Edição 65

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ISSN 1678-0817

| editorial Caro amigo leitor, mais um ano se passou e não poderia de deixar de agradecer pela parceria firmada entre você e a equipe da Revista NovaFisio. Envio aqui meu Feliz Natal e Ano Novo ainda melhor para todos. A partir de janeiro de 2009, estaremos apresentando novidades, novo site e um formato ainda mais interessante na nossa publicação. Nesta edição você conhecer um pouco da vida e da relação que o surfista profissional Carlos Burle teve com a fisioterapia. Mesmo estando no Havaí, ele conversou com a nossa equipe e revelou como se prepara fisicamente e psicologicamente para enfrentar as ondas gigantes. Dr. Oston Mendes Fisioterapeuta e editor

| protocolo

05 Cartas. 06 Clipping de notícias. 08 Coluna do Prof. Luis Guilherme. 10 Entrevista com o surfista Carlos Burle. 12 A influência da mídia na fisioterapia. 14 Trabalho preventivo para diminuição da incidência de lesões de membros inferiores em atletas de futsal. 18 Prevenção de fibrose com o uso de Ultra-Som terapêutico. 20 Utilização da máscara negra de oxigênio e carbono no tratamento de queimaduras. 24 Verificação da energia laser em Clínicas de fisioterapia. 28 Atenção fisioterapêutica na síndrome Pré-menstrual. 32 Tininha. 34 Agenda de eventos. 38 FisioPerfil com Dra. Lorice Issa Miguel.

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www.novafisio.com.br 4 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio

| Equipe

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Turbilhão | Cartas - Escreva também Fisioterapia respiratória: Acelerando a recuperação do paciente cirúrgico. Importante por melhorar as condições de respiração e aliviar a quantidade de secreção nos enfermos que serão submetidos à cirurgia, a fisioterapia respiratória também tem papel educativo. É essencial para orientar os pacientes sobre os procedimentos cirúrgicos, preparando-os para responder adequadamente às indicações da equipe multiprofissional no pós-operatório. Enfim, pode influenciar diretamente o processo de recuperação, tornando-o mais rápido e melhor sucedido. Segundo a diretora do Departamento de Fisioterapia da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Lara Maris Nápolis, a recuperação de indivíduos orientados antes da cirurgia pode ser mais efetiva do que a dos demais. Ela conta que ainda hoje, alguns pacientes vão para a sala de operação sem satisfazer todas as curiosidades ou esclarecer as dúvidas sobre o procedimento cirúrgico. Nesses casos, as explicações ficam a cargo dos profissionais da equipe multidisciplinar, como os fisioterapeutas. “Às vezes o paciente ou mesmo os familiares se esquecem de fazer alguma pergunta que depois passa ser considerada importante. Esse papel orientador acaba ficando conosco ou com a equipe de enfermagem”. Normalmente, os recém-operados deixam o centro cirúrgico respirando por um tubo na boca e inconscientes, com importante ferida cirúrgica no tórax ou abdome, além da presença de dreno de tórax, bem como os vários acessos venosos. Tais aparatos junto aos fatores anestésicos e manipulação intra-operatória desencadeiam dor ao inspirar profundamente e ao tossir. Se não forem devidamente instruídos, podem acordar agitados, debatendo-se ou tentando arrancálos. Para Lara Maris, é esse tipo de informação que faz com que o paciente reaja e colabore melhor, recuperando-se mais rápido. “Ele sai mais cedo da UTI, mais precocemente vai para o quarto e com isso fica menos tempo no hospital porque segue corretamente às orientações”. Técnicas fisioterapêuticas e prevenção Mesmo para aqueles que não apresentam quadro de doença respiratória, um trabalho de orientação deve ser feito. Os fisioterapeutas ensinam a respirar

utilizando o diafragma, que é o principal músculo da respiração; e utilizam vários exercícios respiratórios que contribuem para a reexpansão dos pulmões, que frequentemente podem estar acometidos por complicações do pós-operatório. Mostram como tossir corretamente, aplicando exercícios e recursos terapêuticos alternativos para expectoração de secreção. Ainda dão dicas de exercícios físicos para a correta respiração em conjunto com o fortalecimento muscular, exercícios circulatórios, e também orientam a retirada precoce do leito para prevenir a trombose venosa e tromboembolismo pulmonar (alterações na circulação periférica). Orientação para o pós-operatório. São de observação cotidiana as diversas deficiências respiratórias manifestadas no período de pós-operatório imediato. A dor, a presença de drenos torácicos, certa depressão neurológica, dificuldades de movimentação, maior produção de secreções em vias aéreas, entre outros, determinam dificuldades restritivas e/ou obstrutivas, muitas vezes de grau expressivo. A consciente colaboração do paciente é fundamental para minimizar esses transtornos. Habitualmente, a orientação sobre tal participação ativa do paciente inicia-se imediatamente após a recuperação anestésica. “Nesse particular, temos observado que a aplicação de adequado treinamento dos métodos fisioterapêuticos no pré-operatório aumenta significativamente a eficiência imediata. Além disso, é básico que o fisioterapeuta, como membro de uma equipe multiprofissional, contribua com esclarecimentos para a familiarização do paciente com o ambiente que irá encontrar ao sair da fase de anestesia e durante a sua permanência na unidade de recuperação ou unidade de terapia intensiva, incluindo equipamentos e procedimentos.” A fisioterapia respiratória é um tratamento auxiliar que traz benefícios ao paciente independentemente do quadro clínico que apresenta. No entanto, é possível observar que, se for aplicado como um recurso de preparação, antes do procedimento cirúrgico, torna o período pós-operatório particularmente eficaz. O custo-efetividade de um programa de fisioterapia pré-operatório, com no mínimo duas sessões, poderá não só reduzir o tempo de internação, como diminuir os gastos hospitalares. Camila Marques - Mônica Kulcsar acontececom2@uol.com.br www.acontecenoticias.com.br

Eleições e a Saúde: Por uma sociedade mais igual, justa e moderna. Conforme o esperado as áreas sociais e principalmente a saúde foram mais uma vez intensamente muito citadas nas eleições. São temas costumeiramente lembrados por governantes e oposição. Aliás, figuram sempre entre as promessas eleitorais. As pesquisas demonstram que a primeira preocupação de grande parte dos brasileiros é a saúde. Tem lógica, afinal, a população segue padecendo em filas, enquanto as doenças crônicas e agudas se alastram, assim como as urgências e emergências, entre outras. Isso a despeito de alguns programas pontuais bem estabelecidos, como o de transplantes e o de Aids. Soluções já foram também muito debatidas: financiamento adequado à Saúde Pública, gestão adequada e com objetivos a pequeno, médio e longo prazo, saúde suplementar realista etc. É vital ainda valorizar pacientes e prestadores. Precisamos de um plano de cargos e carreira, de piso salarial digno e de condições adequadas de exercício da profissão. Na lista de nossas prioridades estão também o estímulo governamental à educação continuada. É verdade que esses são assuntos recorrentes. Em todas as eleições voltam à baila. Portanto, o desafio é detectar quem são os candidatos em condições e com vontade política de realmente implantálos. Sabemos que precisamos de parlamentares de fato comprometidos com a saúde para junto com eles lutar por melhorias aos cidadãos. Também devemos estar sempre atentos para cobrá-los em eventuais desvios de rota. Conscientes e vigilantes estaremos prestando mais um serviço à comunidade: o de zelar pelo bem público e de ajudar na construção de uma sociedade mais igual, justa e moderna.

sintomas são: muita sede, suor excessivo, aumento da temperatura, dor de cabeça e, nos casos mais avançados, dificuldade para respirar, tontura e vômito”, Malestar, envelhecimento precoce e câncer de pele. Essas são as conseqüências da insolação urbana. A boa notícia é que ela pode ser prevenida. “A informação é a arma principal. A adoção de hábitos simples podem fazer uma grande diferença. O primeiro deles é evitar a exposição direta ao sol entre as 10h e as 16h. Outras atitudes importantes são: hidratar-se adequadamente – ingerindo de 2 a 3 litros de água por dia, usar filtro solar sempre – com fator mínimo de proteção 15, usar roupas leves em dias quentes e evitar permanecer em locais pouco arejados”, orienta Dr. Gilvan. Carla Furtado AthenaPress | Unidade do Grupo Athena www.grupoathena.com.br Lançamento Editorial: Fisioterapia na Equoterapia. Sou Sabrina Lombardi Martinez, 30 anos, fisioterapeuta especialista em neurologia e equoterapia. Nascida na cidade de Araçatuba onde atuei no Centro de Equoterapia Araçatuba por 7 anos. Resido em Bauru desde 2007 e atualmente desenvolvo projetos de equoterapia no Centro de Treinamento Sergio Toledo em Bauru, USP/Esalq Piracicaba e Apae de São Manuel. Acredito no cavalo, por ser o mais nobre dos animais na mais nobre de suas funções, como diz um grande amigo Claudio Haddad, e deixo aqui o convite para o lançamento da segunda edição do livro FISIOTERAPIA NA EQUOTERAPIA, no dia 05/12/08 as 19:00 na Livraria Jalovi em Bauru. Mais informações (14) 9745-7576 sa_equoterapia@hotmail.com

Chico Damaso (11) 3873.3165 Eleições e a Saúde Verão e calor: As pessoas não se protegem do calor. Insolação urbana. Esse é o termo utilizado para descrever um quadro cada vez mais comum nos grandes centros. “Os principais www.novafisio.com.br • ed. 65|2008 • 5


Turbilhão | Clipping de notícias Sabonetes íntimos no dia-a-dia Produtos como Lucretin ganham mercado e novas adeptas O uso de sabonetes íntimos femininos ainda é um hábito pouco adotado pelas brasileiras. Apenas 18% delas utilizam esse tipo de produto com regularidade. O da do se explica porque muitas mulheres desconhecem seus benefícios e acreditam que seu uso contínuo não é recomendado. Segundo especialistas, o objetivo do sabonete íntimo é substituir o normal, que por não ser específico para uma região mais delicada pode causar alguns problemas. De acordo com a Dra. Luciana Crema, ginecologista da UNIFESP, o sabonete normal, por ser alcalino, pode causar irritações e desequilíbrio do pH vaginal, que é naturalmente ácido. “Mesmo os sabonetes neutros não são indicados. Eles são formulados para a limpeza da pele, sendo agressivos à delicada superfície da região íntima. Hoje dispomos de produtos compostos por substâncias que respeitam as propriedades naturais do local por possuírem pH ácido - semelhante ao pH natural da região -, tais como ácido lático e soro de leite”. Este é o caso do Lucretin, da Hypermarcas, maior empresa de bens de consumo do país. Lucretin foi desenvolvido para cuidar da higiene íntima diária da mulher de todas as idades. Ele pode ser usado todos os dias, elimina os odores (principalmente no período menstrual) e garante uma agradável e prolongada sensação de limpeza e bem-estar. Mas os especialistas alertam que não se deve utilizar o produto para fazer “duchas íntimas”: seu uso deve ser restrito à área externa da região. Por possuir consistência homogênea, Lucretin não precisa ser agitado para usar. O produto está disponível em quatro versões: Lucretin Mulher (tradicional), Lucretin Mulher Verde (fragrância chá verde), Lucretin Mulher Verão (fragrância girassol) e Lucreteen (fragrância floral, para adolescentes).

Medicamentos Isentos de Prescrição Médica. Sua história começou em 2002 e, desde então, com investimentos agressivos em marketing e por meio de inúmeras aquisições, constrói uma empresa detentora de um portfólio de dezenas de marcas reconhecidas em todo o país, tais como Assolan, Monange, Paixão, Benegrip, Apracur, Doril, Engov, Gelol, Zero-Cal e Cenoura&Bronze. Bruna Magarotti - Relações com a Mídia Máquina Comunicação Corporativa Integrada bruna.magarotti@maquina.inf.br / www.maquina.inf.br Bolsas em baixa, problemas sexuais em alta Notícias sobre o mercado financeiro não param de surgir na imprensa. Quedas na bolsa valores, bancos a caminho da falência e grandes empresas anunciando prejuízos catastróficos são apenas alguns componentes desse cenário de crise mundial. Ficou claro que, em primeira instância, os reflexos dessas turbulências atingiram as grandes corporações. Porém, não se pode esquecer que à frente dessas empresas estão homens de negócios e investidores que, com a instabilidade do mercado, acabam levando as preocupações do trabalho para dentro de casa. No caso dos homens, estresse, doenças cardíacas e insônia já são problemas muito conhecidos e, ao menor sinal deles, muitos procuram médicos especialistas para se tratarem o quanto antes, pois sabem das conseqüências que eles podem gerar. O que muitos não sabem é que além dessas patologias, existem reflexos cujas causas são desconhecidas por boa parte deles.

Atenção: Lucretin Sabonete Íntimo não é um medicamento. É uma linha de produtos desenvolvida para a adequada higiene feminina, respeitando a delicadeza da região íntima da mulher. Portanto, consulte seu ginecologista sempre que houver sintomas locais como dores, corrimentos e lesões de pele.

Está cada vez mais nítido que as preocupações do trabalho estão afetando diretamente o emocional dos homens em sua vida pessoal, fator que causa desde distúrbios emocionais até problemas sexuais como: impotência, ejaculação precoce e falta de desejo sexual. O Dr. Carlos Araujo é especializado em disfunções das atividades sexuais e ao longo de seus mais de 20 anos de atividades médicas percebeu o aumento considerável do número de pacientes que creditam às questões financeiras seus problemas. Desde o início da crise a procura por consultas com médico já cresceu por volta de 10%, o que demonstra como os homens estão sendo afetados pelas oscilações nos bolsas de valores. Além disso, os reflexos dessa crise foram além dos homens e, hoje, como muitos têm medo ou constrangimento em procurar um especialista, suas esposas é que estão tomando a frente dessas decisões e levando seus maridos a procurar uma clínica para o tratamento.

Sobre a Hypermarcas A Hypermarcas é hoje uma das maiores e mais diversificadas empresas de bens de consumo, com capital de origem brasileira, nos segmentos em que atua – Higiene e Limpeza, Beleza e Higiene Pessoal, Alimentos e

Sobre o Dr. Carlos Araújo – Formado em 1985 pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista, o médico sempre se atualizou, e Hoje está à frente do Instituto Paulista para Tratamento da Disfunção Erétil (www.institutopaulista.com.br).

Lenços Umedecidos Além do sabonete líquido, a linha conta também com o Lucretin Mulher Lenços Umedecidos, que pode ser usado em qualquer lugar, garantindo o mesmo frescor do banho. Sua embalagem é prática e possui tamanho ideal para carregar na bolsa. Os lenços são embalados em sachês de 10 unidades e possuem textura e fragrância suaves. Sua fórmula é hipoalergênica, ou seja, não há riscos de alergia.

Turbilhão | Frases, coluna social

“Temos sempre que enriquecer nosso (Talento Natural) com uma formação profissional profunda, exaustiva, minuciosa e detalhista”.

[Fandos, 2004]

“Roubar idéias de uma pessoa é plágio... Roubar de várias, é..... Monografia!!!” [Tininha da NovaFisio - veja outras na pág. 32]

“Quando se tem determinação, pouco importa os obstáculos a serem ultrapassados. O objetivo permanece: lutar e vencer”. “Cuide de seu corpo: você mora nele.” [Tatianne Teófilo]

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[Abílio Diniz]


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Crônica | Coluna Prof. Luis - luisguilherme@novafisio.com.br

Feliz Dia do Fisioterapeuta 2008 por

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F

Prof. Dr. Luís Guilherme Barbosa

elicidades FISIOTERAPEUTAS, que suas mãos continuem abençoadas e úteis. Pois é, eu sempre deixo passar o dia para comemorar e sou sempre taxado de maluco, mas na verdade minha intenção é manter a chama acesa por mais tempo. No meu conceito todo dia é dia de Fisioterapeuta porque todo dia é dia de ajudar as pessoas, ainda que sejamos muito questionados acerca da nossa empregabilidade, acerca do nosso nível de conhecimento e coisas desse tipo. Eu faço um trabalho de atendimento emergencial dos trabalhadores nas duas Instituições de Ensino onde trabalho e, em Volta Redonda fui questionado, dia desses, por uma jovem que estava tentando se decidir sobre que profissão buscar. Como ela foi minha paciente, e adorou o resultado do tratamento (NÃO É MÁGICA, É FISIOTERAPIA), se mostrou encantada com a Fisioterapia e queria saber como a coisa acontecia, pois ela vinha sendo sistematicamente desestimulada por familiares e amigos a trilhar esse caminho porque tinha muito fisioterapeuta desempregado. Ora, ora esse pessoal age como se apenas os fisioterapeutas estivessem desempregados! E os advogados? E os engenheiros? E os pedagogos? E os enfermeiros? E os psicólogos? Precisa mais?! Eu acho graça dessa mania que se tem de falar dos outros sem ter conhecimento de causa! E isso é geral! O cara não te conhece fala mal de você, o cara ouviu falar mal de você e fala também! O cara é amigo de um cara que não gosta de você passa a falar mal de você. Escreveu o ex-Senador e Escritor Artur da Távola, no Livro Alguém que já não fui, falando sobre as quatro maneiras de como nos vemos, afirma: existe uma maneira que nós pensamos que somos; uma maneira que as pessoas pensam que somos; uma maneira que nós pensamos que as pessoas pensam que somo e como realmente somos. Mas quando não se consegue vencer o sujeito pela competência fala-se mal dele! Puro quadro de idiotice aguda, porque não resolve, pois a verdade é soberana e como diz o ditado: “os cães ladram enquanto a caravana passa” Tudo besteira gente! É claro que sair de uma faculdade empregado e com bom salário, nesse País, é coisa para profissões em situação sazonal. Teve uma época que ninguém queria fazer enfermagem! Engenharia, então, o jovem fugia, logo houve um tempo em que essas profissões tinham esvaziado e a demanda se fez significativa e, pronto, volta tudo outra vez. Assim é conosco. As coisas mudam, Graças a Deus, e atualmente, por exemplo, o professor com doutorado está em alta novamente. E vamos nós. Mas quero deixar claro que essa coisa de falta de emprego é geral, entretanto tenho observado que o médico sai da graduação desempregado, também, mas com o nariz em pé. O mesmo se dá com o engenheiro e com o advogado, as três mais tradicionais graduações. O fisioterapeuta sai desempregado, porém com o nariz para baixo, cabisbaixo, se achando o pior do mundo. Isso é um erro dantesco dos cursos de graduação, pois não colocam o recém-profissional prá cima, forte e corajoso. Já falei aqui várias vezes sobre a autoestima do nosso aluno, que ela tem de ser trabalhada, que não adianta humilhar o aluno, maltratar o estagiário. Não, a solução é levantar o ego dessa gente, fazer com que tenham orgulho da profissão que abraçaram; fazer com que se sintam forte, vibrantes para terem coragem de enfrentar esse mercado belicoso. Como pode um profissional que atua sem medicamentos, retira a dor quase que instantaneamente, em muitos casos, coloca as pessoas de volta à vida com um modelo respeitoso, carinhoso e atencioso (tão ausente nos dias de hoje) estar desempregado? Ou mesmo estar com a auto-estima baixa? Se liga, porque só pode ser por falta de orientação!!! Vejo o pessoal da minha equipe, e de algumas outras também, todos motivados, felizes com seus resultados, exultantes em afirmar serem fisioterapeutas, porque será? Eu não os deixo esquecerem a utilidade do seu trabalho, a 8 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio

importância que têm e do benefício que propiciam! Eu não os deixo esquecer que o dinheiro vem para os bons e que sucesso só vem antes de trabalho no dicionário (Albert Einstein)! Eu não os deixo esquecer que o FAZER vem depois do SABER, logo é preciso estudar sempre muito e muito sempre! Eu não os deixo esquecer que aquele que não produz com amor não produz nada de verdadeiramente útil! Pois é, não estou puxando o saco dos meus colegas/amigos/filhos não, (até porque isso machuca) mas é um elogio que esse pessoal merece. Se faço muito por eles, eles fazem muito por mim também. Crescemos juntos. Mas o que me incomoda não é o fato de falarem isso ou aquilo sobre nós e nossa profissão, que ataquem nossa formação, que nos digam submissos e obedientes, que nos digam incapazes e despreparados, não, isso, e tudo o mais vão naquela coisa da “...caravana...”, mas me preocupa, e muito, é o jovem bem intencionado, aquele que precisa de lapidação apenas, acreditar que está em baixo. Assusta-me quando vejo pessoas como aquela jovem, já tão decidida em vir para nossa luta (é nossa luta, pois não se iludam porque toda profissão tem sua luta) e se perder em uma profissão que não lhe faça muito sentido só porque acabou acreditando nas bobagens de gente descompromissada com a verdade. Precisamos deixar claro que não somos nós que escolhemos a Fisioterapia e sim ela que nos escolhe, pois que cuidar das pessoas, do modo que fazemos, é uma necessidade da humanidade, logo aqueles, que por algum motivo aqui estão (eu ia ser engenheiro, vários colegas iam ser médicos, bancários, advogados, comerciantes, analistas, jornalistas etc.) estão porque têm como contribuir e contribuir muito. Chega de cabeça baixa, chega de medo, chega de insegurança – estudem, trabalhem e colham o fruto desse trabalho em dinheiro, em satisfação, em prazer e em alegria de ajudar. FRASES PARA CAMISA: Fisioterapia: quem não precisa, já precisou, ou vai precisar! Não, não é mágica: é Fisioterapia! Um forte abraço para: todos os colegas que têm batalhado pela nossa profissão e a cujo lado tenho a honra de poder estar; para o Gleison de Sergipe, continue produzindo; para o Alvaro, do Rio de Janeiro, pois se o pessoal não responde é porque não sabe (aplique o conceito da “caravana...”); ao pessoal da equipe GESTO, que tem lutado forte ao meu lado para manter nosso nome no alto e para minha querida esposa, Rita Valesca, que retomaremos nossa parceria profissional em breve. Mandem seus comentários, suas críticas, seus elogios, suas colaborações, pois receberemos com o maior carinho (como tudo o que fazemos nesse mundinho de meu Deus). Prof. Luís Guilherme Barbosa (ABERGO e ABRAFIT) Fisioterapeuta do Trabalho, Ergonomista, Professor Universitário, Diretor da GESTO-Ergonomia e Saúde no Trabalho Ltda. OBS: A segunda edição do meu livro Fisioterapia Preventiva nos DORTs, publicado pela Guanabara Koogan, já está nas bancas.

“Uma paixão forte por qualquer objeto assegurará o sucesso, porque o desejo pelo objetivo mostrará os meios.” (William Maughan)


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Entrevista | com o surfista

Carlos Burle

por | Eduardo Tavares fotos | Mídia bacana

C

om 25 anos de surfe, Carlos Alberto Burle Filho, é considerado o maior big rider – surfista especializado em ondas grandes – do Brasil. Burle chamou a atenção do mundo, em novembro de 2001, quando surfou a maior onda já registrada, 22 metros, em Mavericks, na Califórnia. Este pernambucano, que ganha a vida fazendo o que mais gosta, surfando, é um caçador implacável que percorre o mundo acompanhado de sua inseparável companheira adrenalina, em busca das maiores e mais desafiadoras ondas do planeta. Burle, que veio para o Rio de Janeiro definitivamente, em 1991, revelou a revista Nova Fisio&terapia como se prepara para controlar a adrenalina e lidar com o perigo que sua profissão exige. O surfista profissional também conta aos leitores como foi sua experiência com a fisioterapia e sua importância na recuperação das lesões que surgem pelo seu caminho. Como foi sua vinda para o Rio de Janeiro já que você é natural de Recife? A primeira vez que vim para o Rio foi em 1986. Morei um tempo aqui, depois fui passar um tempo no exterior. Voltei e tentei me adaptar ao Rio, fiquei dois anos e me mudei para São Paulo, onde também morei dois anos. Voltei definitivamente para o Rio, em 1991, e estou até hoje. Adotei a cidade e a região da Barra. Acredito que não saio mais daqui. Verdade que você está deixando o Recreio e se mudando para a Barra por motivos profissionais? Estarei me mudando para o meio da Barra, em março de 2009. Abri junto com a rede de academias A! Body Tech, uma escola de surfe que leva meu nome. Ela fica na unidade do Posto 6, na Barra. Quero estar junto para acompanhar bem o trabalho desenvolvido lá. Onde estão os grandes points para surfar no Rio? Gosto muito de Grumari. A Prainha também é um bom pico.

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Lembra de algum sufoco que passou dentro d’água? Já tomei um caldo enorme na Praia da Macumba. Saí da água botando sangue pelo nariz. Isso aconteceu no início dos anos 90. As ondas deviam ter 4 metros de tamanho. A onda me deu uma pancada forte nas costas e não sei se estourei algum vaso. Lembro que saí do mar bastante assustado. Também recordo de ter tomado um caldo fortíssimo em Grumari. Como aconteceu sua lesão mais séria? Tive um acidente surfando ondas grandes em Jaws, na ilha de Maui, no Havaí. Fissurei a L1, o sacro do lado esquerdo e a cabeça do fêmur do lado esquerdo também. Foi uma lesão em torção. Isso aconteceu porque voltei com a crista da onda e meu corpo foi explodido junto com a água na base. Foi uma sensação horrível.

Você respondeu bem as sessões de fisioterapia? Fiquei quatro meses de muleta e seis fazendo sessões de fisioterapia na R9. Foi demorado o processo de recuperação. Fiz muita coisa na piscina, postura e exercícios de equilíbrio. Quando melhorei, parti para o trabalho com peso e o cardiovascular. Saltei de 61 quilos para 72. Voltei muito mais forte depois de um ano. Devido a sua profissão, as lesões fazem parte constante da sua vida? Não só devido a minha profissão, mas acho que também devido as minhas atitudes perante na vida. Hoje, como estou mais maduro acabo evitando situações em que eu me machuque tanto.


O que você faz para evitá-las? E como você se prepara para enfrentar um mar gigantesco? Faço uma preparação física e psicológica constante. Além de surfar. Nado e faço um trabalho na bicicleta. Também faço alongamento e um reforço com musculação. A parte psicológica também não fica de fora, com a meditação, Reiki e Yoga. Isso me ajuda bastante. Você considera a fisioterapia um tratamento importante, preventivo ou de recuperação? A fisioterapia é muito importante tanto antes na prevenção como para a recuperação de lesões. Eu fico impressionado como a fisioterapia funciona se for aplicada por profissionais especializados e de qualidade e com a dedicação necessária. Hoje em dia, uso os exercícios da fisio para treinar e me prevenir.

Você acabou de competir em São Paulo, como foi seu desempenho? Verdade. Tirei terceiro lugar no Red Nose Tow-in Championship International, em Maresias, no litoral São Paulo. É um tipo de competição em que o surfista necessita ser puxado por um jet ski para entrar na onda. Meu companheiro é Eraldo Gueiros. Somos pioneiros neste estilo que está crescendo no Brasil. Qualquer leigo pode aprender a surfar e perder o medo das ondas grandes? Tenho alunos com idades a partir de 5 anos, sempre com a autorização dos pais, que acompanham as primeiras aulas. É possível retira de uma pessoa o medo de ondas grandes. Grande parte deste temor vem de algum trauma. Na escola, evitamos qualquer situação constrangedora durante as primeiras aulas, quando o medo surge tentamos reverter isso. Cada indivíduo deve respeitar seus limites, mas com força de vontade a pessoa pode superar seus medos. Nosso objetivo é fazer com que o aluno alcance a superação física e psicológica.

Você incentiva seus alunos a surfarem ondas grandes? Sei que minha imagem é vinculada ao surfe em ondas grandes, mas nosso foco na escola não é esse. Lógico que se percebermos o surgimento de algum talento durante as aulas, estaremos apoiando este aluno e encaminharemos ele para dentro do universo de ondas grandes. Além do surfe profissional, você também é ligado em culinária? Além da escola de surfe, tenho outros negócios. Um deles é uma fábrica de temperos naturais que tenho há três anos, e fica em Vargem Pequena, a Sabores Epicuro. Viajo muito para o Havaí e sempre gostei muito de trabalhar com comida. Sempre gostei de cozinhar e de receitas. Sou ligado em alimentação saudável. Os molhos são naturais, sem conservantes. Tenho meu site que tem um número de visitações cada vez maior. Também dou palestras em grandes empresas com o objetivo de fazer seus funcionários a encararem os desafios como uma oportunidade para se superarem. Isso tem a ver com o gerenciamento de risco. Como no meu caso, que treino muito para enfrentar as ondas gigantes. Existe uma preparação psicológica e física e uma logística por trás para que eu esteja pronto para fazer isso. www.novafisio.com.br • ed. 65|2008 • 11


Artigo | Mídia, saúde, fisioterapia

A influência da mídia na fisioterapia. por | SANT’ANNA, Liliane Ferreira; NODARI, Lívia Falqueto Orientador: GAZONI, Dinêi

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fisioterapia surgiu no contexto das grandes guerras, onde se caracterizou como uma profissão meramente reabilitadora visando apenas os acometimentos físicos. Neste sentido, Rebelato e Botomé (1999) evidenciaram a palavra “terapia”, que em princípio, exclui algumas modalidades de atuação profissional. Atualmente sabe-se que o fisioterapeuta ampliou sua área de atuação e segundo Deliberato (2002) “atua desenvolvendo ações preventivas, avaliação, tratamento e reabilitação, usando nessas áreas programas de orientações e promoção da saúde, além de agentes físicos. Porém a sociedade e alguns representantes da saúde desconhecem as “novas” áreas de atuação da Fisioterapia, como a atenção primária. O fisioterapeuta também atua nas seguintes áreas: dermato-funcional, em que o profissional além de atuar no âmbito estético, reabilita a função. Guirro e Guirro (2004) afirmam que a Fisioterapia dermatofuncional veio então ampliar esta área de atuação que antes com a denominação “estética” apresentava uma conotação de melhorar ou restaurar apenas a aparência. Ela atua na saúde da mulher, disfunções uroginecológicas, climatério e mastologias; saúde pública atua na prevenção e promoção da saúde, com atendimentos domiciliares e ambulatorial, atividades com a equipe mínima da estratégia de saúde da família; nas disfunções cardiorespiratórias; lesões desportivas, disfunções neurológicas, traumato-ortopédicas e ergonomia. Sendo que este profissional atua em diversos locais, como: escolas, unidades de saúde, hospitais, empresas entre outros. Diante das diversas áreas de atuação, ainda assim a Fisioterapia é pouco ressaltada pela mídia em comparação com outras profissões de saúde. Heberlê e Sapper (2006, p.1-11) salientam que “a influência da mídia na vida cotidiana parece inegável. Afinal, ela está compondo a esfera ou o ambiente da vida contemporânea”. Este estudo vem demonstrar a necessidade da influência da mídia na profissão e o porque da falta de divulgação da mesmo na mídia. Material e métodos: Para este estudo realizou-se uma revisão literária, através de artigos e livros na área da saúde e da comunicação. Os dados foram obtidos através do acervo do Centro Universitário São Camilo-ES e os sites Google Acadêmico e Scielo. As palavras destacadas foram: Fisioterapia, mídia, saúde. 12 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio

Resultados e discussão: Meyer et al (2006,p.877-890) afirmam que “a importância dada à revolução científica e sua influência na área da saúde têm favorecido uma atenção centrada na doença e não no indivíduo, valorizando os aspectos curativos e deixando de lado os aspectos preventivos.”, isso vem demonstrar que os fisioterapeutas e os demais profissionais da saúde devem expor seus trabalhos na atenção primária da saúde, fortalecendo esta imagem que normalmente é vista apenas como reabilitadora. Ribeiro et al (2007,p.100-103) atenta para a importância de uma “análise crítica abordando o novo e atual papel do profissional de saúde como facilitador, educador e possível ponto de conexão da sociedade e a mídia”. Os profissionais devem procurar estar integrados em discussões de saúde, devendo se unir para favorecimento da profissão, e também buscar comprovações científicas em formas de pesquisas e não apenas nas evidências de seus tratamentos para que haja um respaldo perante a sociedade, o poder público e para alcançar a mídia proporcionando um interesse da mesma para as atuações do Fisioterapeuta. É bastante visível o quanto a fisioterapia torna-se “camuflada” frente a outras profissões da área da saúde que apresentam plena autonomia para discutir seus tratamentos diante da mídia, tornando a população privada de conhecimentos sobre a atuação desse profissional. Quanto essa discussão Nascimento et al (2006, p.241-247) afirma que “é indiscutível o quanto a fisioterapia tem avançado, tanto na produção de conhecimento específico e na implementação desse conhecimento quanto em programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu; porém, a socialização necessária para o reconhecimento público ainda não foi alcançada”. É importante que o incentivo para as pesquisas e divulgação da profissão seja iniciado no meio acadêmico, para que os alunos desenvolvam um vigor profissional e lutem pela classe, ganhando autonomia na profissão. Ainda conforme Nascimento et al (2006,p.241-247) “a escassez quanto à produção tem repercutido na dificuldade de se ter à disposição informações que incluam na história da fisioterapia, a discussão do processo de profissionalização e o desenvolvimento da identidade do profissional dessa área”. A publicação é um dever no exercício profissional do fisioterapeuta, isso é evidenciado no código de ética da profissão quando diz que este deve “oferecer ou divulgar seus

serviços profissionais de forma compatível com a dignidade da profissão e a leal concorrência”; (CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, 2008). A divulgação deste profissional deve partir primeiramente do próprio para que toda a mídia reconheça a autonomia deste e abra espaço para discussões no âmbito fisioterapêutico. De acordo com Heberlê e Sapper (2006,p.1-11) “a tendência é que os receptores levem para o meio onde vivem as informações e assim colaborem para que se prolongue a discursividade noticiosa”, Isso permite conseqüentemente uma maior divulgação da profissão. Bydlowski, Westphal e Pereira (2004, p.1424) afirmam que “os meios de comunicação têm hoje um grande papel na determinação dos pensamentos e comportamentos dos indivíduos”. De acordo Heberlê e Sapper (2006, p.1-11) “existem pessoas que, uma vez demandantes, acolherão mais avidamente as informações veiculadas pela mídia para a tomada de decisão. Isso se deve à necessidade que essas pessoas têm de orientação que, no caso, pode ser subsidiada pelas informações transmitidas pelos meios”. Conclusão: Diante dessas exposições sobre o importante papel da mídia para um maior reconhecimento da atuação fisioterapêutica, devem ser apresentadas pesquisas e experiências de forma a elucidar o receptor, utilizando uma linguagem de fácil entendimento para atingir toda a sociedade. Tais ações, associadas a uma maior abertura pelos serviços de saúde ao profissional pode contribuir para uma maior difusão acerca da importância e de sua atuação à saúde da população. Assim, tanto a sociedade quanto a própria mídia voltará atenções para esse profissional que busca um maior reconhecimento para a importância a que se presta na área da saúde. Referências: 1. BYDLOWSKI, Cynthia Rachid; WESTPHAL, Márcia Faria; PEREIRA, Isabel Maria Teixeira Bicudo. Promoção da Saúde. Porque sim e porque ainda. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.13, n.1, p.14-24, jan-abr. 2004. 2. CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Disponível em www. coffito.org.br. em 11 de outubro de 2008. 3.DELIBERATO, P. C. P. Fisioterapia Preventiva. São Paulo: Manole, 2002.


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Artigo | Fisioterapia desportiva, membros inferiores, futsal

Trabalho preventivo para diminuição da incidência de lesões de membros inferiores em atletas de futsal. por | Alexandre Ribeiro Alcaide; Alexandre M. H. Cosialls; Fernando Sousa Almeida; Rodolfo Marques Amélia

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cada ano o número de praticantes de futsal vem crescendo, segundo a CBFS (Confederação Brasileira de Futsal) o futsal é o esporte mais praticado no Brasil, com cerca de 12 milhões de praticantes. Isto devido ao grande número de quadras, facilidade de acesso ao esporte e além do futebol ser cultura nacional. Conseqüentemente com grande número de praticantes tanto de alto rendimento, como lazer e recreação a incidência de lesões tende a aumentar. Devido ao calendário sobrecarregado das competições e a falta de apoio financeiro, muitas equipes não conseguem realizar o trabalho ideal de preparação dos atletas. Isto acarreta negativamente tanto no rendimento dos atletas na parte técnica e tática como também na estrutura física, ocasionando posteriormente afastamento dos atletas por lesões osteomioarticulares consecutivas. Adicionado a este fator Ribeiro et al cita que o treinamento intenso e repetitivo de uma modalidade esportiva proporciona uma hipertrofia muscular e uma diminuição da flexibilidade, causando um desequilíbrio entre os músculos agonista e antagonista favorecendo a alterações posturais. Além disso, o excesso de treinamento pode causar lesões decorrentes de overuse, como microtraumas devidos aos atritos contínuos de duas ou mais estruturas, podendo levar a futuras tendinites, bursites e até fraturas por stress. A cada ano o futsal vem se tornando mais competitivo, e a busca de resultados é maior, desta forma a perfomance fica a frente da saúde, tendo o fisioterapeuta junto a equipe médica a função de equilibrar está balança. De acordo com os fatos descritos anteriormente o presente trabalho tem como objetivo realizar um trabalho fisioterápico preventivo para os membros inferiores em atletas de futsal adulto para diminuir a incidência de lesões desta região corpórea, comparando com duas equipes, onde uma foi realizado o trabalho preventivo e a outra não tendo recebido o trabalho, servindo como grupo controle . Materiais e Métodos A população avaliada constitui de 34 atletas com media de idade de 23,4, onde 18 eram da equipe A (controle) e 16 da equipe B, está 14 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio

com a presença de um fisioterapeuta durante as sessões de treinamento e jogos, e onde foi aplicado o trabalho preventivo no período de pré temporada no mês de fevereiro de 2001. Os dados foram coletados no período de março a junho de 2001 referente ao Campeonato Metropolitano de São Paulo, categoria principal, série ouro, sendo que as duas equipes realizaram o mesmo número de jogos e treinos, com periodicidade de 2 jogos e 5 treinos semanais em período único. Para realização do trabalho foi realizado uma entrevista individual com perguntas dirigidas e resposta subjetivas, através de um questionário adaptado de Carazzato et al para avaliar as lesões ocorridas nos últimos seis meses antes da competição, para se levantar as lesões que os atletas estavam propensos a recidiva durante a realização do trabalho. Outro questionário foi elaborado para avaliar e catalogar as lesões durante a realização do trabalho no 1° semestre de 2001, onde foi levantado o local da lesão, dividido em pé, tornozelo, perna, joelho, coxa e quadril, em que membro ocorreu (direito, esquerdo), se a lesão ocorreu durante uma sessão de treino ou em jogo, HMA (história da moléstia atual), utilizouse escala análoga visual de dor, onde 0 corresponde estar sem dor e 10 dor insuportável, qual tratamento foi realizado e o período de inatividade. Após ocorrido as lesões os atletas foram avaliados pelo mesmo médico e fisioterapeuta, buscando uma opinião única de cada caso. O trabalho preventivo foi dividido em uma avaliação postural de cada atleta, avaliando o alinhamento postural proposto por Kendall et al, considerando os planos frontal anterior e posterior e plano sagital direito e esquerdo, sendo necessário uma padronização na avaliação do alinhamento postural, que para Kendall et al está padronização é aquela que envolve uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga. Também foi realizado reeducação do gesto esportivo, propriocepção, Reeducação Do Gesto Esportivo Para realização da reeducação do gesto esportivo foi feita uma avaliação proposta por Fu et al, onde deve ser realizada no próprio ambiente esportivo através de uma avaliação dinâmica visual dos principais gestos esportivos do atleta.

No futsal, temos como fundamentos principais, o chute (Fig.2), o passe lateral e o passe frontal. Devido a falta de preparo dos treinadores de futsal durante o período de formação técnica do atleta nas categorias menores, esses atletas chegam a categoria principal com deficiências biomecânicas na execução dos fundamentos principais do esporte. Essas deficiências biomecânicas, a somar-se com as horas diárias de treinamento técnico, sobrecarregam estruturas osteoarticulares e musculares, aumentando a probabilidade de ocorrência de lesões durante a temporada.

Propriocepção Falando de futsal, a propriocepção tem um papel muito importante. Devido o futsal ser um esporte dinâmico, ele exige do seu praticante movimentação contínua durante a partida e ainda a realização de saltos, piques e corridas com mudanças de direções bruscas, o que exigirá dos atleta uma cinestesia corporal maior para a realização de cada movimento. Esta cinestesia vem de acordo com o que diz o trabalho de Pope et al, citado por Lephard et al, onde mostraram que o aumento da velocidade de contração dos isquiotibiais e quadríceps aumentaram significativamente a resistência ao valgo de joelhos entre 104% e 164%, fornecendo uma proteção substancial à lesão, pois a ativação muscular ocorreu em tempo insuficiente de poder proteger a articulação da lesão. Para realização do trabalho de propriocepção foi utilizado Balancin e Mini Trampolim (ISP) (Fig. 1 e 2), além de propriocepção especifica do esporte feita no ambiente esportivo (Fig. 3).


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Artigo | Fisioterapia desportiva, membros inferiores, futsal Fortalecimento Muscular O fortalecimento muscular também foi utilizado como forma preventiva, onde utilizou-se os equipamentos de mecanoterapia isotônico (Power Tech by Pórtico), realizando o fortalecimento muscular por todo período da competição. Os músculos por serem estabilizadores dinâmicos das articulações e quando fortalecidos irão auxiliar os estabilizadores estáticos (ligamentos, cápsulas) na prevenção das lesões, principalmente nos casos de entorses. Isto porque os estabilizadores estáticos não suportam isoladamente a força imposta pelo esporte durante a sua pratica. Quando se realiza o fortalecimento muscular, busca-se que o músculo quando solicitado se contraia no momento exato, produzindo uma resistência mecânica aos movimentos lesionais, associado com o trabalho preventivo, oferecendo assim as articulações circundadas por esses grupos musculares fortalecidos uma estabilização estática e dinâmica. Weineck descreve que entre os músculos e as estruturas articulares há estreitas relações intercambiais de reflexo. Distúrbios musculares causam distúrbios articulares e vice versa. Por exemplo no caso de lesões na articulação do joelho (lesões meniscais), há uma queda rápida do tônus do músculo extensor do joelho, há uma atrofia muscular, conseqüentemente perda de força e queda no desempenho. Resultado O atual trabalho objetivou em sua pesquisa levantar o número de lesões dos atletas de cada equipe e os dias inativos de cada atleta após ocorrido a lesão. A tabela 1 demonstra o número total das lesões de cada equipe, onde a equipe A, que não tinha um fisioterapeuta, apresentou 0.38± 0.6 (p < 0.0001) e a equipe B apresentou 0.09± 0.2 (p< 0.0001) (Tab.1). Com 16 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio

relação aos dias inativos após a lesão a equipe A apresentou 11.9 ± 4.3 (p< 0.0001) e a equipe B apresentou 0.4± 1.1 (p<0.0001) (Tab. 2).

Barrack et al estudaram dançarinos de ballet e Lephart et al estudaram ginastas colegiais e ambos os grupos relataram a capacidade proprioceptiva significantemente melhorada nos atletas altamente treinados. Caraffa et al seguiram um grupo de jogadores de futebol por três temporadas e encontraram que os jogadores que tinham submetido ao treinamento especifico de propriocepção tiveram uma incidência menor de lesões no joelho do que jogadores que não tinham recebido o treinamento proprioceptivo. Ribeiro et al em estudo com atletas de futsal, relataram que o entorse de tornozelo e lesões no joelho foram os tipos de lesões mais encontrados, relacionando estes achados a grande incidência de pés planos e joelhos valgos observados durante avaliação postural. Conclusão O trabalho observou a grande diferença no número de lesões e os dias inativos dos atletas de futsal de duas equipes paulistas, comparando a equipe que tinha um fisioterapeuta durante treinos e jogos, atuando no momento da lesão e a equipe que contava com atendimento fisioterapêutico no pós lesão. Mostrando assim que o trabalho do fisioterapeuta tende a diminuir o número de lesões e acelerar o retorno do atletas as atividades esportivas. Referências

Discussão Este estudo procurou mostrar a eficiência de um método de prevenção para diminuição das lesões em atletas de futsal, principalmente em membros inferiores (MMII), principal região corpórea de incidência de lesões. Lindenfeld et al em um estudo com atletas de futebol com idade entre 19 e 24 anos encontraram uma incidência de lesões de 29% no tornozelo e 12% no joelho, resultados similares aos de Putukian et al que realizaram um estudo prospectivo de lesões do futebol, e relataram que os membros inferiores foram os mais acometidos com 27 lesões (71.4%) do total, tendo o tornozelo e o joelho as regiões corpóreas mais acometidas. Carazzato et al em 20 anos de pesquisa encontraram 1625 lesões de atletas de futsal, sendo que 951 lesões correspondem aos membros inferiores, onde 380 (23.3%) foram entorses, 325 (20%) foram de lesões musculares e 246 (14.7%) foram contusões.

1- Barrack R, Skinner H, Bucklev S. Proprioception in the anterior cruciate deficient knee. Am J Sport Med 17: 1-6, 1989 2- Barrack R, Lund P, Skinner H. Knee joint proprioception revisited. Am J Sport Med 3- CARAZZATO J.G, CAMPOS L.A.N, CARAZZATO S.G. Incidência de lesões traumáticas em atletas competitivos de dez tipos de modalidades esportivas. Rev. Bras. Ortopedia, RJ 27(10), 745-758, Outubro 1992 4- COHEN M, ABDALLA R.J, EJNISMAN B, Amaro J.T. Lesões Ortopédicas no Futebol. Rev. Bras. Ortopedia, RJ 32(12), 940-944, Dezembro 1997 5- LINDENFELDT.N, NOYES F.R, HENDY M.P. Incidence of Injury Indoor Soccer. Am J Sports Med, EUA, 22(3), 364-370, 1994 6- PUTUKIAN M, KNOWLES W.K. Injuries in Indoor Soccer. Am J Sports Med, EUA, 24(3), 317-322, 1996 7- PRATI F.A.M. Lesão: Fatores Desencadeantes e Prevenção. Fisioterapia em Movimento, Paraná 5(1), 10-18, Setembro 1992 8- FU F.H. Sports Injuries: Mechanisms, Prevention and Treatment (2° ed.). Ed. Willians&Wilkins 9- LEPHARD S.M, FERRIS C.M. Neuromuscular Contributions to Anterior Cruciate Ligament Injuries in Females. Cur Opin Rheumat 2002, 14:168-174 10- CARAFFA A, CERULLI G, PROJETTI M, AISA G, RIZZO A. Prevention of ACL injuries in soccer: A prospective controlled study of proprioceptive training. Knee Surg Sports Traumat Arthrosc 1996 4(1): 19-21 11- RIBEIRO C.Z.P, AKASHI P.M.H, SACCO I.C.N, PEDRINELLI A. Relação entre alterações posturais e lesão do aparelho locomotor em atletas de futebol de salão. Rev. Bras.Med. Esporte vol.9 n° 2 mar/abril 2003 12- KENDALL F.P, Mc CLEARY F.K, PROVANCE P.G. Músculos Provas e Funções 4° ed, Ed. Manole 1995 13- KISNER C, Exercícios Terapêuticos- Fundamentos e Técnicas. 2° ed. Ed. Manole 1998 14- SALGADO A.S.I. Reeducação Proprioceptiva do Joelho e Tornozelo. Ed. Lovise 1995 15- WEINECK J. Biologia do Esporte . Ed. Manole 2000 16- FLECK S.J, KROEMER W.J, fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 2° ed., Ed. Artmed, 1999


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Nova

Fisio &estética

CADERNO ESPECIAL DE ESTÉTICA Nº 6 Novembro/Dezembro 2008

Vilma Natividade

Participe! Escreva para: vilma@novafisio.com.br

Caros leitores Este ano participando de vários congressos e palestras, verifique que muitas novidades estão despontando por todo o Brasil, mas um fato que me deixou muito animada é que na área da beleza em geral e Dermato funcional, o índice de empregabilidade aumentou cerca de 10%, e ainda mais a indústria de cosmético aumentou seu faturamento em 2008. Isto significa que além de gerar empregos, a Dermato funcional contribui de forma direta para o bem estar das pessoas, visto que muitos estão buscando a saúde da pele do corpo, de um modo geral, chegando mais próximo de um bem estar global. Que no próximo ano, Deus nos de bastante sabedoria para administrar todas as coisas, tanto boas ruins e difíceis, que certamente estão por vir no ano de 2009. Que em 2009 haja uma verdadeira união dos profissionais das áreas afins, e que possamos entender que sem ciência e conhecimento, não vamos conseguir mostrar a verdadeira Dermato funcional. Que você possa aproveitar os artigos dessa edição, realizados pelas alunas do curso de pós graduação, pessoas que alem de acreditarem, já estão fazendo sua parte e diferença na Dermato funcional. Espero continuar nos encontrando sempre. Que a paz e o sucesso estejam presentes em suas vidas sempre

Abraços a todos Vilma Natividade

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Artigo | US, lipoaspiração, Drenagem Linfática Manual

Estética

Prevenção de fibrose com o uso de Ultra-Som terapêutico no pós operatório de lipoaspiração |

por Navarro, Vivian S S Talpo, Marcela Andrade dos Santos

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protocolo de tratamento criado e aplicado foi analisado no efeito do ultra som terapêutico em fibrose em pós operatório de lipoaspiração abdominal. Trata-se de um estudo de (1) um caso,sexo feminino,22 anos, 1,55 de altura,54kg. Em pós operatório foram realizadas 3 sessões semanais durante um mês consecutivo de drenagem linfática manual do método Wolder e aplicação de ultra som terapêutico de 3 MHz ,modo pulsado 1:2,intensidade 0,5 w/cm² ,tempo de 10 minutos por quadrante. Após o tratamento pós operatório a paciente foi submetida a uma ultrassonografia da região abdominal,onde foi constatado que após o protocolo aplicado,não teve formação de fibrose. Este resultado sugere que o uso do ultra som terapêutico pode prevenir a formação de fibrose no pós operatório de lipoaspiração. INTRODUÇÃO A Sociedade atual está centrada em um padrão de beleza voltado para um corpo estruturalmente bem formado, levando o indivíduo a procurar recursos para uma melhor adaptação a esse padrão. No Brasil, conforme apontado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), foram realizadas no ano 2000 aproximadamente 350 mil cirurgias plásticas, das quais 175 mil (50%) tiveram motivação estética. Destas cirurgias estéticas, 70 mil (40%) foi lipoaspiração (Tacani 2005)². Para Avelar (1986)³ e Ribière (2000)4, o tratamento pós operatório de cirurgia plástica estética é importante para os próprios pacientes, pois estes são bem motivados e exigentes, e não toleram as complicações pela cirurgia. A fisioterapia dermato-funcional fundamentada em conceitos científicos sólidos muito tem contribuído tanto no pré quanto no pós-operatório, prevenindo e/ou tratando as respostas advindas das intervenções cirúrgicas, possibilitando ainda a diminuição da ansiedade pósoperatória. A lipoaspiração é o processo cirúrgico de remoção de excesso de tecido adiposo subcutâneo por meio de cânulas de metal que deslocam e destroem mecanicamente algumas células adiposas, aspiradas por um sistema de vácuo (Matarasso; hutchinson, 2001)5. Os traumatismos que a lipoaspiração provoca nos vasos sanguíneos e linfáticos podem ocasionar edemas de natureza hiperprotéica (linfedemas), que pode evoluir para fibroescleroses, formando “placas” duras no tecido 18 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio 18 • ed.65 | nov/dez 2008 • NovaFisio

subcutâneo e alterando a mobilidade tecidual e os contornos corporais (Vinãs, 1998)6. A reabsorção de hematomas é de vital importância nesta primeira fase, já que a sua evolução pode concorrer para a formação de fibroses (Guirro e Gruirro, 2002)¹. A drenagem linfática manual é uma forma especial de massagem destinada a melhorar as funções essenciais do sistema linfático, por meio de manobras precisas, leves, lentas e rítmicas, que obedecem ao trajeto do sistema linfático superficial, empurrando tangencialmente a pele até o seu limite elástico, sem que haja fricção ou deslizamento sobre ela e sem produzir dor ou eritema (Kasseroler, 1998)7. Outro recurso muito utilizado no pós-operatório imediato é o ultra-som, que está vinculado diretamente ao processo de cicatrização, visto que sua eficácia já está comprovada por inúmeros trabalhos, sendo os protocolos mais efetivos os iniciados imediatamente após a ocorrência da lesão, isto é, durante a fase inflamatória. O objetivo da utilização precoce desta modalidade de energia é promover uma melhora tanto na circulação sanguínea quanto linfática, possibilitando assim uma melhor nutrição celular (Guirro e Guirro, 2002) 1. O ultra-som tem sido utilizado com sucesso nos processo de reparo tecidual, sendo que nessa modalidade de energia, quando aplicada em animais e no homem, tem se revelado eficiente na resolução de muitas formas de lesões. Este trabalho tem como objetivo verificar a prevenção na formação de fibrose no pósoperatório de lipoaspiração utilizando como recurso a drenagem linfática manual e o ultrasom terapêutico. MATERIAL E MÉTODO Este trabalho foi realizado através do estudo de 1 (um) caso clínico. A paciente V.S. de 22 anos, sexo feminino, branca, 1,55 de altura, 54 kg, que reside na região de São Paulo, realizou todos os exames necessários para realizar uma cirurgia estética de lipoaspiração pela primeira vez. Mesma foi realizada no dia 03/10/2007 no hospital Central Tower. O método utilizado foi o de vibro lipoaspiração, sendo que para isso a paciente foi sedada e anestesiada localmente em centro cirúrgico. A área afetada pela cirurgia foi de 156cm2(13X12). No seu pós-operatório (P.O.) foram realizadas sessões de drenagem linfática manual do método Wolder, aplicações de ultra-som (U.S.)

terapêutico de 3mhz da marca GS, modelo GS 3005, registro MS-P382YM8LMW31, número de série 071/05, na clínica Vanité na região de Alphaville em São Paulo. As sessões no pós operatório começavam com o posicionamento da paciente em decúbito dorsal, com a cervical a 45graus, MMII elevados a 45 graus com um rolo de 15 cm de diâmetro embaixo da fossa poplítea. A drenagem linfática era realizada em toda parte anterior do corpo, após isso a paciente mudava de decúbito ficando em ventral apenas com um travesseiro de 3 cm de espessura na região cervical. A sessão de drenagem tinha duração de 1 hora, sendo que a primeira foi realizada logo após as 24 horas do P.O., a aplicação do U.S. foi realizada a partir do terceiro dia de P.O., utilizando apenas gel de condução a base de água, no modo pulsado 1:2, na intensidade 0,5w/cm2 com o tempo de duração de 10minutos por quadrante. A área a ser tratada foi dividida em 2 quadrantes,superior e inferior pois a era do aparelho tinha 5 cm2.A paciente apresentava dores localizadas leves e um pequeno hematoma em região de abdominal superior. A paciente foi tratada com um protocolo desenvolvido especialmente para esse estudo de caso, que era composta de 3 sessões semanais de drenagem linfática e US durante 1 mês, sendo realizado sempre pela mesma fisioterapeuta da clínica. Ao final de cada sessão a paciente recolocava a malha elástica compressiva, que a pedido do médico foi utilizado pela mesma durante 1 mês por tempo integral. Após 1 mês de tratamento foi realizado um exame de ultra-sonografia da parede abdominal para verificar se havia alguma formação de fibrose decorrente ao ato cirúrgico. Este exame foi realizado no dia 25/11/2006, no hospital Israelita Albert Einstein. DISCUSSÃO A principal seqüela pós-lipoaspiração é o processo de fibrose, decorrente do processo de cicatrização tecidual. Mesmo sem uma fundamentação científica, mas baseada em resultados publicados, o ultra-som tem sido utilizado com freqüência no pós-operatório com o intuito de minimizar a incidência das fibroses. (Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas, Fábio dos Santos Borges, Ed. Phorte, 2006)8. Ribière (2000), Guirro e Guirro (2002), afirmam que quanto, mais precoce for a abordagem fisioterapêutica menor será o período PO (pós operatório)1,4.


Artigo | US, lipoaspiração, Drenagem Linfática Manual As cirurgias plásticas estéticas ou as reparadoras em sua grande maioria têm grande necessidade de DLM, devido à grande destruição de vasos nervos causadas pela maioria destes procedimentos, provocando edema, dor e diminuição da sensibilidade cutânea, gerando grande desconforto ao paciente. A drenagem linfática manual, quando realizada no pós-operatório imediato, promove uma grande melhora do desconforto e do quadro álgico, por melhorar a congestão tecidual. Contribui também para o retorno precoce da normalização da sensibilidade cutânea local 8. Camargo e Marx (2000) preconizam iniciar a DLM no PO, com a utilização de manobras de evacuação (em regiões adjacentes à zona edemaciada e distantes do local operado) nas redes ganglionares e vias linfáticas que receberão o edema 14. Com bases em pesquisas, desenvolvemos um protocolo de tratamento para prevenção do processo de fibrose no pós operatório de lipoaspiração dentro dos padrões pesquisados. A utilização da DLM e do uso do ultra-som terapêutico favoreceu a paciente a minimizar os hematomas, alivio de dor, reconstrução de capilares linfáticos danificados, regenerarem a pele e os tecidos afetados, prevenir edema e linfedema, prevenir nódulos fibróticos. RESULTADOS E CONCLUSÃO Após o protocolo de tratamento aplicado, conseguimos observar que o resultado do nosso estudo de caso foi positivo. A prevenção foi eficaz no pós operatório de lipoaspiração para formação de fibrose. Abaixo as fotos do exame de ultra som realizado após o tratamento, onde comprova a inexistência de fibrose. Concluímos que a prevenção com protocolo aplicado para prevenção de fibrose no pós operatório de lipoaspiração abdominal foi eficaz.

REFERÊNCIAS

Estética

Estudos clínicos recentes mostram que o ultrasom pode reduzir edemas, favorecer a circulação sanguínea, relaxar a musculatura, aliviar a dor, acelerar o reparo tecidual e modificar a formação de cicatriz 10, 15,16. Carrel (1910) reconheceu três fases nos eventos da cicatrização, aceitos até hoje, a saber: 1) fase inflamatória ou inicial (até o 4° dia); 2) fase fibroblástica ou proliferativa (até o 14 dia) e 3) fase de maturação (a partir do 14° dia)9. Dyson acredita que o efeito do ultra-som na fase aguda de uma lesão pode acarretar uma liberação de agentes quimiotáxicos e a degranulação celular, na fase de proliferação. Assim os fibroblastos seriam estimulados a sintetizar uma maior quantidade de colágeno, favorecendo a formação de um tecido cicatricial mais forte 11. A migração de fibroblastos para o interior da ferida se faz ao longo de malhas de fibrina, que atuam como moldes para os elementos de reparação, formando andaimes para a deposição dos fibroblastos 17. O fibroblasto é a célula que produz colágeno, fibras elásticas e substância fundamental, responsável pela aderência das feridas cirúrgicas nos primeiros 6 dias de cicatrização 12. A potência da irradiação ultra-sônica é determinada pela intensidade, que é transmitida pelo transdutor. A baixa intensidade de uma onda contínua ou pulsada tem sido utilizada no tratamento das lesões agudas ou crônicas com o objetivo de aumentar o processo de reparação tecidual. Durante as primeiras 24 e 48 horas após a lesão, a prevenção e/ ou redução de edema é uma meta importante. Quando o objetivo for alcançar o efeito terapêutico de analgesia e reparo tecidual, devem ser empregadas intensidades baixas 13, pois altas intensidades podem interferir negativamente na fibroplasia e na síntese do colágeno, dificultando assim o processo de reparação.

1 – Elaine Guirro, Rinaldo Guirro. Fisioterapia Dermato-Funcional, Ed Manole, ano 2002. 2 – Tacani RE; Alegrance FC; Assumpção JD; Gimenes RO. Investigação do encaminhamento médico a tratamentos fisioterapêuticos de pacientes submetidos à lipoaspiração. O Mundo da Saúde – São Paulo, ano 29 V. 29 n. 2 abr./jun. 2005 3 – Avelar JM. Perfil psicológico do paciente: introdução ao estudo. In: Avelar JM; illouz YG. Lipoaspiração. Rio de Janeiro: Hipócrates; 1986. p.8-12. 4 – Ribière J. Place de la massokinésithérapie dans la chirurgie esthétique et réparatrice. Encycl Méd Chir. 2000;26-280-A-10. 5 – Matarasso A, Hutchinson OHZ. Liposuction. Jama. 2001;85(3): 266-268. 6 – Vinãs F. La linfa e su drenaje manual. 4º ed. Barcelona: Integral; 1998. 7 – Kasseroller RG. The vodder school: the vodder method. Cancer. 1998;3 (12 Supp/American): 2840-42. 8-Fabio dos Santos Borges.Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas,Ed Phorte,2006 9- Carrel A. The treatment of wounds.Journal of the american medical association,Chicago, v.55,n.25,p.2148-50,Dec.1910. 10-Haar, G. Therapeutic ultrasound.European Journal of ultrasound, Shannon, V.9,n.1,p.3-9,Mar. 1999. 11-Dyson M, Pond J.B. The stimulation of tissue regeneration by means of ultrasound.Clinical Science,London,v.35,n.2,p.273-85,apr,1968. 12-Mondolin M, Kamura Z. Aspectos Gerais da cicatrização de feridas.In:sucena,R.C.Cirurgia Plástica:contribuição para o ensino de especialidade.São Paulo.Fundo Editorial da sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica,1981. cap.9, p.91-02. 13-Mc Diarmid ;Burns P.N . Ultrasound and treatment of pressure sores.Physiotherapy,Lo ndon,v.71,n.2,p.66-7,1985. 14-Camargo e Marx. Reabilitação física no câncer de mama, São Paulo, Rocca, 2000. 15-Coakley,W. T. Biophysical effects of ultrasound at therapeutic intensities.Physiotherap y,London,V.64,n.6,p.166-69,June 1978. 16-Dyson,M .Therapeutic applications of ultrasound. In : Nyborg ,W .L ; Ziskin ,M .C. Biological effects of ultrasound. New York: Churchill Livingstone,1985. 17-Lobato, R. Efeitos do ultra-som terapêutico na prevenção de aderências tendinosas. Ribeirão Preto, 2002.

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Artigo | Queimados, tratamento, máscara negra.

Estética

Utilização da máscara negra de oxigênio e carbono no tratamento de queimaduras. |

por Daniela Pereira de Almeida; Karina Pampalon; Tatiane Cavalcanti; Orientadora: Profª Gisele Belloti Vieira

E

ste estudo tem como objetivo investigar a eficácia da máscara negra de oxigênio e carbono no tratamento de pacientes queimados. Para tanto, foram tratados três pacientes de diferentes idades, sexo, área de comprometimento e causa da lesão, por seis sessões no setor de queimados do Hospital Dr. Cármino Caricchio. Após o tratamento foi aplicado o questionário SF36 adaptado para este setor, com a finalidade de verificar o efeito obtido com a utilização da máscara. Conclui-se que a máscara pode ser parte integrante à outros tratamentos já existentes, pois, mostrou resultados satisfatórios tanto na parte física da lesão como no aspecto psicológico dos pacientes tratados. As queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano, determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos. Dependendo da gravidade do trauma, a ferida apresenta grande área do tecido desvitalizado, que é rapidamente colonizada por bactérias e leva algum tempo para cicatrizar, ou necessita de enxertia. A manifestação clínica de uma lesão térmica vai variar desde uma pequena bolha (flictena) até formas mais graves, capazes de desencadear respostas sistêmicas proporcionais à extensão e profundidade destas lesões. A pele íntegra constitui um dos mais importantes elementos de proteção do organismo humano dos agentes de agressão ambiental. O equilíbrio da microbiota é modificado após a queimadura, permitindo o estabelecimento e crescimento de bactérias patogênicas. A proliferação destas bactérias em ambiente favorável (hospedeiro susceptível) poderá culminar com um quadro de sepse, que até os dias de hoje é responsável por 75% dos óbitos em pacientes grandes queimados. Estima-se que no Brasil ocorram em torno de 1.000.000 de acidentes com queimaduras por ano. Destes, 100.000 pacientes procurarão atendimento hospitalar e cerca de 2.500 irão falecer direta ou indiretamente de suas lesões. Dentre os fatores de risco destacamos: abuso de álcool e fumo (acidentes com cigarros são responsáveis por 28% de todas as queimaduras fatais nos Estados Unidos), acidentes domiciliares são responsáveis por 68% das 20 • ed.65 | nov/dez 2008 • NovaFisio

queimaduras sendo causadas por líquidos superaquecidos, costumes locais (festas com fogueiras, balões, etc), status socioeconômicos (mortes por queimaduras são 1,6 a 8,8 vezes mais freqüentes nas populações de baixa renda), violência (contra mulheres e crianças, assaltos), epilepsia (queimaduras durante crises são muito comuns). O principal objetivo do tratamento da injúria térmica é a restauração dos tecidos lesados, seja por cicatrização em segunda intenção ou por auto-enxertia. Infelizmente estes dois processos não ocorrem com a rapidez desejada e, nesse ínterim, diversos transtornos necessitam de igual atenção e empenho para que o sucesso terapêutico seja alcançado. Dentre os tratamentos indicados podemos citar malha compressiva, massoterapia, eletroterapia, crioterapia, placas de silicone, plástico termomoldável, além de procedimentos cosmiátricos, como este novo método da utilização da máscara negra de oxigênio e carbono no tecido lesado pela queimadura. Material e métodos Foram selecionados três indivíduos do serviço ambulatorial do setor de queimaduras do Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio conhecido por “Hospital Municipal do Tatuapé.” 1-M.F.L.S., 51 anos A paciente sofreu queimadura de 2º grau superficial e profundo em tórax e abdome em 05/07/06, por escaldadura no próprio domicílio, foi pronto atendida neste hospital, permanecendo internada. Sendo que em 26/07 deste mesmo ano realizou enxerto em abdome e coxa direita na parte anterior e em 07/08/06 recebeu alta. Logo após, em 11/08 realizou a 1ª avaliação no setor de cosmiatria, onde foi diagnosticada uma cicatriz hiperêmica em coxa direita e abdome, áreas cruentas na região do enxerto em coxa direita, a área doadora (coxa esquerda) estava enfaixada, portanto não pôde ser avaliada. A partir daí o tratamento na coxa teve início, ocorrendo nas seguintes datas: 11 e 18/08; 01,15 e 29/09; 06/10. 2- S.A.A., 36 anos A paciente sofreu queimadura de 2º e 3º grau, por chama com álcool e cigarro, em uma tentativa de homicídio pelo próprio esposo em 10/05/06. A paciente foi internada neste hospital em 11/05/06, permaneceu por um mês e 22dias,

sendo que de 11/05 à 05/06 na U.T.I., realizou duas cirurgias de enxertia, em 23/05 e 16/06, recebendo alta em 28/06/06. Sua 1ª avaliação no setor de cosmiatria foi em 30/06/06, sendo diagnosticadas cicatrizes hipertróficas e hiperêmicas em pescoço e face, com intensa retração nos lábios e região esterno-clavicular bilateral, que acabam dificultando bastante a fala. O tratamento de face e pescoço teve início em 18/08 e continuou nas seguintes datas 01,15 e 29/09, 06/10 e 27/10. 3- C.E.A., 29 anos O paciente sofreu queimadura de 2º grau superficial e profundo, por explosão de gás em 24/04/06 no trabalho, em toda região de face, couro cabeludo, membros superiores e inferiores, foi pronto atendido neste hospital ficando internado por 46 dias, sendo que 30 na U.T.I.. Além disso, realizou três cirurgias, uma de enxerto em membro superior e duas na área dos olhos para diminuição de retração ocular, e logo após recebeu alta em 06/07/06. Sua 1ª avaliação cosmiátrica foi realizada em 18/08, onde foi diagnosticado uma retração em ambas pálpebras inferiores e lábios, crostas e áreas cruentas em orelhas, boca, membros superiores e couro cabeludo. Os membros superiores não foram avaliados, pois encontravam-se enfaixados. Neste mesmo, dia foi dado início ao tratamento que seguiu-se nas seguintes datas 18/08, 01/09, 15/09, 29/09, 06/10, 27/10. Tratamento Realizado: O local tratado é submetido à seguinte seqüência, é realizada uma higienização com sabonete Protex. Na seqüência a Máscara Negra (Oxigênio e Carbono) da bio POWER lines é aplicada, permanece por 20 minutos, retira-se a máscara com algodão umedecido e aplica-se protetor solar Sundow FPS15 para finalizar. A sessão tem duração em média de 40 minutos. Composição da máscara: A Máscara Negra possui os seguintes componentes: • Aminoácidos, Ácido Aspártico, Ácido Glutâmico, Histidina, Serina, Glicina, Alanina, Tirosina, Arginina, Valina, Metionina, Isoleucina, Leucina, Fenilanina, Lisina. • Vitaminas: A, E, D, Ácido Fólico, Ácido Pantotênico, Ácido Ascórbico, Niacinamida, B1, B2, B6 e B12. • Minerais: cálcio, cobre, ferro, magnésio, zinco e fósforo. • Ácidos Graxos: Ácido Linoleico (Omega-6),


Artigo | Queimados, tratamento, máscara negra. para se regenerar de forma menos retrátil. Avaliação do procedimento: O questionário aplicado é o SF36, adaptado pela Professora Gisele Belloti Vieira, fisioterapeuta responsável pelo trabalho de cosmiatria no setor de queimados do Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio. QUESTIONÁRIO IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Nome: RH: Endereço: Bairro: Cidade: UF: Idade: RG: Telefone: Sexo: ( )Feminino ( )Masculino Paciente: ( )Hospitalar ( )Ambulatorial AVALIAÇÃO DA ÁREA QUEIMADA EM COMPARAÇÃO COM A PELE NÃO QUEIMADA Aparência muito diferente ( ) semelhante ( ) Arde ( ) Não arde ( ) Mais clara ( ) Mais escura ( ) Coça ( ) Não coça ( ) Repuxa ( ) Não repuxa ( ) Mais macia ( ) Mais dura ( ) Mais hidratada ( ) Mais ressecada ( ) O QUE VOCÊ ESPERA DO TRATAMENTO? ( ) Desaparecimento das marcas

( ) Melhora das marcas ( ) Não espera nada

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Ácido Linolênico (Omega-3) e Fosfatidilcolina. • Além do Oxigênio Hiperbárico Líquido, cuja fórmula química é C10 F18 – ingrediente único que imita a função da hemoglobina e atua como portador de oxigênio para as células do tecido cutâneo. A utilização deste componente na cosmética revelou-se um grande aliado no processo de estimulação de produção dos fibroblastos, células responsáveis pela formação de colágeno e elastina. Por este motivo a Máscara Negra possui efeito cicatrizante e regeneradora de tecidos, conferindo à ela grande indicação nos casos de queimaduras. • Possui ainda extrato biotecnológico de Shiitake, que possui propriedades similares à dos AHAS (alfahidroxi-ácidos), que aumentam a síntese de colágeno e a renovação celular. • A proteína de soja hidrolisada por seu conteúdo de fito-hormônios auxilia na oxigenação do tecido, melhorando seu metabolismo. • A base deste extraordinário produto é uma composição natural de açúcar mascavo transformado em caramelo onde são incorporados os componentes obtidos por biotecnologia. Devido à toda composição descrita conclui-se que pelos efeitos da oxigenação, produção de colágeno, elastina e renovação celular, proporcionando uma melhor elasticidade para a região tratada, a máscara em questão possui total indicação para uma pele queimada que precisa de melhor oxigenação, elasticidade

O QUE VOCÊ ENTENDE POR MELHORA DA MARCA? ( ) Melhor hidratação ( ) Menor repuxamento ( ) Melhor elasticidade ( ) Menor relevo ( ) Melhor aparência ( ) Melhora da cor ( ) Melhor ao toque ( ) Menos coceira ( ) Melhor sensibilidade ( ) Menor dor QUANTO INCOMODA SUA MARCA HOJE (0 A 7) ? Nota____ QUAIS SÃO SEUS PLANOS PARA O FUTURO? AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO COM CREME ( ) Confortável ( ) Desconfortável ( ) Não sente nada ( ) Arde ( ) Não arde VOCÊ SE ESQUECE DE USAR OS CREMES EM CASA? ( ) Sim, três ou mais vezes por semana ( ) Sim, uma ou duas vezes por semana ( ) Sim, somente no dia da consulta ( ) Não, nunca esqueço

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Artigo | Queimados, tratamento, máscara negra. Quanto incomoda sua marca hoje após o tratamento (0 a 7)? Nota____

DURANTE TODO O PERÍODO DE TRATAMENTO Como se sente após o tratamento com a esteticista? ( ) Arde ( ) Não arde ( ) Coça ( ) Não coça ( ) Repuxa ( ) Não repuxa

COMO VOCÊ AVALIA ESTAS QUESTÕES: De uma forma geral (apesar de tudo), estou satisfeito(a) comigo mesmo(a). a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente

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AVALIAÇÃO TRATAMENTO COM ESTETICISTA ( ) Incomoda mexer na marca ( ) Não incomoda mexer na marca ( ) Incomoda ser tocado pela esteticista ( ) Não incomoda ser tocado pela esteticista ( ) Toque é agradável ( ) Toque não agradável

Como se sente nos outros dias? ( ) Arde ( ) Não arde ( ) Coça ( ) Não coça ( ) Repuxa ( ) Não repuxa Suas dúvidas foram esclarecidas com mais freqüência com: ( ) Médico ( ) Psicólogo ( ) Esteticista ( ) Farmacêutico ( ) Todos ( ) Outros ( ) Não tiro minha dúvidas ( ) Não tenho dúvidas Este tratamento foi muito cansativo ( ) Não ( ) Sim, porque a melhora é muito lenta ( ) Sim, porque não percebo melhora ( ) Sim, porque demora muito ser atendido Gostaria de continuar o tratamento com: ( ) Médico ( ) Esteticista ( ) Com os dois ( ) Não quer continuar o tratamento Sua família percebeu alguma diferença em suas marcas depois que voe iniciou o tratamento? ( ) Não ( ) Sim, acham que melhorou ( ) Sim, acham que piorou Seus amigos perceberam alguma diferença em suas marcas depois que você iniciou o tratamento? ( ) Sim, acham que melhorou ( ) Sim, acham que piorou ( ) Não ( ) Não mostrei para ninguém Como você se sente depois que começou este tratamento? ( ) Melhor, porque recebo atenção aqui ( ) Melhor, porque me valorizo mais ( ) Sinto-me igual a antes do tratamento

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Você acha que o tratamento foi satisfatório? Porquê? ( ) Sim ( ) Não

Às vezes, eu acho que eu não sirvo para nada, desqualificado(a) ou inferior em relação aos outros. a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente Eu sinto que eu tenho um tanto (um número) de boas qualidades. a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente Eu sou capaz de fazer coisas tão bem quanto a maioria das outras pessoas (desde que me ensinadas). a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente Não sinto satisfação nas coisas que realizei. Eu sinto que não tenho muito do que me orgulhar. a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente Às vezes, eu realmente me sinto inútil (incapaz de fazer as coisas). a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente Eu sinto que sou uma pessoa de valor, pelo menos num plano igual (num mesmo nível) às outras pessoas. a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente Não me dou o devido valor. Gostaria de ter mais respeito por mim mesmo(a).

a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente Quase sempre eu estou inclinado(a) a achar que sou um(a) fracassado(a). a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente Eu tenho uma atitude positiva (pensamentos, atos e sentimentos positivos) em relação a mim mesmo(a). a) Concordo plenamente b) Concordo c) Discordo d) Discordo plenamente Conforme os quadros 1 e 2, (DISPONIVEL NO SITE) obtivemos resultados satisfatórios com a utilização da máscara negra como tratamento coadjuvante da pele queimada, porém, não exclui a necessidade dos tratamentos acima que são de extrema eficiência para obtenção de bons resultados. De acordo com a avaliação aplicada (quadro1), onde foi questionado a melhora da lesão e a satisfação após o tratamento com a máscara, obtivemos em todos os pacientes tratados a resposta de maior conforto, diminuição do ardor, melhora da aparência da cicatriz, como também sua elasticidade, sensibilidade ao toque, menor repuxamento, relevo e diminuição do prurido. Além dos efeitos físicos constatados, pôde-se observar melhora da auto-estima, pois, todos relataram que após o tratamento possuem atitudes positivas em relação a pensamentos, atos e sentimentos. Conclusão Os resultados deste estudo que teve como objetivo identificar a eficácia da máscara negra de oxigênio e carbono no tratamento da pele queimada, mostraram melhoria da lesão tanto em termos de cicatrização e aparência como também no aspecto psicológico do paciente. Concluímos que a utilização da máscara, tornou-se parte integrante no tratamento do paciente queimado. REFERÊNCIAS: -Anzieu, D. O. Eu-pele. São Paulo, 1989. -Artz, C. P; Moncrief, J. A.; Pruitt, J. R.; Brasil, A. Queimaduras. 1ª edição. Rio de Janeiro. Interamericana, 1980. -Barreto, M. Estudo Epidemiológico de 4.907 Casos de Queimaduras Internados no CTQ do Hospital da Restauração de Recife. Revista Brasileira de Queimaduras 3(1). Pernambuco,. -Borges, F. S. Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São Paulo. Phorte, 2006.


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Artigo | Laserterapia, aferição, energia emitida, energia esperada.

Verificação da energia laser em clínicas de fisioterapia. por | Lucas Langoni Cassettari e Felipe Luís Chiachiri de Mello

A

laserterapia é uma modalidade terapêutica bastante difundida entre os fisioterapeutas. Inúmeros relatos na literatura comprovam sua eficácia, porém há uma escassez quanto a trabalhos científicos no que diz respeito à energia emitida e em relação aos conhecimentos sobre a técnica que os profissionais detêm. O objetivo deste trabalho foi verificar os equipamentos LASER utilizados diariamente em clínicas de fisioterapia quanto à sua capacidade de geração de energia, bem como avaliar os conhecimentos do profissional responsável pelo uso do aparelho. Foram avaliados 16 equipamentos que pertenciam a 15 clínicas de fisioterapia localizadas na cidade de Botucatu (4), São Carlos (1), Vargem Grande do Sul (2), e no município de Araraquara (9). Inicialmente, os profissionais que manuseiam os equipamentos foram submetidos a uma entrevista, seguido pela aferição de seus equipamentos. Os resultados demonstraram que em todos os aparelhos ocorreu discrepância entre energia emitida e esperada gerando um aspecto contraditório entre entrevista e aferição, uma vez que a maioria dos profissionais conhece a necessidade e realiza a manutenção (53%) e aferição regular dos equipamentos (60%), Grande parte dos entrevistados também relatou não utilizar óculos de proteção (67%) e nem disponibilizar aos seus pacientes (67%), e esta mesma maioria também nunca realizou cursos de atualização em Laser (53%), utilizando como base, somente as informações obtidas durante a graduação. Os resultados mostram a necessidade de uma maior ênfase por parte dos profissionais com relação à segurança da aplicação, atualização sobre o desenvolvimento da terapia, e maior informação sobre a real condição de seus aparelhos após a manutenção. 1- Introdução A fotobioestimulação LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) é muito utilizada como técnica auxiliar em programas de reabilitação de patologias degenerativas, pós-traumáticas e reparadoras. A Terapia a LASER de Baixa Intensidade (TLBI) é uma modalidade terapêutica monocromática e de intensidade relativamente baixa (< 500 mW), e supostamente incapaz de efetuar qualquer aquecimento detectável nos tecidos irradiados, sendo assim, denominado um recurso atérmico (KITCHEN, 2003). Esta técnica começou a ser difundida em meados da década de 80 (LOW e REED, 1999), no entanto na época havia muitas incertezas em relação aos parâmetros utilizados. Hoje, encontram - se inúmeros estudos na literatura que comprovam sua eficácia como recurso terapêutico em diversas situações clínicas, 24 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio

e possibilitam também um melhor entendimento de variáveis que o profissional tem que compreender para elaborar o protocolo de aplicação, como a interação LASER com o tecido biológico, o comprimento de onda (_) e a dosimetria. Com base nestas informações gerais, o profissional atribuiu, com o passar dos anos, uma maior confiabilidade na TLBI e sua eficácia como recurso terapêutico. O primeiro LASER gasoso visível desenvolvido que emitia luz de forma continua foi o Hélio-Neônio, sendo o pioneiro nas clínicas de fisioterapia. Este emissor apresenta um tubo longo contendo uma mistura de gases naturais à baixa pressão, cercados por um disparador de flash, emitindo uma radiação na região visível vermelha com 632,8 nm (CORRÊA, 2003). Outro LASER desenvolvido foi o de diodo, que é o mais utilizado atualmente, sendo este, um emissor especializado de luz baseado em junções do tipo positivo-negativo de condutores, como o arsenieto de gálio e alumínio (GaA1AS). Estes aparelhos são menores, mais baratos e resistentes, e podem ser construídos para comprimentos de onda específicos, não havendo nenhuma contra-indicação quanto a sua aplicação direta nos tecidos com um aplicador de mão (KITCHEN e BAZIN, 1998). Quanto aos efeitos terapêuticos, encontra-se bem documentada a efetividade da TLBI na cicatrização de tecidos moles, com ênfase nas lesões músculo-tendíneas e no reparo de feridas indolentes, úlceras tróficas, bem como no controle da dor, tanto músculo esquelética, como na artrite reumatóide, osteoartrite, bursite e dor lombar, quanto para dor neurogênica, como a do trigêmeo e pós herpética (CARVALHO et al, 2003). Por outro lado, os mecanismos celulares que permeiam as respostas teciduais observadas ainda não se encontram totalmente esclarecidos. Devido a estas características, esta modalidade terapêutica passou a ser muito difundida, e de uso rotineiro em diversas clínicas. Se por um lado é visto de forma positiva o aumento no número de equipamentos LASER, por outro há uma grande preocupação em relação à atualização por profissionais e principalmente quanto à efetividade de emissão de energia pelos equipamentos, pois há, por parte da maioria dos usuários, um total desconhecimento quanto à necessidade e importância da aferição regular dos aparelhos. Da mesma forma, o ultra-som que é outro recurso muito utilizado, também necessita de aferições freqüentes, mas diferentemente do que ocorre com o LASER, a maioria dos profissionais tem conhecimento desta necessidade. Esta dicotomia também é observada em relação ao número de trabalhos científicos que abordam o assunto, visto que quanto ao LASER praticamente não há relatos na literatura, já em relação ao ultra-som existem poucos estu-

dos, no entanto os resultados encontrados são alarmantes. Guirro e col. (1997) analisaram 31 equipamentos de ultra-som e verificaram que a maioria dos profissionais não realizava regularmente a aferição dos aparelhos, ocorrendo uma grande divergência de um modo geral em relação aos parâmetros utilizados para a terapia. Quanto à energia emitida observaram que aproximadamente 30% dos aparelhos testados, não se encontravam de acordo com as especificações técnicas propostas. Diante da popularização da TLBI e o maior número de equipamentos existentes em clínicas de fisioterapia, aumenta a preocupação quanto ao padrão de emissão de energia dentro de parâmetros aceitáveis, principalmente nos equipamentos mais antigos. A aferição regular dos equipamentos é uma necessidade e pode ser garantia de eficácia da técnica. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a energia de emissão de equipamentos LASER utilizados nas clínicas de fisioterapia, além de verificar se os usuários estão atualizados de forma geral sobre este tipo de recurso. 2 - Objetivos Este trabalho teve por finalidade verificar a situação dos equipamentos LASER utilizados diariamente em clínicas de fisioterapia em relação à capacidade de geração de energia por estes equipamentos, bem como os conhecimentos gerais do profissional usuário do aparelho, a respeito da necessidade de revisões periódicas, dos cuidados e das indicações terapêuticas. 3 – Materiais e Métodos 3.1- Amostra Foram avaliados 16 equipamentos Laser em 15 clínicas de fisioterapia, sendo quatro na cidade de Botucatu, um em São Carlos, dois em Vargem Grande do Sul, e nove no município de Araraquara. Em uma das clínicas visitadas havia dois equipamentos e ambos foram avaliados. O contato inicial foi feito por telefone onde foram agendados data e horário para entrevista com o fisioterapeuta que manuseia o equipamento. A entrevista e a posterior aferição do equipamento, somente foram iniciadas após a assinatura do Termo de Consentimento Pré-informado pelo profissional fisioterapeuta. 3.2 – Entrevista A entrevista teve por finalidade o preenchimento de uma Ficha de Dados por meio de perguntas dirigidas ao profissional a respeito de seus conhecimentos sobre os dados gerais do equipamento, a necessidade de revisões periódicas dos equipamentos, dos cuidados e suas indicações terapêuticas. O preenchimento da ficha foi realizado por um único entrevistador.


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Artigo | Laserterapia, aferição, energia emitida, energia esperada. 3.3 – Aferição do Equipamento LASER Após o término da entrevista iniciou-se o preenchimento da Ficha de Dados referente à potência nominal e real emitida pelo laser. A mensuração da potência real emitida pelo equipamento, foi realizada por uma fotocélula modelo LASERCHECK, marca COHERENT® / USA da Clínica de Fisioterapia do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA. Para cada equipamento LASER avaliado foram realizadas três medidas consecutivas, e destas, tirada uma média como resultado final. 3.4 – Análises dos Dados Os resultados obtidos compreendem os dados da entrevista e os da aferição dos equipamentos LASER, e são apresentados de forma quantitativa descritiva. 4 – Resultados Os resultados referentes à aplicação do questionário aos fisioterapeutas estão descritos abaixo. Quanto à realização da manutenção dos equipamentos, constata-se que 53% deles, já foram enviados a mesma. Em relação à aferição, pode-se notar que a grande maioria dos entrevistados (93%) sabe da necessidade e de sua importância, e 87% destes conhecem o local para onde devem enviar o Laser para aferição. Por outro lado, foi visto que apenas 60% dos equipamentos avaliados foram enviados para a aferição. Com relação à obrigatoriedade do uso de óculos de proteção durante a aplicação do LASER, foi observado 67% dos profissionais não fazem uso dos mesmos ou disponibilizam aos pacientes. E é sabido, que seu uso é indicado tanto pelo profissional quanto pelo paciente, uma vez que protege os olhos de ambos em casos de aplicação acidental direta na região ocular, ou pela reflexão do feixe LASER (Low e Reed 1999). A respeito das informações adquiridas na faculdade, observou-se que a grande maioria dos profissionais(93%) adquiriu o conteúdo durante a graduação. Destes, 60% classificaram como adequadas às informações, 20% definiram-nas como razoáveis e 13% como precárias. Apenas 7% dos entrevistados relataram que o assunto não foi abordado durante a graduação. Quanto à realização de cursos de atualização sobre a laserterapia, a maior parte (53%) relata não ter realizado cursos com esta natureza, no entanto a mesma maioria (87%) diz não ter dúvidas sobre o uso do laser no dia a dia. Em relação à freqüência de uso diário, foi constatado que a maioria dos profissionais (53%) utiliza o aparelho Laser mais de duas vezes ao dia, confirmando este recurso como um dos mais utilizados pelos fisioterapeutas. 5. Resultados das aferições Os valores relacionados à energia esperada e a energia emitida pelos aparelhos Laser foram observados. Os dados mostram que nenhum dos equipamentos avaliados está emitindo energia de acordo com a potência demarcada em suas respectivas canetas de aplicação. Em todos os equipamentos a potência emitida é menor que a potência prevista. Enquanto que em alguns aparelhos a diferença entre as potências emitida e esperada se encontra na 26 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio

faixa dos 10% como é o caso dos Lasers 1, 2, 4, 10, 14 e 16, foram encontrados equipamentos aonde esta diferença chegou a 2% (11) e até mesmo zero (12), ou seja, não estavam emitindo energia alguma. Valores da potência esperada e emitida (mW) pelos equipamentos Laser e diferença percentual entre os valores. 6-Discussão Além de avaliar a diferença entre a energia emitida pêlos equipamentos e a energia que está explicita em suas canetas por meio de uma aferição in loco, buscou-se também avaliar os conhecimentos gerais dos fisioterapeutas sobre a Laserterapia. A literatura é escassa nesta temática, e desta forma é impossível comparar resultados com outros autores para fomentar a diuscussão. Os resultados da aferição mostraram um dado alarmante. Nenhum dos equipamentos emitia energia conforme mencionado pelo fabricante. O equipamento que apresentou menor diferença entre o emitido e o esperado chegou a apresentar 5% de discrepância, que na verdade foram dois equipamentos, os de número 1 e 14. Por outro lado, a maioria dos fisioterapeutas conhece a necessidade de aferição dos equipamentos e aproximadamente 60% afirmam já ter encaminhado o Laser para a fábrica com tal propósito. Baseado nestes dados parece estar havendo contradição entre os valores encontrados na aferição e o relato dos profissionais sobre o envio dos equipamentos para a fábrica. Como mais da metade deles já enviaram seus aparelhos para aferição, era esperado um número maior de equipamentos que apresentassem menor discrepância entre os valores de energia emitida e esperada. No entanto, isto não ocorreu. Uma possível explicação para esta questão pode estar relacionada à idade avançada dos equipamentos, no entanto como neste trabalho não foram cruzados os dados entre a discrepância de energia e sua idade, não é possível concluir neste sentido. Outro fator que poderia explicar os dados obtidos reside no estado que o diodo se encontra. É importante salientar que um diodo que perdeu parte de sua capacidade de emitir energia não implica em dizer que o equipamento é velho. Um equipamento poder ser utilizado várias vezes ao dia, como observado neste estudo, onde 54% dos entrevistados utilizam este recurso terapêutico mais de duas vezes ao dia. O uso constante pode levar a perda nas propriedades do diodo em gerar energia luminosa, principalmente se houver uma projeção de uso contínuo durante um ou dois anos. Sua capacidade de emitir energia está intimamente relacionada com a freqüência de uso diário. Assim, diodos com maior tempo de uso devem ser substituídos por novos a fim de preservar o potencial bioestimulante do Laser. Neste caso, é necessário que os fabricantes instruam seus clientes sobre estas condições, bem como da necessidade de substituição dos diodos no momento que os equipamentos chegam para a manutenção. Teoricamente este fato, poderia ser solucionado a partir do encaminhamento de um laudo, gerado pelas empresas, aos profissionais juntamente com o orçamento da manutenção.

Outro dado importante a ser levado em consideração, diz respeito ao uso dos óculos de proteção, pois os resultados encontrados mais uma vez são preocupantes. De acordo com o relato dos profissionais, a maioria não utiliza óculos de proteção, bem com não disponibilizam para os seus pacientes. Teoricamente, o uso de óculos é indispensável para a realização da terapia com segurança, podendo levar a conseqüências lesivas para ambas as partes (Low e Reed, 1999). A laserterapia é uma técnica em constante desenvolvimento, gerando assim, a necessidade de acompanhamento desta evolução pelos profissionais da área. Isto não foi o que o presente estudo mostrou, pois a maioria nunca realizou nenhum tipo de curso de atualização em Laser e não apresentou dúvidas sobre a terapia, considerando como suficiente apenas os conhecimentos obtidos durante a graduação, já que os fisioterapeutas classificaram as informações adquiridas na faculdade como adequadas, Os resultados do presente trabalho mostram que deve haver uma maior preocupação por parte dos profissionais e das empresas com relação à eficácia da laserterapia, que é uma técnica adequada e segura de aplicação, dos conhecimentos sobre a resposta biológica frente à estimulação Laser e, principalmente, quanto à confiabilidade da energia emitida pêlos equipamentos. 7- Conclusões 1 - a emissão de energia pelos equipamentos LASER utilizados diariamente nas clinicas de fisioterapia é um fato preocupante, pois em todos os equipamentos analisados observou-se discrepância entre a energia emitida e a esperada; 2 - a obrigatoriedade do uso dos óculos de proteção não está sendo cumprida por parte dos fisioterapeutas, podendo vir a acarretar danos tanto para os profissionais quanto para os pacientes; 3 - ainda que constatado que a grande maioria dos profissionais obtiveram conhecimentos sobre a laserterapia na graduação, observouse que muitos fisioterapeutas não acompanham a constante evolução da técnica, a partir da participação de cursos de atualização; 4 - a emissão de laudos técnicos por parte das empresas no momento em que os equipamentos retornam da manutenção para seus proprietários, certamente minimizaria o déficit de emissão de energia dos Lasers que se encontram em uso atualmente. 8- Bibliografia Carvalho.T.P; Mazzer.N.;Siqueira.F.R.J.; Análise de fibras colágenas em feridas cutâneas de ratos submetidos a irradiação do Laser HeNe. Corrêa.I.F.;Prado.S.F.; O uso do Laser He Ne (632,2nm) no fechamento de feridas. Revista Fisioterapia Brasil - ano 4.p.144, 2003. Guirro, R.;Serrão. F.; Elias, D.; Bucalon, J.A.Calibration of therapheutic Ultrasound Equipment .Phishioterapy.v .83., p.422, 1997. Kitchen. S.;Basin, S. Eletroterapia de Clayton. Editora Manole, 10ª edição .p.91, 1998. Kitchen. S.;Eletroterapia prática baseada em evidências. Editora Manole 11ª Edição ,p.171, Low. J.;Reed .A. Eletroterapia Explicada princípios e prática. Editora Manole 3ª Edição .p.394-


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Artigo | Pré-Menstrual, Fisioterapia, Saúde da Mulher.

Atenção fisioterapêutica na síndrome Pré-menstrual: uma revisão sistemática. por | Daniella Leiros Cunha-Cavalcanti; Josalene Costa de Melo; Juliana Patrícia Cavalheri Olivier

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EFINIÇÃO DO PROBLEMA A tensão pré-menstrual foi descrita inicialmente por Frank em 1931, como um grupo de sinais e sintomas que surgem na segunda fase do ciclo menstrual, de intensidade progressiva e que cessam com o início do ciclo seguinte. Foi redefinida como síndrome pré-menstrual por Greene & Dalton em 1953, por que a tensão nervosa não era um sintoma obrigatório. Assim, a Síndrome Pré-Menstrual (SPM) é caracterizada como o conjunto de sinais e sintomas de ordem física, psicológica e comportamental que acomete a mulher na fase lútea do ciclo menstrual (Febrasgo, 2001). Durante os seis ou dez dias que precedem o início da menstruação, algumas mulheres apresentam desconforto acentuado. Irritabilidade nervosa, mastodinía, enxaqueca e edema são alguns dos sintomas que compõem a síndrome pré-menstrual, não devendo obrigatoriamente aparecer todos os sintomas juntos. Suas manifestações podem ser severas o suficiente para determinar piora nas relações inter-pessoais (Polden & Mantle, 2000). IMPORTÂNCIA DO ESTUDO A SPM apresenta sintomatologia cíclica e recorrente e, por vezes incapacitante sendo de prevalência elevada. Alterações pré-menstruais físicas ou emocionais podem ocorrer em até 80% das mulheres na idade reprodutiva. Apesar do grande número de pacientes portadoras deste conjunto de sinais e sintomas que caracterizam a SPM, existem poucos estudos sobre o assunto, principalmente relacionados ao tratamento fisioterapêutico. O resgate bibliográfico a respeito da SPM beneficia os profissionais da área da saúde, bem como os acadêmicos e a sociedade em geral, pois através desta pesquisa tornou-se possível conhecer a síndrome detalhadamente, o que esclarece e favorece a reabilitação de suas portadoras. Este estudo abordou a importância da atuação da Fisioterapia, promovendo um enriquecimento científico e esclarecendo as possíveis dúvidas acerca da SPM, do seu diagnóstico, ocorrência, sintomatologia e tratamento. QUESTÕES DE PESQUISA Como deve ser feito o diagnóstico da SPM? Qual é o papel do Fisioterapeuta diante de uma paciente com SPM? Qual a atuação do fisioterapeuta numa equipe multidisciplinar em relação SPM? SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL A Síndrome Pré-Menstrual (SPM) pode ser definida como um conjunto de perturbações, caracterizada por manifestações somáticas, afetivas, cognitivas e comportamentais que aparecem na fase pós-ovulatória do ciclo menstrual e que apresentam resolução rápida quando a menstruação se inicia. A sintomatologia é cíclica e recorrente e, por vezes incapaci28 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio

tante. Os sintomas comportamentais incluem: fadiga, irritabilidade, ansiedade, depressão, instabilidade emocional, insônia, aumento do apetite e dificuldade de trabalhar efetivamente. Os sintomas físicos incluem: distensão abdominal, dor à palpação da mama, edema de tornozelo e cefaléia (Greenspan & Strewler, 2000; Halbe, 2000). Caracterizada como uma neurose recidivante da mulher, consiste em uma entidade clínica e endócrina com manifestações do desequilíbrio hidro-eletrolítico e metabólico, ocorrendo com grande freqüência e acometendo as mulheres principalmente na fase lútea do ciclo menstrual. Para ser considerada uma patologia é importante que haja sintomas físicos, psicológicos e/ou comportamentais severos o suficiente para determinar piora nas relações inter-pessoais e/ou interferir negativamente nas atividades usuais da paciente (Febrasgo, 2001, Pinho et al., 2002). HISTÓRICO Há milhares de anos, muitas mulheres, em idade reprodutiva, apresentam sintomas na fase pré-menstrual descritos em detalhes pelas pacientes, suas famílias e médicos, sendo que somente algumas destas pacientes mostram sintomatologia intensa. Esses sintomas já são referidos há 2.000 a.C., em papiros de Ebers & Kahun sendo os primeiros relatos descritos por Hipócrates (Halbe, 2000). A síndrome somente saiu do empirismo no início do século XX, quando Frank (1931), descreveu um tipo de tensão no período prémenstrual com um grupo de sinais e sintomas que surgem na segunda fase do ciclo menstrual, de intensidade progressiva e que cessam no início do ciclo seguinte. Foi redefinida por Greene & Dalton (1953), onde a tensão nervosa não era um sintoma obrigatório. Assim, a síndrome é caracterizada como um conjunto de sinais e sintomas de ordem física, psicológica e comportamental que acomete a mulher na fase lútea do ciclo menstrual, desaparecendo com o início do fluxo menstrual (Febrasgo, 2001). EPIDEMIOLOGIA A prevalência desta síndrome é elevada. As alterações pré-menstruais físicas ou emocionais podem ocorrer em até 80% das mulheres em idade reprodutiva. A SPM é mais presente na fase lútea do ciclo, acometendo 30% a 80% das mulheres, principalmente a partir dos 30 anos de idade. Os sintomas são mais graves em um a cinco por cento dos casos, e quando as alterações também ocorrem na fase folicular do ciclo (Halbe, 2000; Sampaio, 2002). Em relação à intensidade, estudos epidemiológicos recentes indicam que, nas populações estudadas, de cinco a 10% das mulheres em idade reprodutiva apresentam sintomas moderados ou acentuados, relacionados ao

período do ciclo menstrual. Outros 20% a 40% das mulheres sentem-se menos bem durante o final da fase lútea e o início da fase menstrual do ciclo, assim como durante cerca de um dia no meio do ciclo. A SPM parece ser limitada às mulheres que tem ciclos ovulatórios (Greenspan & Strewler, 2000). A SPM é geralmente abordada como um problema das “mulheres adultas”, porém estudos mostram que entre 51% a 66% das jovens entre 12 e 19 anos apresentam sinais e sintomas característicos da SPM. Ainda neste contexto é relevante ressaltar que as mulheres no período pós-menopausa e pós histerectomia também podem apresentar sinais e sintomas da SPM desde que seus ovários permaneçam intactos. Ente as mulheres em idade fértil, de 70% a 90%, relatam pelo menos alguns dos sintomas característicos da SPM. (Azevedo, 2001; Kaplan et al., 2003). ETIOLOGIA A causa da SPM não é totalmente compreendida, podendo haver envolvimento de excesso de estrógeno, deficiência de progesterona, retenção hídrica, deficiência de vitamina B6, hiperprolactinemia, alergias hormonais ou anormalidades de prostaglandinas. Pode haver mais de uma causa envolvida, e apesar das explicações serem insatisfatórias, verificou-se que tanto o estradiol quanto a progesterona podem desencadear os sintomas em mulheres susceptíveis. Há possível influência do aumento de prolactina e de magnésio, alterações no balanço eletrolítico e da liberação de endorfinas e neurotransmissores, além das influências ambientais, psicológicas e/ou nutricionais entre as causas da referida síndrome (Febrasgo, 2001; Sampaio, 2002). Em cada ciclo menstrual, ocorrem muitas alterações hormonais, mas não há comprovação da influência direta destas alterações na ocorrência da SPM, uma vez que a síndrome acompanha a ovulação normal da mulher e não há alteração na dosagem sérica dos hormônios sexuais FSH, LH, estrogênios, progesterona, prolactina e testosterona. Os fatores genéticos também são considerados (Dickerson et al., 2003). Contudo, a etiologia da SPM permanece imprecisa, devendo ser complexa e multifatorial. Embora existam muitas hipóteses a respeito das causas desta doença, atualmente prevalece o fato de haver influências hormonais, normais ao ciclo menstrual que interferem no Sistema Nervoso Central (SNC). No entanto este fato ocorre em mulheres susceptíveis, seja por histórico familiar, social, ou por hipersensibilidade hormonal, supondo-se haver uma íntima relação entre os hormônios sexuais femininos, as endorfinas que estão diretamente relacionadas com a sensação do prazer e os neurotransmissores tais como a serotonina (Pinho et al., 2002).


Artigo | Pré-Menstrual, Fisioterapia, Saúde da Mulher. SINAIS E SINTOMAS A SPM é caracterizada pelo aparecimento cíclico de um ou vários fatores de uma larga constatação de sintomas que ocorrem logo antes da menstruação, em grau suficiente para interferir na qualidade de vida da paciente e no seu trabalho, seguidos de períodos completamente assintomáticos. Os sintomas mais encontrados são: distensão abdominal, ansiedade, mastalgia, crises de choro, depressão, cansaço, irritabilidade, sede, alterações do apetite e edema nos membros inferiores, em vários graus, e que normalmente ocorrem nos últimos sete a 10 dias antes do ciclo. A composição exata do quadro de sintomas da paciente é irrelevante, sendo mais importante caracterizar prospectiva e detalhadamente, a natureza cíclica desses sintomas (Febrasgo, 2001). Dentre as mulheres que menstruam, aproximadamente 85% referem um ou mais sintomas pré-menstruais. Cerca de 200 sintomas, tem sido associados a SPM. Entre os sintomas mais comuns, os comportamentais são fadiga, insônia, vertigens, alterações no interesse sexual, necessidade por alimentos específicos e aumento do consumo dos mesmos. Os psicólogos se apresentam como: irritabilidade, raiva, depressão, choro fácil, ansiedade, tensão, oscilação de humor, falta de concentração, confusão, esquecimento, perturbação, sentimento de solidão, diminuição da autoestima. E os sintomas físicos mais encontrados são: dor de cabeça, aumento da sensibilidade e do tamanho das mamas, dor nas costas, dor e gases abdominal, aumento de peso, retenção líquida com aumento do volume em extremidades, dor muscular e articular (Dickerson et al., 2003). Os sintomas ficam mais intensos com o passar dos anos, principalmente entre os 45 e 50 anos de idade, período em que as mulheres entram na menopausa pela perda função ovariana, entretanto, diversas pesquisas revelam um alto e crescente índice de sintomatologia intensa entre as adolescentes. Mulheres com distúrbios psicológicos com histórico anterior de depressão pós-parto e história materna de SPM são mais susceptíveis a desenvolver os sinais e sintomas característicos da síndrome (Azevedo, 2001). CLASSIFICAÇÃO A síndrome apresenta várias classificações, geralmente associadas aos sintomas predominantes. Van Keep & Leher dividiram a síndrome em três grupos, relacionados aos sintomas. Abraham & Hargrove classificaram em quatro grupos, também correlacionados aos sintomas predominantes. Também foi dividida por Candon em quatro tipos, porém segundo a presença e a intensidade de disforia e disfunção (Halbe, 2000). Embora hajam diversas classificações associadas aos sintomas predominantes, a mais utilizada é a classificação em quatro grupos, sendo SPM-A (ansiedade, irritabilidade e tensão nervosa); SPM-H (alterações do metabolismo hídrico, manifestada por edema, dores abdominais, mastalgia e ganho de peso); SPM-C (cefaléia, habitualmente acompanhada de aumento de apetite, desejo incontrolável de ingerir alimentos doces, fadiga, palpitações e tremores); e SPM-D (depressão, acompanhada de insônia, choro fácil, esquecimento e confusão) (Approbato et al, 2001; Azevedo, 2001).

DIAGNÓSTICO Os sintomas da SPM podem ser suficientemente intensos ao ponto de interferir com alguns aspectos na vida das pacientes, no entanto, é preciso levar em conta que nem tudo que é cíclico constitui desta síndrome, assim como todas as modificações pré-menstruais em determinadas pacientes podem não fazer parte da síndrome pré-menstrual (Halbe, 2000). Não existe nem um sintoma patognomônico, teste laboratorial ou achado em exame físico que permita o diagnóstico preciso da SPM, portanto, este se baseia no relato subjetivo da paciente e o diagnóstico é essencialmente clínico, sendo fundamental o registro objetivo dos sintomas. É importante o diagnóstico diferencial com transtornos psiquiátricos crônicos ou transtornos causados pelo estresse que apresentam uma piora dos sintomas no período pré-menstrual (Pinho et al., 2002). Tendo em vista que a maioria das mulheres que procura tratamento para a SPM, tem sintomas não relacionados ao período do ciclo menstrual, assim, uma avaliação cuidadosa é essencial. Antes de determinar o diagnóstico de SPM, uma mulher deve registrar a intensidade dos sintomas diariamente, durante no mínimo dois ciclos menstruais completos (Berek, 2005). O profissional deve colher uma anamnese cuidadosa, incluindo um questionamento detalhado acerca de estresses associados ao trabalho e a vida familiar da paciente bem como realizar exame físico completo para avaliar adequadamente a natureza e o grau de intensidade das queixas, devendo excluir as queixas somáticas, que podem ser sensíveis ao tratamento (Halbe, 2000; Greenspan & Strewler, 2000; Febrasgo, 2001). TRATAMENTO DA SPM A SPM difere dos outros problemas médicos por não se restringir a relação do indivíduo consigo mesmo, mas por refletir também no relacionamento interpessoal e complexo da sociedade, seja promovendo uma deteriorização transitória nos contatos familiares, seja predispondo a maior incidência de delitos e acidentes e a baixa produtividade no trabalho, merecendo assim ser amplamente estudada, objetivando a melhora das pacientes. A SPM deve ser tratada em diferentes níveis, de acordo com as necessidades individuais da paciente (Approbato et al., 2001). A terapia medicamentosa para mulheres adultas é baseada no uso de anti-concepcionais, anti-depressivos, diuréticos e vitaminas. Em alguns casos, pode-se ter indicação de mentos psicotrópicos, por curtos períodos. Alguns pesquisadores afirmam que antidepressores inibidores seletivos da recaptação de serotonina podem aliviar a SPM (Cunha-Cavalcanti & Chúfalo, 2005). Tendo em vista que apesar da eficácia do uso de medicamentos como hormônios, analgésicos, diuréticos e anti-depressivos no alívio da SPM, muitas mulheres preferem terapias não medicamentosas, assim outras abordagens terapêuticas vem a somar no tratamento dos sinais e sintomas desta síndrome. Além da terapia medicamentosa, a psicoterapia, fitoterapia, homeopatia, acupuntura, reflexologia, acompanhamento nutricional e Fisioterapia têm sido amplamente abordados como terapias que contribuem satisfatoriamente na minimização do quadro de SPM, percebendo-se a www.novafisio.com.br • ed. 65|2008 • 29


Artigo | Pré-Menstrual, Fisioterapia, Saúde da Mulher. necessidade da atuação multidisciplinar envolvendo os profissionais no tratamento conjunto da SPM (Azevedo, 2001). TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Por ser uma ciência que visa restaurar, manter, desenvolver e/ou preservar a integridade do corpo humano e, ainda, prevenir as alterações de suas funções, a Fisioterapia, através de uma grande variedade de recursos não farmacológicos, tais como, os agentes mecânicos, físicos e elétricos, associados a diversas técnicas terapêuticas, vem a somar na manutenção do bem estar físico e emocional das pacientes com SPM (Cunha-Cavalcanti & Chúfalo, 2005). Atividade física e técnicas posturais As mulheres que praticam exercícios apresentam menos sintomas pré-menstruais do que as mulheres inativas, pois o exercício físico previne e/ou reduz alguns destes sintomas através da influência neuroendócrina e dos benefícios psicológicos, pois o exercício proporciona liberação de endorfinas, responsáveis por promover a sensação de bem-estar. A atividade física pode melhorar a mobilidade pélvica e a percepção corporal, prevenindo e tratando a instalação de contraturas musculares o que impede que a tensão secundária ao quadro álgico se instale, levando a incapacidade, auxiliando a produção de substâncias analgésicas e melhora a resposta imunológica da mulher (Halbe, 2000). A Hidroterapia é uma modalidade da Fisioterapia eficaz em diversas patologias, buscando um condicionamento cárdio-respiratório e fortalecimento muscular aliados à qualidade de vida. Compreende uma série de exercícios, manipulações e mobilizações baseados em conceitos de fisiologia do exercício e biomecânica utilizando as propriedades físicas da água como empuxo (efeito de flutuação), pressão hidrostática e turbulência (Cassar, 2001). As técnicas posturais, a Reeducação Postural Global (RPG) e o Pilates são de grande valia quando há um componente tensional associado à sintomatologia da paciente, como nos casos em que se apresenta cefaléia ou enxaqueca tensional, dores abdominais de irradiação lombar, dores nos membros inferiores e algias na coluna em geral (Figueiró, 2006). Recursos terapêuticos manuais Em relação à massoterapia, diversas técnicas podem ser utilizadas e associadas buscando o alívio dos sinais e sintomas apresentados pelas pacientes. Destacam-se, a massagem relaxante, a drenagem linfática manual (DLM) e/ou pressoterapia, a massagem da cabeça e a reflexologia. Além do relaxamento e do apoio emocional conferidos à massagem terapêutica, esta também é benéfica devido a sua influência sobre diversos processos orgânicos. Estes efeitos são considerados mecânicos, neurais, químicos e fisiológicos ou simplesmente mecânicos e reflexos, sendo todos relevantes e inter-relacionados uns com os outros e com fatores emocionais subjacentes (Cassar, 2001). Os objetivos da massagem são aumentar o retorno da linfa e, possivelmente do retorno do sangue venoso, reduzir o nível de tensão muscular em repouso, diminuir a ansiedade e estimular a consciência corporal da paciente. As manobras são indicadas na prevenção e/ou tratamento de edemas, linfedemas, enxertos, queimaduras, sensação de cansaço, gravidez, hematomas e equimoses, varizes, olheiras, 30 • ed.65 | nov/dez Nov/Dez2008 2008••NovaFisio NovaFisio

acne rosácea, rejuvenescimento, lipodistrofia ginóide e pré e pós qualquer cirurgia (Zucco, 2002; Andrade & Clifford, 2003). Recursos eletroterápicos A pressoterapia ou compressão pneumática é usada com o objetivo de se opor as pressões intravasculares em sinergismo com o movimento muscular para alcançar os efeitos de drenagem e consiste no emprego das câmaras de ar com formato de luvas ou botas conectadas a um sistema compressor com um controle de medidas em milímetro de mercúrio e um controle de tempo que varia segundo a segundo na proporção inflação/deflação (Lima, 2003). A celulite (lipodistrofiaginóide - LDG) está diretamente associada às alterações hormonais, agravando com a gestação, na fase pré-menstrual e com estrogenoterapia. Considerando que esta patologia influi negativamente nos fatores emocionais e físicos da mulher e podendo ser um sinal da SPM, esta necessita de abordagem fisioterapêutica, que, neste caso constitui do uso de ultra-som (US), terapêutico de 3 MHz (mega Hertz). Dentre os efeitos do US no tratamento da LDG, também chamada de fibro edema gelóide (FEG), destaca-se o aumento da circulação, rearranjo e aumento da estensibilidade das fibras colágenas e melhora das propriedades mecânicas do tecido, além de seu aspecto potencializador (fonoforese) na penetração dos princípios ativos (Conti et al., 2000). A acne facial vulgar é uma lesão em que ocorre inflamação do folículo piloso e da glândula sebácea a qual evolui em ciclos sob a influência hormonal, acometendo muitos adolescentes e, principalmente as mulheres com significativa piora na fase pré-menstrual. Assim, é relevante que o fisioterapeuta atue em seu tratamento, considerando os recursos fisioterapêuticos disponíveis, tais como o Laser cuja radiação interage com a acne mediante sua ação terapêutica antiinflamatória e cicatrizante. O efeito antiinflamatório é justificado pela interferência na síntese prostaglandinas associada ao estímulo na micro-circulação. O estímulo à cicatrização é dado pelo incremento à produção de Adenosina-Tri-Fosfato (ATP), aceleração na velocidade mitótica, aumentando a divisão celular. O Laser é ainda responsável pela angiogênese, formação de novos vasos a partir dos já existentes (Assunção et al., 2003). Terapias alternativas Segundo Falcão (2006), as terapias integradas ou alternativas vêm conquistando mais adeptos no Brasil nos últimos anos. Buscam o equilíbrio energético do ser humano e procuram auxiliar cada um a se conhecer melhor, a compreender onde estão as dificuldades que levam às doenças, bem como o significado da dificuldade que esta sendo enfrentada e qual a melhor maneira de lidar com ela. A partir deste contexto, cada vez mais os fisioterapeutas buscam os conhecimentos e o aperfeiçoamento das terapias alternativas como técnicas auxiliares e potencializadoras dos tratamentos fisioterapêuticos propostos. Vários efeitos de relevância clínica podem ser gerados pela Acupuntura (ACP), ou pela Eletroacupuntura (EACP), dentre estes destacam-se os efeitos: analgésicos, relaxante muscular, sedativos, hipnótico, antiemético, ansiolítico, antidepressivo, antisecretor (acido clorídrico), antiinflamatório, indutor da imu-

nidade, facilitador da excreção de toxinas, estimulante da reparação e cicatrização tecidual, tratamento de sintomas neurológicos como a enxaqueca e cefaléia, entre outras. ACP se baseia na aplicação de estímulo em pontos específicos que se localizam na área de grande concentração de terminação nervosa ou ao redor do ramo nervoso e seus efeitos se fazem por meio de mecanismos neurais, neuroumorais e neuroquímicos. (Cabyoglu et al., 2006). A reflexologia, é uma técnica de massagem oriental e preconiza que todos os órgãos do corpo estão refletidos em diferentes pontos das plantas dos pés e que quando pressionados, estimulam o funcionamento dos órgãos correspondentes e aliviam as dores através das zonas reflexas, ou seja, uma infinidade de terminações nervosas sensíveis, que quando massageadas enviam mensagens para o cérebro ativando a circulação do órgão correspondente e reequilibrando as suas funções. Além da sensação de relaxamento e de melhora do fluxo energético, a pressão nos pontos da reflexologia induz o organismo a produzir endorfina (Rocha, 2004). A massagem na região da cabeça combinada com técnicas simples de meditação consiste em uma forma eficaz de reequilibrar as energias, eliminando a negatividade, aliviando dores e prevenindo várias doenças, além de inibir a tensão muscular, dispersar toxinas, reduzir a ansiedade e depressão, diminuir o estresse físico e mental e melhorar a irrigação sangüínea do cérebro e regulando a ação dos hormônios. A massagem da cabeça também afeta o ritmo do fluído cérebro-espinhal, transportando mensagem de cura e auto-cura pelo organismo (Andrade & Clifford, 2003). A cromoterapia é uma técnica conhecida desde a antiguidade, encontrada nos manuscritos chineses, egípcios e hindus sendo utilizada para harmonização e cura. O fisioterapeuta deve associar a cromoterapia aos tratamentos de suas pacientes visando um todo: corpo, mente e espírito. A cromoterapia pode ser realizada em forma de luzes, meditação, em conjunto aos exercícios respiratórios, associada aos chakras, entre outras técnicas. No caso da SPM, o trabalho será realizado considerando a sintomatologia apresentada baseando-se nos princípios da correlação das cores com os chakras, os órgãos e as funções específicas (Marini, 2002). A terapia com florais tem como princípio de cura a transformação das disposições mentais negativas em qualidades. Cada uma das flores tornou-se uma chave para trabalhar um processo de transformação, abrindo uma porta do universo da cura. Assim, não administra-se muitos florais ao mesmo tempo, para não se perder o processo harmonizador. A cada porta aberta podem aparecer novos sintomas físicos ou emocionais que serão tratados com devidos ajustes no tipo de floral e na dosagem determinada, ao longo da terapia. Os florais devem ser escolhidos de acordo com os sintomas que, conforme já citados, são muitos variados (Marini, 2002; Falcão, 2006). A aromoterapia utiliza os aromas visando a cura de uma indisposição mental e/ou física, pode ser associada à medicina tradicional e a outros tipos de terapias alternativas ampliando os seus resultados. A inalação e a aplicação tópica através de massagens e os banhos são os principais métodos utilizados para


Artigo | Pré-Menstrual, Fisioterapia, Saúde da Mulher. que o óleo essencial, extraído das plantas, seja absorvido pelo organismo. O olfato tem o poder de alterar o comportamento das pessoas rápida e intensamente por estar relacionado ao sistema límbico, a parte do cérebro que responde pelas emoções e lembranças afetivas e aos instintos primitivos que não podem ser evitados, enquanto outros sentidos estão associados a regiões cerebrais mais vinculadas a racionalidade. Assim, através do olfato, podese influenciar áreas do cérebro inacessíveis ao controle mental, bem como as emoções e as reações hormonais, com respostas que afetam o corpo físico e a mente. A aplicação dos óleos essenciais em massagens pode melhorar o funcionamento dos sistemas musculares, linfáticos e nervosos (Falcão, 2006). Orientações Considerando a ampla variação de sinais e sintomas associados a SPM, desde as manifestações leves até as mais graves e sua repercussão sobre as pacientes, seus relacionamentos interpessoais, incluindo família, relacionamentos amorosos, trabalho e sociedade, os profissionais de saúde que atuam junto a mulher, devem estar cientes dessas alterações físicas, emocionais e comportamentais para poder atuar tanto no diagnóstico, quanto no tratamento da SPM e, ainda, na prevenção da manifestação e agravamento de seu quadro clínico. Por atuar diretamente com as pacientes o fisioterapeuta deve ter a sensibilidade de esclarecer e orientar as suas pacientes e os que a cercam, permitindo melhor qualidade de vida aos envolvidos (Sampaio, 2002; Cunha-Cavalcanti & Chúfalo, 2005). Por abordar a paciente como um todo, ou seja, um ser bio-psico-social, o fisioterapeuta analisa, além dos aspectos supra citados, o ambiente em que ela vive e as oportunidades vivenciadas, buscando estudá-la no contexto social em que ela está inserida e conhecer sua história de vida a fim de poder maximizar o resultado de seu tratamento e orientações, obviamente, sem perder sua identidade de fisioterapeuta (Andriote, 2004). Em relação às orientações, muitos autores são unânimes em afirmar que a paciente e a sociedade em geral, devem ser esclarecidas acerca da SPM, suas prováveis causas e quanto a sintomatologia mais comum, bem como sobre a importância do diário dos sintomas e como respondê-lo e das medidas que devem ser tomadas para o alívio dos sintomas, tais como: prática regular de atividade física; abordagem nutricional priorizando a diminuição de cafeína, sal, álcool, açúcares e gorduras, e o incremento da dieta com vitaminas e alimentos ricos em nutrientes específicos; diminuição do estresse com atividades relaxantes e prazerosas; rotinas diária nos horários de sono; uso de roupas leves em virtude do edema; e evitar decisões importantes nessa fase. É importante salientar que a recorrência dos sintomas é cíclica e que os mesmos podem ser aliviados mediante aos tratamentos adequados (Approbato et al, 2001). RESULTADOS E DISCUSSÕES - O diagnóstico da SPM é clínico e deverá consistir da anamnese, exame físico e exames complementares, considerando os seguintes critérios diagnósticos: a) os sintomas são relacionados ao ciclo menstrual, iniciando na fase lútea e remitindo após o início da menstru-

ação; b) presença de no mínimo cinco dos sintomas, sendo pelo menos um dos mesmos, um dos quatro primeiros: labilidade afetiva, raiva, ansiedade e tensão, humor depressivo e desesperança, interesse diminuído nas atividades habituais, fadiga ou acentuada perda de energia, dificuldade de concentração, alteração de apetite, insônia ou sonolência e sintomas físicos como mastalgia, cefaléia, edema, dor muscular ou articular e ganho de peso; c) os sintomas interferem com o trabalho ou atividade habituais ou com o relacionamento e; d) os sintomas não são a exacerbação de outro distúrbio psiquiátrico. - A SPM atinge um grande número de mulheres, com conseqüências negativas sobre seus aspectos físico, emocional, comportamental e interpessoal. Considerando o fisioterapeuta como um profissional da área de saúde que aborda a paciente com um ser biopsicosocial e cuja atuação se dá em diferentes níveis, é coerente afirmar que o mesmo deve conhecer a síndrome em seus vários aspectos (classificação, etiologia, sinais e sintomas, critérios de diagnóstico e tratamento), podendo assim, atuar no diagnóstico, esclarecimento, prevenção da instalação e exacerbação dos sintomas, tratando e orientando tanto a paciente quanto os seus familiares e a sociedade em geral. - Por se tratar de uma síndrome, não existem tratamentos específicos, já que os sintomas variam em cada mulher e que as opções de tratamento são escolhidas considerando a sintomatologia apresentada em cada caso e sua intensidade. Assim, é necessário um apoio multidisciplinar envolvendo os profissionais como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e fisioterapeutas. Onde é fundamental o apoio da própria família e sociedade envolvida. Todos os profissionais têm um papel relevante no que diz respeito ao diagnóstico, portanto é muito importante o empenho profissional diante da dificuldade em que se encontra a mulher, primeiramente ajudando a mesma a reconhecer que apresenta SPM e, a partir daí, possa tratar seus sintomas. A Fisioterapia deve atuar em conjunto com a equipe multidisciplinar, ajudando nos casos de SPM, prevenindo os sintomas bem como o seu agravamento e tratamento da paciente como um todo, objetivando seu esclarecimento, alívio e/ ou abolição dos sintomas, com conseqüente melhora na sua qualidade de vida. Tendo em vista a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no tratamento da referida síndrome, cabe ao fisioterapeuta, a partir dos sintomas averiguados, encaminhar as pacientes a outros profissionais, quando necessário, e, ainda orientar não só às pacientes, quanto aos que acercam quanto a patologia, suas implicações e portanto a necessidade do tratamento adequado. CONCLUSÃO A Fisioterapia tem ampla atuação nos casos de SPM, prevenindo os sintomas bem como o seu agravamento e promovendo o tratamento da paciente como um todo, objetivando seu esclarecimento, alívio e/ou abolição dos sintomas, com conseqüente melhora na sua qualidade de vida. Para tal, utiliza-se de recursos físicos, mecânicos, elétricos e de técnicas especializadas como exercícios físicos anaeróbios e aeróbicos, hidroterapia, massot-

erapia (massagem relaxante, DLM, reflexologia e massagem da cabeça), Pilates, RPG e ACP. O conhecimento acerca das terapias alternativas, em crescente evolução, acrescenta muito ao tratamento fisioterapêutico convencional, quando associado a suas técnicas, proporcionando a otimização dos mesmos, com uma boa aceitação pela população. As técnicas de Fisioterapia bem como toda e qualquer outra abordagem terapêutica, devem ser aplicadas mediante a uma avaliação prévia e detalhada da paciente, considerando cada caso e a sintomatologia do mesmo. O sucesso do plano de tratamento dependerá da individualidade de cada caso e da sensibilidade do fisioterapeuta em abordá-lo, assim como da intensidade dos sintomas, adaptação e colaboração da paciente ao tratamento e da interação entre a equipe multidisciplinar atuante em cada caso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ANDRADE, C. K.; CLIFFORD, P. Massagem: técnicas e resultados. Ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2003. 2. ANDRIOTE, L. Estudos Epidemiológicos como Contribuição para a Fisioterapia. Revista Fisio Brasil. 8(68): 28, 2004. 3. APPROBATO, M. S.; ARAÚJO, S. C. D.; PERINI, G. F.; MIRANDA, T. G.; FONSECA, T. D.; FREITAS V. C. Síndrome Pré-Menstrual e Desempenho Escolar. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2001. 23(7): 459-462. 4. ASSUNÇÃO, D.; SLALL, K. R.; CASTILHO, L. V.; AMORIN, M. H. P. B.; PALMA, M.; FONSECA, P. B.; MENON, V. B. Tratamento Fisioterapêutico da Acne por meio do Laser. Revista Fisioterapia em Movimento. Curitiba v. 16, n. 4, p.11-16 out/ dez. 2003. 5. AZEVEDO, M. R. D. Artigo TPM na Adolescência- Departamento de Doutorado da Faculdade de Medicina da USP. EDUSP: São Paulo, 2001. 6. BEREK, J. S. Novak: tratado de ginecologia. 13º ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2005. 7. CABYOGLU. M. T.; ERGENE, N.; TAN, U. The Mechanism of Acupuncture and Clinical Implications. Int. J. Neurosci. 2006. p. 116; 115-25. 8. CASSAR, M. P. Manual de Massagem Terapêutica: um Guia Completo de Massoterapia para Estudante e para o Terapeuta. Traduzido por: BATISTA, D. 1º Ed. Brasileira, Manole: Barueri, 2001. 9. CONTI, B. Z.; PEREIRA, T. D.; GIUSTI, H. H. K.; DELOROSO, M. G. B. Ultra-som Terapêutico na Redução da Lipodistrofia Ginóide. Revista Fisio & Terapia. p. 11-14. 2000. 10. CUNHA-CAVALCANTI, D. L; CHÚFALO, J. E. O Papel da Fisioterapia na TPM: Revisão de Literatura. UNAERP- Universidade de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, 2005. 11. DICKERSON, L. M.; MAZYCK, P. J.; HUNTER, H. H. Premenstrual Syndrome. Journal of the American Academia of Family Physicians. Medical Universidade of Sounth Carolina. Charleston, Sounth Carolina, April, 2003. 12. FALCÃO, M. Terapias Integradas: Hospital do Exército tem Núcleo Especializado. Crefito 1. Revista do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional- 1º Região. (Al, PE, PB, RN). Ano 4. n. 9. Jun/jul/ago de 2006. 13. FEBRASGO. Tratado de Ginecologia Febrasgo. Ed. Revinter Ltda, Rio de Janeiro, 2001. 14. FIGUEIRÓ, J. A. Tratando: de dores de cabeça e enxaquecas: sintomas, cuidados, tratamentos, hábitos saudáveis. www.novafisio.com.br • ed. 65|2008 • 31


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Tininha

Oi pessoal, ano novo e novos desafios. Como vem acontecendo, a cada ano, estou recebendo mais sugestões e comentários. Em 2009, acredito que não será diferente. Aproveitem as festas de fim de ano e continuem mandando seu recado para nossa coluna, que na verdade pertence a vocês. Mande seu e-mail para: tininha@novafisio.com.br Oi Pessoal, eu escrevi uma frase lá na sessão frases da página 7 e tenho certeza que você adorou, por isso vou colocar aqui todas as outras que eu recebi, para vocês se fartarem de frases legais. - O amor é como capim: você planta e ele cresce. Aí vem uma vaca/boi e acaba com tudo. - Estamos numa época em que o Fim do Mundo não assusta tanto quanto Fim do Mês! - Filho é igual peido: você só agüenta o seu... e olha lá! - 90% do meu dinheiro eu gasto com bebida. Os outros 10% são do garçom... - Galileu, quando afirmou que o mundo girava só confirmou o que os bêbados já sabiam! - Marido é igual a menstruação: Quando chega, incomoda; quando atrasa, preocupa! - Se o horário oficial é o de Brasília, por que a gente tem que trabalhar na segunda e na sexta? - Não te cases por dinheiro, podes conseguir um empréstimo bem mais barato! (a voz da sabedoria...) - Não há melhor momento do que hoje para deixar para amanhã o que você não vai fazer nunca! - A verdadeira bravura está em chegar em casa bêbado, de madrugada, todo cheio de batom, ser recebido pela mulher com uma vassoura na mão e ainda ter peito pra perguntar: vai varrer ou vai voar? - Casamento é igual piscina gelada, depois que o primeiro tonto entra, fica falando para os outros: - Pula que a água tá boa! - Um cigarro encurta a vida em 2 minutos... Uma garrafa de álcool encurta a vida em 4 minutos... Um dia de trabalho encurta a vida em 8 horas.... (profundo e preocupante... vamos parar de trabalhar...) - Se você é capaz de sorrir quanto tudo deu errado, é porque já descobriu em quem pôr a culpa!!!! - Velho é aquele que quando jovem costumava ter quatro membros flexíveis e um duro. Agora tem quatro duros e um flexível!

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Escola dos Bichos Conta-se que vários bichos decidiram fundar uma escola. Reuniram-se e começaram a escolher as disciplinas. O pássaro insistiu para que o vôo entrasse como disciplina. O peixe, para que o nado fizesse parte do currículo. O esquilo achou que a subida perpendicular em árvores era fundamental. O coelho queria de qualquer jeito a corrida. E assim foi... Incluíram tudo, mas cometeram um grande erro. Insistiram para que todos os bichos praticassem todas as disciplinas. O coelho foi magnífico na corrida, ninguém corria como ele. Mas queriam ensiná-lo a voar. Colocaram-no numa árvore e disseram: “voa coelho”. Ele saltou lá de cima e quebrou as pernas. Não aprendeu a voar e acabou sem poder correr também. O pássaro voava como nenhum outro, mas o obrigaram a cavar buracos como toupeira. Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia voar tão bem, nem cava buracos. Moral da história: Todos somos diferentes. Cada um tem uma coisa de bom. Não podemos forçar os outros a serem parecidos conosco. Desta forma, acabaremos fazendo com que eles sofram, e no final, não serão nem o que queríamos, nem o que eles eram em sua essência.

Temos que nos unir Certa noite, uma mulher não voltou para casa... No dia seguinte, ela disse ao marido que tinha dormido na casa de uma amiga. Desconfiado, o homem telefonou para as 10 melhores amigas da mulher, e... Nenhuma sabia de nada... Meninas, temos que nos unir! ------------------------------------------------------------------------Certa noite, um homem não voltou para casa... No dia seguinte, ele disse à esposa que tinha dormido na casa de um amigo. Desconfiada, a mulher telefonou para os 10 melhores amigos do marido e... Oito deles confirmaram que ele tinha passado a noite na casa deles e dois disseram que ele ainda estava lá!!! Fisioterapeutas, devemos seguir este belo exemplo de união e nos unirmos também!

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Chapeuzinho Vermelho na Imprensa: Diferentes maneiras de contar a mesma história: JORNAL NACIONAL (William Bonner): “Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...”. (Fátima Bernardes): “... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia”. PROGRAMA DA HEBE (Hebe Camargo): “... que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo”? CIDADE ALERTA (Datena): “... onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades?! A menina ia para a casa da avozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo não.” FOLHA DE S. PAULO Legenda da foto: “Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador”. Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada depois salva pelo lenhador.

SOBE... O CREFITO-10 em solidariedade as vítimas das fortes chuvas ocorridas em Santa Catarina, virou um posto de coleta para doações de roupas, cobertores e alimentos. Atitude digna e exemplar.

SOBE... O CREFITO-06 lança campanha para abaixo -assinado contra Projeto de lei Nº 4199/01. Quiropraxia é uma especialidade da fisioterapia! Visite o site do crefito 6 e faça sua parte.

O ESTADO DE S. PAULO Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT. DISCOVERY CHANNEL Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver. O GLOBO Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente. ZERO HORA Avó de Chapeuzinho nasceu no RS. G. MAGAZINE (Ensaio fotográfico com lenhador) Lenhador mostra o machado. PLAYBOY (Ensaio fotográfico no mês seguinte) Veja o que só o lobo viu. REVISTA VEJA Lula sabia das intenções do lobo. REVISTA CLÁUDIA Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho. REVISTA NOVA Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama. REVISTA CARAS (Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte) Na banheira de hidro, Chapeuzinho fala a CARAS: “Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa”. REVISTA ISTO É Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente. REVISTA SUPER INTERESSANTE Lobo mau! Mito ou verdade? REVISTA NovaFisio Nesta edição entrevistamos a Chapeuzinho Vermelho e o seu fisioterapeuta, o lenhador, que nos contam como está sendo o trabalho de recuperação após as lesões causadas pela briga com o Lobo Mau.

contando suas histórias e sugestões.

SOBE... Fo i b o n i t a a h o m e n a g e m d o CO F F I TO p a r a o d i a d o fisioterapeuta no intervalo do programa Fantástico da TV Globo.

SOBE... Foi exibido no dia 02, na TV Câmara canal 6 (NET) às 21hs a entrevista concedida pelo Dr. Ricardo Lotif Araújo o Presidente do CREFITO 6 enaltecendo a profissão.

DESCE... Vocês tem um espaço na revista que se chama sobe e desce. Gostaria de relatar um concurso para o estado de Bom Jardim de Goias-GO que apareceu para a Fisioterapia com a carga horária de 40hs e o salário de 700,00 reais. É um absurdo que possamos aceitar um valor deste para a nossa profissão. Abraços Tais-BH Obrigado por Participar Tais DESCE... Nenhum dos candidatos colegas fisioterapeutas a diversos cargos no ceará foram eleitos, perdemos todos com esta situação. www.novafisio.com.br • ed. 65|2008 • 33


Agenda | Cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF JANEIRO 10% Todos Auriculoterapia à distância Todas 12 a 16 Fisioterapia na Paralisia Cerebral São Paulo SP 12 a 16 Estabilização Dinâmica da Unid Func Inferior - O Joelho - Disfunções Rio de Janeiro RJ 10% 15 a 18 Crochetagem Resende RJ 16 a 18 Atualização em Dermato Funcional Recife PE 10% 24 e 25 Anatomia Palpaatória Funcional Rio de Janeiro RJ 26 a 30 Fisioterapia na Paralisia Cerebral Salvador BA 10% 29 a 31 Crochetagem Teresina PI FEVEREIRO 10% 07 a 15 Crochetagem Campinas SP 15 a 20 VI curso internacional de Drenagem linfática PROF DR A LEDUC,PhD Fortaleza CE 27 Curso de Pós-graduação de Fisioterapia Hospitalar de Campinas Campinas SP MARÇO 03 Pós Graduação em Fisio em UTI Rio de Janeiro RJ 05 a 07 III Encontro Internacional de Fisioterapia Dermato-Funcional Belo Horizonte BH 06 a 08 Isostretching Piracicaba SP 06 a 08 Dermato Funcional - Facial - Terapias Faciais - Peelings - Limpeza de Pele São Paulo SP 09 a 20 RPG Souchard - 1ª Fase Brasília DF 12 a 15 Estabilização Segmentar Vertebral Belo Horizonte MG 13 a 15 Aprimoramento em Dermato - Peelings Corporais e Faciais- Carboxiterapia Cuiabá MT 14 a 15 Pós Graduação em Fisio Cardiorrespiratória Rio de Janeiro RJ 19 a 22 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 3 Juiz de Fora MG 20 a 22 Isostretching Salvador BA 20 a 22 Curso de Pilates Aplicado as Lesões Osteomusculares Salvador BA 21 a 24 Estabilização Segmentar Vertebral Maceió AL 21 a 24 Estabilização Segmentar Vertebral Ribeirão Preto SP 26 a 29 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 3 Rio de Janeiro RJ 10% 28 Manipulação Articular Fisioterapêutica Rio de Janeiro RJ 28 Terapia Postural na Bola Rio de Janeiro RJ 28 a 29 ABC da Fisioterapia Respiratória Rio de Janeiro RJ 28 a 31 Estabilização Segmentar Vertebral Brasília DF ABRIL 03 a 05 Fisioterapia em Mastologia Oncológica Rio de Janeiro RJ 04 a 07 Estabilização Segmentar Vertebral Rio de Janeiro RJ 09 a 12 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 3 João Pessoa PB 10 a 12 Isostretching Piracicaba SP 24 a 26 Curso de Pilates Aplicado as Lesões Osteomusculares Salvador BA 18 a 19 Curso de Imagiologia Músculo-Esquelética para Fisioterapeutas Blumenal SC 25 a 26 Resistência Elástica Progressiva - Balance, Bolas e Bandas Rio de Janeiro RJ 30 a 02/5 14º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé Florianópolis SC 30 a 02/5 1º Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Patologia do Tornozelo e Pé Florianópolis SC 30 a 03/5 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 3 São Paulo SP MAIO 02 e 03 Reeducação Vestibular Funcional Rio de Janeiro RJ 09 a 10 Principios da Ventilação Mecânica Rio de Janeiro RJ 09 a 10 Ventilação Mecânica -Metodos Avançados Rio de Janeiro RJ 13 a 16 Congresso Internacional de Reabilitação Neuromusculoesquelética e Esp. Belo Horizonte MG 13 a 17 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 4 Juiz de Fora MG 13 a 17 II Congresso Brasileiro de Acupuntura da AFA Brasil Recife PE 20 a 24 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 4 Rio de Janeiro RJ 23 a 24 Imagiologia Musculo Esqueletica para Fisioterapeutas Rio de Janeiro RJ 26 a 29 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 3 Curitiba PR 29 a 31 Curso de Pilates Aplicado as Lesões Osteomusculares Salvador BA JUNHO 10 a 14 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 4 João Pessoa PB 10% 11 a 14 Crochetagem Manaus AM 12 a 14 Curso de Pilates Aplicado as Lesões Osteomusculares Salvador BA JULHO 01 a 05 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 4 São Paulo SP 13 a 17 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 4 Curitiba PR

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Feliz Natal e até 2009 com muitos novos cursos e eventos.

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FisioPerfil | Sempre uma breve entrevista de quem tem uma longa história

Dra. Lorice Issa Miguel Em que ano e em qual faculdade se formou? Formei-me em 1990 - Universidade Federal de São Carlos - UFscar - SP Qual foi a melhor coisa que fez? Trazer ao Brasil e organizar a sete anos um curso internacional com o mestre Prof. Dr. A. LEDUC phd, conhecido mundialmente, e com certeza poder contribuir para enriquecer a formação de muitos profissionais em nosso país. O que você mais gosta na profissão? Atender em meu consultório: ver a satisfação das pessoas que se submetem aos meus tratamentos, a melhora do contorno corporal e auto estima. É um prazer. E receber elogios de pacientes como: “Ela tem mãos de fada” (em depoimento a REVISTA NOVAFISIO dado pela apresentadora Luciana Gimenez) não tem preço! O que você odeia na profissão? Atender pacientes graves ou seqüelas que não temos muito que fazer, e não poder fazer muito para melhorá-los. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? Estarem sempre atualizados com cursos e buscando informações, sempre estudando as novas técnicas. Qual sua maior virtude? Ser honesta com meus pacientes, indicar o tratamento correto, muitas vezes o paciente chega querendo isso ou aquilo e eu falo assim: olha isso para você não vai funcionar, pela experiência que eu tenho indico algo que o paciente fique satisfeito e feliz com os resultados. Qual seu pior defeito? Ser preocupada demais com minha profissão e meus pacientes Se pudesse mudar algo, o que seria? Se tivesse mais tempo, me dedicaria a atender pacientes carentes, principalmente paralisia cerebral em crianças. Qual maior mentira já contou? Nunca contei nada de muito ruim ou grave, mas algo como: não posso ir a algum lugar por “tal” motivo, e esse motivo não existir. Simplesmente para evitar comentários ou achar que é má vontade. Qual fato foi mais inusitado em sua carreira? Ser apresentada ao Mick Jagger no seu camarim. Acompanhei o show do Rolings Stones na turnê em N.York em 2003 juntamente com minha paciente e amiga, a apresentadora Luciana Gimenez. Um momento inesquecível.

Quem é | Dra. Lorice Issa Miguel lorice@aclnet.com.br Atende em seu consultório no bairro do Itaim desde 1993, se especializou em Fisioterapia Dermato funcional na Universidade Castelo Branco-RJ em 2001, tem uma formação internacional em drenagem e linfologia pela Universidade Livre de Bruxelas e pela Ecole de Drainage do Prof. Dr. A leduc, ministra palestras e cursos na área de dermato funcional em todo Brasil e leva alunos para cursos na Argentina (Buenos Aires) e Bélgica (Bruxelas), é a organizadora oficial no Brasil dos cursos internacionais de Drenagem linfática manual medical Método Leduc desde 2002. Qual seu maior sonho? Poder contar por muitos anos com a vinda do professor Dr. A. Leduc ao meu país e poder organizar muitos e muitos cursos internacionais em várias capitais no Brasil. Que talento mais gostaria de ter? Falar em público sem medo e tremedeira!!!

Qual seu maior arrependimento? Ter feito uma lipoaspiração no joelho. Tive uma lesão seríssima por trauma de cânula de lipo, e não aconselho a mais ninguém, muito menos aos meus queridos pacientes que não sabem das graves seqüelas que podem acontecer numa cirurgia mal sucedida.

Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Veterinária.

Qual dica daria aos colegas? Buscar sempre estar atualizado em sua área de atuação profissional.

Quer fazer alguma divulgação? VI Curso Internacional de Drenagem Linfática Manual - Ministrado por A. LEDUC de 15 a 20 de Fevereiro 2009 - Fortaleza-CE. Visite também o meu site www.loricestetic.com.br com sessão de fotos, imprensa e depoimentos! Se tiver interesse em cursos em sua cidade, envie um e mail para lorice@aclnet.com.br ou msn loricemiguel@hotmail.com; ou ligue para (11) 3079-0925 / 3168-2592. Obrigada!

Diga um objeto de desejo? Ter o “Accent” na minha clínica, simplesmente um luxo! Ah... mas em breve chego lá! Qual sua aquisição mais recente? (pode ser curso, equipamento, tudo!) Comprei o carro dos meus sonhos.

E qual profissão jamais queria ter? Engenheira, química ou física...

Indique um profissional com uma longa história para ser nosso próximo entrevistado 38 • ed.65 | Nov/Dez 2008 • NovaFisio


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