Edicaosetembro

Propriedade: A MÓ · Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) | Barroselas Setembro 2016 | Mensal · Nº29 · Gratuito · Versão digital

Vila de Punhe concretiza obras de requalificação na avenida e cruzeirinho P. 6 Alvarães

Arranjo urbanístico da envolvente da igreja de Alvarães inaugurado

Página 2

Barroselas e Carvoeiro

Página 4

Passagem hidráulica de Barroselas alvo de intervenção

PUB.

Entrevista t. 963 316 769 · 966 334 363

À conversa com: Festival Arredas Folk Fest

Página 12

2

SETEMBRO 2016

Alvarães

Arranjo urbanístico da envolvente da igreja de Alvarães inaugurado O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo marcou presença na cerimónia de inauguração do novo arranjo urbanístico do espaço envolvente da igreja paroquial de Alvarães. A cerimónia integrou as celebrações dos 50 anos de sacerdócio do pároco local, que contou com a presença do Bispo de Viana do Castelo.

O arranjo em causa diz respeito à qualificação da envolvente da igreja paroquial, centro social e paroquial e integrou igualmente o arranjo dos passeios e contou com o apoio da Câmara Municipal, no âmbito da política de descentralização de meios e competências para as juntas de freguesia.

Esta inauguração integrou as celebrações dos 50 anos do monsenhor António Fernandes Gonçalves enquanto pároco da freguesia de Alvarães e que contou com a presença do Bispo da Diocese.

Culinária

Doce de figo seco Ingredientes · 3 1/2 Xícaras de farinha de trigo · 2/3 Xícaras de manteiga à temperatura ambientem · 1 Colher (sopa) de fermento químico · 1/2 Xícara de água · 1/2 Xícara de mel de abelha Modo de preparação Em uma tigela, junte a farinha e faça um buraco no centro.

Acrescente a manteiga, o fermento, o mel e a água e amasse até obter uma bola.

Aqueça o forno em temperatura alta (200 ºC a 220 ºC).

Transfira a massa para uma superfície lisa polvilhada com farinha de trigo a amasse até ficar lisa e homogênea.

Com um rolo, abra a massa e coloque-a na assadeira untada com manteiga.

Asse por 20 minutos ou até dourar ligeiramente.

Retire do forno e deixe esfriar.

Fonte: http://mdemulher.abril.com.br

Ficha técnica | Diretora: Ana Patrícia Lima Vice-diretora: Isabel Queiroga Redação: Domingos Costa · José Miranda · Manuel Lima · José Rafael Soares Colaboradores: Elisabete Gonçalves Design e Paginação: Isabel Queiroga Contacto redação: Rua do Sião, Apartado 20 - Barroselas · redajornalvaledoneiva@gmail.com Periodicidade: Mensal Formato: Digital Distribuição: Gratuita Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais deste jornal.

SETEMBRO 2016

3

Balugães

“O auto dos bons diabos” foi representado no largo da igreja românica de s. Martinho Fernando Pinheiro Texto e Foto Foi em ambiente de festa popular que a comunidade baluganense acorreu em grande número, na noite de 30 de Julho, ao emblemático largo de S. Martinho, para assistir à representação da peça “O Auto dos Bons Diabos”, segundo uma interpretação do grupo amador Teatro de Balugas.

Integrado nas X Jornadas Culturais de Balugães, o espetáculo, concebido e encenado por Cândido Sobreiro, pretendeu valorizar o espaço sócio-religioso da igreja românica de S. Martinho, como parte integrante e essencial da memória coletiva da aldeia, uma vez que, conforme aquele diretor afirmou, já João Carvalhosa, seu bisavô, ali organizava as festas de S. Martinho. Para tanto, a peça “O Auto dos Bons Diabos”, que já havia merecido estreia no Eixpressões – Encontro de Teatro Popular do Noroeste Peninsular, em 2015, foi adaptada para teatro de ar livre, de modo a serem envolvidas no projeto as diversas associações que dinamizam culturalmente a freguesia.

Dando corpo ao conceito de teatro comunitário, que é a imagem de marca deste interessante grupo de teatro amador, Cândido Sobreiro coloca em cena um ator popular que se desdobra em histórias e personagens, quer para denunciar o desaparecimento do mundo rural e advertir para o perigo do abandono das crenças, costumes e tradições que marcam o quotidiano aldeão, quer para censurar uma certa ideia de progresso que não serve os homens nem as comunidades. Baltasar Diabo, o protagonista, e a sua truculenta companhia, corporizam uma dinâmica de resiliência moral num vale outrora rural, mas que agora sofre importantes muta-

ções culturais e geográficas, por força do êxodo das populações para as cidades e para o estrangeiro. Não admira pois que o diretor de uma trupe de artistas anónimos, que nada mais recebe de contrapartida senão a alegria da partilha de um imaginário comum, desabafe a certa altura da sua partitura: “Hei de morrer a cavar a terra, ou nas tábuas do palco”, voto que desde logo estabelece um paralelo entre o real e o simbólico que balizam uma existência de luta e sacrifício. Neste sentido, terra e palco assumem-se como dois planos que são indissociáveis da sobrevivência espiritual do homem, mas também da natureza de um teatro comunitário que sempre foi feito do povo para o povo e a partir de uma ideia de pertença coletiva.

Cândido Sobreiro explicou que este método artístico foi utilizado em todas as produções teatrais realizadas ao longo de nove anos de atividade regular, porquanto, desde a sua criação em 2007, o projeto mergulhou as suas raízes na matriz identitária da aldeia e procurou sempre explorar os valores da riquíssima cultura popular do Minho. Dentro dessa matriz sociocultural, foram levadas à cena, sempre com grande sucesso, peças como “Há Pitróleo em

Balugães”, “Éroporto em Balugães? Jamé!”, “Abaixo o TGB Madrid-Balugães”, ou “Lisboa quer portajar Balugães”, entre outras.

O “Auto dos Bons Diabos”, contou ainda com a interpretação de André Sobreiro, Aurélio Magalhães, Cristiano Esteves e Davide Faria, que dão corpo aos quatro diabos, sempre burlescos e pícaros, e de Juliana Pereira e Diana Gonçalves, que fazem as personagens mais naturalistas de Isabel e Rosa, respetivamente, filhas problemáticas de Baltasar Diabo, que não se cansam de tentar impor desvios à norma. O agrupamento de Escuteiros nº 86, de Balugães, a Fraternidade de Nuno Álvares (núcleo local), o Grupo de Jovens, o Grupo Vozes Outonais e a Ronda da Ponte das Tábuas participaram no espetáculo com música folclórica do Minho, como forma de dar ênfase festiva a algumas cenas da peça.

De registar os bons efeitos conseguidos no ambiente sonoro e luminoso por Matilde Esteves, o teatro de sombras de Rui Pereira, e a cenografia de David Pereira e Cristina Faria, numa peça que se mostrou a mais estilizada de todas as realizadas pelo Teatro de Balugas, face ao minimalismo do cenário e à caracterização das personagens.

PUB.

Design Comunicação Fotografia behance.net/isabelqueiroga 913 246 407 isabel.c.queiroga@gmail.com

4

SETEMBRO 2016

Barroselas e Carvoeiro

A 11 de agosto foi concluída a empreitada – Passagem Hidráulica de Barroselas. Reabilitação da Obra de Arte”, no distrito de Viana de Castelo, concelho de Viana do Castelo, localizada ao quilómetro 5,891 da ER 308.

O investimento global de cerca de 25 mil euros teve como objetivo melhorar as condições de segurança e conforto dos utilizadores, eliminando as patologias e avarias identificadas, no âmbito do Plano de Inspeções Principais a Obras de Arte. Nesta empreitada, segundo a Infraestruturas de Portugal, realizou-se o reforço estrutural do arco existente e respetivos hasteais; a reabilitação generalizada de todos os paramentos em alvenaria de pedra; a reabilitação generalizada de todos os paramentos em betão; a reabilitação e substituição do pavimento do passeio existente e limpeza e regularização do leito do rio a montante, no interior e a jusante da obra de arte, bem como o tratamento e beneficiação dos taludes, de ambas as margens e a reabilitação dos muros que limitam a ribeira.

Foto: Infraestruturas de Portugal

Passagem hidráulica de Barroselas alvo de intervenção

A empreitada foi gerida pela Infraestruturas de Portugal, tendo sido adjudicada à empresa H-TECNIC CONSTRUÇÕES, LDA a 8 de outubro de 2015.

Neves

Auto da Floripes – Fecha temporada feliz Núcleo promotor do Auto-Floripes Com a participação no Cortejo Histórico e Etnográfico das Festas da Senhora d’ Agonia, uma das maiores montras da cultura popular do país, o Auto da Floripes fechou a temporada 2015/2016. E que temporada!

Um ano que podia ser de incertezas, não o foi. Foi, sim, um ano de muito trabalho em que o Auto da Floripes voltou a ter destaque pelas melhores razões. Um ano que trouxe serenidade e brio à comunidade.

Um ano que devolveu a esperança quanto ao futuro.

A renovação profunda do elenco exigiu empenho e outras situações exigiram tranquilidade. Esta realidade, porém, não condicionou o comportamento nem o trabalho desenvolvido, levando à elaboração de um conjunto eclético, enquadrado e valioso de atividades, que, claramente, valorizaram e contribuíram para a promoção e preservação do Auto da Floripes.

A referir: Ação de sensibilização do Auto da Floripes no Agrupamento de Escolas de Barroselas; Acervo e diversificados contatos associados ao Auto da Floripes e ao teatro popular; Representação do Auto da Floripes de Palmo e Meio pela C. S. P. de Vila de Punhe; Representação do Auto da Floripes pelo ATL de Mujães; Projeto Co-

médias (curta-metragem) com a Escola EB 2,3/S de Barroselas; Representação e participação no colóquio no Congresso Internacional “La Dansa Dels Altres”, na Comunidade Valenciana; Representação do Auto da Floripes no Eixpressões 2016, na cidade de Viana do Castelo; Presença na comitiva da Comissão de Festas na visita à cidade de Viana do Castelo; Representação no dia 5 de Agosto, no âmbito das Festas da Senhora das Neves; Filmagem do Auto da Floripes para o e-Museu “Memoriamedia”; Filmagem do Auto da Floripes para o projeto audiovisual da Câmara Municipal de Viana do Castelo; Participação no Cortejo Histórico e Etnográfico das Festas da Senhora d’Agonia.

Este leque abrangente de iniciativas, que envolveu inúmeras pessoas e parcerias, dificilmente seria possível sem uma equipa estável, específica e conhecedora como o Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto que, ao debruçar-se sobre uma temática valiosa, mas subvalorizada, colmatou uma falha na comunidade sem ocupar o espaço de terceiros.

Este registo foi alcançado através da participação e colaboração de inúmeras pessoas, nomeadamente os comediantes, e de diversas instituições, como o Agrupamento de Escolas de Barroselas, as autarquias

de Barroselas e Carvoeiro, Mujães e Vila de Punhe, a Câmara Municipal de Viana do Castelo e a Comissão de Festas da Senhora das Neves.

A todas as partes envolvidas manifestamos o nosso agradecimento, deixando votos que a confiança existente entre as partes continue a ser uma realidade a favor da comunidade.

SETEMBRO 2016

5

Cumpriu-se a tradição do Auto da Floripes!

Há símbolos que se perpetuam ao longo do tempo atravessando várias gerações sem deixarem de se manterem vivos e com alma. Símbolos que despertam a preocupação de os honrar e de os preservar por mais tempo e gerações. É o caso do Auto da Floripes!

O Auto da Floripes inclui-se nos principais bens do património cultural imaterial nacional e é uma das principais referências culturais de Viana do Castelo e do Vale do Neiva. Para além disso, e em paralelo com a devoção à Senhora das Neves e com a união entre as três comunidades que partilham o Largo das Neves, o Auto da Floripes faz parte dos três alicerces das Festas da Senhora das Neves, assumindo-se como o maior símbolo cultural das festividades.

O Auto da Floripes é uma peça de teatro popular representada no dia 5 de Agosto pelas 17 horas no Largo das Neves há cerca de 200 anos. Auto teatral de cariz guerreiro (cavalheiresco) está inserido no “Ciclo Carolíngio”, por se inspirar na segunda parte do livro “História de Carlos Magno e dos Doze Pares de França”, o Auto da Floripes, também conhecido por “Comédias das Neves”, já foi designado de outras formas, entre as quais “Ferrabraz e Floripes”.

Numa tarde canícula, e já passando 30 minutos das 17 horas, lançou-se o fogo do ar a assinalar saída do exército de Carlos Magno em direção ao Largo das Neves. Se do lado da capela da Senhora das Neves, se começou a ouvir a contradança dos cristãos, já pouco tempo depois, e do lado contrário, marcharam até ao palco os Turcos ao som da sua contradança para, num espetáculo de cerca de 120 minutos, dar-se início ao cumprimento da tradição. Apesar do calor abrasador, o público marcou presença e não regateou entusiasmo e aplausos aos comediantes que orgulhosamente levaram a cena mais uma vez o Auto da Floripes.

Com um elenco rejuvenescido, onde se conjugou juventude com experiência e sabedoria com vigor, o Auto da Floripes, representativo e composto por elementos das três comunidades em festa, subiu ao palco com 6 jovens que representaram pela primeira vez este ano e com 4 comediantes que assumiram diferentes e relevantes papéis, nomeadamente Oliveiros e Carlos Magno.

O Auto da Floripes foi ensaiado pela primeira vez por Marco Novo, que acumulou a função ao papel de Ferrabrás. Muitos foram os comediantes que representaram pela primeira vez, mas também os que passaram a representar papeis relevantes. Sem menosprezar os outros comediantes, nem o seu antecessor António Fernandes, com mais de 40 anos de Auto da Floripes, merece destaque o João Pereira que, com apenas 17 anos, abraçou, como um herói, o papel de Oliveiros. Personagem essa que fora representada, por várias décadas, pelo seu bisavô “O Ti Zé Pereirinha”, uma das figuras mais emblemáticas do Auto da Floripes. Merece uma menção especial a Susana Lima que fez a sua despedida do Auto da Floripes, depois de representar com brio o papel de Floripes desde 2000 (com a excepção de 2015). Felicitações também para o Joaquim Frutuoso (Almirante Balaão) e para o Avelino Liquito (Roldão) por estarem perto de completar os 50 anos de comediantes. Um grande serviço ao Auto da Floripes.

Fica o registo da qualidade, do brio e da responsabilidade bem patentes na representação, ao mesmo tempo que se fica com a sensação que, em harmonia e com verdade, há potencial para se assegurar a continuidade da tradição num registo de contínua evolução qualitativa e respeitadora da matriz.

“Regalem-se meus senhores, até ao ano que vem!”

6

SETEMBRO 2016

Vila de Punhe

Rio das Boucinhas mais limpo Manuel Lima m.l.valedoneiva@gmail.com Sábado, 13 de Agosto 2016 logo pela manhã iniciou-se a primeira acção de limpeza do rio das Boucinhas, com o apoio da Junta de Freguesia de Vila de Punhe, voluntários da FAJUVIC e Associação a Mó “EcoNeiva” secção ambiental e ainda o apoio de alguma população. Os trabalhos correram conforme o previsto, limpeza do leito, o abate de alguns amieiros e salgueiros para desobstruir a passagem do curso de água. Depois da reconstrução do Moinho do Inácio no mesmo local, segui-se esta iniciativa, outras certamente se seguirão, para dotar aquele lugar de melhores condições de circulação e salubridade para quem utiliza aquele trilho da natureza.

Vila de Punhe concretiza obras de requalificação na avenida e cruzeirinho Manuel Lima m.l.valedoneiva@gmail.com O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Eng. José Maria Costa e o Presidente da Junta de Freguesia de Vila de Punhe Sr.António Costa, inauguraram a requalificação da Avenida Padre Júlio Cândido da Costa e também a edificação do Cruzeirinho, cerimónias abrilhantadas pela Orquestra Ligeira da Banda dos Escuteiros de Barroselas.

A inauguração diz respeito à segunda fase de uma intervenção maior naquela que é uma via estruturante da freguesia e que serve várias estruturas públicas, designadamente o jardim-de-infância e a escola de ensino básico, mas também o centro social da freguesia, a igreja paroquial e o cemitério da freguesia.

A referida Avenida, estava pavimentada com a calçada à antiga Portuguesa, com piso muito irregular, agora foi dotada de cubo em granito duas cores, foram também criados alguns espaços de estacionamento e plantadas algumas árvores, embelezando assim aquele local nobre, dando-lhe mais dignidade. No século XII a XVIII existiu um pequeno Cruzeiro paroquial, com orientação nascente poente, registos assim o atestam, entretanto, no mesmo local foi construído um novo Cruzeiro, por isso a história não se apaga mas sim renasce. O Sr. Padre Alípio presidiu às cerimónias religiosas benzendo o novo Cruzeiro, o Presidente da Junta encerrou as cerimónias, agradecendo todo o apoio recebido.

SETEMBRO 2016

7

Cidade [Viana do Castelo]

Politécnico de Viana do Castelo também integra o projeto U-Bike Alterar a repartição modal, reduzir o uso do automóvel e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos é o objetivo do projeto U-Bike Portugal.

3234 bicicletas, das quais 2096 eléctricas e 1138 convencionais serão distribuídas por 15 instituições de ensino superior de todo o país, numa iniciativa que pretende envolver estudantes e corpo docente.

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo juntamente com o Instituto Politécnico de Leiria, Instituto Politécnico de Beja, Universidade de Évora, Universidade da Beira Interior, Universidade de Aveiro, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Instituto Politécnico de Bragança, Instituto Superior Técnico, Universidade do Porto, Instituto Politécnico do Cávado e

do Ave, Universidade do Minho, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Instituto Politécnico do Porto cuja meta é alcançar 2 412 141 quilómetros percorridos pelas bicicletas adquiridas até 2018.

Este esforço pretende gerar economias de energia de 166,34 tep (toneladas equivalentes de petróleo).

As 15 candidaturas aprovadas pelo PO SEUR (Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), no âmbito do U-Bike Portugal, representam um investimento total de 6 059 027,90 de euros e a atribuição de um valor de Fundo de Coesão na ordem dos 4 762 384,48 de euros.

Com vista a potenciar a adesão da comunidade académica ao projecto e alterar os comportamentos relativos às opções

de mobilidade, serão desenvolvidos mais de 230 produtos de comunicação, sensibilização e promoção da mobilidade sustentável e energeticamente eficiente, de modo a alcançar 174 416 indivíduos das comunidades académicas aderentes.

O projecto U-Bike Portugal enquadra-se num contexto marcado pelos objectivos definidos no Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE) 2013-2016, que classifica os transportes como área prioritária para a melhoria da eficiência energética, através da promoção da mobilidade ciclável e outros modos suaves, conforme estabelecido no Plano Nacional de Promoção da Bicicleta e Outros Modos Suaves 2013-2020 – “CiclAndo”.

Fonte: Smart Cities

dos nós”. A presidente da JSD Alto Minho, Emília Cerdeira, reconheceu a importância dos jovens praticarem uma cidadania ativa no presente, tal como aconteceu nas gerações passadas, com vista a estancar a atual fuga de jovens do distrito de Viana do Castelo. O líder da Juventude Popular, António Faria, anteviu um futuro promissor para esta plataforma que valoriza acima de tudo as políticas de juventude. O jovem Hélder Costa, representante do movimento associativo juvenil do distrito enquanto membro da Associação Juvenil Juventude Vila Fonche, frisou que apesar do movimento ser apartidário, também discute políticas de juventude, além das inúmeras atividades sociais, culturais e desportivas que caraterizam as associações juvenis.

O Presidente da FAJUVIC, Tiago Rego, revelou o orgulho que a direção sente pela concretização deste momento, que é o culminar de inúmeras reuniões e debates construtivos. Afirmou ainda a urgência de se estabelecerem diálogos estruturados na sociedade, como é exemplo a Juventude Alto Minho, que tem por missão criar

sinergias e consensos alargados entre os seus membros tão distintos, relativamente às políticas sectoriais e transversais a todas as áreas que, de uma forma ou de outra, são basilares para uma boa definição de uma política distrital de Juventude. O Diretor Regional do Norte do IPDJ, Manuel Barros, anfitrião da cerimónia, felicitou a FAJUVIC pela concretização de um projeto que reconheceu ser um enorme desafio.

Esta plataforma audaz envolve e desafia os jovens a discutir e propor medidas para a construção de verdadeiros Planos Municipais de Juventude, salientou ainda o Diretor Regional do Norte do IPDJ. Integram também a plataforma Juventude Alto Minho o Bloco de Esquerda, a Federação Académica do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, a Associação Desportiva, Cultural e Social de Subportela e a Associação Cultural Recreativa Social e Desportiva “Os Amigos de Merufe”.

A plataforma Juventude Alto Minho é agora uma realidade e o reflexo de uma juventude irreverente e capaz de cooperar em prol de reais políticas distritais de Juventude.

FAJUVIC No passado dia 6 de agosto decorreu a apresentação pública da plataforma Juventude Alto Minho, no Instituto Português do Desporto e da Juventude. Este projeto único e pioneiro no Alto Minho é promovido pela Federação das Associações Juvenis do Distrito de Viana – FAJUVIC e visa a cooperação e o diálogo estruturado entre Associações Juvenis, Juventudes Partidárias e Associações de Estudantes do distrito.

Na sessão pública de tomada de posse desta plataforma de diálogo e defesa dos interesses dos jovens do distrito de Viana do Castelo, estiveram presentes delegações da Juventude Socialista, da Juventude Social-democrata, da Juventude Popular e do movimento associativo jovem do distrito. Durante a cerimónia os líderes das juventudes partidárias presentes, nas suas intervenções, enalteceram a ousadia do projeto e congratularam a FAJUVIC pela iniciativa. Carlota Borges, Presidente da JS Alto Minho, afirmou a vontade da estrutura a que preside em cooperar ativamente neste projeto que “agora é de to-

8

SETEMBRO 2016

Saúde

Alimentação da grávida

Dr. Jorge Neves

Seleccionados e conjugados os alimentos, a principal entre todas as regras é comer lentamente, mastigar bem, fraccionar as refeições e encurtar o jejum nocturno. As três principais refeições (pequeno almoço, almoço e jantar) não devem ser abundantes, sendo aconselháveis pequenas refeições complementares a meio da manhã e da tarde e, ainda, antes de se deitar.

Procure não misturar diversos hidratos de carbono na mesma refeição, dispense o pão ao almoço e jantar, reduza os fritos e beba bastante água ao longo do dia. Estas medidas têm vantagens adicionais, designadamente, diminuírem alguns dos desagradáveis sintomas resultantes da acção das hormonas produzidas pela placenta, como os enjoos, a azia, a flatulência e a obstipação. As refeições fraccionadas ajudam também a controlar o aumento de peso.

Na grávida, uma das muitas preocupações prende-se exactamente com o aumento ponderal. O ganho de peso adequado varia entre 10 e 16 kg, dependendo sobretudo do índice de massa corporal (relação peso/ altura) anterior à gravidez. Assim, se tinha

peso a menos deverá aumentar mais e, pelo contrário, se tinha excesso de peso deverá aumentar menos.

Esta orientação é importante porque o peso pré-concepcional é um indicador de risco para algumas complicações que poderão surgir no decurso da gravidez. Mulheres muito magras ou desnutridas têm maior probabilidade de terem partos pré-termo ou crianças com baixo peso à nascença, enquanto que as obesas têm maior probabilidade de desenvolverem diabetes gestacional, hipertensão arterial induzida pela gravidez e partos difíceis, caso os fetos sejam macrossómicos (peso ao nascer superior a 4000 gramas). Deverá conversar com o seu médico sobre o ganho de peso mais adequado para si. Em qualquer dos casos, não deverá esquecer que o aumento de peso não é todo gordura: resulta do peso do feto, do líquido amniótico e da placenta, do aumento do músculo uterino e dos seios, da retenção hídrica, das reservas maternas, bem como do aumento do volume plasmático. Acresce ao referido anteriormente o facto de que a gravidez não é, obviamente, um período aconselhável para restrições alimentares com o objectivo de emagrecer.

A actividade física regular e adequada é um complemento importante da sua alimentação diária, conferindo-lhe energia, boa disposição e ajudando-a a dormir melhor.

Melhora também a sua postura, diminui o inchaço das pernas, as dores nas costas e a obstipação.

Em condições normais, não é necessário limitar o exercício, ainda que os esforços

violentos e as grandes variações de esforço sejam desaconselhadas, essencialmente, porque o exercício condiciona um aumento da temperatura do corpo com consequente vasodilatação dos músculos e da pele, provocando uma vasoconstrição de outros territórios, como o renal e esplâncnico, dos quais depende a irrigação uterina. A diminuição do fluxo de sangue ao útero pode levar ao aparecimento de contracções e a uma diminuição do aporte de oxigénio à placenta e ao feto, com consequências naturalmente indesejáveis.

Andar a pé, nadar, praticar bicicleta e remo estáticos são exercícios excelentes. Desportos de competição, ténis, equitação, aeróbica, etc. estão contra-indicados. Durante o exercício use roupa confortável, evite o aquecimento excessivo e beba bastante água.

Se tiver oportunidade, nos dois últimos meses da gravidez frequente aulas de preparação para o parto. Estas aulas têm duas componentes: uma de informação teórica e outra prática. Esta última consta de técnicas de respiração, relaxamento muscular e ginástica, que têm como objectivo um controlo psicofísico mais efectivo no momento das contracções e durante o parto.

Em algumas situações, o exercício está contra-indicado (hipertensão induzida pela gravidez, sintomas de parto pré-termo, hemorragias vaginais, etc.). O seu médico orientá-la-á.

Em suma, comer correctamente e fazer exercício com regularidade são das melhores coisas que pode fazer por si e pelo seu bebé. Aproveite a gravidez para começar.

PUB.

Publicite aqui Contacte-nos!

Design · Comunicação · Fotografia www.behance.net/isabelqueiroga Peça já o seu orçamento grátis: 913 246 407 · isabel.c.queiroga@gmail.com

SETEMBRO 2016

9

Ambiente

Desastre Ambiental no Monte da Padela Manuel Lima m.l.valedoneiva@gmail.com Os incêndios no continente e nas ilhas da Madeira e dos Açores já não são novidade para todos nós. Infelizmente, muito se tem falado sobre esse fenómeno que, por altura do verão parece ser inevitável, deixando as pessoas que, vivem próximas dessas áreas de conflito, aterrorizadas.

Nós, aqui no Alto Minho, nestes meses de Julho e Agosto de 2016, também fomos muito fustigados por essa calamidade, falando no concreto no Monte da Padela, que abrange o Vale do Neiva e liga o Vale do Lima no concelho e distrito de Viana do Castelo. O Monte da Padela tem sido nos últimos anos intervencionado, com a plantação de algumas árvores folhosas de várias espécies em alguns locais mas, por diversos fatores incluindo os fogos, o resultado não tem sido positivo infelizmente. Estas catástrofes sociais e

económicas são uma constante no mundo desenvolvido e não só. Na sua génese estão causas diversas, fenómenos natu-

PUB.

Uns dizem que a beleza vem de dentro, outros dizem que vem de fora.

Com a DOGTYBY vem dos dois lados.

Ana Lima Tlm. (351) 939 530 171 Viana do Castelo dogtyby@gmail.com www.facebook.com/dogtyby

rais, interesses económicos onde a mão humana está presente, os loucos incendiários ou acidentes ambientais diversos.

O problema é mais ou menos intenso, consoante o planeamento e ordenamento do território, nos locais onde ocorrem esses fenómenos. Temos imensos estudos e planos estratégicos à espera de serem implementados no nosso território mas, por vários fatores se encontram na gaveta dos vários ministérios. Temos de promover a responsabilidade nas propriedades públicas e privadas no País. Sejamos justos e objetivos, a falta de ação pública que tantas vezes se fala, a falta de aceitação ativa por parte das comunidades e proprietários, as medidas preventivas que já tardam e que exigem apoio e alguma despesa. Depois do verão é tempo de repensar novos caminhos e novas políticas.

Só assim se poderá equacionar um futuro mais verde e mais sustentado, para nós e gerações vindouras. O pulmão verde do planeta Terra agradece.

10

SETEMBRO 2016

Opinião

Os Caminhos de Ferro (Número 12)

Domingos Costa domingoscunhacosta@gmail.com Anoto que, os trabalhos eram para iniciar a 7 de Maio de 1853. Todavia, em face do impasse mencionado, eles só avançaram efetivamente a 17 de Setembro do mesmo ano; já, com a administração da empresa Waring.

No mês de Agosto, foram nomeados novos diretores gerais da companhia, e, decorrido um mês, sai Hardy Hislop e entra para a companhia – porque ficara com o mesmo nome – Charles Waring, Williang Waring, Henri Waring e ainda William Shau.

Anoto que, os trabalhos iniciaram, mas também, em camara lenta; porque, era necessário resolver o problema das expropriações. Para além disso, a situação ficou ainda mais agravada em resultado do atraso, dado que, havia uma manifesta demora do material para os trabalhos, e ainda, a falta de experiência dos profissionais admitidos.

Obtidos os meios necessários para a construção, as obras com alguns problemas progrediam, a pensar mais na obra feita; conquanto se saiba, que, para as exigências previstas, é apenas um pequeno troço de via. Em suma: A ansiedade dos impulsionadores e colaboradores, estava fortemente animada para em breve, tudo ser abolido.

Todavia, como diz o ditado: “uma coisa que nasce torta, morre torta”. Foi o que aconteceu, com o empreiteiro, Warring. Com absoluta surpresa e, sem motivo aparente, suspendeu os trabalhos. Simultaneamente, despediu 2 a 3 mil homens. Alegou como defesa, que a companhia não efetuou o pagamento no mês de Agosto.

O delineamento de todo este projeto, não estava a ser honrado, além de prejudicar o desenvolvimento em Portugal, também não estava de acordo com a pretensão do governo para a construção da referida linha. Porque, tinham previsto, que a inauguração se realizasse exatamente no dia da coroação a Rei, de D. Pedro V, dado a Rainha Sua mãe, ter falecido, em resultado de parto.

Para corrigir o problema, o Rei Regente D. Fernando, em nome do Rei, pediu ao governo, a fim de interceder com os empreiteiros para que as obras reiniciassem, mas, Waring, recorre a tribunal. Mas, perde a ação.

No sentido de colmatar o impasse, em Novembro de 1855, Fontes Pereira de Melo, decide deslocar-se a Londres a fim de reunir-se com Waring, para estabelecer acordo amigável. Após esforçadas reuniões, o almejado acordo foi obtido pela renúncia das ações que a empresa possuía, ficando as mesmas na posse do Governo Por-

tuguês. Bem como, acordado as despesas inerentes aos trabalhos efetuados, e ainda, o material adquirido. Pelo que li, Fontes foi tenaz nas decisões, sabendo superar todas as grandes discussões e controvérsias com mestria. Todavia, numa das cartas de D. Pedro V, o Rei, considerou “…negócios de Judeus”.

Sanado o imbróglio. Fontes, a 24 de Dezembro, celebra contrato com a “Société du Crédit Mobilier”, de Paris para transferência de poderes de construção da viaférrea, entre Lisboa ao Porto e fronteira com Espanha.

SETEMBRO 2016

11

Dicas de saúde para quem vai viajar

Ana Sofia Esta altura do ano e as férias convidam a viajar e passear. Por isso, é importante preparar estas atividades também do ponto de vista da saúde! O destino da viagem/ passeio, a duração, o alojamento ou o tipo de ocupações que vai ter durante esse período condicionam a mala que deve preparar. Assim, é necessário ter em atenção alguns conselhos.

Consulta do Viajante: Se o seu destino for fora da Europa, nomeadamente para destinos tropicais, é conveniente ir à Consulta do Viajante, cerca de um a dois meses antes da partida.

Esta consulta existe no Serviço Nacional de Saúde, questione na Unidade de Saúde onde é utente como proceder para agendar esta consulta. Esta consulta é importante para viagens de lazer, mas é crucial para quem viaja por motivos profissionais.

Cartão Europeu de Seguro de Doença: É fundamental possuir este documento. É um cartão de modelo único, comum a todo o espaço da União Europeia, Islândia, Listenstaina, Noruega e Suíça, concebido para simplificar a identificação do seu titular e da instituição que financeiramente é responsável pelos custos dos cuidados de

saúde de que este possa vir a necessitar. É gratuito, sendo necessário apenas solicitar a sua emissão na Segurança Social com alguma antecedência.

O que levar na “farmácia de viagem”?

A preparação da “farmácia de viagem” deve ser feita tendo em conta o local para onde se vai, o acesso aos serviços de saúde disponíveis, as condições particulares de cada pessoa e o tipo de ocupações que vai ter. Por isso, a lista que se segue é geral, contudo cada pessoa deve avaliar a necessidade do tipo e quantidade a levar.

Embora muitos dos medicamentos mencionados sejam de venda livre, convém aconselhar-se previamente com profissionais de saúde, principalmente, se tiver algum doença e/ou medicações crónicas.

- Medicação que toma habitualmente: levar as doses consoante os dias que estiver fora, mas também doses extra na eventualidade de haver algum imprevisto; é fundamental falar com os profissionais de saúde que o acompanham sobre a viagem que vai fazer, pois determinadas doenças e medicações tem algumas especificidades que devem ser tidas em conta; - Analgésico / antipirético: para a febre e alívio de dores (como por exemplo dores de cabeça, ouvidos, dentes) de preferência medicamentos à base de paracetamol; - Antieméticos: para enjoos ou vómitos; - Antidiarreicos: para diarreia aquosa sem febre; - Anti-histamínico e/ou corticoide tópico: sobretudo para quem tenha história de reações alérgicas (como, por exemplo, à picada de mosquito);

- Repelente de insetos: para proteção contra a picada de mosquitos; - Protetor solar: adequado ao grau de exposição solar e tipo de pele; - Creme hidratante e com zinco: para reparação de lesões e irritações cutâneas; - Unidoses de Soro Fisiológico: para lavagem ocular, descongestionar o nariz ou limpeza de feridas; - Pomada: para dores musculares e entorses.

- Solução desinfetante, compressas, adesivo, pensos rápidos e ligadura para curar pequenos cortes.

Cuidados a ter no transporte de medicamentos: - Para quem toma medicação crónica deve levar uma lista com toda a medicação que está a tomar. Pode ser necessária uma declaração médica que ateste a necessidade dos medicamentos ou seringas que transporta, para eventual apresentação às autoridades.

- Para as viagens de avião é importante informar-se corretamente dos procedimentos a ter e das normas internacionais de segurança.

Planear com tempo e aconselhar-se junto dos profissionais de saúde que o acompanham são fundamentais para o sucesso!

Coloque na sua mala a “farmácia de viagem”! Não descure destes cuidados mesmo que seja apenas um passeio de uma tarde e… desfrute ao máximo!!

Ana Sofia Enfermeira Especialista em Enfermagem Comunitária.

O congresso dos homens (2014) José Rafael Soares O congresso dos homens não é verdade, e começa assim a estória. Começa pois com uma promessa que serpenteia pelos assentos do estúdio, onde se vêem já os grandes aglomerados humanos, em forma de sim, em forma de não, penicando conversas, dedilhando premissas, forjando risos. Os mais velhos, a julgar pelas barbas e olhares enfadados com o cheiro da sala, sentam-se de perna cruzada. Dois ou três folheiam jornais, pousam canecas, assinam papéis, seguram canetas. Os outros trocam o olhar das falas pela discrição com que passam uns pelos outros à procura do seu assento, esticando os lábios para agradecer a passagem. Tudo parece ter saído de um filme em que a cena fosse

ensaiada com uma algazarra próprio das gentes, ou impróprio delas, mas até provar o contrário das arbitrariedades dos gestos, temos homens. É-me difícil acompanhar a cena toda. Seguro um binóculo para que possamos ver cá de baixo, no fosso inferior. Todos nós, que compartilhamos diariamente esta zona suburbana, queríamos estar lá. Um homem vestido de negro pigarreia enquanto passeia, corcunda, pelos trilhos do plenário. Leva um maço de folhas virgens para os senhores da frente, de trás e do lado. Ampara os óculos na ponta do nariz com experiência e dedicação As que não gastares lembra-te de reciclar, ouvimo-lo dizendo em surdina. É um sujeito de meia altura, meia barriga. Uma das folhas que vai desprendendo do maço cai e pronto ele ergue um esforço colossal,

em jeito de estátua antiga que ganha vida com uma contrariedade que o escultor não soube disfarçar. Apanha a folha com prontidão, esboça um levantar pesado, ajeita o que tem na outra mão, empurra os óculos em direcção aos olhos e solta um suspiro como se a labuta não fosse mais do que uma provocação. Continua o caminho até parar num sujeito que chamaria a atenção a qualquer um: veste de cinzento, não tem nem pernas nem braços cruzados, só um sorriso que promete uma conversa rápida, um como está e outros dizeres. Quando se suscita a troca de falares e alargamentos de sorrisos, já o homem de negro pousou as folhas todas e nele há agora um desinteresse que se assemelha perpétuo, dança encómios pelo jeito com que as mãos se arqueiam em submissão. A personagem

12

de cinzento levanta-se, num movimento que jura um abraço, uma palavra amiga.

Apenas aproxima a boca ao ouvido do outro e profere palavras curtas. Volta tudo ao normal, ao corredio dos inícios do teatro.

Quanto tempo faz, Chuva, senhor, Perguntei que horas eram, estás a ouvir cada vez pior, Eram ou são, São, vá, São cerca de dezassete, cinco da tarde, Sim, eu sei que são cinco da tarde, obrigado, podias era dizer-me mesmo as horas certíssimas, e não os cercas, daqui a nada penso eu que os portugueses são só feitos de cercas e hipóteses, Está bem, senhor, deixe cá ver, ora são umas dezasseis e cinquenta e dois, agora mesmo, aí está, Certo, por quem esperamos mesmo, Pelo Gerúndio, o bárbaro, deve estar mesmo a chegar, Ele deveria estar mesmo a chegar há vinte minutos atrás, Senhor, um conselho vos deixo, deixe lá as certezas do tempo, não há mais certeza em se chegar um pouco atrasado, até dá uma certa elegância ao encontro, Só pode estar a brincar, Deus me livre ousar brincar com o tempo, é que repare, se a verdade é que se combina uma hora entre dois e o pressuposto é que ambos cheguem

SETEMBRO 2016

na dita hora, se um esperar pelo outro é sinal de que a estima pela espera é grande, ou seja, o desejo do que chega primeiro em ver o atrasado daria para esquecer todo o tempo perdido, Eu acho isso uma estupidez, O tempo perdido, Não homem, o teu discurso. Ainda que se tenha concluído a ideia naquele preciso momento, o plenário é interrompido pelo tintinábulo que se faz ouvir com precisão. É Gerúndio, o bárbaro, e vem valetudinário, cansadíssimo, o seu corpo traz algumas pingas que avisam os demais que lá fora chove. Pele de urso que certamente o agasalha, vê-se uma espécie de funil pousado na cabeça que provavelmente será um capacete, uma grande malha reluzente num cinzento forte que promete protecção contra quem o quiser demover, e um machado que segura com a mão direita para que faça dele a sua bengala, uma outra perna que ajudam o corpo milenar a atravessar as paisagens. Ó bárbaro, não há relógios, Antes boa educação do que relógios, Não te quis ofender, O mal está feito. Ladeia-o um sujeito mais pequeno do que ele, vestido de forma quase igual.

E agora quem falta, O romano e o grego, que devem vir juntos, o rei disse que ia chegar atrasado e bom, o índio, mas esse não há que contar, Não há que contar porquê, Porque se lhe dirige sempre uma missiva e o dito cujo não responde, não faz sinal, nem ai nem ui, como se não existisse, Como se não existíssemos, Pois, mas existimos, e sinceramente senhor, não sei que fazer mais para o trazer cá, Deixa lá, vamos fazer os possíveis, estiveste bem, Obrigado senhor, já agora, é verdade que o pirata foi convidado, Sim, eu próprio o convidei, Mas então acha que o vão aceitar, Que remédio, Espero que tudo corra bem, Vai correr homem, tenha calma, E o polícia, virá, Esse já não se precisa de se chamar, está cá sempre, Não o vejo, Não tem que o ver, tem que o sentir, Também não o sinto, Mas se fizer alguma coisa que justifique senti-lo, então senti-lo-á, Ele é sempre assim, Assim como, Meio desaparecido, Não o tenho como tal, é como uma força espectadora, sabe o que é isso, Uma força que está atenta, Exacto, anda por aí, se se precisar dele, lá virá. (texto inacabado, ficção)

Entrevista

Entrevista Festival Arredas Folk Fest

O festival ARREDAS Folk Fest é um elo de ligação entre cultura e tradição que representa Tregosa e o imaginário subjacente à música Folk. Surgiu em 2009, mais propriamente nos dias 5 e 6 de setembro, como um festival rural de entrada livre e de pequena dimensão, com características únicas: um palco instalado em cima do rio Neiva ladeado por uma paisagem deslumbrante. Em 2010, o festival cresceu e entrou no roteiro dos seguidores da música folk. Ao longo destas sete edições

o festival verificou uma enorme evolução, tendo alcançado o seu lugar no universo dos festivais de música tradicional. A organização encontra-se a cargo da TORGO – Associação de Apoio às Artes. O responsável pelo festival, Sérgio Moreira, em declarações ao Vale do Neiva relata: Quais são os principais desafios para a realização deste festival?

O principal desafio está em garantir financiamento de forma a continuar a ter um festival de entrada gratuita.

O que o caracteriza dos restantes festivais?

O espaço onde está inserido, a paisagem e o misticismo do Arreda aliado à música folk cria o ambiente perfeito para a troca de experiências e partilha de conhecimentos.

Porquê a escolha do local em Tregosa?

Pelo Arreda, que dá o nome ao festival.

Qual o balanço das edições passadas deste festival?

Tem sido muito gratificante ver o trabalho que temos realizado ser cimentado e reconhecido, tornando este festival uma referência no género.

Para este ano, quais as novidades musicais?

Este ano, o Arredas quer continuar a afirmar-se como um festival de características singulares, onde é possível conciliar um ambiente de festa permanente com a

qualidade dos espetáculos. Prova-o o cartaz que propomos para esta edição, talvez o mais forte de sempre. Temos um cartaz muito atrativo, do qual destaco Terrakota (dia 2) e Sebastião Antunes & Quadrilha (dia3). Por isso, a 1, 2 e 3 de setembro há um destino para quem quer divertir-se tendo apenas como limite ultrapassável o respeito pela natureza e as boas regras da sã convivência.

Quais as novidades para o público que irá visitar este festival?

Além do ótimo cartaz, o público poderá disfrutar de várias atividades que irão decorrer ao longo dos dias, como canoagem, caminhada, oficina de percussão, gaita-defoles, dança, cordofones e voz.

Uma curiosidade que considere relevante partilhar com os nossos leitores.

Procurem conhecer esta figura de Tregosa que é o Arreda.

Gostariam de agradecer a alguém em especial?

A todas as pessoas que ao longo do ano nos vão ajudando, de alguma forma, a fazer acontecer o ARREDAS. Apesar da nítida evolução, a identidade deste festival mantém-se fiel: uma oferta artística dirigida a diferentes públicos, numa perspetiva de diversidade cultural e intercâmbio de ideias e experiências.

SETEMBRO 2016

13

Sociedade

A Comissão Europeia alarga os critérios de atribuição do rótulo ecológico para computadores, mobiliário e calçado

O rótulo ecológico possui como símbolo uma flor (margarida) e pode ser um instrumento fundamental para permitir aos cidadãos identificarem rapidamente os produtos mais sustentáveis.

O sistema de atribuição do rótulo ecológico europeu permite aos consumidores europeus, Administração Pública e particulares, identificarem facilmente os produtos ecológicos oficialmente aprovados em toda a União Europeia, Noruega, Liechtenstein e Islândia.

Para ostentarem o rótulo ecológico os produtos a devem preencher as condições seguintes básicas (Regulamento (CE) n.º 1980/2000 do Parlamento Europeu e do Conselho de 17 de Julho de 2000, relativo a um sistema comunitário revisto de atribuição de rótulo ecológico) · Representar uma quantidade apreciável no mercado interno; · Ter grande impacto ambiental; · Apresentar fortes perspectivas de melhoria do ambiente, resultantes da escolha dos consumidores; · Destinar uma parte considerável do volume de vendas ao consumo final.

Existem critérios de atribuição do rótulo ecológico para uma vasta gama de grupos

de produtos.

A Comissão Europeia adotou agora um novo conjunto de critérios ecológicos no âmbito do sistema de rótulo ecológico da UE para computadores (computadores pessoais, computadores portáteis e tabletes), para o mobiliário e para o calçado.

São excluídos do âmbito de aplicação do regulamento: · os produtos alimentares; · as bebidas; · os produtos farmacêuticos; · os dispositivos médicos definidos pela Directiva 93/42/CEE; · as substâncias ou preparações classificadas como perigosas nos termos das Directivas 67/548/CEE e 1999/45/CEE; · os produtos fabricados por processos susceptíveis de prejudicar de forma significativa o ser humano e/ou o ambiente.

O rótulo ecológico visa assim promover os produtos - o termo produto inclui qualquer tipo de bens ou de serviços - com um impacto ambiental reduzido durante o seu ciclo de vida completo (contribuindo desse modo para a utilização eficiente dos recursos e para um elevado nível de proteção do ambiente); Visa também orientar os consumidores o termo consumidor inclui consumidores profissionais - em relação a estes produtos, prestando-lhes informações simples, precisas, exatas e cientificamente estabelecidas sobre as caraterísticas ambientais dos produtos a que foi atribuído o rótulo ecológico.

Hoje em dia, mais de 37000 produtos vendidos no mercado europeu ostentam o rótulo ecológico da UE, o que significa que preenchem critérios ambientais rigorosos.

O rótulo ecológico pode ser atribuído aos produtos que contribuam de forma significativa para a melhoria de aspectos ecológicos essenciais (ou seja, a interacção com o ambiente, nomeadamente a utilização de energia e de recursos maturais durante o ciclo de vida do produto).

Os fabricantes não são obrigados a candidatar-se ao rótulo ecológico. Cabe-lhes decidir fazê-lo ou não, desde que os seus produtos satisfaçam os critérios. Se decidirem candidatar-se, os fabricantes de produtos que ostentarem o rótulo ecológico beneficiarão de uma vantagem competitiva e poderão utilizá-lo para comunica-

rem aos seus clientes que os seus produtos são melhores para o ambiente.

Resumindo e concluindo ,o sistema comunitário de atribuição de rótulo ecológico, ou Eco-Label, destina-se a: · promover os produtos com um impacto ambiental reduzido em vez dos demais produtos do mesmo grupo; · prestar informações e orientações correctas aos consumidores, assentes numa base científica sobre os produtos.

Atribuição do rótulo -Os critérios do rótulo ecológico são definidos por grupos de produtos (um grupo de produtos é constituído por bens ou serviços que tenham finalidades similares e que sejam equivalentes em termos de utilização e de percepção pelos consumidores (Reg. n.º 1980/2000, art. 2.º, n.º 1) e assentam no seguinte: -perspectivas de penetração do produto no mercado; -exequibilidade das adaptações técnicas e económicas necessárias; -potencial de melhoria do ambiente.

Instrumentos como o Rótulo Ecológico Europeu podem permitir a muitos consumidores dar um passo em frente na protecção do ambiente, sem que tal acarrete qualquer dificuldade significativa.

O rótulo ecológico pretende promover os produtos que podem reduzir os impactos negativos no ambiente comparativamente a outros produtos da mesma categoria.

Centro Europe Direct de Ponte de Lima Largo Conselheiro Arnaldo Norton de Matos, nº 37 4990-144 Ponte de Lima https://www.facebook.com/europe.direct. ponte.de.lima/ http://www.europedirectpontedelima.pt/ https://twitter.com/EuropeDirectPTL

14

Agenda do mĂŞs [Concelho Barcelos]

SETEMBRO 2016

SETEMBRO 2016

Agenda do mĂŞs [Concelho Viana do Castelo]

15

16

Agenda do mĂŞs [Concelho Ponte de Lima]

SETEMBRO 2016

SETEMBRO 2016

17

SETEMBRO 2016

Património

Poesia

Barroselas Assalto à Casa do Povo

José Serra Eu sou do outro (louco as horas caem-me dos braços e quando me sento na cadeira ouço o relógio descansar)

Crónica/Opinião (frase do mês)

Mais uma vez a Casa do Povo foi assaltada. No primeiro assalto, houve a intenção de destruir e ameaçar. Neste o objetivo foi o roubo. Entraram pela janela do lado da Sede da Junta de Freguesia, que se encontrava aberta. Carregaram os cofres da Secretaria da Casa do Povo e o do Centro de Saúde e arrombaram-nos ao fundo do corredor. Levaram 40.000$00 em notas e deixaram todos os cheques. Está a tornarse vulgar o assalto, e curioso é que antes

de a G.N.R. cá existir, raramente aconteciam. Não, não é o que estão a pensar, mas parece-nos, que uma maior vigilância poderia evitar, certos agrupamentos que se fazem tão despreocupadamente em certos caminhos da nossa freguesia e porque não, evitar por vezes os assaltos.

“Criar os filhos. O que distingue o Minho das outras regiões portuguesas é talvez esta prevalência da reprodução. Da terra, das plantas, dos animais e dos homens.

De tudo o que é vivo.”

José Mattoso

In “Jornal o Vale do Neiva” Julho 1986 A Redação

Contactos úteis Viana do Castelo Camara Municipal de Viana do Castelo - 258 809 300 Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo - 258 800 840 Bombeiros Municipais de Viana do Castelo - 258 840 400 Guarda Nacional Republicana - 258 840 470 Polícia de Segurança Pública - 258 809 880 Polícia Marítima - 258 822 168 Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM) - 258 802 100 Cruz Vermelha - 258 821 821 Centro de Saúde - 258 829 398 Hospital Particular de Viana do Castelo - 258 808 030 Unidade de Saúde Familiar Gil Eanes - 258 839 200 Interface de Transportes - 258 809 361 Caminhos de Ferro (CP) - 258 825 001/808208208 Posto de Turismo de Viana do Castelo - 258 822 620 Turismo do Porto e Norte de Portugal, Entidade Regional 258 820 270 Viana Welcome Center - Posto Municipal de Turismo - 258 098 415 CIAC - Centro de Informação Autárquico ao Consumidor -

258 780 626/2 Linha de Apoio ao Turista - 808 781 212 Serviço de Estrangeiros - 258 824 375 Defesa do Consumidor - 258 821 083 Posto de Fronteiras do SEF - 258 331 311 Arquivo Municipal de Viana do Castelo - 258 809 307 Centro de Estudos Regionais (Livraria Municipal) - 258 828 192 Biblioteca Municipal de Viana do Castelo - 258 809 340 Museu de Artes Decorativas - 258 809/305 Museu do traje - 258 809/306 Teatro Municipal Sá de Miranda - 258 809 382 VianaFestas - 258 809 39 Barcelos Câmara Municipal de Barcelos - 253 809 600 Bombeiros Voluntários de Barcelos- 253 802 050 Hospital Sta. Maria Maior Barcelos - 253 809 200 Centro de Saúde de Barcelos - 253 808 300 PSP Barcelos -253 823 660 Tribunal Judicial da Comarca de Barcelos - 253 823 773