As Muataas - Por Isilda Alves Coelho

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AS MUATAAS Por Isilda Alves Coelho

EXPOSIÇÃO DE PINTURA E DESENHO LUANDA - 2021



A Liderança do Matriarcado


Dedicatória

In Memoria Klayd Alves Coelho pela tua generosidade, pelo teu amor incondicional, obrigado mana!


M U AT A A S A Liderança do Matriarcado A E x p o s i ç ã o A S M U AT A S h o m e n a g e i a m u l h e r e s líderes presentes no desenvolvimento de Angola. Aquelas que pela sua acção profissional, cívica e patriótica, ajudaram a erguer o nosso país. Líderes políticas, culturais e religiosas, angolanas o u e s t ra n g e i ra s , m a s s e m p re m u l h e re s c h e f e s como sugere em quimbundo o nome da exposição. A atribuição do estatuto de chefe a uma mulher é em África um costume que se perde no baú dos tempos. A chegada dos europeus no século XIV, munidos do cristianismo enquanto religião e política social, afastou as mulheres africanas das posições de liderança, contudo, existiam na cultura africana, tradições, costumes que serviram para estancar essa mudança que poderia ter sido letal para o continente. ................................................... E m A n g o l a , a h e ra n ç a u te r i n a q u e a s s e g u ra e valoriza a descendência matrilinear concede valor a mulher. O facto de a agricultura ser uma actividade por excelência assegurada pelas mulheres, e o facto de a maioria das sociedades africanas serem agrárias, manteve a mulher enquanto agente estratégica de desenvolvimento. Na História de Angola, mulheres líderes, guerreiras e estadistas, comprovam a existência do matriarcado em todos os grupos etnolinguísticos angolanos. Njinga Mbandi, Lweji N´Konde, Kimpa Vita, Nnhakatolo, as bessanganas de Luanda, s ã o exe mp l o s que s o bre s s a e m de e ntre mui ta s rainhas, sobetas e regedoras..........................................

S o b re s s a e m n a s l i d e ra n ç a s f e m i n i n a s a l g u m a s características; são sociáveis e expressivas, estabelecendo laços estreitos e reforçando a capacidade de compromisso em torno de objectivos comuns e são dinâmicas, elevando a capacidade de operar em direcções diferentes. Inclusivas, estimulando a participação e a partilha. As lideranças femininas privilegiam a prevalência emocional valorizando o lado humano, assim c o n s t ro e m c r i a n d o a l to s n í v e i s d e e m p a t i a e m torno dos desafios. ............................................... Celebramos neste ano de 2021 a máxima “Mulheres ao poder” por ser uma urgência para o desenvolvimento de Angola, de África e do Mundo, num todo, da humanidade.


A S M U ATA A S O conceito usado para esta exposição foi o de dar a conhecer figuras femininas protagonistas da história de Angola...................................... Uma visita pelos museus do mundo leva-nos a observar obras maravilhosas no formato de retrato que nos dão a conhecer não só a história das culturas como também os seus protagonistas. Contrariando essa tendência mundial, em Angola, os poucos museus existentes privilegiam artefactos enquanto protagonistas do relato histórico.....................................................................................................

africanos antes da chegada do alfabeto romano. Retiradas do baú dos tempos, símbolos antigos que compõem a linguagem pictórica e servem como elementos que indicam a essência das vivências, são trazidos a cena pelos artistas plásticos Evan Claver e Mara Hurst. Bordando o papel a caneta, foram ocupando os espaços dando-lhes luz, volume, movimento e africanidade.................................................. O resultado é um trabalho de conjunto projectado por Isilda Alves Coelho, uma mulher/mãe, e melhorado a cada etapa pelos jovens/filhos Evan Claver, Mara Hurst, Ricardo Hurst. Aprendendo uns com os outros, criando com poucos meios, e privilegiando sempre a solidariedade familiar e o amor, as nossas convicções enquanto africanos e a criatividade que existe em todos os seres humanos.

Iniciamos assim há três anos a perseguição do sonho dos retratos africanos. Começamos com o pintor Modesto Mamba. Os primeiros retratos de figuras femininas usando a técnica de pintura a óleo sobre tela, arrematada com colagens, chegaram com entusiasmo provando ser possível iniciar uma galeria de ilustres Muatas angolanas. Respeitando os padrões dos retratos a óleo como as poses formais, elementos paisagísticos como pano de fundo, e os trajes femininos da época vitoriana, colocamos mulheres líderes na galeria da causa angolana. Um total de vinte retratos cumpriram a primeira etapa deste ambicioso projecto, no entanto, a selecção histórica trouxe à memória protagonistas que não podiam ser deixadas no esquecimento. Assim partimos para uma nova etapa.................................................... Fornecidos os ingredientes necessários, Ricardo Hurst fundiu imagens criando retratos únicos cheios de emoção e versatilidade. Cortou, colou, pintou, construiu e descontruiu apurando a técnica de edição gráfica, inventando composições de forma exemplar e deslumbrante, superando-se a cada composição. Um total de 90 retratos cumprem esta etapa...................................................................................................

As imagens presentes neste trabalho foram recolhidas de vários orgãos de comunicação. Lamentavelmente não nos foi possível identificar todos os autores das

Para cumprir a terceira e última etapa, recorrermos a técnica de desenho. Um mundo de sinalética baseado em símbolos e escrita pictórica africana serviu para resgatar antigas representações humanas usadas pelos povos

mesmas. Apresentamos aqui as nossas desculpas e apresentamos a nossa disponibilidade em dialogar com quem se sentir lesado.


O que as mulheres nos ensinam sobre política: o propósito da exposição As Muataas

Por Abreu Paxe Esta exposição como se mostra, como se conceitua, como se define: em cores,

acto de recriar artisticamente o rosto das mulheres homenageadas com o propósito

linhas e formas geométricas, nela percebemos que as coisas e os fenómenos que

de contar estórias na história, evidenciando por isso as práticas, os sujeitos

engendram variam conforme o campo energético dos processos e das práticas

localizados e as narrativas entrelaçadas. Como apreciadores de arte; portanto,

lúdicas. As Mulheres, os rostos, os traços, as cores, as linhas, as colagens em

leitores assistimos do ponto de vista ético e estético ao que chamaríamos de exercício

ambientes criativos e inventivos expandidos como âmbar, notificam com suas

da paródia, escrita (pela pintura dos rostos, associado ao rosto ausente aqui que a

práticas de serem homens entre o feminino e o masculino, lançam as bases de “uma

projectou), ao invés de criticar simplesmente (aqui os artistas, os autores criativos,

crítica da situação política que nos constitui”, ou talvez, “uma crítica do modo

intensos e expressivos), parodiam incorporando risonhamente o outro, todos os

como se tem considerado a situação política que nos constitui”, aí buscam-se os

actos, todas as falas, todas as texturas e textualidades que entre famílias e amigos,

menores movimentos críticos alastrados na mútua inclusão que varia, a partir do

entre homens e mulheres, que eles admiram são contidas na sua expressão/fala/

imaginário, da memória, da cultura «essa como artefactos e/ou como sistema geral», de seus processos e práticas do PAÍS que também vamos inventando, de que a Mulher como ser humano e actor social participa. E constrói aí sua Nzaya ramificada que dispensa a unidade numa multiplicidade de variantes simultaneamente contrastantes onde o conjunto passa a ser co-junto. ......................................................... Somos sem dúvida uma sociedade ainda de domínio falocêntrico. Sustentada por texturas em que o Homem que nasce com o sexo masculino é colocado no centro de tudo; é o poder, é a ordem, é a verticalidade, é a seriedade, numa condição contrária ao outro Homem nascido com o sexo feminino que é colocado aí e ela própria reproduz movimentos ontológicos a partir do sujeito que não é poder, não é a ordem, é a ondulação e o arredondamento, o lúdico. Nas antípodas desse centrismo e jogos de oposições no centro duma paródia, colocou-se a Isilda com linguagens imaginadas, criativas e inventivas na pintura, nas colagens, como «performance»

vozes/pintura/colagens/escrita/performance e o texto (peça de arte, o quadro, a pintura), passa a ser uma tecitura lúdico-paródica, cheia de ritmos dos outros, dentro de nós. Como que a dizer; “ninguém é autor sozinho”, o ambiente, a família, os amigos, as estórias, a história, as mulheres, os homens em relatos entrelaçados criam a obra com o autor num denso e tentacular erotismo rítmico.............................. Essa proposta artística da Isilda, leva-nos a lembrar que nos momentos mais autoritários das sociedades, os sistemas instalados não suportavam a mulher, porque havia a ideia de que ela não parava, “é um repertório de movimento” em Angola, as realidades das sociedades antigas, a escravatura, o trabalho forçado, a colonização, as lutas pela Independência, hoje o exercício de governação, a participação da vida pública, o pregão da zunga e de outras vozes que nos atravessam são disso prova, compreendemos a sua condição feminina (entenda-se de multiplicar, de expandir),

cria subjectividade sem sujeito, a partir do sujeito localizado. Esta exposição para

e a sua condição lúdica. Como a percebemos, afastando-se do sério, ela mesmo

além de se colocar no ‘’intermezzo’’, evidenciando o princípio de que; “o que sofre com

passa a ser em textualidades o texto da grande tradução de homenagens que a faz

o poder luta contra a variação múltipla”, cria ao mesmo tempo um campo de

deslocar em movimentos menores e de mútua inclusão da sua anterior condição

relações com menores movimentos críticos alastrados em toda a dimensão da vida

de também sujeito e administrada pela seriedade que separa, a seriedade que

como o lúdico, o rítmico e o erótico...................................................................................

precisa localizar o outro para promover a oposição. Isilda abraça o lúdico, que é

Essa variação múltipla conceitua o político que assenta no campo de relacionar pelo

contrário, e congrega o humor, a brincadeira, a paródia, o riso. ....................................

lúdico o que aqui se criou: Há uma espécie de harmonia e entrelaçamentos risonhos

Deste ponto de vista, o lúdico faz desmoronar o sistema das oposições; entre homem

entre o projecto que sustenta essa exposição, o conteúdo da própria exposição e o

e mulher, entre mulher tradicional e mulher moderna, entre mulher angolana e


mulher estrangeira, entre os diferentes status que são atribuídas às mulheres, por elas próprias a partir dessa orientação falocêntrica, quer dizer o lúdico cria um movimento de expansão por isso a arte alimenta-se do lúdico, tomado como política, não tendo nada a ver, com o fácil, o fulgural, o superficial. No lúdico e também nas manifestações artísticas as coisas podem parecer estar separadas, mas com o ritmo, o movimento, passam a não estar - embora possamos ter ainda essa ideia -, e vai ser expandida nas vozes que nos atravessam, nos cânticos, no pregão da zunga, no carnaval, nas festas populares, no sistema da fala, da convecção, da organização política, da religiosa, da académica e por aí fora. Pode-se ver a partir desta exposição como é que as mulheres como sujeitos localizados, são deslocalizadas e passam a variar inclusas com a manutenção dos contrastes que nascem de si mesmo, curiosa essa variação que funciona como um arquipélago «com várias entradas», um museu a céu aberto, uma ilha, um plâncton, um processo de transfigurações de todas as espécies. Está aqui a lição de como nós somos transindividuais como diz Brian Massumi, o ambiente muda qualquer indivíduo e o movimento esse que a Isilda fez muda o campo de relações que passa a ser outro, projecta a novidade, porque não são iguais e nos faz mudar e passamos até a ser internacionais. ..................................................................................................................... Lúdico-paródica, ela relaciona-se com o erótico e com o rítmico que dão movimento a ela e todo o seu projecto artístico, porque ela, com essa exposição, embora dedicada a mulheres, simplifica a “superação das oposições”, essa «oposição» como disse Edgar Morin, a partir da sua filosofia da complexidade, que é a tragédia do pensamento acidental. Bem próxima de nós, “essa superação” das oposições proclama, no que às peças e o conceito da exposição nos dão a ver, as formas de não sujeição que sejam uma actividade viva entre as coisas e que tendem a romper as oposições, mesmo as que se verificam entre as próprias mulheres nos seus diferentes status e lugares.


Andanga - Tia de Mandume e soberana dos Ovakwahamas. A monarquia dualista instituída entre os povos Ambô (Ovavale, Ovakafima, Ovakwanhama, Ovakwamatwi, Ovandombondola), possuía como principal característica a descentralização do poder por esferas de competência. Enquanto o poder da guerra e da administração da vida pública estava submetido a autoridade do rei, a agricultura e o pequeno comércio eram geridos pelas mulheres ou “mães” lideradas pela rainha. O rei governava porém tinha que respeitar a autoridade da rainha que seria a sua tia ou filha mais velha da sua tia materna. Andanga Andanga

foi a tia que sucedeu a Mandume depois da sua morte em 1917.


Palácio Dona Ana Joaquina Dona Ana Joaquina – Viveu na Luanda do século XIX (19). Rica proprietária e

foi chorada num corredor que vai desde a Funda até ao Namibe, onde possuía

negociante, era uma das mãos de ferro da sociedade luandense dessa época. Os seus

investimentos......................................................................................................................

negócios dividiam-se entre o comércio de escravos e a agricultura. Possuía uma

Mestiça, de pai português e mãe angolana, a Dembo Ulála ou Baronesa do Bungo,

grande influência sobre as autoridades que governavam Luanda, ficando famosos

como era conhecida, era vaidosa, vestindo-se ora de bessangana, ora com ricos

os serões no seu palacete, na qual as autoridades e a alta burguesia de Luanda se

vestidos vitorianos importados de além mar. Com os dedos cobertos de jóias, dirigia

banqueteavam. A sua influência política e económica era tremenda. Ninguém ousava

um verdadeiro império esclavagista do seu palacete na Rua Direita de Luanda,

contrariar a sua vontade, nem o próprio governo de Luanda se achava com força para

mandado demolir em 2000, e substituído por uma réplica onde hoje funciona o

a afrontar. Falava fluentemente português e quimbundo. O seu poder apoia-se nos sobas mais poderosos e na vassalagem de todas as populações que a chamam de rainha, porque era atenciosa e muito generosa com as gentes da terra. A sua morte

Tribunal Provincial de Luanda.


Akana – Boneca de fertilidade usada pelos raparigas Herero do sudoeste de Angola. Enquanto os rapazes são preparados desde Akana

crianças para se dedicarem a pastorícia, as raparigas são preparadas para cumprirem o duplo papel de mães e agricultoras. As raparigas Herero (Mwila, Ambô e Nhanyeka) recebiam das suas mães e avós, ou faziam elas próprias, bonecas que são encaradas como os futuros descendentes da família. As bonecas atingiam tal importância e significado que em caso de incêndio, a boneca era a primeira e muitas vezes a única coisa a ser salva das chamas. As raparigas deviam transportar as bonecas com cuidado, pois uma lesão na boneca seria o equivalente a ferir um dos seus futuros filhos.

Akana


Cissola Ovimbundo – Figura feminina esculpida com linhas de contorno redondos e adornos para realçar a beleza e a fertilidade. A Cisola representa para os povos do Planalto Central de Angola, a mulher em todas suas vertentes. Responsável pela agricultura, pelas terras, pela chuvas e por colheitas fartas, a mulher é o elemento fulcral da sociedade. Geradora de filhos, pode assumir também no contesto da realeza o estatuto de Inakulu (avó rainha), título de respeito a uma mulher madura. A avó rainha governa e supervisiona a casa real e a vida dos povos, coadjuvando o rei seu esposo. Na ausência deste, é ela quem preside ao conselho juntamente com o Sekulo (chefe-ancião), ministrando também os ritos de fertilidade. Quando a avó rainha toma o seu assento, todos excepto o seu esposo, devem saudá-la batendo as palmas sob pretexto de serem agraciados com a fertilidade que imana das forças rituais que domina.

Cissola Ovimbundo


Bessanganas

Bessanganas – Da língua nacional quimbundo, (bessa+ngana) =

da independência mudou de nome para Centro Cultural Kilamba, nome atribuido

(benção+senhora) provém a palavra bessangana. Essas grandes

carinhosamente ao primeiro Presidente de Angola, Dr. António Agostinho Neto. O

damas trajadas de panos são de facto senhoras abençoadas e donas

Centro é ainda nos dias que correm, o mais fiel reduto da genuína música, dança e

da cidade de Luanda. Originárias da Ilha do Cabo, são provenientes

gastronomia angolana, onde se realizam convívios entre confrades, destacando-se

de boas famílias da velha sociedade luandense ligadas ao comércio,

o programa de rádio da RNA, Muzongué da Tradição.

à administração pública, às associações sociais e culturais e à rebita. Maria das Crequenhas foi nos anos 40 do século passado a grande impulsionadora de um centro cultural com o mesmo nome onde se dançava a rebita. Dança cerimonial ligada às elites africanas, que servia de pretexto também para uma intensa actividade de solidariedade social. O Centro Cultural Maria das Crequenhas, depois


Kianda – Divindade angolana das águas e protectora dos Axiluanda (comunidade da Ilha de Luanda e da Ilha do Mussulo). A Kianda é considerada também uma divindade bantu presente em Angola, Congo e República Democratica do Congo. Kianda é o singular da palavra Ianda, do verbo uanda, que em quimbundo significa sonhar. Etimologicamente expressa a semântica dos sonhos, já que é sua função comunicar com o mundo ancestral dos antepassados, ministrando o bem e o mal. Pela sua função reguladora da justiça é temida e amada. A Deusa das Águas, é tradicionalmente venerada através de cultos e oferendas. No mês de Novembro, quando o mar se revolta em calemas, os pescadores da Ilha prestam-lhe homenagem, oferecendo bebidas espirituosas atiradas ao mar enquanto no areal cantam e dançam cumprindo os ritos de xinguilamento. O ritual clama

Kianda

por clemência e proteção à caprichosa sereia.


Kimpa Vita – 1684-1706, profetisa e líder política do reino do Congo, dirigiu o movimento de reunificação do Congo utilizando o movimento cristão em torno da figura de Santo António. Interpretou a realidade do reino do Congo a partir das figuras primitivas do cristianismo. Ensinava que Jesus Cristo, a Virgem Maria e São Francisco tinham nascido em Mbanza Congo e eram de facto congoleses. Na juventude Kimpa Vita tinha sido treinada como nganga marinda, pessoa capaz de comunicar com o mundo sobrenatural. Em 1700 renunciou ao seu papel como nganga marinda e converteu-se ao cristianismo. Acreditava que era a reencarnação de Santo António e tinha uma conexão especial com Deus. Todas as sextas feiras afirmava que morria e passava o fim de semana no céu com Jesus Cristo conversando. De regresso desse estado de semi-coma, afirmava que Deus estava muito preocupado com o Congo e aconselhava o povo a reunificar-se pois a ambição pelo dinheiro proveniente do negócio dos escravos e a guerra civil, estavam a destruir o Congo. Na verdade, nessa época saiam anualmente do Congo cerca de 10 mil escravos. Kimpa Vita foi uma das primeiras figuras a opor-se publicamente contra a escravatura e a iniciar um movimento de oposição à guerra civil e ao tráfico de seres humanos.

Kimpa Vita


Lweji Nkonde - Monarca do império Lunda, reinou no seu período mais próspero. Filha do monarca Condi-Matete, era a terceira de quatro filhos. Seus outros irmãos Quinguri, Lala-cha e Calumbo antecediam-na na linha sucessória. Porém certo dia, Quinguri e os seus irmãos embriagaram-se e entraram nos aposentos reais, onde bateram no próprio pai. Combalido e no leito de morte, o soberano decidiu nomear Lueji sua sucessora e conceder-lhe o lucano (bracelete real). Com aproximadamente 15 anos, Lweji assumiu o poder em 1650. Por ser muito nova e inexperiente, deliberava o poder de forma ponderada, tornando-se mais segura e brilhante com o passar do tempo. As sua governação fez aumentar a produção de alimentos no reino, investiu na fundição de metais, no comércio de goma, borracha e de escravos com o reino do Congo, e com os impérios português, belga e françês. Certo dia o caçador luba Tchibinga Ilunga roubou carne preparada com ervas e hidromel (producto real), que os trabalhadores tinham armazenado para a rainha. Ao ser levado perante a sua presença foi condenado ao cativeiro. Posteriormente e secretamente, Lweji decidiu levar o prisioneiro para morar com ela e casar. Juntos tiveram um filho, Noeji. Como castigo de a rainha ter contraído matrimónio com um estrangeiro e cativo, a monarquia revoltou-se e o reino entrou numa terrível guerra civil. O reino dividiu-se em três, Lunda-Luba, Lunda-Chokwe e Lunda-Ndembu. A rainha morreu em 1670 e foi sucedida no poder pelo marido e pelo filho.

Lweji N´Konde


Mwana Pwo - A máscara é originária do grupo etnolinguístico cokwe e simboliza a mulher ou rapariga, personificando a ancestralidade feminina. Esculpida em madeira, exibe traços do ideal de beleza feminino onde sobressaem padrões estéticos que na mulher aparecem como tatuagens ou escarificações, simbolizando a beleza e a fecundidade. No nariz encontramos o traço kacongo, nos olhos lágrimas masoxi, nas faces marcas circulares lumba, no queixo tatuagem mipila e na testa o símbolo cinglengle que simboliza o eterno feminino presente nas linhagens uterinas. Nas cerimónias de circuncisão masculina (Mukanda), a máscara é usada sempre por um bailarino do sexo masculino, que dança com elegância, executando movimentos pequenos e enfatizando com as mãos e com a cintura de modo representar a graça e elegância feminina. As mensagens transmitidas pela máscara têm a função de educar, proteger e guiar os membros da sociedade.

Mwana Pwo


Rainha Njinga Mbande – Com o título de ngola, que equivale a soberano-comandante-chefe-das- forças-armadas, Njinga enfrentou os portugueses durante 40 anos de guerra, conquistando o direito de ser Rainha do Ndongo e da Matamba. O mesmo título deu nome ao país Angola, plantando a génese da angolanidade. Filha de Kilwanji Kya Samba e Kanguele Kakombe, Njinga era mbundo pela parte do pai e nganguela pela parte da mãe. Viveu no século 17, período de mudança dos paradigmas económicos, como o apogeu do mercantilismo marítimo, do comércio de seres humanos e das grandes companhias multinacionais. Mulher à altura da sua condição de nobre, Njinga respondeu sempre de forma directa e concisa aos desafios, como o fez em 1622, na audiência para negociar a paz com o Governador português João Correia de Sousa. Recusou sentar-se no chão sentando-se nas costas de uma escrava sua. Na mesma audiência Njinga recusou a oferta de vassalagem ao reino de Portugal, afirmando que vassalagem só se oferecia a reinos submetidos e o Ndongo era um reino soberano. Depois dessa audiência Njinga tornou-se um mito mundial e hoje, 357 anos após a sua morte, continua a ser considerada uma das maiores rainhas da humanidade.

Rainha N´Jinga M´Bande


Nossa Senhora da Conceição da Muxima – Também conhecida como Mamã Muxima, deve o culto à devoção mariana. A construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na localidade da Muxima ronda 1599. Tendo como objectivo a cristianização das populações locais, o santuário situado na confluência do rio Cuanza, servia também para baptizar os escravos antes do embarque para a Europa e para as Américas. À Santa Muxima logo se atribuíram diversos milagres, quer baseados na tradição portuguesa, quer reminiscentes de antigas religiões africanas. Símbolo de devoção das mães angolanas, no final do mês de Agosto princípio de Setembro, realiza-se a grande a romaria de Nossa Senhora Muxima que remonta a 1833 e atrai milhares de peregrinos todos os anos.

Nossa Senhora da Muxima


Rainha Nhakatolo Rainha Nyakatolo – A atribuição do estatuto de chefe a uma mulher no Leste de

acompanhar os problemas dos seus súbditos. Seguindo a premissa que a mulher é

Angola, é um costume comum que se perde no tempo. Nhakatolo é o título da

quem dá de comer aos filhos, zela pela preservação da paz e das boas relações com

rainha dos luenas, povo também designado por Luvale. A partilha de África pelas

os poderes dominantes, as lideranças femininas agiram de forma diferente do que

potências coloniais, deixou o povo Luena dividido por três países; Zâmbia, Angola e

seria uma liderança masculina mais beligerante, garantindo assim a sobrevivência

o Sul do Congo. Toda a linhagem das rainhas Nhakatolo, avô, mãe e filha, cuidaram

do reino.

do seu povo mantendo a coesão independentemente das fronteiras. Nhakatola Tchissengo, a avô, visitava o seu povo com dedicação cumprindo o dever de


Albina Assis Africano - Química e política especializou-se em Ciências da Produção de Petróleo juntando-se à Fina Petróleos de Angola em 1983, onde trabalhou dois anos como química. De 1985 a 1991 trabalhou na Refinaria da Petrangol/Total enquanto Directora-adjunta. Em 1992 tornou-se membro do Conselho da Sonagol chefiando a petrolífera angolana até 1999. Ministra dos Petróleos e Ministra da Indústria. Assessora Especial do Presidente da República para os Assuntos Regionais. Entre 2004 e 2012 foi Presidente da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Em 2015 foi Comissária-Geral do Pavilhão de Angola na Exposição Universal de Milão e posteriormente Presidente do Comité Directivo do Colégio de Comissários Gerais da Expo. Presidente do Banco Alimentar de

Albina Assis Africano

Angola


Agnela Barros Wilper

Agnela Barros Wilper - Serve as artes e a cultura do seu país há mais de 30 anos.

Fundou e preside a Ubuntu - Casa das Artes e Cultura. Directora Executiva da Revista

Investigadora, crítica literária e professora da Universidade Agostinho Neto. De 1987

Austral. Destinguida com a medalha Chevalier de l'Ordre des Arts et des Lettres,

a 1997 Directora-Geral do Instituto Nacional de Formação Artística, colaborando com

condecoração atribuida pelo Ministério da Cultura de França “às personalidades que

o Ministério da Cultura até 2005. Co-fundadora da Assantij - Associação Angolana de

pela sua criação se distinguem no domínio artístico ou literário pela sua contribuição

Teatro para a Infância e a Juventude. Presidente da Associação Angolana de Teatro.

para o desenvolvimento das artes e das letras em França e no mundo”.


Ângela Bragança Angela Bragança – Dirigente da JMPLA desde 1974, destacou-se ainda jovem liderando

outra área em que se destaca, a diplomacia. De 2008 a 2012 preside à Comissão de

o Departamento de Educação, Cultura e Desportos desse movimento político. De 1980

Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidade Angolana no Estrangeiro.

a 1992 foi deputada da Assembleia do Povo, dedicada à Comissão para a Infância e

Em Outubro de 2012 é nomeada Secretária de Estado da Cooperação. É a mais antiga

Juventude. De 1991 a 1997 dirigiu o Instituto Nacional da Criança. Depois das primeiras

deputada da Assembleia Nacional. Em 2017 no Governo do Presidente João Lourenço,

eleições democráticas, de 1992 a 2011 mantém-se na Assembleia como deputada e é

é nomeada Ministra do Turismo, cargo a que renuncia aquando fusão deste ministério com,

3ª vice-presidente do Grupo Parlamentar do MPLA. Ainda na Assembleia, assume

o do ambiente e da cultura.


Ariel de Bigault

Ariel de Bigault – Autora e realizadora francesa com vasta obra desenvolvida em

em Angola, realizou o filme “Canta Angola”, que mostra a criatividade resistente dos

Portugal, Angola, Brasil e Cabo Verde. A ela se deve um novo olhar sobre a realidade

musicos angolanos durante os vinte e sete anos de guerra. Tinha já realizado em 1996

africana e angolana, através da realização de filmes, da edição de CDs, palestras e

“Afro Lisboa” e em 2006 “Margem Atlântica”, e em 2020 “Fantasmas do Império”

concertos. Com mais de vinte e cinco anos de contributo para a divulgação da

documentários que relatam a presença africana em Lisboa, realçando e valorizando

música e cultura, dedicou a Angola em 1999 a colectânea de 5 CDs de música

a contribuição daquela na produção criativa em Portugal e na Europa, e os fantasmas

angolana de 1956 a 1998. Em 2000, dois anos antes da Paz definitiva ter sido assinada

do colonialismo.


Ana Dias Lourenço – Economista com uma brilhante carreira nacional e internacional. Participou na estruturação e execução das principais mudanças económicas em Angola. Especialista em Planeamento Económico, Planejamento de Investimento, Elaboração e Avaliação de Projectos e Análise Prospectiva. Foi Presidente do Conselho Nacional de Estatística, Presidente da SADC Comissão Nacional, Coordenadora Nacional do FED, Governadora do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento e Membro da Política Económica do Governo. Foi Consultora Sénior do Gabinete de Planejamento Provincial de Benguela. De 1986 a 1997 foi Chefe de Investimentos do Ministério do Planeamento de Angola. Directora Nacional do Departamento de Investimentos. Vice-Ministra e Ministra do Planeamento de 1997 a 2012. Vice-Presidente do Conselho de Administração do Comité de Ética e do Comité de Recursos Humanos, entre 2014 e 2015. Internacionalmente foi Directora Executiva do Conselho de Administração do Banco Mundial, em representação de Angola, Nigéria e África do Sul. Por duas vezes Presidente do Conselho de Ministros da SADC e Governadora de Angola para o Banco Mundial. Actualmente é a Primeira Dama da República de Angola, abraçando variadas causas sociais que tragam beneficio para o povo angolano.

Ana Dias Lourenço


Ana Maria de Mascarenhas

Ana Maria de Mascarenhas – Nascida para comunicar, dividiu a sua longa carreira

ficou marcado como uma vitória para os angolanos. Compositora e letrista, formou

de mais de 70 anos, entre a locução radiofónica, o ensino e a música. Fica na história

nos anos 60 dupla com o jornalista português Adelino Tavares da Silva, da qual

como a primeira mulher angolana a vencer o Festival da Canção de Luanda. Corria

ficaram as canções como “Mulata é a Noite”. Seguiram-se outros sucessos já a solo,

o ano de 1966 em plena época colonial. Ana Maria imprimiu a sua composição

“Senhora da Muxima”, “Passo do Sangazuza”, “Benguela–Rua 9”, “Mulata Maldita”,

ritmos africanos. Era usual as canções concorrentes ao Festival da Canção de

“Camião do Asfalto Molhado”, “Balada de Todo o Tempo”, “Um Mundo Novo”,

Luanda serem acompanhadas por uma orquestra vinda especialmente de Portugal

“Mukondaya Kitari”, “Manhê Manhê», e “Canção Nostálgia” cantadas por Carlos Buriti,

para o efeito, mas nesse ano de 66, os músicos da orquestra tiveram que ceder o

Martinho da Vila, Lilly Tchiumba, Duo Ouro Negro, entre tantos outros. Em 1975, com

lugar aos N’Gola Ritmos comandados por Liceu Vieira Dias, para interpretar “Maria

Eduardo do Nascimento, compõe a matriz do “Angola Avante”, que servirá para hino

Provocação”, a canção escrita por Ana Maria de Mascarenhas. O acontecimento

da República de Angola.


Ana Maria de Oliveira - Educadora social e antropóloga, dedicou grande parte da sua investigação a temas ligados aos costumes e práticas das comunidades culturais angolanas. Foi Ministra da Cultura de Angola de 1993 a 1999. Autora das obras “Angola e a Expressão da sua Cultura Material” e de “Elementos Simbólicos do Kimbanguismo”. Tem-se dedicado também a literatura infantil, onde já publicou três obras do seu projecto denominado “Kauyka”, é ainda deputada do Parlamento Nacional.

Ana Maria de Oliveira


Ângela Mingas – Coordenadora do Curso de Arquitectura da Universidade Lusíada de Angola é-lhe atribuída competência e profissionalismo. É desde 2003 um dos rostos mais notáveis do Centro de Estudos de Investigação Científica, Artes, Urbanismo, Design e Arquitectura da Universidade Lusíada de Angola. Tem-se dedicado à docência e à valorização do património histórico da cidade de Luanda. Curadora desde 2006 do Fórum de Arquitectura de Angola, é especialista em Património Arquitectónico. Em 2017 foi nomeada Secretária de Estado para o Ordenamento do Território, cargo que renunciou para se dedicar à família, à vida académica e à investigação.

Ângela Mingas


Ana Paula dos Santos – Primeira Dama de Angola, casada com o segundo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, apoiou iniciativas de ordem cultural, desportiva e recreativa visando incentivar a execução de projectos que dignifiquem a sociedade. Presidente do Fundo de Solidariedade Social “Lwini”, foi Presidente do Comité Nacional para a Promoção da Mulher Rural, Presidente Honorária de várias organizações filantrópicas, como a Associação Mundo do Amor, a Associação de Cegos e Amblíopes de Angola e do Centro de Meninas de Rua. É também Madrinha do Hospital Pediátrico de Luanda e Presidente do

Ana Paula dos Santos

Comité Miss Angola.


Alexandra Lima – Foi a primeira mulher africana a pilotar o imponente Boeing 777-300, o maior avião bi-motor do mundo. Ingressou na TAAG - Linhas Aéreas de Angola, com apenas 18 anos de idade. Foi assistente de bordo durante 3 anos e seguiu-se o curso de piloto na antiga Jugoslávia. Numa época em que Angola vivia uma guerra civil que se prolongou por 27 anos, Alexandra serviu como co-piloto durante 20 anos. A experiência ganha durante esses anos de sacrifício, permitiram-lhe crescer como pessoa e como profissional para atingir o topo de carreira tornando-se a primeira mulher comandante de Boing, no seu país e no seu continente.

Alexandra Lima


Arlete Chimbinda

Arlete Leona Chibinda – Com formação em Ciências Políticas, desde jovem abraçou

Docente universitária, é desde 1997 deputada da Assembleia Nacional. É a primeira

a área em que melhor se movimenta. De 1974 a 1986 fez parte do Comité Central da

mulher nomeada em Congresso pelo líder do partido Adalberto da Costa Junior, para

UNITA enquanto líder juvenil. De 1989 a 1991 assumiu a pasta de Ministra da Condição

assumir a vice presidência do seu partido.

Feminina nas áreas do país controladas pela UNITA. É membro destacado da LIMA.


Alexandra Simeão – Foi vice-ministra da Educação para a Acção Social no âmbito do (GURN) Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, durante 12 anos. Participou em diversos projectos destacando-se o Programa Merenda Escolar, criado como instrumento de combate ao insucesso escolar. Dedicou-se também à Campanha de Sensibilização sobre a Anemia Falciforme. Comentadora e analista política. Autora livro Kalucinga.

Alexandra Simeão


Alda Juliana Sachiambu – Uma vida dedicada à política que culminou como Presidente da Bancada Parlamentar da UNITA. Desde 1987 fez parte do Conselho da Revolução da UNITA, assumindo em 1984 o cargo de Presidente da LIMA. Em 1988 com a patente militar de capitã, exerceu funções de Ministra do Trabalho e posteriormente de Directora do Planeamento nas áreas do país controladas pela UNITA. Em 1992, junto com Fátima Roque que liderou a equipa económica, Ana Sachiumbu tornou-se a número dois da equipa que talhou as políticas económicas para o governo que sairia das primeiras eleições livres em Angola. Depois das eleições regressou às matas com Jonas Savimbi. Aquando do cerco das tropas governamentais, Ana foi encontrada na mata muito fragilizada. Com o fim do conflito armado desmobilizou-se voltando à política e assumindo o secretariado da UNITA no Huambo, onde se destacou como a “Governadora Sombra” pela sua douta análise da vida na província. Em Luanda, assumiu funções como assessora política de Isaias Samakuva, então presidente da

Alda Juliana Sachiambo

UNITA.


Anália de Vitória Pereira – (falecida) Funda juntamente com o seu marido, Carlos Simeão, em 1983 o PLD, partido que concorre as eleições gerais de 1992, obtendo três lugares no Parlamento. Foi a única e primeira mulher a comandar um partido político a concorrer à Presidência da República de Angola. Conhecida também como “Mamã Coragem”, elegeu como missão o combate a concentração ilícita de riqueza pelos titulares de cargos políticos e o combate à corrupção.

Anália de Vitória Pereira


Beatrix Heintze – Alemã e investigadora no Instituto Frobenius em Frankfurt de 1969 a 2004. Tem-se dedicado à pesquisa, divulgação e escrita sobre a história da África Central e de Angola em particular. Um exímio contributo de estudo do ponto de vista antropológico e histórico, que leva mais de 40 anos de dedicação. A sua trajectória académica é marcada pela divulgação de fontes e pela publicação de numerosos estudos dos quais se destacam as obras, “Fontes para a História de Angola do Século

Beatrix Heintz

XVII”, “Exploradores Alemães em Angola” e “Pioneiros Africanos”.


Belita Palma & Rosita Palma

Belita e Rosita Palma – Duas irmãs, dois percursos brilhantes. Coube a Belita o brilho

eterniza o cancioneiro urbano de Angola. As composições de Rosita Palma,

dos palcos e a Rosita o recolhimento para compor canções memoráveis. Com uma

maioritariamente em quimbundo, comportam uma forte componente social e de

voz sensual e doce, Rosita Palma é considerada uma das mais prestigiadas cantoras

intervenção política. Manazinha, Kilamba, N´Guxi, 4 de Fevereiro, 11 de Novembro,

angolanas. A sua carreira emerge no ano de 1963 como vocalista dos N’Gola Ritmos

com estrutura rítmica e melódica inspirada na rebita, kazukuta e semba, tocam a

juntamente com Lurdes Van-Dúnem. Seguem-se participações com variados

alma angolana. O contributo das manas Palma para música urbana de Angola

agrupamentos distinguindo-se os Kiezos e África Show. Dona de uma voz inconfundível,

perdura há mais de 50 anos e serve de inspiração para as gerações vindouras.


Carolina Cerqueira – Defensora da resolução de conflitos de forma pacífica, tem assumido ao longo da sua brilhante carreira cargos de grande responsabilidade. Embaixadora em várias conferências internacionais sobre a paz, desenvolvimento e igualdade do género. Dedicada à Assembleia Nacional, exerceu como Vice-Presidente de 2012 a 2016, foi ainda Membro da Comissão Permanente de Assuntos Jurídicos e Constitucionais, e Membro do Comité Executivo e do Comité de Desenvolvimento Sustentável, Finanças e Comércio da União Inter parlamentar Mundial em 2015. À causa das mulheres serviu como Secretária dos Assuntos Jurídicos e Solidariedade da OMA. Presidente da Assembleia Geral da Federação Internacional de Mulheres em Carreiras Jurídicas de 2006 à 2012. Vice-Presidente da Organização Pan-Africana de Mulheres para a África Austral de 2013 a 2016. Reconhecida internacionalmente pelos perto de quarenta anos de trabalho dedicados à promoção da democracia, direitos humanos, promoção da mulher e promoção da paz. Foi ministra da Comunicação Social de 2010 a 2012, Ministra da Cultura de 2016 a 2018, e em 2018 no governo do

Carolina Cerqueira

Presidente João Lourenço, é Ministra de Estado.


Candida Narciso – Com uma longa carreira profissional onde se destaca a educação e o ensino, começou pela base como professora primária em Luanda e em Benguela. Técnica da Direcção Nacional de Formação de Quadros. Chefe do Sector de Matemática do Ministério da Educação. Chefe de Sector para área de deficientes mentais. É membro d o M P L A d e s d e 1 9 74 , c o m e x t e n s o c u r r i c u l u m político, associativo e sindical, culminando como deputada pelo Circulo Eleitoral Nacional em 1992. No Parlamento foi Vice-Presidente do Grupo de Mulheres Parlamentares 1999-2002, Presidente da 6ª Comissão para Educação, Ciência e Tecnologia, Cultura, Assuntos Religiosos Juventude, Desportos e Comunicação Social 2000-2008, Membro da Comissão de Inquérito para a Paz e Reconciliação Nacional da Assembleia Nacional 2001-2002, permanecendo no Parlamento até 2008. Governadora P ro v i n c i a l d a L u n d a S u l

nas eleições de 2008

até 2016. No final de 2017 regressou à Assembleia Nacional.

Cândida Narciso


Constânça Panzo

Constança Panzo – Juntamente com o seu esposo Reverendo Fernando Panzo,

hoje com 69 anos de idade, dirige juntamente com o seu filho Reverendo Gideão Panzo

fundou a Congregação da Boa Vista que possibilitou o emergir do Mistério Ebenézer,

a Assembleia de Deus Pentecostal Ministério Ebenézer. A sua obra centra-se no

corria o ano de 1979. Por vocação Constança Panzo ocupou-se da Direção Feminina

apoio religioso e social as famílias desprotegidas.

da mesma congregação. Licenciada em Teologia, cristão fervorosa, mãe de dez filhos,


Deolinda Dorcas Teca

Deolinda Dorcas Teca – Nascida no Uíge no seio de uma família cristã evangélica,

conclui na República Democrática do Congo a licenciatura em Teologia

partiu com 18 anos de idade para o Huambo para ingressar no Seminário Emanuel

complementada com estudos em Pedagogia. Em 1999 começou a trabalhar para o

Unido para estudar teologia. Ainda no Huambo, iniciou o curso de Ciências Biológicas

Conselho de Igrejas Cristãs de Angola, no Departamento de Justiça, Evangelismo,

que veio a concluir no Uíge. Pelo brilhantismo que demonstrou, a direcção do

Reconciliação e Cooperação. De 2007 a 2013 dirige a Iniciativa Ecuménica de Luta

Seminário convidou-a de 1989 a 1991 como docente, ministrando as disciplinas de

contra O HIV em África. Em 2018, assumindo um segundo mandato, foi reconduzida

Educação Cristã, Homilética e Liturgia. Segue-se uma grande inovação sendo a

como Secretária Geral do Conselho de Igrejas Cristãs de Angola (CICA).

primeira mulher a ser ordenada pastora pela Igreja Evangélica Reformada. Em 1997


Emília Carlota Dias – Professora e política, iniciou a sua carreira em 1983. Desde jovem ingressou no MPLA, sendo Membro do Comité Nacional deste partido para a JMPLA e para a OMA, ainda na província da Huíla. Foi Chefe de Sector do Gabinete de Estudos e Investigação do Instituto Nacional da Criança. Apesar de no Parlamento as mulheres representarem apenas 30% dos 220 lugares disponíveis e de nas 18 províncias de Angola apenas duas serem governadas por mulheres, Carlota Dias assume no Parlamento o segundo lugar sendo Vice-Presidente da Assembleia Nacional.

Emília Carlota Dias


Engrácia Francisco Cabenha Engrácia Cabenha - Foi a única mulher que participou do levantamento

grande parte dos nacionalistas que compunham o grupo morreu nessa

que marcou o início da luta armada de libertação nacional contra o

noite. Enfrentaram o poder colonial apenas munidos de catanas e

colonialismo português. Integrando o grupo de cerca de 200 homens,

pedras, enquanto que as guarnições coloniais possuíam pistolas e

desencadearam na madrugada do dia 4 de Fevereiro de 1961 um

espingardas. Partindo de um quintal situado no Bairro Cazenga, onde

ataque em simultâneo, à Cadeia de Reclusão, à Cadeia da 7.ª Esquadra da Polícia, à Sede dos Correios de Angola e à Emissora Rádio Nacional de Angola. O objectivo era libertar os nacionalistas e intelectuais que ti nha m s i do a p r i s i o na do s p e l a P I D E e a nunci a r a o mundo que o s nativos de Angola iniciavam a revolta armada contra o colonialismo

actualmente se encontra o marco histórico, ofereceram a sua vida por todos os angolanos até à conquista da Independência. Além de ter integrado o grupo de nacionalistas, Engrácia Cabenha fez parte do Destacamento Feminino das FAPLA, criado por iniciativa do comandante

após séculos de opressão. Na época, Engrácia Cabenha, com apenas

Gika. Este destacamento teve um papel relevante na história militar e

14 anos de idade, compôs o grupo de revoltosos representando o

na luta pela emancipação feminina em Angola. Engrácia Cabenha é

elemento feminino na sua pureza original. O ataque foi violento e

tenente-general das Forças Armadas Angolanas (FAA) na reserva.


Elisabeth Rank Frank – Nacionalista convicta ingressou voluntariamente no CIR-Centro de Instrução Revolucionária, ainda em 1974. Participou nos combates para a libertação de Caxito como integrante da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada. Nas vésperas da Independência fez parte da Batalha de Kifangondo. Depois da Independência em 1977, deixa as FAPLA para fazer parte do grupo das primeiras 200 mulheres polícias em Angola. Comandante de Divisão da Maianga, Comandante da Brigada Especial de Trânsito (BET) que ajudou a fundar, Comandante da Unidade Operativa de Luanda e Segunda Comandante Provincial de Luanda. Lidera a Associação Angolana da Mulher Polícia, e é membro da Rede da Mulher Polícia da SADC. Foi a primeira mulher em Angola a chegar ao grau de comissário. É actualmente Conselheira do Comandante Geral

Elizabeth Rank Frank

da Polícia Nacional.


Eufrazina Teresa da Costa Lopes Maiato - Ao longo da sua carreira desenvolveu intensa actividade enquanto dirigente desportista e agente social. Foi directora do Instituto Nacional da Criança, onde deixou obra como os SOL - Centros de Acolhimentos para crianças necessitadas. É membro fundador e curadora da Fundação Lwini, cuja preocupação é atender vítimas de minas e outras deficiências. É membro do Comité Olímpico Angolano, Vice Presidente da Federação Angolana de Futebol, tendo chefiado a comitiva da selecção de sub-20 que conquistou a medalha de ouro do CAN. É Presidente da Assembleia-Geral da AMUD (Associação Mulher e Desporto). Deputada pela Bancada Parlamentar do MPLA, integrando no Parlamento as Comissões de Direitos Humanos, Petições e Sugestões dos

Eufrazina Maiato

Cidadãos.


Fátima Viegas – Socióloga e docente na Universidade Agostinho Neto, o seu contributo destaca-se em prol do estudo e conhecimento do fenómeno religioso em Angola, da salvaguarda dos valores morais e da promoção da cidadania. Directora do Gabinete para a Cidadania e Sociedade Civil do MPLA. De 1997-2008 exerceu a função de Directora-geral do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos afecto ao Ministério da Cultura. Com vasta bibliografia publicada destaca-se; “Panorâmica das Religiões em Angola Independente -1975-2008”. “A voz das Mulheres Deslocadas em Angola: Estratégias de Sobrevivência”-2001. “Angola e as religiões uma visão social 1999”. “Panorama Religioso em Angola - Dados Estatísticos - 1975-1997”. “A gestão da doença no espaço sócio-cultural e urbano de Luanda - os curandeiros tradicionais e os neo-tradicionais” 2015. É membro de algumas associações profissionais como a Sociedade Angolana de Sociologia, Associação de Investigação Cientifica de Moçambique, Associação Portuguesa de Sociologia, e Associação dos Médicos e Terapeutas Tradicionais. No Governo do presidente João Lourenço assume a pasta de Secretária para os Assuntos Sociais do Presidente da República.

Fátima Viegas


Fátima Roque – Economista e professora universitária, militante da UNITA desde jovem. Foi Secretária para a Economia, responsável pelo programa económico para as eleições de 1992. Eleita deputada à Assembleia Nacional de Angola de 1992 a 1997. Envidou esforços para restaurar a paz enquanto coordenadora e membro de várias organizações de direitos humanos a favor da Paz, da reconciliação, contra a fome e exclusão social, em Angola e em África. Em 1997 incompatibilizou-se com Jonas Savimbi que a expulsou da UNITA. Autora de uma extensa bibliografia sobre Angola e África nas áreas de econometria, macroeconomia, comércio internacional, economia monetária, desenvolvimento económico, democracia, direitos humanos e resolução de conflitos. Directora do Gabinete de Estudos Africanos da Universidade Lusofona em Lisboa é ainda Presidente da

Fátima Roque

Fundação ”Construir o Futuro em Angola”.


Filomena Oliveira

Filomena Oliveira – Natural do Namibe, passou a sua infância entre os Himba, povo

cuja tarefa foi repatriar exilados políticos. Apesar de ter na comunicação e no

de etnia Herero. A sua postura enquanto comunicadora valeram-lhe notariedade na

Marketing a sua grande paixão, nos últimos anos têm-se destacado no plano

sociedade. Consultora, coordenadora e formadora em váriados projectos dos quais

empresarial como Vice-Presidente da Associação Agro-Pecuária Comercial e Industrial

se destacam, Excursão Caminhada Verdadeira da Fundação Lwini, durante 10 anos.

da Huíla, e como Vice-Presidente e Membro Fundador da Confederação Empresarial

Formadora da American Developement Foundation. Consultora do Ministério da

de Angola, responsável pelas questões tributárias. É ainda membro fundador e da

Assistência e Reenserção Social. Dirigiu também o Projecto bilateral Angola/Holanda,

Direcção da Associação Angolana das Empresas de Publicidade e Marketing.


Francisca Van-Dúnem

Francisca Van-Dúnem – Jurista e política angolana e portuguesa, actual Ministra

Superior Público. Em 2015 foi nomeada Ministra da Justiça de Portugal. A sua ligação com

da Justiça de Portugal. Nasceu em Angola mas em 1973, com 17 anos de idade foi

Angola mantém-se quer a nível pessoal, quer a nível profissional. Além da relações familiares,

estudar para Portugal onde desenvolveu uma brilhante carreira. Começou em 1979

Francisca Van-Dúnem reclama justiça pelos abusos perpetrados durante o 27 de

como Magistrada do Ministério Público. Entre 1985 e 1987 foi Assessora da Sindicância

Maio de 1977. No seguimento da tentativa de Golpe de Estado que ocorreu nessa data,

e Inquérito da Alta Autoridade Contra a Corrupção. Delegada do Procurador da

o seu irmão José Van-Dúnem e a sua cunhada Sita Valles, foram assassinados. O casal

República no Tribunal do Trabalho, Tribunal de Instrução Criminal e Departamento

deixou um filho, Che, que Fancisca Van-Dúnem ajudou a criar em Portugal.

de Investigação Penal. Em 2007 Procuradora Distrital de Lisboa. Membro do Conselho


Fátima Jardim

Fátima Jardim – Desde muito cedo ingressou na vida política fazendo-se militante

associativa, Fátima Jardim assumiu ainda responsabilidades como vogal da Liga

do MPLA em 1976. Ainda nesses primeiros anos de independência nomeada Membro

Nacional Africana, Presidente da Mesa da Assembleia do Comité Paralímpico

do Comité Central desse partido. Assume de 1978 a 1990 a responsabilidade como

Angolano, Vice-Presidente da Fundação Kissama, Presidente do Conselho da Mulher

Directora do Centro de Investigação Pesqueira. Nomeada Vice-Ministra das Pescas

Rainha Munakasi Muene, e Presidente de honra da Juventude Ecológica Angolana,

de 1990 a 1992 é reconduzida já como Ministra de 1992 a 1996. De 1996 a 2002

entre outras missões. Desde 2019, cumpre mandato como Embaixadora de Angola

acumulou as pastas das Pescas e do Ambiente. Em 2008 é renomeada Ministra do

na Itália.

Ambiente num mandato que termina em 2017. Com intensa actividade social e


Florbela Malaquias

Florbela Catarina Malaquias – Militar das extintas FALA chegando à patente de

da Dignidade I - Memórias da Guerra”, obra literária que se esgotou logo após o seu

capitã. Filha de nacionalistas fundadores da UNITA, sempre mostrou gosto pelos

lançamento. A obra retrata o feminicídio perpetrado na Jamba por Jonas Savimbi

estudos. A chegada da guerra ao Planalto Central de Angola em 1975, empurrou as

durante a guerra civil angolana. O relato pessoal e vivenciado, por Bela e pela sua

populações das cidades para as matas, num êxodo que ficou conhecido como a

irmã Tita Malaquias, levanta o véu sobre a complexa personalidade de Jonas Savimbi

“grande marcha”. Bela Malaquias seguiu nessas colunas. Posteriormente exerceu

no relacionamento com aqueles que o rodeavam. Bela Malaquias dedica-se ainda

jornalismo na Rádio Vorgan. Já em Luanda exerceu jornalismo na Rádio Nacional

à advocacia e à docência.

de Angola, ocupando o cargo de Administradora Executiva. Autora do livro “Heroínas


Isabel Castro Henriques Isabel Castro Henriques - Toda a sua carreira com mais de 40 anos é dedicada ao

2004. ‘’Território e Identidade, A Construção da Angola Colonial’’, Lisboa, 2004,

estudo, divulgação, docência e publicação da História de África e de Angola.

‘’A Herança Africana em Portugal’’, 2009, ‘’Portugal, os Portugueses e os Outros’’, 2009.

Comissária da Exposição Njinga a Mbande e Aimé Césaire 2013. Coordenadora

‘’A África e a Primeira República: paradoxos, estratégias e práticas coloniais’’, 2010.

Científica do Programa Museológico do Museu da Escravatura de Lagos 2014 -2016 e

‘’Cidades em Angola: Construções Coloniais e Reinvenções Africanas’’, com Miguel Pais

do Programa Museológico do Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro de Cacheu,

Vieira 2013. ‘’Colonialismo e História’’, in Dicionário de Historiadores Portugueses, 2014.

Guiné-Bissau 2015-2016. Da sua extensa obra publicada destacam-se, ‘’Commerce et

‘’Classificar o Outro: historização e flutuação dos conceitos’’, 2016. ‘’Os Africanos em

changement en Angola au XIXème Siècle’’, 1995, ‘’O Pássaro do Mel Estudos de História

Portugal: integração e africanidade’’. ‘’Modalidades da 'escravatura' no centro-sul de

Africana’’, 2003, ‘’Os Pilares da Diferença Relações Portugal-África - Séculos XV-XX’’,

África’’, entre outras obras.


Irene Neto – Deputada à Assembleia Nacional, presidiu à Comissão de Saúde, Ambiente, Acção Social, Emprego, Antigos Combatentes, Família, Infância e Promoção da Mulher. De 2005 a 2008, foi Vice-Ministra para a Cooperação no Ministério das Relações Exteriores, sendo a primeira mulher a exercer esse cargo no pós-guerra. Membro da Comissão Constitucional em 2010, é ainda médica o almologista e Vice-Presidente da Fundação Doutor António Agostinho Neto.

Irene Neto


Joana Lina – Começou ainda nos primeiros anos da nossa independência a trabalhar como funcionária na sede do MPLA como Chefe de Secção do Departamento para a Política Económica e Social. Em 1982 passou a responder por esse departamento. Funcionou na OMA até ser Secretária de Estado para a Promoção da Mulher e Ministra da Mulher no GURN. Em 2003 Secretária para a Administração e Finanças e posteriormente, Vice-Presidente da Assembleia Nacional. Envolvida no associativismo desportivo e social, foi membro do Comité Olímpico angolano e do Comité da Mulher Rural. Co-Fundadora do Fundo Lwini e Presidente da Mesa da Assembleia do Banco Sol. No Governo do Presidente João Lourenço foi nomeada Governadora da Província do Huambo e em 2020 Governadora da Província

Joana Lina

de Luanda.


Júlia Ferreira

Júlia Ferreira – Militante do MPLA desde os seus 19 anos, seguiu as pegadas do seu

do BP do MPLA. Faz parte da Ordem dos Advogados de Angola e ao mesmo tempo

pai, Augusto Ferreira Neto, um destacado funcionário da Presidência da República.

partilha a actividade política com a docência. Ficou conhecida do grande público

Formada em Direito com especialidade em Direito Comercial, trabalhou enquanto

por ser Porta-Voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

jurista na GEFI – Sociedade de Gestão e Participações Financeiras, e no Secretariado


Josefa Sacko - Comissária da Comissão da União Africana para a Economia Rural e Agricultura. Em 2019 foi eleita uma das 100 Pessoas Mais Influentes no mundo, para a Política Climática, pelos seus esforços em influenciar a política climática no mundo,. Agro-economista de formação, é uma das principais tecnocratas ao serviço da União Africana. Em Angola foi assessora da Ministra do Ambiente e do Ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural, neste último desempenhou a sua acção na supervisão da Segurança Alimentar, Erradicação da Fome e Redução da Pobreza. Durante 13 anos desempenhou funções como Secretária Geral da Organização Inter-africana do Café, onde representou 25 países produtores de café no Continente.

Josefa Sacko


Kanguimbu Ananás

Kanguimbu Ananás – Poetisa, psicóloga e consultora social angolana. Membro da

angolana, coloca à disposição uma extensa bibliografia com mais de 20 livros

União dos Escritores Angolanos, tem-se destacado a nível da Poesia e da Literatura

publicados que inicia com a obr a de poesia “Seios do Desert o”, de 2002, até obras

Infantil e Juvenil. Exemplo de persistência criativa no âmbito da narrativa ficcional

publicadas na actualidade.


Laurinda Hoygaard – Economista de formação foi em 1977 eleita reitora da Universidade Agostinho Neto, sendo a primeira mulher no país a dirigir uma universidade. Foi ainda reitora da Universidade Lusíada de Angola e da Universidade Privada de Angola. Gestora de projectos próprios, têm-se dedicado ainda a publicações e análise mediática sobre economia angolana e africana.

Laurinda Hoygaard


Luísa Damião – Psico-pedagoga, comunicóloga, jornalista e política. Ainda jovem juntou-se as fileiras do MPLA. Actuou como Secretária Nacional para Informação e Novas Tecnologias na OMA. De 2002 a 2007 foi conselheira de imprensa da embaixada angolana em Cuba. De 2007 a 2009, trabalhou como Directora de Informação da ANGOP. Deputada eleita pelo Circulo Eleitoral Nacional desde 2012. Foi ainda Presidente do Grupo de Mulheres Parlamentares. Em 2018 foi eleita em Congresso, Vice-presidente do MPLA, sendo a primeira mulher a ocupar esse cargo.

Luísa Damião


Luísa Fançony – Locutora, jornalista, produtora e formadora, é uma das maiores figuras do jornalismo e da rádio em Angola. Com um longo e notável percurso profissional com cerca de 50 anos, abraçou a missão de divulgar aspectos da cultura angolana e africana. Foi Directora de Programas na RNA, notabilizando-se com os programas, “Para a Mulher” e “Reencontrar África”. Em 1992 fundou a (LAC) - Luanda Antena Comercial, emissora da qual é directora.

Luísa Françony


Luzia Inglês Van-Dúnem – Política e militar angolana, desde 1999 Secretária-Geral da OMA. Guerrilheira desde o tempo da luta anti-colonial, foi também operadora radialista nas 2ª e 3ª regiões político militar do MPLA, chegando a Chefe do Centro de Comunicações do Chefe das Forças Armadas Angolanas. Em 2014 tornou-se a primeira mulher a ser promovida a Oficial General das FAA. Nas eleições de 2017 foi eleita deputada da

Luzia Inglês

Assembleia Nacional.


Luzia Sebastião

Luzia Sebastião – Juíza Conselheira do Tribunal Constitucional de 2008 a 2017, foi

de formação de magistrados. Foi Secretária do Comité Central do MPLA e depois

ainda Directora-Geral do Instituto Nacional de Estudos Judiciários (INEJ), car go que

Directora do Gabinete Jurídico do Ministério da Justiça onde trabalhou até 1991.

deixou sem cumprir o sonho de ser criado em cada região de Angola uma escola

Dedica-se ainda docência universitária e ao exercício da advocacia.


Luísa Rogério

Luísa Rogério – Jornalista de projeção internacional, foi eleita membro da Comissão

Jornalistas. Enquanto Secretária-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, soube

Executiva da Federação Internacional dos Jornalistas. Jornalista e formadora no

defender os direitos da classe jornalística e soube dar o apoio necessário. Conhecida

Jornal de Angola, cobriu momentos únicos da história da Angola como o Protocolo

pelas coberturas eleitorais, principalmente em países africanos, a sua competência,

de Lusaka em 1994. Em 2013, foi eleita vice-presidente da Federação Africana de

verticalidade e honestidade são unanimemente reconhecidas.


Lurdes Van-Dúnem – Cantora angolana iniciou a sua carreira nos anos 60 com o agrupamento musical N’Gola Ritmos. Monami, o seu primeiro êxito tornou-se um hino para os angolanos. Ao longo a sua carreira de mais de 40 anos dedicados a música

Lurdes Van-Dúnem

urbana de Angola fez várias digressões pelo mundo.


Maria do Carmo Nascimento

Maria do Carmo Assis do Nascimento – Antiga Combatente e Veterana da Pátria,

Presidente do Conselho de Administração da Vidrul e Presidente da Federação de

presente na resolução de questões ligadas a famíla, infância e acção social. Membro

Mulheres Emprendedoras. A nível de África fez parte da Comissão Executiva do Fórum

do Comité Nacional da OMA, deputada desde 2012 à Assembleia Nacional. Presidente

Parlamentar da Conferência de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

do Grupo de Mulheres Parlamentares. Empresária e formadora exerce enquanto


Maria da Encarnação Pimenta

Maria da Incarnação Pimenta – Docente universitária desde 2000 na Universidade

Física e Mental em instituições na Nigéria e em Angola. Desde 2010 publicou as obras

Católica e no Instituto Piaget, é também comentadora social nas áreas da psicologia

“Eventuais Causas e Consequências dos Delinquentes em Angola”, “Quem Produz

e das ciências da educação para a TPA e para a RNA. Desde 1996 prestou apoio

Delinquentes”, e “Amantes Concubinas ou Esposas”.

psico-social e filantrópico em Centros de Reeducação de Menores e de Reabilitação


Maria João Ganga

Maria João Ganga - Realizadora de cinema, argumentista e produtora, é um dos

Mulheres de Créteil, Festival Vues d'Afrique, e em Montreal. Mentora e Directora da

poucos rostos femininos a realizar cinema e a encenar teatro em Angola. Em 2004

Casa das Artes desde 2017, tem no ensino das artes o seu grande objectivo. Nesse

brindou-nos com o filme Na Cidade Vazia, a primeira longa metragem angolana

sentido desenvolveu o Programa de Bolsas de Estudo para os jovens mais

realizada por uma mulher. O filme foi premiado no Festival de Cinema de Paris, e

necessitados.

festivais de cinema africano, na Ásia, América Latina, Milão, Festival de Cinema de


Maria da Piedade Jesus

Maria da Piedade – Funcionária pública desde 1982 como técnica de investigação

idade, passando pela OPA, JMPLA e pela OMA. Coordenadora do Projecto Mbanza Kongo

científica no Museu Nacional de Arqueologia de Benguela, passou a Chefe de

que culminou com eleição à categoria de Património Mundial da UNESCO em 2017.

Departamento em 1993. Membro da Brigada de Pesquisa Arqueológica e do Conselho

Coordenadora do Projecto Tchitundu-Hulo com vista à inscrição na lista para

de Direcção do Museu Nacional de Arqueologia. Foi em 1993 nomeada Directora Geral

Património Mundial. Docente Universitária e Presidente do Conselho Científico do

do Instituto Nacional do Património Cultural. Ingressou no MPLA com 12 anos de

Departamento de Ciências Sociais.


Maria Mambo Café

Maria Mambo Café – Política, economista e empresária. Ingressou no MPLA ainda

Acordos de Alvor, que estabeleceram as regras para a independência de Angola.

nos anos 60, “dando o salto” como se denominava o ingresso dos nacionalistas para

Depois da independência até 1977, trabalhou no gabinete pessoal do primeiro

a luta armada contra o colonialismo português. Cedo se evidenciou a sua capacidade

presidente de Angola, Dr. Agostinho Neto. Em 1978 nomeada Ministra do

enquanto burocrata e a sua facilidade para dominar idiomas, o que levou a que lhe

Comércio. Em 1982 Ministra dos Assuntos Sociais, tornando-se a primeira mulher

fosse oferecida uma bolsa de estudos para a União Soviética, onde estudou economia

em Angola a ser nomeada para um Gabinete de Estado. Em 1986 tornar-se

de 1964 a 1968. De regresso à guerra de libertação, ocupou vários cargos no MPLA até

Vice-Primeira Ministra e Ministra de Estado para a Esfera Economia e Social. Foi

ser integrada no Comité Director em 1971. As suas habilidades como diplomata e

considerada uma das "super-ministras" do país. Foi ainda Governadora de Cabinda,

negociadora permitiram que em 1974, fizesse parte da equipa que pré fixou os

sua terra natal.


Margaret Anstee

Magreth Anstee – Diplomata britânica que serviu as Nações Unidas por quase

88 anos de idade, revelou-se desiludida e magoada com a indiferença da

quarenta anos (1952 – 1993), atingiu o ranking de Sub-Secretária Geral em 1987,

Comunidade Internacional para com Angola durante o processo de Paz. Considerando

sendo a primeira mulher a ocupar esse cargo. De 1992 a 1993 serviu enquanto

a guerra em Angola a pior guerra do mundo, lançou em 1996 a obra ‘’Orphan of the

Enviada Especial do Secretário Geral das Nações Unidas para Angola, sendo a

Cold War: the Inside Story of the Collapse of the Angolan Peace Process 1992–1993'’,

primeira mulher nas Nações Unidas a liderar uma Missão de Paz. Em 1994, 22 anos

obra que narra a batalha sangrenta pela conquista de Luanda pelas forças da UNITA,

depois de ter renunciado a missão de reunir as partes beligerantes, Anstee, com

em Outubro-Novembro de 1992.


Maria Luísa Abrantes

Maria Luísa Abrantes – Fez parte da lista das 50 mulheres de negócios mais

do Board do US/Africa Business Center. Membro do Conselho Administrativo da Nocal.

influentes do continente africano em 2018. Tinha sido em 2014, incluída no Top 20

Desde 2009 Presidente do Conselho Fiscal do Banco Caixa de Angola. Em 2014

das mulheres que fazem mexer o continente. Empresária experiente e consultora

Secretária de Estado para o Investimento Nacional e Estrangeiro. Presidente da

internacional, tem estado activamente envolvida nas reformas económicas

Assembleia Geral do Banco Prestígio desde 2015. Docente universitária na

realizadas em Angola. Foi fundadora e presidente da Agência Nacional de

Universidade Agostinho Neto para Doutoramento e Mestrado. Autora de extensa

Investimento Privado (ANIP). Consultora Jurídica Internacional, desde 2016 Membro

obra dedicada a justiça e economia angolana.


Maria Eugénia Neto – Conselheira política, escritora, e Presidente da Fundação Doutor António Agostinho Neto. Primeira dama de Angola e mãe da pátria, casou-se em 1958, ainda durante a ditadura de Salazar em Portugal, com o líder do MPLA. Durante toda a década de 60 durante a clandestinidade no Congo Brazavile, a luta armada de libertação nacional, ou nas zonas em Angola sob controle do MPLA, acompanhou o líder do Partido na organização da Luta armada e das organizações adjacentes do partido como a OMA, JMPLA e OPA. Após a independência como escritora dedicou-se a uma das suas grandes paixões, a poesia, e a escrita de literatura infantil e juvenil. Viúva aos 45 anos, Maria Eugénia Neto manteve-se fiel a Angola, ao MPLA e à sua família. Escolheu como missão divulgar a figura patriótica e de estadista do primeiro presidente de Angola Doutor António Agostinho Neto.

Maria Eugénia Neto


Maria do Carmo Medina – (falecida) Chegou sozinha a Angola em 1950. Fugia à PIDE depois de ter sido apontada por pertencer ao MUD-Juvenil e à Casa dos Estudantes do Império. Figura antifascista e de profundas convicções democratas, em Angola, iniciou-se como Conservadora do Registo Predial e foi a primeira mulher advogada a abrir escritório em Angola. Defendia famílias dos expropriados e presos políticos sendo advogada do Processo dos 50. Depois da independência foi Consultora Jurídica do primeiro Presidente de Angola e de 1975 a 1990 participou na elaboração das leis mais importantes do país. Em 1980 foi nomeada Juiz Desembargador do Tribunal da Relação de Luanda. Co-fundadora, docente e Assistente Graduada da Faculdade de Direito Agostinho Neto. Em 1989 Vice-Presidente do Tribunal Supremo.

Maria do Carmo Medina


Miraldina Jamba – Professora, política e deputada eleita pelo Circulo Eleitoral Nacional. Embaixadora de Angola na UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação. Filiada na UNITA desde jovem, está presente no Parlamento angolano representando a sua bancada parlamentar. Foi Presidente da LIMA – Liga das Mulheres Angolanas.

Miraldina Jamba


Oficiais Gerenais FAA

Mulheres Generais angolanas - O ano de 2012 foi inédito nas Forças Armadas

Directora Administrativa do Hospital Militar Principal. Rosa Cunha, Directora para a

Angolanas (FAA). A promoção de quatro mulheres à classe de generais no activo,

Docência e Investigação do Hospital Militar e Instituto Superior. Elisabete de Jesus

constituiu um momento de ascensão para essa instituição do Estado angolano. A

de Fátima Ferreira, Chefe da repartição de apoio à instrução da Direcção de Preparação

promoção foi presidida pelo então Chefe de Estado-Maior, General Geraldo Sachipengo

de Tropas e Ensino. Quatro mulheres que ficam para a história como as primeiras a

Nunda. Domingas Alfredo Quipaxe, Chefe do Departamento de Acção da Direcção

serem promovidas a patente de general no activo.

Nacional de Segurança Social do Ministério da Defesa. Filomena Burity da Silva Neto,


Naiole Cohen Naiol Cohen - Com extensa experiência como consultora para entidades nacionais

executiva independente do Banco de Poupança e Crédito. Administradora Executiva

e internacionais, é perita em contabilidade e docente universitária na Universidade

da empresa Angola Telecom. Sub-Directora de Project Finance no Banco de Fomento

Agostinho Neto desde muito jovem. Ministra programas de formação profissional da

de Angola (BFA). Na BP (British Petroleeum) ocupou funções de Business Service

Ordem dos Contabilistas e Peritos de Contabilidade de Angola, entre outras entidades.

supervisor e de Sénior Business Analyst. Assina diversos artigos de Business Intelligence,

Presidente do Conselho de Administração da Angola Cables e Administradora não

e é autora dos livros “Beyond Inequalities” e “Angola e o seu Potencial”.


Noelma Viegas de Abreu – Psicóloga clínica, gestora e docente de programas de licenciatura, pós-graduação e formação profissional há mais de 20 anos. Consultora e Manager na KPMG, Directora Executiva do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola. Directora Executiva e de Recursos Humanos em empresas multinacionais. Desde 2012 CEO da Academia BAI.

Noelma Viegas de Abreu


Paula Francisco Coelho

Paula Francisco Coelho – Política e ambientalista, é filiada no MPLA, membro da

de resíduos e à conservação de solos e água. Foi Secretária de Estado para

OMA e do Comité Central. Iniciou o seu trabalho no Ministério do Ambiente como

Biodiversidade e Áreas de Conservação, e foi desde 2017 Ministra do Ambiente de

técnica, tornando-se posteriormente Directora Nacional de Biodiversidade. Possui

Angola. Definiu como prioridades para o seu mandato a educação ambiental, a

extensa experiência trabalhando com os desafios ambientais de Angola. Coordenou

gestão de resíduos e o fortalecimento das políticas relacionadas à vida selvagem.

diversos projectos relacionados à biodiversidade, às mudanças climáticas, à gestão


Rosa Cruz e Silva – No Conselho da República, entre os cerca de vinte conselheiros do Presidente João Lourenço, destaca-se a figura de Rosa Cruz e Silva. Ministra da Cultura no governo anterior, foi também Directora-Geral do Arquivo Histórico Nacional e Vice-Minista da Cultura. A académica é também fundadora e editora do Jornal Académico Fontes e Estudos. Com extensa obra publicada sobre História de Angola, onde se destacam, “O corredor de Kwanza-a reurbanização dos espaçosMacumde-Kalumbo-Massangano-Muxima-Dondo-Kambambe Sec. XIX”, “As feiras do Ndongo - A outra vertente do comércio no século XVII”, “Património Construído de Luanda-Hospital Maria Pia”, “Angola e o seu Potencial”, “Rotas do Tráfico-do corredor do Kwanza ao sertão de Benguela”, “Arquivos e tradição

Rosa Cruz e Silva

oral - o caso de Angola entre outras obras”.


Sarah Maldoror – Guadalupenho-Francesa, esposa de Mário Pinto de Andrade, primeiro presidente do MPLA, foi a primeira cineasta a abordar a descolonização e as lutas de libertação dos países africanos de língua portuguesa através do cinema. A filmografia de Moldoror articula o olhar poético e político com as ideias do Panafricanismo e da Negritude, projectando na tela um mundo em transformação, dando luz e legitimidade a luta do SER africano..................................................................................... “Monangambé”, é o seu primeiro filme projectado para Angola, data de 1969. Inspirado num poema de António Jacinto, denuncia o trabalho forçado imposto aos naturais de Angola. Segue-se “Sambizanga” filmado em 1971, inspirado numa obra de Luandino Vieira, cujo objecto é a Luta contra o colonialismo português pelos habitantes de um dos bairros periféricos de Luanda. Dedicou-se ainda à produção de documentários sobre Cabo Verde e a Guiné Bissau. O reconhecimento por mais de 70 anos dedicados à luta pela arte contra as injustiças coloniais, chegou aos 91 anos com a atribuição da medalha de Cavaleiro da Ordem Nacional de Mérito pelo Estado francês.

Sarah Moldoror


Selecção Angolana de Andebol

Seleção Sénior de Andebol Feminino de Angola - As Pérolas, como

tendo aí alcançado o oitavo lugar. Registam-se seis participações nos

são conhecidas as jogadoras da selecção sénior de andebol feminino

jogos PAN-Africanos e são assíduas no Campeonato do Mundo, onde

de Angola, dominaram o andebol africano desde 1989, tendo-se

participaram 19 vezes, sendo a primeira em 1990 e a última em 2017,

sagrado campeãs africanas por 13 vezes. Equipa composta pelas

chegando aí também a alcançar o 7º lugar. Muito populares quando se

melhores jogadoras de andebol de Angola, participaram diversas

apresentam, as Pérolas são consideradas uma das maiores alegrias

vezes nos Jogos Olímpicos, sendo a primeira em 1996 em

que Angola produziu desde a sua independência.

Atlanta-Estados Unidos, e a última em 2016 no Rio de Janeiro-Brasil,


Sílvia Lutukuta Sílvia Lutucuta - Médica Cardiologista e Docente Universitária, Chefe de Departamento

Associação Njango nos EUA, Membro da Sociedade Portuguesa de Pacing Cardíaco,

de Pós-Graduação e Investigação Científica da Faculdade de Medicina, com experiência

Vice-Presidente da Sociedade Angolana de Doenças Cardiovasculares e Membro do

em Pesquisa-Biologia Molecular e Genética das Doenças Cardiovasculares. Ingressou

Senado da Universidade Agostinho Neto. Investigadora com carreira desenvolvida

na Faculdade de Medicina com apenas 16 anos de idade, concluindo a licenciatura

em Portugal, Grã-Bretanha e EUA, preocupada com as questões de saúde em Angola,

nos 6 anos estabelecidos. Com extenso curriculum político e associativo no qual se

é actualmente Ministra da Saúde, acompanhando determinadamente a evo-

destacam, Membro da Associação dos Pós-Graduados em Portugal, Membro da

lução da pandemia COVID-19 a nível nacional.


Teresa Cohen – Médica emprestada à política, com um intenso percurso profissional e político. Esteve na base da fundação da Faculdade de Medicina na Universidade Agostinho Neto. Deputada pela bancada parlamentar do MPLA, foi Coordenadora Pedagógica e Chefe do Departamento de Saúde Pública. Vice Presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Federação Angolana de Andebol. Preocupada com as epidemias que grassam na sociedade, busca a melhoria de indicadores saúde no país. Assim é Presidente da AMASO - Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida, Malária e Tuberculose.

Teresa Cohen


Amélia Mingas – (falecida) Directora do Instituto Internacional de Língua Portuguesa. Linguista e professora catedrática, foi a primeira mulher Decana da Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto. Investigadora e autora de várias obras onde se destaca “A Problemática nas Relações das Línguas Africanas e o Português”, livro que explica a influência do quimbundo de

Amélia Mingas

Angola na língua portuguesa.


Rosa Roque

Rosa Roque - Professora e compositora, em quase 30 anos produziu seis álbuns para

A professora como será eternamente recordada, teve presença incontornável no

o agrupamento musical As Gingas do Maculusso. Conhecida por recriar através das

movimento da música infantil compondo para vários artistas e apoiando projectos

composições de canto e dança, histórias, que tocam a razão, a memória musical e

para crianças como o coral Gigante e Patinhos. A sua acção, criando em 1983 as

a reflexão estética. É também criadora do o projecto musical Avilupa Kuimbila. Ao

Gingas do Maculusso, revolucionou a industria musical angolana pós independência.

longo da sua carreira foi directora artística na Secretaria de Estado da Cultura.


Princesa Diana

Princesa Diana - A guerra em Angola prolongou-se por 27 anos. A paz chegou em

de minas antipessoais. 157 países votaram claramente para a erradicação das minas

2002 com os dois exércitos beligerante a deixarem plantado em solo angolano cerca

terrestres. Infelizmente a princesa Diana não sobreviveu para saborear essa,

de 15 milhões de minas terrestres anti-pessoais. Era preciso um grande esforço para

também sua, vitória. Em 2003, um ano após o fim da guerra, Angola aderiu à

a remoção das minas e esse esforço foi sendo feito pelo governo angolano e pela

Convenção de Ottawa. Dados de 2007 reportam que o país tinha três mil e seiscentas

comunidade internacional. A Princesa Diana abraçou a causa e deslocou-se a Angola

áreas minadas, mas em 2020 tem apenas mil duzentas e vinte. O trabalho e a missão

em 1997 desafiando a industria internacional produtora de armamento, numa

humanitária continuam na actualidade com o empenho do governo angolano e da

arrojada demonstração que colocou Angola nas páginas da imprensa internacional

comunidade internacional, destacando-se o Príncipe Harry, filho da Princesa Diana,

Diana caminhou por um campo minado. Pouco depois da sua visita, foi assinada a

juntamente com a Fundação Hallo Trust. Estima-se que existam cerca de 60 mil

Convenção de Ottawa de proibição de uso, armazenamento, produção e transferência

angolanos que ficaram mutilados devido ao rebentamento de minas de guerra.


Sónia Ferreira Sónia Ferreira – Activista social e benemérita focou como seu objectivo de vida

crianças e jovens necessitados. Passados vinte anos continua a ser tratada por mãe pelas

prover o bem-estar de crianças e jovens. Fundou nos anos 90 na província do

crianças e agora por avó pelos filhos dos jovens que passaram pelo centro Okutiuka -

Huambo o Centro Okutiuka onde acolhe crianças e jovens desfavorecidos acusados

(Acção Para a Vida). É também mentora desde 2011 do festival internacional de rock da

de feitiçaria e vítimas de maus tratos, desprovidos de apoio familiar e institucional

cidade do Huambo, ‘’O Rock Lalimwê Eteke Ifa’’, que traduzido do umbundo para português

Apesar do grande sacrifício pessoal para sustentar o centro Okutiuka, Sónia prosse-

quer dizer ‘’O Rock Não Morre Nunca’’, congregando anualmente, com carácter beneficente,

gue o seu trabalho apoiada por doações, sempre com o objectivo de dar um lar às

músicos angolanos e a nível internacional, moçambicanos e tsuaneses.

.

.


Helena Bonguela Helena Bonguela Abel - Natural de Katchiungo, Província do Huambo, aderiu à UNITA

Huambo, em 2009 nomeada Vice-Presidente do Executivo Nacional da LIMA, em 2010

em 1974, com apenas 17 anos de idade numa altura em que a UNITA iniciava a sua

membro do Conselho de Jurisdição do Partido e em 2011 membro da Comissão

longa marcha em direcção ao Leste de Angola. Recebeu formação militar, política e

Política do Partido. Foi em 2016 eleita Presidente da LIMA, sendo reeleita em 2020

ideológica, especializando-se em relações internacionais, assuntos eleitorais e

para um novo mandato que terminará em 2024. Serve na Assembleia Nacional desde

mobilização eleitoral. Na UNITA foi em 1975 secretária administrativa da JURA no

2012 como deputada ocupando o cargo de Secretária da Segunda Comissão de

Menongue, seguindo-se uma longa e brilhante carreira na LIMA. Foi presidente do

trabalho especializado, pertencendo também à 2ª Comissão Parlamentar para;

Comité Local, Presidente do Comité de Zona do Batalhão, Secretária Administrativa

Defesa, Segurança, Ordem Interna, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, e é

do Comité Coordenador, em 1996 foi eleita membro do Comité Nacional da LIMA no

a 2ª vice-presidente do grupo das mulheres parlamentares.


Aminata Gourbel Aminata Gourbel – Nascida no Marçal, bairro da periferia de Luanda, conhecido por

Apaixonada pelas artes e tradições africanas, são conhecidos os seus trajes exuberantes

ter sido o berço de muitos artistas e figuras de proa da sociedade Luandense, foi

e o seu empenho em divulgar a poesia, pintura, escultura e performance angolanas.

jogadora de basquetebol, chegando a defender as cores de Angola na Selecção

Com o seu esposo, o conhecido poeta Lopito Feijó, possui uma casa Museu repleta de

Nacional. Actriz, declamadora, activista social em prol da luta contra o HIV-SIDA,

arte africana que tem servido de cenário para filmes e documentários e que o casal

jurada do Carnaval de Luanda, também chamada de Mamã África pelo seu empenho

amavelmente mantém aberta ao público composto por jornalistas internacionais,

na causa cultural africana. Jornalista especializada em cultura dos PALOP e

estudiosos e sociedade em geral.

realizadora de programas na RNA – Rádio Nacional de Angola, há 33 anos.


Heroínas de Angola Heroínas de Angola - Deolinda Rodrigues, Irene Cohen, Engrácia dos Santos e

clima quente e húmido, e a aspereza dos terrenos inóspitos, dizimaram grande parte

Teresa Afonso, quatro jovens mulheres incorporadas em 1966 no Esquadrão Kamy,

dos combatentes. Deolinda, Irene, Engrácia e Teresa sobreviveram, mas no regresso

uma coluna guerrilheira de combatentes contra o colonialismo português. O

da sua missão, passando pela actual República Democrática do Congo, nos arredores

esquadrão foi treinado por internacionalistas cubanos e tinha como missão levar

da vila de Kamuna, foram capturadas pela FNLA e torturadas até a serem assassinadas

reforços até à fronteira do Congo onde se situava a Primeira Região Político Militar

em Março de 1966. O martírio por que passaram marca o imaginário de sofrimento

do MPLA, no interior de Angola.........................................................................................

passado pelas mulheres angolanas na luta contra o colonialismo português, e as

Numa penosa marcha em zona de terra queimada, a coluna perdeu-se. A fome, o

rivalidades entre os partidos políticos angolanos.


Isabel dos Santos - Engenheira Electrotécnica, desde jovem mostrou inclinação

Isabel dos Santos das energias transformadoras, aparelhagens e automação, mobilidade eléctrica e

para o mundo dos negócios. Começou a sua actividade profissional em 1990 como

engenharia. O ano de 2015 foi vitorioso para Isabel, sendo considerada pela BBC como

gestora na empresa Urbana 2000 e abriu em 1997 o Clube Miami Beach na Ilha de

uma das 100 mulheres mais influentes do mundo pelo seu papel preponderante na

Luanda. A partir de 2008 aposta nas telecomunicações co-fundando a empresa Unitel,

economia e desenvolvimento do continente africano. Em 2016 foi nomeada pelo seu

na banca com o BFA e o Banco BIC, e investe ainda na distribuição a partir de 2015

pai, o anterior presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, Presidente do Conselho

com a marca Candando. Ao longo dos últimos 20 anos tem sido gestora e tem

da Administração da Sonangol, a petrolífera angolana, cargo que ocupou durante

desempenhado funções de administração em empresas cotadas em bolsas europeias

cerca de um ano, sendo exonerada pelo novo presidente João Gonçalves Lourenço.

privilegiando o mercado português, onde se destacam investimentos na banca,

O ano de 2020 terá sido o seu ‘’Annus Horribilis’’, ao ver arrestadas pela justiça ango-

,

o Banco Português de Investimento e o Banco BIC Português. Na área das energias,

lana e internacional grande parte dos seus avultados investimentos em Angola e no

com participação na Galp Energia e nas telecomunicações na ZON Multimédia e na

estrangeiro, culminando com tragédia familiar ao ficar viúva devido à morte por afo-

Optimmus. O seu maior investimento em Portugal formaliza-se quando assume o con-

gamento do seu esposo Sindika Dokolo, o empresário congolês e homem colecciona-

trolo da Efacec Power Solutions, uma empresa que inclui actividades nas áreas

dor de arte, que tanto fez pela cultura angolana e africana.


Tamar Golan Tamar Golan - Jornalista e diplomata israelita ficou conhecida pelo seu empenho

valeu-lhe amigos por todo continente africano, não só entre os estudantes como

em promover as relações entre o Estado de Israel e as nações africanas. Realizou a

também entre os líderes africanos, servindo por isso muitas vezes como

sua primeira missão na Etiópia em 1961. Professora universitária, estabeleceu uma

conselheira e mediadora na resolução de conflitos. Africanista consciente da

relação de proximidade com as gentes e culturas africanas gerando uma grande

diversidade cultural africana e das conjunturas históricas ligadas às rivalidades

paixão que divulgou nos meios de comunicação por onde trabalhou, como o jornal

étnicas, à escravatura e à colonização, Tamar Golan ergueu para os africanos a

britânico Observer, na secção africana da BBC NEWS e no Jornal Maariv, em Paris.

bandeira do diálogo, do activismo social e dos direitos humanos. A sua trágica

De 1994 a 2002 exerceu o cargo de embaixadora de Israel em Angola. Ao longo da

morte em 2011 não foi o fim desta bonita relação, pelo contrário, ela germinou em

sua vida como professora promoveu a concessão de bolsas de estudos para

associações de solidariedade social por toda a África, destacando-se em Angola a

estudantes africanos em Israel e em 2006 impulsionou o Centro de Estudos

Fundação Arte e Cultura.

Africanos na Universidade de Ben-Gurion. A sua personalidade humana e generosa


Ana Paula Tavares Ana Paula Tavares – Poetisa, cronista, historiadora e antropóloga, sempre trabalhou

Afectivo” - Caminho. Possui extensa obra científica onde se destacam: “A pequena

na área da cultura, museologia, arqueologia, etnologia, património, animação

Pista do Antílope: As Fontes e o Estudo da Arqueologia Angolana”. “Construindo o

cultural e ensino. Nascida na província da Huíla partiu para Portugal em 1992 mas

Passado Angolano: As Fontes e a sua Interpretação”. Actas do IIº Seminário

levou Angola no coração. É autora de vasta obra literária em prosa e poesia e de

Internacional sobre a História de Angola, 1997. Fontes Escritas Africanas para a

textos científicos; 1995 “Ritos de passagem” UEA - União dos Escritores Angolanos;

História de Angola - Revista do Arquivo Histórico Nacional. Uma Leitura Africana das

1998 “Sangue da Buganvília”, Centro Cultural Português, Cabo Verde; 1999 “O Lago da

Estratégias Políticas e Jurídicas. Textos dos e para os Dembos, 1869–1920. A África e

Lua” - Caminho. Entre 2000 e 2004 colaborou com o Jornal Público com uma crónica

a Instalação do Sistema Colonial 1885 –1930, entre outras obras publicadas em

mensal. 2001 “Dizes-me Coisas Amargas Como os Frutos” - Caminho; 2003 “Ex-votos”

Portugal, Brasil, França, Alemanha, Espanha e Suécia. Lecciona na Universidade

– Caminho; 2005 “Os Olhos do Homem que Chorava no Rio” – Caminho; 2007 “Manual

Católica de Lisboa, sendo conhecida pelo seu estudo da história e memória da

Para Amantes Desesperados” – Caminho; 2009 “Contos de Vampiros” - Porto Editora;

cultura Lunda Cokwe de Angola.

2010 “Como Veias Finas na Terra” – Caminho; 2016 “Verbetes para um Dicionário


Vera Daves

Vera Daves – É a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra das Finanças em

De 2014 a 2016 foi administradora Executiva da Comissão de Mercado de Capitais.

Angola. Licenciada em Economia pela Universidade Católica de Angola (UCAN),

Exerce ainda a docência na Universidade Católica de Angola ministrando as cadei-

possui formação em técnicas e práticas bancárias, gestão do tempo, mercado de

ras de Finanças Públicas e Integração Económica, e de Mercados Financeiros, no

capitais, finanças, gestão e liderança. Foi técnica de Finanças na Sonangol ESSA,

MBA Executivo promovido pela Católica Business School Alliance.

directora do Gabinete de Produtos e Research do Banco Privado Atlântico.


Alda Lara

Alda Lara – Poetisa, escritora e declamadora, participava intensamente nas

pelos missionários em África e sobre questões de assistência médica às populações,

actividades político culturais da CEI - Casa dos Estudantes do Império, na década de

missão em que se considerava eleita para servir a sua amada pátria Angola. Ao longo

50 e 60 do século passado. Colaborou com jornais e revistas como a Revista

da sua vida exerceu intensa actividade enquanto activista social e política enfren-

Mensagem da CEI, o Jornal de Angola, o Jornal de Benguela, e a revista ABC da Ciência.

tando a PIDE e o sistema colonial português. Alda Lara faleceu em 1962 em Cambam-

Produziu e publicou vários escritos poéticos, livros de contos, conferências, e

be com apenas 32 anos de idade deixando quatro filhos. Da sua obra destaca-se uma

reflexões. Exímia declamadora, ficaram para a memória os seus recitais de poesia

escrita profundamente feminina, condenatória do regime colonial e das atrocidades

nos quais divulgava a poesia africana e angolana em particular. Médica especializada

perpetradas pela colonização.

em psiquiatria infantil, realizou várias conferências sobre os trabalhos realizados


Política no Feminino

Política no Feminino – Programa da TPA – Televisão Pública de Angola, transmitido

Tânia de Carvalho, Sizaltina Cutaia, Maricel Kapama, Mariazinha Monteiro, Luísa Grilo,

às sexta-feira de cada semana. Caracteriza-se pelo debate e análise política e social

Suzana Mendes, Sandra Batalha, Navita Ngola, Flávia Nahary, Lurdes kaposso, Josefa

a assuntos em agenda semanal. É apresentado de forma rotativa pelas jornalistas

Lamberga, Marissol Kapama, Suzete Antão, Rute Maxinge, Conceição Vaz, Dalva

Kieza Silvestre, Filomena Reis, Rossana Miranda, e Claudete Silva, em debate com

Ringote, Sara Fialho, entre outras.


Paula Simons – Jornalista desde muito jovem, ao longo do seu percurso passou por inúmeras redacções; RNA, LAC, RDP-África, SIC, Cruzeiro do Sul e Média Nova. Assumiu também inúmeras vezes responsabilidades de direcção, sendo administradora de conteúdos da RNA e directora-geral da RNA. Entre 2008 e 2010 foi deputada eleita pelo círculo eleitoral do MPLA. Esta profissional da comunicação social distingue-se também por ser uma das poucas figuras entre a nossa classe de dirigentes a rejeitar as regalias inerentes aos cargos que ocupa. No final dos seus mandatos como deputada e administradora da RNA, devolveu as viaturas de serviço, postura incomum em Angola, encontrando apenas paralelo na figura de dois ilustres deputados do MPLA já falecidos, Lúcio Lara e Paulo Teixeira Jorge, conhecidos pelo seu desapego aos bens matérias.

Paula Simons


Princesa Diana - A guerra em Angola prolongou-se por 27 anos. A paz chegou em 2002 com os dois exércitos beligerante a deixarem plantado em solo angolano cerca de 15 milhões de minas terrestres anti-pessoais. Era preciso um grande esforço para a remoção das minas e esse esforço foi sendo feito pelo governo angolano e pela comunidade internacional. A Princesa Diana abraçou a causa e deslocou-se a Angola em 1997 desafiando a industria internacional produtora de armamento, numa arrojada demonstração que colocou Angola nas páginas da imprensa internacional Diana caminhou por um campo minado. Pouco depois da sua visita, foi assinada a Convenção de Ottawa de proibição de uso, armazenamento, produção e transferência de minas anti-pessoais. 157 países votaram claramente para a irradicação das minas terrestres. Infelizmente a princesa Diana não sobreviveu para saborear essa também sua vitória. Em 2003, um ano após o fim da guerra, Angola aderiu a Convenção de Ottawa. Dados de 2007 reportam que o país tinha três mil e seiscentas áreas minadas, mas em 2020 tem apenas mil duzentas e vinte. O trabalho e a missão humanitária continuam na actualidade com o empenho do governo angolano e da comunidade internacional destacando-se o Príncipe Harry, filho da Princesa Diana, juntamente com a Fundação Hallo Trust. Estima-se que existam cerca de 60 mil angolanos que ficaram mutilados devido ao rebentamento de

Princesa Diana

minas de guerra.


Marie Luise Bastin – Investigadora belga especialista em arte e cultura Cokwe. Desde muito cedo se interessou por arte africana estudando-a do ponto de vista antropológico. Convidada pelo professor Frans Olbrechts - famoso etnólogo especializado nas culturas africanas – Bastin chegou à Lunda em 1956 para estudos no Museu do Dundo, na época propriedade da Diamang – Companhia de Diamantes de Angola. Durante os estudos dos artefactos presentes no Museu do Dundo, realizou por sua conta, uma intensa investigação privilegiando o contacto directo com as populações, estudando a sua ancestral cultura, os seus ritos, usos e costumes, sistemas políticos e sociais, e a sua história. Como resultado dessa rigorosa investigação publicou em 1961 dois volumes do livro “Art Decoratif Tshokwe”. O trabalho realizado por Marie Luise Bastin na Lunda permitiu inscrever a cultura material Cokwe na categoria de arte, em detrimento da categoria de artefactos antropológicos vigente até então.

Marie Louise Bastin


Luzia Malungo – Nacionalista oriunda do norte de Angola e filiada na FNLA - Frente Nacional para a Libertação de Angola, desde muito nova apoiou a luta pela libertação dos povos angolanos subjugados pelo colonialismo. Em 1961 os angolanos inciaram a luta armada de libertação nacional contra o colonialismo e eram especialmente as meninas e moças que levavam clandestinamente alimentação e mantimentos para os guerrilheiros escondidas no Congo e nas florestas circundantes do Maiombe. Luzia Malungo foi apanhada pelas autoridades coloniais numa dessas missões e foi presa pelo menos duas vezes. Passou pelas cadeias de Salazar (Ndalatando) e de São Nicolau em Bentiaba na província do Namibe. Recorde-se que a Cadeia de São Nicolau erguida no deserto do Namibe, carrega uma história marcada por atrocidades e terror. Criada com finalidade de isolar os presos de consciência (políticos), a antiga cadeia é apontada como o maior palco de tortura, semelhante aos campos de concentração nazis, em que poucos

Luzia Malungo

saiam com vida.


Ana Lemos - Começou a fazer televisão antes de completar os 18 anos de idade. Na TPA - Televisão Pública de Angola passou por todas as etapas numa brilhante carreira, foi jornalista, reporter e é a mais popular apresentadora do telejornal em horário nobre. Com o seu carisma associou a responsabilidade à liderança, foi chefe de sector, de secção, editora, coordenadora, sub-directora de informação, assessora do conselho de administração e administradora.

Ana Lemos


Guilhermina Prata

Guilhermina Prata – Iniciou a sua carreira político profissional como colaboradora

Central. Em 2004 foi nomeada Vice-Ministra da Justiça e de 2008 a 2012 Ministra da

da Comissão de Assuntos Jurídicos da Assembleia do Povo, ainda nos primeiros anos

Justiça. No seu curriculum destaca-se intensa actividade académica, profissional,

da nossa independência. Seguidamente como Directora do Gabinete Jurídico da

associativa e política, e a sua acção enquanto Membro da Comissão de Revisão

mesma Assembleia. Foi de 1999 a 2004 Assessora Jurídica do Grupo Parlamentar do

Constitucional da Assembleia Nacional, que elaborou o Projecto da Constituição de

MPLA e Deputada à Assembleia da Nacional. A nível do continente assumiu durante

Angola.

um ano a Presidência da Rede das Mulheres Parlamentares dos Estados da África


AGRADECIMENTOS A execussão da exposição AS MUATAAS não teria sido possível sem a entrega incondicional de todos que nela participaram e que passo a citar, o pintor Modesto Mamba pelos retratos feitos há mais de três anos e que vão finalmente a exposição. Um agradecimento muitíssimo especial para o artista plástico Evan Claver, que abraçou o projecto criando um mundo de sinalética baseado em símbolos e escrita pictórica africana, resgatados do baú dos tempos e devolvidos a África contemporânea. Aos meus filhos por terem aceite embarcar neste sonho maluco da mãe, muito obrigada, Mara Hurst, Ricardo Hurst, Assunção Domingos e Djanoni de Carvalho, jovens que em tempo de quarentena pelo Covid-19 se entregaram à composição das obras e molduras. Considerando a família alargada uma organização dinâmica produtora de energia solidária, não poderia deixar de agradecer ao Toke É Esse e à Mónica Camoesas, a Sra. Dona Fátima de Vasconcelos, à Marinela Cerqueira, Paula de Carvalho, Jorge Bernardo, Nelson Pires dos Santos, Susana e António Amaro, João Cruz, Sara Mendonça, Victor Fernandes, Maria João Ganga, Paulo Couto e Nuno Rodrigues pessoas que forneceram força vital para a concretização deste projecto. A todos o meu amor e o meu profundo agradecimento. Juntos somos melhores!


MUATAAS FICHA TÉCNICA Autoria: Isilda Alves Coelho Curadoria: Abreu Castelo Vieira dos Paxe Pintura: Modesto Mamba Desenhos: Evan Claver, Mara Hurst Edição: Ricardo Hurst Apoio de edição: Filipe Sargento, Vladimir de Oliveira, Ibrahim Paulo Construção das molduras: Assunção Domingos, Djanoni de Cavalho Montagem: Paulo Couto Apoio de montagem: Assunção Domingos, Djanoni de Carvalho, Nuno Rodrigues Produção: Casa das Artes Revisão de texto: António Videira Impressão, Paginação e Acabamento: Tipografia Corimba CONTACTO: +244 930 95 16 63 | É expressamente proibida copia e divulgação deste livro, os direitos do mesmo reservam-se ao autor


Abreu Castelo Vieira dos Paxe...............................................................................................

Mara Hurst.................................................................................................................

Poeta, Ensaista e Professor – Abreu Paxe é Doutor em Comunicação e Semiótica (2016)

Nasceu em Lisboa em 1994. De momento vive e trabalha em Luanda. Devido ao

pela Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes, no Programa de Pós-graduação

parentesco tem vindo a acompanhar o movimento artístico luso-africano desde a

em Comunicação e Semiótica, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-Brasil (PUC-SP), Mestre em Ensino de Literaturas em Língua Portuguesa (2009), Licenciado em

infância, ficaram marcados os espectáculos de música e dança com o Raul Ouro

Ensino de Língua Portuguesa, opção ensino de Literatura, pelo ISCED de Luanda da

Negro, lembranças da Expo 98 em Lisboa e performances do Grupo de Teatro Pau

Universidade Agostinho Neto (UAN), LeCciona atualmente nos Programas de graduação e

Preto. Em 2004 mudou-se para Luanda onde fez o ensino secundário na Escola

pós-graduação do ISCED de Luanda, Instituição vocacionada à Formação de Professores

Portuguesa. Por ter tido uma educação com disciplinas nos horários de tempos livres,

e outros Profissionais de Educação. ACtua no programa de pós-graduação nos Mestrados

sem acesso a televisão ou jogos de computador, surgiram as primeiras experiências

de Línguas e Literaturas Angolanas na Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto, Instituição vocacionada para a formação de investigadores em línguas e literaturas. Actualmente é Presidente do Conselho Científico e Chefe do Departamento de Línguas e

a solo de artes visuais e plásticas, fazendo esculturas de argila vermelha ou desenhos a aguarela, e experiências na área musical como aulas de piano onde aprendeu

Literaturas Africanas do ISCED/Luanda. Nesta instituição é membro da comissão

sozinha algumas musicas......................................................................................................

cientifica dos programa de Mestrado em Ensino de Língua Portuguesa, Mestrado em

Apesar da formação em ciências da saúde, desde 2015 tem feito residências artísticas

Ensino de Literaturas em Língua Portuguesa e no Mestrado em Ensino de Línguas, nos quais é docente. Em Comunicação e Semiótica, Investiga na grande área; Signo e

como assistente dos artistas angolanos como Zan Miguel e Daniela Ribeiro, que a inclinaram para afirmação na vertente de artes visuais e plásticas. Em Março de 2020

Significação nos Processos Comunicacionais. E na área de concentração; Processos Criativos na Comunicação e na Cultura. Actua no Grupo de Pesquisa; Comunicação,

participou em Luanda na sua primeira exposição colectiva na Galeria Tamar Golan –

Cultura: Barroco, Oralidade e Mestiçagem, na PUC-SP/Brasil. Coordena a linha de pesquisa

Fundação Arte e Cultura, num programa alusivo a Emancipação da Mulher Africana,

em; Educação, Cultura: Comunicação e Artes no Mestrando de Literaturas em Língua

a exposição foi composta de máscaras africanas cravejadas de componentes

Portuguesa no ISCED de Luanda. Foi Curador do BIP- Primeira Bienal Internacional de

eletrónicos. Podem encontrar.se algumas das suas obras no mundo digital, na página

Poesia em Luanda, produzido pela fundação Sindika Dokolo. Foi Consultor do Filme Sobre

Baobá Leaves no facebook.

a Rainha Nzinga produzido pela Semba Comunicações. Colaborou no Jornal de Angola no Caderno Vida e Cultura e depois Vida Cultural. Colaborou no Novo Jornal no caderno Cultural Mutamba como articulista. Colaborou na Rádio Nacional de Angola (RNA) na

Ricardo Hurst..............................................................................................................

Criação do Projecto e Produção do Programa Palavras e Textos, que vai ao ar aos sábados

Tem 21 anos de idade, estudou no Colégio S. Vicente de Paulo, em Portugal, na Escola

das 9h-10h. Colaborou na Rádio Mais no Programa CCV. Colabora no Programa CCV na

Portuguesa de Luanda, vive desde os 16 anos em Londres onde iniciou os estudos em

MFM. É autor dos livros; A Chave no Repouso da Porta, Inald (2003) e o Vento Fede de Luz,

Ciências da Computação na London Academy. Dedica-se a estudos dirigidos em

UEA, (2007). Membro da União dos Escritores Angolanos (UEA), na qual é, actualmente,

programação e mecânica biónica, com especialidade em desenvolvimento de

Director do Centro de Estudos Literários Angolanos (CELA), entre outras funções de

próteses e membros artificiais. Encontra-se de momento a fazer licenciatura na

direcção aí exercidas. É Consultor para a área criativa da Comissão Interministerial para

mesma área na Monfort University. Na exposição As Muataas assumiu a edição de

a Expo-Dubai 2020. É Membro do Júri do Prémio Nacional de Cultura e Artes

toda a coleção.


Evan Claver......................................................................................................................... nascido em Luanda em 1987, vive e trabalha em Luanda-Angola. Artista autodidata, começou a desenhar desde tenra idade. Estudou cinema e cinematografia. Peculiar usando os desenhos (rabiscos) para retratar a

Biografias: O General Dibala, o General Tranquilo, Fernando Teles, Um Banqueiro Angolano – Curadoria de Arte – 2018 Paulo Jazz o Anjo Colorido – Coleçcão Nuno de Lima Pimentel – 2019 – Daniela Ribeiro – Da

dinâmica, o caos e o movimento da vida urbana, adopta uma perspectiva

Ancestralidade à Tecnologia – Galeria Candando. Dedicou-se ainda à

de desapego que lhe permite, através das linhas, encenar a frenética

docência e a comunicação institucional.

realidade cotidiana que ele observa. Exposições Selecionadas - Universidade Lusíada, “Notas Sobre Aqui”, Luanda, 2003 - 1ª Trienal de Luanda - Fundação Sindika Dokolo, “Dipandapara Sempre”, 2004 - Fuckin 'Globo, Luanda, 2016 Jaango 5ª Edição, “Oficina de Artistas”, Luanda, 2016 - AMREF HEALTH AFRICA

Modesto Mamba................................................................................ nasceu no Uíge-Angola em 1971. Cedo demonstrou talento na expressão

ARTBALL, Nova Iorque, 2017 - Sede das Nações Unidas, Brasil, 2017 - Colecção

do desenho e da pintura. Domina a técnica de pintura a óleo recorrendo

particular Paolo Gentiloni, ENI, Angola,2017 - ShowRoom, Exposição Colectiva,

também a colagens, técnica que apurou com diversos materiais.

Sede do Banco Económico, Luanda, 2018 - Vários interiores, trabalha em

Seguindo a tradição dos retratistas, tem na mulher africana o seu

Luanda (G80, Infinitus, Art House ...) - Diversas obras para coleccionadores

foco principal. Frequentou a Ecóle des Fines Arts na República

particulares..............................................................................................................

Democrática do Congo, aperfeiçoado técnicas e experimentado materiais. Modesto vive unicamente da pintura. No seu atelier no

Isilda Alves Coelho ..........................................................................................

bairro Palanca, tipicamente habitado por bakongos, o artista observa

nasceu em Luanda-Angola em 1966, aos 16 anos iniciou a carreira

os elementos que compõe o seu universo pictórico; mamãs com o

como dançarina. Historiadora, especializou-se em História de África e

seus trajes coloridos e mercados informais efervescendo de cor, luz e

em Antropologia transportando esse conhecimento para o mundo das

movimento. Dos clássicos renascentistas colhe a expressão de luxo

artes e letras. Escreveu para teatro: 2000 “Condenados” Culturgest. 2001

onde os panejamentos privilegiam o jogo de luz e a forma como

“Ideia Carapinha”- Culturgest. 2002 “Quem Mostrabô És Caminho Longi”-

entrelaçam numa dança desconcertante. Expôs na República

Culturgest. 2003 “Cabral” – Centro Cultural de Belém. Regressou a

Democrática do Congo, Brasil, Coreia do Sul, Inglaterra, África do Sul,

Angola em 2005 dedicando-se à escrita para o audiovisual: 2005

China, Tailândia, Dubai, Etiópia, Índia e Portugal.

Telenovela “Sede de Viver” – Televisão Pública de Angola. 2007 Documentário “Ritmos Urbanos Melodias de uma Identidade” – Semba Comunicação. 2008 Telenovela “Minha Terra, Minha Mãe” – Televisão Pública de Angola. 2013 Telenovela “Windek” – Semba Comunicação. 2014 Filme “Njinga Rainha de Angola” – Semba Comunicação. 2015 Telenovela “Jikulumesso” – Semba Comunicação. 2017 – Série 5 Documentários Caminhos Para a Paz -




Apoio:

End: Luanda - Talatona - Via 5 (ao lado da Esquadra Municipal de Belas) info@casadasartesluanda.com


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