Especial
Vale a pena subir o morro A pedido de VEJA RIO, um júri formado por especialistas e chefs escolheu os melhores botecos das favelas pacificadas. Com paisagens de tirar o fôlego e profusão de sabores, esses lugares merecem sua visita Fabio Codeço e Rachel Sterman
“
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U
ma cidade dentro da cidade. Perfeitamente diversa e absolutamente autônoma. Não atingida pelos regulamentos da prefeitura e longe da vista da polícia.” Tirada da crônica A Favela que Eu Vi, publicada em 1924, a definição do escritor carioca Benjamim Costallat (1897-1961) só começou a perder sua validade em 19 de dezembro de 2008. Nessa data foi inaugurada no Morro Santa Marta a primeira das atuais 34 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que, pelas contas do governo do estado, atingem diretamente 1,5 milhão de moradores do Rio. Ainda há muitos problemas a enfrentar — afinal a coisa vem, pelo menos, desde os tempos de Costallat —, mas ninguém de consciência sã, ou limpa, sente saudade do desfile de fuzis e da criminalidade sem freios. Entre os acertos do processo que chega a seu quinto aniversário figura a proliferação de negócios gastronômicos nas favelas, boa-nova para seus habitantes e, cada vez mais, para clientes de qualquer parte da cidade ou até turistas. Nos moldes do tradicional guia “Comer & Beber”, publicado por VEJA RIO, surge agora o primeiro “Comer & Beber da Paz”. Um júri de especialistas, formado por nossos repórteres Fabio Codeço e Rachel Sterman, além dos jornalistas Paulo Mussoi e Pedro Landim, de Kadu Tomé (dono do bar Aurora), de Guilherme Studart (autor do guia Rio Botequim) e dos pioneiros Ines Garçoni e Sérgio Bloch (autores do Guia Gastronômico das Favelas do Rio), elegeu os campeões das favelas pacificadas. Foram cinco categorias avaliadas: melhor caipirinha (Bar do David), melhor prato, melhor vista (ambas conquistadas pelo Bar do Tino), melhor petisco (Bar do Zequinha) e melhor PF (Bar Lacubaco). Depois de um gostoso tour, os chefs convidados Frédéric de Maeyer (Eça), Jan Santos (Entretapas), Kátia Barbosa (Aconchego Carioca), Pedro de Artagão (Irajá) e Ricardo Lapeyre (Laguiole) escolheram o grande campeão: mais uma vez deu o Bar do Tino. Os quatro vencedores representam muitos outros pontos nas favelas onde se prova boa comida, em geral diante de uma paisagem única e cerveja sempre gelada — 25 deles estão listados a partir da página 41. Fique à vontade, a cidade é sua.
Veja Rio 20 de novembro, 2013
Especial
Vale a pena subir o morro A pedido de VEJA RIO, um júri formado por especialistas e chefs escolheu os melhores botecos das favelas pacificadas. Com paisagens de tirar o fôlego e profusão de sabores, esses lugares merecem sua visita Fabio Codeço e Rachel Sterman
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ma cidade dentro da cidade. Perfeitamente diversa e absolutamente autônoma. Não atingida pelos regulamentos da prefeitura e longe da vista da polícia.” Tirada da crônica A Favela que Eu Vi, publicada em 1924, a definição do escritor carioca Benjamim Costallat (1897-1961) só começou a perder sua validade em 19 de dezembro de 2008. Nessa data foi inaugurada no Morro Santa Marta a primeira das atuais 34 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que, pelas contas do governo do estado, atingem diretamente 1,5 milhão de moradores do Rio. Ainda há muitos problemas a enfrentar — afinal a coisa vem, pelo menos, desde os tempos de Costallat —, mas ninguém de consciência sã, ou limpa, sente saudade do desfile de fuzis e da criminalidade sem freios. Entre os acertos do processo que chega a seu quinto aniversário figura a proliferação de negócios gastronômicos nas favelas, boa-nova para seus habitantes e, cada vez mais, para clientes de qualquer parte da cidade ou até turistas. Nos moldes do tradicional guia “Comer & Beber”, publicado por VEJA RIO, surge agora o primeiro “Comer & Beber da Paz”. Um júri de especialistas, formado por nossos repórteres Fabio Codeço e Rachel Sterman, além dos jornalistas Paulo Mussoi e Pedro Landim, de Kadu Tomé (dono do bar Aurora), de Guilherme Studart (autor do guia Rio Botequim) e dos pioneiros Ines Garçoni e Sérgio Bloch (autores do Guia Gastronômico das Favelas do Rio), elegeu os campeões das favelas pacificadas. Foram cinco categorias avaliadas: melhor caipirinha (Bar do David), melhor prato, melhor vista (ambas conquistadas pelo Bar do Tino), melhor petisco (Bar do Zequinha) e melhor PF (Bar Lacubaco). Depois de um gostoso tour, os chefs convidados Frédéric de Maeyer (Eça), Jan Santos (Entretapas), Kátia Barbosa (Aconchego Carioca), Pedro de Artagão (Irajá) e Ricardo Lapeyre (Laguiole) escolheram o grande campeão: mais uma vez deu o Bar do Tino. Os quatro vencedores representam muitos outros pontos nas favelas onde se prova boa comida, em geral diante de uma paisagem única e cerveja sempre gelada — 25 deles estão listados a partir da página 41. Fique à vontade, a cidade é sua.
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Frango no bafo (R$ 35,00, para três), aipim, salada e cenário espetacular são as armas da família: abaixo, à direita, Tino, de costela em punho, sua mulher, Eleni, e os filhos Leandro e Bruno Santana (sentado)
Bar do tino
Encare os dez minutos de caminhada, a partir do Condomínio Equitativa, em Santa Teresa, como um aperitivo. O esforço trilha acima é plenamente recompensado por uma tarde no Bar do Tino. No alto do Morro dos Prazeres, a casa foi escolhida pelo nosso júri de especialistas como o endereço do melhor prato (o frango no bafo) e da melhor vista. Depois de uma agradável visita, uma turma ainda mais gabaritada, formada pelos chefs Pedro de Artagão, Kátia Barbosa, Frédéric De Maeyer, Ricardo Lapeyre e Jan Santos, concedeu ao negócio da família Alves Santana o título de grande campeão do primeiro “Comer & Beber da Paz”. Inaugurado há oito anos, o terraço onde ficam as poucas mesas tem impressionante vista panorâmica, que vai da Baía de Guanabara, com o Pão de Açúcar ao fundo, ao Cristo Redentor, encarapitado no Corcovado. Depois da calorosa acolhida de um dos irmãos Santana — filhos do paraibano Severino, o Tino, Leandro, Bruno e Adriano revezam-se no atendimento —, escolha entre as duas especialidades locais: o frango ou a costela no bafo. Antes de passarem pela churrasqueira, as carnes são mergulhadas por um dia no tempero secreto dos proprietários. Chegam à mesa secas por fora e tenras por dentro, escoltadas por arroz, feijão, farofa, molho à campanha e delicioso aipim frito (R$ 35,00 o frango para três pessoas; R$ 85,00 a costela para cinco). Doses de batida de limão (R$ 3,00) podem abrir os trabalhos e cascos geladinhos de Antarctica ou Brahma (R$ 7,00 cada um) acompanham o percurso. Os próximos passos da família — que também administra uma mercearia na favela — serão abrir a laje superior do imóvel (com visual ainda mais espetacular) e incluir sobremesas no cardápio. Como o espaço é pequeno, é recomendável ligar antes para garantir lugar. Rua Almirante Alexandrino, 3780, casa 7, ☎ 2225-5780/99211-5862 (16 lugares). 11h/23h (apenas sáb. e dom.). Cd: todos. ② (Cosme Velho, Laranjeiras e Santa Teresa). Como chegar: pode-se ir de carro até o Condomínio Equitativa. De lá, pegue a trilha asfaltada à direita da quadra e siga até o Campão da Colina. O primeiro beco à esquerda leva até a porta do bar
fotos Fernando lemos
Grande campeão
R VISTA O MELHOR PRATO E A MELHO
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o MELHOR petisco
BAR DO ZEQUINHA
Cearense de sorriso largo, José Bonfim, o Zequinha, mora há treze anos na favela Santa Marta. Em 2001, abriu o bar que leva seu nome e funciona diariamente das 11 horas até o último cliente, lá por volta de 1, 2 horas. “Na última vez que folguei minha filha tinha 3 anos”, lembra. Hoje ela tem 13. Antes de receber a clientela, ele se levanta cedo para comprar matéria-prima para as receitas. No cardápio, o delicioso frango à passarinho (R$ 20,00) é servido com batata frita. Eleito o melhor petisco pelo júri do “Comer & Beber da Paz”, traz pedaços da ave com a pele à pururuca, seca, lembrando um torresmo, interior macio e tempero na medida (alho, além de salsa e cebolinha verdinhas). Para acompanhar, vai bem o litrão de Antarctica (R$ 8,00), tinindo. Também há sugestões de PF. Um prato de contrafilé, arroz, feijão, batata frita, farofa e salada, por exemplo, sai por R$ 15,00 e serve, garante Zequinha, duas pessoas. Rua do Mengão, 14, Botafogo, ☎ 97321-7456 (14 lugares). 11h/1h. Aberto em 2001. Como chegar: suba o plano inclinado até a estação 3. Siga a Rua da Nova Matriz, logo em frente, e desça a segunda escadaria Frango à passarinho, estalando de seco, com fritas (R$ 20,00): um convite à cervejinha
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a MELHOR caipirinha
Bar do David
fotos tomás rangel
Mais pop dos estabelecimentos citados nesta edição, o reduto do despachado David Vieira Bispo foi premiado por suas caprichadas caipirinhas, feitas de cachaça mineira de qualidade (R$ 12,00), geralmente da marca Seleta, ou vodca (R$ 15,00), em sabores como morango, limão e, a melhor delas, tangerina com gengibre. A apresentação bem cuidada é outra atração do lugar, aberto em 2010. Como é comum no morro, quem pensa em cada detalhe é o dono, o carioca David, ex-pescador e filho de cozinheira profissional. Ele faz questão de ir a cada mesa e não se cansa de mencionar as matérias em que foi notícia, em veículos estrangeiros do porte dos jornais The New York Times e Le Monde, da revista Time Out e dos canais de TV BBC e National Geographic. Toda a equipe trabalha uniformizada, esbanjando simpatia, presteza e conhecimento do cardápio. É importante dizer que não se trata apenas de um bom endereço para aqueles bebes depois da praia. Da cozinha aberta chegam deliciosas receitas. A mais famosa é a feijoada de frutos do mar (R$ 24,90), servida em uma caçarola de cerâmica. Também merecem atenção o gostoso croquete de frutos do mar (R$ 21,90, quatro unidades), que leva feijão-branco na massa, escoltado por molhos de curry e de salsa, e o pastel de feijão-tropeiro (R$ 18,00, oito unidades). Ladeira Ary Barroso, 66, loja 3, Leme, ☎ 7808-2200 (80 lugares). Cc: todos. Cd: todos. Como chegar: a 15 minutos a pé da Praia do Leme (táxi e mototáxi sobem sem dificuldades), a casa já virou destino certo de muita gente do asfalto
O sorridente David (abaixo) e suas premiadas caipirinhas: de limão, morango e tangerina com gengibre (R$ 12,00, com cachaça, e R$ 15,00, com vodca)
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o MELHOR PF
Um problema no joelho levou Fábio Freire a abandonar o trabalho de motorista de van. Ele e a mulher, a fisioterapeuta Fabíola Barroso, decidiram então abrir um bar, mas a empolgação da clientela levou o casal a repensar o modelo de negócio. Há pouco mais de três anos, eles passaram a apostar nos pratos feitos, premiados pelo júri de VEJA RIO e razão do sucesso do Bar Lacubaco, instalado na rua principal do Vidigal. Com o apoio de uma turma de cozinheiros alagoanos, maranhenses e cearenses, Fábio e Fabíola chegaram aos carros-chefe da casa — antes de serem incluídas no cardápio, as receitas passam pelo crivo de amigos. Aos sábados, por exemplo, são servidos o caprichado filé à piemontesa e a peixoada (R$ 25,00 cada prato), adaptação de Fábio para a receita
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do colega David Bispo, do Chapéu Mangueira. O prato leva lula, polvo, posta de cação e feijão-branco. Quarta é o dia da rabada com agrião e angu (R$ 15,00), pedida preferida da atriz Roberta Rodrigues, moradora da favela. Quem não tiver tanta pressa poderá acompanhar o almoço com garrafas sempre geladas de Therezópolis (R$ 12,00) ou Original (R$ 9,00). Soma-se à simpatia dos atendentes mais um atrativo: a linda vista para o mar, através da parede de vidro do pequeno salão climatizado. Avenida Presidente João Goulart, 538, ☎ 2422-6649/7785-8010 (36 lugares). 11h30/16h (seg. a sáb.; fecha dom.). Cc: todos. Cd: todos. Como chegar: na principal avenida do Vidigal, o ponto é acessível de táxi, mototáxi ou até mesmo de carro. O duro é achar uma vaga
fotos tomás rangel
BAR LACUBACO
Fábio Freire: em sua casa no Vidigal, sábado é dia de filé à piemontesa (R$ 25,00)
Outros endereços
Tem de tudo
Carnes exóticas, pizza, sushi e cervejas importadas são algumas das muitas atrações oferecidas nas favelas cariocas
Art e Sabor
Voto ri A Travessa Guadalajado jú ra, que começa na Ave-
nida Itaoca, forma, junto com a Travessa Jalisco e a Praça do Conhecimento — centro de lazer onde acontecem shows e está instalado um cinema —, uma espécie de Baixo Nova Brasília. Ali se concentram bons endereços para comer, como o Bistrô R&R e esta simpática pizzaria. Silvania Souza comanda o negócio, que oferece discos de massa crocante, fina ou grossa, servidos em cinco tamanhos, do brotão (25 centímetros) ao superfamília (45 centímetros). Hit no cardápio, a carioquinha leva presunto, bacon, calabresa e cebola (de R$ 12,00 a R$ 32,00). Também é possível montar sua própria receita, escolhendo quatro ingredientes, além da mussarela e do orégano, comuns a todos os sabores. Queijos, embutidos, ovo e condimentos fazem parte da lista. O pedido varia de R$ 14,00, no tamanho menor, a R$ 34,00, no maior. Silvania abre seu restaurante às 8 horas para o café da manhã — o pão na chapa custa R$ 2,00 e o café, R$ 1,00 — e só fecha à meia-noite, com exceção de domingo e segunda. Travessa Guadalajara, 173, Nova Brasília, ☎ 3881-5871 (16 lugares). 8h/0h (dom. a partir das 19h; seg. até 19h). Cc: D, M e V. Cd: todos. Como chegar: a travessa Guadalajara faz esquina com a Avenida Itaoca, em Inhaúma, na altura do número 1900 (onde fica uma Igreja Universal)
D&C lanches
Logo atrás da Estação Palmeiras do teleférico, a quinta e última do percurso, a lanchonete do pernambucano Dimas de Lemos, há
35 anos morador do Complexo do Alemão, cai como uma luva no fim do trajeto, feito sobre as lajes das casas do conjunto de favelas, com vista privilegiada: aparecem ao redor o Estádio do Engenhão, a Baía de Guanabara e bairros da Zona Norte. A visita fica melhor ainda se for em dia de calor. Isso porque a especialidade local é o açaí, recebido de três a quatro vezes por semana, direto de Belém do Pará. Dimas bate o fruto com guaraná natural e um pouco de mel puro produzido por parentes em Pernambuco. Gelado e doce, o pedido vem com frutas em pedaços e pode ser acrescido de granola, coberturas, aveia, jujuba, chocolate e outros confeitos, que ficam em potinhos à disposição do cliente. São servidas tigelas em cinco tamanhos, que variam de 400 mililitros (R$ 5,00) a 2 litros (R$ 20,00). Em dezembro, Dimas, que já recebeu o príncipe Harry, quando o nobre inglês esteve no Rio, no início do ano, vai abrir, ao lado, um restaurante para servir refeições completas. “Estou até pensando em uns pratos com açaí”, adianta. Rua Augusto Borborema, 65, Palmeiras, ☎ 995679628/9632, 98690-7304 e 39091453 (24 lugares). 8h/ 23h. Cc: todos. Cd: todos. Como chegar: suba de teleférico até a Estação Palmeiras. A lanchonete fica logo atrás, em frente ao campo de futebol
DoceLar
Voto ri Nascido e criado no do jú conjunto de favelas,
Jorge Ribeiro é autor de um ícone gastronômico cuja fama já chegou ao asfalto: o big favella (assim mesmo, com dois eles). Trata-se de um sanduíche com dois hambúrgueres, salada, queijo cheddar e molho especial no
Bistrô R&R
Prestes a completar um ano, no dia 14 de dezembro, a empreitada do técnico de telecomunicações Marcelo Ramos (na foto) é um bar de cervejas especiais com carta de mais de 200 rótulos. Ele resolveu investir no ramo depois de provar pela primeira vez uma Paulaner (R$ 16,00), cerveja alemã de trigo. Antes de inaugurar o negócio na garagem do sogro, Marcelo participou de degustações, frequentou casas especializadas e conversou com profissionais do setor. Garrafas como a belga Duvel Tripel Hop (R$ 26,00, 330 mililitros) e a nacional Biritis (R$ 23,00, 600 mililitros), homenagem ao trapalhão Mussum, acompanham petiscos, entre eles o bolinho de costela (R$ 17,99, seis unidades) e o filé ao molho de pimenta-biquinho, na chapa, com aipim e queijo (R$ 39,00). Antenado, Marcelo já negocia para lançar, em breve, a primeira cerveja do Complexo do Alemão. Sábado é dia de música ao vivo. Travessa Jalisco, 32, Nova Brasília, ☎ 7814-1092 e 3884-8388 (100 lugares). Qui. 18h/1h; sex. 18h/3h; sáb. 16h/1h (fecha de dom. a qua.). Cc: todos. Cd: todos. Como chegar: pegue a Travessa Guadalajara (esquina com a Avenida Itaoca, na altura do número 1900) e vire na primeira à direita pão com gergelim (R$ 4,50). Praticamente um big mac da comunidade, porém mais saboroso. A estrela local divide atenções com outras três sugestões, a exemplo do hambúrguer de picanha (R$ 6,00). Também é possível acrescentar itens como bacon (R$ 1,00), picles, ovo e calabresa (R$ 0,50 cada porção). “Verticalizei o hambúrguer”, diz ele, referindo-se à tradicional maneira de servir o popular x-tudo, deitado, dentro de um saquinho. No comando do negócio, Ribeiro conta com a ajuda do filho, Raphael, e da esposa, Nilda Felipe da Silva, responsável por doces como o macio pudim de leite (R$
Fernando lemos
› COMPLEXO DO ALEMÃO
3,00 a fatia), outro hit do cardápio. Em tempo: só aceita dinheiro. Rua da Assembleia, 89, Itararé, ☎ 7873-3508 e 2230-1581 (10 lugares). 11h/24h (fecha dom.). Como chegar: suba de teleférico até a Estação Itararé e siga na rua em frente
› morro da babilônia Voto ri do jú
Bar do Alto (Laje do César)
O sucesso da feijoada com roda de samba realizada por César Verbinato e seu sobrinho, Rubens, o Pituca, comandante das panelas, levou a dupla a investir no negócio Veja Rio 20 de novembro, 2013
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Empada da Adriana
› morro da providência Favela Point
Voto ri Na escadaria que parte do jú
da Praça Américo Brum, o diminuto estabelecimento serve uma original batida de Halls (R$ 5,00). Isso mesmo. A receita, feita com vodca, gelo e leite condensado, leva também cinco unidades da bala, que se dissolve completamente no liquidificador e deixa aquela sensação refrescante a cada gole. Aberto em março do ano passado, o endereço, comandado por três vizinhas, fica a poucos degraus do pitoresco platô onde está a Igreja Nossa Senhora da Penha (não confunda com a famosa igreja no bairro da Penha), construída em 1897. Para comer, a turma oferece belisquetes como frango à passarinho (R$ 13,00) e calabresa acebolada (R$ 8,00). É preciso disposição para subir os 180 degraus até a porta do estabelecimento, mas a vista lá de cima compensa. Ladeira do Barroso, 220, ☎ 41067197 e 99175-0547 (20 lugares). 8h/0h. Como chegar: na Praça Américo Brum, onde está sendo instalado o teleférico, suba a escadaria em frente
lipe borges
iniciado em 2008. Na primeira quinzena de dezembro eles reinauguram o espaço, reformado e rebatizado como Bar do Alto. O funcionamento será de quarta a domingo, com cozinha aparente dedicada a cardápio de frutos do mar. Duas receitas já testadas e que estarão no menu são o risoto de bobó de camarão (R$ 24,50) e a moqueca de peixe com camarão, guarnecida de arroz de coco e farofa de dendê (R$ 23,40). Ao contrário da feijoada, servida somente mediante reserva prévia de grupos de, no mínimo, quinze pessoas (a R$ 50,00 por cabeça, sem bebida), as novas criações de Pituca poderão ser provadas sem agendamento prévio, das 11h às 20h. A roda de samba, aos sábados, também permanece na programação. Belíssima, a vista para as praias do Leme e de Copacabana foi lembrada pelo júri do “Comer & Beber da Paz”. Rua São Jorge, casa 4, Leme, ☎ 7879-6319 e 2295-3771 (80 lugares). 11h/20h (fecha seg. e ter.). Cc: D, M e V. Cd: todos. Como chegar: suba a Ladeira Ary Barroso, a partir da Rua General Ribeiro da Costa, até o fim e pegue a escadaria que fica à esquerda, um pouco depois da Associação de Moradores
fotos Fernando lemos
Autora de criativas paródias de funk para vender suas afamadas empadas, Adriana de Souza acabou virando personagem real na novela Salve Jorge, ambientada em parte no Complexo do Alemão. Às terças e sextas (se a chuva não mudar os planos), a simpática quituteira percorre ruas das favelas do Itararé e de Nova Brasília, além do bairro de Olaria. Ela carrega isopores com empadas e doces (brigadeiro, cajuzinho e beijinho de coco, R$ 1,50 cada um) e improvisa funks como “Chega do trabalho / tá cheio de fome. / Se tiver dois e cinquenta / a empada come”. Adriana começa a circular às 16h e só volta para casa por volta da meia-noite, de caixas vazias — chega a vender mais de 1 000 petiscos por semana. As empadas ganham recheios de frango (R$ 2,50), a mais pedida, e bacalhau (R$ 3,00), entre outros. “É bacalhau do Porto, tem qualidade. Comigo é só no glamour”, avisa a cozinheira, que, em vez de abrir uma loja, sonha em comprar um carro para levar suas delícias a um número maior de pessoas. Se depender de talento, carisma e determinação, seu desejo não deve estar longe de se realizar. Adriana circula pelas ruas de Itararé, Nova Brasília e Olaria e atende pelos telefones 7232-8080 e 7232-8011.
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Veja Rio 20 de novembro, 2013
Voto ri do jú
Sabor das Loiras e Gelada do Moreno
Trata-se de um único estabelecimento, onde Rosana Batista, a loira, e seu marido, Reinaldo da Silva, o moreno, recebem a clientela com quitutes saborosos e cerveja gelada. Antes uma birosca que vendia salgadinhos e sanduíches, o lugar foi reformado pelo casal após a paci-
ficação do morro, há três anos. Hoje equipado com cozinha industrial, para dar conta também das quentinhas que fornece para empresas do Centro, acomoda a clientela em dois ambientes com linda vista para a Baía de Guanabara, a região portuária e Niterói: uma varanda no 2º andar e a laje. Da cozinha de Rosana saem receitas como bolinhos de camarão ou carne-seca, envolvidos por massa de abóbora (R$ 6,00, seis unidades), e escondidinho de camarão grelhado (R$ 5,00 o pequeno e 15,00 o grande), feito de batata-baroa, batata-inglesa ou aipim. Para beber, a Antarctica é oferecida em garrafas de 600 mililitros (R$ 5,50) e de 1 litro (R$ 7,00). Rua da Bica, 41, ☎ 22832660 e 99174-1970 (44 lugares). 8h/23h. Como chegar: suba até a praça do teleférico e pergunte pela Rua da Bica
› morro do pinto Bar do Omar
Voto ri Indicado do jú
na última edição especial “Comer & Beber”, publicada por VEJA RIO, como um dos estabelecimentos com o melhor vi-
› rocinha Barraca das Baianas Voto ri do jú Baiana de Feira de San-
Sushi Roma
Moderninho, o ambiente com bancos e luminárias coloridas sobressai entre os demais estabelecimentos da Rocinha. “Pegamos as referências da decoração lá fora (no asfalto) e contratamos um arquiteto”, explica Luiza Tatiana, uma das sócias. No cardápio, montado pelo sushiman cearense Francisco das Chagas, o campeão de pedidos é o yakissoba de frutos do mar (R$ 25,00, para duas pessoas), com camarão, lula e polvo. Entre os combinados faz sucesso o sushi king (R$ 45,00), de 35 peças, entre sashimis e sushis. Para beber, escolha entre a caipissaquê (R$ 10,00) e as long necks de Stella Artois, Heineken e Budweiser (R$ 5,00 cada uma). Travessa Roma, 6-A, ☎ 3322-7496 (32 lugares). 17h/4h. Cd: todos. Como chegar: a travessa onde funciona o restaurante é a quarta transversal da parte baixa da Via Ápia, a principal da Rocinha sual do Rio — é voltado para toda a região portuária —, o empreendimento do ex-bancário Omar Monteiro também atrai a clientela com boas opções listadas no cardápio. Na cozinha, o proprietário e sua esposa preparam elogiadas porções e sanduíches a preços atraentes — o x-tudo, com carne, ovo, bacon, queijo, presunto e alface, custa R$ 5,50. Ainda mais sucesso faz o churrasco misto, de peito de frango, linguiça, alcatra, batata frita e molho à campanha (R$ 40,00, para quatro pessoas). Para acompanhar os pedidos, a cerveja da marca Antarctica Original (R$ 7,00) está sempre gelada. Uma obra recente ampliou o salão e dobrou a capacidade. Uma vez por mês, às sextas, tem roda de samba. Em dezembro haverá mudanças no horário de funcionamento. O bar passa a atender das 11h30 à meia-noite e não abrirá mais às segundas. Rua Sara, 114, ☎ 2518-3881 (60 lugares). 10h/22h. Cd: todos. Como chegar: da Avenida Rodrigues Alves, a partir da rodoviária, em direção ao Centro, o bar fica na segunda rua à direita
› pavão-pavãozinho Pensão Bela Vista
Voto ri A paisagem do outro lado jú
do dos janelões no salão de ambiente simples inclui boa parte da orla de Copacabana, o Forte e a Praia de Ipanema. Justifica, portanto, o nome do estabelecimento de Raimundo Nonato de Farias. Na subida para a favela, encravada entre Ipanema e Copacabana, o lugar atrai turistas que não querem se limitar à programação de cartões-postais e encontram ali comida farta a preços módicos. O quilo das receitas dispostas no bufê custa R$ 16,99. Entre outros itens, há rabada, costela com agrião e a indefectível feijoada aos sábados. Nos fins de semana também é possível apreciar carnes saídas da brasa. Para acompanhar a cerveja em garrafa (R$ 5,00, das marcas Brahma ou Antarctica), peça ao seu Raimundo que pese um pratinho de contrafilé (R$ 15,00) ou de linguiça acebolada (R$ 15,00). Rua Altalício, 26, ↕ Cantagalo, ☎ 2513-2288 (24 lugares). 11h30/22h. Como chegar: pegue o bondinho na Rua Saint Romant, 46, desça na quinta estação e entre na primeira rua à direita
tana, Ana Márcia chegou ao Rio aos 16 anos, foi empregada doméstica, enfrentou dificuldades financeiras e hoje comanda uma empreitada de fôlego na Rocinha. Tudo teve início com esta barraca de caldos. Para saldar dívidas contraídas após a morte do marido e aumentar o orçamento, Márcia passou a vender caldo verde, mocotó e canja na pracinha da curva do S. Um ano depois, empolgada com o movimento, ela desceu para o ponto que ocupa hoje, no começo da Via Ápia, o principal logradouro da Rocinha, e não parou de crescer. As receitas originais continuam no cardápio, que ao longo de dez anos foi ganhando novas opções. Entre elas, angu à baiana, sarapatel, estrogonofe, vaca atolada e, para a sobremesa, canjica doce. Qualquer pedido custa R$ 8,00. Acondicionadas em reluzentes panelas de alumínio, as receitas saem de uma cozinha industrial na Travessa Oliveira, onde sete pessoas preparam quentinhas para pronta-en-
trega, além dos quitutes vendidos no Cantinho da Empada Baiana, na mesma rua. Via Ápia, em frente ao número 199, Rocinha. 17h/ 0h (fecha dom.). Como chegar: é só acompanhar a numeração, pois trata-se da principal via da Rocinha
Cantinho da Empada Baiana
Outro empreendimento da baiana Ana Márcia, dona também da Barraca das Baianas, no começo da Via Ápia, o endereço serve empadinhas em treze sabores. A de frango, campeã de pedidos, divide atenções com dicas como calabresa, camarão com catupiry, carne-seca, queijo e pedidas açucaradas, a exemplo de doce de leite. Os preços variam nos sabores salgados, que podem ser com catupiry (R$ 1,50) ou sem (R$ 1,00). Qualquer dos doces custa R$ 2,00. Travessa Oliveira, 25, Rocinha, ☎ 3322-5188. 12h/ 20h (fecha dom.). Como chegar: é a terceira transversal à direita, subindo a Via Ápia
La Roma
Como muita gente boa, José Wilson de Almeida, conhecido na vizinhança como Garrincha, por ser craque na pelada, trocou o
Point Lanches Voto ri do jú Nos fins de sema-
na é difícil arrumar mesa no simpático ponto no Morro dos Tabajaras. Culpa do esmero com que Ivan de Avelar, conhecido como Baiano, prepara seus petiscos e cuida dos cascos de Antarctica e Skol (R$ 6,50 cada um), sempre estupidamente gelados. Baiano já fez um pouco de tudo: teve uma birosca na mesma rua, onde promovia um disputado forró, trabalhou como copeiro e vendeu biscoito de polvilho na praia. Há seis anos serve delícias como o bolinho de bacalhau e o camarão empanado (R$ 15,00 cada porção de doze). Envolvido por delicada massa de aipim, o salgado com o crustáceo (foto) fica tão sequinho que não se vê vestígio de óleo na travessa de alumínio. Rua Euclides da Rocha, 546, loja A, ☎ 98399-8090/99258-5636 (40 lugares). 15h/1h (sex. até 4h; sáb. 10h/4h; dom. 10h/1h; fecha seg.). Cd: todos. Como chegar: de carro, o caminho mais curto é pela Ladeira dos Tabajaras, a partir da Rua Siqueira Campos, em Copacabana
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Ceará pelo Rio em busca de uma vida melhor. Há 33 anos na Rocinha, trabalhou no extinto restaurante Castelo da Lagoa, enquanto alimentava o sonho de ter seu próprio negócio. Depois de administrar um bar por pouco tempo, viu na pacificação, dois anos atrás, a oportunidade de pôr o projeto em prática. Sua especialidade — não se deixe enganar pelo nome que lembra o de uma cantina, o mesmo da rua onde a casa funciona — são receitas tipicamente brasileiras. O baião de dois acompanha sempre um peixe de água-doce e a costelinha suína é servida com feijãotropeiro (R$ 45,00 cada porção, suficiente para três pessoas). No almoço, a opção mais rápida é o bufê (R$ 26,90), com variedades como galinha velha, feijão-verde e empadão. Para beber, sempre caem bem os gelados cascos de Antarctica, Brahma e Skol (R$ 7,00 cada um). Travessa Roma, 1, ☎ 3322-8246 (36 lugares). 11h/4h. Cc: M e V. Cd: todos. ② (a partir das 18h). Como chegar: a travessa onde funciona o restaurante é a quarta transversal da parte baixa da Via Ápia, a principal da Rocinha
Sushi Yaki Voto ri Há seis anos, Givanildo do jú
Pereira, o Gil, foi um dos precursores da culinária japonesa na Rocinha — hoje já há, pelo menos, mais seis representantes do gênero espalhados pela comunidade. “Quis sair do arroz com feijão”, explica. Autodidata, Gil supervisiona de perto o trabalho do sushiman. Ao salão, refrigerado e com wi-fi, chegam especialidades como as duplas de sashimi de salmão (R$ 4,00) ou atum (R$ 3,50), além de combinados, como o que traz vinte peças, entre sashimis, sushis, califórnias e filadélfias (R$ 24,00). Os campeões de pedidos ainda são o yakissoba de salmão (R$ 20,00, para dois) e o hot filadélfia (R$ 13,00, dez unidades). Pela caprichadíssima caipirinha de saquê (R$ 10,00) — a de kiwi é imperdível —, o estabelecimento foi lembrado pelo júri do “Comer & Beber da Paz”. Travessa Kátia, 11, ☎ 3324-3040 (56 lugares). 18h/2h. Cc: todos. Cd: todos. Como chegar: a travessa onde funciona o restaurante é a segunda transversal da principal rua da Rocinha, à direita de quem sobe a Via Ápia
Mais Coxinha
A rede de salgadinhos é ideia de Juliana e Carolina Salmon, Diogo Noguerol e Gabriela Meireles, todos com expe riência na área de gastronomia e eventos. Inaugurada em abril de 2013, a matriz, em Rio das Pedras, deu tão certo que já ganhou duas filiais — a terceira abre no Complexo do Alemão ainda neste mês. A fórmula do negócio é imbatível. Menores ainda do que aqueles exemplares encontrados em festas, os saborosos salgadinhos estão sempre fresquinhos e têm preço surpreendente. O copo de quinze unidades sai por R$ 1,00, enquanto 120 salgados custam R$ 8,00. Além da tradicional coxinha, o carro-chefe, há bolinhas de carne, catupiry, presunto e salsicha. A fábrica de Muzema, em Rio das Pedras, está preparada para grandes demandas. Via Ápia, 12, Rocinha, ☎☎3323-0101. 5h/2h; Rua Nova Brasília, 11-B, Complexo do Alemão. 6h/20h. Mais dois endereços. Como chegar: fácil de encontrar, a filial da Rocinha fica na Via Ápia, a principal do bairro
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› salgueiro Restaurante Caliel
Em janeiro, Marcelo da Paz Rocha resolveu dar uma guaribada no negócio que pertence à sua família há quase vinte anos. Passou a promover, na terceira quinta-feira do mês, um sarau, sempre em homenagem a um poeta brasileiro — o próximo, no dia 21, será dedicado ao sambista Geraldo Babão (1926-1988), um grande bamba do Salgueiro. Na varanda, um varal abriga fotos da favela e, em dias de evento, os textos a ser lidos. No cardápio, faz sucesso no sábado a costela no bafo (R$ 12,00), com arroz, feijão, farofa, fritas e salada. Para acompanhar, há cascos de Antarctica, Brahma (R$ 6,00) e Itaipava (R$ 5,00). No mesmo espaço funciona uma padaria, onde são produzidas delícias como o canarinho, salgado à base de bacalhau e mandioca, e rabanadas de chocolate ou laranja (R$ 1,50 cada unidade), além de duas fornadas diárias de pão francês (R$ 0,30 a unidade). Rua Francisco Graça, 60, loja A, ☎ 3978-2491 (40 lugares). 6h/19h (dom. até 13h; em dias de evento até 22h). Como chegar: é possível subir de carro até a porta, a partir da Praça Saens Peña
› santa marta Voto ri do jú
Laje do Michael Jackson
O nome do projeto idea lizado por André Rios, Roberto Moreno, Alexandre Araripe e Gilson Fumaça não podia ser mais apropriado: Pôr do Santa. Há três anos, todo primeiro sábado do mês, a laje onde o cantor Michael Jackson gravou o clipe de They Don’t Care about Us, em 1996, vira palco para a roda de samba com feijoada. Quem cuida da comida (R$ 8,00 o prato) é a mãe de Fumaça, morador local, e a música fica por conta do grupo integrado por Rios e Araripe. A renda arrecadada no evento é revertida para a creche Mundo Infantil, na Santa Marta mesmo. O preço para o programa com vista linda da cidade é pequeno: é pe-
Laje da Tia Léa
Voto ri do jú Funcionária da Câmara
de Comércio França-Brasil até um ano atrás, Léa da Silva descobriu sua vocação para receber pessoas (e alimentá-las) depois de um jantar oferecido para o cônsul francês, em 2009. Desde então, sua laje no alto do Vidigal vive concorrida. Aberta para grupos de no mínimo vinte pessoas, a casa da Tia Léa, como é chamada na vizinhança, virou palco para o caprichado bufê de feijoada e outras invenções da cozinheira, como a carne-seca na moranga com curry e o camarão com catupiry na moranga (R$ 70,00 por pessoa, bufê livre). Também é possível optar pelo churrasco ou pela rabada — nesse caso, o bufê inclui polenta, arroz e salada, entre outros itens. “Aqui é como casa de mãe, as pes soas se servem à vontade”, diz. O preço inclui sobremesa e algumas bebidas, como refrigerante, suco, água e cerveja. É necessário fazer o depósito do valor estipulado com antecedência para que a anfitriã possa dar conta de tudo. Rua Moema Noronha, casa B, ☎ 98089-9961 e 97551-8095 (40 lugares). 12h/18h (sábado e domingo). Como chegar: dá para ir de carro. A rua é uma transversal da principal via do Vidigal e a casa fica ao lado do posto médico dida a contribuição de 1 quilo de alimento não perecível e uma lata de leite em pó. Laje do Michael Jackson (em cima do Ponto de Cultura). Todo primeiro sábado do mês. 16h/21h. Grátis. facebook.com/pordosanta. Como chegar: pegue o plano inclinado até a quarta estação e caminhe em frente por cerca de 200 metros
› tabajaras Restaurante 48
Voto ri A culinária brasileira do jú
— especialmente a nordestina — serve de inspiração para as receitas executadas pelos irmãos Augusto e Romero Alves e por Teresa, mulher de Romero. O trio de cearenses trabalhou durante oito anos com o chef francês Olivier Cozan. Em ambiente simples, com cerveja
Arvrão, ☎ 3322-3034 (200 lugares). 16h/0h (até 5h quando há eventos). Cc: V e M. Cd: todos. Entrada (só em dias de festa): R$ 20,00 a R$ 40,00. www.altovidigal.com. Como chegar: é possível ir de carro até o alto do morro, embora as ruas sejam estreitas
Atelier Café
fotos fernando lemos
sempre gelada (R$ 6,00 a garrafa de 600 mililitros de Antarctica), é possível experimentar pratos como a costela bovina cozida (R$ 13,00), a costela suína assada (R$ 35,00 o quilo, suficiente para seis pessoas, servida aos sábados) e o carré à mineira com couve e tutu de feijão (R$ 12,00). Para todas as receitas, o cliente pode escolher a guarnição que lhe apetecer — a mais famosa é o baião de dois, sempre fresquinho, mas há arroz de brócolis e macarrão, entre outras. A família também é dona da Padaria Alves, na mesma comunidade. Rua Euclides da Rocha, 13, ☎ 3208-0017 (30 lugares). 7h/0h (seg. até 16h). Cc: todos. Cd: todos. Como chegar: de carro, o caminho mais curto é a partir da Ladeira dos Tabajaras, pela Rua Siqueira Campos
› Vidigal Alto Vidigal
Voto ri Lembrado pelo júri do do jú
“Comer & Beber da Paz” na categoria melhor vista, o albergue do austríaco Andreas Wielend ficou conhecido por abrigar a badalada festa mensal de música eletrônica run vdg — que acaba com o sol nascendo diante da vista de tirar o fôlego das praias do Leblon, de Ipanema e até de Niterói. Nos outros dias, o bar, que está em obras e vai reabrir de cara e cardápio novos, é aberto ao público em geral. Entre os bebes há drinques clássicos, como margarita (R$ 12,00) e gim-tônica (R$ 18,00), além de Antarctica em lata (R$ 5,00). Para beliscar, peça a pizza brotinho feita na pedra (R$ 10,00). Rua Armando de Almeida Lima, 2,
o arquiteto e artista plástico Sergio Friedman foi morar no Vidigal há três décadas, quando se casou. Há três anos, inaugurou um misto de espaço cultural, bar e bistrô. Paredes coloridas e móveis retrô descombinados compõem o ambiente kitsch, que tem varanda com bela vista para o mar. Na seção de comes há receitas baianas, como os miniacarajés, o bolinho de peixe (R$ 15,00 cada porção com seis) e o bobó de camarão (R$ 60,00, para dois). Para beber, peça a caipirinha (R$ 12,00 a de cachaça; R$ 15,00 a de vodca), lembrada pelo júri de VEJA RIO. Avenida Presidente João Goulart, 380 (em frente ao condomínio Pedra Bonita), Vidigal, ☎ 97922-4476 (80 lugares). 18h/2h (sex. e sáb. até 4h; dom. 14h/18h). Couvert art.: R$ 10,00 (qui. a sáb.). ④ Como chegar: basta seguir pela avenida principal até o número indicado
Las Empanadas
Ex-moradores, Tércio Neto, carioca, e Luis Selva, argentino, tocam a casa dedicada aos salgados típicos do país de Selva. A sacada com vista para o mar acolhe a clientela em mesas altas, iluminadas por velas à noite. São catorze os sabores de empanada, doces e salgados — o de calabresa com queijo e cebola (R$ 3,50) é imperdível. Completam o programa boas cervejas, a exemplo da argentina Quilmes e da uruguaia Norteña (R$ 12,00 cada garrafa de 960 mililitros). Avenida Presidente João Goulart, s/nº, ☎ 31141957 (15 lugares). 12h/23h (sex. até 1h; sáb. e dom. 16h/2h). Cc: todos. Cd: todos. www.lasempanadas.com.br. Como chegar: basta seguir pela avenida principal até o número indicado ■
lipe borges
Voto ri Carioca de Copacabana, do jú
Voto ri do jú
Restaurante do Glimário
Depois de dar expediente em restaurantes cariocas como o Don Camilo, o pernambucano Glimário João dos Santos abriu seu próprio negócio na favela onde vive. Apostou em carnes exóticas e frutos do mar a preços justos. “Minha especialidade é tudo”, gaba-se. Ele mesmo prepara as receitas descritas em um quadro-negro, a exemplo do javali (R$ 40,00, para duas pessoas) e do carré de cordeiro (R$ 30,00, individual). Para acompanhar, há guarnições como arroz de açafrão, batatas coradas, salada e farofa de ovo. Na ala de frutos do mar, são boas pedidas o risoto de camarão VG (R$ 60,00, para dois, na foto) e a lagosta (R$ 80,00, para dois) — o cliente escolhe se quer o crustáceo grelhado, cozido ou ao thermidor. Para beber, além de cervejas em garrafa (R$ 6,00 a Antarctica), há vinhos simples, como o chileno Santa Helena e o português Periquita (R$ 30,00 cada um). Travessa Gregório, 5, ☎ 7806-7075 (30 lugares). 10h/0h (fecha seg.). Como chegar: na Via Ápia, a principal da Rocinha, pergunte pela Praça da Roupa Suja, um pequeno largo. O restaurante fica à direita da pracinha, em um pequeno beco e não há nenhuma indicação na fachada
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