PARQ 27

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REVISTA GRATUITA DE MODA E CULTURA URBANA. PARQ NÚMERO 27. MAIO 2011. WWW.PARQMAG.COM


PARQ

NÚMERO 27

MAIO 2011

DIRECTOR

TEXTOS

EDITORIAL

FRANCISCO VAZ FERNANDES

ÁGATA C. DE PINHO ANA CANADAS ANA RITA SOUSA CARLA CARBONE CLÁUDIA GAVINHO CLÁUDIA MATOS SILVA DIANA DE NÓBREGA DAVIDE PINHEIRO EDUARDA ALLEN FRANCISCO V. FERNANDES INGRID RODRIGUES JOANA GUEDES LUÍSA RIBAS MARGARIDA BRITO PAES MARIA JOÃO TEIXEIRA MARIA SÃO MIGUEL MIGUEL JOSÉ VIEIRA MIGUEL TOJAL PAULA MELÂNEO PEDRO LIMA ROGER WINSTANLEY ROMEU BASTOS RUI MIGUEL ABREU

IMPASSE

francisco@parqmag.com

EDITORA CLÁUDIA GAVINHO claudia.gavinho@parqmag.com

EDITORA DE MODA ANA CANADAS ana.canadas@parqmag.com

DIRECÇÃO DE ARTE VALDEMAR LAMEGO v@k-u-n-g.com

PUBLICIDADE FRANCISCO VAZ FERNANDES francisco@parqmag.com

PERIOCIDADE MENSAL DEPÓSITO LEGAL: 272758/08 REGISTO ERC: 125392

FOTOS CARLA PIRES EMILIE GOUBAND JAVIER DOMENECH MANUEL SOUSA MARIA RITA MARTA GUIMARÃES RICARDO GOMES SÉRGIO SANTOS WOLFGANG STAHR

por Francisco Vaz Fernandes

EDIÇÃO CONFORTO MODERNO UNI, LDA. NIF: 508 399 289

STYLING

PARQ RUA QUIRINO DA FONSECA, 25 – 2ºESQ. 1000-251 LISBOA

ANA CANADAS JULIANA LAPA MARGARIDA BRITO PAES SÓNIA JESUS

T. 00351.218 473 379 IMPRESSÃO BEPROFIT / SOGAPAL RUA MÁRIO CASTELHANO — QUELUZ DE BAIXO 2730-120 BARCARENA 20.000 EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO CONFORTO MODERNO UNI, LDA. A REPRODUÇÃO DE TODO O MATERIAL É EXPRESSAMENTE PROIBIDA SEM A PERMISSÃO DA PARQ.TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. COPYRIGHT © 2008—2010 PARQ. ASSINATURA ANUAL 15¤. WWW.PARQMAG.COM

No momento em que escrevo, o FMI aterrou em Portugal e, apesar de se anunciar como um tsunami, muitos de nós não sabemos o que realmente isso representa. Felizmente, continuamos a encontrar espaço no meio editorial para defender uma cultura urbana, intrincada numa experiência portuguesa original. Que mais poderíamos ser, senão um espelho dos nossos leitores e da sua realidade, inquieta e criativa? A PARQ é um espaço aberto e um espelho de uma sociedade mais inovadora que tanto nos tem faltado na condução desta nação. Numa altura em que as periferias provavelmente serão esmagadas pelas massas, apresentamo-nos, ainda assim, como um colectivo de resistência, celebrando o espírito livre e a diferença de pensamento. PANDA BEAR, que trazemos para a nossa grande entrevista, é um desses exemplos, assim como o luso-francês DIDIER FIUZA-FAUSTINO que, pelo seu percurso, nos iluminam. Tudo o que me lembro de dizer neste momento é que chega de termos medo de ser —uma doença há muito tempo diagnosticada por JOSÉ GIL. Espero que o desenrascanço, que tanto nos tem caracterizado, signifique, no futuro, menos oportunismo e mais poder de imaginação em prol de um bem colectivo.

ILUSTRAÇÃO BRÁULIO AMADO


NIKE PEOPLE

POINT ADIDAS

08.

FREDERICO SILVA texto por Francisco Vaz

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DANIELA CUNHA texto por Francisco Vaz

10.

JOÃO SILVA texto por Francisco Vaz

11.

RUI PINTO texto por Francisco Vaz

52—55.

ADIDAS BY JEREMY SCOTT por Ricardo Gomes

CENTRAL PARQ 60.

TV BREAKING BAD texto por Ágata Carvalho de Pinho

62.

CINEMA PINA DE WIM WENDERS texto por Ingrid Rodrigues

CENTRAL PARQ 56—59.

GRANDE ENTREVISTA PANDA BEAR texto por Davide Pinheiro, fotografia por Javier Domenech

64—67.

ARQUITECTURA WALTER GROPIUS EM BERLIM por Diana de Nóbrega

68—71.

ARTE DIDIER FIÚZA-FAUSTINO texto por Paula Melâneo

YOU MUST 14—41.

·ANGELA FERREIRA ·ANOTHER AMERICA ·RONAN BOUROULLEC E ERWAN BOUROULLEC ·BENJAMIN HUBERT ·SETE BORDALIANOS ·KATTY BOUTHIER ·TINDERESTICKS ·CIRCOLOCO ·YANN TIERSEN ·WOLKE BOS ·SUSANA BETTENCOURT ·SAY MY NAME …

MODA 72—81.

KOZMIC BLUES ALESSYA e DIOGO PIMENTEL fotografados por SÉRGIO SANTOS

82—91.

WOULDN’T IT BE NICE FABIANA, LUCY HORN e ALICE BOCHECHA fotografadas por MARIA RITA

SHOPPING 42—44.

YOU MUST SHOPPING fotografia por Manuel Sousa, styling Margarida Brito Paes

PARQ HERE 92.

VIS-À-VIS: GUILTY por Fred&Fanny

SOUNDSTATION 94—97. 46.

JAMIE WOON por Pedro Lima

48.

DAEDELUS por Rui Miguel Abreu

50.

AQUAPARQUE por Davide Pinheiro

98.

MEZZANINE PORTUGAL MODERNISTA TAKEN THE KIDS OF HILFIGER COCKTAILS DIA POSITIVO PARTY AFTER WORK texto por Cláudia Matos Silva, ilustração por Braúlio Amado

w w w . p a r q M a g .co M ALYSSA e DIOGO PIMENTEL, fotografados por SÉRGIO SANTOS. ALESSYA, usa ganchos com flores na VIRGEN MADRE, fita beje AMERICAN VINTAGE, top e colete beje TWIN-SET, colete ganga LEVI’S, colete branco H&M, brincos MANGO, óculos de sol RAY-BAN. DIOGO, brincos de penas H&M, óculos de sol RAY-BAN






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de contratos e no apoio às condições de treino, principalmente quando p rete n d e m os faze r estágios em academias no estrangeiro.

F— Carla Pires

Quais são os teus planos futuros em termos de objectivos? Este ano, já consegui cumprir um dos meus objectivos que era ser número 1 da Europa de sub16. Outros dos principais objec tivos são revalidar o título de campeão da Europa de 2009 e 2010, entrar nos torneios de GRAND SLAM ITF (sub18) e depois de ter ganho o meu primeiro ponto ATP, ganhar mais alguns. Para o futuro, os m eu s objec tivos são entrar o mais rapidamente possível no top50 ATP. Os m eu s objec tivos mais ambiciosos são ganhar um torneio do Grand Slam e ser número 1 ATP.

m a ke - u p — Tâ n i a D ove

F — F r a n c i s c o Va z F e r n a n d e s

És muito novo, mas já deves fazer inveja aos mais velhos. Já te pedem conselhos? Sou, de facto, ainda bastante novo e tenho conseguido bons resultados, mas no ambiente em que decorrem os torneios, não sinto essa inveja. Dentro do nosso grupo, no meu clube, damo-nos todos bastante bem e tentamos todos ter os melhores resultados possíveis. Dou e recebo conselhos. Coisas pequenas que comentamos uns com os outros e que procuramos partilhar.

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styling— Conforto Moderno

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O facto de teres começado numa escola nas Caldas achas que isso trouxe-te limitações ou antes pelo contrário? Pólos Nike Sportwear GS Polo, calções Levi’s, O fac to d e ter ténis Nike Sportswear Air Venture Vintage. começado nas Os produtos Nike Sportswear encontram-se Caldas , até agora , disponíveis nas lojas TAF www.mytaf.pt penso que nunca me trouxe limitações, antes pelo contrário. Penso Quais são as vantagens de que existem muitas vantagens, assinar um acordo teu com Dos jogadores do ATP como por exemplo, o facto de a IMG, uma empresa que qual aquele com quem te perder muito menos tempo em gere a carreira de alguns identificas mais e que por deslocações e ter um ambiente tenistas como FEDERER, nada perderias um jogo dele? mais familiar com todas as NADAL, SHARAPOVA? O jogador com o qual mais me pessoas que me rodeiam no A IMG é a empresa que apoia a identifico é o Fernando Verdasco dia-a-dia. minha carreira, nomeadamente e o jogador que mais gosto de ao nível do apoio na negociação ver jogar é o ROGER FEDERER. 008

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Lenço Mango, pólos Nike Sportswear GS Polo, pulseira Mango, cinto Pepe Jeans, calças Levi’s Leggins, Ténis Nike Sportswear Air Vortex Vintage. Os produtos Nike Sportswear encontram-se disponíveis nas lojas TAF www.mytaf.pt

Estás numa fase em que saíste dos juvenis e começas a ter contacto com os maiores atletas nacionais de corta-mato. Como estás a sentir esta adaptação? É uma adaptação difícil mas ou mesmo tempo é uma motivação já que as portuguesas são as melhores da Europa e como tal estou a competir ao mais alto nível. Sinto que estou a um pequeno passo dos melhores tempos e isso é uma motivação. São adversárias que já conhecia bem porque o grupo dos juniores acompanha as delegações nacionais e sempre houve entre todos um convívio é saudável. E o facto de estares a passar uma fase em que as medalhas vão passar a ser mais difíceis de obter, afecta F— st Fr as tuas yl a i ng

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muito mais fortes do que tinha no ano passado.

As medalhas são cruciais na vida de um atleta? Mo an prestações? São muito importantes porque de de rn s Consigo lidar servem de motivação. Mas o F— m ak Ca perfeitamente com o facto de não existirem erla up isso, porque já estava compensa-se P — ire Tâ preparada psicologicamente com marcas e s ni a para uma passagem de campeã objectivos a Do ve nacional para um lugar na atingir que selecção. Tenho agora adversárias também são nf

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motivantes para manter uma carreira. Se estivermos bem, as medalhas um dia hão-de chegar.

Quais são os objectivos para este ano? Ir ao campeonato de Europa de pista e tentar estar na final. Apesar de já ter participado nunca estive numa final.

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Apesar da pouca tradição portuguesa na modalidade, tivemos um grande nome nas

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Quais são os teus próximos desafios e até onde pensar poder chegar? Este ano estou concentrado em dar o m e u m elh o r n o Campeonato do Mundo. Para o ano, chega o momento mítico – Jogos Olímpicos.

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O triatlo é uma modalidade relativamente nova, em Portugal não tem muita tradição como começou o teu interesse pela modalidade? Sempre nadei e corri, desde pequeno. Mas foi em 2005, na Detecção de Talentos promovida pela Federação Portuguesa de Triatlo, que me deparei com a possibilidade de aliar a natação, a corrida e o ciclismo a uma única com pet ição; era a aliança perfeita!

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Tens tido bons resultados nas últimas provas e és considerado uma nova estrela no desporto competições. nacional. Como reages O que a todos os elogios? representa para Pólos Nike Sportswear GS Polo, calças G-Star Raw, É muito bom ti a VANESSA ténis Nike Sportswear Air Vengeance Vintage. reconhecerem o nosso FERNANDES? trabalho. Dá-nos uma Os produtos Nike Sportswear encontram-se A Va n e s s a ve disponíveis nas lojas TAF www.mytaf.pt motivação extra. Mas Do Fernandes a ni também significa uma foi uma Tâ — maior responsabilidade. Esperam up eo meu melhor e é isso que dou k a m e continuarei a dar em todas as excelente o O maior sacrifício é a falta de rn e provas! t r i a tleta, d tempo para outras coisas, como o Mo cheia de garra to meu curso. Mas, como costumam or f Para ti quais são os maiores e talento. Para mim, n dizer, “Quem corre por gosto, Co sacrifícios que te são representa o que devemos g— não cansa…” in exigidos para que possas ser em alta competição: fortes, yl t s continuar em competição? motivados e sempre na luta pelo melhor resultado. 0010

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Porquê Corta-Mato? É uma das grandes tradições no atletismo português porque não nos podemos esquecer que CARLOS LOPES foi campeão do mundo três vezes no Corta-mato. Depois porque há em Portugal técnicos com excelente preparação que impulsionam a modalidade. Considero-me um meio fundista e por agora tenho feito corta-mato no Inverno e provas de pista ao ar livre no Verão.

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visibilidade aos seus atletas.

Mas passaste a viver em Lisboa? Não, vivo no Porto onde tenho o meu grupo de treino. Esta é uma das vantagens desta modalidade é que não há treinos conjuntos havendo a possibilidade de escolhermos o nosso treinador. No tempo que não estás submetido a treinos o que gostas de fazer? Gosto de jogar Playstation e de passar algum tempo com os amigos. Também gosto de viajar o que tem acontecido bastantes vezes com as provas

Mas em que momento decidiste fazer Corta-Mato? Há quatro anos fazia essencialmente futebol, mas fui levado para o atletismo a partir de Qual foi a viagem provas do desporto que gostaste mais escolar. Nesse âmbito de fazer até agora? cheguei a participar Sem dúvida a viagem em várias corridas e Boina 59Fifty, pólos Nike Sportswear GS Polo, à Finlândia. Estive no mesmo sem qualquer óculos Vans, cinto Pepe Jeans, calções da Festival Olímpico da preparação verifiquei produção, ténis Nike Sportswear Challenger. Juventude Europeia, que ganhava as provas Os produtos Nike Sportswear encontram-se numa prova em que facilmente o que me disponíveis nas lojas TAF www.mytaf.pt fiquei em primeiro lugar, motivou. Já tinha um e mas além disso Dov colega que já praticava ânia T — pude atletismo na União E quando surgiu o convite para -up ake m o Desportivas de Várzea e foi ele seres um atleta do Benfica? admirar ern Mod o que me encaminhou para os Foi nesta época. Na verdade, a organização t r fo Con treinos. Logo na primeira grande t e n h o outras desse país que é muito g— n i l sty prova fiquei em terceiro e houve c o n d i ç õ e s d e diferente de Portugal. Como a logo muito interesse na minha trabalho o que é u m a competição foi no Verão também progressão. motivação extra para um atleta. pude assistir ao fenómeno sol Além disso é um clube grande da meia-noite. Nunca chegava e consegue dar uma maior verdadeiramente a escurecer. NIKE

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ÂNGELA FERREIRA, artista que em 2007 representou Portugal na Bienal de Veneza expõem una série de elementos, essencialmente escultóricos fazendo alusão ao caso de CARLOS CARDOSO jornalista moçambicano de ascendência portuguesa, que morreu em 2001 em prol da liberdade da comunicação. As peças

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autorizam a um elemento discursivo, na maior parte das vezes de carácter social. Nesta exposição, em vez de grandes instalações, algumas delas, com evocação ao aparatus arquitectónico, que tem caracterizado os últimos trabalhos da artista, casa peça ganha uma individualidade, forma parte de uma série temática e mergulha nas questões inerentes ao discurso escultórico, tal como era presente nos primeiros trabalhos da artista. Mas tal como nas grandes instalações é o discurso, um discurso pós-colonialista, que permite que as formas ganhem um outro sentido que ultrapasse qualquer sinal de formalismo convencional. A artista criada entre diferentes culturas —nascida em Moçambique, formada na África do Sul e residente em Lisboa ganhou uma capacidade de relativizar os valores de cada cultura e a formação dos seus discursos ideológicos. A descentralização das perspectivas de cada cultura tem sido o alimentado do seu processo criativo. É particularmente feliz a peça que alude a uma

Cena Aberta , 2011. Alumínio anodizado, cabos de aço, luz fluorescente, megafones, som 52 min loop. Peças radiofónicas “O Ritual” de CARLOS COUTINHO e “ O Negreiro” de SANTANA AFONSO. Cortesia Rádio Moçambique.

T— FRANCISCO VAZ FERNANDES

ATÉ 21.05.2011 GALERIA FILOMENA SOARES RUA DA MANUTENÇÃO LISBOA

MediaFax , 2011. Aço inox, PVC e serigrafia sobre lamelado de faia.

expostas que fazem referência ao Fedex e torres de transmissão de rádio elementos do universo do jornalista trazem uma lógica de construção que nos remetem para os primeiros

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trabalhos da artista. Vinda de África do Sul a artista trouxe para o panorama nacional uma linguagem plástica mais próxima da escultura britânica sem qualquer relação com o que

se fazia nos anos 90 em Portugal. A expressividade artística cede ligar a um quotidiano que informa a escultura. Ela orienta-se por formas e materiais de um quotidiano próximo que

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antena de que faz viver o tom militante de voz de CARLOS CARDOSO. Tal como arte, a voz ganha aqui uma similitude, torna-se uma verdadeira ferramenta de poder.



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outra afrIca Yao, supermarket assistant, Lome, Togo. PHILIPPE SIBELBY

PHILIPPE SIBELLY é um fotógrafo e professor de arte e design francês que reside em Londres. Já viajou e fotografou mais de 60 países e em 2005 iniciou um projecto intitulado “The Other Africa”. O projecto

T— ANA CANADAS

tem como objectivo dar ao mundo uma nova visão de África, através de exposições que percorrem vários países. São imagens em grande formato que exploram a normalidade e o homem comum. Para o fotógrafo África não é apenas uma imagem de sofrimento, já que a par de muitos casos que os medias trazem na ordem do dia, há

Daniel Obeng, Technical Supretendent, Emmanuel, Assistant Technical Co-ordinater and Jonathan, Computer network & Systems Engineer, GBC, Accra, Ghana . PHILIPPE SIBELBY

WWW.THEOTHERAFRICA.EU

Aretha Louise Mbango, Radio DJ and Head of Sports Culture and Society Services, CRTV, Douala, Cameroon . PHILIPPE SIBELBY

milhões de africanos que vivem vidas perfeitamente comuns: vão para o trabalho, têm uma vida social, uma família da qual têm de

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cuidar. Por essa razão ainda pensou dar a este projecto o título “The Forgotten Africa” por focar as pessoas que nunca são mencionadas.

O projecto começou com uma série de conversas com alguns amigos senegaleses que se queixavam do teor das notícias sobre África provenientes dos media ocidentais. Por isso decidiu tentar fotografar África de uma forma diferente, de um ponto de vista banal, a cores, sem acção. Acabou por desenvolver 3 sub-séries. Numa delas explorou a imagem de profissionais africanos daquilo que é apelidado de classe média. Noutra procurou a luz nocturna das cidades africanas a partir de longas exposições e finalmente um grupo de Djs de rádio porque adora a rádio e vê nessa área uma extensão da importância da cultura oral em África. Até agora fotografou 9 países Argélia, Mauritânia,

WWW.SIBELLIMAGES.EU

Cabo Verde, Senegal, Camarões, Gabão, São Tomé e Príncipe, Gana e Togo, mas tenciona chegar aos 54 países. Quando começou o projecto em 2005 arranjar financiamento era muito mais difícil, mas as atitudes estão a mudar. Havendo agora uma maior vontade de ver África sobre outra luz.

Entrevista a Philippe Sibelly e outras imagens em www.parqmag.com



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RONAN e ERWAN BOUROULLEC dispensam apresentações. Pela solidez dos exercícios a que nos vão habituando, pela incomensurável energia criativa em que nos vão enriquecendo os dias. Desta vez falamos das peças Ploum , um pequeno maple que se adapta, nas formas, a qualquer posição que se queira ter no sofá. Recostar, saltar, descansar.

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compromisso estabelecido entre a simplicidade, os materiais, e os processos.

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HUBERT especializou-se em mobiliário e iluminação, colaborando com fabricantes internacionais da Europa à Ásia. BENJAMIN HUBERT tanto valoriza projectos que envolvam uma produção industrial em larga escala, como projectos de edição limitada. Embora muito novo é um

materiais empregues: tecido acolchoado, compreende uma camada espessa de poliéster, mantidos no lugar por meio de pontos de costura." Ploum foi apresentado pela primeira vez em Janeiro na Maison et Object e é produzido pela LIGNE ROSET.

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designer que já conta com calorosas manifestações de agrado por parte da crítica internacional. É preciso ver que só se formou, ainda, em 2006. A peça Loom , o candeeiro Roofer, a cadeira Maritime, ou os vários exercícios que HUBERT tem realizado com cortiça transmitem a sua principal preocupação quando trabalha: um

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BENJAMIN HUBERT é um jovem designer nascido no Reino Unido que, em 2010, foi agraciado com o título do designer do ano, pela British Design Awards. O estúdio de HUBERT, sediado em Londres, foi fundado pouco depois do designer graduar-se em 2006, no curso de Design Industrial da Loughborough University. O estúdio de

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As suas formas adaptáveis, foram feitas para dar largos mergulhos. Um sofá ergonómico. Uma viagem a um mundo inter-galáctico, de viagem à lua, um passeio pelo orgânico de 60. Um elogio a JOE COLOMBO? RONAN e ERWAN consideram tratar-se de um objecto que recria um certo estilo de vida contemporâneo. Um estilo que reflecte uma preocupação de conforto e flexibilidade, e pelos

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Entrevista a Benjamin Hubert em www.parqmag.com


Para os atletas “after-hours”


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A exposição 7 bordalianos no MUDE vem comprovar o novo fôlego da FÁBRICA BORDALO PINHEIRO entretanto adquirida pelo grupo Visabeira. A fábrica em 2008 estava em vias de extinção mas teve a sorte de contar com o apoio de um grupo de cidadãos que por vários meios alertaram para a grande perda nacional que isso iria representar. Entre eles, contava-se um grupo de artistas, como JOANA VASCONCELOS, BELA SILVA entre outros que tinham tido anteriormente uma relação de trabalho com a

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FERNANDO BRÍZIO

por designers e artistas. As abordagens foram completamente diferentes e a maior arte deles usaram os moldes originais da fábrica para realizar os seus projectos. Descrevendo apenas algumas, é de destacar uma fruteira de JOANA VASCONCELOS, realizada com moldes de peixes e andorinhas, provavelmente a artista que

JOANA VASCONCELOS

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T— FRANCISCO VAZ FERNANDES

SUSANNE THEMELITZ

fábrica para desenvolvido de algumas peças de carácter pessoal. A estratégia passa precisamente por mostrar e reproduzir obras-mestres de BORDALO PINHEIRO e realizar novas peças que sejam uma reinterpretação desse património. Os sete bordalianos, representa isso mesmo, interpretações do universo do BORDALO PINHEIRO realizadas

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entrou mais profundamente no universo do artista. FERNANDO BRÍZIO pegou em dois moldes de dois elefantes atípicos na obra de BORDALO cocando-os a equilibrar duas taças cumprindo o carácter funcional que esta louça decorativa tinha em geral. CATARINA PESTANA preferiu

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mergulhar na tradição satírica de BORDALO criando uma mealheiro com um Zé Povinho esganado, que estabelece uma relação com a actual crise financeira mundial. SUSANNE THEMELITZ, por sua vez, criou uma peça de raiz, com elementos do seu universo mas que bem poderia ter sido desenvolvida pelo BORDALO.



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k a t t y b o u t h i e r processamento digital), as suas ilustrações ganham um carácter psicadélico graças à junção de fotografias fragmentadas e coladas, muitas vezes, como um caleidoscópio. Neste momento está a trabalhar com o ilustrador britânico RUBEN IRELAND na concepção gráfica da nova colecção da ARDENTEES, uma marca especializada em t-shirts, conhecida pelas colaborações que desenvolve com artistas. A própria marca organiza exposições e, em Maio, KATTY vai estar em Estugarda para a inauguração da sua exposição. Ainda no eixo alemão e no mesmo mês, a artista vai estar presente nas feiras de arte e de design de Berlim e de Munique onde estará a expor e a vender as suas ilustrações.

T— CLÁUDIA GAVINHO

Quem comprar skis da colecção de 2011 da marca americana MOMENT pode muito bem estar a adquirir um par de pranchas com desenhos de KATTY BOUTHIER, uma designer portuguesa que

não pára de ganhar clientes lá fora. KATTY fez a concepção gráfica de dois modelos: o Nightrain , o mais vendido, e o Reagan , um modelo feminino. Entretanto, foi convidada a desenvolver novas criatividades que serão apresentadas na próxima colecção. KATTY tem 26 anos, estudou na Faculdade de Belas Artes do Porto, trabalha como designer WWW.ARDENTEES.COM gráfica e ilustradora e divide-se entre o Porto e Berlim. A próxima paragem

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será Montreal, no Canadá, onde pretende continuar a formação. O seu trabalho explora as relações entre

de mundos paralelos e paisagens metafísicas. Fazendo uso tanto de técnicas tradicionais

WWW.KATTYRIDESWEST.WORDPRESS.COM forma, luz e cor através da fotografia e encontra sentido na narrativa

como contemporâneas (colagem e desenhos feitos à mão, tintas, acrilíco e

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O INDIELISBOA'11 apresenta, no dia 11 de Maio, um concerto único: música e cinema num só, com as imagens inesquecíveis dos filmes de CLAIRE DENIS ao som da música de TINDERSTICKS. Nos filmes de CLAIRE DENIS, a música é uma assinatura, pela sensibilidade que abrange a escolha de sons e melodias ocasionais, insuspeitas como as canções que se

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Nénette et Boni , 1996. CLAIRE DENIS

de Fim-de-semana no Ascensor de LOUIS MALLE, numa sessão improvisada, enquanto assistia ao filme pela primeira vez. Os meses de trabalho intenso compensaram. A realizadora ficou satisfeita

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com o produto final e seguiram-se os convites para musicar os filmes “Trouble Every Day” (2001), “35 Shots de Rum” (2008) e “White Material” (2009). Além das composições originais, incluem-se ainda trabalhos a solo para dois títulos da cineasta: DICKON HINCHLIFFE, guitarrista, pianista e violinista responsável pelos arranjos de orquestra da banda, que entretanto saiu do grupo, compôs a música para “Vendredi Soir”, em 2002. STUART STAPLES, o vocalista, criou a banda sonora do filme impressionista “L'intrus”, em 2004, exibido no INDIELISBOA em 2006. STUART mantém também uma relação próxima com o festival, que visitou em 2008. Há uma espécie de sintonia e entendimento tácito entre as duas partes desta parceria artística, única. A colaboração transformou a música dos TINDERSTICKS, confessam, a personalidade que, como nas pessoas, se altera por causa do tempo e da experiência de vida. Os filmes também parecem melhor compreendidos por essa melancolia, rude e delicada, da sua textura musical, na opinião de CLAIRE. No dia 26 de Abril terá lugar o lançamento mundial de “Tindersticks - Claire Denis Film Scores 1996-2009”, uma compilação das seis bandas sonoras compostas pela banda, disponíveis em cd, vinyl e download através da editora independente CONSTELLATION RECORDS.

35 Shots of Rum , 2008. CLAIRE DENIS

ouvem na rádio de um café onde encontramos as personagens, e a banda sonora que, desde há 13 anos, confia à banda inglesa TINDERSTICKS, já de culto em Portugal (marcaram presença em vários festivais e, em 2009, estiveram no Coliseu dos Recreios e na Casa da Música). A primeira colaboração data de 1996, com o premiado “Nénette et Boni”. CLAIRE conheceu a banda em Paris, em 1995, numa sala de espectáculos onde deram um concerto. Na altura, a realizadora francesa estava a escrever o argumento para

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o filme e ficou particularmente impressionada com a canção My Sister. Quando os convidou para colaborarem na banda sonora, os TINDERSTICKS, há muito com desejo de compôr para cinema, não olharam para trás. A cidade onde surgiu o convite pareceulhes ser um bom presságio: foi ali que MILES DAVIS gravou a banda sonora

T— ÁGATA C. DE PINHO

Trouble Every Day, 2001. CLAIRE DENIS


THE STAR PLAYER SNEAKER

O modelo Star Player


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Ele é, sem lugar para exageros, o compositor das músicas mais bonitas e mais inocentes, mais enérgicas e mais singulares que podemos ouvir. Na música de YANN TIERSEN os instrumentos vão soltando-se até à magia.

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A produtora SMOG vai trazer mais uma vez a Portugal, YANN TIERSEN.

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É muito raro, algo tão actual nos conseguir fazer viajar por tantas décadas, sem nunca nos deixar perder a noção do tempo presente. Modernas, mas ao mesmo tempo com um sabor nostálgico parisiense. São músicas tingidas de cores puras. São uma maravilhosa vaga de frescura e espontaneidade que nos leva e inspira à poesia no seu lirismo e encanto. É esta é a descrição do fabuloso destino que espera por quem for ouvir o Compositor no dia 5 em Lisboa (LX Factory) e dia 7 no Porto (Hard Club). Mal podemos esperar!

LISBOA 05.05.2011 LX FACTORY PORTO 07.05.2011 HARD CLUB

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O primeiro OPTIMUS HYPE de 2011 trouxe ao Passeio Marítimo de Algés, em Lisboa, uma das míticas festas que se celebram desde 2006 em Ibiza, a CIRCOLOCO.

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Esta estreia absoluta em Portugal aconteceu numa gigantesca tenda de circo instalada junto ao Tejo, onde tudo se fez para recriar o excêntrico imaginário circense. O cartaz, como tem vindo a acontecer nos eventos passados, era de luxo e reuniu DJ’s de primeira linha internacional como TANIA VULCANO, CLIVE HENRY (ex-Peace Division), DYED SOUNDOROM,

DAN GHENACIA, TATO, completo com actuações de outros Dj's nacionais de referência: MAGAZINO, JOSÉ BELO, ZÉ SALVADOR, FRESHKITOS e TIAGO MARQUES, SUPERKIKO e HENRIQ. Os DUB VIDEO CONNECTION ficaram ao encargo do VJing. À música acrescentou-se a magia do circo, com performances de malabaristas de fogo, trapezistas suspensos, bailarinos em equilíbrio sobre andas, palhaços e mascarados, que dançaram lado a lado com uma audiência igualmente fantasiada e extasiada pela electrónica possante que

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se fazia ouvir, uma mistura de batidas house, techno e transe em generosas doses de loucura. Para quem não trouxe adereços de casa, não faltaram cabeleiras coloridas, narizes vermelhos e óculos distribuídos pela marca anfitriã que garantiram muitas gargalhadas. Mais uma aposta ganha pelo OPTIMUS HYPE em territórios nunca antes explorados, que levou o público a revisitar o maior espectáculo do mundo até altas hora da madrugada. Resta-nos perguntar: o que se segue?



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O Palacete Pinto Leite, no Porto, foi o palco escolhido para a terceira edição do WOLKE BOS. O magnífico espaço recebeu o colectivo de designers formado por: ALEXANDRE MARRAFEIRO, ANDREIA OLIVEIRA, DANIELA BARROS e DIANA MATIAS, que apresentaram as suas propostas para a estação Outono/Inverno 2012. Através dos desfiles que promove a cada

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ALEXANDRE MARRAFEIRO

estação, a plataforma criada pelo quarteto de designers permite-lhes expressar a sua perspectiva única sobre a moda. O evento conta ainda com as propostas de designers convidados, jovens talentos

da moda, como é o caso de ELISABETH TEIXEIRA, a convidada desta edição, cuja colecção apresentou peças marcadas pelo uso interessante de pied-de-poule e aplicações em pele. No panorama

masculino, Alexandre Marrafeiro mostrou uma colecção baseada em tons escuros e acobreados, com silhuetas fortes e jogos de comprimento com sobreposições. Quem também não desiludiu foi o público, fazendo mostrar a sua presença e merecido apoio àqueles cujo talento poderá reservar um promissor futuro na moda nacional.



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que, ao longe, aparentam ser vestidos justos em malha, são criações complexas, repletas de texturas e horas infindas de trabalho na procura do ponto perfeito, na quantidade de elástico certa para a concretização do ponto e um equilíbrio entre o conceito e o propósito final. As roupas, compostas por fio de elastómero, viscose e lã, foram criadas em colaboração com a fábrica PARRILLUS de Barcelona e os detalhes em renda de

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bilros e bordados foram realizados à mão pela própria designer. A paixão pelas malhas surgiu ainda na infância e a ligação a técnicas tradicionais adveio da família e das origens açoreanas. Nesse sentido para a designer esta colecção foi uma viagem emocional aos últimos anos da sua vida que culmina na criação da marca, SUSANA BETTENCOURT. Para completar o look é ainda de salientar a ajuda de MIGUEL GARRIDO com peças de joalhria em metal e pedras de cor neutra, inspirados em peças de adorno das tribos MASSAI usados em situações de perda. Inspirada em tradições de luto de tribos africanas, a designer, especializada em malhas e técnicas tradicionais, usou novas tecnologias experimentais com o objectivo de vestir a mulher real. Criou um tipo de malha sem costuras que se adapta ao corpo da mulher. Aquilo

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“Life in Stages” foi o nome atribuído por SUSANA BETTENCOURT à sua última colecção apresentada no VICTORIA & ALBERT MUSEUM, apresentada no âmbito de conclusão do mestrado em Digital Fashion do London College of Fashion

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Como tem sido habitual, todos os anos, a H&M lança para o mercado uma colecção Fashion Against AIDS (FAA), cujo valor da receita reverte em 25% para associações envolvidas com a prevenção e radiação do HIV. Para alcançar o máximo impacto possível a H&M pede aos artistas do mundo da música e do cinema que se juntem a esta iniciativa contribuindo com a sua imagem para divulgação da mensagem do sexo seguro e prevenção contra o vírus da SIDA junto dos mais jovens. Este ano a campanha contou com SELMA BLAIR, AKON, NIKKI REED, SCISSOR SISTERS, SHILOH FERNANDEZ,

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d s SKY FERREIRA, entres outros. Estes são alguns dos artistas que se envolveram nesta acção da FAA 2011, que oferece uma colecção desportiva unisexo minimalista e versátil desenvolvida por um grupo de designers que ofereceram a sua

criatividade. Esta colecção estará disponível na secção Divided da H&M e online a partir do dia 28 Abril.

H&M e PARQ Juntam-se numa acção de apoio à luta contra a sida. Durante três dias (28, 29 30) vamos estar na loja da H&M do Chiado a fotografar aqueles que passarem por lá para adquirir umas das peças da colecção. As imagens serão divulgadas através da PARQ e em simultâneo no nosso site e facebook assim como no facebook da H&M/Portugal. As melhores fotos, eleitas pelos fãs serão premiadas. 28—29.05.2011 17h—20h 30.05.2011 12h—20h H&M Chiado


APOIO À DIVULGAÇÃO

CO-PRODUÇÃO

PARCEIROS INSTITUCIONAIS


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Apelando a três graffiters de São Paulo, uma das cidades mais reputadas pela sua criatividade, as Havaianas deram origem a uma nova colecção que pretende trazer a Street Art para a rua. Os três artistas brasileiros FINOK, CHIVITZ e MINHAU associados à marca desenvolveram e desenharam as HAVAIANAS Graffiti. Foram criados três modelos exclusivos, com muita cor, espontaneidade, irreverência e onde são dadas provas do talento de cada graffiter no panorama da Street Art. As ilustrações collectors dos três graffiters vão fielmente acompanhar os fãs, seja a andar, a correr ou a dançar.

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As sapatarias LOOP FOOTWEAR organizam uma quinzena especial dedicada à ONITSUKA TIGER. Entre 26 de Abril e 10 de Maio os ténis da marca “Made of Japan” terão um desconto de 20% e poderão ser personalizados pelo designer e ilustrador PEDRO MOUTINHO, colaborador assíduo das customizações exclusivas da ONITSUKA. Calendário dos ONITSUKA TIGER customizados por PEDRO MOUTINHO nas lojas LOOP: 30.04.2011 Dolce Vita Tejo Amadora 01.05.2011 Leiria Shopping 07.05.2011 Dolce Vita Douro Vila Real 08.05.2011 Dolce Vita Porto



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no movimento renascentista, “Renaissance MULTI-colour”. Foram usadas franjas em detalhes, grossas rendas elásticas, ombreiras acolchoadas onde as formas

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justas contrapõem os grandes volumes. A principal característica desta colecção como nas outras é uso da malha que dá às peças uma sensação de conforto e um cair quase democrático. Nesta colecção houve também a preocupação de satisfazer o público asiático que tem procurado a marca em maior escala. De momento podem encontrar-se as colecções à venda em Hong Kong, Portugal, Itália, Espanha, Estados Unidos e Reino Unido. A marca continua a expandir-se globalmente e pretende fazer novos agenciamentos nos Estados Unidos e Japão.

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SAYMYNAME é o nome da marca portuguesa que tem chegado aos quatro cantos do mundo. Criada por Catarina Sequeira em 1995 só em 2007 é que surgiu no mercado global e com estrutura comercial. Para a primavera/ verão 2011 a marca inspirou-se

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A ADIDAS lança quatro modelos em pele recortada a laser para este verão pondo em evidência o trevo da linha Originals . Muito originais estes modelos em cores de prata, dourado, branco e preto, são inspirados na década de 80 e nos modelos icónicos da época. Da área do basquetebol, os M Attitude CO W e do Running , os LA Trainer CO W.

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SISLEY como é habitual remete-nos para um universo jovem e irreverente que o fotógrafo TERRY RICHARDSON nos últimos anos conseguiu como ninguém materializar nas suas campanhas polémicas. Tal como nas suas imagens, a SISLEY pensa

em roupas para ocasiões de festas para momentos de felicidade transbordante em que todos queremos manter a nossa espontaneidade e viver o prazer do momento. Ou seja, queremos estar bem, elegantes e confortáveis sem estar demasiado formais mesmo que estejamos a usar cetim ou seda e a opção seja vestido longo de cocktail ou um fato. Nesta estação destacamos estampados suaves para longos tecidos fluídos.

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A tatuadora holandesa ANGELIQUE HOUTKAMP criou a linha de produtos para a rapariga BILLABONG. Propõem duas t-shirts e dois tops com prints inspirados nos

anos 30, um biquíni e uns boardshorts decorados com miniaturas de tatuagens. A tatuadora é essencialmente reconhecida pelo seu universo old school que traz um toque de humor onde se

misturam pin-ups cómicas, arlequins, elementos icónicos e criaturas metade animal, metade mulher. Para conhecerem melhor esta artista e o seu trabalho.

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do padrão nunca é igual. Os pólos têm o nome HONET bordado a preto no peito. A T-shirt e sweatshirt mostram divertidas interpretações

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A Black Station é a linha de Sport Fashion da PUMA que reúne as colaborações com os designers de moda, fundindo tendências com o conforto e a performance. A mais antiga foi estabelecida com o designer MIHARA YASUHIRO que trouxe uma revolução no calçado

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que HONET faz do icónico logótipo do crocodilo. HONET começou no graffiti aos 15 anos e o seu trabalho tornou-se rapidamente uma referência neste meio em Paris. No final dos anos 90, decidiu mudar de direcção e trocou a lata de spray pelo pincel. Foi o começar de uma segunda carreira que o levou a galerias de arte e a colaborações com empresas como a PRADA e LES ATELIERS RUBY RUBY, entre outras.

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A linha L!VE , da LACOSTE vai passar a convidar um artista para realizar colaborações. A primeira arranca com HONET que criou 2 pólos, 1 T-shirt e 1 sweatshirt. Para os pólos, HONET inspirouse no estilo de camuflagem. Um dos pólos apresenta um estampado gráfico à volta do colarinho e ombros. O outro num estilo semelhante usa tecido piqué previamente estampado, antes de ser feito o corte. Esta técnica faz com que cada pólo seja único já que a determinação

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desportivo tanto em termos de formatos solas como cores, sempre com um toque Pop. Nesta estação a colecção também não desilude, inspirado nas novas tecnologias apresenta um calçado com detalhes futuristas. Já a colaboração com

ALEXANDER MCQUEEN a que trouxe mais prestígio da colecção continua fazer-se dentro do imaginário que o criador tinha estabelecido onde explorava a ideia de performance a partir da imagem do puma e do seu esqueleto. Também esta colecção, cheia de

detalhes de luxo, recorre a essa imagem identitária. Além das colecções mencionadas é de referir o sucesso que tem sido a prestação de CHALAYAN que marca o prestígio que PUMA alcançou na área da lifestyle.


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A CAT surge nesta colecção com uma novidade que nos remete para a estética greco-romana. As sandálias rasas LUNAR , com as suas tiras em pele tornam o pé elegante e têm um visual simples e despojado que corresponde na perfeição ao ADN da CAT. As Sanap mantém a mesma sola anatómica mas com um perfil com tachas com referências aos anos 70. Sem dúvida uma proposta refrescantes!

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A colecção premium da EASTPAK divide-se nesta estação em 3 linhas. Na Topcoated Select , a que bebe mais inspiração na passagem de RICK OWNS pela marca, é no essencial, minimal, vivendo da qualidade e toque dos materiais para um máximo estilo. São feitas a partir de uma espessa camada de algodão alta revestido com dupla camada de nylon escovado. Já a linha D’Lab Authentic segue a tendência do total denim da estação, propondo-se como um suplemento essencial ao look da estação. Feito em denim é marcado por desgastes e envelhecimento

de cor que dá um ar vintage. A série Band of Colors é das três a mais extensa com múltiplas variedades e parte do efeito debandas de cor isoladas sobre o branco remetendo para numa tabela pantone ou então cruzadas formando um xadrez. Este padrão estende-se ainda para a colecção de roupa da EASTPAK.

APOLLO 11 poisou na lua em 69 sendo hoje um incontornável marco da capacidade engenhosa do homem. Talvez por isso os novos headphones lançados pela NIXON tenham o mesmo nome, mergulhando no imaginário high tec minimalista dos anos 70 onde os tons metálicos eram na altura sinónimo de luxo. E de facto são um luxo no que se refere à qualidade do som já que partem da vontade de fazer um excelente produto aliado a aspectos práticos inovadores. Com estes headphones, por exemplo não vai ser necessário retira-los para atender uma chamada com um micro incorporado e um controlo remoto compatível com o iphone vai ser possível automaticamente detectar e atender chamadas intercalando com o som que estejas a ouvir.

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ED A BANG & OLUFSEN acaba de introduzir uma nova aplicação que faz do BeoSound 8 um completo sistema de som, com dispositivo Apple na base de ligação. A mais recente versão do BeoPlayer para iOS permite o acesso via internet a 20 estações de rádio e oferece um relógio com função de alarme, sempre com o verdadeiro design BANG & OLUFSEN.

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O SAMSUNG 900X3A é um portátil com um design incrivelmente fantástico, e arrisco-me a dizer que é provavelmente um dos mais bonitos que vi até hoje. O SAMSUNG 900X3A tem apenas 16,3 mm de espessura e, em termos de design apresenta umas curvas bastante elegantes e sofisticadas. É fabricado em duralumínio, o mesmo material utilizado na construção dos aviões a jacto e que tem o dobro da resistência do alumínio.

Chegou a Portugal o novo smartphone XperiaTM arc da SONY ERICSON. ERICSON Super fino e leve, o Xperia permite a captura de fotografias que alta qualidade e a gravação de vídeos em HD com luminosidade reduzida. Oferecem também o melhor no que diz respeito ao entretenimento, nomeadamente em aplicações, mapas, e-mail e rapidez da Internet para criar a melhor experiência de entretenimento no seu smartphone.

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KIE A li n h a d e so l a res d a CAUDALIE, dotada de um sistema de filtros de última geração aliada aos polifenóis de grainhas de uva, é um verdadeiro escudo contra os efeitos nocivos dos raios UV. Para complementar, o novo creme fluído de dia com IP15 tem a capacidade de corrigir simultaneamente as irregularidades cutâneas (pigmentação, excesso de sebo, rídulas e desidratação) e assegurar as propriedades foto-correctoras de uma base de maquilhagem invisível.

• Soin Solaire Corps et Visage IP20, 100 ml, ¤20,80 • Soin Solaire Visage Anti-Âge, 40 ml, ¤25,60 • Vinoperfect Fluide Perfection Éclat SPF 15, 25 ml, ¤28

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Este creme de tratamento anti - idade para homem protege a pele ao mesmo tempo que hidrata e cuida graças aos princípios activos da castanha da Índia, soja e extracto de bétula. O bálsamo para lábios à base de manteiga de karité tem uma fórmula de fácil absorção que impede a desidratação e restaura a elasticidade da pele dos lábios com a garantia “sem brilho”. O after shave com raiz de gengibre tem um efeito apaziguante e cicatrizante.

Neste Verão, a Lancaster apresenta três novidades. Na linha Sun Age Control , a loção para o corpo com SPF 30 permite um bronzeado perfeito ao mesmo tempo que luta contra os sinais de envelhecimento e a perda de firmeza. Já o tratamento after sun reduz os efeitos nocivos de uma exposição solar excessiva e ajuda a regenerar a pele. O óleo nascido nos anos 40 e trazido de novo para a ribalta, intensifica o bronzeado, alimenta a pele e ilumina-a graças ao óleo de buriti buriti, de urucum e de betacaroteno.

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O bálsamo revitalizante para depois da barba da TERRAKÉ hidrata e acalma as irritações. A presença do magnésio e dos oligoelementos deixa a pele flexível, suave e fresca. Da mesma linha, o gel Abdo-Tonic adelgaçante é um verdadeiro tratamento de choque para tonificar o corpo. A aliança do ferro e do silício actuam de forma localizada para um efeito refirmante.

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nós gostamos mais do lado negro de WOON. Em Middle, o sofrimento volta a posicionar-se em palco com o refrão “I can’t get enough of your love” sob uma pesada chuva e o despertar de violinos até agora adormecidos. Spirits não poderia deixar de soar a gospel, virtualmente acapella, com a voz do cantor sobreposta em várias camadas de minimalismo inquieto. Quase no final, tempo para mergulhar numa vertigem azul com Gravity, a rendição mais acústica e desprotegida de todo o álbum, habitada por sons expansivos em cascata, imensidão melancólica que potencia emoções sem o mínimo esforço e desafia o mais insensível dos rufiões a manter-se inquebrável.

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Não restam dúvidas. JAMIE WOON criou um álbum de sublime sensibilidade pop, com apontamentos de Jay Kay e D’angelo em fundo, para ouvir de olhos fechados e deixarse embalar em demoradas danças solitárias.

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A sedução da voz de JAMIE WOON consegue ser esmagadora. Ao ponto de a querermos isolar dos restantes ruídos electrónicos e saboreá-la com sofreguidão. Felizmente a recente paixão do cantor pelos meandros do dubstep leva a melhor para formar melodias de delicadeza desarmante, pontuadas

O álbum está repleto de momentos superiores. Night Air, a faixa inaugural, é negra, doce e sedutora como melaço, uma combinação irresistível da voz suave de WOON com batidas compulsivas e esquivas sob um céu carregado de nuvens. Uma ode à urgência da noite com a assinatura inconfundível de BURIAL. Lady Luck , o segundo single, é talvez o momento mais luminoso e grandioso do disco, completo com chorus R’n’B sumptuosos, carga sexual irresistível e movimentos de anca incontroláveis. Mas permitam-me dizer:

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Ele é íntimo sem ser óbvio, emocional sem ser meloso, honesto sem ser confessional, recriando atmosferas de mágoa, desilusão, saudade e arrependimento em fraseados que trazem a verdade à flor da pele.

por ligeiras pulsações electrónicas de subgraves a assumir os batimentos do coração.

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O ano começou agitado com os críticos e publicações de música a aderirem em massa a um jogo malicioso de quem-é-melhor-que-quem na nova arena do pós-dubstep. De um lado JAMES BLAKE, do outro JAMIE WOON. Dois artistas lançados nos territórios da electrónica evoluída que os THE XX entregaram de bandeja ao público mainstream. Mas enquanto BLAKE constrói a sua sonoridade esquelética de elementos fragmentados e desconcertantes, em ambientes dispersos que causam estranheza, o som de JAMIE WOON é todo ele controlo, intimismo e familiaridade, uma voz cheia de soul morna e assombrada que irrequieta o espírito num manto nebuloso e opaco. Mas chega de comparações.

JAMIE WOON tem um talento especial para cravar na alma as suas canções pop mergulhadas em Blues´n Bass e deixá-las a marinar. Um álbum que demorou três anos em gravação e uma vida a escrever. Doze canções próximas da perfeição, pintadas numa intrincada paleta de tons nocturnos, que combinam uma produção inteligente feita de batidas digitalizadas, sons fantasmagóricos feitos de indícios, fragmentos de vozes ecoadas, reverberações amplas, clicks e clacks secos como osso, como galhos que se quebram ao caminhar, gravados a partir de estalidos de mobília antiga ou pedras do riacho perto da sua casa na Cornualha. Um sistema de suporte sónico que emoldura e sustem a voz luminosa de WOON nos lugares certos.

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Para muitos, o nome JAMIE WOON pode ainda ser desconhecido. O jovem cantor e produtor de 28 anos chega de Londres e começou a dar que falar em 2007 quando publicou o single Wayfaring Stranger com um remix do secreto e ultra-selectivo guru do dubstep britânico BURIAL e um refix de RAMADANMAN. Depois o silêncio. Seguiram-se centenas de concertos em nome próprio, munido de uma guitarra acústica, uma caixa de ritmos e a sua voz inconfundível, ou como apoio vocal a AMY WINEHOUSE (que desperdício de energia). Só em final de 2010, todas as atenções se viriam a focar em WOON, com a publicação de Night Air, o primeiro single oficial que levantava a pontinha do véu do álbum de estreia que agora chega às lojas, Mirrorwriting.

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T— PEDRO LIMA www.stereobox.com

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É um sinal óbvio dos tempos que em Inglaterra IAN HODGSON use a expressão «música electrónica britânica confusa» para descrever a sua produção como Moon Wiring Club ou que DAEDELUS, a partir de Los Angeles, classifique a cena musical actual com o mesmo adjectivo —«confusão». O facto de tanto HODGSON como ALFRED DARLINGTON, nome verdadeiro de DAEDELUS, não esconderem o seu fascínio pela época vitoriana é só mais um dado acrescido nesse emaranhado de referências que justifica de fato que se recorra à ideia de confusão para tentar descrever a sua visão artística. Ambos usam também a referência directa via sampler para navegarem as suas produções, mas as semelhanças terminam aí. O psicadelismo sépia de Moon Wiring Club parece apoiado sobretudo numa educação visual conseguida através da televisão britânica, enquanto a sofisticação jazzy de DAEDELUS se apoia numa narrativa mais literária. O som que sai das colunas quando se colocam discos de Moon Wiring Club ou de DAEDELUS não têm correspondência directa. Sobretudo tendo em conta o

O título do novo trabalho de DAEDELUS refere-se ao universo da alfaiataria, das peças feitas por encomenda e à medida, ideia aliás que se traduz no artwork do álbum. A quantidade de vozes a que DAEDELUS recorre neste trabalho —MILOSH, INARA GEORGE, YOUNG DAD, BUSDRIVER, BATHS, KELELA MIZANEKRISTOS e até BILAL a que se adicionam ainda algumas

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Porque esta é música de agora, feita a pensar em amanhã. E nesse sentido, as raízes fortes de DAEDELUS na cena de Los Angeles —RAS G, FLYLO, STONES THROW, etc— continuam a ancorar o seu trabalho e o seu pensamento musical: há por aqui temas em que a disposição impressionista de detalhes pode a uma primeira audição dar outro tipo de

justificação, menos nobre talvez, à ideia de «confusão», mas que em audições sucessivas revelam uma paisagem mais nítida, feita de sobreposições de texturas que suportam um pendor melódico fortíssimo.

T— RUI MIGUEL ABREU

O lado rítmico, aliás, não chega nunca a sobrepor-se, como se poderia esperar de alguém com ligações tão directas ao universo do hip hop: talvez porque tenha usado baterias reais captadas em estúdio e não meros samples de alta definição de padrões rítmicos impressos em vinil, DAEDELUS prefere integrar o trabalho de CURRY no arranjo, na sopa de frequências mais baixas que não permite esquecer a devoção pelos graves desta cena de Los Angeles (o clube de referência, onde DAEDELUS é presença constante, tem por nome LOW END THEORY…). Em primeiro plano, só mesmo as melodias, porque até as vozes podem estar encharcadas de reverbs e outros efeitos e atiradas para a tela da faixa como mais uma cor.

A dispersão esteve sempre presente na carreira de DAEDELUS: em 10 anos de edições, este produtor conseguiu acumular uma impressionante lista de edições em editoras de referência, das já citadas BRAINFEEDER e NINJA TUNE, à STONES THROW, PLUG RESEARCH, WARP, ALPHJA PUPP e MUSH,

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F— LAURA DARLINGTON

No final, mais do que a disparidade física dos modelos usados — ou, neste caso,

das vozes e dos instrumentistas— o que emerge como absolutamente claro é o perfeito corte de DAEDELUS, uma visão rigorosamente definida da sua música, que embora seja claramente da idade digital e inserida numa cena específica, consegue ainda assim sobrevoar rótulos e afirmar uma identidade particular.

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para citar apenas as mais importantes. Que dessa confusão de etiquetas DAEDELUS consiga ainda assim emergir como um alfaite de corte imediatamente identificável é algo que só sublinha a sua fortíssima marca de autor. O novo álbum pede, então, cuidados na abordagem —não é uma peça simples para esta «silly season» que se aproxima, antes um refinado objecto que já sabemos ir resistir a várias épocas e com lugar de destaque no armário. É assim com os grandes fatos —caem sempre bem.

WWW.DAEDELUSMUSIC.COM

novíssimo Bespoke que DAEDELUS acaba de lançar na vetusta NINJA TUNE, editora a que regressa depois de uma ligação pontual à BRAINFEEDER de FLYING LOTUS.

«vozes instrumentais» de relevo, como os teclados de OM’MAS KEITH dos SA-RA CREATIVE PARTNERS ou a bateria de PETE CURRY da banda de surf LOS STRAITJACKETS —reforça a ideia do trabalho minucioso feito a pensar em cada voz, em cada proposta de direcção estética e de arranjo. E esse é o bónus adicional de Bespoke: uma música que nunca se conforma, que nunca procura encaixar-se num qualquer rótulo mais fácil. DAEDELUS pode admirar a estética dandy da época vitoriana, mas isso não significa que descarte o poder da edição digital.

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O caso AQUAPARQUE arrastou-se lentamente na justiça portuguesa devido a um braço-de-ferro entre o Estado e os pais de duas crianças então falecidas no parque aquático do Restelo: Frederico Duarte e Diana Caldas. Foi um processo que motivou centenas de páginas de jornais impressas e milhares de litros de saliva gastos a discutir os princípios do estado e que acabou com o pagamento de uma indemnização aos progenitores das vítimas. Quase dez anos depois, o AQUAPARQUE volta a dar que falar mas por outras razões. Neste caso, não são duas crianças ainda que PEDRO MAGINA e ANDRÉ ABEL conservem um lastro de pureza na relação com a música. O segundo lembra a relação emocional com a obra de ANTÓNIO VARIAÇÕES para explicar pontos de contacto entre a

contemporaneidade dos AQUAPARQUE e o gosto por alguma new wave portuguesa da década de 80. "Ainda hoje tenho uma referência emocional forte (do António Variações). Ouvi aquilo numa idade de formação. Creio que o meu pai tinha comprado os discos. Mais tarde, conheci os Pop Dell'Arte. Os Mler Ife Dada, por exemplo, não ouvi tanto. Os Heróis do Mar também conheço mal. Lembro-me que quando me falaram em Ocaso Épico fui à procura. É interessante essa descoberta". O novo álbum Pintura Moderna é uma prova da coabitação pacífica entre um universo pop claramente identificável e uma necessidade de experimentar o que não choca com os cânones tradicionais de uma canção. ANDRÉ ABEL

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assume "essa necessidade de experimentar com as regras do jogo" intrínseca à identidade dos Aquaparque. O que um dos cérebros da banda bicéfala não assume por completo "é a consciência dessas regras". Mas que não restem dúvidas, o "ponto de partida são os cânones da pop se bem que alicerçados numa cultura de ouvinte mais do que intérpretes ou estudante de todo o tipo de músicas mais periféricas". Um caminho "no sentido da canção pop", tal e qual o que ANIMAL COLLECTIVE, PANDA BEAR ou ARIEL PINK percorrem. Por comparação com o irmão mais novo, É Isso Aí, os AQUAPARQUE estão mais concisos e objectivos. Menos "difusos" e deslaçados. "Sim, eu

T— DAVIDE PINHEIRO

percebo que se diga isso. Aparentemente, não havia muitos pontos de contacto com essa ideia de canção pop enquanto este tem uma voz mais à frente e menos embebida em efeitos. Há uma maior clareza na mistura da instrumentação. O som é menos denso logo compreendo que possa soar mais claro", responde ANDRÉ ABEL

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sobre as diferenças entre os dois discos. De há pouco mais de um ano para cá, decorreu "um processo natural de evolução e que nasce da necessidade de trabalhar de forma diferente" mas nem tudo em Pintura Moderna nasceu de um acto espontâneo de correlação artística. "Algumas coisas foram intencionais como a questão da voz. Não queríamos um registo tão bidimensional como no anterior. Isso fez com que partíssemos para cada canção com um sentido diferente", confessa. As duas dimensões são um denominador comum numa multiplicação de fragmentos sonoros a partir de uma matemática simples. Palavras

caras como "néscio" ou "solipsismo" abrem o apetite para uma descoberta que não termina nos sons. "Se alguém for ao dicionário procurar um termo, significa que se esforçou, Hoje em dia é tudo tão leviano que esse exercício se torna interessante". Com esta expressão de arte contemporânea sob a forma de canção, os AQUAPARQUE conseguiram agitar águas numa época em que está na moda a música portuguesa gostar de si própria. PEDRO MAGINA e ANDRÉ ABEL são dos mais generosos contribuintes para esse estado de auto-confiança.

F— ISABEL SALVADO

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Fotografia— RICARDO GOMES

vestido com zip e botões coloridos e sabrinas, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

LUCAS calças e ténis em vinil transparente, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

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LUCAS VAIDA + IANA VACULA (Light Models) ass. styling por MARIA JOÃO ROCHA, make-up por SARA MENITRA, hair por ELSA BRANDÃO

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S LUCAS calções de lycra e track jacket, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

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IANA calções ADIDAS ORIGINALS, tank top e botas, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

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calções de boxe e top, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

calções Adidas Originals, tenis e trench-coat vinil transparente com prints de solas, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT


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turbante, lenços e colar da produção

corsários, top e track jacket, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

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Antes de Lisboa começar a ser referenciada nos guias internacionais, já NOAH LENNOX (PANDA PANDA BEAR)) se tinha mudado para o Príncipe Real. A homenagem sentida à cidade está expressa na canção que encerra Tomboy. Chama-se Benfica mas não versa apenas o tema do futebol. O sucessor do magnânimo Person Pitch chega agora que os ANIMAL COLLECTIVE regressaram aos palcos e após sucessivos adiamentos. 056

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P Ainda vives em Lisboa? PB Sim. Ainda passo cá a maior parte do tempo apesar de recentemente ter passado três meses fora, em Nova Iorque. P O que é que te fascinou para te mudares para Lisboa? PB A resposta é simples:

conheci a minha mulher aqui e chegámos a um ponto em que se colocou a questão de vir para cá para poder tornar a relação mais séria. Também estava cansado de Nova Iorque, das luzes e dos holofotes. Não ando à procura desse tipo de intensidade. Lisboa também é uma grande cidade mas não tem a dimensão de Nova Iorque o que a torna muito aprazível. P Desde que estás a viver em Lisboa, notas que a cidade mudou? PB Sim, tornou-se uma cidade mais cosmopolita sobretudo em certos bairros ou na baixa. Eu vivo perto do centro e estou sempre a ver turistas. Ouço línguas diferentes e é como se visse o mundo a passar à minha frente. P Artisticamente, a cidade influenciou-te no Tomboy? PB Seguramente mas não sei dizer como. A geografia influencia a música mas não consigo dizer que foi "a luz de Lisboa" que mudou a música. Viver aqui traz, para todos os efeitos, mudanças. Directa ou indirectamente, Lisboa está presente. P No disco há uma canção a que chamaste de Benfica. É uma homenagem ao clube ou procuraste reflectir sobre a intensidade que o futebol gera? PB Um pouco das duas. É uma canção sobre competição. Eu sempre discuti com a minha mãe sobre o que é ser-se competitivo porque pode ser uma atitude saudável mas a minha mãe não concorda porque detesta desporto. No último ano, o Benfica tornou-se o símbolo da competição. Já não ganhava o campeonato há alguns anos e foi emocionante a vitória. No fundo, procurei reflectir sobre o que é elevar a fasquia. P Depois de um álbum tão elogiado como Person Pitch, partiste para Tomboy com algum objectivo? PB Queria um disco diferente com métodos diferentes para sentir que estava a evoluir. Também procurei desfrutar da música mas essa é uma resposta clássica. P O disco foi adiado várias vezes. Não te sentias satisfeito? PB Não, simplesmente demorou mais tempo do que eu esperava porque levei muito tempo a gravar cada uma das canções. PB Revelaste várias canções ainda antes de o álbum sair. Porque é que fez sentido juntá-las? P Ainda antes de ter o primeiro single pronto, já havia canções que eu sabia que eram essenciais. Precisava de um álbum mas antes de pensar no todo, quis concentrar-me nessas músicas que me pareceram nucleares. Material que eu fui preparando durante a digressão dos ANIMAL COLLECTIVE quando tinha tempo. Daí terem saído singles e só depois o álbum. PB Disseste que tinhas sido influenciado por FRANK SINATRA e SCOTT WALKER WALKER.. Procuraste guiar-te por uma abordagem vocal próxima do estilo de 'crooner'? P Sim, foi isso mesmo. Queria uma voz mais presente em relação ao disco anterior. Com o Person Pitch, tudo estava misturado. Agora queria apenas três ou quatro elementos das canções que subsistissem. Uma das grandes diferenças do disco foi 058

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a forma como canto. Fui influenciado por tipos como FRANK SINATRA ou SCOTT WALKER que cantam "do estômago". Sei que não tenho a voz deles mas fiquei satisfeito. P Atribuis alguma importância à técnica ou a música para ti é simplesmente um reflexo da espontaneidade? PB Um pouco de ambas. Não gosto da técnica "in-your-face" "in-your-face".. É um estilo com o qual não me consigo relacionar mas também não gosto de música desleixada. Prefiro que a técnica sirva as ideias. P Sendo a tua música e a dos ANIMAL COLLECTIVE muito elogiada pelos melómanos, estiveste preocupado com o que se diz e escreve ou simplesmente não atribuíste importância? prestar atenção PB G o s t o d e ao que se passa mas levar demasiado a sério torna-se uma distracção. Fa ço m ú s ic a

T— DAVIDE PINHEIRO

F— JAVIER DOMENECH

para as pessoas ouvirem. Tudo o que possa vir depois, é uma consequência. P É verdade que há um novo álbum dos ANIMAL COLLECTIVE em preparação? PB Sim, temos um grupo de novas canções que vamos apresentar mas não temos planos para gravar. P Passaram a atribuir mais importância aos concertos? PB São experiências separadas. Gosto de ambas. O que não é possível é transferir qualquer uma delas. P Se vives cá, porque é que os ANIMAL COLLECTIVE não incluíram Lisboa na sua última digressão? PB Esse tema acaba por ser inevitável nas nossas conversas. Queremos tocar em Lisboa num futuro próximo. P E a solo? PB A solo, também ficaria muito surpreendido se não desse nenhum concerto cá em Lisboa mas francamente não sei quando é que isso poderá acontecer. GRANDE

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A QUÍMICA É TUDO. NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA, SEGUNDO LAVOISIER. A CIÊNCIA ALIMENTA-SE DA MUDANÇA, MAS O QUE DIZER QUANDO UMA MÁ NOTÍCIA OBRIGA A UMA MUDANÇA TÃO DRÁSTICA, QUE SE PODERIA ASSUMIR QUE, A DETERMINADA TEMPERATURA, QUALQUER CARÁCTER SE EVAPORA?

T— ÁGATA CARVALHO DE PINHO

Sem julgamentos. Não é isso que está em jogo em Breaking Bad (traduzido como Ruptura Total, em exibição no canal MOV). A série passa-se em Albuquerque, Novo México, onde é também produzida, e estreou em Janeiro de 2008 no canal AMC, também o de Mad Men. Criada e produzida por VINCE GILLIGAN, GILLIGAN coprodutor de Ficheiros Secretos, esta é uma comédia negra, ou dir-se-ia ainda, sépia impressionista: a acompanhar o sentido de humor há uma espécie de pestilência que permeia a fotografia e a própria construção e interpretação das personagens, como se conseguíssemos imaginar moscas e um cheiro esquisito à sua volta. Inteligente, no mínimo, teve os seus méritos reconhecidos pela crítica desde a primeira época, composta por sete episódios, e pelos vários Emmys que recebeu, entre eles o de melhor actor numa série dramática para BRYAN CRANSTON CRANSTON.. Já conhecemos CRANSTON de A Vida é Injusta (Fox), como o pai paciente que mantinha a calma mesmo em situações que levariam qualquer outra pessoa a explodir furiosamente. A libertação acontece aqui: a expressão “breaking bad”, explicou em entrevista, é uma gíria do sul que descreve o desvio de alguém do caminho certo, a opção de uma vida errante. Esse parece ser o caso de Walter White. O seu dia-a-dia não era nenhum mar de rosas antes de descobrir que tinha a vida por um fio, mas quando lhe é diagnosticado um cancro no pulmão inoperável, parece que pior seria impossível. O médico diz-lhe que tem entre um a dois anos de vida, mas Walter parece ainda mais incomodado pela nódoa de mostarda que ele tem na bata enquanto fala. A notícia anuncia transformações inconvenientes, mas ele é professor de química: ele sabe que as células degeneram, que os acidentes acontecem e que o castigo ou a culpa são linguagem dos humanos, não da natureza. Mas cedo ou tarde terá que enfrentar a realidade. O filho sofre de paralisia cerebral e a mulher, Skyler, está à espera de outra criança. A única solução que lhe ocorre é tentar juntar o máximo de dinheiro possível para deixar como herança à família, usando os seus conhecimentos para fabricar metanfetaminas com o auxílio de um ex-aluno, Jesse (AARON PAUL). ). Os dois 060

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acabam envolvidos numa série de confusões, perseguidos por criminosos e forçados a tomar medidas extremas para salvar a própria vida. O tráfico de drogas não é coisa para heróis que não ousam acreditar no pior a respeito de si próprios e este é um vilão relutante, acrescente-se. O seu dilema é compreensível, mas se as células sofrem mutações, as pessoas também, e então: bem-vindos à verdadeira selva. Walter é quase um alquimista, um mágico que procura resolver os seus problemas com soluções químicas e fórmulas m ate m át ic a s . M u d a n ç a por mudança, talvez uma combustão espontânea possa trazer as coisas de volta ao normal. Essa é também a sua forma de encarar a morte —antes dela, uma última oportunidade de rebeldia. Mas será que os fins justificam os meios? Quem não se revê na confissão: “aconteça o que acontecer, quero que saibas que fiz o que fiz com a melhor das intenções”? O princípio era bom, mas entretanto, alguma coisa se perdeu pelo caminho. A natureza seguiu o seu curso, mesmo com hipotéticos protestos contra o veredicto final. E até quando se pode viver à custa das virtudes dos bons velhos tempos? Como já se disse, não é essa a questão. A verdadeira questão é como lavar (literalmente) dinheiro, apagar fogos com as peças de roupa que sobram ou evitar a sujidade: toda uma colecção de tiques e a importância dos pequenos pormenores. Porque não? São a distracção perfeita. TV

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De PHILIPPINE BAUSCH a PINA BAUSCH. De PINA BAUSCH, BAUSCH a PINA. Procurar palavras que definam PINA BAUSCH é um risco e poderá ser insuficiente ou até mesmo inútil. As palavras por si só, nunca farão justiça ao que é para se sentir debaixo da pele e dentro do peito. É que numa encenação de PINA BAUSCH os bailarinos em cima do palco não se limitam a dançar. Eles correm. Eles gritam e riem. Gemem e suspiram. São braços aparentemente desgovernados e pernas esticadas até bem lá ao alto. Corpos amontoados, sôfregos e entrelaçados em piruetas velozes. Seres com todos os sentimentos à flor da pele. Com medos e amores, melancolias e neuras. Vai alguém e derrama água ou atira terra para o chão do palco. Do nada, o princípio.

Imaginar esse «princípio» e tudo o resto a acontecer como que na ponta de nosso próprio nariz; isto é, como num teatro, mas ainda mais perto; é o que nos propõe WIM WENDERS no novo Documentário apresentado no FESTIVAL DE BERLIM na selecção oficial (não tendo concorrido ao Urso de Ouro) e que chega agora às salas de cinema. O que era para ser um road movie com duas câmaras a seguir duas digressões (mas pelo facto da Coreógrafa se ter recusado —só porque há coisas que não se explicam— a integrar um projecto que a levasse a comentar ou racionalizar os seus métodos), transformou-se numa logística delicada e numa dança sincronizada entre 062

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bailarinos, duas câmaras e um guindaste (sempre presentes em cada filmagem). WIM WENDERS descobriu que com a tecnologia 3D, a Arte de Pina pode ir mais além do que uma simples projecção numa tela e alcançar dimensões e explorar a profundidade, e isto, tem tão de quase-palpável como de emocionante. Le Sacre du Printemps (1975), Kontakthof (1978); Café Muller (1978) e Vollmond (2006); são as quatro peças que inspiram este documentário. A Bailarina e Coreografa ainda cooperou no início de 2009 nas filmagens, mas com a sua morte (em Julho do mesmo ano, cinco dias após lhe ter sido diagnosticado cancro). Ao realizador WIM WENDERS,, restou-lhe honrar a memória de PINA BAUSCH, BAUSCH abraçando os métodos da mesma. O filme «articula-se entre momentos e memórias que os bailarinos da companhia têm de Pina» —disse o realizador. Individualmente ou em grupo. No jardim, no café ou no palco ou, até mesmo, na palma da nossa mão esta poderá ser a melhor comunhão do ano. Aguardemos.

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DESENHADO POR WALTER GROPIUS, FUNDADOR DA BAUHAUS E CURIOSAMENTE FINANCIADO POR MARLENE DIETRICH, ESTE APARTAMENTO, T— DIANA DE NÓBREGA AGORA RENOVADO PELO ARQUITECTO ALEMÃO GISBERT POEPPLER, REPRESENTA HOJE MUITO MAIS DO QUE A REINTERPRETAÇÃO DE UMA UNIDADE DE HABITAÇÃO NO TIERGARTEN EM BERLIM. ESTE ESPAÇO CONDENSA MOMENTOS INCONTORNÁVEIS, TANTO DA HISTÓRIA DA ARQUITECTURA, COMO DO PERCURSO POLÍTICO E SOCIAL DE BERLIM, AO MESMO TEMPO QUE CRIA UMA PONTE ENTRE OS IDEAIS MODERNISTAS E A ACTUALIDADE, INCLUINDO A ETERNA MUSA DA CIDADE, MARLENE DIETRICH. A história deste apartamento remete a 1957, quando nasceu, em Berlim Oeste, a ideia de projectar um distrito que representasse os ideais de habitação modernistas. A parte norte do Tiergarten tinha sido completamente destruída após a guerra e esta secção pensada da cidade deveria exaltar a supremacia dos ideais da Europa do Leste. Os arquitectos mais reconhecidos da época foram convidados a criar unidades de habitação inovadoras numa envolvente verde e fresca, deixando para trás a escura e limitada arquitectura pré-guerra, para aquele que foi denominado de 1957 International Building Exhibition, ou Interbau . Foi dada liberdade criativa aos arquitectos, apesar das restrições de custos habituais para projectos de habitação social e, como resultado, em Hansaviertel, encontramos hoje obras-primas da arquitectura pós-guerra por nomes como WALTER GROPIUS, LE CORBUSIER, ALVAR AALTO ou mesmo OSCAR NIEMEYER. NIEMEYER Mas, embora existissem nomes sonantes envolvidos neste projecto impulsionado por ROSA LUXEMBURG LUXEMBURG,, o projecto de GROPIUS talvez não chegasse a ser edificado, se MARLENE DIETRICH não se tivesse deixado encantar pelas possibilidades que este projecto trazia à sua cidade natal. A mais brilhante estrela alemã, exilada em Los Angeles após a guerra, nem sempre amada pelo seu povo, respondeu ao apelo de uma carta que GROPIUS enviou e em dois dias, a partir de capitais próprios e de contactos em Wall Street, foram reunidos os fundos necessários para trazer uma esperança renovada 064

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à cansada Berlim. Esta história um pouco singular, voltou a ser recordada agora que se preparam os 50 anos da sua construção. O edifício histórico foi entretanto adquirido por PETER SCHLESSELMANN, SCHLESSELMANN um escritor e produtor de cinema alemão que decidiu propor para as comemorações novos interiores para os 90 metros quadrados de cada apartamento. A ideia era manter a intenção-chave de WALTER GROPIUS em criar espaços flexíveis de habitação para todos. Encarregou para isso uma jovem estrela de Berlim, GISBERT POEPPLER, POEPPLER

especialmente conhecido pelo desenho de interiores que propôs alterações ao espaço e o recurso a cores vibrantes para injectar uma nova energia no suposto modelo de habitação ideal. O proprietário do espaço, que entregou completamente o projecto nas mãos de POEPPLER —visitou o apartamento apenas duas vezes durante a intervenção— descobriu que os compartimentos pequenos deram lugar a salas amplas que acompanham as janelas numerosas do apartamento.

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PROJECTO DE RENOVAÇÃO DE GISBERT POEPPLER POEPPLER é um estudioso da cor, e na altura de desenvolver um sistema de tonalidades para o apartamento, pretendeu contrariar os tons fechados utilizados no exterior do edifício, mas “jogar com as cores do edifício de PIERRE VAGO,, construído na mesma época, que se ergue ao lado. Matizes saturadas de aqua blue e sunny lemon foram combinadas no quarto de dormir para criar uma sensação semelhante à de se repousássemos no fundo de uma piscina. Contrastes marcados de preto, branco e vermelho-china s u g e r e m uma cozinha comparável a um condimento picante, e as paredes esmeralda do escritório projectam para os interiores a paisagem verdejante que rodeia o edifício. Os rodapés e os contornos dos vãos interiores foram preenchidos por um tom preto brilhante, um elemento unificador que liga cada compartimento ao próximo e conduz à casa de banho, a d o r n a d a com milhares de pequenas peças de mosaico ébano reluzentes. O chão, esse, é de linóleo vermelho. Mas a intenção foi sempre a de não utilizar a cor e estilos típicos da t ransição dos anos 50 para 60. Com o m o b iliá rio aconteceu exactamente o mesmo. Desde o início do projecto de renovação que não se quiseram u t i l i z a r, p o r exemplo, candeeiros ARNE JACOBSEN.. “Muitas pessoas pensam que as cores utilizadas no projecto foram as da Bauhaus”, afirma POEPPLER, “mas isso não corresponde à realidade. Estas cores não surgiram de forma intencional, mas talvez tenham sido as nossas memórias inconscientes que associam este espaço a essa altura marcante da história do design e que surgiram nos momentos de inspiração”, confessa. Quando interrogado sobre o facto de existir pouca utilização da cor nas habitações, actualmente, POEPPLER afirma que “as pessoas deviam ser mais corajosas. Quantas 066

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mais cores se colocam juntas, mais calmo se torna o ambiente. Chega-se uma ideia total, e funciona”, garante. “Alguns pensam que é correcto colorir apenas uma parede de vermelho, mas não são ousadas o suficiente para preencher todo o espaço. O resultado é, geralmente de apenas uma parede vermelha, e o aspecto é vulgar. Tem-se realmente que assumir a decisão de colorir”, aconselha o arquitecto. A partir daí, tudo tem que ser pensado. Geralmente por um profissional, ou por alguém estranho ao espaço, garante POEPPLER POEPPLER.. “Temos demasiadas concepções sobre a nossa própria casa nas nossas mentes, e a visão torna-se pouco clara”, diz. Este apartamento no edifício mais popular do distrito de Hansaviertel, é hoje, no seu exterior, o reflexo de uma era de idealismo, esperança e renovação de mentalidades, e, os seus interiores afirmam-se, coerentes com essa ideia. O desafio de pensar de uma forma diferente e experimentalista mantém-se, intacta nas cores eléctricas escolhidas para a renovação do espaço, criando ainda um paralelismo com os tons usados nas inúmeras representações e grafittis de MARLENE DIETRICH, a musa de Berlim, que existem um pouco por toda a cidade.

F— WOLFGANG STAHR

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NASCIDO EM FRANÇA EM 1968, LUSO-DESCENDENTE, É LICENCIADO EM ARQUITECTURA. APÓS TER INTEGRADO VÁRIOS COLECTIVOS, FUNDOU O ATELIÊ BUREAU DES MESARCHITECTURES EM 2001. A SUA PRODUÇÃO É TRANSVERSAL, EXPLORANDO O INTERSTÍCIO ENTRE ARQUITECTURA E ARTE E INSPIRANDO-SE EM DIVERSOS UNIVERSOS PARALELOS, COMO OS DA BD, DA FICÇÃO CIENTÍFICA OU DO CINEMA. O SEU TRABALHO MANIFESTA-SE ATRAVÉS DE OBRAS CONSTRUÍDAS, PEÇAS ARTÍSTICAS, EXPOSIÇÕES, VÍDEOS, PERFORMANCES, TEXTOS, PUBLICAÇÕES… OS TÍTULOS SÃO SUGESTIVOS E FUNCIONAM COMO ENUNCIADOS. A curiosidade e a vontade de questionar são o seu ponto de partida. Os suportes vão surgindo durante a pesquisa, como resposta à necessidade de veicular as ideias. DIDIER afirma não ser dogmático e por isso tudo pode servir a ideia que desenvolve em determinado momento. Por exemplo, 068

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se ambiguidade e fragilidade podem ser conceitos recorrentes no seu trabalho, a forma de os abordar e explorar podem alimentar-se de vários suportes. O suporte que melhor se adapta depende de um determinado momento e a sua adequação à resposta procurada não é sempre verdade. Inconformado e insatisfeito crónico, não gosta de fazer duas vezes a mesma coisa. Tem necessidade da constante experimentação e exploração. Cada trabalho é uma tentativa e uma procura que vai tomando diferentes formas. E o objecto da procura tende a tornar-se insuficiente, tomando o processo e o protocolo, muitas vezes, a dimensão de “sujeito”. Refere, “é um trabalho que arrisca a focalizar-se mais na própria questão do que

Flatland , 2011. Sequência da experiência com o objecto. CAM/FUNDAÇÃO GULBENKIAN

na resposta”. Também a curadoria foi uma experiência que lhe interessou num determinado momento. Em evento2009 –

intime collectif: le rendez-vous artistique et urbain de la Ville de Bordeaux teve a oportunidade de se colocar nessa outra Flatland , 2011. Sequência da experiência com o posição, a de “quem mostra” e explorar objecto. CAM/FUNDAÇÃO GULBENKIAN a situação. Recentemente apresentou no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian a sua exposição Don’t Trust Architects. Esta foi, até hoje, a sua maior mostra em Portugal, onde apresentou 5 instalações, em que 3 delas eram inéditas. No seu trabalho há temas recorrentes, como os diálogos entre Corpo/Objecto e Público/Privado (ou mesmo espaço comum/espaço doméstico). Estes diálogos, explorando na maioria das vezes situações de ambiguidade, ambivalências ou paradoxos, permitem gerar o questionamento de usos. Defende que o uso (ou a acção) deve ser uma atitude reflectida e consciente e não meros actos-reflexos perante situações que já damos como adquiridas e imediatas, por serem tão óbvias. As peças deixam de ser apenas contemplativas, sejam elas de índole física, política, sexual, ARTE

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ou outra, funcionando como dispositivos, explorando limites, produzindo situações e despoletando interacções, apelando à consciencialização dos actos. A exposição de Lisboa é um bom exemplo do apelo à participação e à acção por parte do público. A instalação sonora Trust me sugeria ao público, em modo de propaganda, Não Confiem nos Arquitectos, incitando a que se tomasse uma posição. Future Will Be a Remake, uma espécie de “jogo da macaca” desenhado no chão, mas num ciclo fechado, incitava à reflexão sobre os paradigmas da condição humana. Flatland era uma das obras que mais exigia a interacção do público. Num palco, face à plateia, o visitante poderia ocupar um baloiço, por detrás de uma tela. Neste acto pretendiase a reflexão sobre Instrument for Blank Architecture , 2010. a id ent id ad e do indivíduo e a sua capacidade de abandonar a sua posição “confortável” de simples observador para passar a ser sujeito activo e observado. Instrument for Blank Architecture oferecia-nos uma máscara cega com uma ambiência sonora criada pelo artista inglês RUSSELL HASWELL. Aqui a ideia subjacente é a da “lavagem cerebral”, de esvaziar a nossa mente de ideias pré-concebidas, para formar novas imagens mentais. Também em mostra esteve Exploring Dead Buildings, um vídeo realizado no edifício abandonado do antigo Ministério das Estradas da República Soviética da Geórgia. A câmara montada num veículo construído com resíduos encontrados no local, registou a degradação do interior devoluto do edifício, procurando indícios da sua vida anterior, quando foi ícone de uma sociedade e ideais políticos, também hoje obsoletos. E se, em geral, o seu trabalho demonstra um carácter político, provocador, por vezes de uma ironia desconcertante, ele tem sido sempre bem aceite em diferentes partes do mundo e contextos sociais. Por mais polémica que levante ou “escandalosa” que seja, nunca uma peça sua foi rejeitada ou subjugada a uma visão negativa. Isto poderá justificar-se pela reflexão exaustiva 070

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sobre os conceitos, antes da produção da própria obra. Interrogam-se os contextos em que é produzida e onde vai ser inserida/mostrada. Mesmo que seja de índole subversiva ou provocadora (do ponto de vista político, urbano, social, sexual, cultural, etc.), ela está já muito bem fundamentada e argumentada, o que, de certa maneira, funciona como uma “protecção”. Algumas das obras de DIDIER são i n c o n t o r n áve i s pelas questões que suscitam. A peça Body in Transit , apresentada na Bienal de Veneza em 2000, sob o tema “Menos Estética, Mais É t i c a ”, e q u e integra agora a colecção do Centro Georges Pompidou. Tratase de um contentor moldado para um corpo, destinado a imigrantes ilegais. É um objecto de certo modo “violento” que desafia a discussão sobre a imigração e a fragilidade da vida humana. O seu valor maior está, assim, no levantar de questões e no gerar de opiniões que a peça suscita, e não na sua “beleza” ou “valor estético”. O u t ro o bjec to crítico a referir é One Square Meter House. Uma torre cuja implantação no solo é de um metro quadrado. É uma unidade One Square Meter House , 2003. Porte d’Ivry à Paris. de habitação que critica não só a especulação imobiliária, mas também o rumo individualista que a s s o ci e d a d e s u r b a n a s contemporâneas vão tomando, ao mesmo que subverte a noção de habitabilidade, adaptabilidade e “evolutividade”. Actualmente, DIDIER prepara uma exposição para a Cité de l’Architecture et du Patrimoine, em Paris, a apresentar ainda este ano. Aí mostrará uma dezena de obras suas, não-inéditas, que serão confrontadas com as peças residentes do Museu, numa procura do diálogo/confronto da arquitectura clássica e histórica francesa, com a contemporaneidade das suas próprias peças.

WWW.DIDIERFAUSTINO.COM

WWW.MESARCHITECTURE.ORG

ARTE

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Fotografia— Sérgio Santos

ALESSYA (Karácter) DIOGO PIMENTEL (Light models) ass. styling por MARIA JOÃO ROCHA, make-up por ALEX ME, hair MARCO PINHEIRO

Styling— Margarida Brito Paes + Sónia Jesus

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ALESSYA colar na cabeça e brincos MANGO, vestido e calças de ganga H&M, colete HOSS, socas VALENTINO RED na Véronique, óculos de sol FRAMERS na Óptica do Sacramento e mala HOSS

DIOGO camisa MARLBORO CLASSICS, colete INSIGHT, calças PEPE JEANS, botas PALLADIUM, mochila PEPE JEANS


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DIOGO

ALESSYA

camisola HENRY COTTON’S, jardineiras LEE, relógio CAMEL

vestido e lenço verde MANGO, vestido sobreposto H&M, cinto PEPE JEANS, lenço branco HILFIGER DENIM



DIOGO camisa LEVI’S, colete ganga LEE by Vivienne Westwood, calções e cinto INSIGHT, sapatos DIESEL, colar PLATA DE PALO

ALESSYA camisa e pulseiras MANGO, colete HOSS, calções ganga H&M, botas PEPE JEANS, anel H&M, colar na cabeça na VIRGEN MADRE, meias produção


DIOGO brincos de penas H&M, camisas LEVI’S, blusão e calças PEPE JEANS, cinto INSIGHT


ALESSYA ganchos com flores na VIRGEN MADRE, fita beje AMERICAN VINTAGE, top e colete beje TWIN-SET, colete ganga LEVI’S, colete branco H&M, brincos MANGO

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M O DA


DIOGO camisa e cinto INSIGHT, calças ganga LEVI’S

ALESSYA top flores AMERICAN VINTAGE, túnica TWIN-SET, calças GANT anel CORPUS CHRISTI na Véronique, pulseiras PLATA DE PALO

MODA

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ALESSYA camisa LIBERTY’S na Véronique, colete HOSS, saia NUNO BALTAZAR, cinto HILFIGER DENIM

DIOGO camisa INSIGHT, colete SEVENTY THREE, mala MARLBORO CLASSICS



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Fotografia— Maria Rita

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FABIANA (Central) + LUCY HORN (L’Agence) + ALICE BOCHECHA ( Karacter) ass. fotografia por CARLA PIRES, ass. styling por JOANA SOFIA GUEDES, make-up por TÂNIA DOCE, hair PINIE

T 'T I LUCY fato de banho CIA MARÍTIMA, calções e colar H&M, sapatos ZILIAN, óculos de sol LINDA FARROW na André Ópticas

Styling— Margarida Brito Paes + Sónia Jesus


set: toalha H&M, tudo o resto na AREA

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ALICE fato de banho INSIGHT, chapéu GREVI no Espaço B, brincos H&M, óculos de sol PRADA na André Ópticas

FABIANA tank top H&M, parte inferior biquini H&M, sandálias LACOSTE, relógio NIXON, brincos MANGO, óculos de sol DIOR VINTAGE na André Ópticas


ALICE biquini CIA MARÍTIMA, colar na MOOD, top ganga DIESEL, sandálias H&M, óculos de sol LINDA FARROW na André Ópticas

set: cesto MALENE BIRGER, velas com ananases coloridos na AREA

LUCY biquini PAUL&JOE SISTER na Véronique, saia e colar H&M, mala MANGO, sandálias LUÍS BUCHINHO, óculos de sol LINDA FARROWna André Ópticas


LUCY fato de banho H&M, rel贸gio dourado NIXON, brincos H&M, chinelos HAVAIANAS, 贸culos de sol DIOR VINTAGE, esteira na AREA


ALICE biquini H&M, calções LEE, cinto na Véronique, brincos na MOOD, sandálias CAMPER


FABIANA top e biquini H&M, colar MANGO, óculos de sol VIENNA LINE na André Ópticas


LUCY sandálias ATELIER MERCADAL no Espaço B

FABIANA biquini H&M, calções LEE, cinto AMERICAN VINTAGE, lenço na cabeça GANT, lenço e toalha TOMMY HILFIGER

ALICE fato de banho e calças CIA MARÍTIMA, colar MANGO, chapéu TOMMY HILFIGER sandálias MELISSA


set: vaso e tabuleiro na AREA, copos e jarro na VOA, chapéu de praia produção


LUCY biquini ÁGUA DOCE, sabrinas REPETTO, chapéu de sol GREVI no Espaço B, mala vermelha na MOOD, lenço branco LIGHTNING BOLT, esteira TOMMY HILFIGER

FABIANA biquini (parte de cima) H&M, biquini (parte de baixo) LIGHTNING BOLT,sabrinas REPETTO, chapéu de sol GREVI no Espaço B, mala azul LACOSTE, esteira TOMMY HILFIGER


FABIANA biquini INSIGHT, top TURET KNUEFFERMAN, relógio NIXON

LUCY biquini e colar H&M, lenço TOMMY HILFIGER

ALICE biquini PAUL&JOE SISTER na Véronique, top H&M, colar MARTA FONTES na MOOD


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L I T U RUA BARATA SALGUEIRO, 28 — LISBOA 916 593 494

Numa noite de calor temperano para um iníco de Abril, Fanny e Fred desciam a larga calçada da Barata Salgueira gozando de uma tranquilidade absoluta e comentando a beleza da rua. O motivo era conhecer o GUILTY, o novo restaurante GUILTY de OLIVIER e de RICARDO AZENHA com um conceito de casual food, à base de hambúrgueres , pizzas e pastas na zona da Avenida da Liberdade.

apenas beber ou petiscar, também favorecia a impressão de multifuncionalidade e a liberdade de opções do espaço. Fred e Fanny não q uisera m perd er a oportunidade de um cocktail inicial ao balcão enquanto olhavam para todo o espaço em redor, marcado por materiais rústicos . U ma Margarita para Fanny e um Campari com laranja para Fred e a noite não podia ter começado melhor.

Fanny não deixou de reparar nas por tas corrid as d e vidro que deixam o espaço completamentamente visível, diluindo a fronteira entre o interior e o exterior. A primeira impressão foi a de que este espaço tinha um certo espírito easy going, remetendo para uma noite de Verão algarvia trazida para o centro da cidade. O balcão central, para quem queira

Findos os cock tails, a simpática HELGA BARROSO conduziu-nos à mesa, no limiar da entrada e não muito longe da cabine do Dj que, durante o repasto, nos recordou de todos os grandes hits dos anos 80. Por sugestão da casa escolheram para entrada uns rolinhos GUILTY (massa de pizza enrolada com presunto, queijo e trufa preta) que, na boca despoletaram em Fanny

-Vis Vis-à

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e Fred um comum acordo de aprovação. A acompanhar, um branco da Quinta do Carmo 2009 (75% de Roupeiro, 10% de arinto e 15% de Antão Vaz) que se revelou perfumado, com pouca acidez, fresco e leve na boca. Fanny, já animada, começava a cantorolar o refrão de Cambodia, de Kim Wilde, que ecoava em tom suave na sala enquanto esperava por uma Pizza do Pasto (salame picante, molho de tomate, vários queijos, oregãos e flor de sal). Fred ficou seduzido por uma pasta que lhe pareceu menos habitual: Liguini Maiale (leitão com ervilhas tortas, coentros e parmesão). E não havia nada a reclamar. A vagem, passada por uma quentura breve, mantinha a frescura da verdura e combinava com uma maciez adocicada o leitão desfiado. Já Fanny, voltava a comentar

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Y a fina espessura da massa da pizza que não obscurecia os outros sabores e tornava o prato leve, considerando-a um ponto forte da casa. Para terminar, Fred ainda se sentia tentado por uma sobremesa a que Fanny s e o p ô s (p e n s a n d o n a estação balnear). A vontade fugia-lhe para uma pizza mascarpone (massa de pizza com masquerpone, mel e amêndoas torradas) que lhe faziam lembrar umas férias na Sicília mas acabou por se contentar com uma mínima porção de um convencional petit gâteau roubado a Fred. E assim saíram satisfeitos, descendo a avenida , preparados para o calor tórrido do Verão que aí vem.

T— Fred & Fanny



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PT MODER TAKEN NISTA

MEZZA NINE MEZZANINE RUA CÂNDIDO REIS, 58 222 016 114 SEG: 14H30—20H00 / TER—QUI: 11H00—20H00 SEX—SAB: 11H00—24H00

Trendy, clean e cosmopolita, a mezzanine bem implantada numa das ruas mais graníticas e carismáticas da cidade —na rua cândido reis, 58— alojada num espaço remodelado onde prevalece a instalação hipnotizante do artista plástico pascal ferreira nascido em paris e residente no porto, apresenta marcas de referência a nível de roupa, calçado e acessórios muito próprios de um ambiente urbano chic. No seu interior e incontornavelmente ligados pela pequena mezzanine que paira por cima do piso inferior de entrada da loja o ixia salon da hairstylist carla neiva presta serviço de cabeleireiro e maquilhagem num espaço de moda tudo menos convencional donde se desprendem cristais translúcidos prontos a saudar quem até ali ousou chegar.

T— EDUARDA ALLEN

F— MARTA GUIMARÃES (OUTOPORTOIN)

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PORTUGAL MODERNISTA MERCADO DE SANTA CLARA, LJ.20 SÃO VICENTE, LISBOA 914 019 738

TAKEN RUA DE SANTA CATARINA, 1 PORTO

É uma loja singular que comercializa material inspirado no Modernismo português das primeiras décadas do século XX. Os seus produtos vão buscar referências a artistas como Almada Negreiros, Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, Amadeo de Souza-Cardoso, entre outros. Fazem reproduções mas também criam elementos gráficos em torno do tema, propondo t-shirts, blocos, canecas, postais, ímanes, pins e puzzles. Os azulejos, marcadamente portugueses, são o ex-líbris desta loja, localizada perto da Feira da Ladra, no Mercado de Santa Clara, o mais antigo dos mercados cobertos de Lisboa, recuperado pela Câmara Municipal de Lisboa.

Será, provavelmente, a loja do Porto com a mais bonita fachada. Em tempos, as chapas de ferro trabalhado emolduravam as preciosidades da Ourivesaria Reis& Filhos com o mesmo desvelo com que, hoje, enaltecem a selecção de street wear proposta pela Taken, um novo projecto da Despomar, proprietária da cadeia de lojas Ericeira Surf shop. O grupo procura, assim, entrar no mercado com um novo conceito propondo para este nova loja uma seleção de marcas que inclui Carhartt, Pointer, Element, Supreme Being, Adidas Originals, Fred Perry, RVCA, Nixon e Obey. É uma concept store com 300 m2 e dois pisos onde, além de roupa, é possível encontrar calçado, relógios, auscultadores, chapéus e todo um conjunto de elementos indissociáveis da cultura urbana e do skate. Há ainda espaço para a arte urbana e para uma excelente programação de Djs revista quizenalmente por Rui Miguel Abreu. Stuck foi o primeiro street artist a dar vida às paredes da Taken, numa exposição inaugurada a 7 de Abril para a festa de abertura que inclui peças de arte exclusivamente criadas para o espaço.

T— FRANCISCO VAZ FERNANDES

T— MARIA SÃO MIGUEL


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O F A M I L Y Cada vez mais, os cocktails estão ligados a um estilo de vida e a criatividade acaba por contar bastante. Com isso, surgem novos sabores e aromas . Agora que a Primavera está aí e a sua horta de plantas aromáticas está a ganhar vida e tamanho, porque não usá-las como base para os seus cocktails? O que fazer para que as plantas aromáticas façam parte de um conjunto equilibrado de sabores bebíveis? Com ou sem álcool, pode criar um cocktail com ervas aromáticas como coentros, alecrim, tomilho, hortelã e manjericão. Já pensou, por exemplo, num TOM COLLINS de tomilho ou numa Margarita com base de alecrim?

Então siga as receitas e prove estas ligações de sabores. Rosa Maria 1 ramo de alecrim 2 cl xarope de açúcar branco 5 cl tequila Branca 1,5 cl Cointreau 2 cl Sumo de Lima Natural Técnica: Muddler + Shaker + Duplo Strain Copo: Taça de Martini Decoração: 1 Ramo de Alecrim Num copo do shaker, macere o alecrim com xarope de açúcar branco, junte gelo e os ingredientes acima mencionados. Misture bem com o shaker e depois com o passador, coe bem para uma taça de cocktail. Decore com um ramo de alecrim.

Tom Collins de Tomilho 1 ramo de tomilho 2 cl xarope de açúcar branco 3 cl Sumo de limão natural 6 cl Gin Top up água com gás Técnica: Shaker + Duplo Strain Copo: Collins Decoração: 1 Ramo de Tomilho Num copo do shaker, macere o alecrim com xarope de açúcar branco, junte gelo o sumo de limão e o Gin. Misture bem com o shaker e depois, para um copo alto com gelo, coe bem com um passador de maneira a não passar pequenas partes de tomilho macerado. Preencha o resto do copo com água com gás e decore com um pequeno ramo de tomilho.

Have a nice drink! T— MIGUEL TOJAL www.asdecopos.com

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Os brancos que tenciono beber n este Verão s ão certamente estes dois: o Esporão Reserva Branco 2009 e o Esporão Private Selection Branco 2009. As mais recentes colheitas destes dois “irmãos” alentejanos trazem nova roupagem com autoria da artista plástica J o a n a Va s c o n c e l o s . O Reserva Branco é um vinho bem estruturado, com aromas citrinos e frutas tropicais que conjugam lindamente com a baunilha proveniente do estágio em barricas, tornando o conjunto algo complexo até ao final de boca, prolongado q.b. O Private Selection Branco pertence claramente um outro campeonato, sendo um vinho com um carácter muito mais marcante. No nariz tem aroma de alperces e frutas tropicais, na boca revelase untuoso, complexo mas muito bem conjugado com a forte presença das barricas de carvalho francês, fazendo um harmonioso conjunto de aromas presentes até ao seu longo, longo final.

T— ROMEU BASTOS

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H I L F I G E R HILFIGER DENIM ARMAZÉNS DO CHIADO LISBOA

Dia 7 de Abril, o Chiado celebrou a inauguração da primeira loja Hilfiger Denim em Portugal, a linha de roupa que reflecte a herança rock ‘n’ roll da marca e a rebeldia free spirit do designer norte-americano Tommy Hilfiger. Foi também a oportunidade de apresentar os The New Kids of Portugal, inspirando-se na campanha internacional da marca, baseada na imagem de Holy Ghost!, Sky Ferreira, Lissy Trullie e Tommie Sunshine, considerados os New Kids of America. Os kids portugueses – Américo Martinho, Groove4set, Armando Gomes, Pedro Lima, Fantasma, Vanda Noronha e Joyce Doret – participaram cada, um no seu domínio, para abrilhantar a festa que transformou a loja numa pista de dança.

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COM ILUSTRAÇÃO DE BRÁULIO AMADO

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PARTY AFTER WORK

Business & Network or Just 4 Fun? No princípio era o atum, a lata de atum. Já se sabe, na hora de largar as saias da mãe, a lata de atum é a melhor aliada. Enche -nos o estômago, assim como o ego (se a refeição até causar alguma sensação), exige pouco da nossa carteira, pode ser elemento de socialização entre vizinhos ou até arma de arremesso quando, numa discussão, o caldo está definitivamente entornado. Já lá vão os tempos em que o atum era rei e senhor. Network é o que agora alimenta toda uma geração que, pelos vistos, já nem dinheiro tem para o atum. Assim sendo, surge uma nova promessa, «Party After Work». É uma euforia desmedida em busca de novos contactos profissionais que, supostamente, nos permite vislumbrar, nem que ao longe, a possibilidade do trabalho de

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sonho. O principio básico desta festa pós laboral? É exactamente não ter princípios nenhuns e cobram-se, sem dó nem piedade, 12 euros à cabeça. No atrium de um hotel no centro de Lisboa, dei comigo a ter de optar por um de dois autocolantes: Business & Network ou Just 4 Fun. O que ali me leva nem deixa margem para dúvidas na hora de pôr o autocolante verde ao peito. Ao entrar na festa, deparo-me com um carnaval de autocolantes vermelhos

e vibrantes Just 4 Fun. A loira gravidíssima exibe-o na barriga, uma jovem curvilínea usa-o no mamilo e na pista de dança só as mais recatadas o usam devidamente ao peito. Os senhores também de várias idades e de copo na mão (envergando camisas semelhantes a toalhas de mesa) analisam a “febra”. O Dj dispara a música dos Culture Club, Do You Really Want To Hurt Me, que mais parecia um bombardeiro na minha auto estima, já em fanicos.

Lá no fundo, encostado ao muro, um gordinho, sem qualquer autocolante, entregue ao bagaço. Mais um rejeitado, nem mesmo as senhoras menos abonadas pela beleza lhe prestam atenção. Deslavada, dirijo-me às maquilhadoras que propõem um pequeno workshop instantâneo grátis mas sai-me pior a emenda do que o soneto. Senhoras de cabelo tufado deixam-me num estado tal que pareço saída do teledisco dos Steppenwolf, Born To Be Wild, que, nem por acaso, rebenta na pista de dança. É oficial, ninguém se vai aproximar de mim, até porque as atenções focam-se no solo de air guitar de uma sexagenária. Eu própria entregue ao bagaço, vou até ao muro lá do fundo e meto conversa com o gordinho: - Então, não parece que te estejas a divertir... - Xi, é verdade. Comi uma salada de atum ao almoço... acho que não me caiu nada bem.




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