Edição 98

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Editorial|

julho/agosto 2014

FISIOTudo sobre fisioterapia

#98

nova

Oi pessoal, acho que só agora o ano começou. Pra você foi assim também? Carnaval, Copa, caramba, pior que o ano começou e parece que já vai acabar também. Bom, mas vamos que vamos. Nesta edição entrevistamos o lutador de MMA William “Patolino” e seu fisioterapeuta Dr. Eduardo Monnerat (não confundir com o meu amigo de classe, Eduardo Retondaro, e olha que ambos foram monitores do Professor Jorge Teixeira). Nesta entrevista Patolino e Eduardo, nos contam como a fisioterapia é importante neste esporte com “poucos” traumas. Além disso, os artigos e as colunas imperdíveis de sempre. Boa leitura a todos! Oston Mendes - Fisioterapeuta e Editor

Índice|

Leia nesta edição.

10 Cartas e Frases. 12 Entrevista com o lutador de MMA William “Patolino” Macário. 14 É fundamental que toda mulher conheça sua vagina - Por Dra. Roberta Struzani. 16 Desenvolvimento 7 x 1 para a improvisação! - Por Dr. André Luiz de Mendonça. 18 Habilidades e competências necessárias para um fisioterapeuta: Você tem? - Por Dr. Rodrigo Queiroz. 20 A Fisioterapia, a ética deontológica e o imperativo categórico - Por Dr. Geraldo Barbosa. 21 Como o running afeta o assoalho pélvico - Por Dra. Jullyana Almeida de Sousa. 22 Fisioterapia 2.0 - Por Michel Mendes 24 Dicas de Literatura. 26 Classifisio. 27 Direto do site. 28 Tininha. 30 FisioPerfil com Dr. Mark Adrian Hudson.

Artigos|

desta edição, leia na versão digital.

Pág 34 - PREVENÇÃO DE LESÕES UTILIZANDO O TREINAMENTO DE VELOCIDADE DE REAÇÃO Pág 42 - O PAPEL DA CINESIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS QUE SE SUBMETERAM À REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO. Pág 50 - O USO DA ESTABILIZAÇÃO LOMBPÉLVICA EM PACIENTES COM LOMBALGIA: REVISÃO DE LITERATURA. Pág 64 - INFLUÊNCIA DA REABILITAÇÃO VIRTUAL NO EQUILÍBRIO DE CRIANÇAS COM DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS Pág 72 - EFEITOS DA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR (FASE 1) PRÉ E PÓS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO E DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE CORONARIANA E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA GERAL Pág 80 - ANÁLISE SOBRE A INFLUÊNCIA DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA ASSOCIADA Á QUALIDADE DE SONO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Pág 86 - AVALIAÇÃO DE PONTOS DE GATILHO EM MULHERES ADULTAS JOVENS COM SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL Pág 92 - AUTONOMIA NA TERCEIRA IDADE Pág 98 - A IMPORTÂNCIA DA PALPAÇÃO DO NERVO RADIAL NA PREVENÇÃO DE DEFORMIDADES E INCAPACIDADES NAS NEUROPATIAS PERIFÉRICAS DE MEMBROS SUPERIORES

Equipe|

Veja quem faz a revista que você está lendo.

EDITOR CHEFE: Dr. OSTON MENDES oston@novafisio.com.br EDITORA ASSISTENTE: LUCIENE LOPES luciene@novafisio.com.br SECRETÁRIA: NINA LOPES MENDES nina@novafisio.com.br

EDITOR CIENTÍFICO: Dr. RODRIGO PERFEITO ENDEREÇO DA REDAÇÃO: R. JOSÉ LINHARES, 134 LEBLON - RIO DE JANEIRO - RJ CEP: 22430-220 TEL: (21) 4042-6107 CEL: (21) 98577-9908 revista@novafisio.com.br

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Cartas|

Escreva a sua também, mande para revista@novafisio.com.br e publicaremos na próxima edição.

Dynamic Tape

DYNAMIC TAPE é uma bandagem altamente especializada que foi concebida para contribuir com as forças mecânicas na cadeia cinética. Desta forma, DYNAMIC TAPE tem características únicas e visa contribuir para a geração de força, melhorar a eficiência biomecânica e modificar padrões alterados dos movimentos ou técnicas. D Y N A M I C TA P E é u m a b a n d a g e m altamente especializada, fortemente elástica desenvolvida pelo fisioterapeuta australiano Ryan Kendrick , usada em várias condições esportivas, musculoesqueléticas e neurológicas. Dynamic Tape é a original Bandagem Biomecânica & original Tattoo Tape, apresentando um belo design de tatuagem tribal criado pelo artista Tahitiano da Ilha Norfolk Tihoti. Foi concebida para contribuir com as forças mecânicas na cadeia cinética. Desta forma, DYNAMIC TAPE tem características únicas e visa contribuir para a geração de força, melhorar a eficiência biomecânica e modificar padrões alterados dos movimentos ou técnicas. A redução da carga combinada com os poderosos efeitos neurofisiológicos visa proporcionar o alívio imediato da dor, recuperação e melhora da performance. DYNAMIC TAPE é completamente diferente das bandagens rígidas e elásticas disponíveis no mercado. É uma bandagem biomecânica com propriedades viscoelásticas e que possui uma capacidade de deformação de mais de 100% e retorno ao tamanho inicial, proporcionando maior força elástica. Auxilia os movimentos articulares fornecendo forte apoio e estabilidade, sem restrições ao final da amplitude. Possibilita ainda a deformação em todos os eixos e é capaz de armazenar energia elástica e liberar esta mesma energia para auxiliar ou restringir um determinado movimento. A bandagem atua sobre a Unidade Músculo Tendínea, realizando um trabalho mecânico que auxilia ou restringe o movimento. Possui a capacidade de criar forças capazes de direcionar e alinhar um movimento, além de sustentá-lo em toda a sua amplitude. Como efeito secundário, a bandagem DYNAMIC TAPE ativa a musculatura profunda, reduz a 10 • NovaFisio.com.br

dor, promove uma melhora no padrão do movimento e propriocepção, podendo ainda auxiliar na redução da fadiga muscular.

a carga, assim como uma corda para bungee jump absorve a carga e desacelera o saltador. Isso reduz o trabalho excêntrico dos músculos.

DYNAMIC TAPE é extremamente eficiente para ser usado durante atividades físicas ou exercícios de reabilitação. É altamente adaptável à pele, é hipoalérgica, isenta de látex e resistente à água. Utiliza um tecido viscoelástico com caraterísticas acetinadas e adesivo acrílico termo-ativável.

Durante a realização do arco de movimento toda a energia vai sendo acumulada como energia potencial elástica até a amplitude total de movimento e, enquanto o músculo começa a se encurtar, a energia é liberada novamente na cadeia biomecânica como energia cinética, assim assistindo a ação concêntrica do músculo. Isso resulta em redução da carga de trabalho e aumento da eficiência biomecânica da unidade músculo tendínea, menor demanda metabólica e tolerância aumentada à fadiga.

Quais as vantagens da DYNAMIC TAPE? A DYNAMIC TAPE permite ao usuário se mover por sua amplitude de movimento completa sem limitação mas com forte assistência biomecânica (ao contrário de uma abordagem biomecânica primária). Dynamic Tape pode fortemente assistir ou resistir o movimento, facilitar, inibir e retirar a carga de tecidos através de uma amplitude de movimento completa. Isso só é possível devido a sua natureza altamente elástica (sem ponto final de estiramento, como as bandagens elásticas neuromusculares de algodão) e à sua capacidade de estiramento em quatro direções necessária quando se aplica bandagens em músculos ou movimentos multiarticulares e ao se realizar atividades complexas e tridimensionais. A DYNAMIC TAPE pode rapidamente ser integrada na abordagem de tratamento do profissional e fornece uma ferramenta de trabalho adicional que combina bem com outros métodos de bandagens. É extremamente macia ao toque e é altamente maleável. Possui um adesivo forte que foi independentemente testado e classificado como não-sensibilizante, não-irritante e não-tóxico. O tecido é altamente respirável, permitindo que a água banhe a pele mas evapore rapidamente. O resultado é uma bandagem bem tolerada, de lona duração que é muito provavelmente a bandagem mais confortável no mercado. Como a bandagem funciona? Em vários casos a bandagem é aplicada de forma a mimetizar a ação do músculo ou tendão afetado. A bandagem é colocada no corpo com o músculo ou articulação em posição encurtada e com um leve estiramento na bandagem. Enquanto a articulação ou músculo é alongado, a bandagem se alonga ainda mais e absorve

A redução da carga pode resultar em menos dor, melhor cicatrização (possibilita carga precoce levando a um stress funcional e melhor formação de tecido cicatricial), e resistência e performances aumentadas. Importantes ganhos na circulação e sistema linfático também foram observados, e vários mecanismos mecânicos e fisiológicos provavelmente têm efeito contribuinte a esses processos. Texto produzido por Ryan Kendrick, adaptado e traduzido por Alysson Zuin Original disponível em www.dynamictape.com Distribuidor exclusivo no Brasil: LUPMED Comercial Distribuição & Importação Ltda www.lupmed.com.br - tel. 55-11-41535599 Av. Sagitário 138 – Alphaville Barueri – SP


Piso Salarial e referencial de remuneração dos procedimentos fisioterapêuticos Ao ingressar na faculdade para estudar fisioterapia ouvi muito sobre remuneração do fisioterapeuta de forma muito negativa. Comecei a pesquisar e buscar conhecimento do que realmente acontecia e me deparei com o referencial de remuneração dos fisioterapeutas onde os valores em CHF (coeficiente honorários fisioterapêuticos) em seu valor mínimo hoje está em torno de R$0,39 (trinta e nove centavos de real). Fui mais além, tomei conhecimento de um projeto de lei 5979/2009 de autoria Mauro Nassif PSB/RO sobre o piso salarial fixado em R$4.650,00 (quatro mil seiscentos e cinquenta reais) e lendo mais um artigo do eminente Dr. Geraldo Barbosa seguindo as regras da casa, o projeto de lei do piso salarial dos fisioterapeutas tramita na câmera dos deputados passando de comissão em comissão, num processo tão vagaroso que poderá cair no esquecimento. Ninguém comenta. As entidades representativas da classe não emitem qualquer pronunciamento. Andamos ou podemos ficar parado como buscar o que parece esquecido ou caído no esquecimento já passado de comissão em comissão e já tramitado nos corredores da câmera dos deputados. Tr a z e r d e v o l t a n ã o s ó o coeficiente honorários fisioterapêuticos, que há tempo deveriam ser visto e revisto economicamente, mas o piso salarial em sua totalidade editada no projeto de lei 5979/2009, que anda num processo tão vagaroso que realmente poderá ficar no esquecimento. O momento e oportuno a hora nem o tempo espera, o projeto de lei 5979/2009 que é de conhecimento acredito que de todos da área fisioterapêutica

e da terapia ocupacional assim como todo corpo acadêmico e dos demais que buscam benefícios dentro da fisioterapia e terapia ocupacional eu convido a todos indistintamente para buscarmos soluções dentre as quais destaco um abaixo assinado, com uma pequena parcela de ajuda com suas assinaturas assim buscamos o tão sonhado um milhão de assinaturas para trazermos em definitivo o mesmo projeto de lei à mesa da comissão da câmera dos deputados para ser aprovada em toda sua totalidade, como aval de todas essas assinaturas. Elias Rodrigues Da Silva Neto E-mail: Elrsn@hotmail.com O Fisioterapeuta Como Profissional Fundamental Dentro da Emergência. Em um determinado dia de plantão a enfermeira da unidade de internação de uma instituição hospitalar percebe sinais evidentes de desconforto ventilatório do Sr. Fulano, como: aumento da frequência respiratória, solicitação de musculatura acessória da respiração , fala ofegante, e quem ela como profissional pensa logo em chamar? Adivinhem? Oh! meus amigos,todos pensaram como eu também por aqui? Sim, o fisioterapeuta é claro!!! Profissional que exerce papel primordial dentro da resolutividade deste momento rotineiro no interior de uma unidade hospitalar. As atribuições primárias neste tipo de intervenção devem ser norteadas por uma boa anamnese, em caráter avaliatório com estabelecimento de condutas pensadas de forma rápida e precisa. A melhor intervenção a ser adotada deverá amenizar inicialmente o processo pelo qual este paciente precisou do atendimento emergencial,

deve-se ressaltar que a cada período pré estabelecido com a equipe multidisciplinar é necessário uma reavaliação do estado geral. A capacitação em atuação integrada denota a necessidade da atuação do fisioterapeuta em condições emergenciais com abrangência para as 24 horas do dia, com formatos dependentes deste profissional, principalmente dentro da linha tangenciada aos cuidados ventilatórios. O público que chega aos setores, podem estabelecer um fluxo contínuo e avassalador com a real necessidade para a realização de triagem sem o real momento para melhor intervenção, ou seja, faça rápido com segurança e o melhor possível, pois você como fisioterapeuta pode e tem ferramentas necessárias para o resgate de uma vida que possa estar em risco. O processo de intervenção recai muitas das vezes com sugestão a equipe multidisciplinar para que o paciente possa ventilar com auxílio de ventilação mecânica e aí é que mais uma vez os fisioterapeutas estão intimamente ligados a mais este momento, com adoção de estratégias como: prevenção de IOT com a utilização da VNI, se caso o paciente for intubado adotar melhores estratégias ventilatórias, começar a pensar ainda na emergência no processo de desmame ventilatório e auxílio para avaliar o nível de sedação deste paciente. Estamos em um momento de contribuição importante dentro da sala de urgência e emergência, contudo, o mais importante é que possamos nos aprimorar, com a busca do conhecimento teórico-prático desta apaixonante área de atuação. Um abraço a todos! Até a próxima! Dr. Mariel Patricio - Colunista da Revista

Frases|

Mande a sua frase: revista@novafisio.com.br

“Amo a Revista NovaFisio! Sou estudante e estou no 3ª semestre de Fisioterapia. Por Juliana Padilha

“Obrigado Deus por ter me iniciado na saúde e integrado a Fisioterapia na minha vida.” Por Reginaldo Santana Araujo

E você? Mande a sua frase com uma foto para: revista@novafisio.com.br e publicaremos na próxima edição. NovaFisio.com.br • 11


Entrevista

Por | Oston Mendes Foto | Luciene Lopes

Com o lutador de MMA io r á c a M m ia l il W

PATOLINO

Willian “Patolino” Macário – ou somente Patolino (Rio de Janeiro, 1 de julho de 1991) é um lutador brasileiro de artes marciais mistas muito promissor, que atualmente compete no Peso Meio Médio do Ultimate Fighting Championship. Patolino foi finalista do The Ultimate Fighter: Brasil 2. Fez sua estréia no MMA profissional contra Gilmar Souza Milhorance em 15 de Agosto de 2010 no Gringo Super Fight 2 e venceu por nocaute técnico com menos de um minuto do primeiro round. Agora ele nos conta um pouco do papel que a Fisioterapia teve nesta história. QUANDO COMEÇOU NA LUTA? BOM... COMECEI NA LUTA COM SEIS ANOS DE IDADE. COMECEI NA ESCOLA COM A CAPOEIRA JUNTO COM O MEU IRMÃO E PERMANECI NA CAPOEIRA ATÉ OS OITO ANOS DE IDADE. NO ENTANTO, EU SEMPRE GOSTEI DE ACOMPANHAR O WANDERLEI SILVA E SEMPRE QUIS FAZER IGUAL AO WANDERLEI. COM 14 ANOS DE IDADE COMECEI NO MAY THAY EM SÃO JOÃO DE MERITI. NA VERDADE, EU LUTAVA NO MAY THAY SONHANDO COM O MMA DEPOIS DE MUITO TEMPO DE TREINAMENTO E DEDICAÇÃO EU CONSEGUI CHEGAR NO MMA. VOCÊ TINHA IDEIA EM SE TORNAR UM PROFISSIONAL? TINHA E BATALHEI MUITO PARA ISSO. VOCÊ É CASADO? NÃO, ATUALMENTE ESTOU NAMORANDO. TEM FILHO? NÃO 12 • NovaFisio.com.br

QUANTAS VITÓRIAS NA CARREIRA? 13 VITÓRIAS NA MMA , SENDO UMA DERROTA NO FINAL DO TUF BRASIL. QUAL SUA IDADE: 23 ANOS PRÓXIMA LUTA? EM BREVE (RISOS) SONHO? NO MOMENTO, ME TORNAR CAMPEÃO DO UFC QUAL FOI O LUGAR MAIS INUSITADO ONDE VOCÊ JÁ LUTOU? LAS VEGAS, NA LUTA PELO UFC/168 E O LUGAR MAIS LUXUOSO ONDE VOCÊ JÁ LUTOU? LAS VEGAS MESMO ALGO ENGRAÇADO QUE TENHA ACONTECIDO COM VOCÊ? MINHA VIDA É MUITO ENGRAÇADA

V O C Ê J Á PA R T I C I P O U D E A L G U M PROGRAMA DE TELEVISÃO? SIM , DO CORUJÃO DO ESPORTE (COM FLÁVIO CANTO) , DO PROGRAMA DA FÁTIMA BERNARDES, DENTRE OUTROS NO CANAL COMBATE. E O ULTIMATE FIGHTER BRASIL 2 ONDE FUI FINALISTA. V O C Ê G O S TO U ? S U P E R O U A S S U A S EXPECTATIVAS? SIM, ADOREI! FORAM PROGRAMAS M A R AV I L H O S O S . G O S TO M U I TO D O FLÁVIO CANTO E APÓS O PROGRAMA DA FÁTIMA BERNARDES (ENCONTRO) EU PASSEI A SER FÃ DELA. NO MOMENTO DA LUTA, O QUE VOCÊ SENTE? SENTE MEDO? MEDO NÃO. ME SINTO REALIZADO. VOCÊ SENTE RAIVA DO SEU ADVERSÁRIO? NÃO. NEM UM POUCO, ME MANTENHO CONCENTRADO E FOCADO NA ESTRATÉGIA.


COMO VOCÊ CONHECEU A FISIOTERAPIA? FOI ATRAVÉS DA MINHA NAMORADA QUE FAZIA FISIOTERAPIA. AONDE FORAM SUAS LESÕES? NORMALMENTE MINHAS LESÕES SÃO MUSCULARES. D O Q U E V O C Ê M A I S G O S TA N A FISIOTERAPIA? DOS RESULTADOS QUEM FORAM SEUS FISIOTERAPEUTAS? J Á M E T R AT E I C O M O J Ú N I O R ( D A ACADEMIA WORKOUT) E ATUALMENTE MEU FISIOTERAPEUTA É O EDUARDO MONNERAT QUE VEM AJUDANDO MUITO NA PREVENÇÃO E NO TRATAMENTO DAS MINHAS LESÕES. QUE MENSAGEM VOCÊ PODERIA DEIXAR PARA OS NOSSOS LEITORES? SE DEDIQUEM AO MÁXIMO, ESTUDEM BASTANTE QUE A PROFISSÃO DE VOCÊS É MARAVILHOSA. A G O R A B R E V E E N T R E V I S TA C O M O F I S I O T E R A P E U TA D O PATO L I N O E PROFESSOR DA FISIOBÚZIOS DR. EDUARDO MONNERAT. QUAL É A SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA? SOU FISIOTERAPEUTA FORMADO EM 2004 PELA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ, ESPECIALISTA EM ANATOMIA HUMANA E MESTRE EM CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA. JÁ PUBLICOU ARTIGOS? SIM. TENHO ARTIGOS DE LOMBALGIA ( E S C A L A D E D O R E I N C A PA C I D A D E FUNCIONAL), MOBILIZAÇÃO NEURAL (CURSO QUE SERÁ MINISTRADO PELO PROFESSOR NA FISIOBÚZIOS), DENTRE OUTROS ASSUNTOS. COMO VOCÊ CONHECEU A FISIOTERAPIA? AT R AV É S D O M E U PA I . D R J O R G E R O D R I G U E S , M É D I C O O RTO P E D I S TA (TRABALHAMOS JUNTOS). COMO VOCÊ CONHECEU O WILLIAM PATOLINO? ATRAVÉS DO MEU AMIGO E LUTADOR PEDRO SILVEIRA. ATUALMENTE, AONDE VOCÊ PRESTA SEUS SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA? ATUALMENTE, TRABALHO NA CLÍNICA DE FISIOTERAPIA BOM PASTOR E NA ACADEMIA PEJOR. EXISTE ALGUMA TÉCNICA FISIOTERÁPICA

QUE VOCÊ TENHA PREFERÊNCIA? B O M . . . TO D A S A S T É C N I C A S T E M MUITO VALOR, NO ENTANTO EU GOSTO MUITO DAS TÉCNICAS DE BANDAGENS, DAS TÉCNICAS DE MOBILIZAÇÃO ARTICULAR (CURSO QUE TAMBÉM SERÁ MINISTRADO POR MIM NA FISIOBÚZIOS) E MOBILIZAÇÃO NEURAL. D O Q U E V O C Ê M A I S G O S TA N A PROFISSÃO? GOSTO DE TRABALHAR COM PESSOAS, APRENDO DIARIAMENTE COM OS MEUS PACIENTES (ATLETAS OU NÃO) E FICO MUITO SATISFEITO QUANDO CONSIGO AJUDÁ-LOS COM O MEU TRABALHO.

O QUE É ESSENCIAL PARA SE TORNAR UM BOM FISIOTERAPEUTA? MUITO ESTUDO, TRABALHO E RESPEITO AOS NOSSOS PACIENTES E COLEGAS DE PROFISSÃO. QUE RECADO VOCÊ PODERIA DEIXAR PARA OS ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA QUE ESTÃO NOS LENDO AGORA? QUE ESTUDEM BASTANTE E PERSEVEREM SEMPRE NA PROFISSÃO. A FISIOTERAPIA É UMA PROFISSÃO MARAVILHOSA E QUE P R E C I S A S E R T R ATA D A C O M M U I TO CARINHO E RESPEITO, POIS A SOCIEDADE ESTÁ PRECISANDO MUITO DE NÓS. É ISSO!


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É fundamental que toda mulher conheça sua vagina

C

erta vez em clínica, uma paciente chegou desesperada pois havia lido uma matéria na internet sobre prolapso genital e ao introduzir os dedos no seu canal vaginal para se conhecer, percebeu que havia um tipo de “bolinha ou cone – o colo do útero” que descia pela vagina, enquanto ao redor do útero havia um espaço, ela acreditou então que o seu útero estava descendo, popularmente conhecido como “bexiga caída”, o tal prolapso genital que é quando algum órgão por fraqueza muscular desce, e não somente a bexiga como costumam dizer. Mas na realidade não era nada disso, o problema é que ela não conhecia sua genital. Na escola é passado muito superficialmente e depois da escola as mulheres só conhecem se tentam estudar sozinhas, o que muitas vezes acaba sendo ainda pior, como foi o caso que acabei de descrever. Por tanto se você que lê essa matéria é um fisioterapeuta, instrua as mulheres sobre sua anatomia intima, e não serve apenas para os fisioterapeutas, mas também para as mulheres e até para os companheiros de mulheres. Vagina: é um órgão que compõe o sistema reprodutor feminino, canal onde é introduzido o pênis durante a relação sexual e também o canal de parto. Duas dúvidas constantes que valem ser destacadas aqui: a vagina é o nome correto, embora seja saudável trazer apelidos para essa região, aceitá-la carinhosamente, a vagina é o canal do qual foi descrito e não a genital inteira, toda genital que você observa ao olhar do lado de fora é chamada de vulva. A outra dúvida também comum: a urina não é liberada pela vagina, mas sim pela uretra, um óstio logo acima da vagina e quase imperceptível. A vagina é um canal cilíndrico, com aproximadamente 8cm variando um pouco de mulher para mulher, no entanto ela é um órgão flexível, durante a excitação o útero sobe e as paredes da vagina dilatam o que promove maior capacidade de acoplar o pênis durante a relação independente do tamanho. Por outro lado se a mulher tiver tensão muscular vaginal a dor impedirá a excitação num grau suficiente para impedir a lubrificação e a dilatação suficiente desse órgão, podendo lesar o local e o útero, e com microlesões repetidas pode posteriormente levar a um mioma. Sua extremidade distal é a vulva e a extremidade final é o útero, a vagina é inclinada cerca de 70º para trás, em posição quase horizontal, e o pênis como se vê também possui uma inclinação. Da mesma forma que cada pênis possui uma inclinação diferente, alguns mais outros menos inclinados, a vagina também difere muito uma pra outra e sexualmente falando um pênis que satisfaça uma mulher pode não satisfazer outra, apesar de a vagina se adaptar por sua flexibilidade, sua inclinação permite que alguns pênis façam um encaixe melhor, enquanto outros podem ser pouco sentidos ou ainda ser desconfortável. O útero possui uma porção que se sai para dentro do canal vaginal, chamado colo do útero, em torno dessa protusão do útero existe um sulco, ou seja, uma linha profunda e foi esse detalhe anatômico que confundiu minha paciente no relato que fiz no começo dessa matéria. As paredes, anterior e posterior da vagina, nesse cilindro, ficam muito próximas, quase se encostam, possuem pregas que podem ser sentidas com o dedo se for introduzido no canal vaginal. Essas pregas são mucosas elásticas e duas camadas musculares deixam essas pregas ainda mais profundas, o que também irá variar de mulher para mulher. Um dos indícios que podem apontar uma musculatura vaginal tensa ou mais forte pode ser então pregas mais profundas, mais proeminentes, as fibras da musculatura vaginal seguem o sentido longitudinal e circular, baseado nisso o sexo não deve ser focado somente no sentindo “vai e vem”, mas também com movimentos circulares. Durante a relação sexual a musculatura relaxa graças a lubrificação e as pregas desaparecem, assim como também na hora do parto. Baseado nessa compreensão melhor da sua anatomia vaginal, procure raciocinar a cerca de alguns sinais que manifesta: como dor, desconforto, prazeres em posições especificas e outras coisas mais, se aprofundando na compreensão do seu corpo a sua satisfação sexual pode melhorar e muitas vezes será mais fácil direcionar um profissional da saúde no seu caso.

Dra. Roberta Struzani CREFITO-3/142613-F Fisioterapeuta Pós-graduada em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais BH, reside em SP. Atende e da aulas em SP e RJ. 14 • NovaFisio.com.br


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Desenvolvimento 7 x 1 para a improvisação!

O

lá pessoal!! Depois da copa do mundo do Brasil eu não poderia deixar de comentar o título alemão e a decepção brasileira neste mundial. O campeonato foi bonito de assistir, recheado de gols e lindas jogadas, mas também com muitas faltas, algumas delas bem violentas diga-se de passagem. Mas a organização quase impecável fora de campo e a amarga desilusão dentro de campo foram, sem dúvida, as marcas deixadas por esta copa do mundo. No mundial também foi notória a intervenção fisioterapêutica nas diversas fases do torneio. Já antes do início do campeonato o mundo futebolístico se perguntava sobre a possível recuperação de diversas estrelas, como a do colombiano Radamel Falcão por exemplo. Já durante o torneio as atenções se voltaram pra a reabilitação de jogadores à tempo de participar de jogos decisivos, como foi o caso do Argentino Di Maria. Além de tudo durante toda a copa foi possível ver bandagens funcionais de todos os tons e cores em quase todas as seleções participantes. PONTO PRA FISIOTERAPIA!!! Mas voltando as marcas desta copa, como temos pouco a falar da organização, que pra minha surpresa deu conta do recado, vamos falar sobre a nossa desilusão dentro de campo. A derrota de 7 x 1 contra a Alemanha doeu. Afinal esta derrota simbolizou a derrocada de uma vez por todas do todo poderoso “império brasileiro”. E se o nosso futebol, que é o que teríamos de melhor para oferecer, foi massacrado e humilhado de forma tão aviltante pelos alemães. O que podemos esperar do resto? Analisando bem a situação podemos ver que esta derrota simbolizou a queda do improviso perante a organização, do talento perante a disciplina, do imediatismo perante o planejamento. A verdade é que o Brasil ficou pra trás e agora não só na política, saúde, educação e segurança pública, mas também no futebol. E isto foi o que mais doeu, nós já sabemos que quando se fala em saúde, educação e indicadores de desenvolvimento estamos anos luz atrás dos Alemães, mas depois de cantar o hino nacional brasileiro em voz alta e cheio de orgulho, achando que pelo menos o nosso futebol ainda era de primeiro mundo, não acreditei nos meus olhos ao ver, num clube lotado de alemães, o nosso Brasil levar de SETE. Sete!!! E destes sete gols 4 em apenas 6 minutos! Nos meus trinta e três anos de vida nunca vi uma coisa assim. Principalmente numa semi-final de uma copa do mundo. Tenho até que admitir: Depois do quinto gol nem mesmo os alemães acreditavam no que estava acontecendo. Pior ainda foi aguentar as piadas e a “pena” que eles tiveram de nós Brazucas. Mas resultados à parte, vocês não acham que o fiasco brasileiro espelhou somente a desorganização do país fora de campo? Parece ser praxe no Brasil achar que as coisas se resolvem em cima da hora. E não é so do futebol que eu estou falando. Da politicagem às federações esportivas, tudo parece andar de forma automática… automaticamente errada!!! Vamos citar dois exemplos: um esportivo, outro politico. Só pra comparar com a nossa mentalidade. O técnico alemão, Joachin Löw treina esta seleção desde o ano de 2006. Foi escolhido para o cargo por representar a continuação do trabalho de Jürgen Klismann depois da saída do mesmo. Foi mantido no cargo depois do fracasso da final na Eurocopa de 2008, onde os alemães foram esmagados pelos espanhóis. Löw foi novamente mantido no cargo depois do fracasso da copa na África do Sul, onde de novo a seleção alemã caiu perante a Espanha, desta vez na semi-final. Quando todo o país queria crucificá-lo, Joachin Löw foi NOVAMENTE mantido no cargo após ser eliminado da Eurocopa de 2012, deste vez caindo perante a Itália, que 6 anos antes se sagrara campeã mundial em pleno território alemão. O motivo da Federação alemã (Deutscher Fußball-Bund, DFB) para segurá-lo no cargo foi simples. Independente dos resultados, o time estava jogando bem e mais cedo ou mais tarde a vitória iria “chegar”. Resultado de tudo? Antes mesmo do triunfo da copa do Brasil o contrato de Löw já estava renovado até 2016. Assim serão dez anos à frente da seleção. E quando o Löw sair o novo técnico já está definido. Quem será? Seu assistente claro, pra que o trabalho seja continuado. Bem parecido com o nosso Brasil não é mesmo? Já no plano político, um exemplo muito interessante, este ano se verificou um aumento alarmante de 7% na estatística de afogamentos nas praias da Alemanha. Na busca pelas causas o ministério responsável localizou um possível erro de sinalização para banhistas nas praias, erro este que foi imediatamente corrigido. Mas os responsáveis também verificaram que no prazo de dez anos anteriormente, o número de registros de pessoas jovens que sabiam nadar caiu em mais ou menos 10%, juntamente com a quantidade de vagas oferecidas nos centros de ensino da modalidade. Sendo assim é fácil de se associar que os dez por cento que no passado não frequentaram a escolinha de natação contribuem muito para o aumento do número de afogamentos este ano. Sabem o resultado? Mais investimento para o ensino desta modalidade esportiva com o aumento de 15% nas vagas em centros de ensino de Natação. Tudo com o intuito de diminuir a estatística de afogamentos nos próximos dez anos. Práticas assim têm a cara do Brasil não é mesmo? Para que o brasil um dia venha a ganhar da Alemanha de SETE, e não só no futebol, precisamos urgentemente repensar a nossa mentalidade, começando dos simples gestos do dia a dia; em casa, no trabalho, na rua. Passando pelo que compramos no Shopping (já parou pra pensar que aquele sapato lindo da prateleira pode ter sido fabricado com trabalho escravo infantil na Ásia ou na América o Sul?) indo até à quem elegemos para os cargos públicos. E por falar em política as eleições estão chegando… olho aberto!!! Veja o que seu candidato fez de bom, se ele cumpriu com as promessas ou não. Seu voto de hoje pode representar a escola dos seus filhos amanhã, o leito no hospital que seus pais ou avós tanto precisam, ou mesmo aquele policial que faz a ronda no seu bairro durante a noite. Pense nisso... talvez assim possamos um dia ganhar de sete. Até a próxima!!!

Auf wiedersehen!!! Dr. André Luiz de Mendonça Fisioterapeuta. Reside atualmente na cidade Alemã de Mainz contato: andremendonca@hotmail.de 16 • NovaFisio.com.br


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Habilidades e competências necessárias para um fisioterapeuta: Você tem?

O

nível de complexidade e autonomia conquistada pela Fisioterapia nos últimos anos remete ao aumento da responsabilidade na busca de nossa formação e da nossa atuação profissional (BISPO JUNIOR, 2010).

Segundo as diretrizes curriculares para os cursos de graduação em Fisioterapia (BRASIL, 2002) devemos possuir seis competências e habilidades gerais: 1. Atenção à saúde: Desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. Assegurar que sua prática seja realizada de forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde, ser capaz de pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de procurar soluções para os mesmos. Deve realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética. A responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas sim, com a resolução do problema de saúde. 2. Tomada de decisões: Uso apropriado, eficácia e custo efetividade da força de trabalho, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Deve avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadas em evidências científicas. 3. Comunicação: Deve ser acessível e deve manter a confidencialidade das informações. A comunicação envolve comunicação verbal, não verbal e habilidades de escrita e leitura; o domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e de tecnologias de comunicação e informação. 4. Liderança: Deve estar apto a assumir posições de liderança, sempre tendo em vista o bem estar da comunidade. A liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz. 5. Administração e gerenciamento: Deve estar apto a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento e administração tanto da força de trabalho, dos recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que deve estar apto a ser empreendedor, gestor, empregador ou líder da equipe de saúde. 6. Educação permanente: Deve ser capaz de aprender continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. Deve aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, mas proporcionando condições para que haja beneficio mútuo entre os futuros profissionais e os profissionais dos serviços, inclusive, estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmico/profissional, a formação e a cooperação através de redes nacionais e internacionais. Referências * BRASIL. CNE. Resolução CNE/CES 4/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. * BISPO JUNIOR, José Patrício. Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, supl. 1, Jun 2010.

Dr. Rodrigo Queiroz Fisioterapeuta Especialista em Terapia Intensiva Professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB Autor do blog Mobilidade Funcional (www.mobilidadefuncional.blogspot.com) E-mail: rofisio@gmail.com 18 • NovaFisio.com.br


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Fisioterapia Baseada em Evidência:

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Fisioterapia Baseada em Evidencia (FBE) é o resultado da aplicação em Fisioterapia do modelo de Medicina baseada em evidência. Na prática consiste em integrar a experiência clínica (instintivo diagnóstico) com a melhor evidência da qual se dispõem através de estudos de investigações cientificas, com objetivo de melhorar a eficácia do tratamento fisioterapêutico.

“A Medicina baseada em evidencia é o emprego consciente, explícito e verdadeiro da melhor evidência atual, para concretar melhores decisões [...] Sua prática significa integrar a capacidade clínica individual com a melhor evidência clínica externa disponível a partir da investigação sistemática.” David L. Sackett É importante esclarecer que este conceito não pretende desmentir os efeitos da prática clínica realizada, nem comprometer a liberdade de fazer uso da experiência clínica individual, mas sim, deseja combinar estes dois conhecimentos (prático + científico). Por isso, o clínico, nesse caso o Fisioterapeuta, deve desenvolver habilidades e destrezas que permita destacar qual é o problema que apresenta o paciente, localizar as melhores evidências científicas que lhe permitirão resolver este problema, avaliar a importância e validez dessas evidências e por fim aplicar os resultados na prática clínica. O grande objetivo desse tipo de abordagem é fazer da investigação uma ferramenta que permita ao Fisioterapeuta encontrar a evidência que justifica sua atuação, com o fim de conseguir os melhores resultados possíveis com seus tratamentos. Conselhos: Busque sempre tratamentos justificáveis e efetivos. Priorize por realizar técnicas onde sua eficácia já tenha sido comprovada e não sobrecarregue seus pacientes de “técnicas disse me disse”. Atualize seus conhecimentos, busque sempre informações atuais sobre técnicas utilizadas na fisioterapia. E não esqueça: É melhor uma (1) técnica efetiva que várias técnicas injustificáveis. Informação Curso: E para finalizar gostaria de informar que nas próximas semanas estaremos divulgando no site da Revista NovaFisio a data do meu curso de Dor Miofascial e Punção Seca (Acupuntura Dry Needling) realizado pela FisioBúzios-Curso All Inclusive. Espero por vocês! Um forte abraço,

Dr. Mariel Patricio Junior Fisioterapeuta Reabilitação Cardiopulmonar e UTI Intensivista HEAT Docente CAP UNISUAM Coordenador do Dept de Emergências da AFERJ Laboratório de Reabilitação Pulmonar HUPE-UERJ E-mail: marieljunior@yahoo.com.br NovaFisio.com.br • 19


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A Fisioterapia, a ética deontológica e o imperativo categórico

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evido a origem, as palavras “ética” e “moral” podem ser consideradas sinônimas, “mores” deu origem, no Latim, a “moralis”; termo originalmente criado pelo orador e político romano Cícero (106 a.C - 43 a.C), com a finalidade de traduzir o termo grego “ethos”; logo, “mores” e “ethos” têm o significado comum de “costumes”. Existe porém uma sub-disciplina da Filosofia - a metaética - que estuda a característica ou natureza da própria ética, os seus valores e como podem ser justificados, e de quais pressupostos metafísicos dependem; não sendo, portanto, a metaética, normativa. Preocupa-se essa sub-disciplina com a existência, ou não, de fatos morais, sobre o que é certo ou errado e o que é justiça. O atual, bem como antigo Código de Ética brasileiros¹, instituídos pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional COFFITO, órgão competente para exercer funções normativas, são códigos rígidos, coercitivos que enfatizam o dever ou a obrigação, estando em conformidade com as teorias éticas deontológicas, cujo exemplo maior é a Filosofia Moral de Immanuel Kant. Segundo ele, a lei moral pode ser exposta em termos de imperativo categórico: “Agir somente de acordo com a máxima por meio da qual se pode, ao mesmo tempo desejar que ela seja universal”. Isso significa não somente uma ação individual; mas, que essa ação seja a mesma, para todos os indivíduos envolvidos numa mesma combinação de circunstâncias, num determinado momento. Pode ocorrer entretanto, ainda segundo Kant, que a máxima escolhida para a sua ação, não possa ser utilizada no mundo em que vivemos. Nesse caso, o indivíduo teria a opção, ou melhor, o “dever perfeito” de não utilizá-la. Isso ocorre quando existe uma promessa sobre a qual não se tem a intenção de cumprir. Depreende-se daí que universalizar uma máxima poderá resultar em uma contradição; uma vez que, nunca se deverá prometer algo, sabendo da impossibilidade de cumprir tal promessa. O Filósofo Kant entende perfeitamente que não é fácil agir moralmente, e sendo assim, as pessoas partem para a transgressão. A despeito de tudo que foi dito, Kant afirma: “A conformidade com o imperativo categórico é um prérequisito da ação racional”. “A Filosofia é uma atividade que usa o raciocínio e o argumento rigoroso para fomentar o florescimento humano”. Epicuro Como tudo na vida evolui, a Filosofia avança por uma nova vertente com a Filósofa inglesa Elizabeth Anscombe², no que se pode considerar “A redescoberta da virtude”. Anscombe publicou num artigo em 1958 sob o título”Filosofia moral moderna”, uma ruptura com a deontologia da filosofia moral. A ética da virtude ainda é novidade no campo filosófico, dominado desde sempre pelas abordagens consequencialistas e deontológicas. Mas, dia após dia, toma corpo também a bioética, cujas raízes estão no Código de Nuremberg editado no pós-guerra, em face das atrocidades nazistas em experimentos com seres humanos. Quem sabe, em futuro próximo a Fisioterapia brasileira construa um novo Código de Ética, embasado na ética da virtude e na bioética? A distância entre as duas Resoluções do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional COFFITO, respectivamente as de número 10 e 424 que aprovaram o antigo e o novo código, é de exatos 35 anos. ¹ Resolução COFFITO - 10, de 3 de julho de 1978. Resolução COFFITO - 424, de 8 de julho de 2013. ² Filósofa citada no livro A História da Filosofia, de James Garvey e Jeremy Stangroom. São Paulo 2013. Octavo Ltda. (p. 276)

Dr. Geraldo Barbosa Fisioterapeuta. E-mail: geraldobarbosa43@yahoo.com.br http://geraldobarbosa43.blogspot.com

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Como o running afeta o assoalho pélvico

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raticar esporte é fundamental para manter a boa forma, melhorar as condições físicas/ psíquicas e promover saúde. Mas devemos admitir que não é a mesma coisa descer uma montanha correndo que correr em um lugar plano e em ritmo lento; muito menos correr numa competição (maratona) que correr por lazer.

Correr, como todos os esportes que implicam impactos repetidos contra o solo, podem afetar seriamente a saúde do assoalho pélvico. Estima-se que 2,5 milhões de pessoas praticam o running (só na Espanha) de forma mais ou menos recorrente. Já são muitos os profissionais de saúde que alertam a população sobre a importância de revisar o estado do assoalho pélvico com um profissional especializado antes de iniciar uma atividade de impacto. Em alguns momentos da vida o assoalho pélvico pode encontrar-se em uma situação vulnerável, seja por gravidez, partos prévios, constipação crônica ou genética, entre outros; e correr, pode agravar o estado geral do assoalho pélvico podendo causar prolapso e/ou incontinência urinária. Os estudos demonstram que as mulheres que realizam esportes costumam ter um assoalho pélvico mais tonificado que as mulheres sedentárias. No entanto, a incontinência urinária em jovens que realizam esportes de alto impacto é mais elevada que em jovens sedentárias. Daí surge a importância de tonificar o assoalho pélvico para prevenir e corrigir esses problemas. Por outra parte, quando corremos nosso corpo produz endorfinas, que são substâncias que proporcionam sensação de prazer e bem-estar sendo assim importante para beneficiar o estado psicológico geral do indivíduo (reduz níveis de ansiedade, promove valores e fortalezas, influi na sensação de felicidade, melhora a autoestima e o autoconhecimento), além de melhorar o sistema cardiovascular, fortalece as pernas, ajuda a perder peso, etc. Em media estimasse que correr com intensidade lenta-moderada em terreno plano e durante 20-30 minutos, talvez não provoque problemas na mulher com um assoalho pélvico em bom estado. De todas as formas, o fisioterapeuta tem a obrigação de aconselhar e divulgar essa informação, já que o mesmo é um dos profissionais mais importante nessa fase de prevenção e também esta responsável por grande parte da reabilitação. Por fim, é importante refletir que associar a teoria com a prática, abordar assuntos como esse e levá-lo à população, ajuda no desenvolvimento da fisioterapia, já que divulga áreas desconhecidas; nesse caso a obstétrica-ginecológica. Um forte abraço.

Dra. Jullyana Almeida de Sousa Fisioterapeuta. Reside em Pas de la Casa – Andorra E-mail: jullyanafisioterapeuta@gmail.com

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Fisioterapia 2.0

Por Michel Mendes

1- G-pro

2-iMuscle

3- Pocket Yoga

G-pro proporciona leituras instantâneas e precisas de amplitude de movimento (ROM-Range of Motion) é um Goniômetro eletrônico. O design luminoso faz bonito nas consultas iniciais, principalmente com os mais idosos. A cada bip dá pra ver um sorrisinho no rosto do paciente, e isso é legal! G-pro também pode ser usado para medições de raios X (por exemplo, para determinar o grau de uma escoliose). Em versão gratuita, ele faz 12 leituras ROM. Com a versão completa, pode-se definir o ângulo zero relativo ilimitadas vezes e gravar até 12 leituras na memória. Google Play- http://migre.me/l0uFT

Ótimo pra pesquisar anatomia. O iMuscle conta com mais de 450 animações de exercícios e alongamentos musculares. O APP tem várias dicas de exercícios, mas o legal mesmo são as animações, todas em 3D. Experimente mostrar ao seu paciente no meio da cinesioterapia uma animação e explique pra ele (ou melhor, deixe o aplicativo explicar) o resultado de cada movimento no corpo. Aposto que seu paciente vai curtir! É um bom atlas de anatomia humana e o melhor, cabe dentro do seu bolso! Para iOS e IPad Site: http://migre.me/l0vZV

Uma mão na roda para quem trabalha com Pilates ou procura variações de atividades físicas para alongar e relaxar seu paciente. Baseado nos exercícios de yoga, fornece as posições, sequências e separa os exercícios por nível de dificuldade e tempo de duração. A voz detalhada orienta (além da instrução visual) os movimentos de respiração e inspiração. O aplicativo contém um dicionário que explica como fazer as posições e quais são os benefícios de cada uma. Como ajuda o fisioterapeuta: Com o app é possível pesquisar movimentos direcionados a uma parte especifica do corpo ou para combater problemas como ansiedade nos pacientes. E s s e é pago, mas custa só R$6,81. Tá disponível para Android, iPhone e iPad. Site: http://migre.me/l0wM0


Smartphones e tablets tem mudado o cotidiano de vários fisioterapeutas, tanto no âmbito acadêmico-científico quanto nas práticas clínicas diárias. Como diria aquele velho comercial de TV: Não é milagre fisioterapeuta, é tecnologia! Você pode usar esses APPs pra poupar espaço na sua maleta, acalmar uma criança no consultório ou mesmo para impressionar um paciente ao explicar (com recurso 3D) detalhes de seu tratamento. O APP sempre causa uma boa impressão. O melhor de tudo, é que eles são de graça! No site da Revista NovaFisio você vai encontrar vídeos demonstrando como funciona cada um desses aplicativos e também um link pra poder baixar imediatamente para o seu tablet ou celular sem pagar nada! Se você já usa algum APP pra fisioterapia e quer compartilhar conosco, mande a sua dica com comentário, nós publicaremos na próxima edição e você ainda leva o crédito. 4- Instant Heart Rate

5- Galinha Pintadinha

6- Wrist Repair - APP Ortopedia

É um aplicativo que identifica o ritmo cardíaco, sem a necessidade de qualquer outro equipamento. Com apenas quinze segundos, é possível monitorar a pulsação do seu paciente. Funciona assim, você coloca o dedo indicador do paciente sobre a lente da câmera, que detecta suaves mudanças na coloração da pele pelo fluxo de sangue entre cada batida do coração, e assim, consegue medir os batimentos cardíacos. (É importante estar num ambiente bem iluminado, de preferência com luz natural) É bem bacana! Para iOS , e o App tá em inglês. Site : http://migre.me/l0wqs

Pode parecer brincadeira, mas é mágico para auxiliar no exame físico das crianças. Quem trabalha com fisioterapia aplicada em Pediatria sabe como é difícil fazer a anamnese e exame físico com a crianças chorando desesperadamente. Para acabar com seu choro (e às vezes grito) bastar salvar um programa da Galinha Pintadinha no seu celular e apertar o play. O resultado é impressionante! Durante os 3 minutos da música a criança faz silêncio absoluto e fica hipnotizada pelas luzes coloridas e pelo desenho repetitivo. Enquanto isso, você fisioterapeuta esperto, faz a seu trabalho. Quando acabar o vídeo não se desespere, é só apertar o play novamente e tcharannnss! Sim, elas assistem o mesmo vídeo umas 10 vezes seguidas sem reclamar! Site : http://migre.me/l0wpA

A empresa Meditech desenvolveu o Wrist Repais para ajudar a educar pacientes que sofrem uma cirurgia aberta para reduzir uma lesão com fixação interna do rádio distal. Se você quer se inteirar melhor sobre como foi o processo cirúrgico ou mesmo orientar seu paciente para um maior engajamento no tratamento, esse aplicativo é ótimo! O aplicativo mostra imagens em 3D do punho e estruturas operadas, assim como ossos e imagens de raios X. Ele permite que você faça anotações sobre a animação e tem zoom nas imagens. Disponível no Google Play e Apple Store Site: http://migre.me/l0wn1

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Literatura|

Quer divulgar seu livro também? Entre em contato. revista@novafisio.com.br

KINESIO TAPING® Introdução ao Método e Aplicações Musculares. Kenzo Kase, Elton Matias Dias, Thiago Vilela Lemos A mais de 30 anos o Dr. Kenzo teve essa brilhante ideia de buscar a homeostase corporal e tecidual por meio de estímulos sensoriais externos e cutâneos. Nesses anos muitas pesquisas, estudos, práticas, técnicas foram desenvolvidos por ele e pelos milhares de profissionais espalhados pelo mundo devidamente treinados pela KTA. Estamos em um momentos muito importante no qual a KTA, promovendo anualmente os Simpósios Internacionais de Pesquisa, está estimulando e investindo em pesquisas científicas para dar amparo científico a nossa prática. Poucos estudos com boa qualidade metodológica existem até o momento, mas muitos estão em andamento e alguns já mostraram por meio dos resultados científicos a eficiência em algumas aplicações. Porém ainda temos um longo caminho a percorrer, pois é importante que essas pesquisas sejam realizadas por pessoas que compreendem o método e que tenham condições de desenvolver desenhos metodológicos focados nos princípios da Kinesio Taping, mas tudo é uma questão de tempo. Esse método não se baseia apenas na colocação de uma bandagem, mas em um processo inicial de avaliação das condições apresentadas, identificação da causa da disfunção dos tecidos envolvidos e consequentemente a aplicação da bandagem. É importante salientar algo que será diversas vezes descrito durante o livro, que o profissional precisa conhecer e ter a habilidade de avaliar e diagnosticar as condições inerentes as disfunções e desequilíbrios apresentados, e identificar a forma específica de aplicação com a devida tensão, direção e correção. E quando necessário identificar as limitações do método para o caso em questão, buscando outras maneiras ou formas de abordar essa condição. Portanto não podese garantir que as aplicações apresentadas neste livro estão resolvendo as condições abordadas em qualquer pessoa, pois em situações clínica e patológicas em comum, diversos possíveis desequilíbrios e disfunções podem estar presentes de diferentes formas. Cada indivíduo tem sua própria forma de buscar compensações, adaptações e também a homeostase e o equilíbrio, sendo assim uma adaptação única ou individual. O Método Kinesio Taping® é baseado principalmente em estímulos sensoriais adequados sobre a pele por meio de uma bandagem, o que pode ser utilizado para potencializar e facilitar a homeostase tecidual e corporal em qualquer condição humana.

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FISIOTERAPIA DO TRABALHO: Cuidando da saúde funcional do trabalhador. José Ronaldo Veronesi Junior. O livro faz uma retrospectiva histórica da fisioterapia do trabalho feito pelo presidente da ABRAFIT – Associação Brasileira de Fisioterapia do Trabalho, Dr. Arquimedes Augusto Penha, traz uma grande revisão bibliográfica de ergonomia, desde conceitos, história até implantação de comitês ergonômicos dentro de empresas, além da NR-17 (norma regulamentadora do trabalho) de forma comentada e ilustrada para melhor compreensão da mesma. O livro aborda os CHECK-LIST para análise do risco musculoesquelético da coluna lombar e membros superiores melhorado e aprimorando na sua versão 1.2, desenvolvido pelo professor Veronesi. Traz o sistema de gestão em saúde ocupacional idealizado pelo professor Veronesi, e um passo a passo de como montar uma Análise Ergonômica do Trabalho – AET. Temos ainda anexos que mostram projetos e modelos de projetos e ações do fisioterapeuta do trabalho para atuar na prevenção e promoção de saúde dentro de empresas, além de um sistema de gestão em saúde ocupacional. As doenças ocupacionais LER/DORT foram muito bem tratadas, desde as definições, nomenclaturas, aspectos históricos e epidemiológicos, fatores etiológicos, graus de acometimento, as diferenciação entre os graus evolutivos das doenças. O livro aborda o diagnóstico multi-profissional das LER/DORT, nesse item mostra os testes modificados e criados pelo professor Veronesi para o diagnostico funcional, importante ferramenta para exames admissionais e periciais. O livro aborda ferramentas tecnológicas avançadas como recursos diagnósticos e evolutivos para a fisioterapia do trabalho em suas áreas de atuação como: eletromiografia de superfície, fotogrametria computadorizada, OWAS, RULA, NIOSH e CHECK-LIST essas últimas de diagnóstico ergonômico, explicadas e detalhadas passo a passo com fotos das ferramentas e casos clínicos de cada uma para melhor ilustração.

Mais informações www.andreoli.com.br Fone 11-36797744


UROFISIOTERAPIA Aplicações Clínicas das Técnicas Fisioterapêuticas nas Disfunções Miccionais e do Assoalho Pélvico Paulo César Rodrigues Palma, Maura Seleme A reabilitação do assoalho pélvico enfoca a prevenção e tratamento de todos os tipos de desordens funcionais das regiões abdominal, pélvica e lombar, dentre as quais destacam-se a incontinência urinária e bexiga hiperativa, consideradas problemas de saúde altamente prevalentes

em mulheres. Outras disfunções importantes do assoalho pélvico são prolapso dos órgãos pélvicos (POP), constipação, distúrbios miccionais e sexuais. A fisioterapia pélvica é frequentemente considerada o tratamento de primeira escolha devido ao seu caráter não-invasivo, aos excelentes resultados em termos de alívio dos sintomas, à possibilidade de combinar a terapia física com outros tratamentos, o baixo risco de efeitos colaterais e o custo baixo ou moderado. Restrições importantes para o sucesso terapêutico podem ser a falta de motivação, adesão e perseverança, tanto do paciente quanto do terapeuta, além do tempo disponível para a fisioterapia. Deste modo a triagem adequada do paciente é fundamental, devendo ser baseada em instrumentos e ferramentas validados, buscando identificar aqueles pacientes que terão reais benefícios com a fisioterapia pélvica. São 52 capítulos, mais de 50 colaboradores trazendo novidades importantes para a Fisioterapia Pélvica. BIOFOTOGRAMETRIA PARA FISIOTERAPEUTAS Geraldo Henrique Lopes Miranda Há muitos anos atrás, nós, profissionais da área da saúde, utilizávamos de recursos para as devidas mensurações em nossos pacientes, muitas vezes de difícil acesso ou pouca confiabilidade diante dos resultados obtidos. Foram utilizados por muitos anos (e ainda é) o goniômetro, fita métrica, balança de peso, balança antropométrica, entre outros, acreditando ser o melhor recurso para obter um resultado satisfatório. Com o avançar da tecnologia, novas formas de medidas foram incluídas no rol de procedimentos para obtenção de resultados após avaliações.

Algumas técnicas e objetos se tornaram obsoletos, dando lugar a novas tecnologias. Podemos citar aqui desde o próprio goniômetro, agora digital, testes de função, indicadores e questionários, escalas e sistemas de análise tecnologia-assistidos passando por acelerômetros, Câmeras fotográficas (digitais) ou filmadoras de infravermelho, dinamômetros computadorizados (isocinéticos), eletromiógrafos, Plataformas de força, Paquímetros (digitais), dentre vários outros. Abordaremos neste manual prático, mais uma técnica de mensuração atualmente muito utilizada no mundo científico e não científico chamada Biofotogrametria Computadorizada. A propósito, recomendaremos nesta obra a divisão do uso da nomenclatura Biofotogrametria – apenas para mensurações em seres vivos – e fotogrametria – para avaliações de coisas, objetos, móveis, envolvendo mensurações que não haja a presença de “material vivo”. Sejam todos muito bem vindos ao universo da Biofotogrametria Computadorizada. É o universo tecnológico a nosso favor, contribuindo de maneira eficiente para a melhoria das nossas avaliações HISTÓRIA DA MASSAGEM, HISTÓRIA DA QUIROPRÁTICA e HISTÓRIA DA OSTEOPATIA Henrique Baungarth, Clóvis de Andrade, Luciano Tavares. Elaboramos o trabalho que ora lhe é oferecido, caro leitor, dividindo-o em três capítulos básicos que julgamos atenderão nossa proposta: cada um com as subdivisões julgadas necessárias à sua clara compreensão. Como complemento último – mas não menos importante, segundo nosso ver - outro capítulo, mais didático (e, portanto, mais denso), foi acrescentado, visando consolidar e ampliar o universo conceitual das terapias manuais e, com isso, enriquecer nosso cabedal informativo. Ao final deste, listamos as obras consultadas bem como as julgadas essenciais ao aprofundamento do tema, preenchendo mais amplamente, assim, o requisito de sermos úteis a quem anseia conhecer mais ou necessite pesquisar e garimpar outras tantas pérolas nesse mar informacional ainda nebuloso em relação a tão importantes temas da vida do profissional de saúde, mormente nossos fisioterapeutas e estudantes afins... Esperamos, desta forma, deixar - ao final da leitura – mais consolidada a história das práticas que primordialmente nos têm ocupado a vida.... Aqui começamos a contar a nossa história. Acompanhenos, pois, você, leitor que nos honra com sua visita... Com nossos votos de um bom proveito, sorte e felicidades... Os autores. NovaFisio.com.br • 25


Classi FISIO Nome: Ana Paula Nascimento Cidade: Piracicaba -SP Tel: (19) 99264-5980 Anuncio: Vendo Aparelho com correntes polarizadas e despolarizadas, ultrassom de 1 e 3 Mhrz. Com pouco tempo de uso, conservado e em ótimo funcionamento. Nome: Juliana Cidade: Ribeirão Pires-SP Tel: (11) 99928-3530 Anuncio: Vendo equipamentos Há 02 anos parei de atuar na área e agora quero vender meus aparelhos. Estão em ótimo estado. Só estou vendendo pois não atuo mais. Nome:Mara Telefone: (21) 99448-9798 Local: Niterói-RJ Anuncio: Subloco Studio de Pilates em Jardim Icaraí/ Niterói, para os turnos da tarde e noite Aparelhos Wall Unit, Barrel, Chair, Reformer e Acessórios. Ótima localização. Valor: R$1.000,00 Nome: Daniele Telefone: (11) 96068-8399 Local: São José dos Campos-SP Anuncio: Estou interessada em comprar uma maca de RPG portatil da marca sophisa. Nome: Andréa Telefone: (11) 96068-8399 Local: São Paulo-SP Anuncio: Suporte para bolas (ferro com pintura eletrostática) - Branco Medidas: 1,90x0,65m Valor R$230,00 Nome: Andréa Telefone: (11) 96068-8399 Local: São Paulo-SP Anuncio: Vendo - Marca Bioset - Peso 27 Kg (sem acessórios) - Dimensão (L x P x A) mm 440 x 425 x 440 - Equipamento microcontrolado com chave seletora de voltagem (110 / 220 V). - Opera no modo contínuo e pulsado (20 a 200 Hz em steps 26 • NovaFisio.com.br

de 20 em 20). - Controle de intensidade de 1 a 7. - Controle de sintonia (TUNING) através de LEDs. - Controle seletor para modos contínuo / pulsado. - Saídas para eletrodos de aplicação de ondas curtas (capacitivos ou de Schliephake). - Timer com tempo ajustável de 5 a 30 minutos (steps de 5 em 5) com alarme sonoro ao término da sessão. - Potência de 380 W no paciente. - Consumo 540 VA (máx). Caso tenham interesse no acessório Schiliephake (também está a venda) Nome: Andréa Telefone: (11) 96068-8399 Local: São Paulo-SP Anuncio: Vendo - Cadeira de Bonnet para Flexão e Extensão dos Membros Inferiores em Perfeito Estado de Conservação e pouco uso. Valor R$ 380,00 Nome: Vitor Telefone: (61) 9258-1739 Local: Brasília-DF Anuncio: Vendo aparelhos de pilates reformer, lardel barrel, stepchair, mais molas e caixas R$2.800,00 Nome: Jaciara Almeida Telefone: (35) 9191-7591 Local: Pouso Alegre-MG Anuncio: Vendo clinica de estetica e depilação com consultórios. Situada no melhor ponto da cidade (Rua Olegário Maciel , localizada no centro, com ótimos pontos de referência e fácil acesso) Empresa de estética,emagrecimento e depilação . Faz parte da maior rede de clínicas de estética do pais , com mais de 27 anos de experiência no ramo. Fundada em 2006. Nossos principais tratamentos são voltados para a diminuição de gordura localizada, flacidez, celulite,

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e projetos sociais. Vale lembrar que o mercado de trabalho mudou, as oportunidades mudaram, a tecnologia abriu portas para que as pessoas exponham seus talentos e habilidades. Além disso, o que não falta são opções para empreender. Para muitos, a decisão de que carreira seguir deve ser tomada aos 20 e poucos anos. Porém, nem sempre a profissão escolhida agrada e as pessoas tendem a mudar de opinião e gostos ao longo do caminho. Por isso, não é raro as pessoas que chegam as 40 anos, se veem infelizes com as suas escolhas e querem mudar de carreira, mas não sabem como. Segundo o coach de carreira, Maurício Sampaio, essa sensação tão forte que chega nessa etapa da vida, em grande parte da população entre 37 a 45 anos, é considerada normal pelos estudiosos no assunto. “De acordo com alguns autores, é a fase chamada de estabelecimento e manutenção. Trata-se de um período em que as pessoas param para rever o que construíram até o exato momento, preocupam-se mais com seu autoconceito e analisam o que realmente querem para os próximos anos”, explica. Ou seja, é praticamente um período de balanço, assim como se faz nas grandes empresas: parar, analisar, refletir e agir novamente. Busque separar o que valeu e não valeu a pena, aonde colocar mais esforços e tomar decisões estratégicas para viver com plenitude nos próximos anos. “Para alguns profissionais, o que pesa foi o tempo fora de casa e longe da família, pois nessa idade se percebe que as horas diárias dedicadas ao trabalho superaram as horas de contato com os filhos. Com isso, muito acabam contraindo um sentimento forte de culpa”, afirma Sampaio. Outro aspecto que faz com que essa fase seja mais reflexiva é porque muitos, por mais que estejam satisfeitos financeiramente, ainda acreditam que não estão se sentindo completos e realizados. É muito comum ver exemplo de profissionais bem sucedidos que acabam utilizando suas economias para causas beneficentes, apadrinhando ONGs

A dica do coach para ajudar na escolha é a equação 70%/30%. “Ao decidir por qualquer atividade, tenha sempre em mente que 70% dessa nova ocupação deve lhe dar prazer, e 30% são os afazeres essenciais, que devem ser cumpridos para que os 70% funcione”.

A dança de hormônios que começa por volta dos 50 anos traz consigo uma série de transformações que podem sensibilizar a saúde da mulher. Se a um tempo atrás esse quadro podia ser bem negativo, hoje com o avanço da medicina e do conceito de prevenção a coisa não é bem assim. Muito pelo contrário. Quem começa a se cuidar antes dos sintomas se instalarem para valer, tem todas as chances de passar por essa fase da vida de um jeito saudável e com ótimos prognósticos. As mulheres são as mais afetadas pela osteoporose. Esse conselho vale principalmente quando falamos da saúde dos ossos. De acordo com a International Osteoporosis Foundation (Fundação Internacional da Osteoporose, em inglês) uma em cada três mulheres acima dos 50 anos vai sofrer algum tipo de fratura em decorrência d a osteoporose. O sexo feminino é o maior alvo da doença porque, depois da menopausa, o hormônio f e m i n i n o estrogênio, importante para

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a fixação do cálcio no osso, sofre uma queda brusca. Sem essa proteção, a perda de massa óssea se acelera. Para os homens, a taxa sobe para um em cada cinco e começa a se manifestar mais tarde, por volta dos 70 anos. Prevenção e mudanças de hábitos: desde jovem. A moléstia que deixa ossos mais frágeis, porosos e suscetíveis a fraturas — principalmente do quadril, costela e colo do fêmur — progride aos poucos e é incurável. E, por ser assintomática, ela costuma ser diagnosticada somente em fase avançada quando ocorre alguma fratura ou se é diagnosticada no exame de densiometria óssea. A boa notícia é que Algumas mudanças de hábito influenciam diretamente na prevenção. A Organização Mundial de Saúde (OMS) possui recomendações a serem seguidas desde o começo da vida, mas que podem surtir efeito positivo em qualquer idade: Atividade física: essencial para os ossos Praticar exercícios físicos regularmente: além de fazer bem para a saúde como um todo, as atividades aeróbicas, como a caminhada e a corrida, são essenciais para ter ossos fortes. Isso acontece porque o impacto do pé contra o solo causa uma espécie de atrito entre o músculo e o osso, transmitindo ao esqueleto a mensagem de que ele precisa aumentar a própria massa para resistir ao impacto. Além disso, esse mecanismo ainda estimula a absorção de cálcio pelo organismo. Segundo a American Heart Association, uma das entidades mais importantes do planeta quando o assunto é coração, o recomendado é malhar cinco vezes por semana durante pelo menos 30 minutos, totalizando 150 minutos semanais.

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Dr. Mark Adrian Hudson

FISIOPerfil

Quem é, o que fez e faz pela fisioterapia.

markfisio@markfisio.com

Fisioterapeuta atuante na área desportiva por mais de 17 anos, dos quais, doze dedicados ao Vôlei de Praia Brasileiro, prestando serviços para Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Fisioterapeuta da “Corrida Olímpica”, acompanhando as equipes Brasileiras nas etapas do Mundial de Vôlei de Praia (Brasil, China, Rússia, Itália, Suiça, Alemanha e Áustria - 2012). Fisioterapeuta oficial das etapas brasileiras dos campeonatos Mundiais de Vôlei de Praia masculino e feminino – Swatch FIVB World Tour (2002 – 2012). Fisioterapeuta oficial do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia (2002 - 2013) Fisioterapeuta oficial dos campeonatos Rei, Rainha da Praia (2002 – 2014) Instrutor da Thera-Band® Academy - USA no Brasil por 8 anos. Instrutor Internacional certificado pela 3B Scientific® Taping Excellence Center -Germany. Instructor Certified of Kinesiologic Taping for Medical and Sports Application by G.A.A.S.M. (German Academy of Applied Sports Medicine), Certified 4D PRO Instructor (4D CoreSpeed Academy’s Comission - Germany).

Qual ano e em qual faculdade que se formou? Formado em 1996 pela Universidade Estácio de Sá (Campos Bispo - RJ) Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Por trabalhar com esporte, viajei muito e pude conhecer quase todo o Brasil, além de vários países. Isto me deu uma vivência muito importante em minha vida profissional. Pude conhecer particularidades profissionais em vários cantos deste país e do mundo. Os contatos que fiz me renderam ministrar cursos em outros países, como por exemplo no Chile, onde já ministrei 3 cursos. Qual foi a pior coisa que fez na vida? O fato de trabalhar viajando tanto tem seu lado bom e seu lado ruim. Gostaria de ter me dedicado mais a carreira acadêmica, o que não conseguia por ter uma agenda muito cheia, além claro, da falta de vida social junto com a família. O que você mais gosta na profissão? Ver os resultados do nosso trabalho. Quando você vê um jogador que tinha uma dor que o incapacitava de jogar, e com o nosso empenho profissional, ele consegue voltar a jogar ou um paciente que não conseguia fazer algo e chega todo feliz até você dizendo que está bem melhor, é um prazer muito grande. O que você odeia na profissão? Profissionais que não evoluem e não se atualizam, mostrando uma imagem ruim da nossa profissão. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? A capacidade de, mesmo estando em uma profissão que não é muito valorizada, principalmente financeiramente, os profissionais que me cercam continuarem batalhando em prol de um melhor atendimento. Que qualidade mais detesta nos profissionais que te cercam? A falta de tempo para maior troca de informações, já que nós da Fisioterapia 30 • NovaFisio.com.br

trabalhamos muito. Qual sua maior virtude? Ser acessível e não gostar de esconder conhecimento adquirido. Já escutei comentários de alunos que fizeram cursos meus, que ficaram impressionados e que “além de eu aceitar a amizade no Facebook eu respondo as perguntas”. Qual seu pior defeito? Sou muito impulsivo e um tanto quanto cético. Era um só??? rsrsrsrs. Se pudesse mudar algo, o que seria? Acho que principalmente a impulsividade. Qual maior mentira já contou? Acho que mentiras “brancas” como uma vez que dei um pedacinho de miolo de pão amassado, como se fosse um comprimido, para uma paciente extremamente hipocondriaca dizendo que era um medicamento para dor. O melhor é que a dor passava e ela fazia a sessão de fisioterapia completa, rsrsrsrsrsrs Qual o fato mais inusitado em sua carreira? Na Etapa de Palmas de Vôlei de Praia em 2005, uma atleta resolveu tomar banho no Rio Tocantins, que era colado na arena, e foi atacada por uma PIRANHA, que arrancou um pedaço de um de seus dedos do pé. Felizmente não foi nada mais sério já que ela saiu rápidamente da água. Qual fato foi o mais cômico? Em uma etapa do Vôlei de Praia, não me lembro em qual cidade, após um lance polêmico de jogo, um cachorro entrou em quadra e começou a latir sem parar para o Árbitro da partida. Qual seu maior arrependimento? Na minha profissão eu posso dizer que não me arrependo de nada. Qual objeto de desejo? Gostaria muito de ter um aparelho de ultrassom de imagem e aprender a utilizálo com fins de auxílio na evolução de alguns tratamentos. Qual dica daria aos colegas? Se atualizem sempre e se valorizem.

Qual seu maior sonho? Serve “A PAZ MUNDIAL”??? rsrsrsrsr. O que eu gostaria de assistir é a fisioterapia ser valorizada na área da saúde. Qual seu maior pesadelo? O maior pesadelo foi ter perdido uma cadelinha que eu adorava durante o período do Pan-americano de 2007 e não poder estar perto dela nesse momento tão difícil por conta do trabalho. Qual sua aquisição mais recente? O conhecimento é a maior aquisição que podemos ter e por conta de ter saido do esporte, estou tendo mais disponibilidade para ser aluno em vários cursos. E qual profissão jamais queria ter? Qualquer uma da área financeira. Que talento mais gostaria de ter? Gostaria de ter mais habilidade em desenho. Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o quê? Veterinário especializado em Fisioterapia. Um livro? Atlas Fotográfico De Anatomia - Yokochi Quer fazer alguma divulgação? Sim, estou ministrando alguns cursos na FisioBúzios | Cursos All Inclusive para Fisioterapeutas e convido os colegas a conhecerem. www.fisiobuzios.com.br


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Tudo sobre fisioterapia!

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PALAVRAS-CHAVE: Velocidade. Reação. Fisioterapia. Prevenção. Treinamento.

PREVENÇÃO DE LESÕES UTILIZANDO O TREINAMENTO DE VELOCIDADE DE REAÇÃO INJURY PREVENTION USING THE REACTION TRAINING

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PREVENÇÃO DE LESÕES UTILIZANDO O TREINAMENTO DE VELOCIDADE DE REAÇÃO

Mark Adrian Hudson1; Aline Carius Justi Hudson2; Angela Maria Bittencourt3. 1 Fisioterapeuta Esportivo, Instrutor Internacional certificado pela 3B Scientific e Instructor Certified of Kinesiologic Taping for Medical and Sports Application by German Academy of Applied Sports Medicine. 2 Fisioterapeuta com experiência em Pilates, RPG, Estabilização segmentar, Mobilização Neural, Fisioterapia Neurológica, Geriátrica e Desportiva. 3 Doutora em Ciência pela UFRJ e Docente do Instituto Federal do Rio de Janeiro 4 Mark Adrian Hudson, fisioterapeuta do Vôlei de Praia (serviço prestado à Confederação Brasileira de Voleibol) por 12 anos, fisioterapeuta da seleção brasileira de Luta Olímpica por 1 ano, assistência fisioterapêutica a atletas de corrida de longa distância, de lutas e bailarinos. RESUMO Velocidade de reação é a capacidade de atingir maior rapidez de reação e de movimento, de acordo com o condicionamento específico e se baseia na rapidez com a qual uma pessoa é capaz de responder a um estímulo (visual; vestibular, proprioceptivo ou tátil). Pretende-se, neste ensaio, responder as seguintes questões: O treino de velocidade de reação aumenta a capacidade de reagir aos riscos gerados pelo ambiente? Em que o treino de velocidade de reação poderá favorecer ao ser humano nas suas tarefas cotidianas? É possível treinar velocidade de reação em pessoas com deficiência? E a partir de que idade? Sabe-se que uma das opções para prevenir lesões, seja ela de forma direta ou indireta é a manutenção do equilíbrio postural e da capacidade de responder imediatamente e adequadamente a estímulos visando manter a posição do corpo sobre sua base de apoio (pés), seja ela estacionária ou móvel. Concluiu-se que o treinamento de velocidade de reação pode agregar muitos benefícios em relação à prevenção de lesões e na realização das atividades da vida diária do indivíduo, pois ao treinar essa valência física as pessoas adquirem maior controle sobre si mesmo e do equilíbrio postural evitando o surgimento de acidentes. Observou-se também, que a tecnologia está acompanhando a evolução do treino de velocidade de reação, se tornando grande ferramenta facilitadora do mesmo. O tema deste ensaio deve ser estudado de forma mais aprofundada e quem sabe, se discutir a possibilidade de inclusão deste tipo de treinamento na assistência básica de saúde. PALAVRAS-CHAVE: Velocidade. Reação. Fisioterapia. Prevenção. Treinamento. ABSTRACT Reaction speed is the ability to achieve more rapid reaction and movement according to a specific conditioning and is based on the speed with which a person is able to respond to a stimulus (visual, vestibular, proprioceptive or tactile). The intention of this essay is to answer the following questions: Does reaction training increase the ability to respond to the risks posed by the environment? In what way can reaction training favor human beings in their daily tasks? Is it possible to apply reaction training to people with disabilities? From what age can reaction training be introduced? It is known that one of the options to prevent injuries, be it directly or indirectly, is the maintenance of postural balance and the ability to respond immediately and appropriately to stimuli in order to maintain the body position on its support base (feet), whether stationary or mobile. The conclusion is that reaction training can add many benefits regarding the prevention of injuries and the performance of daily activities by the individual, since, as people train this physical valence, they gain greater control over themselves and their postural balance thus avoiding the occurrence of accidents. It has also been observed that technology is accompanying the evolution of reaction training, becoming a great facilitating tool for the same. The theme of this essay should be studied in more depth and perhaps be discussed the possibility of including this type of training in primary health care. KEYWORDS: Speed. Reaction. Physiotherapy. Prevention. Training.

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INTRODUÇÃO Segundo Mark Adrian Hudson4, um dos autores deste ensaio, desde sua formação, se interessou por matérias ligadas ao esporte e ao movimento, que o direcionaram para a área da Fisioterapia Desportiva. Teve experiência com equipes de várias modalidades esportivas em esportes individuais, esporte em equipes e até em companhia de dança. Esse trabalho o levou a conhecer praticantes ou até mesmo ex-atletas com mais idade que ainda praticavam esportes que envolviam velocidade e que nunca tinham sofrido nenhum tipo de lesão mais séria por causa das qualidades físicas e habilidades que resultaram em uma maior velocidade de reação de proteção, frente aos possíveis traumas. Nesse sentido, observou-se que uma das opções para prevenir lesões, seja ela de forma direta ou indireta, é a manutenção do equilíbrio postural, que representa a capacidade de manter a posição do corpo sobre sua base de apoio (pés), seja ela estacionária ou móvel. Segundo Maki e Mcilroy (1996), esse controle postural é exercido pela convergência extremamente acurada dos sistemas vestibular, visual e proprioceptivo, pois para que o equilíbrio ocorra, os sistemas sensoriais devem agir de forma a conduzir informações

específicas, relacionadas ao posicionamento do corpo no espaço, cabendo ao sistema nervoso central (SNC) organizá-las e controlar a postura corporal tanto estática quanto dinâmica (McCOLLUM et al, 1996). Figura 1 - Controle Postural - Oliveira, 2009 Atuante em todo o momento, o controle postural é responsável por permitir ações simples do cotidiano do ser humano, porque ao receber as informações sensoriais, o SNC as processa no contexto das respostas previamente aprendidas e executa uma resposta de correção postural automática, que é orientada ou expressa por meio da resposta motora. A lentificação geral do processamento das informações sensoriais, associada à diminuição da condução nervosa, comuns no processo reumato-neurológico, contribuem para o retardo das respostas posturais automáticas (CHANDLER, 2002). Assim sendo, uma das principais tarefas do sistema do controle postural humano é a do equilíbrio do corpo sob a pequena base de apoio fornecida pelos pés e que para a rápida retomada do equilíbrio precisa-se de outra valência física chamada de velocidade de reação. Entende-se por velocidade de reação a capacidade de atingir maior rapidez de reação e de movimento, de acordo com o condicionamento específico, baseada na rapidez com a qual uma pessoa é capaz de responder a um estímulo (visual; vestibular, proprioceptivo ou tátil), cujo tempo requerido para ser iniciada a resposta a um estímulo recebido. No campo esportivo, Bauersfeld e Voss (1992) a definiram como velocidade com a qual um atleta é capaz de responder a um rápido comando. Segundo Weineck (1999), a velocidade motora resulta da capacidade psíquica, cognitiva, coordenativa e do condicionamento, sujeitas às influências genéticas, do aprendizado, do desenvolvimento sensorial e neuronal, bem como de tendões, músculos e capacidade de mobilização energética. Nesse sentido, Grosser (1992), refere que a velocidade vai além dos aspectos condicionais coordenativos, pois é a capacidade de atingir maior rapidez de reação e de movimento, de acordo com o condicionamento específico, baseada no processo cognitivo, na força máxima de vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular, bem como define a velocidade de reação como a capacidade de reagir em menor tempo a um estímulo. Ao se levar para o cotidiano do ser humano, verifica-se em algumas atividades como, por exemplo, um veículo em movimento que se depara com uma porta de outro automóvel estacionado sendo aberta de forma inesperada à sua frente, tendo que reagir rapidamente desviando para evitar a colisão, observa-se que algumas pessoas levam mais tempo para associar e reagir ao obstáculo 36 • NovaFisio.com.br


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não conseguindo desviar. Outro exemplo é de uma situação bem comum onde um indivíduo, andando rapidamente, necessita desviar de outro que repentinamente entra ou para em sua frente. Dessa maneira a velocidade de reação diminuída não se encontra ligada somente ao envelhecimento, ao trauma ou por doença neuro-reumática, podendo ser relacionada à redução de estímulos no decorrer da vida. Em uma rápida analogia, verifica-se que uma criança tem muito mais situações de estímulo para reagir que um indivíduo adulto já que suas atividades normalmente envolvem mais movimentos e a dos adultos nem sempre. Segundo Myers; Young; Langlois (1996) em um levantamento bibliográfico sobre o papel da atividade física na prevenção de quedas e da fratura de quadril foram detectados problemas de mobilidade, resposta ao estímulo, dependência nas atividades da vida diária, dificuldade de andar e de equilíbrio, deficiência neuromuscular e musculoesquelética, cujo resultado conduz a futuros declínios das funções físicas, aumentando o risco de quedas. Esses fatores estão relacionados diretamente a velocidade de reação, mostrando que se a retomada do equilíbrio, que se encontra deficiente, for treinada o indivíduo tenderá a reduzir algumas lesões relacionadas à perda do equilíbrio postural. De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) o exercício físico regular melhora a qualidade e expectativa de vida do ser humano beneficiando-o em vários aspectos principalmente na prevenção de incapacidades. Nesse sentido, o exercício físico, atua na manutenção da função, conservam ativos todos os sistemas que formam o organismo, como: sistema muscular, sistema nervoso e sistema osteoarticular (GEIS, 2003), pois a atividade física regular tem sido descrita como excelente meio de atenuar a degeneração provocada pelo envelhecimento, lesões reumáticas, traumáticas e neurológicas dos domínios físico, psicológico e social (American College of Sports Medicine, 1998). Essa pesquisa parte das seguintes questões norteadoras: Velocidade de reação aumenta a capacidade de reagir os riscos gerados pelo ambiente? O que o treino de Velocidade de reação poderá favorecer o ser humano nas suas tarefas cotidianas? É possível treinar Velocidade de reação em pessoas com deficiência? A Velocidade de reação deve ser treinada a partir de que idade? Desta forma, objetivou-se no presente ensaio, trazer uma discussão mais aprofundada sobre velocidade de reação em ações preventivas pelo seu treinamento, cuja meta é a redução de lesões nas atividades cotidianas associadas à resposta rápida ao estímulo. Esse ensaio será dividido em três partes, sendo a primeira relacionada a retomada do equilíbrio após treinamento de velocidade de reação a segunda sobre as tecnologias envolvidas e por fim sobre a viabilidade de inclusão nos protocolos clínicos de fisioterapia. Velocidade de reação para a retomada de equilíbrio postural. Na postura ortostática existem sempre pequenas oscilações do corpo, porque as forças e momentos de força sobre ele aplicados e só se anulam momentaneamente, ficando o corpo humano em constante desequilíbrio, numa busca incessante por equilíbrio (AMARAL, C, JANUÁRIO, F.2010). Os limites de estabilidade expressam a área na qual o indivíduo pode mover o seu corpo e manter o equilíbrio sem alterar a base de suporte. Na posição de pé, esta área resulta da projeção de um cone, o que leva a inferir que o equilíbrio não é uma posição, mas um espaço. Desta maneira, o SNC possui representação interna deste cone de estabilidade, que usa para determinar como o indivíduo se deve mover para manter o equilíbrio. (RODGER, M.1988) Nesse sentido, para manter esta posição, os pés têm um papel fundamental, sendo que esta varia consoante a dimensão da base de sustentação, ou seja, quando a base de sustentação se encontra mais alargada, é necessário menos trabalho muscular. Por outro lado, se a base de sustentação for reduzida, ou mesmo se os pés se encontrarem juntos vai existir um constante ajuste dos membros inferiores e dos pés para que exista uma resposta às alterações da distribuição do peso, para que o centro de gravidade se mantenha dentro da base de sustentação (EDWARD, S.2004) Pode-se afirmar que o sistema motor é responsável por gerar atividade muscular (tônus muscular e a rigidez inter-segmentar dos músculos e articulações) necessária para a busca e/ou manutenção do equilíbrio corporal e da orientação corporal necessária para as atividades da vida diária (FREITAS; BARELA, 2006). Assim, na fisioterapia preventiva, a meta é o equilíbrio postural, o qual não se vincula à velocidade de reagir a estímulos não esperados (velocidade de reação). Ao observar nos ambulatórios algumas lesões do cotidiano do ser humano, percebe-se que o mesmo não respondeu imediatamente a incitação, pois não treinou a resposta. Pode-se exemplificar com as quedas provenientes do tropeçar em tapete, cujas lesões podem ser importantes e a prevenção consiste em colocar uma das pernas à frente, o mais rápido possível, com a intenção de retomada do controle postural. No que se refere aos praticantes de atividade física que envolva velocidade de reação, como jogos em equipes e corrida, esses atletas têm menor probabilidade de acidentes, devido à sua valência física ter sido aprimorada com treinamento específico, com o uso de recursos simples e acessíveis como bolas suíças, faixas elásticas, espumas, cones, etc. NovaFisio.com.br • 37


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Segundo Brito e Costa (2001) a possibilidade de uma pessoa sofrer uma lesão grave decorrente de uma queda depende de alguns fatores: velocidade da queda, capacidade de absorção de energia da superfície na qual a pessoa cai, capacidade da pessoa de se auto proteger (velocidade de reação), limiar de lesão dos tecidos moles e direção e local do impacto. Assim sendo, observa-se nas pessoas que não realizam atividades físicas diariamente; grande índice de riscos de quedas, as quais são geralmente atribuídas à combinação de vários fatores; poucos desses casos podem ser atribuídos a uma causa única. A maior parte das quedas é devida às consequências acumuladas de diversos fatores etiológicos, cuja combinação afeta a postura, reduzindo progressivamente e o limiar de estabilidade do indivíduo (SIMPSON, 2000). Desta maneira, a velocidade de reação deveria ser incluída nos protocolos de fisioterapia preventiva, principalmente quando surge o elemento surpresa, ou seja, quando a pessoa não tem percepção do estímulo que está preste a acontecer, o qual busca resposta rápida e eficiente. Assim o fisioterapeuta deve desenvolver práticas que oportunizem ao ser humano responder de forma hábil a partir de um determinado estímulo sonoro, visual ou tátil, aumentando a velocidade da resposta dos mecanismos de integração central, importantes para os reflexos posturais, concentração, recuperação mais veloz da perturbação postural (JÚNIOR; HECKMAN, 2006). Os protocolos de velocidade de reação devem incluir: exercícios de aquecimento, coordenação motora e equilíbrio, exercícios de agilidade (exercícios de coordenação motora e equilíbrio incluindo velocidade) e exercícios de velocidade de reação, propriamente ditos (exercícios de coordenação motora e equilíbrio incluindo velocidade partindo de um estímulo), evoluindo de um grau de menor para uma maior complexidade. Conclui-se que para prevenir lesões, é necessário aperfeiçoar as condições de recepção de informações sensoriais do sistema vestibular, visual e somatossensorial, de modo a ativar os músculos em uma ação rápida e eficaz capaz de evitar o minimizar os riscos de lesão. Um dos meios utilizados para promover esses estímulos, é a criação de protocolos preventivos de velocidade de reação. Tecnologia de avaliação e treinamento de velocidade de reação. No ser humano o equilíbrio é difícil de ser mantido, já que ocorrem oscilações constantes mesmo quando uma pessoa procura manter-se em pé o mais estável possível. Essas oscilações são resultantes da dificuldade em manter os segmentos corporais alinhados entre si sobre uma base de suporte restrita, pois o sistema muscular produz forças que variam ao longo do tempo. Somado a isso, há diversos fatores fisiológicos, cognitivos e antropométricos que influem constantemente na posição ortostática, cuja base de suporte se mantém fixa enquanto o centro de massa corporal se movimenta. Assim, o controle muscular e manutenção do equilíbrio dinâmico envolvem a atividade cinética coordenada de cadeias musculares (BARAÚNA et al., 2006; GREVE et al., 2007). Nesse sentido, atualmente o uso da tecnologia, tende a ser desenvolvido possibilitando a ampliação de técnicas que favorecem o cuidado em fisioterapia, com isso pode-se contar cada vez mais com recursos e aparelhos que facilitam a atuação profissional. Um equipamento utilizado para a avaliação da medição do tempo de reação (TR) foi o Cybex Reactor®, o qual é constituído de uma plataforma de borracha (2,60m x 3,56m), dotada de oito círculos sensíveis à pressão dos pés, que é capaz de medir o TR por

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meio da detecção da alteração de pressão no solo. A plataforma possui um microcomputador Pentium 100 ligado a um monitor, que serve de feedback visual para o indivíduo que está realizando a avaliação, por meio deste monitor o mesmo realizará as tarefas solicitadas. Os protocolos aos quais os voluntários foram submetidos são: Parkinson’s PP1 (Stability anterior/posterior) e Parkinson’s PM (Stability left). Os indivíduos devem ser instruídos a permanecer em posição ortostática e estável sobre duas plataformas (Stability anterior/posterior) conforme a Figura 2, de frente para o monitor, aguardando a apresentação do sinal, que é dado ora para o lado esquerdo ora para o direito, o mesmo tem que responder ao sinal visual o mais rapidamente possível sendo captado e calculado pelo aparelho, devendo permanecer o mais estável possível. Posteriormente foram instruídos a se manter também em posição ortostática e estável sobre uma única plataforma (Stability left) em base de sustentação na largura do quadril seguindo o mesmo procedimento.

Para os profissionais, onde os tempos de reação são a diferença entre sucesso e fracasso, esse aparelho oferece recursos para se obter a vantagem contra os seus adversários. O BATAK Pro (figura 3) foi projetado especificamente para treinar velocidade de reação cuja meta é melhorar as habilidades manuais e viso motoras periférica. Usado por treinadores desportivos como ferramenta para melhorar a resistência e o tempo de reação. Oferece variedade de usos de exercícios aeróbicos, testes de resistência e o principal uso para jogos de coordenação olho-mão e de reação, além de incorporar jogos de reação de resistência em suas rotinas, proporciona grande diversão competitiva para todos os envolvidos. A prática consiste nas pessoas se posicionar confortavelmente na frente do BATAK, onde botões luminosos acenderam de maneira aleatória, e deve-se tampar o maior número cores possível no tempo alocado (30 ou 60 segundos). Assim que um alvo é atingido

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o próximo alvo acende. A prática é muito importante, pois o desempenho pode aumentar rapidamente nas primeiras tentativas. Outro aparelho para medir e treinar velocidade de reação é o fitLight Trainer ™ (figura 4), é um sistema sem fio de luz composta de 8 LED RGB alimentado luzes e uma central de controle PDA. As luzes são usadas como alvos e o indivíduo têm que ativar ou desativar conforme a rotina de treinamento. As luzes podem ser desativadas pelo uso das mãos dos atletas, pés, cabeça e raquetes ou por quaisquer outros meios específicos. As luzes podem ser programadas para ser desativado pelo contato ou proximidade de detecção em que o sistema é capaz de registrar o tempo para qualquer função de treinamento atlético. Inserido nessa perspectiva, uma nova classe de vídeo games denominada exergames (EXG) tem se apropriado da RV para proporcionar ao usuário à possibilidade de emulação perceptiva e de atuação com potencial para o desenvolvimento de habilidades sensoriais, motoras e proprioceptivas (PAPASTERGIOU, 2009). Igualmente, age como promotor dos conteúdos da prática de atividade física permitindo novas possibilidades de sistematização do exercício e do movimento. Recentes pesquisas têm utilizado os jogos virtualmente interativos do console Nintendo Wii (figura 5), o mais popular EXG do mundo, para verificar seus possíveis benefícios em processos de reabilitação e treinamento neuromuscular proprioceptivo, bem como o impacto desse tipo de atividade física sobre parâmetros fisiológicos (SHIH, 2011; WHITE et al., 2011)5, Em relação à avaliação e treinamento de velocidade de reação existem vários aparelhos além de aplicativos em tablets e smartphones, bem como videogames interativos que podem ser usados com esta finalidade. Em contrapartida existe custo na aquisição dos mesmos, e que em sua grande maioria são importados. Conclui-se que são custosos, precisão de espaço amplo e da necessidade de se ter domínio de todos os recursos que ele oferece inclusive alguns dos fabricantes chegam a oferecer treinamento próprio para melhor aproveitamento por parte do profissional que o adquiriu. Treinamento de velocidade de reação, um novo recurso da fisioterapia. O treino de velocidade de reação pode ser um ótimo adicional ao tratamento em fisioterapia, agindo principalmente no âmbito preventivo, em praticantes de esporte ou não, que adicionado a programa de treinamento proprioceptivo, pode-se tornar ferramenta para tratamento em pessoas com deficiências visando melhor reação aos obstáculos encontrados no dia a dia. A melhoria das condições de saúde e a crescente expectativa de vida permitiram o crescimento da população com lentidão a respostas a estímulos, tanto em números absolutos quanto relativos. Essa situação, de dimensão mundial e de natureza sem precedentes, é considerada como um sinal de desenvolvimento social e uma conquista para a saúde pública mundial. Nesse sentido, levando em conta que com passar da vida se reduz as habilidades, em especial a velocidade, a inclusão deste recurso em trabalho preventivo trará muitos benefícios e pensando nisso, seria interessante trabalhar em todas as idades, dentro de suas possibilidades de realização. CONCLUSÃO Neste ensaio foi observado que grande parte das lesões estão ligadas ao equilíbrio postural e que para ser mantido, depende dos estímulos recebidos, e processados pelo SNC, os quais são enviados para os músculos e ativados ou inibidos com a intenção de alcançar o equilíbrio e controle postural. Nesse estudo foi identificado que a velocidade entre este estímulo e a ação muscular é chamada de velocidade de reação, cuja valência física é passível de treinamento e que se ela estiver reduzida pode-se não alcançar o esperado equilíbrio postural possibilitando o surgimento de acidentes. Pode-se concluir que o treinamento de velocidade de reação tem grandes chances de ajudar na prevenção de lesões além de trazer benefícios físicos por se tratar também de um tipo de atividade física e pode se tornar mais um novo recurso na fisioterapia. Vimos que ao treinar esta valência física podemos ter como resposta um maior controle motor beneficiando em especial, a retomada do equilíbrio postural e com isso, podendo evitar os acidentes, principalmente relacionados com queda. Concluímos que em qualquer idade e mesmo com algumas deficiências é possível se treinar velocidade de reação, desde que o indivíduo seja ativo e que as deficiências não impeçam de realizar as atividades propostas. Verificamos que a tecnologia vem sendo uma grande ferramenta que pode somar muito ao treinamento de velocidade de reação e que a mesma vem evoluindo muito rapidamente. 40 • NovaFisio.com.br


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PREVENÇÃO DE LESÕES UTILIZANDO O TREINAMENTO DE VELOCIDADE DE REAÇÃO

Este ensaio foi baseado em alguns estudos encontrados já que o tema ainda não foi muito explorado cientificamente e vem mostrar a possibilidade de novas discussões bem como estudos mais aprofundados sobre o assunto. REFERÊNCIAS Amaral, C., Januário, F. (2010). Fisiologia do Equilíbrio. Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, vol 19, Nº 2, 31-37. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE; Exercise and Physical Activity for Older Adults: Position Stand. Medicine & Science in Sports & Exercise v.6,p. 992-1008, 1998ª. BARAÚNA et al., 2006 BARAÚNA, M.A.; DUARTE, F.; SANCHEZ, H.M.; CANTO, R.S.T.; MALUSÁ, S. et.al. BAUERSFELD, M. & VOSS, G. Neue Wege im Schnelligkeitstraining. Münster: Philippka Verlag, 1992. BRITO, F.C, COSTA, S.M.N. Quedas. In: PAPALÉU NETTO, M., BRITO, F.C. Urgências em geriatria: epidemiologia, fisiopatologia, quadro Clínico. Controle terapêutico. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte. Editora Atheneu, p. 43-62, 2001. CARLOS, M.P.J.; HECKMAN, M.F. Distúrbios da postura e marcha e quedas. In: FREITAS, E.V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2006. cap.98, p.950 Júnior; Heckman 2006. CHANDLER JM. Equilíbrio e quedas no idoso: questões sobre a avaliação e o tratamento. In: GUCCIONE AA. Fisioterapia geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 265-77 Edwards, S. (2004). Fisioterapia Neuromuscular (2ª ed., pp. 37-71). Loures: Lusociência. FREITAS, P.J., BARELA, J.A. Alterações no funcionamento do sistema de controle postural de idosos. Uso da informação visual. Rev Port Cien Desp, v.6, n.1, p.94–105, 2006 GEIS, P.P. Atividade física e saúde na terceira idade teoria e prática. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2003. GREVE et al., 2007 GREVE J.; ALONSO A.; BORDINI A.C.P.G.; CAMANHO, G.L. Correlation between body mass index and postural balance. Clinics, v.62, n.6, p.717-20, 2007. GROSSER, M.: Entrenamiento de La velocidad. Barcelona: Ed. Martinez Roca, 1992. MAKI BE, MCILROY WE. Postural control in the oder adult. Clin Geriatr Med. 1996;12:635-58. McCOLLUM C, SHUPERT CL, NASHNER LM. Organizing sensory information for postural control in altered sensory environments. Journal of Biology. 1996;180(3):257-70. MENDES, Oston. Realidade virtual: Xbox Kinect é utilizado para reabilitação na Fisioterapia. Disponível em 1 http://www.novafisio.com.br/ artigos_jornalisticos/noticias/realidade-virtual-xbox-kinect-e-utilizado-para-reabilitacao-na-fisioterapia/. Acesso em MYERS, A.H.; YOUNG, Y.; LANGLOIS, J. A. Prevention of falls in the elderly. Bone v.18, n.1 Suppl, p.87S-101S, 1996 OLIVEIRA, R. Equilíbrio e quedas nos idosos, 2009. Disponivel em http://requilibrius.blogspot.com.br/2009/04/equilibrio-e-quedas-nos-idosos-5. html / Acesso em 10 de junho de 2014 PAPASTERGIOU, 2009 PAPASTERGIOU, M. Digital Game-Based Learning in high school Computer Science education: impact on educational effectiveness and student motivation. Computers Education Taipei, v. 52, p.1-12, 2009. Disponível em ftp://www.ylw.idv.tw/igr/paper/Digital%20Game-Based%20Learning%20in%20high%20school%20Computer%20Science%20education.pdf Revista Brasileira de Medicina do Esporte; Estudo da correlação entre a velocidade de reação motora e o lactato sanguíneo,em diferentes tempos de luta no Judô, vol.10, p. 340, 2004 Rodgers, M. (1988). Dynamic Biomechanics of the Normal Foot and Ankle: During Walking and Running. Jounal of the American Physical Therapy Association, 68 (12), 1822-1830 SIMPSON, J.M. Instabilidade postural e tendências à quedas. In: PICKLES, B. et al. Fisioterapia na Terceira idade. 2ª ed. São Paulo: Livraria Santos editora Ltda., 2000. cap. 15, p.197. SHIH, 2011 SHIH, C.H. A standing location detector enabling people with developmental disabilities to control environmental stimulation through simple physical activities with Nintendo Wii Balance Boards. Research in developmental disabilities, v.32; 2, p.699-704, 2011. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0891422210002726. Acesso em: 22 Dez 2011. SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE (SBME), disponível em http://www.medicinadoesporte.org.br/ acesso em 12 de maio de 2014. WEINECK, J. Biologia do Esporte. São Paulo: Manole, 1999, pag 379 WHITE, K.; SCHOFIELD, G.; KILDING, A.E. Energy expended by boys playing active video games. Journal of science and medicine in sport, Belconnen, v. 14, n. 2, p. 130-4, 2011. Disponível em: http://www.jsams.org/article/S1440 2440(10)00154-4/abstract. Acesso em: 20 Out. 2011 NovaFisio.com.br • 41


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PALAVRAS-CHAVE: cinesioterapia; revascularização do miocárdio; reabilitação e disfunções cinético-funcionais.

O PAPEL DA CINESIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS QUE SE SUBMETERAM À REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO. THE ROLE OF THE REHABILITATION KINESIOTHERAPY OF HOSPITALIZED PATIENTS WHO UNDERWENT CABG: A STUDY BIBLIOGPHIC

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O PAPEL DA CINESIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS QUE SE SUBMETERAM À REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO.

1.LIMA;M.O. Bacharel em Fisioterapia pela UNIRB-BA, Pós-Graduação em Fisioterapia Hospitalar, Faculdade Nobre de Feira de Santana. 1 FLOR, A.L.S.V. Bacharel em Fisioterapia pela FAN-BA, Pós-Graduação em Fisioterapia Hospitalar, Faculdade Nobre de Feira de Santana. 2 SOUZA,M.P. Bacharel em Fisioterapia pela FAFIS-BA, Pós-Graduação em Traumato-Ortopédica pela Universidade Gama Filho, Pós-Graduação em Fisioterapia Hospitalar, Faculdade Nobre de Feira de Santana. 3.BONFIM,G.F.Biológo; Mestre em Biotecnologia-UEFS/FIOCRUZ,Pós-Graduação em Fisioterapia. Resumo: As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no mundo desenvolvido, e sua ocorrência tem aumentado de forma epidêmica nos países em desenvolvimento. Apesar das inúmeras alternativas para o tratamento da doença arterial coronariana; a cirurgia de revascularização do miocárdio é uma opção com indicações precisas de médio e longo prazo, com bons resultados. Pode proporcionar a remissão dos sintomas de angina e, também, contribui para o aumento da expectativa e melhora da qualidade de vida. Após o procedimento cirúrgico, o cardiologista estará solicitando a reabilitação cardíaca, onde o Fisioterapeuta assume grande importância neste estágio de recuperação, sendo assim a Cinesioterapia é uma das modalidades terapêuticas, que proporciona grandes benefícios aos pacientes que se submeteram a Revascularização do Miocárdio, como melhora no estado funcional, prevenção de deformidades articulares, acelera a saída do leito o que ajuda na deambulação precoce, além da diminuição do tempo de permanência hospitalar, melhorando a relação custos hospitalares e benefícios para o paciente. Neste sentido este estudo tem como objetivo apresentar o papel da cinesioterapia na reabilitação de pacientes hospitalizados que se submeteram á revascularização do miocárdio através de um estudo bibliográfico, sendo os artigos coletados em portais acadêmicos, como Scientific Eletronic Library Online- SCIELO, BIREME- Biblioteca Virtual em Saúde que reúne base de dados como LILACS e MEDLINE, Biblioteca Digital de teses e dissertações do IBCT e da USP, além de bibliotecas eletrônicas que abrangem uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros indexados com a abrangência temporal dos estudos definida entre os anos de 2000 a 2012.Entretanto com a literatura pesquisada considera-se que a Cinesioterapia, permite aos cardiopatas retornar, o quanto antes, à vida produtiva e ativa, a despeito de possíveis limitações impostas pelo seu processo patológico, pelo maior período de tempo possível. Além de restaurar, nesses pacientes, sua melhor condição fisiológica, social e laborativa; prevenir a progressão, ou reverter o processo aterosclerótico, nos pacientes coronariopatas. PALAVRAS-CHAVE: cinesioterapia; revascularização do miocárdio; reabilitação e disfunções cinético-funcionais. Abstract: Cardiovascular diseases are among the leading causes of death in the developed world, and its incidence has been increasing in epidemic form in developing countries. Despite numerous alternatives for the treatment of coronary artery disease, coronary artery bypass grafting is an option with precise medium and long term, with good results. Can provide remission of symptoms of angina and also contributes to the increased expectation and improved quality of life. After surgery, the cardiologist is calling for cardiac rehabilitation, where the physiotherapist is very important at this stage of recovery, so the Kinesiotherapy is one of the therapeutic modalities, providing great benefits to patients who underwent myocardial revascularization, as improvement in functional status, prevent joint deformities, accelerates the exit of the bed which helps in early ambulation, besides decreasing the length of hospital stay, improving hospital cost and patient benefits. In this sense, this study aims to present the role of kinesiotherapy rehabilitation inpatients who underwent CABG will through a bibliographical study, with articles collected from trusted sites, such as Scientific Electronic Library Online-SCIELO, BIREME-Virtual Library Health database that gathers as LILACS and MEDLINE, the Digital Library of theses and Dissertations of IBCT and USP, and electronic libraries covering a selected collection of Brazilian scientific journals indexed with the temporal scope of the studies defined between the years 2000 to 2012. However with the literature considers that the Cinesioterapia, enables cardiac return as soon as possible, to active and productive life, despite possible limitations imposed by their disease process, the longest period of time possible. In addition to restore, in these patients, its best condition physiological, social and productive working; prevent progression or reverse the atherosclerotic process in patients with coronary artery disease. Keywords: physiotherapy; kinesiotherapy; rehabilitation and functional kinetic dysfunctions.

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Introdução A cirurgia cardíaca teve um desenvolvimento extraordinário nos últimos 40 anos, sendo hoje uma terapêutica com indicações precisas e que necessitam de cuidados intensivos, clínicos ou cirúrgicos (LIMA et al.,2011). Cirurgia cardíaca pode ser definida como processo de restauração e restituição das capacidades vitais, compatíveis com a capacidade funcional do coração daqueles pacientes que já apresentaram previamente doenças cardíacas. É o processo pelo qual o paciente busca retorno ao bem-estar do ponto de vista físico, mental e social (LIMA et al.,2011). Dentre os procedimentos operatórios, um dos mais frequentes é a revascularização do miocárdio (RM) sendo um procedimento estabelecido para tratar a doença arterial coronária avançada (LIMA et al.,2004). Neste sentido a Fisioterapia é parte integrante no atendimento ao paciente que será submetido à RM, pois são pacientes com alto risco de complicações cinético-funcionais, devido ao tempo de internação prolongada, diminuição de amplitude de movimento das articulações além de atrofia muscular, contraturas articulares e úlceras por pressão. Outra preocupação são as complicações respiratórias que esses pacientes poderão vim a apresentar devido ao imobilismo prolongado no leito; onde ocorre uma redução do volume corrente, do volume minuto, da capacidade pulmonar total, da capacidade residual funcional, do volume residual e volume expiratório forçado. Todas essas funções estariam diminuindo de 25 a 50% no imobilismo (RIVOREDO et.al.,2011). Os movimentos diafragmáticos e intercostais são diminuídos com a posterior perda da força muscular. A respiração fica mais superficial e a troca gasosa alveolar é reduzida com um aumento relativo de dióxido de carbono nos alvéolos, aumentando a frequência respiratória (RIVOREDO et al.,2011). A eliminação das secreções é mais difícil pelo decúbito no leito, a região pulmonar que fica em contato com o leito, acumula mais secreções do que a região livre. A tosse é menos efetiva, somada á fraqueza dos músculos abdominais e função ciliar, diminuindo e predispondo o paciente a infecções respiratórias (pneumonias) e atelectasias (RIVOREDO et al.,2011). A relação ventilação-perfusão (V/Q) pode mudar nas áreas dos pulmões que ficam em contato com o leito, com a ventilação insuficiente e perfusão excessiva ocorre SHUNT pulmonar e hipoxemia (RIVOREDO,et al,,2011). Segundo a ASSOBRAFIR (Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva) a Fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais de diversos sistemas corporais, pois atua na prevenção e/ou no tratamento das doenças cardiopulmonares, circulatórias e musculares, reduzindo assim a chance de possíveis complicações clínicas. Conforme o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), a Fisioterapia busca alcançar, através de metodologias e técnicas próprias baseadas na utilização terapêutica dos movimentos e dos fenômenos físicos, uma melhor qualidade de vida para o cidadão, frente às disfunções intercorrentes. As metodologias e as técnicas da Cinesioterapia são práticas próprias e exclusivas do profissional Fisioterapeuta, sendo sua indicação e sua utilização prática terapêutica própria, privativa e exclusiva. Considerando o tema apresentado este estudo levanta o seguinte questionamento: Por que se faz necessário a Cinesioterapia em pacientes que se submetem a Revascularização do Miocárdio? O Fisioterapeuta acompanha o paciente desde o pré-operatório, passando pelo pós-operatório imediato ao pós-operatório tardio, contribuindo para uma melhoria funcional, o mais rápido possível. Dentro desse contexto a cinesioterapia visa à reabilitação dos movimentos passivos e ativos tendo como objetivo, melhorar a funcionalidade do paciente, evitar a atrofia muscular, além de contraturas articulares, úlceras por pressão e alterações cinéticos-funcionais (CRUZ,2012). Deste modo este estudo tem como objetivo apresentar os benefícios da Cinesioterapia em pacientes que se submeteram a Revascularização do Miocárdio, devido a grande relevância de pacientes que realizam este procedimento cirúrgico, assim a imobilidade, o descondicionamento físico e a fraqueza muscular acabam sendo problemas frequentes e que estão associados a maior incapacidade e a reabilitação prolongada (CRUZ,2012). Este estudo busca contribuir na minimização das consequências geradas pela imobilidade no leito, decorrente do tempo prolongado da internação hospitalar, ajudando assim na prevenção de complicações osteomusculares e bem-estar físico e psicológico do paciente (CRUZ,2012). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória; bibliográfica sistemática mediante o método descritivo que segundo Vergara (2003) expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno, podendo ainda estabelecer correlações entre variáveis 44 • NovaFisio.com.br


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e definir sua natureza. Esta revisão bibliográfica sobre o papel da cinesioterapia na reabilitação de pacientes hospitalizados no pós-operatório de revascularização do miocárdio foi dividida em duas etapas; a primeira etapa constituiu na procura dos descritores no site Ciências da Saúde (http://decs.bvs.br). Depois foram estabelecidos dois critérios para refinar os resultados: a abrangência temporal dos estudos definida entre os anos de 2000 a 2011 e o idioma, textos em português e inglês. Para a busca dos artigos, foi utilizado o cruzamento de descritores/ palavras-chave: fisioterapia; cinesioterapia; revascularização do miocárdio; reabilitação e disfunções cinético-funcionais. Os dados foram coletados na internet através do Scientific Eletronic Library Online- SCIELO, BIREME- Biblioteca Virtual em Saúde que reúne base de dados como LILACS e MEDLINE, Biblioteca Digital de teses e dissertações do IBCT e da USP, além de bibliotecas eletrônicas que abrangem uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros indexados. Outra estratégia adotada e não menos importante foi à busca manual de artigos por meio de autores ou de referência consideradas clássicas da literatura. Deste modo optou-se pela realização de uma leitura prévia dos artigos encontrados para posterior descrição do assunto abordado, acreditando ser este modo, o melhor possível para oferecer subsídios para efetivação de uma leitura compreensiva dos artigos. Após esta leitura e descrição inicial, os textos foram classificados conforme a conveniência do assunto abordado. Essa temática é de grande relevância científica, pois reúne à visão de vários autores em um único trabalho. No que se diz respeito à motivação pessoal a mesma partiu da prática hospitalar, onde tivemos a oportunidade de acompanhar uma paciente desde o pré-operatório ao pós-operatório de Revascularização do Miocárdio, e percebemos o quanto é importante realizar a cinesioterapia precoce, a fim de evitar complicações sistêmicas e possibilitar qualidade de vida o mais rápido possível a este paciente. Considerações Teóricas As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte nos países desenvolvidos e sua ocorrência tem aumentado de forma epidêmica nos países em desenvolvimento. Estudos recentes confirmam essas previsões, demonstrando que nos dias atuais, trata-se da maior causa de morbidade e mortalidade em países industrializados da Europa e da América do Norte. No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 30% de todos os óbitos (LAMARI et al., 2005). Lamari et al., (2005) complementa que a incidência de patologias cardiovasculares nos países desenvolvidos vem aumentando a cada ano, com 80% relacionadas à doença arterial coronariana, na qual na maioria das vezes, a cirurgia de revascularização do miocárdio se faz necessária. A doença arterial coronariana (DAC), como é de conhecimento por décadas, tem seu risco associado a fatores predisponentes classicamente: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), lipoproteína de baixa densidade (LDL), colesterol elevado, lipoproteína de alta densidade (HDL) colesterol reduzido, tabagismo, diabetes mellitus, obesidade, padrão androgênico; sedentarismo, história familiar, hipertrigliceridemia e estresse (TREVISAN, 2006). Apesar das inúmeras alternativas para o tratamento da doença arterial coronariana, a revascularização do miocárdio é uma opção com indicações precisas de médio à longo prazo, com bons resultados, proporcionando a remissão dos sintomas de angina e contribuindo para o aumento da expectativa e melhoria da qualidade de vida dos pacientes com doença coronariana (LAMARI,2011). Neste sentido a Reabilitação Cardíaca (RC) faz parte desse processo onde a Organização Mundial da Saúde define como sendo “o conjunto das intervenções necessárias para fornecer ao doente cardíaco uma condição física, psicológica e social tão elevada quanto possível, de forma que os doentes com patologia crônica ou pós-aguda possam, pelos seus próprios meios, preservar ou retomar o seu lugar na sociedade” (CRUZ,2012). De acordo com Cruz (2012) a reabilitação cardíaca permite aos cardiopatas retornar, o quanto antes, à vida produtiva e ativa, a despeito de possíveis limitações impostas pelo seu processo patológico, pelo maior período de tempo possível. Além de restaurar, nesses pacientes, sua melhor condição fisiológica, social e laborativa; prevenir a progressão, ou reverter o processo aterosclerótico, nos pacientes coronariopatas; reduzir a morbimortalidade cardiovascular, ou seja, aumentar a quantidade e a qualidade de vida com relação a custo/efetividade conveniente. No que se diz respeito às complicações pós-operatória, a literatura pesquisada aponta as alterações que se seguem após alta hospitalar, como descondicionamento físico, atrofia e fraqueza muscular e menor capacidade aeróbia máxima, decorrentes em parte da inatividade pré-operatória, das mudanças hemodinâmicas, metabólicas, miocárdicas, vasculares e psicológicas (LAMARI,2006). NovaFisio.com.br • 45


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Conforme López (2002) um dos efeitos de uma imobilização é as contraturas, podendo envolver os músculos e outros tecidos moles que rodeiam a articulação, provocando atrofia e incompetência funcional pelo desuso. Este efeito não é apenas a redução do tamanho do músculo, mas também redução no movimento funcional, alongamento, resistência e coordenação. Devido à restrição no leito o paciente também pode vim a desenvolver um descondicionamento cardíaco. A reabilitação cardíaca é importante nessa fase e pode reduzir os efeitos nocivos do desconhecimento cardíaco e ajudar o paciente a enfrentar as fases subseqüentes com confiança. Entretanto, ocorre um aumento do consumo de oxigênio por aumentar a freqüência cardíaca e o débito cardíaco (MIYAKE et al., 2000). A Fisioterapia tem sido considerada um componente fundamental na reabilitação de pacientes cirúrgicos cardiovasculares com o intuito de melhorar o condicionamento cardiovascular e evitar ocorrências tromboembólicas e posturas antálgicas, oferecendo maior independência física e segurança para alta hospitalar e posterior recuperação das atividades de vida diária; sendo assim os indivíduos que participaram destes programas obtiveram diminuição de 75% das mortes no primeiro ano pós-revascularização do miocárdio (LAMARI,2006). Portanto, como a Reabilitação Cardíaca integra uma equipe multidisciplinar, o papel específico do Fisioterapeuta, está relacionado com o componente funcional do paciente e baseado no esquema de reabilitação individual. O Fisioterapeuta atua na análise das capacidades e limitações do paciente, identificação de seus fatores de risco, orientação sobre os objetivos e os benefícios da Fisioterapia; com objetivo principal de influenciar as capacidades cardiorrespiratórias e de mobilidade, de modo a aumentar a tolerância ao exercício, otimizar a participação na vida social, e melhorar a qualidade de vida (SILVA,2012). Todavia os programas de Reabilitação Cardíaca são habitualmente divididos em 3 fases: Intra-hospitalar (Fase 1): programa que fornece serviços de prevenção e reabilitação a doentes hospitalizados, após evento coronário agudo (durante o internamento, iniciado o mais precocemente possível, a partir das 12-24 horas; Extra-hospitalar precoce (Fase 2): programa que fornece a curtomédio prazo serviços de prevenção e reabilitação a doentes em meio extra-hospitalar, precocemente, após evento cardiovascular, geralmente nos primeiros 3-6 meses após evento, mas estendendo-se até 1 ano após evento, quando necessário; Extra-hospitalar a longo prazo (Fases 3 e 4): programa que fornece a longo prazo serviços de prevenção e reabilitação para doentes em meio extra hospitalar, após 1 ano (ABREU,2009). Dentre os possíveis benefícios da prática sistemática da reabilitação cardíaca estão: melhora da função endotelial com subseqüente vasodilatação coronariana; aumento na variabilidade da freqüência cardíaca e um padrão autonômico mais fisiológico, menor demanda miocárdica de oxigênio, desenvolvimento de circulações colaterais, melhora no perfil lipídico além de interferir nos marcadores inflamatórios e nos fatores de coagulação, porém estes benefícios ocorre na fase ambulatorial, ou seja na fase II de reabilitação cardíaca (ARAÚJO,2006). No que se diz respeito às técnicas utilizadas o tratamento Fisioterapêutico na fase hospitalar baseiam-se em procedimentos simples, como exercícios metabólicos de extremidades, para diminuir o edema e aumentar a circulação; técnicas de tosse efetiva para eliminar obstruções respiratórias e manter os pulmões limpos; cinesioterapia ativa para manter a amplitude de movimento e elasticidade mecânica dos músculos envolvidos; treino de marcha em superfície plana e com degraus, entre outras atividades, uma vez que a mobilização precoce dos pacientes após cirurgia cardíaca demonstra reduzir os efeitos prejudiciais do repouso prolongado no leito, aumenta a autoconfiança do paciente e diminui o custo e a permanência hospitalar (SARMENTO, 2010). A Cinesioterapia é uma das técnicas utilizadas pelo Fisioterapeuta que possui grande relevância na melhora do estado funcional aos pacientes que realizaram à RM (Revascularização do Miocárdio). A Cinesioterapia passiva além de reduzir os efeitos prejudiciais do repouso no leito, maximiza a velocidade em que as atividades habituais podem ser reassumidas (LAMARI,2006). Porém para que o Fisioterapeuta possa estar realizando a prescrição da Cinesioterapia é necessário realizar a avaliação física do estado geral e funcional do paciente, inicialmente contendo a história pregressa. Entre os tópicos que devem ser abordados encontrase a determinação de fatores de risco como tabagismo, história familiar de doença coronariana, diabetes, obesidade mórbida, dislipidemia, insuficiência renal, hipertensão arterial sistêmica, acidente vascular cerebral, doença obstrutiva crônica, idade e sexo. Informações de intervenções cardiovasculares prévias, cirúrgicas ou não cirúrgicas, também devem ser coletadas (UMEDA,2005). Além dos antecedentes, o exame físico também deve ser realizado. Na avaliação músculo-esquelética é importante observar se há presença de deformidades, limitações articulares, de marcha, de força muscular ou postura (cifose, escoliose e inclinação anterior), pois adaptações e modificações no programa de reabilitação podem ser necessárias. A avaliação da cor da pele, do tônus cutâneo, e a palpação de pulso femoral e periférico podem fornecer indícios de resposta circulatória insuficiente, uma vez que grande parte dos pacientes com doenças coronarianas apresenta doença vascular periférica concomitante (PULZ, 2006). Durante o exame físico também devem ser coletados dados referentes ao peso, altura, índice de massa corpórea (IMC), diâmetro da circunferência abdominal e presença de edema. Uma avaliação diária da pressão arterial, da frequência cardíaca, da concentração 46 • NovaFisio.com.br


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sérica de lípides, como HDL (Lipoproteína de Alta Densidade), LDL (Lipoproteína de Baixa Densidade) VLDL, (Lipoproteína de Muito Baixa Densidade), e da glicemia também são de suma importância para averiguar e acompanhar a eficiência da cinesioterapia associado ao treinamento físico (UMEDA,2005). O Fisioterapeuta deverá também realizar testes e aplicar instrumentos de medida que lhe permitirão estabelecer parâmetros de comparação, o seu diagnóstico e prognóstico funcional. Alguns dos parâmetros que poderão ser avaliados são: sinais vitais e saturação de oxigênio, sinais de dificuldade respiratória (através de observação e aplicação da Escala de Borg), ventilação, sons pulmonares (através da auscultação) eficácia da tosse, função pulmonar (através de espirometria) localização e intensidade da dor e presença de disfunções neuro-musculo-esqueléticas principalmente em pacientes submetidos à cirurgia; Escala visual Análoga – EVA, goniometria e Escala de Glasgow) (SILVA, 2007). Após á avaliação é iniciada à cinesioterapia passiva realizada no leito com ajuda do Fisioterapeuta em seguida, o paciente tende a evoluir para os exercícios ativos onde se deve privilegiar o uso de grandes grupos musculares escolhendo-se atividades que possam ser mantidas por período de tempo prolongado, de forma rítmica. Nesse grupo de exercícios enquadra-se atividades como caminhada, corrida, ciclismo (PULZ,2006). Outra modalidade dentro da prescrição terapêutica são os exercícios resistidos (ER) sendo seguro em diversas populações. Assim, o ER é considerado como componente primordial para a melhora da aptidão física, inclusive de cardíacos (CAMARA et al.,2010). Camara et al.,2010 complementa que dentre as recomendações sobre a prescrição de ER para portadores de cardiopatias, as diretrizes internacionais apontam condutas semelhantes àquelas observadas para pessoas “saudáveis”. A American Heart Association (AHA, 2007), em posicionamento oficial, descreve a recomendação básica de ER para cardiopatas, que se sumariza na realização de oito a dez exercícios, com uma série de dez a quinze repetições, duas a três vezes semanais, diretriz que não difere em demasia com relação a populações adultas não enfermas. Porém os estudos têm demonstrado, outras variáveis inerentes do ER devem ser incluídas na análise e programação de exercício. Dentre estas, a amplitude de movimento, o tipo de ação muscular, o volume do grupo muscular envolvido, o tempo de intervalo entre as séries, o número de séries e a relação sobrecarga-número de repetições, podem influir diretamente na resposta cardiovascular e, assim, devem ser consideradas na prescrição dessa modalidade (CAMARA et al.,2010). Entretanto a Cinesioterapia se faz necessário visto que o sistema osteomuscular é o mais acometido pelo imobilismo no leito podendo levar a atrofia muscular e descondicionamento além de contraturas, osteoporose e osteopenia; deterioração articular e deformidades (FERNANDES, 2003). Ocorre ainda redução da reserva de glicogênio muscular, proliferação do tecido conjuntivo intramuscular, alteração do número de sarcômeros em série e diminuição da força muscular Cancelliero et.al (2005); podendo envolver outros tecidos moles que envolvem a articulação, provocando atrofia articular e incompetência funcional pelo desuso (SILVA et al., 2008). Outra situação bastante relevante é a segurança que se deve ter nos programas de reabilitação cardíaca; conforme Dias (2007) o índice de complicações durante programas de reabilitação cardíaca é baixo. Um estudo realizado com 51.303 pacientes, evidenciou uma frequência de paradas cardíacas de 01 para 111.996 participantes hora/aula. Cabe ressaltar a importância do treinamento dos profissionais da saúde envolvidos em programa de reabilitação, quanto ás manobras de reanimação cardíaca (suporte básico de vida) disponibilidade de material para atendimento de emergência e, acima de tudo, prévia avaliação médica, preferencialmente por médico cardiologista, liberando o paciente para a prática de atividades físicas (DIAS, 2007). Diante do exposto pode-se perceber que a Cinesioterapia é uma abordagem motora que apresenta grande importância e que deve ser realizada pelo Fisioterapeuta no âmbito hospitalar; onde proporciona grandes benefícios como à melhora no estado funcional, saída do leito e deambulação precoce, além da diminuição do tempo de permanência hospitalar, melhorando a relação custos hospitalares e benefícios para o paciente (CHRISTOFOLETTI, 2012). Considerações Finais Considera-se de fundamental importância a realização da Cinesioterapia aos pacientes que se submeteram a revascularização do miocárdio, porém, verifica-se a necessidade de novos estudos que enfoquem essa temática. A Cinesioterapia pode ser realizada passivamente, ativamente e os estudos também evidenciaram a eficácia dos exercícios resistidos proporcionando um bom condicionamento cardiovascular. Visto que os benefícios são, menor tempo de internação no leito o que diminui os custos hospitalares, melhora das capacidades e volumes pulmonares e melhor condicionamento músculo-esquelético. O Fisioterapeuta deve estar atento às fases de Reabilitação Cardíaca para a prescrição da Cinesioterapia, visto que é uma das modalidades terapêuticas que proporciona grandes benefícios ao paciente. NovaFisio.com.br • 47


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O PAPEL DA CINESIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS QUE SE SUBMETERAM À REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO.

Neste sentido a Reabilitação Cardíaca, permite aos cardiopatas retornar, o quanto antes, à vida produtiva e ativa, a despeito de possíveis limitações impostas pelo seu processo patológico, pelo maior período de tempo possível. Além de restaurar, nesses pacientes, sua melhor condição fisiológica, social e laborativa; prevenir a progressão, ou reverter o processo aterosclerótico, nos pacientes coronariopatas; reduzir a morbimortalidade cardiovascular, ou seja, aumentar a quantidade e a qualidade de vida com relação a custo/efetividade conveniente. Referências Bibliográficas ABREU,A.;et al.Reabilitação Cardíaca: Realidade Nacional e Recomendações Clínicas. Disponível em: < http://www.min-saude.pt/ NR/rdonlyres/466A7B26-7BB4-48D9-9DC1-FBAE234AA579/0/ReabilitacaoCardiaca.pdf> Acesso em 24 de Setembro de 2012. ARAÚJO,S,G,C;RICARDO,R,D.Reabilitação Cardíaca com Ênfase no Exercício uma revisão sistemática. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 12, Nº 5 – Set/Out, 2006 CAMARA,M.F et al. 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PALAVRAS-CHAVE: Dor lombar. Modalidades de fisioterapia. Instabilidade articular. Coluna vertebral.

O USO DA ESTABILIZAÇÃO LOMBPÉLVICA EM PACIENTES COM LOMBALGIA: REVISÃO DE LITERATURA. USE OF STABILIZATION IN PATIENTS WITH LOW BACK PAIN LOMBPÉLVICA: LITERATURE REVIEW.

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Franciane Gonçalves Vieira1, Ana Paula Mineiro1, Gustavo Abreu Líbero2, Marco Aurélio Veiga de Melo 2, Patrícia Maria de Melo2. 1 Acadêmicas do Curso de Fisioterapia UNIPAC Barbacena. Minas Gerais - Brasil. 2 Professores do curso de Fisioterapia da UNIPAC Barbacena. Minas Gerais - Brasil. INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - UNIPAC/ BARBACENA. MINAS GERAIS - BRASIL. Resumo O segmento lombar exerce importante função na distribuição de cargas advindas do peso corporal. A lombalgia pode ser caracterizada como crônica estando às vezes associada a processos patológicos, resultando em dor contínua ou recorrente. A estabilidade da coluna vertebral se dá através do controle mecânico articular, dependendo de três sistemas que garantem a estabilidade estática e dinâmica da coluna, que auxiliam na redução da lombalgia. Os músculos transverso do abdômen (Tra) e multífidos apresentam papel ativo na estabilização lombopélvica (ELP). Como a lombalgia afeta a qualidade de vida dos indivíduos, justifica-se a elaboração deste trabalho, visto que programas de ELP poderá contribuir para melhora da dor em pacientes com lombalgia, objetivando verificar a eficácia de exercícios de ELP, em pacientes com queixa de lombalgia. Trata-se de uma revisão de literatura baseada na consulta às seguintes bases de dados: MEDLINE, PubMed, LILACS e SciELO, incluindo artigos publicados em periódicos entre os anos de 1996 e 2013. Os resultados obtidos foram relacionados a estudos sobre ELP para o tratamento da lombalgia e caracterização das amostras pertencentes a cada estudo. Sendo que a maioria dos resultados obtidos foram satisfatórios quanto a eficácia da técnica. Logo, apesar de alguns estudos não terem evidenciado um efeito sinérgico da terapia com a fisioterapia convencional para melhora da dor lombar, pode-se inferir que os exercícios de estabilização lombopélvica podem contribuir para o problema da instabilidade lombar. Palavras-Chave: Dor lombar. Modalidades de fisioterapia. Instabilidade articular. Coluna vertebral. Abstract The lumbar segment plays an important role in the distribution of charges stemming body weight. Low back pain can be characterized as chronic and may be associated with pathological processes, resulting in continuous or recurrent pain. The stability of the spine occurs through mechanical joint control, depending on three systems that ensure static and dynamic column, which assist in reducing low back stability. The transverse muscles of the abdomen (Tra) and multifidus have active role in lumbopelvic stabilization (ELP). How low back pain affects the quality of life of individuals, justified the development of this work, since ELP programs can contribute to improvement of pain in patients with low back pain in order to verify the effectiveness of PLA exercises in patients complaining of low back pain. This is a literature based on the query to the following databases:. MEDLINE, PubMed, LILACS and SciELO, including articles published in journals between the years 1996 and 2013 The results were related to studies of ELP for the treatment LBP and characterization of the samples belonging to each study. Since most of the results were satisfactory as effective ELP. Thus, although some studies have not shown a synergistic effect of the ELP technique with conventional physiotherapy for improving low back pain, it can be inferred that the baseline lumbopelvic stabilization may contribute to the problem of lumbar instability. Key-Words: Low back pain. Physical therapy modalities. Joint instability. Spine.

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1 INTRODUÇÃO O segmento lombar exerce importante função na distribuição de cargas advindas do peso corporal, da ação muscular e das forças aplicadas externamente. Devendo, portanto ser forte, rígido e flexível o suficiente para manter as relações anatômicas intervertebrais, proteger os elementos neurais e permitir a mobilidade articular. Incluindo seu relevante papel na estabilização da região lombopélvica (ALMEIDA, et al,. 2006; PANJABI,1992). Pode-se definir lombalgia como quadro álgico nas regiões lombares inferiores, lombossacrais ou sacroilíacas da coluna vertebral, sendo caracterizada como crônica, quando persiste por mais de seis meses, podendo estar associada a processos patológicos crônicos, resultando em dor contínua ou recorrente. Porém, muitas vezes apresenta início impreciso com períodos de agudização e regressão (BRAGA, 2012; CORDEIRO, et al., 2008). O conhecimento de sua etiologia é multifatorial, sendo que a busca de uma única causa ou da principal causa geradora da lombalgia torna-se uma tarefa extremamente difícil. Porém, alguns fatores predispõem a ocorrência da mesma, como obesidade, atividades profissionais que exijam esforço excessivo ou postura inadequada, sedentarismo, síndromes depressivas, trauma, alterações degenerativas da coluna vertebral, gravidez, trabalho repetitivo, tumores, atividade física excessiva ou inadequada, patologias renais, presença de outras enfermidades, encurtamento muscular, desvios posturais, dentre outras causas (HELFENSTEIN JÚNIOR, 2010). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 80% dos adultos desenvolverão, durante suas vidas, pelo menos uma crise de dor lombar, e 90% destes apresentarão mais de um evento. Incluindo ainda evidências de que a musculatura profunda do abdômen é afetada nos processos de lombalgia e instabilidade segmentar. Por isso, a participação dos músculos da parede abdominal como agentes estabilizadores da coluna e a eficácia dos exercícios de estabilização segmentar têm sido enfatizados na promoção de tal estabilidade (COSTA et al., 2004; REINEHR, CARPES, MOTA, 2008; HELFENSTEIN FILHO, et al., 2013). A estabilidade da coluna vertebral se dá através do controle mecânico articular através dos músculos, os quais irão limitar e controlar os movimentos, a fim de prevenir danos a cápsulas e aos ligamentos. Essa estabilização dependerá da integração de três sistemas: o passivo, composto por corpos vertebrais, articulações facetárias, cápsulas articulares, ligamentos espinhais e discos intervertebrais; o ativo composto por músculos e tendões; e o neural composto pelos sistemas nervoso central e periférico. Estes irão garantir a estabilidade estática e dinâmica da coluna, promovendo melhor estabilidade segmentar e melhores condições biomecânicas (PANJABI, 2003). A literatura sugere alguns critérios para diagnosticar esta instabilidade, como palpação dos multífidos e transverso do abdômen (Tra), teste ativo da amplitude de movimento da coluna, avaliação com unidade pressórica de biofeedback, eletromiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassonografia. Porém, é preciso considerar que algumas dessas técnicas são pouco precisas, subjetivas e com baixa reprodutividade (SIQUEIRA; SILVA, 2011). Vários estudos têm comprovado o papel ativo dos músculos que proporcionam a estabilização lombopélvica (ELP). O músculo Tra é um importante estabilizador da coluna lombar, embasando-se no conhecimento de sua relação com a fáscia tóraco-lombar e a pressão intra-abdominal, e da participação destas na estabilidade lombar. Inclui-se também a lentidão de sua contração, em pacientes com lombalgia, gerando assim um déficit na estabilização e controle da musculatura vertebral. Desta forma, os exercícios de estabilização segmentar mostram-se eficazes na redução e recorrência da dor lombar (HODGES, RICHARDSON, 1999; HIDES, et al., 2001; HODGES, 1999; ALLISON; MORRIS; LAY, 2008). É reconhecido pela literatura que as doenças da coluna vertebral são responsáveis por grande parte das queixas dolorosas na prática clínica, sendo uma das maiores causas de afastamento do trabalho. Dentre as afecções da coluna vertebral, a lombalgia é a mais frequente, capaz de provocar desde limitação do movimento até invalidez temporária, afetando diretamente a qualidade de vida (FREITAS, et al., 2011). Como a lombalgia afeta a qualidade de vida dos indivíduos, justifica-se a elaboração deste trabalho, visto que programas de ELP poderá contribuir para melhora da dor em pacientes com lombalgia. Com base no exposto, este estudo tem por objetivo verificar a eficácia de exercícios de ELP, em pacientes com queixa de lombalgia. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Anatomia Funcional e Biomecânica da Coluna Lombar O segmento lombar está localizado na parte inferior (FIGURA 01), compreendida entre o tórax e o quadril. É formado por cinco vértebras, que possuem características próprias, apresentando o corpo volumoso, com seu diâmetro transverso, maior que no sentido ântero- posterior. Seu forame vertebral é triangular, seus pedículos são curtos e nascem na parte superior do corpo. Os processos transversos se posicionam posteriormente e superiormente com um tubérculo acessório e outro mamilar. As facetas articulares superiores são côncavas e dispõem-se no sentido póstero-medial, enquanto as facetas inferiores são convexas no sentido ânterolateral. Os processos espinhosos são longos, largos e horizontais (NATOUR et al.; 2004). FIGURA 01- Arranjo anatômico geral da coluna vertebral. 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A quinta vértebra lombar (L5) possui uma diferenciação em seu corpo vertebral, sendo mais alta anteriormente. Isso se deve a maior descarga de peso aplicada posteriormente ao corpo da vértebra. Essa alteração afasta as facetas articulares inferiores de L5. As estruturas lombares sofrem pressão permanente, decorrente da postura assumida, fazendo com que a região lombar (3ª vértebra lombar), seja o centro de gravidade do corpo humano (LEMOS; SOUZA; LUZ, 2003). Dois graus de extensão aumentam os picos de tensão em 33% dos discos intactos e em 43% nos “discos degenerados”. As respostas mecânicas sobre os discos são variáveis. A extensão lombar diminui os picos de tensão anular posterior em cerca de 40%. Interessantemente não foram observadas quaisquer evidências de que a extensão para trás resultava na migração anterior de material nuclear, enquanto desloca-se posteriormente na flexão (ADAMS et al.,; 2000). O estudo da atuação da biomecânica das estruturas que promovem a movimentação e estabilização do segmento lombar tem sido ressaltado, a fim de melhor compreender os fatores que contribuem para as disfunções nessa região. Nota- se que reduções no tempo de atividade do músculo transverso do abdômen, em resposta a perturbações externas ou cargas aplicadas à coluna vertebral, resultam em falha na estabilidade e controle motor, propiciando o risco de lesões (HODGES; RICHARDSON, 1997). 2.2 Lombalgia A dor lombar encontra-se como uma das condições mais comumente relacionada à saúde na população de meia idade, sendo a doença musculoesquelética mais dispendiosa dos países industrializados (O’SULIVAN, 2000). Estima-se que indivíduos que sofrerão episódios de lombalgia terão seus sintomas desaparecidos num prazo de dois a três meses. Porém, uma das maiores preocupações atuais são quanto à relação de indivíduos que se tornam incapacitados, os quais somam 90 % de custos dessa doença (DIEEN; SELEN; CHOLEWICKI, 2003). 52 • NovaFisio.com.br


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Estudos têm demonstrado que a causa da lombalgia está relacionada à instabilidade lombar, pelo fato de várias estruturas participarem como agentes estabilizadores deste segmento, e de que diversos fatores afetam a estabilidade lombar (BARR; GRIGGS; CADBY, 2005). Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da dor lombar, citam-se, anomalia congênita, estresse, ansiedade, tensão emocional, má postura, doenças degenerativas, afecções traumáticas, hemivértebras e atrite (O’SULIVAN, 2000). 2.3 Mecanismo de Estabilização Lombopélvica A ELP iniciou seu conceito na Universidade de Queensland, na Austrália, em 1986. Tal conceito foi baseado no recondicionamento dos músculos estabilizadores da coluna vertebral (Tra e multífidos) no intuito de buscar o controle e a coordenação do movimento (HIDES; JULL; RICHARDSON, 2001). Nessa técnica, a contração muscular é treinada, permitindo a restauração do automatismo e da força dos estabilizadores em busca da reabilitação da coluna que se encontra instável (O’SULLIVAN, 2000). A perda desta estabilidade consiste na diminuição da capacidade dos sistemas estabilizadores da coluna em manter a zona neutra intervertebral dentro dos limites fisiológicos, sem que ocorram deformidades, dor incapacitante e déficits neurológicos. A zona neutra corresponde a porção inicial da amplitude de movimento fisiológica intervertebral, medida a partir da posição neutra, da qual o movimento é realizado contra um mínimo de resistência interna. Já a zona elástica corresponde à porção final da zona neutra até o limite fisiológico, produzida contra uma resistência interna, onde cria-se uma tensão tecidual, fazendo com que a mesma seja uma zona de grande rigidez e maior importância para o sistema de estabilização (PANJABI, 2003). O´Sullivan (2000), sugere que a zona neutra pode ser melhor indicativo de instabilidade lombar do que um aumento da amplitude de movimento total, tendo em vista que os indivíduos com suspeita de perda da estabilidade lombopélvica possuem maior dificuldade em movimentar-se em médias amplitudes do que em amplitudes finais. Panjabi (2003), definiu o sistema de ELP por meio de três subsistemas (FIGURA 02), sendo o passivo, constituído por elementos ósseos e ligamentares; o ativo, por elementos músculotendíneos, que garantem a estabilização dinâmica; e o controle neural, através dos sistemas nervoso central e periférico. Estes encontram-se interligados. Desta forma, a redução da função de um poderá exigir que os outros subsistemas compensem para manter a estabilidade. Esta interação proporciona rigidez de uma articulação ou músculo quando exposta a alguma força externa. FIGURA 02 - Representação dos Sistemas de Estabilização

Segundo Alencar; Matias (2009), a estabilidade central consiste no produto da competência da musculatura lombopélvica. Estudos em ciclistas evidenciaram que alterações no controle motor e cinemático da coluna lombar estão associadas ao desenvolvimento de lombalgia. Dentre as técnicas disponíveis para o tratamento da instabilidade lombar, encontra-se a ELP, partindo do princípio de que na presença de dor lombar, o sistema músculo tendíneo, mais especificamente o Tra e multífidos, perdem eficiência, gerando a necessidade de recondicioná-los (O’SULLIVAN, 2000). Essa técnica de estabilização consiste no aprendizado da contração desses músculos. Assim a concentração e consciência do movimento e a ênfase em atividades funcionais durante a realização dos exercícios devem direcionar o tratamento da lombalgia (LIEBENSON, 2000). Para ocorrer a estabilização fazem-se necessárias a ativação tônica, com intensidade leve e específica; a recuperação do controle do movimento fornecido pelos músculos globais estabilizadores e a normalização da ação dos globais mobilizadores, para restabelecer a função normal (COMERFORD; MOTTRAM, 2001). Os exercícios do programa de estabilização são divididos em três estágios, conforme ilustra a (FIGURA 03): NovaFisio.com.br • 53


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- Primeiro estágio: O primeiro é a fase cognitiva, em que um alto nível de consciência é exigido, a fim de se isolar o sistema muscular local, sem substituir o sistema muscular global. Apresenta como objetivo treinar de forma específica a co-contração isométrica do Tra e do multífido, com baixos níveis de contração voluntária máxima e com a respiração controlada, na capacidade de peso dentro de uma lordose neutra. A progressão da primeira etapa ocorre com treinamento da independência dos quadris, para conseguir uma lordose neutra; treinamento do controle da respiração diafragmática costal, central e lateral; facilitando a elaboração da contração do assoalho pélvico e inferior das fibras médias do Tra sem substituição da musculatura global; facilitação da ativação bilateral do segmento lombar, com o multífido em co-contração com Tra e treinamento da co-contração nas posições sentado e de pé com correção postural. Este estágio possui duração de quatro a seis semanas. - Segundo estágio: o foco é o refinamento do padrão de movimento. A contração ocorre em diferentes posições, progredindo para aplicação de cargas leves associando movimentos controlados dos membros superiores e inferiores, a partir da contração correta e sustentada, com duração de oito semanas a quatro meses. É nesta fase que os pacientes comumente relatam a capacidade de realizar previamente atividades agravantes, sem dor. - Terceiro estágio: é a fase autônoma em que um baixo grau de atenção é necessário para o correto desempenho da tarefa motora. O objetivo é a intervenção com exercício específico, em que os indivíduos podem estabilizar de forma dinâmica e adequada o segmento lombar de maneira automática durante suas atividades de vida diária (AVD’S) (O’ SULLIVAN, 2000). FIGURA 03- Estágios da reabilitação baseados no aprendizado do controle motor (LMS- Sistema dos músculos locais).

2.4 A importância dos músculos do tronco na lombalgia Os músculos do tronco são divididos em dois grupos: os músculos profundos, que são os oblíquos internos, o Tra e os multífidos; e os superficiais, que são os oblíquos externos, os eretores espinhais e o reto abdominal. Estes contribuem para o suporte da coluna vertebral e da pelve (GOUVEIA; GOUVEIA, 2008). A literatura tem demonstrado a importância dos músculos Tra, multífidos e oblíquo interno na estabilização do segmento lombar, por agirem na antecipação de cargas externas aplicadas nessa região. Logo alguns estudos demonstraram que os músculos Tra e multífidos encontraram-se inibidos, e os mais superficiais hiperativados na presença de dor lombar (HODGES, 1999; RICHARDSON; JULL, 1999; O’SULLIVAN, 2000). À partir das disfunções geradas nessa musculatura, devido a instabilidade lombopélvica, ocorre uma substituição compensatória dos músculos globais, como tentativa do sistema neural em manter a estabilidade (GOUVEIA; GOUVEIA, 2008). 2.5 Ação do músculo Transverso do Abdômen na lombalgia. De acordo com Hodges; Gandevia; Richardson (1997), o músculo transverso do abdômen (FIGURA 04), tem a representação de uma cinta abdominal, sustentando as vísceras e vértebras lombares. Sua atuação é como antagonista- sinergista do diafragma na mecânica respiratória, na defecação, parto e tosse. Quando está em contração ocorre uma redução da circunferência abdominal, associada a um aumento significativo da pressão intra- abdominal e na tensão da fáscia tóraco-lombar, onde seu enfraquecimento poderá resultar no aumento da lordose lombar e protusão abdominal (KENDAL, 1995). 54 • NovaFisio.com.br


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Este músculo corresponde ao mais profundo da região abdominal, suas fibras têm orientação transversa, com origem nos processos transversos das vértebras lombares e inserem-se na porção anterior da linha. Tais características lhe garante contribuir para a ELP (COSTA, et al., 2004). Evidências científicas confirmam que os músculos Tra e multífidos são afetados na lombalgia e na instabilidade segmentar (HIDES; RICHARDSON; JULL, 1996). A partir disso ocorre uma substituição compensatória de músculos globais, a fim de manter a estabilidade (O´SULLIVAN, 2000). Segundo Hodges (1999), estudos eletromiográficos verificaram que o músculo transverso abdominal é o primeiro a ser ativado durante os movimentos dos membros, concluindo sua eficiência na estabilização segmentar. Logo ao adiantar-se ao movimento produzido pela ação do agonista, sua atuação será garantir uma rigidez necessária ao segmento lombar, evitando qualquer instabilidade que cause dor lombar (PANJABI, 2003). 2.6 Ação dos músculos multífidos na lombalgia O multífidos (FIGURA 05), apresentam papel importante na estabilização da coluna lombar, através de sua ação, morfologia e inervação. Tornando-o responsável pelo suporte e controle segmentar (BAJEK et al., 2000; MOSELY et al., 2002). Sua anatomia consiste na presença de fibras superficiais e profundas, sendo que as superficiais apresentam maior atividade durante a rotação e extensão da coluna lombar, e as profundas apresentam principal função durante o controle da estabilização da coluna lombar (RICHARDSON; JULL, 1999; MACDONALD; MOSELEY; HODGES 2006). Em um estudo utilizando o ultrassom, a fim de comparar o tamanho do multífido em pacientes com lombalgia unilateral, e em pacientes assintomáticos, foi observado que a diferença de tamanho do multífido de um lado comparado a outro lado de indivíduos normais foi de 3% a 4%. Já nos indivíduos com dores lombares a diferença foi de 31% (FRANÇA et al., 2010) 3 RESULTADOS 3.1 Estudos sobre Estabilização Lombopélvica para o tratamento da Lombalgia Foram encontrados 11 estudos que se enquadraram nos critérios de inclusão. Sendo todos a respeito de exercícios de ELP. Em que os dados foram colocados em forma de tabela (FIGURA 06). FIGURA 06- Tabela mostrando a utilização da estabilização Lombopélvica (ELP) no tratamento da lombalgia. 3.2 Amostras Dos estudos em questão, as amostras apresentaram média de 61,6 ± 60,03, sendo que o estudo com a maior amostra de 213 indivíduos foi o de Golby et al. (2006), com o objetivo de verificar a eficácia de dois componentes da fisioterapia (ELP e Terapia Manual) na desordem lombar crônica. (FIGURA 07). Número de pacientes de cada estudo, constituindo a amostra da pesquisa. Fonte: Grifo dos autores (2014) 4.3 Caracterização das amostras Na caracterização das amostras quanto ao gênero (FIGURA 08), as do sexo masculino apresentaram média de 22,8 ± 22,2, sendo 40,3% menor em relação à média das amostras do sexo feminino, que foi de 38,2 ± 38,9. Número de pacientes por estudos, divididos por sexo. Fonte: Grifo dos autores (2014) Em geral, a ELP foi usada de uma a três sessões por semana, com duração mínima de quinze minutos e máxima de uma hora, o tempo de tratamento médio foi de aproximadamente sete semanas, e 60% dos pacientes analisados foram mulheres. 4 DISCUSSÃO Conforme foi demonstrado nesta revisão bibliográfica, a ELP está direta ou indiretamente relacionada com a lombalgia, a qual associa-se com o desequilíbrio e fraqueza da musculatura profunda do tronco. Em decorrência disso, pesquisas empregam programas de treinamento com exercícios específicos de estabilização em sujeitos com dor lombar, e apresentam resultados satisfatórios, conforme foram detectados em vários estudos, visualizados (Figura 06). 56 • NovaFisio.com.br


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Com bases nos dados analisados neste estudo, pôde-se verificar que a utilização da ELP proporcionou melhora aos pacientes com lombalgia. Entretanto, em diversos estudos houve ausência de grupos controles que permitissem melhor análise da eficiência ELP (HICKS et al., 2005; REINEHR; CARPES; MOTA, 2008; HERBERT; HEISS; BASSO, 2008; SAKAMOTO et al., 2009; PEREIRA; FERREIRA; PEREIRA, 2010). Contudo, outros estudos demonstraram uma significativa eficiência da ELP em comparação com as técnicas comumente utilizadas no tratamento da lombalgia. Como, por exemplo, o fortalecimento do músculo Tra e multífidos, e a terapia manual (FRANÇA et al., 2010; GOLBY et al., 2006). No entanto, nota-se uma discrepância na literatura em relação aos resultados da ELP. Já que alguns estudos mostram que não há diferença entre ELP e a fisioterapia convencional (CAIRNS et al.,2006; KOUMANTAKIS; WATSON; OLDHAM, 2005). Tal fato levanta uma discussão/questão quanto ao benefício e superioridade da ELP sob as outras técnicas utilizadas no tratamento da lombalgia. Fritz; Whitman; Childs (2005) utilizou em seu estudo o Questionário de Oswestry, a fim de avaliar a mobilidade da coluna lombar e determinar estratégias de intervenções em pacientes com lombalgia. Foram coletados dados antes e após o tratamento, composto por quatro semanas. Um grupo utilizou a ELP, e o outro manobras que envolviam a manipulação dos pacientes. Observou-se que os 58 • NovaFisio.com.br


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pacientes que apresentavam hipermobilidade lombar, as taxas de insucesso foram de 83,3% com a manipulação e de 22,2% com a ELP; e para pacientes com hipomobilidade, as taxas de insucesso foram de 26% com a manipulação e de 74,4% com a ELP. Corroborando com o estudo acima, Pereira; Ferreira; Pereira (2010), também obtiveram resultados positivos, como redução da dor e melhora da capacidade funcional, através da realização de um programa de ELP com freqüência de duas vezes por semana, numa amostra de 12 mulheres adultas- jovens, utilizando como instrumentos avaliativos o Questionário de Roland-Morris, para avaliar a funcionalidade; e o questionário Mc GILL-Br MPQ (versão brasileira), para avaliar a dor, no pré e pós-tratamento. No entanto, o número reduzido da amostra e a falta da utilização de um grupo controle para permitir comparações geraram controvérsias relacionadas ao estudo. Em contrapartida Koumantakis; Watson; Oldham (2005), utilizaram em seu estudo dois grupos para servirem como método comparativo, com uma amostra maior, de 55 pacientes de ambos os sexos, em que um recebeu tratamento com ELP e exercícios gerais, e o outro somente com exercícios gerais. O tratamento teve duração de oito semanas, com frequência de duas vezes por semana, por 45-60 minutos. Contudo, ambos os grupos melhoraram, sem que houvesse diferença estatisticamente significativa entre eles. Portanto, o tamanho da amostra não interferiu nos resultados. No estudo de França et al. (2010), eles compararam a eficácia de dois programas de exercícios, a ELP e o fortalecimento dos músculos abdominais e do tronco, em pacientes com dor lombar crônica, utilizando a EVA (Escala Visual Analógica), o Índice de Oswestry e a unidade de biofeedback pressórico. Ambas as técnicas diminuíram a dor, porém a eficácia da ELP na redução da incapacidade foi superior em relação ao fortalecimento superficial em todas as variáveis analisadas. Sugerindo que a ELP é mais eficaz na variável, capacidade funcional. Corroborando com o estudo anterior Golby et al. (2006), demostraram eficácia da ELP ao compará-la com a terapia manual. No grupo de ELP, a dor e a incapacidade funcional melhoraram significativamente após o tratamento e se mantiveram a longo prazo. Hides et al. (2001), também realizaram um estudo no qual comparavam o efeito a longo prazo (1 a 3 anos) em um grupo que recebeu tratamento com exercícios de ELP, em relação a um outro grupo de pacientes que utilizavam fármacos. A recorrência de dor lombar no grupo que recebeu tratamento com exercício de ELP foi de 30%, enquanto que no grupo que utilizava fármaco foi de 84%. Já Cairns et al. (2006), realizaram um estudo randomizado no qual um grupo recebeu tratamento de fisioterapia convencional, consistindo em exercício ativo e terapia manual, e o outro grupo recebeu tratamento de fisioterapia convencional e exercícios específicos de ELP. Entre os dois grupos não houve diferença estatisticamente significativa. Ambos tiveram melhora na funcionalidade, redução da dor, e melhoria no componente físico de qualidade de vida. Mesmo com a associação de exercícios ativo e terapia manual. Sakamoto et al. (2009) utilizaram em seu estudo um protocolo de intervenção, consistindo na realização de exercícios que visavam estabilizar a coluna lombar por meio do fortalecimento Tra e multífido. Os exercícios realizados foram contração do transverso abdominal em decúbito dorsal, ponte simples e ponte lateral (bilateral), contração do transverso abdominal combinada com movimentação de segmentos apendiculares e contração do transverso abdominal em quatro apoios. Cada exercício era feito três vezes, com manutenção de 10 segundos da contração de forma isométrica. A partir disso notou-se melhoras quanto a intensidade da dor e ao nível de funcionalidade. Porém, a ausência de um grupo controle fez surgirem questionamentos quanto à veracidade do protocolo proposto. No estudo de Reinehr; Carpes e Mota (2008), pôde- se notar que eles utilizaram uma amostra menor, com 6 mulheres, a fim de verificar como um programa de exercícios de ELP influencia na estabilidade e ocorrência de dor na região lombar da coluna vertebral (Figura 07). Baseando-se nos estudos referentes a esta revisão de literatura, as amostras dos indivíduos do sexo feminino foram maiores do que as do sexo masculino. No estudo de Cairns et al. (2006), foi onde houve a menor diferença entre o tamanho da amostra, sendo apenas 3 indivíduos do sexo masculino a mais. Já no estudo de Golby et al. (2006), houve a maior discrepância na amostra, sendo uma diferença de 79 (37%) indivíduos a mais do sexo feminino, conforme demonstrado (Figura 08). Com isso, o programa de estabilização atrai interesse com seus propósitos de usar o sistema muscular a fim de proteger estruturas da coluna vertebral, e que estes podem e devem fazer parte dos planos de tratamento fisioterapêutico da lombalgia, pois mostraramse eficientes para a mesma. 5 CONCLUSÃO Portanto, apesar de alguns estudos não terem evidenciado um efeito sinérgico da técnica ELP com a fisioterapia convencional para melhora da dor lombar, pode-se inferir que os exercícios de estabilização lombopélvica podem contribuir para o problema da instabilidade lombar. Neste contexto alguns estudos mostraram que, quando aplicados corretamente em pacientes com lombalgia, há uma redução no quadro álgico e melhora da funcionalidade, proporcionando uma melhor qualidade de vida, sendo a utilização desta técnica indicada no tratamento da lombalgia. NovaFisio.com.br • 59


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PALAVRAS-CHAVE: Reabilitação virtual; Crianças; Equilíbrio; Disfunções Neurológicas.

INFLUÊNCIA DA REABILITAÇÃO VIRTUAL NO EQUILÍBRIO DE CRIANÇAS COM DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS INFLUENCE OF REHABILITATION IN VIRTUAL BALANCE OF CHILDREN WITH NEUROLOGICAL DISORDERS

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INFLUÊNCIA DA REABILITAÇÃO VIRTUAL NO EQUILÍBRIO DE CRIANÇAS COM DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS

Cinthia Beatriz de Aquino Araújo1; Tamyres da Costa Martins1; Sávia Francisca Lopes Dias2; Heloísa Marques3. Resumo: 1 Acadêmica do 9° período de Fisioterapia da Universidade Federal do Piauí - UFPI 2 Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia neurológica-Funcional e Mestre em Biotecnologia pela Universidade Federal do Piauí – UFPI 3 Fisioterapeuta, Professora de Fisioterapia, Mestre em Educação Especial e Doutora em Educação e Desenvolvimento Humano pela Florida Christian University, Docente da Universidade Federal do Piauí – UFPI RESUMO As alterações motoras e no equilíbrio são características comuns em crianças com déficit neurológico. A reabilitação virtual mostra-se como uma nova abordagem terapêutica que proporciona ao indivíduo uma experiência tridimensional e em tempo real, além de promover a intervenção em pacientes por meio de estimulação visual, sensorial e auditiva. O objetivo desse estudo foi verificar a influência da reabilitação virtual no equilíbrio de crianças com disfunções neurológicas. Métodos: Foi utilizado o vídeo game da marca Nintendo®, denominado Wii, utilizando o jogo Wii Fit, onde os jogos escolhidos estimularam o equilíbrio laterolateral e antero-posterior, aplicado em 10 pacientes com média de idade de 7,6 anos na Clínica Escola de Fisioterapia - UFPI. Para a mensuração foram utilizadas a escala de equilíbrio de Berg e o programa padrão do wii fit, foram realizadas 10 sessões, com duração de 30 minutos cada, duas vezes por semana. Resultados: Constataram-se melhoras nos resultados relacionados à Escala de Berg (pré: 46,6 pontos/ pós: 53,8 pontos). O cálculo do desvio padrão (pré= 3,65 e pós= 1,14) também comprovou a eficácia da intervenção. No que diz respeito as posturas corrigidas, foi alcançado uma diferença estatisticamente significativa nos dois lados do corpo após o tratamento. Houve uma notada diferença entre as idades Wii Fit quando se faz uma comparação entre as avaliações inicial e final. Conclusão: Os resultados obtidos neste estudo sugerem que a reabilitação virtual oferece melhora do equilíbrio de pacientes com disfunções neurológicas. PALAVRAS-CHAVE: Reabilitação virtual; Crianças; Equilíbrio; Disfunções Neurológicas. ABSTRACT Changes in motor and balance are common features in children with neurological deficit. Rehabilitation virtual shows up as a new therapeutic approach that provides the individual an experience-dimensional, real-time, in addition to promoting intervention in patients with visual stimulation, sensory and auditory. The aim of this study was to investigate the influence of rehabilitation in virtual balance of children with neurological disorders. Methods: We used a video game from Nintendo ® brand, named Wii, using the Wii Fit game, where the games chosen stimulated balance latero-lateral and anteroposterior applied in 10 patients with a mean age of 7.6 years in School of Physiotherapy clinic - UFPI. Were used to measure the Berg balance scale and the standard program wii fit, there were 10 sessions lasting 30 minutes each, twice a week. Results: It was discovered that improvements in the results related to the Berg Balance Scale (pre: 46.6 points / post: 53.8 points). The calculation of the standard deviation (pre and post = 3.65 = 1.14) also proved the effectiveness of the intervention. Concerning the poses corrected been achieved a statistically significant difference on both sides of the body after the treatment. There was a noticeable difference between the ages Wii fit when making a comparison between the initial and final evaluations. Conclusion: The results of this study suggest that rehabilitation offers virtual improve balance in patients with neurological disorders. Keywords: Virtual Rehabilitation; Children; Balance; Neurological Disorders.

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INFLUÊNCIA DA REABILITAÇÃO VIRTUAL NO EQUILÍBRIO DE CRIANÇAS COM DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS

INTRODUÇÃO As afecções neurológicas infantis caracterizam-se basicamente por alterações do tônus muscular, da postura e do movimento, que são persistentes, mas não imutáveis. Relacionam-se a essas patologias outros distúrbios como os sensoriais, perceptivos, afetivos e intelectuais, sendo a alteração motora a principal característica do quadro (GORLA, 2009). O sistema nervoso central (SNC) é responsável pela manutenção da estabilidade na postura ereta através de um processo de aprendizagem que envolve a interação estável entre as informações sensoriais e as ações motoras necessárias para manutenção de uma posição corporal desejada (PEREIRA, 2008). Os jogos virtuais se definem por uma transmissão de imagens gráficas que permitem uma relação entre máquina e ser humano, nos quais canais sensório-motores e componentes computacionais interagem para a simulação de um ambiente real. Esta simulação provoca a integração do usuário com o ambiente virtual por meio de cenas e situações que possibilitam uma aprendizagem da vida real, bem como uma maior intensidade de treinamento (SCHIAVINATO, 2010; ABDALLA, 2010). A reabilitação virtual mostra-se como uma nova abordagem terapêutica que proporciona ao indivíduo uma experiência tridimensional e em tempo real, além de promover a intervenção em pacientes por meio de estimulação visual, sensorial e auditiva. Crianças submetidas à reabilitação virtual em conjunto com a fisioterapia tradicional obtiveram resultados satisfatórios não só no equilíbrio e função motora, mas também se apresentaram mais dispostas e aderidas a intervenção fisioterapêutica (ABDALLA, 2010; REID, 2002). A incorporação destes jogos virtuais na área da saúde vem sendo discutida em inúmeras pesquisas com relação à sua eficácia e viabilidade, principalmente quando esta se refere à intervenção em crianças com disfunção neurológica. Estudos comprovam que estes usuários sentem-se mais confiantes e seguros ao executar atividades com jogos virtuais. Ching et al (2010) e Shih et al (2010) realizaram estudos com o Wii Balance Board verificando a funcionalidade da correção da postura em pé, isto é, ajustar ativamente a postura anormal em pé. Foi avaliado se duas pessoas com múltiplas deficiências seriam capazes de corrigir a sua postura ativa em pé de acordo com a estimulação. Os dados mostraram que ambos os participantes aumentaram significativamente a duração do tempo de manter a postura correta em pé, ativando assim o sistema de controle. (CHING et al, 2010; SHIH et al, 2010; SAPONISK et al, 2010). A interação com o ambiente virtual propõe ao indivíduo a criação de estratégias para manter e/ou recuperar o equilíbrio, provocando mudanças nos seus movimentos através do feedback visual imediato transmitido pelo jogo. O ajuste postural promovido pelo aumento do recrutamento muscular para manutenção da postura ereta pode ser promovido ao paciente com disfunções neurológicas através de treino de equilíbrio, já que este treino permite o uso de informações somatossensoriais, visuais, vestibulares e distintas estratégias motoras (SCHIAVINATO, 2010; ALLEGRETTI, 2007). O Wii fit exige que o paciente realize movimentos semelhantes aos praticados na fisioterapia. Simultaneamente e de forma eficaz, este novo sistema apresenta em diversas áreas da reabilitação, progressos incontestáveis que, por meio de estímulos conseguidos pelo esforço para executar bem as ‘tarefas do jogo’, incentivam a atividade cerebral induzindo adaptações positivas como: melhoria no equilíbrio e coordenação motora, capacidade de concentração, fortalecimento muscular e, consequentemente, uma recuperação gradativa, de boa qualidade e dinâmica de movimentos, além de oferecer diversão ao paciente enquanto o terapeuta foca na função que deseja aprimorar (BARCALA et al, 2011; SOUSA, 2011). Diversas vantagens se associam ao uso do Wii fit, como uma maior segurança do paciente, menor tempo de intervenção, menor quantidade de equipamentos, utilização de um espaço reduzido e por permitir uma facilidade de manutenção da documentação que é gerada e arquivada no próprio sistema (GRAS, 2009). Com base no pressuposto acima, esta pesquisa teve como objetivo principal verificar a influência da reabilitação virtual no equilíbrio de crianças com disfunções neurológicas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa foi realizada na Clínica-Escola de Fisioterapia da UFPI, na cidade de Parnaíba-Piauí. Trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado, de acordo com as normas da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde envolvendo pesquisas com seres humanos. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética da UFPI em 14 de junho de 2012 para análise e registro. A coleta de dados foi realizado no período de agosto a dezembro de 2012, sendo a população composta por pacientes com diagnóstico clínico de disfunções neurológicas que estivessem regularmente inscritos na Clínica-Escola de Fisioterapia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), tendo como critérios para participação da pesquisa crianças com idades entre 05 e 12 anos, independente do sexo; Diagnóstico clínico de disfunções neurológicas, que estivessem regularmente inscritos na Clínica-Escola de Fisioterapia da UFPI para acompanhamento fisioterapeutico; Capacidade de assumir bipedestação independente; Não possuir deficiências visuais associadas; Não possuir comprometimento cognitivo grave. NovaFisio.com.br • 65


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Inicialmente foi realizada anamnese completa dos pacientes antes e após a coleta dos dados. A avaliação do equilíbrio foi realizada através da escala de Berg, que consiste em uma avaliação do equilíbrio funcional através de 14 itens relacionados à vida diária. Cada item apresenta cinco alternativas com escala entre 0 e 4 pontos, sendo 56 a pontuação total máxima. A pontuação é baseada no tempo em que uma posição é mantida, na distância em que o membro superior é capaz de alcançar à frente do corpo e no tempo que o avaliado leva para completar a atividade (ALLEGRETTI et al, 2004). Foi realizada no pré e pós-intervenção, a análise de equilíbrio interativo através do programa Wii Fit, que consiste em avaliar o IMC, postura espontânea e corrigida nos lados direito e esquerdo do corpo, tendo como base o centro de gravidade. A coleta de dados ocorreu em uma sala pré-estabelecida da Clínica-Escola de Fisioterapia da Universidade Federal do Piauí, sendo o espaço adequadamente iluminado e climatizado. Os materiais utilizados foram: fichas para anamnese, fichas para avaliação da escala de Berg, televisão, aparelho Nintendo Wii e plataforma Balance Board, câmera fotográfica digital. Os indivíduos foram recrutados e só permaneceram no estudo aqueles que se enquadraram nos critérios de inclusão pré-estabelecidos. Todos participaram de modo voluntário após o esclarecimento verbal e escrito, detalhando os procedimentos e finalidades do estudo, deixando clara a sua autonomia para recusar sua participação. Os procedimentos da pesquisa perfizeram a seguinte ordem: seleção das crianças inscritas na clínica-escola de Fisioterapia. Em seguida foram realizadas as anamneses, procedidas pela aplicação da escala de Berg e avaliação do equilíbrio no Wii Fit. Logo após as avaliações, o paciente foi encaminhado a realizar duas terapias por semana, com duração média de 30 minutos cada, durante 05 semanas consecutivas. Ao término das 10 intervenções fisioterapêuticas os pacientes foram reavaliados para comparação e análise dos dados pré e pós-intervenção. As intervenções totalizaram 12 encontros, seguindo todos os preceitos do Código de Ética em Pesquisa. Para realização do treino de equilíbrio, foram selecionados os jogos que enfatizavam os ajustes posturais nos sentidos latero-lateral e antero-posterior, sendo oferecida no início uma série de movimentos básicos, que conforme a evolução do indivíduo na terapia eram aumentados o grau de dificuldade do jogo. Para a análise estatística, foi utilizado o teste de t-student, a fim de verificar associação entre os itens estudados, adotando-se o nível de significância de 95%. RESULTADOS Para a análise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (PASW) versão 2.0. Para decidir qual teste utilizar na comparação do desempenho dos grupos, inicialmente verificou-se a normalidade da distribuição dos dados, utilizando-se o teste Kolmogorov-Smirnov (K-S). Através deste, foi possível analisar os dados tomando por base um teste com parâmetros definidos. Através do teste t de Student para medidas repetidas, compararam-se as médias dos pacientes ao nível de significância de 5% (p < 0,05). Participaram da pesquisa dez crianças, das quais cinco concluíram as intervenções com êxito e cinco foram consideradas perda amostral, em função da assiduidade abaixo do previsto como regra de inclusão e permanência nesta pesquisa. Dentre as crianças que completaram os testes, três pertenciam ao sexo feminino e duas ao sexo masculino, sendo ainda que possuíam uma média de idade de 7,6 anos e Índice de Massa Corporal de ≅ 16,34. (Ver tabela 1)

Tabela 1. Média de idade e IMC

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Com relação à Escala de Berg pode-se verificar que, de um total de 56 pontos, a média da pontuação do grupo na avaliação pré-intervenção foi de 46,6 pontos, enquanto a média da avaliação pós-intervenção foi de 53,8 pontos. O desvio padrão (dp) também comprovou a eficácia da intervenção, no qual foi obtido dp= 3,65 e dp= 1,14, pré e pós-intervenção, respectivamente. Com isso, constatou-se que houve uma real melhora do grupo após o tratamento (Tabela 2). Tabela 2. Média e Desvio padrão dos participantes na Escala Berg (n=5).

Como ferramenta de avaliação complementar, utilizou-se a análise corporal realizada pelo próprio sistema operacional do Wii fit, que verifica a postura espontânea e corrigida dos participantes nos lados direito e esquerdo do corpo, considerando que cada hemicorpo deve possuir 50% do peso corporal. O resultado mostrou que não houve diferença significativa entre as posturas espontâneas nos lados esquerdo e direito. No entanto, no que diz respeito às posturas corrigidas, foi alcançado uma diferença estatisticamente significativa nos dois lados do corpo após o tratamento (Quadro1). Quadro 1. Posturas nos modos espontâneo e corrigido, com base no centro de gravidade.

Após a análise realizada pelo Wii Fit por meio de parâmetros pré-definidos pelo aparelho, o sistema operacional fornece uma idade virtual Wii Fit ao jogador, que corresponde a uma idade relativa ao desempenho no teste de equilíbrio. Espera-se que esta idade relativa esteja mais próxima possível da idade real do jogador. Conforme exposto na Tabela 3, a Idade Wii Fit avaliada pré e pós-tratamento se mantiveram muito distantes da Idade cronológica de todos os pacientes. No entanto, pode-se observar que houve uma notada diferença entre as idades Wii Fit quando se faz uma comparação entre as avaliações inicial e final. Tabela 3. Comparação idade cronológica e idade Wii Fit por participante

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DISCUSSÃO O emprego do sistema de realidade virtual em processos de reabilitação é caracterizado por possuir elevado grau de relevância no que diz respeito à sua aplicabilidade. Evidencia-se que a utilização dos jogos possibilita uma melhora nos resultados da reabilitação em pacientes neurológicos, porém sem exclusão da fisioterapia tradicional. Confirmando a tese de Carvalho e Araújo (2010), que afirmam que a utilização do Nintendo Wii para a fisioterapia é feita de forma adaptada, dando apenas um estímulo visual aos pacientes. Embora tenha alguns resultados eficazes, não consiste de um sistema apto para atender as necessidades da prática clínica. A interação entre o paciente e a terapia aplicada permite a obtenção de um feedback imediato, mostrando um acréscimo exponencial dos resultados, além de ser uma forma de entretenimento para o paciente. Isso confirma o que Reid (2001) relata em seu estudo, onde crianças submetidas a Reabilitação Virtual em conjunto com a fisioterapia tradicional, obtiveram resultados satisfatórios. Afirmou que as crianças se sentiam cada vez mais motivadas na medida em que iam obtendo melhores resultados na terapia. O feedback visual é uma grande ferramenta de aprendizagem e consciência de controle motor. Essa técnica engloba a autocorreção durante uma série de tarefas motoras, onde habilidades de planejamento e controle motor são constantemente estimuladas. O feedback citado possibilita o auto ajuste neuromuscular em indivíduos com prejuízo motor. Essa estratégia é aplicada há muito tempo e os resultados do presente estudo mostraram que a utilização da tecnologia virtual, por feedback visual, na reabilitação do equilíbrio corporal e habilidades motoras de indivíduos com déficit neuromotor, mostrou efetividade para a recuperação de pessoas com prejuízo neurológico (JUNIOR e SILVA, 2012). No entanto, enfatiza-se que o Wii fit, como instrumento de reabilitação, necessita da presença do profissional da saúde capacitado para auxiliar durante o uso do recurso, a fim de aperfeiçoar o tratamento e prevenir a ocorrência de lesões e quedas (SOUZA, 2011). Estudos foram realizados com o Wii Balance Board verificando a funcionalidade da correção da postura em pé, isto é, ajustar ativamente a postura anormal em pé. Foi avaliado se duas pessoas com múltiplas deficiências seriam capazes de corrigir a sua postura ativa em pé de acordo com a estimulação. Os dados mostraram que ambos os participantes aumentaram significativamente a duração do tempo de manter a postura correta em pé, ativando assim o sistema de controle (CHING et al, 2010; SHIH et al, 2010; SAPONISK et al, 2010). O Wii fit proporciona ao paciente a prática de atividade física conjugada ao uso de um ambiente virtual como instrumento de reabilitação nos aspectos motores, do controle postural e equilíbrio, do combate ao sedentarismo e obesidade. Não obstante, esperavam-se expressivas melhorias no equilíbrio dos indivíduos que participaram do tratamento com Wii Fit(MUSSATO et al, 2012). Saposnik conclui em seu estudo que os benefícios da reabilitação interativa usando o Nintendo Wii em pacientes neurológicos constituem apenas uma etapa inicial de compreensão dos potenciais ganhos que este instrumento poderá trazer em sua aplicação diária. Tal afirmação corroborou com as melhorias relacionadas a função motora dos indivíduos em análise demonstrando que os resultados proporcionados pelo uso do ambiente virtual aplicado a reabilitação de pacientes com déficit neuromotor são benéficos e se mostraram muito eficientes quando associados às terapias convencionais(SCHIAVINATO et al, 2010). Overstall, 2003 diz que experimentos mostraram que a reabilitação de pacientes hemiparéticos, por meio do feedback visual com sistemas de plataforma de pressão, melhoram o equilíbrio estático, evidenciando que esse instrumento pode ser utilizado não apenas para avaliação quantitativa do equilíbrio, mas também como recurso para o treinamento do equilíbrio. Isso mostra que a reabilitação está evoluindo para fora da terapia tradicional, justificando a importância de estudos práticos para a comprovação da eficiência desse novo modelo de reabilitação. CONCLUSÃO Os resultados desta pesquisa mostraram que o uso da tecnologia virtual através do Wii fit, por feedback visual na reabilitação do equilíbrio corporal e habilidades motoras de crianças com déficit neurológico se mostrou efetivo, oferecendo melhoras significativas em curto espaço de tempo. Neste estudo percebe-se que a reabilitação está evoluindo para fora da terapia tradicional e que o mercado atual já vem se preocupando com a necessidade de acrescentar coadjuvantes nos tratamentos convencionais. Já é possível a obtenção de uma vasta oferta em relação à tratamentos que fornecem meios lúdicos e interativos, tendo como exemplo o Wii fit. É importante ressaltar que há uma lucratividade tanto para o mercado quanto para os pacientes, que serão os principais beneficiados dos variados meios de tratamento. Sugere-se a realização de pesquisas experimentais com amostras maiores para maior discussão e evidências clínicas diversificadas, deste modo profissionais terão maior segurança científica para utilizá-los. 68 • NovaFisio.com.br


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REFERÊNCIAS 1. ABDALLA, Thereza Cristina Rodrigues et al. Análise da evolução do equilíbrio em pé de crianças com paralisia cerebral submetidas a reabilitação virtual, terapia aquática e fisioterapia tradicional. Revista Movimenta issn: 1984-4298, vol 3, n 4,2010). 2. ALLEGRETTI, Kátia Maria Gonçalves et al. Os efeitos do treino de equilíbrio em crianças com paralisia cerebral diparética espástica. Rev Neurocienc 2007;15/2:108–113. 3. BARCALA, Luciana et al. Análise do equilíbrio em pacientes hemiparéticos após o treino com o programa Wii Fit. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 24, n. 2, p. 337-343, abr./jun. 2011. 4. BASTOS, Núbia M. Garcia. Introdução à metodologia do trabalho acadêmico. 4.ed. Fortaleza, Nacional, 2007. 5. CHING, HS et al. A limb action detector enabling people with multiple disabilities to control environmental stimulation through limb action with a Nintendo Wii remote controller. Research in Developmental Disabilities. 2010;31(5):1047-53. 6. GRAS, Z.L; HUMMER, A.D; HINE, E.R. Realiability and Validity of the Nintendo Wii Fit. Journal of Cyber Therapy & Reabilitation,2009; 02(04):369. 7. REID, D. Benefits of a virtual play rehabilitation environment for children with cerebral palsy on perceptions of self-e cacy: a pilot study. Pediatric Rehabilitation 2002; (5):141-148. 8. SANTOS, Cintia et al. Proposta de protocolo de exercícios , baseado na realação do equilíbrio e da coordenação motora com os hábitos de vida diária de crianças de sete anos. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano III, n 11, jan/mar 2007. 9. SAPONISK, G et al. Effectiveness of Virtual Reality Exercises in Stroke Rehabilitation (EVREST): Rationale, Design, and Protocol of a Pilot Randomized Clinical Trial Assessing the Wii Gaming System. Journal compilation & 2010 World Stroke Organization International Journal of Stroke Vol 5, February 2010, 47–51. 10. SCHIAVINATO, Alessandra M. et al. Influência do Wii Fit no equilíbrio de paciente com disfunção cerebelar: estudo de caso. J Health Sci Inst. 2010;28(1):50-2. 11. SHIH, CH et al. Assisting people with multiple disabilities actively correct abnormal standing posture with a Nintendo Wii Balance Board through controlling environmental stimulation. Res Dev Disabil. 2010;31(4):936-42. 12. SOUSA, Fernando Henrique. Uma revisão bibliográfica sobre a utilização do Nintendo® Wii como instrumento terapêutico e seus fatores de risco. Revista Espaço Acadêmico issn:1519-6186; n123, agosto. 2011. 13. GORLA, JOSÉ IRINEU. Teste e avaliação em esporte adaptado. São Paulo: Phorte, 2009. 14. GIL-GÓMEZ, J.A.; LOZANO, J.A.; ALCAÑIZ, M.; PÉREZ, A.S. Nintendo Wii balance board for balance desorders. In: Poster on Virtual Rehabilitation International Conference, 2009, Haifa. Israel, 2009. p. 213. 15. OVERSTALL PW. The use of balance training in elderly people with falls. Clinical Geron. 2003;13(2)153-61. 16. REID D. The influence of virtual reality on playfulness in children with cerebral palsy: a pilot study. Occupational Therapy International 2001; (3): 131-134. 17. PEREIRA, B C e Medalha, C C. Avaliação postural por fotometria em pacientes hemiplégicos. Con. Scientiae Saúde,2008; 7(1):35-42. 18. MUSSATO R, BRANDALIZE D, BRANDALIZE M. Nintendo Wii ® e seu efeito no equilíbrio e capacidade funcional de idosos saudáveis.R. bras. Ci. e Mov 2012;20(2):68-75. 19. CARVALHO, G R e ARAÚJO C G. Dispositivo para diversão e acompanhamento autônomo de pacientes de fisioterapia. XVII Conic e II Coniti. UFPE/CTG – 24 a 26.11.10. 20. WOLF SL, Binder-MacLeod SA. Electromyographic biofeedback applications to the hemiplegic patient. Changes in lower extremity neuromuscular and functional status. Phys Ther. 1983;63(9):1404-13.

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PALAVRAS-CHAVE: reabilitação, infarto agudo do miocárdio, doença coronária e mobilização precoce.

EFEITOS DA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR (FASE 1) PRÉ E PÓS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO E DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE CORONARIANA E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA GERAL EFFECTS OF CARDIOVASCULAR REHABILITATION (PHASE 1) BEFORE AND AFTER MYOCARDIAL REVASCULARIZATION AND EARLY MOBILIZATION IN PATIENTS ADMITTED TO GENERAL ICU AND CCU.

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EFEITOS DA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR (FASE 1) PRÉ E PÓS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO E DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE CORONARIANA E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA GERAL

IVANA MELO DE OLIVEIRA¹, LAIS DE OLIVEIRA NUNES ² ¹ Bacharel em Fisioterapia, Pós-graduanda em Fisioterapia Hospitalar pelo Centro Universitário do Pará. ² Bacharel em Fisioterapia, Especialista em Fisioterapia Dermato Funcional e Pós-graduanda em Fisioterapia Hospitalar pelo Centro Universitário do Pará. RESUMO Introdução: O infarto agudo do miocárdio significa a morte de cardiomiócitos causada por isquemia total e prolongada. O tratamento pode ser conservador, hemodinâmico, ou em casos mais graves é necessário a cirurgia de revascularização do miocárdio. A mobilização precoce em Unidade Coronariana (UCO) e Unidade de Terapia Intensiva geral (UTI), tem se mostrado eficaz na reabilitação precoce de pacientes internados nesses locais Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre os efeitos da RCV (fase 1) pré e pós revascularização do miocárdio e da mobilização precoce em pacientes internados em UCO e UTI geral. Métodos: O levantamento bibliográfico foi realizado entre os meses de março e maio de 2014. Foram incluídos artigos publicados a pelo menos 10 anos realizados com populações de adultos coronariopatas ambos os gêneros. Resultados: Foram encontrados 43 artigos relacionados a essa temática, destes, 30 na língua portuguesa e 13 na língua inglesa. 12 artigos com menos de 5 anos e 31 com mais de 5 anos, sendo 2 realizados somente com o sexo masculino e apenas 1 realizado com o sexo feminino. Dos 43 artigos pesquisados, 26 são brasileiros e 17 latino-americanos, 6 realizados em UTI, 3 em UCO, 2 pré operatórios e 10 pós operatórios de revascularização do miocárdio. Conclusão: Com base nos estudos analisados, é possível concluir que a RCV, incluindo a mobilização precoce são procedimentos seguros e viáveis. Apresentam resultados favoráveis na prevenção da fraqueza muscular, reduzindo o tempo na ventilação mecânica e prevenindo limitações funcionais decorrentes do período de internação de pacientes internados em UCO e UTI geral. Palavras-chave: reabilitação, infarto agudo do miocárdio, doença coronária e mobilização precoce. ABSTRACT Introduction: Acute myocardial infarction means death of cardiomyocytes caused by ischemia full and lengthy. Treatment can be conservative, hemodynamic, or in more severe cases surgery myocardial revascularization is required. Early mobilization in the Coronary Care Unit (CCU) and General Intensive Care Unit (ICU), has proven effective in the early rehabilitation of patients admitted in these locations. Objective: To review the literature onthe effects of RCV (phase 1) before and after myocardial revascularization and early mobilization in patients admitted to general ICU and CCU. Methods: The literature survey was conducted between March and May 2014. Articles published at least 10 years conducted with adult populations coronary both genders were included. Results: Found 43 articles related to the topic, of these, 30 in Portuguese and 13 in English language. 12 articles having less than 5 years and 31 over 5 years, 2 involving only males and only 1 performed with the female. Of the 43 articles surveyed, 26 are Brazilian, 17 Hispanic, 6 performed in ICU, 3 in CCU, 2 pre operative and 10 post operative myocardial revascularization. Conclusion: Based on the studies analyzed, it can be concluded that cardiovascular rehabilitation, including early mobilization, are safe and feasible procedures. Present favorable results in the prevention of muscle weakness, reduced time on mechanical ventilation and preventing functional limitations resulting in the hospitalization of patients admitted to general ICU and CCU. Keywords: rehabilitation, acute myocardial infarction, coronary heart disease and early mobilization.

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EFEITOS DA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR (FASE 1) PRÉ E PÓS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO E DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE CORONARIANA E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA GERAL

INTRODUÇÃO O termo infarto agudo do miocárdio (IAM) é definido pela morte de cardiomiócitos, que resulta geralmente da aterosclerose coronariana com oclusão das artérias coronárias, podendo ocasionar redução do fluxo sanguíneo coronário e necrose de um segmento miocárdico (ALCÂNTARA et al., 2007; FORMIGA; DIAS; SALDANHA, 2005; PESARO; SERRANO; NICOLAU, 2004;). Três critérios estabelecem o diagnóstico do IAM: história clínica, evolução eletrocardiográfica e curva enzimática (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2004; ESCOSTEGUY et al, 2004). O quadro clínico é caracterizado por dor precordial em aperto (angina), podendo irradiar para outras regiões do corpo. Em pacientes diabéticos, idosos ou no período pós- operatório, o infarto pode ocorrer com ausência de dor, mas com náuseas, mal-estar, dispnéia, taquicardia e até confusão mental (PESARO; SERRANO; NICOLAU, 2004). Alterações no eletrocardiograma (ECG) também podem ajudar no diagnóstico, sendo a principal alteração encontrada o supradesnivelamento do segmento ST. Por fim, como considerável ferramenta diagnóstica estão as alterações na concentração de marcadores de necrose miocárdica como as enzimas creatinoquinase total (CK) e sua fração MB (CK-MB) (CAVALCANTI; HEINISCH; ALBINO, 2004). Com relação ao tratamento, a terapia medicamentosa visa aliviar a dor e, consequentemente, a ansiedade e o desconforto; sedação para alívio da ansiedade e, consequentemente, diminuição da liberação de catecolaminas. No tratamento medicamentoso também são utilizadas drogas antiagregantes plaquetários, antiarrítmicos, trombolíticos anticoagulantes e betabloqueadores (REGENGA, 2004). Enquanto houver obstrução coronariana, haverá diminuição ou ausência de fluxo sanguíneo para determinada região miocárdica. Portanto, são necessárias medidas que reestabeleçam esse fluxo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2004) No início da década de 1980, intervenções coronárias com cateter-balão e outros dispositivos, como os stents, foram aplicados para conduzir a artéria (NETO; NETO, 2004). Os stents são potencializadores dos resultados da angioplastia, por fazerem diminuir o risco de reoclusão, e principalmente, porque diminui a reestenose (RIBEIRO; PEREIRA; LEMOS, 2004). Em alguns casos, apenas o tratamento hemodinâmico não é suficiente. A cirurgia cardiovascular é indicada em casos onde ocorreram resultados insatisfatórios das terapêuticas com medicação trombolítica, angioplastia primária e com agravamento da clínica do paciente. Na cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) é realizada uma ponte entre a artéria coronária doente e outro vaso sanguíneo. Os enxertos podem ser arteriais ou venosos, sendo o conduto venoso mais utilizado a veia safena e o arterial a artéria torácica interna (OLIVEIRA, 2004). As complicações mais comuns que podem ocorrer no pós operatório (PO) de RM são: síndrome de baixo débito cardíaco, arritmias e complicações pulmonares como atelectasias, insuficiência respiratória aguda, hipersecreção, broncoespasmo, pneumotórax, e lesão do nervo frênico (MONTES; MALDONADO; PAEZ et al., 2004). Segundo Sibinelli et al., (2012) também é possível observar alterações no sistema musculoesquelético, em apenas sete dias de repouso no leito o indivíduo pode reduzir a sua força muscular em 30%, perdendo adicionalmente 20% da sua força restante a cada semana, e com o passar do tempo ocorrerá também a diminuição do tônus muscular e da amplitude de movimento. A assistência ao paciente revascularizado é realizada por uma equipe multiprofissional. A fisioterapia faz parte desse atendimento e vem sendo considerada cada vez mais como um componente fundamental na reabilitação destes pacientes. O atendimento fisioterapêutico tem como objetivo a melhora do condicionamento cardiovascular e a prevenção ou tratamento de algumas complicações pós operatórias (GUIMARÃES et al., 2004) A reabilitação cardiovascular é um método de desenvolvimento e manutenção de um nível desejável das condições físicas, mentais e sociais de um indivíduo que tenha alguma doença cardiovascular. Pode ser definida como procedimento de restauração vital, compatíveis com a capacidade funcional do coração de indivíduos que apresentem alguma doença cardiovascular (GONÇALVES et al., 2006). Tradicionalmente, a reabilitação cardiovascular é dividida em quatro fases, sendo a primeira fase hospitalar (Unidade de Terapia Intensiva e enfermaria), a segunda ambulatorial, a terceira em centros especializados e a quarta é realizada de forma não supervisionada. Na fase hospitalar o procedimento de reabilitação é tomado durante o período compreendido desde o início do evento coronariano. As outras fases dirigem-se à reabilitação após a alta hospitalar REGENGA (2004). O repouso prolongado no leito gera diminuição da capacidade funcional, do tônus muscular e da volemia, inadaptabilidade às mudanças posturais (hipotensão postural) e aumento das respostas da frequência cardíaca (FC) aos esforços, da pressão arterial (PA) e da ansiedade (PIEGAS et al. 2009; GASSNER et al. 2006). Desse modo, os objetivos da FTCV fase I são diminuir os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito, avaliar as respostas clínicas ao aumento progressivo do esforço, estipular a intensidade de esforço a ser realizada em domicílio e reduzir o tempo de internação hospitalar e as complicações cardiorrespiratórias (HERDY et al., 2008; GASSNER et al., 2006). As ações do fisioterapeuta nos programas de reabilitação cardiovascular concentram-se principalmente nas questões físicas da recuperação, diminuindo os efeitos da perda de condicionamento afetado pelo repouso no leito e intensificando o funcionamento cardiovascular e músculo-esquelético (PRYOR; WEBBER, 2004). OBJETIVO Fazer um levantamento bibliográfico sobre os efeitos da reabilitação cardiovascular (fase 1) pré e pós revascularização do miocárdio e da mobilização precoce em pacientes internados em Unidade Coronariana (UCO) e Unidade de Terapia Intensiva geral (UTI). MÉTODO O levantamento bibliográfico foi realizado entre os meses de março e maio de 2014. Para a realização da revisão de literatura 72 • NovaFisio.com.br


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EFEITOS DA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR (FASE 1) PRÉ E PÓS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO E DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE CORONARIANA E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA GERAL

foram selecionados artigos científicos publicados em português e inglês, através das bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs. Como descritores foram utilizados: reabilitação, infarto agudo do miocárdio, doença coronária e mobilização precoce. Foram incluídos artigos publicados a pelo menos 10 anos, realizados com pacientes internados em UCO e UTI geral, de ambos os gêneros. Para a discussão, foram priorizados estudos que realizaram ensaios clínicos com métodos bem descritos relacionados apenas a Fase 1 da reabilitação cardiovascular e mobilização precoce. RESULTADOS Foram encontrados 43 artigos relacionados a essa temática, destes, 30 na língua portuguesa e 13 na língua inglesa. 12 artigos com menos de 5 anos e 31 com mais de 5 anos, sendo 2 realizados somente com o sexo masculino e apenas 1 realizado com o sexo feminino. Dos 43 artigos pesquisados, 26 são brasileiros e 17 latino-americanos, 6 realizados em UTI, 3 em UCO, 2 pré operatórios e 10 pós operatórios de revascularização do miocárdio. DISCUSSÃO Diversos fatores podem influenciar a mecânica respiratória e as trocas gasosas nas cirurgias cardíacas, podendo elevar o risco de complicação pulmonar no pós-operatório. Um dos fatores que geram essas complicações está relacionada ao uso de circulação extracorpórea (CEC). A CEC provoca uma resposta inflamatória, aumentando a permeabilidade endotelial e lesão parenquimatosa pulmonar, contribuindo para o aparecimento de atelectasias, aumento do shunt, diminuição da complacência pulmonar e troca gasosa (GUIZILINI et al., 2004; CONTI, 2005). Nos últimos anos, novas técnicas cirúrgicas sem o uso da CEC têm sido desenvolvidas, mostrando uma resposta inflamatória atenuada quando comparada à cirurgia com CEC (ASCIONE et al., 2004; BRASIL et al., 2005). Guizilini et al. (2004) estudou 30 indivíduos com idade de 38 à 74 anos de idade, divididos em 2 grupos: com e sem CEC. Estes foram submetidos a avaliação da função pulmonar no 1º 2º e 3º dia de PO e gasometria no Pré e 1º dia de PO. Em ambos os grupos, houve queda significativa da capacidade vital forçada (CVF) e do volume expiratório forçado no 1s (VEF1) até o quinto dia de PO. Neste estudo, todos os pacientes submetidos à cirurgia de RM, independentemente do uso da CEC, apresentaram comprometimento da função pulmonar no PO. Outros autores mostraram resultados divergentes quando compararam a função pulmonar nas operações com e sem CEC (MONTES, 2004; CIMEN et al, 2005). Rivoredo (2013), afirma que é comum observar a imobilidade em pacientes críticos internados em UTI, e isto pode vir a acometer vários órgãos e sistemas, como os sistemas osteomioarticulares, metabólico, cardiorrespiratório, gastrointestinais, geniturinário, cutâneo, entre outros, o que contribui para a redução na capacidade funcional e no prolongamento da internação. A fisioterapia na fase I da reabilitação cardiovascular (FTCV) pode ser iniciada de 12 a 24 horas após o IAM, no entanto, é comum o repouso prolongado no leito em razão do receio de instabilização do paciente (CONVERTINO et al., 2006). Porém, este deve ser balanceado entre o risco da mobilização precoce e os efeitos danosos que são secundários ao repouso no leito (PIEGAS et al., 2009; DIAS et al., 2009). A fase I é iniciada na unidade coronariana e se baseia em atividades de baixa intensidade (< ou = a 2 METS). Essa fase visa preparar psicologicamente os pacientes para a execução de atividades diárias após a alta e consiste também em educação e aconselhamento sobre a necessidade de mudanças no estilo de vida. Se a resposta ao programa for efetivo, a intensidade poderá aumentar, respeitando a individualidade biológica (REGENGA, 2004) Malfatto et al. (2006); Malfatto et al (2005) e Adams et al. (2008) observaram um aumento da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e redução da isquemia induzida pelo exercício em pacientes pós-IAM submetidos à FTCV fase I. Hiss (2012) também observou melhora nas respostas autonômicas e hemodinâmicas em pacientes que realizaram RCV pré RM. Da mesma forma, observou-se melhora em pacientes que realizaram a FTCV fase I, durante o período pós-operatório de RM, adicionalmente a melhora da capacidade funcional dos pacientes na alta hospitalar, promovendo aumento dos índices parassimpáticos de VFC, potência total do espectro, VFC não linear e entropia. Ficou em evidência que tanto no pré quanto no pós de RM, há influência da RCV no sistema cardiovascular do paciente (MENDES et al., 2010; HIRSCHHORN et al., 2008). Titoto et al. (2005) relataram que o tratamento fisioterapêutico na fase hospitalar baseia-se em procedimentos simples, como exercícios metabólicos de extremidades, para aumentar a circulação, exercícios respiratórios para eliminar obstruções respiratórias e manter uma boa função pulmonar. São realizados também exercícios ativos para manter a amplitude de movimento e flexibilidade, treino de marcha em superfície plana e com degraus. Soares et al. (2010) estudaram 91 pacientes com idade média de 62,5 anos internados em uma UTI. Eles avaliaram com que frequência era realizada a retirada do leito dos pacientes que estavam submetidos à ventilação mecânica. Além disso, observaram a repercussão do tempo de permanência na UTI com a taxa de mortalidade. O procedimento de retirada do leito foi através da sedestação com MMII pendentes e na poltrona, marcha estacionária e deambulação. Esses autores observaram que pacientes mobilizados precocemente e retirados do leito apresentaram menor tempo de permanência na UTI e menor índice de mortalidade. Hiss et al. (2012) avaliaram as respostas autonômicas e hemodinâmicas de 51 pacientes adultos após IAM submetidos ao protocolo de Fisioterapia Cardiovascular (FTCV) fase 1, bem como a sua segurança. O protocolo era realizado 24h após o IAM na posição supina, e incluía dez minutos de repouso pré e pós-exercícios, seguido de quatro minutos de exercícios respiratórios e cinco minutos de exercícios físicos dinâmicos. Os autores concluíram que o protocolo de FTCV foi eficaz, pois promoveu alterações hemodinâmicas e na modulação autonômica nesses pacientes, sem ocasionar qualquer intercorrência clínica ou manifestação de intolerância ao esforço. No início do exercício ocorre uma elevação rápida da FC, com o objetivo de aumentar o fluxo sanguíneo, promovendo maior eficiência do mecanismo de transporte de oxigênio aos músculos em atividade contrátil (REGENGA, 2004) NovaFisio.com.br • 73


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Trabalhos com bloqueio farmacológico têm referido que essa elevação rápida da FC que ocorre nos 10 a 20 segundos iniciais do exercício é atribuída à diminuição da modulação vagal sobre o nó sinoatrial, a qual independe da intensidade do exercício executado. Após esse período, em baixas intensidades de esforço, verifica-se um decréscimo da FC que corresponde ao período da retomada vagal, podendo até haver estabilização da FC até o final da execução do exercício, desde que este seja de baixa a moderada intensidade, ou seja, de intensidade inferior ao limiar de anaerobiose (MARÃES et. al, 2005). Em exercícios de alta intensidade é evidenciável um acréscimo mais lento da FC, o qual se intensifica à medida que o nível do exercício aumenta. Esse acréscimo lento da FC, observados após o primeiro minuto do exercício físico dinâmico, depende quase exclusivamente da contribuição da atividade simpática sobre o nó sinoatrial (HERDY ET. AL 2008; MARÃES et al., 2005). Dias et al. (2009), realizaram um estudo com 65 paciesntes internados em UCO com diagnóstico de Síndrome Coronariana Aguda (SCA). Destes, 54% com IAM, Killip I e 45,2% com angina instável (AI). O estudo tinha como objetivo descrever a técnica e a resposta circulatória à caminhada de 50 metros. Os autores mensuraram a pressão arterial sistólica (PAS mmHg) e diastólica (PAD mmHg), frequência cardíaca, duplo produto (PAS mmHg X FC bpm), saturação periférica de oxigênio (SpO2%), tempo de caminhada e percepção do esforço pela escala de Borg (EB). Obtiveram medições nas posições supina, sentada e ortostase (fase 1 - estresse gravitacional), no final da caminhada e pós-repouso de 5 minutos (fase 2 - estresse físico). A resposta circulatória à caminhada de 50m era monitorada em duas fases: Fase 1 – realizada em decúbito dorsal a 0º, sentado no leito com as pernas pendentes e em ortostase. Fase 2 – realizada após 3 minutos em ortostase, durante e no final da caminhada, e na fase de recuperação e após 5 minutos. O estudo acima mencionado verificou a ocorrência de eventos adversos em 29% dos pacientes. Entre esses efeitos adversos foram relatados tontura durante a caminhada e hipotensão postural e três pacientes apresentaram sintomas que impediram a execução da caminhada, como precordialgia, pico hipertensivo e tontura associada à hipotensão. Em contra partida, no estudo de Hiss et al. (2012), nenhum paciente apresentou qualquer sintoma adverso durante a execução do protocolo de FTCV. Assim, sugere-se que a ocorrência de eventos adversos no estudo de Dias et al. (2009), pode ter sido ocasionada por conta da falta de execução de manobras fisioterapêuticas em decúbito dorsal antes da deambulação, para que houvesse uma melhor adaptação hemodinâmica ao estresse gravitacional, já que os pacientes encontravam-se a 24 horas do evento agudo. A literatura relata que a FC de recuperação é um preditor de risco independente de mortalidade em pacientes com doença arterial coronariana, além de ser um indicador da retomada vagal após a interrupção de um exercício físico. Sabe-se que uma FC de recuperação > 12 bpm no 1º minuto após um exercício máximo é considerada normal (COLLE et al., 2009; AIJAZ et al., 2009). No estudo de Hiss et al. (2012), foi possível observar que no 1º minuto após a execução do exercício de baixa intensidade a variação da FC de recuperação foi de 10 bpm, evidenciando que os pacientes nas condições estudadas apresentaram adequada retomada vagal após a finalização do exercício executado. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005) os exercícios de resistência muscular, anteriormente contra-indicados para cardiopatas em geral, passaram a integrar as prescrições dos programas de reabilitação cardiovascular, pois objetivam preservar e aumentar a força e a potência muscular, ajudando a melhorar a endurance muscular, a função cardiovascular, o metabolismo, os fatores de risco coronariano e o bem estar geral. Porta et al. (2005) realizaram um estudo com 66 pacientes de ambos os sexos internados em uma UTI geral. O estudo tinha como objetivo avaliar os efeitos iniciais do treinamento físico nesses pacientes. Os autores dividiram os indivíduos em grupo intervenção, desmamados da ventilação mecânica invasiva há 48-96 hrs e que realizavam cinesioterapia e treinamento no cicloergômetro de membros superiores (MMSS), e o grupo controle que realizavam somente cinesioterapia. Os principais resultados encontrados neste estudo foi a redução do grau de dispnéia e fadiga muscular, além de melhora na força muscular inspiratória do grupo de intervenção. Burtin et al. (2009) realizaram um estudo, com 90 indivíduos de ambos os sexos que estavam internados em uma UTI geral por um período superior ou igual a sete dias. O estudo consistia em avaliar se sessões diárias de exercícios físicos no leito utilizando cicloergômetro em membros inferiores (MMII), seria seguro e eficaz na prevenção ou diminuição da perda da performance, funcionalidade e força de quadríceps. Os sujeitos da pesquisa foram subdivididos em grupo controle que realizava fisioterapia respiratória e mobilizações de extremidades superiores e inferiores ativas ou passivas realizadas 5 vezes por semana e adicionalmente a deambulação, iniciada assim que considerada segura e adequada. O grupo de tratamento recebia sessões diárias de exercícios com o uso do cicloergômetro de MMII, realizada de forma passiva ou ativa, em seis níveis de resistência crescente, com duração de 20 minutos. Os autores concluíram que houve uma melhora significativa no grupo de tratamento para aumento da recuperação da funcionalidade, maior aumento da força de quadríceps e melhor status funcional auto-percebido. Chiang et al, (2006) analisaram os efeitos do treinamento físico em pacientes com ventilação mecânica prolongada de 32 pacientes internados em uma UTI geral. Foram avaliados força muscular através da dinamometria e função através do índice de Barthel e escala de Medida de Independência Funcional (MIF). Durante seis semanas o grupo de intervenção recebeu treinamento físico cinco vezes por semana, que consistia em cinesioterapia passiva, ativa e resistida com auxílio de peso em MMSS e MMII, treino funcional no leito, deambulação, além de Treinamento Muscular Respiratório (TMR). O grupo controle não foi realizado nenhum tipo de intervenção. Após as seis semanas, foi observado a melhora significativa na força muscular, funcionalidade e redução do tempo de ventilação mecânica nos indivíduos do programa de intervenção. Rodrigues et al., (2010) desenvolveram um estudo com 67 pacientes adultos de ambos os sexos que estavam em ventilação mecânica por no mínimo 5 dias. Os autores avaliaram a manutenção ou alteração na fraqueza muscular, considerando a duração da VM e o tempo de internação. Ao final do estudo, os autores concluíram que houve uma relação significativa entre o tempo de suporte ventilatório e a fraqueza generalizada adquirida na UTI, demonstrando que prevenir os efeitos do imobilismo auxilia em melhor qualidade de vida aos pacientes internados, já que quanto maior o tempo de ventilação, maior a perda motora. Dantas et al. (2012) avaliaram os efeitos de um protocolo de mobilização precoce na musculatura periférica e respiratória em pacientes críticos em uma UTI geral. Os indivíduos foram divididos em grupo de fisioterapia convencional onde era realizado a 74 • NovaFisio.com.br


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fisioterapia do setor e o grupo mobilização precoce. Este último recebeu um protocolo de mobilização precoce sistematizado duas vezes ao dia, durante todos os dias da semana. Ao término do estudo verificou-se um ganho da força muscular inspiratória e periférica nos indivíduos submetidos ao protocolo de mobilização precoce e sistematizado, o que não aconteceu aos indivíduos do grupo padrão de mobilização. Sibinelli et al. (2012), realizaram um estudo clínico, com pacientes de ambos os sexos, que tinha objetivo analisar o nível de consciência, efeitos pulmonares e hemodinâmicos em pacientes submetidos a VM por mais de 7 dias durante o uso da posição ortostática na mobilização precoce. O ortostatismo era realizado em prancha ortostática em angulações variadas, que avançavam de 0 a 30 e 50º. Ao final do estudo foi observado que a ortostase proporcionou melhora do volume corrente, capacidade vital, pressão inspiratória máxima e aumento da frequência cardíaca (FC) e pressão arterial média (PAM) em pacientes críticos restritos ao leito. CONCLUSÃO Com base nos estudos analisados, é possível concluir que a RCV, e incluindo a mobilização precoce são procedimentos seguros e viáveis. Apresentam resultados favoráveis na prevenção da fraqueza muscular, reduzindo o tempo na ventilação mecânica e prevenindo limitações funcionais decorrentes do período de internação de pacientes internados em UCO e UTIgeral. A fisioterapia motora precoce pode ser realizada diariamente utilizando o posicionamento funcional, exercícios terapêuticos progressivos, sedestação, ortostatismo, transferência do leito para a poltrona, deambulação, e até o uso de protocolos mais elaborados que utilizem o cicloergômetro. Através destes protocolos, foram encontrados pelos autores os seguintes benefícios: redução do tempo de ventilação mecânica, melhora na funcionalidade, performance física e condicionamento cardiovascular, além de menor tempo de internação. Apesar de bem definidos os efeitos positivos que a RCV e a mobilização precoce podem causar, ainda são necessários mais estudos envolvendo essa temática e uma possível extrapolação para outras populações, como por exemplo a pediátrica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, B.J; CARR, J.G.; OZONOFF, A.; LAUER, M.S.; BALADY, G.J. Effect of exercise training in supervised cardiac rehabilitation programs on prognostic variables from the exercise tolerance test. Am J Cardiol. p. 101-110:1403-1407, 2008. AIJAZ, B.; SQUIRES, R.W.; THOMAS, R.J.; JOHNSON, B.D.; ALLISON, T.G. Predictive value of heart rate recovery and peak oxygen consumption for long-term mortality in patients with coronary heart disease. Am J Cardiol. p. 103-102:1641-1646, 2009. ALCÂNTARA, E. 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PALAVRAS-CHAVE: DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Sono, Fisioterapia.

ANÁLISE SOBRE A INFLUÊNCIA DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA ASSOCIADA À QUALIDADE DE SONO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. ANALYSIS ON THE INFLUENCE OF PHYSICAL THERAPY INTERVENTION IN PATIENTS WITH CHRONIC OBSTRUCTIVE PULMONARY DISEASE ASSOCIATED WITH SLEEP QUALITY: A LITERATURE REVIEW.

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ANÁLISE SOBRE A INFLUÊNCIA DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA ASSOCIADA À QUALIDADE DE SONO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

Deyvid Barata De Santis. Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em fisioterapia hospitalar (UTI e Enfermaria). Cesupa – Centro Universitário do Pará. Brasil. Ludmila Gabrielle Navarro Cunha. Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em fisioterapia hospitalar (UTI e Enfermaria). Cesupa Centro Universitário do Pará. Brasil. RESUMO Entre as principais doenças pulmonares que afetam a qualidade do sono, destaca-se a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada pelo lento e progressivo desenvolvimento de limitação ao fluxo aéreo, associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões para as partículas e gases nocivos gerando ainda hipoxia noturna, sendo o sono extremamente importante para a manutenção das funções cognitivas. A fisioterapia tem o papel de prevenir ou amenizar as complicações obtidas da DPOC e através de exercícios respiratórios. A participação regular numa atividade física pode provocar mudanças benéficas em doentes com DPOC, além de proporcionar uma melhora significativa na qualidade do sono e consequentemente na qualidade de vida.

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PALAVRAS-CHAVE: DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Sono, Fisioterapia.

INTRODUÇÃO A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada pelo lento e progressivo desenvolvimento de limitação ao fluxo aéreo que é pouco reversível tanto espontaneamente como por meio de medicamentos, tornou-se parte da população mundial e é baseada no impacto social e econômico, uma preocupação para autoridades e também uma das principais causas de morte e morbidade (BOECHATA, 2007; BARNES, 2008). A limitação do fluxo de ar é a principal característica da doença, que também é progressiva, criando uma carga em cada respiração associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões para as partículas e gases nocivos gerando ainda hipoxia noturna (GOLD). Segundo estudos de Silva (2008), mudanças no padrão do sono entre outras alterações são causas incidentes de re-hospitalização gerando gastos hospitalares cada vez maiores. A fisiologia respiratória é consideravelmente diversa daquela durante a vigília. O controle respiratório, o funcionamento neuromuscular e a resistência das vias aéreas são alteradas durante o sono (VALE, 2011). A fisioterapia tem o papel de prevenir ou amenizar as complicações obtidas da DPOC e através de exercícios respiratórios a integridade pulmonar e o desempenho respiratório apresentam grandes melhoras. Com tal explicação o motivo deste estudo surgiu a partir da escassez de trabalhos que comprovem a qualidade da fisioterapia na qualidade do sono. A partir desse relevante vimos de supraimportância a intervenção fisioterapêutica voltada a esse tema visando uma melhora significativa no seu estado de sono. DPOC Entre as principais doenças pulmonares que afetam a qualidade do sono, destaca-se a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que segundo a organização mundial de saúde (OMS), a partir de 2030 será a 3° doença com a maior causa de morte no mundo ficando atrás das doenças cardiovasculares e cerebrovasculares (BARRA, 2009). No Brasil estima-se que há mais de seis milhões de indivíduos portadores de tal patologia, traduzindo-se em uma doença de grande incidência no pais (SILVA, 2011). Ainda assim, as projeções de prevalência de DPOC mostram um aumento nas próximas décadas em razão de contínua exposição aos fatores de risco, sobretudo, a poluição e ao tabagismo. (AQUINO, et al. 2011). Segundo o Caderno de Atenção Básica, DPOC é uma doença com repercussões sistêmicas, prevenível e tratável, caracterizada por limitação do fluxo aéreo pulmonar, parcialmente reversível e geralmente progressiva. A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões decorrente da inalação de partículas ou gases tóxicos e tem consequências sistêmicas significativas. Essa limitação é causada por uma associação entre doença de pequenos brônquios (bronquite crônica obstrutiva) e destruição de parênquima (enfisema), a predominância destas alterações é variável em cada indivíduo, tendo relação com os sintomas apresentados (GOLD, 2011). A bronquite crônica é definida clinicamente pela presença de tosse e expectoração na maioria dos dias por no mínimo três meses/ ano durante dois anos consecutivos. O enfisema pulmonar é definido anatomicamente como aumento dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, com destruição das paredes alveolares (AZAMBUJAR; BETTENCOURT; COSTA; RUFINO, 2013). Embora o fumo seja considerado o principal fator de risco para a DPOC, muito outros fatores também parecem estar associados, como os fatores demográficos, fatores socioeconômicos, fatores ambientais, se o fumo é ativo ou passivo ou até mesmo a história ocupacional. Loivos, 2009, relata que no quadro clínico, principalmente na anamnese, os principais sintomas dos pacientes são tosse, acompanhada de expectoração na fase inicial principalmente, ao progresso da doença desenvolve-se uma limitação ao fluxo aéreo que na maioria das vezes é ignorado pelo paciente, a medida que a obstrução aérea evolui, pode surgir a dispneia fazendo com que as atividades diárias do indivíduo seja interferida, com tendência a piora. Com a progressão da DPOC e piora dos sintomas (tosse, expectoração e a dispneia), podem surgir complicações, como insuficiência respiratória, insuficiência cardíaca, perda de peso e hipoxemia arterial. A existência da doença também pode aumentar os ricos para outras patologias, como infarto agudo do miocárdio, angina, infecção respiratória, depressão, distúrbios do sono, anemia e ainda dessaturação da hemoglobina (CABRAL, 2010). Trabalho conduzido por Cabral e Muller (2010), relata que pacientes com DPOC apresentam uma qualidade do sono reduzida, caracterizada por menor eficiência do sono, fragmentação da arquitetura do sono e maior latência para o início do sono. SONO O sono é um estado fisiológico extremamente importante para a manutenção das funções cognitivas e da saúde física, processos fundamentais, para todas as espécies (VALADARES, et al., 2011). O sono é um estado fisiológico complexo, que requer uma integração cerebral completa, durante a qual são executados e desenvolvidos vários processos biológicos, que no seu conjunto são essenciais à sobrevivência (FERNANDES R,2006). É um estado reversível que restaura as condições que o cérebro tinha no início da vigília precedente. O sono se diferencia de outros estados de consciência por duas características principais que são a responsividade e a reversibilidade (FERNANDES R,2006). A definição de sono é bastante subjetiva e complexa. Um sono normal será aquele que proporciona uma sensação de bem-estar ou descanso físico e mental, permitindo a execução das tarefas do dia seguinte em boas condições físicas e mentais (FERNANDES R,2006). A evolução no conhecimento sobre o sono vem crescendo a cada dia com o surgimento de novas tecnologias, e que já se tornou possível com o domínio sobre o registro das ondas cerebrais através do electroencefalograma (EEG), o que permitiu a discriminação 80 • NovaFisio.com.br


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ANÁLISE SOBRE A INFLUÊNCIA DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA ASSOCIADA À QUALIDADE DE SONO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

objetiva entre vigília e sono, bem como, entre os seus diferentes estados (LEE-CHIONG TL,2009). Evidência científica convincente indica que se necessita ao menos de sete horas de sono. Segundo Lee-Chiong (2009), em seu estudo acompanhou pessoas durante nove anos e comprovou que quem dormia menos de 6 horas por noite apresentava uma taxa de mortalidade cerca de 70% em comparação com quem dormia de 7 a 8 horas por noite. No ser humano, o sono caracteriza-se por flutuações dinâmicas no sistema nervoso central, nos parâmetros metabólitos, hemodinâmicos e ventilatório (SILVA, et al., 2006), sendo constituído de dois estágios: sono de movimento rápido dos olhos (REM), necessário para a restauração do tecido cerebral; e sono de ondas lentas (NREM), necessário para a restauração do tecido corporal (SILVA, 2008; VALE, 2011). Para ser feito a caracterização das fases do sono devemos levar em conta 3 variáveis fisiológicas de suma importância no qual deverão ser compreendida através de uso de exames precisos entre eles a eletrencefalograma, eletro-oculograma e eletromiograma submentoniano (DEATHERAGE JR,2009). Grande parte da investigação sobre o sono se dá pelo conhecimento da existência de dois estados do sono, ambos com mecanismos fisiológicos distintos, porém organizados, essa arquitetura do sono é constituída por sono lento ou profundo ou sem movimentos oculares rápidos ( Não-REM ou NREM) e sono paradoxal ou com movimentos oculares rápidos (REM) (DEATHERAGE JR,2009). No sono NREM, há relaxamento muscular comparativamente à vigília, porém, mantém-se sempre alguma tonicidade basal e se encontra presente em 75% da noite e é composto de 4 fases: Fase 1: sono leve (relaxamento dos músculos, os batimentos cardíacos abrandam e o corpo prepara-se para entrar num sono profundo); Fase 2: sono intermédio (a respiração e o ritmo cardíaco estão regulares e a temperatura do corpo desce); Fases 3 e 4: sono mais profundo e reparador (tensão arterial baixa, respiração mais lenta). Além dos aspectos observados no EEG, todo o organismo sofre assim uma alteração em relação aos parâmetros de vigília (DEATHERAGE JR,2009). A vigília ocorre antes do início do sono e no despertar matinal, além de em despertares breves, cinco a 15 vezes por hora, em geral nas trocas de estágio e acompanhada de movimentos corpóreos mais ou menos sutis (MARTINEZ, 1999). O sono REM corresponde a 25% do tempo de sono. O sono será caracterizado pela presença de uma hipotonia ou atonia muscular, movimentos fásicos e miocloniais multifocais e emissões de som, movimentos oculares rápidos, respiração e eletrocardiograma irregular e presença de sonho (LEE-CHIONG TL, 2009). Durante o sono REM predomina a atividade simpática, havendo, sobretudo uma grande atividade cerebral e os batimentos cardíacos assim como a respiração tornam-se irregulares (LEE-CHIONG TL, 2009). O cérebro está muito ativo no sono REM e o metabolismo cerebral geral podem estar aumentados por até 20 %. O eletroencefalograma (EEG) apresenta padrão de ondas cerebrais semelhantes ao que ocorre na vigília (LEE-CHIONG TL,2009). Há vários anos, relatos têm sido feitos sobre pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) com anormalidades respiratórias relacionadas com o sono (KRIEGER, 2010). De acordo com os estudos feitos ainda por Krieger (2010), há relatos sobre o aumento da pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial (PaCo2), diminuição da saturação (SpO2) e episódios de hipoxemia e hipercapnia durante a noite que estão diretamente relacionados com períodos de sono REM. Acredita-se que a hipoventilação noturna é a principal causa de hipoxemia durante o sono REM em pacientes com DPOC. Tanto os músculos respiratórios “clássicos”, responsáveis pela respiração, quanto os músculos respiratórios das vias aéreas superiores, responsáveis pela manutenção do tônus impedindo o fechamento da faringe, exibem uma resposta reduzida aos estímulos ventilatórios durante o sono. Como resultado disto, a resistência das vias aéreas superiores aumenta (Phillipson, 1978). SONO E DPOC A respiração é influenciada pelos diferentes estados de sono e vigília. Essas influências derivam principalmente de sistemas em tronco cerebral responsáveis pelo controle da ventilação. Durante a vigília, a estrutura da via aérea superior é mantida em diferentes posturas. Com o início do sono, ocorrem diferentes modificações que afetam essa estrutura, incluindo mudanças na ativação neuromuscular e na ventilação, assim como aumento na carga mecânica. Ocorre um significativo aumento da resistência da via aérea superior. Essas alterações podem resultar em hipoventilação (caso exista uma perda da resposta reflexa ao aumento da carga em via aérea) ou podem resultar em um aumento reflexo do estímulo à ventilação, com manutenção da ventilação e dos gases sanguíneos. Porém, algum grau de hipoventilação sempre ocorre no início do sono, mesmo em indivíduos normais (PALOMBINI LO, 2010). Diversas revisões consideram que a hipoventilação é a principal causa de hipoxemia noturna no portador de DPOC. A hipoventilação é maior durante a fase do sono REM, uma vez que ocorre acentuada hipotonia da musculatura acessória e intercostal da respiração, resultando em uma diminuição da contribuição da caixa torácica para a ventilação. Como a hiperinsuflação pulmonar na DPOC promove a retificação das cúpulas diafragmáticas e, portanto, uma contração diafragmática ineficaz, ocorre profunda hipoventilação com hipoxemia, quadro que contribui na instalação da cor pulmonale (CABRAL M. M; MUELLER PT, 2010). Muitos portadores de DPOC apresentam uma qualidade do sono reduzida, caracterizada por menor eficiência do sono, maior latência NovaFisio.com.br • 81


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PALAVRAS-CHAVE: DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Sono, Fisioterapia.

para o início do sono e fragmentação da arquitetura do sono, independentemente do grau de avanço da DPOC. A causa é provavelmente multifatorial e inclui tosse noturna, dispnéia, uso de medicações, como a teofilina, e hipoxemia recorrente (SANTOS, 2003). A FISIOTERAPIA NA MELHORIA DA QUALIDADE DO SONO A queda da atividade muscular parece ser um fator particularmente importante em pacientes com doenças respiratórias obstrutivas principalmente durante o sono, nas quais os pulmões estão hiperinflados e o já achatado diafragma não pode contribuir tão eficientemente com a ventilação. Rizzi (2010) diz que o tratamento fisioterapêutico objetiva promover uma ventilação e oxigenação noturna normais; reduzir ou abolir o ronco; e eliminar a fragmentação do sono. Como o diafragma é o único músculo respiratório ativo durante o sono REM, a ventilação alveolar destes pacientes será fortemente afetada durante este período de sono (White, 2000). A participação regular numa atividade física pode provocar mudanças benéficas em doentes com DPOC, alem de proporcionar uma melhora significativa na qualidade do sono e conseqüentemente na qualidade de vida, pois o individuo se torna mais disposto a realizar seus afazeres diurnos por uma noite bem dormida e sem desconforto (NEDER, et al., 1997). Essas mudanças incluem o recondicionamento cardiovascular; a dessensibilização à dispnéia; a melhoria da eficiência ventilatória; o aumento da força muscular; o aumento da flexibilidade; a melhoria da composição corporal. A aplicação de exercícios terapêuticos na reabilitação pulmonar demonstra ser de fundamental importância para o tratamento desses pacientes tanto dos sinais e sintomas decorrente da patologia quanto da melhora de sua qualidade do sono e de vida. (DOMINGUES, 2010). CONCLUSÃO Dentre as consequências da DPOC encontra-se principalmente uma má qualidade do sono advinda consecutivamente de sonolência excessiva, roncos, picos hipertensivos, mal humor e até mesmo levando a obesidade, por isso um bom programa de fisioterapia baseado na qualidade de vida diária pode ser uma solução para quem apresenta uma má qualidade do sono, insônia ou apneia do sono. Referências AZAMBUJAR R, BETTENCOURT M, COSTA CH, RUFINO R. Panorama da doença pulmonar obstrutiva crônica. Revista hospital universitário Pedro Ernesto. 2013; 12 (2): 13-18. BARNES PJ. Immunology of asthma and chronic obstructive pulmonary disease. Nat Rev Immunol. 2008;8:183-92. BARRA, C. J. M. Cálculo de Necessidades Energéticas em pacientes hospitalizados por DPOC e SIDA, através da Fórmula de Harris –Benedict. (MONOGRAFIA). 22F. 2009. Porto, RJ. BOECHATA, F; VALEB, R; DANTASA, E. Evaluación de la autonomía funcional de personas mayores com EPOC mediante el protocolo GDLAM. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2007;42(4):251-3. CABRAL, M. M.; MUELLER, P. T. Sono e doenças pulmonares crônicas: pneumopatias intersticiais difusas, asma brônquica e DPOC. Jornal Brasileiro de Pneumologia. 36(supl.2):S1-S61. 2010. DOMINGUES, P. W.; ALMEIDA, A. F.; STEGANI, B.; HONÓRIO, F. M.; BALLAN, L. S.; SILVA, N. M. S. Efeitos da intervenção fisioterapêutica como tratamento complementar em portadores de doenças respiratórias. Revista F@pciência, Apucarana-PR, v.6, n. 2, p. 9 – 18, 2010. GOLD. Global initiative for chronic obstructive pulmonary disease: Definition and Classification of Severity. Disponível em Erro! A referência de hiperlink não é válida.. GOLD. Guidelines Global Strategy for Diagnosis, Management, and Prevention of COPD. Disponível em: www.goldcopd.org/uploads/ users/files/GOLDReport_April11/2011. pdf. Krieger, A,C. Perturbação respiratória durante o sono em doença pulmonar obstrutiva crônica. J Bras Pneumol 2010; 31 (2): 162-72. LOIVOS, LP. DPOC – definições e conceitos – as bases clínicas. Pulmão RJ – Atualizações Temáticas 2009; 1 (1): 34-37. Phillipson EA. Control of breathing during sleep. Am Ver Respir Dis 1978;118:909-39. RIZZI C.F; et al. Exercise capacity and obstructive sleep apnea in lean subjects. Chest. 2010; 137(1):109–14.E SILVA, M. A. C. Análise da variabilidade da frequência cardíaca em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica e dessaturação noturna sem síndrome de apnéia obstrutiva do sono. 2008 Dissertação (tese de mestrado) . 99f. Universidade de Brasília. Brasília – DF. VALADARES, R. J. B. Diferenças entre gêneros, no padrão do sono e na ocorrência de comorbidades, em pacientes obesos com apnéia obstrutiva do sono. Brasília – DF. 2011. (TESE DE MESTRADO) . 76f. Área de pneumologia. VALLE, L. E. R. Estresse e distúrbios do sono no desempenho de professores: Saúde mental no trabalho. São Paulo. 2011. (TESE DE DOUTORADO EM PSICOLOGIA). 208f. White DP, Weil JV, Zwillich CW. Metabolic rate and breathing during sleep. J Appl Physiol 2000;59:384-91.

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PALAVRAS-CHAVE: Tônus Muscular. Síndromes da dor Miofascial. Dor. Mialgia.

AVALIAÇÃO DE PONTOS DE GATILHO EM MULHERES ADULTAS JOVENS COM SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL EVALUATION OF TRIGGER POINTS IN YOUNG ADULT WOMEN WITH PAINFUL SYNDROME MYOFASCIAL

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AVALIAÇÃO DE PONTOS DE GATILHO EM MULHERES ADULTAS JOVENS COM SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL

ANA PAULA MARTINS DE PAULA1, VALDEMIRA APARECIDA NASCIMENTO ANDRADE1, GUILHERME BARROSO DE CARVALHO2 PATRÍCIA MARIA DE MELO3, MARCO AURÉLIO VEIGA DE MELO4. 1 Fisioterapeutas graduadas pelo Curso de Fisioterapia UNIPAC Barbacena. 2 Médico com Especialização em Dermatologia. Faculdade de Medicina de Barbacena - FUNJOB. 3 Professora do Curso de Fisioterapia UNIPAC Barbacena, Fisioterapeuta especialista em fisioterapia Pneumofuncional, Gestão em Programa de Saúde da Família, Ortopedia e traumatologia e Atividade Física em Saúde e Reabilitação Cardíaca. 4 Professor do curso de fisioterapia da UNIPAC Barbacena, mestrado em clínica odontológica pela Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações. INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - UNIPAC/ BARBACENA. RESUMO: A Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) se caracteriza por presença de músculos em estado de encurtamento e apresenta pontos de gatilhos miofasciais (PGMs). Tais pontos são classificados pela literatura como Ativos ou Latentes e o método utilizado para o diagnóstico dos pontos é a palpação manual. Objetivos. Verificar a prevalência de PGMs Ativos e Latentes, e a real condição do fisioterapeuta em determinar, localizar e diferenciar os tipos de PGMs presentes por meio da palpação através do teste de Confiabilidade. Métodos. Participaram do estudo 30 voluntárias que foram submetidas à demarcação e palpação dos PGMs, durante 04 semanas consecutivas. A primeira visita destinou-se à realização de um teste alérgico com relação a utilização da Tintura de Henna, nas demais foram realizados os procedimentos de demarcaçoes e classificação dos PGMs. Os pontos foram demarcados com a Tintura para evitar que os mesmos apagassem de uma semana para a outra permitindo a verificação da presença ou surgimento de novos PGMs. Resultados. Os dados para confiabilidade das medidas de palpação apresentaram significância apenas na segunda semana, portanto, verificou-se a presença de mais pontos Ativos do que Latentes na população estudada (p<0,05). Conclusão. Para a identificação dos PGMs, conclui-se que existe uma predominância de pontos Ativos do que Latente e a confiabilidade da medida de palpação, não apresentou resultados significativos, necessitando de novos estudos e padronizações na execução da palpação para identificação de PGMs. Palavras chave: Tônus Muscular. Síndromes da dor Miofascial. Dor. Mialgia.

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PALAVRAS-CHAVE: Tônus Muscular. Síndromes da dor Miofascial. Dor. Mialgia.

INTRODUÇÃO Os portadores da Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) apresentam dores musculares, caracterizadas por presença de músculos em estado de encurtamento ou contratura, com aumento do tônus e rigidez, e que contenham pontos de gatilhos miofasciais (PGMs) (WHEELER et al. 2001), descritos por alguns autores como, Simons (1988), Wolfe et al., (1992), que afirmam que o estresse físico e emocional, preocupações, esforços repetitivos, além de alterações posturais, que podem levar à formação dos PGMs. Atualmente, ainda não estão claramente determinados quais os sinais e sintomas sugestivos de síndrome dolorosa miofascial (SDM), que podem ser agrupados sob condição clínica particular. (TRAVELL & SIMONS 1992; YUNUS & RAMAN, 1988). Todavia, percebe-se na literatura que a dor no pescoço pode ser provocada por PGMs localizados, principalmente, no músculo trapézio superior e no músculo elevador da escápula (SIMONS et al. 1999), sendo os PGMs palpáveis e geralmente associados à presença de banda tensa ou “nódulo muscular” (YENG LY 2001). Sobre os tipos de PGMs, destacam-se os ativos e os latentes, em que os primeiros são associados a queixas de dor espontânea, e os segundos geralmente não causando dor espontânea, mas que pode ser provocada quando efetuada uma pressão manual. (LUCAS KR et. al 2004). A tensão e o encurtamento muscular geram inflamação no ventre muscular, acometendo principalmente músculos da região cervical e cintura escapular (GUTSTEIN, 1938; SIMONS, 1988; TRAVELL & SIMON, 1992). Em estudo randomizado, Travell et al 1992 demonstram que, ao exame de palpação sobre a região onde o PGMs está presente, também há sugestão de aumento da rigidez local, o que pode ser proveniente de disfunção neuromuscular. A SDM não diagnosticada e não tratada pode tornar-se crônica, sendo portanto uma das causas mais comuns do afastamento do trabalho e de compensações trabalhistas, e pode resultar em perda expressiva para a economia (BONICA, 1974). Além disso, a SDM pode prejudicar a qualidade de vida por gerar dor e tensão, diminuindo assim o rendimento diário e o bem estar dos indivíduos acometidos (BENNETT, 2007). É comum encontrar a SDM secundária a doenças osteomusculares ou neurológicas, em razão da ocorrência de sobrecargas ou desequilíbrios musculares. Ressalta-se que alterações nutricionais ou endocrinológicas - como hipotireoidismo - quando tratadas, tornam os PGMs mais responsivos à terapia, tanto física quanto farmacológica. A persistência de hipoglicemia e hiperuricemia agravam a atividade dos PGMs, reduzindo a resposta terapêutica (DOMMERHOLT , 2011). O objetivo do estudo foi verificar a prevalência de PGMs ativos e latentes, e a real condição do fisioterapeuta em determinar, localizar e diferenciar os tipos de pontos de gatilho inserido por meio da palpação. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Amostra O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa Universidade presidente Antônio Carlos, Barbacena – MG e aprovado pelo protocolo n° de 139.641. O envolvimento dos voluntários ocorreu após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido; houve uma explicação detalhada dos procedimentos na primeira visita. A qualquer momento os voluntários estavam livres para abandonar o estudo. Como estratégia de recrutamento de sujeitos, foi realizado um convite oral e por meio de cartazes para os indivíduos, através dos investigadores. Foram avaliados 30 mulheres, com idade média 22,5 ± 24,3 anos, sedentárias, sendo excluídas do estudo aquelas que apresentaram Síndrome Fibromiálgica, lesão osteoarticular ou lesão muscular recente ou reações ao teste alérgico à Tintura de Henna, utilizada para a demarcação dos pontos encontrados pela palpação. Através de uma anamnese feita pela mesma avaliadora, foram registrados os dados por meio da quantidade e classificação dos pontos em Latentes ou Ativos. 2.2 Instrumentação Foi utilizada uma fita métrica da marca: Superior Tailoring rule ®, Tintura Henna da marca: Henna Expressão Facial®, da cor preta, para demarcação dos pontos anatômicos e dos pontos de gatilho, permitindo a contagem e classificação dos pontos em outras visitas. 2.3 Procedimentos Na escolha do músculo (M.), preconizou-se fazer as medidas no M. trapézio superior e M. levantador da escápula, por serem músculos frequentemente acometidos de acordo com o levantamento realizado através de publicações. Foi realizado um teste antialérgico com a Titura de Henna, onde a mesma foi aplicada atrás da orelha para ver se haveria alguma irritação sobre a pele entre as voluntárias; o procedimento era verificado 24 horas após a aplicação. Houve o procedimento de higienização, onde a pesquisadora lavava as mãos entre a palpação de uma voluntária para outra e, nas voluntárias, a higienização foi realizada com sabonete liquido, inodoro, e para secagem foi utilizado papel toalha. Durante o período de 3 dias, uma vez por semana as voluntárias foram avaliadas na Clínica Escola Vera Tamm de Andrada, localizada na UNIPAC, Campus Barbacena em Minas Gerais. Na primeira visita, foi preenchido o termo de consentimento livre e esclarecido e realizada a explicação detalhada da pesquisa. Também foi feita a anamnese nas voluntárias e o teste alérgico atrás do lobo da orelha aguardando 24 horas, nenhuma voluntária apresentou alterações no local de aplicação da Henna e tais procedimentos foram realizados sempre pela mesma avaliadora. Na segunda visita a mesma pesquisadora realizou a palpação e demarcação com a Tintura de Henna dos pontos de gatilhos. A diferenciação de ponto latente (Sintoma somente com palpação) ou ponto de gatilho ativo (sintomas dolorosos em repouso) foi registrado na ficha de anamnese, através de tabelas. Na terceira visita houve a verificação da localização da presença de pontos demarcados pelada tintura de Henna na semana anterior, e novamente a palpação foi realizada, classificando os pontos em latente ou ativo novamente. Por terem sidos marcados com

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Henna, tintura de difícil remoção, as demarcações da semana anterior estavam presentes permitindo a conferência da permanência ou aparecimento de novos pontos de gatilho. A quarta visita permitiu, mais uma vez, a conferencia da localização dos pontos, que foram remarcados na segunda visita e registro dos dados. Os instrumentos de coletas de dados e procedimentos adotados no presente estudo foram baseados em procedimentos rotineiros de avaliação, relacionados à palpação manual, comum na anamnese usada pelo fisioterapeuta. Nenhuma das intervenções utilizadas promoveu risco superior aos inerentes de uma avaliação com supervisão profissional. As pesquisadoras responsáveis pelo estudo se comprometeram em seguir e respeitar todas as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). 2.4 Estatística Para análise estatística descritiva foi utilizada a média e o desvio padrão, além da descrição percentual. Como fator de determinação da confiabilidade da medida, foi utilizado o índice de Correlação Intra-classe (ICC). Para a comparação das médias dos diferentes pontos (ativo ou latente), utilizou-se um teste t independente, com nível de significância estipulado para α = 0,05. Todas as análises foram feitas no pacote do software SPSS 17.0 for Windows® (Chicago, USA). 3 RESULTADOS Os dados para confiabilidade das medidas de palpação, dos pontos ativos e latentes, foram obtidos através da média e desvio padrão e comparados entre os dias 1, 2 e 3 e encontram-se na tabela abaixo.

Os dados dos 3 dias para pontos ativos e latentes foram mesclados, para uma única comparação, a fim de identificar a maior frequência de identificação dos mesmos, houve mais pontos ativos do que latentes conforme tabela 2. Tabela 2. Comparação das médias entre pontos Ativos e Latentes onde os valores encontrados foram significativos com p<0,005.

4 DISCUSSÃO De acordo com o estudo realizado por Sola (1990), a grande maioria dos indivíduos apresenta PGs latentes e, dependendo do tipo e da gravidade das lesões ou das sobrecargas, o diagnóstico e o tratamento não são realizados de modo adequado. Os PGs latentes permanecem assintomáticos durante períodos prolongados, ocasionando aumento da sensibilidade das fibras nervosas lentas, associadamente à vasoconstricção devido ao aumento da atividade neurovegetativa simpática. No presente estudo verificou-se prevalência dos pontos ativos, sendo que na maioria dos trabalhos encontrados a prevalência foi de pontos latentes. Wolfe F (1992) e Gerwin RD (1997), alertam que atualmente a presença de PG é determinada por critérios diagnósticos adequados, aplicados por examinadores treinados e experientes, apesar da baixa confiabilidade interavaliadores. Lin T (2001), relata que a prevalência variada da dor miofascial nos diferentes estudos é devida às diferenças das populações estudadas, ao grau de cronificação da dor, à ausência de critérios padronizados para o diagnóstico e à variação na habilidade diagnóstica dos examinadores. Portanto são necessários mais estudos, e padronizações do método da palpação com pressão digital aplicada pelo avaliador, e a subjetividade da dor em diversas populações. Yeng (2001), mostra em seus estudos a SDM é causa mais comum de dor aguda ou crônica, po¬dendo estar associada a quadros de disfunção e incapa¬cidade significativas. Apesar de comum em portadores de dores de origem musculoesquelética, muitos profissionais da área da saúde e pacientes não a reconhecem. Os doentes são tratados como portadores de bursites, artrites, tendinites ou doenças viscerais, sem haver melhora do quadro clínico e identificação por outro método mais confiável do que a palpação; foram encontrados baixos índices de confiabilidade, apesar do treinamento, padronização e demarcação dos pontos realizados que foram submetidas as pesquisadoras. Bigongiari et al. (2008) realizaram um estudo onde avaliaram, por meio da eletromiografia de superfície, a atividade elétrica do trapézio superior em repouso e com Contrações Voluntarias Isométricas Máximas (CVIM), de indivíduos com PGMs ativos 86 • NovaFisio.com.br


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PALAVRAS-CHAVE: Tônus Muscular. Síndromes da dor Miofascial. Dor. Mialgia.

e latentes e de indivíduos saudáveis. A amostra contou com 56 indivíduos, 28 no grupo de indivíduos saudáveis e 28 no grupo com diagnóstico de PGMs. Escolheu-se o valor de Root Mean Square (RMS), normalizando esse valor para a análise das CVIM. Foi encontrada uma maior atividade de repouso nos músculos com PGMs, quando comparado ao grupo de indivíduos saudáveis, sendo maior naqueles com PGMs ativos do que nos latentes. Em um estudo realizado por Sola & Bonica (2001), observou-se que os trabalhadores com atividades físicas vigorosas aparentemente desenvolvem menos PGs ativos que trabalhadores sedentários, que exercem atividades vigorosas ocasionais. Sugerindo que os indivíduos nas faixas etárias mais ativas são mais acometidos pela SDM, e que durante o envelhecimento há redução das atividades, há no estudo um predomínio da presença dos PGs latentes, limitação da amplitude articular e menor frequência da SDM e de PGs ativos. Segundo Heymann (2007), a SDM acomete indivíduos de ambos os sexos, apresentando um pico de prevalência entre os 30 e 50 anos, durante a fase de maior atividade física, sendo uma das formas mais comuns de dor musculoesquelética. Apesar de descrita na literatura um pico de prevalência da SDM, entre 30 e 50 anos, neste estudo observou-se que as voluntárias entre 20 a 40 anos apresentaram uma faixa significativa de SDM. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo foi verificada maior prevalência de pontos de gatilhos miofasciais ativos do que latentes, e foi apontada uma baixa confiabilidade com relação ao processo de palpação de PGMs que comprovem a eficácia de uma palpação, apesar do treinamento, padronização e demarcação dos pontos realizados que foram submetidas as pesquisadoras. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENNETT R: Myofascial pain syndromes and their evaluation. Best Pract Res Clin Rheumatol 21(3): 427-45, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbr/v48n6/03.pdf> Acesso em: 04Nov. 2012 13:55 BIAGONGIARI, A.; FRANCIULLI, P.M.; SOUZA, F.A.; MOCHIZUKI, L.; ARAÚJO, R.C. Michigan,.Oral Sci, n. 6, p. 319-324, 2008. Disponível em:< http://pt.scribd.com/doc/94231008/anexar> BONICA, J.J. Preface. In: BONICA, J.J. (Ed.) Advances in Neurology. New York: Raven Press,1974, p.7. Disponível em: Acesso em:< http://pt.scribd.com/doc/94231008/anexar> DOMMERHOLT J, HUIJBREGTS P. Nutritional and metabolic perpetuat¬ing factors in myofascial pain. In: Dommerholt J. Myofascial trigger points: pathophysiology and evidence-informed diagnosis and man¬agement’s. London: Jones and Bartlett’s editors; 2011. Disponível em: <http://www.sumarios.org/sites/default/files/pdfs/rbmtv8n3_39-44.pdf> Acesso em: 03 abr. 2012, 18:00 GERWIN RD, SHANNON S, HONG CZ, HUBBARD D, GEVIRTZ R. Interrater reliability in miofascial trigger point examination. Pain. 1997;69(1-2):65-73. Disponível em:<http://www.abml-medicinalegal.org.br/departamentos/docs_termo/Sindrome-dolorosa-miofascial.pdf> Acesso em:03 abr. 2012, 18:06 GUNN, C.C. Chronic Pain: time for epidemiology. J. R. Soc. Med, v. 89, p. 479-80, 1996. <http://dspace.bc.uepb.edu.br:8080/ xmlui/bitstream/handle/123456789/546/PDF%20-%20Jos%C3%A9%20Di%C3%AAgo%20Sales%20do%20Nascimento.pdf?sequence=1> Acesso em: 04 abr. 2012 18:46 GUTSTEIN, M. Diagnosis and treatment of muscular rheumatism. Br J Phys Med, v.1, p.302-321,1938. Disponível em: <http://www. maisfisio.com.br/biblioteca/dor-miofascial.pdf> Acesso em: 30 mar 2012 18:44. HEYMANN, R. E. Síndrome Miofascial. Prática Hosiotalar. Ano IX, n. 51, p.178-180, 2007. LIN TY, KAZIYAMA HHS, TEIXEIRA MJ. Síndrome dolorosa miofascial. Rev Med,São Paulo, 2001:80 (ed. esp. Pt.1): 94-110 v. 48. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rdor/v13n2/14.pdf> Acesso em: 30 out. 2012 19:50 LUCAS, K, POLUS, B & RICH, P 2004, ‘Latent myofascial trigger points: their effects on muscle activation and movement efficiency.’ JBMT, vol. 8, no. 3, pp. 160-6. Disponível em: Acesso em: SIMONS, D.G. et al. Myofascial pain and dysfunction. The Trigger Point Manual. 2.ed. Baltimore: Williams e Wilkins, v.1, 1999. Disponível em: <http://www.maisfisio.com.br/biblioteca/dor-miofascial.pdf> Acesso em: 30 mar 2012 18:44. SIMONS, D.G. Myofascial pain syndrome: where are we? Where are we going? Arch Phys Med Rehabil, v.69, p.202-212, 1988. Disponível em: <http://www.maisfisio.com.br/biblioteca/dor-miofascial.pdf> Acesso em: 30 mar 2012 18:44 NovaFisio.com.br • 87


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AVALIAÇÃO DE PONTOS DE GATILHO EM MULHERES ADULTAS JOVENS COM SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL

SOLA, A.E., BONICA, J.J. Myofascial pain syndromes. In: Bonica, J.J., Loeser, J.D., Chapman, C.R., Fordyce., W.E., ed. The management of pain. 2.ed. Philadelphia, Lea & Febiger 1990. Chap 21:352-67. Disponível em: <http://www.maisfisio.com.br/biblioteca/dor-miofascial.pdf> Acesso em: 30 mar 2012 18:44 SOLA, A.E.; BONICA, J.J. Myofascial pain syndromes. In: LOESER, J.D. et al. (Eds.) Bonica’s management of pain. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 2001. Cap.29, p.530-542. Disponível em: <http://www.maisfisio.com.br/biblioteca/dor-miofascial. pdf> Acesso em: 30 mar 2012 18:44 TRAVELL,J. SIMON, D. Myofascial pain and Disfunction. The trigger point manual. Baltimore : Williams, Wilkins, 1992. Vols 1 e 2. Disponível em: <http://www.maisfisio.com.br/biblioteca/dor-miofascial.pdf> Acesso em: 30 mar 2012 18:44 WHEELER AH, Aaron GW: Muscle pain due to injury. Curr Pain Headache Rep 5: 441-6, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/rbr/v48n6/03.pdf> Acesso em: 04Nov. 2012 13:55 WOLFE F, SIMONS DG, FRICTON J, BENNETT RM, GOLDENBERG DL, GERWIN R, ET Al. The fibromyalgia and myofascial pain syndromes: a preliminary study of tender points and trigger points in persons with fibromyalgia, myofascial pain syndrome and no disease. J Rheumatol. 1992;19(6):944-51. Disponível em: <http://www.abml-medicinalegal.org.br/departamentos/docs_termo/ Sindrome-dolorosa-miofascial.pdf> Acesso em:03 abr. 2012, 18:06 YENG LY, KAZIYAMA HHS, TEIXEIRA MJ. Síndrome dolorosa miofascial. Rev. Med (São Paulo). 2001(80):94-110. Disponível em: <http:// www.sumarios.org/sites/default/files/pdfs/rbmtv8n3_39-44.pdf> Acesso em: 03 abr. 2012, 18:00 YUNUS, M.B.; RAMAN, K. Primary fi bromyalgia syndrome and myofascial pain syndrome: clinical features and muscle patology. Arch Phys Med Rehabil, v.69, p.451-454, 1988. Disponível em: <http://www.abml-medicinalegal.org.br/departamentos/docs_termo/ Sindrome-dolorosa-miofascial.pdf> Acesso em:03 abr. 2012, 18:06.

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PALAVRAS-CHAVE: Autonomia, Terceira Idade, cuidado familiar.

AUTONOMIA NA TERCEIRA IDADE AUTONOMY IN OLD AGE

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AUTONOMIA NA TERCEIRA IDADE

Caren Schlottfeldt Fleck** Caroline Azevedo* Daniele Prestes* Janaina Evangelho* Louise Quatrin** Rosario Pilecco* Sandrine Pereira* *Acadêmica do curso de Fisioterapia - Centro Universitário Franciscano. **Professora do Centro Universitário Franciscano. “Com o passar dos anos, as árvores tornam-se mais fortes e os rios, mais largos. De igual modo, com a idade, os seres humanos adquirem uma profundidade e amplitude incomensurável de experiência e sabedoria. É por isso que os idosos deveriam ser não só respeitados e reverenciados, mas também utilizados como o rico recurso que constituem para a sociedade”. (Kofi Annan) RESUMO A população idosa vem aumentando, consequentemente sendo considerado o principal fenômeno demográfico. Com uma meta primordial, a autonomia. O papel da família, o psicossocial, as patologias, as incapacidades, o apoio social tem grande importância em esse âmbito. O objetivo desse estudo é fornecer uma discussão rica com respectivos temas e possibilitando uma melhor compreensão a respeito da autonomia na idade estudada. Baseando-se em autores que tratassem o tema desde diferentes pontos de vista. Caracteriza-se em uma pesquisa do tipo revisão bibliográfica, onde foi realizada uma coleta de informações sobre as atividades de vida diária, qualidade de vida, autonomia, envelhecimento e políticas publicam para idosos. Para concretizar a pesquisa foram selecionados e utilizados artigos e livros da área da saúde. Conclui-se que o estudo relata que o aumento da população idosa a nossa sociedade dera se adaptar tanto a mudanças no âmbito saúde podendo abranger toda a atuação favorecendo a qualidade de vida dessa geração e aumentando a autonomia. Palavras chaves: Autonomia, Terceira Idade, cuidado familiar. ABSTRACT The elderly population is increasing and it is therefore considered the main demographic phenomenon . With a primary goal autonomy . The role of family , psychosocial , pathologies , disability , social support is of great importance in this context . The aim of this study is to provide a rich discussion with their issues and providing a better understanding about autonomy at the age studied . Based on authors who treat the subject from different points of view . Characterized in a research literature review type , where a collection of information about the activities of daily living , quality of life , autonomy , aging and publish policies for the elderly was performed . To achieve the research were selected and used articles and books in the area of health. It is concluded that the study reports that the increase in the elderly population our society had to adapt to changes both within health may include all activities promoting the quality of life of this generation and increasing autonomy. Key words: Autonomy, Seniors, family care.

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INTRODUÇÃO Chegar à velhice atualmente é uma realidade populacional, considerada como prolongamento da vida, uma aspiração de qualquer sociedade. No entanto, só pode ser considerado como uma real conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vida. Assim devemos priorizar a capacidade funcional, a necessidade de autonomia, de participação, de cuidado, de autossatisfação. Devem-se abrir campos para a possibilidade atuação em vários contextos sociais e de elaboração de novos significados para a vida na idade avançada. É incentivar, fundamentalmente, a prevenção, o cuidado e a atenção integral à saúde. (VERAS, 2009) Segundo Narsi 2008, o envelhecimento populacional é considerado o principal fenômeno demográfico do século 20. Levado a uma reorganização do sistema de Saúde, pois essa população exige cuidados que são um desafio devido às doenças crônicas que apresentam, além do fato de que incorporam disfunções nos últimos anos de suas vidas. Este fenômeno ocorreu de modo insidioso e lento e foi possível graças às melhores condições sociais e de saneamento, além do uso de antibióticos e de vacinas. Pela terceira idade ser caracterizada por doenças crônicas gera maior disfunção, dependência e quedas na população idosa. A legislação brasileira qualifica a família como principal responsável pelo cuidado com o idoso. É fácil ratificar tal afirmação quando da leitura da Constituição Federal de 1988, da Política Nacional do Idoso, regulamentada em 1994 e, do Estatuto do Idoso promulgado em 2003. Essas legislações são resultantes dos valores e preconceitos dominantes quanto ao cuidado institucional com a pessoa idosa. (VIEIRA, 2011) Autonomia e independência durante o processo de envelhecimento deve ser meta primordial para profissionais da saúde e para sociedade como um todo.(COELHO, 2008) Portanto a avaliação das atividades de vida diária (AVDs) e atividades instrumentais da vida diária (AVIDs) podem auxiliar na determinação da dependência ou não que o idoso possa ter para suas tarefas. Elas podem predizer dificuldades para desempenhá-las, o que pode levar a futuras dependências. Além disso, incapacidades em idosos, podem significar aumento de risco de mortalidade e hospitalização, portanto aumento de dependência, aumento de custos para o setor saúde e necessidade de cuidados de saúde. A incapacidade pode ocorrer decorrente de um evento ao acaso, porém, também pode ser caracterizada como um fator de risco para eventos adversos. (FRIED LP, 2004) Conhecer as causas de incapacidades e morte, pode ajudar a prolongar a vida humana e auxiliar no planejamento de ações de saúde. Muitos idosos que padecem de limitação em termos de atividade física vivem em um circulo vicioso, causado pela inatividade, pelo desenvolvimento de doenças crônicas, pela complicação dessas doenças culminando em uma limitação para executar as tarefas mais simples do cotidiano, como, por exemplo, cuidar da própria higiene. Estas limitações provocam um grande impacto sobre a qualidade de vida (QV) afetando a relação dessas pessoas na nossa sociedade, a inclusão, gerando e forçando o preparo dos mesmos a se adaptarem a autonomia. Por essa idade estar associada a uma redução da força e da massa muscular, das unidades motoras, da capacidade aeróbica, da reserva hormonal, além de várias outras alterações fisiológicas. Que juntas resultam em uma redução da velocidade máxima de marcha, da capacidade de realizar as atividades do cotidiano, da aptidão para subir escadas ou levantar-se de uma cadeira, além de outras dificuldades e incapacidades. A redução da capacidade fisiológica e o dê condicionamento dos mesmos resulta na perda da independência e a utilização mais frequentes de serviços de saúde podendo desencadear sintomas depressivos pela falta e perda de contatos sociais. Nesta revisão discute-se a temática da autonomia na terceira idade analisando os fatorem que interferem em tal e a geram. Com objetivo de fornecer uma discussão rica com respectivos temas e possibilitando uma melhor compreensão a respeito da autonomia na idade estudada. Baseando-se em autores que tratassem o tema desde diferentes pontos de vista. FUNDAMENTACAO TEORICA Caracteriza-se em uma pesquisa do tipo revisão bibliográfica, que consiste em uma análise criteriosa da autonomia na terceira idade, comparando, verificando e concluindo em base a estudos do tipo e com o conteúdo divulgados anteriormente. Foi realizada uma coleta de informações sobre AVDS, qualidade de vida, autonomia, envelhecimento e politicas publicas para idosos. Para concretizar a pesquisa foram selecionados e utilizados _____ artigos nos meses de março e abril de 2014 obedecendo aos critérios: publicados no período de 2004 a 2014 em base de dados (BIREME, SCIELO, LILACS e PubMed) e livros da área da saúde, que abordassem o assunto estudado. O aumento progressivo na expectativa de vida implica aumento da morbidade por doenças crônicas não-transmissíveis, que muitas vezes são incapacitantes e que são determinantes da maior parte dos gastos com a saúde nos países desenvolvidos. As doenças clínicas mais freqüentes foram hipertensão arterial, osteoartrose e incontinência urinária, seguidas por dislipidemia, instabilidade postural e diabetes mellitus. (tabela 1) (BORGES; VASCONCELOS, 2007)

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AUTONOMIA NA TERCEIRA IDADE

Estudos apontam que a maioria dessa população apresenta pelo menos uma doença crônica. Desse modo, a situação de cronicidade e longevidade atual dos brasileiros contribuem para o aumento de idosos com limitações funcionais, implicando em necessidade de cuidados constantes. Em estudos relacionados ao perfil de cuidadores de idoso mostram que a maioria são mulheres de meia idade que, além da função de cuidadora, tem sob seus cuidados familiares outros dependentes como: filhos(as), netos(as) e parentes portadores de cuidados especiais. Mais também é crescente o numero de homens que vêem desempenhando essa tarefa, sendo filhos, cônjuges e netos. (PORTO; LEFÉVRE, 2005) Os padrões tradicionais de funções familiares parecem estar se desmontando diante das transformações sociais, econômicas e demográficas. Como conseqüência, mudam os valores culturais em relação aos idosos em geral e ao cuidado familiar do idoso, em particular. O cuidado familiar faz parte da cultura. Quando não cumpre essa função adequadamente, a família sofre sanções sociais, pois é considerada negligente e/ou irresponsável. E isso interfere nas necessidades e no psicossocial dos indivíduos idosos. Acompanhado por sofrimento e penosas adaptações no estilo e ritmo de vida das pessoas. (RODRIGUES, 2011.) O papel da família e importante em qualquer estágio da vida, torna-se particularmente relevante tanto tratando-se da educação como no período de crescimento, desenvolvimento de cada individuo como na senectude. A relação interfamiliar é a única forma de desenvolver o equilíbrio afetivo e físico do ser humano, propiciando seu desenvolvimento harmônico e natural, valorizando todas as suas potencialidades de maneira global. Existem idosos que não têm família. Esses idosos podem não ter se casado, ser viúvos e/ou não ter filhos. Os filhos de alguns idosos podem ter morrido ou mudado para longe de seus pais. A relação facilmente desafiada pela existência de conflitos permanentes, por situações de abandono do lar por um dos cônjuges e desarmonia familiar resultante de incompatibilidade de personalidades, de valores e de estilos de vida entre os jovens e os mais velhos. Embora tradicionalmente os idosos tragam a expectativa de serem cuidados por seus filhos, e os filhos adultos não tenham dúvidas sobre a sua responsabilidade pelos pais, estas expectativas e desejos vêm mudando. Segundo DE SOUZA em 2012 é crucial investir na promoção da autonomia e da vida saudável desse grupo social, assim como prover atenção adequada às suas necessidades. O mito da velhice relacionada à improdutividade fazia com

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que o idoso fosse visto como uma categoria descartada. É isso influencia no psicossocial do mesmo tornando-o frágil e atingindo o seu papel social. Assim como muitas outras modificações, doenças e fatores sociais influenciam diretamente na autonomia do idoso. (imagem 1) Através de programas de fortalecimento respiratório Fonseca, et al registrou uma melhora na autonomia funcional de idosos. O treinamento de força muscular aplicado por DA SILVA, JG; et al mostrou diferenças na fase miogênica e na reduções do tempo necessário para realizar testes de autonomia funcional na fase neurogênica. CHAIMOWICZ, 2013 considera fundamental não somente preservar a saúde física e mental do idoso mais também a sua capacidade funcional. Observou o aumento excessivo da prevalência de doenças crônicas e necessidade de auxilio para realização de AVDs. Isso era acarretar um aumento das demandas sociais e de saúde, tendo que revolucionar as medidas direcionadas a manutenção, recuperação da independência funcional, modelos de cuidados, enfatizando a reabilitação do idoso e a integração das ações publicas com os mecanismos de suporte familiar. A saúde dessa população só será obtida após a aplicação intensiva de métodos já existentes de promoção, tratamento e reabilitação da saúde. Devido ao aumento do número de idosos e as suas condições de vida houve uma proliferação de programas e atividades destinados ao público idoso. (IRIGARAY; SCHNEIDER, 2008) Com foco a promover uma melhor integração dos mesmos na sociedade e tratando de fugir do circulo vicioso que geralmente vivem, provoca mudanças na estrutura da população, criando oportunidades não apenas para que as pessoas vivam mais anos, mas também para melhorar a qualidade de vida desses anos.O processo de envelhecimento caracteriza-se por uma perda gradual das capacidades funcionais comprometendo a autonomia da pessoa para satisfazer suas necessidades cotidianas. Domínguez, et al. 2006 conclui que os afetos positivos também aumentam com a satisfação do apoio recebido e com o enfrentamento direto e re-avaliativo, bem como com a diminuição do enfrentamento de esquiva e os afetos negativos diminuem quando se fornece apoio social embora aumentem com o enfrentamento de esquiva. Mais uma razão para que não se considere o idoso como apenas um receptor passivo de ajuda e compreensão. O alcance de suas ações também contribui para seu bem estar e satisfação. Afinal, o menor poder preditivo do apoio social e dos estilos de enfrentamento, sobre seus afetos positivos e negativos, indica que outras variáveis estão envolvidas nas dimensões do bem-estar subjetivo do idoso, particularmente o que estiver diretamente ligado a sua autonomia funcional. O apoio social terá um efeito direto sobre o bem-estar, fomentando a saúde independentemente do nível de stress, o que significa que quanto maior for o apoio social menor será o mal-estar psicológico experimentado e quanto menor for o apoio social maior será a incidência dos transtornos. Apesar do comprometimento da capacidade funcional e aumento do sofrimento psíquico, as pessoas com 80 e mais anos de idade não têm uma saúde física pior ou uma autopercepção de saúde mais pessimista, especialmente quando se compara com os outros. Estes resultados mostram que os idosos parecem ter capacidades que podem ser canalizados e direcionados para fornecer sua própria saúde. Conclui ARAUJO; RIBEIRO 2011 após realizar a sua pesquisa. CONCLUSAO Pelo aumento da população idosa a nossa sociedade dera se adaptar tanto a mudanças no âmbito saúde podendo abranger toda a atuação favorecendo a qualidade de vida dessa geração. Nossa sociedade considera como a principal causa da falta de autonomia na terceira idade as doenças já que geralmente a idade avançada vem acompanhada das mesmas levando a uma dependência uma atenção diferencias mais não e assim se não que outras atenções, vivencias também a afetam negativamente. Como o relacionamento familiar, o acompanhamento da saciedade (médicos, vizinho, etc), as patologias, os transtornos associadas a idade e a mesma redução de autonomia que pode-se considerar causa de muitas doenças características na mesma população. REFERENCIAS VERAS, Renato. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Revista Saúde Pública. 2009;43(3):548-54 NASRI, Fabio. O envelhecimento populacional no Brasil. 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AUTONOMIA NA TERCEIRA IDADE

Gerontol Med Sci 2004 mar; 59(3): 255-63. IRIGARAY, Tatiana; SCHNEIDER, Rodolfo. Impacto na qualidade de vida e no estado depressivo de idosas participantes de uma universidade da terceira idade. Estud. psicol. (Campinas) vol.25 no.4 Campinas Oct./Dec. 2008. FONSECA, Mde A; et al. [programas de treinamento muscular respiratório: impacto sobre a autonomia funcional dos idosos]. Rev Assoc Med Bras. 2010 Nov-Dec; 56 (6):642-8. DA SILVA, JG; et al. Strength training, level of muscular strength and functional autonomy in a population of elderly women]. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2009 Set-Out; 44 (5) :256-61. doi: 10.1016/j.regg.2009.04.005. Epub 2009 Ago 25. ARAUJO, L; RIBEIRO, Ó. Paradoxo Incapacidade de pessoas muito de idade. Acta Med Porto. dezembro 2011, 24 Suppl 2:189-96. Epub 2011 Dec 31. RODRIGUES, José Carlos Souza. “Imagens e significados da morte no Ocidente” in Corpo, envelhecimento e felicidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. DE SOUZA MINAYO, Maria Cecília. O envelhecimento da população brasileira e os desafios para o setor saúde. Cad. Saúde Pública vol.28 n.2 Rio de Janeiro Feb. 2012 PORTO ROSSETTO MAZZA, Márcia Maria; LEFÉVRE, Fernando. Cuidar em família: análise da representação social da relação do cuidador familiar com o idoso. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.15 n.1 São Paulo abr. 2005 BORGES DUARTE, Meirelayne; VASCONCELOS REGO, Marco Antônio. Comorbidade entre depressão e doenças clínicas em um ambulatório de geriatria. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(3):691-700, mar, 2007. DOMÍNGUEZ GUEDEA, Miriam Teresa, et al. Relação do Bem-Estar Subjetivo, Estratégias de Enfrentamento e Apoio Social em Idosos. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19 (2), 301-308.2006 CHAIMOWICZ, Flávio. Saúde do idoso. 2da edição. Belo Horizonte. Nescon UFMG, 2013. 167 p.

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PALAVRAS-CHAVE: Neuropatia Periférica –Neurite periférica

A IMPORTÂNCIA DA PALPAÇÃO DO NERVO RADIAL NA PREVENÇÃO DE DEFORMIDADES E INCAPACIDADES NAS NEUROPATIAS PERIFÉRICAS DE MEMBROS SUPERIORES

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A IMPORTÂNCIA DA PALPAÇÃO DO NERVO RADIAL

Por: Carolina P. Silveira Fisioterapeuta formada/ 2000 pela Universidade Estácio de Sá(RJ) Trabalhou no projeto de combate a Hanseníase e a Tuberculose Veracel/SESAB/2005(BA) Pós graduanda em Anatomia Humana /2014 Universidade Estácio de sá (RJ)

Resumo Esse artigo tem como objetivo fomentar a palpação do nervo radial na prevenção de deformidades e incapacidades nas neuropatias periféricas de membro superior(neurite periférica), sugerindo que tal palpação seja preconizada em todos os exames clínicos,PSF e da medicina do trabalho. Através da descrição da função , do trajeto , sua importância e relevância .Feito a partir da análise de artigos e bibliografia. Através deste, será demonstrado que o nervo radial apresenta em seu curso,trajetos palpáveis, principalmente em casos patológicos, como a neurite periférica.O comprometimento da função de proteção do membro ,leva a lesões que evoluem para incapacidade chegando a deformidade anatômica. A prevenção com o diagnóstico precoce evita esse fim,pois a neurite periférica tem tratamento .

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PALAVRAS-CHAVE: Neuropatia Periférica –Neurite periférica

Introdução

A palpação dos nervos periféricos tem suma importância no diagnóstico precoce da neuropatia periférica, pois através dela podemos perceber alterações neurais ,mesmo quando o paciente não apresenta nenhuma sintomatologia.Os nervos são apalpados em áreas do seu trajeto onde se tornam mais superficiais, no caso do membro superior os principais nervos apalpados são, nervo ulnar, nervo mediano e nervo radial.O nervo radial, fonte desse estudo, contém fibras motoras,sensitivas e autonômicas. Sendo as fibras motoras responsáveis pelos reflexos de retirada, as sensitivas pela defesa do membro e as autonômicas pela proteção da pele. O que demonstra a importância da palpação de tal nervo, na prevenção de incapacidades e deformidades. Neuropatia Periférica –Neurite periférica O plexo braquial, que inerva o membro superior,é constituído pelo entrelaçamento de fibras nervosas provenientes dos ramos ventrais dos nervos espinhais C5,C6,C7,C8 e T1.Que dão origem a troncos,fascículos e nervos terminais.Pelo braço passam quatro nervos terminais, nervo musculocutâneo(C5,C6 e C7), nervo ulnar(C7,C8 e T1), nervo mediano(C5,C6,C7,C8 e T1) e nervo radial(C5,C6,C7,C8/T1).A principal função do nervo periférico é de receber e transmitir informações do cérebro para o membro e do membro para o cérebro.As afecções dos nervos periféricos dá-se o nome de neuropatia periférica.Considerada uma síndrome e caracterizada pela disfunção dos mesmos.A classificação da neuropatia periférica é feita a partir do número de nervos acometidos.Mononeuropatia está relacionada com um único nervo,mononeuropatia múltipla com dois ou mais nervos e a polineuropatia com o comprometimento de vários nervos. A neuropatia periférica pode ser evidente ou silenciosa, em casos clássicos de compressão ou trauma, a lesão se evidencia e há a queixa do paciente com sinais visíveis .Mas nas afecções virais ,bacterianas, tóxicas ou posturais, não há queixa do paciente mas já existe a neurite, inflamação do nervo, que gera edema do nervo, levando a uma diminuição de sua luz e uma agudização do ângulo de emergência dos ramos colaterais dos vasos longitudinais, da circulação intrínseca do nervo.. É nesse momento que se pode prevenir a incapacidade e a deformidade pois com um diagnóstico precoce pode-se iniciar tratamentos com corticóides e corticoesteróides, que revertem a inflamação.A palpação dos nervos periféricos é feita ,justamente para facilitar essa suspeita de diagnóstico e caso comprovado,iniciar o tratamento ao princípio da inflamação. Nervo radial Trajeto do nervo radial No braço o nervo radial contorna o úmero no sulco radial, fornece ramos musculares para o tríceps braquial,ancôneo e três ramos cutâneos: cutâneo lateral inferior do braço,cutâneo posterior do braço e o cutâneo posterior do antebraço.Em seu trajeto no sulco radial é acompanhado pela artéria profunda do braço. Na porção mais distal do braço o nervo radial situa-se entre o músculo braquioradial e o braquial, na altura do epicôndilo lateral dividi-se em ramos superficiais e profundo, que chegam ao antebraço,O ramo superficial segue sobre o músculo braquioradial até que perfura a a fáscia muscular e atinge o dorso da mão, do qual inerva a metade lateral e se distribui na face dorsal do polegar e região das falanges proximais dos dedos indicador e médio. O ramo profundo perfura o músculo supinador e inerva também os extensores dos dedos, extensor do dedo mínimo, extensor do indicador, extensor ulnar do carpo, extensor longo do polegar, extensor curto do polegar e abdutor longo do polegar. Os músculos braquioradial e extensores radias do carpo, longo e curto, são inervados pelo nervo radial antes da sua divisão em superficial e profundo. O nervo radial inerva todo o grupo de extensores e supinadores do membro superior com seus ramos motores e tendo três ramos cutâneos,também fica responsável pela parte sensitiva da zona posterior e inferior do braço e posterior de antebraço e mão. A neurite do nervo radial tem um comprometimento de vida mais relevante do que dos outros nervos dos membros superiores, pois que suas fibras sensitivas são responsáveis pela sensibilidade de praticamente todo o membro superior, é ele quem identifica perigos eminentes para o membro( fogo,vibração,perfuração, cortes e etc.).As fibras motoras respondem pelo movimento de retirada ( defesa) quando recebido qualquer desses estímulos sensitivos,automaticamente se tem uma resposta motora..As fibras autonômicas são as que garantem a proteção da pele, produzindo a lubrificação e hidratação da mesma,o que mantêm sua elasticidade e resistência a agentes externos,o déficit autonômico gera retração e escamação da pele pelo ressecamento, levando a pequenas fissuras que servem de porta de entrada para agentes infecciosos , A partir desse conhecimento pode-se prever os tipos de lesões e o comprometimento de vida que tal patologia pode acarretar.Não apenas na vida cotidiana, mas principalmente na vida profissional, levando a vários acidentes de trabalho em metalurgia, carpintaria e serralheria.O afastamento /aposentadoria por invalidez em profissionais que atuam com movimentos repetitivos como caixas de supermercado,tele marketing e etc.. Palpação do nervo radial A palpação dos nervo periférico, é feita através do tato do examinador,onde se pode perceber a forma, a espessura, aderências nos planos profundos e a presença de nódulos.Feita comparativa com o membro oposto, com suavidade, usando a polpa

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A IMPORTÂNCIA DA PALPAÇÃO DO NERVO RADIAL

do 2º e 3º dedos seguindo o trajeto do nervo no sentido distal proximal. Os dois pontos onde o nervo radial se torna palpável são na altura do braço, posterior ao músculo deltóide e na mão na tabaqueira anatômica. Palpação do nervo radial cutâneo - Punho ligeramente fletido, com a mão apoiada na mão do examinador, palpar ao nível do centro da tabaqueira anatômica.

Palpação do nervo radial – Terço médio do braço - Cotovelo em flexão, mão apoiada na mão do examinador, palpar ao nível do terço médio do braço, dois dedos ao lado da inserção do músculo deltóide.

Testes de sensibilidade Existem várias técnicas como : -Estesiômetro e caneta,sendo o estesiômetro mais preciso e determinante no grau de perda sensitiva. - Aplicação de algodão ou gaze,para avaliar a sensibilidade tátil - Tubos de ensaio e palitos de fósforo recém apagados, para avaliar a sensibilidade térmica *Todos aplicados na região da tabqueira anatômica , posterior de braço e antebraço e lateral inferior do braço. Comprovação diagnóstica,tratamentos e medidas preventivas Uma vez feita a palpação e sendo positiva ao examinador, o paciente deve realizar outros exames como eletromiografia, testes de velocidade da condução nervosa, exames de sangue e biópsia do nervo.O tratamento da neurite periférica, quando

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PALAVRAS-CHAVE: Neuropatia Periférica –Neurite periférica

diagnosticada no início é feito com a prescrição de corticóides e corticoesteróides,que combatem o processo inflamatório instaurado no nervo.Se diagnosticada em um segundo momento pode-se fazer uso de imobilizações funcionais ou calhas gessadas para diminuir a função neural e manter a posição anatômica, durante o uso da medicação.Em um terceiro momento ,onde exista a presença de nódulos é indicada a cirurgia, com recuperação total em 90% dos caso. Como medidas preventivas orienta-se o paciente a fazer uso de óleo mineral na lubrificação do membro, imersão em bacia d´agua para hidratação,uso de luvas e mangas compridas para a proteção, calhas e almofadas durante o sono . Os exercícios são contra-indicados na fase aguda, mas passada essa fase, são essências para evitar e diminuir retrações de partes moles, manter e recuperar a mobilidade articular, manter tônus,preservar e melhorar força muscular. O paciente deve ser orientado a fazer uma série diária de exercícios, o fisioterapeuta deve trabalhar em cima da vida cotidiana do paciente, planejando exercícios de fácil entendimento e execução, que possam ser realizados pelo menos duas vezes ao dia. Conclusão A preconização da palpação do nervo radial se mostra, a partir dos argumentos citados, essencial para a suspeita diagnóstica da neurite. ,Mesmo sendo considerado pela anatomia palpatória como não palpável, os examinadores devem sempre percorrer seu trajeto, pois em caso de neurite, não apenas se torna palpável,como também é o grande responsável por um comprometimento de dimensões catastróficas na vida do ser humano.Esse exame deveria se tornar rotina no exame de admissão e anual, previsto pelo ministério do trabalho, uma vez que diversas profissões levam, por questões posturais,ao comprometimento neural, condenando seus realizadores a esse risco.Sendo um exame de fácil e rápida execução. .As incapacidades em membros superiores são, de forma ampla, mais limitadoras da vida do que as de membros inferiores, pois é mais fácil suprir o movimento principal de membros inferiores, a locomoção ( com rodas), tendo os membros superiores para sobrepor essa perda do que ao contrário, os pés, em raras situações , substituem os movimentos das mãos. Os membros superiores são os grandes responsáveis pela nossa autonomia e preservação da espécie, sendo eles os que realizam a alimentação,a higiene,a proteção,a habilidade e manutenção da vida. Agradecimentos: Professor Mauricio Breda( universidade Estácio de Sá) e Diones ( anatômico R9) Fontes: Bibliografia: Tratado de Fisiologia médica- Gyton Semiologia Médica – Celmo Celeno Porto Anatomia Básica dos Sistemas Orgânico - Dangelo e Fattini Manual de Prevenção de Incapacidades – Ministério da saúde 2001 Noções de Hansenologia – Ministério da saúde / José A.Garbino Internet: - Saúde.ig.com.br - BVS.Saúde.com.br -Manual Merck -www.emglab.com.br -www.moreirajr.com.br -www.writess-centre.org

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Estimulação elétrica nervosa transcutânea na reparação de feridas de pele: Revisão da literatura Altair Custodio Junior¹; Paulo Furtado de oliveira¹; Ricardo Luís Salvaterra Guerra²; Nilma Marques de Paula², Denise Sonego² ¹Secretaria de Estado de Saúde, curso de aprimoramento profissional em Fisioterapia aplicada a Ortopedia e Traumatologia da Universidade estadual de Campinas; Fisioterapeuta², Supervisor do Serviço de Fisioterapia do Centro de Saúde da Comunidade da UNICAMP /CECOM Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” Distrito de Barão Geraldo 13083-970 - Campinas – SP e-mail (altair.custodio@hotmail.com) INTRODUÇÃO: Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é composta por uma corrente elétrica de baixa frequência, pulsada, transmitida para a superfície da pele através de eletrodos, para estimular nervos periféricos produzindo diversos efeitos fisiológicos. É uma modalidade terapêutica não farmacológica, não invasiva, de baixo custo, de fácil aplicação e amplamente usada na pratica clinica para alivio de dores crônicas. Contudo, nas últimas décadas, alguns autores observaram que, além dos efeitos analgésicos, o TENS pode alterar a temperatura da pele e aumentar o fluxo de sangue local, favorecendo assim o reparo tecidual. Objetivos: Rever as evidências cientifica dos efeitos do TENS na reparação de lesão tecidual. Métodos: A revisão foi realizado pelos bancos de dados LILACS, MEDLINE, COCHRANE, PeDro sem limite para período de publicação, sendo concluída em março 2013. Estudos clínicos, modelos experimentais, revisões bibliográficas ramdomizados ou não, tento como temática principal os efeitos do TENS sobre o reparo tecidual. Resultados: Foram encontrados vinte e cinco artigos relacionados à reparação do tecidual, no qual doze se encontravam de acordo com os critérios do estudo e foram selecionados. Discussão: Sugere-se que o TENS estimula o reparo tecidual. Estes efeitos se devem a liberação local de neuropeptídios sensoriais específicos devido à liberação de substância P e calcitonina relacionadas ao gene CGRP, que aumentaria o fluxo de sangue local, como consequência acelera o processo de reparação tecidual. Conclusão: Com base na revisão de literatura acerca da reparação tecidual, com o uso do TENS, os resultados não foram conclusivos, devido à falta de estudos randomizados e controlados, que elucidam os reais efeitos do TENS no reparo tecidual, bem como quais parâmetros oferecem o melhor resultado terapêutico. Palavras chave: Estimulação elétrica nervosa transcutânea. Cicatrização de feridas. Eletroterapia. Pele. TENS.

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Treinamento muscular respiratório em Distrofia Muscular de Duchenne: ensaio clínico de grupo único Ana Laura Martins de Andrade¹; Larissa Perossi Nascimento1; Tereza Cristina Carbonari de Faria¹; Sebastião Marcos Ribeiro de Carvalho¹; Juliana Bassalobre Carvalho Borges¹ ¹Departamento de Fisioterapia / Universidade Federal de Alfenas Universidade Federal de Alfenas Av. Jovino Fernandes Sales, 2600 – Santa Clara CEP: 37.130-000 – Alfenas/MG e-mail (anandrade90@yahoo.com.br) INTRODUÇÃO: Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é um distúrbio hereditário recessivo e ligado ao cromossomo X. A fraqueza da musculatura respiratória, característica da doença, se torna mais evidente entre 8 a 10 anos de idade e o seu comprometimento é progressivo. A redução das complicações respiratórias pode ser obtida pelo treinamento dos músculos respiratórios, que é mais indicado na fase inicial do desen¬volvimento da doença, onde ainda estão preservados os parâ¬metros da função pulmonar. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do treinamento muscular inspiratório na força respiratória de pacientes com DMD. Trata-se de um ensaio clínico de grupo único com cinco crianças portadoras da DMD, com idade de 11,4±2,6 anos, avaliados pela Manovacuometria e Pico de Fluxo Expiratório (PFE) nos momentos inicial (basal), quinta e décima sessão. Realizou-se treino muscular inspiratório, com 30% da PImáx em dispositivo de carga linear (Threshold®), com cinco séries de 10 repetições, totalizando 10 sessões, três vezes por semana. Foram encontrados os seguintes valores: valores médios inicial, quinta e 10ª sessão, respectivamente: PImax (cmH2O): -64, -69,8 e -86,8; PEmax (cmH2O): 64, 67 e 73,6 e PFE (L/min): 210, 218 e 232. Teste de Friedmann significante para PImax (p=0,006), PEmax (p=0,003) e PFE (p=0,012). O Teste de Comparações Múltiplas de Dunn mostrou PImáx: Incial = 5 sessões < 10 sessões; melhora de 29% inicial para 10 sessões. PEmáx: Inicial ≤ 5 sessões ≤ 10 sessões; melhora de 25% inicial para 10 sessões. PFE: Inicial = 5 sessões < 10 sessões; melhora de 9% inicial para 10 sessões. Conclusão: O programa de treinamento muscular inspiratório proposto mostrou-se eficaz tanto no ganho de força inspiratória quanto expiratória, proporcionando também o aumento do pico de fluxo expiratório. Devido a progressão das complicações respiratórias na DMD, sugere-se tratamento permanente visando a manutenção e aumento da força muscular respiratória. Palavras-chave: Distrofia Muscular de Duchenne, Fisioterapia, Força Muscular.

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Avaliação da função respiratória em pacientes submetidos a tratamento oncológico Ana Paula Aparecida Mantuani1; Sabrina Rosse Carvalho1; Karina Oliveira Prado Mariano1; Ricardo da Silva Alves1; Denise Hollanda Iunes1; Carmélia Bomfim Jacó Rocha1; Leonardo Cesar Carvalho1; Andreia Maria Silva1; Juliana Bassalobre Carvalho Borges1. 1Escola de Enfermagem, Curso de Fisioterapia/Universidade Federal de Alfenas, UNIFAL/MG. Universidade Federal de Alfenas Av. Jovino Fernandes Sales, 2600 – Santa Clara 37.130-000 – Alfenas, Minas Gerais anapaulanep12@hotmail.com INTRODUÇÃO: Nos pacientes em tratamento oncológico é comum observar diversos efeitos colaterais como diminuição da imunidade e desenvolvimento de fadiga, que acarretam várias disfunções, entre elas, as ventilatórias. Objetivo: Avaliar a função respiratória em pacientes submetidos a tratamento oncológico e comparar as variáveis segundo o sexo. Método: Foi realizado estudo transversal com 61 pacientes que realizavam quimioterapia no setor de oncologia da Santa Casa de Alfenas/MG, média de idade 60,6 ±13,3 anos no período de novembro/2013 a abril/2014. Avaliação: condições clínicas; antropometria; manuvacuometria (pressões respiratórias máximas, PImax e PEmax); ventilometria (capacidade vital-CV) e pico de fluxo expiratório (PFE). Trabalho aprovado pelo comitê de ética e realizada análise estatística. Resultados: Observou-se 61,7% feminino e 38,2% masculino. Em relação ao tipo de câncer: 24,6% mama; 24,6% de trato gastro intestinal; 24,6% abdômen/pelve; 11,4% trato respiratório e 14,7% outros. Análise das variáveis na amostra total e segundo o sexo: PImax -56,9cmH2O (±29,7), sendo masculino -76,0cmH2O (±28,1) e feminino -46,2cmH2O (±25,1) (p=0,000); PEmax 66,0cmH2O (±26,9), masculino 84,1cmH2O (±23,3) e feminino 55,7cmH2O (±23,4) (p=0,000); PFE 256,6L/ min (±99,7), masculino 315,0 L/min (±121,1) e feminino 225,2 L/min (±68,0) (p=0,007) e CV 2,5L (±1,0), masculino 3,1L (±1,1) e feminino 2,2L (±0,7) (p=0,000). A análise segundo o tipo de câncer foi estatisticamente não significante. Conclusão: Os achados do presente estudo mostram que a maioria dos pacientes oncológicos possui diminuição da função respiratória em capacidade vital, pico de fluxo expiratório e força muscular respiratória. O comprometimento é maior nos pacientes do sexo feminino quando comparado ao masculino. O presente estudo apresenta-se em andamento buscando aumentar a amostra e dessa forma, contribuir com estudos e delineamento de estratégias de prevenção e tratamento nessa população. Palavras-chave: Câncer. Função respiratória. Neoplasia. Quimioterapia.

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Projeto de extensão Ajuste-se: resultados ano 2013 Ana Paula Aparecida Mantuani1; Ariane Pedrosa Diniz1; Denise Hollanda Iunes1; Carmélia Bomfim Jacó Rocha1; Daniel Moreira Ferreira Lobato1; Juliana Bassalobre Carvalho Borges1. 1Escola de Enfermagem, Curso de Fisioterapia/Universidade Federal de Alfenas, UNIFAL/MG. Universidade Federal de Alfenas Av. Jovino Fernandes Sales, 2600 – Santa Clara 37.130-000 – Alfenas, Minas Gerais anapaulanep12@hotmail.com INTRODUÇÃO: O cuidado com a postura tem sido uma preocupação atual. Na maioria das vezes, há comprometimento da produção laborativa e das atividades de vida diária, gerando afastamentos no trabalho e sobrecarga do sistema de saúde. Baseado neste preceito, em 2010, com o envolvimento de discentes e docentes do Curso de Fisioterapia, o presente projeto se desenvolveu com objetivo de promover ações de promoção da saúde com orientações e exercícios para trabalhadores, quanto aos cuidados com a postura corporal e respiração, além de possibilitar a relação teórico-prática acadêmica. Método: O presente projeto abrange o cuidado postural e respiratório com trabalhadores internos e externos à UNIFAL/MG; por meio de palestras de orientações posturais, aplicação de ginástica laboral e exercícios respiratórios; durante 15 minutos, três vezes/semana. Além de avaliação para identificar alguns fatores de risco cardiovascular (RCV) nos funcionários (peso, altura, IMC e presença de patologias). Resultados: A avaliação do RCV foi realizada em 34 funcionários, média de idade 37,5 anos, 76,5% sexo feminino e 23,5% masculino. Em relação aos fatores de risco: 41,2% acima do peso; 8,8% tabagismo; 64,7% sedentarismo; 2,9% diabetes; 14,7% hipertensão arterial; 14,7% dislipidemia; 14,7% distúrbio do sono e 29,4% estresse. Em relação às circunferências, cintura e quadril: 5,9% risco baixo, 38,2% moderado, 26,5% alto e 29,4% muito alto. No ano de 2013, foram realizados 112 atendimentos por semana, total de 2267. Em relação às atividades acadêmicas, os alunos ministraram palestras, participaram de eventos científicos e apresentaram trabalhos científicos vinculados ao projeto. Dessa forma, o projeto permite a integração entre ensino, extensão e serviço. Proporciona aos alunos vivenciar na prática os conhecimentos adquiridos na teoria; integra o acadêmico na promoção de saúde; realiza serviços à comunidade e expande o espaço de discussões clínicas e interdisciplinares. Palavras-chave: Funcionários. Risco cardiovascular. Postura.

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Avaliação da força muscular respiratória e capacidade física funcional de indivíduos com mieloma múltiplo. Ananda Carolina Juiz Palma ¹; Franciele Rodrigues Nacci ¹; Leonardo Rodrigues de Oliveira ²; Daniela Ike ¹; Gualberto Ruas ¹; ¹Departamento de fisioterapia/ Universidade Federal do Triangulo Mineiro; ²Central de Quimioterapia da Universidade do Triangulo Mineiro/ Universidade Federal do Triangulo Mineiro Universidade Federal do Triangulo Mineiro Av.Frei Paulino, 30 – Abadia - 38025 e-mail (ananda_juizpalma@outlook.com) INTRODUÇÃO: O Mieloma Múltiplo (MM) é denominado um tumor maligno. É uma doença causada pela proliferação de um linfócito B clonal neoplásico e que possui consequências clínicas importantes que implica em alterações tais como fraqueza da musculatura respiratória. Objetivo: Avaliar a força muscular respiratória e a capacidade funcional de indivíduos com MM. Materiais e Métodos: Foram avaliados 09 voluntários, 4 mulheres e 5 homens do grupo com MM (GMM), com tempo de diagnóstico de MM há 5±1 anos, com dosagens de hemoglobina de 12±1 g/dl, hemácias: 3,98 milhões/mm3, leucócitos: 5.009/mm3, linfócitos: 1.163/mm3 e plaquetas: 203.000/ mm3, sem tratamento de quimioterapia durante 30 dias. Além disso, 9 voluntários saudáveis, 4 mulheres e 5 homens do grupo controle (GC). Os voluntários realizaram seguintes avaliações: força muscular respiratória (pressão inspiratória máxima – PImáx e pressão expiratória máxima – PEmáx) e capacidade física funcional através do teste de caminhada de seis minutos (TC6). Analizou – se os resultados pelo Software Statistic®. Considerando a normalidade das variáveis, por meio do teste Shapiro Wilk foi utilizado o Teste t Student não pareado para comparação entre os grupos e pareado para comparação intragrupo. Resultados: Observou-se que na análise o GMM apresentou as PImáx (62±2 cmH2O vs 100±4 cmH2O; p<0,03) e PEmáx (60±2 cmH2O vs 90±5 cmH2O; p<0,02), as distâncias percorridas no TC6 foram significativamente inferiores (161±52m vs 635±100m) se comparado com o GC. O mesmo comportamento foi visto com os valores previstos do GMM das PImáx (98±2cmH2O), PEmáx (91±16 cmH2O) e distância percorrida (503±81m). Conclusão: Conclui-se que os voluntários com MM apresentaram uma diminuição significativa da força muscular respiratória e da capacidade física funcional. Sendo necessário incluí-los em programas de reabilitação pulmonar, visto que apresentam alterações progressivas e limitantes. Palavras-chave: Força muscular. Fraqueza. Mieloma Múltiplo.

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O efeito da idade na cinemática do quadril e joelho de corredoras mulheres saudáveis: um estudo piloto Bruna Calazans Luz1, Mariana Carvalho de Souza1, Theresa Helissa Nakagawa1, Fábio Viadanna Serrão1 ¹Departamento de Fisioterapia/Universidade Federal de São Carlos Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luís, km 235 13565-905 – São Carlos, São Paulo e-mail: bru_chirda@hotmail.com INTRODUÇÃO: O aumento da expectativa de vida da população e os benefícios que a atividade física traz à saúde, tem resultado num aumento no número de indivíduos de meia idade que praticam exercícios físicos, dentre eles, a corrida. Estudos apontam que a incidência de lesões em indivíduos mais velhos é maior que em indivíduos jovens. Essa maior incidência pode ser parcialmente devido às alterações na cinemática da corrida. Além disso, estudos demonstram que as mulheres que correm são duas vezes mais susceptíveis a algumas lesões quando comparadas aos homens. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar comparativamente a cinemática (picos angulares) do quadril e do joelho no plano sagital durante a fase de apoio da corrida entre corredoras jovens e de meia idade. Materiais e métodos: Participaram do estudo dez corredoras, sendo 5 mulheres com idade entre 18 a 35 anos e 5 mulheres com idade entre 35 e 60 anos. A avaliação cinemática foi feita durante a corrida em esteira ergométrica. Para a avaliação cinemática foi utilizado o sistema de captura Qualisys Motion (Qualisys Medical AB, Suécia). Para a comparação entre os grupos usou-se o teste t para amostras independentes (α=0.05). Resultados: O grupo de mulheres de meia idade apresentou menor pico de flexão do quadril (p=0,005) e menor pico de flexão do joelho (p=0,04). Conclusão: As mulheres de meia idade apresentam menor flexão de quadril e joelho durante a fase de apoio da corrida, o que pode predispô-las à lesões do membro inferior devido à menor capacidade de absorção das forças de impacto. Palavras-chave: Corrida. Cinemática. Envelhecimento. Quadril.

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Relação entre a qualidade do ambiente das creches e o desempenho motor fino e cognitivo de crianças de 2 anos de idade Carolina Corsi¹; Mariana Martins dos Santos¹; Nelci Adriana Cicuto Ferreira Rocha¹; ¹Departamento de Fisioterapia/ Universidade Federal de São Carlos Universidade Federal de São Carlos e-mail: carol_corsi92@yahoo.com.br INTRODUÇÃO: A qualidade do cuidado materno e não materno dispensado às crianças frequentemente é relatada também como importante fator ambiental relacionado ao desenvolvimento infantil, por representar a estimulação que a criança recebe para favorecer o seu desenvolvimento. Crianças menores de 2 anos tem sido frequentemente inseridas em creches e diante disso, pesquisadores passaram a questionar a influência do ambiente escolar no desenvolvimento destas crianças. No entanto, não foram encontrados estudos que avaliassem conjuntamente a qualidade do ambiente escolar e o desenvolvimento das crianças frequentadoras de creches. OBJETIVO: Verificar a relação entre o desempenho motor fino e cognitivo e a qualidade das creches públicas e particulares em crianças com 2 anos de idade. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram avaliadas 73 crianças frequentadoras de creches públicas e 21 crianças de creches particulares. Para avaliação do ambiente da creche foi utilizada a escala Infant/Toddler Environment Rating Scale - Revised Edition (ITERS-R). Para avaliação do desempenho motor fino e cognitivo foi utilizada a escala Bayley Scales of Infant and Toddler Development-III (BSITD-III). Para verificar a relação entre ambiente escolar e desempenho das crianças foi utilizado o teste de Spearmann, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: Foi evidenciado que existe uma relação entre o desempenho cognitivo e o ambiente das creches no que diz respeito ao espaço e mobiliário (r= 0,284 p=0,006) e atividades (r=0,352 e p= 0,001) e entre o desempenho motor fino e o item da ITERS correspondente a linguagem e compreensão (r= 0,241 e p=0,020). CONCLUSÃO: A qualidade das creches, principalmente no que diz respeito ao espaço físico, às atividades desenvolvidas e a estimulação da linguagem tem relação com o desenvolvimento motor fino e cognitivo de crianças de 2 anos de idade. Palavras-Chave: Desenvolvimento infantil; creches; criança; pré-escolar; motricidade fina; cognição.

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Avaliação da capacidade funcional de membros superiores em indivíduos saudáveis Cristiane de Sousa Melo1; Daniela Gonçalves Ohara1; Ivanize Mariana Masselli dos Reis1; Mauricio Jamami2 1Laboratório de Espirometria e Fisioterapia Respiratória/ Universidade Federal de São Carlos 2Departamento de Fisioterapia/Universidade Federal de São Carlos Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luís, km 235 13565-905 – São Carlos, São Paulo e-mail (cristianemelofisio19@gmail.com) INTRODUÇÃO: O Pegboard and Ring Test (PBRT) é um dos poucos métodos de avaliação da capacidade funcional de membros superiores (MMSS), entretanto, apresenta baixa aplicação na prática clínica, sobretudo com indivíduos com doenças respiratórias crônicas (DRC). Objetivos:Avaliar a capacidade funcional de MMSS em indivíduos saudáveis e verificar a relação do nível de atividade física (NAF), da força de preensão palmar (FPP) e do índice de massa corporal (IMC) com o desempenho no PBRT. Método:Foram avaliados indivíduos saudáveis na faixa etária igual ou superior a 18 anos, ambos os sexos, segundo aspectos sociodemográficos, antropométricos,NAF (IPAQ), força muscular periférica (dinamômetro hidráulico manual) e capacidade funcional de MMSS (número de argolas movidas no PBRT).Foi realizada análise descritiva e utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman (p<0,05) para análise dos dados. Resultados:Foram avaliados 46 indivíduos, sendo 17 homens (37%) e 29 mulheres (63%), médias de idade de 23 anos e de IMC de 23 kg/m2. Com relação ao nível de atividade física, a maioria foi classificada como ativos (59%), seguido por muito ativos (15%), irregularmente ativos B (13%), irregularmente ativos A (9%) e sedentários (4%). A média da FPP foi de 31 kgf e a média do número de argolas movidas durante o PBRT foi de 276. Não houve correlação entre o número de argolas movidas no PBRT com o nível de atividade física (r=0,10; p=0,47), com a FPP (r=0,34; p=0,82) e com o IMC (r=0,10; p=0,49). Conclusão:Em indivíduos adultos jovens, a média de argolas movidas no PBRT foi de 276 , sendo que o NAF, a FPP e o IMC não influenciaram no desempenho do PBRT, demonstrado pela ausência de correlação entre essas variáveis. Dessa forma, são necessários estudos com amostras mais robustas, homogêneas e em diferentes faixas etárias, para verificar o comportamento dessas variáveis e, a partir disso, ter um parâmetro de comparação com indivíduos que apresentam algum processo patológico, como nas DRC. Palavras-chave: Avaliação. Extremidade superior. Voluntários saudáveis.

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Atividade física no equilíbrio e desempenho pulmonar de idosas Daniela Nóbrega Marino1; Hirlaine Aparecida Castro ¹; Luciana Maria dos Reis2; Carolina Kosour2 Discentes do curso de Fisioterapia do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas Docentes do curso de Fisioterapia do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas Universidade Federal de Alfenas Rua Gabriel Monteiro da Silva 714 - 37130-000 ALFENAS - MG Telefone: (35) 3299 1062 Fax: (35) 3299 1063 e-mail: daniela.n.marino@hotmail.com INTRODUÇÃO: O envelhecimento é um processo progressivo, caracterizado por alterações morfológicas, que determinam maior vulnerabilidade e aumento da incidência de doenças. Dentre as disfunções encontradas no envelhecimento destacam-se a incapacidade de manter o equilíbrio postural, além das alterações morfofuncionais no sistema respiratório. Objetivo: Avaliar o equilíbrio postural, a função pulmonar, pela capacidade vital (CV), e força muscular respiratória (Pimax e Pemax) de idosas. Materiais e Método: Participaram do estudo seis idosas, com idade média 69,5 ± 3,33 anos, integrantes do projeto Vida Ativa da Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL, no qual realizaram atividades fisioterapêuticas preventivas a fim de proporcionar manutenção da capacidade funcional global. O equilíbrio foi avaliado pela Escala de Berg. Na avaliação da Capacidade Vital utilizou se o ventilômetro de wrightmark 8. A força muscular respiratória foi mensurada pela Pimax e Pemax, utilizando o manovacuômetro Ger-AR modelo MV-300. Resultados: Foi observada, de acordo com a Escala de Berg, escores médio de 52,5 ± 0,76 pontos nos sujeitos avaliados, demonstrando equilíbrio seguro e baixo risco de quedas. Na avaliação da função pulmonar foram observados valores médios de capacidade vital (L) de 3425 ± 161, pressão inspiratória máxima (Pimax) de 49 ± 6 e pressão expiratória máxima (Pemax) de 67 ± 7 cmH2O nos sujeitos avaliados. Estes resultados demostram dados positivos e significativos podendo estar associados à prática regular de atividade física. Conclusão: A prática regular de atividade física fisioterapêutica foi benéfica na manutenção do equilíbrio, da capacidade vital e força muscular respiratória nas idosas em questão. Fisioterapia. Idoso. Prevenção

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Caracterização do padrão dos tipos de fibras e modulação dos nAChRs das JNMs fibraespecífica na insuficiência cardíaca associada ao treinamento aeróbico Paula Aiello Tomé de Souza Castro¹; Luana Campos Soares¹, Selma Maria Michelin Matheus2; Maeli Dal Pai¹; ¹Departamento de Morfologia/IBB/UNESP – Botucatu-SP 2Departamento de Anatomia/IBB/UNESP-Botucatu-SP UNESP-Universidade Estadual Paulista ”Júlio de Mesquita Filho” Distrito de Rubião Junior S/N 18618-970 - Botucatu, SP e-mail:pats_souza@yahoo.com.br INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca(IC) é uma miopatia do músculo esquelético que altera o padrão dos tipos de fibras musculares,causa atrofia,fadiga e fraqueza dos membros.Pode comprometer a interação nervo-músculo,alterar a expressão gênica dos receptores nicotínicos de acetilcolina(nAChRs) na junção neuromuscular(JNM),os quais possuem padrões de distribuição na fibra muscular sendo modulados frente ao exercício físico e diversas patologias.A hipótese do trabalho é que na IC o fenótipo do músculo diafragma seja alterado pela mudança na atividade neuromuscular e,promova modulação dos nAChRs das JNMs fibra-específica.Uma vez que,o treinamento aeróbico deva contribuir para amenizar a gravidade dessas modulações na IC.O objetivo do estudo é caracterizar o fenótipo do músculo diafragma,utilizando-se a técnica da ATPase miofibrilar e a morfologia dos nAChRs das JNMs fibra-específica tipo I,IIA e IIB,através da microscopia confocal de varredura a laser.Foram utilizados ratos Wistar machos(90a100g),divididos em quatro grupos:Controle(C),Estenose Aórtica(EAo-inserção de um clip de prata com 0.6 mm de diâmetro na aorta ascendente),Treinado(TRtreinamento aeróbico em esteira por 10 semanas, Estenose Aórtica com Treinamento(EAoTR).Após 18 semanas da cirurgia de indução da EAo, os animais iniciaram o treinamento.O músculo diafragma apresentou no grupo EAo e TR comparado ao controle um aumento no padrão de tipos de fibras mais lenta-glicolítica,representados pelos tipos I e IIA e uma diminuição do tipo IIB;já no grupo EAoTR houve uma diminuição do tipo de fibra I,IIA e IIB se comparado ao grupo EAo.Análise morfológica dos nAChRs mostrou maior área no grupo EAo e TR no tipo-específica IIA;no grupo EAoTR houve maior área no tipo-específica IIB.A estenose aórtica promoveu alteração nos tipos de fibras e uma maior modulação dos nAChRs das JNMs fibra-específica comparadas ao efeito do treinamento. Palavras-chave: Tipos de fibras. Junção Neuromuscular. Músculo Estriado Esquelético. Insuficiência cardíaca. Treinamento Aeróbico.

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Efeitos parciais de um programa progressivo de exercícios de reabilitação funcional e cardiorrespiratória em obesos, hipertensos e diabéticos Elizabeth dos Santos Bonfim1; Carlos Aparecido Zamai1; Cristiane Nardi Gemme1 1Departamento de Fisioterapia da Anhanguera Educacional Rua Luís Otávio, 1313 - Taquaral 13010-210 - Campinas – SP elizabeth.bonfim@hotmail.com INTRODUÇÃO: A obesidade tem alcançado níveis alarmantes em países industrializados, com índices de adiposidade elevados, evidenciando sua relação com patologias especialmente associadas ao sistema cardiovascular. Objetivou-se analisar e descrever os efeitos de um programa de reabilitação baseado em exercícios funcionais na melhora da resposta cardiovascular e na qualidade de vida em pacientes com obesidade, hipertensão arterial e diabetes. Mediante “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”, realizaram-se testes e anamneses em 60 pessoas, de ambos os sexos, com média de 54,5 anos, abrangendo teste de caminhada de 6 minutos, aferição da pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, força respiratória, dobras cutâneas, IMC, RCQ, flexibilidade, escala de dor e questionário SF-36; ofereceu-se atividades aeróbias e anaeróbias por 12 semanas. Após tabulação dos dados, verificou-se melhora do desempenho das atividades cotidianas no trabalho (Fem.: 85,2% e Masc.: 70,5%) e, para ambos os sexos, diminuição do peso corporal (55,5%), da pressão arterial (42,5%), do percentual de gordura e RCQ (44,5%), dos desconfortos e dores articulares (75,0%); ainda, ganho de flexibilidade (83,0%) e melhora da qualidade de vida, saúde e bem estar (90,5%). Constatou-se, também, diminuição da frequência cardíaca de repouso e dos níveis pressóricos e glicêmicos, redução de estresse, ansiedade e tensão muscular, melhora do perfil lipídico e da autoestima e socialização, redução da prescrição de remédios, elevando a qualidade de vida e bem-estar desses indivíduos. Palavras-chave: Reabilitação. Obesidade. Hipertensão. Diabetes. Qualidade de vida.

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Avaliação da postura de trabalho em indivíduos com deficiência visual – estudo de caso Fernanda Barros; Cristiane Moriguchi; Mariana Batistão; Tatiana Sato Departamento de Fisioterapia/Universidade Federal de São Carlos Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luís, km 235 13565-905 – São Carlos, São Paulo barros.fernandac@gmail.com INTRODUÇÃO: Trabalhadores com deficiência visual estão se inserindo no mercado de trabalho, apesar disso, as adaptações ainda são restritas. Não existem estudos que avaliem a postura adotada por estes durante o trabalho de escritório. Objetivo: Avaliar a postura adotada durante o trabalho na postura sentada em trabalhadores com deficiência visual. Materiais e métodos: Foram avaliados 4 trabalhadores, sendo que 2 apresentam deficiência visual e utilizam computadores com um software leitor de tela. Os sujeitos foram avaliados quanto às posturas adotadas durante uma hora de trabalho. Utilizou-se dois sensores inclinométricos para avaliar as posturas da cervical, cabeça e tronco superior. Os trabalhadores com deficiência visual também foram avaliados quanto à postura estática. Os 2 sujeitos com deficiência visual (A e B) foram comparados com 2 sujeitos sem deficiência, sendo todos do sexo masculino, destros e com trabalho na postura sentada utilizando o computador. Resultados: Os trabalhadores com deficiência visual apresentaram maiores amplitudes de flexão e extensão, maior inclinação para a esquerda da cabeça e cervical, e maior inclinação de tronco, comparado aos indivíduos sem deficiência, os quais apresentaram posturas mais neutras de cabeça. Os valores de velocidade de flexão e inclinação de cabeça, tronco superior e cervical sempre foram menores nos deficientes visuais. Os indivíduos A e B, de acordo com a avaliação da postura estática, apresentaram anteriorização de ombros, hiperlordose cervical, hipercifose torácica, hiperlordose lombar, ombro dominante mais baixo. Além disso, no indivíduo B notou-se anteriorização de cabeça. Conclusão: Deficientes visuais estão mais expostos a amplitudes de movimento e à sobrecarga estática, pela baixa velocidade de movimentação. Dessa forma, é possível inferir que longos períodos na posição sentada, como acontece no trabalho em escritório, somada à falta de adaptação para essa população, evidenciam as deformidades posturais. Palavras-chave: Postura. Trabalho de escritório. Deficiência visual. Ergonomia

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Impacto das doenças crônicas na qualidade de vida de mulheres em idade reprodutiva da cidade de Alfenas-MG. Mendonça, Gabriela¹; Marino, Daniela¹; Moreira, Lorrane; Toreti, Jéssica; Sousa, Ligia¹; ¹ Escola de Enfermagem/ Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL- MG Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700. Centro - Alfenas/MG gabriela_mg7@hotmail.com INTRODUÇÃO: A qualidade de vida vem sendo usada como indicador de saúde por muitos pesquisadores. Doenças crônicas estão relacionadas com as condições de vida, consumo e trabalho da população, essas geram desgastes orgânico-funcionais. Objetivos: O estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de mulheres e relacionar com as doenças crônicas não transmissíveis. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo transversal, com mulheres em idade reprodutiva. As mulheres foram questionadas quanto aos aspectos antropométricos, socioeconômicos, dados sobre saúde e doenças crônicas (hipertensão arterial, diabetes e osteomusculares). Em seguida foi aplicado o Questionário de qualidade de Vida SF-36, validado e adaptado para a língua portuguesa e amplamente utilizado pelo seu aspecto multidimensional, englobando componentes de capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais, saúde mental e comparação entre as condições de saúde atual e de um ano atrás. A análise bivariada foi realizada através dos testes não paramétricos Mann-Witney e Kuskall-Wallis para verificar associação entre as variáveis independentes e dependentes. Foi realizada a análise de regressão múltipla para as variáveis que apresentaram valor-p menor que 0,20, selecionadas para o modelo multivariado. Para a análise dos dados utilizou-se o programa estatístico SPSS versão 20.0, com nível de significância α≤0,05. Resultados: participaram da pesquisa 195 mulheres em idade reprodutiva, das quais 146 apresentaram doença crônica. Em relação à correlação entre a presença de doença crônica e qualidade de vida, observou-se relação significativa para uma menor pontuação em todos os domínios do SF-36 e doenças crônicas com p< 0,05. Conclusão: Pode-se concluir que a doença crônica causa um impacto negativo na qualidade de vida. Palavras-chave: doença crônica, qualidade de vida, mulheres em idade reprodutiva.

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Efeito da terapia manual combinada e isolada em sujeitos com acometimento da articulação temporomandibular: uma revisão sistemática. Guilherme HubingerFranchini1, Letícia Bojikian Calixtre1, Roberta de Fátima Carreira Moreira Padovez2, Ana Beatriz de Oliveira1 1Laboratório de Cinesiologia Clínica e Ocupacional / Universidade federal de São Carlos. 2Centro de Ciências Biológicas e da Saúde / Universidade Sagrado Coração Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luís, km 235 13565-905 – São Carlos, São Paulo ghfranchini@hotmail.com INTRODUÇÃO: Disfunção temporomandibular (DTM) é um termo que abrange desordens musculoesqueléticas na articulação temporomandibular. Os sintomas mais comuns são estalidos, restrições de movimentos, dificuldade de fala e mastigação, com ou sem dor.De caráter multifatorial, a DTM é abordada por diversos profissionais da área da saúde.O fisioterapeuta intervém com modalidades como o laser, o ultrassom, relaxamento com biofeedback, terapia manual e exercícios. Objetivos: Avaliar a evidência quanto à efetividade da terapia manual para reabilitação da DTM, acompanhada ou não de outras modalidades terapêuticas. Metodologia: Foi realizada uma busca nas bases de dados MEDLINE, Cochrane, Web of Science, Scieloe Embase entre os anos de 1992 e 2013. A seleção dos artigos foi feita independentemente por dois pesquisadores, com consenso dos resultados ao final decada etapa, passando primeiramente por extração de títulos, de resumos e dos artigos a serem incluídos na revisão. Foram selecionados vinte e dois ensaios clínicos,classificados quanto à qualidade metodológicaa partirda escalaPhysiotherapyEvidenceDatabase (PEDro) para que, então, fosse avaliado o nível da evidência encontrada. Resultados: Os estudosapresentaram grande heterogeneidade nos protocolos de avaliação e tratamento, e foram separados em dois grupospara síntese da evidência:terapia manual isolada (TMI) e terapia manual combinada (TMC). Abertura total da boca, dor e limiar de dor à pressão foram as variáveis de desfecho avaliadas, sendo que todas apresentaramforte evidência de melhora nos grupo TMI, onde se concentram mais estudos randomizados e controlados de alta qualidade. No grupo TMC, com estudos de menor rigor, houve moderada ou nenhuma evidência de melhora das variáveis. Conclusão: A literatura mostra que a terapia manual, quando aplicada isoladamente, possui forte evidência de melhora no desfecho clínico, enquanto a evidência é moderada para a aplicação dessas técnicascombinadas a outras. Palavras chave: fisioterapia, disfunção temporomandibular, reabilitação

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Capacidade de exercício em asmáticos avaliados pelo incremental shuttle walk test Janaína Tamara Ferraz1; Ivana Gonçalves Labadessa1; Adriana Sanches Garcia de Araujo1; Marcos Miranda de Araujo1; Audrey Borghi Silva1; Valéria Amorim Pires Di Lorenzo1 ¹Departamento de Fisioterapia /Universidade Federal de São Carlos. Rodovia Washington Luís, km 235 13565-905 – São Carlos, São Paulo Jana_ferraz15@hotmail.com INTRODUÇÃO: Indivíduos asmáticos apresentam intolerância ao exercício devido à limitação ventilatória e maior sensação de dispneia, que determinam a interrupção precoce do exercício e um estilo de vida mais sedentário. Sendo assim, medidas objetivas de avaliação são importantes para determinar a capacidade de exercício. Os testes máximos são considerados padrão-ouro para essa avaliação, no entanto os testes clínicos como o Incremental Shuttle Walk Test (ISWT) são de fácil aplicação, seguros e menos onerosos, porém ainda pouco aplicado nessa população. Objetivos: Avaliar a distância percorrida (DP) no ISWT e comparar as variáveis cardiovasculares e sensações subjetivas obtidos no pico do ISWT e no teste de exercício constante (TEC). Materiais e Métodos: Foram avaliados 23 asmáticos classificados como intermitentes e controlados (17 mulheres, 32±9,2 anos, 72±13 kg, 1,7±0,1 metros). O volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1 de 92±19% do previsto) e volume expiratório forçado no primeiro segundo pela capacidade vital forçada (VEF1/CVF de 78±17% do previsto). Em dois dias não consecutivos, com intervalo de pelo menos 48 horas, foram realizados um TEC em esteira com intensidade em 40% da demanda ventilatória (VE/VVM) no TEC incremental e um ISWT realizado em um percurso de 10 metros, com velocidade controlada por sinal sonoro. Resultados: Para comparação entre a DP obtida e a DP prevista foi encontrada diferença significativa, respectivamente: (514±105 vs 734±102 metros), (p=0,001), correspondendo a 70±11% do previsto. Os valores encontrados no pico do ISWT e TEC respectivamente foram: FC=(148±21 vs 154±22 bmp); porcentagem da FC máxima prevista=(83±11,2 vs 80±22,0%); SD=(2,0±1,5 vs 2,2±1,7); SMMII=(2,3±1,8 vs 2,6±2,2), não sendo encontrado diferenças significativas. Conclusão: Conclui-se que a DP obtida no ISWT foi menor quando comparado a DP prevista, no entanto a resposta cronotrópica e as sensações subjetivas foram semelhantes entre ISWT e TEC. Palavras-chave: Teste de esforço. caminhada. distância

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Nintendo Wii aliado à reabilitação de indivíduos pós Acidente Vascular Encefálico: Revisão de Literatura Juliana de Moraes Mariano1; Elaine Fernandes Camargo1; Flávia Cristina Carbonero Ramos2 ¹Alunas do 4º semestre de graduação em Fisioterapia/Faculdade Anhanguera de Campinas III 2Professora do curso de graduação em Fisioterapia/Faculdade Anhanguera de Campinas III e especialista em Fisioterapia Aplicada à Neurologia Infantil Faculdade Anhanguera de Campinas III Rua Luiz Otávio, 1313, Taquaral Campinas, São Paulo e-mail: julianamoraes_93@hotmail.com INTRODUÇÃO: Estudos recentes revelam o uso do Nintendo Wii como uma opção de tratamento complementar à terapia convencional para reabilitação fisioterapêutica de indivíduos pós acidente vascular encefálico (AVE), condição que limita e prejudica as funções motoras e, consequentemente, a realização independente das atividades da vida diária. O presente estudo teve como objetivo verificar e demonstrar quais são os principais benefícios trazidos pelo uso do Nintendo Wii aos pacientes afetados por AVE em fase crônica. Tratou-se de uma revisão de literatura com buscas de artigos científicos publicados nas bases de dados Lilacs, Scielo e Pubmed, nas línguas inglesa e portuguesa, entre os anos de 2002 a 2014. Foram selecionados e utilizados 15 artigos científicos com conteúdos pertinentes ao tema proposto, que demonstraram reais benefícios à população estudada como aumento da agilidade motora, aumento da força muscular e da amplitude de movimento dos membros superiores e membros inferiores, melhora da postura, equilíbrio e marcha, além de proporcionar diversão e entretenimento aos pacientes, facilitando a aderência e bons resultados na evolução da terapia. Concluiu-se que a imersão à realidade virtual através do Nintendo Wii tem se mostrado uma forte aliada para o tratamento fisioterapêutico convencional de pessoas com sequelas crônicas causadas por AVE, demonstrados por meio de exercícios que resultam positivamente para reabilitação e evolução desses pacientes e proporcionam aumento da independência e consequentemente da qualidade de vida dos indivíduos. Palavras-chave: Fisioterapia. Nintendo Wii. Acidente Vascular Encefálico. Reabilitação.

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Efeitos da eletroestimulação nervosa cutânea (TENS) durante o trabalho de parto. Karen Barbosa¹; Flávia Regina¹; Fabiela Falango¹; Ana Godoy¹; ¹Faculdade Anhanguera – Unidade 3 Faculdade Anhanguera de Campinas Rua Luiz Otávio, nº 1313 Taquaral - Campinas, São Paulo e-mail: karen.barsilva@gmail.com INTRODUÇÃO: A eletroestimulação transcutânea (TENS) é um método não farmacológico também utilizado para aliviar a dor durante o parto que é uma resposta fisiológica e subjetiva causada pela contração uterina, sendo o TENS um método interessante, seguro, de baixo custo e isento de efeitos colaterais tendo como objetivo de excitar as fibras nervosas. Objetivo: Investigar o efeito da utilização da TENS em gestantes em trabalho de parto com o auxílio de reduzir a dor. Materiais e Métodos: Realizou-se uma pesquisa de revisão bibliográfica da literatura nas bases de dados Scielo, Pupmed, Lilacs, Cocrane, nas línguas portuguesa e inglesa, com as palavras chaves TENS, dor, trabalho de parto, fisioterapia, publicados entre 2003 a 2014. Resultados: Foram encontrados 12 artigos relacionados ao assunto, onde apenas 5 contém dados completos com relação a eletroestimulação nervosa cutânea durante o trabalho de parto. Todas as pesquisas relataram que não houve efeito significativo em respeito à duração do parto. Entretanto, 60% das mulheres que foram submetidas ao TENS, no trabalho de parto, relataram relaxamento e diminuição de dor; 30% redução da ansiedade e 90% afirmaram que o usariam novamente. Conclusão: conforme as referências pesquisadas, o TENS no trabalho de parto, tem o intuito de proporcionar um maior relaxamento e assim favorecer a ocorrência de um parto menos doloroso, mostrando-se positiva. Palavras-chave: TENS. Dor. Trabalho de parto. Fisioterapia.

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Principais disfunções sexuais após radioterapia por neoplasia de colo uterino: revisão da literatura. Karen Barbosa¹; Flávia Regina¹; Fabiela Falango¹; Juliana Morais¹; Ana Godoy¹; ¹Faculdade Anhanguera – Unidade 3 Faculdade Anhanguera de Campinas Rua Luiz Otávio, nº 1313 Taquaral - Campinas, São Paulo e-mail: karen.barsilva@gmail.com INTRODUÇÃO: Introdução: O câncer de colo de útero vem sendo uma das neoplasias mais malignas entre as mulheres no mundo com elevado índice de mortalidade ou complicações na qualidade de vida. Atinge em media mulheres de 20 e 29 anos, com maiores riscos entre os 50 e 60 anos. O tratamento mais eficaz para esse tipo de doença é a radioterapia, contudo ela pode provocar como consequência estenose e atrofia vaginal. Objetivo: Verificar disfunção sexual em mulheres com câncer de colo de útero apos o tratamento com radioterapia. Materiais e Métodos: Este trabalho baseia-se na revisão de literatura nas bases de dados Scielo, Pubmed, nas línguas portuguesa e inglesa dos anos de 2007 a 2014. Resultados: Foram encontrados 15 artigos relacionados ao assunto, onde apenas 7 utilizados para esse trabalho. Todas as pesquisas relataram as mesmas consequências com diminuição de libido 66%, prazer sexual 60%, estenose e atrofia vaginal 40%. Conclusão: Conclui-se que necessita uma atenção maior na área de saúde por abranger um índice muito elevado entre as mulheres após o tratamento, orientação em casos mais agravados, e apesar de suas consequências negativas, a radioterapia continua sendo o método mais eficaz para minimizar ou até mesmo curar o câncer de colo de útero. Palavras-chave: Disfunção sexual. Câncer de colo de útero. Radioterapia.

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Comportamento do período cardíaco na recuperação após uma sessão de exercício com haste oscilatória Letícia Santana de Oliveira¹, ²; Patrícia Sandei Galvão Moreira¹, ², Sarah Moreno Morini¹, ², Ana Márcia dos Santos Antonio¹, Marco Aurélio Cardoso¹, Marcelo Tavella Navega², Luiz Carlos de Abreu³; Vitor Engrácia Valenti¹. ¹Centro de Estudo do Sistema Nervoso Autônomo (CESNA)/Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Marília, SP ²Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional/Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Marília, SP ³Departamento de Morfologia e Fisiologia/Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP Av. Hygino Muzzi Filho, 737 17525-900 – Marília, São Paulo e-mail: santana_lele@hotmail.com INTRODUÇÃO: Exercícios com hastes oscilatórias proporcionam contrações musculares isométricas. Embora a literatura tenha relatado importante ativação muscular de músculos do ombro e do tronco durante este exercício, não é claro se uma única sessão de exercícios com haste oscilatória induz alterações cardíacas significantes. Além disso, novas terapias não farmacológicas são importantes para novos protocolos de reabilitação cardíaca. Objetivo: Avaliar os efeitos agudos da haste oscilatória sobre a modulação autonômica cardíaca. Método: O estudo foi realizado em 22 mulheres saudáveis, entre 18 e 26 anos. Avaliou-se a variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) no domínio do tempo (SDNN, RMSSD e pNN50) e da frequência (HF, LF e LF/HF), além dos índices geométricos da VFC (RRtri, TINN, SD1, SD2 e SD1/SD2). As voluntárias permaneceram em repouso, na posição sentada, por 10 minutos. Após o período de repouso, foi realizado o protocolo de exercícios com a haste oscilatória, na posição ortostática. Imediatamente após o protocolo de exercício, as voluntárias permaneceram em repouso, na posição sentada, por 30 minutos. A VFC foi analisada nos períodos de repouso antes e após os exercícios. Resultados: Não observamos alterações significantes entre o repouso pré-exercício a após a recuperação do exercício quanto aos índices analisados (SDNN: p = 0,72; RMSSD: p = 0,94 e pNN50: p = 0,92; LF (nu): p = 0,98; LF (ms2): p = 0,72 ; HF (nu): p = 0,98 ; HF (ms2): p = 0,82 e LF/HF: p = 0,7; RRtri: p = 0,54; TINN: p = 0,77; SD1: p = 0,94; SD2: p = 0,67 e SD1/SD2: p = 0,42). Conclusão: Um protocolo de exercícios com haste oscilatória não induziu mudanças significantes na regulação autonômica cardíaca em mulheres saudáveis. Sugerimos novos estudos para avaliar os efeitos em longo prazo deste protocolo de exercícios sobre as variáveis cardiovasculares. Palavras-chave: Terapia por exercício. Sistema Nervoso Autônomo. Sistema Cardiovascular.

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Efeito do uso de objetos funcionais no tempo de movimento de alcance em indivíduos hemiparéticos crônicos – estudo piloto. Lívia Gaspar Fernandes1, Luísa Fernanda García Salazar1, Thiago Luiz de Russo1. 1Laboratório de Neurologia / Universidade Federal de São Carlos. Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luís, km 235 13565-905 – São Carlos, São Paulo li.gfh@hotmail.com INTRODUÇÃO: O acidente vascular cerebral (AVC) afeta o desempenho na realização de atividades de vida diária nos indivíduos acometidos. A diminuição da funcionalidade do membro superior (MS)é queixa frequente por parte desses pacientes, principalmente durante tarefas que envolvam o alcance. A utilização de objetos funcionais dentro do contexto do tratamento desponta como ferramenta importante para a recuperação do movimento funcional dos membros superiores desse grupo de pacientes. O desempenho motor frente à tarefa de alcance pode ser identificado pela variação no tempo de execução do movimento. Objetivo: Avaliar o efeito de objetos funcionais na variável tempo de execução durante a fase de transporte do movimento de alcance de modo bilateral em indivíduos hemiparéticos crônicos, e determinar se tal variável se correlaciona com o score total de desempenho físico da escala Fugl-Meyer. Metodologia: A funcionalidade de MS de 13 indivíduos hemiparéticos crônicos foi avaliada pela Escala Fugl-Meyer. O equipamento Qualisys Motion Capture System foi utilizado para avaliar o tempo e a trajetória do movimento de alcance com objeto com utilidade funcional e outro sem utilidade funcional. Os dados foram testados quanto à normalidade e utilizou-se a ANOVA para diferenças significativas entre as tarefas de cada membro e interação entre o membro e a tarefa. Para variáveis de correlação foi utilizado o teste de Pearson. Resultados: Não houve interação entre a utilidade funcional do objeto e o membro que realiza a tarefa durante o movimento; tampouco diferença significativa no efeito principal simples entre o tipo de objeto, mas sim entre os membros. Existe correlação moderada e inversa entre a escala Fugl-Meyer e o tempo de movimento do membro. Conclusão: Nos indivíduos hemiparéticos crônicos o tempo da fase de transporte do movimento de alcance não depende da utilidade funcional do objeto. Contudo, há correlação entre essa variável e o score total pontuado na escala Fugl-Meyer. Palavras-chave: acidente vascular cerebral; alcance; objeto funcional (afordance); Escala Fugl-Meyer (FMA).

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Torque excêntrico de joelho e quadril em indivíduos com e sem histórico de tendinopatia patelar – um estudo piloto Lucas Barbosa Aoki¹; Ana Luisa Granado Ferreira¹; Rodrigo Scattone da Silva¹; Fábio Viadanna Serrão¹; ¹Departamento de Fisioterapia/Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luís, km 235 13565-905 – São Carlos, São Paulo e-mail: dna_lukinha@hotmail.com INTRODUÇÃO: A tendinopatia patelar (TP) é uma lesão por sobreuso, caracterizada por dor anterior no joelho relacionada à atividade física, principalmente atividades que envolvem aterrissagem de saltos. A alta prevalência em saltadores pode estar relacionada à estratégia utilizada por eles durante a aterrissagem de um salto, como o uso preferencial do quadríceps na dissipação das forças de impacto e diminuição da utilização dos músculos extensores do quadril para esta função, devido ao déficit de força dos mesmos. Apesar disso, não existem estudos que tenham avaliado a força desses músculos nesta população. Objetivos: o objetivo do estudo foi avaliar o torque isocinético excêntrico extensor do joelho e quadril em indivíduos com e sem histórico de TP. Materiais e Métodos: Participaram deste estudo piloto 6 indivíduos com idade entre 18 e 35 anos, praticantes de atividades esportivas que envolvem salto, que foram divididos em 2 grupos: indivíduos com histórico de TP, porém assintomáticos na época da avaliação (GT; 2 homens e 1 mulher) e controle (GC; 2 mulheres e 1 homem). O torque excêntrico dessas articulações foi mensurado utilizando o dinamômetro isocinético Biodex Multi-Joint System III, na velocidade angular de 60°/seg. As médias dos picos de torque normalizados pelo peso corporal foram comparadas entre os grupos por meio de testes-t para amostras independentes. Resultados: O GT apresentou maiores valores de torque excêntrico extensor de quadril quando comparado ao GC (p=0,04). Conclusão: O grupo GT apresentou maiores valores de torque excêntrico de quadril quando comparados ao GC. Visto que uma maior flexão do quadril durante a aterrissagem diminui a sobrecarga no mecanismo extensor do joelho, essa pode ter sido uma compensação utilizada pelos indivíduos do GT quando estavam sintomáticos, a fim de diminuir a dor, aumentando assim a força excêntrica dos extensores do quadril e diminuindo a sobrecarga no tendão patelar. Palavras-chave: Torque excêntrico. Isocinético. Tendinopatia Patelar. Biomecânica.

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Avaliação da acurácia do inclinômetro digital: erro padrão da medida e diferença mínima detectável Mariana Batistão; Fernanda Barros; Nívia de Araújo; Tatiana Sato Programa de Pós Graduação em Fisioterapia/Universidade Federal de São Carlos Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luís, km 235 13565-905 – São Carlos, São Paulo marivbatistao@gmail.com INTRODUÇÃO: A quantificação da exposição postural no trabalho é importante para a avaliação do risco biomecânico e para proposição de medidas preventivas. Para tanto, equipamentos portáteis e que permitam o registro por longos períodos são necessários. O inclinômetro (INC) apresenta essas características. Objetivo: Avaliar a acurácia das medidas inclinométricas por meio da comparação com valores de referência de um protótipo. Materiais e métodos: Utilizou-se um protótipo, composto por uma haste móvel e um transferidor confeccionando em uma oficina de precisão. A haste do protótipo foi posicionada em ângulos pré-definidos e os quatro sensores do INC foram testados. A direção do movimento foi definida como positiva em 90° no sentido horário (SH). As medidas do INC foram registradas por 10 segundos em cada uma das seguintes posições no SH: 10°, 25°, 40°, 50°, 60°, 70°, 80°, 90°. A análise estatística foi realizada por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI), método de Bland Altman, Erro Padrão da Medida (EPM) e Diferença Mínima Detectável (DMD). Resultados: Os registros do INC foram próximos aos valores de referência do protótipo, com a diferença variando de 0,03° a 0,55°. O resultado do CCI foi 1, indicando que as medidas do inclinômetro têm excelente acurácia. O método de Bland Altman indicou que a diferença média entre as medidas do protótipo e do INC foi de 0,26°. O limite de concordância foi de -0,52° a 0,51°. O Erro Padrão da Medida foi de 0,26° e a Diferença Mínima Detectável foi 0,73°. Conclusões: O inclinômetro é confiável para medidas até 90° a partir da linha da gravidade. Estudos que utilizem este equipamento para avaliar o risco biomecânico podem usar os valores de referencia para o EPM e DMD relatados. Palavras-chave: Ergonomia. Registro Postural. Inclinometria. Avaliação da Confiabilidade.

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Efeitos de um protocolo de cinesioterapia respiratória associado ao treinamento físico geral na capacidade física de pacientes com dpoc Ramalho, Mariane.1(IC); Di Lorenzo, Valéria A. P.1(O); Basso-Vanelli, Renata P.1(CO); Jamami, Mauricio (C) marianerama@gmail.com 1Departamento de Fisioterapia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos. INTRODUÇÃO: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela limitação ventilatória e disfunção muscular periférica, que cursam com o agravamento da dispneia e a diminuição da capacidade ao exercício. O paciente com DPOC ao exercitar-se, apresenta aumento da demanda ventilatória e maior sensação de dispneia, com isso interrompe o exercício precocemente e cronicamente torna-se sedentário. O sedentarismo e a imobilidade, reduzem a força e a massa dos músculos periféricos, e a capacidade aeróbia, o que o torna ainda mais intolerante ao exercício, acentuando o ciclo dispneia-sedentarismo-dispneia. Para o tratamento é essencial que além da medicação esses pacientes sejam inseridos em um programa de treinamento físico (TF). Objetivo: Nosso objetivo foi verificar os efeitos do TF associado à cinesioterapia respiratória (GTF+CR) sobre a capacidade física de pacientes com DPOC. Métodos: Os pacientes incluídos realizaram um teste de caminhada de seis minutos (TC6´) e dois testes ergométricos, um incremental e outro constante, do protocolo Bruce modificado. Ainda, cinesioterapia respiratória que incluiu: orientações quanto ao padrão respiratório, exercícios de abdominal, de elevação de membro superior, de estabilizadores da escápula, de rotação e flexão lateral de tronco e de flexo-extensão do cotovelo. Os materiais utilizados foram colchonete, bastão, halter de 1kg e uma cadeira. O treinamento consistiu de 48 sessões, três dias na semana, durante 16 semanas. Finalizaram o estudo doze pacientes no grupo. Resultados: Observou-se no TC6 aumento da distância percorrida, melhora do sintoma de dispneia e diminuição da fadiga de MMII no pós-tratamento (p<0,05). Verificou-se também, no teste de esforço, aumento da velocidade e inclinação no pós-intervenção (p<0,05). Conclusão: Concluímos que o protocolo de cinesioterapia respiratória associado ao treinamento físico geral realizado neste estudo aumentou a capacidade de exercício nos pacientes com DPOC.

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Características relacionadas ao perfil de sarcopenia em idosos comunitários Maycon Sousa Pegorari1, Daniela Gonçalves Ohara2, Darlene Mara dos Santos Tavares1, Maurício Jamami3, Lislei Jorge Patrizzi4 1Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Atenção à Saúde/Universidade Federal do Triângulo Mineiro 2Laboratório de Espirometria e Fisioterapia Respiratória/Universidade Federal de São Carlos 3Departamento de Fisioterapia/Universidade Federal de São Carlos 4Departamento de Fisioterapia Aplicada/Universidade Federal do Triângulo Mineiro Universidade Federal do Triângulo Mineiro Avenida Frei Paulino, 30 38025-180 – Uberaba, Minas Gerais e-mail (mayconpegorari@yahoo.com.br) INTRODUÇÃO: Sarcopenia, definida como síndrome geriátrica, é caracterizada pelo declínio progressivo e generalizado de massa e força muscular esquelética com risco de desfechos adversos como incapacidade, impacto negativo na qualidade de vida e mortalidade. Isto denota a necessidade de identificação dessa condição por meio de ferramentas aplicáveis à prática clínica, tendo em vista o cuidado direcionado à saúde da pessoa idosa. Objetivo: Descrever as características relacionadas ao perfil de sarcopenia em idosos comunitários. Métodos: Estudo transversal e descritivo conduzido com amostra de conveniência composta por 54 idosos cadastrados em serviço de saúde primário. A definição de sarcopenia baseou-se no consenso The European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP), que incluiu três componentes: massa muscular (MM) (índice de massa muscular esquelética ≤10,17kg/m2 para homens e ≤5,91kg/m2 para mulheres), força muscular (FM) (força de preensão palmar <30kgf para homens e <20kgf para mulheres) e performance física (velocidade de marcha - VM <0,8m/s). O diagnóstico de sarcopenia consistiu na presença de baixa massa e força muscular e/ou baixa performance física. Procedeu-se à análise estatística descritiva por meio de software SPSS versão 17.0. Resultados: Constatou-se que 59,3% (n=32) eram mulheres e 40,7% (n=22) homens, média de idade de 72,9 ± 6 anos, índice de massa corporal (IMC) de 26,5 ± 5,4 kg/m2. De acordo com o algoritmo estabelecido pelo EWGSOP, 11,1% (n=6) foram identificados como sarcopênicos, com a seguinte distribuição dos indicadores, a saber: VM (25,9% - n=14), FM (18,5% - n=10) e MM (11,1% n=6). Conclusão: O algoritmo EWGSOP se constitui como ferramenta útil na prática clínica para identificação dos indicadores e da condição de sarcopenia no idoso e pode fornecer subsídios para implementação de ações nos diferentes níveis de serviço. Palavras-chave: Idoso. Nível de saúde. Sarcopenia. Incapacidade. Testes de desempenho físico.

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Tratamentos fisioterapêuticos na cefaleia cervicogênica 1Michele Cristina da Silva, 1Marta Maria Delfino 1Curso de Fisioterapia Centro Universitário de Itajubá - FEPI Centro Universitário de Itajubá - FEPI Av.Dr. Antonio Braga Filho, n°678 37501-002 - Varginha, Itajubá-MG. e-mail: michelereeves@yahoo.com.br INTRODUÇÃO: Cefaleia Cervicogênica (CC) é uma síndrome, cujos sintomas originam-se na região cervical após trauma. Acomete músculos e fáscia, gerando irregularidades no contorno, textura, tônus e limitação dos movimentos ativos. Os sintomas são unilaterais, de duração variada e contínua, podendo ser confundida com cefaleia tensional e enxaqueca, dificultando diagnóstico. Pontos gatilhos são encontrados na musculatura cervical desencadeando quadro álgico, principalmente quando não há histórico de traumas, tornando-se fator importante a ser investigado durante a anamnese para o diagnóstico mais preciso. A Fisioterapia dispõe de diversos recursos para tratamento da síndrome, tanto para proporcionar analgesia local quanto para desativar pontos gatilho. Nota-se que tratamentos isolados surtem poucos benefícios, inclusive somente tratamento farmacológico, sendo necessário um arsenal de técnicas para obtenção de resposta mais satisfatória. Objetivo: Revisar artigos originais que enfatizam Fisioterapia como tratamento da CC. Materiais e Métodos: Trata-se de revisão bibliográfica realizada por meio de artigos indexados em bases científicas: Scielo, Bireme, PEDro, de 1990 a 2013. Resultados: Dos 16 artigos encontrados sobre CC, apenas 07 relatavam tratamentos fisioterapêuticos. Das técnicas fisioterapêuticas utilizadas e com resultado satisfatório, podemos citar osteopatia (thrust), quiropraxia, técnica de energia muscular ou miotensiva, mobilização da coluna, pompagem, terapia manual, inibição de pontos gatilho, exercícios, acupuntura, uso de calor (infravermelho, US) e massoterapia. Conclusão: Pode-se concluir que a Fisioterapia possui técnicas eficazes no tratamento da cefaleia cervicogênica, e a resposta mais efetiva ocorre quando se faz uso de técnicas variadas, potencializando inclusive a melhora dos pacientes que fazem tratamento somente com o uso de fármacos. Palavras-chave: Cefaleia Cervicogênica. Fisioterapia. Pontos Gatilho. .

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O treinamento por meio de realidade virtual melhora a funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico de mulheres pós-menopausadas? Estudo controlado randomizado Natalia M. Martinho¹; Valéria Regina Silva¹,2; Joseane Marques¹,2; Cássio Riccetto2; Simone Botelho¹,2 1Laboratório de Análise do Movimento, Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG 2Departamento de Cirurgia - área de Urologia Feminina, Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG Av. Jovino Fernandes Sales, 2600 37130-000 – Alfenas, Minas Gerais e-mail namartinho87@hotmail.com INTRODUÇÃO: O treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) têm sido recomendado; no entanto, ainda existe dificuldade quanto à aderência aos protocolos propostos. Neste contexto, a realidade virtual tem sido explorada como forma de atividade lúdica e estimulante no âmbito da reabilitação. Objetivo: Investigar o efeito do treinamento por meio da realidade virtual sobre os sintomas miccionais e a força dos músculos do assoalho pélvico (MAP), quando comparado a um protocolo de TMAP por meio de cinesioterapia. Materiais e Métodos: Participaram do estudo 47 mulheres com idade a partir de 50 anos e em fase de pós-menopausa; as quais foram avaliadas por meio de: (a) questionários miccionais validados: ICIQ-OAB e ICIQ UI-SF e (b) força dos MAP pela palpação digital e dinamometria vaginal. Em seguida, as participantes foram randomizadas em dois grupos: (G1) TMAP por meio de realidade virtual (n=27) e (G2) TMAP por meio cinesioterapia (n=20). Para o G1 foram adaptados o console Wii e o jogo Wii Fit Plus, nos quais a participante deveria realizar exercícios pélvicos, sentada sobre a plataforma Wii Balance Board. Para análise dos dados dinamométricos foram utilizados três parâmetros: valor máximo e médio de força e endurance e para análise estatística, os testes Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney e Wilcoxon, com índice de significância de 5%. Resultados: Observou-se redução significativa dos sintomas miccionais em ambos os grupos (<0,05). Com relação à força dos MAP, verificou-se aumento significativo quando avaliada por meio de palpação digital em ambos os grupos (p<0,05); com concomitante aumento do valor médio de força (p=0,02) e endurance (p=0,05) no G1 e do valor máximo de força (p=0,01) no G2. Conclusão: Ambos os protocolos de TMAP demonstraram melhora nos sintomas miccionais e força dos MAP; entretanto, a realidade virtual demonstrou melhora na capacidade de manutenção da força, demonstrando ser um meio interessante para ser explorado em pesquisa clinica. Palavras-chave: Assoalho pélvico. Dinamômetro de força muscular. Sintomas do trato urinário inferior. Terapia de exposição à realidade virtual.

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O efeito do treinamento por meio de realidade virtual sobre a contratilidade dos músculos do assoalho pélvico e abdômen: Estudo controlado, randomizado Natalia M. Martinho¹; Valéria Regina Silva¹,2; Joseane Marques¹,2; Marília Fernandes¹; Leonardo Cesar Carvalho¹; Simone Botelho¹,2; Cássio Riccetto2 1Laboratório de Análise do Movimento, Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG 2Departamento de Cirurgia - área de Urologia Feminina, Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP/SP Rua Tessália Vieira de Camargo, 126 – Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, São Paulo e-mail valreginasilva@gmail.com INTRODUÇÃO: A literatura demonstra que exercícios com enfoque no recinto abdominopelvico parecem apresentar influência sobre a contratilidade dos músculos do assoalho pélvico (MAP), a partir da co-ativação entre eles e os músculos abdominais (em especial o músculo transverso do abdomên/oblíquo interno - Tra/OI). Objetivo: Investigar o efeito de dois programas de treinamento: realidade virtual e cinesioterapia sobre a contratilidade dos MAP e do Tra/OI. Materiais e Métodos: Participaram do estudo 31 mulheres, nulíparas, sem queixas miccionais e com média de idade de 25,1(±3,66) anos. As participantes foram avaliadas antes e após os treinamentos por meio de eletromiografia de superfície dos músculos Tra/OI e dos MAP; sendo em seguida, randomizadas em dois grupos: (G1) Treinamento por meio de realidade virtual (n=19): enfoque no recinto abdominopelvico a partir de jogos virtuais e (G2) Treinamento por meio de cinesioterapia (n=11): enfoque no recinto abdominopelvico utilizando como meio terapêutico a bola suíça. Para análise estatística foram utilizados modelos de ANOVA e o teste de Mann-Whitney, com nível de significância de 5%. Resultados: Apesar de não ter sido observado aumento na contratilidade dos MAP e do Tra/OI após os protocolos de treinamento, foi observada a existência de co-ativação entre os músculos abdominais e do assoalho pélvico (p<0,0001); em ambos os grupos. Assim, ao solicitar a contração ativa e isolada dos grupos musculares após os treinamentos, verificou-se que o Tra/OI apresentou maior contratilidade quando comparado aos MAP; além de que quando são solicitados isoladamente, os grupos musculares apresentam maior contratilidade do que quando são co-ativados. Conclusão: Os resultados evidenciam que a contração dos músculos abdominais promove uma co-ativação dos MAP, no entanto não é suficiente para promover um aumento significativo na contratilidade muscular em mulheres nulíparas, após programas de treinamento com enfoque no recinto abdominopelvico. Palavras-chave: Assoalho pélvico. Eletromiografia. Terapia de exposição à realidade virtual. Cinesioterapia.

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Análise da demanda de atendimentos fisioterapêuticos em serviço especializado sob a perspectiva temporal na cidade de São Carlos Nubia Tiba¹, Diana Lima², Elídio Picinin³, Danilo Sergio Vinhoti4 ¹ Graduanda em Fisioterapia pelo Centro Universitário Central Paulista. ² Graduanda em Estatística pela Universidade de São Paulo (USP). ³ Fisioterapeuta. 4 Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e integrante do Grupo de Estudos e Práticas em Saúde Coletiva (Quíron- UFSCar) Universidade Federal de São Carlos. Rodovia Washington Luís, km 235 13565-905 – São Carlos, São Paulo danilovinhoti@gmail.com INTRODUÇÃO: As mudanças nos sistemas produtivos, após a Revolução Industrial, alteraram as práticas de trabalho, e as necessidades de saúde de pessoas em período produtivo. Por isso, o objetivo deste trabalho foi observar a demanda de atendimentos de fisioterapia em um serviço especializado, levando em consideração o tipo de doença apresentada. Métodos: Foram coletados os dados de diagnóstico médico, idade e ano de inscrição no serviço de saúde em 1500 prontuários dos anos de 1990, 2000 e 2010. Dividiuse as mostras em 3 grupos, com n= 500 para cada ano estudado. Resultados: Pode-se observar uma diminuição da idade para as doenças osteomiotendíneas e da coluna vertebral, diminuição dos casos de doenças respiratórias e cardiovasculares, e aumento dos casos de doenças neurológicas até o ano de 2010. As doenças osteomiotendíneas apresentaram aumento gradual do número de casos, de 42% para 47% em 2010, e as doenças da coluna vertebral apresentaram queda de 10% no número de ocorrências no período estudado, porém aparece como o problema mais prevalente (em números totais). Conclusão: As doenças podem ter causas multifatoriais, e na maioria das vezes, não apresentam uniformidade com relação a padrão desencadeador. Porém, as práticas de trabalho contemporâneas sugerem uma interferência cada vez maior na condição física e qualidade de vida das pessoas, através da alta repetitividade, invariabilidade da tarefa, sobrecarga biomecânica, e outros, seja dentro de grandes centros produtivos ou em atividades de trabalho em ambientes não- formais. Palavras- chave: Doença. Trabalho. Fisioterapia

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