Os OLIVEIRA MENDES - PARTE 2

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Numa tese de doutorado intitulada “Arquitetura Militar em Salvador da Bahia - Séculos XVI a XVIII” (USP, 2011), Felipe Eduardo Moreau cita Manoel de Oliveira Mendes ao falar das reformas no então Forte de São Bartolomeu localizado próximo a Itapagipe, orla da Cidade Baixa de Salvador, Bahia:

“A restauração do forte foi orientada por Miguel Pereira, mas não há informação de defesas que se fariam naquele trecho. O relatório de Galeão (início do século XIX) também propõe o preenchimento do trecho, mostrando que nada fora feito. Em meados do XVIII, o engenheiro Manoel de Oliveira Mendes (filho do Mestre Felipe de Oliveira Mendes) foi chamado a fazer reparos na muralha, por causa dos problemas da implantação.” (MOREAU, 2011, pág. 297)

Trecho da "CARTA

SEXTA", escrita por Luís dos Santos

Vilhena (c. 1802)

originalmente no seu livro "RECOPILAÇÃO DE NOTÍCIAS

SOTEROPOLITANAS E BRASÍLICAS" (3 volumes)

Extraído de uma edição da mesma obra, denominada A BAHIA NO

SÉCULO XVIIIEDITORA ITAPUÃ -

COLEÇÃO
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BAIANA 1969

Extraído de uma edição da mesma obra, denominada A BAHIA NO SÉCULO XVIII -

EDITORA ITAPUÃ - COLEÇÃO BAIANA - 1969, página 222

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ClipoemsLivros Independentes

Luiz Manoel de Oliveira Mendes Lobato nasceu em 25 de Fevereiro de 1760 em Salvador, onde foi batizado na Igreja Matriz de Sant'Anna em 18 de Junho do mesmo ano Filho do Capitão Manoel de Oliveira Mendes e Maria do Rosário do Monte do Carmo, ele seguiu carreira militar como o seu pai, dedicando-se, porém, com mais afinco do que aquele à atividade agropecuária. Casou-se com Ana Francisca Xavier Pinto de Almeida, de cujo casamento nasceram Manoel de Oliveira Mendes e Almeida (futuro 2o Barão e depois Visconde de Itapicuru de Cima) e Luiz Manoel de Oliveira Mendes e Almeida (futuro Barão de Traripe) Luiz Manoel de Oliveira Mendes Lobato completa e acentua a transição familiar - iniciada pelo pai Manoel - dos ofícios da construção para o militarismo aliado à propriedade de engenhos com criação de gado Com Luiz Manoel, seus irmãos e seus filhos, os Oliveira Mendes se tornam ainda mais abastados, ganham títulos de nobreza e reconhecimento como heróis da Independência na Bahia

Por Carta Patente emitida no dia 07 de Julho de 1796 pela Rainha Dona Maria I, Luiz Manoel de Oliveira Mendes Lobato é nomeado Capitão-Mor da Villa de São Francisco de Sergipe do Conde E por decreto imperial do dia 20 de Março de 1806, Luiz Manoel de Oliveira Mendes Lobato assume também o posto de Capitão-Mor das Ordenanças da Vila de Santo Amaro e Capitão-Mor ficando assim agregado às Ordenanças da Vila de São Francisco do Conde, ambas da Capitania da Bahia

Uma década e meia depois ele se tornaria um dos destacados combatentes pela Independência do Brasil, nas lutas que aconteceram na Bahia durante os anos de 1822 e 1823 Em reconhecimento e apreço pelos serviços prestados ao Império do Brasil, D Pedro I concede a Luiz Manoel de Oliveira Mendes Lobato o título de Primeiro Barão de Itapicurú de Cima LuizManoeldeOliveiraMendesDiasLobato faleceu em 1 de Julho de 1829 em Salvador

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Verbete do Archivo Nobiliarchico Brasileiro de 1918, Vasconcellos e Vasconcellos - Lausanne - Suíça - Imprimerie La Concorde

O genealogista Antonio Bulcão Sobrinho, em "Titulares Bahianos", afirma que Luiz Manoel de Oliveira Mendes Lobato,

"Teve em Santo Amaro em 1822 notável atuação na campanha da Independência, sendo pelos seus serviços condecorado com a medalha da “Restauração da Bahia”. Era Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo, Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial e Dignatário da Ordem Imperial do Cruzeiro. Casou-se em 11 de novembro de 1791 com D. Ana Francisca Xavier Pinto de Almeida, nascida na cidade de Santo Amaro, na Bahia em 1764, filha de José Álvares Pinto e D. Antonia Helena Barbosa de Freitas Aires, e falecida na cidade do Salvador em 25 de Dezembro de 1815. Luiz Manoel de Oliveira Mendes Dias Lobato faleceu em 1 de Julho de 1829 em Salvador."

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Alegoria do "Caboclo" ilustrando a edição da revista Bahia Illustrada, em 1918

“Nas lutas pela Independência, foram inúmeros os baianos que se destacaram pela coragem, pelo heroísmo, pela abnegação em favor da pátria, que, cansada do jugo lusitano, almejava a libertação. Luiz Manuel de Oliveira Mendes, primeiro Barão de Itapicuru de Cima, foi destes heróis, um dos que mais sobressaíram”

(SOUZA apud LEITE).

“Chefe poderoso de uma “gens” poderosa, que se estendia do recôncavo santamarense a Camissão, no “hinterland” baiano, com engenhos de açúcar e vastos latifúndios de pastoreio e criação de gado, Luiz Manuel de Oliveira Mendes, primeiro barão de Itapicuru de Cima, foi um dos fatores mais decisivos da vitória, na luta, que se travou na Bahia, pela Independência do Brasil”.

(JUNQUEIRA apud LEITE)

Geraldo Leite: ilustresdabahia.blogspot.com/2014/03/luiz-manuel-de-oliveira-mendes.html

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BATISMO DE LUIZ MANUEL DE OLIVEIRA MENDES CELEBRADO NA MATRIZ DE SANT'ANNA DA BAHIA

EM 18 DE JUNHO DE 1760.

“Diz o Capitão-Mor Luiz Manoel de Oliveira Mendes, filho legítimo do Capitão Manoel de Oliveira Mendes e de sua mulher D Maria do Rosário do Monte do Carmo Pereira, que o Arcediago Secretário da Câmara Eclesiástica revendo os livros de batismos do ano de 1760 da Freguesia de Sant’Anna desta cidade e passe para a certidão o dia do mês de Junho do referido ano em que foi batizado o suplicante e como para isso precisa dezoito”

PA VM Seja Servido mandado ( ) passar certidão na forma que requer

Antonio Borges Leal, arcediago na Igreja Metropolitana e Secretário da Câmara Arquiepiscopal neste Arcebispado de Sua Excelentíssima reverendíssima que Deus guarde, certifico que revendo os livros findos da Matriz de Sant’Anna dos batizados da referida Freguesia em hum deles a folhas duzentos e cinquenta e dois se acha o registro do teor seguinte: Aos dezoito de junho de mil setecentos e sessenta na Matriz de Sant’Anna, batizou e pôs os Santos Óleos o Reverendo padre Cyprianno Lobato - com licença do Reverendo Vigário desta Freguesia e em sua presença - a Luiz, nascido aos vinte e cinco de Fevereiro do presente ano, filho legítimo de Manoel de Oliveira Mendes e de sua mulher Maria do Rosário do Monte do Carmo, moradores desta freguesia; foram padrinhos o Provedor da Fazenda Real Manoel de Mattos Prado Serpa, casado, morador na Freguesia da Conceição da Praia e Dona Antonia de Aguiar, casada, moradora na Freguesia de São Pedro, e por verdade fiz este assento dia e era ut supra o coadjutor Pedro Ribeiro e Oliveira E não se continha mais coisa alguma em o dito assento que bem e fielmente fiz trasladar do próprio livro a que me reporto, que por estar em tudo sem cousa que dúvida faça, esta subscrevi e assinei na Bahia - aos 22 de Novembro de 1796. E eu Arcediago Antonio Borges Leal, Secretário da Câmara Arquiepiscopal, subscrevi e assinei ”

Arquivo Histórico UltramarinoConselho Ultramarino - AHU-Baía. Cx. 112, DOCUMENTO 22.125
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ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO - AHU - CONSELHO ULTRAMARINO - BAÍA - CAIXA 118. DOC. 22.282 - Trecho Inicial:

“Carta Patente pela qual se fez Mercê a Luiz Manoel de Oliveira Lobato Mendes (sic) de o confirmar no posto de Capitão-Mor agregado às Ordenanças da Villa de São Francisco de Sergipe do Conde. Lisboa, 7 de Julho de 1796.

“Donna Maria por Graça de Deus Rainha de Portugal, e dos Algarves, d'aquém e d'além mar em África e Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia (…) faço saber aos que esta minha ‘Carta Patente de Confirmação’ virem que tendo consideração a Luiz Manoel de Oliveira Lobato Mendes, se achar provido por Dom Rodrigo José de Menezes - sendo Governador e Capitão Geral das Capitanias da Bahia - ao Posto de Capitão-Mor agregado às Ordenanças da Villa de Sao Francisco de Sergipe do Conde, do Terço de que Capitão-Mor José Felippe de Siqueira atendendo às circunstancias que no sobredito concernem (…)” Lisboa, 7 de Julho de 1796.

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ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO - AHUCONSELHO ULTRAMARINO - BAÍA - CAIXA 260, doc. 46. AHU ACL CU 005, 271. DOC. 19.034

Em 20 de Julho de 1822. Requerimento de Luiz Manuel de Oliveira Mendes Lobato, Coronel do Regimento de Milícias da Villa de Santo Amaro ao Rei D. João VI solicitando dois anos de licença para tratamento de saúde e para cuidar dos negócios particulares. Concedido: 1 ano.

“Diz Luiz Manuel de Oliveira Mendes, Coronel do Regimento de Milícias da. Villa Militar de Santo Amaro na Província da Bahia, que ele precisa que Vossa Majestade lhe conceda dois anos de licença para poder tratar de sua saúde pouco vigorosa na avançada idade de mais de sessenta anos, e outrossim cuidar de arranjar negócios pertencentes à sua casa, dos quais sem dúvida não pode cuidar tendo a seu cargo o Comando do sobredito Regimento; portanto P. a Vossa Majestade que atenda as razões alegadas e por esta a primeira licença que pede em tantos anos que tem a honra de servir à V. Majestade, e à Nação, lhe queira conceder a pedida graça ” . Como procurador, Clemente Álvares d’Oliveira Mendes.

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ManoeldeOliveiraMendeseAlmeida nasceu na Freguesia de Nossa Senhora do Monte Recôncavo, município de São Francisco do Conde, em 9 de Outubro de 1793, filho de Luiz Manuel de Oliveira Mendes Lobato e de Ana Francisca Xavier Pinto de Almeida Foi batizado em Salvador na Matriz de Sant'Anna em 13 de Janeiro de 1794 Faleceu em Santo Amaro em 30 de Dezembro de 1867

Na Bahia, Manoel de Oliveira Mendes e Almeida foi Suplente de Deputado Provincial na legislatura de 1835 a 1837, tendo nessa qualidade exercido o mandato de 1835, e Vereador do Município de Santo Amaro nos quadriênios de 1857 a 1860 e de 1861 a 1864. Era Comendador da Ordem de Cristo. Casado com D. Maria Carolina do Patrocínio e Almeida, Viscondessa do mesmo título, nascida na Freguesia de Santana do Camisão, então pertencente ao Município de Cachoeira, atual cidade de Ipirá, na Bahia, em 1803, filha de José Carlos de Almeida e de D Ana de Oliveira Araújo Pinto, e falecida na cidade de Santo Amaro, na Bahia, em 24 de Abril de 1876

Titulares Bahianos - Antonio Bulcão Sobrinho

Verbete do Archivo Nobiliarchico Brasileiro de 1918, Vasconcellos e Vasconcellos - Lausanne - Suíca - Imprimerie La Concorde

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Transcrição livre de registro de batismo de Manoel de Oliveira Mendes e Almeida em Santo Amaro-BA, a partir de arquivo disponibilizado pelo website familysearch.com.

Registro de Batismo de Manoel de Oliveira Mendes e Almeida

"Aos treze de Janeiro de mil setecentos e noventa e quatro batizou na Matriz de Sant’Anna do Sacramento da Cidade da Bahia, o Reverendo Deão Manoel de Almeida Maciel à Manoel, nascido aos nove de outubro de mil setecentos e noventa e três, filho de Luiz Manoel de Oliveira Mendes e de sua mulher D. Anna Francisca Xavier de Almeida e lhe pôs os Santos Óleos. Foram padrinhos Diogo Álvares de Campos e sua mulher D. Luisa Francisca de Mello, fregueses desta Matriz de Nossa Senhora do Monte, do que fiz este assento aos vinte do dito mês com o que por verdade afirmei. Vigário Francisco Marques Quaresma. Santo Amaro da Purificação - BA."

Monte do Recôncavo - Nossa Senhora do Monte - Batismos 1784, Mar-1808, Jun. Folha 108. "Brasil, Bahía, Registros da Igreja Católica, 1598-2007", database with images, FamilySearch(https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6XMDFNTS : 24 February 2022), Anna Francisca Xavier de Almeida in entry for Manoel de Oliveira Alendiz, 13 de janeiro de 1794.

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Transcrição livre de documento informativo sobre a doação de gado bovino ao Governo Interino da Bahia pelo Capitão Manoel de Oliveira Mendes [e Almeida], para ajudar no sustento das tropas que lutavam pela Independência na Bahia em 1823. Fronte: Arquivo Público da Bahia.

“Para a Comarca da Villa de Santo Amaro, o Conselho Interino de Governo desta Província me encarrega de significar a V. Mercês, que hajam de receber 30 cabeças de gados, que acabam de ser oferecidas pelo Capitão Manoel de Oliveira Mendes a título de donativo. O que comunico a V. Mercês para sua inteligência (…) 14 de Abril de 1823. Assinado o Secretário, Senhores da Comissão da Casa Militar da Villa de Santo Amaro.”

“Ofício comunicando envio de gado doado pelo Capitão Manoel d’Oliveira Mendes” em 14 de abril de 1823, na circunstância das lutas pela Independência do Brasil na Bahia. Na trilha de seu pai Luiz Manoel de Oliveira Mendes Lobato, Primeiro Barão de Itapicuru de Cima, considerado um dos heróis da Independência na Bahia, o capitão Manoel de Oliveira Mendes contribui para a causa.

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Segundo Barão & Visconde de Itapicurú de Cima Manoel de Oliveira Mendes e Almeida

Alguns itens em porcelana francesa que pertenceram ao Segundo Barão & Visconde de Itapicurú de Cima, Manoel de Oliveira Mendes e Almeida, recentemente listados em leilões especializados.

"Prato em porcelana francesa, pertencente ao Serviço do Barão de Itapicuru de Cima (...) Borda com filete verde entre fios dourados e monograma "B de I" sob coroa, em dourado. Século XIX. 19.5 cm. Peça deste serviço reproduzida à pág. 276 no Livro "Louça da Aristocracia no Brasil", por Jenny Dreyfus."

(fonte: www.marisedomingues.com.br/peca.asp?ID=4225180&ctd=27)

https://onzedinheiros.lel.br/peca.asp?ID=6180805&ctd=141

Travessa em porcelana do Serviço pertencente ao Barão de Itapicuru de Cima, medindo 31 cm por 45 cm.

https://onzedinheiros.lel.br/peca.asp?ID=6180805&ctd=141

www.marisedomingues.com.br/peca.asp?ID=4225180&ctd=27)

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Luiz Manuel de Oliveira Mendes e Almeida nasceu na cidade de Santo Amaro, em cuja Freguesia de Nossa Senhora da Purificação foi batizado em 9 de Maio de 1796, sendo filho de Luiz Manuel de Oliveira Mendes Lobato e de D Ana Francisca Xavier Pinto de Almeida Faleceu em São Francisco do Conde em 18 de Novembro de 1876 Foi Vereador no município de São Francisco do Conde durante o quadriênio de 1857 a 1860 Era Cavaleiro da Ordem de Cristo e da Ordem da Rosa Luiz Manuel de Oliveira Mendes e Almeida casou-se em 7 de Maio de 1843 com Ana Constança da Purificação de Almeida, nascida na referida cidade de Santo Amaro, em cuja Freguesia de Nossa Senhora da Purificação foi batizada em 22 de Abril de 1815, viúva de José Neto da Silva, e filha de Antônio Joaquim Álvares Pinto de Almeida e Rita Maria das Virgens de Uzêda Luna Ana Constança faleceu também em São Francisco do Conde.

Verbete do Archivo Nobiliarchico Brasileiro de 1918, Vasconcellos e Vasconcellos - Lausanne - Suíca - Imprimerie La Concorde

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Registro de Batismo

Luiz Manoel de Oliveira Mendes e Almeida

“Aos nove dias do mês de Maio de mil setecentos e noventa e seis no Oratório do Engenho Mamão com faculdade de S. Excelentíssima Reverendíssima e de licença minha batizou e pôs os Santos Óleos o Reverendo Padre Luiz Antonio de Barros Paim a Luiz, párvulo, filho legítimo de Luiz Manuel de Oliveira Mendes e Ana Francisca Xavier Pinto de Almeida. Foram padrinhos o Ilustríssimo e Reverendíssimo Deão e Provisor Manuel de Almeida Maciel, por procuração que apresentou o Tenente José Álvares Pinto e D. Ana Francisca de Menezes, solteira e moradora no Engenho Limoeiro, Freguesia de Nossa Senhora do Monte. Do que para constar mandei fazer este termo que assinei. Declaro que o referido Oratório é no termo da Freguesia de Nossa Senhora da Purificação e Santo Amaro. (assinado) O Vigário Salvador da Fonseca Barbosa”.

Transcrição de "assentamentos de batizados da Freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Santo Amaro, anos de 1793 a 1809, às folhas 62. Câmara Eclesiástica da Bahia, em 29 de Julho de 1941 (assinado). Padre Moysés Pinho Santos".

Fronte: Titulares Bahianos - Antonio Bulcão Sobrinho

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Relação dos Membros nomeados para a Diretoria e Conselho Fiscal do Imperial Instituto Baiano de Agricultura por Decreto do 01 de Novembro de 1859 - o Coronel Luiz Manoel de Oliveira Mendes e Almeida inscreveu-secomosócionoatodaInauguração.

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Como um dos "Gentis Homens da Imperial Câmara" da Casa Imperial, o Barão de Traripecomo mostra o quadro explicativo dos sinais das ordens - era:

Dignatário da Ordem Imperial do Cruzeiro

Cavaleiro da Ordem da Rosa

Comendador da Ordem de Nosso Senhor Jesus

Cristo

0001
Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Bahia (BA) - 1854 a 1863.
Edição

JORNAL A PROVÍNCIA - Pernambuco, 9 de Outubro de 1873

CLEMENTE DE OLIVEIRA MENDES e LUIZ MANOEL DE OLIVEIRA MENDES (III), filhos do Barão de Traripe recebem foro de Fidalgos Cavaleiros da Ordem Imperial.

Em 18 de Novembro de 1876, no Engenho São José, Freguesia de São

Gonçalo da Vila de São Francisco, faleceu o Barão de Traripe, Luiz Manuel de Oliveira Mendes aos 84 anos

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1750 - 1817

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LuizAntoniodeOliveiraMendesDiasLobato nasceu na Cidade da Bahia em 1750 Foi com 19 anos para Coimbra, Portugal, estudar Direito Neto do mestre Felipe de Oliveira Mendes, Luiz Antonio residiu por quatro décadas em Portugal, terra de seu avós paternos, trilhando o caminho acadêmico em Lisboa, tornando-se advogado e membro da Real Academia das Ciências Tornou-se Bacharel, formado em Leis pela Universidade de Coimbra em 1777 Frequentou voluntariamente na mesma instituição aulas de Filosofia e Medicina Trabalhou como Advogado da Casa da Suplicação em Lisboa e se tornou membro sócio da Academia Real das Ciências da mesma cidade em 1824 Seu filho Clemente Álvares de Oliveira Mendes e Almeida foi o primeiro Cônsul Geral do Império, após a Independência do Brasil a partir de 1826 Luiz Antonio de Oliveira Mendes Dias Lobato faleceu em Salvador no ano de 1817

Luiz Antonio de Oliveira Mendes Dias Lobato parece ter metabolizado de uma outra forma a experiência de nascer e crescer num Engenho aparelhado de mão de obra escravizada Atribui-se a ele o primeiro uso do termo “banzo” na academia, para designar um estado patológico de tristeza profunda, geralmente letal, provocado pelo horror da circunstância de escravização a que os seres humanos raptados e afastados de sua terra natal ficavam sujeitos Seu artigo "Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a Costa d’África e Brasil" de 1793, é um marco na problematização do tema da escravidão, tendo sido ainda constantemente estudado, debatido, reeditado e vendido até os dias de hoje

Em 1812, já residindo novamente na Bahia, Luiz Antonio de Oliveira Mendes Dias Lobato anuncia uma coleção de livros e artigos próprios inéditos no Brasil, através do jornal "Idade D' Ouro do Brazil" (BA) - 1812 Ed 2.

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Trecho de “Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a Costa d’África e Brasil”, de Luiz Antonio de Oliveira Mendes Lobato, sobre o termo “banzo” que ele introduziu.

“Uma, e das principais moléstias crônicas, que sofrem os pretos escravos, a qual pelo decurso do tempo os leva à sepultura, vem a ser o banzo. O banzo é um ressentimento entranhado por qualquer princípio, como por exemplo, a saudade dos seus, da sua pátria, o amor devido a alguém, à ingratidão, e aleivosia, que outro lhe fizera, a cogitação profunda sobre a perda da liberdade, a meditação continuada da tirania, com que os tratam, o mesmo mau trato, que suportam, e tudo aquilo, que pode melancolizar. É uma paixão da alma a que se entregam, que só dão por extinta com a morte, por isso em o seu competente lugar disse, que os pretos africanos eram extremosos, fiéis, resolutos, constantíssimos, e susceptíveis no último extremo do amor, e do ódio.

Raimundo Jalamá, sujeito de probidade, digno de toda a crença, que conta 80 anos de idade, que por vezes navegara para a Ásia, homem mui pronto, e experimentado nos cálculos e projetos mercantis, que por 10 anos vivera na cidade de S. Paulo de Luanda por Administrador do Contrato, e das Companhias do Pará, e Pernambuco, que es- tava na posse de comprar, e remeter para o Brasil, em sortimento das ditas Companhias, um grande número de escravos em todas as estações do ano; fielmente me informou a respeito desta enfermidade, chegando a afirmar que no tempo da sua administração, e sucessiva compra de escravos, em um dos lotes tivera certa escrava com uma filha, a qual depois se chamara Lucrécia, de idade de 7 para 8 anos, que se entregara a um total fastio por efeitos do banzo, que nada queria comer, ainda oferecendo- se-lhes as melhores comidas, assim do nosso trato, e costume, com as do seu país, para cujo fim tinha cozinheira própria; e observando este a obstinação, e a teima, pela filha insinuada entrou a pesquisar a causa, e o motivo, pelo que se entregava ao banzo, inspirando na filha com promessa de prêmio, que em conversa quisesse insuspeitavelmente extrair dos sentimentos de sua mãe, qual vinha a ser a causa; e com efeito veio a adquirir a certeza, de que seu marido, a quem tanto amava, havia nomeado a ela com ingratidão, com separação, e desterro, à dura e cruel escravidão, e juntamente a sua filha tão estimada, como penhor da sua aliança.

Sabida a causa, despendendo-se os maiores agrados, promessas, e realidades de bom trato, e até de liberdade, nada foi capaz de lhe desfazer a imaginação. A vista dos agrados na presença de outros muitos, que para eles concorriam, os seus olhos eram dois rios; de contínuo tinha a cabeça entre os joelhos; continuou a não querer comer; faleceu; e a sua filha foi estimada, como a de uma heroína de amor, e de constância, e sendo isto sucedido há mais de 20 anos, ainda há dois anos houveram cartas, que Lucrécia era viva. Este mesmo banzo por vezes observei na América Portuguesa, que matara a muitos escravos; porém sempre foi efeitos do ressentimento, da crueldade, e da tirania, com que aos escravos tratavam os seus senhores.”

MENDES, Luis Antônio de Oliveira. Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a Costa d’África e Brasil./Luiz Antônio de Oliveira Mendes. 2ed. Salvador : P55 Edições, 2021. (Coleção Auto-conhecimento Brasil)

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O "Diccionario Bibliographico Portuguez" em 1860, de Innocencio Francisco da Silva, nas páginas 218 a 220, lista 30 obras de Luiz Antonio de Oliveira Mendes Lobato.

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1917 é fundada a Academia Bahiana de Letras, com 41 cadeiras, tendo como patrono da cadeira número 5 Luiz Antonio de Oliveira Mendes Lobato.

Em
Bahia Illustrada (BA) - 1918 ed. 0010 49
Bahia Illustrada (BA) - 1918 ed. 0010 50
Um século antes, em 1810, Luiz Antonio de Oliveira Mendes Lobato já havia tentado criar, sem sucesso, a Sociedade Bahiense de Letras.
NOSSOSANTEPASSADOS.WORDPRESS.COM Genealogiados OLIVEIRA MENDES atéos MENDES CARIA ManoeldeOliveiraMendes MariadoRosáriodo MontedoCarmo LuizManoeldeOliveira MendesDiasLobato AnaFrancisca XavierdePinto Almeida FelipedeOliveiraMendes Maria Pereira LuizAntoniodeOliveira MendesDiasLobato ou LuizManoeldeOliveira MendeseAlmeida AnaConstança PintodeAlmeida AnnaMoreiradePinho BorgesdeBarros JoséCarlosdeOliveira Mendes MariadaPureza deOliveiraMendes MariadeLourdes deOliveiraMendes ManoelBonifácioMendes ou JoséBonifáciodaConceiçãoMendes AloysioMartinsCaria ManoeldeOliveira MendeseAlmeida Clemente deOliveiraMendes MariaCarolinade OliveiraMendes LuizManoeldeOliveira Mendes (III) primeiroBarÃode Itapicurudecima segundoBarÃoe viscondedeItapicurudecima BarÃodetraripe AntôniodeOliveira MariaVaz 1 2 3 4 5 6 7 8 1700-? 1722-1773 1760-1829 1793-1867 1796-1876 1750-1817 1904 1901-1976 51 Clipoems Livros Independentes
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