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Director

TEXTOS

editorial

Francisco Vaz Fernandes francisco@parqmag.com

Ágata C. de Pinho André Lopes Carla Carbone Diana de Nóbrega Davide Pinheiro Francisco Vaz Fernandes Inês Padinha Ingrid Rodrigues Ismael Raimundo José Miguel Bronze Júlio Dolbeth Laia Gomez Maria João Teixeira Maria São Miguel Paula Melâneo Pedro Dourado Roger Winstanley Romeu Bastos Rui Miguel Abreu

Depois de uma pausa para aproveitar o sol, a Parq regressa com a próxima estação em mente. Podem tirar as camisas de flanela do armário! Com o Outono a chegar, fomos espreitar a moda que se costura em Portugal, com os estilistas Ricardo Andrez e Estelita Mendonça a revelarem as suas propostas para a próxima estação. Também regressámos às origens da H&M, quando as marcas Hennes e Mauritz ainda estavam separadas. Entrevistámos Petter Klussell, o designer responsável pela colecção masculina “Arquivo Mauritz”, que veste a história da H&M antes de ser a marca que conhecemos hoje. Revisitámos a Mouraria, outrora fechada no esquecimento. Fomos convidados a entrar para descobrir as novas caras que lá moram e os novos espaços que lá ganharam vida. Apresentamo-vos o lado cosmopolita da Mouraria! Celebramos os 40 anos da Pepe Jeans London, com ilustrações da blogger Soraia do Carmo, que desenhou os rostos que imortalizaram algumas das campanhas da marca. Também fomos espreitar a exposição “Club to Catwalk”, que explora a explosão de moda nos anos 80, em Londres, e como as tendências passaram dos clubs nocturnos para as passerelles. Demos uma “voltinha” na nova Vespa 946 e, como sempre, sugerimos onde podem estacionar o vosso tempo entre Lisboa e Porto.

editor Francisco Vaz Fernandes francisco@parqmag.com coordenação editorial Joana Teixeira coordenação de moda Francisco Vaz Fernandes Direcção de Arte Valdemar Lamego v@k-u-n-g.com www.k-u-n-g.com periocidade: bimestral Depósito legal: 272758/08 Registo ERC: 125392 Edição Conforto Moderno Uni, Lda. NIF: 508 399 289 PARQ Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2ºesq. 1000-251 Lisboa t. 00351.218 473 379

FOTOS Herberto Smith Maria Meyer Nian Canard STYLING Conforto Moderno Tiago Ferreira

Impressão eurodois 20.000 exemplares distribuição Conforto Moderno Uni, Lda. A reprodução de todo o material é expressamente proibida sem a permissão da Parq.Todos os direitos reservados. Copyright © 2008— —2013 PARQ.

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Assinatura anual 12€

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A Parq volta a espalhar cultura e estilo urbanos nas suas páginas, cumprindo a promessa de deixar os leitores sempre ansiosos pela próxima edição. Por isso, leiam enquanto esperam. por Francisco Vaz Fernandes

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Karina e Alexandra coordenado total Adidas Originals FRANZ

FERDINAND

SOU F — Nian canard

FUJIMOTO A MOURARIA ESTELITA MENDONÇA

soundstation 42 — Franz Ferdinand 44 — Goldfrapp 46 — Earl Sweatshirt you must shop 48 — 50 Pepe Jeans London — 40 anos n . 3 9. a n o v. S e t — o u t 2 0 1 3

Central PArq 52 — Clubbing 56 — Sander Mulder 60 — Sou Fujimoto 64 — Mouraria 72 — Salomé Lamas Moda 74 — One Minute Wonder 84 — Wandering Star Parq Here 94 — 98 Places: Café Lisboa + Bebedouro + Objectivismo + Sagrada Família + Embaixada + Mercado Bom Sucesso Pa r q m ag a z i n e

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you must 06 — 41 Henrique Oliveira Winnie Truong King Krule Arctic Monkeys India Mahdavi Lovelace Estelita Mendonça


#dIESElrEboot

FACEbooK.Com/mICHAEl.mAYrEn


EdwArdmErtonCASEY.tumblr.Com


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t — Francisco Vaz Fernandes

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Baitogogo, instalação de Henrique Oliveira no Palais de Tokyo em Paris

No contexto de uma exposição colectiva, Nouvelles Vagues no Palais Tokyo, em Paris, podemos encontrar uma grande instalação criada pelo brasileiro Henrique Oliveira, que se transformou na estrela dentro do grupo de 21 artistas emergentes seleccionados. O seu trabalho ocupou uma sala com colunas que parecem estar a implodir por uma força vegetal interior. Na realidade, Henrique Oliveira joga com a morfologia da sala, simulando colunas e travejamentos que não existiam e que lhe permitem criar, em madeira, esse espectáculo de distorções, como se o mundo natural se opusesse ao mundo humanizado. Para o artista, que vem da práctica da pintura, estas experiências com acumulação de lascas de madeiras encontradas nas favelas começaram quando quis, em tela, simular paredes com pintura descascada e só, posteriormente, foi incorporando volumes e simulações de raízes que a determinado momento ganharam tridimensionalidade e se instalaram no centro do espaço. Para o artista, o seu trabalho incorpora a observação de um quotidiano próximo. Por um lado, o excesso e o caos de quem vive em metrópoles como São Paulo. Por outro, a convivência com uma natureza tropical de crescimento muito rápido, que necessita de ser vigiada porque em pouco tempo pode invadir a obra humana, tornando-se numa verdadeira ameaça. Para além dessas referências, esta obra só é possível através de um trabalho manual laborioso, uma mestria que não deixa de impressionar o público em geral, especialmente quando ganha as dimensões da obra executada em Paris.

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A canadiana Winnie Truong surpreende com uma série de desenhos que desafiam os códigos convencionais do retrato, numa relação estética que sobrepõe uma detalhada ilustração de cabelos à beleza natural do rosto. Com lápis de cor em folhas de papel, a artista consegue ilustrar os finos e pormenorizados fios de cabelo, de uma forma descontextualizada do comum e do real. Os detalhes são imaculadamente desenhados, sendo as suas obras a representação de mulheres escondidas pelos seus longos e entrançados cabelos, que ganham personalidade própria no papel.

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t — Joana Teixeira

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Sandra Chevrier é uma artista francesa cujas obras introduzem a ilustração, a pintura e a colagem no mesmo papel. A série de trabalhos Cages representa mulheres aprisionadas pelo conceito de beleza da sociedade, que escondem a sua identidade por trás de máscaras com referências a Super Heróis. Com aguarelas, a artista pinta os rostos de diferentes mulheres, com cabelos coloridos, aplicando excertos de folhas de livros de banda desenhada sobre o seu rosto, mas deixando sempre a descoberto a boca ou os olhos. A artista começa por ilustrar simples figuras femininas, conferindo-​​lhes depois o título de heroínas, na luta pela liberdade de ser.

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WWW.FREDPERRY.COM



THE CONVERSE CHUCK TAYLOR ALL STAR PLATFORM ZIP


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t — Joana Teixeira

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colectivo zeta

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O Zeta nasceu em 2012, um colectivo de artistas que desenvolve projectos de fotografia urbana. O seu mais recente trabalho passa pela arte da reciclagem. O tandem Jorge Henriques (fotógrafo) e Alexandre Troncana (arquitecto) abraçou um projecto com cartão onde várias instalações são espalhadas por ruas de Lisboa e posteriormente fotografadas, originando imagens esteticamente curiosas devido à relação que as figuras recortadas no cartão estabelecem com o ambiente no qual foram inseridas. O processo é simples e handmade: a matéria-prima é recolhida, recortada e colada —para ganhar uma nova forma— e fixada num cenário ao ar livre. Neste momento, a intervenção do Colectivo Zeta na capital passa por posicionar silhuetas de animais em contextos urbanos. Mas, porquê cartão? Porque é um material rico em possibilidades artísticas, fácil de ser explorado e de se transformar em algo a partir do “nada”. Esta dupla de criativos considera a reciclagem como um processo relevante na produção de arte contemporânea. Como tal, decidiu reaproveitar o cartão e explorar as suas capacidades artísticas e fotográficas através de instalações efémeras —que entram e saem de cenário— recontextualizadas no espaço urbano.

Lisboa na memória Lisboa by Tiago F. Moura é um projeto de ilustração que não deixa, com certeza, ninguém indiferente. Para o criador, Lisboa é uma cidade de texturas, de ruas entrelaçadas e cores únicas, que nos fica facilmente na memória. E foi, precisamente, esse o desafio que o fez começar a desenhar a partir de tudo que o relembrava desses locais tão típicos da cidade, sem ter que recorrer a um registo mais fotográfico. O resultado é uma série de ilustrações que transmitem uma experiência sensorial, que desafia a percepção que temos da cidade das 7 colinas.

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Sé As ilustrações Lisboa by Tiago f Moura estão à venda em http://tiagofmoura.wix.com/lisboaby tiagofmoura

Elevador de Stª Justa

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Š 2013 adidas AG. adidas, the Trefoil logo and the 3-Stripes mark are registered trademarks of the adidas Group.

unite all originals

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t — Ingrid de Brito Rodrigues

Música

arctic monkeys Será que a fada madrinha dos dentinhos nos visitou na calada da noite? Só que, em vez de nos tirar o dente descartado, levou-nos as inibições e deixou cair "AM" —quinto álbum dos Arctic Monkeys — para debaixo da almofada?

- Pergunta o vocalista Alex Turner, na faixa "Do I Wanna know". E sabem o que mais adoramos nos Arctic Monkeys? O facto de terem apresentado ao público, em primeira mão, a música durante um Festival algures na Europa, sem qualquer aviso prévio. E que depressa ficou em pé de igualdade com algo semelhante ao avistamento de um OVNI, quando todas as pessoas vieram para as redes sociais declarar a sua existência como crentes a deleitarem-se com o entusiasmo. O seu magnetismo atrai a imprensa, que só pode cautelosamente especular sobre relatos de testemunhas oculares. Enquanto o glam-rock da percussão infunde uma sensação de perigo iminente, a guitarra é como uma parede de comentários amplificada a cada pré-refrão. O baixo é modestamente espalhado em todos os lugares certos e a voz de Turner ameaça booms aéreos. De fones nos ouvidos, "Do I Wanna Know" é aquela música que ruge até para a mais introvertida das pessoas. Uma música sobre um amor cínico, impulsionado tanto pela ansiedade como pelo desejo. Exala sex-appeal puro. O OVNI pousou.

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Archy Marshall aka King Krule, também conhecido como Zoo Kid, deu-se a conhecer aos 16 anos com voz de 18 e agora aos 19 prepara-se para nos provar que a sua maturidade não se reflete somente no seu tom de voz, mostrando também que ele é capaz de se impor no panorama musical como um compositor prematuro, requintado e romântico. A sua tez branco-imaculado, que até irrita de sardas e cabelo cor de cenoura, podem até fazê-lo parecer ingénuo, mas a sua entrega em "6 Feet Beneath The Moon" —álbum de estreia, já disponível para audição e pré-venda na Amazon e iTunes— comprova-se como uma alma velha em pele firme. Não podemos esperar o convencional, mas a íntima conclusão assertiva e mágica de alguém brilhante a não se perder de vista. O seu lamento vocal, em conjunto com a sua imaginação musical inteligente, Morrissey. são difíceis de explicar, porém, ficam algures entre qualquer coisa tipo Fela Kuti "6 Feet Beneath The Moon" pode, por vezes, ecoar de forma inesperada, mas encontra‑se em sintonia com as suas escalas e é esperançoso. É um álbum mais sobre textura e espaço e a faixa "Easy Easy". Quanto mais ouvimos, mais essas influências díspares e elementos estruturais se aglutinam num registro muito convincente. É tão Top! Marshall pode até parecer um daqueles tipos irritantes auto-possuídos, mas o seu trabalho não está nada mau para um miúdo de fato de treino e ténis, uh?

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Música


jornal oficial

apoios

Fotografia : Nuno Tavares (Novo Talento FNAC Fotografia 2012)

ENVIE A SUA CANDIDATURA ATÉ 30 DE SETEMBRO

regulamento disponível na fnac ou em culturafnac.pt


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t — Francisco Vaz Fernandes

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No dia em que saíram as primeiras imagens do Condesa Hotel na Cidade do México, muitos quiseram conhecer a sua autora e perceberam que ali nascia uma estrela no design de interiores. India Mahdavi, uma iraniana radicada em Paris, formada em arquitectura, abriu o seu atelier em 1999 e dez anos bastaram para confirmar que tinha algo a dizer na área dos interiores. Desde então, tem recebido sucessivos convites para conceber os interiores de hotéis, bares e restaurantes. India Mahdavi, que gostaria de fazer cinema para poder contar histórias, encontrou no design essa mesma possibilidade. As histórias que cria começam no momento em que fica definido com o cliente a estrutura do projecto, passando então para a fase em que precisa de encontrar um espírito para o lugar, que tenha carácter e verdade aos olhos de quem o frequenta.

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Germain e Café Français são dois novos espaços criados em Paris a pedido do prestigiado grupo Costes, com espíritos diferentes. O Germain (2009) é dominado por uma enigmática esculptura de Xavier Veillan, uma mulher de cor amarela que atravessa os dois pisos. Aqui procurou criar‑se um espaço boémio, dentro da tradição da Rive Gauche. Já o Café Français (2013) situado na Bastille, ou seja, na margem oposta de Paris, é marcado pelo olhar contemporâneo sobre o luxo imperial de Napoleão III. Pensado como uma jóia, prevalecem no espaço as superfícies espelhadas, douradas, mármore e cadeiras forradas a couro e veludo. Por fim, um toque nacional, com as cores da bandeira francesa a marcarem a diferença entre as áreas do café e restaurante. Germain e Café Français são, assim, dois exemplos de espaços com identidades próprias, duas formas de ver Paris.


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t — Ingrid de Brito Rodrigues

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L o v e l a c e A julgar pelo número de filmes, poucos assuntos são tão biopic como a ascensão e a queda do estrelato. "Lovelace", de Rob Epstein e Jeffrey Friedman, retrata parte da vida da actriz principal do filme "Garganta Funda" – Linda Lovelace. Em meados de 1970, Linda Susan Boreman (Amanda Seyfried) vive em casa dos pais enquanto idealiza o seu príncipe encantado. Afinal, qual é a jovem de 20 anos que não sonha em ser arrebatada com um , uh? E isso é bonito e é assim que o filme começa.

ee p d A segunda metade de "Lovelace" apresenta a refrescante ideia de dividir a mitificação do filme "Garganta Funda" e suas moralizações em actos quase inteiramente separados. Cortesia de um toque de mão metaficcional. Revisando momentos e detalhes da vida de Linda Boreman enquanto Linda Lovelace, depois de ter passado pelo submundo da violência doméstica, da prostituição, drogas e exploração financeira.

t a ro Th Talvez a melhor maneira de olhar para "Lovelace" é como uma lição dirigida aos espectadores que viram o filme no período inicial ou depois, e que, sem saberem da exploração, foram apologistas implícitos. Talvez ainda muitos continuem a ser.

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t — Francisco Vaz Fernandes

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g -S tar A G-Star tem vindo a revolucionar o universo do denim, procurando sempre reinventar-se. Pierre Morisset, director criativo da marca, acredita que o denim é mais do que uma moda —é um estilo— que, como tal, precisa de evoluir ao encontro do que o consumidor procura vestir. Desenhar jeans com identidade é o conceito da G-Star, uma marca apaixonada, desde 1989, pelo denim. O ADN holandês da marca, fundada em Amesterdão, adiciona o gosto pela inovação à equação criativa da qual resultam as melhores silhuetas em ganga. A filosofia é — o produto é o coração da G-Star e a energética equipa internacional, simples — que está por trás dos modelos que encontramos nas montras da marca, gosta de desafiar os códigos da indústria da moda, tanto no design como no styling, combinando elementos contrastantes de modo a criar peças em denim únicas, inesperadas e contemporâneas.

O modelo G-Star Elwood, quase a celebrar 20 anos nas pernas do mundo, é a imagem da marca. Pierre Morisset estava determinado a renovar o design tradicional dos jeans e inspirou-se nas calças de um motociclista para o fazer —deformadas pelo frio, moldadas à sua posição de condução e articuladas com a silhueta do seu corpo. Além de ser o modelo que está na génese da evolução da ganga 3D, as Elwood são intemporais, com 13 milhões de pares vendidos.

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A G-Star nutre um gosto pelo não convencional e, neste momento, o foco da marca é 2014 —ano em que celebra 25 anos de história na indústria do denim.

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t — Francisco Vaz Fernandes

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t — Joana Teixeira

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Ricardo Andrez é um estilista de cores primárias. Frequentou o curso de Design de Moda no Porto e, assim, entrou na indústria das vaidades e passerelles. A moda fascina-o pelo seu poder de mutação constante, o “recomeçar tudo do zero de 6 em 6 meses”.

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Em 2006, o jovem estilista criou a sua própria marca, reinventando a sportswear e streetwear masculinas. Inspira‑se no conceito de que “pensar a moda é pensar o corpo” para desenhar colecções já premiadas em Barcelona e em Paris. Ricardo Andrez aceitou a profissão de estilista de linhas masculinas como um desafio, por ser “um código tão restrito”. Descreve as suas peças como “confortáveis, saudáveis e despreocupadas”, admitindo que procura apenas divertir-se com as suas criações.

"Brvtvs" é o nome da sua colecção para a estação Outono/Inverno. A inspiração? Arquitectura brutalista, fria e sólida inserida em paisagens naturais —a perfeita simbiose entre edifícios construídos pela mão humana e a natureza. Uma colecção que veste o homem “pragmático e urbano”, combinando o estilo sport com a vertente street e explorando peças curiosas como os vestidos masculinos —que o estilista descreve como “livres, leves e contemporâneos no código masculino”.

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foto — Aloísio Brito

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PATIO DA GALÉ 11, 12, 13 OUTUBRO 13

VERÃO SUMMER 14

UMA INICIATIVA CONJUNTA

PATROCÍNIOS

PARCEIROS E COLABORAÇÕES

MECENATO

TV OFICIAL

TV INTERNACIONAL

PARCEIRO DE MEDIA


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t — Joana Teixeira

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Quem é o Estelita Mendonça?

E - M:

É alguém atento ao que se passa à sua volta. Como designer, Estelita Mendonça é uma marca que pretende vestir o homem contemporâneo que está aberto a novos cortes, a novos materiais e até a novas formas.

P:

Porquê vestir apenas o homem?

E - M:

O mercado masculino é algo que está em forte expansão e é um mercado mais difícil, logo o desafio é maior.

P:

Onde procura inspiração para novas colecções?

E - M:

No dia-a-dia. A inspiração está em todo o lado: na internet, no café, no jardim, na sucata, no

Moda

hospital… em todo o lado.

P:

Como descreve o seu estilo como estilista?

E - M:

Livre de preconceitos e de rótulos. Desenho o que realmente faz sentido para mim na altura.

P:

O que falta na indústria da moda nacional?

E - M:

Acho que a moda em Portugal está a crescer. Tenho sorte por estar a crescer com ela. Acho que estamos no bom caminho.

P:

Com a chegada do Outono/ Inverno, qual é o conceito da sua colecção para esta estação?

E - M:

Voltei a trabalhar o conceito de “habitat portátil”, mas desta vez focando-me não só no aspecto arquitetónico, como também nas ideias de identidade e de sentimento de pertença que estão intimamente ligadas ao habitat. Desta vez, não trazemos só “a casa às costas”, trazemos tudo o que ela implica vestido.

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relembram cobertores de pêlo, como na realidade são mesmo confeccionados a partir deles. É uma reciclagem de alguns cobertores. São tipicamente portugueses, fazem parte da nossa identidade e estão a desaparecer, aliás, segundo a minha pesquisa, a última fábrica a produzi-los fechou em 2012. Estes cobertores são a personificação perfeita do conceito da colecção.

P:

Esta colecção apresenta um estilo quase desportivo.

E - M:

A ideia é ser quase como um manifesto contra a perda da nossa identidade. Desde os acessórios em cimento da Taka-Mau, até à escolha cromática, passando inevitavelmente pelo uso de cobertores —esta colecção procura uma imagem de força. Os materiais usados são clássicos e o corte alterna entre o rígido e o sportswear.

P:

O que está nos planos de Estelita Mendonça para o futuro?

E - M:

Vou até Viena apresentar a minha nova colecção de Verão e já estou com algumas ideias para a colecção seguinte. Acho que este ano é decisivo na internacionalização da marca e estou a apostar as minhas energias nisso.

Nesta colecção, achámos curiosos os casacos e ponchos que relembram cobertores de pêlo.

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Os casacos e ponchos não só f — Sal Nunkachov

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João Pedro Estelita Mendonça é um jovem estilista de 26 anos. Formado em Design de Moda pela Academia de Moda, Artes e Técnicas do Porto, tem atraído atenções com as suas colecções masculinas livres de preconceitos a pisar as passerelles nacionais. Antes de vestir o homem contemporâneo, Estelita Mendonça conheceu o outro lado da moda, tendo trabalhado como modelo e como maquilhador. Em 2012, foi distinguido como “O Melhor Jovem Criador” nos Fashion Awards da Fashion TV.

t — Joana Teixeira

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t — Maria São Miguel

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Na primeira campanha em que participa, desde que foi nomeado diretor artístico da DIESEL, Nicola Formichetti socorreu-se de um grupo de bailarinos extraordinários para pôr à prova a colecção Jogg Jeans, procurando assegurar que o movimento, conforto e estilo estão garantidos com estes jeans, que nascem de um híbrido entre denim e jersey. Os bailarinos são incentivados a criar pequenos passos de dança, desde a clássica até à street dance, procurando os gestos mais radicais possível para testar o slogan da campanha até ao seu limite. Porque como a campanha diz: .

Himalayan by Bernhard Willhelm

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Os híbridos são questões do design actual que sempre alimentaram a Camper, uma das marcas de calçado que melhor tem trabalhado o tema em termos da funcionalidade e dos materias dos seus sapatos, alguns deles resultantes da colaboração de designers de renome. Para esta estação, a Camper oferece vários modelos de inspiração desportiva para uso na cidade, dos quais destacamos o modelo Clay. Vulcanizado de cano alto e justo ao tornozelo é um modelo que se adapta á silhueta de umas calças skin ou de leggings. Mais familiar, o sneaker por excelência da Camper, o já clássico Himalayan que resulta da colaboração da marca com Bernhard Willhelm, surge esta estação em cores monocromáticas, azul e branco. Tudo boas razões para andar e não correr, segundo o lema da marca de Maiorca.

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t — Maria São Miguel

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t — Laia Gomez

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Pela segunda vez, a 080 Barcelona Fashion. A 12ª edição realizou-se no edifício DHUB, contando com 32 desfiles. Mereceu destaque a colecção do trio de designers BRAIN AND BEAST, que recebeu um prémio de incentivo no valor de 20.000 euros. Além deste grupo, ALEXIS REYNA, com uma colecção intitulada "Day in day out", foi outro dos criadores a ter a atenção dos media. Com habitual humor procurou trazer para a sua colecção o universo da televisão e do telespectador, introduzindo peças em alfaiataria, misturadas com roupa sport ou acessórios extravagantes. Apresentando–se pela primeira vez no 080, Natalie Capell foi outra das surpresas. A sua colecção era constituída por peças muito femininas, dando destaque para o vestido de noite construído por sobreposições de tecidos delicados, que lhe conferem uma aura de magia e de sofisticação.

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t — Joana Teixeira

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Uma ideia com sabor a pastilha elástica, mastigada pelas jovens designers Inês Franco e Maria Filipe. No calor de 2012, com um sonho e 120 euros no bolso, nasceu a Chewing Gum. Tudo começou como uma brincadeira, quando começaram a criar peças para adornar os corpos mais atrevidos. E a . brincar, a brincar, construíram uma marca —Chewing Gum porque se pode Uma marca que provoca com classe e onde há acessórios para todos os gostos, tamanhos e personalidades. As correntes ousadas da Chewing Gum abraçam o corpo das clientes como um complemento à sua individualidade. São peças de joalharia que exploram o corpo até à exaustão, seja a cabeça, o tronco, as mãos, os braços, os pés, as pernas, a barriga, os tornozelos, os ombros ou as orelhas. A Chewing Gum reinventou o conceito de acessório, através de peças em cobre, prata ou dourado, com mais ou menos correntes, argolas maiores ou mais pequenas. No futuro, as duas jovens querem abusar um pouco mais da elasticidade da marca com, talvez, um salto para o mercado internacional. Pretendem continuar a marcar pela diferença, experimentando novos materiais e arriscando cada vez mais. Mas, o sabor a pastilha elástica mantém-se.

A coleção Converse para o Outono 2013 inspira-se no Rock and Roll —para subir ao palco. Transforma as originais All Star em verdadeiras estrelas de rock, que nesta estação chegam com acabamentes impressos a cor metálica, estampagens de animais em cores vibrantes , aplicações de tachas, zíperes e componentes em couro. Ou seja, os criativos da Converse não se pouparam em reconstruir o verdadeiro espírito do Rock and Roll.

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t — Maria São Miguel

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Beleza Neste Outono, a H&M surpreende com uma colecção masculina inspirada na marca Mauritz Widforss. Comprada em 1968 pelo fundador da Hennes — antes de ser Hennes&Mauritz— esta marca está na origem da H&M como a conhecemos hoje. A PARQ entrevistou Petter Klussell, responsável pelo design das peças desta nova colecção, intitulada Arquivo Mauritz, que reinventa as peças clássicas desta marca, inspiradas nas actividades ao ar livre como a caça e a pesca, mas com o estilo jovem e contemporâneo da H&M. O designer descreve esta colecção como um regresso às origens, através de peças funcionais para homem, que exploram a herança de estilo da H&M.

Esta colecção apresenta casacos de fazenda, encerados e anoraques, tal como camisas axadrezadas e calças de lã.

Arquivo Mauritz promete ser uma linha rica em diversidade, com peças que ficam bem no armário do homem contemporâneo. .

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U g A UGG Australia, marca reconhecida pelas suas icónicas botas de pêlo de ovelha, comemora o seu 35º aniversário em Setembro. As celebrações globais irão focar‑se no ano de 1978, quando a marca desembarcou nas praias sul‑californianas e mudou a forma como o mundo vê o pêlo de ovelha. Sejam as silhuetas clássicas ou as novidades para o Outono-Inverno, cada modelo UGG genuíno proporciona a

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inesquecível experiência do pêlo de ovelha e uma sensação como nenhuma outra.

afirmou Constance X. Rishwain, presidente da UGG.

Brian Smith, fundador da UGG Australia

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Não é só o nome que é original. Trouxa Mocha é um projeto que não nos deixa indiferentes... e é português! Impulsionado pelo arquitecto Eduardo Mota e pelo economista Paulo Vieira de Melo, em 2011, foi criado com o objetivo de trabalhar tecidos típicos encontrados em feiras, mercados e lojas, procurando trazer para o mercado um produto diferente, genuíno e de qualidade. O produto‑base são as sacolas, mas a marca também oferece boinas, mantas e meias, que pretendem transmitir a essência do quotidiano português e valorizar a nossa identidade. E não é que conseguem? A marca já vende para vários países e tem, para breve, a sua loja loja online, mas por agora pode conhecer tudo sobre a Trouxa Mocha na Rua do Quebra-Costas 18, em Coimbra ou no site.

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t — Inês Padinha

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Para este Outono/Inverno, a Fred Perry reinventa a tradicional malha britânica dos anos 50, apresentando uma versão moderna desta época do estilo inglês. A novidade desta estação é a colecção "Twisted Wheel", inspirada pelo movimento de música e dança "Northern Soul" e pelo seu local de origem —o clube nocturno The Twisted Wheel. Este movimento deu origem, nos anos 60, à emergência do estilo Mod em Manchester. O que a Fred Perry propõe é uma versão actualizada do estilo dos bailarinos desta década, sendo que na pista de dança era importante estar bem vestido. Nesta colecção podemos, então, encontrar os clássicos polos de risca dupla da marca, tal como emblemas inspirados no "Northern Soul" —costurados em várias peças e acessórios— sendo um dos motivos a rosa Tudor (conhecida como a Rosa Inglesa), que surge bordada no intemporal casaco Harrington, em polos e camisolas. Entre as tendências encontramos os icónicos estampados tartan, tal como o padrão axadrezado e os tons outonais.

Depois de se ter transformado num icónico meio de transporte —colocando milhões em todo o mundo a andar em duas rodas— e depois de ter sido actriz secundária no filme Roman Holiday, ao lado de Audrey HepburN, a intemporal Vespa regressa às origens. Sinónimo de emancipação, a motorizada que marcou gerações volta a reinventar-​​se, com a nova Vespa 946. Inspirada no protótipo MP6 —que deu origem à primeira Vespa, lançada em 1946— este novo modelo combina uma estética contemporânea com inovação tecnológica, eficiência energética e sensibilidade ambiental. A sua silhueta em alumínio permite reduzir o peso da carroçaria, justificando um menor consumo de combustível e uma redução nas emissões poluentes. A Vespa 946 apresenta as linhas clássicas da marca, tal como apontamentos no seu design que representam um “regresso ao futuro”.

Moda

t — Joana Teixeira

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Estável, com ângulo de viragem ágil, luzes full LED, selim impermeável, controlo antipatinagem ASR e um moderno motor com injecção electrónica são as características da nova Vespa 946 —o veículo que promete aos amantes da marca viagens apaixonantes.


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t — Paulo Figueiras

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Lg oled tv

A LG vai lançar a primeira televisão de ecrã curvo na Europa. Depois do seu lançamento nos Estados Unidos, a OLED TV curva de 55 polegadas chegará primeiro à Alemanha e será vendida por 8,999€. Esta televisão possui um ecrã OLED para uma maior economia de energia, e têm uma profundidade de 4.3mm, pesando apenas 17Kg. O design curvo providencia uma experiencia mais imersiva para os espectadores, como acontece nos cinemas IMAX, por exemplo. Para já, esta é a única televisão de ecrã curvo no mercado europeu, mas a Samsung não demorará muito a colocar um produto concorrente no mercado.

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Gone Home é um novo conceito de jogo de simulação, parecido com títulos de aventura clássicos, nos quais a forma como o jogador interage com o espaço circundante determina o quão longe no jogo o jogador conseguirá ir. Gone Home baseia-se na exploração de uma zona residencial moderna com o intuito de descobrir o que aconteceu nessa zona, investigando um mundo profundamente interactivo, com milhares de objectos diferentes que contam peças da história por trás de Gone Home. A equipa de desenvolvimento focou‑se em conseguir uma simulação ultra‑realista, tanto no sentido do motor de física utilizado em Gone Home como na forma como é premitido ao jogador abrir todas as portas e gavetas que conseguiria na vida real, e examinar o que está lá dentro ao mais ínfimo detalhe, o que faz com que Gone Home seja já considerado um dos melhores jogos do ano.

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Tudo começou com a Instagram Socialmatic Camera, um projecto apresentado em 2012 pelos designers do ADR Studio. O conceito era uma máquina fotográfica com duas lentes para fotografar, conectada por wifi e bluetooth a qualquer dispositivo,cuja aparência materializava o logotipo da rede social. O projecto ficou em stand-​​by durante algum tempo, até a ADR Studio e a Polaroid anunciarem a data de lançamento oficial da Polaroid Socialmatic Camera. O formato mantém-​​se quadrado, mas o aspecto foge ligeiramente da influência imagética do Instagram, estando esta câmara disponível em preto e em branco, com as tradicionais riscas multicoloridas que identificam a marca Polaroid. A lente frontal terá 14 MP, enquanto a lente traseira terá apenas 2 MP. Outras características são o flash LED, o ecrã touch de 4,3 polegadas, os 4GB de memória interna e as colunas stereo integradas. A Polaroid Socialmatic Camera vai chegar às prateleiras nos primeiros meses de 2014, com um valor de 299 dólares.

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t — Joana Teixeira

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t — Joana Teixeira

davidoff

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O homem Davidoff encara a vida como um jogo, sendo perito na arte da sedução e sobressaindo pela elegância. The Game é a fragrância que o acompanha no pescoço —requintada, com uma aromática amadeirada, notas de bagas de zimbro e coração de lírio. Um perfume que contrasta vibração e sensualidade, concebido pela Davidoff para os vencedores.

lowe aura

y o j en

Todas as mulheres são musas e a nova fragância da Loewe —Aura— reflecte o seu magnetismo, que inspira um perfume de energia misteriosa e atractiva. Com uma mistura floral e amadeirada, esta fragância combina o toque picante da pimenta rosa com os tons frutados da groselha e folhas de violeta. No coração, fundemse notas de jasmin, lírio e narciso, criando um perfume elegante, que homenageia a feminilidade.

O novo perfume da Custo Barcelona —Enjoy— convida a desfrutar dos bons momentos. Disponível para homem e para mulher, este eau de toilette tem uma essência moderna, urbana e original. A versão feminina tem acordes cítricos de laranja e um travo picante a gengibre e pimenta preta, combinados com um toque frutado de maçã e framboesa. A versão masculina cheira a uma mistura de toranja com folhas de violeta e um toque suculento de abacaxi, combinada com o aroma da madeira de cedro. Um duo de fragâncias frescas.

CH Eau de parfum sublime Beleza

t — Joana Teixeira

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CH Eau de Parfum Sublime é a nova fragância de Carolina Herrera, dedicada à mulher sofisticada, elegante e sensual. O perfume transpira um mistério irresistível, através da sua essência que combina exótico com floral. A essência é composta por uma mistura de musgo e âmbar harmonizada com couro e pétalas de rosa, terminando com um suave aroma frutado. Um perfume contemporâneo com notas vintage.


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f — António Bernardo

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s — Conforto Moderno

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f — António Bernardo

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f — António Bernardo

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t — Davide Pinheiro

Franz Ferdinand

É impossível disassociar o novo álbum dos Franz Ferdinand do quadro de bandas rock neo pós-punk de há dez anos. Entre 2001 e 2005, as guitarras voltaram a ser instrumento de entusiasmo quando já se fazia o funeral do rock. Recapitulando a história, entre a morte de Kurt Cobain e a edição de "Is This It?", dos Strokes, o vazio não foi preenchido. Nem Billy Corgan, o auto-proclamado Deus, a quem foi previsto um futuro no trono, foi capaz de alumiar um caminho escuro como bréu. O resgate na alvorada do século inspirou não só uma nova geração como valorizou alguns dos que já se batiam pela causa. Por exemplo, os The Hives cujo single "Hate To Say I Told You So" se tornou obrigatório em qualquer pista, os White Stripes que antes do fabuloso "Elephant" e do vídeo com Lego de Michel Gondry para "Fell In Love With A Girl" já electrificavam os blues, e as rainhas Queens of the Stone Age, moradoras do mesmo deserto Joshua, onde os Kyuss atiravam pedras a quem ficava para ouvir. Deste e dos que vieram depois, já poucos restam. Cedo se percebeu que os Interpol eram um embuste, os Bloc Party não aguentaram a pressão, os Kaiser Chiefs foram relevantes durante um álbum, os Yeah Yeah Yeahs perderam o motivo e quem mais brilha são uns tais de Black Keys a quem Jack White chamou de copiões no processo de divórcio com a bela Karen Elson. Os Franz Ferdinand são uma excepção. Se Is This It foi o mais influente deste período revivalista, em que cada banda correspondia a uma outra dos anos 80 —White Stripes pela ligação aos blues e QOTSA herdeiros do rock americano dos anos 90 são excepções— a melhor colecção de canções é aquela com que os Franz Ferdinand se apresentam. "Franz Ferdinand", de 2004, é uma rota imparável de canções rock com refrões pop dançáveis, que amplifica as linhas dos Gang of Four e a orientação melódica dos Orange Juice. Seis singles prolongados por "Do You Wanna Know", do ano seguinte, provocaram uma transversalidade rara: os arquiduques tanto eram ouvidos em intervalos de competições como nas discotecas mais "inteligentes".

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O que o novo "Right Thoughts, Right Words, Right Action" faz é prolongar esse efeito de celebração colectiva perdido no anterior e derivativo "Tonight: Franz Ferdinand". Compreende-se que uma banda tão melómana quisesse evitar uma fórmula garantida de êxito, mas a experiência com percussões africanas e electrónica experimental não funcionou. Esse era um álbum indeciso e pouco convicto do que devia explorar. A experiência não funcionou mas era possível.

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Franz Ferdinand


t — Davide Pinheiro

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Franz Ferdinand

Mais novos, os conterrâneos Django Django provaram que o compromisso entre balanço rítmico à Talking Heads e canção pop no Séc. XXI é possível. O groove efervescente volta a estar todo no novo longa-duração, que quase esteve para não acontecer. Há dois anos, os Franz Ferdinand estiveram perto do fim. "Right Thoughts, Right Words, Right Action" foi um desafio. E agora que o resultado está à vista, é justo reconhecer que há baile na corte. Disco breve que se ouve de um só fôlego, recupera os riffs memoráveis em "Love Illumination" e "Right Action", acrescenta-lhe baixos à Joy Division, guitarras e Thin Lizzy, baladas estimulantes e um saxofone gingão como foi hábito em David Bowie, Roxy Music, Psychedelic Furs e INXS. Rock vibrante para sentir a noite inteira no corpo, naquele que é o melhor álbum dos Franz Ferdinand desde a inalcançável estreia ou a revisão do revivalismo de há dez anos, quando a melhor banda de rock pós-geração de 2001 e a única sem âncoras no passado, os Arctic Monkeys, evita, pela primeira vez, a objectividade que a tornou na voz de uma certa adolescência. Não é irónico?

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Franz Ferdinand


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s o u n d s tat i o n

t — André Lopes (punch.pt)

Goldfrapp

Foi na junção entre a poesia e a folk ultra-moderno que os Goldfrapp encontraram o caminho à média luz para o seu sexto disco de originais. Tales of Us promete forrar o mês de Setembro com sonoridades cinzentas mas, infelizmente, o Outono não dura para sempre. Normalmente apontados como um dos nomes mais característicos do electro‑pop britânico, será de importância maior não esquecer que a estreia dos Goldfrapp aconteceu no ano 2000, com o ultra requintado Felt Mountain: imersão autêntica numa sensibilidade pop sob a forma de estruturas musicais tipicamente associadas ao lounge mais elaborado, ou à música ambiente mais concretizada. Desde então, o duo constituído por Alison Goldfrapp e Will Gregory, tem expandido a sua escrita tanto no estilo iniciado pelo primeiro disco, como numa vertente mais dançável e ritmada, rica em sintetizadores de direcção explicitamente pop, ainda que fora de banalidades. Tales of Us, como o título antevê, nasce de uma introspecção identitária encadeada em 10 novas canções, cada uma narrando poeticamente o percurso de uma personagem diferente. Além desta premissa, Tales of Us é como que uma reacção a Head First (2010), onde encontrámos uma banda pouco inventiva, a apoiar-se de forma directa em sonoridades da pop mais fácil dos anos 80.

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Sem singles condenados ao sucesso de topo de tabela, os Goldfrapp assinam um disco que se orgulha da própria dispersão, encontrando na desorientação a harmonia ideal para o desenrolar de melodias e elementos que ajudam a conceber um dos álbuns mais interessantes do repertório da banda. O tom volta a ser etéreo, recordando Felt Mountain ou Seventh Tree, e parece ser em redor destas ambiências que os Goldfrapp encontram vitalidade para reflectir as suas personalidades e inquietações. No decorrer do alinhamento, é impossível encontrar o menor resquício de sentido de urgência, algo que facilmente se deduz pela forma como as canções desaguam umas nas outras sem a necessidade de existirem pontos altos que cativem o ouvinte de forma automática. Com a primeira faixa "Jo", percebemos rapidamente as intensões da dupla: de início palidamente minimal, a oscilação suave

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t — André Lopes (punch.pt)

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entre teclas simples rapidamente se transcende a si própria com a inclusão de uma série de texturas de cordas de instrumentos clássicos, à medida que os sintetizadores colaboram para conceber uma camada sonora apaziguante. Hão-de surgir violinos em stacatto para assegurar a restante narrativa sonora, enquanto Alison declama os seus versos de forma suave, condizendo com toda a moldura formada em redor. Com as devidas variâncias, esta é uma forma de escrita que surge ciclicamente nas músicas de Tales of Us, das quais se distingue "Thea", pela frontalidade com que a voz de Alison se encontra mais centrada na mistura de som. O ritmo percussivo está devidamente acentuado, sem se deixar mascarar pela ambiência criada por samples bem trabalhados. Aqui o ouvinte consegue ser captado facilmente, garantido com certeza um dos focos de interesse daqueles que não sejam conquistados pela tonalidade cinzenta e divagante do restante disco. Trata-se de um álbum rico em detalhes prontos a deliciar aqueles que preferem a faceta expansiva e melancólica (por vezes acústica) dos Goldfrapp, ao invés do estruturalismo da sua pop sintética. Tales of Us peca, no entanto, a partir do momento em que se desenrola por completo baseado numa forma de escrita, que sem dúvida iria beneficiar com a apresentação de variâncias mais acentuadas.

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t — Rui Miguel Abreu

Earl Sweatshirt

Earl Sweatshirt, o mito da crew ODD FUTURE, estreia-se finalmente a sério com um álbum de título Doris, onde não se pressente nem um pingo de ironia. Depois da Asap Mob, depois de Kendrick Lamar, de Ka, de Future e depois de Gucci Mane, o mundo parece já um local muito diferente daquele que viu a Odd Future de Tyler The Creator nascer e prosperar. Goblin de Tyler, ponta de lança da crew de Los Angeles, explodiu em 2011, o mesmo ano em que Frank Ocean editou Nostalgia, ULTRA. Antes de conquistar espaço nas listas de melhores álbuns de 2012 com Channel ORANGE. Pelo meio, a internet —com o YouTube e o Tumblr como trampolins— serviu para projectar o mito de Earl Sweatshirt, um mito que fez de «Earl» um dos mais absurdos e perturbadores momentos hip hop do novo milénio, mas que desapareceu de circulação levando multidões a gritarem impropérios à mãe que supostamente o «expatriou» para um colégio interno na Samoa, talvez para curar os delírios de violência que inflamavam as suas rimas e o seu imaginário. Earl, que na verdade assina Thebe Kgositsile sempre que precisa de requisitar um livro na biblioteca, tem apenas 19 anos agora, o que só torna esse revelador momento de «Earl» mais assustador quando as contas de subtrair nos revelam que escreveu rimas como quando tinha apenas 15 anos…

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Essa fama de prodígio persegue Earl desde o seu internamento na Samoa, quando a falta de produto gravado com o seu nome só serviu para alimentar o estatuto que lhe permitiu ser reconhecido por funcionários do aeroporto LAX logo que chegou do seu exílio. Doris, o álbum que agora edita na Sony, confirma no entanto que todo esse insuflar não foi em vão, nem despropositado. Num disco feito quase sempre de beats económicos e sem grandes hooks ou fogosde-artifício a cargo de «super-produtores» — Samiyam, Frank Ocean, Tyler The Creator e Rza são os nomes mais sonantes, enquanto que boa parte das batidas ficam a cargo de um tal de randomblackdude que é apenas um alter ego do próprio Earl… —o rapaz Sweatshirt

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t — Rui Miguel Abreu

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brilha graças ao caráter noturno de rimas que soam como cicatrizes: . O cartão da biblioteca de Thebe deve estar preenchido com títulos de grandes clássicos, certamente. William Blake, quase de certeza, que até surge por aqui lateralmente, como o inspirador das Songs of Experience do grande David Axelrod que surge samplado —ao lado dos Can!— em «Centurion» de Earl. Durante boa parte de Doris, Earl faz o possível por se manter anestesiado com o fumo da erva que tanto espaço conquistou nas suas letras, mas talvez isso aconteça apenas porque sinta demais. O seu tom é quase sempre monocórdico, sem dinâmicas (para isso temos Kanye…), mas nessa flatline pressente-se uma rica vida interior, a vida de alguém que ainda não percebeu qual é o seu lugar no mundo. E essa é talvez a maior qualidade da estreia de Earl Sweatshirt: a capacidade de nos fazer perceber que este é apenas o capítulo inaugural e que se nada se atravessar no seu caminho, o (estranho) futuro trará feitos ainda mais impressionantes. Temos tempo…

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t — Maria São Miguel

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Pepe Jeans London Happy 40th Anniversary!!

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A Parq não podia deixar de celebrar os 40 anos da Pepe Jeans London, propondo uma colaboração com Soraia do Carmo, do blog Carmo Avant Chanel, que revisitou os rostos que ajudaram a imortalizar algumas das campanhas desta marca de denim . E foram muitos, desde que Bridget Hall foi fotografada por Bruce Weber nos anos 80, marcando a entrada da Pepe Jeans no mercado americano, assim como uma maior relação com as jovens estrelas. Desde então, vimos associadas à marca figuras como Jason Priestley, Laetitia Casta, Donovan Leitch, Ashton Kutcher, Sienna Miller, Cristiano Ronaldo, Alexa Chung, Edie Campbell e, mais recentemente, Cara Delevingne. Soraia do Carmo teve carta branca e escolheu as figuras que mais a marcaram nas campanhas da Pepe Jeans London desde que começou a desenvolver um percurso na área da Moda.

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Bridget Hall

A campanha inaugural, com Bruce Weber, empurrou a modelo ascendente Bridget Hall para a estratosfera das supermodelos e fixou um princípio, uma busca constante de novas caras que representem os valores da Pepe Jeans London.

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ilustração — Soraia do Carmo

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A Pepe Jeans London sempre teve uma habilidade especial para descobrir novos talentos. Sienna Miller foi, durante várias temporadas, a musa das campanhas , acompanhando o pico mediático da actriz.


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t — Maria São Miguel

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2010 foi o ano de Alexa Chung, que fez duas campanhas para a Pepe Jeans London. Chung era uma jovem modelo de sucesso, que saltou para o ecrã da televisão inglesa, tornando-se rapidamente uma referência.

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ilustração — Soraia do Carmo

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Eddie Campbell entrou no mundo da moda através de Mario Testino, que a chamou para um projecto sobre Londres. Este início despertou a atenção da Pepe Jeans, que a convidou para ser o rosto da campanha do ano seguinte, antecipando a carreira meteórica desta supermodelo.


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t — Francisco Vaz Fernandes

Numa época em que Londres se afirma como um grande centro de moda, uma exposição e um livro recordam os seus primórdios nos anos 80. O Victoria & Albert Museum apresenta, até 16 de fevereiro, “Club to Catwalk, London Fashion in the 1980s”. Uma exposição que relaciona a actividade dos clubs com os elaborados visuais de quem os frequentava. Já o livro, “We Can Be Heroes, London Clubland, 1976-1984”, organizado por Graham Smith, faz um retrato fotográfico dos seus principais protagonistas nos momentos e locais chave.

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um ponto de encontro obrigatório ao ser a passerelle onde, semanalmente, eram exibidas as suas últimas criações. Agora, pela primeira vez, o Victoria & Albert faz um levantamento exaustivo dos criadores e das colecções desenvolvidas na época, sendo expostas peças de John Galliano, Stephen Linard, Sade, Melissa Caplan, Stephen Jones, David Holah e Stevie Stewart dos Body Map, entre muitos outros que, nos anos 80, davam os seus primeiros passos. Em geral, os Neo-Romantics —como ficariam reconhecidos no movimento londrino gerado no início dos anos 80 — 1

Nos primórdios

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No rescaldo do período punk e de contestação contra a sociedade conservadora inglesa, um grupo de jovens ingleses, ligado às actividades criativas, começou a encontrar-se em clubs e a desenvolver uma cultura própria onde o universo da moda ganhava grande relevância, em termos de identidade de grupo. Contudo, sem grande acesso aos criadores de referência, para além de Vivienne Westwood, grande parte do seu guarda-roupa era construído pelos próprios ou por amigos, em geral estudantes de moda. O club tornara-se

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da moda inglesa evitaram a icónica t-shirt rasgada do Punk e deram preferência a roupas com formas amplas, padrões geométricos inspirados no futurismo e construtivismo russos, dos anos 20. Esta estética, que tinha por base o minimalismo robótico dos kraftwerk, foi introduzida nas noites que Rusty Egan, um DJ irlandês que vinha de Berlim, e que Steve Strange organizavam no Billy’s e, mais tarde, no The Blitz (1979). Conseguiram congregar em seu torno todos os miúdos extravagantes, vindos em grande parte do St. Martins School, que não

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se sentiam muito à vontade com as suas maquilhagens, cabelos e roupas arrojadas, meticulosamente preparadas horas antes para brilhar no club. Foram tão fundamentais para o sucesso dessas noites que passaram rapidamente a ser conhecidos como The Blitz Kids. A etiqueta, New Romantic, chegaria muito mais tarde, quando algumas

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t — Francisco Vaz Fernandes

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miúdo interessado em fotografia, que se tornou próximo de muitas das figuras dos New Romantics. Passeava-se com a sua câmara para todo o lado, sem considerar que isso pudesse ser alguma vez relevante. Boy George, que escreve 6

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o prefácio do livro, refere-se mesmo à surpresa de se ver documentado em tantos momentos da sua vida, que o próprio teria dificuldade em relembrar com o rigor das fotos de Graham. O livro documenta aspectos menos conhecidos, como as actividades desenvolvidas no squat de Warren Street, uma casa que foi ocupada por Kim Bowen, David Halah, Michele Clapton, Stephen Linard, Princess Julia, Stephen Jones e Melissa Caplan, entre outros. Para muitos, foi

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bandas britânicas criadas no interior deste grupo passaram a ser conhecidas pelo grande público, especialmente os Spandau Ballet, os Visage, criados por Steve Strange, e os Culture Club, com Boy George. Contudo, grande parte dos acontecimentos que consolidavam as interelações entre os vários indivíduos envolvidos, passavam longe dos media e desenvolviam-se num período bastante curto. Por essa razão, o levantamento fotográfico publicado por Graham Smith torna-se um testemunho tão relevante. Na verdade, Graham era apenas um

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t — Francisco Vaz Fernandes

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um momento crucial, porque o squat passou a ser durante um ano backstage e palco da maior das produções de moda que aí se desenvolviam. As apresentações das pequenas colecções misturavam-se com performances, concertos de música e atraíam pessoas como Boy George ou os membros dos Spandau Ballet, que ali fizeram as imagens para o seu primeiro álbum.

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Princess Julia, outra testemunha‑chave neste período, menciona em “We Can Be Heros” que além desse encontro de afinidades, importa referir que as criações 9 que aí desenvolveram foram marcadas por dois eventos. Antes de tudo, foram fundamentais as noites do St Moritz, criadas por Philip Sallon no início de 1980, inspiradas no dramatismo das estrelas de cinema mudo dos anos 30 e no universo burlesco de Kurt Weill. Interrompendo as propostas mais electónicas do The Blitz, passaram a preferir o ambiente de cabaret burlesco pelo simples prazer da oportunidade de criar um guarda‑roupa cada vez

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mais fantasioso. Mas, a extravagância dessas noites, como volta a referir Princess Julia, nunca teria sido possível sem um episódio aparentemente marginal, uma grande venda de roupa de teatro, muito concorrida por todos os habitantes do Warren Street. Todos tiveram oportunidades de adaptar as peças mais extravagantes ao estilo das personagens fatais do cinema mudo, para comparecerem nas noites do St. Moritz. Para além destas fantasias quase carnavalescas, eram as peças dos desfiles de Stephen Linard, marcadas por um estilo gótico teatral, que enchiam o St. Moritz, que, de repente, se transformou num club a preto e branco. 8

Apesar de toda a riqueza cultural, o movimento dos New Romantics foi uma espécie de efervescência de curta duração. Até 1983 vários clubs ficaram associados às actividades dos seus principais protagonistas como Hell, Le Kilt, Le Beat Route, Club for Heroes, The Camden Palace, The Mud Club e The Wag Club. Alguns deles não durariam mais de que uns meses, mas com eles cruzaram‑se personalidades relevantes como Sade, 10

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também estudante de moda na St. Martins School, Chris Sullivan, George Michael e Christos Tolera, entre outros.

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Os clubs estavam no centro da vida cultural londrina e lançavam tendências que passaram a contar com o apoio da imprensa inglesa emergente, em especial The Blitz, The Face e a ID Magazine, 14

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que conseguiam assim ampliar um fenómeno à partida restrito. Dirigidas a um público urbano crescente, as novas revistas propunham novos conceitos de moda, onde a rua e o hedonismo nocturno ganhavam evidência. A possiblidade de um maior número de publicações nacionais viria-se a mostrar crucial para o crescimento da indústria de moda inglesa, provando uma capacidade de exportar alguns dos nomes que hoje são subjamente conhecidos. O carácter mais teatral e excêntrico revelado nos anos 80 estaria apto a conquistar Paris e a imprensa internacional nos anos 90, apresentando dois nomes de grande destaque: John Galliano e Alexander McQueen. Quando nos lembramos das suas colecções e desfiles, que Galiano criou para Maison Dior, marcados pelo excesso e pela sumptosidade das roupas e dos decors, compreende-se o background deste criador e as relações que estabelece com a energia criativa lançada pelos Neo Romantics há mais de uma década. 1- Criação de John Galliano, 1983 2- Capa de livro, We are heroes de Graham Smith 3- Hells Angel, capa da revista The Face 4+5- Vista da exposição Club to Catwalk, London Fashion in the 1980s, no V&A Museum, Londres 6- Trojan e Mark no Taboo, 1986 7- No Subway, 1986 8- Phil Dirtbox, Jay Strongman, Rob Milton no Wag, 1983. © Graham Smith 9- Steve Strange no Blitz, 1980. © Graham Smith 10- Poster da exposição Club to Catwalk no V&A com Scarlett Cannon, 1984. 11- Criação de Vivianne Westwood, para a revista Blitz 12- Stephen Linard e Stephen Jones, no St. Moritz, 1980. © Graham Smith 13- New Romantics no Blitz Club 14-Blitz Club

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t — Carla Carbone

Sander Mulder é um designer holandês. Nascido em 1978, formou-se na prestigiada academia de Eindhoven, onde, segundo uma breve biografia, se terá destacado pelo engenho e criatividade. Mulder confronta, com as suas peças, a graciosidade da natureza com o fulgor da indústria, sendo que o último apresenta tanto de constructivo como de destructivo. Aparentemente incompatíveis, o certo é que são precisos os dois, para que seja possível ao ser humano continuar a alimentar a chama de um potencial crescimento ou progresso das sociedades.

Design

mais alta tecnologia, a tecnologia CNC. Já em Pythagoras, uma cadeira feita em alumínio no espaldar e assento, e cortada a laser, famosa pela aparência de um origami na forma, não descurou a alta tecnologia. Mulder parece deambular entre a , expressão de William Morris, e a voracidade da máquina. Sucessivamente procura (ir) remediavelmente sentidos nos destroços deixados pela indústria.

Crow Já dizia Cleantes:

. Sander Mulder, designer holandês, desenhou um suporte para mesa cuja estrutura se baseia no princípio das patas das aves. A natureza foi o motor de inspiração para este trabalho de Mulder.

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O designer transportou para a madeira, depois de um estudo demorado, o conceito de suporte com 3 pés — contrariando a tendência natural para as armações de mesa com quatro pontos de sustentação. Mãos de artesãos, sobretudo de carpinteiros, ajudaram a esculpir as formas, com os seus saberes tradicionais, mas combinados com a

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O projecto U-Tube é disso um largo exemplo. Mulder elogia os arquétipos industriais. Evoca os tempos idos de um

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Sander Mulder

. Perante este positivismo todo, sabemos que as coisas já não são bem assim, mas que há que apanhar o bom que existe na natureza e combinar com o bom que a indústria oferece. Mulder sabe-o, e procura, através dos objectos que cria, encontrar o equilíbrio entre estes dois mundos, aparentemente inconciliáveis.

Marie-Louise

Pythagoras Henry Ford (1928), o seu enaltecimento do novo (velho) “Messias”, a “maquinaria”. Com os seus tubos (pequenos canos) revestidos em cor cinza, o designer relembra um tempo em que se tinha uma fé cega na indústria, e nas máquinas como facilitadoras da vida dos homens e das mulheres. Recordemos que parte do trabalho doméstico foi agilizado, liberando a mulher dos trabalhos “forçados” da cozinha. Entre outras actividades. Como diria Ford

Marie-Louise

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t — Carla Carbone

Design

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t — Carla Carbone

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Sander Mulder

u-tube

Pythagoras

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t — Paula Melâneo

O Centro Cultural de Belém em Lisboa, recebe Sou Fujimoto, um dos arquitectos mais notáveis da sua geração, apresentando sob a ideia de “Arquitectura como Floresta” cerca de 120 maquetas, projectos, objectos, materiais e filmes de trabalhos seus, onde o carácter experimental e de criação do “novo” é marcante.

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Este fascinante arquitecto japonês (n. 1971, Hokkaido) tem contribuído para a redefinição dos parâmetros da espacialidade contemporânea com um trabalho único, que não se encaixa em categorizações convencionais. Nos seus projectos procura uma simbiose

Arquitectura

entre interior/exterior e entre público/ privado, onde divisões de espaços, pisos, tectos e paredes se fundem e confundem —espaços interligados a que se refere a sua ideia de “caverna”, descrita no livro Primitive Future, como uma possibilidade futura de viver o espaço. Na sua pesquisa espacial procura que as pessoas consigam estabelecer uma relação intuitiva entre o corpo e o espaço. As estruturas que cria, aparentemente complexas onde a introdução de uma certa dose de caos na ordem é deliberada, permitem uma maior liberdade ao utilizador, apelando à sua criatividade para a própria ocupação, vivência e definição

Sou Fujimoto no Kunsthalle Bielefeld. © Roman Mensing

Sou Fujimoto, Final Wooden House, 2008, Kumamoto, Japão. © Iwan Baan

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das funções espaciais. A experiência

Arquitectura


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t — Paula Melâneo

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Sou Fuijimoto

Sou Fujimoto , Serpentine Gallery Pavilion 2013, Sou Fujimoto. © Iwan Baan

Wooden House e as suas reconhecidas House N e House NA são exemplos dessa interacção no espaço e referências da arquitectura contemporânea.

Em 2013, com 41 anos, foi o mais jovem arquitecto convidado a idealizar o Pavilhão da Serpentine Gallery nos jardins de Kensington em Londres, na sua 13ª edição. Considerado como uma das propostas mais radicais de Pavilhão até à data, esta estrutura temporária de 350m2 foi inaugurada no passado mês de Junho, mas ainda pode ser visitada

até 10 de Outubro. Uma construção singular, que reflecte a maneira de fazer arquitectura de Fujimoto, onde a natureza do jardim se funde com uma estrutura leve e delicada, tecida de uma imensidão de finos varões de aço. Nas suas palavras: E aqui a surpresa é significante: a imagem resulta num objecto etéreo, uma espécie de nuvem semitransparente, que se dilui na paisagem. Como se tivessem suspensos no espaço, os visitantes encontram aqui um lugar de relaxamento e experiência, um espaço social flexível e multi-usos, onde podem aceder a diversos terraços, interagindo

Sou Fujimoto , Serpentine Gallery Pavilion 2013, Sou Fujimoto. © Iwan Baan

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Sou Fuijimoto


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t — Paula Melâneo

Arquitectura

Sou Fujimoto, Tokyo Apartment 2010. © Iwan Baan

com o local e explorando-o de diversas maneiras —aí se podem sentar para contemplar a envolvente no seu novo enquadramento ou participar nas actividades que têm sido organizadas pela Serpentine Gallery ao longo dos 4 meses em que o Pavilhão está aberto.

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Sou Fujimoto vai estar em breve em Portugal, para uma conferência e abertura desta exposição monográfica, na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém em Lisboa, no dia 10 de Setembro. Esta exposição divide-se em seis

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secções temáticas, juntando cerca de 120 maquetas, projectos, objectos, materiais e filmes de trabalhos de Fujimoto onde o carácter experimental e de criação do “novo” é marcante. São projectos de escalas muito diferentes, uns construídos, outros em desenvolvimento e outros são apenas a exploração de conceitos.

, explica Fujimoto. Futurospective Architecture foi inicialmente realizada e apresentada no Kunsthalle de Bielefeld, na Alemanha, em 2012 sob a direcção de Friedrich Meschede. Em Lisboa, tem também a curadoria de Julia Albani e estará aberta até 17 de Novembro de 2013.

Arquitectura


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t — Paula Melâneo

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Sou Fuijimoto

Sou Fujimoto, House NA, 2011 , Tóquio, Japão. © Iwan Baan CCB Sou Fujimoto Futurospective Arquitecture Até 17 de Novembro de 2013 Das 10h00 às 18h00 Entrada pelo Jardim das Oliveiras Preço 2€

Sou Fujimotom House N, 2008, Oita, Japan. © Iwan Baan

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Sou Fuijimoto


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t — Joana Teixeira

Vidas

A Mouraria. Um bairro perdido no coração da grande Lisboa, esquecido pelo tempo, fechado num casulo de antiga tradição. Bairro de casas vazias cujas paredes, de pedras no chão, já não tinham mais histórias para contar. Por entre estreitos becos e ruelas fugia o fado vadio, e aqui vivia a velha Lisboa.

O objectivo é dinamizar a Mouraria, fundindo a cultura bairrista com a contemporaneidade lisboeta. É também abrir as suas portas a turistas, curiosos, empreendedores e novos moradores. Reconstruir edifícios antigos, trazer vida a casas vazias, rejuvenescer as gentes do bairro.

Mas, das ruínas da antiga Mouraria nasceu um projecto de restauração da identidade histórica e cultural do bairro. A Associação Renovar A Mouraria foi fundada, em 2008, por moradores e voluntários com a missão de preservar o bairro, defendendo-o da ameaça do esquecimento.

Em 2012, a Associação Renovar A Mouraria conquistou uma casa. Mudou-se para a Mouradia – Casa Comunitária da Mouraria, com nova morada no Beco do Resende. Um edifício reconstruído pelo Ateliê Artéria, em forma de manifesto contra a degradação urbana do bairro. Esteticamente, uma casa de família aberta a todos, onde há espaço para convívio, cultura, formação e festa.

Assente no espírito de comunidade que caracteriza a Mouraria, esta associação promove a sua revitalização urbanística, social, cultural e turística, através do desenvolvimento de actividades artísticas e de lazer —que convidam a entrar no bairro para o conhecer— tal como de acções formativas —que têm como público os moradores da Mouraria.

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A Associação Renovar A Mouraria acolhe a população imigrante, promovendo a diversidade e integração, num bairro conhecido pela sua fusão de culturas. Ao valorizar a formação, também disponibiliza serviços educativos e tenta combater a iliteracia.

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A Mouradia é agora uma segunda casa para quem vive no bairro e uma porta de entrada para quem vem de fora. O novo cartão-de-visita apresenta uma Mouraria onde se pode passear, morar, trabalhar ou abrir negócio —um lugar para se viver. E, passo a passo, a Mouraria renasce do esquecimento, entre as ruas e vielas cada vez menos estreitas, que convidam a entrar para conhecer aquele que é um dos bairros mais emblemáticos da capital e que, a pouco e pouco, volta a representar a Lisboa “menina e moça” de Ary dos Santos.

Agradecimentos a Carole Garton e Filipa Bolotinha

Vidas


t — Joana Teixeira

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Mouraria

O joalheiro da Mouraria. Sebastião Lobo é um jovem alfacinha de 20 anos, com um fascínio por tudo o que brilha e que nem sempre é ouro —também pode ser prata, latão, madeira ou plástico, materiais com os quais cria artesanalmente as suas peças. Uma jóia é sinónimo de toque final — . Para Sebastião Lobo, ou não fosse ele um joalheiro excêntrico, é a jóia que usa a pessoa como acessório e não o contrário. Com mãos de artista desde sempre, o que mais o cativa na sua profissão é o facto de as suas peças poderem ser usadas, passeando pelo mundo no corpo de alguém. Em 2011, Sebastião Lobo procurava um espaço a que chamar seu, um ateliê em nome próprio onde pudesse desenvolver o seu trabalho como artista plástico e joalheiro. Encontrou na Calçada de Santo André, na Mouraria, a montra perfeita para as suas jóias.

Ao entrar no bairro, entrou no seio de uma família à antiga, sedenta por contar histórias sobre um outro joalheiro, antigo dono do espaço, e por matar a curiosidade de conhecer por dentro o Ateliê Sebastião Lobo. O jovem joalheiro extravagante, que procura inspiração nos elementos da natureza, é motivado pelo processo de transformar uma ideia numa jóia, o poder de criar um objecto a partir do nada. E foi na Mouraria que as suas jóias encontraram um expositor à medida, neste que é “o bairro mais multicultural de Lisboa”. Mouraria, esse lugar pequeno demais para a azáfama da grande capital.

f — Maria Meyer

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Mouraria


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t — Joana Teixeira

Vidas

A artista da Mouraria. Fátima Garcia, nascida em França e criada em Portugal, é uma artesã de origami de 31 anos. Tudo começou na juventude, por brincadeira. A primeira vez que experimentou dobrar papel conseguiu dar asas a um pássaro. Deixou-se levar pela magia desta arte japonesa, que consegue transformar uma simples folha quadrada em algo de beleza extraordinária. Em 2011, Fátima Garcia arriscou naquilo de que gostava e que sabia fazer melhor e construiu o seu sonho na Mouraria, com a abertura da loja Mãos à Dobra, um espaço artístico onde partilha a sua paixão pelo origami com os moradores, os lisboetas, os turistas e onde todas as ideias se materializam

em papel. A loja veio alegrar o Largo dos Trigueiros, com pássaros a cair do tecto e coloridas esculpturas de papel expostas nas paredes. Em origami, o bairro seria uma guitarra, ou não fosse ele o berço do fado vadio. Apesar de tradicionalmente típica, a Mouraria está cada vez mais virada para fora e a arte do origami foi recebida de mãos abertas, por vizinhos curiosos, que deram graças por ser mais uma casa com vida - menos uma casa vazia.

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é como Fátima Garcia descreve este bairro, onde todos se conhecem, onde as culturas se misturam, onde a proximidade entre as pessoas a faz sentir-se em casa. Quando ainda estudava, a artista experienciou pela primeira vez como era viver na Mouraria. Na altura de construir sozinha um lar, sentiu que era impossível não ficar. No bairro convivem novo e velho e todos têm um nome. Mouraria, esse lugar sem jardins, que precisa de ser preenchido com um toque de natureza.

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f — Maria Meyer

Vidas


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t — Joana Teixeira

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Mouraria

A fotógrafa da Mouraria. Camilla Watson é uma inglesa de 46 anos que encontrou em Lisboa o refúgio visual perfeito para trabalhar e viver da fotografia. A sua paixão pelas câmaras começou há 20 anos, quando fotografava peças de teatro. Percebeu que, através das lentes, conseguia relacionar-se melhor com o mundo, desenvolvendo um gosto especial por captar imagens de pessoas. Camilla Watson procurava um espaço para abrir o seu estúdio com sala escura, onde pudesse fazer fotografia à moda antiga, e encontrou no Largo dos Trigueiros, na Mouraria, a sua nova morada. Em 2008, inaugurou um espaço íntimo, onde trabalha, mas aberto ao público, que pode entrar sem bater à porta, para conversar sobre fotografia ou apenas para espreitar algumas das suas imagens.

Mas, foi nas paredes do bairro que a fotógrafa encontrou a sua verdadeira galeria. O espírito de comunidade, quase palpável, convidou-a a fazer um tributo visual àquele que é o eterno símbolo do bairro —o fado. Foi criado um caminho de fadistas, com imagens impressas nas paredes e em madeira, numa exposição permanente intitulada “Retratos do Fado”, que representa a Mouraria como comunidade, da perspectiva da fotógrafa. Fascinada pela essência tradicional do bairro, Camilla Watson também fez dele a sua casa, apaixonando-se pela tranquilidade e diversidade que ali se vive, rendendo-se à sua simbiose entre o velho e o novo. Mouraria, esse lugar de casas vazias, que precisam de ser transformadas em lares outra vez.

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f — Maria Meyer

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Mouraria


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t — Joana Teixeira

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As arquitectas da Mouraria. Ana Jara e Lucinda Correia partilham a idade —37 anos— e a paixão por reconstruir, reabilitar, recriar. São humanas na sua profissão e compreendem a arquitectura como uma ciência social, que intervém no espaço urbano, que ao erguer edifícios também ergue pessoas. Em 2011, escolheram a Rua da Madalena, a portas meias com a Mouraria, para ser a morada do Ateliê Artéria. Ateliê como um espaço independente, que serve de casa aos projectos de um colectivo de arquitectos, uma antropóloga e uma curadora —onde a reabilitação urbana é o propósito comum. Artéria como rua que se pode percorrer, como vaso sanguíneo que transporta o sangue do coração para as células do corpo.

Apesar de escondidas num 4º andar, a Mouraria entra-lhes pela janela —com vista para edifícios pequenos, vazios, degradados. Ana Jara e Lucinda Correia procuraram soluções para esta paisagem na arquitectura e transformaram o seu trabalho numa obra pública, que não coube dentro de quatro paredes. Mãos à obra e, em 2012, ergueram a Mouradia – Casa Comunitária da Mouraria. Um espaço oferecido à Associação Renovar a Mouraria, criado para os moradores do bairro —uma segunda casa, nova, aconchegante e próxima da comunidade. Pela mão destas arquitectas, o projecto de renovação do bairro ganhou um tecto e a Mouraria perdeu um edifício em ruínas na sua paisagem. Ana Jara e Lucinda Correia, no seu ateliê na fronteira entre a Baixa Pombalina e a Mouraria, sentem-se vizinhas dos moradores do bairro —um pequeno espaço de liberdade e multiculturalidade, com uma riqueza que vai para além do fado. Mouraria, esse lugar esquecido na metrópole, entre as suas vielas e becos.

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f — Maria Meyer

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t — Joana Teixeira

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Mouraria

A cozinheira da Mouraria. Adriana Freire é uma fotógrafa de boa boca, apaixonada pelos prazeres gastronómicos e fascinada pelo poder que a comida tem de reunir pessoas diferentes numa mesma mesa. Não é uma “cozinheira de mão cheia”, mas sabe cozinhar boas ideias. E descobriu na Mouraria o bairro perfeito para concretizar o seu “projecto de vida”. Na Rua das Olarias, Adriana Freire encontrou um cantinho onde cabia a cozinha dos seus sonhos —aquela onde se misturam culturas, se partilham receitas e se trocam experiências de vida. Em 2012, a fotógrafa abriu as portas da Cozinha Popular da Mouraria —espaço do qual é mentora, lado a lado com a chef residente Rita Grifo.

Esta cozinha comunitária é a casa de jantar da Mouraria. Não é “uma casa portuguesa, com certeza”, porque foi criada à semelhança da multiculturalidade que se vive no bairro. Mas, é uma casa de família, onde há sempre lugar à mesa para amigos, curiosos e moradores —para quem as refeições são gratuitas. Na Cozinha Popular da Mouraria nunca se come o mesmo todos os dias. Aqui, partilham-se sabores gastronómicos de todas as partes do mundo, cozinham-se experiências para o paladar, provam-se novas culturas no prato. O lema? “Todos comem, todos cozinham”. Os bicos do fogão estão abertos à partilha gastronómica e cultural. Os cheiros que serpenteiam pelas ruelas do bairro, à hora de almoço, podem ter o travo a especiarias indianas num dia, e o aroma japonês a peixe fresco no outro. No bairro, a Cozinha Popular da Mouraria é o espaço que convida a viajar sem sair da mesa, experimentando uma nova cultura em cada garfada. Mouraria, esse lugar onde cabe o mundo.

f — Maria Meyer

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Mouraria


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t — Joana Teixeira

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O fadista da Mouraria. Jorge Baptista da Silva é um cantor de 26 anos com o fado nas cordas vocais. Apaixonou-se por este património imaterial em pequeno, quando ouviu a voz de Amália Rodrigues pela primeira vez. Descreve o fado como “um estado de alma” e canta-o desde os 12 anos, em casas de fado por este Portugal fora. Na Travessa da Nazaré, na Mouraria, Jorge Baptista da Silva descobriu uma segunda casa, ou não fosse este bairro aclamado como o “berço do fado”. É no Palácio dos Távoras, entre a nobreza da fachada e os azulejos no interior, que encontramos o Grupo Desportivo da Mouraria —uma colectividade de desporto e cultura, que adoptou a Escola de Fado da Mouraria e a instalou num salão ao qual muitos chamam de “catedral do fado”.

Nesta escola bairrista, o fadista é professor de voz. Não ensina o fado, porque este não se aprende —é um dom com o qual se nasce— e Jorge Baptista da Silva tenta aperfeiçoar o dizer, a musicalidade e a emissão vocal de quem o tem. Para o fadista, se a Mouraria fosse música, seria uma guitarrada à portuguesa, de Jaime Santos. Na Mouraria, a tradição está ao virar de cada esquina mas, para o fadista, é a vista única do Palácio dos Távoras sobre Lisboa varina que melhor espelha a alma do fado. Neste bairro pitoresco de pessoas castiças, em cada casa uma família vive o seu fado.

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Mouraria, esse lugar onde as ruas deviam ser tão limpas como a alma das suas gentes.

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f — Maria Meyer

Vidas


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t — Joana Teixeira

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Mouraria

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Mouraria


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c e n t r a l p a r q t — Ingrid de Brito Rodrigues

Produzido por Som e a Fúria, "Terra de Ninguém" de Salomé Lamas, documentário que estreou no Indie Lisboa 2012, chega em Setembro às salas de cinema para repasto dos que se privaram de ver e ouvir esta história contada na primeira pessoa por um Mercenário Português da Guerra Colonial, que passou de assassino da CIA e dos GAL a sem-abrigo. O documentário é narrado na primeira pessoa por José Paulo Rodrigues Sobral de Figueiredo, de 66 anos que relata, sem remorsos, as atrocidades inumanas

e impiedosas por ele cometidas como mercenário durante a guerra colonial e, mais tarde, na CIA e nos GAL — Grupo armado do governo espanhol de Felipe González, destinado a combater a ETA. Nunca se limitando aos contornos dos tabus e comparando o cheiro de pólvora e sangue a um vício semelhante ao da heroína ou cocaína, assume, sem horror, que gostou de matar. Que não há remorsos que lhe tirem o sono.

Cinema

as línguas opinativas reanimam‑se após a visualização desta efígie, para alguns tão incómoda. "Terra de Ninguém", de Salomé Lamas, é um filme começado na brincadeira sobre um assunto sério que nos atinge certeiramente e que nos arremessa para um precipício inquiridor entre a delicadeza humana e as suas cruezas. Que separa a verdade da mentira, pura e simples. O racismo ignaro do progressismo déspota. A violência da delicadeza. A História de estórias.

Tendo-se estreado em 2008, o percurso profissional da realizadora, investigadora e professora Salomé Lamas tem-se vindo a enraizar fortemente e o seu último trabalho confirma a sua densidade. Uma mente consciente que ganha intuição e cria uma ponte entre a resistência e a resiliência.

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Não se esconde numa estória, expondo sim, a história que muitos ainda rejeitam. Os mitos caem por terra e

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Cinema


t — Ingrid de Brito Rodrigues c e n t r a l p a r q

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Salomé Lamas

, conta a realizadora. É muito frequente baralharmos o entendimento entre maduro e podre. E a perplexidade com que ouvimos este testemunho não é de fácil digestão. Não conseguindo calar as vozes gritantes de quem não se revê, também é impossível continuar a silenciar aqueles que, como peões, cometeram selvajarias. Será este o rastilho de séculos de história que mostram a mentira dos afáveis costumes e a ilusão do tão ? Será que falado este documentário servirá de ponta para iniciar um debate sério sobre o não amancebamento de séculos de colonizações portuguesas menos atrozes que as dos outros? Oxalá que sim.

uém g n i n e d terra

José Paulo Rodrigues Sobral de Figueiredo

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Salomé Lamas


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Pa r q h e r e

t — Joana Teixeira

Places

café lisboa

O Chiado está mais saboroso. O chef José Avillez é apaixonado por Lisboa e, como um verdadeiro amante, está a espalhar os seus dotes de cozinha pela cidade. Café Lisboa é o terceiro espaço que abre portas na zona do Chiado pela mão do chef. No interior do Teatro Nacional de São Carlos, este é um ponto de encontro e, ao mesmo tempo, um ponto de partida para conhecer a capital. Uma sala de estar à moda dos cafés antigos, que recupera o charme característico deste edifício —com mais de 200 anos. Café Lisboa é um espaço para entrar e sair, adaptado ao ritmo frenético de quem corre “rua acima, rua abaixo” no Chiado. Para beber uma bica, para petiscar, para beber um copo, para almoçar ou jantar —este café convida a entrar pelo cheiro. Os sabores são tradicionais, desde Bacalhau à Brás a Croquetes de Novilho, mas é na doçaria que encontramos a verdadeira tentação —o Pastel de Nata Café Lisboa, servido quente e confeccionado de acordo com a receita especial do chef José Avillez. Só fica à porta quem quer.

B e b edouro

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Há coincidências que mais parecem propósitos, pelo menos é assim que entendi quando ouvi a Carla Soares e o Pedro Gouveia, um casal com relações familiares ao Douro a contarem a sua história que os levou a abrir um wine Bar e loja gourmet em plena baixa de Lisboa, com produtos exclusivos da região. Evidentemente não deiraram de referir que sendo a a região vínicola do douro instaurada pelo marquês de Pombal no bairro lisboeta reconstruido no final do sec XVIII pelo ministro da fazenda de D. José I o lugar ideal para abrirem as portas do seu “Bebedouro”. Coincidencias ou não o certo é que neste pequeno espaço tão acolhedor, todo redesenhado ao detalhe, podemos encontrar o melhor que ali se produz; De vinhos, quase todo o tipo, desde os de mesa até aos licorosos. Tal como na selecção dos azeites, também primorosa como a Carla se orgulha de referir, houve um laborioso trabalho de pesquisa vivida com muita felicidade porque foi como uma oportunidade de se reencontrar com as origens. De terra em terra foram chegando ao contacto directo com os produtores garantindo a qualidade de excelencia que desejavam. Na verdade, foi uma redescoberta como nos é garantido e que podemos confirmar no momento que provamos os queijos, enchidos, compotas que nos foram servidos a acompanhar. Sentados na esplanada do Bebedouro da Rua de São Nicolau num final de tarde quente, sentimos que, isto sim, era qualidade de vida.

Bebedouro Rua de São Nicolau, 24 Baixa Lisboa telef.: 218 860 376

Pa r q h e r e

t — Francisco Vaz Fernandes

Places


DFR

Representaçþes

w w w.sof tli n e-allk it.co m w w w.r o b er tir atta n.co m w w w.felicer ossi.it w w w.le d o.p t

T M: +351 918 709 964


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Pa r q h e r e

t — Francisco Vaz Fernandes

Places

objectivismo

Passamos pelo Príncipe Real, em Lisboa, e vimos uma pequena loja com expositores corridos cheia de peças de cerâmica modernista. Para nosso espanto eram todas portuguesas, como nos explicaram Nuno Lopes Cardoso e José Paiva, os sócios da Objectivismo. Este arquitecto e engenheiro já tinham tido negócios, separadamente, nas artes e antiguidades mas a descoberta da produção industrial e de autor, na década do pós guerra em Portugal, acabou por ser uma descoberta comum. Resolveram então criar uma galeria com o objectivo de melhor divulgar e mostrar esse periodo de ouro da cerâmica portuguesa, onde podemos encontrar peças da Secla, assinadas por Hansi Stael, Thomaz de Mell "Tom", Júlio Pomar, Maria Antónia Parâmos, José Aurélio, António Quadros, Luis Ferreira da Silva, Herculano Elias, José Santa‑Bárbara, entre outros. Também encontramos peças da Fábrica de Sacavém assinadas por Maria de Lurdes Castro. O acervo da Objectivismo é bastante representativo e lato, um excelente testemunho da renovação e inovação verificadas na época, tanto ao nível técnico como criativo. O valor das peças varia entre os 50 e os 500 euros, dependendo da sua raridade e estado. Ou seja, ao alcance de muitos.

Ojectivismo Rua D.Pedro V, 55 Lisboa telf.: 213 470 050

sagrada família

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No local mais imprevisto, o topo da Duque de Loulé, fomos encontrar a Sagrada Família, um espaço que concentre um bar, restaurante e sala de espectáculo. Dito assim parece muita coisa para os dois andares, mas inclusão é o adjectivo que melhor se aplica para este espaço. Tudo pode acontecer e basta olhar para a programação que é bastante eclética. Na cave bastante ampla podemos ter de 4º a Sáb performances, teatro ou espectáculos de música ao vivo assim como sessões de djs. Em cima temos no essencial mesas grandes e bancos corridos que convidam a partilha. É evidentemente um daqueles locais onde nunca se sabe bem o que o que nos espera, porque as gerações e as experiencia de vida misturam-se de forma harmoniosa porque todos são recebidos como pertencendo a grande família. Pelo menos este foi o próposito de Célia Fialho, Ricardo Lúcio e João Leandro quando decidiram propor um espaço alternativo aos circuitos habituais, com um certo espírito boémio, perfeito para todos aqueles que estão abertos a surpresas.

Sagrada Família Av. Duque de Loulé, 22B telf.: 213 520 159

Pa r q h e r e

Horário de Funcionamento 11h30 - 04h00

t — Francisco Vaz Fernandes

Horário de Funcionamento 11h30 - 04h00

Places


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Pa r q H e r e

t — Joana Pereira

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Places

embaixada Em Lisboa encontramos uma nova embaixada de moda e cultura. Criada pela Eastbanc, a Embaixada é um projecto materializado no Palacete Ribeiro da Cunha, no Príncipe Real. Dentro do luxuoso edifício, VLA Records está reunido um colectivo de lojistas e criadores que oferecem o melhor do design, arte, gastronomia e moda nacionais. Esta é uma embaixada do “crème de la crème” português, um ponto de encontro comercial e cultural, onde lisboetas e turistas são convidados a sentar-se à mesa do restaurante Le Jardin, deixar-se levar pelo impulso consumista em lojas como Amélie au Théâtre; Shoes Closet; Moleskine; Storytailors; Urze; VLA Records, Organii Bebé; Organii Cosmética Biológica; Organii Lounge; Linkstore; O da Joana/Sal/Menina e Moça/ Paez; Pavão; Intemporal; Temporary Brand e Boa Safra, ficar para participar num dos eventos culturais ou apreciar as exposições temporárias de artistas.

Storytailors

A Embaixada insere-se no Príncipe Real Project, que alia Intemporal a reabilitação e preservação de património arquitectónico ao design e funcionalidades modernas. Este palacete ganhou uma nova vida ao se transformar numa embaixada de promoção de marcas e produtos nacionais.

Boa Safra

Amélie au Théâtre

Embaixada Palacete Ribeiro da Cunha, Praça do Príncipe Real, 26, Lisboa

Pa r q H e r e

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Places

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Amélie au Théâtre


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Pa r q h e r e

t — Joana Teixeira

Places

mercado bom sucesso

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Inaugurado em 1952 como um mercado tradicional de produtos frescos, o Mercado Bom Sucesso, no Porto, é um amplo edifício de arquitectura moderna, cuja azáfama comercial se foi perdendo para as grandes superfícies. E para responder a uma cidade cada vez mais movimentada, o Mercado Bom Sucesso foi reabilitado na sua estrutura e conceito —sendo agora um espaço contemporâneo e urbano, que mantém as tradicionais bancas de produtos gastronómicos, mas que oferece também uma viagem de sabores pelo mundo na sua zona de restauração, tal como lojas e eventos culturais.

No Porto, renasceu um edifício do Séc. XX com o espírito cosmopolita do Séc. XXI. Um mercado com um toque retro e intimista, adaptado às rotinas da cidade. O conceito é simples: um encontro delicioso entre cozinha portuguesa e gastronomia do mundo, um encontro tradicional entre iguarias frescas e produtos gourmet, um encontro cultural entre workshops e exposições, espectáculos de teatro e dança e concertos de jazz.

Um mercado que convida o Porto a viver.

Pa r q h e r e

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