Edição junho 2014

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Propriedade: A MÓ · Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) | Barroselas Junho 2014 | Mensal · Nº2 · Gratuito · Versão digital

O teatro Experimental dos Feitos em Tregosa Durrães e Tregosa | Página 4

Saúde

Vila de Punhe

Casos de polícia | Bombeiros

Portugueses desafiados a comer bem

Obras de recuperação no Moinho do Inácio

Suspeitos por tráfico de droga

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Reconhecer, para quê? A exigência da sociedade atual é constante e severa para todas as pessoas, sem exceção. Mas ainda é mais notória para aqueles que iniciam novos projetos. Esses são os que particularmente “sentem o peso” de enfrentar uma realidade que, muitas vezes, se alheia tornando-se espectadora num papel que se quer ativo e dinâmico. São os aferem a organização da sociedade na sua essência. São os que enfrentam os processos, por vezes, complexos e as pessoas que neles se encontram. São os que lutam, lutam e lutam perante o que se impõe. São os que sentem o “sabor” da conquista, mesmo que pequena e breve. Acima de tudo são aqueles que constatam impreterivelmente que como retrata George Mathew Adams “Não existe esta coisa de homem feito por si mesmo. Somos formados por milhares de outros. Cada pessoa que alguma vez tenha feito um gesto bom por nós, ou dito uma palavra de encorajamento, entrou na formação do nosso caráter e nos nossos pensamentos, tanto quanto do nosso sucesso.” Dependemos dos outros, que ninguém se iluda! Fazemos parte de uma sociedade, que na realidade somos todos nós porque partilhamos propósitos, gostos, preocupações, costumes e que interagimos. Ela nos acolhe, todavia revela-se um pouco cruel, insegura e instável. Mas com amparo, seja de que ordem for, tudo se torna mais emblemático. Assim, cabe-nos a nós, termos a idoneidade e audácia de reconhecer quem nos apoia. É um gesto simples mas ocasionalmente torna-se enorme e de difícil prática. Acredito que todos somos capazes de a praticar e quantas mais vezes isso acontecer, mais estaremos a contribuir para que a nossa sociedade se torne ainda mais justa.

Ana Patrícia Lima Coordenadora

Azeite protege coração contra poluição do ar O investigador conclui que o estudo “sugere que o consumo de azeite pode proteger o corpo contra problemas vasculares relacionados com a poluição”. www.boasnoticias.pt

U

m estudo recente realizado nos EUA revelou que o azeite protege o sistema cardiovascular contra os efeitos da poluição do ar. Os resultados apresentados pelo líder do estudo Haiyan Tong, investigador da United States Environmental Protection Agency, na conferência internacional da American Thoracic Society mostraram que “A exposição à poluição do ar pode conduzir à disfunção endotelial, uma condição que prejudica

o funcionamento dos vasos sanguíneos e que é um fator de risco em termos de doenças cardiovasculares, acentuando a aterosclerose,” “Uma vez que o azeite e os óleos de peixe são conhecidos pelas propriedades que beneficiam o sistema endotelial, quisemos confirmar a eficácia dos suplementos de azeite num ambiente exposto à poluição”. O estudo envolveu 42 indivíduos saudáveis. Ao longo de quatro semanas, alguns dos participantes, selecionados de forma aleatória, consumiram 3

gramas extra de azeite, outros adicionaram óleos de peixe à sua dieta e outros não receberam qualquer suplemento. Durante a investigação os indivíduos foram expostos, duas horas por dia, à poluição do ar, dentro de uma câmara. Os investigadores mediram a função endotelial dos participantes antes, durante e depois da exposição à poluição. A equipa verificou que apenas o grupo que tomou suplementos de azeite manteve a função endotelial protegida.

Além disso, neste grupo, a proteína que permite quebrar os coágulos sanguíneos também registou

uma melhoria do seu funcionamento. O investigador conclui que o estudo “sugere que o consumo

de azeite pode proteger o corpo contra problemas vasculares relacionados com a poluição”.

Ficha técnica | Diretora: Ana Patrícia Lima Redação: Domingos Costa · José Miranda · Manuel Lima · José Rafael Soares · Eduarda Alves · Rogério Braga Colaboradores: Elisabete Gonçalves Paginação: Isabel Queiroga Contacto redação: Rua do Sião, Apartado 20 – Barroselas · redajornalvaledoneiva@gmail.com Periodicidade: Mensal Formato: Digital Distribuição: Gratuita Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais deste jornal.


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Barroselas

Evolução das obras de remodelação do quartel da GNR Barroselas e arredores irão certamente beneficiar com o novo quartel pois irá contribuir para um melhor desempenho das forças da ordem. Manuel Lima Texto e Foto

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s obras de remodelação e ampliação de moradia existente na rua da estação em Barroselas para o novo quartel da GNR estão a decorrer a bom ritmo, é pois uma necessidade premente, visto o quartel existente no largo da feira em Barroselas já

não reunir as condições operacionais que se exigem para os dias de hoje. Barroselas e arredores irão certamente beneficiar com o novo quartel pois irá contribuir para um melhor desempenho das forças da ordem gerando bem-estar para os militares que poderá reverter num melhor apoio à população abrangida pelo posto territorial. Como todos sabemos as

pessoas hoje vivem preocupadas com a sua segurança e bens, pois as notícias que nos entram porta dentro são prova evidente dos tempos que correm. Barroselas não foge à regra, embora sendo um meio mais pequeno também regista algumas ocorrências importantes. Temos pois esperança que a nova infraestrura venha colmatar lacunas existentes a vários níveis.

Elaboração e exposição do maio da ARPB A Associação de Reformados e Pensionistas de Barroselas, como já tem sido habitual no mês de maio elaborou e expor o maio dos seus associados.

Manuel Carvalho Fotos


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Durrães e Tregosa

O teatro Experimental dos Feitos em Tregosa Esta foi mais uma iniciativa do TeatroNeiva, seção de teatro da Mó, promovendo a cultura e a permuta de experiências.

Manuel Lima Fotos

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o passado dia 17 de maio, o teatro Experimental dos Feitos através de uma permuta com o TeatroNeiva, levou a cena a peça “As duas solteiras” no salão da sede da União de Freguesias de Durrães

e Tregosa, localizado em Tregosa - Barcelos. A peça retratava a vida da Mª da Fé e Mª de Jesus, duas irmãs solteiras que desejavam ardentemente deixar de o ser. Desenrascadas, geriam habilmente os seus negócios e eram muito unidas, pelo menos até que Heitor entrou naquela casa. Duas solteiras e

apenas um candidato? Já se está a ver que a confusão que se instalou! O público aderiu ao convite e a animação foi uma constante. Esta foi mais uma iniciativa do TeatroNeiva, seção de teatro da Mó, promovendo a cultura e a permuta de experiências.


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Durrães e Tregosa

Autarquia em Movimento A calçada em exposição junto à Sede da Junta de Freguesia em Tregosa, sofreu uma remodelação importante tanto em imagem como ornamentação. Jose Miranda Texto e Fotos

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calçada em exposição junto à Sede da Junta de Freguesia em Tregosa, sofreu uma remodelação importante tanto em imagem como ornamentação. Trata-se de um monumento histórico que, retrata o movimento de carros de bois ou carroças de cavalos que, passaram pela artéria existente em Tregosa denominada caminho da Calçada (hoje rua da Calçada). Nas pedras, são visíveis autênticos sulcos, resultantes dos rodados dos carros a tração animal que, por ali passaram. A Autarquia

anterior chefiada pelo Sr. João Portela, teve a feliz ideia, de transpor algumas pedras para junto da Sede da Junta e criar um espaço para as colocar. No entanto, a Autarquia atual chefiada pelo Sr. José Dias, entendeu que devia dar-lhe um toque refinado atendendo que, este monumento, é um exemplo do quotidiano dos nossos antepassados. Por lá, desceram muitos carros puxados por possantes juntas de gado carregados de rolos de pinheiro ou eucalipto, milho e pedras. Eram os chamados carreteiros que, durante o dia, desciam ou subiam para fazer carretos e ganhar o pão nosso de cada dia. Perante tal simbolismo,

a Autarquia, quis prestar um tributo aos nossos antepassados e, escolheu o dia 11 de maio, para inaugurar um monumento que, representa o dia a dia das nossas gentes. Na cerimónia, para além do executivo Autárquico, estiveram presentes a presidente da Assembleia Dalila Teixeira, o Ex-autarca Sr. João Portela e a Srª Maria Clara Dias mentora do texto inscrito na placa identificadora do monumento. Cada um a seu jeito fez uma breve alocução ao evento mas, a base, centrou-se em torno das nossas raízes. No final, a Autarquia, presenteou os presentes com pão de ló e vinho do Porto.

Andor da Srª de Fátima saiu do largo das Alminhas

Roubo de grelhas das sargetas

A construção do andor e sua ornamentação, esteve a cargo da Srª. Maria Celeste F. Pinto.

Jose Miranda Texto

José Miranda Texto

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ste ano, no dia 12 de maio, a tradicional procissão de velas com a imagem da Nª Srª de Fátima, saiu do largo das Alminhas junto ao nicho com o mesmo nome. A população afluiu em grande número e a cantar e a rezar seguiram rumo à Igreja paroquial. De salientar que, este ano, a construção do andor e sua ornamentação, esteve a cargo da Srª. Maria Celeste F. Pinto residente na rua das Bouças.

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Autarquia informa a população que, ao longo da estrada que liga Durrães a Tregosa, foram furtadas grelhas das caixas das águas pluviais. É um caso a lamentar numa sociedade que se afirma ser democrática.

Freguesia em festa com o apoio da ACIB e Junta de Freguesia Jose Miranda Texto

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os dias 10 e 11 de maio, o ringue da Associação Desportiva e Cultural de Tregosa, foi palco de diversão para a pequenada. Nele, foram montados insufláveis e música gravada. Esta iniciativa ,tem por objetivo apoiar o Comércio local.


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Durrães e Tregosa

Incêndio florestal em Tregosa O combate, foi protagonizado pelos bombeiros de Barcelos, com apoio de duas viaturas-tanque, uma delas estacionada em Fragoso, que foi a primeira a chegar. José Oliveira Texto e Fotos

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o passado dia 14 de Maio, pelas 15H, deflagrou um incêndio florestal na zona das agras de Tregosa, logo à saída da ponte de Vale sobre o rio Neiva, no sentido Norte - Sul. A área ardida, que rondará dois hectares, é cortada a meio pela estrada procedente daquela ponte, cujo coberto arbóreo era maioritariamente composto por eucaliptos, entremeados ainda por pinheiros, carvalhos, sobreiros e arbustos diversos. O combate, foi protagonizado pelos bombeiros de Barcelos, com apoio de duas viaturas-tanque, uma delas estacionada em Fragoso, que foi a primeira a chegar. Segundo o “diz-se, dizse” destas ocasiões, este incêndio terá sido ateado na parcela nascente que ardeu completamente e

que, com o vento, expandiu os seus tentáculos à área poente. Meteorologicamente falando, este dia caracterizou-se pela ocorrência de vento forte e seco de leste – o vento soão – tendo a temperatura do ar subido aos 31 graus no vale do Neiva, condições que, aliás, procediam já desde o início do mês e continuaram perduráveis no pós-incêndio. Com a ausência de humidade, quer do ar quer ao nível do sol, e dada a ausência de limpeza deste das herbáceas e material lenhoso que o cobriam, o fogo teve livre-trânsito para se espraiar e até trepar bem alto às copas das árvores! O combate Alertado visualmente por espessas nuvens de fumo, monto na minha BTT e orientado pelo meu GPS memorizado, pedalo pelas coordenadas invisíveis do meu olhar e, num só fôlego e

percurso, assumo ao palco do ígneo espetáculo. Não escolhi lugar posicional, pois não pretendia ser espectador, mas sim interventor na peleja contra tão poderoso inimigo! Não deixei contudo de constatar – porque impossível de me alhear – que, um número significativo de mirones ali deambulava em falatório arguível, conjeturando teorias, razões e saberes feéricos sobre o sucedido! Contudo, nada mais faziam do que isso: opinar e lamentar, mas de mãos nos bolsos! Enquanto rodava o meu olhar para me inteirar da realidade de ato tão soez, vil e vexatório, como é o caso de um fogo-posto, e porque nestas ocasiões, nunca fui, nem serei alguma vez um espectador impudente e mórbido, pude decorar algumas fisionomias e ouvir, ainda que desgarradamente, os seus dislates! Apoiado na minha BTT, puxei do lenço de bolso,

dividi-o geometricamente para me servir de proteção respiratória à densa e sufocante cortina de fumo que tinha que vencer para percecionar o incêndio do outro lado, e de posse de tal cartografia, decidir-me pelo combate ao flanco mais destruidor das chamas! Já do outro lado – o do sul - encontrei um homem da minha geração, embora desconhecido, que aconchegava as “banhas” com o calor irradiante do fogo! Tentei convencê-lo a juntar-se a mim para darmos combate às chamas que crepitavam a poente e ainda não se evidenciavam tão alterosas como as de nascente. Esmiuçou primários desconchavos vestidos por palavras “à la minuta” e, dali, não saiu. Atirei-me aos pedais da “bicla” e logo acima encostei-a a uns eucaliptos e fui para a “arena”! Rapinando um ramo de pinheiro, sozinho vou para o meio do fogo! Ninguém aqui esta-

va, mas na “plateia” vira que o número de “voyeurs” havia aumentado! Não fiquei surpreendido, pois em tantos casos como este em que já me envolvera, a “ementa” foi sempre igual e de prato único! Durante cerca de 30 minutos, meti-me com o fogo e consegui retirarlhe a vontade e a teimosia de seguir o caminho que pretendia num dos seus flancos, salientando o facto importante de ter impedido que aquele queimasse vivo um azevinho adulto e selvagem com cerca 40 anos de idade! A morfologia do terreno que pisei, caracterizava-se pela existência de água, que fez com que eu ficasse atascado algumas vezes! Entretanto, chega o carro de Fragoso. Traz 3 homens e pouca disponibilidade de água. Iniciam o combate na parcela nascente. Evidenciam limitada experiência – o que não me surpreende – e rapidamente a água

deixa o conforto do depósito! Perguntam-me onde podem abastecer e digo-lhes que logo ali no Neiva. Respondem que o carro não possui valia técnica capaz de aspirar água ao desnível a que aquela ali fluía, pelo que dei-lhes como alternativa ponte de Tregosa ou azenha de Berre (Boticas). Sem combate, o fogo ganho folgo, trepa aos patamares superiores das árvores atiçado pelo vento que não se cansa de as zurzir e mete-se com tudo o que lhe estorve a paisagem. Entrementes, chega o carro de Barcelos com 4 homens e maior reserva de água que, logo, entra em ação e, progressivamente, começam a ganhar vantagem ao fogo, a quem uma meia hora depois se junta o reabastecido de Fragoso. Um Jipe da GNR de Barcelos com 2 elementos também ali arriba e vêm fazer o registo da ocorrência, de uso habi-


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tual nestes casos. Uns minutos mais tarde, outro Jipe da GNR ali acede também: é o GIPS - Grupo de Intervenção, de Proteção e Socorro com quatro elementos que é também habitual nestes casos, constituindo-se este numa brigada de intervenção rápida no combate inicial aos fogos florestais, embora neste caso, tenham sido os últimos a chegar! Mas, em boa verdade, não eram necessários, dadas as características e dimensão do anfiteatro deste fogo…! No sentido de reforçar o combate, um habitante local fez chegar uma cisterna com água. Pelas 17 horas o fogo estava dominado, iniciando-se o rescaldo. A assistência, saciada do seu prazer egoísta, havia-se já posto na alheta e levado a “boa nova” aos familiares, vizinhos e demais, como se de uma mensagem de natal

ou ano novo se tratasse! Uma novidade de polichinelo, no entanto! Comentário Apesar deste ter sido um pequeno incêndio, não pode considerarse, mesmo assim, uma coisa menor! Qualquer dano na natureza, é um dano global e em cada um de nós! Se, para os proprietários, é um dano imediato, para todos é, contudo, um dano intemporal iniludível! A Terra está, paulatinamente, a tornar-se um patíbulo! Este fogo provocado de forma negligente ou intencional, não deixa de ser crime em qualquer dos casos! Contrariamente ao que as gentes apregoam, não há épocas para se fazerem queimadas, bem como o seu contrário. As condições atmosféricas são sempre determinantes e, o calendário, é um

mero indicador temporal, cada vez mais sem fundamento! Refiro que, no período considerado crítico para a ocorrência de fogos florestais que vai, regra geral - pois há exceções – do primeiro dia de Julho ao último de Setembro, é expressamente proibido realizar qualquer queimada ou fogueira no exterior, como por exemplo nos piqueniques, nos campos e nas nossas casas, sendo certo que, fora de tal período, a proibição também se mantem, mas agora quando as condições do tempo forem propícias à propagação do fogo. Para além disto, há outras obrigações consignadas na lei que importa nunca ignorar: a limpeza do solo com remoção dos matos e material lenhoso num raio de 50 metros em redor de qualquer edificação (casas, fábricas, constru-

ções diversas). Por outro lado, mesmo quando uma queimada se torna legalmente possível ser levada a cabo, o sítio onde tal ocorrerá deverá ser desnudado e dispor de água a que se possa deitar mão em caso de emergência! Durante as 3 horas em que aqui permaneci, pude aperceber-me, mais uma vez, que o combate aos fogos florestais não é levado muito a sério em Portugal, onde a descoordenação de meios logísticos e humanos impera, se não, veja-se: a viatura da secção de Fragoso, evidenciava debilidades que se estendiam aos seus 3 homens! Uma viatura da GNR com 2 praças veio registar a ocorrência da área ardida – o que há anos assim se faz – tendo depauperado o erário publico desnecessariamente, pois feito o registo foram embora – como também é habitual

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– quando os bombeiros podiam e deviam ser eles a fazerem isso! Uma viatura maior e mais capaz dos bombeiros de Barcelos ali acorrera também com 4 elementos a que se seguiram outros tantos do GIPS! Todavia, com todo este estendal e apesar de se ter tratado de um pequeno fogo florestal, os homens e as máquinas foram derrotados pela natureza mais uma vez, e assim será sempre, porque eles – os homens – hoje sabem bem menos lidar com ela, apesar de disporem de meios mais sofisticados! Atente-se o seguinte: dominadas as chamas e iniciado o rescaldo, este foi, como na maior parte das vezes tem acontecido, mal executado! Noutros, como neste caso, acompanhei esta operação e também noutros como neste, opinei junto dos executantes sobre a

forma aligeirada como isto é, regra geral feito! Ouvi, como noutros, as teorias do costume, mas sem me convencerem também! Ao segundo dia após o incêndio inicial, o rescaldo mal executado virou incêndio, que tornou cinzas pretas outro tanto do que ardera no primeiro dia! E, eles bombeiros, tiveram que voltar para tentarem “escrever direito por linhas tortas”, sem o lograrem contudo! Para a história da natureza e não da dos homens, pois estes têm memória aeriforme, ficou bem vincada uma vez mais a soberba e a inabilidade da espécie humana na forma como lida com o meio onde vive, na medida em que, “com armas e bagagens” não foi capaz de dominar um fogaréu na sua génese, como foi o caso deste!


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Vila de Punhe

Obras de recuperação no Moinho do Inácio O restauro nesta primeira fase foi colocar o telhado e consolidar as paredes em pedra rústica para evitar a ruína de toda a infra-estrutura. Manuel Lima Texto e Foto

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moinho do Inácio situado no rio das Boucinhas em Vila de Punhe entrou em obras de recuperação apoiadas pela Câmara Municipal de Viana do Castelo e Junta de Freguesia de Vila de Punhe. Na sequência do protocolo estabelecido entre a Junta de Freguesia de Vila de Punhe e a Mó Associação do Vale do Neiva, foi elaborado um primeiro levantamento fotográfico e documen-

tal do moinho existente. Essa recolha despoletou um outro trabalho mais profundo sendo depois submetido a uma candidatura de financiamento ao abrigo dos fundos comunitários para recuperação de património existente. Recorde-se que o moinho do Inácio e alguma da área envolvente foi doado à Junta de Freguesia de Vila de Punhe pelo conterrâneo Sr.Manuel Quintas e Esposa, um gesto muito generoso, difícil de encontrar nos tempos que correm. O restauro nesta primeira fase foi colocar

o telhado e consolidar as paredes em pedra rústica para evitar a ruína de toda a infra-estrutura já muito degradada para depois mais tarde se passar às diferentes fases da total recuperação. Vila de Punhe tem este único exemplar ao seu dispor em toda a freguesia por esse motivo terá de ser bem acarinhado pois irá ser para geração atual e vindouras um museu vivo para o conhecimento. Nós iremos continuar a apoiar naquilo que for possível no sentido da valorização do património edificado.


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Desporto Regional

Comemorações do 38º aniversário: Viana Revisitada VI A Escola Desportiva de Viana realizou a sexta edição do passeio de bicicletas. E.D.Viana Texto e Foto

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o âmbito das comemorações do 38º aniversário do clube, a Escola Desportiva de Viana realizou a sexta edição do passeio de bicicletas “Viana Revisitada”, que levou às ruas da nossa cidade cerca de 30 participantes. Os pequenos ciclistas aproveitaram a oportunidade para pedalar tranquilamente pelas

principais artérias da cidade, enquanto os mais velhos desfrutaram de um tranquilo passeio pelas sempre belíssimas paisagens urbanas de Viana do Castelo. Com paragens didáticas na sede da EDV e do Sport Clube Vianense, na redação da “Aurora do Lima”, na Câmara Municipal, Cruz Vermelha e PSP, os mais pequenos ficaram a conhecer um pouco da história de algumas instituições emblemáticas da cidade.

Animados pela já tradicional presença do papagaio Tancredo, os jovens aventureiros demonstraram-se entusiasmados com a iniciativa, levaram para casa um boné da EDV e, no final, ainda repuseram as energias com um pequeno lanche que os ajudou a pedalar de regresso a casa. Para ver a reportagem fotográfica do evento, visite o facebook da Escola Desportiva de Viana: www.facebook.com/escoladesportivadeviana

EDV sagra-se Campeã Nacional de Duplo-Mini Trampolim Este é o 12º título nacional conquistado por atletas da Escola Desportiva de Viana nos últimos três anos. E.D.Viana Texto e Foto

A

s ginastas Beatriz Silva, Bruna Neto e Marta Silva sagraram-se Campeãs Nacionais de Duplo-Mini Trampolim, por equipas, no escalão sénior feminino. As vianenses conquistaram o troféu no

Campeonato Nacional de Tumbling e Duplo Mini Trampolim que, no passado sábado, se realizou em Leiria. Este é o 12º título nacional conquistado por atletas da Escola Desportiva de Viana nos últimos três anos, em modalidades tão distintas como a natação, esgrima e ginástica. O clube auri-negro, que

Publicite aqui

celebra este mês o 38º aniversário, conta já no seu currículo com mais de 250 títulos nacionais conquistados, apresentando-se como um exemplo ímpar de sucesso e persistência na região do alto-minho. Estão de parabéns os responsáveis pela secção de ginástica, nomeadamente o treinador Carlos

Jorge, figura cimeira da modalidade em Viana do Castelo, e que muito tem contribuído para que a Escola Desportiva de

Viana atinja sistematicamente lugares de topo nas provas nacionais de trampolim.

Fotografia (da esquerda para a direita): Carlos Jorge, Marta Silva, Beatriz Silva, Bruna Neto e Mariana Martins.


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Casos de polícia | Bombeiros

Suspeitos por tráfico de droga No decurso de uma operação de combate à criminalidade a GNR de Viana do Castelo deteve, em flagrante, dois homens suspeitos de tráfico de droga e posse de arma ilegal.

Eduarda Alves Texto

F

oi na madrugada do dia 20 de Maio [terça-feira] que a GNR deteve dois homens, com idades compreendidas entre os 23 e 27 anos, na freguesia de

Chafé, Viana do Castelo. O comportamento suspeito dos dois homens terá desencadeado a desconfiança dos militares. Nas buscas efectuadas à viatura foram encontrados, 10 mil doses de haxixe, um revólver com cinco munições, três telemóveis, 95 euros e al-

guns objectos utilizados no acondicionamento do produto estupefaciente. A detenção ocorreu enquanto os militares, do Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo, efectuavam uma operação de prevenção.

Barcelos - Apreensão de veículos A ação decorreu num stand de automóveis, tendo os militares apreendido, para além de duas viaturas, dois cheques passados no valor de 13.500,00€ e de 12.000,00€ e a quantia de 6.000,00€ em numerário.

www.gnr.pt Texto

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Núcleo de Investigação Criminal de Barcelos, no âmbito de um processo relacionado com burlas, apreendeu, na tarde do dia 6 de maio, duas viaturas, cheques e dinheiro. A ação decorreu num

stand de automóveis, tendo os militares apreendido, para além de duas viaturas, dois cheques passados no valor de 13.500,00€ e de 12.000,00€ e a quantia de 6.000,00€ em numerário. O método consistia em comprar veículos através da internet, sendo que o pagamento era efetuado com cheques

furtados de empresas inativas ou insolventes, para os mesmos serem vendidos, posteriormente, abaixo do preço do mercado. Ambos os veículos ficaram apreendidos à ordem dos respetivos processos-crime e o proprietário identificado.


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Saúde

Portugueses desafiados a comer bem O projecto chama-se Movimento2020 e quer desafiar a população portuguesa a cumprir 20 metas de modo a melhorar a sua saúde alimentar. O projecto pretende, assim, transformar e mudar os hábitos alimentares dos portugueses. Eduarda Alves Texto

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Associação Portuguesa de Dietistas (APD) lançou um conjunto de 20 desafios no Dia Mundial da Família a serem cumpridos até 2020. O Projecto chama-se Movimento 2020 e tem como objectivo promover e implementar as boas práticas no que diz respeito à saúde alimentar e hábitos de vida saudável. Segundo o site oficial do movimento “a literacia em saúde alimentar ain-

da escasseia na sociedade portuguesa” e, para implementar e promover boas práticas ligadas à alimentação a APD lançou 20 desafios a todos os portugueses. Entre esses desafios podemos encontrar o aumento dos níveis de hidratação, o aumento de frutas, vegetais e peixe, a redução do consumo de açúcar, sal e gorduras, o aumento da saúde física, entre outros. Em entrevista ao jornal Público a Presidenta da Assembleia Geral da APD, Rute Borrego, admitiu que “é clara a necessidade de uma mudança

nos sectores público, privado, social-cooperativo e no próprio cidadão” e que “os 20 desafios foram construídos com base em evidências científicas e de acordo com o plano do Governo para a saúde e as recomendações da Organização Mundial de Saúde”. O objectivo do Movimento2020 tem a duração de seis anos e promete trazer transformação, crescimento e mudança à vida dos portugueses e, assim, aumentar a sua felicidade.

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Opinião

Os desafios escolares “A cada idade corresponde uma forma de vida que tem valor, equilíbrio e coerência, que merece ser respeitada e levada a sério. Em cada idade existem problemas e conflitos reais (....) pois o tempo todo, ela (a criança) teve de enfrentar situações novas (....). Temos de incentivá-la e motiva-la a gostar e a desfrutar o seu presente.” George Snyders

Cristiana Félix Texto e Foto

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stamos quase no final do ano e neste momento o insucesso escolar começa a provocar cada vez mais ansiedade nos estudantes, a preocupação em relação a uma possível retenção é cada vez mais notória nos estudantes com um baixo rendimento académico.

É neste ambiente de pressão que surgem os quadros de ansiedade que se manifestam de várias formas, como por exemplo: suor, respiração acelerada, tonturas, dores de barriga, dores de cabeça, náuseas, insónias, sono atribulado, choro fácil e cansaço, este sintomas podem surgir isoladamente ou em conjunto, estes últimos são característicos dos ataques de pânico, os quais podem começar a surgir em contextos que não os da escola. O insucesso escolar tem constituído assim um dos maiores desafios em termos educacionais em todos os países. Nos dias de hoje é comum que os estudantes apresentem hábitos de estudo inadequados e dificuldades em atingir uma nota ra-

zoável nas avaliações. Para alcançar sucesso é necessário ter bons hábitos de estudo. Além disso é necessário que os alunos tenham consciência que este sucesso não se limita ao tempo em que estão na escola ou simplesmente ao que aprenderam durante as aulas. Ou seja, os alunos precisam de ter iniciativa e ser ativos na busca do conhecimento. Existem métodos bons e eficientes e existem métodos que são desajeitados e dispendiosos. É importante que, quer a criança quer os próprios pais, estejam atentos aos métodos de estudo que estão a utilizar para descobrir se estão ou não a ser eficazes. Relembre-se que um método pode ser eficaz para um estudante mas não

eficaz para outro, cada caso é um caso. A motivação é uma questão fundamental para levar as crianças e adolescentes a estudarem, esta torna-se evidente quando os estudantes demonstram curiosidade por apreender e compreender as matérias, quando ficam entusiasmados com as aprendizagens e quando mostram interesse pelo estudo. Sabemos que apesar de se orgulhar do seu filho por ele ter bons resultados, não quer que ele sofra por causa das questões escolares nem desenvolva perturbações relacionadas com a ansiedade. Ajude o seu filho a ultrapassar esta questão, na próxima edição terá acesso a um conjunto de estratégias que o irá permitir ajudar

o seu filho a melhorar os métodos de estudo, ajudando-o a reduzir a exposição a este tipo de ansiedade.

a escola como uma oportunidade para ser feliz! Cristiana Félix Psicóloga – Formadora cristiana.vanessa.felix@

Recorde-se que aprender é uma oportunidade única, necessária e pode ser divertida. Incentive os seus filhos a olhar para

gmail.com

enunciadas para justificar os elevados níveis de fraude e evasão, a carga fiscal assume papel de destaque. Anunciam também os media, que os Portugueses vivem já no limiar mínimo da sobrevivência e da paciência. Então, preparem-se os contribuintes cumpridores para o aumento da injustiça e equidade fiscal… Como os impostos são a principal receita do estado, indispensável para o cumprimento das suas funções e incumbências, elevados níveis de carga fiscal e conse-

quente Fraude e Evasão conduzem a défices orçamentais excessivos e consequente aumento da dívida pública, limitando a qualidade da prestação do Serviço Público e a dimensão social do Estado. Não tenhamos ilusão, nenhum dos planos alternativos a adotar, para aumento da receita ou diminuição da despesa do estado, será a solução mágica sem consequências gravosas à vista.

A fraude e a evasão fiscal

Paulo Jorge Oliveira Texto e Foto

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pós mais um chumbo do Tribunal Constitucional, lá vem o con-

sequente Plano B, mais Impostos, anunciam os media. Ainda o Plano de Ajustamento estava a meio, já os entendidos e sábios na matéria defendiam que se tinha atingido o limite máximo da carga fiscal, ou seja, por mais que aumentem as taxas de imposto, a receita fiscal manter-se-á ou mesmo, diminuirá. Conduz-me esta reflexão à caracterização de Fraude e Evasão Fiscal. Sendo a evasão fiscal, fraudulenta, ilícita, pois tenta enganar o Estado, refiro como exemplos a simulação de negócio,

emissão de documentação falsa, abstenção de emissão de documentação, apropriação de impostos retidos e devidos por outros. Entre as causas justificativas para a elevada fraude e evasão encontramos: excesso de carga fiscal, complexidade do sistema fiscal, escassos recursos de controlo por parte da Administração Fiscal, a impunidade de quem pratica a fraude, morosidade na justiça, inexistência de protocolos de cooperação entre instituições públicas e privadas, nacionais e in-

ternacionais com vista à troca de e cruzamento da informação, a sociedade ser ainda tolerante/ complacente em relação à evasão, sendo mesmo valorizados aqueles que a praticam, a sociedade ter a perceção de que existe despesismo e má gestão dos dinheiros públicos. Ora, as consequências são óbvias, elevado nível de fraude e evasão implica um elevado nível de carga fiscal, ou melhor, um elevado nível de carga fiscal implicará um elevado nível de fraude e evasão. Parece-me agora que das razões acima

Paulo Jorge Oliveira Especialista em Fiscalidade e Gestão


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Opinião

Viver a viver

Domingos Costa Texto

É

compl icad í ssimo ter resposta abrangente e harmonizada sobre conflitos, desamores e, o inevitável. Por isso, sublinho, ser difícil alterar personalidades, bem como, ser aceite na doação. Eu, mesmo assim, desejo que estes meus modestos desígnios sejam encorajadores. Como a vida é multifacetada, julgo importante ter momentos de reflexão, iniciando por fazer retrospetivas. Ao assim proceder, facilmente se conclui, que o pensamento, ou sonho, com o

decorrer da idade, é sucessivamente alterado. Senão, vejamos: quando criança ambiciona-se ferverosamente a adolescência. Chegada, o pensamento continua a ambicionar, neste caso, a adolescência. Atingido este nível, já se perspetiva o nível de adulto e casado, - a maioria ter filhos - e senhor absoluto de si. Depois de casado, fervilha-se a aposentação, sonhando na felicidade em usufruir as vinte e quatro horas dia. Todavia, sem descurar a considerada idade, - um pouco erradamente - fica-se convencido de possuir condições psicológicas e económicas estáveis, a fim de fazer o que mais dá prazer. Pelo referido, estou certo, que, viver sem sonhos, e, sem perspetivas de vida, não é viver. Como também, é importante lembrar, que nada pode estar além das nossas possibilidades. Viver, é, termos a possibilidade de apreciar gulosamente o abundan-

te roseiral florido, que brota só para nós. Mas há sonhos surpreendentemente belos, outros menos, ainda outros com desfechos nefastos. Assim como, também há ocasiões, que a lógica contraria completamente a previsibilidade, tal como li algures: “…um homem bem cotado, foi informado que devido a um cancro sufocante pouco tempo lhe restava de vida. Contra a vontade médica programou uma viagem de barco há volta do Mundo, com uma particularidade, devido ao tempo que a viagem durava, sabia que não chegava vivo a casa. Então, comprou um caixão levando-o a bordo para fazer a viagem completa, vivo e, morto. A fim de, posteriormente, ser enterrado na sepultura da família. Sucede que, a ambicionada viagem ao mundo curou-o completamente….” Não são frequentes desenlaces brilhantes como o apresentado. Creio, só os

imbuídos e fortalecidos no espírito da palavra de Deus. Pelo que li, em modo de síntese, direi: o êxito dessa vigorosa força vencedora, também se deveu à persistência e enquadramento entre “ … pensamento de posse e magnetização do pensamento, e, ainda, a sua frequência …”. Resumir-se-á

então: aceitou o pior que podia acontecer, morrer, muito naturalmente. Ao assim pensar, e agir, radiosamente matou a morte declarada. Passando a respeitar a receita mágica de Wilis H. Carrier: “Qual a pior coisa que me poderá acontecer?”. Aceitar de bom grado o sucedido, e, depois, serenamente, tentar melhorar a situação.

Tendo sempre presente: iniciar pelo pior resultado. A finalizar, pergunto, porque será que somos inimigos de nós próprios, porque não respeitamos estas sábias palavras que li algures. “Nós temos o paraíso à nossa frente. Porque não queremos entrar nele?”.


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Opinião

A (des)integração europeia José Rafael Texto

A

Europa começa com uma estória engraçada. Em tempos idos, distantíssimos, essa senhora de mais-que-prováveis belezas encantara Zeus, o pai de tudo. Pai dos deuses, se a eles se reconhecer qualquer paternidade, e pai dos homens, se da humanidade alguém se fizer dono. Zeus tinha que optar por uma solução que conviesse à sua satisfação e ao equilíbrio da ordem. Hera não podia desconfiar o quanto ele quereria continuar embebido na líbido pela jovem Europa. O deus decidiu então transformar-se em touro e fez-se pai: raptou e engravidou a nossa conhecida moça e levou-a para Creta, lá no meio do mar, para que à luz pudesse dar. Eis como uma bonita estória de traição e rapto pode dar para construir uma metáfora sobre os dias de hoje. No passado dia 25, os vários países da União Europeia foram a votos. Os portugueses, como a grande parte dos restantes povos europeus, sentiram-se traídos pelos governos e raptados nos impostos. Até podia dar para brincar com a líbido do deus grego, mas não: o pessoal absteve-se forte e feio. Só isto é que não é nada europeu nesta trama. Também não é nada europeu o facto de andarmos a fazer poucos filhos. Zeus fez três. E, sem meias medidas, ainda deixou longe a prole. Mas o que é que me leva a falar disto? Em primeiro lugar, a realidade: a noite das eleições europeias. Os discursos revisionistas dos partidos do poder, a baixíssima qualidade do palavreado político, a total inexistência de um debate sério (numa altura abso-

lutamente crucial para os nossos interesses) - já se previa que aquela noite não ia ser muito boa. E não estou a qualificar quanto à absurdidade que é um qualquer discurso de vitória partidária, como se o ambiente justificasse a justeza de um triunfo. Nenhum partido político, nenhum orador no dia 25 último, poderia clamar vitória face à tenebrosa abstenção. No entanto, quase todos o fizeram. Uns mais contidos, uns mais “históricos”, uns mais eufóricos. Mas não há razão para tal, a não ser um total autismo face aos dias de hoje. E isto leva-me ao segundo ponto, mais importante: as eleições europeias ficarão ligadas à nova discriminação racial do continente visto que uma grande parcela do eleitorado se absteve e porque se elegeram partidos extremistas. Há um pequeno livro, de François de Fontette, chamado de “O Racismo”. É um livro de iniciação à informação política, impresso em 1976. Tempos distantes, portanto. Mas o que é interessante é a sua preocupante actualidade, a sua vertiginosa pertinência. Na contra-capa, encontramos a seguinte definição: “o racismo é a valorização, generalizada e definitiva, de diferenças, reais ou imaginárias, em proveito do acusador e em detrimento da vítima, a fim de justificar os seus privilégios ou a sua agressão. Valorização essa que culmina, amiúde, com a recusa não só do direito de cidadania, como também do direito de viver.” Enquanto Fontette se propõe a aprofundar a temática do racismo, podemos ler uma pequena nota acerca de Alfred Rosenberg, um dos ideólogos do partido nazi e uma das personagens que mais influenciou Hitler.

Diz Rosenberg que “regiões inteiras do Sul estão praticamente mortas e absorvem já os indígenas da África, como outrora Roma”. Estamos em 2014. O problema da imigração ilegal (e mesmo da legal) e da absorção multicultural que as sucessivas instituições europeias vinham a propor esbarraram no imobilismo moral de certos executores políticos e no grande descontentamento da sociedade europeia. Voltamos ao tempo em que a argumentação simplista em torno das sociedades menos desenvolvidas tem a capacidade de se tornar em dogma explicativo de uma decadência económica e política. O que é particularmente assustador é que isso ouve-se e percebe-se em qualquer conversa de café. “Eles” serão sempre menos desenvolvidos porque “eles” já tiveram tempo para se desenvolver como “nós”. E é nas entrelinhas destas falsidades aberrantes que vamos descrevendo o panorama moral e intelectual da nossa comunidade. A apologia da diferença, face a nações que têm séculos de uma firmada identidade, tem alguma lógica numa óptica daquilo que é o continente europeu. Mas nem é isso que se passa: é um desleixo, uma “recusa de aceitar o outro como diferente”. Esquecemos, comummente, que o homem soez vem de outras paragens para assistir “as tarefas e serviços incómodos, sujos, embrutecedores, trabalhos particularmente duros, que os nacionais, por mais baixo que se encontrem na escala social, não querem desempenhar”. E esta é uma verdade inconveniente, a de que “os imigrados não encontram emprego senão nos sectores

marginais, que os trabalhadores metropolitanos tendem a abandonar”. A sistematização das generalizações abusivas é, por isso, um caso preocupante. Funciona como um trampolim para algo muito mais destrutivo. Estas eleições foram um prenúncio disso. A sociedade civil alheouse. Permitam-me mesmo considerar que ela está perdida, como uma barqueta vinda do hemisfério sul sem saber se amanhã sobreviverá à intempérie. O senti-

mento de traição entre o discurso político e a expectativa dos votantes atingiu um nível impensável. Fomos raptados da nossa segurança, de algumas liberdades, do conforto material e do direito ao sonho. Assim, como no tempo pujante de Zeus, parece que revivemos os tempos da mãe Europa enganada. Para concluir, volto a citar Fontette, numa das suas últimas passagens: “a fria tecnocracia que trata o homem como formiga não testemunha

em relação a ele muito mais consideração que lhe dispensava o racismo hitleriano”. Tentemos, então, fazer com que os melhores filhos europeus possam crescer com a possibilidade de oferecer outra dignidade moral e outra vertente humanista que a nós tem fugido. Os tempos que aí vêm não são bons. Não sei o que nos espera, mas Zeus não veria agora Europa com tanto encanto como naquela ida ocasião.


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Cultura

Eurovisão: Um festival para gente de barba rija? A edição deste ano ficou marcada pela vitória da Áustria, 48 anos depois da sua primeira e última vitória, em 1966. A música vencedora foi “Rise Like a Phoenix”. Rogério Braga Texto

R

ealizou-se no passado mês de maio mais uma edição do Festival Eurovisão da Canção. A 59ª edição do festival ocorreu na cidade de Copenhaga, capital da Dinamarca. Este país escandinavo teve o direito de sediar, este ano, o festival devido à sua vitória na Suécia, em 2013 com a música “Only Teardrops” de Emmelie de Forrest. A edição deste ano ficou marcada pela vitória da Áustria, 48 anos depois da sua primeira e última vitória, em 1966. A música vencedora foi “Rise Like a Phoenix”, interpretada por Conchita Wurst. A Áustria venceu o festival com 290 pontos, tendo sido o 2ºlugar ocupado pela Holanda e o 3ºlugar pela Suécia. Já há vários anos que não se via um top “ocidental” na Eurovisão, principalmente desde a entrada em massa do Bloco de Leste. O certame realizado na capital dinamarquesa foi um dos mais mediáticos de sempre, numa época em que o interesse e a aura mágica que envolvia o festival se desva-

neceu. Grande parte do burburinho que se gerou à volta desta edição deve-se, quase exclusivamente, à representante austríaca, que se sagrou vencedora. Conchita Wurst destacou-se pela diferença. A “mulher barbuda”, como é conhecida, atraiu a atenção mediática pelo seu aspecto físico. A postura e aparência são femininas, mas com a proeminência de uma barba, o que gerou muita discussão e crítica. Contudo, Conchita é na verdade um alter-ego, uma personagem fictícia criada por um rapaz chamado Thomas Neuwirth. A escolha interna de Wurst para representar o seu país não foi muito bem aceite, tendo gerado bastante polémica. Cerca de quatro dias depois da estação pública austríaca, a ORF, ter anunciado a escolha da Conchita, gerou-se um grande movimento nas redes sociais contra a sua participação na Eurovisão. Para além disto, depois foram outros países que se opuseram e criticaram a escolha de Conchita, destacando a Rússia e a Bielorrússia, países ainda conotados com regimes conserva-

dores, com leis contra a homossexualidade. Toda esta exposição mediática resultou numa excelente propaganda para a Áustria. Conchita, com a sua personagem irreverente, aliada com a sua voz e boa música, ao género dos filmes de James Bond, levou o troféu para casa. Nos dias que antecipavam o festival, Conchita não se destacava nas casas de apostas como favorita, estando esses lugares destinados à Arménia e à Suécia,

mas tudo mudou com a sua actuação na semifinal. Na final venceu com um total de 290 pontos, tendo recebido 12 pontos de vários países, como Portugal, que igualmente surpreendeu ao dar zero pontos a nuestros hermanos. Na celebração da vitória, e apesar de toda a hostilidade, o travesti austríaco agradeceu todo o apoio, sublinhando que que se estava a assistir a uma vitória da liberdade e da tolerância.

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Mas não foi só de Conchita que se resumiu a edição 2014 da Eurovisão. No rescaldo da edição deste ano destaque para o excelente trabalho da organização nos três dias de actuações. O palco, os efeitos especiais e os “cartões-postais” de cada país foram alguns dos destaques. Em termos musicais, Portugal, com Suzy e o tema “Quero ser Tua”, apesar da boa receptividade, voltou a não conseguir um lugar na final, desta feita por

apenas um ponto. A Holanda com o seu segundo lugar alcançou a melhor classificação desde 1975. Montenegro e San Marino conseguiram pela primeira vez um lugar na final e a França destacou-se pela negativa ao alcançar o último lugar, com apenas 2 pontos. O Festival da Eurovisão regressa assim no próximo ano, com ou sem polémicas, muito provavelmente à cidade de Viena, na Áustria.


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Agenda do mês (Concelho Viana do Castelo)

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EXPOSIÇÕES

EXPOSIÇÕES

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Até 29/06 “INSETOS EM ORDEM” Espaço Cultural do Estação Viana Shopping Org.: Câmara Municipal de Viana do Castelo www.mundonaescola.pt

De 6 a 13/07 “MEMÓRIAS DO CORAÇãO” EXPOSIÇãO RETROSPETIvA COMEMORAÇÕES DO 80º ANIvERSáRIO DA FuNDAÇãO DO GRuPO FOlClÓRICO DAS lAvRADEIRAS DA MEADElA Exposições Permanentes: “A lã E O lINhO NO TRAjE DO AlTO MINhO”, “TRAjE à vIANESA” E “OFICINA DO OuRO” Museu do Traje

Até 14 “jOãO FAzENDA: DOMADOR DE IMAGENS” Exposição da obra gráfica publicada em livros, revistas e jornais Biblioteca M. de Viana do Castelo Org.: Câmara Municipal de Viana do Castelo

Até 29 “ARTMATRIz – DIvERSIDADES” (Pintura desenhos e aguarelas) Antigos Paços do Concelho, rés-dochão (Praça da República)

(Praça da República) Org.: Câmara Municipal de Viana do Castelo

Org: Clube de Pintura ArtMatriz

De 20 a 30 “MAR DE GENTE IMPROvávEl” Pintura de Arnaldo Antigos Paços do Concelho, 1º andar (Praça da República)

TEATRO

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Até 30 MÚSICA E DANÇA “vIANA DO CASTElO, CIDADE NáuTICA DO ATlÂNTICO” De 2 a 30 “ENERGIA A PEDAlAR” Exposição Permanente “AS AzENhAS DE D. PRIOR | MOINhO DE MARé EM vIANA DO CASTElO” Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental - CMIA (Rua da Argaçosa). Entrada Livre. Org.: Câmara Municipal de Viana do Castelo

Até 28/07 EXPOSIÇãO COlEÇãO BD O FIlME DA MINhA vIDA #15 “ThE FOuNTAINhEAD”, DE PEDRO ROChA NOGuEIRA Sede da Associação Ao Norte

Praça D. Maria II, nº 113, r/c Org.: Ao Norte

Dia 7, às 22h00 jORGE PAlMA Centro Cultural de Viana do Castelo Org.: Núcleo de Apoio às Artes Musicais e Câmara Municipal de Viana do Castelo

Dias 27 e 28, às 21h30 CDv ACOlhE “A vISITA” Espetáculo no âmbito do CDV Acolhe, com texto e encenação de Moncho Rodriguez e interpretação de Pedro Giestas. Teatro Invisível (Lisboa). Um espetáculo para M/12 anos. Teatro Municipal Sá de Miranda Produção: Centro Dramático de Viana

Dia 7, às 21h30 ESPETáCulO DE TEATRO MuSICAl “AS vIzINhAS” Apresentação do Cartaz da Romaria de Santa Marta de 2014 Adro da Igreja Paroquial de Santa Marta de Portuzelo Org.: Comissão de Festas da Romaria de Santa Marta de Portuzelo

Dia 13, às 23h00 ESPETáCulO DE TEATRO DE RuA “DE MARTyRIBuS” Integrado na Feira Medieval de Viana 2014 e no programa de Comemoração do 500º Aniversário do Nascimento do Beato Bartolomeu dos Mártires (1514-2014). Claustros de S. Domingos.

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EXPO-FEIRAS De 23 a 26, das

21h00 às 00h00 OFICINA DE TEATRO COM PEDRO GIESTAS Casa Manuel De Espregueira 12 a 15 e vII FEIRA MEDIEvAl Oliveira. DE vIANA DO CASTElO Produção: Centro Dramático de Viana Ruas do Centro Histórico.

Consultar programa específico. Org.: VianaFestas (www.vianafestas.com). Todas as sextas-feiras, das 16h00 Coordenação da Animação Teatral às 18h00 CDV: Centro Dramático de Viana. Apoio: Câmara Municipal de ATIvASéNIOR - OFICINA TEATRAl Viana do Castelo

COM SENIORES Orientação: Ana Perfeito e Tiago Fernandes. Sala de Drama da ESE - IPVC Produção: Centro Dramático de Viana

Produção: Centro Dramático de Viana.

CONFERÊNCIAS

Aos Sábados – Feirões Venda de Produtos Regionais e atuação de Grupos Folclóricos Dia 7, das 10h00 às 13h00 GR. FOlCl. DO CASTElO DE NEIvA Org.: Grac (Grupo Representante das Associações (GRECANE) E GR. FOlCl. DAS de Chafé) e Junta de Freguesia Dia 27, às 21h30 lAvRADEIRAS DA MEADElA à CONvERSA COM… jOãO TORDO” SOBREDia O lIvRO 21, das 10h00 às 13h00 Dia 7, a partir das 10h00 “BIOGRAFIA INvOluNTáRIA DOS AMANTES” GR. FOlCl. DE ChAFé E GR. FOlC. DAS FEIRA DE ANTIGuIDADES E lAvRADEIRAS DE vIlA FRANCA Biblioteca Municipal de Viana do Castelo (Sala Couto Viana). vElhARIAS Dia 28, das 10h00 às 13h00 Org.: Câmara Municipal de Viana do Castelo Jardim Público. GR. FOlCl. DAS BORDADEIRAS DA Org.: Núcleo de Antiquários. Apoio: Câmara CASA DO POvO DE CARDIElOS E Municipal de Viana do Castelo ASSOCIAÇãO CANTADEIRAS DO vAlE DO NEIvA Dia 1, às 14h30 Dia 14, das 9h00 Diada14, às 15h00 Praça República. às 18h00 DA PAlESTRA “OS DIREITOS Org.: MunicipalDE de Viana do Castelo e “ASCâmara RElAÇÕES GEMINAÇãO Associação dos Grupos Folclóricos do Alto Minho FEIRA DE CRIANÇA E OS DIREITOS/DEvERES vIANA-CAChEu” por Rita Leote ANTIGuIDADES, DOS PAIS”, com o Doutor Daniel Serrão Biblioteca Municipal vElhARIAS E No âmbito do Dia Mundial da Criança. Dia 21, das 10h00 às 18h30 Org.: Câmara Municipal de Viana do Castelo DE Igreja da SagradaARTESANATO Família. Dia 1, das 10h00 às 18h00 FEIRA DE uSADOS, ARTESANATO GASTRONOMIA E hORTíCOlAS Largo junto à Capela (Amorosa-Chafé)

M Dia 10, às 17h00 CONCERTO PElA BANDA vElhA DE BARROSElAS Centro Cultural de Viana do Castelo

Dias 7, 14, 21 e 28, das 22h00 às 02h00 “SáBADOS DANÇANTES” - BAIlE COM ANIMAÇãO MuSICAl AO vIvO Sociedade de Instrução Recreio e Social Areosense. Org.: Sociedade de Instrução Recreio e Social

RALI Areosense. Dias 27 e 28 RAlI DE vIANA DO CASTElO Dia 13, às 23h00 ROCkdo PROGRESSIvO – SESSãO Viana Castelo

DMMMde Santo Tirso. Org.:COM ClubeDj Automóvel Apoio: Câmara EventosMunicipal Caffé de Viana do Castelo Promotor: Eventos David Martins / Eventos Caffe Dia 14, às 23h00 BAIlE SOCIAlSURF Eventos Caffe Dia 21, entre as Música: salsa e ritmos latinos, kizomba 10h00 e as 22h00 e ritmos africanos, danças de salão, pop. INTERNATIONAl

Promotor: Eventos David Martins / Eventos Caffe

SuRFING DAy

D

Dia 20, às 23h30 vIA hIP-hOP FESTIvAl MENSAl DE hIP hOP Especial aniversário BULI 2B: BULI 2B - Apresentação do álbum “à volta de quem nunca foi”. T-Jay - Apresentação do álbum “nilismo”. DJ Hipe + Dred + Zona 4. Cirilo + convidados. Eventos Caffé Co-Produtores: Via HipHop / Eventos David Martins Apoio: Eventos Caffe

O Ciclo das Quintas (3ª Edição) Música à conversa… Dia 19, às 17h15 RECITAl DE MÚSICA DE CÂMARA Eventos Caffe Laureados VELA do Concurso Interno de Música de Câmara Idipsumúsica. De 7 aAcademia 9 Coprodução: de Música de Viana do Castelo e Fundação Átrio da Música | EscolaDE vAuRIEN - CAMPEONATO Profissional de Música de Viana do Castelo

PORTuGAl Rio Lima


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Agenda do mĂŞs (Concelho Barcelos)

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JUNHO 2014

Agenda do mês (Concelho Ponte de Lima)

13 JUN | 22H00

UXIA

(GALIZA | ESPANHA)

MÚSICA PROFANA (PONTE DE LIMA | PORTUGAL)

14 JUN | 22H00

NIAMH NÍ CHARRA BAND (IRLANDA)

ENTRADAS GRATUITAS

Niamh Ní Charra Band (Irlanda) 14 junho | 22h00 | Expolima Espetáculo inserido na 24.ª Festa do Vinho Verde e dos Produtos Regionais

MELECH MECHAYA (PORTUGAL)

Exposição BRINQUEDOS GENEROSOS Até 31 outubro – de terça-feira a domingo das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00

Entradas gratuitas

“Muitas vezes uma pequena oferta produz grandes efeitos.” Séneca

Exposição Temporária no Arquivo Municipal: “Os Limianos na Grande Guerra: centenário da I Guerra Mundial (1914-2014)”

Até 31 dezembro – Arquivo Municipal de Ponte de Lima – 2.ª Feira a 6.ª Feira das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. (Org. do Arquivo Municipal de Ponte de Lima com a Casa Norton de Matos)

Exposição Temporária de Pintura – “Olhar Ponte de Lima” de Puskas /teatro.diogo.bernardes

Até 15 junho – Torre da Cadeia – 2.ª Feira a Sábado das 9h30 às 18h00

Exposição de Fotografia de Rogério Lopes

17 a 29 junho – Torre da Cadeia Velha – 2.ª Feira a Sábado das 9h30 às 18h00 (Org. Rotary Club de Ponte de Lima)


JUNHO 2014

Fotorreportagem

O que escondem as cidades? Vaidades silenciadas. Por vezes, as nossas vidas, Mas sempre as nossas feridas. O coração é de alcatrão O rosto bonito é de granito. A cidade é escondida em vão E encontrada no infinito.

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Sugestão ao leitor

Sugestão musical

The Horrors - Luminous Este é um álbum com um som previsível, mas ao mesmo tempo surpreendente a cada minuto. Consegue-se quase imaginar já como irá soar o próximo álbum, mas não é por isso que é menos esperado. Luís da Silva Meira

C

om este álbum, os The Horrors, continuam nada mais que a sua natural evolução. Não quer isto dizer que é a melhor edição dentro das outras três anteriores, mas quer dizer que, comparando este som com o som que tinham no primeiro álbum, o Strange House, muito mais “sujo” e muito mais gótico (se é que se pode dar esse nome a algum tipo de música), nota-se

um som completamente diferente. Caso mesmo para dizer que se tivesse adormecido desde 2007 e só tivesse conhecimento desse primeiro álbum, não iria com certeza acreditar que este Luminous é da mesma banda. Mas, como sou um confesso fã e ouvi os outros dois álbuns que estão no meio (Primary Colours e Skying), não me admiro que o som deles soe assim agora. As influências aqui notam-se em várias músicas. Sendo que todas

pertencem ao género do psicadelismo, há dentro do álbum uns quantos subgéneros, desde o shoegaze do Jealous Sun (a fazer lembrar imenso uns My Bloody Valentine) até ao krautrock de First day of Spring ou até à electrónica alternativa de In and Out of Sight que não ficava nada mal como faixa final num álbum dos Cut Copy, por exemplo. Este é um álbum com um som previsível, mas ao mesmo tempo surpreendente a cada minuto.

Sugestão cinematográfica

Porta a Porta (Door to door)

Ano: 2002 · Tipologia: Drama É um filme interessante e muito motivador onde é possível observar onde Bill Porter chegou, tendo paciência e persistência. Uma lição de vida!

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ortland, Oregon, 1955. Apesar de ter nascido com uma paralisia cerebral, que cria limitações na sua fala e movimentos, Bill Porter tem todo o apoio da sua mãe para obter um emprego como vendedor. Bill consegue o emprego, apesar de certa relutância devido às suas limitações, pois

teria que ir de porta em porta oferecendo os produtos da companhia. Bill só conseguiu o emprego quando disse para lhe darem a pior rota. Primeiramente Bill é rejeitado pelas pessoas “normais”, mas ao fazer sua 1ª venda para uma alcoólica reclusa, Gladys Sullivan, ele literalmente não parou mais. Por

mais de 40 anos Bill caminhou 16 quilómetros por dia e, para ajudá-lo nesta trajetória, além da sua mãe e Gladys, surgiu Shelly Soomky Brady. É um filme interessante e muito motivador onde é possível observar onde Bill Porter chegou, tendo paciência e persistência. Uma lição de vida!

Consegue-se quase imaginar já como irá soar o próximo álbum, mas não é por isso que é menos esperado. O crescimento é notado, e sabe-se que será continuado.

Melhores músicas: In and Out of Sight, So Now You Know e Chasing Shadows. Outros álbuns de Maio: Lykke Li – I Never Learn, Tune-Yards - Nikki Nack, e Swans - To Be Kind.

Destaques para este mês: Parquet Courts - Sunbathing Animal, The Antlers - Familiars e First Aid Kit - Stay Gold.


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Passatempos

Sopa de letras Alimentos

Culinária

Camarão grelhado e abacaxi no espeto Ingredientes 1 Kg de camarão cru 1/2 kg de um abacaxi fresco 6 Colheres de sopa de geleia de laranja 1/2 Xícara de água 1 Colher de sopa molho de soja 1/4 xícara de coentros frescos cortados Preparação 1. Coza e descasque o camarão e coloque-os nos quatro espetos *. Corte o abacaxi transversalmente em quatro fatias; núcleo, se desejado, e corte cada fatia em quatro partes para fazer 16 pequenas cunhas. Passe para quatro espetos adicionais. Numa panela pequena juntar 4 colheres de sopa de geleia, a água e molho de soja. Pincele um pouco da mistura de molho no camarão e no abacaxi. 2. Coloque os espetos numa grelha de uma churrasqueira descoberta diretamente em lume médio. Grelhar durante 8 a 10 minutos, virando apenas uma vez. Retire do lume e depois cobrir para se manter quente. 3. Colocar a restante mistura de molho de soja numa panela e leve a ferver. Confecionar o arroz seco. Transfira o arroz para uma tigela de servir; misture 2 colheres de sopa restante molho e os coentros. 4. Sirva com arroz, os espetos e a mistura de molho de soja. * Dica: Mergulhe espetos de madeira em água por 30 minutos antes de colocar os alimentos para evitar que se queimem na grelha, ou usar espetos de metal.

Sudoku


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Necrologia

Engrácia Manso de Oliveira 87 anos

Domingo da Costa 89 anos

Sua família cumpre o doloroso dever de participar o seu falecimento e que o funeral se realiza Quarta-feira, dia 14, pelas 17:30horas, da Capela da Ascensão, Mujães, onde o féretro se encontra em câmara ardente, para a Igreja Paroquial, seguindo a sepultar no cemitério local, após celebração das exéquias fúnebres. Antecipadamente muito reconhecida, agradece a todas as pessoas que se dignarem assistir a este piedoso ato.

Agradecimento Sua Família, profundamente enlutada pela perda do seu ente querido, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de algum modo lhes manifestaram o seu pesar. A família. Barroselas - V. Castelo

A família. Mujães, 13 de Maio de 2014

José de Matos 86 anos

José Fernandes do Rego 87 anos

Agradecimento Sua Família, profundamente enlutada pela perda do seu ente querido, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de algum modo lhes manifestaram o seu pesar.

Agradecimento Sua Família, profundamente enlutada pela perda do seu ente querido, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de algum modo lhes manifestaram o seu pesar.

A família. Barroselas - V. Castelo

A família. Barroselas - V. Castelo


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Contactos úteis Viana do Castelo

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Camara Municipal de Viana do Castelo - 258 809 300 Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo - 258 800 840 Bombeiros Municipais de Viana do Castelo - 258 840 400 Guarda Nacional Republicana - 258 840 470 Polícia de Segurança Pública - 258 809 880 Polícia Marítima - 258 822 168 Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM) - 258 802 100 Cruz Vermelha - 258 821 821 Centro de Saúde - 258 829 398 Hospital Particular de Viana do Castelo - 258 808 030 Unidade de Saúde Familiar Gil Eanes - 258 839 200 Interface de Transportes - 258 809 361 Caminhos de Ferro (CP) - 258 825 001/808208208 Posto de Turismo de Viana do Castelo - 258 822 620 Turismo do Porto e Norte de Portugal, Entidade Regional - 258 820 270 Viana Welcome Center - Posto Municipal de Turismo - 258 098 415 CIAC - Centro de Informação Autárquico ao Consumidor - 258 780 626/2 Linha de Apoio ao Turista - 808 781 212 Serviço de Estrangeiros - 258 824 375 Defesa do Consumidor - 258 821 083 Posto de Fronteiras do SEF - 258 331 311 Arquivo Municipal de Viana do Castelo - 258 809 307 Centro de Estudos Regionais (Livraria Municipal) - 258 828 192 Biblioteca Municipal de Viana do Castelo - 258 809 340 Museu de Artes Decorativas - +351 258 809/305 Museu do traje - +351 258 809/306 Teatro Municipal Sá de Miranda - 258 809 382 VianaFestas - 258 809 39 Barcelos Câmara Municipal de Barcelos - 253 809 600 Bombeiros Voluntários de Barcelos- 253 802 050 Hospital Sta. Maria Maior Barcelos - 253 809 200 Centro de Saúde de Barcelos - 253 808 300 PSP Barcelos -253 823 660 Tribunal Judicial da Comarca de Barcelos - 253 823 773

Farmácias de serviço Junho 2014 Viana do Castelo Farmácia São Bento – Dias 1/14/20/26 Farmácia Moderna – Dias 2/8/21/27 Farmácia Simões – Dias – 3/9/15/28 Farmácia Nelsina – Dias 4/10/16/22 Farmácia Central – Dias 5/11/17/23/29 Farmácia Manso – Dias 6/12/18/24/30 Farmácia São Domingos – Dias 7/13/19/25 Junho 2014 Barcelos Farmácia Filipe (Barcelos) – 7/17/27 Farmácia Lamela (Barcelos)- 8/18/28 Farmácia Moderna (Barcelos)- 9/19/29 Farmácia Central (Barcelos) – 10/20/30 Farmácia A minha Farmácia (Barcelos) – 1/11/21 Farmácia Oliveira (Barcelos) – 2/12/22 Farmácia de Barcelinhos (Barcelinhos) – 3/13/23 Farmácia de Arcozelo (Arcozelo) – 4/14/24 Farmácia Avenida (Arcozelo) – 5/15/25 Farmácia Cunha (Barcelos) – 6/16/26

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JUNHO 2014

Crónica/Opinião (frase do mês)

“É proba aquela velhice capaz de defender-se ela mesma, que mantém os seus direitos, não se submete a ninguém, que se auto-governa até ao último sopro de vida. Assim como admiramos um jovem em quem existe algo de velho, da mesma maneira o fazemos com um velho no qual persiste algo de jovem. Quem adoptar tal postura poderá envelhecer de corpo, mas nunca de espírito.” Cícero, in Da Velhice

Memórias das brincadeiras da primavera no Vale do Neiva Livro Memórias do nosso Povo · Volume 1 Manuel Delfim Pereira

Q

uando a primavera brota no Vale do Neiva o cuco e a poupa cantam, a carriça chilreia, o melro com os seus requebros melodiosos, o pardal com o seu rude piar e um sem número de aves que dão um ar diferente à nova estação. Quando cai a noite, já mais quente, são o ralo, a rela, as rãs, o sapo e os grilos que num coro uníssono compõem uma sinfonia melodiosa. As crianças são as que mais se ligam à natureza que desponta e que a cada ano apresenta novidades para as suas simples e graciosas brincadeiras. O grilo é o animal que mais desperta a sua atenção. E é ver as crianças campos fora com uma “palheira” - o caule de uma erva na mão à procura de uma loca ou casota do grilo. No meio das ervas procuravam o buraquinho e logo que o encontravam ajoelhavam-se e introduziam a palheira no buraco, fazendo movimentos – “cócegas” – que obrigavam o grilo a sair, por ser incomodado no seu refúgio. Enquanto esperavam que o grilo aparecesse à luz do diz, ia dizendo: “ Gri, gri sai à porta Que o teu pai morreu na horta!” Ou “ Grilo, grilinho sai agora do teu buraquinho!” Ou “ Gri gri, sai à porta Que o teu pai morreu na horta Com uma faca de cotão Que chegou ao coração!” Depois de o apanhar, colocavam num caixa de fósforos ou numa pequena gaiola, onde se metia umas folhitas de serradela para o alimentar.

“Não existe esta coisa de homem feito por si mesmo. Somos formados por milhares de outros. Cada pessoa que alguma vez tenha feito um gesto bom por nós, ou dito uma palavra de encorajamento para nós, entrou na formação do nosso caráter e nossos pensamentos, tanto quanto do nosso sucesso.” George Matthew Adams


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