo 7% dos casos (GONÇALVES, 2011). As áreas do Sistema Nervoso Central afetadas e a extensão da lesão determinam as alterações e o grau de acometimento que a criança terá. As alterações mais comuns são: padrões específicos que interferem no desempenho funcional das crianças. Os distúrbios motores são frequentemente associados a alterações sensoriais, cognitivas, visuais, no aprendizado, epilepsia, entre outros (SOUZA, 2011). A PC é classificada de duas formas, de acordo com o tipo clinico (espástico, atetóide, atáxico, hipotônico e misto), e de acordo com a distribuição topográfica a saber: hemiparesia que compromete apenas um hemicorpo, diparesia que acomete principalmente os membros inferiores, e a tetraparesia que acomete os quatro membros (OLIVEIRA et al., 2010). A alteração de tônus muscular e distúrbio da motricidade são manifestações que ocorrem na criança

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KEYWORDS: Cerebral Palsy, Play and playthings, physical therapy specialty.


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com PC, e influenciam o desempenho no dia a dia, na locomoção, alimentação, higiene pessoal e comunicação. Em alguns casos pode dificultar, também, a integração na comunidade e escola (SOUZA, 2011). As tarefas e exercícios utilizados no tratamento fisioterápico de crianças com Paralisia Cerebral podem ser realizados por intermédio do brincar, já que este pode ser um meio de motivação para a criança durante o processo terapêutico (ZAGUINI et al., 2011). Os elementos que compõem o brincar são: o sensorial (olhar, tocar e pegar objetos), motor (movimentos e reações praticados durante o brincar), cognitivo (clareza quanto ao funcionamento dos objetos), afetivo (expressão, senso de humor, prazer, inciativa, curiosidade), social (compartilhar os brinquedos com outros, considerar a opinião do outro, esperar sua vez) (GONÇALVES, 2011). A utilização de recursos lúdicos, os estímulos e motivação gerados pelo mesmo, desperta a vontade na criança de realizar a atividade proposta, em busca de novas descobertas e exploração do seu próprio corpo, tornando assim a terapia mais proveitosa, interessante e prazerosa. Entretanto, a criança com PC pode apresentar dificuldades em diversas atividades, incluindo o brincar por diversos fatores como: barreiras no acesso ao brinquedo, dificuldades no manuseio do mesmo, relações interpessoais e condições ambientais (GONÇALVES, 2011). O brincar é considerado muito importante na vida das crianças com PC, pois através da manipulação de diferentes tipos, formas, texturas, tamanhas e pesos de objetos, melhoram a capacidade motora. Considerando a importância do brincar na motivação e estimulação de crianças com paralisia cerebral, faz-se necessário um estudo que qualifique as brincadeiras rotineiras como sendo um ato relevante no desenvolvimento dessas crianças.

OBJETIVO Verificar o perfil do brincar na rotina da criança com paralisia cerebral. MÉTODO Neste estudo transversal realizou-se uma entrevista com os pais ou cuidadores de dez crianças com diagnóstico de Paralisia Cerebral, de ambos os sexos e com idade entre quatro e dez anos que frequentavam a Clinica de Fisioterapia da Universidade Presbiteriana Mackenzie localizada na av. Mackenzie, 905. Tamboré. Barueri. Após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie todos os entrevistados receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e a Carta de Informação ao Sujeito que informavam sobre os objetivos da pesquisa, procedimentos a serem desenvolvidos e lhes assegurou: a perspectiva acadêmica e científica do estudo; o sigilo quanto aos dados coletados; o direito dos mesmos de se retirarem da pesquisa a qualquer momento sem prejuízo algum; além de garantir-lhes o acesso aos dados do estudo. A entrevista semiestruturada contemplou dez questões (8 de múltipla escolha e 2 dissertativas) relacionadas ao papel do brincar na rotina da criança com Paralisia Cerebral. Para caracterização da amostra utilizou-se o GMFCS (Sistema de Classificação da Função Motora Grossa) e o MACS (Sistema de Classificação Manual). O GMFCS tem por objetivo classificar a função motora grossa da criança com ênfase no movimento de sentar e caminhar por meio de cinco níveis motores presentes em cada uma das quatro faixas etárias (0 a 2 anos, 2 a 4 anos, 4 a 6 anos e 6 a 12 anos), caracterizando o desempenho motor da criança ao levar em consideração diferentes contextos como casa, escola e espaços comunitários (HIRATUKA, 2010). O nível 1 corresponde às crianças que são totalmente independentes, ou seja, conseguem andar sozinhas dando passos largos e subir escadas segurando algum objeto. O nível 2 corresponde às crianças que são independentes também, mas andam em passos menores e precisam de corrimãos para subir escadas. O nível 3 corresponde àquelas que têm uma moderada incapacidade, necessitando do auxílio de muletas ou cadeiras de rodas para se locomoverem, mas conseguem guiar ambos sozinhos. O nível 4 corresponde às crianças que são quase totalmente dependentes, e só se locomovem por meio de cadeira de rodas motorizadas. O nível 5 são crianças totalmente dependentes e somente se locomovem por meio de cadeira de rodas com apoio cervical, empurrado por alguém (CHAGAS, 2008). O propósito do Sistema de Classificação Manual (MACS) é prover um método sistemático para classificar as crianças com paralisia cerebral em relação a como usam suas mãos quando manipulam objetos nas atividades diárias. MACS está baseado nas habilidades manuais que são iniciadas voluntariamente, com ênfase particular na manipulação de objetos no espaço pessoal do indivíduo (espaço imediato e próximo do corpo a uma distância de objetos que não o alcance) (SPOSITO, 2010). Os níveis estão descritos na tabela abaixo (Tabela 1): Tabela 1. Níveis escala MACS.

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Os dados recolhidos foram considerados qualitativos, por serem fenômenos descritivos relacionados a pessoas, locais e conversas (MEIRINHOS e OSÓRIO, 2010). RESULTADOS E DISCUSSÃO Das dez crianças participantes verificou-se que a media de idade foi de 6 anos, sendo que 40% das crianças tinham 4 anos de idade (N=4), 30% tinham 6 anos, e 30% tinham de 7 a 10 anos. Quanto ao sexo, observou-se que 10% era do sexo masculino (n=1) e 90% do sexo feminino (n=9). Quanto à gravidade comprometimento motor, tônus, topografia, verificou-se que 50% apresentavam quadriparesia espástica grave, 20% diparesia espastica moderada, 10 % diparesia espastica grave, 10% quadriparesia atáxica, 10% quadriparesia atetóide moderada. Já em relação à força muscular de MMSS, 70% tinham força diminuída e 30% tinham força normal; força de MMII 90% tinham força diminuída e 10% tinham força normal. Quanto a escala GMFCS, observou-se que 60% das crianças se encaixaram no nível 5. Na escala MACS, observou-se que 30% das crianças se encaixaram nos níveis 4 e 5. Com relação ao lugar onde brincam, observou-se que 90% das crianças brincam em casa, exceto 1 que não brinca. Brinquedos favoritos observou-se que 90% das crianças gostam de brinquedos com sons e somente 20% gostam de brinquedos de encaixe. Igualmente, 80% brincam com os pais e somente 30% brincam com os vizinhos (Tabela 2). Com relação a quem orientou para brincar com a criança, 30% foram orientadas por terapeuta ocupacional. Com relação às terapias que as crianças fazem, 100% fazem fisioterapia e somente 20% fazem fonoaudiologia (Tabela 2). Tabela 2: Caracterização do brincar.

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Com relação aos elementos visuais, 80% das crianças tem muito interesse. Com relação aos elementos táteis, 50% das crianças tem muito interesse. Com relação aos elementos vestibulares, 80% das crianças tem muito interesse. Com relação aos elementos auditivos, 90% das crianças tem muito interesse. Com relação aos elementos olfativos, 30% das crianças tem muito interesse, pouco e nenhum interesse (Tabela 3). Tabela 3: Caracterização do interesse geral da criança.

Com relação a apertar/soltar um objeto, 50% das crianças tem pouco interesse e 60% das crianças fazem a atividade sozinha, mas com dificuldade. Com relação a pegar um objeto, 60% das crianças têm muito interesse e 50% das crianças fazem a atividade sozinha e com eficácia. Com relação a segurar um objeto, 60% das crianças têm muito interesse e 50% das crianças fazem a atividade sozinha e com eficácia. Com relação a bater um objeto, 50% das crianças têm muito interesse e 50% das crianças fazem a atividade sozinha, mas com dificuldade. Com relação a soltar um objeto, 40% das crianças têm muito e pouco interesse e 50% das crianças fazem a atividade sozinha, mas com dificuldade. Com relação a segurar objeto em cada mão, 30% das crianças tem muito ou nenhum interesse e 40% das crianças não fazem a atividade sozinha. Com relação a jogar bola, 50% das crianças não têm interesse e 50% das crianças não fazem a atividade sozinha. Com relação a expressar sentimentos durante a brincadeira, 80% das crianças expressam muitos sentimentos durante a brincadeira e 80% das crianças fazem a atividade sozinha e com eficácia (Tabela 4). Tabela 4: Caracterização do interesse e capacidade lúdica.


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Com relação à curiosidade, está completamente presente em 60% das crianças. Com relação à iniciativa, está ausente em 40% das crianças. Com relação ao senso de humor, está completamente presente em 60% das crianças. Com a relação ao prazer, está completamente presente em 60% das crianças (Tabela 5). Tabela 5: Caracterização da atitude lúdica.

CONCLUSÃO Após a realização deste estudo foi possível concluir que 70% das crianças tinham diminuição da força muscular em MMSS, 90% tinha força diminuída MMII e a maioria das crianças (80%), tinham hipertonia. Quanto a escala GMFCS, observou-se que 60% das crianças se encaixaram no nível 5. Quanto a escala MACS, observou-se que 30% das crianças se encaixaram no nível 5. Observou-se que 90% das crianças brincam em casa e gostam de brinquedos com sons e somente 20% gostam de brinquedos de encaixe, 80% das crianças brincam com os pais e 30% das mães foram orientadas pelos terapeutas ocupacionais para brincar com seus filhos. Como observado na tabela, as crianças tem muito interesse em elementos visuais, elementos vestibulares, elementos táteis, elementos auditivos e elementos olfativos. As crianças têm muito

interesse em pegar objetos, segurar objetos, bater um objeto e expressar sentimentos durante a brincadeira e 50% não tem interesse em jogar bola. Pode ser observado que a maioria das crianças tem capacidade de fazer atividades sozinhas e com eficácia. A curiosidade, o senso de humor e o prazer estão completamente presentes nas crianças; já a inciativa está ausente. A criança com PC pode apresentar dificuldades em diversas atividades, incluindo o brincar por diversos fatores como: barreiras no acesso ao brinquedo, dificuldades no manuseio do mesmo, relações interpessoais e condições ambientais. É de grande importância para essa criança o ato de brincar, pois essa experiência fornece melhoras nas capacidades motoras, através da manipulação de brinquedos de diferentes formas, texturas, tamanhos e pesos. As brincadeiras rotineiras são um ato relevante no desenvolvimento

dessas crianças. Para tanto, a família deve ter o suporte interdisciplinar da terapia ocupacional e fisioterapia para tais benefícios. Referência Bibliográfica CHAGAS, P. S. C. et al. Classificação da função motora e do desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral. Revista brasileira de fisioterapia, vol.12, n.5, pp. 409416, 2008. ERHARDT, R. P.; MERRIL, S. C. Disfunção Neurológica em Crianças. In: WILLARD & SPACKMAN: Terapia Ocupacional. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002. p. 542-565. GONÇALVES, Carla Ana. Recursos Lúdicos no Tratamento Fisioterapêutico de Crianças com Paralisia Cerebral. Mogi das Cruzes, 2011. p. 17. NovaFisio.com.br • 149


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HADERMANN, E.F. O brincar e a motricidade em crianças com paralisia cerebral. Dissertação de mestrado de psicologia da saúde, Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia, UMESP, 2002. HIRATUKA, Erika; MATSUKURA, Thelma S.; PFEIFER, Luzia I. Adaptação transcultural para o Brasil do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS). Rev. bras. fisioter. vol.14, n.6, pp. 537-544, 2010. LORENZINI, Marlene V. Brincando a brincadeira com a criança deficiente: novos rumos terapêuticos. Barueri: Manole, 2002. MARTINS, Maria Bernardete Rodrigues; MULLER, Marcelle Suzete; HEIDRICH Regina De Oliveira. Utilização de brinquedos para inclusão de crianças com paralisia cerebral: desenvolvimento de um balanço ergonômico. Revista Digital, n. 127, 2008. MEIRINHOS, Manuel; OSÓRIO, Antonio. O estudo de caso como estratégica de investigação em educação. EDUSER: Revista de Educação, Bragança, v. 2, n. 2, p. 49-65, 2010. OLIVEIRA, Ana Ivone Antônia de; GOLIN, Marina Ortega; CUNHA, Márcia Cristina Bauer. Aplicabilidade do sistema de classificação da função motora grossa (GMFCS) na paralisia cerebral – Revisão da literatura. Arquivo Brasileiro de Ciência e Saúde, Santo André, v. 35, n, 3, p. 220-224, set./dez. 2010. ROTTA, NewraTellechea. Paralisia cerebral, novas perspectivas terapêuticas. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v. 78, 2002 SANTOS, Lúcia Helena C. dos; G R I S O T TO , K a r e n Pa n g r a c i o ; RODRIGUES, Danielle Caldas B.; BRUCK, Isac. Inclusão escolar de crianças e adolescentes com paralisia cerebral: esta é uma realidade possível 150 • NovaFisio.com.br

para todas elas em nossos dias? Revista Paulista de Pediatria, Curitiba, v. 29, n. 3, p. 314-319, 2011. SCHWARTZMAN, J. S. Revisão: Paralisia Cerebral. In Arquivos brasileiros de Paralisia Cerebral, 1 (1), 4-17, 2004. SOUZA, Natalia Trindade de. Qualidade de vida e funcionalidade de crianças com paralisia cerebral.Juiz de Fora, 2011. p. 10. SPOSITO M. M. M., RIBERTO M. Avaliação da funcionalidade da criança com paralisia cerebral espástica. Acta Fisiátr. 17(2):50-61, 2010. ZAGUINI, Camila Gomes Silva; BIANCHIN, Maysa Alahmar; LUCATO JUNIOR, Rui Vicente; CHUEIRE, Regina Helena Morganti Fornari. Avaliação do comportamento lúdico da criança com paralisia cerebral e da percepção de seus cuidadores. Revista Acta Fisiátrica, São José do Rio Preto, v. 18, n.4, p.187-191, 2011. E-MAIL PARA CONTATO Aluna – marininha92@hotmail.com Orientadora zodja.graciani@mackenzie.br

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