Revista Adoleitura - Projeto Agentes de Leitura do Paraná

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EDIÇÃO Nº 01| OFICINAS DE CRIAÇÃO LITERÁRIA E FOTOGRAFIA DO PROJETO AGENTES DE LEITURA DO PARANÁ | 2018 Distribuição Gratuita

DA CENTRO E UD JUVENscTentes

Adole s lindas foto produzem o espaço é de como de iciparam onde part tografia e fo e d s oficina terária, criação li ba (PR) ti em Curi

CONEXÃO SOCIOAMBIENTAL ENQUETE

“O que é criatividade pra você?”. Nossos(as) entrevistados(as) deram uma diversidade interessante de respostas sobre o assunto

Reunimos 05 dicas práticas de como ficar em maior sintonia com a natureza

A DE INSPIRAR VEM VER O QUE A MÚSICA PODE FAZER NA HOR ADOLESCENTES PARA A PRODUÇÃO DE CONTOS, POESIAS, REFLEXÕES...

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PRODUÇÕES LITERÁRIAS

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FOTOGRAFIAS PRODUZIDAS EM CONTEXTOS DE EDUCOMUNICAÇÃO


DIEGO H. DA SILVA

SUMÁRIO

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AUTO BIOGRAFIAS

Já pensou no que você pode encontrar lendo biografias de adolescentes? DIEGO H. DA SILVA

06

OUVIR PARA INSPIRAR-SE Quanto conteúdo interessante pode nascer quando a garotada escreve se inspirando em músicas, hein?

CAMILA HOSTILIO

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GALERIA

Nunca visitou o Centro da Juventude Eucaliptos, em Curitiba (PR)? As fotos dos(as) adolescentes vão te mostrar um pouco do espaço.

05 LENDAS CURITIBANAS

Conheça duas lendas da capital paranaense, que são de tirar o sono!

10 REAVIVANDO MEMÓRIAS

Entrevistar um familiar, colher lembranças e redigir um texto: pra qual caminho esse exercício leva?

12 POESIA NO AR

Produção de adolescentes dos municípios de Curitiba, Almirante Tamandaré e Araucária!

14 MAKING OFF

O projeto Agentes de Leitura do Paraná e o coletivo Parafuso Educomunicação reuniram várias fotos captadas em diferentes atividades.

16 TOP 5

Dicas básicas pra quem mora na área urbana se conectar com a natureza

02 |

EXPEDIENTE Governadora do Paraná | Cida Borghetti Secretário de Estado da Cultura | João Luiz Fiani Diretor-Geral da SEEC | Jader Alves Diretor da Biblioteca Pública do Paraná | Rogério Pereira Coordenadora de Ação Cultural | Ingrid Kelly Dias Bozza Coordenador de Comunicação | Alisson Diniz Projeto Agentes de Leitura do Paraná Coordenadora do projeto | Tatjane Garcia Albach Assessor técnico |Daniel Marcondes Estagiária | Ana Paula Ocampos Audi do Brasil Presidente & CEO | Dr. Johannes Roscheck Diretor de Sustentabilidade | Roberto Braun Coordenador de implementação | Vinicius Milani Suporte técnico e implementação | Rafael Machioni Assessoria de avaliação | Katru Assessoria e Informação Produção executiva do projeto | Instituto de Educação, Arte e Cultura Dom Miguel Coordenadora de Produção | Grimalda Amorim; Direção de Produção | Lucas Buchile Estagiário | Lucas Eduardo Compras/financeiro | Camila Lemes Assistente Administrativo | Vitória Carvalho Agradecimentos | José Roberto Torero, Marcelo Sandmann; Verenice Salete Tonet - Coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Roberto Langer Junior, Casa da Leitura Marcos Prado; Fundação Cultural de Curitiba - FCC; Centro da Juventude Eucaliptos; Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba - SMELJ; Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED e Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento social – SEDS. Adolescentes integrantes da equipe de redação e criação editorial desta edição | Curitiba (PR): Adriane Plötz Aquino, Agatha Cristina de Souza, Aíssa Fernandes M. dos Santos, Camila Hostilio de Souza, Eloise Richter, Eloiza Brandão, Fernanda Lima, Gabrielli Knapich Hasse, Gustavo Francisco Pereira, Heloise Wolkning Peres, Henrique Firmino Cordeiro, Isabele Eshima, Jheniffer Fernandes Campos, João Ribeiro Neto, João Vitor da Rocha de Castro, Larissa Blitzkow Américo, Mateus Gabriel Tonet da Silva, Michelle Felski da Silva, Noemi Rodrigues de Oliveira, Rafaela Lopes dos Santos. Almirante Tamandaré (PR): Ludmila Flecke, Taís Guimarães. Araucária (PR): Eduardo Augusto Soares, Stephany Adiers. Equipe Parafuso Educomunicação | Diego Henrique da Silva Alves, Juliana Cristina Cordeiro e Paula Setsuko Nishizima. Projeto Gráfico e Diagramação | Diego Henrique da Silva Alves. Ilustração de Capa | Igor DiCastro. Fotografias e imagens de fundo | freepick.com e pexels.com Revisão Textual e Redação | Paula Nishizima e Diego Henrique da Silva Alves.


VERBALIZA!

ELIANE BOFF

52 anos | Professora “Criatividade é quando a pessoa libera todos os seus sentimentos na criação”.

CAMILA HOSTILIO 14 anos | Estudante

“É quando você coloca no papel coisas que vão além da realidade”.

O QUE É JHENIFFER FERNANDES

15 anos | Estudante

FERNANDO SANTOS

15 anos | Estudante “É fazer algo novo”.

“É explorar a sua mente”.

PRA VOCÊ? ENTREVISTAS >> Heloíse Wolkning

OTÁVIO MACIEJEWISK

MARCUS URBINATTI

39 anos | Professor DIEGO H. DA SILVA

14 anos | Estudante

“É a manifestação da inteligência”.

“É você ter sua própria ideia”. BRUNO RICARDO ROD

RIGUES

DIEGO H. DA SILVA

NOSSO GRUPO | Muito prazer! Nós, das fotografias aqui de baixo, somos parte do grupo criativo que ajudou a construir essa revista literária! Já que estamos falando de criatividade, nada mais justo do que mostrar nossa equipe de criadores(as) em ação! Durante o final do segundo semestre de 2018, a gente se esforçou bastante para dividirmos tarefas, produzir fotografias, pensar em temas, dar ideias sobre a cara dessa publicação - ao invés de criar um jornal ou fanzine, por exemplo, preferimos o formato de revista - e imaginamos o que poderia ter em cada página. Mas tem muita coisa que não coube aqui! Visite www.institutodommiguel.com para ler as produções extras ;) #ficadica Boa leitura! | 03


FALANDO DE SI

O nome é Gabrielli, fã doida de Harry Potter, 14 longos pequenos anos, calçando seus grandes sapatos 35. Não tem medo de caminhar por aí. Beata, não sai da igreja, gosta muito de rezar o terço. Catequista, coroinha e cantora da igreja. É curitibana, mas criou-se por um tempo em Palmitos (SC). Ama girassóis. Matemática é sua paixão. Quem encosta nos seus livros tem uma morte lenta e dolorosa. Não tolera palavrão. Odeia política. Idolatra patrão. Super-herói favorito é o “Super Mercado”, dorme nas aulas de História. Não tem medo da morte, pois acha que encontrará Deus. Gabrielli Knapich Hasse

MINHA

ASSINO EU

Falar da gente é fácil ou difícil? O jeito de escrever importa? E como vou saber o que digo e o que não digo? Dá só uma olhada em quatro mini autobiografias produzidas por adolescentes que estudam no Colégio Estadual Roberto Langer Júnior, no bairro Boqueirão, em Curitiba (PR). Essas produções são fruto de uma oficina dessa galerinha com o escritor paulista José Roberto Torero, que já publicou mais de 30 livros, em sua maioria obras infantis e romances.

FOTOS: DIEGO SILVA

ESCRITOR |MEDIADOR DA OFICINA José Roberto Torero

Sou Eloiza, tenho 15 anos, fui mãe jovem, mas isso não é problema. Sou quase bilíngue. Falo muito alto. Não faço amizades facilmente. Minha religião é indefinida: às quartas vou na católica e aos sábados, na evangélica. Estranho, né? Nunca li a Bíblia. Sou uma má cristã? Meus melhores amigos são Henrique, Camila e Izadora, eles sempre me ajudam. Estamos cursando o Ensino Médio juntinhos. Comecei a namorar com 13 e hoje, dia 27, faremos um ano e oito meses de namoro. Minha filha tem 5 meses e me considero uma boa mãe. Eloiza Brandão 04 |

DEPOIS DA OFICINA COM JOSÉ ROBERTO TORERO, FOI DADA SEQUÊNCIA A OUTROS CINCO ENCONTROS EDUCOMUNICATIVOS DE DE CRIAÇÃO LITERÁRIA E PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA, MEDIADAS PELO COLETIVO PARAFUSO EDUCOMUNICAÇÃO, EM CURITIBA (BR)


Eu sou Henrique Firmino Cordeiro, tenho 15 anos. Gosto muito de animais. Adoro caridade. Odeio legumes e verduras. Amo fritura. Tenho 1,74m Peso 70 kg. Calço 39/40. Adoro esportes em geral. Amo jogar futebol, mas não sou bom. Sou carinhoso e amoroso. Não consigo brigar com quem amo. Não ligo para política. Amo videogames. Não sei cozinhar. Curso o Ensino Médio (1º ano). E estou apaixonado. Henrique Firmino Cordeiro

Meu nome é Aíssa, tenho 13 anos. Nunca cantaram parabéns pra mim no colégio porque meu aniversário é dia 27 de Dezembro. Amo o frio. Amo cozinhar. Minha comida preferida é pizza. Tenho 1,43 de altura. Minha mãe é minha confidente. Minha cor preferida é azul. Meu maior sonho é fazer faculdade de Medicina. Amo ler e assistir romances. Odeio filme de terror. Amo música, estou aprendendo a tocar violão. Meu gênero musical favorito é sertanejo. Uso óculos. Me interesso muito por História. Raramente saio de casa. Meu hobby é tirar fotos. Minha série preferida é Grey’s Anatomy. Tenho fobia de aranha e insetos. Gostaria muito de conhecer a França. Sou meio introvertida. Tenho uma irmã de 10 anos e essa é a minha vidinha maravilhosa. Aíssa Fernandes M. dos Santos

LENDAS CURITIBANAS

DE ARREPIAR

Lendas urbanas são um prato cheio para quem gosta de sentir aquele arrepiozinho na nuca com uma boa história de terror. Morte prematura, assassinato e espíritos com assuntos mal resolvidos são alguns dos ingredientes que não podem faltar nessa receita. Em Curitiba, duas almas penadas insistem em andar por aí importunando os vivos: a noiva do edifício Asa, que fica no Centro da capital, e a moça do cemitério São Francisco de Paula, no bairro São Francisco.

A NOIVA LOIRA DO

TEXTO | Aíssa Fernandes M. dos Santos

Maria era uma garota de lindos cabelos loiros, nascida no interior de São Paulo, que tinha dois grandes sonhos: voar do alto de uma montanha e casar com um vestido vermelho. No início dos anos setenta, sua família se mudou para Curitiba e foi morar num edifício chamado Asa. Na capital, Maria conheceu Antônio e planejava se casar com ele. Devido à sua gravidez, o casamento foi marcado às pressas e Maria não pode vestir o tão sonhado vestido vermelho para a cerimônia. Porém, o noivo não apareceu no altar no grande dia e, desesperada, ela correu para o topo do edifício onde morava e se jogou do último andar. Quando seu corpo atingiu o chão, a cor do vestido de Maria mudou magicamente para vermelho. Dizem que até hoje ela assombra o edifício Asa. Algumas pessoas já relataram ter visto uma mulher loira com um vestido vermelho de festa por lá.

PRETA TEXTO | Heloíse Wolknig

Um homem dançou a noite inteira com uma moça morena em um baile. Na hora de deixá-la em casa, esqueceu sua capa preta com ela. No dia seguinte, dirigiu-se novamente ao local para buscar a peça. Foi recebido, então, pelos pais da garota, que lhe mostraram uma fotografia e informaram que a filha já havia morrido há muito tempo. Era a mesma pessoa com quem tinha dançado. Não satisfeito, foi acompanhado pelos pais da moça até o cemitério São Francisco de Paula, onde ela estava enterrada. Chegando lá, a capa preta estava em cima de seu túmulo. | 05


s a c i s Mú CAPA

M A R I P S N I E QU

UERO O QUE EU Q pick

Gabrielli Kna

LUTO

a

Isabele Eshim

Não é normal . ” o ã g fo o lher é n Mas é real “Lugar de mu la”. e d a p u ro a d nho Tão odioso “Olha o tama , o lh itoso e tom verm Tão desrespe “Com esse ba está pedindo com certeza oite prada”. No meio da n para ser estu ia eito”. No meio do d “Se dê ao resp o ã n omento ninguém, se A qualquer m o “Não fala pra lta de respeit speitar”. fa re a it te u i a M v m é ningu esmo”. rte de vadia m o p a h n ti la E “ Meu medo . je o h lo fa e , eu lh É sua coragem arde m u Pois meu caro h n e n r sofre e ser tão cov d o ra p a p o e m S d o e O C p M A COLOC Ninguém S A IC ão S Ú M S A M tipo de agress ALGU a verbal. lher estuprad u u o E M a R c A si C fí O T ja e A S PR oa desalmada e eu quiser. ss d e n p o é la r e S a P O g M lu A u O me INCENTIV ada que eu quiser. isso não foi n a s p a u M ro A a D A so T u a O r. Eu A GAR que eu quise is uma coitad a m m to a só b i o e F d r S o Uso a c DAS OFICINA quero. S A IV T A ecote que eu d IC o s N U so M U O C U D E udar é o seu , minhas regra m o e rp d o c m u e te M e u M Pois, o q edras A ESCREVERE hista o são essas p c ã a n s m a M to n e m pensa bar SOBRE OS roupa. vão me derru a e h u Q in m a o S ã O n E SENTIMENT S O D A das DESPERT s são estupra re e . S lh E u Õ M Ç N A C PELAS O todos os dias r isso. QUER SABER ão pedem po n s la e E ? nidade O RESULTAD r ver a sua dig e u q m é u g in A N G ENTÃO, SE JO de si. LGAÇÃO er arrancada S ! A FOTOS: DIVU R U IT E NA L

ORAM ACIMA F S O T X E OS T MÚSICA DOS NA A IR P S RUPO IN .”, DO G “P.U.T.A AMBA. MUL 06 |


O ANJO

Adriane Plötz

TEXTOS INSPIRADOS NA MÚSICA “ANJOS”, DA BANDA O RAPPA.

aira ao céu, O anjo que p euses, bedece aos d aquele que o r, sem hesitar: sem pergunta z chorar. o anjo que fe aira sobre mim O anjo que p o Não o conheç ele é. Mas sei o que e. Anjo da mort rte. ão dá muita so Aquele que n o de nada Não tem med que falha, porque aquele ele o mata.

ÃO NA VERS SPIRADO ERES”, IN O T X E T A “MULH O, H DA MÚSIC PAGODIN A C E Z BY DE PELA GA A D A T E INTERPR TOS. AMARAN

MULHER DA EMPODERAocha de Castro R João Vitor da

Sou mulher eu corpo Sou dona do m ontade e da minha v os homens e Não ligo para mim na cidad ra p m ia v o ss a que ito falta de respe so is o h c a s a M agem e muita sacan Sou mulher o ar de um jeit Gosto de and cidade que traga feli da vida, Dos caminhos r e liberdade descobri pode im. eria ser pra m Sou o que qu

es

Aíssa Fernand

o, melhores virã s ia d e u q fé oas boas É preciso ter r, que há pess o m a te is x e ciso a que aind adeiras. É pre rd e v s e d a iz que no mundo, am amos colher o v ia d m u e s u acreditar q chegar, iremo ia d e ss e o d n ua s plantamos. Q cer por termo e d ra g a e so rir de tudo is ses ruins. superado as fa isas vão nha fé. As co te , a st si e d a pra Nunc s não duram e d a st e p m Te r. melhorar. ai desabrocha v r o fl a ia d m sempre, algu

NA MÚSICA TEXTO INSPIRADO YUMI KIMURA, DA ”, ME TH “ALWAYS WI FILME DO RA NO TRILHA SO IHIRO”. CH DE M GE VIA “A

A A BAIL ARIN A DEPRESSkIV i Michelle Fels

orava. A bailarina ch ndo dançava. , Só parava qua s a seguravam o d to e u q a v vam. Ela pensa só a incentiva e u q ia b e e, rc e Não p sentia saudad la e , a v a ç n a d de. De quando ntia a liberda se im ss a só Porque paz, Ela só queria a volta ... Mas todos à su devia ser mais la e e u q m a Falav ssão, trou em depre n e la e , im ss solidão. A e afundou na o d n a st fa a Foi se areceu a alma desap su a eu. , za te is tr Na guém aparec in n , m fi u se gou E quando che | 07


GALERIA DE FOTOS

ISABELE ESHIMA

NOEMI RODRIGUES

AISSA FERNANDES

NOSSO

olhar

Adolescentes fotografaram o Centro da Juventude, no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba (PR), para registrar padrões, texturas, molduras, linhas e formas no espaço em que realizaram suas oficinas de criação literária e produção fotográfica. HELOISE WOLKNING

ADRIANE PLOTZ

CANTINHO DA LEITURA

O Centro da Juventude abriga a Casa de Leitu ra Marcos Prado, com um acervo infanto-juvenil super legal! Você sabia que o local integra o Sistema Nacional de Bibliotecas Públ icas? CAMILA HOSTILIO

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AÍSSA FERNANDES

JHENIFFER FERNANDES

AO AR LIVRE

É possível realizar apresentações teatrais na área externa, com espaço para acomodar o público que pode assistir sentado (: GABRIELLE HASSE

FERNANDA LIMA

CO AJUSTANDO OeixFaO ecida amarela (também conh am Conseguiu encontrar a ”) nessa foto? esa on jap como “nêspera

LARISSA BLITZKOW

CAMILA HOSTILIO

PISTA DE SKATE

O local permite fazer algumas manobras, além de co ntar com quadras poliesportivas para prá tica de futsal, voleibol e handebol.

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REAVIVANDO MEMÓRIAS

NOSSA ’ NOSSA HISTÓRIA

AINDA ME

Quem não gosta de relembrar momentos bons, não é mesmo? Às vezes, até mesmo memórias dolorosas precisam ser revisitadas... Os(as) adolescentes foram convidados(as) a conversar com familiares para descobrirem alguma coisa sobre a história da família, que ainda não tivessem tido contato. Além disso, o desafio lançado foi produzir um texto com tamanho livre, além de produzir uma foto autoral para acompanhar o texto. Vem ler como ficaram três textos que nasceram dessa atividade educomunicativa!

TEXTO | Adriane Plötz ADRIANE PLÖTZ

A MENINA

TEXTO | Aíssa Fernandes

N

a cidade de Curitiba, havia uma menina sorridente que amava estar na companhia de seus amigos. Todos os dias ela e seus amigos se reuniam para jogar vôlei. Quando não era na escola, eles jogavam na rua. Apesar de ter uma infância meio difícil, ali com seus amigos ela se sentia feliz...

Para ilustrar seu texto, a Adri fotografou a frente de casa, com o celular, retratando-a com as flores dos ipês-amarelos sob a grama.

AÍSSA FERNANDES

E

sta casa foi construída há 41 anos atrás, feita pelo meu avô. Quando a família de minha mãe veio morar nela, não tinha assoalho, divisórias ou forro. Tudo foi sendo feito aos poucos com eles lá dentro, também não tinha banheiro. A família era grande: eram 11 pessoas, que viveram momentos felizes e também tristes. Aíssa conversou com sua mãe para se inspirar na redação do texto e pensar numa fotografia ilustrativa também. A imagem não é exatamente onde a mãe costumava jogar vôlei, mas foi uma maneira que encontrou para cumprir o desafio (:

10 |

Hoje, eu moro aqui com minha mãe, os cachorros e o gato. Aos poucos, todos foram casando e indo embora. Mas quando alguém precisa, é para ela, a casa, que retorna.


REAL

TEXTO | Gabrielle Hasse

O

dia era 28 de dezembro de 1984, uma terça-feira de sol, até então deveria ser um dia comum de trabalho. Éramos uma família tradicional de Nova Prata do Iguaçu, localizada no sudoeste do Paraná, porém, tínhamos algo que era a nossa essência. Todos da família, sem exceção, começávamos com a letra ‘E’ no nome. Nossos pais se chamavam Eloi e Elite. Era uma família que para a época não se considerava muito grande, pois era composta por cinco filhos e duas filhas: eu, que me chamo Élcio, Edelcir, o mais velho, Eloirton, nosso parceiro de brincadeiras e traquinagens, Eliane, a mais velha das meninas, Elisângela, a mais nova, e os caçulas, os gêmeos Edivandro e Edivaldo. Toda a nossa família tinha o costume de acordar bem cedo, nesse dia não foi diferente. Todos juntos tomamos o café da manhã, aliás bem reforçado, e partimos para as tarefas diárias. Mal sabia eu que seria o último dia na companhia dele. Saímos eu, o Eloirton e o Edelcir arar com bois, dois para ser exato. Era uma atividade comum, portanto não demorou para finalizarmos. Quando a terra já estava fofa, outro

FOTO: PEXELS.COM

afazer nos esperava. Aliás, os bois também precisavam comer, então saímos para cortar trato para os animais. O sol ardendo nas costas e a barriga roncando indicavam que já era tarde, olhei para o relógio e confirmado: faltava apenas meia hora para uma da tarde. Edelcir, meu irmão, foi encontrar nosso pai e nossos tios que estavam no rio pescando. Eu continuei, pois como sempre era eu quem tinha que continuar o trabalho duro, aff! Uns quinze minutos depois, vi que vinha algo em minha direção. Era uma pessoa, não qualquer pessoa, mas o leiturista da Copel, achei estranho. Ele perguntou a mim e ao meu irmão Eloirton se éramos parentes de Edelcir José Hasse. Nós falamos que sim, este sim foi o pior já dito por mim.

Ele, com uma cara de enterro, falou as palavras que cortaram fundo o meu coração, senti minha alma indo embora: “Ele faleceu afogado no rio”. Meu mundo caiu, eu não queria acreditar. Saí correndo, em disparada, como se a minha vida, ou melhor, a vida dele dependesse disso. No caminho estava conversando comigo mesmo, “não pode ser, ele sempre nadou como um peixe!”. Cheguei no local da tragédia, meu pai e meu tio Vitor se encontravam em prantos, bem como eu, que chorei muito. Tentei reanimá-lo e peguei-o em meu colo, mas não adiantava mais. O meu irmão, o meu irmão mais velho não estava mais entre nós! CURIOSIDADE | Através de uma entrevista para ouvir memórias da família, a Gabi viu, pela primeira vez na vida, seu pai chorando. Foi então que decidiu não mais continuar com a conversa. O resultado desse processo foi a redação do texto dessa página. | 11


POESIA NO AR HIMA

ISABELE ES

O O D N A T L O S

verso a página, Confira, nest uções algumas prod escentes livres de adol am que participar s na das ofici ivas do educomunicat es de nt ge A projeto ro da nt Ce no Leitura, Juventude Curitiba. pt Eucali os, em lado, têm Na página ao s outras poesia s no s criada Almirante municípios de Araucária! Tamandaré e

ENTO

ENTENDIM s

Aíssa Fernande

pensar que Já parou para ser tarde? amanhã pode os o que nos Nunca sabem isso, devemos espera... Por o de errar, de perder o med onstrar, de falar, de dem arriscar. “erradas” e Já fiz escolhas ndo, pois os não me arrepe alecem. erros nos fort medo! Vá, não tenha , demonstre, Arrisque, diga ergulhe de conquiste, m ita-se ser cabeça. Perm se florescer, feliz, permitaamar, transbordar, ver Permita-se vi surpreender. ória. uma nova hist os erros do Não olhe para ser diferente. passado. Vai

IMENTO

ARREPEND

z E mais uma ve zes ve as Dessas vári encontrar s no de Deixamos não os caminhos do Nesses escass se amar amos Se desencontr s só r Ao nos ve sem sóis Nesse mundo enas nós Onde somos ap

Separados Pelo laranja Pelo cinza E pelo azul. a cor, Fizemos de um Várias uma Das quais cada te Completamen . as ri sá es desnec

lhas Fizemos esco caminhos os E escolhem nhos Trocamos cari os sozinhos tr ou Deixamos

Mas no final arelo Foi falta de am rde Foi falta de ve ente de Mas principalm branco.

s vivia E quanto mai ia nd Mais apre prendia Que o que me ldia Era a sua rebe

tão veio O vermelho en escaldante Com sua cor a o que Trouxe de volt não tinha ado O famoso dour brilhante.

tou Você me esgo ou zi Me esva E no final Eu não estou rta Mas não impo ta or Estou m imentos Morta de sent m, não ter Por ainda assi tos. arrependimen

ele Eshima

TEXTOS | Isab

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CORES

E nesse dia z amigo O preto se fe oloridas Das cores desc coloriam. Que agora se pontânea, a lutamente es De forma abso os lindões! xt te is do esses Isa produziu evista tr en Em r (: so Foi só incentiva letivo Parafu co do pe ui eq contou para a a adolescente o, çã ica un Educom ntade de sentir mais vo que voltou a icipar das rt pa de is po . escrever de tes de Leitura projeto Agen e a ad atividades do ns pe de cima foi A fotografia lá plementar r ela para com produzida po a mais nd ai m co -lo o texto e deixá significados!


ke Ludmila Flec mandaré (PR) Ta Almirante ho de anjo Aquele rostin brilhantes Aqueles olhos o s com seu jeit Encanta a todo iro jo lo Parece um an os ar cl De olhos

s Taís Guimarãe andaré (PR) m Almirante Ta a er uma cantig Quero escrev ga ouça di Para que quem Como é belo Como é vivo vivido Aquilo que é Vivo amando do Sempre cantan o A vida levand do Sempre sonhan

ers Stephany Adi ) R (P ia ár Arauc “A noite estrela no olho Me pinga uma E passa” gundos a fração de se Como se em um inar Pudesse imag As coisas boas ssar Que me fez pa

ESCRITOR mann Marcelo Sand de criação alizou oficinas O Marcelo re ia, em duas es po de o ul ód literária no m ram origem de e qu s se en cidades parana a! gin sta pá aos textos de eratura, doutor em lit Ele é poeta, or e músico. sit po m co r, professo ou ritiba, já lanç bre Nascido em Cu de ensaios so ém al , ia es livros de po uguesa rt po e ira ile literatura bras e revistas tos literários em suplemen ís. pa acadêmicas do

mundo Mas como todo us defeitos Ele tem os se algo faz birra Quando quer E chora a

to dram Depois de mui Ele melhora

es

to Soar Eduardo Augus ) Araucária (PR

em claro Passo a noite lidão Em meio à so r Lágrimas de do colchão eu m em Caem e cerca O vazio que m ar Me faz enxerg é m bo O quão Poder te amar

Com seu brilho A me encantar Me hipnotiza olhar Em um único

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KRAW PENAS

KRAW PENAS

MAKING OFF

JULIANA CORDEIRO

NOSSO

As ações do projeto Agentes de Leitura do Paraná, em 2018, impactaram mais de 37.500 pessoas! Uma conquista que não cabe no coração nem nessas páginas... Portanto, reunimos só um bocadinho das imagens que ajudam a entender um pouco das diversidades desse projeto (:

JORDANA FERRI

01. A 1ª Semana Internacional da Leitura foi um evento público e gratuito, que reuniu participantes de diversos municípios do Paraná. 02. Participaram da mesa de abertura do evento João Luiz Fiani - Secretário de Estado da Cultura do Paraná, Johannes Roscheck - Presidente da Audi do Brasil e Rogério Pereira - Diretor da Biblioteca Pública do Paraná. 03. A empresa Audi do Brasil já enviou diversos títulos literários em fase anterior do projeto Agentes de Leitura. 04. O Auditório Paul Garfunkel foi o espaço da Biblioteca Pública do Paraná que acolheu os(as) participantes da 1ª Semana Internacional da Leitura, realizada em Curitiba (PR). 05. Equipe da Parafuso Educomunicação tirando uma foto bem lindona durante a gravação de entrevistas para o projeto Agentes de Leitura do Paraná. Da esquerda para a direita: Diego Henrique da Silva e Paula Nishizima (da Parafuso), Tatjane Garcia (coord. do projeto Agentes de Leitura do Paraná), Franciele Geremias Gomes (analista administrativa da Casa de Leitura Marcos Prado), Grimalda Amorim (coord. de produção do Instituto Dom Miguel) e Juliana Cordeiro (também da Parafuso). 06. Uma espiadinha na produção de história em quadrinhos durante a oficina com o quadrinista Marcelo

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PAULA S. NISHIZIMA

DIEGO SILVA

DIEGO SILVA

DIEGO SILVA

KRAW PENAS

DIEGO SILVA

DIEGO SILVA

DIEGO SILVA

DIEGO SILVA

Oliveira, em Pinhais (PR). 07. Hora do lanche na oficina de produção da revista Literateen, porque saco vazio não para em pé, né? 08. Trechinho da mesa do debate “Políticas públicas do livro, leitura, literatura e bibliotecas”, com Rosana de Mont’Alverne, José Castilho Neto, Lúcia Cherem e Tatjane Garcia. 09. O Centro de Juventude Eucaliptos fica no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba (PR), e foi onde aconteceram as oficinas para produção da Literateen. Lá, também é possível emprestar livros na Casa de Leitura Marcos Prado. 10. Se liga na animação dos agentes de leitura que participaram da oficina de Narração de Histórias com Giuliano Tierno, de São Paulo. 11. A Semana Internacional da Leitura contou com convidados internacionais e tradução simultânea (por isso os fones de ouvido!). Muito legal ver o interesse de crianças e adolescentes durante o evento também! 12. Da esquerda para a direita, Lucas Buchile, diretor de produção do Instituto Dom Miguel, o escritor e contador de histórias Francisco Gregório Filho e Tatjane Garcia, coordenadora do projeto Agentes de Leitura do Paraná. 13. As noites da Semana Internacional da Leitura foram regadas a poesia e apresentações culturais.

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INFO DICAS

HARMONIA COM A

TEXTO >> Isabela Eshima | ILUSTRAÇÃO>> Igor DiCastro

CRIE UMA PLANTINHA NÃO POLUA Se não tiver muita prática, comece com um cacto.

Não jogue lixo no chão.

ESCUTE A natureza está mais perto do que você imagina. Procure ouvir os pássaros, a chuva, o vento.

XÔ, PREGUIÇA!

Ande mais de bicicleta, patins, skate e até a pé. CONECTE-SE

Vá a praças, parques ou jardins ao menos uma vez por semana.

Assessoria de Avaliação

Produção Executiva

Apoio

Deixe um pouco de lado automóveis que poluem.

Realização


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