Agenda Sesc Paçoo da Liberdade nº 26

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ano 8

mar. abr. mai.

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Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná Darci Piana Diretor Regional do Sesc Paraná Dieter Heinz Lengning Diretora da Divisão de Educação e Cultura Maristela Massaro Carrara Bruneri Coordenador geral do Núcleo de Comunicação Cesar Luiz Gonçalves Sesc Paço da Liberdade Gerente Executiva do Sesc Paço da Liberdade Celise Helena Niero Assistente de Gerente do Sesc Paço da Liberdade Aglair da Cruz

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Técnicos de Atividades Flavia Milbratz Luana Oliveira Marcelo Cruz Marisa Muniz Roberta Stockmanns

Orientadores de Atividades Bárbara Rozário Daniel Grizza Lucas Francolin da Paixão Maria Luiza Gomes Raimundo Luiz dos Santos William Machado Operador de Luz e Som Diogo Acco Rosa Assistentes Técnicos Administrativos Djalma Santos Edilaine Rech Fernanda Carolina Pawlowski Liliane Wosniaki Marjorie Andrade Silvia Regina da Silva Tatiana Carlini Burger Assistentes Administrativos Fabiola Kelly Teixeira Marcelo Alves Marlene Miranda Técnico de Manutenção Valdir Aparecido dos Santos

O Serviço Social do Comércio (Sesc) é uma entidade de direito privado, mantida e administrada por empresários do comércio de bens, serviço e turismo. O cartão cliente é de uso indispensável para acesso aos serviços oferecidos pelo Sesc PR, como cursos, atendimento odontológico, biblioteca e internet. Consulte o site www.sescpr.com.br/matricula para mais informações.

Sesc Paço da Liberdade | Praça Generoso Marques, 189 Curitiba – Paraná | (41) 3234-4200 www.sescpr.com.br/unidades/sesc-paco-da-liberdade pacodaliberdade@sescpr.com.br


p. 07 p. 14

literatura música

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cinema

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apresentações ciclos palestras

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artes visuais

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educação patrimonial

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Visite! 4

O SESC PAร O DA LIBERDADE #compartilhePaรงo


A R T E S

V I S U A I C I N E M C U R S O L I T E R A T U R M Ú S I C O F I C I N A A R T E S D I G I T A I A R T E S V I S U A I C I N E M C U R S O L I T E R A T U R M Ú S I C O F I C I N A A R T E S D I G I T A I

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Se você gosta de literatura, de trocar ideias, de conhecer pessoas, aproveite essa oportunidade e venha participar do Clube de Leitura do Sesc Paço da Liberdade. A proposta é oferecer novas experiências com o livro e com a leitura; inserir o participante num espaço de criação coletiva, em que a leitura se transforme numa fonte de prazer e busca de conhecimento. A leitura de um livro pode nos inspirar, nos guiar

e nos fazer viajar. Viajar no tempo, na alma, na cultura e dentro de nós mesmos. Os encontros acontecem quinzenalmente, às quartas-feiras, das 14h às 16h e aos sábados, das 14h30 às 16h30, alternadamente, na biblioteca do Paço da Liberdade. Público: estudantes, comerciários, dependentes de comerciários e demais interessados. Mais informações no SAC do Paço da Liberdade.


Biblioteca

A leitura possibilita uma amplitude cultural do leitor, possibilita o processo da imaginação, fazendo a conexão das idéias com a sua realidade. A biblioteca do Sesc Paço da Liberdade dispõe de mais de três mil títulos de diversas áreas. Durante o ano que passou alguns dos mais solicitados foram:

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- Lavoura arcaica - Raduan Nassar - História e uso do Paço da Liberdade - Zulmara Clara Sauner Posse - História da Beleza – Umberto Eco - Fogo Morto – Lins do Rego - O Diário de Anne Frank – Otto Frank Entre outros títulos já indicados para os vestibulares da UFPR, UEL, UEM, UEPG, UFSC e FUVEST. Algumas sugestões de nossos leitores: O livro “Poemas de Alberto Caeiro “ “ Ótimo para conhecer a produção de heterônimo que é o mestre de todos os outros, inclusive de Fernando Pessoa. A apresentação de Jane Tutikian ajuda a entender, de modo simples e sintético, a diferença entre os estilos, e os poemas valem muito por si só. Recomendo principalmente o poema VII, do “Guardador de rebanhos”, cuja ternura comoveu até uma leitora pouco afeita a sentimentalismos.”

Machado de Assis, “O Alienista” “ A história super atual que te envolve no sentido de que será que a loucura existe mesmo? Ou será que estamos rotulando e todos sem dar espaço para conhece-los de verdade? Leia e tire suas conclusões.” “Admirável Mundo novo” do autor Aldous Huxley “ Ele é uma distopia. Faz você imaginar como seria um mundo onde você não tem vontade própria. Eu recomendo ler com calma e observar o nome dos personagens e as suas citações.” “Amor em Tempos de Cólera”, do autor Gabriel Garcia Marques: “O texto do autor é excelente e envolvente do começo ao fim. Além disso, toda a história faz com que a gente não desgrude do livro.” “Quando Nietzche Chorou” de Irvin D. Yalom, achou que: “Romance de ficção com personagens reais excelentes, diálogos inteligentes que discutem aspectos da filosofia, psicanálise e relacionamento humano.” O horário disponível para empréstimos e consulta local : - 3ª feira à sexta-feira das 10:00 às 21:00 horas - Sábados das 10 às 18:00 horas


Paço Indica Em comemoração aos 324 anos da nossa Curitiba, indicamos alguns livros que tem a cidade como principal cenário.

PAULO LEMINSKI: O BANDIDO QUE SABIA LATIM A biografia do polaco mais querido do Brasil, Paulo Leminski. A obra revela todas as faces desse múltiplo artista, o convívio com grandes nomes da música e da poesia brasileira.

EM BUSCA DE CURITIBA PERDIDA Na obra Em busca de Curitiba Perdida, vemos as muitas facetas da cidade sobre olhar de um grande escritor, Dalton Trevisan. Nela vemos contos, crônicas e poemas que o ilustre vampiro de Curitiba nos traz. Curitiba, que não tem pinheiros, esta Curitiba eu viajo. Curitiba, onde o céu azul não é azul, Curitiba que viajo. Não a Curitiba para inglês ver, Curitiba me viaja. Em qual Curitiba você viaja? Uma boa leitura para os 324 anos da nossa kur yt yba.

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CURITIBA A CIDADE EM SUAS MÃOS Curitiba com seus, bosques, parques, seu verde e é claro o céu cinzento, a culinária a natureza, o patrimônio cultural, as etnias, os atrativos turísticos e muito mais sobre a cidade, você encontre na de Eduardo Emílio Fenianos

COMO SE TORNAR INVISÍVEL EM CURITIBA Em como se tornar invisível em Curitiba, Jamil Snege, nos mostra um cidade pouco conhecida, aborda os problemas de Curitiba com humor inteligente. A Curitiba apresentada por Snege é uma cidade onde se pode facilmente se tornar invisível.


Curso de Criações Literárias – crônicas e contos A proposta do curso é auxiliar quem gosta de escrever ou quer se aprimorar na criação literária.

Aula uma vez por semana, aos sábados, com carga horária total de 20 horas. Datas previstas: de 29/04 a 27/05/17 (a confirmar) 20 vagas Investimento: R$ 78,00 – comerciários e seus dependentes; R$ 150,00 - não comerciários

Belas Belas, belas, tão belas quantos elas apenas seus legados, suas obras e historias. Na biblioteca do Paço da Liberdade você encontra a obra de mulheres que brilharam e brilham com ideias, cultura e arte. Claro que se tratando, da expressividade das obras dessas mulheres que nos cativam, vou apresentar apenas algumas poucas, mas garanto que em nosso acervo você encontra muitos sobre essas e várias outras que ajudaram a transformas nosso mundo em um lugar mais humano e artístico. Hannah Arendt, nasceu em Hannover na Alemanha em 1906, é considerada uma das principais pensadoras do século XX . Tarcila do Amaral foi desenhista, pintora e tradutora e uma das figuras centrais do movimento modernista no Brasil. Francisca Edwiges Neves Gonzaga nossa eterna Chiquinha Gonzaga, uma carioca que abrilhantou

a música brasileira e se tornou a primeira mulher a reger uma orquestra. Cora Coralina uma das grandes escritoras e poeta brasileira, Cora escreve seu primeiro livro aos 76 anos de idade.

Hannah Arendt

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As aulas contemplam a leitura de importantes obras literárias, a fim de compreender as técnicas e poder refletir sobre a escrita. Os alunos produzem seus próprios textos durante as aulas e discutem suas criações com os colegas.


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Sesc Paço da Liberdade convida

LANÇAMENTOS EDITORA MEDUSA >>> 27/05

Livraria Sesc Paço da Liberdade 14 as 17 horas

REVISTA CANGURU 12

Adolfo Montejo Navas (poesia visual), Ana Pato (texto crítico), Antônio Risério (ensaio), Clarissa Comin (narrativa), Cleverson Oliveira (artes visuais), Coletivo S.T.A.R. (artes visuais), Diego Dourado (poesia visual), Fábio Gullo (poesia), Gabriela Noujaim (artes visuais), Gabriele Gomes (poesia e fotografia), Ícaro Lira (artes visuais), Janete Anderman (artes visuais), Jozé Roberto da Silva (artes visuais), Lidia Sanae Ueta (artes visuais), Natalia Barros (poesia), Regina Costacurta (artes visuais), Vanessa C. Rodrigues (narrativa)

Sesc Paço da Liberdade

Praça Generoso Marques, 189 - Centro Informações: (41) 3234-4200

COLEÇÃO "FICÇÕES AVULSAS" >>>>> GABRIELE GOMES maresia, misericórdia ADES NASCIMENTO chave do verso RAFAEL WALTER detritos e destroços CAROLINE LEMES giramundo ROOSEVELT ROCHA poesia incompleta

>>>>> LIVRO

POESIAR

Marcos Hidemi


LIVRA RIA Podemos afirmar que livraria é um local, em que se comercializa livros e itens relacionados aos mesmos, mas quando falamos de uma livraria localizada no coração cultural de Curitiba, ambientada em um prédio centenário com arquitetura erudita, afirmamos que tais características destacam mais que um local de venda de livros e sim um ambiente que dialoga com a cultura local, pois em seu acervo integram obras condizentes com cotidiano de Curitiba, assim como os de perspectiva de diferentes partes do mundo nos mais variados assuntos, história, guias variados, curiosidades, símbolos, receituário, literatura, poesia, mitos, tradições e valores se revelam por entre as páginas de diferentes autores, editoras e publicações que se deleitam por todas as estantes.

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Divulgação

Além dos livros, a Livraria também possibilita aos visitantes adquirir produtos para lembrança da visita ao prédio como cd´s de contos, revistas literárias, postais, magnetos e uma infinidade de outros produtos que constantemente entram e saem do catálogo. Constantemente são lançados diferentes livros neste espaço, trazendo ainda mais vida à livraria, possibilitando que a literatura aproxime autores e leitores neste ambiente singular da cidade de Curitiba.


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Show: Marcelo Show: Jackson Torrone e Gabriel Franklin Schwartz Representando uma parceria musical, entre os músicos Marcelo Torrone e Gabriel Schwartz. No qual desenvolvem um repertório eclético e erudito de composições próprias e releituras de compositores aos quais se identificam. O concerto passeia por momentos bem brasileiros, paisagens francesas e instrumentais de tendência minimalista. No qual Gabriel Schwartz demonstra sua habilidade e versatilidade como multiinstrumentista e cantor. Acompanhado pelo piano sutil e de poucas notas, de Marcelo Torrone. Dia: 10 e 30 de março às 13h Valor: Gratuito Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade

10 e 30 de março | 13h Local: Sala de Atos Valor: Gratuito

Show: Julien Lançamento do Álbum Benvirá

Lançamento Álbum “Caminhos”

Show de Lançamento do álbum “Caminhos”, de Jackson Franklin. O disco procura explorar a linguagem world music no violão de nylon e aço através de flertes com a Música Brasileira, Erudita e Jazz. O uso de afinações alternativas também proporciona novas sonoridades para o violão, criando novos caminhos harmônicos e melódicos.

10 de março | 20h Valor: R$ 10,00 (comerciários); R$ 20,00 (não comerciários) Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade

poética e instrumental contemporâneas. Benvirá começa nas navegações portuguesas e termina no samba, se apropriando do fado, dos cantos de trabalho, das expressões musicais indígenas e do próprio samba para olhar para o presente, um grito lamento que conecta as identidades primeiras do Brasil e os ecos ainda ressoantes de suas promessas inaugurais.

17 de março | 20h As composições de Julien resgatam uma tradição antiga de cantadores de histórias, dos romances, dos vilancetes, atravessadas por uma linguagem

Valor: R$ 10,00 (comerciários); R$ 20,00 (não comerciários) Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade

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Recitais

Recital de Flauta Transversal: Recital de violão: Diogo Carlos Luciano Lima Dia: 22 de março às 20h Valor: Gratuito “Caminhos” Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade 16 de março | 20h Valor: Gratuito Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade

Show - Nicolás 16 Ciocchini Nicolás Ciocchini (Choco) é intérprete solista de música argentina e do Mundo. Identificado como parte das novas gerações do tango, sua música se move nas margens do gênero ou, como nas palavras de Sergio Pujol, o ‘’off-tango’’. Com voz e violão, em um diálogo que transcende um mero acompanhamento, propõe um novo olhar sobre repertórios de outros artistas, apropriandose e reelaborando-os sob a influência de outras músicas. Seu primeiro disco, “Viola mía” (2010, Acqua Records), foi apresentado em palcos na Argentina, Espanha, Alemanha e França, com uma excelente recepção do público e da crítica. “11 derivas” (2013, Independente), seu segundo trabalho discográfico, reúne 11 canções de 11 autores atuais e em atividade, entre eles Juan “Tata” Cedrón, Raúl Carnota e Juan Carlos Cáceres, que participaram como convidados juntamente com Gisela Magri, Patrício Bonfiglio e Matías Pérez Taján. É formado pela Facultad

Dia: 18 de março às 17h

Valor: R$ 10,00 (comerciários); R$ 20,00 (não comerciários) Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade

de Bellas Artes da Universidad Nacional de La Plata (UNLP), com estudos particulares junto a maestros como Diego Rolón, Osvaldo Burucuá, Andrés Aciar e Mónica Capra, é docente no Conservatório de Música “Gillardo Gilardi”, na Escola de Arte “República de Italia” e na Universidad de Buenos Aires (UBA). Tem realizado turnês internacionais por Brasil (2016), Espanha (2009, 2010 e 2011), França (2009 e 2011) e Alemanha (2011). Seu trabalho como intérprete tem sido destacado em publicações como: “Tango. Ventanas del presente. Miradas sobre lãs experiencias musicales contemporáneas” (Ediciones del CCC, Buenos Aires, 2012) e “Cien años de música argentina”, de Sergio Pujol (Biblos, Buenos Aires, 2013). Compõe trilha sonora original para teatro, cinema, dança e instalações de arte. Integra o grupo de teatro, música e humor “Ridiculum Vitae”. Produz um ciclo de concertos de artistas estrangeiros em La Plata, “el [choco] invita!”.

Dia: 18 de março às 17h Valor: R$ 10,00 (comerciários); R$ 20,00 (não comerciários) Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade


Show: Gabriel Schwartz

Show: Watch out for the hounds

Neste show o músico Gabriel Schwartz mostra sua musicalidade e versatilidade executando variados instrumentos de sopro, cordas e percussão, trazendo ao público variações de climas e ritmos que vão da valsa/ choro ao jazz, passando pelo samba, rock/folk e ritmos do nordeste do Brasil. Em composições próprias, releituras de canções, Gabriel conduz sua apresentação por vezes construindo arranjos ao vivo com o auxílio do seu loopstation, pedaleira eletrônica que permite gravar e reproduzir sons em tempo real, ou também fazendo solos de flauta, saxofone, voz e seu violão/baixo de 8 cordas. A ideia central deste trabalho é manter o estilo desse artista múltiplo e propicia o aparecimento de uma linguagem musical muito própria através da liberdade na composição e interpretação das músicas. A estética proposta para a sonoridade do show tem como base a música de câmara com arranjos ricos em contrapontos melódicos e, por outro lado, para o acompanhamento rítmico, apresentará a simplicidade do violão folk, duas linguagens a princípio distintas, mas que estarão muito bem alinhavadas entre as músicas instrumentais e as canções.

Banda curitibana lança ‘XIII’ pela Rare Candy

24 de março às 20h Valor: Gratuito Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade (retirar ingressos com 1h de antecedência)

Show: Cafajeste Rock Clube A banda existe desde 2008, fazendo rock debochado, brincando com o universo “homem e mulher”. Com letras despojadas, a banda de Curitiba lançará seu 1º disco, que terá 12 faixas autorais, contendo as participações mais que especiais do Paulão (Velhas Virgens), Fabio Elias (Relespública) e Marcelus (Motorocker). Com shows performáticos e descontraído, o Cafajeste dividiu palcos com os maiores nomes do rock nacional: Raimundos, Matanza, Cpm22, Cachorro Grande, Motorocker, Acústicos e Valvulados, Velhas Virgens e Camisa de Vênus.

31 de março | 20h e 12 de maio| 20h Valor: R$ 10,00 (comerciários); R$ 20,00 (não comerciários) Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade

Janeiro, 2017 – A banda curitibana Watch Out For The Hounds é formada por André ‘Sid Hound’ Osna nos vocais; Nikolas ´Niko Hound’ Quadros no violão e banjo; William ‘Will Hound’França no violão, bandolim e banjo; Carolina ‘Caro Hound’ Pisco na bateria e percussão;Roberta 'Betchenka' Semchechen no violino e gaita. Com infuências do folk cigano e americano, a musicalidade suja dos cabarés europeus e pitadas da brasilidade que os cercam, desde 2012 os artistas criam apresentações interativas e animadas que evocam num momento uma roda de fogueira e, no seguinte, um clube de blues clandestino. As letras, em inglês com alguns momentos em português, falam sobre a vida noturna e a busca sem FM pelo autoconhecimento no hedonismo. Com destaque principalmente no sul, o que inclui shows nos principais festivais de Curitiba, além da participação no Movimento HotSpot de 2013, em Porto Alegre, os Hounds também já se apresentaram em São Paulo em endereços festejados, como o clube Secreto. O videoclipe de "Not Far Enough", parte do EP "Release the Hounds" (2014), recebeu os prêmios Gold F a v o r i t e A&R, Go ld So ng A&R e Go l d V id e o A&R pe l o s i t e Be a t 1 0 0 . Atualmente a banda se prepara para lançar seu primeiro álbum, “XIII”, que sai ainda no primeiro semestre de 2017 pelo selo inglês Rare Candy. Com captação de João Caserta e mixagem de Rodrigo Lemos (Lemoskine), a obra estará disponível apenas em versão virtual nas principais plataformas musicais. O single de estreia, “Gasoline”, será lançado no começo de março.

23 de março às 20h Valor: R$ 10,00 (comerciários); R$ 20,00 (não comerciários) Local: Sala de Atos – Sesc Paço da Liberdade

Show: Céu de Vênus Dia: 25 de março às 11h Valor: Gratuito Local: Pça Generoso Marques

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Divulgação

Estúdio de Gravação

Sobre o uso do Estúdio do Sesc Paço da Liberdade Grande parte do trabalho de produção musical é o registro da obra. A música é composta por sons e silêncios que ocorrem num espaço de tempo, horas, segundos. Sem um registro, uma partitura ou uma gravação em áudio, a única forma de preservação é a memória humana. A repetição de uma obra de forma mais ou menos frequente configura uma dada cultura de produção musical baseada na memória de forma muito similar à perpetuação de conhecimento oral como ocorre principalmente com os povos sem alfabeto. A natureza da partitura e do registro do som proporcionam formas de preservação mais perenes. A gravação de áudio vai um pouco além: mantém uma memória sofisticada da música e sua performance, representando o timbre de cada instrumento, a articulação de cada nota e as interações de cada naipe. Ocorre que, para conseguir um registro de som que contemple tantos detalhes é necessário uso de diversos equipamentos num ambiente controlado. Um estúdio de gravação reúne os

quesitos adequados para esse trabalho. São tantos equipamentos, tantas conexões, botões, interligações, que produzem um sistema sofisticado. Por isso é necessário operação técnica qualificada. Toda essa estrutura, o espaço, os equipamentos e a operação técnica, tem um custo que nem sempre é viável para um compositor ou um grupo de músicos. Para isso foi criado o Estúdio do Sesc Paço da Liberdade que proporciona gratuitamente a estrutura para gravação e atender àqueles músicos/ compositores que tem um trabalho pronto para gravar mas não podem arcar com os custos de um estúdio de gravação e pós-produção. Para usufruir desse serviço é preciso observar alguns critérios básicos:

1. Pré-produção completa (uma proposta finalizada de composições/arranjo/ensaios); 2. Equipe comprometida com o trabalho (músicos/banda, direção musical); 3.Vontade e disposição de tempo para as gravações. Obras autorais e inéditas são preferidas. Todas as obras devem respeitar todas as legislações referentes aos direitos autorais.


O estúdio do Sesc Paço da Liberdade realiza fundamentalmente o trabalho de produção (gravação e edição), eventualmente são realizados trabalhos de pósprodução.

Pré-produção Ideia

Também são considerados aspectos de identidade cultural tais como:

Composição

A. “música local”, fatores que representação regional, histórica, estética, compositores naturais do estado do Paraná; B. no caso de canção, caráter da letra;

Arranjo

C. não são aceitas obras de repertório religioso, de ideologia doutrinária, de manifestação político-partidária ou destinados à propaganda, publicidade comercial. É importante que a equipe, especialmente compositores e músicos não estejam contemplados em outros projetos de patrocínio para a finalidade de produção musical tais como mecenatos para produção/gravação em estúdios comerciais. Os projetos são avaliados para verificar se atendem aos critérios. Os projetos contemplados entram para a fila de agendamentos do estúdio. Projetos contemplados podem utilizar até 100 (cem) horas do estúdio para realização de gravações e edições.

master

Formação do grupo / banda

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mixagem

Pós-produção

Edição Gravação

Gravação

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Reprodução Reprodução

Wadjda tem dez anos de idade, e mora no subúrbio de Riade, a capital da Arábia Saudita. Ela é uma garota teimosa e cheia de vida, que gosta de brincar com os garotos. Um dia, após uma disputa com o amigo Abdullah, ela vê uma bela bicicleta verde à venda. Wadjda gostaria de comprar a bicicleta, para superar o colega em uma corrida, mas na sociedade conservadora onde vivem, garotas não podem dirigir carros ou bicicletas. Ela decide então fazer de tudo para conseguir o dinheiro sozinha.

O CineSesc oferece ao público comerciário, estudantes, usuários do Sesc e à comunidade em geral acesso a grandes filmes da cinematografia brasileira e mundial, priorizando produções que não encontram espaço ou já não estão no meio comercial tradicional de distribuição e exibição.

14/03

21/02

Pais e filhos

O Batismo

Jornada ao oeste

Dir.Tsai Ming-Liang (TAW/ 2013, 56min) Classificação indicativa: 14 anos Um monge (Lee Kang-sheng)

Dir. Hirokazu Koreeda (JAP/, 2013, 121min) Classificação: 14 anos

Dir. Marcin Wrona (POL 2014, 86min) Classificação indicativa: 16 anos

Varsóvia, Polônia. Após deixar o mundo do crime, Michal consegue recomeçar do zero e levar uma vida honesta. Ele é casado com a bela , acabou de ser pai e agora cuida dos negócios de sua própria empresa. Porém, Michal se vê assombrado por seu passado clandestino. A máfia o jurou de morte às vésperas do batizado de seu filho e ele terá de se proteger antes que seja tarde demais.

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O sonho de Wadjda

Dir.Haifaa al-Mansour (ARA, 2012, 97min) Classificação indicativa: livre

Reprodução

Reprodução

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Alexandre Schmid (Fabrizio Rongione) é um brilhante arquiteto que, atormentado pela sua falta de inspiração, resolve embarcar em uma viagem de renovação, através dos estudos da arquitetura do lendário Francesco Borromini. Sua esposa, Aliénor (Christelle Prot), decide acompanhá-lo, e quando os dois encontram o casal de irmãos Goffredo (Ludovico Succio) e Lavinia (Arianna Nastro), os quatro começam a viver uma série de experiências que irão mudar suas vidas.

Esta é a história de um grande homem de negócios, obcecado pelo dinheiro e pelo sucesso. Sua vida sofre uma grande transformação quando ele descobre que está criando o filho de outro homem há seis anos, já que seu filho biológico foi trocado por engano na maternidade.

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La sapienza

Dir.Eugène Green (FRA/ITA/ 2014, 104min) Classificação indicativa: 16 anos

vestido de vermelho caminha pelas ruas e praças da cidade num ritmo coordenado e lento. Tudo ao seu redor mostra a vida agitada dos moradores, que o ignoram a princípio. Mas quando um homem decide imitar seus passos penitenciais, o monge ganha um discípulo. Primeiro vemos o sofrimento no rosto dele, mas depois de um tempo observamos que ele parece ter encontrado um significado para sua vida.

Serviço: Cine na terça Quando: 21 de fevereiro, 08,

07, 14 e 29 de março

Onde: Sala CinePensamento Horários: 19h

Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.

Informações: 3234 – 4200


CINEDOCS nas quintas 02/03

cinema mundial tem do país. Filmado na França (Lyon e Paris), Suécia (Estocolmo) e EUA (Nova York e Los Angeles), o filme, através de entrevistas com os diretores, roteiristas e atores, desvenda os mecanismos que produzem esses clichês.

A ALMA DA GENTE Dir. Helena Solberg e David Meyer (BRA/ 2013, 82min) Classificação indicativa: Livre

Bolso do Ciclista, a revitalização de determinadas áreas e o processo de gentrificação

16/03

Reprodução

Dir. Patricio GuzmánMeyer (MEX/ 2010, 90min) Classificação indicativa: 16 anos

09/03

OLHAR ESTRANGEIRO Dir. Lúcia Murat (BRA/ 2005, 70min) Classificação indicativa: Livre

Realização: No Ordinary Ideas e Harlequin Films (BRA/ 2015, média de 5min cada) Classificação indicativa: livre No deserto de Atacama, astrônomos de todo o mundo se reúnem para observar as estrelas. Nessa região do Chile, a três mil metros de altitude, o calor do sol mantém intactos restos humanos. Ao mesmo tempo em que os astrônomos pesquisam as galáxias em busca de vida extraterrestre, mulheres procuram seus parentes na terra do deserto.

23/03

SÃO FRANCISCO Reprodução

Dir. Dir.João Marcelo (BRA/ 2016, 55min) Classificação indicativa: livre “Olhar estrangeiro” é um filme sobre os clichês e as fantasias que se avolumam pelo mundo afora sobre o Brasil. Baseado no livro “O Brasil dos gringos”, de Tunico Amâncio, o documentário mostra a visão que o

30/03

CWB-DOC: Uma Sinfonia Audiovisual para Curitiba Reprodução

Um grupo de jovens da zona norte do Rio de Janeiro ensaia o último espetáculo do Corpo de Dança da Maré, coordenado pelo coreógrafo Ivaldo Bertazzo. Filmado em dois tempos, com um intervalo de dez anos, o documentário mostra os diferentes destinos dos personagens, marcados pela transformação através da arte.

Reprodução

NOSTALGIA DA LUZ

O documentário tem como objeto o bairro de mesmo nome, em Curitiba, e aborda algumas questões como a ocupação das ruas, especialmente das ruas São Francisco e Trajano Reis, a construção da Praça de

Um gravador na mão, as ruas de Curitiba e uma música a ser recriada com os sons da cidade. Com o objetivo de prestar uma homenagem à capital paranaense, a série em 3 episódios agrega à linguagem do documentário um tom experimental com influências da videoarte e dos reality shows, convidando mestres da composição musical brasileira como Arrigo Barnabé, Carlos Careqa e Celso “Piratta” Loch.

Serviço: CINEDOCS nas quintas Quando: 02, 09, 16 e 23 e 30

de março

Onde: Sala CinePensamento Horários: 19h

Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.

Informações: 3234 – 4200

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Sessão de Sábado 04/03

novos sentimentos começam a surgir em Leonardo, fazendo com que ele descubra mais sobre si mesmo e sua sexualidade.

O LOBO ATRÁS DA PORTA

SUDOESTE Dir. Dir. Eduardo Nunes (BRA/ 2011, 128min) Classificação indicativa: 14 anos

18/03

SOM AO REDOR

Uma criança é raptada. Numa delegacia, o pai, a mãe e a amante do pai são interrogados prestando depoimentos contraditórios. Pacientemente arrancando a verdade um por um, o detetive vai tecendo uma trama de amor passional, obsessão e mentiras que levará a um final completamente inesperado.

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HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO Dir. Daniel Ribeiro (BRA/ 2014, 102min) Classificação indicativa: 12 anos Leonardo, um adolescente cego, tenta lidar com a mãe superprotetora ao mesmo tempo em que busca sua independência. Quando Gabriel chega na cidade,

A presença de uma milícia em uma rua de classe média na zona sul do Recife muda a vida dos moradores do local. Ao mesmo tempo em que alguns comemoram a tranquilidade trazida pela segurança privada, outros passam por momentos de extrema tensão. Ao mesmo tempo, casada e mãe de duas crianças, Bia tenta encontrar um modo de lidar com o barulhento cachorro de seu

Reprodução

Dir. Kleber Mendonça Filho (BRA/ 2013, 131min) Classificação indicativa: 16 anos

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Reprodução

Reprodução

Dir.Fernando Coimbr (BRA/ 2014, 102min) Classificação indicativa: 16 anos

vizinho. O filme é uma crônica brasileira com humor e suspense, uma reflexão sobre história, violência e barulho.

Numa vila isolada do litoral brasileiro onde tudo parece imóvel, Clarice percebe a sua vida durante um único dia, em descompasso com as pessoas que ela encontra e que apenas vivem aquele dia como outro qualquer. Ela tenta entender a sua obscura realidade e o destino das pessoas a sua volta num tempo circular que assombra e desorienta. Serviço: Sessão de Sábado Quando: 04, 11, 18 e 25 de

março

Onde: Sala CinePensamento Horários: 19h

Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.

Informações: 3234 – 4200


CWB-DOC: Uma Sinfonia Audiovisual para Curitiba Arrigo Barnabé, Carlos Careqa e Celso Piratta recriam músicas com os sons da capital paranaense em trilogia de curtas para a web Um gravador na mão, as ruas de Curitiba e uma música a ser recriada com os sons da cidade. Estes são os elementos da trilogia audiovisual “CWBDOC: Uma Sinfonia Audiovisual para Curitiba”. Com o objetivo de prestar uma homenagem à capital paranaense, a série em 3 episódios agrega à linguagem do documentário um tom experimental com influências da videoarte e dos reality shows, convidando mestres da composição musical brasileira como Arrigo Barnabé, Carlos Careqa e Celso “Piratta” Loch. SOBRE OS COMPOSITORES CONVIDADOS Celso “Piratta” Loch é compositor, cantor, arranjador, multi-instrumentista e sound designer. É músico de palco premiado por suas composições para Cinema e Teatro. São oito troféus "Gralha Azul", um " Saul Trumpet" e um Kikito de Gramado. Foi um dos fundadores e membro ativo do M.A.P.A. Movimento Atuação Paiol, que reuniu, nos anos 70, jovens talentos de Curitiba. Piratta sabe escutar a cidade, faz arranjos relacionais e coleciona há tempos os sons de Curitiba. É um doutor de sarro fino que reinterpreta para o CWB-DOC “Brincadeira tem hora”, música em parceria com Paulo Leminski. Carlos Careqa é ator, cantor, compositor e produtor. Com humor agudo, estilo polimórfico, rigor poético e um brilho pop, Careqa incorpora em suas composições influências da vanguarda musical paulista, cidade em que é radicado desde o início da década de 90. Lançou 11 discos, sendo dois em homenagem ao músico e ator estadunidense Tom Waits. Curitiba marca o início de sua carreira artística nos anos 80, com as primeiras produções e parcerias, entre elas com Paulo Leminski e Adriano Sátiro. Para o segundo episódio do CWBDOC, Careqa revisita o clássico “ Não dê Pipoca ao Turista” com os sons do Passeio Público.

Arrigo Barnabé é compositor, arranjador e intérprete. É o mestre da poesia habitada nas sombras e do som expandido para outras esferas musicais. Seu talento foi premiado em 1979 pela ousada performance musical "Diversões Eletrônicas" no Festival Universitário da TV Cultura. Em 1980 lança o álbum Clara Crocodilo, marco inicial da Vanguarda Paulista, apresentando uma fusão entre a música popular urbana e a música erudita contemporânea. Várias vezes premiado, apresentou-se em diversos festivais e suas trilhas para cinema renderam troféus em Gramado, Rio e Brasíli a. Para o terceiro episódio de CWB-DOC, Arrigo conversa com personagens dentro e fora do tom, passeia pelos becos onde Curitiba se entorta, vira esquinas e toca nos palcos. Com infláveis gravuras e os sons incidentais da cidade, o ícone da vanguarda musical brasileira reinterpreta “Pterodáctilo Contemporaneous”. Site oficial: www.cwb-doc.com Ficha técnica Realização: No Ordinary Ideas e Harlequin Films SERVIÇO: CWB-DOC: Uma Sinfonia Audiovisual para Curitiba Websérie em 3 episódios, com duração aproximada de 5 minutos por episódio Local: Cinepensamento - Sesc Paço da Liberdade Período: 30 de março de 2017 Horário: 19h Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC da unidade.

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ABRIL Quando: 11, 18, 25 de abril Onde: Sala CinePensamento Horários: 19h Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.

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Reprodução

Informações: 3234 – 4200

Reprodução

O CineSesc oferece ao público comerciário, estudantes, usuários do Sesc e à comunidade em geral acesso a grandes filmes da cinematografia brasileira e mundial, priorizando produções que não encontram espaço ou já não estão no meio comercial tradicional de distribuição e exibição.

11/04

18/04

25/04

Sudoeste

Lulu Nua e Crua

(BRA/ Dir. Eduardo Nunes, 2011, 128min) Classificação indicativa: 14 anos

(FRA/ Dir. Sólveig Anspach , 2013, 99min) Classificação indicativa: 12 anos

IDA

Numa vila isolada do litoral brasileiro onde tudo parece imóvel, Clarice percebe a sua vida durante um único dia, em descompasso com as pessoas que ela encontra e que apenas vivem aquele dia como outro qualquer. Ela tenta entender a sua obscura realidade e o destino das pessoas a sua volta num tempo circular que assombra e desorienta.

Após uma entrevista de emprego em que não se sai bem, Lulu decide não voltar para casa e parte deixando o marido e seus três filhos. Ela não premedita nada. Apenas se concede alguns dias de liberdade sem outro projeto além de aproveitar plenamente. No caminho, ela cruza com pessoas que também estão a margem do mundo. Três encontros decisivos vão ajudá-la a reencontrar uma antiga conhecida que perdeu de vista: ela mesma..

Às vésperas de assumir seus votos e compromissos como feira no convento onde foi criada, Anna é levada a conhecer sua única parente viva - sua tia Wanda. A partir de Wanda, Anna descobre revelações impressionantes de seu passado, atado ao passado da Polônia nos anos de dominação nazista, e vai em busca de respostas e do túmulo de seus pais, em sua cidade natal. Nessa jornada, Anna encontra uma nova identidade, um amor e começa a questionar seu futuro.

(POL/DIN / Dir. Pawel Pawlikowski, 2013, 80min) Classificação: 14 anos


CINEDOCS nas quintas

ABRIL

Reprodução

13/04

Cinematoso

(Dir. Bruno de Oliveira, 2011, 80min) Classificação: 16 anos O documentário mostra a trajetória de Cyro Matoso, um homem aposentado que desde 1975 faz de tudo para realizar sua maior paixão: fazer filmes. Em Super 8 ou VHS, usando arames e papel machê como cenário, barbantes como efeitos especiais e amigos como atores, os filmes de Matoso são considerados ‘patrimônio histórico e cultural’ de Paranaguá.

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06/04

A Gente

(Dir. Aly Muritiba , 2013, 89min) Classificação: 16 anos Por sete anos, Aly Muritiba trabalhou em uma prisão. Lá ele fez parte da Equipe Alfa. Após estudar cinema e fazer alguns curtas, Muritiba volta a seu antigo trabalho para reencontrar seus colegas e realizar um filme com a Equipe Alfa, formada por 28 pessoas, homens e mulheres de origens e formações distintas, que fazem a guarda e custódia de cerca de mil criminosos numa penitenciária brasileira. Walkiu torna-se o chefe da equipe e espera fazer um bom trabalho. Mas percebe que suas mãos estão algemadas.

Serviço: CINEDOCS nas quintas Quando: 06 e 13 de abril Onde: Sala CinePensamento Horários: 19h

Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.

Informações: 3234 – 4200

Reprodução


Sessão de Sábado

ABRIL

22/04

QUANDO MEUS PAIS NÃO ESTÃO EM CASA (CIN/ Dir. Anthony Chen, 2012, 99min) Classificação: 12 anos

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Singapura, 1997. A rotina da família Lim é modificada com a chegada de Terry, empregada doméstica que foi para a cidade sonhando com uma vida melhor. Encarregada de cuidar do filho do casal, ela desenvolve uma relação íntima com o menino. Reprodução

29/04

NAUSICAÄ DO VALE DO VENTO (JAP/ Dir. Hayao Miyazaki, 1988, 116min) Classificação: 12 anos No futuro, depois da Terra ser varrida pela Guerra do Sete Dias de Fogo, a princesa Nausicaä tenta de todas as formas impedir que duas nações entrem em guerra e se destruam em um planeta agonizante. Quando: 22, 29 de abril Onde: Sala CinePensamento Horários: 16h

Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.

Informações: 3234 – 4200

Reprodução


20/05 - 14h Não me Fale Sobre Recomeços

(BRA, Dir. Arthur Tuoto. 2016, 71min)

15h30 Do amor: pequenas coisas (BRA, Dir.Fran Rebelatto. 2016, 25min)

O Estacionamento Parque Pesadelo

(BRA, Dir. Aly Muritiba, Francisco Gusso e Pedro Giongo. 2016, 14min)

Mostra Sesc de cinema a Mostra Sesc de Cinema contribui para o campo audiovisual sendo um espaço de lançamento e promoção de artistas de todo o país.

BATE PAPO COM DIRETORES COQUETAIL DE PREMIAÇÃO

12/05 – 19h João e Maria

(BRA, Dir. Eduardo Baggio. 2016, 20min)

Horizonte de Eventos

(BRA, Dir. Gil Baroni. 2016, 15min)

PROGRAMAÇÃO

Lobo

05/05 – 19h

(BRA, Dir. Thiago Busse. 2017, 24min)

ABERTURA DA MOSTRA SESC DE CINEMA

Ciclo 7x1

Curtas- metragens:

Do amor: pequenas coisas (BRA, Dir.Fran Rebelatto. 2016, 25min)

O Estacionamento

A invenção da Noite (BRA, Dir. Tomás von der Osten. 2015, 16min)

Palhaços Anônimos

(BRA, Dir. Edu Camargo e Gabriel do Valle .2015, 15min)

(BRA, Dir. William Biagioli. 2016, 16min)

19/05 – 19h

O Último Retrato

Não me Fale Sobre Recomeços

(BRA, Dir. Arthur Tuoto. 2016, 15min)

(BRA, Dir. Arthur Tuoto. 2016, 71min)

(BRA, Dir. William Biagioli. 2016, 16min)

O Último Retrato

(BRA, Dir. Arthur Tuoto. 2016, 15min)

Parque Pesadelo

(BRA, Dir. Aly Muritiba, Francisco Gusso e Pedro Giongo. 2016, 14min)

João e Maria

(BRA, Dir. Eduardo Baggio. 2016, 20min)

Horizonte de Eventos

(BRA, Dir. Gil Baroni. 2016, 15min)

Lobo

(BRA, Dir. Thiago Busse. 2017, 24min) >>> Sala CinePensamento

Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.

Informações: 3234 – 4200

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Reprodução

grande chance pode vir a qualquer momento. Seu ídolo e exemplo é Zeca, comediante de TV que, embora velho e decadente, ainda mora no coração de toda uma geração. Seus caminhos se cruzam e a sorte de Guto parece mudar… Será?

MAIO 09/05

O CineSesc oferece ao público comerciário, estudantes, usuários do Sesc e à comunidade em geral acesso a grandes filmes da cinematografia brasileira e mundial, priorizando produções que não encontram espaço ou já não estão no meio comercial tradicional de distribuição e exibição.

Heli

Estela tem 12 ano, vive em uma pequena cidade mexicana e está perdidamente apaixonada por um jovem cadete da polícia. Ele quer fugir com ela e se casar. Para realizar o seu sonho, ele desvia alguns pacotes de droga. A família de Estala terá que enfrentar a violência que devasta a região.

Reprodução

Super Nada

Na cidade de São Paulo vive Guto, um ator que sonha em ser grande. Ele se prepara, se exercita, vai a todos os testes, acredita que a sua

23/11

Festival do Minuto - mostra Mapas Sonoros Criado no Brasil em 1991, inspirou a criação de festivais do minuto em mais de 50 países. A partir de 2007, o Festival tornou¬-se permanente e online, passando a realizar inúmeros concursos no decorrer do ano. Offline, o Festival é exibido em mais de 400 equipamentos culturais de mais de 100 cidades brasileiras, é a já tradicional rede de exibição do minuto, quando exibimos os melhores minutos do ano anterior.

02/05 (BRA/MEX / Dir. Rubens Rewald e Rossana Foglia, 2012, 94min) Classificação: 16 anos

Reprodução

(MEX/FRA/ALE/HOL / Dir. Amat Escalante, 2013, 105min) Classificação: 18 anos

Reprodução

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Benjamin (Vincent Lacoste) é residente no mesmo hospital que seu pai (Jacques Gamblin) trabalha. Um dia, ao ser chamado no plantão, ele atende um paciente regular, apelidado de Tsunami (Thierry Levaret). Como não havia como fazer um exame devido ao aparelho necessário estar quebrado, Benjamin apenas receita um analgésico. No dia seguinte, ao chegar ao hospital, descobre que o paciente morreu. Devastado pela notícia, ele é protegido pelo pai, que divulga a todos que o filho havia feito o tal exame. Esta situação atinge em cheio a autoconfiança de Benjamin, especialmente quando precisa lidar com outro residente, Abdel (Reda Kaleb), que veio de outro país e mora em um alojamento no próprio hospital.

16/05

Hipócrates

(FRA/ Dir. Pawel Pawlikowski, 2014, 102min) Classificação: 12 anos

Quando: 02, 09, 16 e 23 de

maio

Onde: Sala CinePensamento Horários: 19h

Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.


CINEDOCS nas quintas

MAIO

04 e 11/05

A Grande Nuvem Cinza

(Dir. Marcelo Munhoz, 2016, 72 min) Em uma pequena cidade no sul do Brasil, Lidia passa seus dias vendo os outros trabalhando à sua volta e à noite sonha com tempos passados no cultivo do fumo, quando ainda conseguia andar. Junto com o resgate de sua história, conhecemos a vida de quatro outros plantadores de fumo. Guiados pela tradição, misticismo ou puro pragmatismo, eles vivem na linha tênue entre a luta e o amor à terra.

Reprodução

Classificação: LIVRE

18/05

São Francisco

(Dir. João Marcelo, 2015, 71 min)

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O documentário tem como objeto o bairro de mesmo nome, em Curitiba, e aborda algumas questões como a ocupação das ruas, especialmente das ruas São Francisco e Trajano Reis, a construção da Praça de Bolso do Ciclista, a revitalização de determinadas áreas e o processo de gentrificação .

Reprodução

Classificação: LIVRE

25/04

Criado no Brasil em 1991, inspirou a criação de festivais do minuto em mais de 50 países. A partir de 2007, o Festival tornou¬-se permanente e online, passando a realizar inúmeros concursos no decorrer do ano. Offline, o Festival é exibido em mais de 400 equipamentos culturais de mais de 100 cidades brasileiras, é a já tradicional rede de exibição do minuto, quando exibimos os melhores minutos do ano anterior.

Quando: 04, 11, 18 e 25 de maio Onde: Sala CinePensamento Horários: 19h

Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.

Informações: 3234 – 4200

Reprodução

Festival do Minuto / Mostra Fazer Cinema


Sessão de Sábado

MAIO

06/05

PRINCESA MONONOKE (JAP/ Dir. Hayao Miyazaki, 1997, 134min)

Classificação: 12 anos

Um príncipe é infectado por um deus possuído com um mal que lhe causará a morte senão achar a cura. Para encontrá-la, ele decide viajar para longe e acaba entrando numa batalha entre os deuses animais da floresta e habitantes de uma vila de mineiros, liderados por uma garota chamada Mononoke, que estão aos poucos acabando com a floresta.

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Reprodução

13/05

TANGO E PARQUE PESADELO

(BRA/ Dir. Eduardo Nunes , 2011, 128min)

Classificação: 14 anos

Numa vila isolada do litoral brasileiro onde tudo parece imóvel, Clarice percebe a sua vida durante um único dia, em descompasso com as pessoas que ela encontra e que apenas vivem aquele dia como outro qualquer. Ela tenta entender a sua obscura realidade e o destino das pessoas a sua volta num tempo circular que assombra e desorienta.

Quando: 06, 13 de maio Onde: Sala CinePensamento Horários: 16h

Entrada gratuita mediante retirada de bilhete de acesso no SAC.

Informações: 3234 – 4200

Reprodução


CINEMA SUPER8 no Sesc Paço da Liberdade MOSTRA SUPER8 Sexta-feira (26/05) às 19h Serão apresentados filmes realizados por artistas brasileiros, todos projetados em película. Alguns dos filmes que serão exibidos contam com apresentações musicais e performances ao vivo. Após a sessão haverá um debate com os realizadores. O evento é gratuito e aberto ao público.

OFICINA SUPER8 No sábado (27/05) das 9h às 18h Durante a oficina os alunos irão aprender técnicas básicas para filmar em Super8 com os realizadores Lígia Teixeira e Francisco Gusso, que convidam Claudia Cárdenas e Rafael Schlichting, o Duo Stranglescope(SC), para uma conversa sobre produção de cinema experimental em Super8. Serviço: Carga Horária: Curso de 08h com certificado de participação Valores: usuários - R$ 50,00 Comerciário/ dependentes - R$ 25,00 Estudantes e idosos Informações pelo e-mail: sac.pacodaliberdade@sescpr.com. br

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Workshop de Direção de Animação com Estudio Tijucas Ministrantes: Francisco Gusso e Pedro Giongo

Dia 08 de abril de 2017 das 09:00 às 18:00

Inscrição Gratuita, 30 vagas Será emitido certificado de participação. Local: Sesc Paço da Liberdade, sala Cinepensamento

Curso de produção de podcasts 7,8 e 9 de junho Horário: 19h-21h Local: Laboratório de Artes Eletrônicas Investimento: R$21,00 para comerciários ou R$ 42,00 para usuários informações: sac.pacodaliberdade@sescpr.com.br / (41) 3234-4200


ciclos apresentaçþes palestras oficinas 35


Festival de Teatro de Curitiba

TUDO O QUE VOCÊ VÊ

PRAÇA TUDO O QUE VOCÊ VÊ GENEROSO MARQUES Festival de Teatro de Curitiba

Festival de Teatro de Curitiba – 26ª Edição 28 de março a 09 de abril de 2017

PRAÇA GENEROSO MARQUES

1h

12h

14h

15h

17h

Zoraida

Horário: 11H Bahia para todos os Santos

anda de amor Bahia para todos os Santos

36

e do Riso

30

agmento

de março

mem que vendeu diabo e quase o seu amor

A Bruxa e o Lobo Miranda, ciranda de amor A Boca que muito

Horário: 17H fala

E toda vez que ele passa, vai levando qualquer coisa minha

Praça da Amizade

Sorrir e Pensar

A estória do homem que vendeu sua alma ao diabo e quase perdeu o seu amor

Miranda, ciranda de amor I.O.N

Toca Raul

Horário: 11H

Licença preu passar

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Zão e Zoraida março Miranda, ciranda de de amor

Viajante Bahia para todosOouCaixeiro o Vendedor Mirardee Migrar Ilusão os Santos Horário: 09H

Horário: 14H

A Bruxa e o Lobo Horário: 17H

FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA | www.festivaldecuritiba.com.br Rua Coronel Dulcídio, 540 conj. 02 - Batel CEP 80420-170 – Curitiba-PR | (41) 3078-2414

Bahia para todos os Santos Horário: 12H

A Boca que muito fala Horário: 15H

01 de abril


PRA

04 de abril

Resgate do Riso Horário: 11H

E toda vez que ele passa, vai levando qualquer coisa minha Horário: 14H

Praça da Amizade Horário: 17H

Um fragmento Horário: 11H

05 de abril

Sorrir e Pensar Horário: 14H

A estória do homem que vendeu sua alma ao diabo e quase perdeu o seu amor

37

Horário: 17H

06 de abril

A estória do homem que vendeu sua alma ao diabo e quase perdeu o seu amor Horário: 11H

I.O.N

Horário: 14H

Toca Raul Horário: 17H

I.O.N

Horário: 09H

Licença preu passar Horário: 12H

O Caixeiro Viajante ou o Vendedor de Ilusão Horário: 15H

08 de abril


OFICINAS

INTERLOCUÇÕES DO FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA

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06

Wagner Schwartz

Juliana Galdino

TRANSOFICINA: IF YOU HOLD A de abril STONE a partir A voz como ferramenta de do trabalho construção do tempo, do Transobjeto de espaço e do imaginário. Wagner Schwartz O encontro vai proporcionar aos atores a possibilidade de descobrir novos e inaugurais sentidos em uma obra, descolando-se de conteúdos e formas hegemônicas. Cada participante trabalhará com um pequeno texto, sobre o qual a Orientadora procederá uma série de intervenções, visando uma modulação mais ampla (e singular) do tempo e do espaço, através de desvelamentos insuspeitados das palavras – transformando-as em rizomas no imaginário do espectador. A Seleção será feita pela Orientadora mediante o envio de Currículos. Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: 10h as 13h

07 08 09 de abril

Em 2004, Wagner Ribot Pina Miranda Xavier le Schwartz Transobjeto estreou com Hélio Oiticica, Lygia Clark, Milton Santos, Lia Rodrigues, Caetano Veloso, Joseph Kosuth, Carmen Miranda, Haroldo de Campos e, a partir de então, segue com Massimo Canevacci, Porcas Borboletas, Danislau, Christine Greiner, Sheila Ribeiro, Gabriela Gonçalves, Karlla Girotto, Yves-Noël Genod. Na Transoficina (Trans, como “trânsito”) cada movimento, cada gesto dos artistas que fizeram parte do imaginário de Transobjeto será discutido com amor / humor, tema que abre o Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade. Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: 10h as 12h


ENCONTROS (Os Encontros acontecem todos no Sesc Paço da Liberdade, são gratuitos e sujeitos a lotação do espaço. Não é necessária inscrição antecipada) Encontros de Crítica Encontros entre artistas, espectadores e críticos da DocumentaCena - Plataforma de Crítica (formada pelo site Horizonte da Cena, o blog Satisfeita, Yolanda? e a revista eletrônica Questão de Crítica) para propiciar um ambiente de conversa e cumplicidade nos teatros logo após os espetáculos, prolongando a experiência de convívio e de reflexão pela escuta de três pontos de vista: do artista, da crítica e do público. Com Ivana Moura, Luciana Romagnolli, Mariana Barcelos e Patrick Pessoa.

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de março

Encontro de Crítica e Curadoria – Teatro e Dança

e

01 de abril

Daniele Avila Small e Sônia Sobral Local: Sesc Paço da Liberdade Horário 16h

Palestra

Amir Haddad Local: Sesc Paço da Liberdade Horário 16h

02 de abril

Encontro sobre curadoria e crítica, teatro e dança Seis profissionais atuantes nessas áreas se encontram para debater - a partir de perguntas e respostas elaboradas por eles próprios - o campo conceitual e prático da crítica e da curadoria. Em seguida abre-se para perguntas do público.

Mesa

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de março Federico Irrazábal (Buenos Aires), Nayse Lopes (Rio de Janeiro), Marcio Abreu (Curitiba) - mediação Daniele Avila Small (Rio de Janeiro).

Mesa

01 de abril

Paula Giuria (Montevidéu), João Carlos Couto (São Paulo), Felipe de Assis (Salvador) - mediação Sonia Sobral (São Paulo).

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01 de abril

Encontro

Jorge Andrade (Cia Mala Voadora de Portugal), Leonardo Moreira (diretor Cia Hiato) e Christiane Jatahy Local: Sesc Paço da Liberdade Horário 14h

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E co

Exibição do filme

"O Rei da Vela" Horário: 16h

03 de abril

03 de abril

Filme baseado na peça de Oswald de Andrade encenada por Zé Celso – o histórico espetáculo teatral filmado em 1971 no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro. Zé Celso partiu pro exílio, voltou e o finalizou em 1982 com imagens produzidas depois [os créditos foram desenhados pelo ex-alunos da ECA, Tadeu Jungle e de abril Walter Silveira]

03

Encontro

André Masseno e Ruy Filho Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: 14h

Encontro

04 de abril

José Celso Martinez Corrêa (a confirmar), Amir Haddad e Élcio Nogueira Seixas Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: 15h


En on 05

Encontro

Lia Rodrigues (diretora da Lia Rodrigues Companhia de Dança) e Vera Mantero (Portugal)

de abril

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Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: 14h

Encontro

de abril

Jé Oliveira (Coletivo Negro), Katia Drummond (MUV/ Curitiba) e Fernanda Julia (diretora espetáculo Macumba)

09 de abril

Lançamento do livro

“Fotografia de Palco. Vol.2 “ de Lenise Pinheiro Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: as 16h

Palestra

05 de abril

06 de abril

Palestra Roberto Alvin Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: 16h

Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: 14h

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Palestra

Sérgio Carvalho (diretor Cia de Teatro Latão)

Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: 16h

Encontro

08

Fernanda Silva (atriz de abril Involuntários da Pátria) Leonarda Gluck (atriz) e Rafael Lucas Bacelar (diretor Toda Deseo) Local: Sesc Paço da Liberdade Horário: 14h


Mutações Entre dois mundos

30 anos de experiências do pensamento Eu disse um dia e talvez com razão: da antiga cultura restará apenas um monte de escombros, um monte de cinzas, mas haverá espíritos que flutuarão sobre essas cinzas (LudwigWittgenstein)

Observação preliminar “O oculto fascina”, escreveu Jean Starobinski. Ao propor a retomada do pensamento a partir dos temas discutidos ao longo de 30 anos de ciclos de conferências, buscamos dar sentido ao impensado. A proposta do novo ciclo é, pois, ir ao impensado de tais ciclos através dos vestígios de coisas pensadas. Ou, como define Maurice MerleauPonty, pensar o novo em busca do que se esconde entre o significado e a significação explícita. Percorremos, durante anos, vários temas importantes: as paixões, o olhar, o desejo, a política, a ética, a civilização e a barbárie… mas, como alerta ainda Merleau-Ponty, “nada, nenhum lado da coisa se mostra a não ser escondendo ativamente os outros… O invisível é o relevo e a profundidade do visível”. Ele afirma ainda no ensaio O filósofo e sua sombra: “Não é, pois, o irrefletido que contesta a reflexão, é a reflexão que se contesta a si mesma, porque seu esforço de retomada, de posse, de interiorização ou imanência só tem por definição de sentido em relação

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a um termo já dado…”. Ou seja, pensar é criar movimentos do espírito sobre si mesmo, o que leva a revelar “segredos” a partir da própria negação. Isso não quer dizer que as idéias trazidas pelas conferências dos ciclos anteriores estão superadas pelos novos acontecimentos: elas apenas se tornam frágeis se permanecerem presas a si mesmas; ganham mais certeza, mais potência de transformação, se sempre se apresentarem como passagem. Eis a incansável “luta das ideias contra os signos e dos signos contra as ideias”, como escreveu Paul Valéry. Duas fortes razões conduzem à retomada do que foi pensado nos últimos 30 anos: – a eterna rememoração filosófica da política, do sensível, do tempo, da história, incansável enriquecimento de significações, uma vez que “o mundo e o homem mantêm-se somente em movimento”, por meio de transformações silenciosas; – a mutação – transformação radical – que se verifica em todas as áreas da atividade humana. É preciso pensar este novo mundo. 1.mutações silenciosas Ao longo de 30 anos, foram mais de 800 conferências proferidas e, a partir delas, ensaios publicados, decorrentes de cuidadosos esforços reflexivos, testados, confrontados, jamais improvisados ou transformados em doutrina. Muitos deles foram gestados na sombra e no silêncio impostos pelos anos 1960 e 70 no Brasil, quando, em meio à incerteza, surgiam os primeiros sinais de uma transformação também silenciosa. A década de 1980 acompanhou o crepúsculo de uma civilização; para não cair nas admiráveis armadilhas postas pela tecnociência, uma das origens das mutações por que se passa hoje, perguntava-se: o que pode haver ainda de humano no mundo que tende a ser dominado pela técnica? Os sinais do mundo da tecnociência já eram latentes, e assim não tocavam explicitamente nossos sentidos e nossa consciência como acontece hoje. Eram apenas esboços imperceptíveis e quase invisíveis para nós. O filósofo francês Henri Bergson usa uma imagem que podemos adaptar à nossa pouca visão do que acontecia na época: a de uma fotografia que não foi ainda mergulhada no banho no qual ela se revelará. Era preciso criar este revelador. Recorro ao prefácio da Fenomenologia do Espírito de Hegel para tratar da passagem entre dois mundos:

Da mesma maneira que, na criança, após longa nutrição silenciosa, o primeiro sopro da respiração rompe – por meio de um salto qualitativo – o caráter de um progresso que não era senão acréscimo, e assim a criança nasceu, assim o espírito que se forma, por uma lenta e silenciosa maturação, acede à sua nova figura, desagrega sucessivamente as parcelas do edifício que constituía seu antigo mundo. Apenas sintomas isolados indicam que o antigo mundo está sendo abalado; a frivolidade, o tédio que se instalam em tudo o que existe, o vago pressentimento de algo desconhecido, enquanto sinais precursores indicam que uma nova realidade começa a se instaurar. Este esfacelamento progressivo, que não altera a fisionomia global, é interrompido por um aparecimento que, como um raio, instala de um só golpe a figura do mundo novo. O que nos resta é tentar responder ao enigma: o que é aniquilado e o que é conservado na mutação. Somos herdeiros de que história? Vivíamos (e vivemos) entre dois mundos, um que não acabou inteiramente e outro que não começou inteiramente. Nessa ambivalência, éramos adeptos do pensamento humanista mesmo que Michel Foucault já falasse do “fim do humanismo”. Não pensávamos em reabilitar o velho mundo, apenas repensá-lo, sem negar o legado prodigioso de um Mallarmé, Freud, Schöenberg, Musil, Bérgson, Marx, Einstein (e a relatividade restrita), Valéry, Proust, Wittgenstein, Sartre, Foucault… Quando nos lembramos de uma coisa que desapareceu, pensamos que suas ruínas ainda existem. Mas como pensar em um mundo e seu cortejo de coisas em decadência e nos “potentes esforços” de outro que quer nascer? Nosso problema era que, sem abrir mão das mais brilhantes contribuições para o humano – o pensamento antigo, o Renascimento, o Iluminismo –, tendíamos a recorrer, na fraqueza evidente em que vivíamos, a certa visão de humanismo, na crença de poder curar a decadência através dele, como escreveu Robert Musil, evocando “o estado pré-científico, a fé, a simplicidade, o humanitarismo, a obediência cívica”. Não era essa a nossa intenção. Nem mesmo a escolha entre as duas propostas muito comuns na época, descritas pelo filósofo Badiou no livro Le siècle: O século foi pensado simultaneamente como fim, esgotamento, decadência e como começo absoluto. Parte do problema do século é a conjunção dessas duas convicções. Digamos de outra maneira: o século se concebeu a si mesmo como niilismo, mas igualmente como afirmação dionisíaca. Dependendo do

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momento, parece agir sob duas máximas: uma (hoje, por exemplo) é de renúncia, resignação, mal menor, moderação, fim da humanidade como espiritualidade, crítica das “grandes narrativas”. A outra, que domina o “pequeno século”, entre 1917 e os anos 80, retoma de Nietzsche a vontade de “dividir em duas a história do mundo”; propõe um começo radical e a formação de uma humanidade reconciliada. O humanismo pedia assim para ser repensado. O anti-humanismo radical também, como veremos mais adiante. Havia outro problema que, de certa maneira, ainda persiste: era preciso criticar uma tendência dos intelectuais que se dedicavam ao “diálogo mudo do pensamento com o próprio pensamento”, porque aí encontramos pouca coisa; agindo assim, eles se recusavam a ver o mundo tal e qual. É certo que existem, entre eles, bons intérpretes da filosofia passada. Acontece que é preciso também ir às coisas para extrair delas novos pensamentos. Por fim, como nos ensina Alain, um pensamento sem objeto é um “pensamento sem regras, tagarelice apenas, da mesma maneira que uma experiência sem julgamento jamais pode tocar as coisas”.

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Outro problema a discutir: não mais preservamos a consciência das operações do espírito. Estaria o espírito se tornando coisa supérflua, como propõe Valéry? Chegamos, enfim, ao prometido “artifício diabólico” (domínio da tecnociência) que, no lugar de espiritualizar a matéria, mecaniza o espírito? Questão difícil de ser abordada se sabemos que a tradição (Hegel) nos ensina que o espírito sempre se salvou do naufrágio através da história, das artes, da religião e da filosofia. Talvez tal seja o caso hoje: o espírito se salva da massa do mundo técnico, da história natural dos nossos dias. Através das obras de arte e de pensamento, o espírito se faz ver. Mais ainda: como enfrentar o abandono de uma das grandes conquistas da civilização moderna que foi a convivência – nem sempre pacífica, é verdade – da multiplicidade de doutrinas e ideais? Como síntese, Valéry nota que antes “ninguém poderia ignorar, em meio a altas temperaturas intelectuais, que havia sempre mais de uma resposta para qualquer questão especulativa”, e até isso se perdeu. Reina hoje o elogio do pensamento único. Entre tantas questões, outra já se anunciava nessa mutação silenciosa: novos conhecimentos trazidos pela ciência e pela técnica fechavam o caminho da

busca individual e da percepção. Um exemplo simples, quase ingênuo, mas que pode ser expandido para outras áreas: não é mais necessário olhar para o céu e as nuvens porque a resposta está dada no celular: vai chover, vai fazer sol. Não é mais necessário buscar os sinais no céu! Quando a previsão falha, não é mais a nossa impotência diante da natureza que é posta em questão e sim a máquina. A linguagem ordinária dos sentidos dá lugar à linguagem da máquina. Ou, como observa Valéry, essa relação com a máquina é um: pacto comparável a terríveis engajamentos que liga o sistema nervoso aos demônios sutis da classe dos tóxicos. E mais a máquina nos parece útil, mais ela o torna; mais ela se torna útil, mais nos tornamos incompletos, incapazes de nos privarmos dela. É certo que isso dispensa o espírito da tarefa difícil de prever e libera a percepção de buscar as causas. Agir assim não é sem consequências: eis os indícios da nova religião fatalista, que domina hoje quase todas as nossas ações e elimina a espera, a fantasia, a surpresa. E que principalmente tende a abolir o enigma das nossas primeiras verdades, cujas significações concretas nos escapam, e dos nossos primeiros e humanos erros, nossas experiências errantes, cálculos que nos levam a tentar pensar, pois é assim que se pensa, “lançando pontes sobre abismos”, como ensina Alain. Nada mais nos espanta, nem conseguimos ser mais ou menos que nós mesmos. Esse era o cenário que se desenhava 30 anos atrás. 2. Os sentidos Sabemos que as paixões não cessam de dar objetos aos nossos pensamentos e assim surgiu o primeiro ciclo: Os sentidos da paixão. Era a primeira crítica ao dogmatismo que define as paixões apenas como coisas ilusórias e irracionais. Isso cria falsa independência dos diversos movimentos do espírito, de modo a negligenciar um dos aspectos mais caros ao tema, que é, nas palavras de Alain, “a relação da imaginação com os estados e movimentos do corpo”, bem como a relação conflituosa das paixões e da imaginação com o pensamento. Aqui vale lembrar de um dos aforismos de Robert Musil: “A mais radical psicologia dos afetos é também a mais livremente inventiva”. Ele conclui de maneira provocativa: “A vida é regrada sobre afetos e não sobre ideias! Conforme aparição das ideias em forma de afetos”. A experiência, a observação e o julgamento rigoroso nos livram dos erros da imaginação uma vez que a percepção só se distingue


da imaginação através dos laços de todas as nossas experiências pensadas. Mas é um jogo sem fim: Na percepção mais rigorosa, a imaginação circula sempre; a cada momento, ela se mostra e é eliminada através de uma busca realizada, ou mesmo de uma pequena mudança do observador e, enfim, por um julgamento firme. O valor deste julgamento firme aparece principalmente no jogo das paixões: por exemplo, à noite, quando o medo nos espreita. Mesmo, durante o dia, quando os deuses correm de árvore em árvore. Podemos até entender isso: somos tão ágeis para julgar, partimos de indícios tão frágeis, que nossa percepção verdadeira transforma-se em luta contínua contra erros de acrobacia. Vê-se que não é preciso ir longe em busca da fonte de nossos devaneios (Alain, em Les passions et la sagesse). Sabemos que o homem é todo paixões. Recorremos, na época, ao que diz Descartes no em seu tratado sobre o tema: “As paixões estão na alma ainda que elas sejam do corpo”. Tomemos como exemplo, a paixão do medo, um dos temas abordados no ciclo Os sentidos da paixão. Como nos diz ainda Alain, jamais olhamos com atenção “esta emoção, que é o estado nascente de qualquer emoção… não existe coragem sem medo, nem amor sem medo, enfim, nem sublime sem medo”. O que provoca medo no medo é o que ele anuncia. O trabalho do pensamento consiste pois em regrar os desejos, as ambições, os temores; é preciso conhecer as paixões e suas causas para criar a arte de dominá-las. Buscar o controle das falsas percepções e ao mesmo tempo interrogar os hábitos, as injunções políticas, a ordem moral que nos levam a erros de interpretação da realidade e de nós mesmos. Começar assim a série de conferências consistia em ir à origem pensada das paixões que nos dominam. Nota-se, como observa Alain, que a filosofia é estritamente uma ética, e, por isso mesmo, uma espécie de conhecimento universal que, por seus objetivos, “diferencia-se, por seus fins, dos conhecimentos que têm como objeto satisfazer nossas paixões”. Depois das paixões veio o ciclo O olhar – cuja proposta é simples: ver é mais do que o que se vê. Era, por exemplo, preciso ver as grandes transformações que aconteciam. O problema é que muitas vezes somos capazes de ver a mudança mas incapazes de perceber o que acontece. O terceiro ciclo deste começo foi O desejo. As incertezas do momento nos levaram a outras reflexões: Ética, Tempo e história, Libertinos

libertários, A crise da razão, O avesso da liberdade, O homem-máquina, A crise do Estado-nação, Civilização e barbárie, Muito além do espetáculo, Poetas que pensaram o mundo, O silêncio dos intelectuais, Ensaios sobre o medo, O esquecimento da política etc. Foi assim o primeiro momento dos ciclos. Assim nasceram os ciclos de conferências que reuniram centenas de pensadores de diversas concepções e tendências, uma verdadeira comunidade de amigos. A amizade foi nosso princípio. Seguimos o conselho de Bergson: Um pensador antigo disse que, em uma república na qual todos os cidadãos fossem amigos da ciência e da especulação filosófica, todos seriam amigos uns dos outros. Ele não queria dizer com isso que a ciência põe fim às discussões e às lutas, mas sim que a discussão perde a acidez e a luta sua violência quando elas se dão entre ideias puras. Porque a ideia, no fundo, é amiga da ideia, mesmo da ideia contrária… 3. Da crise à Mutação A passagem para o segundo momento se deu naturalmente, ao percebermos a expressão clara de uma mutação antes silenciosa na sua manifestação. Passamos então a observar com mais evidência que, a partir dos anos 1980, não mais existia área da atividade humana – política, costumes, mentalidades, artes, ética etc. – que não estivesse sujeita a uma grande mutação produzida pela tecnociência, pela biotecnologia e pelo universo digital. Antes, podíamos recorrer ao termo crise para designar o que pedia transformação. As crises – por em crítica – são constituídas de múltiplas concepções que se rivalizam e que dão valor dialógico às sociedades. Por isso, elas apontavam mudanças ocultas no interior de um mesmo processo. Já as mutações são passagens de um estado das coisas a outro. As transformações são contínuas nas coisas e em nós mesmos. Mas só percebemos as mutações se produzirmos, através da percepção e do pensamento, um encontro entre as transformações das coisas com as transformações de nós mesmos. Interpreto de maneira livre – certamente muito diferente do sentido que lhe pretendia conferir Bergson – a imagem de dois trens correndo lado a lado na mesma velocidade e na mesma direção, o que daria a impressão de imobilidade que permitiria a dois passageiros, cada um em um trem, darem-se as mãos. Acontece que as transformações das coisas e da consciência se dão em tempos muito diferentes. As “coisas” técnicas andam hoje em velocidade incontrolável, e nossa

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percepção, a política e a interpretação da história lentamente. Enquanto o “material da vida” passa por profundas e imediatas transformações, as convenções fundamentais da sociedade: os costumes, as leis civis, o direito público, as noções, as entidades, os mitos essenciais que compreendemos sob os termos de Moral, de Política e de História permanecem quase intactos em aparência. Eles são mais ou menos depreciados aos olhos da inteligência, que arruína sua substância metafísica, mas preserva sua potência prática e mesmo afetiva. Pode-se dizer que eles perdem seu sentido e guardam sua força” (Paul Valéry). 4. Entre a ordem e a desordem A crise do espírito, ensaio de autoria de Valéry, resume bem nossa perplexidade. Ele trata da morte da Civilização e de um Hamlet intelectual que, sucumbido ao peso das descobertas, sente o tédio de retomar o passado e a loucura de querer renovar sempre: “Ele vacila entre dois abismos, porque dois perigos não cessam de ameaçar o mundo: a ordem e a desordem”. Hamlet toma um crânio ilustre:

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Este foi Lionardo. Ele inventou o homem voador, mas este homem voador não serviu precisamente às intenções do inventor: sabemos que o homem voador, montado no seu grande cisne (“il grande uccello sopra del dosso del suo magnio cecero”) tem em nossos dias outras funções que não a de colher a neve no cimo das montanhas para jogá-la, nos dias de calor, nas calçadas das cidades… E este outro crânio é o de Leibniz, que sonhou com a paz universal. E este foi Kant, Kant qui genuit Hegel, qui genuit Marx, qui genuit… Hamlet não sabe o que fazer com todos esses crânios. Esse é nosso cenário, que nos remete a outro problema: antes, as mutações eram precedidas de grandes ideais políticos e artísticos, que davam sentido a criações de obras de arte e obras de pensamento: eram mutações pensadas que legaram às gerações posteriores novos ideais humanistas. Pensemos, por exemplo, na passagem do Renascimento ou do Iluminismo; mas as mutações que vivemos hoje são passagens sem pensamento que nos deixam à deriva, caminhos pouco visíveis, abertos não propriamente pelo pensamento mas pelo pragmatismo da técnica. Nesse cenário, as ideias tornam-se impotentes, e a difusão dessa crença é, como nos alerta Musil, um dos sintomas do declínio do ideal da razão, desfigurada também pelo liberalismo político. Assim, não sabemos dizer onde

estamos nem para onde vamos. Entramos de costas em um novo e estranho mundo, inteiramente outro, que tende a apagar os vestígios do passado e que não nos dá muita certeza do futuro. Herdamos, antes, enigmas. Em 1987, o poeta Yves Bonnefoy descreve assim o fim de uma era no poema Ce qui fut sans lumière: Puisque c’est à la tombée de la nuit que prend son vol l’oiseau de Minerve, c’est le moment de parler de vous, chemins qui vous effacez de cette terre victime. Vous avez été l’évidence, vous n’êtes plus que l’énigme. Vous inscriviez le temps dans l’éternité, vous n’êtes que du passé maintenant, par où la terre finit, lá, devant nous, comme un bord abrupt de falaise. O desafio de pensar essas transformações é imenso e pede conhecimento de todas as ordens. Mais: é enorme a dificuldade de perceber o que acontece em seu estado bruto e inaugural porque ainda estamos muito próximos dos acontecimentos. Outra imagem de Paul Valéry é perfeita para expressar a dificuldade que enfrentamos desde os primeiros ciclos sobre as mutações: “Os físicos nos ensinam que, em um forno incandescente, se nossos olhos pudessem subsistir, eles veriam – nada”. Mesmo assim, entramos na aventura do ver. 5. Mutações, ano 10 Até agora foram 10 ciclos sobre as mutações: Novas configurações do mundo; Vida, vício, virtude; A condição humana; A experiência do pensamento; A invenção das crenças; Elogio à preguiça; O futuro não é mais o que era; O silêncio e a prosa do mundo; Fontes passionais da violência e O novo espírito utópico. Muitas foram as hipóteses que serviram de ponto de partida para o trabalho de pensamento sobre as mutações, das quais uma se destaca: é como se a vontade de poder tomasse um rumo diferente. O que Nietzsche define como vontade de poder e encarna, de início, no criador – o poeta, o pensador – toma outro rumo no próprio Nietzsche, o que nos leva a pensar de maneira pouco convencional hoje: o sujeito da história não seria mais o homem e sim a técnica.


O livre espírito seria uma figura de transição. O homem das Luzes, que antes andava com prudência, na realidade, segundo comentário de Eugen Fink, “lança-se além de toda realidade fixa, sem fronteiras, cuja desconfiança e frieza significam apenas o Não que abre caminho a um Sim que virá. As Luzes de Nietzsche exercem-se também contra elas mesmas, não acreditam ingenuamente na razão, no progresso, na ciência. A ciência é para elas apenas um meio para por em questão a religião e a metafísica, a arte e a moral”. Uma citação de um dos aforismos publicado sob o título de Vontade de poder não deixa dúvidas: “Você sabe o que é o mundo para mim? É preciso que o mostre em meu espelho? Este mundo: uma massa enorme de força, sem começo nem fim… eterna criação de si, eterna destruição de si, ‘além do bem e do mal’, sem finalidade… Você quer um nome para esse mundo, uma solução para todo o seu enigma? (…) Esse mundo é a vontade de potência – e nada mais. E você é essa vontade de potência – e nada mais”. Por fim, outro fragmento que nos esclarece e que lemos como uma previsão do que acontece: “O que é grande no homem é que ele é uma ponte, não um fim; o que nele é amado é que ele é uma passagem e um declínio” (Zaratustra). Seria uma referência à possibilidade suprema do homem de lançar a ponte do humano ao pós-humano? Vivemos uma contradição entre a ciência-saber e a ciência-poder. É inegável o domínio da ciência-poder. Günther Anders, filósofo alemão que foi o mais implacável crítico da civilização técnica americana e escreveu dois livros sobre a obsolescência do homem, vai além ao afirmar o que os pós-humanos tomam hoje como verdade: a ciência como vontade de poder. Chega mesmo a anunciar que: Enquanto a guerra nuclear significa o aniquilamento dos seres vivos, entre eles o homem, a “clonagem” significa o aniquilamento da espécie humana para a produção de novos tipos humanos. A questão que põe a antropologia filosófica, a da “essência do homem” (…) mesmo se fosse para rejeitá-la radicalmente respondendo que “a essência do homem consiste em não ter essência”, essa questão poderia perder todo o sentido se o homem fosse utilizado ad libitum como matéria prima. Somos “semelhantes a Deus”, conclui Anders, mas, na realidade, no sentido negativo, uma vez que não se trata de “creatio ex nihilo”, mas antes passamos a ser “capazes de uma total ‘reductio ad nihil’, uma vez que, como destruidores, tornamo-nos verdadeiramente onipotentes… Podemos fazer desaparecer o conjunto

da humanidade e do mundo humano”. Eis um argumento forte da vontade de poder ligada à ciência e à biotecnologia. O que é, enfim, este homem que, além das transformações biológicas, procura abolir o espírito ou, na melhor das hipóteses, transformá-lo em coisa supérflua, como advertiu o poeta Valéry? 6. O que fazer 30 anos depois? Passados 30 anos, voltemos, pois, o olhar para nossa trajetória inicial, seguindo o preceito primordial do pensamento: a retomada daquilo que já foi pensado. O pensado guarda sempre um tesouro latente de sombras e lacunas. Ainda mais quando o pensamento é cercado de tantas mutações, muitas delas à revelia do próprio pensamento porque produzidas pela tencnociência. Assim, entendemos Alain ao nos dizer que pensar é dizer não. Isso porque o filósofo trabalha com coisas incertas, que vêm à expressão em meio a tantas outras expressões silenciadas. Às vezes temos a sensação de que os conceitos estão defasados. É certo que o pensamento acumulado guarda consistência. Mas, sem renegar as preciosas contribuições dos pensadores que participaram dos ciclos, voltemos a pensar de outra maneira os temas inicialmente propostos, de Os sentidos da paixão (1986) a O novo espírito utópico. É este o tema do ciclo Mutações – Entre dois mundos: 30 anos de experiência do pensamento. As mutações nos pedem para repensar os próprios conceitos. Os antigos já não dão mais conta para explicar a nova realidade. Dou apenas alguns exemplos do que nos espera no ciclo dos 30 anos: Os sentidos da paixão. Tomemos, como exemplo, a questão posta por Günther Anders no ensaio O ódio na era do irrefreável desenvolvimento técnico. Os militares que lançaram bombas em Hiroshima ou os que hoje manipulam os drones “se atribuem mesmo uma atitude virtuosa, talvez cristã, ao realizar suas ‘missões’ sem ódio… Quanto mais distante está o inimigo, mais difícil e mais improvável se torna ‘natural’ o nascimento do ódio”. Seriam ações desapaixonadas? Eis uma questão que pede resposta. O olhar. É certo que somos dominados por imagens na televisão, nas ruas, principalmente no celular e nos computadores (4 bilhões de vídeos são acessados por dia em todo o mundo), mas elas são vistas na velocidade de um foguete. É um olhar sem vontade de ver e sem desejo de pensar diante do desaparecimento da idéia de duração. Ora, como já foi dito, ver é mais do que o que se vê. Wittgenstein indica outro

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problema bem mais comum: a contradição entre a compreensão do objeto e o que os homens querem ver. Daí o problema: “O que está mais próximo pode justamente tornar-se o que existe de mais difícil de compreender. Não é uma dificuldade do entendimento, mas uma dificuldade que diz respeito à vontade, que é preciso superar”.

para uma bebida em um lugar público, vai-se a casa de um ou a um motel, uma hora de diversão sem troca de telefone, justo uma trepada. Um fast sex… Na França, são até agora cerca de 38% os usuários de sites para encontros desse tipo em 2015. Não é preciso se tocar para gozar. (Dados extraídos da revista Le nouvel observateur.)

O desejo. Somos uma sociedade que tende a abolir os desejos (os afetos, a amizade, a liberdade ou mesmo a sexualidade em seu sentido mais amplo e não apenas natural)? O ser, como consciência de si, pressupõe o desejo, como nos lembra Kojève. Contra o simples conhecimento que mantém o homem em uma quietude passiva, diz ele, “o Desejo o torna in-quieto e o leva à ação… Para que haja consciência de si, é preciso pois que o Desejo recaia sobre um objeto nãonatural, sobre algo que supere a realidade dada. Ora, a única coisa que supera este real dado é o próprio Desejo”. Assim, o Desejo é diferente da coisa desejada. Assim é o desejo de liberdade, que é muito mais do que a liberdade como coisa conquistada.

O esquecimento da política. É certo que um dos pressupostos fundamentais da mutação política está no papel atribuído à tecnociência. Sobre o assunto, uma das conclusões a que chega o filósofo alemão Martin Heidegger, sujeita a muitas e contraditórias interpretações pela sua radicalidade, dá a pensar: “É para mim uma questão decisiva hoje: como um sistema político – e qual – pode, de maneira geral, ser coordenado na era da técnica. Não sei responder a esta questão. Não estou convencido de que seja a democracia”. A ciência e a técnica produziram, na política e no pensamento, aquilo que os teóricos definem como o mundo da especialização. As sínteses teóricas permitiram, durante séculos, grandes realizações, mas hoje, com a crise dos ideais políticos, restam apenas as desvantagens de uma “democracia dos fatos”. A definição é de Robert Musil: a política, tal como a entendemos em nossos dias, é o contrário absoluto do idealismo, quase sua perversão: ao levar em consideração apenas os fatos, “o homem que especula por baixo sobre seu semelhante. Aquele que se intitula político realista só tem por reais as baixezas humanas, única coisa que considera confiável; ele não trabalha com a persuasão, apenas com a força e a dissimulação”.

Libertinos libertários. O etnólogo Pascal Dibie fala da nova realidade nos domínios da sexualidade. Estaríamos entrando em nova fase libertina ou simplesmente na abolição da sedução e do desejo. Desejar é saber o que se deseja, a menos que se queira permanecer na “noite natural”. Lemos em =HegelHHHHHHegel que “A liberdade pede que o sujeito consciente de si não deixe subsistir sua naturalidade”. Ou, como escreve Alain, “o ser que não tem consciência não tem desejo porque ele não é dividido”. O “desejo”, como tudo no mundo hoje, teria se transformado em coisa mecânica que recai apenas sobre um “objeto” natural, como se tende a pensar? Ou: Desde que a sociedade de consumo se instalou profundamente, o sexo, como a coca-cola e as férias, tornou-se “produto” a consumir apenas pelo prazer do consumo. Seria por que “o coito é o último lugar de natureza pura (bruta) em um mundo artificializado e urbanizado” (segundo um psicanalista)? Um pouco talvez entre os mais velhos, mas parece que o sexo, sua prática, para os jovens entrou na prática da comunicação da globosfera, alternando entre virtual e realização… Então, a presença, nossa presença, torna-se secundária a tudo o que fazemos… É isso aí: uma rápida pesquisa no smartphone, no Tinder, no Adolf, no OKCupid, Happn ou IceBreaker, alguns aplicativos que funcionam por geolocalização, para ver quais homens, quais mulheres estão à disposição com o mesmo desejo de realização imediata… Encontro

Outro filósofo, nosso contemporâneo, e participante de todos os ciclos sobre as mutações, vai além na observação: para Jean-Pierre Dupuy, é presunção fatal acreditar que a técnica, que tomou o lugar do sagrado, do teatro e da democracia, poderá desempenhar o mesmo papel que eles desempenhavam na época em que a capacidade de agir dizia respeito apenas às relações humanas. Francis Wolff dá sua interpretação: os utópicos de ontem foram substituídos pelos especialistas de hoje. Não disputamos mais os fins políticos, afirma Wolff, discutimos, sim, os meios e os fins técnicos. O domínio da técnica sobre a política leva à perda dos fundamentos políticos, isto é, daquilo que a filosofia política criou e recriou ao longo da história como resposta às interrogações levantadas pelo advento da sociedade, ou melhor, a idéia e a prática que definem a sociedade como origem da lei e dos direitos. Era o


momento em que a práxis tinha uma relação estreita com os princípios teóricos, muitas vezes para negálos. Hoje, vivemos aquilo que já se definiu como “o princípio do sem princípio”. Mais: sendo apenas partes da vida social, a economia, a privatização da vida pública, a religião, o moralismo e a eficiência técnica procuram ocupar o lugar da política de maneira totalizante. É a escandalosa e inconseqüente busca da hegemonia de uma dessas variantes sobre a política. Essa tendência dominante hoje abole todos os princípios políticos. Como observa o filósofo Newton Bignotto, retomando Hannah Arendt, parecemos condenados a oscilar entre democracias apáticas, comandadas exclusivamente pelas forças de mercado, e regimes autoritários. Enfim, como fica a prática da representação política quando sabemos que os partidos e os sindicatos perdem força diante das novas formas de comunicação e (des)organização através dos meios eletrônicos? Esses são apenas alguns exemplos possíveis. A ideia é dedicar uma conferência a cada um dos temas tratados nesses 30 anos. Mas, por razões que não pedem maiores explicações, gostaríamos de começar pela amizade

Adauto Novaes foi jornalista, professor, e, por 20 anos, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas da Funarte. Em 2000, fundou a empresa de produção cultural Artepensamento. Os ciclos de conferências que organizou resultaram nos seguintes livros de ensaios: Os sentidos da paixão, O olhar, O desejo, Ética, Tempo e história (ganhador

do Prêmio Jabuti), Rede imaginária: televisão e democracia, Artepensamento, A crise da razão, Libertinos/ libertários, A descoberta do homem e do mundo, A outra margem do Ocidente, O avesso da liberdade, Poetas que pensaram o mundo, O homem-máquina, Civilização e barbárie, O silêncio dos intelectuais, Muito além do espetáculo, A crise do Estado-nação, Oito visões da América Latina, Ensaios sobre o medo, O esquecimento da política, Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo, Vida, vício, virtude, Mutações: A condição humana, Mutações: a experiência do pensamento, Mutações: a invenção das crenças, Mutações: elogio à preguiça (ganhador do Prêmio Jabuti), Mutações: o futuro não é mais o que era e Mutações: fontes passionais da violência.

O homem máquina O amor na era digital Francisco Bosco Já se vão quase 900 anos desde que as narrativas do mito de Tristão e Isolda apresentaram ao mundo a formulação radical do amor cortês, para a qual o afeto em questão deve recusar a sua própria satisfação – “a fim de melhor se conservar”, como observa Denis de Rougemont. Como se sabe, esse elogio da paixão (antiburguês avant la lettre, diga-se de passagem: nele o que se conserva é a falta) atravessa a história e, transformado, secularizado e combinado a outros elementos, permanece vigente na contemporaneidade. Com efeito, o estado passional é ainda um valor forte nos dias de hoje. Mas é duplamente depreciado, assim como o é a experiência do amor como construção de uma “perspectiva da diferença”, como o define Badiou: de um lado por um interesse subjetivo em esvaziar-lhes os riscos constitutivos, submetendo o imponderável de seu acontecimento a uma espécie de encontro arranjado moderno, uma mentalidade “securitária” (ainda Badiou), propiciada por sites de relacionamentos que, por meio da onipresente lógica do algoritmo contemporânea, prometem “o amor sem o acaso”, o match sem arestas; de outro, por uma sobrevalorização extrema do sexo, espécie de materialismo radical (no fundo, um narcisismo viciado e nada radical), facilitado por sua vez pelos aplicativos de pegação (Grindr, Tinder, Blendr, Happn etc.). Assim, no mundo dos sites e aplicativos, o que sobressai parece ser a um tempo a vontade da relação, esvaziada entretanto do elemento da diferença, e sua recusa, isto é, o triunfo do imaginário, o sexo e – tal como na fórmula de Lacan – sua impossibilidade de relação. Basicamente, prevalece o princípio da identidade. Nada surpreendente, no contexto do egoísmo organizado do capitalismo. Contemporânea a seu modo – sabendo ver o escuro no fundo dos holofotes de seu tempo, na imagem de Agamben -, a arte produz suas contraformulações e propõe suas contrapráticas. Para ficarmos apenas no cinema, o filme Shame identifica a armadilha imaginária do sexo e seu eterno retorno infeliz; Os famosos e os duendes da morte mostra como o mundo digital pode propiciar experiências salvadoras de amor; já Her desmente com radicalidade inédita o

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suposto caráter material do amor, apresentando uma relação entre um homem e um sistema operacional. A conferência aqui proposta pretende portanto investigar como se dão as experiências no campo do amor e do sexo a partir das possibilidades tecnológicas contemporâneas que se abriram. Para melhor compreendê-las, vai revisitar a história do amor no Ocidente, bem como algumas das formulações teóricas mais relevantes sobre o desejo, o sexo e o amor.

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Francisco Bosco é doutor em literatura pela UFRJ. Escreveu os livros Orfeu de bicicleta: um pai no século XXI, Alta ajuda, E livre seja este infortúnio, Banalogias, Dorival Caymmi e Da amizade, além de ensaios para as coletâneas Mutações: elogio à preguiça, Mutações: o futuro não é mais o que era, Mutações: o silêncio e a prosa do mundo e Mutações: fontes passionais da violência. Organizou e apresentou o volume Antonio Risério, da coleção “Encontros” (Editora Azougue). Foi colunista do jornal O Globo entre 2010 e 2015. É ex-presidente da Funarte (2015/2016).

Novas configurações do mundo Mundos Reconfigurados Luiz Alberto Oliveira Tudo o que sabemos, isto é, tudo o que podemos, passou hoje a se opor a tudo o que somos. (Paul Valéry)

É bem conhecida a classificação para o grau de desenvolvimento de uma civilização qualquer, desde que dotada de certo acervo de conhecimento tecnocientífico, segundo a magnitude dos recursos energéticos que fosse capaz de manipular, sugerida por Nikolai Kardashev nos

anos 60 e mais tarde refinada por Carl Sagan. Em resumo, civilizações do Tipo I empregariam integralmente os recursos de um planeta, do Tipo II os de uma estrela, e do Tipo III os de uma galáxia (a razão do aumento da capacidade de manejo de energia entre cada tipo seria da ordem de 10 bilhões). Sagan estimou, um pouco mais tarde, que à atual civilização humana na Terra corresponderia um valor em torno de 0.7 nessa escala. Mas qual seria o cabedal tecnocientífico que uma dada civilização necessitaria ter desenvolvido para poder aspirar a passar ao Tipo I? Os fatores físicos, biológicos e culturais implicados no estabelecimento e florescimento de tal civilização envolveriam fenômenos de duração muito distinta – no caso da Terra, por exemplo, centenas de milhões de anos para os processos astrofísicos, dezenas de milhões para os geológicos, milhões para os bioecológicos, dezenas de milhares para os climáticos, milhares para os culturais. Já no substrato material em que se apoiariam todas estas vastas transformações – ou seja, os processos físicos, químicos e biológicos em escalas nucleares, atômicas e moleculares – vigorariam grandezas extremamente tênues e diminutas. Assim, nossa suposta civilização deveria tanto reconhecer a vigência de transformações amplas e lentas – como a tectônica de placas ou a evolução Darwiniana – quanto ter se tornado apta a explorar o domínio microscópico dos constituintes básicos das estruturas materiais. O aspecto decisivo dessa caminhada rumo à autonomia energética em escala planetária, porém, seria o de que o controle técnico, cientificamente embasado, dos fluxos energéticos disponíveis (iluminação solar, fontes geotérmicas, marés, biocombustíveis, fusão, etc.) numa dimensão tão ampla acarretaria em paralelo a habilidade de os participantes desta civilização intervirem em sua própria constituição orgânica, bem como tornarem-se, tomados coletiva e cumulativamente, em agentes globais de modificação ambiental. Ou seja, seus membros teriam adquirido a capacidade de atuar – e, portanto, de modificar – tanto na composição e estrutura deles mesmos, quanto nas circunstâncias do ambiente natural de que a própria civilização até então dependia. Parece assim razoável conjeturar que, nesse estágio de crescente iminência da passagem à titularidade do Tipo I, a entrada em cena desses dois tipos de auto-afecção – o dobramento interno da ação técnica sobre seu próprio produtor e operador; o dobramento externo da ação técnica sobre os fluxos constituintes do próprio contexto ambiental – daria lugar a uma vasta, profunda e acelerada reconfiguração dos fundamentos mesmos sobre os quais tal civilização até então se lastreava. Transformações simultâneas de tal calibre e em tal variedade exigiriam que todos os recursos cognitivos à disposição fossem empregados para encarar-se o sem número de indeterminações que pareceriam eclodir por todos os lados, em todos os níveis, do bacteriano ao atmosférico. Pesquisadores e pensadores reconheceriam a necessidade de novos conceitos e posturas que estivessem à altura da


intensidade do processo de mudança. Pois estaria em curso uma reconfiguração de mundo de tão grande porte que, para todos os fins práticos, seria talvez impossível distinguila de uma mutação. É a essa experiência de reformatação do pensamento que o tema nos convida

Luiz Alberto Oliveira é físico e doutor em Cosmologia. Foi pesquisador do Instituto de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica (ICRA-BR) e do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/ MCTI), onde também atuou como professor de história e Filosofia da Ciência. Professor, palestrante e consultor de diversas instituições, é atualmente o curador do Museu do Amanhã do Rio de Janeiro. Escreveu ensaios para as coletâneas Tempo e história, A crise da razão, O avesso da liberdade, O homemmáquina; Ensaios sobre o medo, Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo, Mutações: a condição humana, Mutações: a experiência do pensamento, Mutações: elogio à preguiça, Mutações: o futuro não é mais o que era e Mutações: fontes passionais da violência.

Muito além do espetáculo Muito aquém da superação Eugênio Bucci

Entendido por Guy Debord como nada menos do que o modo de produção capitalista em outra potência – “é o capital em tal grau de acumulação que se torna imagem” –, o espetáculo põe em cena o olhar como

dispositivo-mestre. Não poderia ser diferente, pois o espetáculo não é meramente o império das imagens. “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens”, escreve Debord no ensaio A sociedade do espetáculo, publicado originalmente na França, em maio de 1967. Ou seja, se é que você me entende, sem o olhar, nada feito. A que olhar me refiro? O interessante é que parece não fazer muita diferença. Pode ser o olhar como essa faculdade de ver as coisas – as coisas visíveis, claro – e por elas se guiar. É um bom ponto de partida. Pode ser também o olhar como pulsão escópica – não nos esqueçamos desse aí. Pode ser o olhar como a tela – maleável, meio líquida, meio etérea, irreversivelmente material e luminescente – que recobre o imaginário. Sem conseguir tocá-la, você não consegue passar sem a ver e sem ser visto nela e por ela, pois é então que tomam formas fugidias as imagens que vemos. Nota: diante dessa tela, os olhos não funcionam bem como câmeras que captam a paisagem à sua volta, mas como projetores: olhar é lançar no espaço público os signos visuais ancorados em sentidos sociais. O olhar, então, seria o olhar social no tempo do capitalismo transbordado em espetáculo. O olhar seria o móvel dispositivo do acervo imagético instável e transitório de um tempo mutante. O olhar é tudo isso e muito mais: é trabalho. Olhar é trabalhar. O trabalho do olhar fabrica o imaginário superindustrial, fabrica valor de troca na imagem (imagem com valor de troca), exatamente como quem trabalha com as mãos ou com o corpo inteiro fabrica valor de troca na coisa corpórea. Ainda que Debord não tenha previsto a categoria do olhar-comotrabalho, não é difícil demonstrar que, sem o olhar – uma forma nova de trabalho –, nada feito. Sem o olhar, não haveria o espetáculo como modo de produção. O ciclo Muito Além do Espetáculo, organizado por Adauto Novaes, data de 2003. O livro com as conferências foi publicado pela Editora Senac em 2005. Quando levamos em conta o arco temporal dos 30 anos decorridos desde o primeiro seminário do Adauto, notamos que o espetáculo fica mais ou menos no meio do caminho. Desse ponto equidistante, podemos “olhar” o que foi, o que veio então e o que está por vir (e, também, o que não mais está para vir). Guy Debord também caiu num meio de caminho. Anteviu muita coisa (muito mais do que maio de 1968) em sombras resplandecentes. De outra parte,

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tinha um pé no passado (outubro de 1917), um pé de chumbo. Ao final de suas teses aforísticas, sem saber a que conclusão chegar, sai-se com um anacrônico “todo o poder aos sovietes”. Sentiu arder nos olhos o hálito do demônio, mas não lhe foi dado ver a dissolução do ser que queimava o sujeito numa ordem a que a humanidade se pendurou pelas retinas. Em tudo que muda e se transmuta, o espetáculo permanece e olha para nós com seus olhos de fogo gelado

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Eugênio Bucci é graduado em direito, jornalista e doutor em ciências da comunicação. Foi editor da revista Teoria e debate e diretor de redação das revistas Set, Superinteressante e Quatro rodas. Diretor de redação da Editora Abril, foi colunista de O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil e Veja. Presidiu a Radiobrás de 2003 a 2007. Publicou: Sobre ética na imprensa e Do B. É, atualmente, professor do Instituto de Estudos Avançados da USP.

nisso, exatamente, a questão. A primeira é a máquina de exploração capitalista, que se entranha, onipresente, nas dimensões objetivas e nas dimensões mais subjetivas do viver. A segunda é a demanda pela já impossível totalização cosmogônica, da qual a poesia moderna é a última representante, ecoando com irônica solenidade as cadências de A Divina Comédia e da máquina do mundo camoniana. No presente ciclo, o mesmo tema será retomado em contraponto com seus bastidores históricos, que o investem de inesperada atualidade. Pois, no mesmo momento em que o Brasil entrava na Segunda Guerra Mundial, em 1942, a Companhia Vale do Rio Doce era criada para explorar e exportar o minério de ferro de Itabira, terra natal do poeta. O “sono rancoroso dos minérios” do Pico do Cauê foi acordado, no chamado esforço de guerra, para alimentar a indústria bélica norte-americana. Posteriormente, a partir dos anos 1950, a empresa extrativa foi ampliada para alimentar o mercado mundial do aço, quando o cerco sobre o Pico do Cauê (parte essencial da paisagem física e sentimental da cidade) se fechará de vez, até levá-lo à desaparição física. Esses fatos dão novo alcance material à conexão Itabira-mundo, já presente na obra do poeta, e se conectam sibilinamente com a escrita do poema A máquina do mundo, cuja gênese pode ser rastreada no retorno do poeta à Itabira, em 1948, a bordo da “máquina frágil” de um táxi aéreo, que voa sobre as montanhas, os abismos, “o silêncio e a solidão das Minas”. No poema, as duas máquinas se fundem numa só maquinação – o voo da proustiana “memória involuntária”, que é a fonte afetiva da poesia lírica, e a grande máquina do mundo, controladora e publicitária de si mesma, cujo oferecimento o poeta acaba por recusar. Se as “retinas fatigadas” do olhar contemporâneo têm condições de ver com maior clareza a conjugação desses fatos poéticos e históricos, eles dão maior clareza, por sua vez, à visão do tamanho do estrago no estado de coisas contemporâneo.

Poetas que pensaram o mundo Drummond e a maquinação do mundo José Miguel Wisnik

No ciclo de conferências Poetas que pensaram o mundo (2004), tratamos do modo singular como a palavra mundo, repetida obsessivamente na obra poética de Carlos Drummond de Andrade, comparece nela como a cifra de uma pulsão totalizante, que gira em torno de um centro inominável e ausente. Se mundo é a totalidade dos fatos e dos dispositivos de poder, a operação faz parte do processo de interação problemática entre a Grande Máquina (que aparece em Elegia 1938, Sentimento do mundo) e A Máquina do Mundo (poema de Claro enigma, 1951). As duas máquinas não têm a mesma acepção, embora se confundam de maneira complexa, residindo

José Miguel Wisnik é livredocente em Literatura Brasileira pela USP, escritor e músico. Escreveu os livros O som e o sentido – uma outra história da música, Sem receita – ensaios e canções e Veneno remédio – o futebol e o Brasil, além de ensaios para as coletâneas: Os sentidos da paixão, O olhar, Ética, Poetas que pensaram o mundo, Mutações: elogio à preguiça, Mutações: o futuro não é mais o que era e Mutações: fontes passionais da violência.


A crise da razão Oswaldo Giacoia Jr.

Imenso é o desafio – e quase paralisante – de ousar enfrentar, no enquadramento temático e filosófico do Ciclo Mutações, o tema da crise da razão. O que se poderia acrescentar de relevante ao livro prodigioso que Adauto Novaes editou, com o esse mesmo título, em 1996, pela Companhia das Letras? E, no entanto, o sintagma crise da razão continua a nos desafiar, a mobilizar nossas energias para novas tentativas de interpretação de seu significado. Afinal, justamente no horizonte das Mutações, estamos autorizados e mesmo concitados a esse tipo de atrevimento e risco. Como estratégia, em vez de principiar por uma resenha ou retomada do livro de 1996, penso que o melhor seja dirigir nossa atenção para o que ainda não foi suficientemente meditado tanto antes quanto depois de sua publicação. Inicio essa meditação revisitando um fragmento inédito – datado da primavera-verão de 1883 – no qual Nietzsche registra o motivo que o teria impelido, com intensa admiração, para o exame crítico das obras de Kant e Schopenhauer: foi a compreensão de que, com elas, estaria em curso “a auto aniquilação (Selbstvernichtung) do conhecimento”; esse paradoxo consiste em que a ciência tem, sempre de novo, que ser levada às suas últimas fronteiras, pela lógica de seus próprios valores e exigências; ao ponto em que vem à luz o delírio de onipotência que a anima e, pela primeira vez, fez-se figura da história na pessoa de Sócrates: a pretensão desmedida da racionalidade científica de tornar compreensível a existência do mundo e do homem, e com isso fazer com que esta possa dar-se por justificada. Com isso, a razão se colocaria em condições não somente de compreender o ser, mas também de corrigilo. [1] Pretensão desmesurada da razão, que se repete na modernidade cultural. E isso não por acaso. Nietzsche diagnosticava essa hybris como radicada na conditio humana, uma vez que, para ele, o homem era “mais doente, inseguro, inconstante, indeterminado do que qualquer outro animal”. Assim: não há dúvida – ele é o animal doente: de onde vem isso? É certo que ele também ousou, inovou, resistiu, desafiou o destino mais do que todos os outros animais reunidos: ele, o grande experimentador de si mesmo, o insatisfeito, insaciado, que luta pelo último domínio com o animal, a natureza, e os deuses, – ele, o ainda não domado, o eternamente futuro, que não encontra sossego de uma força própria que o impele, de modo que seu futuro, uma espora, mergulha implacável na carne de todo presente: – como não seria um tão rico e corajoso animal também o mais exposto

ao perigo, o mais longa e profundamente enfermo entre todos os animais enfermos?… [2] O excedente pulsional constitutivo da existência humana só pode ser estabilizado por meio de instituições, o que significa que o homem é o animal produtor de suas condições de existência – que se dão nas dimensões permanentemente cambiantes da história e da cultura. Na modernidade, um traço marcante destaca essa nossa forma de habitar o mundo: Híbris é hoje nossa atitude para com a natureza, nossa violentação da natureza com ajuda das máquinas e da tão irrefletida inventividade dos engenheiros e técnicos; híbris é nossa atitude para com Deus, quero dizer, para com uma presumível aranha de propósito e moralidade por trás da grande tela e teia da causalidade – híbris é nossa atitude para com nós mesmos, pois fazemos conosco experimentos que não nos permitiríamos fazer com nenhum animal, e alegres e curiosos, vivisseccionamos nossa alma: que nos importa ainda a ‘salvação’ da alma! [3] Vemos que a antropologia filosófica e cultural de Nietzsche estabelece um circuito extremamente cerrado entre a condição existencial do homem, a racionalidade científica e a vontade de poder. Na modernidade, esta assume a forma de uma ctônica força produtiva que, como ciência e técnica, rivaliza com a natureza e os deuses, e vige tanto na physis quanto na polis. Não se trata, porém de um princípio metafísico unitário, mas de um conceito que denota antagonismos, já que toda força só se efetiva em resistências, sendo, pois, essencialmente equívoca e ambivalente, cambiante, realizando-se no modo relacional dos campos de energia, que configuram redes de múltiplos sentidos, o que põe a razão num movimento de crise permanente, na medida em que crise e crítica são termos que se exigem e complementam: crise é o momento crítico do julgamento e da tomada de decisão por alternativas colocadas no horizonte da teoria e da práxis. Daí a relação visceral entre a crise, a crítica e as mutações. Nietzsche, seria, nesse sentido, um autêntico pensador da tecnociência moderna. Assim ele foi visto por Heidegger, e também assim sua obra foi interpretada por Gerard Lebrun: Mais que figura de dominação, a ciência é arché. É potência, jorro de uma impulsão. Deveriam pelo menos refletir sobre isso os seus modernos contendores. Deveriam perguntarse se sua malevolência quanto à racionalidade científica – por generosos que sejam os seus motivos – resiste por muito tempo a um pouco de genealogia ou de arqueologia das significações. E também se ela não desemboca algo afoitamente num obscurantismo banal. [4] Em vez de vituperar contra a crise em que o desenvolvimento das ciências e das técnicas nos teria lançado, a nós e às futuras gerações, Lebrun perguntava-se então se:

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ainda não seria cristão, uma vez mais, este sombrio ressentimento que (nos, OGJ.) leva a odiar a mais perigosa, mas também a mais inventiva, a mais jovem das vontades de potência? Não se prega moral a uma potência: olhá-la jorrar. [5] Hoje, porém, somos de novo confrontados com um contexto de instabilidade e pânico que exige mais do que simplesmente assistir ao transbordamento da força. É verdade que a ela não se prega moral, mas isso implicaria resignar-se a vê-la jorrar? Ou seria possível, de algum modo, reconquistar uma postura de espontaneidade, medida e controle? Em caso negativo, a contemplação fascinada não resultaria num ‘irracionalismo’ obscurantista? Sob o deslumbramento do poder, exigir responsabilidade seria uma apenas queixa resmungona de velhos timoratos? Nesse sentido, retomo uma narrativa ancestral, proveniente do período situado entre os IV e III séculos antes da era Cristã, pois ela já aponta, como um signo prognóstico, para nossa mais crucial crise ecológica; tanto assim que constitui a epígrafe de um livro homônimo do filósofo Vitório Hösle, intitulado A Filosofia da Crise Ecológica:

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DsiGung tinha caminhado pelo Estado de Tschu e retornado para o Estado de Dsin. Tendo chegado à região norte do rio Han, ele viu um velho ocupado em sua horta de legumes. O velho tinha cavado sulcos para irrigação de renques de legumes. Ele próprio descia até profundidade das fontes d’água, e trazia para cima, nos braços, um vazo cheio d’água, com a qual ele regava as plantas. O homem fazia um esforço extremo, e, no entanto, realizava pouco. DsiGung falou: “Existe um dispositivo com o qual se pode, num único dia, irrigar cem sulcos. Com pouco esforço, pode-se conseguir muito. O senhor não gostaria de empregar esse dispositivo?”. O jardineiro aprumou-se, olhou-o e disse: “E o que seria isso?”. DsiGung falou: “Isso é chamado de uma alavanca de madeira, que é pesada na parte traseira e leve na parte dianteira. Assim, pode-se extrair a água, de modo que ela apenas jorra. Dá-se a isso o nome de bomba d’água”. Nisso, a raiva assomou ao rosto do velho, que disse, rindo: “Eu ouvi meu mestre dizer: quem usa máquinas conduz todos os seus negócios de modo maquinal; quem empreende seus negócios de modo maquinal acaba por receber um coração maquinal; quem tem um coração maquinal no peito perdeu toda a pura simplicidade. Para quem falta a pura simplicidade, tudo se torna incerto nos estímulos de seu espírito. Incerteza nos estímulos do espírito é algo que não combina com o verdadeiro sentido. Não que eu não conhecesse tais coisas: é que eu me envergonho de empregá-las. [6] Em outro livro seminal, intitulado justamente A Razão, o filósofo Gilles-Gaston Granger encerra sua obra com a seguinte narrativa: Um viajante conta que, nas florestas do Equador, vivem tribos indígenas sem contato com os civilizados. Chegam um dia em seus domínios centenas de caminhões, de

escavadoras, de bul-dozers que, para uma companhia petrolífera, abrem estradas, perfuram poços, subvertem a floresta. Eis como os índios, estupefatos, explicam entre si o fenômeno: “Animais novos, disseram eles, surgiram. Domesticaram os homens, que lhes obedecem e os servem como escravos. E os homens brancos os alimentam e abremlhes caminhos através da floresta…”. [7] Qual é o significado dessas duas narrativas? Elas parecem abonar a hipótese segundo a qual a crise da razão, em nossos dias, consiste em que a própria razão parece estar a ponto de ser substituída pelos mecanismos, que proliferam por toda parte, como sua própria obra; e, no entanto, essa obra e os produtos do pensamento racional são submetidos a interesses e fins não controlados e muito menos refletidos pela própria razão. A razão parece ter ingressado numa tendência dificilmente reversível de ver-se reduzida a uma máquina simbólica, num complexo dispositivo computacional de processamento de informações, em cujo horizonte a cibernética assumiria o posto outrora ocupado pela metafísica, enquanto filosofia primeira. Desde Francis Bacon, sabemos que saber é poder, e que o programa de desenvolvimento científico – ou seja, a realização dos ideais da razão, no sentido do humanismo iluminista – desdobra-se também na hegemonia de uma vontade de poder coletiva que leva a cabo uma dominação tecnológica integral da natureza. A crise da razão implica, hoje, a problematização da aliança – incrustada no coração do programa do Esclarecimento – entre o progresso tecnocientífico e o desenvolvimento ético-político do gênero humano. Nesses momentos de crise, que estão sempre situados no limiar de grandes transformações históricas, a razão obstina-se na busca de conceitos capazes de proporcionar referenciais para a orientação. É necessário, antes de tudo, compreender e situar-se em meio à própria desestabilização – o que provoca o fenômeno que o filósofo Reinhart Kosellek denominou de “batalha semântica para definir, manter ou impor posições políticas e sociais em virtude de definições”. [8] Trata-se daquela combinação entre crise, crítica, decisão e busca de orientação, para a qual este texto já chamou a atenção anteriormente. Esse é um fenômeno bem característico do componente sócio-político cultural da crise da razão. Com o distanciamento entre o espaço de experiência e a dimensão de expectativa para novos projetos, os grandes significantes à mão não conseguem mais dar conta de fatos observados na realidade imediata. Rompe-se, assim, o equilíbrio entre os espaços de experiência e os horizontes de esperança. Nesse cenário, os conceitos buscados assimilam, integram tanto um forte elemento de promessa em relação às possibilidades de realização, quanto um equivalente de desconfiança e decepção em relação às modalidades ainda existentes ou agonizantes, tudo apontando na direção do futuro, para a necessidade de novas formas de organização da vida social.


Situamo-nos no limiar dessas mutações, outrora inimagináveis: na área da saúde, podemos vislumbrar a possibilidade teórica e prática da erradicação da miséria, da eliminação das guerras, mas também, aporeticamente, da instrumentalização da base somática da personalidade humana, da destruição apocalíptica do planeta, da produção de armas capazes de escolher e destruir autonomamente seus próprios alvos. A crise da razão provoca a iminência de uma outra ferida narcísica da humanidade: o surgimento homo roboticus, que nos mostrará que não fomos mais do que o correspondente de um nó nas irradiações que constituem o universo. Se os autênticos frutos da razão – as ciências e as tecnologias – não se deixam mais interpretar satisfatoriamente como situadas no plano das ideias ou como simples meios, instrumentos que podem ser empregados ou não, de acordo com parâmetros de deliberação e controle racional, impostos pela vontade humana orientada por valores, isso ocorre porque a atualização do potencial tecnocientífico tornou-se condição de possibilidade de existência e desenvolvimento de nossas sociedades. Portanto, elas se tornaram forças produtivas determinantes dos caminhos pelos quais se decidem a vida e a morte dos seres humanos no planeta Terra, e não somente de seres humanos e suas futuras gerações. Em razão disso, é preciso não perder de vista que, na esfera de pensamento e ação em que se situam tais forças, entra em jogo também o imensurável espectro das paixões, desejos, interesses estratégicos e conflitos de várias ordens, o que torna muito difícil equacionar em termos de controle plenamente racional – ele mesmo técnico, ainda que seja na forma das tecnologias sócio-políticas – os rumos do desenvolvimento da tecnociência. Esse é um dos aspectos mais preocupantes do cenário em que se desenrola hoje o drama epocal da crise da razão. Não divisamos limites definidos para a dinâmica dos processos em cuja lógica autonomizada nos encontramos inseridos. Se, faz pouco tempo, a pergunta era sobre quem deveria controlar tais processos, ela, hoje, é sobre se eles ainda podem ser controlados.

[1] Nietzsche, F. NachgelasseneFragmente. In: SämtlicheWerke. Ed. G. Colli und M. Montinari. KritischeStudienausgabe (KSA). Berlin, New York, München: de Gruyter, DTB, 1980, Band 10, p. 239s. [2] Nietzsche, F. Genealogia da Moral, III, 13. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 110s. [3] Nietzsche, F. Genealogia da Moral.III, 9. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 102s. [4] Lebrun, G. O Poder da Ciência. In: Ensaios de Opinião, vol. 5 (2+3). Rio de Janeiro: Ed. Inúbia, 1977, p. 50. [5] Lebrun, G. O Poder da Ciência. In: Ensaios de Opinião, vol. 5 (2+3). Rio de Janeiro: Ed. Inúbia, 1977, p. 50.

[6] Dschuang, Dsi [Scuang-tzu]. Das wahreBuchvomsüdlichenBlütenland.Buch XIII, Kap. 11. ‘Der Ziehbrunnen’. Düsseldorf: iedrichs, 1972. Apud.Hösle, V. Philosophie der ÖkologischenKrise..München: Verlag C. H. Beck.1991, p. 11. [7] Granger, G-G.A Razão.2ª. Ed.Trad. de Lúcia Seixas Prado e Bento Prado Junior. São Paulo: Difel, 1969, p. 124. [8] Koselleck, R. Future Past. Tr. Keith Tribe. New York: Columbia University Press, 2004, p. 83s.

Oswaldo Giacoia Jr. é doutor em filosofia pela Universidade Livre de Berlim e professor da Unicamp. Escreveu os livros Os labirintos da alma, Nietzsche como psicólogo, Sonhos e pesadelos da razão esclarecida, além de ensaios para as coletâneas Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo, Mutações: a condição humana, Mutações: a experiência do pensamento, Mutações: elogio à preguiça, Mutações: o futuro não é mais o que era e Mutações: fontes passionais da violência.

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Em 27 de setembro de 1917, em Paris, morria um dos maiores pintores da história da arte. Um século sem a genialidade deste artista reforça a importância da arte, mostrando que a força e grandeza de cada obra resistem ao tempo. Hilaire-Germain-Edgar De Gas, ou simplesmente Edgar Degas, nasceu em 19 de julho de 1834, em Paris. De família rica, desde muito jovem demonstrou talento para as artes, gosto que foi incentivado por seus pais, grandes apreciadores de música e artes plásticas. Privilegiado por poder desfrutar do apoio familiar, em uma época em que a profissão de artista não era bem vista, abandonou a faculdade de Direito para se dedicar exclusivamente à arte. Discípulo do pintor Félix-Joseph Barrias e de Louis Lamothe, Degas fez viagens por toda Itália empenhando-se no estudo de artistas renascentistas, o que foi de grande influência em seu trabalho. Quando retornou a Paris conheceu Edouard Manet, que viria a ser seu grande amigo. Foi Manet que o apresentou ao círculo de artistas que, mais tarde, formaria o grupo dos impressionistas. Apesar de ser reconhecidamente um impressionista, seu estilo tinha influência da renascença italiana e do realismo francês. Desenvolveu um método meticuloso de trabalho em que inúmeros croquis e esboços eram feitos antes de cada tela, resultando pinturas quase fotográficas, com cenas que

domínio público

Edgar Degas: centenário de morte de um gênio capturavam momentos inesperados e únicos, impressões fugazes de uma despretensão estudada, associando técnicas tradicionais a temas de seu tempo. Personagens comuns, como bailarinas, cavalos, mulheres trabalhando ou em momentos de intimidade, eram seus preferidos. Sobre sua arte afirmava: “O que faço é resultado da reflexão e do estudo dos grandes mestres, não sei nada a respeito da inspiração”. Diferente da maioria dos impressionistas, Degas preferia trabalhar em seu estúdio, fazendo uso de iluminação artificial. Era com esse método que conseguia apurar os traços do desenho e criar suas magníficas pinturas. Referências: Edgar Degas: o fascínio pelo movimento. J Bras Patol Med Lab, Vol. 46, n. 5, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpml/ v46n5/01.pdf

Edgar Degas Dancer Taking a Bow (The Star) 1878 81 x 66 cm pastel e guache sobre tela


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Durante os meses de exibição das exposições de artes visuais o Sesc Paço da Liberdade oferece gratuitamente oficinas com os participantes. Com intuito de aproximar a comunidade artística do público visitante a temática das oficinas partem das poéticas dos artistas, com abordagem teórica e prática.

Serviço: Oficinas artísticas com artistas das

exposições do Paço

sábados das 14h às 16h Inscrições: (41) 3234-4200 ou sac.pacodaliberdade@sescpr.com.br. Local: Atelier Pedagógico - Sesc Paço da Liberdade Investimento: Gratuito


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Curso de Caligrafia e Lettering Ministrante: Vitória Stadnik Descrição: O curso tem como objetivo o desenvolvimento de habilidades técnicas de caligrafia, somado ao conhecimento teórico de tipografia e design para a partir destes, desenvolver layouts e composições visuais conhecidas como “Letterings”, “HandLettering” ou “Lettering Manual”. Programa:

1 - Introdução aos Conceitos Calígrafo-tipográficos; 2 - Caligrafia Clássica com Ponta Chanfrada; 3 - Caligrafia Clássica com Ponta Pena; 4 - Caligrafia Moderna com Brush Pen; 5 - Grid, Conceitos de Design e Alfabetos Complementares; 6 - Variações Tipográficas e o Lettering; 7 - Elementos de Composição e Montagem de Layouts; 8 - Composição Final Plano Carga horária: 20h. Início do curso: 18/02 a 15/04 das 10h às 12h30 - Sábados Investimento: Comerciários 78,00 | Não-comerciário: 150,00 Local: Sala de Aula Inscrições: Sesc Paço da Liberdade Praça Generoso Marques, 189 - Centro Informações: 41 | 3234-4200


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RODRIGO DULCIO DESLOCAMENTOS de 07 de março a 25 de maio 2017 | Espaço das Artes (...) se de um lado é risco, traçado, mediação para expressão de um plano a realizar, linguagem de uma técnica construtiva, de outro lado é desígnio, intenção, propósito, projeto humano no sentido de proposta do espírito. Um espírito que cria objetos novos e os introduz na vida real.

L: Gostaria que você falasse sobre seu envolvimento com a arte, sua formação e seu processo criativo. R: Meu envolvimento com a arte vem desde a infância, mais especificamente com a vontade de saber desenhar. Com seis ou sete anos tudo que eu queria na vida era me tornar desenhista, fui bastante influenciado por um tio que é arquiteto e sempre foi um grande desenhista, habilidoso em diversas áreas, o que me despertou interesse

primeiramente pela arquitetura, pois tinha contato com seus projetos, maquetes, enfim, aquilo me indicaria um caminho a ser trilhado. Nesses primeiros anos da minha infância tinha tamanha admiração pelo seu trabalho que sempre que me perguntavam o que eu queria ser quando fosse adulto prontamente respondia: quero ser arquiteto, embora não tivesse exatamente a compreensão do trabalho de um arquiteto. Acho importante descrever essa passagem da minha vida, pois isso viria a influenciar meu trabalho posteriormente. Em 1996 conheci o Atelier de escultura do Centro de Criatividade de Curitiba, onde permaneci durante três anos. Passava muitas vezes mais que oito horas dentro do atelier absorvendo todas as técnicas sob a orientação do Elvo Benito Damo, a quem devo todo meu


conhecimento das técnicas tradicionais de escultura antes de entrar na faculdade. Ali passei a ter contato com os artistas e seus trabalhos e meu rumo mudou. Posteriormente tive contato com as técnicas de gravura. Nesse mesmo período já havia decidido prestar o vestibular na Escola de Musica e Belas Artes do Paraná, ingressando no curso de escultura no ano de 1999. Logo no primeiro ano tive aula com Carina Weidle, grande artista e figura fundamental na minha formação acadêmica, levando meu interesse para outras áreas além da escultura. Fiquei muito impressionado quando em uma aula nos apresentou uma série de fotografias intitulada “galinhas olímpicas”, pois até entrar na faculdade ainda tinha uma vaga noção da arte e a arte contemporânea era um mistério a ser desvendado. A partir disso queria descobrir e estudar a fotografia, o que me levou, no segundo ano da faculdade, a frequentar as aulas de fotografia. Foi quando construí um laboratório de p/b no qual passei alguns anos insalubres fazendo diversos experimentos. Formei-me em 2003 e desde então passei a desenvolver um trabalho onde, a princípio, ainda buscava e experimentava diversas

técnicas. O projeto final [da graduação] foi uma exposição na sala Gilda Belczak, onde reuni toda sorte de objetos produzidos utilizando diversas técnicas, principalmente de gravura e fotografia, sobre mesas e prateleiras, criando uma grande instalação que mais parecia um laboratório, ali era o início da construção de um pensamento plástico e artístico que com o passar dos anos foi se desenvolvendo e afinando meus interesses na formatação do meu trabalho. Quando penso hoje no que seria meu processo criativo acredito que primeiramente parte de um olhar específico sobre diversas questões de interesse, o olhar para a arquitetura, o desenho, o espaço, a paisagem, o volume, o objeto, o deslocamento. Tinha como costume fazer longas caminhadas pela cidade quase um exercício diário desse olhar focando determinadas “partes”, seja da arquitetura ou da paisagem, fazendo pequenas anotações e esboços, muitas vezes apenas mentais, para posteriormente decodificar e corporificar um trabalho em arranjos “formais”. Também a ideia de apropriação de determinada coisa acredito fazer parte desse processo criativo, apropriação como recorte de um fragmento da urbe ou do espaço ou apropriação de objetos descartados, o que ele carrega, que tipo de informação ele contém... Enfim, acho que são aspectos importantes na minha forma de desenvolver um trabalho. Muitas vezes o trabalho surge primeiro em forma de projeto, esboço para construção de uma escultura, instalação ou objeto. Percebo nesses desenhosprojetos a vontade de se projetar para fora do papel, de existir no espaço, de se materializar além do pensamento gráfico depositado no papel, isso também é parte fundamental desse processo criativo. Desenhar no meu fazer artístico é como escrever, anotar, organizar, selecionar, determinar, designar, estabelecer, controlar, relacionar, questionar, filtrar, dialogar, projetar, ajustar, catalisar, percorrer, dimensionar, construir... L: Seu trabalho tem uma relação bastante forte com o desenho, apesar de não estar restrito a ele. Porém, tratando-se de desenhos de um escultor o vínculo com a escultura torna-se bastante evidente. É o que você disse, existe uma “vontade de se projetar para fora do papel, de existir no espaço (...)” que é clara em suas obras. Como você percebe essa relação?

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66 R: Gosto de pensar que de alguma forma as estruturas que eu desenho tem o peso da escultura e transpor isso para o papel quando projeto estruturas iniciais de um trabalho. Penso estar lidando com estruturas rígidas que sustentarão um peso posterior. Sempre tive uma representação muito gráfica no desenho, mas o que é indissociável do meu pensamento, na construção de qualquer trabalho, é a escultura. O primeiro contato que eu tive com arte foi através da escultura, tendo primeiramente uma compreensão do volume no espaço, o desenho foi uma coisa posterior, embora residisse em mim desde sempre a vontade de desenhar. O pensamento estrutural na escultura é como o esqueleto da forma e passei a empregar isso, acredito eu, no meu desenho. Com o passar dos anos e amadurecimento do trabalho passei a querer “revestir” essas estruturas iniciais

vazadas, como grandes armações que suportam o concreto armado, é aí que entra esse novo dado na constituição do trabalho, a cor... Passei a lidar com essas massas de cor tencionando o espaço e adicionando “peso” ao trabalho. Gosto de pensar que desloco grandes massas de chumbo, grandes planos de toneladas de peso. Gosto de pensar no peso da escultura como tradição, a monumentalidade do trabalho do Richard Serra sempre me impressionou. Pensava que de alguma forma queria adicionar tanto peso como de uma escultura dele em um desenho meu, de movimentar e reorganizar no espaço fragmentos das minhas anotações mentais da paisagem, da arquitetura, da própria escultura, seja no espaço ou no plano bidimensional. Daí a vontade de expandir esse desenho, de extrapolar o limite do papel, de alargar de alguma forma esse trânsito que existe no trabalho entre o desenho e a escultura, embora nessa fase mais recente


da minha produção tenha tido certo interesse pela pintura. Acho que nunca vou saber lidar com a cor como um “pintor”, talvez isso para o meu pensamento de escultor e desenhista seja irrelevante. O papel como suporte, para mim, é de suma importância, traz a meu ver a corporificação de um espaço denso e profundo que na tela eu não alcanço. Talvez um dia quem sabe...

desenho e a escultura e meu interesse pelo espaço, como o próprio olhar projetado sobre essas experiências que acrescenta diversos dados no processo de criação do trabalho.

L: Existe no seu trabalho uma referência constante à cidade, seja nas estruturas edificáveis dos desenhos ou no uso de materiais alternativos que você encontra na rua. É a relação entre desenho e escultura que promove essa associação ou vai além disso?

R: Sempre digo que mesmo estando dentro da cozinha não deixo de ser artista. A cozinha de um modo geral ou a cozinha do dia a dia não lida com questões estéticas, claro que o sabor tem que estar em primeiro plano, mas, em alta gastronomia a apresentação do prato é muito importante, nesse sentido acaba criando uma estreita relação com a arte. A montagem de um prato segue um rigor formal, lidando com cores, formas, diferentes texturas, equilíbrio de sabores. Nos últimos dez anos essas duas coisas caminham lado a lado na minha vida, da mesma forma que o desenho e a escultura.

R: Existe a relação com a própria cena urbana ou a paisagem e o espaço como meio de criação que por muitas vezes é o ponto de partida para construção do trabalho. As longas andanças pela cidade acabam se colocando como mais um elemento na formatação de um trabalho, então eu acabo catalisando isso tudo, por vezes apenas em registros mentais, apontamentos de caderno, fotografia ou pela simples apropriação de recortes e fragmentos da urbe. Já me questionei se seria possível apontar um determinado ponto na cidade e eleger ou classificar aquilo como obra de minha autoria, sem nenhum tipo de registro de fotografia ou outro meio, apenas pelo ato de apontar esse ponto de interesse específico? Acredito que nesse sentido eu acabo ampliando essas relações entre o

VISITA MEDIADA NAS EXPOSIÇÕES

L: - Além de artista você também é chefe de cozinha. Esses campos se complementam no seu trabalho como artista?

L: Qual é o papel da arte e do artista para você hoje em dia? R: Penso que o papel da arte no nosso tempo é questionar, provocar, dialogar, estabelecer novas conexões com o mundo em que vivemos, e o papel do artista e de alguma forma captar as coisas que estão em nosso entorno, decodificar e plasmar isso na forma de um trabalho de arte...

Todas sextas, das 15h às 16h inscrições no SAC da Unidade Grupos de no mínimo 5 pessoas

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educação patri monial 68


A Praça Generoso Marques A Praça Generoso Marques revitalizada em 2008, com 2060 m², bancos de pedras que diferenciam das outras praças, possui canteiros de flores, e uma escultura homenageando o Barão do Rio Branco. Passagem de tropeiros e mercadores que ali negociavam no antigo Mercado Municipal, localizado entre a Praça Generoso Marques e a Praça Borges de Macedo, o mercado serviu de tapume para a construção da primeira sede da Prefeitura de Curitiba, que ali permaneceu até 1969. Desde 1972 à 2002 abrigou o Museu Paranaense, em 2009 o Sesc Paço da Liberdade. O prédio tombado pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional) foi a primeira sede da Prefeitura Municipal de Curitiba, construída em 1916, reinaugurada no dia 29 de março de 2009, idealizada e construída pelo então prefeito na época Cândido de Abreu, tem quatro andares e possui 2.205 m² de área. Hoje é uma unidade do SESC, um centro cultural, Sesc Paço da Liberdade, possui várias salas como a biblioteca (com um enorme acervo de títulos, mais de 3 mil), um centro de informação digital,

um café cultural, estúdio de gravação, laboratório de artes eletrônicas, salas de aula, educação patrimonial, o primeiro elevador de Curitiba, cursos, cinema e uma sala de exposições. Podemos verificar que há grande número de imigrantes no seu entorno como sírio-libaneses, japoneses, chineses, alemães entre outros, que estiveram neste local há tempos, casas construídas desde 1879, antigos casarões de famílias tradicionais que construíram suas vidas e de seus familiares ao redor dessa praça. Hoje um ponto de encontro, pessoas sentam-se nos seis bancos de pedras em frente ao Paço como se estivessem em suas próprias casas para conversar, namorar, trabalhar, ou apenas para apreciar o prédio e a paisagem. Olhos de Antes Em vão, percorro a cidade Com meus olhos de antes. As ruas não são as mesmas... E são outros os passantes. Helena Kolody

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Educa ção Pa trimo nial 70

Imagem: Shigueu Murakami


O projeto Educação Patrimonial é desenvolvido com estudantes das redes estadual e municipal de educação, tendo como objeto de estudo o prédio do Sesc Paço da Liberdade e seu entorno. Estes espaços são explorados levando em consideração suas potencialidades e os variados conceitos de patrimônio. “Qual a importância do patrimônio para a sociedade?” Com esse questionamento inicial, educadores e educandos fazem uma profunda reflexão histórica e cultural cujo resultado é a construção de uma aprendizagem significativa que desperta o sentimento de corresponsabilidade pela preservação do patrimônio que nos cerca. Em quatro dias consecutivos de atividades, os estudantes tem oportunidade de: participar de monitorias nos espaços do prédio e seu entorno; assistir a aula teórica sobre patrimônio e processos de tombamento; orientação técnica para utilizar recursos fotográficos e registro de imagens; montar exposição com fotos as que vierem a produzir.

O atividades básicas do projeto se desenvolvem de terça a quinta-feira, no Sesc Paço da Liberdade, nos períodos da manhãe da tarde; após as aulas, a montagem da exposição é feita pela equipe do Sesc com colaboração e sob responsabilidade dos alunos a partir da sexta-feira, nas respectivas escolas que fazem parte do programa. Todo esse encaminhamento metodológico consolida uma aprendizagem significativa, que trabalha com os estudantes em uma perspectiva integral e contribui para o sentimento de pertencimento e para a construção da identidade sociocultural. Nos primeiros bimestre de 2016, a equipe de educação do Sesc Paço da Liberdade realizou a divulgação do projeto, dando preferência para escolas e colégios que não haviam participado das edições anteriores. O interesse das escolas superou as expectativas; o calendário dispõe de poucas turmas em aberto, apenas nos últimos meses do ano letivo. Escolas interessadas em participar do Projeto podem receber mais informações pelo e-mail pacodaliberdade@sescpr.com. br ou pelo telefone (41) 3234-4200.

MONITORIAS

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A atividade é realizada sob orientação de um profissional do Sesc Paço da Liberdade, na qual os visitantes são convidados a conhecer a história do prédio – único no Estado tombado nas instâncias, municipal, estadual e federal – os detalhes da arquitetura e a importância do prédio como patrimônio histórico artístico e cultural da cidade de Curitiba. Grupos interessados na monitoria podem realizar o agendamento por e-mail pacodaliberdade@sescpr. com.br ou pelo telefone (41) 3234-4200.

english tours In 2016 we are doing English guided tours through Paço da Liberdade, the historical heritage site, some Sundays of the month. The guided tours are free and you should apply at least one week in advance. The tours have been designed for groups of 10 people.

For more information and reservation please contact: 41 3234 4200 pacodaliberdade@sescpr.com.br


espaço digital 72

Internet livre Acesso livre à internet, com senhas de 1 hora para portadores do Cartão Cliente Sesc Atualizado. Menores de 12 anos: somente acompanhados dos pais. De 12 a 18 anos: somente com autorização escrita dos pais. Mais informações: 3234-4200 Participação gratuita Terça a sexta-feira: das 10h às 21h Sábados: das 10h às 18h Domingos e feriados: das 11h às 17h


Com ele você terá acesso a toda a programação do Sesc Paço da Liberdade com tarifas especiais.

CARTÃO CLIENTE SESC SEU PASSAPORTE PARA O SESC

Podem se matricular os empregados de empresas do comércio de bens, serviços e turismo, tais como lojas, bares, restaurantes, hotéis, hospitais e consultórios particulares, escolas e faculdades particulares, emissoras de rádio e televisão, jornais, postos de gasolina e supermercados, entre outros.

DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA

DEPENDENTES DE COMERCIÁRIO: Mediante apresentação de

COMERCIÁRIO EM ATIVIDADE: Carteira de Trabalho, último

documento de identidade ou outro que comprove o parentesco

contracheque, CPF, RG e comprovante de residência.

ou a condição (dependentes menores sem identidade e CPF,

MENOR APRENDIZ: Carteira de Trabalho com anotação, CPF, RG e

apresentação da certidão de nascimento). São considerados

comprovante de residência.

dependentes: Cônjuge ou companheiro (a), pais, tutores, madrasta

COMERCIÁRIO APOSENTADO E COMERCIÁRIO LICENCIADO:

ou padrasto, filhos, enteados e pessoas sob guarda ou sob tutela

Carteira de Trabalho com anotação, CPF, RG e comprovante de

judicial menores de 21 anos. Inválidos de qualquer idade: filhos,

residência.

enteados e pessoas sob guarda. Estudantes de nível superior até 24

COMERCIÁRIO DESEMPREGADO (há menos de 12 meses):

anos: filhos, enteados e pessoas sob guarda ou sob tutela judicial (se

Carteira de Trabalho, CPF, RG e comprovante de residência.

solteiros ou não exercendo atividade remunerada). Viúvo (a).

ESTAGIÁRIOS DO SESC, SENAC, FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO

CONVENIADO: Comprovante da vinculação funcional ou associativa

E EMPRESAS COMERCIAIS: Cópia do Termo de Compromisso

ao órgão/instituição conveniada ou contracheque.

de Estágio ou Carteira de Trabalho com anotação, CPF, RG e

NÃO COMERCIÁRIO: CPF, RG e comprovante de residência.

comprovante de residência. PROFISSIONAL LIBERAL COM CEI (cadastro específico do INSS):

INVESTIMENTO

Comprovante de inscrição no CEI, GFIP, GPS, CPF, RG e comprovante

COMERCIÁRIO, dependente, conveniado, empresário do comércio:

de residência.

gratuito

EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO:

NÃO COMERCIÁRIO: R$ 11,50 (individual), valor sujeito a alteração.

Contrato social, cartão atualizado do CNPJ, CPF, RG, GPS, GFIP e comprovante de residência.

MATRICULADO

VISITANTE

Comerciário

Trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes.

Adulto

Turista, pessoa em trânsito, pessoa não matriculada

Usuário

Usuário matriculado no Sesc e dependentes.

*Aposentado *Estudante *Professor da rede pública *Pessoa com deficiência

*Aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública de ensino com comprovante pagam meia entrada nas apresentações artísticas (não válido para cursos).

*Aposentado *Estudante *Professor da rede pública *Pessoa com deficiência *Doadores de sangue

*Aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública de ensino com comprovante, são usuário, mas pagam os valores relativos a comerciários nas apresentações artísticas (não válido para cursos)

*Doadores de sangue

Caro empresário, entre em contato e solicite uma visita. O Sesc vai até sua empresa confeccionar os cartões de seus funcionários. O telefone do nosso Serviço de Atendimento ao Cliente é (41) 3234-4200

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