Sacode

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E-zine produzido pelo projeto ‘Educomunica! Paraná‘ - Novembro de 2015 Edição Especial - 9ª Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - Paraná

D IZ A Í!

Adolescentes do a ‘Educomunica!’ soltam o voz e compar tilham com o com uiu trib o projeto con o com nto ime olv env des seu s) s(a ore educomunicad

TRABALHEIRA

Xô, TIMIDEZ!

NA COLA

Conheça as oficinas que rolaram no ‘Educomunica!’ e saiba como oficineiros driblaram a corrida contra o tempo para dar conta de tudo

Conversamos com uma adolescente e um oficineiro pra discutir com eles sobre o desafio que é lidar com a timidez para se comunicar

Acompanhamos a Maju Carvalho pra saber o que ela estava achando do ‘Educomunica!’ antes, durante e depois da Conferência


PONTO DE PARTIDA EDITORIAL

EXPEDIENTE

Imagine reunir 49 adolescentes, 10 oficineiros e outros 10 educomunicadores e profissionais de apoio numa imersão de 8 dias envolvendo oficinas de formação e uma cobertura educomunicativa. Essa foi a “receita de bolo” do projeto Educomunica!, em novembro de 2015. Mas como toda receita, não bastam só os ingredientes e as quantidades. O modo de preparo, os instrumentos de trabalho e até a disposição dos envolvidos fazem toda a diferença. O “Sacode” é um dos resultados dessa mistura! Achamos importante dividir com quem esteve aqui (ou não) o que passamos em tão poucos dias. Foram inúmeras experiências adquiridas por meio de debates, oficinas e brincadeiras que nos ajudaram na preparação para a IX Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. Cada um dos oficineiros estimulou a nossa curiosidade, criatividade e capacidade para que, com empenho, vencêssemos nossas dificuldades e, assim, nos sentíssemos capazes de cobrir e interagir neste evento tão importante. Convidamos você a comemorar conosco mais essa conquista da comunicação, do jovem, do negro, da mulher e de todos nós!

EQUIPE ASSOCIAÇÃO NINHO DA ÁGUIA Fátima Faganello José Cássio Caroliny do Nascimento [Coordenadora Técnica do projeto ‘Educomunica! Paraná’]

Anne Ehlke Luiz Eduardo Martins

Projeto:

E Parceiros:

Realização:

A

EQUIPE PARAFUSO EDUCOMUNICAÇÃO Diego Henrique da Silva [ediegohenrique@hotmail.com] Juliana Cristina Cordeiro [jueducom@gmail.com] Paula Setsuko Nishizima [pnishizima@gmail.com] CAPA Igor DiCastro DIAGRAMAÇÃO Diego Henrique da Silva REVISÃO E EDIÇÃO DE TEXTO Diego Henrique da Silva Elisa Schneider Juliana Cristina Cordeiro Paula Nishizima FOTOS Adolescentes do projeto ‘Educomunica!’ Arquivo/ Parafuso Educomunicação

Apoio:

REDAÇÃO Anne Caroline Ehlke Luiz Eduardo Martins ILUSTRAÇÕES Igor DiCastro Freepik.com OFICINEIRA Elisa Schneider FALE COM A GENTE! Associação Ninho da Águia Facebook [Associação Ninho da Águia] e-MAIL [ongninhoaguia@hotmail.com] Parafuso Educomunicação Twitter [@parafusoeducom] Instagram [@parafusoeducom] Facebook [Parafuso Educomunicação] Issuu [Parafuso Educomunicação] Youtube [Parafuso Educomunicação] E-mail [educomunicapr@gmail.com] ‘Educomunica! Paraná’ é um projeto financiado pelo FIA - Fundo Estadual para a Infância e Adolescência, deliberado pelo CEDCA PR - Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Paraná.


O DIA EM QUE TUDO MUDOU Texto: Anne Ehlke e Luiz Eduardo Martins Ilustração: Igor DiCastro

Sexta-feira, 13/11, Hotel Dan Inn, centro da cidade. Tudo seguia calmo na recepção, salvo pela promessa de que cerca de cinquenta adolescentes estariam chegando a qualquer minuto. E eles chegaram. Trouxeram malas, Snapchat, gritos e bagunça, muita bagunça. Ao cair da noite, o caos se instalou, nenhum dos hóspedes sabia direito o que estava acontecendo, só poderiam reclamar... mas não adiantava. Eles, aqueles jovens, eram a prioridade dos funcionários que também se viram loucos.

Mas os jovens sabiam porque estavam lá. Juliana Cordeiro, do quarto 505, estava na recepção, estava na rodoviária, estava ao telefone, estava reunindo oficineiros. Ela era onipresente. Buscava sempre organizar o tumulto para que aqueles jovens, com personalidades tão diferentes, pudessem “trocar suas figurinhas” e participar da IX Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, como verdadeiros comunicadores. “O maior desafio mesmo é ter cinquenta adolescentes fazendo comunicação e, ao mesmo tempo, interferindo durante a Conferência. Isso vai fazer com que outros adolescentes conheçam o projeto como um todo”, explica. Entre todos aqueles de espírito e mente jovens, estava Cíntia Micaela, de 17 anos, vinda de Ma-

ringá para participar do evento já tendo em mente o que queria encontrar aqui: conhecimento. “Esperava uma experiência nova em minha vida, e uma imersão Política mesmo. E, não vou negar, oito dias em Curitiba é muito legal.” Cíntia conta ainda que a experiência de dividir o quarto com uma colega até então desconhecida, foi um pouco difícil no começo, mas com o esforço de todos, estão conseguindo ficar “na paz”. “Foi legal que todo mundo veio muito aberto, com o olho brilhando. Logo no primeiro dia o pessoal já tava subindo e descendo no elevador, cumprimentando todo mundo.” E no final de tudo, quem sabe quando a “paz” vai voltar a reinar novamente nos corredores daquele hotel, no centro da cidade.

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O QUE O 'EDUCOMUNICA!’ TEM FEITO POR VOCÊ? MARCIELEN LABA 16 anos – Mallet (PR)

“Aqui eu aprendi muita coisa, conheci pessoas com pontos de vista diferentes. Eu não sou uma pessoa comunicativa, percebi que preciso ser mais. Mesmo assim, acho que vou conseguir passar o que eu aprendi para outras pessoas.”

Não falar muito nas atividades em grupo, não significa que você não é comunicativa, Marcielen!!! hahah Você fez lindas fotos e comunicou muito bem através de imagens! Representou muito bem o grupo dos mais quietinhos, rs. O silêncio, às vezes, também é uma forma de expressão :)

ADRYAN DOS SANTOS 13 anos - Curitiba (PR)

“Está me ajudando a desenvolver muito a parte de jornalismo. Eu já falei para o oficineiro que eu quero ser jornalista. Estou adorando, fazendo entrevista, dando entrevista. Vou voltar pra casa um cara diferente.”

Se comunicar é bom demais, né Adryan? Ficamos felizes que o projeto tenha inspirado uma possível profissão! Independentemente do quê você escolher pra sua vida, ficamos na torcida para que dê certo, piá!

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GABRIEL AUGUSTO ZUCON 15 anos - Curitiba (PR)

“Eu esperava encontrar o saber e pessoas incríveis. São educomunicadores por natureza. E eu queria buscar meu desenvolvimento pessoal. Além disso, vou poder transmitir meus direitos para minha família, vou ensinar minha irmã.”

O educomunicador sempre busca compartilhar o seu conhecimento com o outro. Ficamos felizes que a sua maninha vai crescer sabendo de direitos da criança e do adolescente, rs. Mandou bem, Gabriel ;)

LARISSA ARIANE NICOLAU 15 anos - Paiçandu (PR)

“Eu sou negra, tinha o cabelo crespo e tive que alisar porque sofri com racismo no colégio. Tem vários negros aqui e eu aprendi muitas coisas com eles. A Educomunica! trouxe a paz que eu estava precisando para mim.” Ainda tem muita gente racista em nosso país, Lari... Por isso precisamos nos fortalecer, nos organizar e promover ações pra mudar e enfrentar essa situação. Que bom que você se encontrou em nosso projeto! Saiba que você é linda e nunca deixe NINGUÉM tirar o seu direito de ser quem você é e usar o cabelo da forma que bem entender!

ÂNGELO VINÍCIUS HOINASKI 12 anos – Itapejara d’Oeste (PR)

“Muitas coisas. Ensinam a gente mexer na câmera, criar textos, como o repórter faz.”

Nós é que aprendemos um montão de coisas com adolescentes como você, piá! É sério, cada risada, almoço juntos, debates e oficinas vão ficar muito bem guardadas na nossa cabeça e no coração também. Abçs!

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O MÁXIMO DO MÍNIMO (as) boa vontade, oficineiros Com o tempo corrido e ar” nic mu a “educo mostram criatividade par

Texto: Anne Ehlke e Luiz Eduardo Martins Durante o projeto “Educomunica!”, aconteceram diversas oficinas para os(as) adolescentes participantes e, em cada uma delas, o desafio era o mesmo: tirar o máximo do mínimo. Sonner Machado, um dos oficineiros convidados, explica que sua atuação na oficina de Audiovisual com ênfase em Reportagem se baseia justa-

mente neste princípio, e que os(as) adolescentes estão sendo orientados(as) a produzirem materiais de vídeo com seus próprios equipamentos (celulares e recursos de edição gratuitos). “É muito fácil fazer coisas legais com dinheiro, com equipamento bom (...). Então, o que eu pretendo transmitir é que eles podem fazer as coisas com o que têm ao seu lado. Se eles têm um celular, vou ensiná-los a usar o celular e um programa básico de edição, para que tenham a possibilidade de passar

a informação que eles querem passar”. Além da parte técnica, Sonner também acredita que esses conhecimentos podem trabalhar a favor dos interesses dos adolescentes: “Se a cidade deles tem uma tradição no frevo, mas o jornal local não fala do frevo e eles acreditam que essa atividade tem que ter um espaço maior, eles podem publicar matérias sobre o frevo e divulgar na internet para que as pessoas possam conhecer”.

GRAVANDO! 06

Três oficineiros realizaram oficinas de audiovisual, com ênfases diferentes: reportagem, videoclipe e enquetes.


HORA DO CLICK As oficinas de fotografia ajudaram a ter noção de como fazer boas imagens em diferentes câmeras e até com o celular!

DIGITANDINHO NA PAREDE Jornal-mural é uma das mídias mais baratas de se produzir. Tá esperando o quê pra propor um jornal desses na sua escola, hein? rs

As oficinas de redação trataram de produção de texto para a web e também para mídia impressa.

FAZENDO ARTE! Oficinas de intervenções visuais (foto acima) e facilitação gráfica (abaixo) proporcionaram o contato com as artes, desenho, stencil e grafitti

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SEM VERGONHA

quase impossível! il, para muitos parece O que para alguns é fác timidez. desafios para vencer a Conheça um pouco dos

Texto: Anne Ehlke e Luiz Eduardo Martins

go, eu me sentia muito mais inseguro porque tinha uma pessoa do lado”.

Por mais que não pareça, a timidez coloca os jovens em uma verdadeira “saia justa” na hora de comunicar. É quando se deparam com câmeras, microfones e entrevistados. A participante Nathalia Paulino de Paulo, 13 anos, veio de Nova Esperança (PR) e confessa: “A nossa timidez fala mais alto do que a gente e é uma coisa que me trava muito!”.

Durante as oficinas, o método usado por Danilo era distribuir as pautas e deixar os adolescentes irem atrás dos entrevistados sozinhos. Na volta da atividade, cada um transcrevia as respostas que havia conseguido e aí acontecia uma conversa sobre o que poderia ser melhorado ou feito diferente. “Eu acho que deixar a pessoa livre, para ela não sentir uma pressão, é legal. Às vezes, a pessoa pode ser tímida, mas sozinha ela consegue perder a vergonha”, conta.

Buscando amenizar esse problema, o oficineiro Danilo Georgete (de Mídia Impressa) aposta na liberdade durante a prática dos exercícios, pois também já passou por isso: “O que me prejudicou bastante na época da faculdade era quando eu saía para fazer uma entrevista no estágio e vinha alguém comi-

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Para Nathalia, a força de vontade também faz a diferença: “A gente tem que manter o pensamento positivo! Eu tenho que achar que vou conseguir me soltar mais”.


#COMOFAZ? A dica do Danilo pra se soltar ao realizar as primeiras entrevistas, é fazê-las sem a presença de outras pessoas: só o(a) entrevistador(a) e o(a) entrevistado(a)!

RESULTADOS Nathalia participou das oficinas de redação para mídia impressa e web. O trabalho do grupo dela resultou em matérias que saíram no portal da Parafuso Educom [http://parafusoeducom.org.br] e na Rede Social ‘Issuu’ [http://issuu.com/parafusoeducom]

Olha o tamanho do grupo de adolescentes do projeto!!! Dá pra saber quantos(as) aí são tímidos(as)?

SE LIGA NAS DICAS Adolescentes do ‘Educomunica! Paraná’ fizeram um vídeo (com ilustrações do Igor DiCastro e edição da Paula Nishizima) dando seis dicas para perder a vergonha e ser um(a) adolescente participativo(a). Procure no canal de Youtube da Parafuso Educomunicação ;) #ficadica

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ANTES, DURANTE E DEPOIS Texto: Anne Ehlke e Luiz Eduardo Martins A participante Maria Julia Carvalho, 16 anos, de Mallet (PR), contou para a gente as impressões e expectativas dela ao longo da participação na cobertura da Conferência Estadual DCA. Confere aí!

2 VEZ E VOZ “Eu percebo liberdade de expressão. Pessoas com o pensamento muito mais evoluído e que podem te ensinar e aprender com você.”

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Parte das formações coletivas aconteceu no prédio histórico do Solar do Barão, onde funciona o Portal do Futuro da Regional Matriz, em Curitiba. Na foto da esquerda, Maju estava no Solar para uma formação sobre dinâmica das conferências. Na foto da direita, havia acabado de acordar e se preparava para mais um dia de atividades educomunicativas.

1 IDEIAS COMPARTILHADAS “Essa é a terceira conferência que estou participando. Nas conferências anteriores, tivemos que propor um projeto para poder participar, e tínhamos que apresentar esse projeto. Eram apenas palestras. Nunca havia participado de uma Conferência que promovesse debates entre jovens. No começo, minha expectativa para a 9ª Conferência era pequena. Mas agora percebo que tem muita gente como eu, que pensa como eu e acho que vou conseguir me comunicar melhor com as pessoas.”

3 CHEGA DE MACHISMO “Sou feminista, então sou contra qualquer tipo de preconceito contra a mulher. É a causa que mais me sensibiliza. Eu acho que as mulheres precisam lutar umas pelas outras, senão, ninguém vai fazer isso por nós.” Alguns meses após a cobertura da 9ª Conferência Estadual, Maju veio à Curitiba e contribuiu com a cobertura do Encontro Estadual do Fórum de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Paraná, junto com outros(as) adolescentes do projeto ‘Educomunica!’.

Durante as atividades do projeto, a Maju participou de oficinas de fotografia, com a oficineira Isa Mayer. Na foto (consegue encontrá-la?), ela está numa visita às exposições do Memorial de Curitiba, durante as comemorações da Semana da Consciência Negra, promovida pelo Centro Cultural Humaita em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba. A visita as exposições do Memorial ocorreu na noite de sexta-feira, após a primeira etapa de avaliação da educobertura.

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aguia

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