Parq 54

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Nadja Stäubli, G illaz, Kruella D'Enfer Rоan & Erwan B r llec


J unho

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PARQ: Revista de tendências de distribuição gratuita. Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2ºesq. 1000-251 Lisboa Assinatura anual: 12 euros Director: Francisco Vaz Fernandes (francisco@parqmag.com) • Editor: Teresa Melo (teresa@parqmag.com) Coordenação de Moda: Tiago Ferreira • Design: Valdemar Lamego (www.k-u-n-g.com) Periocidade: Bimestral • Depósito legal: 272758/08 • Registo ERC: 125392 • Edição: Conforto Moderno Uni, Lda. • NIF: 508 399 289 Propriedade: Conforto Moderno Uni, Lda. Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2ºesq. 1000-251 Lisboa • t— 00351 218 473 379 Impressão: Eurodois. R. Santo António 30, 2725 Sintra • 12.000 exemplares Distribuição: Conforto Moderno Uni, Lda. A reprodução de todo o material é expressamente proibida sem a permissão da Parq. Todos os direitos reservados. Copyright © 2008 — 2017 PARQ.

Fotos Andy Dyo, António Medeiros, Carlota Andrade, Kristin von Jam

Styling Joana Borger, Maria Cuntín Castro, Sérgio Onze, Tiago Ferreira

Nadja Stäubli, G illaz, Kruella D'Enfer Rоan & Erwan B r llec

Textos Bráulio Amado, Carla Carbone, Carlos Alberto Oliveira, Diogo Simão, Filipa Henriques, Francisco Vaz Fernandes, Henry Sequeira, Joana Teixeira, João Prudêncio, Marcelo Marcelo, Maria São Miguel, Rebeca Bonjour, Roger Winstanley, Rui Miguel Abreu, Sara Madeira, Teresa Melo

capa DAVID FERREIRA, fita DIOR na Loja das Meias, calças LACOSTE SPORT, brincos e anéis CAROLINA CURADO na 39A Concept Store

Tempestades de Verão Cada edição é por si só uma encruzilhada não muito distante das nossas vidas. Reflete os humores de cada um dos nossos colaboradores, assim como, o sentimento geral da nossa comunidade. Não sei se já chegamos a uma época de maior otimismo, como parece já ter sido anunciado antecipadamente. Todavia prevejo, expectante, que sejamos menos naif que outrora. As nossas vidas vão certamente ganhar uma maior perplexidade com o que se passa à nossa volta. KRUELLA D'ENFER bem pode ser o mote deste estado de alma. Demos destaque à sua última exposição, dado o grau de complexidade e de estranheza com que caminha em direção ao desconhecido. Nesse sentido, também de referir, o último álbum dos GORRILLAZ que parece sair de um estado de alma pós-humano. Os nossos editoriais de moda, pela mão de TIAGO FERREIRA, tomaram uma forma mais reivindicativa. Será este caminho a seguir?

Nadja Stäubli, G illaz, Kruella D'Enfer Rоan & Erwan B r llec

Editorial

óculos KOMONO, bomber ALEXANDRA MOURA X DUFF Y AW18, jeans e cap da produção, brinco FRAGA JEWELRY fotografia por Andy Dyo direção e styling por Tiago Ferreira make-up por Verónica Zoio

Mas nem só de facetas mais sombrias vive a PARQ e, porque não aceitar a luminosidade de DOG, uma revista que revê as relações humanas a partir do ponto de vista daqueles que têm cães. Descomplicar certamente, é a receita dos BOURROULLEC, uma lição para a vida para aqueles que possam ainda estar menos otimistas.

Francisco Vaz Fernandes

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modelos Ana Marta Ferreira @ Talent – Hit Management e Afonso Peixoto @ Talent

www.parqmag.com


J unho

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You Must

04 Strook

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Central

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Nadja Stäubli

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Henn Kim

08 Patterson 10 Shadows 12 Voguing

24 Seixal Moda 26 Havaianas Persol 27 Beauty 28 Shopping 4 him 29 Shopping 4 her

Kruella D'Enfer Música

38 Dog Magazine

Soundstation

40 14

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Ronan Bouroulec Erwan Bouroulec

Design

João Oliveira

30 Gorillaz

16 Festival Muro 2017 18 Bent 19 Ana Marta Ferreira 20 Shift Imprint

44 Tatuagens Exposição Fashion Editorial 32

Roger Plexico

46 Manifesto 54 (R)evolution! Parq Here

21

64 Galeria Francisco Fino 65 Pau Brasil 65 THE Design 66 JNcQUOI

Summertime Music

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You Must See

Strook texto por Joana Teixeira

STEFAAN DE CROOCK faz graffitis de madeira. O artista belga, formado em Design Gráfico, explora em cada obra o poder da cor e das texturas através de uma narrativa, que brinca com os conceitos de dimensão e estrutura. Strook é o seu projeto artístico de vida —uma exposição contínua de “cubismo urbano” materializada no reaproveitamento de materiais para arte. O artista constrói um romance geométrico entre madeira e pintura num jogo de justaposição de cores e formas, onde a reciclagem de diferentes peças de madeira, incluindo portas e móveis, serve para retratar rostos anónimos em diferentes escalas. A sua obra mais recente foi uma silhueta de grande dimensão

exposta na fachada de um edifício, aquando do Crystal Ship, um festival artístico na Bélgica. A forma perspicaz como STEFAAN DE CROOCK monta as suas peças, usando múltiplos fragmentos de madeira para criar coloridas colagens de diferentes texturas, conta uma história simbólica acerca da memória embutida em cada pedaço de madeira reutilizado. E as silhuetas que o artista recorta —qual carpinteiro da arte contemporânea— representam a expressão de conforto melancólico que todos sentimos quando estamos em casa —onde conseguimos ser verdadeiramente nós próprios.

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w w w.st r ook .eu


FREDPERRY.COM Authentic Stores: NorteShopping - Arrábida Shopping - Rua do Ouro, Lisboa El Corte Inglés Gaia e Lisboa


You Must See

Henn Kim texto por Joana Teixeira

constantes. As metáforas da artista, traduzidas num forte jogo visual de contrastes, têm frequentemente, uma protagonista: uma rapariga sem rosto, com cabelos compridos e vestida muitas vezes com um simples fato de banho. Esta personagem habita o universo obscuro e transcendente de HENN KIM, ganhando vida própria nas suas metáforas visuais nas quais nem tudo faz sentido —não fosse o seu lema “Take your broken heart, make it into art”.

HENN KIM é uma artista coreana, ilustradora de metáforas surrealistas e sem tento na ponta dos dedos. As suas ilustrações a preto e branco retratam o cotidiano, de uma forma alegórica —às vezes romantizada, outras vezes humorística e outras ainda, com um toque ácido de sarcasmo. HENN KIM coloca situações comuns em perspetiva, criando uma tela minimalista e monocromática, onde critica a sociedade contemporânea do ponto de vista emocional, explorando os conceitos de tristeza e sofrimento

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You Must See

Paterson

by Jim Jarmmusch texto por Rebeca Bonjour

O filme apresenta-nos igualmente um jogo constante entre rotina e fragmento, desde o todo que é a vida de Paterson, personagem omnipresente e através da qual o mundo nos é apresentado às fracções, alternando com as vidas daqueles com quem se vai cruzando, e que vão surgindo de uma forma quase voyeurística, com as suas próprias vidas e problemas, sem que Paterson tenha alguma interferência nelas. Não há, no entanto, fricção entre os dois lados. Pelo contrário, eles parecem complementar-se, cada um deles ampliando a importância do outro. Com uma grande simplicidade e candura, Paterson mostra-nos, assim, a beleza das pequenas coisas: dos gestos repetitivos que são a base da nossa estabilidade, dos pequenos detalhes insignificantes que distinguem a nossa vida dos demais, das pessoas com quem aleatoriamente nos cruzamos todos os dias e que por algum motivo acabamos por levar connosco. No final do filme, o espectador depara-se com uma sensação de regozijo e um raro encantamento pela sua própria vida.

Junho traz às salas de cinema Paterson, que se apresenta como uma verdadeira celebração à vida de todos os dias. O novo filme de JIM JARMUSCH conta assim o dia-a-dia de um condutor de autocarros, Paterson (ADAM DRIVER), que vive numa cidade com o mesmo nome, e que preenche os seus tempos livres escrevendo poemas. Se a premissa é simples, a história também o é: Paterson acorda, conduz o autocarro, janta com a mulher, passeia o cão, detém-se para uma bebida no bar e regressa a casa para recomeçar tudo de novo. Assim se vai desenrolando o seu quotidiano, numa repetição de cenários, movimentos e padrões entrecortados por pequenos detalhes que tornam cada dia díspar do anterior. São estes momentos que alimentam os poemas de Paterson, que nos vão sendo desvendados aos pouquinhos, obedecendo ao próprio processo criativo. De facto, o tempo representa em Paterson um factor muito importante. A sucessão de cenas surge a um ritmo muito próprio, espaçado, desapressado, dando a oportunidade ao espectador para se deliciar e imergir em cada cenário e diálogo, de forma a poder, também ele, admirar a sua beleza e saborear a paz que transmitem.

Paterson estreia nas salas de cinema a 29 de Junho.

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You Must See

Carpintarias de São Lázaro, Rua de São Lázaro, 72 , Lisboa. Qua—Sáb 15h—17h até 3 de Setembro.

Shadows

by Alfredo Jaar texto por Francisco Vaz Fernandes

acaba por realizar. O trabalho do artista é, assim, reaquacionar a imagem fundadora acrescentando um olhar poético a uma visão política. Estes dois elementos, supostamente, opostos que procura equilibrar são, desde os anos 80, com o recurso dos novos media como o vídeo, em que foi um dos pioneiros, o fundamento do seu trabalho criativo. Nessa época, pré-internet, o discurso de JAAR incidia, essencialmente, sobre as fontes e veículos das mensagens áudio-visuais, defendendo o trabalho dos artistas como uma voz que pluraliza a visão dos acontecimentos. A voz do artista era, então, no essencial, uma voz crítica. Ou seja, tal como se pode ver neste trabalho que parte de uma fotografia e de um contexto específico passado, JAAR procura extrair um valor universal, construindo uma poética a partir do posicionamento sobre os acontecimentos. Tal como na época, agora em que as fontes e veículos das imagens estão em explosão, e cada vez menos transparentes, uma política da inscrição da imagem na memória coletiva faz cada vez mais sentido.

Dentro do contexto do programa de Lisboa Capital Ibero-Americana, o artista chileno, ALFREDO JAAR expõe “Shadows” nas Carpintarias de São Lázaro. A instalação readaptada ao espaço tem, como peça dominante, uma projeção vídeo de uma imagem que parte de uma apropriação de uma fotografia de KOEN WESSING, que em 1978, capta o momento de dor em que duas irmãs recebem a notícia do assassinato do pai. Com este trabalho, procura relembrar aquele momento de sofrimento que cristaliza, em si, todas as atrocidades cometidas durante a revolução sandinista na Nicarágua, mas também todas as outras a nível global que os media se encarregam de atualizar. Em “Shadows”, a imagem das duas raparigas apenas aparece por um instante, como se se tratasse do clique fotográfico que lhe deu luz, para depois se desvanecer numa luz intensa, numa espécie de cegueira, erosão a que, aparentemente, todas as imagens estão condenadas. Trata-se, antes de tudo, de uma simbologia do próprio significado da arqueologia da imagem que o artista

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PALLADIUM PORTUGAL PALLADIUMPORTUGAL


You Must Vogue

Voguing in the 90's do ballroom para os grandes clubes texto por Marcelo Marcelo ilustração por Pogoland

se fossem a IMAN ou a KAREN ALEXANDER e os strobes flashes de PETER LINDBERGH ou HERB RIT TS.

Na edição #52 da PARQ (outubro de 2016) publiquei um artigo em que apresentei a cultura ballroom de NYC e o voguing aos leitores da revista —das origens às múltiplas ressurgências ao longo desta década nas galáxias da música, da moda e da televisão. Hoje apresento-vos algumas faixas que alimentaram o corpo e imaginário de toda uma geração de voguers e clubbers dos anos 90, altura em que o voguing saltou dos ballrooms dos guetos de NYC para o canal MTv e para os mega clubes da cidade devido ao documentário “Paris is Burning” de JENNIE LIVINGSTON, à música “Deep in Vogue” de MALCOM MCLAREN e, principalmente, ao bem audível grito “Come on, vogue!” de MADONNA.

“Hello Junior this is Madonna are you there? Call me in Miami!” Ouvimos depois Junior a dizer: “If Madonna calls me I’m not here” —esta deve ter feito as delícias de voguers que acharam que a sua cena foi apropriada com o hit da figura da pop. Moi Renee

Miss Honey (Vocal Mix) MOI RENEE, perfomer drag super camp e vocalista Nova Iorquina, lançou o seu “Miss Honey” em 1992. Ainda não descobri um tema que destronasse esta faixa como o hino das queens que vêem a sua pele a rejuvenescer, os brancos a desaparecer, os calos a amaciar e o rabo a subir no espelho quando as inimigas estão na pior! “The bitch knew that I would go back (…) NOW I’M BACK AND SHE IS GONE”.

CLUB 69 feat KIM COOPER

Drama (Club 69's Full Drama)

CLUB 69 feat KIM COOPER Drama (Club 69's Full Drama) Fechas os olhos. Evoluis como um Pokemon e és a NAOMI CAMPBELL, viajas no tempo e estás no backstage do desfile de THIERRY MUGLER Primavera/Verão 1992, estás com uma peruca laranja fluorescente, não te dão mais champagne Dom Pérignon, Louis Roederer nem Perrier Jouet, reviras os olhos como a Regan do “Exorcista” e gritas afincada mas pausadamente, palavra a palavra: “My life is a drama with no beginning, a middle and no end”. Apoderaste da catwalk, tens uma presença poderosa de Deusa Africana do Sexo e da Guerra enquanto na verdade estás a pensar “I think I can’t take much more of this…”. Se este não é o hino oficial das drama queens, eu não sei qual é.

Esta é alegadamente a primeira malha feita especificamente para voguing. Editada em 1989, produzida por JOHNNY DYNELL e com voz de DAVID IAN da HOUSE OF XTRAVAGANZA, explica-nos o que é esta dança e termina com o grande sonho de qualquer voguer “10! 10! 10! 10! 10! 10's across the board!”? Educacional e motivacional, esta faixa é como o champô da Fructis, 2 em 1.

E.G. FULLALOVE

Willi Ninja

Sabem quando em 2002, num show da Victoria Secrets, TYRA BANKS fez aquela entrada com flamenco? (Claro que sabem, foi depois disso que começaram a terapia…). Bem, esta música é tão forte e quase tão pirosa quanto esse momento. Dá-me até visões bíblicas —imagino a pista de dança a abrir como se do Mar Vermelho se tratasse para as divas desfilarem e mostrarem o que valem nos seus vestidos transparentes e com franjas.

WILLI NINJA, um dos mais carismáticos e influentes voguers de sempre, desfilou para JEAN PAUL GAULTIER, THIERRY MUGLER, ensinou NAOMI CAMPBELL a caminhar como uma pantera, participou também na música e vídeo “Deep in Vogue” de MALCOM MCLAREN, juntou-se a DANNY TENAGLIA para esta “Hot”. “I am hot for you, what you gonna do?”… É esta a música oficial da Agent Provocateur?

Junior Vasquez

The Ha Dance (Ken/Lou Mixx)

As noites ARENA no mega clube de Nova Iorque Palladium foram das mais importantes para a cena. Enquanto uns engatavam e outros dançavam timidamente, corredores abriam-se para os melhores, como KEVIN AVIANCE, se pavonearem, desfilarem, dançarem e posarem —como

Enquanto “Love is the message” de MFSB e “Ooh, I Love it (Love Break)” de SALSOUL ORCHESTRA são os hinos por excelência da geração voguing pré-1990 (Old Way), esta “The Ha Dance”, com os seus crashes e drops, é a pedra basilar da sonoridade voguing até aos dias de hoje —aliás, samples desta faixa são escutados em praticamente todas as faixas vogue femme.

David Ian

Elements of Vogue (David DePino Mix)

Didn't I Know (Divas To The Dancefloor...Please ...)

Hot (Danny Tenaglia's Vocal Mix)

Masters At Work

If Madonna Calls (X Beat Mix)

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You Must Vogue

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You Must Wear

texto por João Patrício

João Oliveira

foto por Kristin von Jam

Vencedor de dois prémios nas duas últimas edições do Sangue Novo do Moda Lisboa, JOÃO OLIVEIRA é um jovem talento no panorama da moda nacional. Recusando ainda o título de “designer”, JOÃO está prestes a representar Portugal na próxima edição do Fashion Clash, em Maastricht, e a ingressar numa das melhores escolas de Design do mundo, a Domus Academy, em Milão. Em entrevista à PARQ, o jovem criador fala-nos da sua paixão pela moda, a apresentação pública do seu trabalho, e de como é trabalhar na área em Portugal.

Como nasceu a tua paixão pela moda? Nasceu há muito tempo. As primeiras vezes em que comecei foi através do desenho; comecei a desenhar peças no quarto ano, quando andava a aprender Inglês. Começava a transpor as palavras que aprendia e a criar peças. Depois fui-me desenvolvendo: fui-me tornando mais criativo, a fazer coisas diferentes daquilo que via na rua. Foi algo de forma independente, não tinha qualquer acesso à Internet ou à televisão, e muito menos a revistas de moda.

Acabaste por te sagrar vencedor do Sangue Novo, como te sentiste na altura? Da primeira vez estava mesmo em choque. Estava num canto, enquanto todos os designers estavam reunidos. Desejei boa sorte a todos e pus-me no meu canto. De repente chamam-me assim, de repente, e eu, todo atrapalhado. Da segunda vez, já estava mais relaxado, mas também foi uma surpresa. Como é ser um jovem designer em Portugal? É um desafio. Como o que eu faço é algo fora do normal, e ainda não entrei muito no campo comercial, sinto que Portugal ainda está muito de pé atrás no que toca ao que é conceptual; não entre as pessoas da área da moda mas entre o público português no geral. Não há assim tanta compreensão por aquilo que é mais conceptual, ou mais extravagante.

Tiveste a tua primeira apresentação na Moda Lisboa, portanto qual a sensação de apresentar o teu trabalho num evento como este? Desde a minha participação até ao dia de hoje têm sido surpresas atrás de surpresas. Eu sou daquelas pessoas que não espera nada. Depois da apresentação da coleção, quando me disseram que tinha passado à fase seguinte, disse “WOW!”. E tem sido assim desde então. São emoções que não consigo descrever. Nunca pensei mesmo em apresentar publicamente.

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You Must Wear

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You Must See

Festival Muro 2017 texto por João Patrício foto por Bruno Cunha / GAU

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Lisboa. Do lado de lá das fronteiras juntaram-se ZESAR BAHAMONTE (Espanha), KOBRA, KRAMMER e JHON DOUGLAS (Brasil), GLEO (Colômbia), STEEP (Equador), CIX MUGRE (México) e o COLETIVO MEDIANERAS (Argetina). O evento contou também com uma componente musical, ao som de NOISERV, DJ RIOT e PAUS com JOÃO CARVALHO. Durante quatro dias houve também espaço para visitas guiadas, workshops de arte urbana, debates, aulas de skate, exposições e animação de rua.

Entre 25 e 28 de maio, várias paredes de Marvila receberam uma nova roupagem pela mão de vários artistas de todo o mundo na segunda edição do MURO—Festival de Arte Urbana Lx, uma iniciativa da Galeria de Arte Urbana (GAU), do departamento da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa. Os portugueses GODMESS, LS, KRUELLA D’ENFER, HAZUL e MIGUEL BRUM (que juntos formam a AK CREW), bem como ALECRIM e THE CAVER foram responsáveis por algumas das obras de arte urbana na freguesia de

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You Must Listen

Bent texto por Henri Sequeira foto por Maria J. Sousa

a técnica e ser objetivo com o seu conceito, um dj deve experimentar e explorar. “Procuro inovar, criar sempre algo novo e fresco que me desafie, como pessoa e como músico (...) tento distanciar-me do que um típico dj faz e prefiro desafiar o público com novos conteúdos e novos sons”. Considerado como um dos pioneiros de Future Beats no Porto, BENT interliga no seu trabalho, influências de hip hop, áudio experimental, funk, house e uma pitada de soul. Em 2006, ganhou o seu primeiro prémio no Optimus Alive Tour e, com o seu colectivo LIMBLESS STEP apresentou-se no Red Bull Music Academy em 2013. Mais recentemente, criou “BENT convida” um projeto, onde são convidados artistas (inter)nacionais a apresentar o seu trabalho na já conhecida “DOWNTEMPO” a residência que BENT abre a público, semanalmente, nos Maus Hábitos: Espaço de Intervenção Cultural.

MARCO TAVEIRA, 28 anos, dá-se a conhecer por BENT, um artista residente no Porto que criou uma identidade híbrida do graffiti com a música. Iniciando-se nas artes desde cedo, comecou a explorar o graffiti aos 12 anos de idade. Seguindo um rumo relacionado com as artes plásticas, BENT expressa através da instalação, essa fusão entre o desenho/graffiti, do papel para a parede. O seu último projeto “Sellfish” (sell.the.fish) comecou como “um sketch que se manifestou na rua” onde há sempre a necessidade de “vender o peixe” a um público com fome pela street art. O seu trabalho pode ser encontrado pelas ruas do Porto, acompanhado de outros artistas com os quais iniciou esta prática (como o GODMESS e o RATO54) . Mas a street art já não é vandalismo e assim BENT expandiu-se para um campo da arte em constante mudança: a música. Enquanto que um graffiter tem que dominar

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You Must See

PROFILE "A CRIATIVIDADE PODE SER APLICADA EM QUALQUER ÁREA DA VIDA, E É UM ELEMENTO ESSENCIAL NO CONTEXTO DO TRABALHO" ANA MARTA FERREIRA

foto por Andy Dyo direção e styling por Tiago Ferreira

make-up por Verónica Zoio convidado especial Enzo Maravilha

talent Ana Marta Ferreira - Hit Management

brincos Cheap Monday e stylist own, jumpsuit H&M, estola David Ferreira AW18, chinelos Dior na Loja das Meias Enzo: coleiras H&M


You Must Listen

texto por Gil Abreu

Shift Imprint

foto por Lourenço Martins

Em Outubro do ano passado, a SHIFT IMPRINT apresentou-se como uma editora, ao lançar o primeiro disco e distribuiu o mesmo pelos quatro cantos do mundo nas melhores lojas da especialidade. Neste momento, no Musicbox Lisboa, tem realizado as suas label nights e o próximo disco está agora a ser prensado e em breve estará disponível. A PARQ falou com os membros desta promissora editora que tem dado mais música para dançar a Lisboa e ao Mundo.

O EP de estreia contou com a voz de Jerry The Cat e com a remistura de K-Alexi –mítico Dj e produtor de Chicago e este segundo disco é da autoria de Gari Romalis, de Detroit. Qual a relação da Shift Imprint com os Estados Unidos? Bem, colocada a pergunta dessa forma, realmente parece que temos uma forte tendência para artistas Americanos, no entanto, nada foi definido previamente, aconteceu ser assim, o primeiro disco por acaso conta com dois americanos, o JERRY e o K-ALEXI, mas foi feito por um português, o AUDIOPATH. Uma das remisturas é de outro português, o MECHANIQUE. O segundo disco é inteiramente da autoria do GARI ROMALIS e nem sequer foi escolhido especificamente, por isso ele mesmo enviou-nos várias faixas por vontade própria e aconteceu de forma natural. Obviamente que a música afro-americana está bem presente nas nossas influências, mas, temos boas relações com artistas de vários pontos geográficos. EUA é um deles.

A editora, além dos discos, tem estado ativa no Musicbox, para quem ainda não foi a nenhuma das noites, como as descreve? Muito resumidamente, as noites que desenvolvemos no Musicbox cruzam vários tempos e geografias, tanto nos discos que rodamos como também nos DJs e produtores que para ela contribuem. Até agora, misturámos convidados externos à editora: ROBERT DREWEK ou RUI TRINTAEUM, com os Djs “habitués” que fazem parte do núcleo motriz da editora, AUDIOPATH, DJ AL e JERRY THE CAT, (estes dois últimos recentemente criaram um novo projeto para estas noites, “Mambojambo”, JERRY nas congas e voz e DJ AL nos gira-discos). Temos também live acts como foi o caso do MECHANIQUE na última edição e por falar em live acts temos uma atuação residente, os ADSR UNIT que basicamente são um grupo de jovens músicos/ produtores que na sua maioria já colaboram com outros projetos que não apenas a SHIFT IMPRINT, ao qual lançámos o desafio de criarem sempre novos conteúdos musicais a cada evento.

Porquê edições exclusivamente em vinil num Mundo aparentemente cada vez mais digital? Porque é simplesmente o formato que mais prazer nos proporciona, quando vamos passar música é o que gostamos, acreditamos e, é assim que queremos ver a nossa música a ser distribuída. Nada nos impede que um dia façamos lançamentos em digital ou outro formato, mas por agora e até ver, não pensamos muito nisso, ainda.

Como a Shift Imprint vê o seu futuro e, também, da música de dança? É muito difícil ver um futuro nítido quando temos um projeto tão recente em mãos, até porque sentimos que a variedade e mutação fazem parte da nossa identidade e vamos esperar para ver o que esse tal futuro nos reserva. Em relação ao futuro da música de dança no geral, esse então, fica ao cargo da imaginação de cada um.

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You Must Listen

Summertime Music texto por Carlos Alberto Oliveira

Os dias grandes e soalheiros estão aí. Nada como aproveitar o Verão, viajar, passear, ir à praia, ler e ouvir as últimas novidades da época.

Apocalypse é o novo single do novo álbum dos CIGARET TES AFTER SEX com o mesmo nome e que sai a 9 de junho. Aguarda-se mais um conjunto de canções perfeitas para ouvir preguiçosamente ao final da tarde, numa esplanada, junto ao mar.

A cantora WAXAHATCHEE vai editar o seu novo álbum Out in the Storm a 14 de julho pela Merge Records. Como avanço do disco, a artista já editou o pujante single “Silver”.

O trio das manas rockers da Califórnia HAIM regressa com o seu novo álbum Something To Tell You, após quase quatro anos do seu excelente disco de estreia Days Are Gone. O disco sai a 7 de julho. Os ALT-J vão finalmente lançar o seu muito aguardado terceiro registo de originais Relaxer e o primeiro single chama-se "3WW". O novo longa duração da banda disco será editado a 9 de junho via Infectious.

O duo londrino OH WONDER edita o seu novo disco UIltralife no dia 16 de junho via Island. São já conhecidos os dois docinhos pop "Ultralife" e "Lifetimes".

A magnífica cantora holandesa AMBER ARCADES está de volta com o seu novo LP Cannonball, que sairá a 2 de junho pela Heavenly Recordings. E a julgar pelo lindíssimo single “Cant’ Say That We Tried”, aguardam-se surpreendentes novas músicas.

O tão aguardado novo álbum da extraordinária BETH DIT TO tem como título Fake Sugar. Terá 12 faixas, e sairá no dia 16 de junho. A anterior frontwoman dos GOSSIP já editou o eletrizante single “Fire.”

Os indie rockers FLEET FOXES vão lançar o seu muito aguardado Crack-Up a 16 de junho pela editora Nonesuch Records. O álbum sucede ao extraordinário disco de 2011 Helplessness Blues.

Magnífico regresso para os UNKLE com o novo álbum The Road Part 1 que sai a 23 de junho. A julgar pelos avanços dos temas "The Road" (feat. Eska) e “Sick Lullaby” (feat. Keaton Henson), o disco promete.

Os veteranos SPARKS, que dispensam apresentações, editam a sua nova obra Hippopotamus a 8 de setembro.

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You Must See

Nadja Stäubli texto por Braúlio Amado

Tapete, SCHÖENSTAUB

NADJA STÄUBLI é uma criadora suiça, originária de Zurique. Conhecemo-nos em Nova Iorque em 2010 e foi impossível não ficar apaixonado pela energia que emanava. É fotógrafa, DJ, e fundou a sua própria empresa, a SCHÖENSTAUB. Sem termos planeado, reencontrámo-nos no mês passado em Tóquio e esta entrevista serviu para me pôr a par do que ela tem andado a fazer.

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You Must See Vivendo. Apenas fotografo em analógico e não faço um trabalho de estúdio. Por isso tudo é em torno da vida real, com um certo grau de crueza. Fico sempre muito feliz quando uma marca ou revista aprecia o meu estilo de fotografia. Continua a ser a minha grande paixão, mas, sinceramente, aqui preciso de ajuda, uma galeria ou agente para organizar esta minha área de trabalho. Recentemente, tive a liberdade total de fazer todos os retratos de um Redbull Music Academy Weekender e foi um encontro incrível com tanta gente talentosa. Tenho dificuldade em me apresentar como Dj, porque tenho tantos amigos que vivem disso de forma profissional. Sou uma Dj que trabalha na área com bastante regularidade e produzo muitos mixes. A música foi o meu primeiro amor desde que comecei a ouvir ISAAC HAYES e MICHAEL JACKSON. Preciso de música e sou um produto do soul e do rap e sinto-me feliz por estar a viver os anos 90 pela segunda vez.

Parece que iniciaste uma volta ao mundo. Há quanto tempo começaste? Até agora qual foi a tua cidade favorita? Para onde vais a seguir? Iniciei este desejo em Fevereiro, ou seja, em termos relativos foi há muito pouco tempo. Estou a tentar combinar viagem com trabalho. É difícil de dizer qual foi a minha cidade favorita até agora, mas indo pelo óbvio, tenho que considerar Tóquio. Claro, também porque nos reencontrámos aqui. A cidade é tudo o que eu imaginei e muito mais. Sinto que são 23 cidades dentro de uma. Sempre imaginei que Nova Iorque era gigante mas Tóquio é realmente um outro nível. Gosto da forma como este povo parece não depender do resto do mundo. Adoram moda e o próprio design que produzem. É impressionante como estão todos a usar vinis em todos os lugares onde se pode ouvir boa música. Eles dão tanta atenção ao detalhe, nada é feito com pressa e tudo transpira elegância. A minha próxima paragem é Camboja. Eu cresci com muitos cambojanos e sempre tive curiosidade em conhecer o seu país de origem que tem uma longa história. Sentes falta da vida que levavas em Zurique? Como é a cena criativa na tua cidade? Vivi grande parte da minha vida em Zurique, por isso não sinto muito falta da minha cidade natal. Apenas sinto falta de algumas pessoas que ali vivem, os meus amigos. A cena criativa em Zurique é bastante dinâmica, mas sendo uma cidade pequena quando comparada com cidades de dimensão internacional, faz com que não se repare muito ou seja mesmo levada a sério. Tenho tantos amigos a fazerem coisas incríveis, no design de interiores, na animação de clubs, na hotelaria, na música... É mesmo um ambiente muito criativo diversificado. Apesar disso, tenho uma relação de amor-ódio. Há sempre uma altura que me começa a irritar a seriedade, a ordem e a limpeza na Suíça. Mas tenho tanto orgulho em ser suíça e agradeço tudo que Zurique já me deu. Por isso vou ter sempre que voltar e irritar-me sempre que necessário. Quando fundaste a Schöenstaub era, essencialmente, uma empresa de tapetes, criados por ti, agora envolve cerâmicas e colaborações com outras marcas e artistas. Como é que isso tudo aconteceu? Estava tudo nos teus planos? Tudo começou com o meu bacharelato em fotografia em Zurique em que pretendi no trabalho final criar um suporte diferente e assim nasceu a primeira impressão fotográfica num tapete. Não imaginava que isso me levasse a fundar uma empresa e a fazer disso um projeto profissional, mas acabou por acontecer e, até agora, tem sido bom. Quero modernizar a visão dos tapetes e, como sou um animal social, isso tem-me permitido chamar novos artistas para o projeto e estar sempre a produzir coisas que são realmente novas e diferentes. Mas sonho com mais colaborações no futuro, com marcas e designers de todas áreas, não apenas no design de interiores. Gostaria de trabalhar com marcas de moda, com designers gráficos, com revistas. Penso vir a ter uma pequena equipa a desenhar produtos para casa, não apenas tapetes. Procuro qualidade acima da quantidade.

Foto, ©NADJA STÄUBLI

Se pudesses escolher uma pessoa para fotografar, quem estaria nas tuas prioridades? Adoraria passar um dia relaxante com SADE ou os OUTKAST. Enfim, a lista poderia ser muito maior, mas, definitivamente, alguém dentro da área da música, porque gosto de músicos.

Para além da Schöenstaub, também és fotógrafa, artista e Dj. Talvez me esteja a esquecer de alguma coisa. Como é que concilias tudo isso?

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You Must Wear

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You Must Wear

Seixal Moda texto por Francisco Vaz Fernandes styling por Sérgio Onze ass. styling por Adriana Rodrigues

foto por António Medeiros modelo Sveta Kafafova

hair Eduardo Estevam make-up Sêni da Silva

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uma atenção especial na divulgação junto das escolas, bem como, posteriormente, um acompanhamento para que os projetos selecionados se concretizem até ao final. Ajudas são muitas até porque não precisam de saber costurar. A produtora tem uma equipa que se encarrega de dar forma às ideias. Este ano a coleção de moda vencedora pertenceu ao grupo formado por CATARINA SILVEIRA, JOSIANDRA PENELAS e MARGARIDA GUERREIRO que têm 18 anos e frequentam a Escola Secundária José Afonso. A PARQ foi este ano parceira, oferecendo a produção de um conjunto de imagens, criadas por profissionais a partir da coleção vencedora, que decidimos agora publicar.

Permitir os primeiros passos a quem sonha com um percurso na área da moda, parece ser a missão do Seixal Moda. O concurso, organizado pela Associação N Estilos, é dirigido aos jovens do concelho que são avisados pelos meios oficiais, mas também pela passa palavra, até porque após 24 anos de existência, o Seixal Moda tornou-se uma instituição sobejamente conhecida. O dia do evento é sempre muito desejado, garantindo sempre uma multidão que faz deste concurso um dos mais populares da região. É nas escolas secundárias do concelho do Seixal que se encontram muitos dos potenciais inscritos, até porque, uma parte do concurso, dirige-se, particularmente, a candidatos e modelos, dos 15 aos 20 anos. Daí que haja

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You Must Wear

Náutico texto por Maria São Miguel

coleção vem com 4 motivos diferentes, para mulher tem como base o modelo slim e para homem o modelo top.

Havaianas combinam sempre com praias, com ambiente marítimos e como tal, uma edição com motivos gráficos náuticos apenas vem confirmar um ajusto perfeito. Esta

Centenário texto por Maria São Miguel

Fundada em 1917 pelo fotógrafo italiano GIUSEPPE RAT TI, a Persol comemora os seus 100 anos com a edição de um modelo (9649SG Limited Edition) cheio de detalhes de luxo. Os 200 exemplares apresentam a famosa seta das hastes, em ouro de 18 quilates. A inscrição da data do centenário da Persol ouro numa das hastes certifica a edição limitada destes 9649SG.

Com um perfil muito semelhante ao modelo mais exclusivo, a Persol lançou ainda de forma mais abrangente o PO6649S na seguinte gama de cores: havana vermelho com lentes azuis cristal; havana claro com lentes verde escuras; café com lentes degradê castanhas; havana com lentes polarizadas castanha; preto com lentes polarizadas verde; e Terra di Siena com lentes azuis claras.

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You Must Wear

Beauty texto por Maria São Miguel

CK All

Hugo Boss Iced

É um dos símbolos dos anos 90, propondo-se como um perfume Unisexo pensado para a geração X que procurou dissipar barreiras de género sexual. Hoje é um clássico que tem conhecido muitas versões. All é a proposta desta estação, leve, cítrico e refrescante. Ou seja, bastante veranil, para usar e abusar sem nunca enjoar.

O novo Hugo Boss Iced, agora em garrafa metálica, é uma nova versão do original, pensado para o homem citadino que procura uma sensação matinal de frescura e de energia revitalizante. Parte de uma experiência olfativa que combina menta, chá verde e vetiver com laranja amarga.

Perfumes do Sul

Givenchy

Atelier Cologne é uma nova marca francesa introduzida em Portugal pela Sephora em exclusivo. A proposta de Atelier Cologne, fundada em Paris foi criar uma marca de luxo que explorasse o universo das colónias a partir de um conhecimento artesanal italiano em perigo de se perder. Ou seja, são experiências olfativas que nos trazem memórias quentes e doces. Verão, brisas marítimas, céu azul, muito azul e jardins. Porque apenas recorrem a produtos naturais são aromas de grande intensidade e permanência olfativa.

A nova linha de make up de verão da Givenchy é inspirada na gipsofila, a quem atribuímos leveza e resistência. É assim que com a máscara Noir Couture Volume Waterproof Blue Gypsophila se cria uma película densa e de longa duração. Adiciona às pestanas volume e resistência à água. O Encre à Cils Green Gypsophila é um top coat, não pegajoso, que previne que qualquer máscara seque ou escorra. O produto é tingido com verde madre-pérola que lhe fornece uma cor mais profunda e com mais brilho. Por fim, um toque de ousadia em dois batons, Le Rouge Coral Gypsophila e Le Rouge-à-Porter Red Gypshophila para criar uma linguagem única e sensual nos lábios de verão.

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01. Fila 02. Zero UV 03. Casio G-Shock 04. New Era 05. Palladium 06. Fred Perry 07. Franklin&Marshall 08. Raey 09. Merrell 10. Le Coq Sportif 11. Adidas 12. Dockers

You Must Shop 4 Him

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You Must Shop 4 Her

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01. Wrongler x Peter Max 02. Mango 03. Converse x Missoni 04. LAcoste 05. Birkenstock 06. MArc JAcobs 07. H&M x Zara Larssom 08. Givenchy 09. Ipanema 10. Billabong 11. Komono 12. Fred Perry x Amy Winehouse

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Soundstation

Gorillaz

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Soundstation

No final somos todos Humanos A alvorada do disco nasceu da hipotética ideia de que se acordássemos num mundo em colapso catalisado por um estranho evento radical o mundo seria uma caótica realidade. O disco marca desta forma o regresso dos GORILLAZ. Chamaram Humanz ao seu novo e quinto registo de originais, após um hiato de sete anos do grupo. Este novo mundo da banda animada é incrivelmente enriquecido pela diversa e prolifera quantidade de colaboradores que acabam por ser as estrelas do disco.

texto por Carlos Alberto Oliveira

A lista dos convidados vai desde a diva do Rhythm and Blues e Gospel MAVIS STAPLES ao promissor jamaicano POPCAAN, passando por VINCE STAPLES, a GRACE JONES, os DE LA SOUL e ZEBRA KATZ, entre outros. Recentemente DAMON ALBARN explicou numa entrevista que convidara tão grande e variado número de artistas para impressionar a sua filha.

Impressionantes são também os acordes dos sintetizadores que acompanham ALBARN em “Busted And Blue”, que nos rementem para os ART OF NOISE, sobretudo na maravilhosa canção “Moments of Love”. Doce, doce é o tema “Submission” com a colaboração de DANNY BROWN graças à magnifica voz de KELELA.

Embora contando com tantos contributos, na verdade Humanz não difere muito dos anteriores registos que a banda nos tem oferecido. Antes pelo contrário, resulta num caldeirão de referências que conduz o álbum a bom porto, é certo, mas sem inovar ou introduzir propriamente nenhuma transgressão de barreiras musicais.

Surpreendentemente, Humanz não apresenta nenhum tema que seja um forte candidato a Hit comparativamente a “Dare” do álbum Demon Days ou de “Clint Eastwood”, do seu disco de estreia homónimo. No entanto, entre as vinte faixas encontramos momentos memoráveis o suficiente para nos prender a atenção como “Andromeda”, com a participação de D.R.A.M ou de “Hallelujah Money”, com a colaboração de BENJAMIN CLEMENTINE.

Dir-se-ia que a banda optou por crescer num sentido mais abrangente, tendo criado o Demon Dayz Festival e estando a trabalhar numa série para TV de 10 episódios, apenas para referenciar algumas das suas atividades. Contudo, se por um lado a tecnologia está cada vez mais presente na vida da banda, por outro, ao vivo, há cada vez mais a presença humana dos elementos da banda. Inicialmente foi proposto aos colaboradores que imaginassem como reagiriam se Donald Trump ganhasse as eleições para presidente. A ideia era registar o confronto com uma distopia ficcionada. Contudo, dados os resultados, a edição foi feita com uma produção politicamente correta. No entanto, por muito desbastado que tenha ficado, podemos ainda encontrar um esgar desse registo na magnífica interpretação de GRACE JONES em “Charger”, na ferocidade de JEHNNY BETH em “We Got The Power” ou no melodramático BENJAMIN CLEMENTINE em “Hallelujah Money”. Curiosamente este último tema foi o escolhido para ser o primeiro single do álbum. Musicalmente o disco não deixa de ser um bálsamo para os nossos sentidos com tantos tiques eletrónicos. Essas inúmeras referências podem ir desde os sintetizadores que evocam JOHN CARPENTER em “She’s My Collar” com a participação de KALI UCHIS ou o sabor a Funk-Soul dos EARTH, WIND & FIRE em “Strobelite”.

Temas como “Carnival” com ANTHONY HAMILTON, “Strobelite” com PEVEN EVERETT ou “Let Me Out” com MAVIS STAPLES e PUSHA T não são propriamente músicas de segunda divisão mas também não acrescentam nada no panorama do Hip-Hop composto pela banda no passado. Contudo, a banda volta a marcar pontos nesta linha musical com o refrescante “Saturnz Barz” graças ao contributo de POPCAAN. Adivinha-se que “Momentz”, com os DE LA SOUL a liderarem as hostes, possa ser uma explosão nas pistas de dança, tal como “Sex Murder Party” com a colaboração de JAMIE PRINCIPLE & ZEBRA KATZ, sobretudo pelas fortes batidas que iniciam a música. Apesar da festa anunciada, Humanz revela-se como um disco fragmentado e desnivelado, cheio de estrelas que são uma preciosidade para cada um dos seus temas mas que não eleva a brilhante o álbum como um todo. Mais interessante e revigorante que os seus antecessores The Fall e Plastic Beach, mas a uns furos abaixo do homónimo Gorillaz e de Demon Days.

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Soundstation

Roger Roger Roger Roger Roger Roger Roger

Plexico Plexico Plexico Plexico Plexico Plexico Plexico

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Soundstation

Hip Hop com vistas largas A dupla portuguesa ROGER PLEXICO —SLIMCUTZ e TASEH— apresenta mais um trabalho na Monster Jinx, Where The Sidewalk Ends, visões musicais profundas de lugares que a vida esqueceu. texto por Rui Miguel Abreu

“Where are you?”. Estas são as primeiras palavras que se escutam em “Grossinger’s Catskill Resort”, a faixa de abertura do novo trabalho de ROGER PLEXICO, Where the Sidewalk Ends. Se usarem o google para encontrar esse resort, que fica perto de Nova Iorque e é um sítio “real” (embora tudo em ROGER PLEXICO nos obrigue a questionar o que é a realidade, mas já lá iremos...), irão encontrar um lugar abandonado, esquecido pelo tempo. O mesmo acontece com o lugar que inspira o tema “Guliver’s Travel Park”, um parque temático algo surreal no Japão, ou com a estrutura que cedeu o nome para o título de “Jetstar Rollercoaster”, uma montanha russa destruída pelo furacão Sandy e atirada ao mar pela força da tempestade... Se forem espreitar os títulos de No Man's Land vão igualmente descobrir espaços abandonados pelo tempo, resguardados pela memória, mas desprovidos de presente. O que faz sentido: este projeto —imaginado pelos produtores SLIMCUTZ e TASEH, duas cabeças pensantes da etiqueta Monster Jinx— viveu sempre dessa fantasia, dessa relação criativa com o tempo —dois pés no presente e imaginação no passado. Ou vice-versa, nunca se sabe. Musicalmente, Where the Sidewalk Ends é talvez o mais ambicioso projeto de ROGER PLEXICO que além do já citado No Man's Land (2015) soma ainda a estreia com Who is Roger Plexico? (2014) e o álbum colaborativo com ACE Roger Plexico & Ace (2015) além, claro, de faixas soltas em compilações da Monster Jinx e algumas remisturas e produções para trabalhos de gente como DEAU ou MUNDO SEGUNDO. É que, de forma muito discreta e tranquila, a identidade ROGER PLEXICO tem vindo a afirmar, uma sofisticada marca autoral com produções que equilibram riqueza textural e imaginação melódica, características perfeitas para fazer derivar o pensamento, tanto em instrumentais, como quando há MCs por perto.

No novo álbum, ROGER PLEXICO vai mais longe: as baterias começaram por ser sampladas, mas ganharam depois espessura real, quando PEDRO VASCONCELOS meteu baquetas em cima de pele no estúdio de Vale de Lobos. As gravações das “drum tracks” ficaram a cargo de PEDRO VIDAL, que ainda acrescentou uma guitarra “lap steel” a “Aniva Rock Lighthouse”, e a masterização ficou a cargo de um dos mais exigentes mestres na gestão de agudos médios e graves, compressões e brilhos —MIGUEL MARQUES do SDB Mastering. Na lista de ferramentas —sobretudo os teclados como o Fender Rhodes, o Juno 106, o Yamaha DX7 ou o Moog Voyager, para citar apenas algumas das naves que ROGER PLEXICO levou para as suas visitas a estes lugares inóspitos— adivinha-se mais uma maneira de reinventar o passado, como se ROGER PLEXICO navegasse em busca de ecos do tempo em que todos estes lugares vibravam com a promessa de um futuro que não chegou a acontecer. O resultado é impressionante: ROGER PLEXICO cria uma espécie de Library: ROGER PLEXICO cria uma espéde ecos do tempo em que todos estes lugares vibravam com a promessa de um futuro que écie de Library Music do presente: uma música evocativa em que o hip hop é sempre e apenas ponto de partida, mas onde as coordenadas das viagens incluem o jazz e o easy listening, o yacht rock e o AOR que, outrora, evocou praias de águas azuis, iates de magnates, palmeiras que de tão reais até pareciam de plástico e helicópteros parados no topo de arranha-céus espelhados. Se pegarem no telescópio e o apontarem para o topo de um desses prédios, é natural que ainda vislumbrem a figura de Roger Plexico, mala de executivo na mão, provavelmente com fitas dentro para entregar ao produtor de um qualquer filme de Hollywood que, com um bocado de sorte, ainda poderão encontrar em VHS numa loja de segunda mão algures.

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Central Parq — Street Art

Kruella D'Enfer

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Central Parq — Street Art

Existence Without Form

texto por Joana Teixeira

Exponho, logo existo. KRUELLA D'ENFER surpreendeu-nos, novamente, com uma viagem mística ao âmago da sua existência como artista visual, desta vez com a exposição “Existence Without Form”, no Espaço Artroom, em Lisboa. Esta exposição individual foi um jogo a três, que contou também com a participação de JOÃO ALMEIDA SANTOS, ghostwriter encarregue da componente escrita, e de ALBERTO VIEIRA, Dj e co-fundador da editora Discos Armada, encarregue da banda sonora original da exposição. “Existence Without Form” foi o ponto de encontro de KRUELLA com a sua essência. Num diálogo entre texto, som e ilustração, materializou uma regressão às suas origens artísticas —um triângulo de simbiótico, não fosse “três” o número da perfeição. A senha de entrada para a exposição —"infinito"— levantava uma ponta deste véu de misticismo visual sob o qual a artista tinha montado uma viagem espiritual à descoberta da identidade humana, com paragem obrigatória nos universos do oculto e sobrenatural. Através de estandartes em cetim pintados à mão, KRUELLA contou uma história de cor intemporal com criaturas misteriosas, rostos desconstruídos e símbolos místicos como personagens principais. Com o objetivo de proporcionar uma experiência transcendente e incomensurável ao observador, a artista colocou ainda à sua disposição, a bíblia da exposição —um livro com textos, ilustrações e uma cassete com a banda sonora— para que todos pudessem levar um pouco desta aventura para casa. “Existence Without Form” foi a expedição de KRUELLA D’ENFER, de estandarte em punho, em busca do “eu” —qual FERNANDO PESSOA das artes visuais.

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Central Parq — Street Art

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Central Parq — Street Art

chamar espiritual. Tenho fascínio pelo oculto desde muito cedo, desde as histórias que ouvia em criança na minha aldeia em Tondela, que sempre me despertaram curiosidade. Sempre gostei de testar os limites dos meus medos e também da minha imaginação. Desde filmes como “Eyes Wide Shut” ou “Holy Mountain” a documentários sobre cultos, maçonaria, filosofias e religiões, e músicas mais dark e pesadas —tudo isso contribuiu para o que explorei nesta exposição. São imensas as referências e são todas muito pessoais.

Como é que a KRUELLA existe sem forma? Existe nas energias que transmite e que recebe, no que acredita, no que questiona diariamente, no que ambiciona mas sem grandes planos porque sabe que o futuro é incerto e faz pouca questão de se prender ao passado. Porque decidiste explorar também as palavras e os sons nesta exposição? Neste momento o mais importante são os meus amigos, e convidei dois deles para entrar nesta aventura comigo. Tanto o ALBERTO VIEIRA como o JOÃO ALMEIDA SANTOS precisavam de um projeto assim e, então foi a altura e a junção perfeita. Tive logo a noção, desde o início, de que seriam o complemento que faltava para as minhas peças, que já eram complexas, mas que desta forma conseguiriam transmitir a mensagem que idealizei e que enriqueceu brutalmente com a presença deles.

Quando viste a exposição pronta a ser inaugurada, o que desejaste que as pessoas experienciassem ao visitá-la? Quis, acima de tudo, que sentissem que estava completa, que era uma experiência, que perdessem tempo a ler, a ver as peças, a ouvir a música. Que reparassem que havia uma mensagem, mesmo que desse para perceber logo pela estética, que ia muito para além disso. Que reparassem que também houve um esforço muito grande para fazer acontecer esta exposição, que houve muitas pessoas incríveis envolvidas. Acho que senti isso nas pessoas e nas opiniões que fui ouvindo, senti que as consegui transportar para o meu mundo.

“Existence Without Form” é descrita como uma descoberta espiritual. É esta a tua exposição mais íntima até agora? Consideras que estás a fechar um caminho na arte e à procura de outro, sendo esta exposição o momento de transição? Esta exposição foi, sem dúvida, um caminho muito profundo e longo comparando com tudo o que fiz até agora. Senti que precisava disso numa altura em que o meu estilo se está a definir cada vez mais e a modelar-se para um caminho que me deixa, acima de tudo, muito feliz. Era a altura ideal para o fazer. O convite do Artroom surgiu num momento em que havia muitas mudanças na minha vida e eu precisava de me focar e direcionar energias para um projeto que fosse exatamente o que tinha na minha cabeça.

Continuas à descoberta de ti própria ou encontraste-te nesta exposição? Aprendi muitas coisas nestes últimos meses e sinto que a paz comigo própria é cada vez maior. Continuarei incansavelmente à procura (de qualquer coisa), continuarei a questionar-me e a não sentir medo do que possa vir, nem a perder tempo com o que está para trás, porque no fundo é isso que me faz sentir viva e realizada.

Sempre manifestaste nos teus trabalhos um fascínio pelo místico, mas penso que nesta exposição exploraste isso muito mais a fundo. O que te fascina no conceito do obscuro? Tu própria, és uma pessoa espiritual? Eu considero-me uma pessoa misteriosa, não gosto de lhe

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Central Parq — Magazine

Dog

Entrevista Julian Victoria e Matthew Porter texto por Roger Winstanley

Dog é uma revista de lifestyle inglesa que tem como ponto de vista, todos aqueles que têm cães ou que gostam de cães. Editada por JULIAN VICTORIA e MATTHEW PORTER, a revista procura explorar diferentes narrativas, em torno da vida dos cães e dos seus donos num contexto urbano contemporâneo. A primeira edição tinha como imagem de capa, um Stabyhound, uma das raças mais raras do mundo, motivo pelo qual foram conhecer a sua região de origem, a Friselândia e captar algumas histórias locais. São sempre registos que ultrapassam a descrição da raça e os levam a contar episódios de vida peculiares de alguns donos, que partilham a alegria da sua experiência de ter um cão, exibindo o seu estilo de vida, no contexto da cidade e sociedade em que se inserem. Ou seja uma forma de ver o mundo a partir de quem também tem um cão. Esta nova edição que acaba de sair tem, como tema central, o Shiba Inu, uma raça de origem japonesa que se torna pretexto para os editores mergulharem na cultura japonesa e na relação dessa sociedade com os cães, trazendo mais uma vez muitas histórias particulares. Encontrámos JULIAN VICTORIA e MATTHEW PORTER em Lisboa, onde fizeram uma pequena apresentação do projeto a convite do “Apartamento”. A PARQ esteve lá e deixou-se embalar no mundo maravilhoso da DOG.

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Central Parq — Magazine

O melhor amigo do Homem O que é que a Dog tem para oferecer de diferente de outras revistas de cães? Matthew: Nós mergulhamos, essencialmente, no terreno das viagens e lifestyle, sendo que a abordagem da revista vem a partir do seu tema central que é, ser dono de um cão. A Dog é, nesse sentido, uma revista dominada por temas referentes a cães, mas que acrescenta materiais paralelos referentes aos países que vamos visitando na preparação das edições. Há também temas díspares que apenas incluímos, porque consideramos interessantes sem necessariamente estabelecer uma relação com o universo dos cães. Junto a esta questão do conteúdo, procurámos dar espaço a novos talentos emergentes. Gostamos de dar oportunidade a escritores, fotógrafos e ilustradores de contribuírem nas nossas edições. Queremos que a revista seja vista, também, como uma plataforma de divulgação dos seus trabalhos. Todos estes elementos juntos contribuem para uma revista diferente. Querem falar do vosso primeiro cão? Julian: Quando era jovem, costumava recortar de revistas imagens das coisas que gostaria de ter quando fosse adulto. Metia tudo numa caixa o que incluía o carro, os sítios que desejava visitar e o cão que sonhava ter. Lembro-me que era um tipo de Terrier que encontrei numa página publicitária de mantas de caxemirê. Fiquei imediatamente fascinado com a imagem desse cão e percebi, nesse momento, que seria um cão dessa raça que gostaria de ter. Quando estava na altura de ter um cão, voltei a casa dos meus pais e, procurei na caixa o tal recorte, só para certificar o que já tinha de memória. Então, é assim que surge Sophia, um Lakeland Terrier que tem atualmente 13 anos e que, na verdade, corresponde a tudo que eu sempre quis. Ela é uma ternura e uma excelente companhia. O MAT THEW ainda não tem cão, mas ele costuma tomar conta da Sophia, especialmente quando viajo.

Acham que os cães estão a ultrapassar os gatos nas redes sociais? Matthew: Os gatos são criaturas muito divertidas. A sua agilidade e capacidade de se colocarem em situações caricatas proporcionam evidentemente muitas fotografias e vídeos com piadas engraçadinhas. Não sei se os cães vão conseguir entrar tão facilmente nessa competição. O certo é que tudo o que envolva um animal irá sempre captar a nossa atenção. Em termos gerais gostamos muito de personificar as ações dos animais. Faz parte da nossa relação com eles, o que significa que, para muitas pessoas, os cães e os gatos são, de facto, relevantes nas suas vidas. Agora que estamos todos on-line, quais são os vossos motivos para fazerem uma revista impressa? Julian: Há sempre algo mágico quando se toca numa revista impressa. A sensação da diferença dos papéis, os detalhes da fotografia e até o cheiro de um exemplar novo são, já por si, toda uma experiência que tu não consegues no on-line. As pessoas querem ter essas experiências na vida e, por isso, é que há indivíduos a investirem em publicações impressas como as nossas. Uma verdade incontestável sobre Cães? Julian: Por exemplo: os cães são um espelho da personalidade dos seus donos. Isso é mesmo verdade! Os cães são sensíveis aos estados emocionais dos donos e podem ser de facto um espelho das suas emoções. Como gostariam que a revista “Dog” evoluísse no futuro? Julian: Há tantas maneiras por onde evoluir, mas uma delas seria na periodicidade. Neste momento fazemos duas edições ao ano, mas seria excelente que pudéssemos publicar pelo menos quatro vezes ao ano.

Parece-me que cada vez mais pessoas procuram cães de companhia. Vocês não têm a mesma impressão? Matthew: Claro, os cães fazem, cada vez mais, parte de uma casa, mas se calhar, apenas estamos mais conscientes disso pela presença crescente de cães em todo o tipo de redes sociais. Certamente que são muito mais visíveis hoje do que foram no passado. As pessoas têm, hoje em dia, maneiras de estar muito diferentes das do passado. Com o crescimento da tecnologia e a mudança nas nossas relações com o trabalho, um número crescente de indivíduos trabalha, cada vez mais, a partir de casa ou então, em espaços em que é permitido a presença de cães, o que tornou ser dono de um cão mais popular e também mais fácil. Assistimos também a uma mudança de atitude nos espaços públicos Temos hotéis, cafés e restaurantes que são cada vez mais tolerantes com a presença de cães. Ter um cão agora envolve muito menos sacrifícios em termos de privações sociais. Adoramos acompanhar estes fenómenos em mudança que, na verdade, tornaram-se temas correntes de discussão na nossa revista.

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JULIAN VICTORIA & MATTHEW PORTER no Apartamento em Lisboa


Central Parq — Design

Ronan Bouroullec

L'Oiseau, RONAN & ERWAN BOUROULLEC / ©MARC EGGIMANN

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Central Parq — Design

Erwan Bouroullec

Chaines, RONAN & ERWAN BOUROULLEC

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Central Parq — Design

Less is More texto por Carla Carbone

Of ficina, RONAN & ERWAN BOUROULLEC

A dupla tem-nos habituado também a tons suaves e a impressões subtis. Na coleção “Officina”, podemos observar os tons rosa do espaldar e assento de algumas cadeiras. Certas cadeiras apresentam polipropileno moldado por injeção, no encosto e assento, outras acrescenta-se-lhes um reforço em fibra de vidro, se for para serem usadas no exterior, ou ainda polipropileno revestido em couro, se for para estar dentro de uma casa. As estruturas que as sustentam são finas e parecem quase apenas linhas, suscitando um revivalismo na ilustração dos anos 50/60. De tão finas custa a acreditar que aguentam o assento e espaldar, quão flor de lótus sobre sinuoso caule. É de facto um trabalho impressionante. A coleção “Officina” parece desafiar a lei da gravidade. Uma das peças que compõem esta coleção é constituída por um grupo de cadeiras unidas entre si, em número de três, apresentam uma estrutura de suporte cujas ligações são um autêntico exercício de linha, a negro. Evoluem de modo leve, em curvas e apelam, mais uma vez, a algo orgânico ou a braços e troncos de uma árvore em perfeito estado de insubordinação. Em suma, a coleção “Officina” é um exercício de fluidez.

Já nos habituámos à leveza formal dos irmãos RONAN e ERWAN BOUROULLEC. Este ano de 2017 não é exceção à regra. Dos elementos vegetalistas estilizados às estruturas racionalistas, próximas de um quadro de valores industrialista reducionista, a dupla vai mantendo uma coerência conceptual que parece percorrer a história do design, num caminho assente em princípios sólidos, ligando o passado ao futuro, sem esquecer o novo que se anuncia. Este ano a natureza é evocada com a chegada de “L’Oiseau”, um pássaro que foi concebido com o único intuito de, sobre a secretária ou sobre a mesa, ter o propósito de nos “fazer companhia”, ou proporcionar uma presença agradável, enquanto trabalhamos ou simplesmente descansamos. Os irmãos BOUROLLEC sempre tiveram um fascínio pela representação de animais. Por esse motivo, este “L’Oiseau” retorna, e é uma nova versão de um outro que foi desenhado pela dupla em 2011. Em verde, branco, cinzento e negro, pode pontuar o espaço e compor um lugar, conferindo dinamismo e um traço contemporâneo, de linhas estilizadas, ao local fruído e habitado.

O projeto “Officina”, pela leveza, pela aparência frágil da sua estrutura evoca o princípio da redução ao mínimo, como em outros tempos, se tentou com a cadeira Superleggere do designer italiano GIO PONTI, criada em 1957, e sob a divisa “less is more”, de MIES VAN DER ROHE.

Os irmãos BOUROULLEC, em 2016, também fizeram um projeto dedicado à luz e à cerâmica: “Chaines”, uma coleção de candeeiros modulares com formas inspiradas nos sinos, surgem empilhados e pendurados no teto.

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Central Parq — Design

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Central Parq — Exposição

Tatuagens

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Central Parq — Exposição

Cicatrizes do Tempo texto por Francisco Vaz Fernandes

Dedicada à arte da tatuagem, a exposição “O mais profundo é a pele”, organizada por CATARINA POMBO NABAIS e CARLOS BRANCO vem, no essencial, revelar um espólio documental do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses de grande interesse social e histórico. Trata-se de um conjunto de registos oficiais entre 1910 e 1940 que o instituto produziu, no intuito de estudar o comportamento de figuras que viviam em Lisboa no início do século XX, descritas como marginais e boémias. As suas tatuagens foram registadas a partir de desenhos e documentadas fotograficamente, mas o seu interesse científico ainda ditou que, dos corpos autopsiados também se fizessem retalhados de pele tatuada para serem preservados em formol. Esses registos prosseguiam o propósito estatal de estudar os indivíduos tatuados, de forma a classificá-los e encontrar, assim, os indícios de padrões comportamentais considerados à época como desviantes. São todos estes elementos, considerados de interesse científico, que são expostos recriando o universo da época.

um dos motivos que aparecia representado como se pode registar nesta exposição. Em geral, aparece associado ao contexto feminino, sendo que mulheres tatuadas representavam ainda assim, um universo muito pequeno e, em geral, relacionado com a prostituição. O famoso quadro de JOSÉ MALHOA, “O Fado” que representa dois famosos fadistas é disso um exemplo. A figura feminina, ADELAIDE FACADA, uma conhecida fadista, prostituta, foi representada por MALHOA, numa primeira versão, com uma série de tatuagens nos braços. A versão que hoje todos conhecemos, cedida para exposição, sofreu uma série de retoques, a pedido de D. Manuel II, para que as tatuagens deixassem de ser visíveis por serem uma visão intolerável para a sociedade da época.

No advento da república, o natural idealismo de uma nova sociedade gerou, tal como, em outros países, todo um labor científico que, em última análise, institucionalizava métodos de repressão. Estas relações, entre o conhecimento e o poder, foram essencialmente evidenciadas por MICHEL FOUCAULT, autor francês que em livros como “Vigiar e Punir”, estudou as formas de repressão dos estados modernos. Claramente, os curadores procuraram trazer essa figura tutelar da filosofia francesa para a compreensão do contexto expositivo e durante o percurso, encontramos na cenografia, a letras grandes, algumas das citações mais conhecidas do autor. Outros pensadores franceses, da mesma época, com estudos em torno da construção do sujeito nas sociedades modernas são igualmente citados, havendo um notório interesse em compor um enquadramento teórico a um caso português, o que dá um certo tom académico a todo o projeto expositivo. Contudo, a singularidade dos objetos expostos e a identificação de uma sociedade marginalizada ultrapassam o enfoque académico do projeto. Como se pode perceber, há um conjunto de população urbana com poucos recursos, em choque com a nova ética republicana. Sendo identificados como vadios, marinheiros e prostitutas que viam as suas tatuagens ser estigmatizadas, estes eram alvo do interesse das instituições estatais que tinham por função criar os mecanismos de os segregar socialmente. Os conflitos entre indivíduos e instituições é, assim mais que tudo, patente nesta exposição que permite restaurar a visibilidade de um conjunto de grupos que, os novos poderes instituídos, através das suas instituições, encarregavam-se de os tornar socialmente invisíveis. Curiosamente, de todos os marginais que eram referidos, o cantor de fado parece ser o que melhor sobreviveu, impondo-se hoje no contexto social dominante. O fado era

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Palácio Pombal Rua do Século, 65, Lisboa das 10:00 às 18:00 Até 25 Junho


MANIFESTO

João Pacola (Karacter Models) e Afonso Peixoto (Talent), fotografados por ANDY DYO, com direcção e styling de TIAGO FERREIRA, e maquilhagem por VERÓNICA ZOIO Afonso: tshirt H&M, brinco FRAGA JEWELRY

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João: boina, coleira e cinto da produção, tshirt CHEAP MONDAY, jeans PEPE JEANS ARCHIVE, meias HAPPY SOCKS, sandálias DR. MARTENS Afonso: brinco FRAGA JEWELRY, tank top CHEAP MONDAY, jeans PEPE JEANS ARCHIVE, cinto SCOTCH&SODA

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João: brincos da produção, polo LACOSTE


Afonso: tank top COS, calças PEDRO PEDRO, bolsa ALEXANDRA MOURA, ténis LOT TO

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"EU REDIJO UM MANIFESTO E NÃO QUERO NADA, EU DIGO PORTANTO CERTAS COISAS E SOU POR PRINCÍPIO CONTRA MANIFESTOS (...). EU REDIJO ESTE MANIFESTO PARA MOSTRAR QUE É POSSÍVEL FAZER AS AÇÕES OPOSTAS SIMULTANEAMENTE, NUMA ÚNICA FRESCA RESPIRAÇÃO: SOU CONTRA A AÇÃO PELA CONTÍNUA CONTRADIÇÃO, PELA AFIRMAÇÃO TAMBÉM, EU NÃO SOU NEM PARA NEM CONTRA E NÃO EXPLICO PORQUE ODEIO O BOM-SENSO" TRISTAN TZARA

João veste: boné NORTON, polos FRED PERRY, calças PEDRO PEDRO, meias HAPPY SOCKS, sandálias DR. MARTENS


Boné da produção, casaco FRANKLIN & MARSHAL, botas DR MARTENS

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Mochila MERRELL, casaco FRANKLIN & MARSHAL, botas DR. MARTENS, ténis ALL STAR

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(R)EVOLUTION!

Vestido ALEXANDRA MOURA


Heloisa Moniz (Elite Lisbon), fotografados por ANTÓNIO MEDEIROS, com direcção e styling de TIAGO FERREIRA, e maquilhagem por VERÓNICA ZOIO

Tshirt H&M, pregadeiras MARIA BENEDITA para APAV


óculos COURRÉGES na André Ópticas, tshirt UNDEFEATED na Son of a Gun. Crop top, calças e saia MORECCO, chinelos BIRKENSTOCK


Leather jacket PEPE JEANS, blusão NORTON, jeans ALEXANDRE PEREIRA AW18


WHAT ARE WE GOING TO DO WITH ALL THIS FUTURE?

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Anorak LASER ANTEATER na Impasse

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Óculos DIOR na André Ópticas, hoodie UNDEFEATED na Sun of a Gun, calças e saia CHEAP MONDAY, chinelos BIRKENSTOCK, saco LOUIS VUIT TON x RICHARD PRINCE SS2008 Arquivos Eva Lima


Saco LOUIS VUIT TON x RICHARD PRINCE SS2008 Arquivos Eva Lima


Óculos GUCCI na André Ópticas, polo LE COQ SPORTIF, calças RICARDO ANDREZ AW18, pulseiras MIMÍ, pregadeira MARIA BENEDITA, sapatos CROCS


Body ELISABET TA FRANCHI, brincos MARIA BENEDITA


Parq Here

Galeria Francisco Fino texto por Joana Teixeira

Marvila ganhou uma nova montra artística. FRANCISCO FINO assina o conceito da nova galeria da capital, que vai integrar o roteiro obrigatório de arte contemporânea em Lisboa. Formado em Communication Arts e Architectural Design em Nova Iorque, o galerista regressou a Portugal em 2008 para introduzir FRANCISCO FINO ART PROJECTS —um projecto galerístico móvel que apresentou obras de vários artistas em diferentes espaços, culminando, este ano, na inauguração da GALERIA FRANCISCO FINO.

diferentes exposições individuais de artistas da casa e emergentes. FRANCISCO FINO convidou para a sua nova casa sete artistas residentes, procurando criar um portfólio artístico de sinergia entre estéticas e linguagens distintas; servindo a galeria como território de diálogo entre artistas, curadores e outros influentes do meio artístico. Os artistas representados são: GABRIEL ABRANTES, JOSÉ PEDRO CORTES, KARLOS GIL, MARIANA SILVA, MARTA SOARES, TRIS VONNA-MICHELL e VASCO ARAÚJO.

Marvila está a crescer como um centro de actividade artística relevante em Lisboa. No bairro, o vizinho armazém de vinhos e azeite do século XIX foi convertido num espaço moderno dedicado à arte, projectado pelos arquitectos GUEDES CRUZ e CHARTERS MONTEIRO. A galeria ambiciona apresentar seis projectos expositivos anuais, com

www.franciscofino.com

Rua Capitão Leitão, 76 Marvila, Lisboa

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Parq Here

Pau Brasil texto por Maria São Miguel

é a parceria com a QUARTO SALA, representante de várias marcas de design em Portugal que abre no PAU BRASIL, um espaço dedicado a SÉRGIO RODRIGUES, um dos nomes mais importantes do design modernista brasileiro. Ao lado, tem outra sala onde estão presentes produções de alguns dos nomes mais sonantes do design contemporâneo brasileiro, incluindo os irmãos CAMPANA e JADER ALMEIDA. O projeto promete ser mutante, ser um verdadeiro embaixador da cultura brasileira no Príncipe Real e sem dúvida alargar-se uma programação cultural, daí que cada visita pode reservar-nos grandes surpresas.

Mesmo tratando-se de um palacete, 500 m2 não será tarefa fácil albergar o melhor que se faz no Brasil, se bem que este seja o ponto de partida, de MARCELA BRUNKEN responsável pela curadoria do PAU BRASIL, uma concept store em Lisboa que procura criar uma fusão entre moda e cultura, albergando várias marcas de moda, perfumaria, design e gourmet. Ao subirmos ao primeiro andar do Palácio Castillho, invadidos pelos clássicos de música brasileira, tudo já nos parece Bossa Nova, a começar pelos fatos de banho da LENNY NIEMAYER e as criações de JULINA HERC. A GRANADO uma marca de sabonetes de cheiro e cuidado do corpo á para ser guardada no coração. Tem a curiosidade de ter sido fundada no Rio de Janeiro, há 145 anos por um português e foi a fornecedora da família real brasileira. Ainda assim o ponto alto deste projeto

Rua da Escola Politécnica, 42, Lisboa 2ª—6ª, das 12h—20h. Sáb. 10h—20h. Dom. 12h—18h.

THE Design texto por Maria São Miguel

cada um dos designers casam-se num todo harmonioso é o grande trunfo da THE Design que procura oferecer moda intemporal, confortável e criativa para todas as idades. Peças das criadoras Carla Pontes e Isabel Quaresma, assim como a colaboração com a TM Colletion são algum dos destaques que marcam esta nova abertura

A dupla Teresa Pimentel e Helena Santos regressam ao Porto, ao ponto de partida da THE Design. Passaram-se 11 anos entretanto o conceito de loja teve oportunidade de se desenvolver em Lisboa e estava na altura de reíniciar no Porto onde começou. A sua visão de moda e loja mantém-se e continua a oferecer peças únicas e intemporais para o dia à dia. O seu principal aliado é a consistência de visão da moda muito própria que se faz a partir de peças criativas de designers de moda grande parte deles nacionais. Como depois as peças tiradas das propostas de

Av do Brasil 466, (Foz) Porto

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Parq Here

JNcQUOI texto por Francisco Vaz Fernandes

No andar de baixo, encontramos o Delibar, vocacionado para refeições ligeiras ao balcão. Aí as tentações são muitas, até porque estamos envolvidos por uma mercearia gourmet e uma garrafeira muito completa que promete chegar as raridades mais desejadas. Para os mais notívagos temos boas notícias porque DELIBAR vai funcionar num horário prolongado já que às sextas e sábados o horário estende-se até as 2h. No último piso temos ainda o novo espaço da FASHION CLINIC para homem, mas antes de descer aconselha-se uma ida aos lavabos, que aproveitando o espaço circular existente tornou-se uma das soluções mais bem conseguidas, ainda que inspirada no Sketch de Londres. Mas ao acrescentar-lhe uma cabine de DJ ao centro, supera qualquer pecado, pelo grau de surpresa.

Foi a abertura mais esperada do ano em Lisboa e não desiludiu. Instalado no antigo foyer do Teatro Tivoli, o JNcQUOI prima por uma decoração luxuosa a cargo do catalão LÁZARO ROSA-VIOLÁN. São 950m2 de superfícies douradas, espelhadas e lacadas a negro que compõem uma imagem atual de sofisticação. Para a AMORIM LUXURY, responsável pelo projeto, o JNcQUOI foi pensado como um suplemento de serviços oferecido ao cliente da FASHION CLINIC que passa a ter na Avenida da Liberdade, além da moda uma escolha diversificada de repastos que se estende do pequeno-almoço ao jantar, passando pelo almoço e chá das cinco. O espaço mais nobre do conjunto, é reservado ao salão do restaurante que explora bem o ambiente eclético e bucólico do sec XIX existente, contrapondo-o a um insólito esqueleto de um dinossauro, que domina o ambiente. Não é para ter medo, o animal ficará sempre bem como fundo de qualquer selfie. A carta do chef ANTÓNIO BOÍA (ex Rio's Oeiras) é uma reinterpretação da cozinha portuguesa com sugestões suficientes que justificam por o JNcQUOI à prova.

Av da Liberdade, 182-184, Lisboa Restaurante: 12h—24h. Dom. 12h—18h. Delibar: 10h—24h, Sex. e Sáb. 10h—02h, Dom. 10h—18h Loja: 10h—22h

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