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Expediente Expediente A revista Estilo Damha é uma publicação bimestral da Damha Urbanizadora e distribuída a todos os clientes e moradores dos empreendimentos da Damha Urbanizadora.
Damha Urbanizadora José Paranhos Diretor Superintendente
Quem somos? A Damha Urbanizadora é uma empresa parte do Grupo Encalso Damha, conglomerado empresarial fundado em 1964, que atua nos seguintes segmentos: Engenharia Civil, Agronegócios, Shopping Center, Concessão de Rodovias, Energia e Empreendimentos Imobiliários. Presente no cenário nacional desde 1979, a Damha desenvolve e executa loteamentos fechados e condomínios residenciais, reconhecidos pela alta qualidade urbanística e construtiva. Em seus projetos, aplica o que há de melhor em conceito de urbanismo no País e infraestrutura qualificada, em perfeita harmonia com o meio ambiente. Ao projetar empreendimentos que integram padrão diferenciado de moradia, lazer e segurança, a Damha transforma o cotidiano dos moradores e das cidades em que se insere. A Damha Urbanizadora conta atualmente com 48 empreendimentos e mais de 17 mil unidades comercializadas e está presente em 14 Estados brasileiros, sendo que em seis deles – São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Bahia e Goiás – com empreendimentos já implantados. Em 2012, obteve crescimento de 67%, alcançando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 585 milhões. O land bank total é de aproximadamente 100 milhões de m².
Fale conosco:
Diretores e Gerentes Akira Wakai Amauri Barbosa Junior Carlos Eduardo Meyer Freire Fernanda Toledo Juliana Liberati Luiz Lissner Nélio Galvão Paulo Montini Revista Estilo Damha Daniele Globo Editora Edson Suguihara Assistente Dirlene Ribeiro Martins Revisão Fotos: Décio Junior, Dirlene Ribeiro Martins, Evandro Rocha, Filippe Araújo, Fit, Genilson Pessanha, Jorge Almoas, Justin Rudd, Leticia Ferrari, Mauro Holanda, Marília Dominicci, Paulo Magri /SMCS, O Passeador, Tati Zanichelli, Susan Yamamoto, Thiago Miragens Produções, Unesp (São José do Rio Preto), Valente/casadeidéias, Walter Fukuhara e Wilson Morticelli Foto Capa: Christian Gaul Textos: Editora 10 (Décio Junior, Dirlene Ribeiro Martins e Marília Dominicci), Henrique Fruet e Rodrigo Florencio Tiragem: 20 mil unidades
Auditado pela
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OPS!! Na reportagem sobre o músico Breno Ruiz, publicada na página 57 da edição anterior, corrige-se: o teatro Elis Regina do qual Paulo Cesar Pinheiro é sócio fica no Rio de Janeiro e não em São Bernardo do Campo.
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SELO FSC
São Carlos (SP) - Fone (16) 3413 4637
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Editorial
O melhor lugar do mundo
H
á muitos anos, talvez uns 30, teve início a era da construção dos condomínios horizontais e de loteamentos fechados no Brasil. Hoje já são milhares deles. A principal razão para a proliferação desse tipo de solução urbana foi, e continua sendo, a falta de segurança percebida pelas pessoas residentes em imóveis situados nas vias públicas dos bairros abertos, sobretudo dos grandes centros urbanos brasileiros. De lá para cá, a falta de segurança adquiriu novos contornos, e dos prosaicos furtos de outrora, dos quais éramos vítimas muito eventuais, caminhamos para os dias de hoje, vendo a deterioração progressiva de importantes valores sociais, em que, além da violência banalizada, convivemos com a intolerância, a falta de educação, o desrespeito, entre outros males contemporâneos. Apesar desse triste quadro, podemos e devemos combater esse estado de coisas. E a vida em condomínio, além de ser um bom refúgio, pode ser também um excelente laboratório para o exercício da convivência em sociedade, na medida em que, no condomínio, há uma forte sensação de pertencimento, frequentemente mais aguçada que nos grandes espaços abertos urbanos. Nos condomínios, as pessoas se veem em desejos coincidentes de qualidade de vida e de realização de sonhos. É onde os pais desejam criar os filhos, onde os filhos desejam fazer amigos. Nos condomínios, o exercício da tolerância e do respeito às regras gera bons e imediatos frutos e pode nos tornar pessoas melhores para o mundo. Recentemente, um amigo, que mora em um condomínio horizontal, me contou que tem como vizinhos um casal com idade já avançada, por volta dos 70 anos. Disse-me que são bons vizinhos, porém, em todas as manhãs de sábado e domingo, antes das 7 horas, o homem tocava a buzina do carro para apressar a mulher, que sempre o deixava esperando por alguns minutos antes de partirem, ambos, para a missa. Cansado de ser acordado dessa maneira, o amigo resolveu colocar um plano em prática. Em um domingo de muito frio, depois que os vizinhos saíram, ele deixou
à porta da casa deles um bilhete e uma garrafa de um bom vinho tinto. O bilhete trazia a seguinte mensagem: Caro amigo e vizinho, Na nossa casa, durante a semana, todos, eu, minha esposa e meus filhos, acordamos muito cedo. A nossa semana é muito agitada, com compromissos de trabalho e escola. Nos finais de semana precisamos dormir até mais tarde, mas temos sono muito leve. Acordamos com qualquer ruído. Pedimos desculpas ao senhor pelo pedido que lhe fazemos, de não buzinar nas manhãs de sábado e domingo, para podermos descansar um pouco mais. Em agradecimento, lhes deixamos um bom vinho, para ajudar a aquecer o senhor e a sua senhora nesse frio dia de domingo. Na manhã seguinte, à porta da casa desse amigo, uma garrafa de vinho o aguardava. Junto havia um bilhete: Prezado vizinho, Muito obrigado pelo delicioso vinho. Além de nos aquecer, ele ajudou a me recuperar da vergonha que senti pelas buzinadas. Eu não tinha consciência de que estava perturbando as pessoas. Isso não vai mais acontecer. De agora em diante, espero que a sua família possa descansar mais. E, se ainda assim, o sono leve continuar, bebam esse vinho antes de dormir. Espero que ajude. Com as minhas desculpas... Esse é um exemplo de postura construtiva, que, embora não tenha terminado em amizade íntima, levou a uma convivência respeitosa. É o tanto quanto bastava para um convívio mais prazeroso. A partir daí, ambos passaram a se cumprimentar sempre que se viam. É isso. Quando as pessoas se esforçam para buscar entendimento, tudo fica mais interessante. Todos ganham. E o seu lugar, o seu condomínio, o seu residencial, se torna o melhor lugar do mundo para se viver.
JOSÉ PARANHOS
diretor Superintendente Damha Urbanizadora
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Índice
10 Especial Campos dos Goytacazes (RJ)
42 46 48 52 61 62 64 68 75 78 85
Música: Tiê Damha Golf News: Novidades do Damha Golf Club
Damha News: O que acontece na Damha Gastronomia: Dona Onça e Tour Gourmet
Coluna Economia: A impulsividade positiva Coluna Gastronomia: Alimente o bom humor
Especial Férias: Filhos Editorial Moda: Inverno Tropical
Coluna Moda: Vestir-se vai muito além de cobrir o corpo Editorial Acessórios: Gótico Chic
Coluna Comportamento: O sucesso e o bem estar
86 92 94 97 98 100 104 110 113 114
Nossa Capa: Frejat Bairro Sustentável: Ações da Damha Urbanizadora
Faz Bem: Chefs especiais Aconteceu: Eventos dos residenciais
Coluna Auto: Mercedes-Benz Classe S My PET: O que fazer nas férias
Arquitetura: Lareiras e Adegas Varal Cultural: O que vem por aí
Coluna Luxo: Le Brézil Rive Gauche Coluna Condomínio: Perturbar o sossego do vizinho é crime
24 Especial Rio Preto/Ipiguá (SP)
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Ă?ndice
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Colaboradores Joel Silveira Leite
Aos 59, é jornalista e pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente. É diretor da Agência AutoInforme, que mantém os sites autoinforme (carros) e ecoinforme (meio ambiente). Assina o blog O Mundo em Movimento, no UOL e apresenta o programa AutoInforme na Rede Bandeirantes de Rádio.
Constância Nery
Cursou a Escola Paulista de Propaganda e Marketing e frequentou a Escola de Folclore de São Paulo. Trabalhou como publicitária, até que decidiu abraçar a pintura como atividade profissional. Tem participado de mostras no Brasil e no exterior. Vive na cidade do Porto, em Portugal. Membro da União Brasileira dos Trovadores, além de pintora, Constância é poetisa.
Valente
Fotógrafo há 13 anos, para os principais veículos de notícias e entretenimentos do país, como UOL, Folha de S. Paulo, Estadão, Editora Abril, revista Época, Istoé Dinheiro. Atualmente, também faz direção de fotografia para produtoras de cinema que têm como clientes, Natura, Governo do Estado, SP Arte, Warner – Fashion TV, Siemmens, Ernest & Young, entre outros.
Laline Bittencourt
Atuando nas áreas de arquitetura e paisagismo desde 1998, Laline Bittencourt já participou de duas mostras Casa Cor e teve seu trabalho publicado em um grande número de revistas e livros especializados, como Casa & Cia e Visual & Design.
Mariana Romão de Oliveira
Formada em Administração Hoteleira, estudou no Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova York, e atualmente vive na capital francesa, onde conclui sua formação em Marketing in Luxury Business em uma das mais respeitadas instituições da Europa, a ISC Paris.
Evandro Rocha
Tem se destacado no cenário nacional, como fotógrafo e palestrante de grandes eventos. Dentre os trabalhos realizados, teve a oportunidade de fotografar para grandes marcas em Vancouver e Paris, além de casamentos, ensaios Trash The Dress, campanhas publicitárias e editoriais de grandes empresas, como Editora Abril, TIM, Ambev, Banco Real e Carrera Sunglasses.
Marcio Moreira
O Chef Marcio Moreira, há 20 anos na área da gastronomia, detém vasta experiência no mundo dos sabores. Através de sua empresa de consultoria, a 2M Soluções Gastronômicas, presta serviço para restaurantes e rede hoteleira, ministrando palestras e oficinas. Destacou-se durante 7 anos como coordenador e chef de cozinha do programa Mais Você da Rede Globo.
Henrique Fruet
Paulistano, é um dos principais jornalistas de golfe do país. Ele já escreveu sobre o esporte para publicações como IstoÉ, Veja, Trip, Wish Report, Estadão e Viagem e Turismo. Atualmente, edita o Blogolfe (blogolfe.com.br), primeiro blog de golfe do Brasil, e adora jogar no Damha Golf Club nas horas vagas.
OPINIÃO DOS LEITORES “Parabéns pela realização da matéria intitulada ¨O Nascimento de uma Mãe¨, edição de abril/maio de 2013. A reportagem conseguiu transmitir a doçura e o carisma deste ato tão sublime que é a adoção, evidenciando que o amor ultrapassa as fronteiras do preconceito relacionado a raça, idade ou qualquer que seja o desafio, construindo um futuro melhor para ambos. Obrigada por essa alegria transmitida a nós, leitores, com matérias abordando esse tema.” Ana Maria Cardinalle – Leitora e mãe, São Carlos (SP) 8 | Estilo Damha
“Achei a revista muito bonita. Editorial superadequado, com conteúdo de muito bom gosto, que realmente torna a leitura muito agradável. O projeto gráfico está incrível, supermoderno e que traduz bem a proposta do nome da revista com grande “Estilo”. Todos estão de parabéns!” Raul Audi Junior – Diretor Geral na Audi Propaganda, Presidente Prudente (SP)
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Colaboradores Marcio Rachkorsky
Advogado especializado em condomí nios há mais de 20 anos, comentarista e apresentador da TV Globo / SP, e comentarista da Rádio CBN, programa Condomínio Legal. Escreve também no caderno de Imóveis da Folha de S. Paulo, aos domingos. Atual presidente da Assosindicos (Associação dos Síndicos do Estado de São Paulo). Durante alguns anos, atuou no Fantástico da TV Globo, nos quadros Chame o Síndico e Reunião de Condomínio.
Fotos Divulgação
Juliana Cordeiro
Formada em Direito, descobriu a moda como profissão quando morou em Florença, na Itália. Escreve também no site Sem Espartilhos (semespartilhos.com.br), colabora com o blog Sobre a Vida, o portal Papo de Homem e o PepperBlog e é figurinista do programa Escolhas da Vida da Rede Vida.
Mônica Zaher
Formada em Consultoria de Imagem por Ilana Berenholc, pioneira da profissão no Brasil, fez também História da Moda; Técnicas de Joalheria; Grandes Nomes da Moda (todos na FAAP); entre outros cursos nas áreas de marketing, moda, etiqueta e comportamento. Ex-presidente da Fundação de Arte e Cultura do Município de Araraquara – FUNDART. Associada à AICI – Association of Image Consultants Internacional (chapter San Francisco, California).
Eduardo Amuri
Formado em psicologia econômica, atua como consultor financeiro com foco em planejamento, organização e investimentos. Escreve sobre finanças e comportamento no PapodeHomem (papodehomem.com.br) e no Dinheirama (dinheirama.com). Mais detalhes sobre o trabalho podem ser encontrados em seu site (www.amuri.com.br).
Tati Zanichelli
Formada em publicidade e propaganda, além de fotografia. Em seu currículo estão eventos conhecidos como o festival João Rock 2011 e shows de grandes nomes da música, como Erasmo Carlos, Paula Fernandes, Lenine, Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, Ana Carolina, Lulu Santos, Zélia Duncan entre outros. Seu trabalho já foi publicado, entre outros, pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Mara Behlau
Fonoaudióloga e doutora em Distúrbios da Comunicação Humana, consultora e coach certificada pelo Neuroleadership Group (NLG). Professora de Comunicação para Negócios no INSPER e também docente do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana na UNIFESP. Qualificada no instrumento Emotional Quocient Inteligence – EQi-2.0.
Aquiles Nícolas Kílaris
Tem 23 anos de experiência na área de arquitetura e urbanismo. Seu trabalho inspira-se nas curvas, formas sinuosas e integração com a natureza, dando origem a um estilo próprio de criação, o chamado “estilo Kílaris”. Participou das mostras Casa Cor, Campinas Decor e Casa Office, e é autor do livro Curvas na Arquitetura Brasileira.
Breno Meneghelli Marega
atua na área de moda há 15 anos e é estilista há 4 anos, atualmente é diretor criativo da boutique Bossa, onde desenvolve duas coleções dentro das quatro linhas da grife.
OPINIÃO DOS LEITORES “Parabéns pelas matérias da sessão MyPET. Muito conscientizadoras, pois esse é o futuro. Viva a natureza e a bicharada!” Nelma Favilla Lobo - Protetora Independente de Animais, São Paulo (SP) “Adorei! A revista com a entrevista da Gal Costa ficou linda! As matérias estão uma delícia de ler. Quero ver a próxima.” Rita de Cássia Semensin – Professora, São Carlos (SP) Junho | Julho 2013
“Eu nunca tinha ouvido falar do Breno Ruiz até ler essa matéria. Achei sua história tão sonhadora e tão “pés no chão” ao mesmo tempo. Fiquei curiosa para conhecer mais do trabalho desse artista.” Raque Castanharo - Fisioterapeuta, Jundiaí (SP) “Queria dar os parabéns pela edição da Estilo Damha com a Gal Costa na capa. Tem tanta informação útil... adorei!” Stella Maffei – Jornalista, São Carlos (SP) Estilo Damha | 9
EspecialRioPreto Campos de Goytacazes
curva 10 | EstiloADamha
da Lapa, local ideal para contemplar o Rio ParaĂba do Sul com o Centro da cidade ao fundo Junho |
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EspecialRioPreto Campos de Goytacazes
CAMPOS:
TRADIÇÃO E PROGRESSO
Maior município do interior se firma como polo de desenvolvimento para o Estado e, em breve, receberá um empreendimento Damha Textos: Rodrigo Florencio Fotos: Genilson Pessanha
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Especial Campos dos Goytacazes
Monumento ao soldado desconhecido na praça do Santíssimo Salvador, que abriga ainda a Catedral Diocesana
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ampos dos Goytacazes é o maior município do Rio de Janeiro. Com uma área territorial (4.026,696 km²) três vezes maior do que a capital do estado, a cidade tem experimentado um crescimento acelerado nas últimas duas décadas, impulsionado, principalmente, pela crescente receita dos royalties do petróleo. Sua economia, antes pautada na produção agrícola e no comércio varejista, atualmente vê seu perfil socioeconômico se diversificar, ganhando status de cidade universitária, de prestação de serviços e com 12 | Estilo Damha
grande potencial industrial, a partir da chegada de novos investimentos oriundos da indústria naval e do petróleo. Com uma população de 463.731 habitantes (Censo IBGE 2010), Campos está localizada a 280 km da cidade do Rio de Janeiro e a 248 km de Vitória, Espírito Santo. Município polo para as regiões norte e noroeste fluminense, está geograficamente no eixo da maior bacia petrolífera do país (Bacia de Campos), responsável por 84% da produção do petróleo brasileiro, inclusive grande parte dos campos de pré-sal já descobertos. Junho | Julho 2013
Especial Campos dos Goytacazes
O petróleo e os repasses dos recursos provenientes da extração desse produto (royalties) aceleraram o crescimento da cidade e da região nos últimos anos. Assim como Macaé e outras cidades vizinhas que fazem parte da Bacia, Campos recebe, desde a década de 1990, uma compensação pelas mudanças provocadas pela instalação da indústria petrolífera. Os repasses, cujos valores variam de acordo com a produção e a posição geográfica de cada município, vão direto para a prefeitura e devem ser usados em obras de infraestrutura e outros projetos para melhorar a qualidade de vida da população. A cidade de porte médio do interior se tornou a maior recebedora de royalties do país e prevê que seu PIB (Produto Interno Bruto) deve saltar de R$ 5 bilhões em 2013 para R$ 40 bilhões em 2025, ano em que a população
A região Junho | Julho 2013
PIB deve saltar de R$ 5 bilhões em 2013 para R$ 40 bilhões em 2025
poderá chegar a cerca de 1 milhão de habitantes, segundo cálculos do Cidac (Centro de Informações e Dados de Campos). A vinda de novos investidores e o aumento da população se devem também a dois grandes empreen dimentos em construção. O Porto do Açu, na vizinha cidade de São João da Barra, pretende ser o maior porto do país, com capacidade para movimentar diversos tipos de cargas, desde contêineres até granito, carvão e produtos siderúrgicos. Para tanto, será necessária uma infraestrutura de siderurgia e termoeletricidade para atender sua demanda energética.
de Rio Preto, em Campos, é um dos refúgios na planície para o contato com a natureza Estilo Damha |
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Especial Campos dos Goytacazes era baseada na produção das usinas de açúcar e no coOutro projeto em desenvolvimento é o Complexo Lomércio varejista, atualmente a agricultura responde apegístico Farol/Barra do Furado, que está sendo construído nas por 5% da economia, ficando o comércio com 25% e na divisa com o município de Quissamã. A obra traz para a indústria (incluindo as receitas de royalties do petróleo) o Brasil uma tecnologia inédita nas Américas, o sistema com 70% da receita bruta. sand by pass, desenvolvido na Austrália para transpasPerder essa receita seria um caos para o município e sar o acúmulo de areia no litoral. Com a aplicação pera região, afirma Ranulfo. A ameaça existe, já que o Conmanente dessa tecnologia será possível desassorear o gresso aprovou um projeto de lei para redistribuir os royalCanal das Flechas, criando, assim, uma via fluvial segura ties para todos os estados e municípios do país. A presipara navegação e aporte de pequenas e médias embardente Dilma Roussef vetou a proposta, mas a Câmara dos cações. Na área, que é o ponto do litoral mais próximo Deputados derrubou o veto presidencial. Agora o caso das principais plataformas de petróleo da Bacia de Camtramita no Supremo Tribunal Federal, que já deu uma limipos, estão previstas instalações de um estaleiro e de vánar favorável aos estados e municípios produtores. rias empresas de apoio offshore. Em meio às dúvidas quanto uma posição favorável Essas mudanças trazem também uma série de demanda Justiça, o município segue num ritmo acelerado em das para o município, como mais urbanização (hoje a sua expansão. Campos hoje é uma cidade mais diversiprefeitura diz que 90% da cidade está urbanizada), saneamento básico e destino adequado aos resíduos ficada, porque se tornou um polo de serviços nas áreas de indústria, saúde, comércio, cultura e sólidos. O presidente do Cidac, Ranulfo Vidilazer. “De acordo com o IBGE, nosso índice gal, prevê que o município terá forte cresCampos de desenvolvimento pode ser equiparado cimento da construção civil e excelente se tornou um a cidades como Uberaba, Uberlândia, oferta de mão de obra especializada. Se, até o final da década de 1980, cerJoinvile, Londrina e Juiz de Fora”, conpolo nas áreas clui Ranulfo Vidigal. ca de 40% da economia do município
de indústria, saúde, comércio, cultura e lazer
14 Estilo Damha O |prédio da Câmara
Junho Julho 2013 de Vereadores já abrigou o Fórum municipal e é um dos patrimônios arquitetônicos da |cidade
Especial Campos dos Goytacazes
O chuvisco, em calda ou cristalizado, além da goiabada, são doces que não faltam à mesa do campista
SABOR ÚNICO E ORIGINAL Doces como a goiabada e o chuvisco, este exclusividade de Campos, conquistam admiradores em todo o país
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urante anos, o campista foi conhecido como o povo “papa-goiaba”. A expressão é fruto da grande quantidade de goiabada que era produzida no município. Apesar de ser um doce muito consumido na cidade, a goiabada não é uma exclusividade de Campos, já que sua produção – caseira, artesanal ou industrial – ocorre em vários municípios do país. Porém, há uma iguaria que é típica do município e que se tornou um ícone da culinária de Campos: o chuvisco. O chuvisco é um doce que pode ser feito em calda ou Junho | Julho 2013
cristalizado. Sua massa leva ovo, trigo e açúcar e sempre frequenta a mesa dos campistas em qualquer ocasião. Eraldo Riscado Filho é dono de uma fábrica de doces na cidade. Ele explica que a receita do chuvisco leva apenas a gema dos ovos. A clara deve ser descartada. Bem feito, ele garante, é um doce que conquista adeptos em todo o país. Sua produção chega a 60 toneladas de goiabada e 50 mil unidades de chuvisco por mês, o suficiente para atender a todo interior do estado, além do Espírito Santo e cidades mineiras próximas ao estado do Rio. Estilo Damha | 15
EspecialRioPreto Campos de Goytacazes
UMA PLANÍCIE DE BELEZAS NATURAIS E ARQUITETURA ECLÉTICA Apesar da geografia plana, a cidade guarda refúgios de cachoeiras e conta com prédios que remetem à história do Brasil
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ampos dos Goytacazes é uma planície cortada pelo rio Paraíba do Sul e cercada por lagoas. As mais famosas são a Lagoa de Cima e a Lagoa Feia, que é a segunda maior lagoa costeira do país, com 170 km², menor apenas que a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. A maior parte do território apresenta uma geografia plana. O nome da cidade se explica pelo fato de que eram estes os campos onde viviam índios goytacazes, antes da chegada dos portugueses. As raras montanhas do município estão nas regiões do Imbé e de
Lagoa deDamha Cima: 16 | Estilo
beleza natural
Rio Preto, locais ainda pouco explorados pelo turismo, apesar das belas paisagens naturais, com cachoeiras em meio à Mata Atlântica. Se as cachoeiras ainda não figuram entre as principais atrações turísticas de Campos, o litoral é destino certo para a maioria da população. A praia do Farol de São Thomé, a cerca de 60 km do Centro, recebe milhares de visitantes nos finais de semana e enfrenta superlotação durante o verão. Apesar do mar bravo, as ondas propíciais à prática do surf atraem banhistas de todas as classes sociais.
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Especial Campos dos Goytacazes
A cidade de geografia plana ainda oferece locais de montanhas e cachoeiras ideiais para o desenvolvimento do turismo Outro aspecto relevante na cidade é seu patrimônio arquitetônico. Por ser uma das cidades mais antigas do país, Campos tem dezenas de prédios históricos, como, por exemplo, o Liceu de Humanidades (hoje uma escola estadual), a Igreja da Lapa, o Solar Villa Maria (sede da Reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF), o Solar do Colégio (Arquivo Público Municipal) e o prédio do antigo Fórum, que hoje abriga a Câmara de Vereadores. A historiadora Sylvia Paes lembra que o trabalho de planejamento do patrimônio urbanístico começou em 1840, antes mesmo do que a cidade do Rio de Janeiro. Naquela época, a principal atividade econômica em Campos era a pecuária, enquanto no resto do Brasil era a agricultura. “Assim que trocamos a pecuária pela lavoura, assumimos um importante patamar na produção açucareira do país, tanto que a vila foi elevada a cidade e logo recebeu planos urbanísticos”, conta a historiadora. A Catedral e o Museu Municipal ficam nos arredores da praça São Salvador, no centro da cidade, e também fazem parte do tour que todo visitante deve fazer. Assim como visitar o Jardim São Benedito, um refúgio verde entre os prédios do centro e local que abriga a sede da Academia Campista de Letras; e a curva da Lapa, ao lado da igreja de mesmo nome, de onde é possível apreciar o Rio Paraíba. Uma bela imagem, principalmente ao amanhecer ou entardecer. Junho | Julho 2013
Acervo do Conde de Araruama está em exposição
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Especial Campos dos Goytacazes
TERRA PLANA EM PROSA E VERSO
Campos tem na literatura, grande expressão de sua arte e cultura
Teatro Municipal Trianon, o maior do interior do estado
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produção cultural também é uma parte importante na história da cidade, principalmente a literatura. É de Campos um dos maiores escritores da literatura nacional, José Cândido de Carvalho, autor de O Coronel e o Lobisomem, entre outras obras. Desde a época do Império, eram realizados saraus literários em Campos e, nos últimos anos, a tradição literária vem sendo recuperada com a Bienal do Livro, já em sua sétima edição. Para o professor universitário e jornalista Vitor Menezes, presidente da Associação de Imprensa de Campos (AIC), entidade criada em 1929, a história do 18 | Estilo Damha
município talvez explique um pouco essa característica. “Campos registra, em vários momentos, certa efervescência cultural e jornalística, além de uma vida social intensa. Esse ambiente costuma produzir muitos escritores”, diz ele. Menezes acabou criando um blog na internet (campistana) para catalogar todos os autores da cidade. Até o momento, há mais de 150 escritores cadastrados, dentre eles José do Patrocínio e Alberto Lamego, além dos mais contemporâneos e de jovens talentos, como Osório Peixoto, Vilma Arêas, Aristides Soffiati, Péris Ribeiro, Winston Churchil Rangel, Avelino Ferreira, Orávio de Campos Soares, Márcio Aquino e Bruno Peixoto. Junho | Julho 2013
Especial Campos dos Goytacazes
O Jardim São Benedito é uma área verde entre os prédios do centro da cidade e abriga a sede da Academia Campista de Letras “A proposta é organizar as referências da produção literária local, que é muito dispersa e, muitas vezes, difícil de encontrar. Com o tempo fui me surpreendendo com a grande produção e com o quanto ainda está por ser registrado”, disse Menezes. E para quem busca boa leitura, a Biblioteca Municipal de Campos é uma opção segura. Ela fica no prédio conhecido como Palácio da Cultura e oferece ao público um total de 27 mil exemplares, entre obras raras, de consulta geral, braile e literatura infantil. O diretor da biblioteca, Maurício Xexéo, diz que o espaço é muito frequentado e que, atualmente, a prefeitura, por meio do Junho | Julho 2013
Conselho Municipal de Cultura, trabalha para a publicação de obras de novos autores. Outra boa opção de lazer cultural é o Museu da Cidade, inaugurado em 2012 e que fica no centro da cidade, na praça São Salvador. O prédio por si só é uma obra de arte, que atualmente abriga parte de um acervo da coleção do Visconde de Araruama. O Teatro Municipal Trianon também é um espaço destinado às mais diversas atividades culturais. É o maior do interior do estado, com 900 lugares, e recebe shows e peças de artistas consagrados nacionalmente, além de ser palco de espetáculos de grupos locais. Estilo Damha | 19
Especial Campos dos Goytacazes
UMA HISTÓRIA DE PIONEIRISMO Cidade foi a primeira da América do Sul a ter iluminação elétrica e ainda hoje abriga a livraria mais antiga do país
A indústria sucroalcooleira, hoje em decadência, foi a principal atividade econômica até a chegada dos royalties do petróleo
A
criação de Campos está diretamente ligada à história do Brasil, já que seus primeiros registros datam de 336 anos atrás. A vila onde viveram seus primeiros habitantes foi criada em 1677. O título de cidade veio em 1835, sendo Campos uma das cidades mais antigas do país. O imperador D. Pedro II visitou suas terras e frequentou a sociedade campista por diversas vezes. Apesar de tradicional e conservadora, a elite de Campos também foi pioneira em vários aspectos. Em 1650, implantou o primeiro engenho e deu início à agroindústria açucareira. Em 1831, começou a circular o primeiro jornal da cidade e, em 1844, foi criada a primeira livraria (que existe até hoje e é a mais antiga do país). Outro fato marcante aconteceu em 1883, quando Campos passou a ser a primeira cidade da América do Sul a ter iluminação elétrica. 20 | Estilo Damha
As luzes que iluminavam o centro da cidade não esconderam a escuridão das senzalas, onde milhares de escravos eram amontoados nas dezenas de fazendas que existiam na região. Quando a aboliação chegou ao país, em 1888, a maior parte dos escravos do município já havia sido alforriada, mas, antes disso, a cidade foi palco de confrontos violentos, justamente porque havia muitos negros e abolicionistas de um lado e senhores de engenho do outro. José do Patrocínio, um dos líderes abolicionistas do país, era de Campos e comandou a luta pela liberdade dos negros. “Coincidência ou não, a cidade que tinha significativo número de escravocratas também produziu um dos primeiros presidentes do Brasil republicano e que também era negro, Nilo Peçanha, antes mesmo do Barack Obama (presidente dos Estados Unidos)”, recorda a historiadora Sylvia Paes. Junho | Julho 2013
Especial Campos dos Goytacazes
O Museu de Campos, inaugurado em 2012, fica na área central e conta parte da história da cidade
ÚTIL: Aeroporto Bartholomeu Lyzandro Rod. Campos-Vitória, km 5 (22) 2726-6400 Teatro Trianon Rua Marechal Floriano, 211, Centro Espetáculos esporádicos às sextas, sábados e domingos (22) 2733-4230 | 2726-3500 Heliporto São Thomé Rod. Deputado Alair Ferreira, 1100 km 216, Farol de São Thomé (22) 2747-1479 Shopping Avenida 28 Av. 28 de Março, 574, Centro De segunda a sábado, das 10h às 22h; domingo, das 15h às 22h (22) 2725-2828 Junho | Julho 2013
Biblioteca Municipal Nilo Peçanha Praça da Bandeira s/n (Palácio da Cultura) De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h; sábado, das 8h às 12h (22) 2723-0449 Shopping Boulevard Av. Dr. Silvio Bastos Tavares, 330 Parque Rodoviário De segunda a sábado, das 10h às 22h; domingo, das 12h às 22h (22) 2737-9009 Museu de Campos Praça São Salvador, 40, Centro De terça a sexta-feira, das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 17h (22) 2728-5058 Estilo Damha | 21
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SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP),
A JOIA DO NOROESTE PAULISTA Região receberá em breve mais um empreendimento Damha
Foto Evandro Rocha, cedida pela Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto
Textos: Marília Dominicci
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Especial Rio Preto / Ipiguá
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om uma área aproximada de 431 km², Rio Preto – para os íntimos –, detém o 61º maior PIB do Brasil e, à primeira vista, não compartilha do ar bucólico típico de cidades do interior. Com as ruas movimentadas, grandes aveni-
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das e prédios altos característicos da constituição física de uma metrópole, a “cidade joia” pode confundir os desavisados. A verdade é que é impossível não se render a ela, com suas roupas de gigante cosmopolita e coração de menina interiorana. Que confusão maravilhosa!
Vista noturna da Represa Municipal Estilo Damha | 25
construindo uma gigante São José do Rio Preto fez parte do território de Jaboticabal até a década de 1890, quando se emancipou, lá pelos idos da Proclamação da República, para depois agregar a si alguns distritos, que foram ganhando independência ao longo do tempo. Atualmente, apenas Engenheiro Schmidt e Talhado mantêm o status. O nome, para agradar a todos, faz menção a São José – padroeiro da cidade – e ao Rio Preto, que atravessa o município. Independentemente da origem, as palavras se tornaram sinônimo de “desenvolvimento”, “cultura” e “progresso”, ao representar um dos principais polos industriais, culturais e de serviços do estado. Como a maior parte das cidades paulistas, seu território não passava de mata virgem até 1840, quando um grupo de migrantes decidiu estabelecer-se ali, plantar e 26 | Estilo Damha
criar animais. Relatos indicam que eram mineiros, oriundos de Vila de Nossa Senhora do Carmo dos Tocos, hoje Paraguaçu (MG), mas sua história econômica teve início, de fato, em 1845. Foi quando os irmãos Luiz Antônio da Silveira e Antônio Carvalho e Silva, juntamente com seu amigo Vicente Ferreira Netto, abriram estradas e veredas mato adentro e decidiram deter sua comitiva na região, onde a terra era ideal para o cultivo e a água, abundante para o gado. Não demorou para que outras pessoas fossem atraídas para o local e um pequeno povoado começasse a se formar. Em 1852, Luiz Antônio da Silveira doou parte de suas terras ao seu santo protetor, São José, com a intenção de que o patrimônio desse origem a uma cidade. O município foi fundado no mesmo ano, por João Bernardino Seixas Ribeiro. Junho | Julho 2013
Foto Evandro Rocha Junho | Julho 2013
Damha | 27 Vista aĂŠrea da cidade a partir da Estilo Av. Bady Bassit
Especial Rio Preto / Ipiguá
Foto Paulo Magri / SMCS
Em 1912, a Estrada de Ferro Araraquara (EFA) chegou até Rio Preto e a cidade assumiu uma posição significativa como polo comercial de concentração de mercadorias. A expansão ferroviária foi o pontapé inicial do movimento que resultou em desbravamento e migração para o interior e na expansão das áreas de plantio, principalmente do café, que era o combustível que alimentava o Estado – e exauria toda a terra por onde passava. Esse processo foi fomentado pela demanda do grão para exportação, o esgotamento do solo em outras regiões, como o Vale do Paraíba, e a facilidade em conseguir empréstimos bancários na época. Ao mesmo tempo em que se desenvolvia, Rio Preto iniciou uma forte tradição nos esportes. Seu primeiro time oficial, o Rio Preto Esporte Clube, foi fundado em 1919. O “Glorioso”, como é chamado pelos torcedores, tem o Estádio Anísio Haddad como sede. Outro time que representa fortemente a cidade é o América Futebol Clube, ou “América de Rio Preto”, sediado naquele que é, no momento, o maior estádio do interior paulista, o “Teixeirão”. A cidade também conta com times de prestígio em outras modalidades de esportes, como o basquete em cadeira de rodas. Seu time, o CAD (Clube Amigos dos Deficientes), disputa o campeonato nacional da modalidade, além de também atuar em outros esportes adaptados para atletas com necessidades especiais, como atletismo e natação.
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Avenida Alberto Andaló, um dos locais mais movimentados da cidade
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Especial Foto Unesp – São José do Rio Preto – arquivo
Rio Preto / Ipiguá
O município se destaca pelo número de instituições de ensino superior, entre elas a UNESP, uma das mais tradicionais universidades do país
A 18a CIDADE MAIS PROMISSORA DO BRASIL PARA COMEÇAR SUA CARREIRA PROFISSIONAL Com o desenvolvimento urbano, aumentaram os investimentos na infraestrutura urbana e também nas áreas de lazer e cultura visando entreter e educar os recém-chegados e a população em geral. O município conta atualmente com ampla rede educacional na qual se destacam as diversas instituições de ensino superior públicas e particulares, sendo os mais proeminentes o Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp (IBILCE), a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) e a Faculdade de Tecnologia de São José do Rio Preto (Fatec). Entre as instituições particulares estão o Centro Universitário de Rio Preto (Unirp), o Centro Universitário do Norte Paulista Junho | Julho 2013
(Unorp), a União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago) e a Universidade Paulista (Unip). Entre as diversas pesquisas desenvolvidas na cidade, podem se destacar as realizadas por docentes do Departamento de Biologia e do Departamento de Física do IBILCE, que participaram do grupo de pesquisa do Projeto Genoma, que identificou e mapeou 80 mil genes do DNA humano, armazenando e dispondo essas informações em um banco de dados. A universidade também mantém pesquisas de impacto nas áreas relacionadas à biotecnologia, como a agricultura, a produção de energia, o controle do lixo e a despoluição ambiental. Estilo Damha | 29
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TALENTO NA MEDIDA DO MUNDO Foto Fit
O Festival Internacional de Teatro de Rio Preto está entre os mais conceituados do país. Espetáculo Romeu e Julieta (FIT 2012)
“Quem tem a sorte de nascer personagem vivo, pode rir até da morte. Não morre mais. Quem era Sancho Pança? Quem era Dom Rodrigo? E, no entanto, vivem eternamente, pois – vivos embriões – tiveram a sorte de encontrar uma matriz fecunda, uma fantasia que soube criá-los e nutri-los, fazê-los viver para a eternidade!”
Luigi Pirandello
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rath do Valle, José Eduardo Vendramini, Fábio Marques dos Santos, Maria Cristina Miceli, Raildo Viana, Ricardo Albuquerque e Reinaldo Silva. Em sua primeira edição, 11 espetáculos participaram da programação, vindos dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. As peças foram apresentadas no auditório da Basílica Nossa Senhora Aparecida, no bairro Boa Vista. Durante os anos de 1973 a 1980, o evento foi interrompido por falta de apoio político, uma vez que o Brasil – sob regime militar – passava por um período muito controverso no que se referia às artes e outras manifestações culturais, voltando a ser realizado em 1981. A partir de 2001, o Festival Amador deu espaço para o FIT (Festival Internacional de Teatro de São José do Rio
Foto Fit
teatro é uma das mais belas artes criadas pelo homem. Milênios atrás, sem poder ler ou escrever, o homem interpretava suas dores e angústias, suas alegrias e vitórias. Se não para o outro, o fazia para si, na intimidade da própria mente, no palco mágico que a imaginação constrói. Não se pode datar a criação do teatro porque ele nasceu com o humano e morrerá com ele. Quem começa o ano em Rio Preto pode curar a ressaca do feriado gargalhando no festival Janeiro Brasileiro de Comédia que, em 2013, comemorou o 7º aniversário. Realizado a primeira vez em 2003, atraiu mais de quatro mil expectadores ao Teatro Municipal. A programação dura oito dias, com a apresentação de
Espetáculo de rua A Pereira da Rua Miséria (FIT 2012)
peças diariamente, além da realização de palestras, workshops e oficinas de teatro. O evento mais famoso do gênero na cidade é o Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, que terá sua 44ª edição este ano. Graças à iniciativa de artistas locais, surgiu na década de 60. Com caráter competitivo e amador, é uma importante manifestação cultural do município. Integrantes do grupo de Teatro Jovem da Casa de Cultura abriram, em julho de 1969, o Festival Nacional Amador de São José do Rio Preto. No elenco, grandes nomes das artes cênicas como Humberto Sinibaldi Neto, DinoJunho | Julho 2013
Preto). Com caráter experimental, o FIT propõe, a cada edição, novos conceitos e olhares sobre o fazer teatral e a investigação das artes cênicas. Atualmente, integra o Núcleo dos Festivais, sendo um dos oito maiores festivais de artes cênicas do país. É um dos eventos mais aguardados por críticos, artistas e público de diversos estados brasileiros. Este ano o Festival será realizado entre 3 e 14 de julho, e as inscrições estão abertas para as companhias interessadas em participar da programação. Vale a pena assistir! Estilo Damha | 31
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valei-me,
Foto Maríl ia Dominicci
NOSSA SENHORA APARECIDA DE RIO PRETO!
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Especial
Foto Maríl ia Dominicci
Rio Preto / Ipiguá
Construída em agradecimento pela proteção de Nossa Senhora durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a basílica é um cartão postal da cidade
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Paróquia de Nossa Senhora Aparecida foi criada por Dom Lafayete Libânio em 11 de maio de 1933. No ano de 1932, durante a Revolução Constitucionalista, Dom Lafayette fez uma promessa à Santíssima Virgem de que, se a Diocese não fosse atingida pelas lutas que ocorriam em todo o país, ele construiria um Santuário no Bairro da Boa Vista em honra de Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida. Em 1933, iniciou as obras da basílica em agradecimento pela prece atendida. Tombada como patrimônio histórico, sua grande beleza faz da basílica uma das mais procuradas para celebração de casamentos e batizados. A Igreja se caracteriza pelo estilo neorromântico, com arcos plenos e três naves internas, sendo uma a maior e central e duais laterais, formada por fileiras de arcos e Junho | Julho 2013
colunas internas. Vitrais, uma característica incomum no estilo romântico, podem ser vistos em pequenas janelas em arcos. Na nave, duas ordens de colunas laterais, com seis colunas cada, são notórias. Até os anos 50, a Basílica tinha três sinos com nomes próprios: Cristo Rei, pesando 3 mil quilos; Nossa Senhora Aparecida, pesando 1780 quilos; e São Francisco, pesando 810 quilos. A Basílica vendeu, então, o sino maior (Cristo Rei) ao Santuário Nossa Senhora Aparecida de Catanduva e os três menores à Herval D`oeste de Santa Catarina, e encomendou modelos novos e mais modernos na Europa. Em 1959, foi enviado da Alemanha um projeto detalhado para o fornecimento de quatro sinos, tocados eletronicamente. A dificuldade foi obter a licença de importação sem despesas, que, por causa do peso, custaria uma fortuna. Estilo Damha | 33
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ONDE MORAM AS CAPIVARAS... E MUITAS OUTRAS ESPÉCIES Rio Preto é responsável pelo abastecimento de 30% a 40% da água que chega aos moradores, após tratamento no Palácio das Águas. A belíssima infraestrutura, instalada durante um projeto de revitalização nos anos de 1990 e 1991, permite a realização de caminhadas, a apreciação da paisagem natural e as reuniões familiares. Entre os equipamentos disponíveis estão a pista de caminhada de 2,7 mil metros lineares, três conjuntos de equipamentos de ginástica, sanitários públicos e 23 quiosques, destinados ao lazer de todos os frequentadores do parque.
Foto Maríl ia Dominicci
Construído em 1956, o Parque da Represa Municipal está localizado a 5 minutos dos residenciais Damha Rio Preto. É uma área de águas superficiais e extrema beleza natural frequentada por uma variedade de espécies de peixes, aves e mamíferos. Os mais notórios são as capivaras, que podem ser vistas em grupos nadando ou se estendendo ao sol. Os patos, garças e outros pássaros, que chamam a atenção pela beleza e quantidade, adotaram as ilhas centrais como área de descanso e reprodução. Além de ponto turístico e cartão postal, a Represa de
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A represa é um santuário para espécies nativas da região
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Especial
Foto Maríl ia Dominicci
Rio Preto / Ipiguá
O zoológico é uma ótima opção para um passeio no final da tarde
ÚTIL: Parque Ecológico Educativo Av. Benedito Rodrigues Lisboa, 1.300 (17) 3216-2868 Zoológico Municipal Rua José Deguer, S/N Jardim Nazareth (17) 3225-3930
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Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto Av. Brig. Faria Lima, 5381 Nova Redentora (17) 3226-2626 Zero Grau – Bar E Chopperia Av. Alberto Andaló, 3474 - Centro (17) 3235-2010
Biblioteca Pública Municipal Pça. Jornalista Leonardo Gomes Centro Cultural Prof. Daud Jor 1 (17) 3225-6164 Vila Dionísio Bar Av. Bady Bassit, 3961 Boa Vista (17) 3235-4482
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IPIGUÁ (SP), Foto Maríl ia Dominicci
MENINA DOS OLHOS VERDES
Igreja São Sebastião de Ipiguá
“À noite, em Ipiguá, fiquei fascinada com a delicada composição do céu azul índigo brilhante. Como se fosse um tecido fino, cravejado de estrelas, a abraçar uma lua imensa. A lua branca, tão próxima da terra, brincava sorrindo, a entrar e a sair pelas janelas das casas...”
Constância Nery
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Especial
Foto Maríl ia Dominicci
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Arborização é marca da cidade
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m 1920, quando foi fundada sob o nome de povoado de Barra Funda, a cidade abrigava algumas construções rústicas e uma pequena população cercada pelo sertão e pela mata virgem. Infelizmente, são poucos os documentos que registram essa época e boa parte da história local se perdeu com o tempo, mas a pequena Ipiguá, com seus quase 5.000 habitantes, não se faz de rogada e encanta visitantes e moradores com sua tranquilidade. Ainda por completar dez anos de emancipação, Ipiguá é cercada pelo verde até onde a vista alcança. Localizada a apenas 15 minutos de São José do Rio Preto, não compartilha a agitação da vizinha mais antiga. Basta acessar a avenida principal para perceber que a arborização é destaque e que os prédios da metrópo-
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le não têm vez no pacato município de casas térreas, diante das quais as pessoas se reúnem para conversar ao final da tarde. Em meio a essa quietude sobressai-se o interesse no crescimento e desenvolvimento urbano do município, que oferece programas de incentivo fiscal e tributário para indústrias e comércios que desejam se instalar na região, que já conta com um grande shopping center próximo e está em franca expansão. Terra natal de Constância Nery, sua calma, paz e campos cultivados ficaram marcados na memória da pintora, ícone da chamada arte Naïf, cujas obras, expostas em diversas galerias de arte no Brasil e no mundo, retratam os costumes e as paisagens que guarda na alma com toda a inocência e explosão de cores próprias de seu estilo.
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Reprodução autorizada pela artista
TODA A INOCÊNCIA
DA PINTuRA NAÏF
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Junho | Feliz” retrata imagens da infância da pintora nas férias observando os colonos no campo
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ascida em Ipiguá, em 1936, Constância Nery passou parte da infância no campo, onde, durante as férias, observava os colonos nas colheitas e as manifestações folclóricas. Transferiu-se mais tarde para São Paulo, cidade em que cursou a Escola Paulista de Propaganda e Marketing e frequentou a Escola de Folclore de São Paulo. Chegou a trabalhar como publicitária, abrindo seu próprio escritório, até que, em 1969, decidiu abraçar a pintura como atividade profissional e expor seus trabalhos. A partir de então, tem participado de diversas mostras no Brasil e no exterior. Atualmente vive na cidade do Porto, em Portugal, mas suas raízes ainda permeiam todas as suas obras. Membro efetivo da União Brasileira dos Trovadores, além de pintora, Constância é poetisa. Com louvor. E falou com a Estilo Damha com muito orgulho de sua terra natal.
Reprodução autorizada pela artista
“LÁ, ONDE ESTÁ A MINHA ALMA”
Constância Nery
Não faço hoje nada muito importante. Não há prêmio nem crítica que mereça o esforço. Olho no espelho, a vida está parada. Nem sabores, nem perfumes. Cantar, sonhar, enlouquecer… nada importa! Não deixo chorar a minha alma, essa alma crente, generosa, útil e inocente morta. Escondo a lágrima seca, da minha nascente escondida, que só a mim pertence. Não teimo em mostrar o brilho que não há. O que sinto não merece aplauso. Deixo a minha dor em paz… Silencio meus lábios. Meu pranto não é o ruído das guerras nem das novelas no ar. Não é música que vem e que vai. Não sabe as cantigas de vento ou de mar. A ninguém interessa! Posso ousar entrar no reino da minha alma. Com a minha alma está a minha alegria. O que está inerte já não existia, nem ontem, nem hoje. Há um sabor de folhas frescas, intocáveis… E o som do silêncio, um som para descobrir… Posso sentir onde está a minha alma.
ÚTIL:
“Calma no Interior”: família no campo durante a colheita de jabuticabas Junho | Julho 2013
Galeria Jacques Ardies Rua Morgado de Mateus, 579 São Paulo (SP) (11) 5539-7500 (11) 5539-7675 www.ardies.com jacques@ardies.com Estilo Damha | 39
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DAMHA CHEGA A IPIGUÁ (SP) Imagem meramente ilustrativa
Residencial Damha Fit Ipiguá, com área total de mais de 359 mil m², terá 733 lotes residenciais
“O loteamento Damha Fit Ipiguá, em Ipiguá (SP), encontra-se em processo de registro. Nos termos do disposto na Lei 6.766/79, as vendas só serão iniciadas após o registro do empreendimento junto ao Oficial de Registro de Imóveis competente. ” 40 | Estilo Damha Vista panorâmica
das portarias de acesso
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Ipiguá prepara-se para receber o residencial Damha Fit que contará com o melhor conceito em urbanização e sustentabilidade do país. Serão 733 lotes divididos em 2 fases de vendas com dimensões entre 223,51 m² a 444,68 m², aproximadamente, em uma área com mais de 359 mil m² e incluirão mais de 72 mil m² de áreas verdes e de lazer. Junho | Julho 2013
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Música Tiê
A DOCE VOZ DA MPB Texto: Dirlene Ribeiro Martins Fotos: Tati Zanichelli
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iê significa sabedoria em japonês, mas também nos remete ao espetacular pássaro de plumagem vermelha, o tiê-sangue, ave símbolo da Mata Atlântica. Este último, porém, ao contrário da bela cantora de mesmo nome, não tem no canto seu ponto forte. Aos 33 anos, Tiê é mãe de duas meninas, Liz, de 4 anos, e Amora, de poucos meses, e traz em seu currículo um curso de relações públicas, aulas de canto em Nova York, o trabalho como modelo e atriz e a condução do Café Brechó. Aliás, foi nesse bar-loja em Perdizes, São Paulo, que Tiê foi apresentada ao cantor e compositor Toquinho, 42 | Estilo Damha
com quem gravou sua primeira música e viajou por todo o Brasil e pela Europa. Foi com Toquinho, também, que Tiê encontrou o cantar sussurrado que marca seu estilo. Em 2009 lançou seu primeiro álbum, Sweet Jardim, intimista, inteiramente autoral e que figura, segundo o jornal Folha de S.Paulo, na lista dos 50 discos que formam a identidade musical brasileira dos anos 2000. Dois anos depois, veio A Coruja e o Coração, um disco mais descontraído e com o instrumental mais trabalhado. Em março, a nova representante da MPB se apresentou no SESC São Carlos, onde concedeu entrevista à revista Estilo Damha. Junho | Julho 2013
Música Tiê
Estilo Damha – Observando sua trajetória, fica a impressão de que você é uma pessoa agitada, dinâmica. Ao mesmo tempo, quando se ouvem suas músicas, sua voz, imagina-se uma pessoa tranquila, centrada. Você traz em si essas duas personalidades? Tiê – Totalmente, sou bem agitada, faço um monte de coisa, sou brava também. Agora, a minha voz é doce, então, se fica com a sensação de que sou uma pessoa ‘fofa’, e de ‘fofa’ eu não tenho nada. O pessoal lá em casa, quando alguém fala, “Como a Tiê é doce!”, logo diz: “Ahã, sei” (risos). Sou mãe de duas filhas, começo o dia às 6 horas da manhã, e dou de mamar, levo pra escola, lavo louça, arrumo a casa... Claro que tenho a ajuda de muita gente, mas quem é mãe sabe como é. Isso faz parte. E, na música, hoje, todo mundo é muito batalhador. Mesmo eu, que tenho a parceria de uma gravadora, preciso batalhar, ir atrás, é uma luta diária, mas é boa essa agitação. ED – Por falar em gravadora, você é considerada uma artista independente, mas, ao mesmo tempo, tem por trás uma grande gravadora, que é a Warner. Como é seu relacionamento com a gravadora e até que ponto eles influenciam suas escolhas musicais? Tiê – Como eu fiz o primeiro disco independente e só depois a gravadora entrou, ela respeita muito a minha autenticidade, a minha história. A Warner não dá palpite em questões artísticas, suas sugestões são mais relacionadas ao planejamento de marketing, por exemplo, porque a gravadora tem um alcance que o independente não tem, como rádio, distribuição. E nisso a gravadora ajuda muito, considero-a uma parceira. ED – Em seu segundo disco, A Coruja e o Coração, você fez uma música para sua filha Liz (“Na Varanda da Liz”, composta em parceria com Plínio Profeta e João Cavalcanti). Sua segunda filha, Amora, também pode esperar uma música? Tiê – Pode, mas ainda não tem. Segundo filho já é mais largado (risos), segundo filho não tem música, não tem roupa nova, é tudo emprestado, não tem nada... ED – Essa música poderia vir em um terceiro disco... Tiê – Não sei se o terceiro disco será lançado este ano, mas com certeza será feito este ano. A pequenininha (Amora) me inspira muito. Eu brinco que é largado, mas é só porque já estou caminhando de outro jeito. Não é o mesmo desespero de mãe de primeira viagem, que, quando o filho chora, já fica se descabelando. Quando o terceiro disco estiver na estrada, minhas duas filhas estarão junto, com certeza.
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Tiê durante show no SESC São Carlos
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Música Tiê dobrando. Então, existe a preocupação de as coisas darem certo, a certeza de que não é só um hobby, mas a minha carreira. Terminamos o ano passado com o pé direito, fazendo a festa da virada na Avenida Paulista para 2 milhões de pessoas, foi superespecial. A Amora estava então com dez dias e me trouxe este presente, pois dizem que filho traz presente. E este ano está cheio de shows, mesmo com um disco que já não é tão novo. Com a carreira não estou preocupada. ED – Em uma entrevista em 2009, você disse que fechou o Café Brechó porque queria viver de sua voz, “a qualquer custo”. Quase quatro anos depois, você se arrependeu? Tiê – De jeito nenhum, foi a melhor escolha que fiz! É claro que tem mês que é melhor, tem mês que é pior, como qualquer outra profissão, mas pelo menos eu faço o que gosto, graças a Deus consigo viver disso. Fiquei seis meses “com fome” (risos), mas deu certo. ED – O que você considera que seja a sua marca registrada? Tiê – Acho que, para quem escuta, a voz doce talvez seja uma forma de me reconhecer. Já o show tem uma coisa mais engraçada, faço muita piada. Às vezes faço piada que ninguém entende, mas faço mesmo assim, e isso gera uma certa loucurinha, pois as pessoas me olham como quem está pensando: “Do que ela está falando?” (risos). Mas acho que o que mais me identifica é o timbre da voz. ED – A música brasileira é movida a modismos. Você acredita que o momento atual da música brasileira é propício para você? Tiê – Acho que deu certo porque não pensei nisso. Quando fiz o Sweet Jardim, eu realmente fiz um disco pra mim, um disco intimista em que cantava as minhas histórias, fiz como se estivesse gravando em minha casa. Enquanto pensava em sucesso, em qual música iria funcionar, a minha carreira não deslanchava. Quando eu desapeguei de tudo e resolvi fazer um disco pra mim foi que deu certo; foi essa sinceridade que funcionou.
ED – Em geral, depois que nos tornarmos mães, ficamos mais cuidadosas, em vários aspectos. Isso aconteceu com você e de que forma influenciou sua carreira? Tiê – Acho que fiquei um pouco mais medrosa, mais alerta. E eu relaciono isso com a maternidade recente. Claro que as contas aumentam; você faz filhos e as contas vão 44 | Estilo Damha
ED – Você parece ser uma pessoa que tem uma conexão especial com a natureza (seu nome, o nome das filhas, as músicas), como você exercita isso morando em uma cidade como São Paulo? Tiê – Em minha casa tem um jardim bem especial. Eu até brinco que, como o meu primeiro disco se chamou Sweet Jardim, eu mudei de casa e ganhei um ‘jardinzão’. Eu falei, então, que meu segundo disco deveria se chamar Meu Primeiro Milhão, mas, como não fiz, o “milhão” não rolou (risos). Estou até pensando no terceiro disco, como é que vai se chamar... Mas, graças a Deus, tenho uma casa muito boa onde posso exercitar meu lado natureza. Junho | Julho 2013
EntrevistaMĂşsica Frejat
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GolfNews Novidades do Damha Golf Club Foto Divulgação
Golfistas e visitantes do Damha Golf Club puderam dirigir verdadeiras máquinas
Golfe com Jaguar e Aston Martin Primeira etapa da Taça Ricardo Rossi oferece test drives, feijoada e muita competição aos golfistas
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etapa inaugural da Taça Ricardo Rossi, válida para o ranking do Damha Golf Club 2013, também levou grandes marcas ao Damha Golf Club, em São Carlos (SP). Além de disputar um torneio num dos melhores campos do país, os golfistas puderam conhecer de perto verdadeiras máquinas da Aston Martin e da Jaguar, que estiveram à disposição para test drives. Os automóveis ficaram expostos no sábado, dia do torneio, e também no domingo, para que mais sócios e visitantes pudessem conhecer os produtos. Outra novidade foi a realização da 1ª Feijoada no Damha Golf Club, preparada pelo Restaurante Tulha, que marcou o encerramento do torneio, acompanhada do som ao vivo de bateria de escola de samba. A 6ª Taça Ricardo Rossi de Golfe será composta por outras cinco etapas, cujas datas já se encontram no calendário publicado no site do Damha Golf Club 46 | Estilo Damha
(www.dgc.com.br) e ainda estão sujeitas a confirmação. As inscrições estão abertas a sócios do Damha e a visitantes. Informações podem ser obtidas na secretaria. Os campeões de cada categoria do circuito serão anunciados e premiados na festa de final de ano do Damha Golf Club, quando receberão a cobiçada Taça Ricardo Rossi 2012. O campeão gross da primeira etapa foi Rogério Cardoso, do Damha, e os melhores net foram Jorge Fernandes e Marcelo Rossini (visitante). Eduardo Junqueira Meirelles fez um hole in one no buraco 11 do campo. O nome da competição homenageia Ricardo Rossi, um dos maiores golfistas do Brasil de todos os tempos, responsável pelo design do Damha Golf Club, considerado o quarto melhor campo de golfe do país pela edição americana da revista Golf Digest, a mais importante do esporte no mundo. Junho | Julho 2013
GolfNews Novidades do Damha Golf Club
Damha Golf Club atrai eventos de grandes empresas Marcas consagradas descobrem o potencial do interior paulista
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Damha Golf Club tem atraído cada vez mais grandes marcas, interessadas em expor seus produtos ou serviços para o público do interior paulista. Prova disso é a recente realização de dois grandes eventos no clube: o Chevrolet Golf Cup 2013 e o Nespresso Trophy Brasil. “Esse é o terceiro ano seguido que recebemos a Chevrolet Golf Cup e o segundo ano que realizamos o torneio da Nespresso, o que demonstra a força do mercado consumidor do interior paulista”, diz Carlos Gonzalez, presidente do Damha Golf Club. “São duas marcas muito fortes, que acreditam no golfe para chegar a um público formador de opinião”, completa. O Chevrolet Golf Cup selecionou no Damha um time para participar da final nacional do circuito, que acontecerá no Clube de Campo de São Paulo. O time campeão foi o formado por Daniel Simione, Célia Moraes Correa,
Henrique Fruet e Walter Gagliardi, com 40 net. Além dos troféus e da vaga na final nacional do circuito no Clube de Campo de São Paulo, os campeões ganharam também uma taqueira com o logo da Chevrolet. As duplas formadas por Antonio Arruda/Heitor Porto e Ronaldo Mardegan/Daniel Maganini foram as vencedoras da etapa Damha Golf Club da segunda edição da Nespresso Trophy Brasil, que aconteceu no clube no final de abril. O Nespresso Trophy Brasil envolve 13 clubes de golfe de cinco diferentes estados e conta com o patrocínio da Lexus e do grupo de shoppings Iguatemi e o apoio das Águas Perrier, Whisky Glenmorangie e TaylorMade Adidas Golf. A final nacional é em 20 de setembro, no São Fernando Golf Club, onde as 38 duplas finalistas concorrem a uma viagem para a Espanha, para jogar golfe com o lendário José María Olazábal.
Fotos Divulgação
Heitor Porto e Antonio Arruda, campeões da Nespresso Junho | Julho 2013
Os vencedores da Chevrolet Golf Cup no Damha Estilo Damha | 47
DamhaNews O que acontece na Damha
Fotos Divulgação
DAMHA URBANIZADORA LANÇA SEU PRIMEIRO EMPREENDIMENTO EM FEIRA DE SANTANA (BA) A chegada da Damha Urbanizadora a Feira de Santana (BA) foi um sucesso absoluto. O Village Damha I, primeiro empreendimento da empresa no estado da Bahia, tem 610 lotes residenciais com dimensões entre 302 e 506 m², em uma área total de 210 mil m², além de lote destinado à parte comercial de 15,9 mil m² e espaços reservados exclusivamente à área verde e de lazer da ordem de 70 mil m², totalizando um investimento de aproximadamente R$ 48 milhões. O residencial é o segundo, dos 12 novos empreendimentos previstos para serem lançados em todo o país em 2013. Entre eles está o projeto do Village Damha II, também em Feira de Santana.
RESIDENCIAL DAMHA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ) RECEBE CERTIFICAÇÃO AQUA
DAMHA NA FEIJOADA NOITE E DIA Cerca de 1.200 pessoas, enquanto apreciavam uma gostosa feijoada, puderam conhecer melhor a Damha Urbanizadora, recém-chegada a Feira de Santana. Na entrada, todos os convidados foram agraciados com um kit especial que imediatamente fez sucesso entre os presentes. O evento, ocorrido no início de abril, foi animado por diversas bandas e teve como atração principal o cantor Luiz Caldas.
O Residencial Damha I, em Campos dos Goytacazes, é o primeiro residencial horizontal fechado no Estado do Rio de Janeiro a receber o selo, que atesta a adoção de medidas sustentáveis, concedido pela Fundação Vanzolini. Com previsão de lançamento em breve, o Damha I é o terceiro empreendimento da Damha Urbanizadora a receber tal reconhecimento. 48 | Estilo Damha
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DamhaNews O que acontece na Damha
PARQUE ECO ESPORTIVO DAMHA RECEBE O GP EXTREME BRASIL
Fotos Divulgação
A 3ª edição do GP Extreme Brasil movimentou o Parque Eco Esportivo Damha, em São Carlos (SP), nos dias 6 e 7 de abril. Mais de 1.000 atletas participaram do evento, que é uma das provas mais desafiadoras do calendário nacional. Foi o cenário ideal para a competição, já que conta, além da estrutura adequada de subidas, retas velozes e trechos técnicos, com um aparato completo para a prática de esportes.
VITOR GUARALDO É DESTAQUE EM TORNEIOS
O nadador Vitor Guaraldo dos Santos, patrocinado pela Damha Urbanizadora, foi um dos destaques da equipe brasileira que venceu o Campeonato Sul-Americano Juvenil de Natação. Convocado para a Seleção Brasileira por conta dos bons resultados obtidos em 2012, o atleta conquistou o bicampeonato nos 100 metros nado costas e obteve a sexta colocação nos 200 metros. Dia 22 de abril, competindo pela primeira vez no Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro, Vitor foi o melhor atleta da categoria Júnior I, alcançando o 7º lugar. Assim, confirmou o índice para participar do Mundial Júnior de Natação, em Dubai.
ASSEMBLEIA OFICIALIZA ENTREGA DO DAMHA II, EM UBERABA (MG) Foi realizada, em 18 de abril, a assembleia de entrega do empreendimento Damha II, em Uberaba (MG). A ação formalizou a transferência da gestão administrativa do residencial para a Associação dos Moradores, agora responsável por todas as decisões gerenciais do condomínio. O evento, que serviu para eleger os membros da Associação, contou com a participação dos proprietários dos lotes. Para celebrar a ocasião, foi oferecido aos participantes um coquetel no Centro de Convívio. Junho | Julho 2013
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DamhaNews O que acontece na Damha Fotos Divulgação
SUCESSO TOTAL NO LANÇAMENTO DO RESIDENCIAL DAMHA IV, EM CAMPO GRANDE (MS)
O lançamento do Residencial Damha IV, em Campo Grande (MS), no dia 21 de março, foi um sucesso absoluto. Todos os 340 lotes disponíveis foram comercializados no primeiro dia. O quinto empreendimento da urbanizadora na capital sul-mato-grossense possui uma área total de 330 mil m², resultado de um investimento na ordem de R$ 30 milhões. Além dos residenciais Damha I, II, III e IV, a urbanizadora conta com outro produto na região: o Villas Damha, condomínio de casas prontas.
DAMHA URBANIZADORA INVESTE R$ 5 MILHÕES EM VIAS DE ACESSO
Uma parceria entre a Damha Urbanizadora e o poder público deu início, em maio, às obras de pavimentação da Av. Fernando Pinto de Queiroz, no Bairro SIM, em Feira de Santana. O projeto inclui melhoria da via de 1,1 km de extensão, com a duplicação de parte da Av. Noide Cerqueira e a construção de uma interligação entre as avenidas Noide Cerqueira e Artêmia Pires. Está prevista, também, a futura execução de uma segunda obra na região, já aprovada pela prefeitura. A ação beneficiará toda a população local e nela a Damha investirá um total de R$ 5 milhões. A previsão é que a obra iniciada seja concluída antes da entrega das obras do Residencial Village I Feira de Santana. 50 | Estilo Damha
REINALDO COLUCCI CONQUISTA VITÓRIA NO TROFÉU BRASIL
O Troféu Brasil de Triathlon aconteceu em 12 de maio, Dia das Mães. Numa disputa acirrada do começo ao fim, Reinaldo superou todos os seus limites e disputou a vitória milímetro a milímetro. O atleta, patrocinado pela Damha Urbanizadora, terminou o desafio em primeiro lugar, com 3 segundos de vantagem sobre Santiago Ascenço, segundo colocado, e dedicou a conquista à sua mãe, Vera. “Confesso que por um momento pensei que não seria possível vencer o Santiago, mas, mesmo assim, continuei forçando e dando meu melhor até o final, o que foi recompensado com a minha vitória, e isso me mostrou mais uma vez que não devemos nunca desistir dentro de uma competição!”, disse ele após a prova. Junho | Julho 2013
DamhaNews O que acontece na Damha
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Gastronomia Dona Onça
Os Sabores da Onça a pauliceia saboreia a combinação da comida brasileira com tempero caipira Texto: Décio Junior Fotos: Mauro Holanda
Delícia fácil de preparar em casa 52 | Estilo Damha
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Gastronomia Dona Onça
No comando com as mãos na massa (e nas carnes)
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gastronomia paulistana impressiona pela qualidade e pela variedade. Na cidade que não dorme, comida árabe tem. Chinesa, japonesa e francesa também tem. Argentina, uruguaia e espanhola não falta. Isso sem falar da italiana, da mexicana e, claro, da caipira. Sim, em São Paulo, no Bar da Dona Onça o chamariz é o tempero da roça paulista, aquele bem do interior, que vem do embrião de São José do Rio Pardo, cidade do aclamado chef Jefferson Rueda. Mas quem manda por essas bandas é Dona Onça, Janaina Rueda. Esposa de Jefferson, Janaina começou a carreira em casa sem os palpites do marido, que só resolveu intervir quando ela decidiu montar um bar. “Quando falei isso, ele me disse: ‘então agora vem aqui que eu vou te ensinar algumas coisas’, principalmente no preparo dos molhos, pois não uso nada industrializado”, conta. Aluna dedicada, Janaina já foi aclamada, recebeu prêmios e hoje comanda uma equipe de 21 pessoas que trabalha sob o olhar da Dona Onça. Mas, apesar do apelido carinhoso que ganhou do marido, Janaina Junho | Julho 2013
é adorável, divertida, agradável, extremamente gentil e, acima de tudo, mulher, que se divide para cuidar da cozinha, dos filhos e do marido. O Bar da Dona Onça completa cinco anos em 2013. No cardápio paulista, ou caipira, um dos destaques é a famosa rabada, um dos pratos mais vendidos. A couve-flor por lá é à milanesa. O arroz, mexidinho com feijão. O feijão, tropeiro. A carne, moída. A couve, servida com farinha. Janaina explica que o interior paulista, em alguns momentos, se mistura com o mineiro, mas ela garante: “o nosso tempero é paulista”, fazendo referência à região de Rio PaRdo, assim mesmo, com o R bem foRte. Além dos pratos caipiras, o Bar da Dona Onça também oferece uma das melhores feijoadas da cidade, que ajuda a aquecer os sábados frios que já começam a dar as caras pela capital paulista. Para saborear esses e outros pratos, vale a pena visitar o Bar da Dona Onça. E para ficar com água na boca, acompanhe a receita que ela presenteia os leitores da Estilo Damha. Estilo Damha | 53
Gastronomia Dona Onça
Requinte e com temperos simples de casa
ROSBIFE CASEIRO COM SALADA DE BATATAS INGREDIENTES
MODO DE PREPARO
Para o rosbife 250 g de file mignon em formato de bastonete Sal a gosto Pimenta do reino a gosto 50 ml de azeite
Rosbife Em uma frigideira bem quente coloque o azeite, doure o filé mignon por 3 minutos de um lado, vire por mais 3 minutos do outro. Retire e deixe descansar por 5 minutos.
Para a salada 1 batata cozida em cubinhos aquecida ½ maçã verde cortada em brunoise ¼ de salsão cortado em brunoise 1 mandioquinha cozida, amassada e aquecida 1 colher de sopa de maionese 5 gotas de suco de limão 1 colher de sopa de salsinha picada Sal a gosto
Salada de batatas mornas Misture todos os ingredientes em um bowl e reserve. Fatie o rosbife em rodelas de 1 cm e sirva com a salada de batatas.
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ÚTIL: Bar da Dona Onça Av. Ipiranga, 200, República São Paulo, SP (11) 3129-7619
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Gastronomia Gourmet Tour Damha
GOURMET TOUR DAMHA Os sabores das cidades onde a Damha está presente Texto: Dirlene Ribeiro Martins
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s cidades podem ser conhecidas e apreciadas a partir de diversas perspectivas. Natureza, monumentos históricos e aventuras são algumas delas. Aqui, porém, propomos um tour alternativo. Embora os itens também encham os olhos, é o estômago quem fica mais satisfeito.
A ideia é conhecer alguns lugares a partir de um tour gastronômico e, para tal, escolhemos algumas cidades onde os empreendimentos Damha já estão presentes e na cidade onde está localizada sua sede (São Paulo). As opções vão desde deliciosos pratos típicos até despretensiosos lanches que chamam a atenção por suas histórias e curiosidades.
Aracaju/se Foto Filippe Araújo
Caranguejo: o saboroso crustáceo que mereceu uma passarela com seu nome Nossa viagem começa por Aracaju (SE) e por uma iguaria que é tão apreciada no local que até ganhou um espaço em sua homenagem. Estamos falando da Passarela do Caranguejo e, é claro, do crustáceo que leva esse nome. Os menos habituados talvez tenham dificuldade Junho | Julho 2013
em ultrapassar o obstáculo representado pela carapaça rígida do caranguejo, mas, ao provarem a carne branca, macia e salgadinha, verão que o esforço valeu a pena. Então, é bem capaz que se cansem de quebrar cascas por não querer parar de comer o petisco. Estilo Damha | 55
Gastronomia Gourmet Tour Damha
Campo Grande/ms
Foto: Jorge Almoas
Seguiremos agora até Campo Grande (MS) e, novamente, o prato contemplado é tão importante para a população que mereceu um monumento em frente ao Mercado Municipal e foi registrado pela prefeitura como o primeiro bem imaterial do patrimônio histórico e cultural da cidade. Trata-se do sobá, iguaria feita com macarrão cozido, carne suína (ou bovina), ovos em tiras e cebolinha, acompanhados de um caldo quente cuja base é o molho de soja. Essa delícia que não deixa dúvida da influência japonesa na cultura campo-grandense pode ser encontrada na Feira Central de Campo Grande.
Sobá: influência japonesa na culinária de Campo Grande
Já em Uberaba (MG), fica difícil escolher um único produto. Doces, queijos, temperos, são muitas as opções. Na dúvida, o melhor é passar no Mercado Municipal, uma construção em forma de octógono que fica na Praça Manoel Terra, e levar um pouco de cada coisa para se deleitar. Se estiver com um bocadinho de pressa e quiser pegar tudo num lugar só, a Banca do Edson é uma boa pedida.
Uberaba/mg
Foto: Divulgação
Banca do Edson: difícil escolher um só
Piracicaba/sp
Foto: Divulgação
Já em São Paulo, o destino é o interior do estado, para experimentar uma lenda, as famosas “Pamonhas, pamonhas, pamonhas; pamonhas de Piracicaba”, que ficaram conhecidas não só pelo jingle gravado na década de 1960, mas principalmente porque eram diferentes das fabricadas em Minas Gerais. “O puro creme de milho” não levava leite e era adoçado com açúcar cristal, além de a embalagem usada ser a própria palha do milho. Atual mente, porém, é difícil encontrar a iguaria fora da Festa do Milho Verde, que acontece sempre em março em Tanquinho, distrito de Piracicaba. Mas esse lapso, segundo a direção do Centro Rural de Tanquinho, está com os dias contados, pois em breve uma fábrica se encarregará de fornecer pamonha o ano todo, e com o tradicional sabor.
O puro creme de milho 56 | Estilo Damha
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Gastronomia Gourmet Tour Damha
Em seguida, a parada é em Bueno de Andrada, para provar o salgado que, em 2001, mereceu uma crônica do araraquarense Ignácio de Loyola Brandão. As coxinhas douradas, do Bar e Mercearia Freitas, comandado pelo simpático casal Paulo e Sônia Freitas, transformaram o pacato distrito de Araraquara (SP) em um ponto turístico da região. O segredo, segundo Ignácio de Loyola, está na “massa de batata crocante, recheio generoso, frango desfiado em quantidade, bem temperado”. E algumas coisas mudaram desde a primeira visita do cronista ao lugar. Agora, para quem não quiser se ater ao salgado tradicional, há outras dez opções de coxinhas, que vão desde a de camarão até a de brócolis.
Araraquara/sp
Foto: Dirlene Ribeiro Martins
Coxinhas douradas: só um cronista consegue descrever
São Carlos/sp
Foto: Dirlene Ribeiro Martins
Já em São Carlos (SP), a opção é pelo lanche, tão apreciado pelos milhares de estudantes que lotam repúblicas e lanchonetes da cidade. E, óbvio, para matar a fome dessa gurizada, quanto maior, melhor. Nesse quesito, o Trem Bão já detém um recorde, o de ter produzido o maior sanduíche comercializado do mundo, o Trem Godzilla, que, entre outros ingredientes, leva 26 kg de presunto e queijo, 100 hambúrgueres, 60 ovos, 7 kg de calabresa e 6 kg de cebola. E agora, segundo Ronei Pilla, um dos sócios da empresa, a próxima meta é entrar para o Guinness Book com o maior sanduíche do planeta, ultrapassando o lanche de quase uma tonelada produzido por uma lanchonete americana.
Trem Bão: o lanche de dois andares
ÚTIL: Feira Central Rua 14 de Julho, 3351 Campo Grande (MS) Quartas e sextas-feiras, a partir das 17 h, e aos sábados, a partir das 10 h
Centro Rural de Tanquinho Rua Américo Faganello, s/n (19) 3431-1266 Distrito de Tanquinho Piracicaba (SP) Finais de semana
Banca do Edson Mercado Municipal de Uberaba, Box 19/20, (34) 3333-2262 Pça Manoel Terra, s/n, Uberaba (MG) Segunda a sábado, das 6 h às 18 h, domingo, 6 h às 12 h
Bar e Mercearia Freitas Av. Nilo Rodrigues da Silva, 15 (16) 3335-4176 Distrito de Bueno de Andrada Araraquara, SP Terça a domingo, das 19 h às 22 h
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Passarela do Caranguejo Orla da Praia de Atalaia, Aracaju (SE) Trem Bão Burger & Grill (Trembão USP) Rua Carlos de Camargo Salles, 500, Jd. Lutfalla, São Carlos (SP) (16) 3501-4633 Domingo a quinta, das 18 h às 2 h, de sexta e sábado, das 18 h às 6 h Estilo Damha | 57
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são paulo para todos os gostos Pratos que, além de deliciosos, têm muita história para contar Texto e fotos: Dirlene Ribeiro Martins
Bisteca do Sujinho: porções generosas e suculentas
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a capital paulistana tudo é superlativo. É a cidade dos grandes números, das misturas, de tudo um pouco ou muito de tudo. São Paulo é um verdadeiro mosaico de culturas que se reflete diretamente em sua identidade e, óbvio, em sua cozinha. Afinal, estamos falando de um dos maiores centros gastronômicos do mundo. São 52 nacionalidades e regionalidades que podem 58 | Estilo Damha
ser observadas nos temperos e influências dos pratos. É só pensar em determinada culinária que São Paulo tem. Seja turista ou morador, sempre há algum prato que agrade e que caiba no bolso. Como seria difícil escolher um único prato que representasse a capital paulistana, optamos por algumas iguarias que inspiraram histórias curiosas ou que caíram no gosto popular. Junho | Julho 2013
Gastronomia Gourmet Tour Damha
Pernil do Estadão: o preferido dos jornalistas esfomeados
Bauru do Ponto Chic: quatro tipos de queijo derretidos em banho-maria
Yakissoba da Feirinha da Liberdade: vale2013 a pena enfrentar a fila Junho | Julho
É o caso da bisteca bovina do Sujinho, bar cuja história e tradição estão ligadas à boemia paulistana. Hoje, são cinco casas da rede, mas a primeira delas, que nasceu na Rua da Consolação, 2078, esquina com a Rua Maceió, é a mais conhecida. Quando abriu as portas, lá pela década de 1920, funcionava como um misto de boteco e armazém, mas logo começou a fazer sucesso pela bisteca de boi, preparada em brasa de carvão e servida em porções generosas. O nome Sujinho foi dado pelos próprios clientes e, o que poderia ser um antimarketing, funcionou bem e foi assumido pelos proprietários. Porém, a maior propaganda da casa foi feita pelo ex-presidente Lula, em 1994. Quando saía de uma churrascaria em Nova York, reclamou do filé de 60 dólares que havia comido e disse: “A bisteca do Sujinho é muito melhor”. Já no Bar e Lanches Estadão, boteco 24 horas que é um ícone da cidade, a dica é experimentar o suculento lanche de pernil, o item mais pedido do cardápio. Por dia, são consumidas 30 peças de pernil, que na versão tradicional vem acompanhado de cebola, tomate e pimentão, tudo envolvido pelo pão francês. O “pernil do Estadão”, como é mais conhecido, é uma referência ao jornal O Estado de S. Paulo, que ficava ao lado do bar nos anos 1970 e lotava o balcão com seus jornalistas esfomeados. Hoje, mesmo de madrugada, o local fica cheio de motoristas de táxi, policiais e boêmios em geral. Ainda no quesito lanche, vale a pena experimentar o bauru do Ponto Chic, bar inaugurado no Largo do Paissandu, em 1922, em plena efervescência da Semana de Arte Moderna. O sanduíche famoso só surgiria anos depois, quando o bar recebeu a visita de Casimiro Pinto Neto, que era conhecido na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, pelo apelido de “Bauru”. Ele era frequentador do Ponto Chic e, em uma noite de 1936, atrasado para uma partida de sinuca, pediu a um funcionário do local para montar o famoso lanche pela primeira vez. Ainda hoje, quem frequenta alguma das quatro lojas da rede, três na capital e uma em Ribeirão Preto, e pede um bauru, recebe abundante recheio de rosbife mais uma mistura de quatro tipos de queijo derretidos em banhomaria, fatias de tomate e pepino acomodados em um pão francês sem miolo. Depois dessa descrição é fácil entender por que muitos paulistanos esbravejam ao verem, em algum cardápio, um bauru montado com presunto, queijo, tomate e orégano.
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Sanduíche de mortadela do Mercadão: o que tem menos é o pão
Quem não se incomoda em comer em pé, encostado em muros ou até sentado na escadaria do metrô, tem no yakissoba da Feirinha da Liberdade, que acontece na praça e bairro de mesmo nome, uma boa opção. A fila é enorme, mas a eficiência dos atendentes faz com que ela ande bem rápido. Além disso, a primeira garfada (para quem não tem intimidade com o hashi) leva embora qualquer incômodo. O preço também é convidativo (o marmitex pequeno R$ 12,00 e o grande, R$ 14,00), e o fato de ficar bem próximo ao metrô ajuda na locomoção. E já que se está por lá, é uma boa ideia aproveitar para conhecer as outras barracas, tomar um suco natural (o de goiaba é muito bom!) ou um saquê (cerveja também tem, é claro) e fechar o almoço com um doce de feijão, chamado azuki, uma das sobremesas preferidas por quem frequenta a Feira. Por fim, mas não menos famoso, temos o sanduíche de mortadela do Mercadão. O lugar escolhido para apreciar a iguaria é o Bar do Mané, que está ali desde a inauguração do Mercado Municipal Paulistano, em 1933, e é responsável por criar, na década de 1970, o lanche que atrai milhões de pessoas todos os anos. Quem pede o lanche se depara com nada menos do que 250 g de mortadela, então, não é por acaso que o lema no Bar é “aqui, o que tem menos é o pão”. Ainda no Mercadão, é divertido parar nas barracas (são 275 boxes ao todo) e observar bem os produtos, tirar dúvidas, conhecer novos ingredientes e, claro, degustar. Mas é bom estar preparado para encontrar muita gente que teve a mesma ideia. Diariamente, circulam por lá de 11.000 a 25 000 pessoas. 60 | Estilo Damha
ÚTIL: Restaurante Sujinho Rua da Consolação, 2078 (11) 3231-5207 Todos os dias, das 12 h às 5 da madrugada Bar e Lanches Estadão Viaduto 9 de Julho, 193, Centro (11) 3257-7121 Atendimento 24 horas Ponto Chic Largo do Paissandu, 27, República, (11) 3222-6528 Seg. a sábado, das 10 h às 22 h Feira de Arte, Artesanato e Cultura da Liberdade Praça da Liberdade, s/n, Liberdade, (11) 3208-5090 Sábado, das 9 h às 18h, domingo, das 9 às 19 h Bar do Mané Mercado Municipal Paulistano, Rua da Cantareira, 306, E-14, (11) 3228-2141 Todos os dias, das 4 h às 17 Junho | Julho 2013
ColunaEconomia Eduardo Amuri
A IMPULSIVIDADE POSITIVA Foto: Divulgação
O melhor momento para promover qualquer mudança é sempre o “agora”
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randes fatos acontecem por conta da nossa impulsividade. Namoros começam e terminam, carros são comprados, ofensas são ditas. No geral, a impulsividade é tida como algo ruim. Mas e se pudéssemos tirar proveito dela para melhorar nossa vida financeira? E se pudéssemos utilizar o impulso para criar bons hábitos? Se você optou por ler este texto (e se você já chegou até aqui), é bem provável que tenha interesse, mesmo que mínimo, em melhorar sua relação com o dinheiro de alguma forma. Essa vontade existe agora, mas pode sumir daqui algumas horas. Por isso, o melhor momento para promover qualquer mudança é sempre o “agora”. Não existe força de vontade futura. O regime pensado no sábado com promessa de ser colocado em prática na segunda-feira tem grandes chances de nem começar. Nosso “eu do futuro” terá outras preocupações. Ele nem se lembrará da tal promessa. Trazendo para o viés financeiro, sobram opções. Quando você estiver analisando seu extrato e perceber que tem mais dinheiro do que imaginava que tinha, transfira essa sobra para a poupança, na hora. Aproveite o cenário favorável, você já está sentado no computador, seu internet banking já está aberto, a mobilização é pequena. Se o dinheiro fizer falta mais para
a frente, você resgata, mas, a princípio, separe. Geralmente, após lermos um texto que fala sobre organização financeira estamos motivados a tomar alguma providência. Se o chamariz da vitrine nos faz comprar o que não planejamos, por que não utilizar a reflexão causada por um texto para motivar uma ação que reconhecemos como benéfica? Outras ações menos diretas, mas igualmente eficientes, podem ser tomadas sempre que essa boa vontade surgir. Não necessariamente conseguiremos reduzir gastos que já temos, mas podemos, com relativa facilidade, eliminar gatilhos de compra. São pequenos cenários e situações na nossa rotina que disfarçadamente nos impulsionam a gastar mais. Geralmente é um gasto bobo, com algo que não agrega tanto assim, que não nos fará falta. Podemos cancelar a assinatura de uma newsletter que nos envia ofertas de coisas que não precisamos todo santo dia, por exemplo, ou podemos finalmente tomar coragem para ligar para a operadora de celular e optar por um plano mais simples, que já atende ao que necessitamos. O mesmo vale para planos de TV por assinatura. Muitas vezes, o que precisa ser feito já está bem claro, falta só deixar a preguiça de lado e agir. Mais do que grandes sacadas e teorias econômicas, o que compõe uma vida financeira próspera são as pequenas ações.
Eduardo Amuri - Formado em psicologia econômica, escreve sobre finanças e comportamento também no PapodeHomem (papodehomem.com.br) e no Dinheirama (dinheirama.com). Junho | Julho 2013
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ColunaGastronomia Márcio Moreira
ALIMENTE O BOM HUMOR
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ecidi inspirar minha primeira coluna na Estilo Damha com um tema que está diretamente relacionado às nossas vidas, afinal, quem pode dizer que nunca acordou de mau humor ou perdeu a paciência com alguma coisa e acabou tendo um dia “daqueles”? Poucas pessoas sabem, mas alguns alimentos têm o poder mágico de melhorar o humor e nos deixar mais alegres. Se para você o simples fato de se preparar para uma boa refeição já é suficiente para abrir um sorriso, imagine poder escolher alimentos que mudam a química do cérebro e melhoram o humor. Alguém lhe disse, por exemplo, que alimentos verdes ajudam a combater a tristeza e que, para superar essa “fase ruim”, você pode estar precisando de um bom prato de espinafre? A deficiência no consumo de ácido fólico (presente principalmente em folhas verdes e leguminosas) leva a variações no humor que podem chegar à depressão. Além disso, para manter o ânimo, controlar a ansiedade e ativar os neurotransmissores reguladores do humor é necessária uma boa dose de ômega 3 e selênio, encontrados nas nozes, castanhas e peixes, enquanto o zinco, presente nos frutos do mar, arroz, bananas e laranjas, pode contribuir para o bom humor porque sua ação estimula as células nervosas. O triptofano está relacionado ao controle do sono, do ânimo e do bem-estar. Se você não passa um dia sem um
Foto: Divulgação
Alguns alimentos têm o poder mágico de nos deixar mais alegres
pedacinho de chocolate (que contém doses generosas do aminoácido) sabe do que estou falando. Felizmente, pode ser encontrado também em outros alimentos deliciosos e menos calóricos, como queijo cottage, tofu, feijão e grão-de-bico. Café da manhã é um item indispensável para repor os açúcares consumidos durante o sono, controlando o mau humor e a ansiedade, mas ranzinzas crônicos precisam também colocar em dia as doses de vitamina B, necessárias para aproveitar os carboidratos na condução dos impulsos nervosos e controle da depressão. É preciso também investir no consumo de minerais presentes em sementes e castanhas oleaginosas. Para completar, que tal consumir alguns minerais? As sementes de abóbora torradas, por exemplo, são uma forma de combater a vontade de sair por aí quebrando tudo, uma vez que são ricas em magnésio e potássio, elementos básicos essenciais para o aproveitamento da energia e para manter a fadiga bem longe. Esses elementos também são encontrados em outras sementes e em castanhas oleaginosas em geral – de quebra, são ricas em cobre, que funciona como “combustível celular”. Se o melhor a fazer é aproveitar a fome para saciar-se e recuperar o bom humor, eu não ia deixar você assim, sem uma ótima receita, fácil e prática, para recarregar as energias. Aprecie a felicidade sem moderação. Bom apetite!
Marcio Moreira – O chef Marcio Moreira, do alto dos seus 20 anos da área da gastronomia, detém vasta experiênca acumulada no mundo dos sabores e é essa bagagem que lhe permite hoje prestar serviços pela empresa 2M Soluções Gastronômicas para restaurantes e rede hoteleira, ministrando palestras e oficinas em boa parte do país. O chef destacou-se durante 7 anos como coordenador e chef de cozinha da culinária do programa Mais Você da Rede Globo, pela sua capacidade de criar pratos com sabores do nosso Brasil. 62 | Estilo Damha
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ColunaGastronomia
Foto: Divulgação
Dica do Chef: BADEJO ALEGRIA
Márcio Moreira
INGREDIENTES Peixe 2 lombos (250 g cada) de badejo, cherne ou namorado com pele Sal e pimenta do reino branca a gosto Azeite Pesto 170 g de azeitonas pretas sem caroço 1 dente de alho pequeno 50 g de castanhas-do-pará tostadas 50 g de parmesão 50 g de mostarda dijon em grãos 100 ml de azeite Sal e pimenta a gosto
Refogado de Acelga 1 colher (sobremesa) de manteiga 1 colher (sopa) de cebola picadinha 1 dente de alho picadinho ½ xícara (chá) de lentilha cozida “al dente” em água e sal 150 g de acelga cortada em partes 80 g de tomate cereja cortado ao meio 20 ml de caldo de frango 50 g de castanha de caju triturada Folhas de hortelã picadas Sal e pimenta do reino
MODO DE PREPARO Peixe Tempere o peixe com sal e pimenta do reino e grelhe por 3 minutos de cada lado com pouco azeite em frigideira antiaderente. Mantenha no forno aquecido a 180ºC por 5 minutos. Refogado de Acelga Numa frigideira em fogo médio coloque a manteiga e refogue a cebola e o alho, junte a lentilha, a acelga e o tomate. Cozinhe até murchar. Acrescente o caldo de frango. Polvilhe as folhas de hortelã picadas e a castanha de caju e tempere com sal e pimenta do reino. Junho | Julho 2013
Pesto Bata todos os ingredientes no liquidificador. Mantenha na geladeira. Montagem Num prato fundo coloque o refogado e, por cima, o lombo do peixe grelhado. Faça uma quenelle com o pesto e disponha sobre o peixe. Sirva imediatamente. Rende 2 porções.
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EspecialFérias Férias x Filhos
FÉRIAS ESCOLARES: ÉPOCA DE TENTAR COISAS NOVAS Envolver os filhos no planejamento das férias é uma boa ideia Texto: Dirlene Ribeiro Martins Fotos: Divulgação
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s férias de julho estão chegando e, para muitas famílias, principalmente aquelas em que há crianças pequenas, pode ser uma época de problemas na rotina familiar. Os pais ficam divididos entre os compromissos de trabalho e sociais e os desejos dos filhos de aproveitarem ao máximo os dias sem aula. Para crianças e jovens é uma delícia poder acordar mais tarde, sem se preocupar com horários ou tarefas, e ficar mais tempo em frente ao computador ou à TV, por exem64 | Estilo Damha
plo. Aliás, nos primeiros dias de recesso escolar, é justamente aos eletrônicos que eles recorrem. Mas, por incrível que pareça, até isso cansa. E é nesse momento que podem surgir conflitos entre o que os filhos desejam fazer e o que os pais querem deixar ou podem acompanhar. Embora alguns filhos não se importem, ou até desejem, ficar em casa, com ou sem a presença de um adulto, para alguns pais isso é motivo de preocupação. Então, existem as opções tradicionais: os acampamentos, as férias na casa de outros parentes, os cursos de “férias”. Junho | Julho 2013
EspecialFérias Filhos
Mudança na rotina A cirurgiã dentista Daniela Nussbaumer, de Campo Grande (MS), acredita que a mudança na rotina durante o recesso escolar tem suas vantagens, pois os pais também tiram “férias” do vaivém de uma aula para outra dos filhos. Ela e o marido, o engenheiro Filinto, gostariam de poder compartilhar o mesmo período de férias dos filhos, mas, como não é possível, conciliam atividades que podem realizar nos finais de semana juntos e também incentivam o convívio com os avós. Aliás, a visita aos avós, que moram no Rio Grande do Sul, é a primeira e obrigatória etapa de todas as férias. “Na casa de veraneio dos avós, a criançada se diverte com banho de rio, piscina, caiaques, pedalinhos, lanchas, caminhadas ecológicas, pescarias”, conta Danie-
la. A criançada, no caso, sãos os filhos Henrique, de 12 anos, e Valentina, de 8 anos. Daniela reconhece que os ajustes na casa recém-inaugurada no Residencial Damha II, em Campo Grande, e o fato de ela e um grupo de amigos terem assumido a diretoria da associação de moradores não têm permitido viagens muito longas, mas isso não representa um problema, porque a família apela para a criatividade. “Sempre que possível, realizamos viagens curtas, de finais de semana, aos principais paraísos da região, como ao Pantanal do Mato Grosso do Sul, à Fazenda São José, onde meus filhos entram em contato constante com a natureza e aprendem a cuidar do seu patrimônio”, diz.
Daniela Nussbaumer em pescaria com os filhos e parentes Junho | Julho 2013
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EspecialFérias Filhos
A psicóloga Daniela com o marido e os filhos no zoológico Para a cirurgiã dentista, um prazer especial é poder juntar amigos, tios e avós para pescarias que duram o dia inteiro: “A visão dos cardumes é maravilhosa e a sensação das crianças ao fisgarem um peixe grande é indescritível!”. Além disso, como o residencial proporciona várias opções de lazer e o casal gosta de casa cheia, incentivam os filhos a chamarem os amigos. “As férias também clamam por um cineminha com pipoca, uma farra na piscina e pizza com a galera da escola. Festa do pijama, então, é toda a semana!”, conta. Já a psicóloga Daniela Lacerda, mãe de Pedro, de 7 anos, e de Helena, de 2 anos, procura, junto como marido, Anderson, se organizar para passarem pelo menos 20 dias fora de casa durante as férias das crianças, indepen66 | Estilo Damha
dentemente de ser uma viagem longe ou perto de onde moram, Campinas (SP). “Acreditamos que mudar a rotina durante pelo menos 20 dias por ano, organizar a rotina de outra forma, ir a outros lugares, nos faz conseguir avaliar o que estamos fazendo, nos dá a possibilidade de mudar ou continuar aquilo que nos faz bem”, explica. A prioridade do casal campineiro é que o entretenimento das crianças se dê fora de casa, seja com sol, chuva, frio ou calor, até para que os filhos possam reconhecer cada época do ano por meio da natureza. “Descobrimos que brincar em parques, com coisas da natureza, é o que mais tranquiliza uma criança. Diferentemente dos meios eletrônicos, como TV, computador, videogames, que deixam as crianças mais agitadas”, diz a psicóloga. Junho | Julho 2013
EspecialFérias Filhos
Equilíbrio entre as diversas atividades Maria Irene Maluf, especialista em psicopedagogia e em educação especial, defende que as crianças devem ser levadas a compreender, por meio de conversas amistosas e realistas, adequadas à sua etapa de crescimento, que nem todos os pais podem arcar com viagens longas e nem sempre eles poderão estar juntos. Mas precisam perceber, também, que as férias podem ser um bom período para aprenderem coisas interessantes e para serem mais independentes e maduros. Uma boa ideia, segundo Irene, é envolver as crianças e os jovens no planejamento das férias e procurar equilibrar dias e horários reservados para atividades dirigidas, obrigatórias, que serão cobradas pelos pais, e um tempo livre em que entram brincadeiras, visitas, passeios, viagens, computador, jogos, esportes, leitura, cinema, etc. (Na seção Varal, trazemos algumas dicas de livros e filmes que podem agradar tantos às crianças e jovens quanto aos adultos.) Irene acredita que as tarefas dirigidas são instrutivas, uma vez que criam hábitos ao longo do tempo. Entre elas
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está a sempre necessária arrumação de armários, do material escolar, brinquedos, roupas, uniformes, etc. “Os pequenos podem participar junto com os irmãos mais velhos ou um adulto da tarefa. Ainda podem escrever (ou desenhar) as etiquetas para as gavetas, consertar caixas de brinquedos com fita adesiva, separar brinquedos que não usam mais... Já os mais velhos têm aí a oportunidade de começar a aprender a se cuidar nas ruas, a pegar um táxi, metrô, ônibus, e, já que podem começar a ir e vir sozinhos, após uns dias de supervisão, podem ir ao dentista, por exemplo, ou fazer alguma compra”, explica. A psicopedagoga sugere ainda que os pais se reúnam com vizinhos que tenham filhos da mesma faixa etária e contratem um recreacionista para passar um período do dia com as crianças no playground ou no salão de festas do condomínio. “As brincadeiras, os jogos, os esportes poderão ser dirigidos e muita experiência boa vai acontecer com certeza! Assim, os pais trabalharão mais sossegados e as férias da criança serão instigantes e divertidas, como se ela fosse a uma festa diariamente!”, diz.
Crianças se divertem com segurança nos residenciais Damha
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EditorialModa
MUITA COR PARA NOSSO
INVERNO TROPICAL! Estampas e cores tornam nosso inverno menos sóbrio e sisudo
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bençoado o país que vive em cores nos 365 dias – vantagem dos trópicos. Mesmo seguindo as tendências das passarelas internacionais, temos total permissão para usar e abusar de cores e estampas, assim, nosso inverno torna-se menos sóbrio e sisudo. A elegância característica da estação mais fria do ano fica a cargo dos tecidos nobres, das sedas pesadas como o shantung e da intensidade dos tons de verde, azul e vermelho, sempre mais fechados. Complementos como maxicolares e sobreposições transmitem a sensação de liberdade na hora de compor o visual, sobretudo em situações de maior descontração. Estampas orientais, grafismos em preto e branco e outras informações étnicas aparecem em saias, vestidos e na volta triunfal do terno, um tema à parte nas coleções. Presença obrigatória nos guarda-roupas corporativos, ele retorna à cena para derrubar o mito de composição”engessada”: os modelitos atuais são coloridos ou estampados e com corte feminino, mas não romântico. Assim se apresentam também os detalhes de babados e pregas, com foco na estrutura e arquitetura dos cortes. Calças de corte reto e pantalonas desfilam na mesma proporção, e a pele fake, politicamente correta, ainda se faz presente em detalhes de golas e barras. Casacos amplos cumprem o papel de proteção, mas em tons claros e, em muitas ocasiões, diretamente sobre a pele, fazendo as vezes de paletós – um charme à parte para quem gosta de inovar. Além deles, o sobretudo sem gola ressurge em revival dos anos 60. Finalizando as produções, tanto maxibolsas como clutches se unem a botas, scarpins altíssimos e sapatilhas: nada mais eclético! 68 | Estilo Damha
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EditorialModa
Burgundy, vinho, bordeaux. Seja qual for a designação, os tons de vermelho queimado reaparecem como forte tendência, acompanhados de detalhes, recortes e estampas.
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EditorialModa Azul-cobalto em detalhes de babados ou com informação esportiva: menos romantismo e mais estrutura. Visual clean e monocromåtico. Malhas coloridas para o inverno masculino.
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EditorialModa Aplausos para as estampas e grafismos, que deixam as composições mais divertidas e sofisticadas, em contraste com as produções monocromáticas. Casacos sem gola figuram entre os mais-mais da estação.
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O tradicional preto e branco vira febre e permite o mix de texturas e estampas, respeitando a proporção entre elas. Um clássico revisitado para qualquer ocasião.
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EditorialModa
Modelos: Pietra Servolo – MEGA MODEL Gustavo Veraz Fotos: Valente/casadeidéias Assistente: Dino Pesquisa, produção e texto: Mônica Abed Zaher Mônica Zaher Consultoria de Imagem Colaboração: Sépia Calçados (Araraquara) Arezzo (Araraquara)
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ColunaModa Juliana Cordeiro
VESTIR-SE VAI MUITO ALÉM DE COBRIR O CORPO Foto: Divulgação
Algumas mulheres ressaltam o que têm de melhor e não perdem tempo com autopiedade
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á notaram que algumas mulheres fazem a gente parar por alguns segundos, checar tudo o que elas estão usando e querer fazer igual? Algumas de nós nascem com a incrível habilidade de juntar peças aparentemente desconexas e transformá-las em visuais harmônicos, cheios de charme e com muita personalidade. São dessas mulheres que entram nas lojas e, sem se perder ou se afobar diante de todas aquelas roupas penduradas, enxergam possibilidades e sabem exatamente o que comprar. Elas abrem o guarda-roupa e em segundos identificam o que vestir com calma e precisão. Essas mulheres são ainda capazes de tirar amigas de uma fria em situações de emergência, como um primeiro encontro, uma festa da empresa, um casamento. Elas dançam conforme a música, estão sempre adequadas e sempre nos surpreendem com sua infindável criatividade no vestir. O que será que elas têm de tão especial? Prática, autoconhecimento, vontade de aprender. Essas mulheres, ainda que tenham nascido com certa habilidade, dedicam parte do seu tempo cuidando de si mesmas, conhecendo seus gostos e desgostos. Dedicam-se a entender a imagem que querem que os outros tenham delas. Ocupam-se da prática do vestir-se bem. Fazem testes de cores possíveis para o seu tom de pele. Olham-se no espelho de todos os ângulos possíveis sem se perder nas imperfeições, apesar de saber de cada uma delas. Para elas, o mais importante é ressaltar o que têm de melhor e não perder tempo com autopieda-
de. É algo como aquela frase que diz que, “se não gosta do seu quadril, coloque uma melancia na cabeça”. Fúteis??? Não, inteligentes. Sabem que vivemos em uma sociedade visual, que explora e remunera muito bem a imagem. Estamos na era das aparências e eu não pretendo hoje entrar no mérito do certo ou do errado. Fato é que assim está o mundo e podemos competir de igual para igual, aliando competência e apresentação pessoal. Essa mulher entende que não há uma segunda chance para a tal primeira boa impressão e, se vai ser julgada, que seja tida como competente. E o que as roupas têm a ver com isso? Tudo. As roupas são a nossa segunda pele e, além de proteção, são a expressão de nossa personalidade. São formas de comunicação não verbal que podem nos ajudar a transmitir a mensagem que queremos que seja compreendida e aceita. A falta de coerência entre o que dizemos e o que vestimos pode gerar ruídos na comunicação. Confusão mesmo entre o que se ouve e o que se vê. As mulheres deste texto aprenderam a escutar o guarda-roupa e não tentam ser como as outras. Elas sabem que têm seu próprio valor, aprenderam a andar de cabeça erguida e a assumir quem são sem crises (sem contar as do período menstrual). Quando cruzar com uma mulher assim e bater aquela vontade típica feminina de sentir inveja, não a maldiga, imite-a. Pare para admirar e aprender com ela a ser mais feliz dentro do seu corpo. Faça com que seu corpo deixe de ser apenas a sua casa e o transforme em um lar.
Juliana Cordeiro – Formada em Direito, descobriu a moda como profissão quando morou em Florença, na Itália. Escreve também no site Sem Espartilhos (semespartilhos.com.br), colabora com o blog Sobre a Vida, o portal Papo de Homem e o PepperBlog e é figurinista do programa Escolhas da Vida da Rede Vida. Junho | Julho 2013
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EditorialModa
Gรณtico
chic Neste inverno, acessรณrios gรณticos ressurgem das cinzas com forรงa e luxo
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EditorialAcessรณrios
Vestido: Marcelo Quadros Casquete: Philip Treacy Luvas: Max Mara Acessรณrios: Bossa Bijoux Junho | Julho 2013
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EditorialModa
Chapéu: Bossa Vestido: Marcelo Quadros Luvas: Max Mara Acessórios: Bossa Bijoux 80 | Estilo Damha
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EditorialModa
Vestido: Marcelo Quadros Colete: Bossa Furs Acessรณrios: Bossa Bijoux Junho | Julho 2013
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Vestido: Marcelo Quadros Luvas: Max Mara Clutch: Bossa 82 | Estilo Damha
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Camisa: Carlos Miele Lenรงo e Saia: Bossa Cinto: Alexander McQueen Acessรณrios: Bossa Bijoux Junho | Julho 2013
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Camisa: Valentino Clutch: Bossa
Modelo: Stephani Pozzi Fotógrafo: Walter Fukuhara Beleza: Reginaldo Ferragini Produção: Breno Meneghelli Leandro Meneghelli Stylist: Larissa Mariano Texto: Junior Petroneri
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ColunaComportamento Mara Behlau
O SUCESSO E O BEM-ESTAR Foto: Divulgação
É preciso aprender a dar um novo significado a algo negativo que nos aconteceu, atribuindo outro sentido a essa experiência difícil
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odos nos lembramos de algum colega brilhante nos estudos, mas que não se destacou da forma esperada na vida. Ficamos sem entender e até surpresos, porque acreditávamos que seu QI privilegiado fosse levá-lo facilmente ao sucesso. Contudo, há muito mais no conceito de inteligência do que notas altas e bom desempenho em questões verbais, matemáticas ou conceitos espaciais. Desde a década de 1980 discutem-se as inteligências múltiplas, uma teoria proposta pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner, que vai muito além da inteligência acadêmica. Segundo essa teoria, temos tendências individuais que se configuram em certos tipos de inteligência, como a linguística, a musical, a lógica/matemática, a visual/espacial e a interpessoal, entre outras. Quanto à relação entre a inteligência e o ser bem-sucedido na vida, pesquisas demonstram que o quociente de inteligência, conhecido como QI, é responsável por apenas 1% a 20% do sucesso que as pessoas alcançam. Já o Quociente Emocional, abreviado como QE, responde por 27% a 45% do êxito profissional. Somente isso já deveria ser motivo suficiente para procurarmos compreender o que é a inteligência emocional. Embora haja várias definições, a inteligência emocional pode ser compreendida como a habilidade de perceber nossas emoções e as dos outros, e de lidar com elas, levando esses dados em consideração quando nos relacionamos e tomamos decisões. Assim, a inteligência emocional é um conjunto de habilidades emocionais e sociais, caracterizadas por como nos percebemos; como nos expressamos; como desenvolvemos e mantemos relações sociais que sejam mutuamente satisfatórias; como lidamos com desafios; e como usamos informações emocionais de modo efetivo e significativo para gerenciarmos o estresse.
Ao contrário do QI, que não se modifica e tem seu ápice ao redor dos 17 anos, o QE cresce ao longo da vida e só se reduz com a aposentadoria, o que reforça a importância das relações humanas no trabalho. Homens e mulheres têm a mesma pontuação média do QE, porém, os resultados em algumas habilidades específicas podem ser diferentes, como, por exemplo, mulheres terem mais empatia e homens, melhor habilidade para tolerar o estresse. Pelo fato de essa inteligência ser variável, é possível investir ativamente em seu aumento, o que pode contribuir para o resultado profissional e a sensação de bem-estar. Lidar com emoções é um desafio que pode ser vencido e uma das estratégias mais poderosas para isso é aprender a ressignificar os eventos difíceis, que nos impactam negativamente. Ressignificar é dar um novo significado a algo negativo que nos aconteceu, atribuindo outro sentido a essa experiência difícil. Para tanto, podemos usar três estratégias: analisar o que ocorreu de modo menos negativo; reordenar a importância que esse fato teve em nossa vida; ou valorizar o que aprendemos e como amadurecemos com isso. Pesquisas científicas comparando pessoas que ressignificam as emoções com aquelas que as reprimem demonstraram que as primeiras são mais otimistas, exercem maior controle sobre o ambiente, têm maiores chances de construir relações positivas e alcançam maior satisfação na vida. Assim, um bom passo para aumentar a inteligência emocional e ser mais feliz no trabalho e em casa é identificar as próprias emoções, reconhecer e valorizar as emoções dos outros e ressignificar os eventos difíceis. Com isso criamos condições para o cérebro enfrentar desafios e resolver problemas.
Mara Behlau – Fonoaudióloga e doutora em Distúrbios da Comunicação Humana, consultora e coach certificada pelo Neuroleadership Group (NLG). Professora de Comunicação para Negócios no INSPER e também docente do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana na UNIFESP. Qualificada no instrumento Emotional Quocient Inteligence – EQi-2.0. Junho | Julho 2013
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NossaCapa
Foto: Christian Gaul
Frejat
T A J E R F # 86 | Estilo Damha
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NossaCapa Frejat
A carreira musical de Roberto Frejat é marcada por grandes sucessos. A parceria com importantes nomes da MPB, o comando do Barão Vermelho com a saída de Cazuza e a paixão pelo trabalho são os elementos que fazem dele esse rockeiro apaixonado e influenciado por Deep Purple, Led Zeppelin, Mutantes, Novos Baianos e Cartola.
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De copiloto do Barão ao sucesso da carreira solo
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á muito mais do que uma parceria com Cazuza na personalidade musical desse artista, que desde criança sabia que iria ser músico, apesar do “chato” professor de violão que o acompanhara aos 10 anos de idade. Logo descobriu que teria de se dedicar muito para construir um alicerce forte para decolar e sustentar sua carreira. Traçou planos de voo, deixou de ser copiloto para assumir o comando do Barão Vermelho com a saída de Cazuza. Ganhou prêmios, buscou novos parceiros, transformou-se em intérprete e hoje vive “A Tal da Felicidade”. E esse é seu grande barato, garante Frejat em entrevista exclusiva à revista Estilo Damha. E esse grande barato tem se tornado motivo de celebração. No ano passado, para comemorar os 30 anos do Barão Vermelho, Frejat reuniu os amigos Guto Goffi (bateria), Rodrigo Santos (baixo) e Fernando Magalhães (bateria) para uma turnê de mais de 20 shows pelo Brasil, que começou e terminou no Rio de Janeiro. O show intitulado “+1 dose”, que teve também a participação de Peninha e do tecladista Maurício Barros, fez o público das antigas delirar ao som de uma das maiores bandas da história do rock nacional, mas permitiu também a muita gente nova viver a volta do Barão. “Foi uma delícia essa turnê, e a presença do público jovem, maior que nosso público anterior, foi muito gratificante, pois pudemos perceber que a gente ainda desperta curiosidade nas pessoas, no sentido de querer conhecer esse trabalho. É aquela coisa do mito, você poder dizer ‘eu vi o Barão Vermelho tocar, você não viu’, e de repente as pessoas têm essa chance de celebrar isso de novo. Tivemos noites memoráveis e um momento de harmonia entre nós, de estarmos curtindo tocar juntos”, conta Frejat. A turnê passou ainda pelo Circo Voador, memorável palco da primeira apresentação de muitas bandas que marcaram o rock dos anos 80. Mas quem não aproveitou a festa vai ter de esperar, Frejat garante que os integrantes do Barão estão focados em projetos próprios e que um novo reencontro só deve acontecer em outra ocasião muito especial. “O Barão entrou nesse estágio celebratório de uma obra que foi super bem construída e que tem o privilégio de ter o carinho do público. Então, o barato foi reencontrar para celebrar essa obra. Pontualmente, pode surgir uma música que a gente decida gravar juntos, mas eu não vejo isso num horizonte próximo. E eu prefiro não macular a obra, acho que está bom do jeito que está”, diz.
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NossaCapa Frejat
O poeta está vivo
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be que o Rogerinho [Flausino, do Jota Quest] era muito fissurado no Barão e também no Cazuza e sugeri ainda uma banda mais nova, mas que não posso anunciar, pois estou aguardando uma confirmação”. Outro ícone do rock nacional a participar da homenagem é o Titã Paulo Miklos. “Um intérprete de quem sempre gostamos. A voz do Paulo chamou a atenção, minha e do Cazuza, desde quando ouvimos os Titãs pela primeira vez”, relembra. Bebel Gilberto, parceira e amiga de Cazuza, deve subir ao palco para cantar Preciso dizer que te amo: “A Bebel é uma convidada que vem pelas ligações autorais. E tem todo um lado mais bossa nova, mais MPB, que está presente junto com o Cazuza”.
Foto: Christian Gaul
ão basta estar vivo, é preciso ser lembrado. E coube a Frejat a responsabilidade de ser o curador da homenagem que o Rock in Rio vai fazer a Cazuza na primeira noite do festival este ano. Ele não confirmou se vai se apresentar, mas deixou certo de que em algum momento aparecerá pelo menos ao lado dos convidados que ele está escolhendo com todo cuidado: “Estamos pensando em pessoas relevantes na época do Cazuza ou em pessoas da fase anterior à dele, como é o caso do Ney [Matogrosso], mas ao mesmo tempo em algumas pessoas que eu acho que são relevantes para cantar a obra dele [Cazuza]. No caso da geração dos anos 90, eu sempre sou-
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O Novo Rock in Rio
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Foto: Christian Gaul
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existência de outros espaços é um modelo que acompanha outros festivais ao redor do mundo”, garante o cantor. “O Rock in Rio passou por uma grande transformação, principalmente depois de 2011. O Rio respira o festival, tudo muda por conta dele, coisa que só havia acontecido na primeira edição por conta do ineditismo.” E é justamente por mobilizar as pessoas de um modo geral que outras atrações foram incluídas no Rock in Rio: “Até 2001 tinha um perfil. As pessoas iam para assistir ao show que estava acontecendo, mas havia uma tenda eletrônica porque esse estilo musical estava muito forte na época. A partir de 2011, o festival se aproximou de alguma maneira de outros festivais internacionais. Você tem o palco RockStreet, com apresentações mais pontuais para quem está circulando por ali. Você tem o Palco Sunset, que é o palco mais sugestivo no sentido de promover encontros, e o Palco Mundo, onde estão os artistas já estabelecidos, que são os medalhões, fazendo suas apresentações”. Frejat, no entanto, reconhece que não se trata de um festival essencialmente rockeiro. “Como dizia Ezequiel [Neves, produtor da gravadora Som Livre e produtor do Barão Vermelho], é uma faca de três legumes. Tem um processo de ampliação dos gêneros musicais e isso também é uma tendência mundial. Hoje não tem nenhum tipo de música tão preponderante pra fazer um único e exclusivo festival dela nesse nível de grandeza. O Rock in Rio é um festival de rock? Também, mas tem momentos em que ele não é só rock. Se o Iron Maiden estiver tocando, ele é um grande festival de rock, mas se a Ivete Sangalo estiver cantando, não é um festival de rock. Mas, de qualquer maneira, ele é um grande evento, e isso é uma tendência mundial que se incorporou de maneira mais forte no Brasil do que em qualquer outro lugar do planeta”, argumenta. Quando se apresentou pela primeira vez num grande festival, que foi o Rock in Rio de 1985, Frejat, que na época era o guitarrista do Barão Vermelho liderado por Cazuza, não podia imaginar que o evento fosse ganhar outras dimensões, outros países e outros formatos. Nem mesmo que faria dele palco para uma de suas apresentações mais marcantes, que ficou registrada no CD/DVD Frejat ao Vivo no Rock in Rio, gravado em outubro de 2011 e que fez parte da turnê “A Tal da Felicidade”. “Esse conceito é meio permanente, eu gosto muito dele”, diz. “Gosto da ideia de ter um show que vai se diversificar com o decorrer do tempo. ‘A Tal da Felicidade’ tem essa ideia de um show festivo. Eu posso até criar um subtítulo, como, por exemplo, incluir o nome de uma música que esteja conduzindo o meu trabalho em certo momento, mas será sempre um show que gosto de fazer em grandes espaços, pois o público está a fim de se divertir e eu consigo, dentro da minha personalidade musical, criar com outras canções, garantindo a integridade musical.” E, para quem quiser se divertir, a apresentação de Frejat no Rock in Rio deste ano está marcada para o dia 20 de setembro, no Palco Mundo.
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NossaCapa
Foto Divulgação
Frejat
Atualmente a formação do Barão Vermelho é composta por Roberto Frejat (guitarra e voz), Fernando Magalhães (guitarra), Rodrigo Santos (baixo), Guto Goffi (bateria) e Peninha (percussão)
Conhecendo Roberto Frejat
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ão faça aos outros o que não queres que te faças.” Essa frase, destacada por Frejat em seu site revela uma de suas virtudes: ser justo. Justo, porém exigente como sempre foi, desde os tempos de Barão Vermelho, o que talvez tenha sido um importante pilar de sustentação de sua carreira e de seus sucessos ao longo de 30 anos, período em que muitas outras bandas, principalmente do pop rock dos anos 80, se perderam pelo caminho e caíram no ostracismo. Carioca, flamenguista e roqueiro, Frejat não se tornou um artista bairrista ou caricato. Na turnê comemorativa feita com o Barão Vermelho no ano passado, brasileiros de todos os cantos deram prova do carinho e admiração pelo cantor. Em Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo e em outros estados, o “+ 1 dose”, foi apresentado com ingressos esgotados e casa cheia. “Se tem uma coisa que não per90 | Estilo Damha
demos, foi o prazer de tocar juntos. E pudemos sentir isso nessa turnê e isso é o que o nosso público espera”. Outra característica de Frejat que certamente encanta os fãs é a sua diversidade musical. Não assume um gosto por um único estilo e, apesar das influências clássicas do rock progressivo, não deixou de lado as que vinham de casa como Tchicowsky, Nat King Cole e João Gilberto. Aliás, grandes nomes da MPB o inspiram. Frejat que já cantou Tim Maia, Roberto Carlos e até Bezerra da Silva, revela que gostaria de gravar com Adriana Calcanhoto, Fernanda Takai, Erasmo e Roberto. Parcerias que, se um dia acontecer, certamente vão agradar fãs de todos esses artistas. Mas enquanto se espera por novos projetos, sonhando também com um dia voltar a ver o velho Barão levantando voo, o jeito é acompanhar de perto o talento de Frejat. Seja como curador da homenagem a Cazuza no Rock in Rio deste ano, seja curtindo seus shows pelos palcos do Brasil, ou mesmo em casa, desfrutando de toda sua discografia e talento. Junho | Julho 2013
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Foto Divulgação
Frejat
Discografia Barão Vermelho
Discografia Frejat Amor pra Recomeçar – 2001 Sobre nós 2 e o Resto do Mundo – 2003 Intimidade entre estranhos – 2008 Perfil – 2009 Ao Vivo no Rock in Rio – 2012
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Barão Vermelho – 1982 Barão Vermelho 2 – 1983 Maior Abandonado – 1984 Declare Guerra – 1986 Rock’n Geral – 1987 Barão Vermelho Carnaval – 1988 Barão ao Vivo – 1989 Na calada da noite – 1990 Supermercado da vida – 1992 Carne Crua – 1994 Álbum – 1996 Puro Êxtase – 1998 Balada MTV - 1999 Barão Vermelho – 2004 MTV ao Vivo - 2005
Nos shows contam com a participação especial de Maurício Barros (teclados)
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BairroSustentável Ações da Damha Urbanizadora
Foto: Wilson Morticelli
CRIANÇAS E JOVENS PARTICIPAM DO PROJETO“Meu Olhar Cuidando do Meio Ambiente”
Jovens aprendem a valorizar seu olhar sobre o mundo
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iente da importância de seu papel no crescimento e desenvolvimento dos bairros próximos aos seus projetos, a Damha Urbanizadora criou o Programa “Bairro Sustentável”, que tem por objetivo desenvolver o empreendimento e o entorno no qual ele foi inserido conjuntamente e de forma sustentável, contribuindo com a qualidade de vida de toda a população. A atuação principal do programa é na requalificação e valorização urbana. Nos dias 6 e 7 de maio, cerca de 30 alunos da escola Albino Ferreira, na Cidade Ocidental (GO), participaram do projeto “Meu Olhar Cuidando do Meio Ambiente”, desenvolvido pela Associação Bairro Sustentável, criada pela Damha Urbanizadora. O objetivo do projeto é focar o olhar dos jovens locais para as questões ligadas ao meio 92 | Estilo Damha
ambiente, tais como descarte irregular do lixo. E, para tal, utilizou-se a fotografia. Os alunos foram instruídos no uso de máquinas digitais e receberam um roteiro do projeto para a captação de imagens. Através das fotos obtidas, foi possível mapear as regiões afetadas pelo lixo no bairro para, posteriormente, definir o curso a ser tomado durante o processo de revitalização da região. Foram realizadas, também, oficinas de materiais recicláveis para a produção de brinquedos e utensílios e a construção de um painel de exposição na escola. O resultado da dinâmica e a colaboração dos jovens servirão de base para apontar necessidades e prioridades relacionadas ao tema, de forma que a Associação Bairro Sustentável possa, no futuro, pôr em prática um processo adequado de revitalização, a partir de um mutirão. Junho | Julho 2013
BairroSustentável
Foto: Leticia Ferrari
Ações da Damha Urbanizadora
Kamilly (deitada no chão), Thais, Barbara, Leticia, Emilly e Amanda. De toda a família, apenas Princesa ainda aguarda adoção
CRIANÇAS do DAMHA I UBERABA (MG), SE REÚNEM PARA AJUDAR cães ABANDONADOS Sensibilidade e força de vontade resultaram na adoção dos filhotes e em campanha para encontrar um lar para Princesa
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o dia 11 de maio, as crianças do residencial Damha I, em Uberaba, realizaram mais uma assembleia mirim. O evento daria sequência às ações realizadas nos meses de dezembro de 2012 e abril de 2013. Na primeira ocasião, a Associação Bairro Sustentável e a Oficina da Sustentabilidade promoveram uma dinâmica com as crianças, que identificaram a necessidade de promover a doação de livros a uma creche da região, mas um problema urgente chamou a atenção dos pequenos, que pediram uma mudança nos planos. Uma cachorrinha sem raça definida foi abandonada nas Junho | Julho 2013
proximidades e escolheu uma obra no residencial para dar à luz seus filhotes. As crianças, preocupadas com o futuro dela e dos cachorrinhos, deram início a uma campanha para ajudar a família canina. Eles mesmos se organizaram e planejaram a venda de pipoca, limonada e brigadeiro, com o objetivo de arrecadar o valor necessário para a castração da cachorra, nomeada Princesa, que será disponibilizada para adoção. A ação já resultou na doação de todos os filhotes e agora apenas Princesa aguarda um lar. Em junho haverá outra assembleia, quando as caixas de livros arrecadados serão entregues à creche, como planejado. Estilo Damha | 93
FazBem Chefs Especiais
A COZINHA A SERVIÇO DO APRENDIZADO E DA TRANSFORMAÇÃO
Projeto gastronômico reúne jovens e crianças com síndrome de Down e lhes oferece a oportunidade de aprender a cozinhar e mudar sua história Texto: Dirlene Ribeiro Martins Fotos: Arquivo do Instituto
O casal Simone e Marcio Berti com Olivier Anquier, chef que comandou uma das oficinas do projeto
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vida confortável e uma família saudável não fizeram com que o casal Berti se acomodasse. Em vez de apenas desfrutar das benesses que o destino lhes reservara, Simone (advogada, jornalista e consultora de empresas) e Márcio (advogado e fabricante de utensílios para cozinha) enxergaram nisso um bom motivo para, em agradecimento, doar parte do tempo a um trabalho social. Assim surgiu, em 2006, o projeto Chefs Especiais, um trabalho de inclusão social que, por meio de oficinas de 94 | Estilo Damha
gastronomia, reúne crianças e jovens com síndrome de Down e lhes dá a oportunidade de resgatar a autoestima, desenvolver a coordenação motora, lidar com conceitos como quantidade e higiene e, de quebra, aprender a cozinhar para a família. “Escolhemos a gastronomia porque eu e o Márcio somos gourmets e porque é uma das melhores formas de interação, de aprendizado e de transformação”, explica Simone. “O espaço é aberto para pessoas com qualquer deficiência intelectual, mas as que têm síndrome de Down são maioria.” Junho | Julho 2013
FazBem Chefs Especiais
A aluna Bia mistura os ingredientes
Até maio de 2013, as oficinas eram mensais e, quando possível, quinzenais, e nesse período mais de 300 alunos foram atendidos. Mas a partir de junho, com a mudança para a sede própria em Higienópolis, bairro de São Paulo (SP), a ideia do casal é que as aulas sejam semanais e, no médio prazo, diárias. Além disso, para o novo espaço outros projetos estão previstos, como o de abrir grupos para menores de 12 anos, idade mínima no momento para participar do projeto. Patrocinadores e apoiadores garantem materiais e ingredientes todos os meses, mas o instituto precisa de mais ajuda para desenvolver novos projetos. No novo espaço, workshops de gastronomia trarão renda para o instituto e a ideia é também locar o espaço para confraternizações, confrarias e treinamentos com a mesma finalidade. O contato de Márcio com o mundo dos restaurantes abriu a possibilidade de convidar chefs de cozinha co-
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nhecidos para ministrar as oficinas. Passaram pelo instituto, entre outros, Olivier Anquier, Henrique Fogaça, Checho Gonzales, Carlos Bertolazzi, Regina Volpato, Goulard de Andrade, Alessandro Segato, Allan Villa e Marcos Bassi. “O chef, para participar, deve ser carismático, paciente, alegre. O fato de querer estar conosco mostra que também é especial. Até mesmo os chefs mais sérios acabam entrando na energia”, diz Simone. O chef Gerson Mendes conta que chegou ao Chefs Especiais para ajudar e ensinar, mas, quando percebeu, estava aprendendo mais do que ensinando. “Aprendi a arte da atenção, da destreza, do amor e da alegria. Aprendi, também, que a vida não tem limites e a sabedoria destes jovens enriquece qualquer mestre”, diz. Segundo Simone, é enorme a lista de chefs em espera. “Com a nossa sede ativada todos terão oportunidade de participar e ter o melhor dia de sua vida!”, promete a consultora.
O chef Checho Gonzales mostra aos alunos como combinar os ingredientes
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FazBem Chefs Especiais
Alunos e chef põem a mão na massa
Chefs Especiais ultrapassa os limites das panelas e das oficinas e muda as histórias dos participantes. “Tenho uma aluna”, lembra Simone, “que acabou de ser formar numa conceituada faculdade, passou no vestibular por mérito próprio e conquistou seu diploma também por mérito próprio, com uma das notas mais altas da turma”. Já outro aluno ganhou o prêmio de melhor padeiro especial de São Paulo, enquanto uma garota com dificuldades de alfabetização hoje é alfabetizada a partir das receitas de Chefs Especiais. Há o caso também da aluna que tinha leucemia e não respondia ao tratamento quimioterápico. Após começar a frequentar Chefs Especiais, surpreendeu médicos e a família, pois, com o aumento de sua autoestima, o corpo passou a responder melhor ao tratamento. “Muitas histórias fazem valer a pena cada noite sem dormir, cada preocupação, cada ‘não’ que ouvimos e aplaudir cada empresa que tem visão diferenciada e junta-se a nós”, completa Simone com emoção.
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Formas de Contribuir Parceiro Mensal Pessoa Física ou Jurídica Solicite um boleto mensal pelo e-mail contato@chefsespeciais.com.br ou faça um depósito bancário (mensal ou eventual) no banco Itaú, agência: 6967, conta: 16161-0, Instituto Chefs Especiais, CNPJ: 15.224.993/0001-52. Apoio Empresa Entre em contato pelo e-mail: contato@chefsespeciais.com.br (11) 2872-0987 (11) 99329-9977
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Aconteceu Eventos dos residenciais
VILLAGE DAMHA PRESIDENTE PRUDENTE (SP) REALIZA PIQUENIQUE PARA CELEBRAR A PÁSCOA
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or iniciativa das crianças, foi realizado um piquenique no Village Damha Presidente Prudente. Com idade entre 5 e 11 anos, foram os pequenos que confeccionaram e entregaram os convites pessoalmente, de casa em casa, por todo o condomínio. A ação envolveu pais, avós e familiares numa tarde muito agradável em que todos puderam interagir, ouvir um pouco sobre o significado da Páscoa e seus presentes tradicionais. Foi também exibido um vídeo educativo sobre a origem do feriado.
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ColunaAutomóveis Joel Silveira Leite
Mercedes-Benz Classe S
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om tecnologias que só aparecem em carros de altíssima categoria, o Mercedes-Benz Classe S foi apresentado em Hamburgo, na Alemanha, como um sistema que prevê acidente mesmo se o outro carro vier em sentido transversal. Uma câmera estéreo oferece visão de profundidade, evitando colisão em um cruzamento, pois o equipamento consegue prever as ações que transcorrem nas laterais. E tem mais: a câmera identifica o tipo de piso que você vai encontrar à frente e adapta a suspensão para proporcionar maior conforto. Só por isso – e outros 658 novos sistemas de segurança que o carro traz em sua nova versão – já seria possível promover o chamado: “Milionários de todo o mundo, uni-vos em torno dessa preciosidade sobre rodas”. Mas não é só. O carro que vai disputar, no Brasil, a preferência de uma centena de endinheirados (é essa a estimativa de vendas no segmento que inclui ainda o A8, o BMW Série 7, o Maserati Quatro Porte e o Jaguar topo de linha) surge nessa nova versão com um atributo a mais para os passageiros do banco de trás. De olho na China – que consome cada vez mais carros de luxo – a Mercedes-Benz tratou de aperfeiçoar o conforto desses passageiros, uma vez que, naquele país, quem compra o carro fica atrás e não no banco do motorista. Assim, o desenho dos bancos, os painéis das portas, os controles e os detalhes de acabamento são todos de alto padrão. O banco é regulável em todas as direções: distância, movimento lombar, etc. Tudo elétrico, evidentemente. Tem até aquecimento no apoio de braço. A
Foto: Divulgação
Um carro quase autônomo, com passageiro de primeira classe
empresa fez do banco de trás do Classe S uma legítima primeira classe. O carro mantém a arquitetura clássica e elegante. A grade do radiador ficou maior, mais imponente. Internamente, o desenho reforça o estilo, e o uso de pecas de alta qualidade destaca o acabamento requintado, com uma combinação de materiais e cores, detalhes de madeira e cromados aplicados no painel e no console. O controle de direção está próximo da perfeição: é possível dirigir o Classe S sem colocar a mão no volante, se você acompanhar um carro à sua frente. O painel é formado por dois displays coloridos de alta resolução. O sistema de ar condicionado ioniza o ar, filtra e exala perfume. Os assentos têm a “função massagem”, com 14 colchões de ar que atuam independentemente no encosto, assim como o aquecimento. Tudo isso se repete para os bancos traseiros. A navegação inclui uma bússola animada, como nos aviões, já o display do Google Maps, na unidade principal e na traseira, traz informações sobre o trânsito em tempo real. O Classe S tem quatro versões. São duas híbridas: 400 Hybrid 3.5 V6, com 306 cv de potência (0-100 km/h em 6,8 segundos e 250 km/h de máxima) e 300 Hybrid com motor 2.2 de 204 cv (0-100 km/h em 7,6 segundos e máxima de 240 km/h); uma a gasolina, a 500 4.6 V8 de 455 cv (100 km/h em 4,8 segundos e máxima de 250 km/h); e outra a diesel, a 350 Bluetec 3.0 V6 de 258 cv (100 km/h em 6,8 segundos e máxima de 250 km/h). Na Europa, o carro vai custar cerca de 100 mil euros. No Brasil, a previsão fica em torno de R$ 700 mil.
Joel Silveira Leite - É jornalista e pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente. É diretor da Agência AutoInforme, que mantém os sites autoinforme (carros) e ecoinforme (meio ambiente). Assina o blog O Mundo em Movimento, no UOL e apresenta o programa AutoInforme na Rede Bandeirantes de Rádio. 98 | Estilo Damha
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ColunaAutomóveis Joel Silveira Leite
Fotos: Divulgação
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MyPET O que fazer nas férias?
NO! STRESS Dicas para garantir que as férias do seu melhor amigo sejam tão boas quanto as suas Textos: Marília Dominicci
Batatinha, cliente cativo do Mamãe Gato, gosta de curtir as férias em grande estilo
T
anto para quem quer viajar quanto para quem trabalha demais e fica o dia todo fora de casa, a vontade de ter animais de estimação nem sempre é compatível com a disponibilidade de tempo. Durante as férias, essa realidade se mostra ainda mais preocupante. O que fazer se seu amiguinho não pode acompanhar sua família durante o passeio? Como garantir a segurança do bichinho no caso de ele ir com você? Vai ficar tudo bem se ele passar algum 100 | Estilo Damha
tempo sem companhia? Com tantas dúvidas, são muitas as pessoas que optam por não assumir a responsabilidade de ter um bichinho em casa, e quem tem viaja com o coração na mão, torcendo para não ter nenhuma surpresa desagradável. A verdade é que não é necessário abrir mão da boa companhia de um pet por causa desses detalhes. Papais e mamães de cães, gatos e outros animais podem sempre se planejar e contar com a ajuda de profissionais e serviços especializados. Junho | Julho 2013
MyPET
Foto Justin Rudd
O que fazer nas férias?
VAMOS TODOS?! E
stá decidido: ELE VAI! Com as malas prontas, lembre-se de planejar o roteiro da viagem para que tudo aconteça como você espera. Comece com o básico: coleira, plaquinha de identificação gravada com seu nome e telefone para contato e guia para passeio (isso inclui gatos!). Mesmo que seu pet passeie no seu colo, é muito importante utilizar esses itens sempre que sair com ele para qualquer lugar, principalmente locais estranhos, a fim de evitar fugas e acidentes. Como prevenir é sempre a melhor opção, coleiras com rastreamento GPS não são difíceis de encontrar e funcionam com o mesmo tipo de serviço de localização de outros equipamentos, como celulares e veículos. Para evitar estresse desnecessário, escolha o meio de transporte com cuidado. Evite manter seu melhor amigo trancado por muito tempo e, se a distância for muito grande, converse com seu veterinário sobre o uso de um sedativo leve. Junho | Julho 2013
Não importa a distância, plaquinha de identificação é item indispensável
Se você não quer ficar longe do seu pet, vale a pena planejar uma viagem que inclua seu bichinho Se decidir ir de carro, leve seu gatinho em uma caixa de transporte adequada ao tamanho e peso dele, com espaço para a circulação do ar. Seu cão pode viajar em caixa de transporte, assento para cães ou preso dentro do carro com a guia de passeio. Empresas aéreas seguem uma regulamentação bastante restrita com relação a animais. Em alguns casos, é possível levar seu pet consigo dentro da cabine, embora, na maioria dos casos, eles viajem em um compartimento específico para esse fim. Vale lembrar que cada serviço é acompanhado por um contrato e – se houver – cláusulas de seguro que devem ser verificados para se certificar de que a segurança e o bem-estar do seu bichinho serão garantidos. Conte com a ajuda de diversos sites, como o Aqui Pode (aquipode.com.br), que indicam hotéis, restaurantes, pontos turísticos e outros locais em que pets, entre outros, são bem-vindos. Assim, você não se arrisca a atravessar o país e ter seu melhor amigo barrado no baile. Estilo Damha | 101
MyPET Foto Susan Yamamoto
O que fazer nas férias?
CADA UM NA SUA Ele vai ficar, e vai se divertir!
Quarto preparado para receber felinos. Hospedagem individual ou familiar
à
s vezes é difícil decidir o que fazer na iminência de uma viagem na qual seu pet não poderá de ir. Onde deixar seu animalzinho? Com quem? Quando os familiares que poderiam ajudar não estão disponíveis, qual é a melhor solução? O mercado atual oferece uma variedade de opções para você que quer garantir a segurança e o bem-estar do seu melhor amigo. Hotéis costumam ser a opção mais procurada. Antes de contratar peça referências, visite o local e verifique as condições em que os animais são mantidos, se existe sistema de controle de temperatura, acompanhamento 24 horas, banhos de sol e passeios diários. Vale até checar a marca da ração oferecida. Se estiver tudo certo, não se esqueça de deixar os brinquedos favoritos do bichano à disposição dele, juntamente com uma peça de roupa sua, para que ele sinta sempre seu cheiro. Susan Yamamoto, proprietária do Mamãe Gato, observa: “No hotel não temos gaiolas. Principalmente por períodos estendidos, pode ser uma experiência muito traumática para o animal ficar trancado num espaço tão pequeno. Não é nem um pouco recomendável, independente do porte. Aqui, cada gatinho fica isolado no seu quarto, a não ser que cheguem juntos mais de um gato de uma mesma família. É importante não misturar os animais, porque o resultado pode ser ainda mais estressante. Eles precisam 102 | Estilo Damha
de espaço, um local confortável onde possam se sentir amados e acolhidos enquanto os donos estão fora. Se não for uma segunda casa, então não serve”. O serviço do hotel inclui a postagem de fotografias dos hóspedes no Facebook, para os papais matarem as saudades. Não é preciso tirar seu pet de dentro de casa para poder contar com os serviços de uma babá de animais, ou pet-sitter. O mercado é bastante variado e são muitos os serviços oferecidos: desde passeios agendados até visitas para brincar, dar banho, manter a alimentação e fazer companhia para o animal. A maior parte dos pet-sitters ainda envia fotos, vídeos e realizam videoconferências mostrando os animais para que os donos saibam que estão saudáveis e bem. O serviço serve tanto para períodos de viagens prolongadas quanto para pessoas com rotinas muito agitadas e que passam pouco tempo em casa, mas é preciso contratar um profissional de confiança. “Cuidar de animais, além de ser um dom, exige muito amor e responsabilidade. Somos capacitados para cuidar dos pets, garantindo o bem-estar deles durante a ausência do dono. Além dos cuidados básicos de saúde, higiene, alimentação e passeios, proporcionamos socialização e muita diversão através de atividades físicas orientadas. Assim, os donos viajam tranquilos, sabendo que seu pet também está tirando férias”, diz Juliano Linares, da O Passeador. Junho | Julho 2013
MyPET O que fazer nas férias?
É PRECISO CONSCIÊNCIA Número de animais abandonados aumenta em até 80% nos períodos de férias
O
NGs e protetores independentes trabalham dobrado para recolher, abrigar e disponibilizar para adoção os milhares de animais que são abandonados. Durante as férias, as estatísticas, que já são alarmantes no decorrer do ano, pioram ainda mais. As situações de abandono nas férias se devem, principalmente, ao comércio desenfreado de animais durante datas festivas. Num impulso, as pessoas adquirem animais para presentear amigos e familiares, sem atentar para o fato de que eles vão crescer e precisar de amor e atenção. “Fazem isso porque não se importam com o animal como deveriam. Quando voltarem de férias, se quiserem, ou as crianças reclamarem, compram outro e fica por isso mesmo. Infelizmente, parte da população não entendeu o que é a responsabilidade de ter um animal. Eles viraram um objeto de consumo. É bonito ganhar um filhote, mas muitas vezes as pessoas não estão mental-
mente preparadas para isso”, relata Marli Scaramella, voluntária na ONG ABEAC, que depende de doações da comunidade para cuidar de mais de 600 cães. Além do abandono intencional, há centenas de casos de animais que se perdem dos donos durante o passeio e acabam deixados para trás quando não são encontrados a tempo pela família. Outro problema que resulta no abandono e na violência contra os animais são os casos de roubo de cães, gatos e pássaros, por diversas razões. Normalmente, o sequestrador imagina poder comercializar o animal por algum valor satisfatório, principalmente para pessoas que lucram com a reprodução de crias de raça. Se não houver sucesso na venda, o animal é abandonado ou sacrificado. A maior incidência desse tipo de crime ocorre em cidades turísticas e nas regiões litorâneas. Para evitar o problema, não perca seu pet de vista nem o deixe sozinho enquanto estiver fora de casa.
ÚTIL: O Passeador Juliano Linares e Haline Tonce (16) 8145-9609 (16) 3416-5987 www.opasseador.com.br opasseadorsaocarlos@hotmail.com
MAMÃE GATO Hotel para felinos Susan Yamamoto Chácara Klabin, Vila Mariana São Paulo (11) 2925-7955 www.mamaegato.com.br hospedagem@mamaegato.com.br Junho | Julho 2013
Foto: Arquivo/O Passeador
ABEAC – Associação Bem Estar Animal Amigos da Célia Banco Itaú (341) Agência 0772 Conta Corrente 52385-8 CNPJ 06.164.870/0001-82 www.facebook.com/abeac.org
Juliano é passeador de cães e pet-sitter profissional. Brincar faz parte do trabalho Estilo Damha | 103
Arquitetura Lareiras e Adegas
AMBIENTES REQUINTADOS ONDE O FRIO NÃO TEM VEZ Lareiras e adegas são representações máximas de bom gosto especialmente projetadas para aquecer corpo e alma Textos: Marília Dominicci
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- Projeto: Aquiles Níkolas Kílaris
E
m dias frios, não há nada mais aconchegante que relaxar em nossa própria casa apreciando uma taça de vinho e o calor de uma lareira com familiares e amigos. Ambientes que até pouco tempo eram sonho de consumo, com o auxílio da tecnologia, ganharam novas formas, conceitos e passaram a caber quase em qualquer lugar. Com um bom conceito e o projeto arquitetônico ideal, é possível transformar completamente o espaço e, literalmente, o clima.
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Arquitetura
Projeto: Laline Bittencourt
Lareiras e Adegas
Lareira a álcool revestida em mármore travertino. A parede espelhada reflete as luminárias pendentes, com design de Phillipe Starck
TUDO PRONTO PARA O INVERNO Além de aquecer o ambiente, a lareira proporciona conforto, aconchego e um visual deslumbrante. Pensando nisso, e no fato de que muitos imóveis não foram projetados para comportar uma lareira tradicional, o mercado oferece uma grande variedade de soluções que vão desde as mais clássicas, com chaminés e aquecidas a lenha, até as mais modernas e ecologicamente corretas, com aquecimento a gás e pedras vulcânicas. Independentemente da opção escolhida, o toque final fica por conta do acabamento, que pode variar desde as pedras rústicas ao requinte do mármore, passando por materiais mais modernos como vidro e metais. Tons quentes, terrosos e amadeirados são os mais utilizados, mas a seleção de cores pode variar de acordo com o seu estilo. Junho | Julho 2013
O arquiteto Aquiles Kílaris enfatiza que a sala de estar não é mais o único ambiente de uma residência que pode comportar lareiras. Os hábitos da família devem ser levados em consideração e, com a grande variedade de opções, quartos, home theaters, áreas de convivência e até mesmo escritórios podem ser locais ideais. “Não importa o tipo de lareira, queima de madeira ou gás natural, é muito importante nunca deixar de lado as orientações do fabricante. Atualmente existem kits pré-moldados que já vêm acompanhados dos cálculos específicos de vazão e, quando necessário, dimensionamento de chaminé. Cada ambiente exige um tamanho específico de lareira para ser aquecido e iluminado de forma adequada”, completa. Estilo Damha | 105
Arquitetura
Projeto: Aquiles Níkolas Kílaris
Lareiras e Adegas
Plantas e vasos dão um toque especial ao ambiente e combinam perfeitamente com a lareira a gás remoto e possuírem regulagem eletrônica de temperatura. Alguns modelos apresentam forno acoplado, semelhante ao fogão a lenha, o que favorece sua instalação em espaços gourmet ou áreas externas. Já os modelos de lareira a gás são ideais para apartamentos e ambientes onde não seja viável a construção de chaminé, principalmente por não gerarem resíduos ou fumaça e, esteticamente, darem um ar contemporâneo ao espaço, tanto no formato linear com proteção de vidro temperado quanto no formato com grelha, que vem acompanhado de toras de cerâmica imitando lenha ou de pedras vulcânicas. Fora do Brasil é possível encontrar diamantes de vidro para queima, ou diamond fire glass, visualmente impressionantes em seus vários formatos e cores.
Projeto: Aquiles Níkolas Kílaris
As lareiras de alvenaria, alimentadas a lenha, ainda são as mais comuns, mas têm a desvantagem de necessitar de chaminé e precisam ser projetadas adequadamente por um profissional capacitado para evitar retorno de fumaça ou aquecimento inadequado do ambiente. Apesar do apelo visual e clássico, dependendo da planta do local, pode ter um processo de instalação bastante desconfortável em imóveis já construídos. Mais práticas por também atenderem a ambientes externos, as salamandras existem em diversos estilos. Os modelos tradicionais sobrevivem, mas as opções com linhas modernas são variadas e atendem a todos os tipos de ambiente. Assim como as lareiras de alvenaria, exigem equipamento de exaustão. Uma desvantagem compensada pelo fato de poderem ser ativadas por controle
O revestimento em pedra, aliado às linhas paralelas e à parede de espelhos, dá o toque clássico ao ambiente 106 | Estilo Damha
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Arquitetura Lareiras e Adegas
AQUECIMENTO SUSTENTÁVEL panha a definição do calor desejado, feita por controle remoto. São projetadas para instalação em nichos nas paredes ou para serem penduradas. Em ambos os formatos, demandam a instalação elétrica apropriada para o uso e deixam de funcionar em situações de falha no fornecimento de energia. Suas maiores qualidades, no entanto, são a inexistência completa de queima de produtos ou perda de calor para o ambiente. A ausência de fogo também pode ser uma vantagem para ambientes frequentados por crianças e animais domésticos.
Projeto: Vauni AB
Sustentabilidade e praticidade são o foco dos designers de lareiras ecológicas, alimentadas pela queima de etanol. Para essas opções o visual é, em geral, muito moderno, com acabamento em vidro, metal e cerâmica. O combustível, que não libera partículas ou odores, dispensa o uso de chaminé ou conexão para a alimentação do fogo, favorecendo a criação de modelos menores e, muitas vezes, portáteis. São a escolha ideal para ambientes pequenos e podem ser posicionadas separadamente ou em grupos, criando efeitos surpreendentes. Embora seu sistema de aquecimento funcione melhor em ambientes internos, peças maiores, ou em maior quantidade, trabalham igualmente bem em ambientes externos, podendo funcionar como peças “coringa” na decoração. Falsas lareiras, ou lareiras 3D, utilizam um sistema parecido aos dos aquecedores elétricos comuns. Como não produzem chama, projetam imagens ultrarrealistas de fogo e brasas, cuja regulagem de intensidade acom-
Lareira ecológica a etanol. Com design moderno e agradável, a peça pode ser levada a qualquer cômodo da casa. A linha conta com modelo menor, para pendurar na parede (detalhe) Junho | Julho 2013
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Arquitetura Lareira e Adegas
Projeto: Laline Bittencourt
PAIXÃO QUE VENCEU O TEMPO
Adegas climatizadas, ao estilo vitrine, dão um toque de requinte e bom gosto a qualquer ambiente
O vinho está entre as bebidas mais antigas de que se tem conhecimento e é, sem sombra de dúvida, a mais exaltada. Não é à toa que a conservação da bebida foi elevada ao status de arte
É
impossível apontar, com exatidão, o local ou época em que o vinho foi produzido pela primeira vez. Uvas e homens coexistem há milhões de anos e, na verdade, o vinho não precisou esperar para ser inventado. Ele existia onde quer que uvas fossem colhidas e armazenadas em recipientes que mantivessem o suco tempo o bastante para que fermentasse. Descobertas arqueológicas indicam que a produção de vinho data, pelo menos, de 8.000 a.C. e, desde então, a bebida permeia – e influencia – toda a história da humanidade. Exemplo disso são as incontáveis lendas, histórias e até mesmo citações bíblicas que elevam a bebida a um status próximo do divino. 108 | Estilo Damha
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Arquitetura Lareiras e Adegas
O amor dos gregos pelo vinho é notável de diversas formas. Entre elas, tradicionais reuniões para a apreciação de vinhos e debate de diversos assuntos a que se dava o nome de simpósio, palavra que significa “beber junto” A vontade de ter uma adega ou cave tem crescido. Além da qualidade visual e requinte, trata-se de um espaço que proporciona relaxamento e interação sem a necessidade de sair de casa. Recentemente, a preferência tem sido instalar a adega próxima a áreas de lazer, espaços gourmets ou salas de estar, com o objetivo de tornar o ambiente um local nobre na casa onde, além de armazenar os vinhos, é possível degustá-los na companhia de amigos e familiares. O local ideal para a construção de uma adega ao estilo tradicional são porões ou subterrâneos – daí o termo cave, que deriva do ato de cavar a terra –, e é recomendável que sejam instaladas em casas em fase de construção. Em imóveis prontos, alguns cômodos vêm perdendo utilidade, como a despensa ou o famoso “quarto da empregada”, e são fortes candidatos ao posto de adega. Espaços menores e nichos, como o vão da escada, por exemplo, podem facilmente ser reformados e adaptados para cumprir a função. Se seu espaço for limitado, dê
preferência a adegas com prateleiras reguláveis, que podem comportar garrafas de diferentes tamanhos. Tradicional ou não, algumas regras se aplicam a todo e qualquer projeto. Recomenda-se o uso de lâmpadas frias e sistemas de ar condicionado para manter a iluminação indireta e a temperatura constante. É necessário levar em consideração o tamanho do espaço, uma vez que, quanto maior, mais difícil a manutenção de uma climatização uniforme, e a instalação de sistemas de isolamento térmico é indispensável. Adegas com portas de vidro exigem proteção UV e, preferencialmente, vidros escuros. “É recomendável que o ambiente tenha pé direito de, no máximo, 2,30 metros e pouca luz”, afirma Aquiles Kílaris. “Uma cave pode ser a peça-chave para transformar um canto da casa em adega, trabalhando a climatização e a decoração do ambiente. O profissional pode, por exemplo, embutir a cave em um móvel de madeira projetado, que pode ser decorativo e ambientar de forma agradável um local para degustação”.
Projeto: Aquiles Níkolas Kílaris
ÚTIL: AQUILES NÍCOLAS KÍLARIS Arquiteto Rua Comendador Torlogo Dauntre, 133 Campinas (SP) (19) 3462-3674 (19) 3406-7173 www.arquitetoaquiles.com.br VAUNI AB Designers de Lareiras Stena Center 1D 412 92 Gotterburg Sweden +46 (0) 31 722-7931 www.vauni.com LALINE BITTENCOURT Arquiteta Rua Marcelo Gama, 1412/503 Porto Alegre (RS) (51) 3024-3801 www.lalinearquitetura.com Junho | Julho 2013
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VaralCultural O que vem por aí
LER, VER e OUVIR Dicas de quem faz parte do dia a dia da Damha.
Inteligência Emocional Daniel Goleman
Embora o QI (Quociente de Inteligência) seja muito conhecido, há outras formas de inteligência, como a emocional, que explicam o sucesso e a felicidade. Busquei conhecimento e explicação sobre Inteligência Emocional neste livro. Aprendi a importância de equilibrar razão e emoção em nossas vidas, como conhecer minhas emoções, como lidar com meus sentimentos para que sejam apropriados, como me motivar, como reconhecer emoções nos outros e como lidar com relacionamentos. O mais importante disso tudo: como a inteligência emocional pode me ajudar a ser um melhor pai, marido, profissional e amigo. Akira Wakai Diretor Técnico
GADU SE APRESENTA EM BELO HORIZONTE
somos tão jovens
Somos tão jovens retrata o início da trajetória de Renato Russo, muito antes de se tornar um ídolo da sua geração. O ator Thiago Mendonça tem uma atuação muito inspirada. Vale a pena assistir. Juliana Liberati Gerente Jurídica
Fotos Divulgação
Transpiração Contínua Prolongada
Charlie Brown Jr.
Esse foi o primeiro álbum lançado pelo grupo, e isso foi em 1997. Muitas dessas músicas tocam até hoje na rádio, para se ter uma ideia do sucesso que alcançou. É um ótimo CD para ouvir durante uma viagem ou para tocar em alguma festa. Lucas M. C. Fernandes Auxiliar Administrativo 110 | Estilo Damha
Maria Gadu faz única apresentação em Belo Horizonte, no dia 22 de junho, no Chevrolet Hall. A cantora segue em turnê pelas principais capitais do país divulgando seu segundo CD de estúdio, Mais Uma Página, lançado em dezembro de 2011. Junho | Julho 2013
VaralCultural O que vem por aí
CORTEO CHEGA A BRASÍLIA Corteo traz uma aura de sonhos ao palco enquanto convida o público a acompanhar um cortejo fúnebre imaginário. É uma celebração da vida e da morte, do perfeito e do imperfeito, e, acima de tudo, uma celebração da força e da fragilidade daquele que é a alma do espetáculo circense: o palhaço. O mais teatral espetáculo do Cirque du Soleil é uma ode à música e às artes, além de uma exaltação ao físico e à estrutura, tão presentes nas composições da companhia. Seus 19 atos passeiam diante do público em um palco 360º e são trazidos à vida por artistas de 25 países. Em cartaz em São Paulo até o início de julho, o espetáculo segue então para Brasília, onde estreia em 26 de julho.
Fotos Divulgação
PARA CURTIR AS FÉRIAS COM A FAMÍLIA Universidade Monstros, prelúdio de Monstros S/A, vai mostrar Sulley e Mike Wazowsky nos dias em que eram apenas estudantes universitários e contará a história de como os dois se tornaram melhores amigos. Em Meu Malvado Favorito 2, a mente do crime Gru e seus ajudantes amarelos e desastrados voltam a ter pela frente seu inimigo Victor, enquanto tentam lidar com outro supervilão, El Macho, cujo filho se chama Machito.
LEONARDO DI CAPRIO EM SEU PRIMEIRO MUSICAL O Grande Gatsby conta a história do aspirante a escritor Nick Carraway que sai do centro-oeste e chega a Nova York na primavera de 1922, em meio a uma era de falta de moral, do ápice do jazz, dos reis beberrões e de ações exorbitantes.
HANSON VOLTA AOS PALCOS BRASILEIROS
O trio norte-americano Hanson anunciou as datas da nova turnê mundial, “Anthem World Tour”, e o Brasil tem passagem garantida na agenda dos músicos. Apresentados pela SKY, os shows serão realizados no Rio de Janeiro (Citibank Hall), dia 20 de julho, e em São Paulo (Credicard Hall), dia 21 de julho. Junho | Julho 2013
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VaralCultural O que vem por aí Fotos Divulgação
Genesis Sebastião Salgado Considerado um dos melhores fotógrafos do Brasil, conhecido mundialmente e premiado inúmeras vezes pela qualidade de sua arte, Sebastião Salgado dá vida a Genesis. O livro reúne imagens que apresentam os paraísos terrestres e seus agrupamentos humanos, muitos deles vivendo como nos tempos primordiais. Fruto do projeto homônimo, inspirado no livro bíblico, a edição, com capa dura e mais de 500 páginas, retrata montanhas, desertos e oceanos, animais e pessoas.
J. R. R. Tolkien, O Senhor da Fantasia Michael White J. R. R. Tolkien, O Senhor da Fantasia reconta a vida de Tolkien, autor de clássicos como a trilogia O Senhor dos Anéis e O Hobbit, que é considerado um dos maiores autores de fantasia de todos os tempos. A biografia acompanha a vida e a trajetória do escritor, começando por sua infância na África do Sul, seguida do retorno da família para a Inglaterra. Os Tolkien estabeleceram-se em Birmingham, cidade que passava por uma rápida industrialização nos anos 1890, mas ainda era cercada por uma paisagem de tirar o fôlego. O cenário, que reunia e mesclava o coração industrial do império britânico próximo a bosques e montanhas idílicas e selvagens, foi determinante para as ideias e a escrita de Tolkien.
Inferno Dan Brown Neste fascinante thriller, Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em O Código Da Vinci, Anjos e Demônios e O Símbolo Perdido. No coração da Itália, Robert Langdon, professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado em uma das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri. Tendo como pano de fundo o sombrio poema de Dante, Langdon mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído. 112 | Estilo Damha
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ColunaLuxo Camila Romão de Oliveira
LE BRÉSIL RIVE GAUCHE Foto: Divulgação
Até junho, marcas brasileiras tomam conta do Grand Marché, em Paris
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primavera chegou a Paris com os ares da bossa brasileira. O Grand Marché, primeira grande loja de departamento do mundo e a mais elegante de Paris, diga-se de passagem, abriu suas portas para receber 120 marcas brasileiras em uma exposição inédita, que começou em abril e vai até o final de junho. A seleção é variada, tem mobiliário, design, moda e gastronomia. A escolha foi minuciosa e foram selecionados desde nomes sagrados da moda brasileira até artesãos do interior de Minas, tudo com o intuito de traduzir a verdadeira identidade do Brasil de norte a sul. É possível encontrar sucos de fruta, goiabada e até coco ralado entre os produtos. Na abertura oficial da exposição, os brasileiros foram recebidos com grande festa, com direito a show de Gilberto Gil para animar de franceses a brasileiros e dobradinha de Paola Orleans de Bragança nas pick ups para garantir animação até o final da noite. Pão de queijo, brigadeiro e caipirinha deram o tom da festança. Muita gente bacana prestigiou o evento. O estilista Alexandre Herchcovitch, a designer Juliana Daidone e a atriz Idi Silva foram alguns dos nomes que circularam pelos salões do grand magasin. O design brasileiro está muito bem representado, com destaque para a poltrona Zanini, do Estudio Zanini, que tem feito de criancinha até muito marmanjo desejarem ter uma em casa, com efeito único que os skates transformados em poltrona transmitem, um ar descolado e requintado ao mesmo tempo. Uma surpresa muito agradável foi poder admirar a criação da designer Juliana Daidone, da Sala Design, com o
set de porcelanas superdelicadas com detalhes de borboletas. O efeito é simplesmente ímpar e leve, dá vontade de montar uma mesa de café ali mesmo e apreciar o voo das borboletas pelo Grand Marché. As estampas da Isolda em vestidos leves e alegres para o verão são simplesmente a tradução do ar elegante e despretensioso que marca a estação. A Melissa trouxe designs exclusivos para o evento, com parcerias de grandes nomes do mundo da moda. Ainda tem muito brasileiro no radar: Osklen, Maria Bonita Extra, Ellus, Uma, Havaianas, artesanatos de Minas e, claro, uma seleção fantástica de biquínis brasileiríssimos com o melhor que só o Brasil pode exportar. Com Lenny, Adriana Degreas e Salinas, é só escolher o modelo, partir em direção ao verão europeu e arrasar nos balneários exclusivos no sul da França. A Gran Epicerie, um dos mercados gourmets mais completos de Paris e também parte do Gran Marché, trouxe o gostinho brasileiro à mesa dos franceses. É possível encontrar feijão, mandioquinha, paçoquinha, sabores sem igual ao nosso paladar e uma receita super especial de brigadeiro feito com chocolate meio amargo que estão disponíveis diariamente no setor de pâtisserie. A água de coco fez tanto sucesso que o estoque dos três meses esgotou em duas semanas. Quem estiver de viagem marcada à capital francesa não pode deixar de fazer uma visita à exposição e conferir peças exclusivas confeccionadas somente para o evento. Até 22 de junho de 2013, no Grand Marché Rive Gauche. 26, rue de Sèvres, Paris – 75007
Mariana Romão de Oliveira - Formada em Administração Hoteleira, estudou no Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova York, e atualmente vive em Paris, onde conclui sua formação em Marketing in Luxury Business em uma das mais respeitadas instituições da Europa, a ISC Paris. Junho | Julho 2013
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ColunaCondomínio Marcio Rachkorsky
PERTURBAR O SOSSEGO DO VIZINHO É CRIME
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urante muitos anos, os problemas mais comuns nos condomínios começavam todos, coincidentemente, com a letra “c”: cano, cachorro, carro, criança e o famoso calote! Atualmente, um problemão que começa com a letra “b” desbancou o reinado da letra “c”: o barulho. Esse é o tema recordista em conflitos e desentendimentos entre vizinhos. O assunto é delicado, polêmico e de difícil solução, sobretudo porque os limites e as preferências das pessoas são extremamente variáveis. É difícil impor regras claras acerca do limite de barulho tolerável, fazendo a distinção entre o que é abuso e o que é crime. É curioso constatar que os conflitos não surgem apenas por conta dos “grandes” barulhos (festas, furadeiras, marteladas), mas também em razão dos pequenos e habituais ruídos, tais como arrastar móveis, ligar liquidificador, secador de cabelo, som e TV em volume elevado, além de deixar cachorro latindo ou arranhando a porta por muito tempo. A verdade é que a poluição sonora constitui grave infração dos deveres de vizinhança, valendo a máxima de que “todos têm o direito de fazer, ou não fazer, em sua casa o que bem entender, desde que não cause nenhuma intranquilidade ou dano ao seu vizinho”. Perturbar o sossego alheio é crime, nos moldes do artigo 42 do Decreto-Lei nº 3.688/41, passível de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. A lei almeja proteger a paz de espírito, a tranquilidade e o sossego das pessoas. Eis uma árdua missão para síndicos, administradores, advogados, zeladores e condôminos: decidir quando determinado barulho configura desrespeito ao sossego alheio.
Foto: Divulgação
A solução pacífica do problema passa por uma boa e franca conversa com o vizinho barulhento A questão caminha sobre uma linha tênue e, muitas vezes, acaba prevalecendo o que cada comunidade define, levando em consideração a faixa etária dos moradores, os equipamentos disponíveis e as áreas de lazer, entre outros aspectos. Pequenos cuidados rotineiros podem minimizar o incômodo aos vizinhos, tais como: não arrastar móveis, colocar pedacinhos de feltro sob os pés de mesas e cadeiras, evitar usar liquidificador e secador de cabelo em horários impróprios, não deixar o cachorrinho muitas horas preso em alguma parte da casa, orientar as crianças para brincadeiras mais tranquilas em momentos de descanso. O condômino muito barulhento, que incomoda demais seus vizinhos, pode ser caracterizado como morador antissocial, passível de pesadas multas, que podem chegar ao teto de dez vezes o valor da taxa condominial. Uma boa e franca conversa com o vizinho barulhento costuma sempre ser a melhor maneira para a solução pacífica do problema. Contar com a ajuda do síndico e do zelador para essa conversa é uma boa medida. Importante sempre documentar as reclamações no livro de ocorrências do condomínio, para que o síndico e a administradora possam oficialmente cooperar na solução. Quando nenhuma das medidas amigáveis surtir efeito prático, nem mesmo a multa aplicada pelo síndico, infelizmente o caso pode parar no Judiciário, na esfera criminal, para apurar o crime de perturbação ao sossego e, na esfera civil, através do Juizado Especial de Pequenas Causas, até mesmo para fixação de indenização e multas. Antes de sentir no bolso o custo de fazer o barulho que bem entender, lembre-se sempre de que, do outro lado, alguém pode querer sossego.
Marcio Rachkorsky - advogado especializado em condomínios há mais de 20 anos, comentarista e apresentador da TV Globo/SP e comentarista na Rádio CBN. Escreve também no caderno de Imóveis da Folha de São Paulo, aos domingos. 114 | Estilo Damha
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ColunaEconomia Eduardo Amuri
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