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Home » Destaque » As mulheres, a arte e a invisibilidade
As mulheres, a arte e a invisibilidade em Destaque / Hardcover Tags edição 28. arte / feminismo / mulheres / mulheres na arte / negahamburguer / representatividade por revistapolen
Texto: Gabriela Oliveira Quando Evelyn Queiróz contorna traços desconexos e preenche as cores que dão vida aos corpos de suas personagens, joga luz às mulheres reais e a percepção que elas têm sobre o seu reflexo no espelho. A criadora da personagem Negahamburguer, uma artista plástica e desenhista de mulheres reais, tenta suprir o vazio da falta de representatividade. Na sua página do Facebook, mulheres gordas, idosas, negras, indígenas, de cabelos crespos, tatuadas, com estrias e celulite são retratadas com a naturalidade que falta às que estampam capas de revista e comerciais de tevê. O trabalho da Negahamburguer quer chegar onde o feminismo, muitas vezes, não chega. Por meio de um lambe-lambe ou um grafite chapado em um muro, as frases ao lado de uma personagem provocam quem está de passagem. “Estou de dieta, não engulo o preconceito.” O trabalho de Panmela Castro, que está concentrado principalmente no grafite, também tem a intenção de chamar a atenção para questões de gênero e feminismo. Em sua página do Instagram, uma maçã que representa uma vagina dentada traz a mensagem “Livre”, que acabou sendo vendida em um evento para reverter dinheiro em projetos em prol do fim da violência contra a mulher. Panmela fundou a NAMI, rede feminista que utiliza arte urbana para incentivar o fomento aos direitos das mulheres e combater as violências contra a mulher. Como não é de se espantar, ser mulher é enfrentar situações opressoras em diversos espaços – inclusive nos ambientes de trabalho. Aqui, Panmela denuncia um boicote que sofreu por ser uma mulher que incomoda muita gente ao conquistar espaço com seu trabalho consolidado: “Esta é uma história de muitos outros acontecimentos do dia a dia no convívio com a minha Crew de graffiti, onde sou humilhada e violentada sem ter o direito de contestar sem ser chacoteada. Talvez por isso possa ter me tornado uma pessoa que incomoda. Talvez por não aceitar esta minha posição como se espera que uma mulher aceite – sendo cúmplice de seu escravizador, sendo dócil, magra e meiga – não seja aceita nos seus grupos de WhatsApp, nem nas pinturas coletivas e muito menos nas festas”.