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FKA TWIGS VINTAGE DELIGHT ROTEIRO VEGAN


← camisola polo R A L P H L AU R E N na Pop Closet camisa e calças C O S colete amarelo N E W BA L A N C E colete azul TO M M Y J E A N S gorro TO M M Y H I L F I G E R óculos de sol KU B O R AU M na André Ópticas anéis P O P C LO S E T meias H A P P Y S O C KS ténis N E W BA L A N C E 850 ALL TERRAIN

MÚSICO TAY

Em que medida te sentes uma pessoa da tua época? Uso as mesmas ferramentas e tenho gostos semelhantes a muitos da minha idade. Ainda assim, a geração de hoje em dia passa muito tempo presa nas redes sociais, nos jogos de computador etc. Eu também, mas ainda assim passo a maior parte do meu tempo no "mundo real" – a conviver com

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amigos, a jogar basquete, a dançar ou em estúdio com a malta. Pelo que vejo, hoje em dia, isto é cada vez mais raro. O que de essencial tens para dizer ao teu público? A mensagem dos meus temas varia bastante. Podem ser temas de amor, ego trips, ou até temas introspetivos. Mas o que tento sempre ter em comum em todos é passar uma boa energia e que as pessoas se relacionem com as músicas.

O público é exigente. Até onde vais para alimentar as suas exigências? Considero que tento introduzir na minha música/show características que não se veem muito por cá. A exigência que meto no meu trabalho é com base no que vejo também lá fora. Gostava de, com o tempo, elevar muito a fasquia por cá, tanto na música como nas produções. Algo que surpreenda o público! Qual é a música da tua vida? CA RO L I N A D ES L A N D ES – Vida Toda


CA N TO R A / AC T R I Z SOR AIA TAVARES

Em que medida te sentes uma pessoa da tua época? Confesso que sou um pouco de tendências. Da forma de vestir à comida, das tecnologias às artes. Apesar de estarmos numa época um pouco individualista, também acho que cada vez mais há uma consciencialização de que só temos um planeta e acho que, isto sim, se está a tornar uma óptima “tendência” nesta época. O que de essencial tens para dizer ao teu público? Sou uma pessoa que corre sempre atrás das coisas que quer e tento passar essa forma de estar aos outros – que com trabalho e dedicação podemos conquistar o nosso lugar. Eu vou contar esta história, porque acho que pode inspirar alguém: quando me candidatei ao casting do musical C H I CAG O, enviei o meu vídeo a dançar e a cantar e acabei por ser selecionada para fazer um casting para o ensemble. Durante o casting de dança para o ensemble dei o meu todo e, no final, o encenador chamou-me à parte e perguntou se eu queria fazer uma audição para ser uma das protagonistas. Hoje sinto‑me bastante grata porque fiquei com uma personagem de relevo que inicialmente não era pensada para mim. O público é exigente. Até onde vais para alimentar as suas exigências? Considero-me bastante criativa e exigente e sei que quando mostro algo quero que seja o melhor de mim. Isto num espetáculo, nas redes sociais... e até como pessoa – quero sempre mostrar a minha melhor versão. Não alimento a exigência do público, mas sim a minha. Qual é a música da tua vida? Uma música da minha adolescência – “Es Bida” da LU R A . Faz-me lembrar a minha irmã mais velha e sempre que me pedem para cantar uma canção, acabo por cantar esta. Mostra as minhas raízes e relembra-me momentos bons. Acho que pode ser uma das músicas da minha vida.

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↓ macacão R I CA R D O A N D R E Z top N E W BA L A N C E blazer G O N ÇA LO P E I XOTO cinto TO M M Y H I L F I G E R brincos J OA N A S A N TO S meias Hysteria for H A P P Y S O C KS ténis N E W BA L A N C E H I E R RO V5

fotografia F R E D E R I C O S A N TO S ass. fotografia R I CA R D O A R R I AG A e CA RO L I N A PAU L I N O styling S A R A S OA R ES ass. styling M I G U E L S I LVA V E I G A make-up B E AT R I Z T E X U G O estúdio Colorfoto ilustração (p.05) L A RO L AG O S TA


← André

calças O B E Y na Pop Closet tshirt K T Z na Pop Closet ténis N E W BA L A N C E 850 ALL TERRAIN

Carlos fato de treino N E W BA L A N C E cachecol TO M M Y H I L F I G E R camisola de gola alta C O S óculos D R AG O N F O RC E meias H A P P Y S O C KS ténis N E W BA L A N C E H I E R RO V5

DJ'S K ARETUS

Em que medida te sentes uma pessoa da tua época? André Reis: Tudo o que estamos a fazer sentimos que é no tempo certo e na altura certa. Existe sempre aquela ideia de que o passado era melhor, mas isso é apenas nostalgia. Estamos a criar neste presente as memórias no nosso futuro. E vão ser os momentos de agora que vão ser nostálgicos.

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O que de essencial tens para dizer ao teu público? André Reis: Um obrigado sincero porque tudo o que passa deles para nós, e por este feedback constante que nos faz querer dar o nosso melhor. Costumamos dizer: nós em cima do palco e o pessoal lá em baixo – e todos somos K A R E T U S . O público é exigente. Até onde vais para alimentar as suas exigências? Carlos Silva: Nós somos exigentes com o nosso público e, como tal exigentes connosco.

O desafio é ter a capacidade de nos surpreendermos a nós mesmos, todos os dias, tanto no estúdio como em palco. Esperamos que as pessoas entendam isso. Qual é a música da tua vida? Carlos Silva: Sem sombra de dúvida é H A D DAWAY – What Is Love.


NEW BALANCE ALL TERR AIN

A N E W BA L A N C E introduziu o primeiro modelo de trail em 1977, o Trail 355. Desde então, tem proporcionado diferentes modelos pensados para as atividades ao ar livre e trilhos. Hoje, os novos All Terrain são híbridos e vivem entre dois universos – o lifestyle e o trail, unidos pelo detalhe da evolução tecnológica e os materiais premium dirigidos a um público mais exigente. A coleção é composta por dois modelos de sapatilhas: um modelo de lifestyle, 850 All Terrain, e um de trail, o conhecido Hierro v5.

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HIERRO V5 – PERFORMANCE O Hierro v5 é um modelo de trail dedicado inteiramente à atividade ao ar livre. Utiliza materiais que oferecem maior durabilidade e uma entre-sola preparada para suportar quilómetros. A nova versão do Hierro foi reforçada na parte superior para melhor proteger de elementos exteriores. Contém uma sola Vibram® MegaGrip que garante uma melhor tração e durabilidade para os corredores de trilhos que se preocupam com o desempenho em corridas de longa distância.

850 ALL TERR AIN – LIFESTYLE O 850 All Terrain da N E W BA L A N C E é um modelo de lifestyle, robusto e com influência nos trilhos. É uma tendência incontornável dos últimos tempos. Com uma sola grossa, inspirada no modelo original 850, é multicolorido e versátil. A aclamada tecnologia Vibram®, integrada na sola, foi pensada para a liberdade de movimento, tornando este modelo perfeito para o uso diário.


FKA TWIGS VINTAGE DELIGHT ROTEIRO VEGAN FKA TWIGS VINTAGE DELIGHT ROTEIRO VEGAN

S O R A I A TAVA R ES e TAY fotografados por F R E D E R I C O S A N TO S . Styling S A R A S OA R ES .

You Must

(Soraia) hoodie Guess, top e saia David Ferreira, colete Pepe Jeans, colares Mango, anéis Pop Closet, meias Hysteria for Happy Socks, ténis New Balance.

(Tay) sweatshirt, colete, calças e choker Alexandra Moura, camisa Cos, ténis New Balance.

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Tecla

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Josh Sperling

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A zuma Makoto

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Tascas de Lisboa

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Six n Five

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Balcony

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Oito Cds

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Le Mans 66

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Yves Saint Laurent

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Ray Tracer

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Savic + Kenzo vs Palladium

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In and Outdoor + Severa

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Beleza

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Sneakers

PARQ: Revista de tendências de distribuição gratuita.

Soundstation

Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2oesq.

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FK A Twigs

1000-251 Lisboa

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Sudan Archives

Assinatura anual: 12 euros

Director: Francisco Vaz Fernandes (francisco@parqmag.com)

Central Parq 36

Pensar a 5G

Editor: Conforto Moderno

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18 —25 Research

Editor de Moda: Rúben de Sá Osório

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A era do veganismo

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Vintage

Design: Valdemar Lamego (www.k-u-n-g.com)

Periocidade: Bimestral

Fashion ed.

Depósito legal: 272758/08

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Registo ERC: 125392

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Edição: Conforto Moderno Uni, Lda. NIF: 508 399 289

Blocking

64 Xiaodi and Caviar

Propriedade: Conforto Moderno Uni, Lda.

Parq Here

Rua Quirino da Fonseca, 25 – 2oesq. 1000—251 Lisboa

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Telef: 00351 218 473 379

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Impressão: Eurodois. R. Santo António 30, 2725 Sintra 12.000 exemplares Distribuição: Conforto Moderno Uni, Lda.

A reprodução de todo o material é expressamente proibida sem a permissão da PARQ. Todos os direitos reservados. Copyright © 2008 — 2020 PARQ.

Textos

Rui Miguel Abreu

António M. Barradas

Sara Madeira

Bárbara Pires

Sara Silva

Carla Carbone Carlos Alberto Oliveira

Fotos

Diana de Nóbrega

Andy Dyo

Francisco Vaz Fernandes

Frederico Santos

Joana Teixeira

Frederico OM

João Levezinho

Pedro Leote

Liliana Pedro Luís Sereno

Styling

Margarida Santos

Daniela Gil

Maria São Miguel

Marta Lobo

Miguel Rodrigues

Patrícia César Vicente

Patrícia César Vicente

Pedro Aparício

Rafael Vieira

Sara Soares

Roger Winstanley www.parqmag.com facebook

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DEZEMBRO 2019

Ding Dong

Esqina Lodge

Cidade Saudade



H A B I TAT S U S T E N TÁV E L T EC L A

Qualquer exercício de imaginação requer actualmente um esforço extra de visionário. Se tudo o possível já foi ensaiado na ficção, há coisas ainda por materializar e prototipar. Aguardem.

texto por Rafael Vieira

Os M C A (M A R I O CU C I N E L L A A RC H I T ECT S) e os WAS P (WO R L D ’ S A DVA N C E D S AV I N G P RO J ECT ), respectivamente arquitectos e pioneiros da impressão tridimensional, lançaram-se na impressão de um protótipo de uma casa em Bolonha. Impressa/construída no estaleiro de obra com recurso a uma impressora 3D, a Crane WASP, serve-se inteiramente de materiais reutilizados e de barro recolhido localmente, na lógica da economia circular e desperdício zero. Tal como a Tecla de CA LV I N O, uma urbe permanentemente em construção, esta TECLA está em processo de construção e estará concluída no início de 2020.

www.3dwasp.com www.mcarchitects.it

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YOU MUST SEE


FREDPERRY.COM

FRED PERRY STORES: NORTE SHOPPING, MATOSINHOS / PORTO ARRÁBIDA SHOPPING, V. N. GAIA RUA DO OURO, LISBOA SHOP-IN-SHOP: EL CORTE INGLÉS GAIA / PORTO EL CORTE INGLÉS LISBOA MARQUES & SOARES, PORTO

LISTEN TO BLACK / CHAMPAGNE / CHAMPAGNE


JOS H SPERLING texto por Francisco Vaz Fernandes

Não fosse a escala e as composições de J O S H , de uma forma geral, seriam esguichos pastosos saídos diretamente de tubos de tinta sobre uma folha branca. Essa perceção, de facto, prende-se ao próprio processo de trabalho. Para o antigo designer gráfico, todos os trabalhos são concebidos a partir de uma idealização gráfica. Ou seja, no momento da produção, o artista retira-lhe a manufatura e o improviso que estão muitas vezes ligados ao gesto artístico. Apesar da expressão industrial é um trabalho que mergulha na própria história da arte contemporânea. Dela restam resquícios que triturados e reequacionados dão uma expressão pop ao seu trabalho. J O S H S P E R L I N G traz algumas questões com que os artista minimalistas sempre se debateram, como por exemplo, o esbater das fronteiras entre a pintura e a escultura ou entre a imagem e o objeto. Nesse sentido, F R A N K S T E L L A é o artista americano com quem encontramos maiores referências. Contudo, S P E R L I N G dá a esse legado um carácter lúdico, como se fosse um desconstrutivista pop.

No essencial ele trabalha com formas tridimensionais de uma cor, que às vezes se interligam para construir composições. Em certos casos mais elaborados, parecem peças de um puzzle que encaixam. Cada peça contribui com uma cor para uma composição de carácter abstracionista. Outras vezes, pelo contrário, as formas parecem explodir pelo espaço criando ainda assim uma composição de “rabiscos” de cor. Cada elemento é, de facto, trabalhado como se fosse uma tela monocromática. No seu processo de trabalho cria uma estrutura de contraplacado que dá um tipo de relevo convexo sobre o qual repousa então uma tela que é esticada e depois pintada de forma uniforme. Em geral, Josh Sperling não afasta a circunstância da sua obra parecer lúdica, porque é assim que deseja que seja a vida. A sua última exposição, na galeria Perrotin em Paris, é marcada pela capacidade de explorar as características do espaço expositivo, pondo mais uma vez em evidência a ideia de uma composição que nasce a partir de uma exploração gráfica. Desta vez, uma das salas é polvilhada por essa simulação de esguichos de cor preta enquanto a outra é composta por várias composições circulares sempre com duas cores.

www.galerieperrotin.com

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YOU MUST SEE



B E L E Z A E N CA P S U L A DA A ZUMA M A KOTO texto por Rafael Vieira

www.azumamakoto.com

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YOU MUST SEE

Há toda uma poética da contemplação que sobressai dos gestos artísticos de A Z U M A M A KOTO, um escultor-artista floral e botânico japonês que molda (talha/conforma) plantas e flores a seu gosto para obter objectos escultóricos da pequena à grande escala, de paludários a instalações botânicas de dimensão pública. É o pretender fixar a beleza e a essência do instante e é também o aceitar da lenta decomposição dos organismos, elementos que encontrarão tradução possível nos conceitos nipónicos de wabi sabi (sublinhando, sem aprofundar) e do prazer na observação da floração transitória das cerejeiras e ameixeiras, o concorrido hanami (ou umemi). Praticante da longa tradição de arranjos florais do Japão, ikebana , A Z U M A M A KOTO acrescentou no seu trabalho algo que diz ser marcadamente diferente do tradicional japonês: o fazer com que as flores pareçam mais vivas do que realmente são (um aparente paradoxo) e também o incorporar (e aceitar) a natural decomposição/ devolução à terra das plantas e flores que são a sua matéria-prima. A par do trabalho artístico, A Z U M A M A KOTO desenvolve arranjos florais a partir da sua loja Jardins des Fleurs, em Tóquio, descrita por si como uma loja de haute couture de arranjos florais e que também é escola.



LIVRO TAS CAS D E L I S B OA

O F R A M E C O L E T I VO junta‑se à S T E T para lançar o livro “[TASCAS] - Pelas tascas de Lisboa” e acreditamos que algumas das imagens vão deixá-lo com água na boca. Esqueça o glamour, as decorações modernas ou os termos complexos da alta cozinha. Em Lisboa, sabemos que também não dispensamos uma boa e tradicional tasca. É então que chega o livro de fotografias que precisávamos. Com o objetivo de homenagear as tascas lisboetas, o projeto da F R A M E C O L E T I VO juntamente com 30 autores reúne fotografias, textos e ensaios gráficos que capturam a essência destes locais cheios de história. É através da lente de N U N O A N D R A D E , CATA R I N A B OT E L H O, AU G U S TO B R Á Z I O e de muitos outros fotógrafos que cada detalhe ganha vida. Apresentado a 29 de novembro, o livro “Pelas tascas de Lisboa” ref lete não só à base da imagem mas também os testemunhos de quem ainda mantém a vida de taberna bem presente nas ruas de Lisboa.

texto por Bárbara Pires

← ☺ NUNO ANDRADE na Tasca do Zé Pinto

→ ☺ PAU LO CAT R I CA na Tasca Castiça

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YOU MUST SEE



SU (REAL) SIX N FIVE

O design 3D permitiu-nos criar imagens que de outra forma seriam completamente impossíveis, levando a que os nossos limites sejam constantemente postos à prova. O atelier S I X N F I V E de Barcelona tem sido a prova disso, oferecendo-nos em cada trabalho uma visão espacial das possíveis atmosferas que vão povoar o nosso futuro. As suas composições, por mais fantásticas e futuristas que possam ser, têm sempre um carácter realista. Facilmente as aceitamos como verdadeiras —como se pudessem pertencer ao nosso quotidiano, mesmo que no futuro. Contudo, por detrás desse realismo há um labor técnico árduo que, leva horas e dias a completar. Dizem que na verdade grande parte do seu trabalho é adicionar imperfeições, poeiras e detalhes que possam dar uma sensação mais realista.

texto por Francisco Vaz Fernandes

Especializados em imagem de produto, os S I X N F I V E têm uma predileção por nos envolver em espaços arquitetónicos elegantes e singulares que nos remetem, algumas vezes, para os quadros de R E N É M AG R I T T E . Na verdade, as relações entre a arte e o design têm sido a via que procuram seguir, com o objetivo de alcançar uma maior carga poética e emocional em cada trabalho realizado. Fazer esboçar um sorriso, uma repulsa

Hugo in the Garden

Space 10, Exploring Spaces of Tomorrow

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YOU MUST SEE


ou um prazer não é uma tarefa evidente, mas é sempre um objetivo. Já sem terem muito que provar, criaram a primeira linha de mobiliário —um passo tridimensional quase óbvio no seu percurso— depois de tantos anos a imaginar o espaço a que pertenceriam os objetos dos seus clientes. A linha Holo Scandinavian, composta por cadeiras, mesas e sofás é uma homenagem ao design escandinavo que ganha nas mãos dos S I X N F I V E formas exageradas e inesperadas. O S I X N F I V E studio foi fundado em Buenos Aires por E Z EQ U I E L P I N I e A N D R ÉS R E I S I N G E R , mas dado o seu rápido sucesso mudou‑se rapidamente para Barcelona. Hoje, todas as grandes marcas querem desenvolver trabalhos com eles, mas estão conscientes de que estar na crista da onda não é para sempre, e em geral leva a um esgotamento de soluções, como aconteceu a muitos. Por isso, deram-se ao luxo de instituir um período Lab no seu estúdio, onde apenas desenvolvem projetos pessoais que são pensados com mais tempo para atingir uma maior maturidade. Acreditam que são essas experiências que podem alimentar a ânsia de novidade dos clientes e garantir um futuro ao estúdio, num panorama de grande concorrência.

Halo Scandinavian

Hugo in the Garden

Space 10, Exploring Spaces of Tomorrow

Atelier Aveus

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YOU MUST SEE


I R R E V E R Ê N C I A E T R A N S G R E S S ÃO A R T Í S T I CA BA LCO N Y

Além da oferta gastronómica, barbearias modernas e comércio de bairro —conhecido pela simpatia dos comerciantes—, a freguesia de Alvalade abre cada vez mais espaço para a instalação de um novo habitat artístico. Os colecionadores de arte escolhem esta localização para as suas galerias devido ao crescimento e rejuvenescimento do bairro, como é o caso da Uma Lulik Contemporary Art Gallery, a Artworks e, recentemente, a Balcony Contemporary Art Gallery. A Balcony, fundada por três amigos —LU Í S N E I VA , PAU LO CA E TA N O e P E D RO M AG A L H Ã ES —, foi inaugurada há dois anos, em setembro de 2017. Falámos com um dos fundadores da Balcony, P E D RO M AG A L H Ã ES , que sublinhou que a localização da galeria “só podia ser aqui”, justificando que nasceu e cresceu em Alvalade.

texto por Miguel Rodrigues fotos por Bruno Lopes (Cortesia da Galeria Balcony)

Esta galeria localizada na Rua Coronel Bento Roma, numa antiga loja do Edifício América, acolheu 19 exposições nos primeiros dois anos. A Balcony encontra–se distribuída por dois pisos, possibilitando o encontro de vários circuitos e espaços expositivos. Por ano, fazem 6 exposições na galeria e 2 em espaços alternativos. “Se contarmos com as feiras de arte, teremos que acrescentar mais 4”, adiciona P E D RO M AG A L H Ã ES . O leque de artistas é bastante diversificado, tanto em termos de nacionalidade como de criação e oferta artística. Alguns dos nomes que a Balcony representa são T I AG O A L E X A N D R E , B I N E L D E H Y RCA N , D E A L M E I DA ES I LV, H O R ÁC I O F RU T U O S O, F E R N ÃO C RU Z e M AYA S A R AV I A , entre outros.

Cabra Cega Exposição colectiva curadoria por T I AG O A L E X A N D R E Galeria Balcony Rua Coronel Bento Roma 12 A Lisboa Ter. → Sáb. 14:00 → 19:30

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Artistas presentes na exposição → → → Ana Vidigal, Binelde Hyrcan, Dealmeida Esilva, Fernão Cruz, Horácio Frutuoso, João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira, Nikolai Nekh, Nuno Nunes–Ferreira, Sara Mealha, Tiago Alexandre, Vera Mota. YOU MUST SEE


“Cabra Cega” foi o nome da última

exposição coletiva, que teve a curadoria do artista T I AG O A L E X A N D R E , e decorreu entre setembro e novembro deste ano. A partir de 14 de dezembro, Balcony receberá uma nova exposição coletiva com a curadoria do italiano D O M E N I C O D EC H I R I C O.

No futuro, a Balcony pretende continuar a afirmar–se no panorama nacional da arte contemporânea, assim como continuar a construir ligações internacionais, lançando os jovens artistas que representam. “Ir cada vez mais para fora” é um dos principais objetivos sublinhados por P E D RO M AG A L H Ã ES .

Como surgiu a Balcony? Qual é a vossa missão? P M : Surgiu do interesse de 3 amigos (PAULO, LUÍS e PEDRO), que em simultâneo, também eram colecionadores ou “amontoadores” de arte contemporânea, que se cruzaram com diversos artistas emergentes portugueses. A nossa missão é promover e representar, nacional e internacionalmente, artistas emergentes nacionais e estrangeiros. O P E D RO, assim como os restantes proprietários da Balcony, têm um passado ligado à criação de marcas e gestão de empresas. De que forma é que esse conhecimento é aplicado na vossa galeria? P M : Não consigo dar exemplos concretos, mas o facto de dois de nós estarmos ligados no passado à construção de marcas e à publicidade, ajuda nas boas práticas de comunicação. Uma galeria de arte contemporânea também é um produto e um serviço. Qual é o lugar da Balcony dentro do panorama cultural nacional? O que a distingue? P M : Ser uma galeria de referência no panorama da arte contemporânea, é o que nos move diariamente. É para isso que trabalhamos. O que nos distingue, neste momento, é termos a convicção de que representamos uma geração de artistas de enorme relevância. Um orgulho e uma honra para nós, mas acima de tudo uma responsabilidade enorme.

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Como vê o atual mercado de arte contemporânea portuguesa? P M : Vejo com esperança, mas também com a preocupação de que apenas os privados estão a fazer o papel de promoção da arte contemporânea portuguesa. Tem que haver uma política de incentivos do estado, e o estado tem que perceber que a arte contemporânea é um bem exportável que pode trazer muitos benefícios ao país. Como define o público da vossa galeria? P M : É um publico jovem com mistura de um público mais informado (instituições, colecionadores, curadores e artistas), com um novo público que se quer junto da Arte contemporânea. Quais são os principais desafios que têm encontrado? P M : Criar uma nova geração de colecionadores. Esse é o nosso principal desafio em Portugal. Internacionalmente, é o estabelecer de laços com Instituições, curadores e colecionadores. Um desafio diário.

YOU MUST SEE


OIT O DISCOS texto por Carlos Alberto Oliveira

O ano 2020 aproxima-se a largos passos. Com o foco na música nova que se avizinha, deixamos oito sugestões do que este ano nos trará. A artista britânica G EO RG I A , que já foi jogadora de futebol, tem um novo disco Seeking Thrills, que será lançado a 10 de janeiro pela Domino Record Co. O mais recente single "Never Let You Go" contagia graças à sua singularidade Pop dançante, com elevado teor adocicado.

Os P O L I ÇA , banda de Minneapolis com um som synthpop, lança o seu quarto álbum When We Stay Alive a 31 de janeiro pela Memphis Industries. O single de avanço "Driving" coloca a banda em ambientes mais melódicos que o habitual. O muito aguardado novo álbum de L A RO U X , Supervision, chega a 7 de fevereiro. Após cinco anos sem novidades, o mais recente single “International Woman of Leisure”, cativante e viciante, inscreve a artista novamente na cultura Pop dançante.

O quarto disco de originais dos TA M E I M PA L A , The Slow Rush chega a 14 de fevereiro. Os singles “Borderline” e "It Might Be Time" fazem justiça ao reportório da banda australiana. Seguramente um dos álbuns do ano.

“Runner" foi a primeira canção a ser apresentada pelos T E N N I S , banda do Colorado, retirada do quinto disco de originais Swimmer, que será editado a 14 de fevereiro. O single mostra‑os elegantes, frescos e românticos, como tem vindo a ser hábito.

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YOU MUST LISTEN

As manas C O C O RO S I E estão de volta com o seu universo surpreendente e surreal. "Smash My Head" é a mais recente canção, um cruzamento perfeito entre o bizarro e o belo. O disco Put The Shine On será lançado a 6 de março pela Marathon Artists. A banda eletrónica dinamarquesa TA N lançou recentemente o single "Pharmacy". Com edição de singles a conta gotas, a banda tem vindo a gerar uma extraordinária expetativa. Durante o ano de 2017 foram lançados “Panorama”, “Barbara” e “It Will Never Be The Same”. Os ambientes criados mesclam uma incrível batida eletrónica com elementos retro magistrais. O álbum de estreia está previsto para a Primavera. Chega finalmente este ano o novo disco de originais dos T R ÊS T R I S T ES T I G R ES . A banda já mostrou música nova, “Galanteio”, um tema que atualiza o espírito e linguagem própria do grupo e antecipa o novo longa duração, com data prevista de saída para o primeiro trimestre deste novo ano que está mesmo, mesmo a chegar.



O CA R R O P E R F E I TO LE MANS 66

Nos anos 60 a marca norte americana F O R D, resolve participar nas corridas de automóveis de resistência, para acabar de vez com o domínio da italiana F E R R A R I , e assim assumir‑se como a marca automóvel de referência dos tempos modernos, querendo ganhar o prestígio e o glamour daquela década. JA M ES M A N G O L D pega na lenda em torno do F O R D GT4 0, e constrói um filme a partir desse desafio, que resulta numa peculiar espécie de “cowboyada” de motores e rodas.

texto por João Paulo Levezinho

No fundo deste enredo temos M AT T DA M O N no papel do lendário CA R RO L L S H E L BY, um ex vencedor de Le Mans incumbido de desenhar para a F O R D um carro vencedor capaz de derrotar os “diabos vermelhos transalpinos”, no velho continente. Para isso vai contar com o cada vez mais genial C H R I S T I A N BA L E no papel de K E N M I L ES , o piloto “bife” que tenta ganhar Le Mans apesar de todos os obstáculos a que é sujeito por parte dos executivos da F O R D. O filme tem sido elogiado pela fidelidade na ação desenfreada que se desenvolve em pista, nomeadamente nas sequências principais recriadas em território francês. Evidentemente este filme dá uma versão americana dos factos contando com a ajuda de dois grandes atores que conseguem agigantar esse momento de glória em que pela primeira vez a indústria automóvel americana desafiou a lógica e a tecnologia concebendo um modelo verdadeiramente rápido e eficaz capaz de assombrar o domínio da F E R R A R I .

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YOU MUST SEE


O D O C U M E N TÁ R I O P R O Í B I D O Y V ES SAINT L AU R E N T

Podemos dizer que as boas coisas levam o seu tempo e, com certeza, que é o caso do novo documentário realizado por O L I V I E R M E Y RO U sobre um dos génios da alta-costura francesa, Y V ES S A I N T L AU R E N T. Marcado desde o seu início por uma polémica, a produção procurava registar o seu dia a dia profissional no momento em que fechava a sua última coleção. Não encontramos propriamente um depoimento pessoal sobre o seu legado mas um olhar vago e criterioso que passa por cada peça proposta para o derradeiro desfile. Nesse aspeto a câmara de O L I V I E R M E Y RO U é essencialmente voyeurista, vagueando atrás do costureiro sem raramente obter um retrato frontal. No essencial o espetador é convidado a espreitar. Perante um Y V ES que procura sair do foco, a vida do atelier torna-se a personagem principal, e é aí que encontramos P I E R R E B E RG É , sempre na sombra sem disputar o protagonismo. Não dá para abordar a vida de Y V ES S A I N T L AU R E N T sem mencionar aquele que foi o seu companheiro e sócio. É graças a P I E R R E B E RG É que O L I V I E R M E Y RO U foi convidado a acompanhar a realidade intensa e frenética do ateliê. No entanto, o documentário não pôde chegar às salas de cinema, demorando assim 20 anos para o conseguir, pois P I E R R E e o seu dedo controlador impediram a aprovação de algumas imagens retratadas.

texto por Bárbara Pires

Não há data de estreia para os cinemas portugueses mas Yves Saint Laurent: The Last Collections promete fazer suspirar muitos amantes da moda em todo o mundo.

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YOU MUST SEE


Os novos Ray Tracer da F I L A são o must-have deste Outono-Inverno

FILA RA Y T R AC E R

e uma das estrelas da coleção. Com um design inspirado nos arquivos da marca, este modelo de look desportivo apresenta conjugações de cores tendência que vão marcar a diferença neste Inverno. Decididamente um modelo com um toque vintage, dirigido a homem e mulher que nos faz reviver o otimismo do 80's, cheio de cor e exibicionista. É uma época marcada pelas produções dos irmãos F I L A que procuravam trazer um determinado luxo de gosto italiano, assim como a sua rica tradição têxtil a um patamar mais desportivo, mas que depressa saltou para a rua , alimentando o nascente streetwear. B J Ö R N B O RG , J O H N M C E N RO E , B O R I S B EC K E R e M O N I CA S E L ES celebraram as suas maiores vitórias de F I L A nessa época e provocaram uma “verdadeira filamania”.

texto por Maria São Miguel

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YOU MUST BUY


E L E C T R I C M OTO R CYC L E SA VIC texto por Maria São Miguel

Um dos aspetos positivos da entrada das duas rodas no mundo das motorizações elétricas foi a possibilidade de fabricantes mais pequenos, alguns deles bem recentes, terem ganho rapidamente a notoriedade e passarem a ser

conhecidos a nível global. A marca australiana S AV I C que lançou este ano três modelos é um desses casos. Argumentos técnicos e estéticos, não lhe faltam daí o seu sucesso imediato. Com baterias que já aguentam 200 km de autonomia,

C O L A B O R AÇÃO E XC L U S I VA KENZO VS PALL ADIUM texto por Bárbara Pires

A K E N ZO acaba de lançar uma nova parceria e, desta vez, com a PA L L A D I U M . As duas marcas francesas juntam-se para criar uma novíssima coleção de calçado e fundir os seus clássicos num só. Com as botas para o ar livre da PA L L A D I U M e a visão sofisticada da K E N ZO surge um resultado tentador. São duas as versões dos modelos técnicos com gáspeas em nylon colorido e apresentam várias cores, com o logótipo vintage na lateral. Uma aposta para quem se assume um verdadeiro explorador e aventureiro.

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YOU MUST BUY

os três modelos partilham um design de estilo café racer com um depósito em alumínio polido ou o assento castanho monoposto coberto a pele. Outro fator interessante é o preço.


I N AND OU T DOO R

Com uma grande variedade de inovações tecnológicas e de design para a prática de exercício físico nesta estação, a M E R R E L L foca-se cada vez mais em novos materiais sustentáveis, sem nunca perder de vista a otimização da performance, proteção e conforto, para que possa fazer exercício dentro e fora de portas com todo o bem-estar.

texto por Maria São Miguel

↑ M E R R E L L B A R E AC C E S S X T R

↓ M E R R E L L B A R E AC C E S S X T R SW E E P E R

↓ M E R R E L L M OV E G LOV E

Os novos Bare Access XTR fazem a sua estreia neste Outono-Inverno com um desnível de zero graus na sola, espuma de absorção de choque e uma sola Vibram® para maior conexão com o solo. O destaque vai também para os Bare Access XTR Sweeper, o primeiro modelo de velocidade sustentável da M E R R E L L , construído em materiais reciclados e com todas as características técnicas dos Bare Access XTR. Outra novidade nesta estação são os ténis masculinos Move Glove, que fazem parte duma linha minimalista com uma sola de geometria única e tecnologia com espuma responsiva ao choque que aumenta a capacidade de reação do corpo. Seja na versão em camurça ou na versão em rede, os Move Glove são uma ótima aposta tanto para treinos outdoor como indoor.

C E R V E JA JA M ES O N VS M U S A texto por Maria São Miguel

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De um casório espera-se sempre um fruto. Nem mais! Depois da improvável ligação entre a irlandesa JA M ES O N e a bem lisboeta cerveja artesanal M U S A , que durante 7 meses estiveram literalmente a dar-nos música, nasce um rebento, a S E V E R A . Trata-se de uma cerveja preta apresentada pelos progenitores como não sendo meiga nem doce, num corpo de caramelo, olhos amendoados com notas de madeira e biscoito picante. É uma cerveja com edição limitada que passou por um estágio de 7 meses em barris do whisky JA M ES O N , tornando-se o culminar da parceria desenvolvida entre a JA M ES O N e a cerveja M U S A . Durante o processo de elaboração da S E V E R A esta parceria não esteve parada e implantou um programa de aquecimento desenvolvido entre Lisboa e Porto que reuniu em concertos intimistas, músicos que à partida seriam pouco evidentes. Foram 8 edições ao longo de 7 meses, com combinações como CA R L ÃO x TÓ T R I P S ou RU I R E I N I N H O x D U Q U ES A . YOU MUST BUY


HUGO BOSS AB SOLUTE texto por Liliana Pedro

Está a chegar a temporada do glamour, e a H U G O B O S S já entrou no espírito com duas novas fragrâncias: BOSS Bottled Absolute e BOSS The Scent Absolute. As novas propostas da H U G O B O S S oferecem uma opção para cada homem. Para a masculinidade contemporânea, BOSS Bottled Absolute, que reflete confiança e carisma, enquanto BOSS The Scent Absolute potencia o magnetismo e a sedução.

PAC O R AVA N N E L A DY MILLION EMPIRE texto por Liliana Pedro

DIOR HOLIDAY 20 19 — 2020 texto por Liliana Pedro

Neste inverno, a PAC O R A BA N N E lança no mercado uma nova fragrância feminina cheia de personalidade, o Lady Million Empire. Este perfume tem duas faces: uma lado floral que contém magnólia, osmanthus e flor de laranjeira e, por outro lado, uma parte mais viciante que dá voluptuosidade através de notas de patchouli e conhaque. A embalagem é um dos grandes pontos fortes do Lady Million Empire. Criada pelo designer N O É D U C H AU F O U R - L AW R A N C E —e seguindo os passos de sua mãe, Lady Million—, a embalagem é na forma de um diamante rosa. Além disso, os detalhes em cor dourada dão um toque exclusivo e glamouroso. A campanha do Lady Million Empire é protagonizada por vários rostos, entre eles J O E Y BA DA$ $ , S I M O N A KU S T e D R E E H E M I N GWAY —que volta a ser uma das caras da Million Empire nove anos depois.

A quadra festiva aproxima‑se a passos largos. E a D I O R já entrou espírito festivo com o lançamento da coleção Dior

SISLEY PHY TO - OMBRES texto por Liliana Pedro

Neste inverno, todos os olhos estão postos nas novas sombras da S I S L E Y. Com uma alta concentração de pigmentos e nácares, estas sombras prometem dar profundidade e brilho ao olhar. Estão disponíveis em 20 cores, desde o azul cromático ao castanho claro, e com vários acabamentos: matte, cetim, metálico, luminoso e glitter.

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YOU MUST BUY

Holiday 2019 Collection – Happy 2020. Cores vibrantes, como o rosa e o verde estão presentes nas sombras. Já os batons, o clássico vermelho, divide o protagonismo com os tons nude. Os vernizes também se juntam a esta coleção em rosa, vermelho, castanho e brilhantes. A Dior Holiday 2019 Collection – Happy 2020 foi criada por P E T E R P H I L L I P S e tem inspiração na magia do fogo de artifício.


PAC O L L E C T I O N THE M I L L I O N N AT I O N texto por Liliana Pedro

Genius Me é @bbambounou, músico, representa a volúpia erudita e é uma fragrância suave e reconfortante criada a partir de notas de alecrim, casca de laranja, musgo de árvore e Cristalfizz.

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PAC O R A BA N N E lança Pacollection, uma coleção de seis novas fragrâncias para cada estado de espírito. Reconhecidos como gender‑fluid têm a missão de desafiar as barreiras de género representando um humor, uma identidade ou personalidade distintos. Foram criados para colecionar e, dependendo do mood do momento, dar o toque final perfeito a qualquer look . Mais do que uma coleção de fragrâncias, J U L I E N D O S S E N A , diretor criativo, procurou capturar a essência de vários traços de caráter claramente definidos. Ou seja, a linha Pacollection é composta por seis perfumes que vão do mais sensual ao mais extrovertido. Cada mood proposto foi capturado num perfume desenvolvido por um grande nome do universo das fragrâncias. Pacollection inclui: "Genius Me", criado por D O M I N I Q U E RO P I O N , com notas de alecrim, casca de laranja, musgo de árvore e cristalfizz; "Erotic Me", criado por Q U E N T I N B I S C H , tem notas leitosas e coriáceas, combinadas com osmanthus e incenso; "Fabulous Me", de A L I E N O R M AS S E N E T, contém notas de abóbora, ruibarbo,

baunilha e sândalo; "Crazy Me”, desenvolvida por A L I E N O R M AS S E N E T, com notas de mimosa, wasabi, groselha preta e sândalo; "Dangerous Me”, de M A R I E S A L A M AG N E , que tem foco em baunilha, gengibre, cedro e âmbar cinza; e "Strong Me”, criada por FA B R I C E P E L L E R I N e composta por notas de davana, rum, baunilha e madeira de âmbar.

Erotic Me é @evanmock, skater, representa a sensualidade exacerbada, junta o leite e o couro no mesmo frasco.

F abulous Me é @kelela, cantora, e representa uma floresta extraterrestre com uma fragrância que contém notas de abóbora, ruibarbo, baunilha e sândalo.

YOU MUST BUY

Cada fragrância possui uma embalagem patenteada macia e flexível que remete à lendária malha metálica que marcou uma era e é ainda a imagem de moda de PAC O R A BA N N E .


Tal como anunciado, esta é uma coleção inovadora e indestrutível. “A embalagem da Pacollection, que é inquebrável, é verdadeiramente inovadora, porque eu quis que ela fosse macia, que tivesse aquele design duro e ao mesmo tempo mantivesse aquele conforto e uma sensação relaxada. Pensei naquelas almofadas prateadas de A N DY WA R H O L , mas também em trabalhos de J E F F KO O N S . É como uma espécie de metal, o que é muito PAC O R A BA N N E . Pode ser como um objeto pop, e ao mesmo tempo podemos colocar na casa de banho como uma peça de arte”, afirma J U L I E N D O S S E N . A campanha Pacollection, pensada essencialmente para as redes sociais, foi realizada por S H E I L A J O H A N S S O N , e envolve um grupo de seis pessoas nos edifícios Ricardo Bofill Walden 7 e La Fabrica, em Barcelona. A Pacollection é uma coleção que espelha os cinquenta anos da PAC O R A BA N N E no mundo dos perfumes. Esta coleção está apenas disponível no El Corte Inglés de Lisboa.

Cr a z y Me é @iamhyunjishin, manequim, e o seu perfume é uma explosão de cores que exalam uma uma mistura de mimosa com wasabi.

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Dangerous Me é @dreelouisehemingway, atriz, representa uma tatuagem esotérica e a sua essência é composta por baunilha, gengibre, ambergris e cedro.

YOU MUST BUY

S trong Me é @altonmason, bailarino, e o seu perfume é um licor hipnótico com um toque de rum e baunilha.


DIADORA

N E W B A L A N C E H I E R R O V5

P U M A S TO R M S T R E E T

V E S PA

E XC E E D R A P TO R

M E R R E L L A S C E N T VA L L E Y

VA N S x V I V I E N N E W E S T WO O D

LE COQ SPORTIF

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B U F FA LO

B U F FA LO

AMBITIOUS

DIADORA


PA L L A D I U M x JA Z Z E L L E

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DR MARTENS

F R E D P E R RY

LE COQ SPORTIF

F I L A D I S R U P TO R M LOW

PUMA x SOPHIA WEBSTER

M E R R E L L O N TA R I O 8 5 M I D

NEW BAL ANCE

CONVERSE x A$AP

FILA

E XC E E D F I G H T E R

C O N V E R S E x G O L F L E F L EU R


FK A

T WIGS

O NOVO TESTAMENTO

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SOUNDSTATION


O regresso de F K A T W I GS aos discos com MAGDALENE eleva a artista à estratosfera. Os domínios multimédia das suas canções a que nos habituou continuam, mas desta vez a voz assume o verdadeiro eixo da sua existência. Como se a sua voz interior ganhasse corpo e assumisse o controlo do corpo. Após quatro anos, F K A T W I G S revela uma mulher quebrada pela sua separação com o ator R O B E R T PAT T I N S O N e com os seus problemas de saúde. Mas revela ao mesmo tempo, que ao invés de debilitada regressa luminosa e poderosa.

O recurso a inúmeras formas que a tecnologia oferece e as diferentes expressões de arte são exponenciadas com uma abordagem muito mais intíma, sobretudo na composição escrita das canções. O feminino da sua existência é explorado até à medula. MAGDALENE não sendo uma ode à figura cristã propriamente dita, toma-a como referência contrapondo-a com a complexidade humana que a artista viveu. A expressão artística encontra pontos em comum com a islandesa B J Ö R K , na sua exposição, através da expressividade visual, mas também pelo recurso ao seu universo interior como matéria prima para os seus discos. As emoções estão à flor da pele. As feridas ainda estão abertas. A sua voz purga a sua dor mais intíma. Os arranjos musicais deambulam entre o orgânico e o sintético das matrizes eletrónicas. O recurso ao piano, às flautas e aos coros, juntamente com o exercício vocal mais musculado, fazem das suas canções um processo de expiação e ao mesmo tempo cria um forte elo com os ouvintes, como tão bem o fazem os temas “Home with you” e “Fallen Alien”. A abertura do disco “Thousand eyes” introduz a poderosa versatilidade da sua voz, que cativa e que nos prende de alma e coração, como um abraço apertado peito a peito, o qual não se quer largar. “Mirrored Heart” vai mais longe, como se fosse possível, e a simbiose perfeita entre o ouvinte e a artista é finalmente completada. A emotividade é dissecada até à sua pura essência em

“Daybed” e “Cellophone”, o single de apresentação do disco,

criando a ilusão de que não existe nada mais no universo do que as suas palavras. A busca pela compreensão do seu desamor torna-se na nossa busca, na nossa partilha. Urge a vontade de ouvir e compreender o que a artista canta. Urge a necessidade de mergulhar nas suas emoções.

A melancolia e a tristeza de “Sad Day” chega a ser enternecedor. O tempo e o espaço são ditados pela história que nos conta. Sem aviso prévio, estamos dentro dela, somos inseparáveis dela. Será que a estamos a vivê-la ou a revivê-la? É tão estranho que chega a ser assustador a nossa identificação com aquelas palavras. As suas palavras ou as nossas palavras? A escolha da figura de Maria Madalena surge, como a artista comentou numa entrevista, por se tratar de uma mulher dotada de uma extraordinária complexidade. Questionou‑se porque seria ela conhecida apenas pela sua profissão de prostituta se possuía habilidades de curadeira? O mote serve também para a artista questionar a sua própria sexualidade e mediatismo enquanto artista. Qual Maria Madalena, sentira-se absorvida pelo estrelato do namorado, ofuscada e vitima de cyberbullying pelos fans de PAT T I N S O N . O sentido da sua existência e o resgate da sua essência vemos tão bem retratado, evidentemente, em “Mary Magdalene”. O seu segundo disco marca uma evolução extraordinária enquanto artista. A artista avant-garde arquiteta verdadeiras pérolas musicais como N I CO L AS JA A R , A RCA e S K R I L L E X . No sentido em que cruza os elementos analógicos com os tecnológicos. A narrativa que atravessa o disco conta histórias vindas de si ou de emoções comuns a toda a gente. No entanto, perspetiva a importância do papel da mulher, sobretudo extraindo a misoginia das relações e atribuindo ao feminino o seu verdadeiro poder, celebrando a sua singularidade e beleza interior.

texto por Carlos Alberto Oliveira SOUNDSTATION


SUDAN

ARCHIVES

UM NOVO CORPO NEGRO

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SOUNDSTATION


SUDAN ARCH IVES é B RI T N E Y D EN I S E PARKS , vocalista, violinista, produtora que há um par de anos acusou nos radares mais sensíveis graças a algumas indicações soltas dadas através da conceituada Stones Throw de P E A N U T B U T T E R W O L F. Agora é nessa mesma editora que se estreia com Athena, belíssimo disco entre a folk, a soul e o hip hop que a anuncia como um sério valor a ter em conta para o futuro.

Diz-se que não devemos julgar um livro pela capa, mas será difícil ignorar a capa do teu disco [Athena]: o corpo negro enquanto beleza clássica; é algo muito poderoso. Qual é a ideia subjacente? S A : É como dizes: o que é beleza clássica? No meu mundo, parece ser algo muito específico, está projectado para uma beleza branca, como o que surge em revistas e programas televisivos. A diversidade parece ser pobre em formas de beleza. Algo que abordo no Athena é o colorismo, ser uma mulher negra de pele escura, por experiência. Já me disseram coisas estranhíssimas: “Meu Deus, és tão bonita para uma mulher negra!” ou “és mesmo gira para uma rapariga de pele escura!” Isso é de doidos. A tua editora descreve-te como uma violinista, uma cantora, compositora e produtora —o que quero saber é se divides esses papéis de acordo com uma hierarquia específica ou se, sendo tudo parte da mesma persona artística, não dás mais importância a um do que o outro. S A : Quero dizer que me vejo como violinista em primeiro lugar, mas também como desenhadora de paisagens sonoras. Ainda não sou mestre, mas aquilo em que sou é a saber exactamente o que quero. Antigamente, nunca sabia o que queria para a minha música. Agora, sei precisamente como quero a minha produção, que instrumentos desejo. Usei o violino como base desse mundo: sinto que construo mundos através de sons. É uma boa imagem. O violino é um instrumento que está ligado à experiência negra na América, mas não necessariamente nos últimos tempos. O que te fez pegar nesse instrumento? S A : Foi quando eu era muito nova, a ver pessoas tocar fiddle music [música de violino]. A minha mãe disse-me que, com oito anos de idade, quando vi pessoas a tocar f iddle music e música irlandesa de jig [ jig music], e quando vi isso, implorei-lhe por um violino. Foi assim que tudo começou. Tocava muito na igreja e isso deu-me confiança, porque aprendi a tocar só de ouvir. Isso fez-me criar as minhas próprias melodias e canções. Conseguiste colaborar com a WILMA ARCHER e o PAUL WHITE. Como chegaste até estes dois produtores? SA: Tinha a mente muito aberta. Quando as pessoas chegavam de Londres, estava simplesmente aberta para as conhecer. O A RC H ER e o W H I T E são multi-instrumentistas: tocam bateria, guitarra, tudo. Poder colaborar com pessoas assim é muito fixe, ambos têm uma musicalidade robusta e uma abordagem electrónica experimental. Fazer música não exige esforço, percebes?

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A tua ligação à Stones Throw foi algo surpreendente. Como conheceste o P E A N U T B U T T E R WO L F? Achas que te enquadras no plantel? S A : Conheci-o através do M AT T H E W DAVID, que é A&R. Tornou-se conhecido com um projecto de beatmaking. Estava um pouco nervosa para lhe mostrar a minha música. Quando finalmente o fiz, a ideia era lançá‑la na Leaving Records, mas o C H R I S e o M AT T H E W pensaram que a Stones Throw seria uma opção melhor para mim. Conheci-o no estúdio porque estava a mostrar música ao C H R I S , ele entrou com cão, a não dizer muito e bazou. Lembrei-me posteriormente dele. Imagino que também possamos ler a capa do álbum como metáfora para como expões as tuas emoções nas letras. Fala-me um pouco dos temas deste novo disco. S A : Estou a cantar temas como a dualidade: o que é certo e errado, bom e malévolo, lidar com esses lados. E talvez confrontação, ter de lidar com eles e não fugir. Antigamente, eu falava de forma mais suave, mas para fazer uma deusa, tens de ser austera e agressiva, confrontar os teus problemas. Sinto que o colorismo é um problema mundial hoje; não há culturas que valorizem a pele escura, e parece que todas valorizam o quão menos escuro és. As pessoas advertem sobre poderes ficar demasiado bronzeado — coisas que te fazem crer que, para seres bonito, tens de ter uma pele mais clara: falo disto porque, apesar de não passar por essas coisas, senti que não tinha representação.

SOUNDSTATION

texto por Rui Miguel Abreu


PENSAR

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A

TECNOLOGIA

5G


Cada tecnologia que é introduzida traz um conjunto de perigos previsíveis. Mas, será que estamos cientes da revolução que aí vem? 5G —quais os desafios? O termo 5G refere-se à quinta geração de tecnologia móvel. Com promessas de velocidades mais rápidas de navegação, streamings e downloads , além de melhor conectividade, o 5G pode parecer uma evolução natural para nossa sociedade, cada vez mais dependente da tecnologia. Para aplicações integradas, como robótica, carros autónomos e dispositivos médicos, essas mudanças terão um papel importante na rapidez com que adoptamos a tecnologia na nossa vida quotidiana. No entanto, o suporte principal da tecnologia 5G requer usar larguras de banda de alta frequência, em todo o espectro de radiofrequência. Mais de 10.000 estudos sobre 2G, 3G e 4G comprovam que esses sistemas de redes de radiação por radiofrequência (RF) sem fios apresentam riscos significativos para a saúde, repentinos ou temporários. Mesmo antes de o 5G ser proposto, cientistas internacionais e iniciativas como o Apelo de Freiburg, assinado por mais de 3.000 médicos, pedia uma interrupção na expansão das tecnologias sem fios e uma moratória nas novas estações-base. Em 2015, 215 cientistas de 41 países comunicaram o seu alarme ás Nações Unidas (ONU) e á Organização Mundial da Saúde (OMS). Está programado o lançamento de 20.000 satélites para transmitir 5G ao planeta. No que muitos consideram um "ataque à vida na Terra" estes poderiam causar, segundo o Dr. GABRIEL COUS ENS, "uma interrupção da frequência harmónica primária da Terra", chamada Ressonância Schumann.

Noutros debates destacam-se os estudos concluídos por agências do governo dos E.U.A., como a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, a NASA e a Marinha, que alertam que os equipamentos 5G que operam na faixa de frequências de 24 gigahertz podem interferir nas transmissões de satélites em órbita polar usados para colectar dados meteorológicos. Isso poderá tornar as previsões muito menos confiáveis, segundo os relatórios. A chanceler M E R K E L diz que a Europa precisa de uma política unificada para a implantação da 5G. Alguns parlamentares alemães querem excluir a empresas chinesas dos contratos 5G, sobre o potencial de espionagem. No entanto, preve-se uma explosão na venda de smartphones 5G em 2020, mesmo apesar dos preços elevados que são anunciados. E com as redes 5G com capacidade para transportar quase metade do tráfego de dados móveis do mundo até 2025, o Médio Oriente e a África deverão ter a maior taxa de crescimento nos próximos seis anos, segundo uma pesquisa da ERICS SON. Só o tempo poderá dizer o que os resultados deste e de outros estudos demonstram.

A Ressonância Schumann é essencialmente o pulso da Terra, com o qual os nossos corações e cérebros estão especificamente sintonizados. Pesquisadores demostraram que existe uma conexão importante entre a Ressonância de Schumann e os estados alfa do cérebro (frequências entre 8 Hz e 12 Hz). O Dr. KO N I G , da Universidade de Munique, estudou a correlação entre a Ressonância de Schumann e os ritmos cerebrais. Os estados alfa são a frequência das ondas cerebrais à qual o pensamento e a criatividade estão associados. Ao contrário de outras tecnologias nas quais uma única antena transmite em uma área ampla, as estações base 5G e os dispositivos 5G possuem várias antenas dispostas em "matrizes em fases" que trabalham juntas para emitir laser focalizado e orientável. Cada telefone 5G requer dezenas de minúsculas antenas para rastrear e apontar para um feixe estreitamente focalizado na torre de celular mais próxima, que pode estar a menos de 6 metros da sua casa; e esses feixes serão usados em alguns segundos versus minutos por 1.000 pessoas por metro. Para aqueles que vivem em áreas densamente povoadas, não há como "escapar" das inúmeras ondas de rádio que passam ao nosso redor. Para reduzir a exposição a RFEMFs, a Food and Drug Administration americana (FDA) e a Academia Americana de Pediatria (AAP) recomendam limitar o tempo a que crianças e adolescentes passam em dispositivos móveis. Os estudos de longo prazo que investigam os efeitos da exposição a redes digitais ainda estão em andamento. Várias organizações ao redor do mundo, como a S TO P5 G e K E I N 5 G —a S TO P5 G P O R T U G A L tem uma página no facebook — pedem a interrupção da expansão das redes até que um painel de especialistas independentes de médicos tenha sido consultado por especialistas em todo o mundo. No entanto, é claro que o sucesso desta tecnologia depende do interesse —ou a sua rejeição— por parte do público.

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TECNOLOGIA

texto por Diana da Nóbrega


18—25

RESEARCH

REALIDADE VIRTUAL

→ Paradise Utopia, 1 8 — 25 R E S E A R C H S T U D I O

→→ Paradise Distopia, 1 8 — 25 R E S E A R C H S T U D I O

↑ ↑ Aemula Naturae, 1 8 — 25 R E S E A R C H S T U D I O

→ D’après Piranesi, 1 8 — 25 R E S E A R C H S T U D I O

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ARQUITECTURA


Aemula Naturae é uma instalação de Realidade Virtual (VR) realizada pelo 1 8 —25 R ES E A RC H S T U D I O, um atelier especializado na visualização de arquitectura. Pode ser experimentada até 5 de Janeiro de 2020 e faz parte da exposição Inner Space/Espaço Interior, da 5ª Trienal de Arquitectur a de Lisboa, patente no MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado. A convite dos curadores M A R I A B R U N A F A B R I Z I e F O S C O LO CA R E L L I , o estúdio 1 8 —25 idealizou um portal de acesso a mundos auto-gerados e que são únicos para cada visitante. A cada vez que colocamos os óculos VR estamos no centro de um quadripórtico de acesso a 4 mundos, dos quais podemos escolher entrar num. Ao sair desse mundo e no regresso ao centro do pórtico, damos conta de que os outros mundos se regeneraram e já não são os mesmos: novos mundos se abrem à nossa escolha. A experiência é imersiva, intimista e transporta-nos a espaços fantásticos e um tanto surreais: desertos avermelhados com pirâmides invertidas que flutuam no ar, florestas cobertas de neve onde se vislumbram planetas num espaço sideral próximo ou volumetrias arquitectónicas que se intersectam misteriosamente entre montanhas e mares. São diversas as referências que encontramos, desde a História da Arquitectura e da Arte aos universos da Banda Desenhada ou Ficção Científica.

Através das suas pesquisas sobre metodologias da representação de arquitectura, fazendo uso das novas tecnologias disponíveis, o estúdio 1 8 —25 vai desenvolvendo as próprias ferramentas de trabalho, que optimizam a metodologia projectual e a construção. Os campos da arte e da arquitectura, permeáveis a uma cultura multidisciplinar, têm sido bastante receptivos à experimentação tecnológica. Em particular, as representações através da Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), como heranças da ficção científica e do mundo dos vídeo-jogos, são recursos apetecíveis a essas experiências. Actualmente, na arquitectura é possível vivenciar espaços digitais, simulações à escala real que são hoje as representações mais fiéis da realidade; na arte, podem experienciar-se situações virtuais, performativas ou de representação, de características imersivas que são percepcionadas como reais. Cada vez mais se esbate a fronteira entre ficção e realidade, pondo em causa a realidade física tal como a conhecíamos até aqui.

Outra instalação VR realizada pelo 18 —25 R ES E A RC H S T U D I O foi Paradise, concebida com o arquitecto P E D R O B A N D E I R A para a exposição Utopia/Distopia do MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (2017) e apresentada no Vivarium Festival no Porto, no início de 2019. Paradise consiste numa performance virtual aplicada a um espaço concreto —o Palácio de Cristal na cidade do Porto. Através de óculos VR imergimos nessa nova realidade do Pavilhão, onde se explora uma imagem do éden como utopia e, simultaneamente, a imagem da distopia, possível através da mudança de lugar do observador. A obra é crítica e surpreendente. No éden, acompanhados do som de água e pássaros, temos uma visão de lagos, cascatas e de uma vegetação luxuriante; já dentro da zona distópica descobrimos o lixo que se acumula nas margens do lago, percebemos a construção dos cenários ou as canalizações necessárias à enorme cascata.

D’après Piranesi é um outro projecto digital do estúdio, e baseia-se na concepção virtual dos espaços idealizados pelo artista e arquitecto italiano G I OVA N N I B AT T I S TA P I R A N E S I nas sua famosas gravuras. É uma oportunidade de, pela primeira vez, poder experimentar uma espacialidade que foi apenas desenhada bidimensionalmente, percepcionar a escala e volumetria da arquitectura de P I R A N ES I e sentir de modo realista como a luz penetra nos espaços.

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ARQUITECTURA

texto por Paula Melâneo


A

ERA

DO

VEGANISMO

↑ L EG U M I S U S H I V EG A N

↑ ↑

C a l ç a d a d o M o n t e , 92 , G r a ç a

COUVE

KO N G — V EG A N M O D E R N F O O D

R u a M a r i a , 47a , i n t e n d e n t e

R u a d o C r u c i f i xo, 3 0, C h i a d o

PA S T E L A R I A B ATA L H A

A R CA TAT TO O PA R LO U R

R. Horta Seca, 1, Chiado

Calçada Marquês Abrantes, Santos

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LIFESTYLE


texto por Joana Teixeira

Nunca foi tão fácil ser vegan —seja por questões de saúde, ideologias éticas, ou apenas porque está na moda (sim, também há quem seja por isso). Em 2018 estimava-se que 11% da população mundial tinha uma dieta flexitariana (não consomem produtos de origem animal ocasionalmente), vegetariana (apenas consomem lacticínios e ovos) e vegana (não consomem quaisquer produtos de origem animal). Mas, no que toca ao veganismo, não podemos colocar tudo no mesmo saco. O tópico vegan gera 4 vezes mais procura hoje do que há 5 anos, mas mesmo assim estima-se que apenas 1% da população mundial o seja. Vamos por partes. Ser vegan não é apenas deixar de consumir produtos de origem animal —isso é ter uma dieta plant-based. O veganismo não limita apenas o que se leva à boca. É um estilo de vida que passa por excluir todas as formas de crueldade e exploração animal —tanto para alimentação, como para roupa e entretenimento. É rejeitar o status do animal como propriedade humana. Mas, de onde vem o termo vegan? Em 1944 (sim, há 75 anos) D O N A L D WAT S O N criou a palavra vegan quando fundou a Vegan Society, em Inglaterra. O veganismo anda nas bocas do mundo, mais do que nunca, e cada vez mais de mão dada com a sustentabilidade. A ideia estereotipada do vegan de outros tempos — hippie e amigo dos animais e da Natureza— perdeu-se pelo caminho quando o veganismo começou a ganhar relevo mundial, timidamente, por volta de 2010. Avançamos quase uma década e encontramo-lo naquele mercado biológico que abriu no centro da cidade, naquela secção de “alternativas a produtos de origem animal” do supermercado, naquele restaurante novo que serve pratos típicos portugueses vegan, e naquela marcha de ativismo ambiental no dia da Greve Climática. A ideia estereotipada ainda está presente (infelizmente) em questões como: “Então, mas, só comes brócolos?” ou “Onde vais buscar a proteína?”, mas, mesmo assim, o veganismo está mais forte do que nunca. E Portugal (o país do bitoque, dos enchidos e do queijo da Serra) não é exceção. UM DIA VEGAN EM LISBOA Começamos de manhãzinha com um pastel de nata vegan na PAST EL ARIA BATAL HA (R. Horta Seca, 1, Chiado). Espreitamos depois a roupa e sapatos vegan que se vendem na C O U V E (Rua Maria, 47 A, Intendente). Descemos a colina para almoçar uma Francesinha vegan no KO N G – V E G A N M O D E R N F O O D (R. do Crucifixo, 30, Chiado). Damos um salto à A RCA TAT TO O PA R LO U R (Calçada Marquês Abrantes, Santos) —a loja de tatuagens que só utiliza cremes vegan. Voltamos a subir a colina para um lanche vegan no V E G A N E AT S CA F F E (R. Cavaleiro de Oliveira, 42, Alameda). E saltamos para outra colina para acabar o dia com um jantar no L EG U M I S U S H I VEGAN (Calçada do Monte, 92, Graça) —um restaurante onde sushi não é peixe.

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LIFESTYLE


O vintage não está na moda, o vintage é um eco da moda. Que nos irá sempre acompanhar e ser a representatividade da evolução e metamorfoses desta indústria. Questões relacionadas com a sustentabilidade mudaram as regras do jogo e começaram a ser debatidas.

VINTAGE

Mas o que é o vintage? De acordo com o dicionário de língua portuguesa, vintage é uma palavra inglesa que é aplicada a um ano de colheita de vinho; vinho de excelente qualidade, que provém de uma única colheita; diz-se de produto antigo, mas de excelente qualidade. A palavra inglesa foi criada para se referirem a um determinado ano de colheita de vinho, mas atualmente a palavra vintage é usada para denominar algo pertencente a uma época passada, que apesar de antigo, não se pode qualificar como uma antiguidade. Pode utilizar-se para todo o tipo de objetos, acessórios, roupas, desenhos, entre outros. Desde que tenham entre vinte a cem anos. Se tiver mais do que cem anos, é considerado uma antiguidade ou até se pode considerar ser uma peça histórica, dependendo do seu criador ou a quem pertencia. Esta terá sido a melhor definição que encontrei sobre este tema. Enquanto estiver a escrever este artigo, estão a surgir mais negócios vintage em algum lado. Seja online ou loja física. E claro, que as questões relacionadas com o impacto ambiental talvez devessem ser uma prioridade, mas na realidade, o vintage foi a melhor forma que muitas pessoas encontraram de se sentirem únicas, especiais, sem usarem o que está nas montras e que toda a gente tem. Misturar peças vintage, com peças contemporâneas e criar aquilo a que chamamos estilo pessoal. Entre as gerações mais novas tornou-se “a” novidade. Para as gerações “mais antigas” por vezes é uma forma de colecionismo. Mas o mais importante é que conservem as peças e não comprem de forma compulsiva, que sejam feitas escolhas acertadas e douradoras. Naturalmente existem várias lojas que se intitulam como sendo vintage, mas apenas têm peças em segunda mão e no pior dos casos, peças recentes que imitam peças vintage. Felizmente há mercado para toda a gente, para todas as carteiras e para todos os estilos. Nada está muito definido em questões relacionadas com a sua comercialização. O que permite que uma pessoa possa vender artigos novos, dizer que a loja é vintage e anunciá-la aos quatro cantos do mundo. Qualquer pessoa pode ter uma loja com malas de luxo em segunda mão, como uma LO U I S V U I T TO N de 2016, uma B A L E N C I AG A de 2015, ou uma U T E R Q U E do Verão passado e mesmo assim escrever no toldo da loja, de forma bem visível que é uma loja vintage. Não há ninguém que vá entrar pela loja e dizer: “Olhe, desculpe, mas consigo avaliar que esta camisa não é dos anos oitenta, mas sim, foi fabricada na China há seis meses. Vou ter de a multar!” ou “Lamento informar, mas a senhora só vende artigos em segunda mão, vejo que são coleções contemporâneas. Como tal, tem uma semana para deixar de divulgar que tem uma loja vintage.” Mesmo esta regra de que se tem mais de vinte anos é vintage, ninguém entende muito bem. Em alguns países como França, se tiver mais do que quinze anos já é considerado uma peça vintage, mas em países como a Holanda o mínimo para ser considerada como uma peça vintage são vinte anos. Confuso?! Talvez. No entanto, compreendemos que para uns o vintage é um eco da moda e para outros o vintage é uma moda que será passageira. Que não querem saber se a camisa é vintage ou não, desde que pelo menos se pareça com uma camisa vintage . É a diferença entre ter importância e apenas parecer importante. Hoje em dia assistimos a um boom de negócios vintage, uma expansão e o mais certo é que depois de tempos prósperos, surge

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MODA


aquilo a que chamamos de crise. Que quase sempre acaba por separar o trigo do joio. Seja nos negócios vintage ou em qualquer outro negócio ou indústria. Presentemente há mercado para toda a gente, para todo o tipo de peças, para todo o tipo de negócios, de pessoas. É como se nesta questão de moda vintage, nos colocássemos todos dentro de uma saladeira e misturássemos de tudo um pouco: cores, feitios, formas, marcas, designers, décadas, réplicas, originais, novos, antigos, colecionadores, aficionados, amadores, apreciadores e o resultado final irá sempre agradar ou servir a alguém. A importância do vintage na moda é enorme, embora a moda seja olhar para a frente. Mas muitos dos designers que admiramos visitam cidades como Amesterdão, Londres e Berlim onde procuram feiras e mercados vintage para se inspirarem e encontrarem novas tendências com base em épocas anteriores. Podemos orgulhar-nos de em Portugal existiram boas lojas

vintage. Em Lisboa existe a RE TRO CIT Y nos Anjos e no Chiado,

as lojas ÀS D E ES PA DAS , J O K E R , P O P C LO S E T, A O U T R A FAC E DA LUA e perto do Largo Camões a loja E L D O R A D O V I N TAG E S TO R E (desde 1977), em Campo de Ourique a loja D U C H I C À V E N D R E com artigos vintage de luxo e a B E V I N TAG E , com vários objetos e acessórios de moda, entre outras dezenas de lojas que existem espalhadas pela cidade. No Porto também existem várias lojas, entre as quais: M O N P È R E V I N TAG E que também tem uma loja outlet , W I L D AT H E A R T, COR AÇÃO AL ECRIM, ORNI TORRINCO, MÃO ESQUERDA VIN TAGE, C E T O B J E CT D U D É S I R , a L A P E T I T E C O Q U E T T E com artigos vintage e segunda mão de luxo e a T R I C I RCU LO. Esta última conta com uma loja online, onde podemos encontrar alguns artigos vintage, assim como peças novas. Se formos além fronteiras podemos perder-nos em Barcelona, que é conhecida pela grandes lojas de venda de roupa vintage ao quilo, assim como tem algumas daquelas que são consideradas as melhores lojas vintage da Europa, como é o caso da F L A M I N G O S V I N TAG E K I LO. Em Paris estão as lojas vintage mais caras, mas é um lugar onde se podem encontrar peças raras e luxuosas como é o caso da famosa loja LES 3 M A RC H ES de CAT H E R I N E B . , onde a proprietária é famosa no mundo inteiro por ser especialista em marcas como CHA N EL e H E R M ÈS e por ter os artigos mais exclusivos destas marcas, assim como podemos encontrar peças de streetwear muito originais e acessíveis na F R E E` P` S TA R . Londres conta com muitas lojas, mas talvez uma das melhores opções seja também uma das mais antigas, o M ERCA D O D E CA M D EN ou o T H E G R E E N W I C H V I N TAG E M A R K E T. Londres sempre foi conhecida por ter dos melhores mercados vintage e até nos anos setenta o F R E D D I E M E R C U RY e R O G E R TAY LO R chegaram a ter uma banca no M E RCA D O D E K E N S I N GTO N (encerrado em 2001), era lá que vendiam peças usadas e vintage. Mas isso foi apenas durante um curto período de tempo, enquanto o sucesso dos Q U E E N ainda não tinha chegado. Se formos até Nova Iorque encontramos as lojas vintage mais sofisticadas e elegantes. Seja a W H AT G O ES A RO U N D… CO M ES A ROU N D com artigos de luxo, ou a T H E V I N TAG E T W I N que tem as t-shirts mais desejadas ou a até a confusa, gigante e incrível L-T R A I N V I N TAG E , onde podemos encontrar peças a partir dos dois dólares. Das mais antigas e mais reconhecidas marcas vintage destaca-se a H O L A L A ! , uma marca com cerca de quarenta anos, que tem lojas em Paris, Los Angeles, Saint Tropez, Ibiza e Barcelona. A H O L A L A ! tem clientes como K AT E M O S S , H E D I S L I M A N E , M A D O N N A , JA N E B I R K I N , E LTO N J O N H , entre outros. Com casacos dos anos setenta, t-shirts de bandas de rock dos anos setenta e oitenta, tem vestidos dos anos sessenta.

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De forma resumida: tem um mundo de peças vintage para todos os gostos e desejos. No mundo online é impossível não deixar de mencionar o site francês que opera em todo o mundo, a V ES T I A R E C O L L ECT I V E . Fundada em 2009, é um caso de sucesso absoluto. Encontramos no site peças actuais, assim como verdadeiras peças vintage. Uma excelente opção para quem pretende comprar e receia ser enganado. Afinal, a V ES T I A R E C O L L ECT I V E tem um sistema de verificação e autenticação dos seus produtos. O que quer dizer que quando recebemos em casa o que comprámos, vem acompanhado de uma certificação com data, carimbo e rúbrica de quem fez a verificação da peça. Neste site confiável podemos comprar e vender todo o tipo de artigos vintage e em segunda mão, em várias partes do mundo. Este Verão conheci uma inglesa que se chama EL AINE WALSH, com os seus oitenta anos muito bem vividos, estudou arte e no início dos anos oitenta criou um modelo de negócio que até à época era desconhecido, vários vendedores que tivessem peças para vender poderiam fazê-lo e estavam todos juntos num único edifício, o mítico AFFL ECK´S PAL ACE . Desta forma todas as pessoas que queriam comprar roupa, acessórios, mobiliário e todo o tipo de arte vintage, podiam procurar num único lugar. Atraiu milhares de pessoas e foi um sucesso que até hoje é reconhecido. Não estou a exagerar, existem inúmeras referências a este caso de sucesso de Manchester na internet , várias entrevistas e podem ler o livro: “Vintage Luxury of Fashion: Exploring the Rise of the Secondhand Clothing Trade” onde este fenómeno da época é devidamente explorado e relatado. Quando a conheci estava longe de saber quem ela era ou saber a sua história, eu era apenas uma cliente que tinha entrado pela porta dentro, em busca de peças dos anos setenta. Falámos durante imenso tempo, sobre décadas, criadores, tendências, mostrou-me vários livros que tinha, senti-me profundamente feliz por ter a possibilidade de fazer tantas perguntas e ter tantas respostas sólidas e de conhecimentos aprofundados vindos de uma única pessoa. Hoje em dia é viúva, mudou de país e tem um pequeno negócio vintage, porque rever diariamente todas aquelas peças é o que lhe traz vida. Perguntei-lhe: “Este boom de lojas vintage e toda a gente querer comprar vintage é uma moda ou genuinamente fomos tocados pela consciência e sustentabilidade do planeta?”, a resposta: “Já cá estou há algumas décadas, antes de vender vintage, já comprava desde a minha adolescência. Em várias décadas já vi o vintage estar na moda e deixar de estar na moda, é um ciclo. Só que desses ciclos há pessoas para quem foi só uma moda e outras para quem vai fazer parte o resto da vida. É como uma onda que só leva alguns.”

MODA

texto por Patrícia César Vicente fotografia por Vânia Viana


BLOCKING

fotograf ia PEDRO LEOTE ( @wide.boy) styling DANIEL A GIL ( @gildanielar) make-up + hair NATA MIRKINA ( @mirkina1) models ELIZAVETA JELYABOVA (@lisa_jelyabova), We Are Models DIOGO GOMES (@newfacediogo), Just Models

Diogo → sweatshirt P E R RY E L L I S colete Z A R A calças de ganga L E V I ' S ténis M E R R E L L chapéu L E V I ' S Elizaveta → casaco H U N T E R vestido Z A R A botas PA L L A D I U M

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Elizaveta ↑ sweatshirt F I L A gorro CA R H A R T T

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Diogo ↗ sweatshirt P E R RY E L L I S


Diogo ↗ sweatshirt P E R RY E L L I S calças CA R H A R T T

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Diogo ↑ casaco Z A R A tshirt e calças CA R H A R T T ténis C O N V E R S E

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Elizaveta ↑ casaco F I L A sweatshirt L E V I ' S calças P R I M A R K botas PA L L A D I U M


Diogo ↑ casaco Z A R A

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Elizaveta ↑ tricot S H óculos F E R R AG A M O

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Diogo ↑ casaco VA N S sweatshirt D O C K E R S calças L E V I ' S

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Elizaveta ↗ tricot S H calças S H cachecol L E V I ' S


Diogo ↑ sweatshirt e calças CA R H A R T T

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Elizaveta ↗ sweatshirt L E V I ' S cachecol BA R B O U R


XIAODI

AND

CA VIAR

fotograf ia FREDERICO OM ass. fotograf ia CAROLINA PAULINO styling PEDRO APARÍCIO ass. styling MADALENA NUNES make-up SANDRA ALVES hair EDGAR VENÂNCIO models XIAODI + CAVIAR

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Caviar → camisa e casaco D EC E N I O x ALEX ANDRA MOURA calças A L E X A N D R A M O U R A bandolete P R I M A R K

Xiaodi ↘ vestido D EC E N I O x ALEX ANDRA MOURA colete T W I N S E T

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Caviar → blazer M I G U E L V I E I R A calças S CA L P E R S botas G I O S E P P O colares N I N I N H A G S brinco I N ÊS N U N ES


Caviar → saia DA N I E L A S O U S A pregadeira SWA ROVS K I sapatos DAV I D F E R R E I R A

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Xiaodi �→ camisola e colete TO M M Y H I L L F I G E R saia A L E X A N D R A M O U R A colar SWA ROVS K I cinto F R A N C I S C O F E L I X

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Caviar � saia DA N I E L A S O U S A pregadeira SWA ROVS K I


Caviar ↘ casaco B E AT R I Z J U L I ÃO calças F R A N C I S C O F E L I X botas E L I S A B E T TA F R A N C H I

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Xiaodi ↓ top e cuecas FRANCISCO FELIX calças L E V I ' S sapatos DAV I D F E R R E I R A colares D EC E N I O x ALEX ANDRA MOURA


Caviar ↑ casaco e camisa D EC E N I O x ALEX ANDRA MOURA bandolete P R I M A R K botas E XC E E D

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Xiaodi ↗ vestido D EC E N I O x ALEX ANDRA MOURA colete T W I N S E T sapatos DAV I D F E R R E I R A


Caviar ↘ casaco B E AT R I Z J U L I ÃO calças F R A N C I S C O F E L I X botas E L I S A B E T TA F R A N C H I jóias P O R T U G A L J E W E L S

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DING DO N G

Numa época em que o conhecimento é muito espartilhado e especializado, a D I N G D O N G retoma uma versão ancestral do arquiteto/artista total, que domina as várias artes da construção de uma casa, chegando até ao detalhe dos interiores e do próprio mobiliário, como se tudo fizesse parte de um todo. O atelier fundado por M I C H A E L M I R A N DA , DAV I D E G O M ES e M A R I A J OÃO G O N ÇA LV ES há oito anos, conseguiu criar um universo muito próprio dentro da área do luxo, que se tornou por si só uma marca. Acabou de sair um livro com os seus projetos mais relevantes que são o espelho da coerência de um percurso. M I C H A E L M I R A N DA foi recentemente considerado pela revista AD de Espanha como um dos 100 designers de interiores mais influentes.

texto por Francisco Vaz Fernandes

Tirando partido do reconhecimento que conseguiram em tão pouco tempo, resolveram abrir uma loja na zona de São Bento, que é uma forma do público em geral se encontrar com o seu universo. Mais que uma representação de marcas, o que vamos poder encontrar neste novo espaço são os elementos do mundo da casa, que poderíamos encontrar num projeto D I N G D O N G . São peças de mobiliário que desenham internamente, assim como peças de outros designers ou marcas que se tornaram referência para M I C H A E L M I R A N DA . No seu conjunto funcionam como uma montra do atelier, um espaço que rapidamente se pode transformar numa sala de reuniões para encontro com clientes, tendo uma parte dos materiais à mão, como se fossem amostras.

D I N G D O N G (S T U D I O) Rua da Cerca, 426 - Porto info@dingdong.pt T. 226 183 117 D I N G D O N G (S TO R E ) Rua da Imprensa à Estrela, 17- Lisboa store@dingdong.pt T. 213 961 079 www.dingdong.pt

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PARQ HERE


ESQI N A COSMOPOLITAN LO D G E texto por Francisco Vaz Fernandes

Depois de uma experiência com uma pequena unidade no Bairro Alto, a equipa do ES Q I N A C O S M O P O L I TA N LO D G E aventura-se num novo projeto de Guest House, de maior dimensão, que procura ser um novo centro cultural cosmopolita em Lisboa. Instalados num edifício antigo da rua Madalena, a nova unidade de dormidas foi pensada dentro de uma filosofia que favorecesse o encontro entre visitantes que pernoitam e a cultura viva da cidade. No que diz respeito à própria arquitetura, a fronteira com a rua faz-se através de amplas aberturas que deixam descobrir em profundidade um espaço convidativo, um Gastro & Cocktail Bar, onde a partir daí se pode ir encontrar outros recantos —um pátio interior. Ou seja, pode-se entrar sem grandes cerimónias e usufruir de uma carta de vinhos e de vários tipos de refeições, tudo preparado a partir de produtos sazonais biológicos.

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Mas, para além dessa abertura para o exterior, este projeto procura criar uma plataforma que convoca criadores para ali desenvolver trabalhos criativos. Há para isso um espaço de atelier e espaço expositivo, assim como infraestruturas para desenvolver workshops abertos tanto aos hóspedes como a indivíduos que venham de fora. Têm um quarto previsto para os criadores que apareçam e que possam ali permanecer uma temporada para melhor concluírem a sua produção. Essa possibilidade dos hóspedes de assistirem ao processo de desenvolvimento de trabalhos e o facto de se poderem deparar com os artistas convidados, faz parte de um conceito de histórias “reais” da cidade que em última instância é o que tem de mais autêntico para oferecer. O primeiro artista, G U I L L E R M E M O R A , já cumpriu a sua residência e tem com A N D R É C O S TA obras expostas até 21 de Dezembro, no Basement.

E S Q I N A C O S M O P O L I TA N LO D G E Rua da Madalena, 191—197 Lisboa T. 210 522 735

PARQ HERE


L I S B OA C I DA D E S AU DA D E

Apaixonei-me pela cidade onde nasci através dos olhos dos outros. Não dos meus, que mal se abriram fui embora. Dos outros, que transportam as 7 colinas no olhar. Altos e baixos de amores jurados em paredes várias. Barrigadas de tristeza postas de parte em cada café ao virar da esquina. Conversas trocadas entre janelas para ninguém ficar de fora. Dos outros, que não a dão a ninguém, mas deixaram-me agarrá-la aos poucos, com passinhos de bebé, que lutavam com a ansiedade de a palmilhar toda, para não haver monumento que ficasse de fora. São as pontes a unir um Cristo, que não é rei, mas dispõe da melhor vista do mundo, a um Deus, que a existir, tocou Lisboa com a mão toda. Dos suspiros, recheados de história solta em cada pedra da calçada portuguesa, até à saudade, que nasceu aqui. Sem tabuleta para a celebrar, apenas os traços de um retrato carregado de sofrimento e terminado com esperança. Da Boa, que não se deixa dobrar. Saudade, sem mais nem porquê, exposta nos olhos de fundo azul a misturarem-se com o Tejo. Miradouros que trocam os rios e cortam a respiração. Ali não se mira o Douro, é o Tejo. Outrora palco de epopeias e ninfas; hoje, psicólogo de gerações perdidas. Naquele horizonte coberto de sonhos aos magodes, desejamos não ir embora. Aos poucos, fui cheirando a memória nas ruas apertadas, sentindo os trajectos feitos sobre carris gastos e desaguando na costa que acalma o mar. O meu mar, tormentoso e revolto. Nos dias que voam – já nenhum corre -, aprendi a ver Lisboa como me ensinaram. Despojada de presunção, sem medo da novidade e com a luz que abre sorrisos por cada cara que passa. Por mais desconhecido que caminhe, Lisboa há-de ter sempre o meu mundo a seus pés.

texto por António Mourinha Barradas

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PARA FAZER QUILÓMETROS DE MEMÓRIAS.

Disponível em sapato e bota impermeável.

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