CAMINH
OS S I Ó C A R A C
pré-dossiÊ
Este documento integra a disciplina ARQ044 Introdução ao Trabalho Final de Graduação, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFBA, ministrada pela Professora Thais Portela. O conteúdo aqui apresentado faz parte da proposta de TFG apresentada pela graduanda Mariana Ribeiro Pardo e tem o objetivo de tensionar e colocar em debate o lugar da criança e do adolescente na construção da cidade, pensando em novas possibilidades e perspectivas para inclusão desses agentes sociais no pensar, criar e fazer cidade.
CAMINH
OS S I Ó C A R A C pré-dossiÊ
O lugar da criança e do adolescente na produção da cidade
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Às meninas e meninos do Gantois, da rua Souza Uzerl, da Escola Comunitária de Escada, da Comunidade Toster, da Ocupação Guerreira Maria e todas as crianças e adolescentes que já me atravessaram pelos caminhos caracóis dessas nossas andanças e pequenas grandes experiências de vida e de cidade. Muito obrigada pela invenção, criação e energia para continuar. Estamos em movimento sempre, por aí e por aqui.
] S E D A D I N I F A [DAS
Talvez o ponto de partida desse caminho caracol tenha sido antes mesmo de pensar em Arquitetura e Urbanismo como uma opção de graduação, sempre tive muita curiosidade pela potência e liberdade da infância e muito afeto pelas possibilidades imaginativas e criativas das suas linguagens. Alguns passos depois, o encontro com o Curiar, um programa de extensão do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFBA, me fez retomar todas essas memórias. Era como se do ponto do caminho caracol onde eu estava naquele momento, fosse possível enxergar os afetos guardados, e mais que isso, abraçá-los para caminhar comigo. Isso porque, em todos os trabalhos com comunidades e movimentos sociais, dos quais participei, crianças e adolescentes sempre cruzavam meus caminhos e me faziam repensar e reiventar qualquer construção imaginária de cidade que eu possuia.
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Em contanto com outras - e tão múltiplas realidades de infância e adolescência comecei a me interessar por metodologias e materiais que pudessem criar um diálogo mais lúdico e acessível com esse público, onde fosse possível construir coletivamente o que se entendia e se experienciava de cidade. Nesse processo não foi difícil perceber o quanto crianças e adolescentes, principalmente de bairros e espaços marginalizados, eram excluídos não só do acesso a uma cidade digna e menos hostil, como também dos processos de participação e planejamento do território onde vivem. Esse cenário se tornou comum até em espaços e trabalhos que se propunham a ser inclusivos. Diversas vezes, presencei ações de projetos participativos da universidade, onde enquanto se discutia e se planejava junto aos adultos, eram realizadas brincadeiras para “distrair” as crianças. Isso me inqueta tanto, principalmente por que na maioria das vezes, eram as crianças que mais participavam, tinham curiosidade e criavam relações afetivas com esses projetos. Por isso, e tanto outros motivos, me atrevi a desenhar um caminho sobre a infância e a juventude na construção da cidade. Acredito fundamentalmente na potência da mobilização e participação infanto-juvenil para reivindicar o acesso aos direitos básicos e para pensar e construir cidades mais democráticas e plurais.
[DA proposta]
O QUE? A proposta Caminhos Caracóis se apresenta como um processo de retomada das experiências pessoais, coletivas e referenciais de participação infanto-juvenil na produção urbana, na tentativa de colocar em debate o lugar desses agentes sociais no pensar, criar e fazer cidade. É também um espaço que pretende, a partir da articulação dessas experiências, construir uma alternativa, um novo lugar para esse cenário, em parceria com a Associação de Moradores Nova República, no Nordeste de Amaralina, que já possui um trabalho socioeducativo com as crianças do bairro. Também pretende reunir metodologias, e recriar materiais lúdicos que dialoguem diretamente com crianças e adolesentes sobre questões relativas ao direito à cidade.
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PORQUE? Acreditando na potência da articulação entre educação e cidade e entendendo um caminho bilateral nessa relação - o urbano como espaço de aprendizagem e a escola como lugar de discutir a cidade -, propõe-se o projeto Caminhos Caracóis. É fundamental que crianças e adolescentes estejam envolvidas no debate sobre o direito à cidade e instrumentalizadas com ferramentas que auxiliem na reivindicação dos seus direitos enquanto cidadãos. Mobilizar esses agentes sociais e fornecer suportes para que eles possam pensar, discutir e reivindicar a efetivação de políticas públicas no território onde vivem, se apresenta como o início de um caminho para uma cidade mais democrática e plural. OBJETIVOS A proposta pretende retomar e reunir experiências relativas ao tema, assim como criar um canal de comunicação para ampliar o acesso a essas experiências. Pretende também produzir materiais - audiovisuais, gráficos, metodológicos - que sirvam de instrumento nos processos de discussão sobre a cidade com crianças e adolescentes. Em paralelo, objetiva-se produzir, junto ao agente interlocutor (Associação de Moradores Nova República),
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TRABALHO
Entendendo o lugar da criança e do adolescente na produção da cidade. Um novo lugar: desafios e perspectivas da construção coletiva de um território urbano mais democrático e plural, que inclua dignamente crianças e adolescentes no pensar, usar e fazer cidade. Os caminhos: experiências anteriores de participação infanto-juvenil - materiais, metodologias, processos, erros e acertos. O caracol: Cartogrando as experiências. Criação de novos materiais “Cidáticos”. Que tal um acervo colaborativo? Entrou por uma porta e saiu... No Nordeste de Amaralina.
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[como as etapas se articulam]
temática desafios perspectivas
novos materiais acervo colaborativo
amplo acesso
argumentos embasamento
suporte
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metodologias experiências materiais processos
novas experiências
ferramentas
interlocução
nordeste
novo processo
acúmulos instrumentos
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Entendendo o lugar da criança e do adolescente na produção da cidade
-Sobre as relações complexas e contraditórias entre a cidade e infância. -O lúdico, a liberdade e a criação X A homogeneidade, a padronização e os muros. -A invisibilidade e falta de participação desses agentes sociais nos processos de produção da cidade, isso também ocorre nos processos que se propõem a ser participativos e colaborativos. -Politicas públicas para infância e suas ineficácias/problemáticas
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um novo lugar
Desafios e perspectivas da construção coletiva de um território urbano mais democrático e plural, que inclua dignamente crianças e adolescentes no pensar, usar e fazer cidade.
-Como incluir as crianças nas decisões sobre o espaço em que vivem? -Como discutir cidadania na infância? -A cidade, o bairro e a rua como espaços de aprendizagem. -A escola como ponto multiplicador e lugar de criação e discussão sobre os espaços urbanos.
-Onde essa temática esta sendo discutida e praticada? Reggio Emilia, Comunidades de Aprendizagem, Maushaus, Chiquitectos... -Revoluções cotidianas: práticas de resistência e incentivo. Comucidade, AUÊ, Proj. A criança e o Espaço, Zonzo, CMEI
OS CAMINHOS
Experiências anteriores de participação infanto-juvenil: materiais, metodologias, processos, erros e acertos.
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-Voltar em todas as experiências e práticas que já tive com crianças e adolescentes para discutir, movimentar e produzir cidade. -Quais metodologias foram usadas, adaptadas e criadas para esses processos? o que deu certo, o que deu errado e porque. -Com o objetivo de compartilhar, reunir acúmulos, criar novas possibilidades! -Ser também um ponto de partida. -Experiências: Gantois, Rua Souza Uzel, Toster, Escada, Guerreira Maria, CMEI – Boca do Rio
o caracol: cartografando as experiências
Método do painel: Colei um painel na parede do meu quarto onde pontuei todas as experiências que já tive com o tema. A partir daí a cada dia acrescento informações, conecto discussões, penso em articulações, pontuo novas ideias, encontro novas experiências, deixo afetos, aponto outros processos (que não necessariamente eu tenha participado), na tentativa de construir gradualmente essa rede cíclica. A cada sexta-feira tiro uma foto do painel, isso diz muito sobre meu processo
de produção e como ele é atravessado com o as novas informações. O caracol é o processo de construção dessa linha curva infinita que sempre se transforma, criando novas possibilidades e articulações a todo tempo, estimulando esse processo de criação e imaginação. Tem muito a ver com os caminhos, que são sempre atravessados por essas linhas curvas, nas coincidências e nos afastamentos.
REVISTA DESTACÁVEL
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"cidรกticos"
A etapa “Materiais Cidáticos” para além de reunir metodologias, experiências e dinâmicas pode ser um espaço de pensar e produzir novos materiais didáticos que falem sobre a cidade, de maneira lúdica e linguagem acessível às crianças e adolescentes. Onde seja possível discutir e dialogar com esses agentes sociais sobre questões relativas ao direito à cidade e ao processo de construção e planejamento urbano, por exemplo. Pouco se encontra sobre vídeos, materiais gráficos, entre outros, que discutam esses temas e sejam feitos PARA crianças e adolescentes. Muitos deles são feitos COM crianças, mas não dialogam com elas diretamente. Essa parte será desenvolvida em formato de revista, anexado dentro do dossiê. Isso porque existe a vontade de reproduzir essa revista em maior quantidade para que possa ser distribuida nas escolas e espaços cartografados anteriormente, aqueles que já desenvolvem atividades relacionadas ao tema EDUCAÇÃO E CIDADE. Ideias para a revista: (1) Páginas para recortar e montar cidades, praças parques e etc... Poderia ser facilmente disponibilizado em PDF, em molde A4 de fácil impressão e replicação. (2) Cartilhas didáticas sobre metodologias. (3) Instruções/tutoriais de brincadeiras e/ou brinquedos fáceis de construir, explorando as potencialidades da rua. (4) Pensar em materiais que dialoguem com outras realidades de infância, do cotidiano das favelas, das relações de relevo, escadarias, vielas... A rua é outra experiência aqui.
oficina pintando o sete
dinâmica dos fios (auê) oficinas observar, ocupar e intervir
cartografias coletivas
oficina de maquete
REVISTA DESTACร VEL
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que tal um acervo colaborativo?
-Pensar em uma plataforma digital colaborativa que possa articular essas experiências e essas pessoas que estão discutindo e praticando sobre a temática. -A potencialidade do encontro. -Ser espaço de troca, mas também ser espaço que disponibiliza baixar os “Materiais Cidáticos” produzidos não só por mim, por quem colar no site também.
entrou por uma porta e saiu... no nordeste de amaralina! A partir de uma aproximaçao com associações e coletivos do Nordeste de Amaralina, através de uma atividade do Lugar Comum (UFBA), surgiu a demanda e possibilidade de atuar em parceria com este território por meio de um processo participativo que permitisse solidificar e construir novos desdobramentos dos trabalhos iniciados pela disciplina Política, Democracia e Direito à Cidade. Nesse sentido, surge o potencial de desenvolver um processo de trabalho com a Associação de Moradores Nova República, que já atua com crianças e jovens da comunidade através de atividades socioeducati-
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vas. A ideia é que todo o processo de acúmulo teórico e de experiências seja um suporte teórico, metodológico e didático para o desenvolvimento do trabalho no Nordeste de Amaralina, que inicialmente (ainda não está fechado) pretende discutir e produzir acerca do lugar da criança e do adolescente na produção da cidade. (Existem horizontes de se produzir um plano urbano colaborativo no bairro, talvez eu possa entrar no processo de construir junto com as crianças suas denuncias, reivindicações e desejos dentro desse plano colaborativo...)
cronog
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Atividade em aberto Atividade finalizada
julho Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4
agosto Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4
setembro Etapa 3 Etapa 4 Etapa 7
outubro Etapa 5 Etapa 6 Etapa 7
novembro Etapa 5 Etapa 6 Etapa 7
dezembro
janeiro
fevereiro
março
Etapa 6
Etapa 7
Etapa 7
Etapa 7
Etapa 7
Produção textual e gráfica das etapas anteriores
Produção textual e gráfica das etapas anteriores
Produção textual e gráfica da etapa 7
Estudo da identidade visual
Definição da dentidade visual
Diagramação dossiê
Produção textual e gráfica das etapas anteriores Estudo da identidade visual
abril Etapa 7 Produção textual e gráfica da etapa 7 Diagramação dossiê
do
maio
junho
Diagramação do dossiê
Preparação da apresentação
Preparação apresentação
Pré-banca
da
Testes impressão
do
Impressão Banca Final Feijoada!
2019.1
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