Estar com você em todos os momentos da sua vida. Foi com essa ideia que a Pague Menos começou sua trajetória de sucesso. Um caminho trilhado de um jeito tipicamente brasileiro, com garra, determinação e, acima de tudo, paixão. Temos orgulho de ser a única Rede de Farmácias que conquistou todas as distâncias, que conheceu todos os sotaques e os costumes e que pode dizer de peito aberto que tem a cara do Brasil. Foi assim que construímos uma relação de amizade e respeito com cada brasileiro, que faz o coração da gente bater mais forte a cada vez que pensamos no nosso povo. É por isso que, mais do que levar preço baixo e o melhor atendimento em mais de 530 lojas por todo o Brasil, levamos também saúde, solidariedade e qualidade de vida através de projetos grandiosos que beneficiaram milhares de pessoas. Ações que já viraram parte da vida dos brasileiros como o Circuito de Corridas, eleito um dos melhores do país, e o Encontro de Mulheres, que mostra a superação da mulher brasileira no maior evento feminino do Brasil, além do Sempre Bem e dos diversos concursos realizados todos os anos.
Hoje, depois de mais de 30 anos de dedicação, temos a alegria de dizer que o brasileiro já se acostumou em ter uma Pague Menos sempre presente no seu dia a dia. Essa é a mais pura prova de que, no nosso peito, bate uma paixão com as cores do nosso Brasil e com a força do brasileiro.
Foi nos inesquecíveis versos de “Adeus à pátria”, do grande poeta romântico Gonçalves de Magalhães, que percebi o quanto amo meu país e o orgulho que sinto em ser filho desta terra chamada Brasil. Uma emoção desmedida que divido com todos os milhares de talentosos escritores que mostraram, em verso, rima e paixão, a garra e a força do nosso povo. O esforço e a dedicação de cada um para fazer parte desta coletânea são a prova de que quando o brasileiro acredita, tudo pode. E é uma honra para a Pague Menos poder proporcionar esse momento único na vida de todos, fazendo de cada estrofe uma celebração da mais pura brasilidade. Aos vencedores, deixo os meus aplausos e admiração por descreverem com tamanha maestria o que é de fato fazer parte desta Brava Gente Brasileira. E você, amigo leitor, que está com este livro em suas mãos, abra o seu coração e deixe essa paixão verde e amarela pulsar forte em suas veias. Tenho certeza de que, assim como as imortais palavras de Gonçalves de Magalhães despertaram todo o amor que tenho pelo nosso país, os versos que você encontrará nas próximas páginas também vão despertar o seu. Para todos, eu deixo um forte abraço.
Ao observar o sucesso desta 2ª edição do Concurso Literário Pague Menos, encho-me de orgulho em fazer parte de uma iniciativa tão nobre. É com o mais puro sentimento de dever cumprido que agradeço a todos os envolvidos e, em especial, aos nossos clientes e parceiros por mais uma vez acreditarem nas nossas ações. Desde a nossa primeira loja, ainda no Bairro Ellery, em Fortaleza, a Pague Menos buscou estar sempre presente no dia a dia dos brasileiros. O tema Brava Gente Brasileira veio para coroar esta grande celebração de brasilidade que estamos fazendo a mais de 30 anos. Poder contribuir com o desenvolvimento da literatura brasileira é um privilégio que emociona a todos nós, pois acreditamos que mais do que propagar a nossa cultura, estamos contribuindo para um futuro melhor. Parabéns aos milhares de talentosos escritores participantes. Todos da Rede de Farmácias Pague Menos torcemos pelo sucesso de cada um. E, claro, deixo o meu muito obrigado a você, amigo leitor, por nos incentivar a promover talentos por todo o Brasil. Boa leitura e um abraço a todos.
Comissão de Seleção
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Seleção Técnica
Maíra Ortins – Formada em Letras pela Universidade Federal do Ceará e, atualmente, ocupa o cargo de Coordenadora de Artes Visuais da Secretaria de Cultura de Fortaleza; tem ao longo de sua trajetória artística forte atuação em poéticas visuais. Seu trabalho envolve entrelaçamentos da linguagem literária (poesia) e visual (fotografia, desenho e objetos). Possui vários artigos em jornais e livros, além de um livro de poesia e imagem intitulado “Das intimidades do mar”. Márcia Sucupira – Graduada em Direito e mestre em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará. Possui também formação em teatro e dança, integrando o grupo teatral Comédia Cearense (1989-1994). Tem ampla experiência em sala de aula e também atuou como procuradora da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza – FUNCET. Autora do livro DOC R, que foi lançado na Bienal do Livro de Fortaleza (2006), do I Sistema Municipal de Cultura de Fortaleza (2009), e do livro Tessituras, em contos, crônicas, poesias e imagens (2010). Urik Paiva – Coordenador das Políticas para Livro e Leitura da cidade de Fortaleza, pela Secretaria de Cultura de Fortaleza. É formado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará e possui ampla atuação na área. Tem publicado diversos artigos em jornais e revistas.
Representante da Agência de Publicidade
Eliziane Colares – Diretora de Planejamento da Advance Comunicação. Graduada em Economia pela Universidade Federal do Ceará, pós-graduada em Teorias da Comunicação e da Imagem pela mesma universidade e pós-graduada em Comunicação Social Propaganda e Publicidade pela UNIFOR. Vice-presidente da FENAPRO - Federação Brasileira das Agências de Propaganda - Região Nordeste.
Representante do Patrocinador
Giovani Montezuma – Empresário com vasta experiência no setor gráfico, diretor da UNIGRÁFICA, sócio-diretor da Celigráfica, uma das maiores gráficas do Nordeste.
Representante da Pague Menos
Patriciana Rodrigues – Graduada em Engenharia Civil pela UNIFOR, especialista em Marketing pelo CETREDE e MBA na mesma área pelo CEDEPE. Atuou no setor de Serviços Especiais da Pague Menos e na Gerência de Marketing, onde implantou o Planejamento Estratégico da empresa. Foi eleita a Profissional de Marketing 2009, no prêmio promovido pela Editora Referência. Atualmente, é Diretora de Compras e Marketing da Pague Menos.
Palavra da Comissão T écnica de Seleção
A Comissão Técnica de Seleção do presente Concurso de poesia foi composta por três membros de reconhecida atuação na cidade de Fortaleza, no tocante à produção e crítica literária, pois a referida equipe atua em diversas áreas, construindo, desta forma, uma rede de relações e conhecimentos amplos e diversificados sobre a cultura. Tal formação se deve ao fato de acreditarmos em uma nova consciência da cultura brasileira, que tem como princípios básicos a diversidade em sua forma intrínseca de expressão. Por isso, a Comissão teve o cuidado em voltar um olhar aberto e contemporâneo sobre os poemas inscritos no 2º Concurso de Poesia da Pague Menos, cujo tema, este ano, foi “Brava Gente Brasileira”.
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Sumário
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Comissão de Seleção Palavra da Comissão Técnica de Seleção
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Poesias do 1º ao 10º lugar Leonildo Cerqueira Miranda - Ladainha João Paulo Cardoso Alves - A Província no Peito Adelitta Monteiro Nunes - Canção do exílio social André Luís Soares - Milagre Campestre Edgar Jesus Figueira Borges - Valentes Hosamis Ramos de Pádua - A raiz Josenildo Maria de Lima - Nordeste bravo guerreiro Giovanna de Pinho Pessoa Pacheco - Vida Brasileira Raimundo Clementino Neto - Orgulho de ser brasileiro Marco Antônio Furtado Gemaque - Pronto e Confiante {arando o dia}
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Menção Honrosa Alberto Pereira de Araújo Filho - Um catador de papel Amilton João da Rocha - O Caráter de um povo Ana Elisa Pereira de Almeida - Urucum André Luiz Barbosa da Silva - Dos Bardos André Rocha de Miranda - Cinzas de fênix para piano Andréia Maria Coutinho dos Santos - Garra de Ser Gente Antonio Araújo da Silva - Lembranças de uma viagem Antonio Fernando Sodré Júnior - Brasilidade Antonio José Bianchi Cerqueira - Peito forte Carlos Eduardo P. Theobaldo - Ser Brasileiro (Fora do Brasil a saudade aperta mais) Diego Pinheiro Martins Franco - Indizível destino Edmilson Botelho de Lira - A Garra do Brasileiro
25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Edna Maria Vieira Brandão - Brasileiro, povo guerreiro! Edweine Loureiro da Silva - Brasileirinhos Eideclara Correia dos Santos - Brasileiro Eliernanda Soares de Sousa - Meu Brasil Meu Povo Brasileiro Elizângela Sampaio Leite - O homem de meia sandália Elizete Dias de Oliveira - Brava Gente Brasileira Fabiano Pereira de Oliveira - Viva à brava gente brasileira Flávia Cavalcante Plácido - Brava Gente Brasileira Francisco Adailton Freitas de Sousa - Bem amada gente brasileira Francisco Sales da Costa Neto - Brava Gente Frank Wagner Alves de Carvalho - Brava Gente Brasileira Frederico Jorge Rios - Eu sou Brasil Gilberto Pinto da Motta - Esperança brasileira Giovanna Lima da Silva - Bravas Mães Brasileiras Gisele de Souza Santos - Carta das Estrelas Gutemberg Liberato de Andrade - Brava Gente Brasileira Hilda Maria Vieira Lacerda - Meu Brasil Irene Curcelli - Mulher Rendeira Isabel Cristina Bava de Carvalho - Meu Lugar Ivana Carneiro Vieira - Precioso povo de água e cor João Aires da Silva - Passeio na Floresta João Elias Antunes de Oliveira - Sol Brasileiro João Valdenio Silva - Um filho deitado em berço esplêndido Joelson de Oliveira Santos - Brava Gente Brasileira José Agassiz Vasques Macêdo - Brava Gente Brasileira José Carlos Barbosa de Aragão - Brava gente belarmina José Mateus Pontes da Costa - Brilho Retumbante José Salomão Amoury Neto - Bravo Povo, Brava Nação
37 38 39 40 41 42 43 44 45 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65
Sumário
Josiane Gomes de Souza - Declaração de Amor à Gente Brasileira Jurema Couto Vasques Hélcias - A Maior Riqueza Kleberson Marcondes Gonçalves - Sertão Leandro Andreo Rodrigues - Artista de Rua Letticia Cecy Correia - Brava Gente Lis Anielli Nascimento dos Santos - Brava gente brasileira Marcelo de Oliveira Souza - Brava Gente Brasileira Marcelo Torres Baena - A força dessa gente Marcia Tigani - Violeiros Marcos Paulo de S. Pinto - Corações brasileiros o templo da superação Marcos Vinícius P. Teles - Brava Gente Brasileira Maria Cleunice Caldeira de Sousa - Povo Guerreiro Maria Cristiane Galdino da Cunha - Brasil, coração do povo Maria Cristina Müller - Brava Gente Brasileira Maria da Graça Ellert Dal Castel - Minhas Escolhas Maria das Graças Menezes Freitas - Minha mãe Maria Maria Eunicele Rodrigues Bezerra - Brava Gente Brasileira Maria Francisca da Silva Lima - Brava Gente Brasileira Maria Glaucia da Silva - Mundo de Herói Maria Inês Nascimento e Nascimento - O povo do meu Brasil Mariana Lopes Bezerra de Melo - Bravo! Marina Fernanda Veiga dos Santos de Farias - Todo dia Marino Hilário Catarino - Nação da paixão Marisa de Pinho Pessoa Pacheco - Brava Gente Brasileira Mary Hellen Ferreira Álvares - Brava Gente Brasileira
66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 83 84 85 86 87 88 89 90 91
92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117
Mauricio Fonseca dos Santos - Viva o Povo Brasileiro Mercia Santos - Brava Gente Brasileira Moacir Ribeiro da Silva - Missiva de Nau Moisés da Silva Eleotério - Brava gente brasileira Mykaele Alves Quaresma de Sousa - Palmas para a Gente Brasileira Nédia Sales de Jesus - Brava Gente Nilton Chiaretti - Lavrador Nilton Silveira - Avante Raíssa Stèphanie de Matos Vieira - Tesouro imaterial Raquel Azevedo São Leão Ferreira - RG do Brasileiro Regina Célia Farias Castro - Pindorama Regina Celma Teles D´Alencar Monteiro - Descortinar bravio Roberto Leal Correia - Desigualdade Rogério da Silveira Souza - Brava Gente Brasileira Rosemeire Joanadarc Dias - Brava Gente Brasileira Sandra Aparecida Ferreira Andrade - De Tupi a Guarani Sávia Maria Costa de Araujo - Brava Gente Sérgio Bernardo - Bravura Simone de Fátima Brichta - Flores do Sertão Suellen Carol da Costa Sousa Moreno - Brasil, Meu Brasil Brasileiro Tanuse Costa Silva Mota dos Santos - A Ótica de um Hino Tecio Nunes Salgado - Coração verde e amarelo Vanessa Alkmin Reis - Canção Forasteira Wanderley Luís dos Santos - Fé Yolanda Bertho Werner - Brava Gente Brasileira
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Ladainha 1º lugar
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Ave Maria que bem cedo se levanta. Bendita és tu entre as da feira, bendito é o fruto – e a verdura – que lá vendes. Santa Maria, mãe de cinco, que nunca desiste da labuta, ainda que a vida lhe seja dura. Ave Maria, levanta a caixa, tira o legume e arruma a bancada. Ave Maria, pesa o feijão, separa-o em quilos e ajusta a balança. Ave Maria, empilha os fardos, apronta o caldo e atende o menino; o dia de hoje é tudo o que tens. Rogai o impossível pelos teus cinco filhos, agora e na hora de enquanto viveres. Santa Maria! Já se vai o sol, leva pra casa o pão do dia.
Vai bem ligeiro, que a noite é curta. Ave Maria que bem cedo se levanta. Bendita és tu entre as da feira, Bendito é o fruto – e a verdura – que lá vendes. Santa Maria, mãe de cinco... Leonildo Cerqueira Miranda Cascavel - CE
A Província no Peito 2º lugar
O Brasil será esta terra ou esta gente? Onde termina em nós o lugar onde nascemos E começa o pedaço deste chão no nosso jeito de sonhar? Tenho misturado tudo isto dentro de mim... Meus Amazonas interiores, os rios São Francisco que eu respiro Tem sido outra vida que tenho que aprender. E a dor que faz descobrir não sabermos isso a vida inteira É ao mesmo tempo a alegria de um segredo, de uma invenção. Há um Recife em cada gesto meu, um modo de olhar que tem Belém por dentro. A paulistanice dos meus passos rápidos, Meu modo baiano de sentir preguiça, Certa mineirice que me dá paciência com a vida, E o carioquismo do meu modo de enganá-la, Isto tudo constitui em mim mais do que sou. Nos longes aonde vai a história, perdemo-nos, Tornamo-nos anteriores a nós mesmos. É como se, para nascer, tivéssemos que esperar, Esperar por anos, e já nascêssemos velhos... Cheios de tudo quanto foram nossos avós. Mas inventássemos a cada dia a simplicidade das crianças mais puras. Cresci em cada sobrado, brinquei em todos os quintais.
Não há engenho que eu não tenha visto. Estive lá quando os chicotes fizeram sangue brotar. Nos mocambos e nos salões, casas grandes, terreiros todos. No fim, todos os lugares são um só E todos dentro do meu peito. Quando eu era menino, viajei pelo meu país. O que ficou não foram relatos de viagem para a posteridade, Mas o sentimento, para o homem que sou, De que eu nunca parei de viajar. E que a minha vida tem sido uma imensa viagem de volta, A rever as paisagens, ouvir a mesma fala gostosa, Sentir o cheiro do mesmo mato que ficou na minha pele, impregnou-me. E tudo é sempre como a primeira vez. Por tudo isto eu tenho amado a minha gente Como um estrangeiro ama, sem ilusões. Temos namorado sem ela saber... E à noite, quando me deito pra dormir, Sonho sempre com a província que mora dentro de mim. João Paulo Cardoso Alves Manaus - AM
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Canção do exílio social 3º lugar
Minha terra tem palmeiras: Lá cantava um sabiá Que eu matei de baladeira Pra mamãe poder assar. Não tinha feijão no prato Nem vi leite na leiteira Acabou-se o pão de ontem E o ovo da frigideira Minha terra tem miséria, Tem fome e corrupção, Tem sabiás e palmeiras, Crianças de pé no chão, Injustiças, contrabando, Roubo e alienação.
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Meu Deus, te faço um pedido Se puder me conceder: Quero que o povo sofrido Tenha sempre o que comer E que o brasileiro viva Em vez de sobreviver. Adelitta Monteiro Nunes Fortaleza - CE
Milagre Campestre 4º lugar
Havia pessoas numa roça, morando em suas casas de taipa, tirando sustento da enxada, rostos repletos de marcas, ganhando menos que pouco. A lida lhes trouxe sufoco. Privações, doenças, calos, dor, exploração, descaso, carência, esquecimento,... eram os prêmios do caboclo.
No entanto, a Natureza, dócil, sábia, generosa,... testemunhando o tormento dos que labutavam ao sol – fiéis relutantes heróis – enviou,... aos galhos do ‘pé-de-rosa’, na hora da Ave-Maria, a sublime sinfonia da orquestra de rouxinóis. ... e foi perfeita a paz por todo o vergel, que logo o fruto farto floresceu... ... e foi tão linda a festa sob os Céus, que riram e choraram... homem e Deus. André Luís Soares Guarapari - ES
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Valentes 5º lugar
O fim de tarde laranja Anuncia a vinda da lua E o vendedor de picolé Finalmente mergulha Em sua vontade salgada Sem medo que algo lhe levem Sentindo a alma ficar leve. (O claro é de espera, a noite ficou-lhe de lazer) Cai o sol no meio do mar Anunciando novos dias De mergulhos em fins de tarde. Cai o sol no meio do mar E se vê da areia, sem esforço, Mergulhados ele e o vendedor Descansando suas rotinas. (Triste sina a de quem tudo espera, feliz de quem tem o mar só pra si)
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A lua trouxe espuma à beira Em breve dia de outras esperanças Dia de largar tudo e encarar Praias de todo canto Esperando ser descanso Do sol, do vendedor de picolé E de toda brava gente brasileira.
Edgar Jesus Figueira Borges Boa Vista - RR
A raiz 6º lugar
Olha os ramos em verde vertigem, sinta as folhas, sinceras virgens a somar, somar, somar! Brava gente brasileira escute tua essência – raiz invisível: são os gritos vindos de lá, do mar, do além-mar e de cá! Nação brasileira, ela sim, alisa a rusga linguística; ela sim, acalma este cantar! Hosamis Ramos de Pádua Goiânia - GO
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Nordeste bravo guerreiro 7º lugar
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Sou um caboclo roceiro Vivendo da terra seca Do nordeste brasileiro. Tirando dela o sustento, Sofro, porém aguento. Sou um bravo guerreiro, Trabalhando o ano inteiro Todos os dias da semana Produzo leite, banana, Farinha, carne, feijão. Às vezes nos falta o pão Quando a chuva não cai Sofremos sede de mais. Porém por sermos fortes Lutamos mudando a sorte Vivendo cada vez mais.
Nosso povo não desiste Luta sempre até o fim, O nordestino persiste, Levanta a cabeça, Segue em frente, insiste. Somos todos brasileiros, D’uma terra de brava gente, Verdadeira, inteligente, Criativa e caridosa Terra tão maravilhosa Brasil repleto de cor, Costumes, ritos e amor. Josenildo Maria de Lima Campina Grande - PB
Vida Brasileira 8º lugar
Vidas nativas, Olhos azuis do velho mundo, Negros cruzando mares, Misturam-se em sangue, Suportam as intempéries. Pau-brasil, Na sua cor escarlate, Resistente, arde, Não desiste, Sobrevive ao machado. Encontros e desencontros, Aplausos e indiferenças, Foice e martelo, Trabalho e capital,
Todos param, todos rumam. Floresta e pantanal, Aguentam o fogo, Caatinga e sertão, Clamam por água, Desistência não existe. Natureza e homem, Dor e esperança, Todos trabalhando, Brasil, uma pátria amada, Brasileiro, um bravo varonil. Giovanna de Pinho Pessoa Pacheco Fortaleza - CE
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Orgulho de ser brasileiro 9º lugar
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Cabral sai de Portugal Mergulha no oceano Erra o caminho das Índias E sai aqui por engano Descobriu que habitavam Aqui alguns elementos Antes da sua chegada Que deu-se em “mil e quinhentos” O vermelho Pau-brasil Deu nome à nação inteira Todavia, a cor vermelha Não existe na Bandeira O idioma, as raças, Branco, preto, mameluco Quanto mais me aprofundo Mais eu fico é mais maluco Olhai meu Pai de clemência Esta nação em conflito Que até a independência
Foi conquistada no grito O índio daqui nativo Hoje vive em abandono Vamos devolver a terra Para o seu legítimo dono Estou super ansioso Pela volta de Cabral Pra descobrir o Brasil Da Justiça Social. Só mesmo um bom remédio Fará feliz e contente Esta nação brasileira E a sua brava gente, Contudo, resta um orgulho Ser brasileiro, é lindo É vencer os obstáculos Da vida e sair sorrindo. Raimundo Clementino Neto Teresina - PI
Pronto e Confiante {arando o dia}
não {P}aro o dia, aro o dia; não o {R}acho, acho-me; nunca {O}posto fico, mas posto; sou {N}ação e ação; {T}ardo, mas ardo; {O}culto não, culto e {CONFIANTE} Marco Antônio Furtado Gemaque Belém - PA
10º lugar
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Um catador de papel
O pequeno catador de papel há bem pouco aprendeu a construir barquinhos de brinquedo, que faz deslizar pelas sarjetas em momentos escassos de desacompanhada brincadeira. Desde o fim da tarde, percorre as vias da cidade gris à procura de reciclagem. No desempenho do ofício, distrai-se apenas com inventar poesia, que não atrapalha o rendimento e lhe deixa atenuada a quotidiana solidão. Puxa com esforço a carroça abarrotada das miudezas ordinárias que apanha pelo caminho,
enquanto conjectura ser um esperto pônei de asas, que em seu secreto pensamento voa carregando uma porção de amigos para uma algazarra encantadora no parque. Quando vence a fria madrugada e a ríspida jornada, sonha ainda desperto e risonho, mas famélico, com a hora do pão de queijo com café (e da imaginária torta de morango) que receberá em troca da labuta na noite. Sob a resignada esperança e o delicado riso com que tem colorido o sofrimento, instiga o ânimo de viver da brava gente brasileira. Alberto Pereira de Araújo Filho (Bodan) Caratinga - MG
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O Caráter de um povo
Brava gente Brasileira Que sofreu na sua história Mas com coragem soltou as abraçadeiras E com inteligência escreveu suas memórias Com um grito proclamou a independência Dos dominadores que eram de fora Deixou de lado a temporária decadência E recuperou a felicidade que tinha ido embora O passado foi sofrido E poucos acreditavam Mas com trabalho no presente O futuro será moldado Viva ao povo brasileiro Humilde e hospitaleiro Inteligente e guerreiro Um povo que tem um caráter verdadeiro Amilton João da Rocha Joinville - SC
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Urucum
Tatuo o Brasil no peito. E com todo respeito sua licença, senhor.
Num minuto de oração, Rogo por paz e bênção a esse povo batalhador.
Que meu bloco vai passar. A todos contagiar, curando a minha dor.
Nosso orgulho no estandarte, Somos artilheiros da arte e lutamos com fulgor.
Na avenida em cores mil, Povo e pátria tão gentil, samba e sonha num fervor.
Sou índio, branco, sou negro. Um misturar allegro, receita pra’um vencedor.
Emociono o coração no beijo ao meu pavilhão, na batida do tambor.
Fim da festa alegria amansa Quem ama, sofre e cansa Vence e vive com louvor. Ana Elisa Pereira de Almeida (Ani Almeida) São Paulo - SP
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Dos Bardos
É pensante, mas sóbrio poeta insurgente Daqueles que anseiam tirar poesia de tudo... Menos do que o toca no absoluto profundo Pois nele, o mesmo, é extremamente faltante. Precisos são seus pontos, vírgulas e aspas Às vezes palavras ásperas que consternam o humilde Notória sincronia com o público que aclama Forca em praça pública com linchamento e chamas. O bardo é liberdade, Ícaro que deu certo Sem normalidade, sem torto e sem reto Equidistante do mundo mora no cerne da alma E com doação e calma, conquista os sinceros. Mas há poeta que grita abraçado ao berrante Só vê perfeição nos seus soberbos espelhos Pois Narciso é conciso e sem siso é errante. Cai por terra, dúbio, e vê-se de joelhos. André Luiz Barbosa da Silva (André Anlub) Crato - CE
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Cinzas de fênix para piano
Dedos intrépidos... Do pianista e maestro JC Martins, Plásticos domadores de sons Revoltos em cauda longa... Manufaturas de notas Ao artesão de acordes Pelo néctar melódico Em concerto de ondas... Galgando merecimento de dom Em aclive escada de teclas Com corpo penitenciado Sofrido, assaltado de som, Dalí (Salvador) submetido Ao pêndulo teclado invertido. Do surreal ao barroco... Feito o mestre-escultor Amarra-se ao seu cinzel, E fundido ao instrumento:
Batuta ao vento... Elegante condão musical Em fluxos elétricos libertos, Encantador de nervo-terminal, Frankenstein sagrado e moderno Em erudito retorno de doma Como gente brasileira Com acústico aval: Bravo, bravo! André Rocha de Miranda Aracaju - SE
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Garra de Ser Gente
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Suas águas correm como vida Pela vastidão de suas terras, A mistura do verde e da selva de pedra Não refletem apenas a sua beleza, Mas delas sobrevêm as grandes possibilidades. Sorte daquele que vê e acredita! Da mistura de raças e das culturas Nasce uma característica única, Sorte do que vê e vive! Assim como a grandeza e a diversidade São o seu sobrenome, O resultado de cada dia E fruto de união e trabalho Da terra: combustível e alimento, Do povo: a força e a garra de ser gente. Brasileiro, lutador e resistente! Nos olhos do sertão, a esperança; No agricultor, o suor que gera fartura;
Na criatividade do artista, a alegria; No profissionalismo, o desenvolvimento. O imperfeito, vislumbra o perfeito! A superação e o perdão são sinais de nascença De um povo heroico Levanta-se, renova-se e segue em frente, sempre. Conhecido pelo amor, alegria e calor humano Os que te conhecem não te deixam jamais. E os que te amam, não desistem jamais. Andréia Maria Coutinho dos Santos Brasília - DF
Lembranças de uma viagem
Na esquina do hotel, o Eduardo lá está, O bar nordestino, atendimento impecável. Direto do Ceará, de Tauá, Ao lado da Paulista intrafegável. No shopping, não é diferente, O Gabriel, de Paramoti. De tudo do São Paulo, vende, As sacolas cheias estão aí. No mercado público, o movimento é infernal, O Antônio, de Aracati, serpenteia de um lado para outro. E todos saem com a barriga cheia, num domingo matinal. No aeroporto internacional, a Jamile, de Morada Nova, é uma guerreira, A pizza nos enche de orgulho, Do Ceará, brava gente brasileira! Antonio Araújo da Silva Fortaleza - CE
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Brasilidade
O que tem, o que pode essa gente que pinta o rosto de orgulho e tremula a bandeira em verde-esperança de um começar de novo
É povo que tem na face o traço da diversidade da ousadia, da bravura único por suas lutas engenho e arte
Onde encontro essa ginga ímpeto de juventude ritmo que aflora vigor, viço em plenitude essa cor que reluz força
A força que nos move é brasilidade que não se ensina é herança de sangue marcada da brava gente brasileira.
Esse povo de franco sorriso que se faz maior na dor, na alegria que sonha e conquista e o respeito alheio cativa
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Antonio Fernando Sodré Júnior São Luís - MA
Peito forte
Não quisera nunca ser tirânico, Antes laivos e ganas De um anarquista; Para da amada flâmula Para do povo bravio Afirmar Que em branco Ocasião não poderia passar De celebrar o pavilhão O povo amado, não negar Sob esse céu, também de brancas nuvens, Acima delas, lembro o azul para se mencionar. Brava terra Na América do Sul fincada A história nos fala Nos arroubos de amor de nossa gente O pulsar pungente De uma galeria de torcedores Dos cantos sobre os amores Pulsando num único Coração de todos E, para arrematar
Conto: População que de todo se esforça De forma a glorificar Nosso solo sem par Que “em se plantando Tudo dá”. Mais que a terra do sol, Mais que a terra do galo A terra do ouro: Quando quiseram, porventura, desembarcar Nas águas do verde pendão Sempre, brava gente, Via no imigrante irmão, Braços dados em grande construção, Mas nunca galeão A abarrotar de ouro (Da bandeira suspensa no ar, A parte tinta de amarelo), As riquezas desta nação! Antonio José Bianchi Cerqueira Rio de Janeiro - RJ
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Ser Brasileiro (Fora do Brasil a saudade aperta mais)
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Da minha terra Ainda me lembro Ainda posso ver O grito do lagarto A música das pedras Nessa solidão Do tamanho das pessoas Multidão de vazio A luta diária Conduz a mente Televisão-cabeça: A terra se faz Mas nada é tão pequeno Gigante se perfaz O perfume da manhã Dos campos, da mata A gente, pujante Cria forças e segue Nos pensamentos
que se perdem no bem-querer Viver e ser brasileiro É orgulho de ter Identidade e valor Autenticidade e amor No coração Que as gerações Hão de levar Para sempre Carlos Eduardo Pereira Theobaldo Presidente Prudente - SP
Indizível destino
Assim me fizera o destino: afortunado de alma, perseverante genuíno; Quisera, ademais, testar, talvez a disfarçar, o meu confiar sem repouso, meu infinito obstinar; Insistira; Mas agora parece, enfim, admitir e a certeza a persistir é de que o destino não fora capaz nem mesmo de explicar a razão da primazia desse indizível brasileirar, que arde assim tão amiúde na brava gente desse lugar. Diego Pinheiro Martins Franco Belo Horizonte - MG
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A Garra do Brasileiro
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Pra falar do meu Brasil, Falo com muito prazer, E desde que Cabral o descobriu, O que ele fez foi crescer. Mesmo faltando-lhe vontade política, Da qual, faço uma crítica, Mesmo que não venha resolver. Bravura é fácil se ver, Em todo território brasileiro, Que faça sol ou venha chover, Luta-se o tempo inteiro, Mas é uma luta desarmada, Nossas armas são foice, machado e enxada, Por vezes, uma colher de pedreiro. Somos um povo ordeiro, Guerra aqui nem pensar, De janeiro a janeiro, O que se faz é trabalhar.
Em busca do nosso sustento, Mas fico em desalento, Vendo alguém nos roubar. Também é de se lamentar, Pela desigualdade que existe, Um com tanto a esnobar, Outro com fome, fraco e triste, Isso é uma verdade verdadeira, Em nossa nação brasileira, Onde a impunidade consiste. Edmilson Botelho de Lira (Ed Lira) Olinda - PE
Brasileiro, povo guerreiro!
Somos de um país De grandes belezas naturais De riquezas na fauna e flora De grandes rios e muito mais.
Nós somos sim, brava gente! Caímos e levantamos a poeira Lutamos contra a impunidade e corrupção Dessa nossa nação brasileira.
Somos esse povo Dessa nação altaneira Que luta com fé e garra Uma brava gente brasileira.
Somos filhos desse país Com grandes problemas sociais Mas isso não é obstáculo Porque não somos passionais.
Somos um povo guerreiro Por justiça estamos a lutar Por melhores condições sociais Para o Brasil prosperar.
Somos parte desse povo Que valoriza a cultura e a educação Que canta, dança e ensina Para uma futura geração.
Brava gente brasileira É gente alegre e hospitaleira Gente que trabalha de sol a sol Vendendo seus produtos na feira.
Brasileiro é aquele que faz E não espera acontecer Brasileiro é aquele guerreiro Que deseja ver o Brasil crescer. Edna Maria Vieira Brandão Feira de Santana - BA
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Brasileirinhos
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Curumim olha pro céu E pede a Tupã Um novo amanhã. Rio para nadar, Terra para plantar, Flecha para caçar… Isso não pode faltar. Mas o pequeno guerreiro Também exige respeito; E o direito de estudar, De crescer e de sonhar… Na cidade, pelas ruas, Menino olha pra Lua, E pede um novo amanhã.
Pão para se alimentar, Casa para descansar, Uma família para amar… Isso não pode faltar. Mas o pequeno guerreiro Também exige respeito; E o direito de estudar, De crescer e de sonhar… Edweine Loureiro da Silva Manaus - AM
Brasileiro
Bravo, É o nosso povo Qual erra, e segue. Segue consciente. Do mal feito. Segue em frente Porque somos gente Imperfeita; guerreira, Que perdoa Sem nem mesmo nos pedirem Perdão. Que canta a dor e a vitória Numa mesma canção. Que quer curar todos os males Numa só estação.
Gente que esquece. Gente que nunca esquece. Cada um tem o seu lugar. E o trabalho de todos, Tem por dever ajudar a todos, A uma vida melhor alcançar. Por isso ser brasileiro, É sempre ser disposto a ajudar, Com a profissão que tens, Cada um em seu lugar. Eideclara Correia dos Santos Feira de Santana - BA
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Meu Brasil Meu Povo Brasileiro
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Povo guerreiro, Povo que está sempre na luta, Povo que disputa, Povo que tem bravura. Sempre persistindo, Insistindo, E nunca desistindo. Honra pela pátria mãe gentil. Heróis e heroínas, Brancos, negros, amarelos ou pardos. Não há diferença, É uma união.
E entre todas as nações temos coragem e força de vontade. Meu Brasil meu povo brasileiro. Com fé gritaremos do topo, Somos guerreiros, somos batalhadores nós somos brasileiros. Eliernanda Soares de Sousa Fortaleza - CE
O homem de meia sandália
O homem de meia sandália Antes do sol surgir Empurra um carrinho de mão A força que dele se espalha Reflete nas veias que se dilatam Com o peso das velharias catadas do chão.
E o mestre a explicar na sala A ciência, o saber, o sentir... O pedreiro na obra em construção, O vendedor ambulante nas praças, O artista de rua e o homem-placa... Todos pertencentes à mesma nação!
O padeiro desde cedo preparando a massa, A recepcionista do hotel a sorrir, O vendedor esperando a condução... E quantos trabalhadores passam?! Corajosos – mesmo com a força cansada: Há de se ganhar o pão!
Brasil é o país de gente brava Em que a pobreza não faz desistir Lugar onde o sonho resiste no coração E a esperança de mudar nunca passa Pois há no brasileiro a capacidade singular e rara De se adaptar a qualquer situação.
E no mais ardente sol que escalda Continuam trabalhando os garis... Quase ninguém presta atenção Enquanto varrem ruas e calçadas Com a cabeça sempre rebaixada... Como num crime sem perdão.
... O homem de meia sandália Já quando todos estão a dormir Chega exausto no seu barracão Contempla o céu com os olhos rasos d’água Deixa o sonho acalentar a alma E agradece a Deus com uma linda oração. Elizângela Sampaio Leite Juazeiro do Norte - CE
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Brava Gente Brasileira
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Brava gente brasileira, eita povo trabalhador, guerreiro, batalhador, acorda às cinco da madruga, não tem problema não, a alegria renova as forças, aqui nem sabe o que vai acontecer com o tempo, sai de manhã tá sol, chega a tarde toma um bainho de chuva, só pra refrescar, temos lindas praias, de longe, Cristo de braços abertos, pronto a todos receber, e o redentor a gente vê, essas cidades todas lindas, povinho feliz, gente preta, branca, amarela...
não importa isso é só detalhe, gente contente, sempre sorridente, os meninos todos doidos por bola, ficam inventando nomes pra no dia que a sorte bater ver o que vai acontecer... agora vai vir a copa, Êba! Êba! Também quero ver. Elizete Dias de Oliveira Recanto das Emas - DF
Viva à brava gente brasileira
Nosso gigante São Paulo Pertinho do Rio de Janeiro Brasília é a sede principal Mas Bahia foi o primeiro. Que beleza tem o Amazonas Tanto quanto o Pará Santa Catarina é risonha Igual ao povo do Paraná. Paraíba encostada a Pernambuco Longe do Rio Grande do Sul Sergipe, que belas praias! Alegria no Mato Grosso do Sul. Ah! Goiás. Ah! Maranhão Alagoas, Piauí e Ceará Tocantins já é Estado Tanto quanto o Amapá. Vejo minhas Minas Gerais
Unidas ao Espírito Santo Com o amor de Rondônia E o Acre com o seu encanto. Salve o Rio Grande do Norte Salve o nosso Mato Grosso Maravilhoso como Roraima Estado que faz gosto. Viva ao povo dessa terra Viva à família hospitaleira Viva ao campo e à serra Viva à brava gente brasileira. Fabiano Pereira de Oliveira Bayeux - PB
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Brava Gente Brasileira
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Gente que trabalha Gente que canta Gente que ama Gente que tem garra Gente que vai de trem De ônibus lotado... A pé na rua, de carro Pro trabalho, pra missa Pra feira, pra conquista
Gente hospitaleira Guerreira, alegre Festeira, amiga No carnaval e na labuta Gente que não desiste nunca Brava gente brasileira. Flávia Cavalcante Plácido Maceió - AL
Bem amada gente brasileira
Da passada lenta e larga Conhece-se a origem brava Conhece-se o seu pesar. Tendo à rua porta farta Para a vida livre e barata, Para a vida sem cessar. Aos poucos vedes a ingrata, Vida, livre de alpercatas, De paz e do que levar. No bolso a carteira parva, Enganando a corte e a nata, Por vaidade simplesmente, Bem amada e brava gente, Tão confiante, tão contente, Da humildade de seu lar. Numa entrevista não empaca, Sem rodeios e serenatas, Começa a trabalhar.
Arrasta-se feito uma larva Não tens orgulho ou raiva, Queres apenas planar... Para casa à tarde chata, N’outro dia ainda enfada, O fato de recomeçar... O trampo só o atrasa, Não estuda, nem ameaça, A dor que agora sentes, Bem amada e brava gente, Tão confiante, tão contente, De se afirmar ao trabalhar. Francisco Adailton Freitas de Sousa Fortaleza - CE
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Brava Gente
Mostra de mim, ó espelho d’alma, Minha cara de espanto Por ter andado por tanto canto E ter ficado tão maravilhado... Mostra o sertanejo forte, Que um dia enfrentou os cangaceiros, E ainda luta com a seca até a morte, Sem temer tão triste sorte... Mostra os jangadeiros De força e coragem, os primeiros A acordar o sol no alto mar E a chegar em casa, os derradeiros... Mostra também, ó espelho d’alma, Os seringueiros que com tal calma Conhecem da floresta cada palmo E dela preservam flora e fauna... Mostra agora aqueles que foram Atrás de uma vida um pouco melhor E deixaram sua terra e por desaforo
No “pau-de-arara” engoliram o choro... Se te enches de lágrimas, ó espelho, Não mostrarás os versos do repentista, Nem da asa branca os olhos vermelhos De tanto esperar por quem nunca mais veio... Deixa pra lá, não mostres os calos Nas mãos daqueles que sem abalos Levantaram tendas longe de casa Para fazer crescer essa tal São Paulo... Essa tal São Paulo, hoje tão potente, Foi feita por baianos, mineiros e outros tantos Foi feita pelos “paraíbas” inteligentes... Que povo esse meu! Que brava essa gente! Francisco Sales da Costa Neto Jaboatão dos Guararapes - PE
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Brava Gente Brasileira
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Navegar é realmente preciso! Para onde apontar a proa? Nossos destinos começam longe daqui, Imensa multidão de origens mescla-se no férreo e pétreo DNA, Num código de vida e de luta, pois a luta é tua marca de nascença. Como não ser se desde pequeno acordou sob o pacífico céu, Mas também sob a égide da cobiça, da sujeição e do castigo. Quantos filhos regaram as flores da liberdade com vinho tinto de sangue, Quantos filhos legítimos e adotivos. Mas, são todos filhos, pois o legítimo é amado porque é filho E o adotivo é filho porque é amado. Mas estranho amor este de grilhões e chibata, De derrubada de ocas, vinde em auxílio Tupã! Este de caçadas e vilipêndios, esse de castigos e interdições. Não possuo sapatos, sou trabalhador. Ergue justiça tua clava forte, pois a colônia expropriada foi; Tantos diamantes, tanto ouro... Onde está? Traz Diógenes tua lanterna Procuremos um virtuoso ao meio-dia. Quem será o Messias da Pátria? Oh, Conselheiro, será tu? Oh, Lampião és tu? És bom ou mau? E o alferes, quem vem em seu socorro. Vive ele ainda entre nós? E tu Pedro de Alcântara? Que fizeste? Estás ainda aqui? Quem constrói esta terra? És tu Pedro? Ou és tu Deodoro? Viva os trabalhadores! A voz ecoa pros lados do Sul, Quantos anos cabem em cinco? Talvez uns cinquenta, talvez mais; Ou quem sabe menos seja mais, a liberdade de menos em uns Será a explosão de libertinagem para outros, a praticar a indignidade.
Ecos se ouvem debaixo do chão, Nunca se dará a paz dos cemitérios, pois os ventos estrelados de Yeats Sopram com toda força e fazem os espectros falar. E onde estão eles? Debaixo do chão! Soprem ventos estrelados, soprem! De onde eles vêm? Ouço-os debaixo do chão. Nunca haverá paz de cemitérios, pois as pedras gritarão. Chega de ignomínia! Chega de letargia. Quem vem lá? Quem vem lá? A academia ou a fábrica? O fardão ou a máquina? Ave César! Todo poder ao imperador! Mas, apesar de você, amanhã há de ser outro dia. Rolam-se os dados... Quem faz as apostas? Onde está o crupiê? Quero apostar! Em quê??? Se tudo o mais falhasse; se o imponderável se instalar, Se os ventos estrelados deixassem de soprar, ainda assim Permanece a insolência destes extraordinários espaços infinitos, A nos impor a conclusão imperativa categórica: Fazei o certo, curai o doente, aquecei o que é frio, E a ti Diógenes, apaga a tua lanterna. Tua procura terminou! Eis aí o objeto de tua busca... Essa BRAVA GENTE BRASILEIRA! Frank Wagner Alves de Carvalho Sousa - PB
Eu sou Brasil
Estava nu e não sabia quando outrora te habitava, oh terra de ninguém tuas matas me nutriam, em teus rios me banhei nativo das terras tuas, filho de tuas raízes Outra vez, fui navegante, vindo de distantes mares por engano te encontrei, povoei os teus sertões eras toda bela, de riquezas preciosas como amante, declarei-te conquistada Noites negras eu vivi, como a cor da pele minha fui tratado como coisa, na lavoura trabalhei sangue, suor e lágrimas teu progresso semeei E agora quem sou eu? sou mestiço desta gente contigo, bendita terra, sonho em mudar de sorte liberdade a todo preço, mesmo que seja por morte Lutei com força, fui torturado saí às ruas, fui humilhado sonhei um sonho, ser cidadão
democracia, minha utopia Enquanto ainda és usurpada luto, trabalho, jamais desisto não perceberam, oh mãe gentil somos irmãos, eu sou Brasil Frederico Jorge Rios Fortaleza - CE
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Esperança brasileira
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Durante anos perdi o hábito de escrever ou dizer das águas que um dia correram em mim como se a nascente fosse eterna. Agora regresso, não a essas, mas a outras suas parentes e mais fundas fluindo através da corrente lenta ao sabor do instante e nenhuma promessa. São espessas de mágoas, alegrias e superações breves, perdidas transparências. Se as saboreio encontro muito mais que antigas emoções da chuva, do vendaval caindo sobre a terra. As ilhas que não descobri e os mundos que, por medo ou ira tola, afundei; todas as lembranças que tive de espremer com mãos, mãos trêmulas, à luz de velas, escondido nos porões-fantasmas de antigos navios.
E no entanto, Sentado como outros antes de mim, à beira do rio triste que corre num só sentido da história, estendendo a mão para alguma coisa de inocente transformação ainda desprotegida mas que nunca se perdeu: esperança! Lá fora o vento sopra e tudo dança, mundo inverso ao da casa-luz que se habita. Violência de chumbo no silenciar dos tempos. Marujo de choros antigos e zumbido de abelhas exploradas tateando o vidro sujo da janela; ciclone transformador de ideias e sonhos, no exato instante em que a revolução tardia investe contra o muro carcomido da história, imensidão futura a explodir na esperada madrugada. Gilberto Pinto da Motta Chapecó - SC
Bravas Mães Brasileiras
Bravas mães brasileiras!!! São mulheres guerreiras Que lutam com dignidade Para garantir uma vida melhor!
Às vezes, abandona Seus sonhos. Por causa de suas filhas Mas nunca deixa de acreditar em Deus.
Como minha mãe Mora com duas filhas Dorme tarde... Acorda cedo...
Suas mãos São calejadas Do trabalho pesado Da enxada e da vassoura.
Lava, passa, cozinha Trabalha com dignidade Para não lhes faltar nada.
Mas, quando vai se deitar Nunca se esquece de Rezar E pedir a Deus Proteção E um Brasil melhor para todos!!!
Mulher de sangue indígena. Cabocla! Que briga pelos seus direitos Para ter uma vida melhor.
Giovanna Lima da Silva Manacapuru - AM
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Carta das Estrelas
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Brasil, Falaram-me de suas florestas, Seu imenso tapete verde cobiçado. Falaram-me de suas infinitas riquezas, Minérios, aquíferos, terras férteis. Falaram-me de suas belezas naturais, Pão de açúcar, Corcovado, Cataratas, E tudo mais que a divina inspiração desenhou. Mas não falaram-me da sua gente, Do seu povo brasileiro. Da coragem de seus homens, Da fé inabalável das suas mulheres, Do vigor indômito da sua juventude, Da profundeza das emoções da tua gente, Da pureza de seus sentimentos, Da riqueza de seus corações, Da grandeza de seus espíritos, Da fúria criativa de seus artistas, Da competência de seus médicos,
Dos braços fortes da sua gente que trabalha, Ri e chora, reza, clama. Almeja, sonha, luta, conquista. Faz acontecer. Gente alegre e afável. Carente, valente. Castigada demais, injustiçada demais. Pacífica até demais. Assistida de menos, valorizada de menos. Endurecida, um pouco, batalhadora e muito. Cativante sempre, humana para sempre. Brava Gente, riqueza maior brasileira. Gisele de Souza Santos Conchas - SP
Brava Gente Brasileira
Oh! Brasil, Terra adorada com seus encantos multicores, onde a flora e a passarada tem exuberância de cores e o nosso povo na lida vai vivendo seus amores. Oriundo de três raças que o brasileiro se fundiu nesta nossa brava gente que sempre coragem existiu como o intrépido vaqueiro do Nordeste do Brasil correndo nas secas caatingas atrás da rês que fugiu. Temos o destemido jangadeiro, na imensidão do mar azul, enfrentando muitos perigos em cima de tosca jangada. Muitos valores nós temos no nosso imenso Brasil do operário ao boia fria
da construção civil, dos garis e engenheiros, professores, caminhoneiros, e a massa trabalhadora que enobrece o Brasil. Esta brava gente está em todo lugar: nos biscateiros da rua, nas indústrias a trabalhar, nas escolas, nos hospitais, e na intimidade do lar. Avante brava gente desta terra do céu de anil não esqueça que o trabalho eleva cada vez mais o nosso querido Brasil. Gutemberg Liberato de Andrade Fortaleza - CE
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Meu Brasil
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Terra de encantamentos O ouro verde aflora Abrigando a passarada Na caminhada da paz A natureza abraça os filhos Verde que te quero sempre Os ventos anunciam o alvorecer As cachoeiras cantam a canção da liberdade Lagartas fazem a metamorfose Transformando-se em borboletas Na calmaria a vida emerge É a mágica da vida Brava gente brasileira Na manhã No sol a pino Vai pra labuta Vai pra luta No seu dia a dia
Não tem moleza Tem trabalho Que é a sua riqueza Das mãos do trabalhador Do seu suor Sai o seu sustento Meu Brasil Terra de etnias Terra de fertilidade Abençoai o teu povo Hilda Maria Vieira Lacerda Maceió - AL
Mulher Rendeira
Mulher Rendeira Também é riqueza do meu Ceará, Suas mãos trabalham com arte Pra sua pobreza espantar. Bendito trabalho que se faz cantando e encantando, De geração em geração, Carregando a força que emana Do tramar das linhas da tradição. Feito com paciência e maestria, A mistura do passado e o presente É o que se tece no dia a dia. E assim nasce: caseio, desfio, paleitão Bordado, enchimento, bainha... Barriga cheia e felicidade no coração.
Mulher Rendeira põe o milho na mesa, Também o café, a carne e o pão E encanta todo menino, Que a vê como uma Divindade do Sertão. Mulher Rendeira, Mulher Maravilha, Mulher Guerreira, O nosso país se engrandece com a sua alma e beleza De Brava Gente Brasileira! Irene Curcelli São Paulo - SP
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Meu Lugar
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Meu Lugar... É esse Brasil Da mistura de raças Que faz da pele morena Do país tropical Desejo carnal. Meu lugar... É esse Brasil Do cerrado, da caatinga, Do pantanal, da floresta amazônica, Do sertão profundo Que encanta todo mundo. Meu lugar... É esse Brasil De litoral de belas praias e paisagens. De povo humilde e sincero Que sente fome, sede e dor Mas para ofertar tem muito amor.
Meu lugar... É esse Brasil De história, futebol e carnaval Que mexe com o emocional. Meu lugar... É esse Brasil De fauna e flora exuberante Que encanta o viajante. Meu lugar... É esse Brasil brejeiro Que faz da tristeza tempero Para ser feliz e guerreiro. Isabel Cristina Bava de Carvalho São Paulo - SP
Precioso povo de água e cor
Ô mulata, carrega esse cesto Cheio de roupa pra lavar Mulata: olhos tristes e melosos; vida inteira de solidão. Na beira do rio, põe a roupa pra quarar A correnteza leva a espuma, espuma lá na frente vai... Roça o corpo da menina: cabelos lisos, pele de canela, olho de onça pintada. Antes tinha a terra, hoje não tem nada... Do banho sai: espuma de roupa lavada, bruma branca de química. Da tribo ancestral, o gene de índio – única herança. Brasilidade: banho de todo dia. Há 512 anos, colonizador assim não pensava: No Mundo Antigo, água era “às vezes”; E a vez era da arma de fogo. Nos espelhos que trouxeram, rostos assustados de gente de cor. Ontem, mares de tropicais anseios, Hoje, também, selva de concreto. Mulata sem cesto e sem rio, índia sem rio e sem chão, Moça loura na História era senhora. Minutos escorrem e séculos deságuam... Moças multicores sonham sentadas em ônibus lotado: Aumento de salário, vale-transporte, direitos iguais, Mata imensa, maior rio do mundo, disputas eleitorais, CPIs, homicídios, imprensa, tribunais. Esperança à venda em tabuleiro; Fortaleza estampada nos jornais, Ouro de mineiro;
Viola de goiano; Toada de amazonense, Geada do Paraná Coqueiro de cearense, Maracatu de maranhense Cupuaçu do Pará. Ê, Brasil rico, ê Brasil bom; País do Futuro, Presente de Pedra Preciosa. Se procuras o brilho, achas, mas se não lapidas o brilhante, te feres Em pontiagudas promessas sociais... Descumpridas, ferem gente de diamantino valor. Como teu povo não desfalece? É pelo Cristo Redentor ou pelo metrô de São Paulo? É por Santa Catarina ou pelo poder do Espírito Santo? Pela fé de Salvador ou pelo frio de Santa Maria? É porque é brava a tua gente; Teus meninos de alma pura e carente de letras; Tuas mulheres de duas e três jornadas; Teus homens de constante labor; Teus arquitetos, médicos, professores, artistas, poetas, visionários; Tuas mulatas, meninas do rio; gemas cintilantes em coletivos lotados. Ivana Carneiro Vieira Fortaleza - CE
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Passeio na Floresta
Se me adentro na mata ó floresta, Sacode-me tua brisa ao rosto do sol cansado. Se visito o derredor de tuas entranhas, Basta-me ao deitar-me descansado.
Não me peças pra sair daqui ó mata, Sussurra-me teu frescor ao corpo meu. Se aqui no derredor de tuas entranhas, Faço parte que me torno, eu sou teu.
Sussurra-me nos ouvidos teu ar puro, Que ao lenho de tuas árvores se debate. Se aos ouvidos teu ar puro comunica, Fecho os olhos que ao meu corpo ele invade.
Cada grito ou sussurro que dou por ti, Despoja-me o medo de poder te defender. Ó floresta de ambição e cobiça do mundo, Sou teu filho te defendo e não vou te perder.
És floresta poderosa que sussurra, Comunicas fauna e flora e toda alma. Com sussurros dás recado compassivo, Qual zeloso que te ouve e te acalma.
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João Aires da Silva (Aires) Macapá - AP
Sol Brasileiro
Chega! Não quero mais a vaporosidade do espírito, os lençóis da aurora, o velho chinês sonhando com a borboleta que sonha com o velho chinês; Quero a pedra apenas sob o sol da realidade; Quero apertar a mão do brasileiro que cavou uma cisterna o dia inteiro e justificou seu salário com os metros da sede;
Quero os cães, a vida pura das ruas, os pássaros roendo o crepúsculo; Quero a verdade do poeta que cantou os pendões da liberdade; Quero a alegria daquele que plantou e colheu e alimentou muitos irmãos com as espigas de sol. João Elias Antunes de Oliveira Brasília - DF
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Um filho deitado em berço esplêndido
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Algo me desperta do sono insano As contas por pagar: ducha fria a me acordar A luta diária me chama para a vida. A fome tão pontual pra enfrentar a lida As injustiças que me cercam pra briga Bornal nas costas cruz do meu calvário E a leve marmita embrulhada com pano de chita um rosário que desdobro na hora do almoço caroço por caroço engolidos a seco ou a lágrimas de sonhos frustrados Temos tantos planos... e tão pouco tempo Ou nos faltam forças? Deixemos de devaneios... hoje mesmo com calo e cimento erguerei solene os sonhos de outros homens: Realidade concreta que transfigura o horizonte e me empurra pra periferia cada vez mais distante.
Sacolejo de volta entra ano e sai ano espremido no ônibus metropolitano em meio a tantos olhares tão parecidos com o meu. Chegando em casa acordo da rotina que me cegou e turvou as coisas que deveriam alegrar minhas retinas. No quarto escuro esta revelação: te beijei e te adorei todos estes dias (nas poucas horas que me restavam pra contemplação) saía tão cedo, chegava tão tarde... e nem percebi Meu País... como você cresceu! João Valdenio Silva Aracaju - SE
Brava Gente Brasileira
Brasileiro é poesia, brasileiro é emoção Enfrenta problemas na vida É guerreiro, é campeão. Sua força vem da alma, De dentro do coração, Com sorriso em sua face Sempre arruma solução. O sangue dessa raça É quente e fervoroso Brasileiro a tua garra E o teu exemplo de esforço Leva-te sempre à vitória Por teu coração colosso
A braveza dessa gente contagia ao redor Os teus homens são mais fortes, Tuas mulheres mais guerreiras Faço parte dessa raça, Desse céu cheio de estrelas Nosso Deus te abençoou Brava gente brasileira. Joelson de Oliveira Santos Campina Grande - PB
Sonhar é sempre bom Realizar o sonho é melhor Quando cai tu te levantas nunca ficas na pior
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Brava Gente Brasileira
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Brava gente brasileira, Filha dos povos do mundo: Do caçador aborígene Ao infante navegador Que um dia a estas terras aportou, Injetando na genética a ambição, Importando da África a mão escrava E a mão livre que sobra no Japão; E da Europa o talento que sobrava. E assim se formou esta nação: É gente bonita, Capaz e esperta E que acredita Em mudança e agita! Arrisca e acerta E até quando erra Aprende a lição E refaz se preciso seus caminhos,
Reconstrói, quando os perde, novos ninhos... É gente de ação, Gente forjada na luta Que não desiste da lida, Que se dedica à labuta. Não importa quão dura seja a vida: É gente solidária e companheira, Brava gente brasileira José Agassiz Vasques Macêdo Recife - PE
Brava gente belarmina
Essa gente que escolhemos pra falar em nosso nome e que, descaradamente, ignora a nossa fome; essa gente que age em bando e toda lei desacata, a tocar impunemente cada nova negociata; essa gente que nos rouba (e a gente só assiste) e que, deslavadamente, mente, cala e se omite; será que essa mesma gente da qual não nos ufanamos é a brava gente do hino? Ou somos nós que, de repente, apenas esperneamos em pirraças de menino?
De brava gente, passamos à gente brava, somente: indiferentes, belarminos? Ou, quem sabe, não sejamos mais tão bravos (tristemente) pra retomar nossos destinos? José Carlos Barbosa de Aragão Belo Horizonte - MG
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Brilho Retumbante
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Brava gente brasileira povo guerreiro e lutador pra amar não tem limite acovardar não se permite até tornar-se um vencedor um país de guerreiros que vivem em minas de carvão que resistiram fortemente até mesmo à escravidão um povo de muita fé confiança e coragem trabalhando dia e noite por um país de igualdade no nordeste do Brasil vive um povo ainda distante que ainda sofre com a seca mas não perde o brilho retumbante gente de muita alegria vigor e criatividade
sempre de bem com a vida enfrentando-a com dignidade viva o povo brasileiro que ajuda o Brasil a crescer povo de muitas raças união bonita de ver brava gente brasileira dando seu show a parte encantando todo o mundo com o seu futebol arte José Mateus Pontes da Costa Bayeux - PB
Bravo Povo, Brava Nação
Marias, Cristinos, Raimundos, Nonatas, Elisas e Zés Quanta fé, quanta coragem Na miscigenação de um povo guerreiro, Filhos de escravos com brancos, Daqueles mulatos ribeirinhos, que desde cedo lutavam. Trago nas veias a raça, a luta, a fé, a coragem, Das gentes, dos povos, das matas, Que abrilhantaram minha viagem. Trafeguei entre selvas e mares, Vi escravos que calados choravam, Avistei guerreiras escravas Que como forma de resistência até ao barro se sujeitavam. Andei por entre os trilhos da ditadura, Calado pela opressão. Sugeri metáforas para expressar-me por meio da composição.
Trago nas veias a raça, a luta, a fé, a coragem, Das gentes, dos povos, das matas, Que abrilhantaram minha viagem. Conquistamos nossa república, A democracia veio ao raiar, Embora a noite tenha sido longa e obscura, Conquistamos nosso lugar. Afros, pardos e brancos compõem esta nação, Não mais lhes observando as cores, Mas vigor e qualidades que brotam do coração. Trago nas veias a raça, a luta, a fé, a coragem, Das gentes, dos povos, das matas, Que abrilhantaram minha viagem. Brava gente brasileira que admirável miscigenação! José Salomão Amoury Neto Marabá - PA
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Declaração de Amor à Gente Brasileira
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Da miscigenação Nascente ó bela gente Com graça e esperança Crescente alegremente
Como tu não há outra Conquistaste meu amor És bela és formosa Como a rosa meu amor
Não dispensas as batalhas Grande é tua garra Enfrentaste até muralha Serás sempre minha amada
Brava gente brasileira A esperança te inspira O orgulho te enriquece Sobre as lutas resplandece Josiane Gomes de Souza Rio das Ostras - RJ
A Maior Riqueza
Sou de um país gigante De regiões contrastantes Vegetação exuberante E paisagens deslumbrantes Tanta beleza convida Alguém a se enganar Por estas bandas, a vida Ser tão fácil de levar Mas, prestando atenção Olhando com coração Vê-se a luta constante Desse povo cativante Hoje só quer liberdade De seguir o seu caminho
Ter a oportunidade De vencer mesmo sozinho Do Oiapoque ao Chuí A maior riqueza que vi Está no valor dessa gente Resistente e valente Otimista e sorridente Brasileira é minha gente! Jurema Couto Vasques Hélcias Santos - SP
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Sertão
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Enquanto a Pólvora Acesa Não abate Minha carne Caminho Todo o sertão De afetos Esquecimentos De solo Beira a fome. Sou retirante, sulista Imigrante, católico, macumbeiro Carrego fé, patuá e para me manter Caminho, sem rumo, nem nada. E para manter em pé Aquele que Por Um destino Escolheu caminhar
Decidi-me Pelos agrestes Das coisas Afastei-me Segui as beiras Não voltei Nem por ninguém Por notícias Por nada Nem por terra Estou sertaneijando De minha gente E um pedaço Bem pequeno de terra, Desse solo de Santa Cruz, Do bravo povo brasileiro. Kleberson Marcondes Gonçalves Pindamonhangaba - SP
Artista de Rua
É vermelho! Então ele entra Em cena, olha para os lados, Ora a Deus e se concentra Nos malabares jogados Para o alto e, habilidoso, Sem nem deixar de sorrir, Termina o show ansioso Por ver alguém aplaudir.
Maquiagem caprichada E com roupa de palhaço, A sua face esbranquiçada Cobre o medo do fracasso. Ele sonhava que o circo Era o lugar verdadeiro, Mas fez do mundo um abrigo E da rua, seu picadeiro.
De rua, artista, solitário, Vai à procura do seu pão, Faz da gorjeta salário E das claves, profissão. Ele já nem mais se importa Caso alguém subir o vidro Do carro e trancar a porta, Confundindo-o com bandido.
Correndo, passa o chapéu, Nem todos doam no fim, Mas sabe do seu papel E agradece mesmo assim. Leandro Andreo Rodrigues São Paulo - SP
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Brava Gente
O clarear do dia despertando em gorjeios E o sino dos ventos trovando sem versos Acordam o povaréu daquele campo Estes se levantam sorrindo, Abrem as janelas, emoldurando o rústico cenário Cheios da vida, São embalados pelo romantismo campestre Têm mais brilho nos olhos E mais calos nas mãos De pura inocência, De plena ignorância de outras belezas Limitados à rotina cansativa; mas recompensadora De enxada à mão e suor no rosto... A colheita! Dividem-se e escondem-se Entre o verde mata e o amarelo sol... Letticia Cecy Correia Paranaguá - PR
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Brava gente brasileira
Povo forte, guerreiro, batalhador... Essas mãos calejadas da lida, Trazem marcas profundas, feridas, que nem o tempo cicatrizou. Nem por isso tua face sofrida, prende o riso que acalenta a vida restaurando em ti o amor. Gente simples, porém, brava! Povo livre, ‘’brasileiro’’! Teu suor é o tempero das raças. O teu sangue é verde e amarelo. E é debaixo do sol escaldante, ou da chuva que molha a terra, é que lanças a boa semente, e a Deus faz suas preces sinceras. Brava gente brasileira... Que ama... Que sente... Que almeja!
Salve, salve a nação brasileira. Salve o riso das nossas crianças. Pois, a vida passa tão ligeira. Salve, salve a nossa esperança. Meu Brasil varonil, brasileiro, onde vive esse povo guerreiro. É um Brasil de notas musicais, quando cantas não esqueces jamais! Lis Anielli Nascimento dos Santos Feira de Santana - BA
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Brava Gente Brasileira
Amazônia verde sem igual Índios, agricultores longe do litoral Cerrado, planície sensacional, Quem não deseja conhecer A ilha do Bananal? Todo mundo louva o pantanal Nordeste, sofrido e sertanejo Desigual... Bahia, a terra do Dorival. Lacerda, pelourinho medieval Praias e povo tradicional Sudeste um mundo à parte Todo lugar no Rio é arte País do carnaval! O outro país do Chimarrão Lindas gaúchas de plantão Esporas e churrasco no varal
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Tudo nesse mundo brasileiro é sensacional. Essa Brava gente Brasileira Tão diferente e tão igual Todas elas na mesma Unidade nacional. Marcelo de Oliveira Souza Salvador - BA
A força dessa gente
E se houvesse apenas o hoje, sem planos ou sonhos, seríamos ainda mais criativos, tentando nos manter risonhos. Para essa brava gente brasileira, que vive diariamente para trabalhar, vale muito mais um sorriso no rosto, do que a angústia e o reclamar. Certos de que tudo há de melhorar, renovando diariamente a esperança, e no futuro ao olhar para trás, ter o sucesso como lembrança. Marcelo Torres Baena Rio de Janeiro - RJ
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Violeiros
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Cabocla, empresta-me teus negros olhos E teus pezinhos tortos, nessa contradança. É noite pontilhada de sonhos E de estrelas que vou te ofertar. Deixa-me enxergar o caminho das raízes fortes de além-mar, Pois vivo já sem esperança, sem vida mansa, ao Deus dará. Vou entoar uma catira, na Folia de Reis, lá no Pará... Cabocla, és brasileira, então tens na tua sina o dom de lutar. Acende uma fogueira grande que é prá mode nós começá.... Cabocla dos olhos fundos, da pele macia, vou te beijar. Com minha viola na roda, será que um dia vais me olhá? Espera-me lá da janela, que eu chego cantando quando serená, Deixando teu seio à mostra, miragem doce a me enfeitiçar... Quiçá me olhes um dia, com minha viola a te convidar Dedilhando tantos desejos Na raiz da música que te dedicar. No céu tem anjo escarlate dizendo amém pro meu cantar,
Na terra tem tanta pressa, que mal escutam o que eu sei tocar... Carrego minhas raízes no alaúde do meu penar Compondo esse canto triste que é minha forma de protestar. Mas no meio dessa cantiga existe um solo manso prá me apaixonar, Cabocla de longas tranças não sabes o tanto que eu sei te amar! Só sei que quando me vejo preso, sem fé ou esperança no mundo de cá É essa minha viola amiga que me ensina o caminho de respirar. Cabocla, mulher de fibra, vou pedir tua mão prá mode eu casá, Eu sei que és brasileira da mão calejada de guerrear. Eu sou só um violeiro, mas sei bem o que é chorar E creio que ser brasileiro É ter esteio, É viver lutando, Sem fraquejar.
Marcia Tigani São José dos Campos - SP
Corações brasileiros o templo da superação
Brasileiros feitos de garra Travam sua lida diária Brava gente que não se cansa Que vive de sonhos e sorrisos Em meio ao caos e à violência São capazes de enxergar o paraíso Gente que trabalha e que estuda Que nunca foge da luta Gente disposta e destemida Que supera as adversidades E mantém a esperança diante do perigo Gente do bem que anseia por justiça e paz Que ama esta linda terra Composta de cerrado, matas e litorais Gente miscigenada que em sua genética Abriga todas as raças e belezas do mundo Gente que perde e chora Supera a derrota e dá a volta por cima
A paixão por esta terra é algo surreal Do calor do norte ao frio do sul Da Amazônia ao Pantanal No céu e no mar Ó Brasil Teu povo sempre irá te amar! Em teus ternos braços Ó pátria amada Nossos corações repousarão Nosso suor será a fonte a impulsionar O teu glorioso futuro de progresso E nossos sorrisos Serão as luzes do Teatro da Vida. Marcos Paulo de Souza Pinto Belém - PA
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Brava Gente Brasileira
Gente brasileira Pessoa de raça E fé no coração Todos os dias Ergue sua cabeça Para a batalha Do dia a dia Quando chega Em sua casa está Exausto mas Com um sorriso no rosto
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Por mais um dia Vitória Brasileiro é assim Honesto, gentil e Trabalhador, e todo dia Uma nova batalha Para ser vencida Marcos Vinícius P. Teles Manacapuru - AM
Povo Guerreiro
Povo guerreiro de nobre reputação. A tua garra resplandece esta nação. Nação brasileira de cor e raça. A tua voz é cheia de graça! Brava gente! Esse povo é valente. Um operário transformou-se em presidente. Uma mulher fez diferente. Subiu a rampa da mais alta patente. Pague o ódio com amor. Menos dias de injustiça é o clamor. Desse povo que é feliz de tal maneira. É brava gente, brasileira. Maria Cleunice Caldeira de Sousa Manacapuru - AM
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Brasil, coração do povo
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És o meu travesseiro gigante Onde descanso o meu pensar Buscando te amar bastante Igual um menino no mar És a flor de um jardim constante De beleza colorida sem igual Onde se confundem a cada instante Suas pétalas azuis e o verde original És a aurora da manhã De uma noite enluarada Sonhando com o amanhã Durante a madrugada És o sorriso da criança Ao perceber a mãe presente Na doçura e na esperança No abraçar no peito quente És a suavidade do mar Na grandeza do seu tufão
Na beleza da onda no ar Expondo a verde imensidão És a força enorme do vento E a grandeza do prazenteiro ar O cheiro da mata ao intento E até o nosso caminhar És o coração do meu povo Do cavalheiro e da cavalheira Tanto do velho como do novo De uma brava gente brasileira Maria Cristiane Galdino da Cunha Bayeux - PB
Brava Gente Brasileira
É ao Brasileiro de raça, A homenagem que faço, Trabalha duro no sol, E na chuva não tem descanso... Molhado no seu suor, Procura a sorte que laça! O mineiro desce as grutas, Na coragem, expõe a vida em luta! O lavrador, a seca vigia, Em meio a sua colheita, Reclama a chuva de dia! Mostra o corpo queimado, O trabalhador de obra, Na grossa pele que estampa Seu coração derramado... Põe a jangada no mar, A noite ainda não se despediu, Na maré vazante ou cheia, Lança a rede a trabalhar!
A essa gente brasileira, Me curvo com honra e respeito, Gente bravia e humilde, Sorriso largo e simples, Calcam nos pés a poeira... Brava gente Brasileira. Maria Cristina Müller Brasília - DF
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Minhas Escolhas
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Escolhi o Ceará para morar E daqui o pé não irei arredar. Gosto do sol, calor e mar Ô terra boa de se morar. Sou gaúcha de tradição, Colorada de coração, Sou crente, sou gente Não gosto de gente que mente. Minha palavra é forte Não acredito na sorte. Acredito no trabalho duro
Não procuro coisas no escuro. Amo meu país, este Brasil imenso Terra de gente de coração intenso Quero um lugar verdadeiro Com pessoas de espírito guerreiro Tem gente bem valente Sou o que somos Sou brava, sou gente, sou brasileira. Maria da Graça Ellert Dal Castel Fortaleza - CE
Minha mãe Maria
Minha mãe é Maria pedreira. Ela senta tijolos e mexe cimento com areia. Minha mãe não é casada; Ela sozinha faz compras e paga água. Seu nome não é Pedro; É Maria. Mas se pega o teçado... Ela carpina a “arinha”. Mas um dia minha mãe se cansou... Não quis mais trabalhar, Então colocou os pés pro ar. Maria pedreira não é preguiçosa Mas precisa parar. Suas poucas forças não dão para segurar. Trabalha. Trabalha todos os dias para os filhos sustentar; Caminha. Caminha para trabalhar. Lava louça, varre, cozinha... Para o sangue não esfriar. Maria pedreira parece se preocupar
Trabalha, sofre e à noite fica a chorar. Angústia na vida. Presente que alguém quis a dá. Maria pedreira não é pedreira de profissão; Ela não tem profissão. Ela é dona de casa. O que aprendeu foi herança do povão. A Maria pedreira não é só minha mãe. Ela é a tia, vizinha... Toda mulher Brasileira que sofre e luta sozinha; Mulheres que são determinadas Não esperam o verão chegar. Mesmo chovendo faz a construção levantar. Mas Maria pedreira precisa um dia parar. E seu destino é uma casinha de barro... Na qual de seus labores vai descansar. Maria das Graças Menezes Freitas Rio Branco - AC
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Brava Gente Brasileira
Queria compartilhar um abraço Com os brasileiros de raça Que no sertão Nordestino Insistem em radicar. Suportando a estiagem Típica destas paragens Acatando o destino Que os levam a relutar. A não trocar jamais de ares Pela ousadia de sonhar Sujeitos a malograr Com a segregação diáfana Envoltos nos tristes ais.
Com a coragem nas veias A esperança lhes bombardeia Inundando suas almas Encorajando-os a transcender No aguardo da próxima estação. Que a chuva caia abundante E essa Brava Gente Brasileira Volte a cultivar o solo Contar anedotas e, Fartar os paióis. Maria Eunicele Rodrigues Bezerra Monsenhor Hipólito - PI
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Brava Gente Brasileira
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Nas curvas do meu rio mar, nas revoadas dos pássaros, nas piracemas dos lagos vejo a morena faceira o caboclo estrangeiro com os pés no chão. Ao canto do bem-te-vi, vejo o curumim correndo no terreiro girando como pião, tem sangue guerreiro as mãos calejadas e o futuro no coração. No balanço da rede os sonhos viajam nas embarcações. Sou das águas serenas do corpo moreno do igarapé. Sou rico, sou pobre, sou gente valente com as mãos levantadas transformo nação. Sou moço, sou criança, sou pai, sou mãe, sou ancião que trabalha, mas também sou irmão. Sou filho dessa terra, sou filho desse chão com as lágrimas nos olhos conquisto geração. Sou curumim que corre ao vento dança na chuva querendo um pedaço de pão.
Sou gente inocente que chora e grita e precisa de colo e também atenção. Sou das barrancas onde as plantas florescem os sonhos desaparecem com as secas e as inundações. Sou gente que não foge da luta e sabe dizer não. Sou das terras molhadas dos céus estrelados das noites quentes de verão. Sou raça, sou cor, sou gente contente que ama sua gente e também sua nação. Maria Francisca da Silva Lima Manacapuru - AM
Mundo de Herói
O Sol nem nasceu E ainda faz frio, Acorda menino O dia rompeu. Pão com manteiga Café já esfriou, Desculpa querido O gás acabou. Direto pra escola Se quiser ser doutor; Esqueça essa bola Atenção por favor. À noite tem reza No meio da praça; O terço e a vela Pra alcançar a graça. Pedido de emprego Comprar uma casa; Um grande chamego
Saúde e raça. No sábado o almoço É na casa do João; Bebida gelada Paçoca e baião. Domingo tem jogo Aguenta coração; Pra começar a semana Com mais emoção. Maria Glaucia da Silva Fortaleza - CE
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O povo do meu Brasil
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De pé aplaudo, Um povo sofrido, Que luta todo dia, Pessoas do sertão, Sem chuva e comida, Educação só se tiver condição, Precisam dos filhos para completar o ganha-pão, Embora o auxílio não ajude muito não, Estudar futuro dá, Mas sem comida, a cabeça para de funcionar.
O povo pobre dá duro, Para fome não passar, Acorda cedo, não dá espaço para sonhar, Labutar, labutar, labutar todo dia sem parar. Falar português sem erros não dá, Sabedoria, só a popular, Levando a vida como dá, Esse povo dá duro e não se deixa abalar. Maria Inês Nascimento e Nascimento Salvador - BA
Bravo!
Desde há muito vejo, nesta terra de fortes Um lampejo Nos olhos de quem vibra com mil artes. E um desejo Fundo e pleno de transformar a dor em odes. Bravo! Porque desde cedo, nesta terra de mistério Marcham Pés à luta, com corações quentes e etéreos. E bradam Hinos de vitória, ao destino de um povo áureo. Bravo! À saga dos infantes, à aventura de ser grande. De ser gente Brava e tenaz, mesmo quando frente a gigantes. E ser valente Povo herdeiro de tanta vida e prados verdejantes.
Bravo! Às lágrimas, às feridas por combater o que é vil. À história Dos braços que gentis, sustentam o manto anil. À memória Daqueles que no céu honraram estrelas mil Bravo aos seus filhos, Brasil! Mariana Lopes Bezerra de Melo Goiânia - GO
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Todo dia
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Acorda é mais um dia! Hora de tomar café, pegar o ônibus na mesma linha. Trabalhar para garantir o final do mês Porque senão perco a minha vez. Levar pra escola Cansaço no dia Vivo pensando se algum dia para a minha alegria Deus olhará pra mim E verá o meu suor e esforço Porque o que eu luto não é pouco O meu dinheiro nem sempre dá Pra dar o maior conforto Sou sozinha e sem ninguém Mas sei que vou muito além Não tente apagar minha luz Não é elétrica, é luz de vela
Não pise na minha dignidade Não importa a minha idade Meu coração, minha fé Eu sou muito melhor Pobre, endividada, triste às vezes talvez Mas sou mulher arretada!!! Marina Fernanda Veiga dos Santos de Farias São Luís - MA
Nação da
paixão
Amo meus pés mulatos Erguendo meus ombros cafuzos Desta minha cabeça cabocla. Amo meus jardins amazônicos, Banhados pelo costeiro mar Da doce Copacabana. Rezo a todos os deuses, Crentes desta beleza que chamo de brasileira. Tornem o mundo igual com calor comunal desta gente festeira. Marino Hilário Catarino São Paulo - SP
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Brava Gente Brasileira
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Nascido no morro; Cresceu descalço; Comendo sardinha, Pão e farinha; Jogando bola, Fez sua escola; Suando a camisa; Chorando e sorrindo. Até que num dia lindo, Sentiu-se bem-vindo Ao grande time Europeu; Que o levou ao apogeu Da glória e da graça; E levantando a taça, Ergueu principalmente Sua força e sua raça;
Raça da nossa Gente: Brava Gente Brasileira; Que consegue transmutar A dor e o sofrimento Em esperança, em alento. Marisa de Pinho Pessoa Pacheco Fortaleza - CE
Brava Gente Brasileira
Do grito uma voz de esperança, Retratada no olhar, Do peito explode uma mudança, De uma nova vida começar. Em cada raio de sol, Espero ser diferente, Como o brotar do girassol, Ser um povo valente. Olhando para o passado, Relembro da nossa história; Povo amado, armado, Ficamos na memória. Que o futuro seja diferente, Uma nação rica, Mas, explorada. –Infelizmente! Terra fértil, abençoada pela graça divina, Povo hospitaleiro; Como o sorriso de uma linda menina. Origem da miscigenação,
Vejo negros, índios e brancos; A cor da criação. As mais diversas culturas, Podemos encontrar, Palco de muitas aventuras, Muita história pra contar. No embalo da música, No tom da canção, Ordem e progresso: – Avante nação! Essa alegria de viver, É da nação gentil; Pátria amada, seu nome é Brasil. Mary Hellen Ferreira Álvares Natal - RN
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Viva o Povo Brasileiro
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Viva o pobre agricultor Que vive sendo explorado Na mão do atravessador Viva nosso operariado Viva o ilustre professor Que sejam valorizados Com esmero e com louvor Viva as nobres enfermeiras Que trabalham com amor Anestesistas, parteiras Médico, cirurgião e doutor Farmacêuticos, atendentes Plantonistas e gerentes Balconista e vendedor Viva os anônimos garis Digníssimos servidores Vigilantes, educadores Socorristas e bombeiros Domésticas e diaristas
Cobrador e motorista Ascensoristas e porteiros Ambulantes e carteiros Faxineiro e zelador Salve essa nação guerreira Brava gente brasileira De inestimável valor Mauricio Fonseca dos Santos Recife - PE
Brava Gente Brasileira
Brasil de muita gente Que sonha e vive contente O Brasil de meu amor Terra onde sinto fervor Que aprende com a dor Esse povo sofredor Pergunto ao nosso senhor Pois ĂŠ o melhor ajudador Pra que tanta desventura Nesta vida cheia de aventura Brasil meu paĂs E dessa gente que vive feliz. Mercia Santos Divina Pastora - SE
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Missiva de Nau
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Ao vice-rei... Há um povo além-mar pincelados pela tinta do sol da bravura que singra pelos mares das intempéries quão tágides noutros Tejos tropicais recriadas nos sonetos imagéticos de Camões morenos Há um povo além-mar de pés desnudos e alma encouraçada esculpindo nos terreiros uma felicidade singular
Uma felicidade arroz e feijão Uma felicidade feijoada Uma felicidade de folião Uma felicidade batucada Há um povo além-mar Humildemente, altaneiro Que se misturou com todo o mundo E se assumiu brasileiro! Moacir Ribeiro da Silva Natal - RN
Brava gente brasileira
Eu vou comentar agora Um assunto bem ligeiro Porque guardo na memória E tenho orgulho no peito Vou falar para vocês Sobre o povo brasileiro. Entre a seca e a crise Tão cansados de sofrer Mas seguem a vida lutando E não se deixam abater Pois tem sangue brasileiro E insistem em vencer. Mesmo sem ser guardado Não desistem de sonhar Com sua força e trabalho Continuam a lutar Essa gente é brasileira Nunca vai desanimar. O Brasil tem muitos defeitos Mas o povo ainda luta Para ter um país direito Sem ter morador de rua Porém o crime e o preconceito Isso ainda continua.
Nosso povo é assim Lutador e tão carente Mesmo na vida ruim Se parece tão contente Até quando sua morada É destruída pela enchente. Nunca se dão por vencido Continuam a acreditar É um gesto tão bonito Que me orgulho de falar Esses sim são brasileiros Não desistem de lutar. Nosso povo é assim Nunca vai fugir da luta E eu digo nesse fim Tudo isso me orgulha Porque somos brasileiros E não desistimos nunca. Moisés da Silva Eleotério Tianguá - CE
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Palmas para a Gente Brasileira
Meu Brasil grande Tem brava e sincera gente Em seu orgulho de ser brasileiro Gente que tem coragem para lutar E a sua pátria defender Luta com garra e sem medo Com armas próprias e força Palmas para a gente brasileira Pela sua determinação em lutar Obrigada gente brasileira Pela força de vida Que mesmo sofrida Por muito tempo ainda Veremos sem cansar Mykaele Alves Quaresma de Sousa Cabedelo - PB
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Brava Gente
Fala-se n’uma gente que pranteia em segredo, Que, feliz, fantasia-se, que samba e sorri Sob a força da chuva, que lhe furta as moradas: Fracos adereços de incerto porvir. É uma gente viril de tamanha bravura... Hospedeira, porém, desprovida de um teto, Cuja natureza materna, desprendida, recebe A quem vir – forasteiro – com os braços abertos. Que gente é essa sofrida e, igualmente, distinta Que suporta as penúrias de cabeças erguidas? Que, tão digna, resigna-se e, por fim, admite: O que tem é o bastante pra sarar-lhe as feridas! É tão vasto o talento dessa gente singular... Eis que embora carente, sem eiras ou beiras, No tropeço ou na queda, sai-se bem e sustenta O orgulho de compor a brava gente brasileira. Nédia Sales de Jesus Conceição do Almeida - BA
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Lavrador
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Começou a correria Em cada rua da lavoura corre nela um lavrador Estão fazendo arruação Corre a rua Contra o tempo Conta o tempo Quanto falta O que falta pra chegar O que falta pra colher Vai o dia terminar. Será que o colhido vendido vai o gastado pagar? Corre a moça Corre o velho Corta a mão Corta o podão Olha a cobra Correria Diversão pro valentão. O suor pinga no olho molha a vista já cansada Deixa a vista embaçada Fica a rua embaralhada Pólen, pó, dor e suor.
Grita o moço Ri a moça Finda o dia Fim da missão Fim da rua Fim da lida Sujo o rosto Suja a mão Limpa a alma Limpa a enxada Vai o dia terminar. Já é tarde Vem a noite Amanhã já vai chegar. E começar a correria Em cada rua da lavoura há de correr um lavrador... Nilton Chiaretti Ribeirão Preto - SP
Avante
Bravo és, povo brasileiro, Cujo coração bondoso Não se isola deificado No sacrário que é teu peito. Sempre pronto para a luta, Cada vez mais assimilas Valores de compreensão, Respeito e aceitação, Paradigmas do amparo Que só tu sabes prestar Aos teus iguais nas jornadas Do direito e do dever. Segue na semeadura Da alegria e da concórdia, Pois fértil é o solo em que pisas. E, ainda que haja percalços A ferir-te pés e mãos, Vai em frente, companheiro,
A dor faz amadurar Princípios imateriais Que fortalecem ideários De liberdade e justiça, E levam a despertar Teu espírito altaneiro, Povo amado brasileiro, Para a conscientização De que TU és o Brasil. Nilton Silveira Porto Alegre - RS
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Tesouro imaterial
Meu Brasil, minha terra, Não nasceste em berço de ouro Tomaram-te por interesse Roubaram grande parte de teu tesouro E não há tantos que te povoam Que eu diria que tu mereceste Mas minha fé em ti não se encerra Ainda receberás teus louros Nunca desista, espera Que teu desenvolvimento é vindouro Um misto de terra, de gente, União de crenças, de falas Identidade mesclada, brasis diferentes Como diversidade crescente, nunca te abalas
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São as cores e jeitos, alegrias e dores Brasileiro a brasileiro que, por ti, morre de amores Seja em defesa ao esporte, ao teu verde, às tuas terras Seja aprofundado em valores Que te faz crescer e que te guia Ao buscar com sangue e suor o pão de cada dia É o teu forte, é o teu norte Teu sul, sudeste, centro-oeste e nordeste Cada parte que te faz única É imaterial este patrimônio Que seja então ele zelado Por teu nativo idôneo Raíssa Stèphanie de Matos Vieira Macapá - AP
RG do Brasileiro
Sou gente que planta Que colhe Que luta com a sorte Que nunca desiste. Sou nativo da terra brasilis Fiz brotar o ouro, a cana, o café As correntes não me prenderam Fiz delas arreio. Sou índio, branco, negro, homem, mulher Aprendi a excluir as mazelas Fome, miséria E incluir o que diferente a mim é.
Sou intenso no cantar Canto vitória antes mesmo de chegar Porque vejo com o coração O Brasil campeão. Raquel Azevedo São Leão Ferreira Feira de Santana - BA
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Pindorama
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Salve o povo brasileiro Brotado da mirabolante miscigenação Índio-negro-branco Mesclado-mestiço-multifacetado Pousado “no coração do hemisfério sul, na América” Essencialmente barroco Que chora nas tragédias e ri no carnaval Brasil do sertão, serra e mar Movido a desafios e bravezas Plural: meu, teu, seu, nosso “Ó abre alas que eu quero passar” Brava gente brasileira Ainda carente de políticas públicas sérias Na educação, saúde e arte Que retire das ruas suas mães, crianças e jovens Transformando mãos pedintes em mãos criadoras Que estejam presentes nas escolas como aprendizes Cidadãos que não se envergonhem em ser brasileiros É esse o país que queremos O Brasil produtivo com espaço para todos Brasil das cores, sabores e tambores
Brava gente brasileira Ancorada no sincretismo religioso De Nossa Senhora Aparecida aos orixás Que vive o sagrado e o profano Brasil de Paulo Freire e suas palavras geradoras Brava gente brasileira Tarsila de Abaporu Aleijadinho dos Profetas Portinari dos Retirantes Luiz Gonzaga da Asa branca Rosa de Grande sertão: veredas Graciliano de Vidas Secas Betinho de sua obra social E tantos outros... Brasil que se reinventa a cada dia Da rica fauna e flora Que carece ser melhor cuidada pelos seus filhos Brava gente brasileira Monte Pascoal, Ilha de Vera Cruz, Pindorama, Brasil “Quem jamais te esqueceria?” Regina Célia Farias Castro Fortaleza - CE
Descortinar bravio
Um viver brota da América do Sul, punho em luta a desbravar a iniquidade, povo a arfar do peito o jeito de ser que equidistante da rebeldia beira a valentia dos guerreiros sutis.
Bravia postura que remonta os ancestrais, honra de desiguais em distinções braçais, pés descalços no pó do asfalto, exalando do êxodo, a esperança como criança a desvendar todo o querer.
Esse povo que alardeia alegria e que ao raiar do dia enaltece este prazer, que faz da labuta, lealdade mística a mesclar antagônicos sentidos na centelha do dia a durar em revelia mais que o sol, mais que o luar.
Braseiro ao sul do Equador Abriga galantes saberes de rimas que brinca com as cores, sorri das dores, apaga os riscos mal feitos, em feitos inebriados a pulsar por sobre céu e mar.
Bravo, altivo e justo, que da injustiça alardeada aos ares impõe-se em múltipla forma de combate, ergue o punho, move-se em ritmo cadente a mostrar a toda gente este real viver.
Povo-Brasil, teu ardil é alçar do anil teu vasto ideal que se transforma em sal de firmeza e credulidade, deste que em verdade te invade de brio, força e louvor e encerra esta terra em nova expressão de amor! Regina Celma Teles D´Alencar Monteiro Feira de Santana - BA
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Desigualdade
Viva Maria pisa papelão amassando lembranças, descalça a fome caminha com seu olhar criança, sob viadutos eliminados a sociedade desova, cidadãos aniquilados caixotes feito cova. Roberto Leal Correia Salvador - BA
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Brava Gente Brasileira
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Um retumbante brado ecoa do passado Como manifesto de exuberância e grandeza. Pois tu nobre nação, por si só é o retrato de um grato povo. Amado, querido e acima de tudo aguerrido por natureza. Beleza singela, bravura indômita, a personificação maior entre tantos atributos. Por vezes, ausentam-se as palavras adequadas à significação desejada, mas resvala e revela sua nobreza, ou seja, sua marca por excelência. Brava gente brasileira, a rima prima por ser sua companheira, emoldura tua prudência e virtude. Brava gente brasileira é feita de alegria, atitude, dignidade... És bondade, eloquência, a decência talhada em seu ser. Exaltar tuas virtudes não se faz necessário,
pois já és exemplo e referência à digna vivência humana. Brava gente brasileira, seu bramido soa como música ao ouvido, fala ao coração toca e sensibiliza a alma. Acalma e dispersa as agruras, os descontentamentos, se torna avivamento de um nato caso de amor à pátria, a vida, como tua prole querida, oh! Brava gente brasileira. Rogério da Silveira Souza Porto Velho - RO
Brava Gente Brasileira
Nos hospitais Há os cárceres da dor Em janelas de ferro Há os amotinados Em vielas sombrias Talvez últimos passos serão dados Mas há os que se curam da dor Os que se libertam da prisão para uma nova vida Os que se salvam da violência cotidiana Quem é essa gente resistente? Que suporta tudo que sente? Gente que nunca se viu Se acovardar em temor servil? A resposta vem de uma alegria tão brejeira É a nossa brava gente brasileira. Rosemeire Joanadarc Dias Mogi Guaçu - SP
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De Tupi a Guarani
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Antes, bem antes, de Cabral chegar aqui, Moravam felizes nas minhas matas Os paiaguás, guatós, ofaiés xavantes e guaranis. Guaicurus, índios guerreiros, valentes cavaleiros filhos de Gô-noêno-hôdi! Quantos rios de água doce, Muitos peixes para pescar... Vivia o índio sem medo Sob um céu azul a sonhar! Mas, com a conquista da América, Uma notícia voou: – Tem ouro e prata por lá... E foi assim que tudo começou: – Terra à vista! E a primeira vista era mesmo uma terra boa para se conquistar. Para Portugal, era preciso navegar... Para holandeses, espanhóis e franceses, Era preciso conquistar. Conquistar era preciso... E a bela Pindorama, A terra das Palmeiras, estava lá! E lá estava o índio no seu lugar! Jê-nu-aruak, tamoio e tupi. E mais para cá, Sob o céu mais lindo que eu já vi, Os guatós, guaicurus, ofaiés, paiaguás e guaranis!
Quando o não índio chegou aqui, Tupã tremeu, Índio que não morreu, lutou, fugiu... E Pindorama chorou por seus filhos! – Já sofria a nossa “Mãe Gentil” E foi assim, bem assim Que na linda terra de se ver Chegaram por aqui Espanhóis e portugueses, Franceses e Holandeses, Todos eles procurando muito ouro encontrar! E logo ao descerem da Nau, os portugueses, Pediram a alguém que escrevesse Ao rei de Portugal uma carta estranha que dizia: “Os índios daqui são dóceis, bem feitos de rosto Enfim, são bonitos... Mas têm um costume esquisito: O de se banharem no mar ou no rio, todos os dias! E ainda têm medo de galinhas...” Assina a carta e o destino dos nossos índios: – Pero Vaz de Caminha! Sandra Aparecida Ferreira Andrade Campo Grande - MS
Brava Gente
O Brasil é um país do futebol Do samba e de mulata bonita De gente feliz que dança e agita O nosso povo é guerreiro Acorda cedo e segue em frente É por isso que o povo brasileiro É chamado de brava gente A batalha diária e cansativa Mas Deus privilegiou esse povo Com uma alegria que cativa Nos quatro cantos do mundo Não se encontra tanta maravilha Como no país verde e amarelo O povo mais encantador e belo Sávia Maria Costa de Araujo Sousa - PB
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Bravura
Mais alegre do que triste, brava gente brasileira: sua bravura consiste em lutar a vida inteira. SĂŠrgio Bernardo Nova Friburgo - RJ
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Flores do Sertão
Respondeu que não. Que não sabe ler E tão pouco escrever. Nunca viu o mar? Não senhora, Mas dizem que é açude grandão, sem paredes. Sou sertanejo, não conheci escola Só leio o céu, estrelas na lua cheia do sertão. Os meus filhos fazem letras no papel, Nem sei desenhar meu nome, mas toco repente e sei rimar. Na escola, meus miúdos vão pra aprender a fazer conta. Só se vive se sabe cobrar e pagar, dona. A vida aqui é peleja. Minha idade, eu não tenho certeza, Sou homem maduro, tronco de terra firme. Aquele retrato – não conheço, Mas gosto do sorriso. Viu o do finado, o anjinho, na parede? Na cidade vejo o doutor, não me atrevo a puxar prosa, Sou modesto, venho atrás do remédio. Bom mesmo é xarope de raiz.
Quando o mal me acomete, chamo Maria Caipora. É a benzedeira mais afamada do Vale. É meio-dia. Sol a pino, Boca seca e barriga vazia, hora da boia. Volto pra lida, debaixo da fervura, tenho bocas, Meninos pequenos, são sete os meus. Já é hora. Vou levar o cachorro outra vez, Ontem mesmo, Fulô matou uma cobra. E acredite, a mulher levou pra panela, O cozido que é um manjar. Segue o astro, com enxada no ombro, Em peito nu de pele fadigada. E as rachaduras dos calcanhares, Marcam o chão de poeira na estrada. Simone de Fátima Brichta Fortaleza - CE
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Brasil, Meu Brasil Brasileiro
Brasil, ah Brasil!! País varonil De maravilhas mil Seu céu de cor anil Faz-me lembrar a Bahia Palco de grandes carnavais Terra quente da alegria Alegria nada fugaz Assim com tanta folia Recordo-me também do frevo Se em Pernambuco você ia Não mais ia, vá ver na Maria o molejo
E que lindo de se ver Amazonas, dizem, terra de calor pavoroso E um povo todo a ferver Só para ver o Garantido e o Caprichoso Eleita uma das sete maravilhas Onde pousa nosso Cristo Redentor Rio, escoltada por uma ilha A verdadeira terra de nosso Senhor Nesse país de alegria pungente Não importa se empresário ou rendeira É sim brava gente Brasileira! Suellen Carol da Costa Sousa Moreno Brasília - DF
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A Ótica de um Hino
‘Raios vívidos’ do amanhã Cravam os pés no chão Mais um dia de vida Mais um de batalha
Tudo mais Nada mais... Para quem será capaz De ver algo mais
Levanta o ‘povo heroico’ Por amor à nação Para ganhar o seu pão Sem temer desafios que os ventos trarão
Quem é ‘filho deste solo’ Não só vê escuridão Cintila em sua pupila a beleza da nação Esperança em forma de luz é seu olho
‘Braço forte’ estendido Êta, Brasil bonito! Não se intimida face à dor Miséria, corrupção ou violência
Ó filho, ‘não foge à luta’! Não passa por esta vida Sem viver Sem saber o que esse país ainda pode oferecer. Tanuse Costa Silva Mota dos Santos Simões Filho - BA
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Coração verde e amarelo
Se tenho sangue nas veias, Se tenho força nas mãos Costuro nossa bandeira, Construo nossa nação Pois a gente brasileira Que vive sem um tostão Traz um sorriso no rosto E divide o pouco pão. A vida brota do samba, Do chorinho, do forró, Da nossa MPB, Do fandango, carimbó, Do frevo ou do reizado. Da cidade ao cafundó Essa nossa alegria Nos torna um povo só.
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Coração verde e amarelo Cheio de sonho e amor Com o molejo da gente Desvia o corpo da dor Transformando este país Em todo seu esplendor Numa pátria que tem garra Mas não perde sua cor. Tecio Nunes Salgado Fortaleza - CE
Canção Forasteira
Fecho os olhos um segundo nesta terra estrangeira Em devaneio profundo pairo por sobre as palmeiras Meus passos hoje são do mundo A alma é sempre brasileira Aqui onde estou somos tantos na mesma estrada forasteira Saudade convertida em pranto, poesia, samba e capoeira Sorrindo, unimos nossos cantos em uma só voz brasileira
Ó pátria, tua garra e teu brilho superam mares e fronteiras Abençoa as rotas e trilhos traçados à nossa maneira Com amor, de teus distantes filhos, tua brava gente brasileira Vanessa Alkmin Reis Varginha - MG
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Fé
Pra onde vai essa gente? Lutando sem armas. Apenas com a raça. E a esperança de um futuro decente...
É isso que move essa brava gente! É a paixão pelo novo! A vontade de vencer! De ver seu sonho acontecer!
Como esse povo consegue? Viver, mesmo sem vida. Rir, mesmo sem alegria... Acho que sei o que acontece!
Brava gente brasileira! Povo igual, eu nunca vi! A cada dia, um desafio. Visto como a chance de ser feliz!
Essa gente é brasileira! Tem o otimismo na veia. Segue firme, de cabeça em pé. Pois seu coração está cheio de fé!
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Wanderley Luís dos Santos Marília - SP
Brava Gente Brasileira
Nosso povo, nossa gente, é e será sempre Um povo bravo e inteligente, que sabe o que quer Com sua garra consegue muitas vitórias Com o seu caminhar vitorioso entra para a história É com muita alegria e amor que faz a sua felicidade E assim conserva a sua amada liberdade Eis aqui uma grande raça pioneira Que adora ser a “BRAVA GENTE BRASILEIRA”. Yolanda Bertho Werner Fortaleza - CE
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