Parq 19

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Director

Francisco Vaz Fernandes francisco@parqmag.com

Direcção de Arte

Alva

www.alva-alva.com Publicidade

Francisco Vaz Fernandes francisco@parqmag.com

Cláudia Santos

claudia@parqmag.com

PARQ Número 18 mar. 2010

periocidade Mensal Depósito legal 272758/08 Registo ERC 125392 Edição Conforto Moderno Uni, Lda. número de contribuinte: 508 399 289 PARQ Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2ºesq. 1000-251 Lisboa 00351.218 473 379 Impressão BeProfit / SOGAPAL Rua Mário Castelhano · Queluz de Baixo 2730-120 Barcarena 20.000 exemplares

TEXTOS

Ana Rita Sevilha André Muraças Carla Carbone Cláudia Gavinho Claúdia Matos Silva Davide Pinheiro Francisca Manuel Francisco Vaz Fernandes Júlio Costa Nuno Adragna Margarida Brito Pães Maria João Teixeira Maria São Miguel Miguel Carvalho Miguel Pedreira Miss Jones Pedro Lima Pedro Mota Pureza Fleming Ray Monde Roger Winstanley Rui Catalão Rui Miguel Abreu

distribuição Conforto Moderno Uni, Lda. A reprodução de todo o material é expressamente proibida sem a permissão da Parq.Todos os direitos reservados. Copyright © 2008 Parq. Assinatura anual 15€. www.parqmag.com capa justyne (Just Models) fotografado por luís de barros. Blusa aos folhos de Storytailors, aplique no cabelo de Fernanda Pereira. Styling Barbara do O Make-up Anne Sophie hair Ana Fernandes para Griffe Chiado Ass. de fotografia Filipe serralheiro Pós-produção fotográfica Álvaro Teixeira

FOTOS

Francisco de Almeida Javier domenech Mário Príncipe Luís de Barros Pedro Janeiro Patrícia RD Sérgio Santos Seth Solo

STYLING

Bárbara do O Joyce Doret Margarida Brito Paes

Ilustração

Vanessa Teodoro


06 real People

the aerobica

74 Parq Here places

por Francisco Vaz Fernandes

restaurante feitoria

08 Real People

76 Parq Here places

daniel young + christian giroux

por Carla Carbone 10 Real People

João Martins

por Roger Winstanley 12 Real People

ricardo cabral

por Miguel Carvalho

benetton no rossio

78 Parq Here places

sax + cais do chiado

80 Parq Here gourmet

beefeater 24 + glenlivet + piper-heidsieck + malibu

14 Shopping Still Life

42 Viewpoint

Star Wars by Adidas Originals

por Seth Solo

82 Dia Positivo

18 You Must

por Cláudia Matos Silva ilustração Vanessa Teodoro

Zero e os novos piratas

32 Shopping 36 Soundstation

enchufada

por Davide Pinheiro 38 Soundstation

owen pallett

por Pedro Lima

40 Soundstation

red bull music academy

por Rui Miguel Abreu 42 Viewpoint

star wars by adidas

por Pedro Janeiro

46 Central Parq Grande Entrevista editorial: francisco Vaz Fernandes

os guerreiros de jedi Nesta edição deixamo-nos embalar pela magia de Star Wars a propósito da linha lançada pela Adidas Originals e descobrimos a Legião 501, um grupo de jovens portugueses que se juntam todas as semanas para viver a paixão pelo filme. Depois de um conjunto de formalidades por email, imaginávamos o grupo como uns fanáticos que assistiram à estreia da série há mais de 20 anos e que agora, bem instalados na vida, surgiriam diante de nós senhores de idade avançada, mas que continuam a entreter-se com as suas naves espaciais. Mas foi tudo ao contrário e é sempre admirável quando sentimos a força da cultura popular perpetuar por diversas gerações, tornando o seu legado visual numa lenda viva. Mais que isso, aproveitam o impacto que a sua presença tem dentro da sociedade para transformar as suas acções públicas em algo de admirável e que contribui para organizações com fins humanitários. Por isso, esta estação, cada um a sua maneira, sejamos todos guerreiros de Jedi!

Miguel valverde

por Francisco Manuel + Francisco Vaz Fernandes 50 Central Parq culto

star wars legião 501

por Cláudia Gavinho 54 Central Parq cinema

the last days of disco

por André Murraças 56 Central Parq snowboard

nissan snowgirls 2010 + jam session 2010

por Miguel Pedreira 58 Central Parq arte

bes photo

por Francisco Vaz Fernandes

errata:

60 Moda

Na edição de Março da PARQ, por lapso nosso não figuraram os créditos de Vera Pimentão (maquilhagem) e Elsa (cabelos) no editorial Donas de Casa Desesperadas. Pedimos as desculpas às autoras.

the ride

por Sérgio Santos 66 Moda

little red riding hood

por Mário Príncipe




—> texto francisco vaz fernandes

A Aerobica é um projecto de comunicação que propõe um objectivo concreto, a realização de uma “Festa”. Impulsionado por Jorge Naper e Thierry Lambert, contam com a participação de muitos profissionais, para além de um público entusiasta. Com eles, o conceito de Party People volta a fazer sentido.

Vocês fazem festas em vários locais convidando diferentes DJs. Quais são os critérios? Decidimos actuar noutros locais pelo país depois da nossa tourné em Setembro de 2009. Desde sempre foi nossa intenção convidar diversos projectos e até agora, já tivemos o contributo de mais de 40 DJs diferentes e mais de 15 artistas, ilustradores, fotógrafos e designers, para além do nosso próprio contributo. O que é comum é o desafio de não haver um compromisso em relação a certos factores que, muitas vezes, impedem as festas de acontecerem. Daí procurarmos sempre atribuir ao público a maior responsabilidade do evento, a de se divertir, independentemente até da música. Quando alguém vai a uma Aerobica, já sabe que vai haver festa.

Em termos visuais, o que é obrigatório nas vossas festas? A nível visual, é obrigatório conseguirmos transparecer uma imagem de celebração através de objectos de comunicação. Recorremos ao design gráfico, à fotografia, ao vídeo, à ilustração e a diferentes media e outros modos alternativos de interacção com o público. Só depois disso vêm os eventos e dentro deles a música, o vídeo e a dança/performance. Além disso, recorremos muitas vezes a objectos e meios que permitem uma interactividade com o nosso público, como parte do produto, quase como um “hipertexto”. A aglutinação de todos estes itens é a imagem de Aerobica.

Qual é a ideia do projecto? O projecto começou a fervilhar nas nossas cabeças em 2007. Há um ano que partilhávamos a ideia de produzir um evento que recuperasse a alegria das antigas festas das Belas Artes do Porto, que entretanto começaram a ficar moribundas e descaracterizadas. Aerobica é um pretexto, é um desafio às nossas capacidades de comunicação, após uma Licenciatura em Design de Comunicação. O nosso objectivo era desenvolver uma ideia que pudesse juntar uma série de profissionais com quem gostaríamos de trabalhar. Parte de um conceito de interdisciplinaridade, entre diversos media, e inspira-se na comunidade para definir campos de acção. Como começaram as noites Passos de Aerobica? 19 de Setembro de 2008. Esta data foi o mote para tudo o que se seguiu. A noite surgiu no Passos Manuel e foi pensada para o Passos Manuel, a partir de uma aposta com o seu dono, o ícone da noite portuense, o senhor António Guimarães. Sendo que, na altura, o Passos Manuel, que era o espaço que frequentávamos há muito tempo, vivia um período negativo em termos de público. Foi-nos lançado o desafio de enchermos a casa nesse dia. E assim foi. Proporcionámos uma noite extremamente divertida a amigos e a desconhecidos e assim surgiu a ideia de uma festa mensal. O Passos teria que ser o espaço ideal, pois foi pensado para ele e para o tipo de pessoas que o frequentavam. É uma espécie de reconhecimento de um “amor” pelo Passos Manuel.

006 – Real People: noite

aerobica www.aaerobica.com

Nos vossos eventos é mais importante a música ou o lado performativo e de imagem que promovem? Nas Aerobicas é importante a festa acontecer. Costumamos dizer que Aerobica é sem acento no “o”, com toda a gente em pé e a dançar.

Em termos musicais, o que é essencial nas vossas festas? Numa fase inicial, situámos o período musical entre 1985 e 1995, mas sem descurar o presente e a interpretação dos intervenientes sobre o conceito Aerobica. Dada a grande quantidade de DJs que participaram, essa definição de época foi-se esbatendo, dando lugar a ambiente revivalista e nostálgico mais generalizado. Pelos eventos de Aerobica já passaram muitos estilos. O que interessa, neste momento, é que a música seja uma extensão de todo o conceito que definimos, como que um pretexto para que as pessoas dancem, se expressem e para que a festa aconteça, independentemente do DJ da noite em questão.



—> texto carla carbone

Parece usar mesas Ikea, entre outros fragmentos de mobiliário cúbicos para construir a peça Mao. Sim. É um espaço. Trata-se da intersecção de cubos e rectângulos numa luta pela forma.

Daniel Young e Christian Giroux têm revelado uma predilecção pelos sólidos e geometria das formas que servem de base à criação de obras com um carácter escultórico. Durante um certo período, reproduziram objectos e ambientes geralmente associados à Ficção Científica. Contudo, em recentes projectos, concentram-se mais em soluções redutoras, usando restos de mobiliário usado, e nalguns casos produzido pela Ikea.

Porque utilizam o mobiliário da Ikea? É que, por vezes, a Ikea parece ser mais uma solução globalizadora e rápida. Procuram tornar mais criativo o ambiente em que habitamos? A Ikea é barata. Todos temos uma experiência com a Ikea. Estamos de facto interessados na globalização do consumo e na construção pobre do mobiliário nórdico. Os metais de que falávamos há pouco também têm uma produção e consumo semelhantes. Talvez a nossa escolha dos dois lados tenha a ver com as ideias de produto e componente.

Pretendem individualizar mais o ambiente? Multiplicar as ofertas? Num mundo cada vez mais globalizado… Bem, não somos designers. Estes assuntos não nos interessam tanto. Significa mais fazer objectos que são simultaneamente ideias e experiências.

Onde vão procurar a inspiração? Falo de Excel, Access, IDCSP, Alouette… Nos filmes de Ficção Científica ou em Joe Colombo? A ler livros, a ver filmes, em pequenas conversas, a viajar. A ideia de produção de espaços tem sido a chave para muitos dos nossos trabalhos. Mas eu gosto de Sci Fi...

A dupla parece ter abandonado um pouco o imaginário da Ficção Científica. Outros caminhos parecem revelar-se, como a utilização de fragmentos de mobiliário, com a peça Kermit ou o projecto Boole. Ainda trabalhamos com espaços abstractos, mas em Boole, que é um projecto que dura há três anos, decidimos utilizar formas mais simples e evocar a produção industrial. No entanto, quando fala de Ficção Científica, referese aos satélites. O projecto Boole é parcialmente inspirado nos metais que foram utilizados para construir Cosmos, IDCSP, etc.

Daniel Young + Christian Giroux www.cgdy.com

Porquê o Cubo? E as mesas Ikea? Porque o Cubo atravessa o discurso da Arte Moderna e Contemporânea. É o objecto ideal. Tal como a mesa ideal. É igualmente uma piada.

008 – Real People: design

Costumam inspirar‑se com frequência em mobiliário e no Design? Mais em Arquitectura do que em Design. + info em parqmag.com/blog

Reciclar é uma ideia? Não podemos propriamente dizer que reciclamos.


Š 2010 adidas AG. adidas, the Trefoil, and the 3-Stripes mark are registered trademarks of the adidas Group.


Em comparação com outras redes O Secret Show tem sido uma das marcas do Myspace. O que sociais, o Myspace tem perdido pode a organização portuguesa popularidade. A área musical é oferecer de diferente? o último baluarte, onde ainda Temos várias ideias, vários pode ter grande prestígio? conceitos, tanto internacionais, A perda da popularidade enquanto l na linha dos Secret Shows e rede social parece-me algo natural. a, ar A “cola” do MySpace, mesmo quando com bandas de todo o mundo, nt ca l a era rotulado de “maior rede como nacionais e alicerçados social do mundo”, sempre foi a especificamente em bandas portuguesas. Aquilo que queremos música. Foi sobre a música que, fazer é facilitar a descoberta de desde o início, se construiu a conteúdos, dar a conhecer música plataforma, pois é o principal —> texto Roger Winstanley tema de discussão e de partilha no e proporcionar experiências que só estão ao alcance de quem nosso principal target, teens/young Já todos ouvimos falar dos “vive” naquela que é a maior adults, e ainda um dos principais Secret Shows do Myspace que pilares da popularidade na Internet. rede portuguesa e mundial de acontecem em diversos lugares, entretenimento e música. gratuitamente. Trazem grandes bandas e os concertos são divulgados em cima da hora através da rede. O desafio é chegar primeiro e garantir um lugar, diz João Martins, o novo director do Myspace Portugal. Tendo isto como base, sabemos Agora é verdade que tivemos que o MySpace é uma ferramenta que adaptar o MySpace à nova fortíssima de comunicação, com realidade permitindo a partilha o especial condão de movimentar de conteúdos para além das nossas realmente pessoas: os utilizadores páginas, perceber as alterações do MySpace estão lá, à procura de de comportamento dos utilizadores, nova música, vão referenciados com o aparecimento de novas pelos amigos, vêem o que os seus plataformas (Facebook, Twitter, pares andam a ouvir, experimentam etc), e efectuar as necessárias bandas novas e quando lhes é mudanças para continuarmos a ser apresentado um concerto, um a referência de música na Web social. A aquisição do iLike, por festival, um live-streaming ou qualquer outra experiência de exemplo, mostra bem esta direcção, música, estão super receptivos. em que procurámos claramente a O resultado é que saem de casa socialização da música, através e vão aos eventos, interagem do MySpace. Chegaste recentemente à direcção e continuam a descoberta que começaram aqui. do Myspace em Portugal, depois de passares pela administração da congénere inglesa. Vieste com a missão para montar o Secret Show em Portugal? Vim com a missão de tornar o MySpace uma marca relevante para Portugal e para os utilizadores portugueses. Os Secret Shows são um dos projectos de maior sucesso do MySpace. São um pouco um porta-estandarte da marca, www.myspace.com/optimussecretshows por isso, naturalmente que um dos meus grandes objectivos era implementá-los no nosso país.

w Sho h t 22 e r ec ken! ril às S s imu ouossip10.ab Opt HadNasbgoa i

joão martins

Pessoalmente, qual o teu interesse na área da música? Tenho interesse como consumidor, como qualquer pessoa. Com a vantagem de estar bem dentro da indústria e, por isso, ter facilidade em descobrir novos projectos, novos talentos. De resto, gosto tanto de bandas cool e muito à frente como tenho os meus guilty pleasures. A música é algo muito pessoal, existem muitas tribos diferentes neste mundo, razão pela qual é fascinante.

Acho que é uma das indústrias mais interessantes para se trabalhar. Sofreu, nos últimos anos, alterações estruturais. Existe ainda uma enorme indefinição quanto ao caminho certo, ao modelo certo para todos os intervenientes. Mas isso é uma oportunidade. É muito motivante fazer parte desta definição de alguma forma.

O que é que te deixa muito feliz? Família e amigos, boa música, sol, desporto, viajar, conversar. Fim da tarde na praia com amigos, à espera de um concerto brutal à noite.

O que é que te pode indignar? A indiferença. Desde os que fingem que não vêem aos que não se importam com o que vêem.

0010 – Real People: música



Como surgiu a ideia para o

Israel Skethbook? Ou seja, em

que momento é que deixou de ser um somatório de desenhos de uma viagem e passou a ser o conceito de um futuro livro? Eu gostava de dizer que foi quando eu voltei de Israel e colori os primeiros desenhos que lá tinha feito e pensei: “isto é demasiado bom para ficar na gaveta”, mas acho que só quando a minha editora, a Maria José, da Asa, me disse: “estes desenhos estão muito bons, faz lá o livro que eu publico-o” é que eu percebi que tinha ali algo.

Presumo que tentaste passar ao lado da questão política o mais que pudeste, mas falando de Israel é algo difícil. Sobretudo porque lá foste um ano depois da guerra com o Líbano. Que opinião tinham as pessoas com quem estavas sobre o conflito? Eu dei-me sobretudo com estudantes de Cinema e de Arte, pessoas com algumas noções de História, Política, Religião… para quem aquele conflito é absurdo. Mas acho que ninguém gosta de levar em cima com 60 rockets por dia, por muito boa pessoa que seja.

ricardo cabral

+ info em parqmag.com/blog

ricardopereiracabral.blogspot.com theisraelsketchbook.blogspot.com

—> texto miguel carvalho

O ilustrador lisboeta, de 31 anos, partiu em viagem em Agosto. Durante três semanas, lutou contra o calor insano, enquanto se deixava surpreender pela vida cosmopolita de Telavive e pelo surrealismo dos arredores. As férias hebraicas geraram Israel Sketchbook, viagem ilustrada pelo que Cabral nos quis mostrar. São fotografias desenhadas à mão, na rua, num café ou numa sinagoga vazia.

A ideia que tenho é que Telavive é um cenário de ficção, uma cidade no meio do deserto algures entre o esquecimento e a produção de energia nuclear. Estou enganado? Telavive é uma cidade completamente ocidental, cosmopolita, dinâmica, cheia de gente jovem e com praias fabulosas. Eu lá dei por mim a pensar que se os portugueses soubessem como a cidade é realmente, passariam a ir lá de férias sempre.

0012 – Real People: banda desenhada

E tu, tens opinião? A viagem mudou alguma coisa na percepção política que tinhas da região? Bem, eu hoje sei situar no mapa a Faixa de Gaza e a Cisjordânia...

É tão surreal como parece interromper umas compras e fugir para um abrigo com desconhecidos? O mais surreal é as coisas voltarem ao “normal” logo a seguir. Nós europeus e nós portugueses temos uma sorte que nem nos passa pela cabeça.

O que te surpreendeu mais em Telavive e no país em geral? Surpreendeu-me a normalidade, o quotidiano, a capacidade para viver a vida quando no meu imaginário isso parecia impossível devido ao que se passa em termos políticos.

É um pouco difícil ler o livro e não pensarmos no filme Valsa com Bashir. Viste-o? Vi, sim, e gostei bastante. O filme está muito bem feito e a história é boa. Ajudou-me sobretudo a perceber algo em Israel enquanto sociedade, que é aquela tendência para a reflexão e a constante auto-crítica.



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014 – Shopping


Foto Seth Solo

015 – Shopping

www.sethsolo.com  styling Bárbara d’O  assistente Margarida Brito Paes Agradecimentos ao Espaço João Sousa Valles

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016 – Shopping


Foto Seth Solo

017 – Shopping

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interforma: portfolio days make it real inscrições até     31.05.2010 pré-selecção 14.06 portfolioday 30.06 workshop 02.07 conferência e anúncio do vencedor 03.07 exposição itinerante de propostas selecionadas: julho-dezembro 2010

estágio na hüstla, alemanha: terceiro trimestre 2010   www.interformamakeitreal.com.pt

—> texto francisco vaz fernandes

Dadas as dificuldades de inserção de jovens profissionais da área do Design no mercado de trabalho, a INTERFORMA uniu-se à Associação Futuro e à empresa alemã Hülsta para lançar uma iniciativa inédita em Portugal. O objectivo é ajudar os nossos futuros designers a criarem ferramentas para abordar o mundo profissional numa perspectiva internacional. O programa Make it Real lançado pela INTERFORMA propõe um singular Portfolioday, no qual os candidatos mais criativos poderão discutir o seu

018 – You Must

trabalho com profissionais da área. Para concorrer basta ir ao site e submeter o portfólio até 31 de Maio. As propostas mais criativas passarão à fase seguinte, que consiste numa experiência próxima de uma entrevista de trabalho. Recebidos pelo júri, os participantes terão a oportunidade única de serem ouvidos, aconselhados e direccionados para a construção de um documento sólido que será a sua mais poderosa arma na conquista do mercado de trabalho. Posteriormente, os cerca de 15 candidatos seleccionados, irão

frequentar um workshop realizado nas instalações da INTERFORMA, em Alfragide, orientado pelo director da Hülsta. O objectivo é estimular a produção criativa e articulá-la com o mercado de trabalho. No último dia haverá uma conferência aberta ao público com designers nacionais e internacionais convidados, bem como CEOs de empresas de design. No final será anunciado o vencedor com o melhor portfólio, que terá a possibilidade de estagiar durante três meses na sede da Hülsta.


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PORTFOLIO DAY 30 de junhO WORKShOP 2 de juLhO eSTágIO InTeRnACIOnAL Out—dez eXPOSIÇÃO ITIneRAnTe juL—dez COnFeRÊnCIA 3 de juLhO

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O prOgrama InterfOrma maKe It reaL é uma InIcIatIva InédIta em pOrtugaL em tOrnO dO cOnceItO pOrtfOLIOdays. partIcIpa neste desafIO IncLusIvO destInadO a jOvens desIgners. CRIA O Teu PORTFóLIO e gAnhA um eSTágIO InTeRnACIOnAL!

inscrições e mais info

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1camarote,2010 by pedro valdez 2theatron,2010 by pedro valdez 3a memória dos outros,2010 by daniel blaufuks

PEDRO VALDEZ CARDOSO Galeria NovaOgiva Rua Direita, Óbidos Tel: 262 955 500 Até 16 de Maio

—> texto francisco vaz fernandes

Integrado nas comemorações do Castelo de Óbidos, a galeria local NOVA OGIVA promove, nos seus três pisos, uma exposição alargada do artista PEDRO VALDEZ CARDOSO que apresenta um conjunto de 20 trabalhos realizados entre 2005 e 2010. A selecção das peças obedeceu a todo o contexto envolvente, marcado pelo conjunto patrimonial e histórico, propondo assim o artista uma apresentação do Livro de Actos (um conjunto de 27 estandartes que têm como referência os estandartes romanos realizados com materiais e

objectos inusitados, obra de 2006) e Jogos de Caça , que evocam troféus, cabeças de animais e brasões, de 2007. Além das peças antigas são apresentadas duas novas. A primeira é Theatron (2010), uma escultura de chão integralmente realizada em papel kraft e cartão, feita de propósito para a exposição, que joga mais uma vez com a falácia do poder através do uso de objectos referentes a um imaginário medieval e de batalha e com uma série de despojos de fast food e de objectos de uso quotidiano, introduzindo deste modo a ideia de uma certa

"Disneylândia" que está muitas vezes associada às políticas culturais e formas de dinamizar locais históricos como Óbidos. A outra peça nova é Camarote (2010), um cesto de basquetebol dourado, trabalhado como um objecto de decoração do séc. XVII. Dentro do cesto está uma cabeça humana (um crânio com peruca de época). A exposição é acompanhada de um catálogo editado pela Assírio&Alvim com um texto de Hugo Dinis.

carpe diem Ângela Ferreira, Álvaro Negro, Catarina Leitão, Daniel Blaufuks e Javier Peñafiel Rua do Século, 79, Bairro Alto, Lisboa Tel: 210 966 274

—> texto francisco vaz fernandes

Instalados no desocupado Palácio Pombal, a CARPE DIEM ARTE E PESQUISA traz ao panorama nacional uma interessante proposta de requalificação deste edifício abandonado partindo de um programa para artistas que queiram investir nas várias dimensões do espaço. É precisamente isso que fazem os artistas convidados a exporem, até 29 de Maio, no nº 17 da Rua do Século. A organização permite também residência artística, caso seja solicitada para o progresso dos trabalhos em desenvolvimento. Apesar de existir um grupo de nomes em cada uma das exposições não se trata propriamente de uma exposição colectiva. Cada um desenvolve um projecto individual e escolhe o espaço para a sua intervenção. Do conjunto que, actualmente, se pode ver, DANIEL BLAUFUKS é um dos que mais investe 020 – You Must

na memória do palácio. Apresenta um filme — Carpe Diem— sobre a memória do próprio espaço expositivo e um segundo trabalho, de fotografia (A memória dos outros), que aborda a questão da possível memória encerrada em filmes privados. Os dois projectos apresentados falam, precisamente, da impossibilidade de aceder inteiramente à memória do outro, dado esta ser uma experiência sensorial e espacial e ser transmitida, principalmente, através de registos falados, escritos, fotográficos ou fílmicos, ou seja, através de uma memória dessa memória (evocação). Também baseado na memória do palácio, JAVIER PEÑAFIEL mostra uma animação realizada a partir de desenhos e de outros documentos fotográficos e uma ópera em vídeo. O seu trabalho partiu de uma investigação que o levou a indivíduos que tiveram uma experiência pessoal no palácio, e de uma revisão de documentos antigos. Já CATARINA SIMÕES faz uma instalação de desenhos tocando uma temática que lhe é habitual, em que orgânico e o construído estão em relação. A instalação procura interagir com o espaço físico que ocupa. ÂNGELA FERREIRA, artista que já representou Portugal na BIENAL DE VENEZ, cumpre o seu papel de estrela do programa apresentando uma obra sobre as temáticas que tem desenvolvido ao longo da carreira no âmbito dos discursos pós-colonistas, com incidência na revisão do discurso da arquitectura modernista.   www.carpediemartepesquisa.com


1swedish

ninja

2louis

by piurra

piurra

swedish ninja

—> texto francisco vaz fernandes

—> texto francisco vaz fernandes

A jovem empresa portuguesa de design do Porto continua imparável e este ano lança Carpet, uma colecção aguardada com grande expectativa. Dentro da linha de um design nórdico, a PIURRA presta homenagem às tradições portuguesas lançando uma colecção constituída por cómodas e mesas que têm em comum estarem revestidas por tapetes feitos a mão. Com este gesto, a PIURRA procura evocar o ideal de conforto de muitas das famílias dos anos 70 tocando assim no nosso passado recente. Por outro lado, pretende orientar o nosso olhar para a tradição artesanal portuguesa onde, provavelmente, nos podemos distinguir dos produtos de massa. No final, temos peças inteligentes e únicas que nos fazem ter esperança no design português.

A estranha empresa que dá pelo nome Swedish Ninja e que parece ser uma protectora das florestas lança a sua primeira linha de móveis propondo um conjunto de bancos e sofás inspirados nas formas do Tetris, um jogo de vídeo clássico dos anos 90. O projecto é realizado partir de grossas placas de madeira compactada que se baseiam na imagem de vigas de madeira. Para empresa de design o principal desafio era criar algo de muito prática e funcional mas que ao mesmo tempo fosse bonito e inspirador para toda uma geração jovem e urbana. A Swedish Ninjas está sediada em Malmo na Suécia e foi fundada em 2007 pela designer Maria Gustavsson. Será uma das presenças esperadas no Salone del Mobile em Milão. Entra pela porta grande.

www.piurra.com

www.swedishninja.com

021 – You Must


buhle —> texto Ana Rita Sevilha

É um exemplo da arquitectura modular, cada vez mais em voga. Um espaço com um carácter efémero e a prova de que “andar com a casa às costas” até está na moda. Que o diga a revista WALLPAPER que colocou o restaurante BUHLE, no Porto, na shortlist dos seus prémios. Miguel Ribeiro de Sousa e Alexandre Teixeira da Silva, do atelier ARQUIPORTO, assinam este espaço que nasceu da “vontade de relacionar o edifício com a paisagem que o circunda”. Mas o desafio para a dupla de arquitectos foi mais além e consistiu na criação do edifício recorrendo a um sistema modular que permite uma total personalização dos materiais, dos acabamentos e dos equipamentos. O resultado foi um volume térreo que explora a contextualização na paisagem recorrendo a grandes envidraçados e que compreende um filtro na fachada lateral, onde “um jogo de grelhas de sombreamento permite criar um ambiente de intimidade no interior sem perder a transparência do exterior”. Mas os “jogos” não ficam por aqui. A dupla criou ainda um pátio exterior de interacção visual com o interior e plataformas que “levam o visitante a alterar continuamente a sua posição criando um percurso dinâmico”. Um plano de água contribui para tornar este espaço exterior numa zona de estimulação dos sentidos e num templo do prazer onde o gosto é o sentido mais apurado.   www.arquiporto.pt

022 – You Must


1lcd

soundsystem

2hot

chip

3octapush

FESTIVAL SÓNAR GALICIA Corunha 17, 18 e 19 Junho

—> texto pedro lima

Após 17 anos e um percurso que já passou por Tóquio, Londres, São Paulo, Nova Iorque, Roma e outras cidades, o SÓNAR —Festival Internacional de Música Avançada e Arte Multimédia— chega à Galiza para apresentar a sua proposta mais ambiciosa desde o nascimento do evento em Barcelona. Esta é razão suficiente para, nos dias 17, 18 e 19 de Junho apontar o seu radar alternativo ao Norte e partir rumo ao SÓNAR GALICIA, que se realiza na EXPOCoruña em simultâneo com o SÓNAR BARCELONA.

Fiel ao conceito Sónar , a programação na Galiza destaca-se pelo espírito urbano e cosmopolita combinando, num único espaço, actividades musicais e exposições durante o dia, com os grandes concertos a levar a festa e a dança até de madrugada, como acontece no seu congénere em Barcelona.

Neste desfile de talentos vanguardistas vão passar mais de 30 artistas de grupos nacionais e internacionais, onde se poderão ouvir nomes como A i r , LCD So u n ds y s tem , Laurent Garnier, Hot Chip, Flying Lotus, Fuck Buttons, Mathew Herbert, 2manydj’s, Broadcast, Booka Shade ou Uffie, entre outros, e alguns dos artistas na proa das novas sonoridades da cena electrónica galega como David M, Grobas, 6pm, Fluzo ou Fat Fish. Três dias que celebram o talento surgido na onda underground e que propõem uma escuta atenta a alguns dos projectos mais interessantes e aclamados da actualidade. 023 – You Must

O evento acolhe ainda alguns espaços que apostam na divulgação da arte multimédia. É o caso do SÓNARMÀTICA, iniciativa expositiva que representará obras de artistas galegos proeminentes, com especial destaque para os trabalhos sonoros de Horacio González ou Berio Molina, e o SÓNARCINEMA, onde se poderão assistir a vários filmes sobre a temática da música e da arte, entre eles Synth Britannia e Amplified Gesture.

Ecléctico e convidativo, o roteiro do SÓNAR GALICIA afirma‑se como uma forte alternativa aos habituais festivais portugueses, confirmando a fertilidade criativa e o desenvolvimento artístico que têm vindo a posicionar a Galiza como uma referência incontornável na cultura contemporânea.   www.sonar.es


1dino alves 2luís buchinho 3ricardo dourado 4pedro 567storytailors 8mental pedro

lisbon fashion week —> texto Pureza Fleming

mental

storytailors

MENTAL foi um dos desfiles mais falados nesta 34ª edição da MODALISBOA. A marca masculina, nascida há cerca de oito anos pela mão de SHUNNOZ e TEKASALA, fezse notar pelas cores, irreverência e excelente confecção. Para o Outono/ Inverno de 2011 a dupla de designers, que tem como objectivo criar moda para o espírito, o corpo e a mente, propõe fatos de tecidos adamascados, combinações improváveis de cores e calças pelos tornozelos. Foi ao som de música tecno com sabor a África que os modelos surpreenderam, não se limitando a desfilar e encarnando o verdadeiro espírito angolano com direito, inclusive, a carrinhos de mão e vasos na cabeça. O atrevimento de África chegou à capital, fazendo lembrar um pouco o espírito londrino das marcas SUPER SUPER e CASSETE PLAYA, mas numa estética muito própria e singular.

A colecção de Primavera/Verão Narkë dos STORYTAILORS, apresentada no Portugal Fashion, celebra a feminilidade através da evocação de algumas mulheres portuguesas que tiveram um papel predominante na sociedade da sua época como Isabel de Portugal, casada com o imperador D. Carlos V, e Catarina de Bragança que reinou na corte inglesa. Esta colecção traz dois referentes fortes da cultura popular portuguesa: o tecido de chita e as frioleiras. O primeiro, de origem indiana, teve várias versões dependendo do gosto local mas, em geral, caracteriza-se por padrões florais impressos em cores básicas. Já as frioleiras, quase esquecidas, aparecem em pequenos apontamentos tal como acontecia há cem anos em certos encaixes de vestuário. Estes apontamentos anacrónicos contribuem, assim, para enriquecer o vocabulário estruturado do street-chic desta dupla que continua a dominar o panorama nacional da moda.

—> texto margarida brito paes

—> texto maria são miguel

www.storytailors.com

024 – You Must

O regresso há muito aguardado da moda a Lisboa, acompanhado de um sol radioso, encheu a capital de style, flashes e histeria desmedida em torno daquele que é, provavelmente, o maior evento fashionista nacional. Durante quatro dias o Checkpoint —tema da edição— foi em torno do Terreiro do Paço e do MUDE. ALEXANDRA MOURA inaugurou o evento com uma colecção feita de contrastes: nudes against pretos, completamente delightful e apaixonante. Do lado old school, o destaque foi para o sempre chique MIGUEL VIEIR A , para LUÍS BUCHINHO e NUNO BALTAZAR. Enquanto Vieira nos lembrou a saudade tão portuguesa, Buchinho foi mais hard assumindo uma paleta de cores densa, com tons que viajaram pelos mais variados pretos. Já Baltazar apresentou‑nos Audrey, uma parisiense na casa dos trinta que esbanjou sofisticação num look muito urbano e sempre descomprometido. A contrastar, RICARDO DOURADO brilhou com o comeback do grunge à passerelle. No MUDE, WHITE TENT voltou a animar os mais sportifs com uma linha cheia de geometrias, criando jogos entre contenção e fluidez. O evento contou igualmente com a estreia das marcas SALSA, TM COLLECTION e MENTAL. No fecho, já um hábito, a irreverência do enfant terrible DINO ALVES trouxe à passerelle homens vestidos de mulher que, algo tortuosos, desfilaram do alto dos saltos criando mais um momento highlight.Terminado e bem o show, a moda voltará a Lisboa em poucos meses. Now, check out.


1nike france group 2nike lunarlite chukka 3Alden Ehrenreich 4nike brasil group

Alden Ehrenreich

—> texto Maria João Teixeira

A LDEN EH R EN R EI C H é a mais recente novidade do cinema americano. As revistas da especialidade parecem ter encontrado um novo ícone clássico. A VOGUE HOMME ousou apelidá-lo de “novo Marlon Brando” com uma sessão fotográfica a condizer e a sua prestação em Tetro tem-lhe valido diversas comparações, seja com os traços das personagens de MONTGOMERY CLIFF seja com os traços físicos de LEONARDO DICAPRIO. Tetro , de FRANCIS FORD COPPOLA, catapultou-o para um nível muito difícil de atingir em actores tão jovens (ALDEN tem apenas 19 anos) e muitos perguntam-se se será para durar. Para este filme, FRANCIS FORD COPPOLA procurava um actor realmente jovem, não alguém que pudesse parecer jovem. Encontrou ALDEN quando procurava actores com a idade do personagem, em programas de formação. O jovem actor ainda não tinha feito nenhum filme e o realizador interessou-se especialmente pela sua presença sombria e forte. ALDEN parece querer arredar-se do star system e mudouse de Los Angeles para Nova Iorque para poder estudar interpretação. Tornou‑se caloiro na NYU (a conselho de COPPOLA) e afirma que os seus próximos projectos são fazer churrascos com os amigos… agora que comprou uma churrasqueira portátil. 025 – You Must

true colors

—> texto maria são miguel

www.nike.com

Em ano de Mundial de Futebol, a Nike celebra o desporto-rei com uma colaboração “pan-artística”. A marca juntou artistas de Inglaterra, EUA, Brasil, Holanda, França e África do Sul e convidou-os a recriar os equipamentos alternativos para as respectivas selecções nacionais. A colecção True Colors é composta por roupa e acessórios da mesma cor dos equipamentos oficiais e inclui um track jacket, um hoodie, a camisola da equipa, um polo, uns calções, uma camisola para os homens e um top para as mulheres, além de uma selecção de calçado a combinar com a roupa. Os kits trazem ainda como bónus um emblema e uma mascote. Tudo a postos para acolher o maior evento do futebol mundial.


blank canvas —> texto maria são miguel

A FRED PERRY lança a sua nova linha Blank Canvas com a colaboração da icónica loja de de tecidos LIBERTY de Londres celebrando assim uma união entre duas grandes marcas britânicas. Lançada internacionalmente em Abril, a linha inclui quatro pólos clássicos da FRED PERRY, dois deles com os padrões tradicionais da LIBERTY. Para os mais tímidos há ainda dois pólos, com os mesmos padrões, apenas em alguns detalhes interiores. O mesmo acontece nas camisas e nos casacos (forrados com o estampado) mas, em qualquer um dos casos, as transformações não são tão surpreendentes como nas dos pólos.

www.fredperry.com

le Roll'n rock bag

—> texto margarida brito pães

—> texto maria são miguel

www.lancel.com

www.storytailors.com

Já nos aconteceu a todos precisarmos de um saco extra. Porque precisamos de passar pelo supermercado de forma imprevista ou por qualquer outra razão a verdade é que, em muitas situações, desejámos ter uma mala enrolada dentro da carteira! A LANCEL encontrou a solução para este problema ao criar Le Roll’n Rock , uma mala que se pode dobrar e guardar sem ocupar espaço quase nenhum. Inspirada no modelo Berlioz dos anos trinta, está disponível em nove cores e já se tornou na mala de emergência dos sonhos de qualquer mulher.

026 – You Must

let's get outside

Porque sair é tão natural como respirar, a filosofia da Merrell, Let’s get outside, continua focada naquilo que as actividades ao ar livre acrescentam à nossa vida. A colecção de senhora dá um passo em frente no que toca ao design, destacando-se as sandálias confortáveis, leves e hippy chic da linha Fusion . A versão masculina dessa linha mantém o mesmo estilo casual enquanto a linha Outventure apresenta calçado multi-desporto, adaptado para um bom nível de performance de actividades outdoor.


aussie beach babes

the spark: you're on...

—> texto maria são miguel

—> texto pedro mota

www.insight51.com

www.converse.com

Nesta estação, a marca australiana INSIGHT presta homenagem a um dos maiores ícones dos anos 80: as Aussie Beach Babes, as raparigas das praias australianas. Neste Verão, as fãs podem escolher entre fatos‑de‑banho e biquínis de várias cores, sempre tendo o preto como pano de fundo. São detalhes como as costuras laterais, as tranças sobre os ombros, os zips, os plissados e as ilhoses que nos remetem para essa época que ainda hoje ferve ao sol.

027 – You Must

A CONVERSE lança esta Primavera/ Verão a campanha The Spark . Com o objectivo de “inspirar actos criativos em pessoas criativas” a campanha divulga várias curtas-metragens que acompanham o processo criativo de alguns jovens artistas que participam na campanha. A CONVERSE provoca assim os seus consumidores para que soltem a sua criatividade sob o mote essencial da campanha: You’re On, You’re Up, You’re it.


summer colors —> texto Pureza Fleming

The Street Where Originality Lives —> texto maria são miguel

Depois do tremendo sucesso do clip House Party onde um longo travelling de uma câmara nos fazia descobrir um bom punhado de vedetas numa sala a celebrar a Originals, a ADIDAS voltou nesta estação a apresentar um clip com mais figuras públicas ligadas à música, ao desporto e à moda. Desta vez o filme é assinado por NIMA NOURIZADEH e a festa passa para a rua, onde gente anónima também é chamada. Misturamse com JEREMY SCOTT, NOEL GALLAGHER, SNOOP DOGG, AGYNESS DEYN, CIARA e atletas icónicos como DAVID BECKHAM e FRANZ BECKENBAUER pulando ao som do tema Why can’t there be love de DEE EDWARDS remisturada por PILOOSKI. O filme procura passar a mensagem de que a ADIDAS nasceu na área do desporto mas, através da sua linha Originals, é também uma marca de street wear presente no quotidiano daqueles que prezam a individualidade e a originalidade.

www.youtube.com/user/adidasoriginals

028 – You Must

—> texto maria são miguel

As alpargatas chegaram em grande para animar os pés neste Verão. Coloridas e informais, são perfeitas para calcorrear as ruas da cidade ou percorrer os passadiços de madeira das tão desejadas praias. A marca brasileira Havaianas rendeu-se às sapatilhas de algodão e lançou um modelo original. Em vez da palmilha em corda, as alpargatas vêm com a conhecida sola de borracha dos chinelos Havaianas. Com tantas cores, o mais difícil é mesmo escolher.

www.gasjeans.it

www.havaianas.com

xxv

Para festejar os seus 25 anos, a GAS lançou uma colecção inspirada nos seus produtos de maior sucesso, apresentando uma colecção de denim e de blusões de pele com detalhes vintage. O resto da colecção inclui uma linha de inspiração navy, outra baseada no retro gym e, como já vem sido hábito, uma linha motard. A empresa italiana criada por Cláudio Grotto, que tem uma parceria de longa data com a HONDA, criou também este ano a primeira colecção de lifestyle para os fãs das motas da marca japonesa.


not so grey

—> texto rui catalão www.designmyride.blogspot.com

A SMART acaba de lançar no Salão de Genebra, o seu novo ForTwo G r e y s t y l e . Esta maquinazinha diabólica, que já conta com dez anos nas cidades portuguesas, apresentase nesta versão Greys tyle com alguns acessórios exclusivos como os bodypanels em cinzento, a célula de segurança em preto e alguns pormenores que pintalgam o carro de verde fluorescente. Este dois lugares germânico pode ser adquirido em versão cabrio ou coupé com dois tipos de motorizações, de 71 e 84 cavalos. Uma máquina ágil, veloz e “esperta” que nos faz pensar que este ForTwo não tem nada de grey. SMART ForTwo Greystyle à distância de 14.915 euros.

www.smart.com

029 – You Must


e-bike mosquito —> texto júlio costa

Os desenhadores alemães TOM M UD R A e H A N S-TOBI A S SCHICKTANZ apresentam o seu conceito de locomoção urbana, de seu nome Mosquito. É uma abordagem ao conceito de e-bike que beneficia o design sem esquecer os aspectos práticos. O corpo da bicicleta é construído com recurso a fibra de carbono, plástico e madeira, resultando numa combinação estética agradável. Os restantes componentes são facilmente encontrados em lojas de ciclismo, o que facilita a manutenção da bicicleta.

move Deu-se também atenção à ergonomia, sendo possível retirar a barra central da bicicleta de forma a facilitar a montagem e desmontagem da mesma sem que, no entanto, a ausência desta barra influencie o comportamento da e-bike . Vem equipada com um motor que pode atingir os 50Km/h e tem autonomia para 60Km. O carregamento das baterias custa sensivelmente 75 cêntimos. Sendo de construção totalmente artesanal, têm de ser previamente encomendadas.   www.designtoto.blogspot.com

030 – You Must

—> texto júlio costa

Divulgado recentemente em vídeos e noutros formatos informativos, está aí o Move, o novo controlador para consolas PS3. A Sony fez valer a sua experiência, obtida a partir do desenvolvimento do Eye Toy, para criar este controlador que, supostamente, é mais preciso e dinâmico que outros existentes no mercado. Sendo um conceito aproximado da filosofia da Nintendo Wii, o M o ve está associado com uma câmara do tipo Eye Toy para aumentar a interactividade com a consola. Apesar de alguns jogos ainda estarem a ser desenvolvidos para tirar partido das

capacidades do controlador e de os vídeos promocionais o apresentarem ainda como um protótipo, deve já estar muito próximo da versão que será comercializada. Uma vez lançado, prevê-se que possa vir a fazer parte do pacote que integra as consolas vendidas, mas também que venha a ser adquirido separadamente por quem já tenha uma. Uma particularidade deste controlador é poder ser utilizado com jogos já existentes no catálogo da Sony. Uma novidade a aguardar com alguma expectativa.   www.sony.com


Rouge Volupte

—> texto cláudia gavinho

Para o Verão, a moda adoptou os tons nude, rosa e pêssego da maquilhagem. E em concordância com as colecções, a maquilhagem surge igualmente romântica e natural. Este batom, de textura leve e sedosa, promete deixar os lábios voluptuosamente encantadores, com um aspecto etéreo.

Balenciaga Paris

Rouge Volupte nº 30, Faubourg Peach, € 29,15

—> texto cláudia gavinho

De Cristobal Balenciaga a Nicolas Ghesquière, a casa de alta costura parisiense é conhecida pelo rigor e pelo nível de perfeição das suas criações. É neste mundo que surge o novo perfume, num frasco puro, sem marcas, sem gravuras, ao qual Charlotte Gainsbourg empresta a sua imagem. Eau de parfum, 50 ml, € 86,56

L'Eau Homme

noir extase

—> texto cláudia gavinho

Uma água de colónia revigorante, ao ponto de ser gelada. O cocktail inebriante salpicado por uma gota de rum, folhas de menta e uma pitada de limão, quase nos faz esquecer de que se trata de uma fragrância, ainda que os ingredientes e o frasco em vidro fosco devam algo a um mojito.

Como o nome indica, promete deixar muitas mulheres extasiadas com o poder de alongar e dar volume às pestanas. A nova máscara contém ceramidas fortificantes e pigmentos esféricos black pearl que criam um efeito de volume 3D e expandem as pestanas em 50% do seu tamanho original. O pincel em camadas assegura o look dramático.

Eau de toilette vaporisateur, 80 ml, € 70,60

Máscara DiorShow Noir Extase, € 31,20

—> texto cláudia gavinho

031 – You Must


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06 trends sneakers Dual colors 01 Fred Perry 09 Vans 13 Lacoste 17 Havaianas Colors 02 Cat 06 Nike Sportswear

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10 Lacoste 16 Adidas by 15 Mango/He 14 Diesel Prints 03 Adidas 04 K-Swiss 05 Nike Sportswear Convas 08 Energie 11 Vans 12 Cat

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032 – Shopping

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Cada gaveta esconde uma hist贸ria, vem descobri-las em onitsukatiger.com


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trends sunglasses anos 50 01 alexander mcqueen 02 Dior 03 Mil Mil 04 Burberry retro 05 Ray-Ban 06 Balenciaga 07 Persol 08 Louis Vuitton 09 Vuitton men

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10 Moschino 11 Ray-Ban 12 Vans 13 Louis Vuitton 14 Prada police 15 55DSL 16 Carrera

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034 – Shopping


Festival Internacional de Música Avançada e Arte Multimédia www.sonar.es

Corunha 17.18.19 Junho

Todos temos unha raz para celebrar un ano q non se repetirá en onc ¿Cal é a túa?

air, lcd soundsystem, 2manydjs, hot chip, laurent garnier, booka shade, matthew herbert’s one club, flying lotus, sasha, fuck buttons, broadcast, carte blanche (dj mehdi & riton), the slew feat. kid koala, uffie, john talabot, cora novoa, octa push, delorean, grobas, david m, fat fish, bflecha vs. mwëslee, 6pm, fluzo, viktor flores, ino, escoitar.org (berio molina + horacio gonzález)... ouve tudo em SonarRadio www.sonar.es organização

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+34 932752294 -


—> texto davide pinheiro

A colectânea E-Spam 001 é uma selecção de talento nacional de raiz electrónica. Lil'John, dos Buraka Som Sistema, conduziu a PARQ pelo disco rígido deste empreendimento da Enchufada.

ENCHUFADA

UMA IDENTIDADE MUSICAL www.enchufada.com

O trabalho de sapa da produtora Enchufada não começa nem acaba no suporte da carreira dos Buraka Som Sistema. Entre as mesmas paredes de uma perpendicular à artéria central de Campo Ourique, os Macacos do Chinês projectaram-se para um futuro que continua promissor. Ambos estão representados na colectânea E-Spam 001, uma selecção de talento electrónico português com ideias globais. João Barbosa –Lil'John, nos Buraka e J-Wow a solo–, um dos cérebros dos Buraka Som Sistema e da própria Enchufada, explicou que a escolha dos nomes reflectiu “um pouco de tudo, desde amigos, pessoas que conhecemos e outras que nos enviaram material” a partir de um critério “de gosto”, ainda que a Enchufada seja o reflexo de “uma identidade musical”. A presença de neófitos, como os Octa Push ou mesmo os Youthless, não os vincula no entanto à produtora, ainda que alguns possam vir a ser lançados às feras num futuro mais ou menos imediato. “Vamos editar um single de Roulet, um jovem produtor lisboeta de olhos postos no dubstep londrino”, antecipa.

036 – Soundstation

Não é preciso ser-se um génio para perceber que é de novas tendências que aqui se fala. A matriz electrónica só começa verdadeiramente ao segundo tema, depois de um arranque a todo o gás com um “supergrupo” do novo hardcore português em que se reconhecem Joaquim Albergaria (Vicious Five) ou Hélio Morais (Linda Martini e If Lucy Fell). E só depois vem então o core estílistico deste E-Spam 001, com diversas variações do que pode ser um conceito lato de música que nasce de máquinas. Ainda assim, “a única coisa que queremos é que as pessoas dêem atenção àqueles nomes”, revela João Barbosa. “O porquê da edição do disco é fazer chegar esta música às pessoas. Pretendíamos ter um álbum barato (4,95 euros) que as pessoas pudessem comprar como quem vai lanchar um galão e um croissant misto. Essa foi uma das premissas. Uma das grandes lições destes tempos é que os artistas podem gravar em casa sem perder qualidade. Tanto assim é que a maioria nem sequer foi à Enchufada gravar”.

Neste conjunto de artistas, que se escondem atrás dos monitores, não se encontram os Buraka Som Sistema que aqui apresentam a nova canção Restless. João Barbosa, que nesta questão específica responde como Lil'John, reconhece que se trata de um tema porventura “mais comercial por ser inglês sem ter sido pensado dessa forma”. As raízes da banda explicam o resto: “nós fomos criados na pista, no clube. É a nossa origem. Agora até temos um Fabriclive e remisturas para uma série de artistas”. Não deverá haver muitas novidades do grupo durante o ano de 2010. Após um pousio relativo a que se entregaram desde o final do ano passado, uma nova digressão está a ser preparada para o Verão. Restless é uma canção “avulsa” que acabou por aterrar em E-Spam 001 precisamente pela sua condição solitária. “Senão, teríamos pensado num EP”, junta Lil'John. Por essa mesma razão, não vale a pena inferir de Restless novas direcções para o futuro dos Buraka Som Sistema. Por enquanto, o trabalho em novo material vai decorrendo calmamente, mas com a noção de que “há sempre cenas fixes a acontecer”. Por exemplo, “a cena house sul-africana que primeiro deu origem ao kwaito, mas que agora evoluiu para uma coisa completamente diferente”.

Quanto ao impacto internacional dos Buraka e às portas que se abriram entretanto, João Barbosa reconhece o facto consumado e lembra que “há dois anos, quando as pessoas ouviam o Sound of Kuduro, diziam que éramos aliens”, enquanto actualmente há músicos que “nos dizem cara-a-cara que se inspiraram no que fazemos”. Não só mas também por isso, “estamos num dos pontos mais emocionantes da música portuguesa, com uma série de pessoas à procura de direcções”.


1j-wow

037 – enchufada


038 – Soundstation


—> texto pedro lima www.stereobeatbox.blogspot.com

No primeiro de dois concertos esgotados no Teatro Maria Matos, a Parq foi escutar um dos mais prolíficos e talentosos artistas indie da actualidade. Owen Pallett encheu o palco de magia, num espectáculo emotivo onde apresentou Heartland, uma depurada combinação entre música clássica e sonoridades pop de beleza imprevista.

owen pallett a fantasia está longe de acabar www.owenpalletteternal.com

Para trás ficou o nome pelo qual se tornou conhecido, Final Fantasy. Por questões legais com a empresa que detém o videojogo do qual é fã, o compositor, violinista e cantor canadiano passou a apresentar-se pelo nome próprio, Owen Pallett. Depois de tocar com os Les Mouches, Hidden Cameras, Picastro e outras bandas em Toronto, Owen lançou Has a good home, o seu primeiro disco a solo enquanto Final Fantasy, em Abril de 2005. O segundo disco, He poos clouds, escrito durante um período em que ouvia música de Schumann e pensado de raiz para um quarteto de cordas, é um ciclo satírico de canções baseadas nas oito escolas de magia codificadas do jogo Dungeons & Dragons.

039 – owen pallett

Poderá parecer estranho um intervalo de 4 anos na sua carreira até ao lançamento de Heartland, álbum conceptual que conta a história de um agricultor ultra-violento, de nome Lewis, que atravessa uma crise de fé e se envolve no brutal homicídio de duas outras personagens. Mas mais estranho nos parece que tenha conseguido ter tempo para gravar uma colecção de 12 temas pop tão fascinantes como os que compõem Heartland. Isto porque nesta aparente pausa, Pallett esteve envolvido nos arranjos de cordas e orquestra para alguns dos nomes mais marcantes dos últimos anos, como Arcade Fire, Beirut, Grizzly Bear, Mika, Pet Shop Boys, The Mountain Goats ou The Last Shadow Puppets e ainda editou uma mão cheia de EP’s em nome individual.

O concerto esperava-se assim com enorme antecipação. O burburinho da plateia silenciou-se com a entrada tímida de Pallett para junto do seu violino e teclados e de Thomas Gill, responsável pelas cordas e percussão. Descalçadas as botas e aquecidos os instrumentos, a jornada começou com um espectáculo de aproximadamente uma hora e vinte minutos, conduzindo o público, visivelmente rendido à sensibilidade melódica da dupla, por alguns dos melhores momentos da sua obra. As primeiras notas foram para Love song to an empty room, música dos Les Mouches, mas foi com o assombroso Midnight Directives, primeiro tema do novo álbum, que a sala sucumbiu à voz doce e frágil de Pallett e ao falsete hamonioso de Thomas Gill, numa cadência rítmica em jeito de um despertar. O alinhamento desenrolou-se num ambiente de conto de fadas sombrio, com músicas que revisitaram os dois primeiros trabalhos do artista, como This lamb sells condos, He poos Clouds ou That’s when the audience died, entre vocais angelicais, assobios e acordes de violino transformados em ecos e distorções, a partir de um pedal de loop, que replicava as notas e a própria voz do cantor em vários tempos, criando a sensação de estarmos perante uma imponente orquestra sinfónica.

De volta ao material novo, o concerto seguiu com Keep the dog quiet e The Great elsewhere, temas saturados de emoção, onde o cantor expôs as suas vulnerabilidades, adornando o calor do seu timbre com arranjos dramáticos de cordas clássicas e sequências de sintetizadores futuristas. A marcar o final da primeira hora, Pallett deu vida ao protagonista da história em Lewis takes action e Lewis takes off his shirt, naquele que se assumiu como um dos momentos de maior libertação e intensidade vocal, pontuado pelo gemido do violino em loop, por frenéticos arpeggios de guitarra, num caos organizado de elementos electrónicos.

A dupla despediu-se, mas o público hipnotizado gritou por um encore que afinal foram dois. Um fecho apoteótico com um cover de Sylvester Boy, Independence is no solution, seguido de Better than worse e, já na segunda volta, The CN Tower belongs to the dead. Pallett abandonou o palco, mas deixou as botas e a vontade de guardar as memórias desta noite num frasco para não fugirem.


—> texto rui miguel abreu

Em Londres, a edição 2010 da Red Bull Music Academy desenrolou mais um longo novelo de histórias e acontecimentos, sempre com a música como presença constante.

No palco, fez-se história: A Guy Called Gerald apontava para Arthur Baker e dizia que este foi sempre uma influência, Roni Size, a um canto, conversava com Jazzie B e MJ Cole acenava com a cabeça para Robert Owens… Lendas da música de dança convocadas para tocarem apenas durante doze minutos numa homenagem ao maxi single – de doze polegadas! – que levou doze figuras históricas até ao Scala, em Londres, para uma noite mágica em que se dançou, cantou e gritou com todos estes mitos mesmo ali, do outro lado de um balcão de uma loja imaginária de discos. Esta foi uma das últimas celebrações da edição 2010 da Red Bull Music Academy (RBMA), instituição itinerante que arrancou há mais de uma década em Berlim e que já sentou lendas no seu famoso sofá em quatro continentes – esteve na Cidade do Cabo, em São Paulo, em Seattle, Roma e Melbourne para citar apenas algumas das cidades que receberam esta Academia.

red bull music academy londres 2010: a utopia da música www.redbullmusicacademy.com

040 – Soundstation

Este ano, Londres serviu de mote à abertura de portas da Academia, normalmente um evento reservado para um círculo reduzido de participantes seleccionados em todo o mundo pela sua ambição musical e pelo seu espírito criativo. Para além dos sessenta participantes, divididos por dois períodos de quinze dias – e onde se incluíam duas “promessas” nacionais: Infestus e Markur (integrante da dupla Photonz) – esta edição da Academia envolveu dezenas de artistas que levaram o espírito do evento até várias salas da capital inglesa, contaminando positivamente toda a cidade. No Fabric, por exemplo, uma autêntica embaixada da Brainfeeder de Flying Lotus fez abanar a estrutura do edifício, perante uma plateia onde não cabia nem mais um hipster japonês. A abertura da RBMA não se limitou aos eventos, claro! Começava logo de forma simbólica, mas decisiva, do edifício, escolhido no coração de Londres, em Tooley Street, mesmo ao lado de London Bridge, com um piso térreo de longas paredes envidraçadas a expor a movimentação típica da Academia ao olhar dos transeuntes. E prosseguia pela noite dentro, em frequência modelada numa associação à NME Rádio, que levava a música dos participantes e convidados especiais até quem se quisesse sintonizar. Essa abertura ainda se reflectia no jornal diário – o Daily Note – criado por uma equipa especializada (Jon Savage, o mesmo autor do enorme «England’s Dreaming» era um dos contribuintes regulares, por exemplo) para colocar nas mãos de toda a gente, à boca do Metro ou em lojas de discos, um jornal muito bem desenhado e ainda melhor escrito, com peças importantes sobre o Grime, a Cultura de Sound Systems, a segunda vida do Disco Sound ou sobre o histórico Radiophonic Workshop da BBC.

Mas o pulsar particular da RBMA acontece sempre, claro, no seu quartel-general e, nesse ponto, Tooley Street foi exemplar. Espalhados por diversos andares encontravam-se estúdios equipados com o melhor do passado e do futuro, salas de ensaio, um estúdio de rádio, uma redacção de um jornal, suites de edição de vídeo, de design gráfico e tudo o mais necessário à movimentação da complexa máquina que é a RBMA. Pela quantidade e qualidade de nomes que envolve, pode mesmo dizer-se que este evento é já um marco no calendário anual da música que realmente interessa: ter o grande Kenny Dixon Jr a discorrer sobre a sua carreira (enquanto um par de patinadoras que animaram a sua homenagem ao Roller Disco o penteavam!!!) e Martyn, Flying Lotus, Norman Jay ou o inventor do mítico sintetizador EMS (usado pelos Pink Floyd) Peter Zinovieff a discursar perante uma plateia atenta é algo digno de nota. Mas depois vimos Martyn desaparecer para dentro de um dos estúdios e curvar-se, atento, sobre um laptop enquanto uma das participantes se aproximava de um microfone – essa é outra das singularidades da RBMA: não existem barreiras entre quem simplesmente participa na Academia e quem por ela é convidado a discursar. A comunicação é plena e a colaboração acontece com frequência, normalmente facilitada por um Studio Team, composto por barras na produção electrónica. Este ano, J-Wow (João Barbosa dos Buraka Som Sistema), James Pants ou DJ Zinc fizeram parte dessa equipa. O luxo não poderia ser maior.

Saber que, no passado, gente como FlyLo, João Barbosa, James Pants e Hudson Mohawke integrou a selecção de participantes sem egos inflaccionados por discos que já pudessem ter feito é um sinal claro do espírito desse acontecimento que é a RBMA. Muitos dos que hoje se encontram na plateia podem amanhã sentar-se no sofá e contar a sua história particular de ascensão no universo da música, sabendo que essa Academia foi um degrau no seu crescimento. Há um real espírito de família envolvido, uma ideia de que se faz parte de um todo maior que pode mudar a face da música e assim alterar o mundo. Para o ano, a RBMA há-de aterrar em Cidade do México, Nova Iorque ou Tóquio. Sejam quais forem as coordenadas, certo, certo é que será um evento imperdível.


1the

gaslamp killer

041 – red bull music academy



ADIDAS ORIGINALS

Colecção Primavera/Verão 2010



ADIDAS ORIGINALS

Colecção Primavera/Verão 2010

foto pedro janeiro ................... Pós-Produção ....... ricardo martins Styling ....... barbara d'O Modelo (M) ....... Diogo Dória (Light Models) Modelo (F) ....... pamela lenine (l'agence) ................... Todos os produtos incluídos pertencem a linha Star Wars By ADIDAS ORIGINALS


046 – Central Parq | Grande Entrevista


Na ausência de outros festivais de cinema com dimensão, o INDIE LISBOA tornou-se, desde a sua primeira edição, o grande festival português de referência internacional. À porta da sétimo festival, falámos com Miguel Valverde, um dos seus directores e programadores, que nos conduziu por num percurso que vai desde as primeiras experiências da Zero em Comportamento, no Cine 222, até aos homenageados desta edição do Indie Lisboa.

Lembramo-nos perfeitamente da programação da Zero em Comportamento para o Cine 222. A Francisca tinha 14 anos mas já era fã. Que trouxeram dessa experiência para o Indie? Sempre tivemos a preocupação de mostrar autores que em geral não eram conhecidos. Se pensarem em alguns autores que por lá passaram, vão encontrar ressonância na programação que o Indie tem. Ou seja, todos esses autores também passaram no Indie, o que significa que, na prática, foi um evolução do trabalho que criamos. Não quer dizer que seja positiva ou negativa. Foi uma transformação para uma coisa diferente. Pessoalmente, acredito que o 222 tinha uma função que o festival infelizmente não tem, que é ter uma programação ao longo do ano, o que possibilita formar públicos. Nesse caso, o Indie bebeu do público que foi formado no 222. A primeira edição do festival, em 2004, correu muito bem porque trouxemos pessoas que já estavam habituadas a ir ao 222. Em termos de evento, um festival é muito mais mediático do que a programação de um cinema, o que levou a que passássemos de 12 mil para 36 mil espectadores, na última edição. E temos uma perspectiva de crescimento este ano. O evento abriu-se para um público mais lato, o que uma programação não permitiria.

as salas multiplex e a indústria cinematográfica americana, através de apoios do Premium Media. A situação em Portugal é completamente inversa e não estamos a aproveitar os fundos da Comunidade Europeia que ajudam à criação deste tipo de salas. Gostaria que salas como a 222 voltassem a aparecer. Mas gostariam de voltar a fazer uma programação para uma sala de cinema? Sentimos que o trabalho no 222 não foi terminado. Fomos obrigados a orientarmo-nos para um evento para o qual não tínhamos uma vocação inicial. Na prática, concorremos a um concurso de apoio a festivais de cinema e acabámos por ver o projecto escolhido. Acho que o Indie tem crescido e tem vivido com a mesma energia que existia no 222. Com a estrutura que temos hoje, provavelmente já éramos capazes de manter um evento e uma sala a funcionar regularmente.

o Indie bebeu do público que foi formado no Cine222. A primeira edição do festival em 2004 correu muito bem porque nos trouxemos as pessoas que já estavam habituadas a ir ao 222.

texto francisco manuel* + Francisco vaz fernandes foto javier domenech

miguel valverde indielisboa Mudaram de escritório recentemente. Este espaço é muito maior que o anterior. Significa que o Indie Lisboa conta com maiores verbas? É uma bela pergunta feita na negativa, porque o aluguer aqui é mais barato do que na Almirante Barroso. Depois, o outro escritório apenas tinha 4 divisões e com uma equipa crescente –e hoje trabalham 15 pessoas fixas na equipa– já tínhamos alguns a trabalhar no terraço, o que não era uma boa ideia, porque o tempo nem sempre está bom. Mas como conseguiram um espaço mais barato numa rua supostamente mais cara? Foi uma questão de sorte. Procurámos durante alguns meses e, depois de algumas negociações, acabámos por nos mudar para a Guerra Junqueiro.

047 – Miguel valverde

Provavelmente o 222 nunca viria a ter os apoios que se conseguem para um festival, o que me leva a pensar que esse tipo de programação provavelmente estaria condenado hoje em dia. É preciso não esquecer que o 222 acabou porque, entre 2002 e 2003, o público diminuiu, os bilhetes aumentaram de preço e não era possível alugar a sala durante os fins-de-semana. Isso impossibilitava termos a programação que gostaríamos para uma gestão correcta daquela sala de cinema. Mas a urgência de salas como o 222 em Portugal está hoje na ordem do dia e será até um dos assuntos dos painéis de debate desta edição do Indie. O King está moribundo e não há outra sala em Lisboa e muito menos no resto do país que possa passar Cinema independente. A Europa, pelo contrário, está a renovar este tipo de salas, para combater

Hoje, o festival atravessa um período de maturidade. Sentem‑se uma referência internacional? Isto é fruto de um trabalho que tem sido construído ao longo do tempo e fruto da visibilidade internacional que o festival foi ganhando. Ou seja, desde a nossa primeira edição, quando homenageámos o festival Sundance, que as portas para o panorama internacional passaram a estar abertas e passámos a ter acesso aos festivais mais importantes. A partir daí, fomos construindo relações, convidando directores e programadores dos festivais mais importantes para serem membros do júri ou para falarem em painéis no festivais. No ano passado, Marco Muller, Director do Festival de Veneza fez parte do nosso júri internacional. O Director do Fórum de Berlim, a que prestamos tributo este ano, também já foi júri do Indie. Curiosamente –e há coisas que acontecem por acaso, mas que têm a ver com a construção das relações– o actual responsável por Portugal na quinzena dos realizadores de Cannes é Benjamim Merier que esteve em competição no festival de 2008 com uma curta‑metragem. Veio e gostou muito do festival e, no ano passado, convidei-o para ser júri. Nem ele nem eu sabíamos que viria

a ser programador da Quinzaine e muito menos responsável por Portugal. Como o Indie acontece antes de Cannes, convidou-me para apresentar alguns dos filmes que poderiam entrar no perfil da Quinzaine. Já tem a nossa selecção e eu acredito que se tenha criado aqui uma relação que vai permitir a alguns filmes nacionais do Indie transitar para a Quinzaine. E isso pode significar mais filmes portugueses em Cannes. Sendo já um grande festival, a ideia de serem um festival de Cinema independente ainda faz sentido? Nós temos tentado desmistificar o conceito de independente. Para nós, significa aquilo que há de mais autoral, aquele tipo de pessoas que fazem Cinema com total liberdade. Hoje em dia, o Indie Lisboa passa os 250 melhores filmes do ano, para nós, independentemente de serem catalogados de independentes ou não. Para nós, é um festival generalista de Cinema, onde passam aqueles que nós consideramos os 250 filmes melhores do ano, sejam curtas ou longas-metragens. Como fazem essa selecção? Como chegam à conclusão de que os filmes seleccionados são melhores 250 filmes do ano? Em primeiro lugar, funcionamos por candidatura. Há festivais que funcionam por convite. No nosso caso, é o oposto. Convidamos directores ou produtores a inscreverem-se numa pré-selecção. A partir daí, o filme passa pelo crivo do comité de selecção do festival. Este ano, batemos o recorde de filmes inscritos, o que aliás tem acontecido todos os anos. Tem a ver com o reconhecimento do festival. Neste momento, vamos em cerca de 4 mil inscrições, entre curtas e longas‑metragens. Recebemos filmes de todas as partes do mundo. Depois, começa o trabalho do comité de selecção das longas e das curtas, sendo o trabalho coordenado pela direcção. Cada programador ajuíza cada filme e, no final, fica uma espécie de pool, de onde constam os filmes com as notas mais altas dos programadores. Só depois é que os filmes passam a ser discutidos faseadamente.

*Francisco Manuel é cineasta, autora da curta-metragem “A Coragem de Lassie” sobre Ana Jotta.


Mas não procuram grandes realizadores que tragam prestígio ao festival, como aconteceu no ano passado com Werner Herzog? Acreditamos que, para que um festival corra bem, para que vá ao encontro da crítica, do público e das nossas expectativas enquanto programadores, tem que ter filmes de qualidade independentemente dos nomes. Herzog pode errar e, nesse ano em que erra, nós não vamos seleccionar o filme. Mas na maior parte dos casos ele acerta e por isso é que, este ano, temos dois filmes dele. Ambos estão em competição no Festival de Veneza. Entre os muitos filmes seleccionados, se houver um nome conhecido isso é óptimo porque é uma forma chegar mais perto do público. É o caso de Abel Ferrara que, este ano, passa no Indie com um documentário “Napoli Napoli” sobre a máfia.

Acredito que o cinema português devia ter cotas. Em geral o cinema português devia estar presente não só porque é feito com muito esforço, mas porque comparativemente a outras artes tem menor expressão.

Pensando na dificuldade que o Cinema português tem em chegar às salas, tem alguma preocupação em privilegiar a selecção portuguesa? Acredito que o Cinema português devia ter cotas. Em geral, o Cinema português devia estar presente não só porque é feito com muito esforço, mas porque comparado com outras artes tem menor expressão. Na verdade, está‑se sempre à espera que seja apenas o Instituto de Cinema a apoiar o Cinema. Não há outras entidades a fazê-lo. O Cinema português precisa de ser visto nas salas, precisa de arranjar um público. O festival tem uma competição nacional, daí já o estarmos a privilegiar nesse contexto. Mas, mais uma vez, tal como acontece com o outro Cinema, acreditamos que há bom Cinema português e mau Cinema português. Tentamos escolher o melhor Cinema português para passar. E tem corrido bem. Não podemos esquecer que fomos o primeiro festival a passar um filme chamado Arena, que ganhou o prémio de melhor filme português e, duas semanas depois de ter sido exibido em Lisboa, ganhava uma Palma de Ouro em Cannes. Ora, nós nunca tínhamos tido uma Palma de Ouro em Cannes. Em toda a história desse festival, tínhamos tido até então apenas 2 ou 3 curtas seleccionadas. Outro bom exemplo: Gabriel Abrantes. Começou connosco e foi uma clara aposta nossa, ganhando o prémio EDP para Jovens artistas. É um artista que vem das Artes Plásticas mas que nós sentimos que tinha uma energia criativa que era necessário apoiar.

Conhecemos Gabriel Abrantes. É o caso de um artista que não vem do Conservatório, tem um método de trabalho peculiar. É este cinema que querem apoiar? A única forma de um festival crescer em termos nacionais, revelando mais autores, é continuando a apoiar aqueles que fazem bom Cinema e, ao mesmo tempo, descobrir novas pessoas, com essa urgência em produzir.

Já pensaram alguma vez em ser uma produtora? Já todas as ideias nos passaram pela cabeça, mas de facto, cada macaco no seu galho. Nós somos uma montra de exibição alternativa. É uma tentação porque sentimos que alguns cineastas não estão a ser apoiados e nós gostaríamos que fossem. Há muitas formas de o fazer e transformarmo-nos numa produtora não penso que seja uma delas. Significaria passar a seleccionar os nossos filmes, o que transformaria o festival numa coisa familiar quando, na realidade, queremos o oposto. Contudo, já pensámos em criar um fundo que permitisse a alguns autores em dificuldades acabar os filmes. Acontece muitas vezes. Muitos cineastas não conseguem terminar os seus filmes por falta de dinheiro. Mas nesse caso teriam ainda um júri para selecção desses casos? Exactamente. Acho que seria mais por aí. Seria melhor do que estar a fazer concorrência àqueles que são os nossos melhores clientes. Na prática, queremos trabalhar com todos os produtores e produtoras por igual e se cada produtora produzir cada vez melhor e mais, então teremos cada vez mais matéria para poder

048 – Central Parq | Grande Entrevista

escolher. Também já nos passou pela cabeça a tentação de ser uma distribuidora, porque muitas vezes passam pelo festival filmes que poderiam vir a ter público em sala, mas que fruto da inércia da distribuição portuguesa, não são comprados. Nós criámos um prémio de distribuição, atribuído pelo júri internacional das longasmetragens, para um filme que eles considerem adequado para as salas portuguesas. Este ano, temos 10 mil euros para esse prémio, o que significa que qualquer distribuidora nacional se pode candidatar à compra do filme que ganhar nessa categoria e ter dinheiro para a promoção do filme.

Pessoalmente, quais foram os momentos mais gratificantes do festival? Quando Johnny To confirmou que vinha o festival. É um cineasta que adoramos e era dos poucos que tinha passado todos os anos pelo festival. Quando ele aceitou vir como homenageado, na 6ª edição, depois dos convites que lhe fazíamos desde a primeira, para nós, foi a confirmação de que o festival podia trazer as pessoas que mais admiramos. Estou a lembrar-me de um outro momento. Quando estávamos a idealizar a nossa primeira edição, um de nós teve a ideia maluca de convidar o festival de Sundance como herói independente. Na altura, parecianos impossível. Mandámos o convite por e-mail e, passado duas semanas, tínhamos uma resposta positiva. John Cooper, o seu Director, quando veio ao festival disse‑nos que decidiu positivamente porque olhou para o nosso site e achou que mostrava que éramos muito organizados e que tínhamos potencial. Isso deixou‑nos muito orgulhosos. Quando voltou cá, em 2006, como membro do júri internacional disse-nos: “estão a ver como eu tinha razão.”


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Com tantos filmes que tens que ver, é fácil haver o filme da tua vida? Nunca soube responder a essa pergunta. Nem quando tinha 15 anos nem agora que tenho 39. Sempre tive a mania de fazer listas. Tinha a lista dos 25 filmes de que mais gostava, como dos 25 livros e dos 25 atletas e por aí adiante. Os objectos fazem parte das minhas coisas, tenho imensos DVDs, imensos livros. Agora, tenho dificuldade em nomear um filme e ainda recentemente dizia que não tinha filmes mas cineastas preferidos. Vi todos os filmes de alguns deles. Então podes responder quem é o cineasta da tua vida? Há 10 anos, podia responder. Era o Nanni Moretti. O Polambella Rossa foi um filme importante na minha vida. Fez-me descobrir um cineasta. Quando o filme estreou, em 90, estava a estudar e obriguei todos os meus colegas da Faculdade de Direito a ver o filme e vi-o durante 3 dias seguidos. Gostei de toda a obra seguinte. Hoje em dia, gosto muito de Ben Rivers. Este ano, vamos ter uma retrospectiva completa do trabalho dele. Não consigo explicar completamente porque gosto tanto, mas há uma riqueza emocional, uma qualidade na metáfora, na aproximação às personagens e, por essa razão, vai estar em foco na secção de Cinema emergente. Há cineastas que me decepcionaram. Eu adorava François Ozon, mas parece-me

049 – Miguel valverde

que parou há seis anos, na sua terceira longa-metragem. Johnny Ta está obviamente na lista dos favoritos. E se tivesses que escolher um cineasta português? Talvez o Pedro Costa. Mas nunca passou no Festival? Passou em 2007, num projecto do festival de Jeonju em que três cineastas eram convidados a realizar três curtas que passam como se fossem uma longa-metragem. Estavam envolvidos Harun Farocki e Eugéne Green, um realizador que também está entre os meus

favoritos. Este ano, vamos ter um filme onde Costa colaborou e que vai passar na secção internacional de curta metragem. Pedro Costa tem qualidades que aprecio imenso. Cada filme dele trouxe‑me uma experiência completamente diferente do Cinema. Lembro-me de “Sangue”. Faz parte do núcleo de filmes que me fizeram descobrir o Cinema.


O universo expandido

Existe uma tropa de elite em Portugal que defende o Império Galáctico. Chama-se Lusitanian Outpost e obedece à Legião 501. Os membros respondem por números e estão do lado negro da força.

texto cláudia gavinho  foto francisco de almeida

guerra das estrelas os legionários portugueses Quando Georges Lucas fez o primeiro filme em 1977 não imaginava que iria dar início à maior e mais monumental saga do Cinema. E estava longe de imaginar que Star Wars iria arregimentar uma legião de milhares de fãs, dedicados a transpor este imaginário da tela para a realidade. Trinta anos e seis filmes depois, há um exército internacional que tem como missão guardar o império de Darth Vader. A Legião 501, criada nos Estados Unidos em 1997 por Albin Johnson com o propósito de unir os fãs em torno do costuming, tornou reais estas personagens de ficção científica. Os membros desta tropa inter-galáctica fardam-se a rigor e acompanham todos os eventos oficiais da Lucasfilm. Participam em estreias, lançamentos de merchandising, exposições e espectáculos como o Star Wars in Concert, que aconteceu no mês passado no Pavilhão Atlântico e juntou os fãs portugueses.

Uma nova esperança Em Portugal, a Legião 501 existe desde 2005. Os agrupamentos espalhados pelo mundo podem ser Outposts (se tiverem menos de 15 elementos), Garrissons (com mais de 15 elementos) e Detachments (agrupados segundo a área geográfica). O Lusitanian Outpost tem três membros activos e outros três à espera de aprovação superior para integrar as fileiras. Primeiro, têm de ser examinados e aprovados pelo órgão internacional, que é ultra-rigoroso na conformidade das fardas, dos capacetes e das armaduras. João Carreira, arquitecto, trouxe a Legião para Portugal. “Tinha sete anos quando fui ver a estreia do primeiro filme, A New Hope, ao cinema Império. Foi o meu avô que me levou e me passou este gosto pelos filmes de Ficção Científica. No Natal do ano seguinte, trouxe-me de Londres as primeiras action figures e foi assim que comecei a colecção.” Hoje, aos 40 anos, tem centenas de miniaturas, naves espaciais, play sets, dioramas, livros e jogos de computador dedicados à Guerra das Estrelas. “Os fãs nunca deixaram morrer o espírito do filme e o coleccionismo é uma forma de perpetuar a história. Há peças bastante raras e caras. Quando comecei, nos anos 80, não havia muitos sítios onde comprar. Costumava ir a uma papelaria em Alvalade e a uma loja nas Amoreiras. Com o aparecimento das lojas de comics e das grandes superfícies passou a haver mais oferta. A revolução deu-se com a Internet, mais precisamente com o Ebay, que gerou um fenómeno de garage sale virtual e tudo passou a estar disponível para troca e venda a nível global.” E foi em sites da Internet que João Carreira e os restantes membros da Legião compraram os seus fatos-armadura. É este o procedimento em todo o mundo. Há vários fabricantes (não há nenhum oficial) e vários preços mas uma boa réplica custa à volta de mil euros.

050 – Central Parq | culto

Quando tomou contacto com a Legião 501 internacional, João Carreira pensou que gostaria de fazer parte da organização. Enviou um email à secção espanhola e candidatou-se na perspectiva de a alargar para um grupo ibérico. A resposta, mais do que positiva, foi inesperada, incentivando-o a organizar o primeiro grupo português. “Fui, durante algum tempo, o único membro do Lusitanian Outpost. Depois comecei a contactar alguns grupos de coleccionadores que se revelaram interessados em aderir a esta vertente do costuming. Em 2007, com o 1º Encontro Nacional Star Wars no Centro Cultural Casapiano, encontrei algumas pessoas que me ajudaram a dinamizar o Outpost, como o João Pinto e o Hugo Santos, os primeiros a entrar. Mais tarde chegou o Ivo Pereira, o Valter Santos, o Luís Alves e o Miguel Queiroz. Por enquanto, somos sete. Surgiu agora um estudante de Erasmus polaco que vive em Lisboa e também quer fazer parte do grupo.” No início tiveram algumas dificuldades e só com muita dedicação é que foi possível manter a unidade activa. A montagem das armaduras, por exemplo, era uma experiência completamente exasperante mas grata, no final. Foi necessário comprar colas, tintas e ferramentas para cortar e ajustar milimetricamente as peças e moldá-las ao corpo. Com a criação da Legião e a montagem da armadura, João Carreira vai a Londres à convenção Celebration Europe, em 2007, e comprova ao vivo o impacto que um exército de troopers, vestidos a rigor, com capacete e voz robotizada, consegue causar. Ivo Santos, igualmente coleccionador, aguarda, ainda aprovação para usar o seu número de identificação. Juntou-se à Legião pela partilha de interesses e pelo prazer de encarnar a sua personagem favorita. “Tenho várias figuras e naves, mas o ponto forte da minha colecção são mesmo os videojogos para todo o tipo de consolas. Tenho cerca de 30, desde o primeiríssimo, que saiu em 1978 para a mítica Atari 2600, até ao último, que saiu em 2009”.

“A Força é um rio onde muitos podem beber e o treino do Jedi não é a única taça que a pode conter” Valter Santos tornou-se fã da Legião 501 em Maio de 1999, altura em que foi ver a ante-estreia europeia de Phantom Menace na Leicester Square, em Londres. “Pela primeira vez, experimentei o ambiente frenético de mais de duas mil pessoas dentro de uma sala de cinema, quase todas vestidas em costumes do Star Wars. Comprei a minha armadura em Março

de 2008 e, durante seis meses, ocupei os meus fins-de-semana a fazer modificações, colagens, pinturas e a colocar o verniz, até finalmente apresentar a minha candidatura em Novembro de 2008.” Depois foram outros seis meses até ser oficializada. “Além do prazer de ter construído a armadura, gosto de compartilhar a alegria das pessoas e das crianças que me vêem fardado e pensam que estão realmente na presença de uma personagem do filme.” Na base destas participações em eventos oficiais da Lucasfilm e de outros criados ou dinamizados pelo grupo (o lançamento da colecção Star Wars da Adidas, a promoção de jogos na Fnac e o apoio à exposição no El Corte Inglés são alguns exemplos), há um trabalho de voluntariado com o objectivo de angariar fundos para causas sociais. A ideia é que cada grupo seja um pólo dinamizador deste universo na comunidade em que está inserido. Nesse sentido, levaram oito crianças da Associação Sol aos concertos do Pavilhão Atlântico e, em breve, vão realizar o desejo de uma criança hospitalizada com cancro no IPO do Porto, em conjunto com a associação Terra dos Sonhos. Segundo Valter Santos, “o nosso objectivo não é o da autopromoção, até porque os estatutos não o permitem, mas o de aproveitar a imagem para a angariação de donativos e para acções e trabalhos de solidariedade que possam dar algo mais às pessoas”. Para Ivo Santos, “o mais importante é a possibilidade de interagir, sobretudo com as crianças. Sempre que é possível receber algum dinheiro, doamos a instituições sociais”. Uma pergunta fica no ar. Se lutam pelo bem, porque estão do lado negro da força? “As armaduras e os capacetes dos Sith têm muito mais piada do que as fardas do Luke Skywalker e dos guerreiros Jedi, que são em tecido e andam de cara destapada”, explica João Carreira. “Além disso, no final, quando Darth Vader é redimido pelo seu próprio filho, percebe-se que a força é a mesma e o objectivo também. O que é importante deixar claro é que é possível fazer a diferença na sociedade e contribuir positivamente de uma forma alegre e original”. Como diria o mestre Yoda: may the Force be with you.


João Carreira, 40 anos, arquitecto TD-9976 Sandtrooper, Commanding Officer

051 – guerra Joost van dasBleiswijk estrelas


Ivo Pereira, 23 anos, programador web A aguardar aprovação de identificação Clonetrooper, Kashyyyk Trooper

052 – Central Parq | culto


Valter Santos, 38 anos, engenheiro ambiental TK-3738 Stormtrooper, Training Officer

053 – guerra das estrelas


The Last Days of Disco é um filme incluído numa trilogia da autoria de Whit Stillman, com Metropolitan (1990) e Barcelona (1994). O foco está nos jovens norte-americanos, relativamente abonados e com os sonhos de qualquer futuro advogado, em idade pré-adulta e cheio de ambições profissionais e familiares. Serão apenas filmes que jovens dos anos 80 estimam nos anos 90? Ou será algo que pode ser visto nos dias de hoje pelo flair que nunca desfrutámos? Talvez isto tudo, misturado com algo mais. Good times, sem dúvida.

está a começar. Frequentam um muito célebre club (é arriscado traduzir para discoteca). No filme, esse local não tem nome mas é uma suposta referência ao Studio 54. Por ali há todo um grupo composto por yuppie scum, fashionistas, drag queens, rapazolas musculados sem t-shirt e divas esquecidas, dançando os últimos dias do disco, no meio de bolas de espelhos e chuva de confettis dourados. Nesta babilónia mista, Alice e Charlotte dão-se com Des –o engatatão e gerente do sítio, que finge ser gay quando se quer ver livre das namoradas– e Jimmy, um novato publicitário, muito mal recebido naquele meio. Há também Josh, um homem das leis que vai acusar o recinto de tráfico de droga e lavagem de dinheiro. São personagens com vidas insatisfatórias e preocupadas, apresentadas com seriedade e até alguma ternura. Poderíamos achar que fazem jus ao ambiente onde as vemos e onde reina alguma superficialidade e desdém. E até é quase verdade. Mas bem vistas

texto ANDRÉ MURRAÇAS

the last days of disco generation disco No site da The Criterion Collection (www.criterion.com), os amantes de Cinema para ver em casa podem perder-se numa Amazónia de DVDs em edições de luxo, com cópias restauradas, comentadas e recheadas de extras. Há Polanski, Fellini, Ray, Jarmusch, Godard e muitos outros. Entre tanta coisa boa, destaca-se, sem desprimor para os restantes, o filme The Last Days of Disco, escrito e realizado por Whit Stillman. O filme é de 1998 e mostra-nos a vida diurna e nocturna numa Manhattan do início dos anos 80. A sua edição pela Criterion, há uns meses, foi motivo para redescobrir esta pérola e aumentar todo o hype à sua volta. O MOMA de Nova Iorque costuma projectar o filme e tem uma cópia honrosamente guardada no seu acervo. Há grupos de fãs na Internet e festas anuais exaltando esta sátira, passada no início de uma década e no fim de uma era. Porquê?

Confessions on a Dance Floor No caso de The Last Days of Disco há muito por onde pegar. A história gira em torno de Alice e Charlotte, interpretadas por Chloë Sevigny e Kate Beckinsale (dois excelentes motivos para falar no filme!). São o oposto uma da outra e estão empregadas numa reconhecida editora, ambicionando o topo. Ainda contam com a ajuda da família, mas não se pode dizer que estão mal para quem

as coisas, estamos mais perto da ideia de comédia de maneiras à inglesa do que de um exercício documental sobre o fim desse tipo de música e desses locais. Aqui há homens e mulheres a tentar perceber o que é isso da atracção, do amor, das ascensões sociais e profissionais. São jovens e aspiram a boas vidas. E espertos o suficiente para misturar nas suas conversas temas como o escritor J. D. Salinger, a política de então, a busca pela definição de virgindade, a existência ou não de yuppies, o nazismo como metáfora de ser-se expulso de um club ou como o filme da Disney, A Dama e o Vagabundo, foi feito para induzir secretamente às crianças a ideia de casamento. Eles no fundo sabem do que falam. E falam muito bem, em dinâmicos e inteligentes diálogos. São elas, estas personagens, quem realmente dança. O disco existe como música e ambiente. Mas são as inquietações destes rapazes e raparigas que cantam mais alto, indo do mais desligado ao mais afincado, emocional e profissional. Nova Iorque é difícil. A vida, com ou sem música, é difícil. Eles têm consciência disso. Percebem que a sua juventude, talvez como o disco, é uma passagem para outra coisa. Que esse esplendor e brilho acabarão mais cedo ou mais tarde por se transformar em algo diferente.

054 – Central Parq | Cinema

Disco Sucks? Mas então não há disco? Claro que há. Pelo menos um terço do filme é passado no tal sítio sem nome, forrado a veludo vermelho, cheio de colunas barrocas e repleto de ávidas criaturas da noite. Escuta-se e dança-se. Alicia Bridges, Diana Ross, Chic, Eveyln “Champagne” King, Sister Sledge, Harold Melvin & the Blue Notes, Carol Douglas, Michael Zager Band e Amy Stewart. Diz-se com humor que os EUA eram uma wasteland antes do disco. Recorda‑se o Disco Demolition Night, um evento que ocorreu em 1979, durante o

intervalo de um jogo e onde foram queimados uma série de vinis em protesto contra o género musical em voga. Aquela música, aquela moda, aquele estilo de vida está lá, através do ponto de vista daquelas personagens. E elas, sobretudo Alice e Charlotte, dançam e procuram quem também saiba dançar. Há uma fruição do tempo, do espaço e do som. Elas saboreiam-na até num quarto de hotel, enquanto são seduzidas ao som das canções de então. É a famosa cena em que Alice e Tom dançam com uma sensualidade


única. Ou mesmo o Love Train que se ouve e se dança dentro da carruagem do metro no final do filme. E é o disco que todos eles honram mesmo quando dão por si subitamente desempregados. Diz uma das personagens: Disco will never be over. It will always live in our minds and hearts. Something like this, that was this big, and this important, and this great, will never die. Oh, for a few years —maybe many years— it'll be considered passé and ridiculous. It will be misrepresented and caricatured and sneered at, or - worse - completely ignored. People will laugh about John Travolta, Olivia Newton‑John, white polyester suits and

platform shoes and people going like this. But we had nothing to do with those things and still loved disco. Those who didn't understand will never understand: disco was much more, and much better, than all that. Disco was too great, and too much fun, to be gone forever! It's got to come back someday. I just hope it will be in our own lifetimes. Quem diria que o disco daria para falar de tanta coisa…

055 – the last days of disco


Que o Inverno passado foi um dos mais duros dos últimos 40 anos já todos sabíamos. Que por causa disso a Serra mais alta de Portugal Continental ficou completamente coberta por um enorme manto de neve só sabem alguns. Mas que isso fez crescer exponencialmente em Portugal uma modalidade como o snowboard, provavelmente poucos saberão. Passo a explicar!...

texto Miguel Pedreira

Branca de Neve Nissan Snowgirls 2010 + Jam Session 2010 Nos dois primeiros fins‑de‑semana de Março a estância Vodafone, na Serra da Estrela, bem como a Covilhã foram palco de dois eventos cada vez mais marcantes no Inverno português no que a desportos criativos (de Natureza) diz respeito. O Nissan Snowgirls 2010 Prove It foi o primeiro, antecipando o Dia Internacional da Mulher, com cerca de 150 participantes alegremente partilhando a prática comum desta modalidade (fossem iniciadas ou avançadas), durante dois dias, apesar de alguma chuva e do nevoeiro que se fizeram sentir.

De maior capacidade precisou também a Free Your Mind para organizar a Jam Session 2010, no fim-de-semana seguinte, naquele que foi o primeiro Campeonato Nacional de snowboard reconhecido oficialmente pela Federação Portuguesa de Desportos de Inverno. Na realidade, a oitava edição da Jam Session foi mesmo a maior de todas, com um snowpark constituído por um salto com 7 m de plano, uma pirâmide com 7,5m de comprimento, 3 kickers em transfer, uma caixa e dois corrimões, entre outros obstáculos, que proporcionaram um grande espectáculo, com saltos de grande amplitude a coroar o esforço dos shapers daquele que foi considerado o melhor parque de snowboard alguma vez feito em Portugal. Fica aliás ao nível de muitos que, pelo resto da Europa, se fazem a cada novo Inverno. Como que a dar razão a todo este esforço, o tempo abriu e o segundo fim-de-semana de Março foi de sol e até de algum calor na Torre, o que fez mesmo as delícias dos 101 atletas inscritos nesta Jam Session 2010, um aumento de 150% relativamente ao ano anterior!

O convívio foi mesmo a palavra de ordem e a animação sempre uma constante entre as participantes, entre as quais se encontrava Vanessa Oliveira, actriz e apresentadora de televisão, adepta ferrenha deste desporto, bem como três jovens espanholas, que não quiseram deixar de aproveitar a oportunidade para usufruir de um evento que é o maior encontro feminino de snowboard da Península Ibérica. Se pensarmos que esta foi a sexta edição do Snowgirls e que no primeiro ano (2004) este evento contou com cerca de 15 raparigas, dá para perceber melhor o seu crescimento e o entusiasmo que isso causa a Patrícia Curinha, mentora da Puro Feeling, empresa que o organiza e que pretende aumentar a capacidade e a oferta do Snowgirls já para 2011.

056 – Central Parq | snowboard

Para a posteridade ficam os resultados e os primeiros campeões nacionais de snowboard reconhecidos oficialmente, com o jovem João Allen, de 18 anos, vencedor da Jam pelo segundo ano consecutivo, a levar o título de slopestyle para casa. Allen, que também é Top 5 nacional de skate, usou toda a sua experiência nesta modalidade, transferindo muitos dos seus truques para a neve. O carismático Ricardo Pina, ex‑campeão desta prova, acabou num honroso e próximo segundo lugar, graças a uma óptima regularidade e a uns voos incríveis sobre todo o comprimento da pirâmide, com Jorge Pereira, muito técnico e seguro nas suas manobras, a completar o pódio. Ainda na vertente slopestyle, Mateus Morais levou o título de sub-16 para casa, naquela que foi a sua primeira participação, assim como Inês Caetano, no feminino, ambos a uma boa distância do segundo lugar. Já na vertente boardercross, o vencedor foi o veterano Alexandre “Calimero” Carrasco, Rita Rainho venceu nas meninas e Guilherme Brás nos sub-16, depois de ter ficado em segundo na vertente das rampas. Com tudo isto, em apenas 8 dias, o “factor neve” colocou 250 homens e mulheres, com idades compreendidas entre os 8 e os 50 anos, a participar, competir e “curtir” a nossa Serra da Estrela e a sua “camada branca”, o que demonstra bem a apetência cada vez maior que os portugueses têm pelos desportos de Inverno e pelo snowboard em particular.

Podemos ter tido o pior Inverno dos últimos 40 anos, mas para esta modalidade foi precioso. “O azar de uns é a sorte de outros”, poder-se-á dizer... “Todas as situações têm um lado positivo e outro negativo” ou “São os dois lados de uma mesma moeda”... são ditados populares que se aplicam que nem uma luva a esta situação. Mas números, contas e conclusões devem ser feitas pelas entidades responsáveis para, entre outras coisas, melhorar os acessos, estacionamento e usufruto da única estância de ski nacional. Com benefícios para as restantes estâncias europeias, caso as lições não sejam devidamente tiradas e aplicadas com carácter de urgência. Porque no próximo Inverno há mais!


057 – Branca de neve


O apoio à actividade artística portuguesa continua a ser um dos principais objectivos do BES Photo que, todos os anos, procura distinguir os melhores projectos nacionais de fotografia. Relativamente a 2009, o júri destacou os trabalhos de André Cepeda, Patrícia Almeida e Filipa César, tendo esta última sido distinguida com o galardão que continua a ser o mais importante nesta área.

texto Francisco Vaz Fernandes

BES Photo 2009

A fotografia, enquanto projecto artístico, é um campo minado como se sabe. E cá, como em qualquer ponto do mundo, é difícil chegar a consensos, especialmente quando se quer atribuir um prémio. O BES Photo, que realiza todos os anos uma exposição dos nomeados, não escapa as polémicas. Continua a ser o principal prémio de fotografia, com um prémio no valor de 25 mil euros e por isso o escrutínio dos nomeados e dos premiados acaba por ser muito comentado, fruto da dificuldade em definir critérios sobre a extensão do campo fotográfico. O mais interessante é continuar a pensar a fotografia no contexto da construção da imagem como, na prática, acaba por acontecer se olharmos para as 6 edições passadas do BES Photo. Facilmente encontramos um equilíbrio de diferentes formas de pensar a fotografia, com o objectivo de fazer desse campo um factor de integração mais do que de exclusão. Há anos em que o campo mais restrito da fotografia prevalece, como se verificou no ano transacto, com o prémio a Edgar Martins, um dos artistas portugueses que mais tem procurado a renovação do objecto fotográfico. Este ano, pelo contrário, o trabalho da premiada Filipa César está longe de se situar no estrito campo da fotografia, apesar de estar muito presente como suporte documental.

Filipa César apareceu no panorama nacional como uma das primeiras, no final dos anos 90, a usar o vídeo abandonando os “media” clássicos, privilegiados nos programas das escolas de Arte da altura. No projecto que apresenta no Museu Berardo, no Centro Cultural de Belém, Filipa César procura, através de diversas estratégias e suportes, abordar a questão da homosexualidade feminina, trazendo para palco processos de censura com referências a um passado recente. A organização deste trabalho surgiu a partir da ideia de degredo, uma lei herdada da Idade Média e que persistiu até ao 25 de Abril. Na pesquisa de análise de casos, teve conhecimento de um processo que condenou duas mulheres, devido à sua condição homossexual, desterradas para Castro Marim, terra onde o sal domina a paisagem. Curiosamente, o sal era o mineral que simbolicamente se espalhava pelo chão dos condenados para que daí nada florescesse. Filipa César convidou Mónica Calle e Joana Barrios a deslocarem-se a Castro Marim para personificar essa errância feminina, sob a câmara 16 mm de Marco Martins. Essa projecção de vídeo opõe-se na entrada da sala a um painel com várias folhas dactilografadas, onde consta a tradução portuguesa das falas do filme As Lágrimas Amargas de Petra on Kant, de Rainer Werner Fassbinder, ao lado de documentos oficiais do Estado Novo que proíbem a sua exibição nas salas portuguesas. Uma outra imagem única projecta num outro espaço um monte de sal de Castro Marim. Ouvem-se diferentes especialistas que documentam, historicamente, casos de censura ao longo dos tempos, permitindo colocar o enfoque no interdito à homossexualidade em geral.

058 – Central Parq | moda

Os outros concorrentes são reconhecidos essencialmente pelo seu trabalho fotográfico, cada um bebendo diferentes tradições. André Cepeda obviamente vem de um tradição que se opõe ao “picturalismo” da fotografia artística, explorando uma poética da imagem que subsiste numa construção do real dado pelo olhar do fotógrafo. O espaço fotográfico, captado sempre com um grande rigor formal, surge da degradação do tecido relacional, com evidente exposição do obsoleto e do abandono. Ainda encontramos nas suas imagens os resquícios de uma certa memória humanista, mas sem o populismo que caracterizou muitas vezes este tipo de olhar. Cepeda, na linha de um Robert Frank, consegue que a fotografia seja um objecto inquietante e um instrumento para subtrair uma poética do quotidiano. O projecto que expõe, sob o título Ontem, é constituído por poucas fotografias que em comum partilham a sombra de espaços vividos. A imagem de uma gaiola fixa a uma janela ou outra de um par de colunas de som isoladas sobre uma prateleira transmitem-nos a sensação de que o objecto fotográfico quase se evapora e que toda a sua motivação é imprecisa.

Já em Patrícia Almeida, a fotografia insere-se numa tradição de reportagem, muitas vezes associada à ideia de deslocação, onde se procura reconstruir uma impressão de ambientes organizados numa série fechada. Patrícia Almeida já nos tinha impressionado, anteriormente, com várias séries de trabalhos, entre os quais se destaca Portobello, recentemente editado em livro. No trabalho que apresenta do Museu Berardo, a artista acompanha um desses festivais de Verão que, pelo seu enquadramento paisagístico, pleno de represas de água, se presta à ideia de paraíso. Um sentimento provavelmente vivido por muitos dos jovens retratados, que gozam dias de liberdade e puro prazer. Tal como em Portobello, sobressai aqui uma certa generosidade com que a artista olha o mundo que a rodeia. A candura das suas imagens reside, neste caso, na excitação da juventude, dos seus excessos, desejos e ilusões que compõem a fragilidade desse mundo idílico.


1patrícia almeida 2(still)insert, 2010.filipa 3ontem, andré cepeda

059 – Bes photo 2009

césar


Daniel

pólo LACOSTE sobre camisa ADIDAS,calções GAS, sapatos MARLBORO

Tiago

t-shirt INSIGHT, casaco MARLBORO, calças PEPE JEANS, ténis NIKE

the ride foto sérgio santos ...................

Styling ....... bárbara d'O Ass. Styling ....... margarida brito paes Make-up ....... anne sophie ................... Agradecimentos ao Daniel, Tiago, Pépe.e à Loja Ciclone www.ciclone.pt

Pépe

casaco de ganga LEVIS, polo LACOSTE,calças e ténis FRED PERRY



Tiago

colete PEPE JEANS, camisa CARHARTT, calças ADIDAS, cinto ENERGIE, ténis LACOSTE, óculos PERSOL


pépe

camisa VANS sobre camisola REPLAY, calções CARHARTT, sapatos COHIBAS

daniel

camisa CARHARTT, calções FRED PERRY, ténis JACK PURCELL, headphones e capa para Iphone VERS na Moov Store


daniel

cardigan LACOSTE, camisa LEVIS, calções FRED PERRY, relógio DIESEL, óculos PERSOL, bicicleta da CICLONE

pépe

camisa e camisola PEPE JEANS, cinto ENERGIE, calções ADIDAS, chapéu REPLAY

tiago

pólo FRED PERRY, camisola PEPE JEANS, cinto LACOSTE, calças LEVIS, ténis MARLBORO, chapéu ENERGIE


tiago

camisa FRED PERRY, calções CARHARTT, ténis DIESEL, óculos RAY BAN

pépe

pólo LACOSTE, calções FRED PERRY, ténis COHIBAS,óculos BURBERRY

daniel

camisa PEPE JEANS, pólo e calças CARHARTT,cinto LACOSTE, ténis FRED PERRY, relógio CASIO na Moov Store, óculos PERSOL, bicicleta CICLONE



Vestido e meias H&M, perfume “Flowerbomb” VIKTOR&ROLF

Little Red Riding Hood foto mário príncipe ...................

Styling ....... joyce doret Make-up + Hair ....... paulo fraga Modelo ....... andressa borba (just models) ...................


Calções e top branco com folhos geométricos MADAME À PARIS, meias pretas com corações H&M, casaco encarnado H&M, óculos tartaruga redondo YSL, sapato branco c/aplicações H&M


T-shirt “anti-hero” INSIGHT, vestido preto c/tule e vestido branco c/tule manchado, INSIGHT, anéis VALENTIM QUARESMA


Perfecto preto IRO, sweat t-shirt encarnada com capuz NIKE SPORTSWEAR, meias pretas com corações, H&M, sapatos MELISSA


Trench-coat preto SISLEY, sweat cinza SARA LAMURIAS sobre t-shirt encarnada NIKE SPORTSWEAR, 贸culos brancos RAY BAN Wayfarer, clutch encarnada ANA SALAZAR


T-shirt preta IRO, meias pretas com corações H&M, sandálias douradas VIVIENNE WESTWOOD para MELISSA, pulseira dourada MANGO


Camisa em ganga LEVIS, corpete preto H&M, sai com f lores estampadas, MANGO, 贸culos RAY BAN Wayfarer, botins H&M, meias com f lor CALZEDONIA


As boas línguas de

Miss Jones & Ray Monde feitoria doca do bom sucesso // 1400-038 lisboa tel. 210 400 207 De terça-feira a Sábado. almoços e jantares

O microclima de Belém não estava a operar e cogitou-se sobre os ursos polares quando começam a sentir‑se incomodados com o calor a partir dos 3 graus positivos… então, demanda apressada de abrigo dentro do novo Hotel Altis. Uma entrada ampla, com uma reprodução à la namban, indica o restaurante Feitoria. Conduzidos a uma mesa com vista para um relvado com árvores copiosamente jovens, uma vez que a escuridão só permitia imaginar o lânguido Tejo, lá muito longe… é-nos servido um copo do nortenho espumante Sidónio de Sousa.

A selecção volveu-se intimidante perante verdadeiros livros: um, com mais de 20 águas (mas a Luso escolhemos…) outro, com uma dezena de azeites (reservado para os dias de degustação…) mais outro, com os vinhos (não os contámos… mas espalham-se por 40 páginas) e um último, mesmo muito grande, para a ementa! Salvos por uma achega judiciosa do escanção José Figueiredo.

74 – Parq Here | as boas línguas

Uma saudação do chefe Cordeiro, tataki de novilho com cogumelos e couve romesco, deu o sinal de partida de uma carreira que se enxergava sortida e ordenada; uma viera laminada com camarão sobre uma patanisca de ervas e flores de lavanda, uma magnífica e delicada construção assente sobre uma placa de ardósia. Um copo de Alvarinho de 2008 acompanhou a entrada. Seguiu-se uma sopa de ervilhas com troço de lavagante, espuma de paio e chip do mesmo. Suculento e bem consorciado com um copo do vinho da casa, um Fernão Pires muito aromático. Depois, sucedeu um dorso de salmonete com fatia de foie-gras salteado, espargos verdes e emulsão de bivalves, muito apreciado e ajunto com um branco Quinta de Covela, um Minho refrescante. Um sorvete de tangerina clivou a via degustativa… E, um magret de pato instalado sobre um parfait de ruccola, risoto de trigo e crocantes de salsifi, sabores fortes e prolongados por um elegante Syrah de 2005. Um pospasto como trilogia, isto é, um gelado de maçã verde com um crumble de maçã e com um pastel de massa filó recheado com compota de maçã, lindamente escoltado por um cálice de vinho do Porto branco, da Casa Amarela…

O repasto faustoso e aprimorado findou com um café e uma cavaqueira animada entre Miss Jones e Ray Monde.


F. C. Evereste Tel.: +351 256 201 430

Fotografia Paulo Neves


texto: sofia saunders

benetton no rossio

Benetton Pç. D. Pedro V, Rossio, Lisboa

www.benetton.com

A localização promete e os três andares envidraçados repletos de roupa e de acessórios de todas as cores são um motivo adicional para ir à Baixa fazer compras. A United Colors of Benetton acaba de inaugurar a sua mais recente megastore em pleno coração de Lisboa, na esquina da rua Augusta com o Rossio. O novo espaço ocupa o edifício histórico da antiga Loja das Meias, devolvido à cidade após um importante trabalho

76 – Parq Here | Places

de restauro. A loja assinala a vontade da empresa em continuar a investir a nível internacional, particularmente nos centros históricos das capitais. À loja do Chiado junta-se agora esta, situada na mais emblemática praça lisboeta, representativa da multiculturalidade da cidade, um valor com a qual a marca italiana se identificou desde sempre. O rés-do-chão é dedicado à moda de senhora e aos acessórios, o 1º andar à roupa de homem e o 2º andar às linhas

de vestuário de criança. No último piso ficam instalados os escritórios e o novo showroom. Um mega-espaço a descobrir em breve.



texto: maria são miguel

sax-street action

texto: Nuno Adragna

cais do chiado

Av. Mouzinho de Albuquerque, 60 Póvoa do Varzim

Rua do Alecrim 26M Lisboa Telf.213 431 072 2a a 6a Feira 8.30h/24.00h Sáb10.00h/24.00hDom10.00h/ 16.00

Já lá vão 17 anos desde que a abriu a primeira loja em Viana do Castelo. Pioneira em promover um estilo urbano e deportivo, a Sax abriu um outro espaço na Póvoa do Varzim. Fiel ao conceito de street fashion, a nova loja traz as tendências internacionais do momento, marcando a diferença em relação à oferta existente. As grandes marcas de street wear como Carhartt, Fred Perry, WESC, Vans, Adidas, Puma, Nike, Skunkfunk, Numph e Melissa estão aqui todas representadas, nas linhas masculinas e femininas. Vale a pena espreitar as novidades, mesmo no centro da cidade, a poucos metros da praia.

Tardou e nem o empreendimento concebido por Siza Vieira parecia capaz de reanimar o início da rua do Alecrim. O Cais do Chiado é um novo restaurante e espaço gourmet que vem contribuir para a dinamização dessa zona do Chiado. O espaço é luminoso, desimpedido e simples, com refeições que são um reencontro com os gostos e os perfumes que guardamos na nossa memória. A Carta foi concebida pelo Chef Fábio Amaral, que aposta numa fusão entre o passado e o contemporâneo, privilegiando os ingredientes característicos das regiões do sul da Europa. De segunda a sexta, propõe uma “marmita”, uma forma de descrever um prato do dia que varia

78 – Parq Here | places

todos os dias, além da Carta habitual. Já aos fins-de-semana, tem serviço de "Brunch" das 11.00h às 16.00h, com 3 propostas diferentes. Uma das vantagens deste novo espaço é a possibilidade de ter um serviço de jantar até as 24.00h, excepto aos domingos e feriados.



texto: nuno adragna

piper-hiedsieck www.piper-heidsieck.com

Piper-Heidsieck criou uma parceria com Christian Louboutin para trazer de volta o ritual de beber champanhe por um sapato de senhora, imagem que prosperou na década de 1880. Louboutin, um verdadeiro mágico nesta área, para fazer renascer este ritual escandaloso? O resultado: uma gift box com uma garrafa de Cuvée Br ut e uma taça de cristal com o formato de um sapato concebido por Christian Louboutin.

texto: nuno adragna

noites de verão Já começamos a sonhar com isto. Sair da praia ao entardecer, tomar um banho e sentir o calor das noites de Verão com uma música relaxada e uns cocktails à mistura. E, todos os anos, o rum Malibu é parte essencial dos melhores cocktails do mundo, aqueles que nos trazem o sol, a boa disposição e o espírito das Caraíbas. Este ano, a novidade é a série Malibu By U, uma edição limitada que promove a liberdade, a diversão e a partilha. A Malibu aposta na criatividade e dá carta branca aos fãs deste licor de rum com coco e cana-de-açúcar, produzido na Destilaria Black Rock, situada em plena praia, na capital da Ilha de Barbados. O desafio lançado ao consumidor é o de personalizar a garrafa com um toque novo e pessoal. Amarelo, laranja, castanho e magenta são as cores quentes e solarengas propostas para a experiência. Ideal para ofertas personalizadas e para momentos de pura diversão. Malibu By U € 11,49 Disponível a partir deste mês nas grandes superfícies e garrafeiras

80 – Parq Here | gourmet English Version

texto: nuno adragna

Glenlivet Cellar Collection 1973 www.theglenlivet.com

A Glenlivet é uma das destilarias de whisky mais antigas da Escócia, fundada por John Smith em 1824, junto ao rio Livet, numa zona de águas minerais cristalinas. Nos últimos anos, tem sido conhecida por lançar no mercado várias séries de whisky envelhecido durante anos em barricas de xerez ou de carvalho francês ou americano, que o diferenciam de produtos mais jovens. Estas edições especiais, Cellar Collection da Glenlivet, tornaram-se uma referência para os apreciadores de um whisky velho, tendo produzido todos os anos um produto de excelência. Este ano, saiu para o mercado uma nova garrafa numerada de um whisky de malte destilado em 1973 e que celebra também o 10º ano desta colecção. Este é ainda o primeiro whisky que traz a assinatura de Alan Winchester, o novo mestre da empresa.

texto: nuno adragna

Beefeater 24 www.beefeatergin.com

O gin está na moda e Beefeater 24 marcou as tendências na passerelle da London Fashion Week, patrocinando diversos eventos ao longo da semana da Moda londrina. Produzido em Londres, foi concebido em 2008 para trazer uma nova dimensão ao gin, indo ao encontro das expectativas de um público mais exigente, apreciador do seu sabor cítrico combinado com a subtileza dos perfumes do chá. Entre as parcerias estabelecidas por este primium, destaque para a colaboração com o famoso designer britânico Jonathan Saunders, num dos eventos mais disputados da cidade que conta com a participação de opinion leaders de moda, imprensa e figuras públicas. Beefeater 24 foi o patrocinador oficial e o anfitrião da afterparty de Jonathan Saunders que teve lugar no Concrete, um espaço nocturno no leste de Londres, ideal para os amantes de moda.


Adidas: telf. 214 424 400 www.adidas.com/pt Adidas Eyewear, Brodheim lda: telf. 213 193 130 AFOREST DESIGN: telf. 966 892 965 www.aforest-design.com Bing Punch: R. do Norte, 73 — Bairro Alto — Lisboa telf. 213 423 987 Carhartt Shop: R. do Norte, 64 — Bairro Alto — Lisboa www.carhartt-streetwear.com Carolina Herrera: Av. da Liberdade, 150 — Lisboa Cat Bedivar: telf. 219 946 810 Chloé: Fátima Mendes e Gatsby (Porto) Loja das Meias e Stivali (Lisboa) Cheyenne: ACQUA Roma – Av de Roma — Lisboa Colcci: Rua Ivens, 59-61 — Lisboa Converse Proged: telf. 214 412 705 www.converse.pt Decode: Tivoli Forum – Av da Liberdade, 180 Lj 3B — Lisboa Diesel Store: Prç Luís de Camões, 28 — Lisboa telf 213 421 974 Dior Joalharia: David Rosas – Av. da Liberdade — Lisboa Machado Joalharia – Av. Boavista — Porto Eastpak – Morais&Gonçalves, lda: telf. 219 174 211 Emergildo Zenha: Av. da Liberdade, 151 telf. 213 433 710 Energie – Sixty Portugal: telf. 223 770 230 Epicurista: Rua do Instituto Industrial, nº 7H — Lisboa telf. 223 770 230 Fabrico infinito: Rua D. Pedro V, 74 — Lisboa Fashion Clinic: Tivoli Forum – Av. da Liberdade, 180, lj 2 e lj 5 — Lisboa C.C. Amoreiras Lj 2663/4 — Lisboa R. Pedro Homem de Melo, 125/127 — Porto Fátima Mendes: Av. Londres, B1 1º Piso — Guimarães R. Pedro Homem de Melo, 357 — Porto FILIPE FAÍSCA: Calçada do Combro, 95 — Lisboa Firetrap – Buscavisual, lda: telf. 917 449 778 FLY LONDON: telf. 253 559 140 www.flylondon.com Fornarina: telf. 912 1818 88 wwwfornarina.it Fred Perry – Sagatex: telf. 225 089 153 GANT: telf.252 418 254 Riccon Comercial Lojas: Av. da Liberdade, 38H — Lisboa Av. da Boavista 2300/2304, — Porto Empório casa: telf. 210 964 093 Gas: telf. 223 770 314 wwwgasjeans.com Goorin: Hold Me – Rua do Norte, Bairro Alto — Lisboa Guru – Dualtrand: telf. 225 101 245 Gsus – Pano de Fundo lda: telf. 223 745 278 H&M: Rua do Carmo, 42 — Lisboa Havaianas – Cia Brasil: telf. 291 211 860 Hoss – André Costa: telf. 226 199 050 Hugo Boss Portugal: telf. 212 343 195 wwwhugoboss.com Killah – Sixty Portugal: telf. 223 770 230 LACOSTE – Manuel F. Monteiro & Filho: telf. 214 243 700 LARA TORRES: www. laratorres.com Le Coq Sportif: telf. 220 915 886 www.lecoqsportif.com LEE: www.lee-eu.com Levi's – Levi's Portugal: telf 217 998 149 Levi's acessórios – Pedro Nunes lda: telf. 239 802 500 Lidija Kolovrat: telf. 213 874 536 Rua do Salitre, 169 Louis vuitton: Av. da Liberdade, 190 — Lisboa telf: 213 584 320 Luis Buchinho: telf 222 012 776 Rua José Falcão 122 — Porto www.luisbuchinho.pt Maison Margiela: telf. 220 927 002 Por Vocação – Av. da Boavista Mango www.mango.com Marlboro Classics: Gaia Shopping, Forum Coimbra e C.C. Vasco da Gama Melissa: telf 934 134 392 www.melissa.com.br Merrell – Bedivar: telf. 219 946 810 wwwmerrellboot.com Nikita – Fonseca e carvalho, lda: www.nikitaclothing.com Miss Sixty – Sixty Portugal: telf. 223 770 230 MIGUEL VIEIRA: telf. 256 833 923 www.miguelvieira.pt My Good: Avis, R. José Gomes Ferreira, 11 Lj 251 — Lisboa C.C. Amoreiras, Lj 2142 — Lisboa Nike sportswear: telf. +351 214 169 700 www.nike.com Numph – About Face: telf. 226 102 652 www. numph.dk NUNO BALTAZAR: telf. 226 065 083 Av. Boavista, 856 — Porto NUNO GAMA – Gavesa: telf. 309 914 363 oficina mustra: Rua Rodrigues Sampaio, 81 — Lisboa telf. 309 914 363 Osklen: telf. 213 258 844 Rua do carmo, 9 Chiado — Lisboa Patrizia Pepe – André Costa: telf. 226 199 050 PEDRO PEDRO: telf. 916 634 920 Pepe Jeans: telf. 213 400 010 www.pepejeans.com Ray Ban – Luxótica Portugal: telf 217 221 300 Piaget: Anselmo 1910, C.C. Colombo — Lisboa Puma: Armazéns do Chiado – R. do Carmo, 2 — Lisboa Purificacion Garcia: www.purificaciongarcia.es Reebok: telf. 219 381 759 www.rbk.com/pt Replay: telf. 213 961 64 www.replay.it RICARDO DOURADO: telf. 222 011 833 Muuda – Rua do Rosário, 294 — Porto RICARDO PRETO: telf 919 758 953 Sephora: telf. 213 225 188 Armazéns do Chiado – R. do carmo, 2 — Lisboa Skywalker: telf. 213 466 125 Rua do Norte, 37 Sonia Rykel: Loja das Meias www.soniarykel.com Springfield – man & woman: Armazéns do Chiado — Lisboa telf. 213 479 337 NorteShoping — Porto telf. 229 540 985 Stivali: telf. 213 860 944 R. Castilho, 71 C — Lisboa Storytailors: telf. 213 433 306 Cç do Ferragial, 8 – Chiado — Lisboa www.storytailors. pt Swear: telf. 226 181 319 www.swear-london.com Timezone – Companhia dos Desportos: telf. 213 570 019 Tommy Helfiger: telf. 213 400 010 www.tommy.com tous: telf. 214 601 125 — Cascaisshopping Twenty 8 Twelve: telf. 213 400 010 www.twenty8twelve.com UMM – Buscavisual, lda: telf. 916 139 874 VALENTIM QUARESMA: telf .962 333 449 www. valentimquaresma.com Vitra: Paris Sete – Lg. de Santos, 14 D — Lisboa WESC: telf. 213 472 136 Rua Mouzinho da Silveira, 1723 — Porto Rua Nova do Almada, 47 — Lisboa www.wesc.com Wolford: Av da Boavista, 3295 — Porto www.wolford.com Women'secret: CCColombo. telf. 217 166 132 Armazéns do Chiado. telf. 213 479 338 Cascaishoping. telf. 214 601 420 Norteshoping, Porto, telf. 229 548 444 zillian: Av. António Augusto de Aguiar, 29 D —Lisboa

guia de compras:

81 – Parq Here | English Version


Crónica de Claúdia Matos Silva ilustração de vanessa teodoro [www.thesupervan.com]

Dia ivo it Pos

Zero e os novos piratas Mark é um puto borbulhento - totalmente ignorado pelos colegas e amplamente elogiado pelos professores - à noite transforma-se em Hard Harry, o “pirata do ar”. O mesmo adolescente que caminha desajeitadamente pelo pátio da escola e os óculos a escorregarem pela cana do nariz, é um verdadeiro líder, monopolizando todos quantos lhe sorriem com desdém. Hard Harry - assim se assume perante a ampla comunidade de fieis ouvintes - com uma emissão local de curto alcance, opina abertamente sobre as suas preocupações, colocando o dedo na ferida e escarnecendo acerca dos que lhe fazem a vida negra. Amado e odiado, ninguém sabe quem realmente é o verdadeiro Hard Harry, e também por isso, ninguém é indiferente à voz soturna que lhes atormenta as noites! À socapa, gera-se um mercado paralelo de k7’s com as emissões gravadas, próprio para coleccionadores. Na altura em que Allan Moyle apresentou o argumento desta película, certamente os executivos do Estúdio pensaram que não passava de uma excelente ideia para um “B movie” sobre adolescentes desocupados. Afinal, “Pump Up The Volume” com Christian Slater (Mark/Hard Harry) seria apenas um delírio histérico? Hoje, passados 20 anos, pela dimensão desmesurada da Internet, concluímos que a vontade individual de expressão foi tão verdade ontem, como é hoje e será amanhã. Apenas teremos ferramentas diferentes para o fazer. Que o diga Ricardo Reis, Presidente do projecto on line Rádio Zero, que agora celebra 4 anos de existência. Cediada no IST, recua ao tempo das rádios piratas e aos anos de ouro dos programas de autor, sem playlists a formar mentalidades, dizendo-nos o que devemos gostar. Com a maior diversidade de programas da Rádio em Portugal, entre autores mais ou menos profissionais, a essência da Zero é a equipa apaixonada, que sacrifica muito do seu tempo e até dinheiro para tornar realidade, o sonho de muitos de nós. A imagem icónica dos piratas com lenço, pala e gancho anda muito longe dos tempos de Hard Harry, o mais que navegava era pelas ondas hertezianas, com os retransmissores escondidos na horta familiar entre as couves e mijo de gato! Com os avanços das tecnologias, a partir do nosso quarto, hoje podemos ser os piratas da nova geração, envergando apenas pijama e pantufas.




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