S O I F A S E
D A JUVENTUDE D
O
tempo bate forte e contundente no peito daqueles que estão inquietos... É tempo de andarmos firmes e convictos unindo vozes ditas ou não ditas (na timidez do silêncio), juntando mãos, pés, olhares, frontes, sonhos, perspectivas e caminhos. A ausência de alguém pode Bansky causar fortes estrondos no amanhã que chega. É tempo mais do que nunca de e suas consequências para a saúde humana nós! e o meio ambiente, a urgência de viabilizar não somente experiências isoladas em É tempo de debater arduamente os de- agroecologia, mas a produção de alimentos safios da Juventude Sem Terra no mo- sadios. Além disso, a necessidade de uma mento histórico, apontar caminhos e educação de qualidade e de caráter libeviver experiências, combater, integrar, rador, uma educação de classe, elementos fortalecer, organizar a luta e a participa- que fazem parte da nossa campanha conção. Um momento propício para apro- tra o fechamento das escolas do campo. fundar discussões e temas pertinentes ao cotidiano da vida e sua íntima ligação à Não podemos ignorar também as artiluta mais ampla. manhas de uma cultura promovida e estimulada pelo sistema capitalista, com O momento de refletir sobre temas como uma fina intencionalidade de amortecitrabalho e renda, a auto-sustentação da mento de consciências, em contraposijuventude em áreas de assentamentos, a ção à urgente necessidade de construir cooperação, os impactos dos agrotóxicos uma cultura revolucionária e dar um novo
significado à nossa própria cultura raiz. Esses temas perpassam o debate da Juventude Sem Terra, que nas suas jornadas com um caráter de agitação, mobilização e organização busca instigar a discussão dos nossos desafios no MST, bem como realizar ações concretas para fortalecer a luta da Reforma Agrária Popular e de toda a classe trabalhadora.
E D U T N E JUV
É PRA LUTAR!
fazem parte do processo permanente de construção do nosso Movimento.
Reúnam a juventude de todos esses espaços e façam uma discussão sobre a situação e desafios da nossa juventude. Quais os principais problemas que a Juventude Sem Terra enfrenta? Como é possível enfrentá-los coletivamente? Como podemos nos organizar e fazer as lutas dos O presente jornal apresenta elemen- jovens acampados e assentados? tos sobre esses temas para estimular, alimentar e ajudar no debate nas escolas e Não podemos perder a hora nem as oportunos grupos de jovens dos assentamentos, nidades! É tempo de teimosamente avançar que tocam as tarefas na área da produ- de mãos dadas (como diria o poeta Carlos ção, da educação, da juventude, da cul- Drummond de Andrade) com punho erguitura, da comunicação e tantas outras que do e peito aberto à vida que se quer construir.
LEVANTA,
JUVENTUDE,
SEM TERRA
Mãos dadas Carlos Drummond de Andrade Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.
M
uita gente fala que nas áreas da Reforma Agrária não existe juventude, mas há pelo menos 500 mil jovens nos assentamentos e acampamentos do MST espalhados pelo Brasil. Muitos fazem parte de coletivos, setores, espaços de coordenação, núcleos de base. No entanto, a maioria não participa das atividades do nosso Movimento. Portanto, é um desafio fazer um grande debate para integrálos na nossa dinâmica de organização. Diante disso, as dúvidas se multiplicam. Como a juventude pode participar e construir os espaços da organização e das articulações com outros movimentos do campo e da cidade? Essa resposta está imersa num profundo diálogo com a juventude. Num diálogo que provoque a reflexão sobre questões cruciais como, por exemplo: o que os jovens esperam do MST? O que se espera dessa juventude? Quais seriam os temas mais importantes para a juventude neste momento? Quais os te-
podemos criar. Já existem muitas iniciativas interessantes. Podemos nos mobilizar por meio da música, do grafite, do esporte, de um grupo de teatro, nas roças coletivas, no lazer e no trabalho, em grupos de jovens, grupos de estudo, organizações de estudantes em nossas O Coletivo de Juventude do MST tem a escolas, que tem um grande potencial. tarefa de dar visibilidade sobre as questões Como podemos avançar nessas formas Um fantasma comum de aparecer, por que envolvem os jovens, organizá-los nos organizativas? exemplo, é a questão do êxodo rural. A saída assentamentos e acampamentos e prodo assentamento em busca de renda, esco- mover atividades políticas, econômicas e Ser militante para a nossa juventude é las, arte, acaba sendo uma solução imediata, culturais. Essa discussão ganhou força nos justamente criar perspectivas, um sene também individual. É uma mudança da encontros realizados na Unicamp de 2000 tido para a vida. É fazer parte de um vida pessoal sem que a realidade seja trans- a 2002, com a participação de muitos jo- Movimento que luta para melhorar as condições da população do campo, por formada. E ao mesmo tempo em que isso vens militantes Sem Terra. um país diferente, que combate a desiacontece, as discussões que temos acumulado mostram que a juventude quer ficar no Em 2005, na Marcha Nacional pela Re- gualdade, o pensamento único, o indivicampo, quer participar e propor mudanças. forma Agrária, cerca de 60% de partici- dualismo e o egoísmo. É pela luta, pela pantes eram jovens, o que intensificou o organização, pelas práticas coletivas, Participar do MST é a possibilidade de en- debate. Outro marco na trajetória desse cultivando valores de companheirismo e contrar um espaço coletivo onde se possa coletivo é o Seminário de Juventude da solidariedade, que muitos dos problemas falar e ser ouvido sobre as demandas e ex- Coordenação dos Movimentos Sociais que vivenciamos podem ser resolvidos, pectativas que se tem dentro dos acampa- em 2006, bem como os Seminários da Via que a vida pode ser reconstruída, e que mentos e assentamentos. É colocar para o Campesina realizados no mesmo período, nossas áreas de assentamentos podem conjunto dos espaços da Reforma Agrária onde se fortaleceram debates importantes. ser fortalecidas e refeitas com a dignidao desejo dos jovens de lutar pela conquista de São diversas as formas de organização que de que merecemos. mas fundamentais quando se trata de pensar em um novo país? Alguns desses temas com certeza perpassam pela discussão de trabalho e renda, de educação, cultura, da própria sexualidade, gravidez inesperada e aborto. É hora de fazermos o debate sobre essas questões!
direitos, atuando como sujeitos ativos e transformadores da própria realidade, não permitindo que outros falem em seu lugar. Nessa perspectiva, a juventude pode fazer com que o Movimento avance na luta por uma vida melhor, uma vida mais completa e intensa.
A gente quer
A
realidade em que vivemos no campo brasileiro nos faz refletir sobre como podemos superar tantas dificuldades para continuar vivendo em um lugar em que milhares de crianças, jovens e adultos têm seus direitos fundamentais negados pelo Estado. Sem terra, trabalho, renda, uma boa casa, posto de saúde e educação básica...
mero pequeno de educandos. Por isso, não compensa financeiramente para o Estado. Só que um dos principais problemas para a baixa qualidade das escolas das cidades é o excesso de alunos. Estar nas aulas mas não ter atenção necessária do professor e não aprender é um problema tão grande quanto estar fora da escola. Nós temos que nos adaptar ou o Estado deve garantir os nossos direitos? Nesse sentido, nossa pergunta poderia ser: se a educação é um direito garantido em lei, por que uma escola não pode ter poucos educandos? Por que a nucleação não pode estar no próprio campo?
Não é desistindo de viver no campo que se resolve essas questões, uma vez que os centros urbanos não são uma solução para os problemas. Muito pelo contrário: o crescimento da população das cidades tem como consequência falta de emprego, de educação com qualidade, Por que precisamos sair do campo quansaúde, moradia e alimentação. Por isso, do queremos ir para a universidade? vemos na TV tantos casos de violência...
Educação é um bem da humanidade!
O MST, a partir da luta pela Reforma Agrária, tem demonstrado o potencial de organização quando aliamos a defesa dos direitos fundamentais a um projeto popular dos trabalhadores. Em toda a nossa trajetória de luta, somente quando nos organizamos conseguimos romper a cerca dos latifúndios que impedem o acesso às políticas públicas ao povo do campo. Assim é em relação à Reforma Agrária, assim é em relação à educação.
Menos escolas, menos estudantes... No meio rural, em 2002, existiam 107.432 escolas. Já em 2009, reduziu para 83.036. Foram fechadas 24.396 escolas, sendo 22.179 municipais. O número de matrículas no meio rural, nos referidos anos, reduziu de 7.916.365 para 6.680.375 educandos. Um número de 1.235.990 de jovens estão sem escola ou foram obrigados a estudar na cidade.
No conjunto das ações que o Movimento desenvolve, a luta pela educação é uma das prioridades. Nesse sentido, o acesso à escola pública para as crianças, jovens e adultos é a principal bandeira de luta. Por que a escola tem que ser pública? Defendemos que educação é uma construção da humanidade, que não se vende nem se compra. Um elemento importante para essa discussão é o tema do transporte escolar. Por que a escola não pode estar no campo? Uma escola do campo pode corresponder à realidade dos jovens que vivem nas áreas rurais. Além disso, os educandos teriam mais tempo para estudar, em vez de aguardar passar o ônibus e perder muito tempo no trajeto de ida e volta. Não podemos cair no debate imposto aos jovens dos assentamentos de defender ou não o transporte escolar que leva os educandos para uma escola fora do campo. O debate é outro.
A
pesar de quas cultura, este é vez que cultur produzir a nossa existê era mais fácil de ver, muito ligadas ao cultiv modificando, e hoje, n consumidores e meros vés da televisão, dos gr milionários - seja da no
Guerrilla Comunicacional
estudar
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A cultura e a arte virar se dominante as usa pa jos e principalmente p coletiva. Querem nos eles pregam, como priedade privada, sos. Já repararam q temos tempo livre, ac do filmes americanos que falam de mulhere passam nas rádios, me
Um povo sem educação não tem elementos para compreender a realidade em que vive. Com isso, “serve” apenas para integrar um contingente de pessoas com pouca qualificação. Já aqueles que têm acesso a uma educação restrita ao trabalho reforça a massa de capital humano qualificado ao mercado.
A LUTA PELA
No campo, o projeto capitalista se sustenta nas grandes extensões de terra nas mãos de poucas empresas, que tem o controle da produção. É isso que chamamos de agronegócio. Esse modelo não precisa de escolas nem de políticas públicas, pois nesse projeto não existem comunidades ou assentamentos. Não tem a necessidade de povo. No máximo, gente para trabalhar.
Como os jovens ficam nessa situação? O que temos feito para enfrentar essas questões?
Participe da luta do MST por educação Viver no campo já é uma forma de resistir e de lutar, mas principalmente romper o silêncio. O desafio é denunciar a situação e enfrentar a partir da organização e luta. Com isso, podemos obter conquistas de políticas públicas capazes de legitimar o campo como espaço de vida, de cultura, de lazer, de educação, de profissionalização e produção.
Só que o modelo capitalista de educação defende o conceito de “capital humano”, que faz dos seres humanos apenas mão de obra, força de trabalho a serviço dos interesses dos capitalisIsso acontece porque o Estado alega, para tas. Os jovens são o alvo principal desfechar as escolas no campo, que há um nú- se sistema e seu modelo de educação.
Jovens e estudantes nas lutas populares Em 1880 é criada a Sociedade Brasileira contra a Escravidão,
com a participação de políticos importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio. Este foi o primeiro movimento político nacional que contou com significativa participação dos estudantes organizados, entre eles Castro Alves e Rui Barbosa.
No início do século 20, na Argentina, surgiu um movimen-
to de crítica à educação oferecida. Conhecido como “A Reforma de Córdoba de 1918”, que colocou na pauta de toda América Latina a ideia de superação dos modelos educacionais coloniais das universidades .
Após a Reforma de Córdoba, outros países iniciaram pro-
cessos semelhantes, como o Chile, Uruguai e Peru. Foi aprofundada a ideia de Universidade Popular no Peru, que deveria manter vínculos com a classe trabalhadora e defender a autonomia, a extensão universitária, bolsas para estudantes pobres, a participação paritária nos órgãos universitários, a realização de concursos e a livre docência. Fundada pela federação dos estudantes, mais tarde
Conheça as linhas gerais da luta do Movimento pela Educação do Campo Lutar para acabar com o analfabetismo nos acampamentos/assentamentos Universalizar o acesso à escolarização das crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, ampliando a rede de escolas públicas em todos os assentamentos
territórios camponeses. Campanha Nacional contra o fechamento e pela construção de Escolas do Campo.Tendo em vista o grande número de fechamentos de escolas principalmente no campo, tomamos a decisão de desenvolver, em nível nacional, uma ampla campanha
Realizar jornada de lutas na esfera municipal, estadual e regional, para garantir o acesso à escola pública
Que as escolas do campo devem ser no campo e que tenham todos os níveis e as modalidades de ensino
Garantir o acesso às versidades e lutar para tenha cada vez mais versidades construídas
Que as escolas sejam construídas com bibliotecas, áreas de esporte, cultura, lazer e informática
a universidade recebeu a contribuição docente do revolucionário peruano José Carlos Mariátegui.
Em 1947, as lutas por questões de soberania nacional envolveram os estudantes brasileiros, como na campanha “O petróleo é nosso!”.
No ano de 1964, com o golpe militar brasileiro, a União Na-
cional dos Estudantes (UNE) é incendiada e, com a lei Suplicy de Lacerda, colocada na ilegalidade. Os estudantes responderam com coesão em inúmeras manifestações. Uma delas foi a greve que paralisou a USP em 1965, com mais de 7.000 estudantes. Em 1966, a UNE demarca oposição aos acordos estabelecidos na educação entre o Brasil e os EUA, o MEC-Usaid.
O ano de 1968 semeou o mundo de ideias e lutas libertárias.
Trabalhadores e estudantes franceses se uniram em inúmeras ocupações e greves. O fenômeno deu luzes ao mundo em repercussões artísticas, anti-imperialistas, feministas. No Brasil,
unique uniem
em repressão, ocorrera o desmantelamento da UNE durante seu 30º Congresso em Ibiúna, realizado clandestinamente. Cerca de 1.000 estudantes foram surpreendidos pelas forças militares e detidos.
No dia 28 de março de 1968, o estudante Edson Luís foi assassinado durante uma manifestação contra o fechamento do restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro. O Brasil assistiu cerca de 50 mil pessoas acompanhando o cortejo fúnebre em grande revolta. No dia 26 de junho de 1968, os estudantes voltaram a protagonizar o que seria o maior ato popular contra a ditadura, a passeata dos 100 mil. No começo dos anos 1980,
o Brasil vive um momento de esperança, com o esperado esgotamento da ditadura militar. Em 1979, no Centro de Convenções da Bahia, o Movimento Estudantil marca o momento com a Reconstrução da UNE, no histórico 31º Congresso da entidade.
A luta pela t É feita com com Estamos nesta Sem pensar em d O inimigo não d Mas somos a m É assim que a gen Sorrir com al Pra na mesa te Primeiro temos q Mas se não temo Como iremos a A luta pela t É em toda Améri Só assim o povo Sair dessa r Tem terra impr Abandonada Tem criança ma Que nem tem aon Às vezes imag Porque tanta d Coração fica pe Vendo tanta de Noventa milhões Não podem ser co Só a gente se in Em mudar o que e Índio Marçal G Morto em defesa Libertador dos neg Esta luta não se Margarida Alves e C Barbaramente ass Para sempre em no E no coração estão Dom Oscar Ro Vitima de um m Foi um fato ver Feito sem pie Dezessete de Homenageia os la O futuro do B Nas mãos dos trab
Poesias da Composição G Assentado no Assentament Grosso do Sul, município de Militante do Coletivo de C fundadores do grupo de t Brigada de Cultura Fil
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LTURA É MAIS QUE ANIMAÇÃO!
se todos os dias ouvirmos falar de um tema bastante complexo, uma ra é tudo aquilo que fazemos para ência. Antigamente, no campo, isso porque a cultura e a arte estavam vo da terra. Mas as coisas foram se na maioria das vezes, somos apenas espectadores, seja da cultura - atrarandes shows, dos jogos de futebol ossa própria comida, roupas etc.
ram mais uma mercadoria, e a clasara manipular nossos sonhos, desepara dificultar a nossa organização fazer acreditar que os “valores” que o o individualismo, o culto à proo consumismo, devem ser os nosque na maioria das vezes, quando cabamos ficando em casa assistins na Globo, ou escutando músicas es bandidas e homens traídos, que esmo as do assentamento?
Não é questão de talento
Eles dizem que só passam isso porque os jovens gostam. Mas vendo bem, achamos que só gostamos desse tipo de música, filmes, programas etc., porque não conhecemos outros... Nos fizeram acreditar que esse é o único tipo de “arte” a que podemos ter acesso, e que a arte “culta” é chata, que só os ricos gostam e podem ter. Quando temos oportunidade e começamos a estudar sobre as diferentes linguagens artísticas, percebemos que também podemos produzir música, teatro, painéis, poemas, cinema e que podemos fazê-lo com o nosso ponto de vista, de jovens, do campo, que lutam pela construção de uma nova sociedade. Assim, como todos podem cultivar a terra, produzir alimentos, todos podem produzir arte, desde que queiram e se empenhem para isso. Não existe um talento natural ou
dom, o que precisamos ter é a possibilidade de conhecer, estudar e ter os meios para produzir essa arte, que podem ser um violão, uma filmadora ou um rádio. Por isso, devemos nos organizar e lutar para que nossas escolas sejam grandes centros culturais e esportivos, onde a arte e o esporte não sejam apenas usados para passar o tempo ou nos animar, ou ainda para “ajudar” o professor a explicar algum fenômeno, por exemplo, com um “teatrinho”. A arte e a cultura devem ser também um meio de aprendermos, muitas vezes mais interessante que apenas o professor falando, e que nos faça pensar e nos desafie a fazer novas coisas.
Fica aqui o desafio, vamos nos organizar e montar brigadas culturais em cada escola de assentamento e acampamento e juntos produzirmos uma cultura que seja nossa, que contribua para termos uma vida meAlém disso, o trabalho com a cultura e a arte lhor e nos fazer melhores seres humanos.
QUEREMOS INTERNET!
TERRA
terra mpetência a espera desistência dá trégua maioria nte espera legria er o pão que plantar os o chão agüentar terra ica Latina o espera ruína rodutiva por aí al vestida nde dormir ginamos diferença equenino esavença de pobres omandados ncomoda esta errado Guarani a da terra gros Zumbi e encerra Chico Mendes sassinados ossas mentes o guardados omero massacre rdadeiro edade e Abril avradores Brasil balhadores
VAMOS À LUTA! A luta pela democratização da comunicação é uma das frentes de batalhas do MST. Dentro dessa luta, se insere a necessidade de democratizar o acesso à internet, que é mais do que ter espaços com computadores em nossos assentamentos. Por isso, se faz necessário nos somarmos aos movimentos da cidade em defesa do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Esse plano pretende garantir a universalização do direito à internet de alta velocidade para toda a sociedade. Fruto da pressão social, o governo Lula anunciou investimentos com a meta de atingir 40 milhões de casas conectadas com banda larga até 2014. A implantação da banda larga, pública, gratuita e de qualidade, pode permitir o desenvolvimento de uma política de inclusão digital nos assentamentos da Reforma Agrária, permitindo que os sujeitos do campo, historicamente excluídos do acesso à tecnologia de informação, possam utilizar esta ferramenta como forma de intercâmbio, capacitação e educação.
Garganta de ouro, to 17 de Abril, Mato e Nova Andradina. Cultura e um dos teatro Utopia e da lhos da Terra.
Hasta siempre comandante Che Guevara
Bm C# dimos a quererte Bm C# la histórica altura Bm C# el sol de tu bravura Bm C# o un cerco a la muerte.
Bm C# e queda la clara,
na escola pode ser um meio de troca com a comunidade e com a juventude da cidade, pois podemos realizar apresentações de teatro, dança, oficinas e seminários. Que tal recebermos grupos culturais da cidade em nossas escolas e depois retribuirmos com uma visita às escolas deles mostrando nossa arte do campo? Ou aprendermos uma arte que nasceu na cidade, como o grafite, para pintarmos nossas escolas? E organizarmos sessões de cinema com debate para toda a comunidade?
F#m Bm C# la entrañable transparencia, F#m E de tu querida presencia Bm C# Comandante Che Guevara. Tu mano gloriosa y fuerte sobre la historia dispara cuando todo Santa Clara se despierta para verte.
Aquí se queda la clara, la entrañable transparencia, de tu querida presencia Comandante Che Guevara.
Aquí se queda la clara, la entrañable transparencia, de tu querida presencia Comandante Che Guevara.
Aquí se queda la clara, la entrañable transparencia, de tu querida presencia Comandante Che Guevara.
Vienes quemando la brisa con soles de primavera para plantar la bandera con la luz de tu sonrisa.
Tu amor revolucionario te conduce a nueva empresa donde esperan la firmeza de tu brazo libertario.
Seguiremos adelante como junto a ti seguimos y con Fidel te decimos: hasta siempre Comandante.
Em 1984 os estudantes mobilizam, junto com os milhares de trabalhadores brasileiros, as lutas pelas “Diretas Já!”
Em 2005, a juventude francesa demonstrou, nas ruas, radica-
Em 1992 foi aprovada, no Congresso da UNE, a luta pelo im-
lidade contra a precariedade a que estava submetida. No ano seguinte, derrotaram o plano do presidente Nicolas Sarkozy. A Lei do Contrato Primeiro Emprego permitia flexibilizar as condições de trabalho e previa demissões sem indenizações após dois anos de trabalho.
O ano de 1999 foi marcado pelas lutas antineoliberais, em
Um movimento de ocupações de reitorias se levanta em 2007, principalmente nas universidades públicas brasileiras. Entre as pautas, estava a retirada do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
peachment do presidente Fernando Collor de Mello. Na campanha “Fora Collor”, os estudantes “caras pintadas” marcaram a década com a derrubada do presidente.
que jovens de diversos países se reuniram em Seatle (EUA) contra a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC). As atividades se repetiram em outros países com estudantes, ambientalistas, religiosos progressistas e militantes de esquerda. Em Salvador (BA), uma onda de protestos tornaram 2003 o ano da “revolta do buzu”, paralisando as ruas da cidade por diversos dias, com inúmeros confrontos policiais. Os protestos contra os aumentos nas tarifas dos transportes públicos levaram à criação do Movimento Passe Livre (MPL), em Florianópolis.
O início de 2011
foi agitado novamente pelos protestos contra os aumentos das passagens no transporte público das capitais brasileiras. Em São Paulo, aconteceram sucessivos atos e confrontos com a polícia. No mundo, revoltas de grandes proporções agitam o povo árabe, como na Tunísia e no Egito. Nestes países os estudantes foram os grandes catalisadores das revoltas populares.
Possibilita a nossa própria produção de conteúdos, a troca de experiências produtivas e organizativas com outros assentados em todo o país, a ampliação da nossa visão de mundo e a capacidade de nos colocar mais próximos das lutas dos outros movimentos sociais no Brasil e no mundo. Esse é mais um dos latifúndios que temos que ocupar com a nossa luta, que vai ser bastante dura, porque as grandes empresas de telefonia são contra esse plano. Não aceitam que o acesso à internet tenha caráter público, pois querem vendê-lo como mercadoria. Precisamos nos organizar e lutar para pressionar o governo para que enfrente essas empresas, implemente o plano e garanta a banda larga no meio rural.
a gente não quer só comida
a gente quer comida
livre de veneno!
A
população não quer comer alimentos contaminados com agrotóxicos. Existe uma demanda da sociedade por alimentos saudáveis, sem venenos que possam causar doenças, como câncer e problemas hormonais, neurológicos e reprodutivos. No entanto, os alimentos orgânicos ainda são muito caros. O modelo agrícola dominante no Brasil, o agronegócio, tem como um dos seus pilares a utilização excessiva dessas substâncias químicas. As plantações em latifúndios de monocultivos em larga escala para exportação necessita de uma tecnologia que expulsa as famílias da produção e dos venenos. Nesse quadro, quem pode produzir alimentos saudáveis sem agrotóxicos? A pequena agricultura e a Reforma Agrária. Não é porque os pequenos agricultores ou os assentados sejam bons e os latifundiários ruins. Mas, pelo fato de que a natureza da produção agrícola em pequena propriedades cria condições para produzir de um jeito diferente do agronegócio.
agroecologia. As políticas públicas para a agricultura e a tecnologia desenvolvida nos centros de pesquisa das universidades priorizam o agronegócio, que tem poder econômico e político para impor sua hegemonia sobre esses espaços. O Movimento conseguiu, em toda sua história com as lutas, questionar o latifúndio e cobrar a democratização da terra, a Reforma Agrária. Com a expansão do agronegócio, a luta ficou mais difícil, complexa e ampla. Agora, as nossas lutas não questionam somente o latifúndio, mas o modo de produção do agronegócio. E a conquista da terra não é mais suficiente para enfraquecer o latifúndio, que só será derrotado com a construção de um novo modelo agrícola. Isso significa enfrentar e derrotar o agronegócio, que subordina o uso das terras e dos recursos naturais brasileiros às necessidades das transnacionais da agricultura, como a Bunge, Monsanto, Cargill, Stora Enzo, Syngenta e ADM, e à especulação no mercado financeiro internacional.
da produção no meio rural. Dessa forma, poderemos produzir alimentos saudáveis para o povo brasileiro, ocupando um espaço vago pelo agronegócio, que produz com agrotóxicos e para exportação. Para isso, precisamos lutar para que o Estado use todos os instrumentos de política agrícola, como garantia de preços, crédito, fomento à transição e consolidação da produção agroecológica, seguro, assistência técnica, armazenagem para o cumprimento desse programa de Reforma Agrária. Deve garantir ainda a compra de alimentos dos camponeses e da Reforma Agrária para a redistribuição a todo o país.
É necessário fortalecer e reestruturar o Nós temos uma proposta Incra e a Companhia Nacional da Abastecimento (Conab) como instrumenDaí ganha a importância o nosso programa tos para a implementação desta política Cabe à pequena agricultura aproveitar agrário, a nossa proposta de Reforma Agráagrícola. Criar um instituto público vinou não esse diferencial. Até agora, as ria Popular, que tem como objetivos gerais culado ao programa de Reforma Agrádificuldades para aproveitar têm sido eliminar a pobreza no meio rural, combater ria, com a função de garantir a assistêngrandes – tanto por falta de políticas, a desigualdade social e a degradação da nacia técnica pública e gratuita, além de como de consciência. Para enfrentar tureza, que tem suas raízes na estrutura da capacitação, em coordenação com ouesse desafio, é preciso lutar. Lutar para propriedade e de produção do campo. tros organismos públicos de pesquisa. que o governo federal, as secretarias de agricultura dos Estados e dos muni- A Reforma Agrária representa uma nova cípios e o Incra implementem políti- organização da propriedade fundiária, mas Você participou de algum debate sobre o cas para viabilizar economicamente a temos também que mudar a organização Programa Agrário do MST?
JUVENTUDE
do campo: Trabalho e Renda
O que precisamos para produzir alimentos sem usar agrotóxicos? O que podemos fazer para cobrar medidas para o desenvolvimento da pequena agricultura? Que horizonte o jovem tem ao trabalhar para o agronegócio e deixar o o assentamento em segundo plano? Como podemos construir agroindústrias que dêem oportunidades para os jovens?
H
á uma invisibilidade das questões juvenis no campo, por conta de uma única maneira de se pensar a realidade a partir do olhar dos centros urbanos para o meio rural, sem levar em consideração a diversidade do campo. Essa luta ideológica contribui para que a juventude se disperse e saia para os centros urbanos em busca de melhores condições para a manutenção e a reprodução de sua existência, convencidos pela falsa contradição de que “é bom viver na cidade e ruim viver no campo”.
As oportunidades com as agroindústrias
Um jovem sem condições de acesso à terra e alternativas de produção fica exposto à imposição de trabalho do agronegócio. Isso quer dizer trabalho intenso e sem garantia de direitos. Sem contar o desemprego e tantas outras mazelas no campo, como o trabalho escravo e o trabalho infantil. Ainda por cima, a alta rotatividade nos locais de trabalho entre os jovens acaba por dificultar sua organização e, sem muitas garantias e certezas, surgem as condições A juventude trabalhadora enfrenta di- para que migrem de um lugar para outro. versos problemas, ainda mais quando o assunto é a falta de políticas públicas. A Nessa perspectiva, temos que refletir sobre criação de condições de trabalho e renda esse novo período histórico que estamos para o jovem do campo é um tema ur- passando no desenvolvimento de nosgente. Assim, já que a juventude forma sos assentamentos, principalmente com o a maioria da força de trabalho brasileira, avanço do modelo de produção do capital cabe nos perguntar: qual será nosso futu- sobre a agricultura. Esse modelo é baseado, ro em relação ao trabalho e às suas for- sobretudo, na individualização dos créditos e na própria forma de produção, atrelado à mas de se organizar? ausência de políticas públicas que ajudem Num contexto em que há hoje 500 mil a estruturar a agricultura camponesa e a jovens na base assentada e acampada, cooperação agrícola. os movimentos sociais se tornam uma alternativa. Em primeiro lugar, para A juventude tem um papel importante para resolver as demandas imediatas. Em debater um novo projeto para o campo, onde segundo lugar, por possibilitar uma me- os jovens sejam a principal força a ser atendilhora também no que se refere à forma- da, em vista de um desenvolvimento socioculção - política e profissional - já que a luta tural, que leve em consideração cultura, espornão é só pela terra, mas pelo conjunto de te, comunicação e lazer para todos os públicos, políticas públicas que tornam o campo e que ainda esteja voltado a criar renda nos assentamentos. um lugar mais digno para se viver.
Uma das lutas a ser travada é pela implementação, maior planejamento e investimentos nas agroindústrias dos assentamentos. Dessa forma, será possível abrir mais postos de trabalho, gerar renda na pequena agricultura. Ou seja, criar e diversificar as oportunidades para juventude que reside nos assentamentos trabalhar em diversas áreas e gerar renda para a família.
Questão de identidade Muitas pessoas tendem a pensar que uma educação para a área rural seria simplesmente formar técnicos agrícolas para ter agricultores mais eficientes no aspecto produtivo. A realidade do campo, que demanda a construção de agroindústrias, exige profissionais preparados em outras áreas como saúde, educadores, direito, economia, engenharia e arquitetura, cultura e comunicação. Além disso, requer também uma educação humanística que situe o morador rural dentro do que se convencionou chamar de modernidade. Um elemento importante é a própria valorização do “ser do campo”, pela auto-estima daqueles que vivem no campo. E também pelo acesso e uso fruto dos saberes desenvolvidos pela humanidade em favor de uma vida digna no campo. E é dessa maneira que precisamos avançar nas políticas públicas, para que a juventude seja protagonista e ajude no processo de renda das famílias. Que contribua na teoria e prática das experiências de educação e escolarização em nossos assentamentos.
Entre na campanha contra os agrotóxicos! O município de Lucas do Rio Verde, com 45 mil habitantes na região central de Mato Grosso, é destaque na produção de soja. Para produzir em larga escala, o agronegócio utiliza uma grande quantidade de venenos... Os maiores prejudicados são os trabalhadores rurais, que trabalham na aplicação desses produtos químicos, e as comunidades vizinhas, que sofrem com a contaminação das chuvas e do ar, especialmente com a pulverização aérea. As consequências já apareceram... O leite materno de mulheres de está contaminado por agrotóxicos, revelou uma pesquisa da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso). Foram coletadas amostras de leite de 62 mulheres em 2010. A presença de agrotóxicos foi detectada em todas. Em algumas delas havia até seis tipos diferentes de substâncias tóxicas! Esse quadro está de alastrando para todo o país. O Brasil é o primeiro colocado no ranking mundial do consumo de agrotóxicos. Mais de um milhão de toneladas de venenos foram jogados nas lavouras em 2010, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola. Com a aplicação exagerada de produtos químicos nas lavouras do país, o uso de agrotóxicos está deixando de ser uma questão relacionada especificamente à produção agrícola e se transforma em um problema de saúde pública e preservação da natureza. Diante dessa triste realidade mais de 30 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais, entidades ambientalistas, estudantes, organizações ligadas a área da saúde e grupos de pesquisadores lançaram a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. A Campanha pretende abrir um debate com a população sobre a falta de fiscalização no uso, consumo e venda de agrotóxicos, a contaminação dos solos e das águas.
Para avançar nesse sentido, a organização espacial dos assentamentos representa um desafio. A dispersão das famílias em lotes individuais – o chamado “quadrado burro” – só traz menores perspectivas de desenvolvimento da produção, contribuindo, inclusive, no isolamento social das pessoas que ali (con)vivem.
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