Apostila Prática de Ensino - Luz e Vida

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ARQUIDIOCESE DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE FÉ E CATEQUESE CURSO LUZ & VIDA

PRÁTICA DE ENSINO

ELABORAÇÃO MADRE MARIA HELENA CAVALCANTI, IRMÃS DE BELÉM PROFESSORES DE PSICOPEDAGOGIA E PASTORAL CATEQUÉTICA - 2017 -


CURSO LUZ & VIDA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO

PROGRAMA

1. Mensagem aos Catequistas 2. Uma metodologia catequética na EvangeliiGaudium 3. Planejamento na Catequese 4. O Encontro Catequético 5. Subsídios da Arquidiocese 6. Atividades na Catequese 7. Iniciação à Oração 8. Técnicas de grupos 9. Aulas práticas (tema livre)

Avaliação: Leitura do Cap. V – Evangelizadores com Espírito da Evangelii Gaudium.

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MENSAGEM AOS CATEQUISTAS (Me. Mª Helena Cavalcanti) Falemos um pouco do catequista e da preparação remota. 1. O mérito de uma pessoa não está mais no que ela é do que no que ele sabe ou realiza. Aí está a dificuldade. Não podemos ser de uma hora para outra. O primeiro sentimento diante de uma tarefa tão divina qual a de distribuidora da Mensagem da Salvação, é a profunda humildade. Humilhar-se por ver a verdade passar por um canal tão impróprio. Isto até o dia em que descobrimos que Deus se serve de meios “inadequados” para atingir seus fins. É a pedagogia divina. Sendo assim toda glória é para Ele. 2. É claro no Evangelho o preço das almas: custam o sangue do corpo que se gasta e da alma que se imola. O sangue da alma se compõe de amor e sacrifício. Não se pode ter sede de alma e nem ser mãe de almas sem dar sempre. Que isso não os amedronte; tudo de grande começa e acaba no sacrifício, mas o sacrifício não é necessariamente dor ou sofrimento. 3. O apostolado para ser fecundo, deve jorrar de nossa união com Deus. A união com Deus começa com o desejo inicial de perfeição. A essência da vida de união com Deus é a adesão generosa, fiel, cheia de amor, à vontade divina, de acordo com os ensinamentos do Mestre. A santidade consiste nisso, “Só Deus é santo”. Por isso a santidade é eminentemente sobrenatural: é sua vida em nós, é de iniciativa divina, é uma resposta de nossa parte. Por isso, também, santo que não arrasta não é santo “Depois que Eu for elevado da terra, atrairei tudo a Mim”, (Jo 12,32). Cada vez mais devemos tornar-nos “parecidos” com Cristo, possuindo “o jeito de Nosso Senhor”, ter os mesmos “sentimentos de Seu Coração”. É preciso ser santo “a maneira de Deus” e não ao nosso modo. Assim daremos “testemunho” e a presença do Mestre estará onde estivermos. 4. O Divino Espírito Santo tem papelimportantíssimo – o principal da nossa santificação e na das pessoas que nos são confiadas. Jesus disse: “O Paráclito ficará convosco para vos ensinar todas as coisas e explicar o que tenho dito” (Jo 14,26). O Espírito Santo que habita a alma em estado de Graça é, portanto, a “memória” de Jesus em nós e Sua unção. Na verdade ensinanos mais do que todos os livros. Sua ação é delicadíssima exige de nossa parte grande docilidade. 5. Não é demais repetir que a parte principal é a de Deus. É sempre com grande angústia que peço a Deus que meus pecados não sejam impedimento à Sua Graça nas almas. Nós muitas vezes, atrapalhamos ao invés de ajudarmos. Procuremos tornar-nostransparentes para que todos veja, a Face Divina através de nós. Alma opaca não é alma cristã. Que ninguém se aproxime de mim, Senhor, sem se aproximar também de Vós. 6. E Nossa Senhora é a medianeira de todas as graças. Somos formados com Jesus, “pelo Espírito Santo no seio de Maria Virgem.

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UMA METODOLOGIA CATEQUÉTICA NA EG Uma metodologia Catequética na EvangeliiGaudium135-175, do Papa Francisco “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho”Mc 16,15 1. Introdução Pregar o Evangelho é uma tarefa que exige amor, dedicação e alegria ! A isto, nosso querido Papa Francisco teceu na exortação apostólica EvangeliiGaudium orientações precisas e diretas pois quer que a “salvação entre na casa” de cada um (cf. Lc 19,1-10). Para tanto, quando nosso Senhor envia “por todo o mundo”, quer que a Sua Boa Nova alcance a todos... sem exclusões ! Sabemos que o Anúncio do Evangelho, a evangelização,é tarefa de todos os batizados. Nosso Papa, tem se preocupado bastante com a pregação da Palavra de Deus. Por isso, orientou com clareza e precisão todas as pessoas, meios e locais para que este anúncio seja eficaz e cheio de alegria ! Este estudo está concentrado no cap. III – O anúncio do Evangelho (135 – 175). Como bons catequistas e agentes pastorais, observaremos as orientações do Papa e a consideraremos no exercício do nosso ministério. Jamais podemos esquecer que a tarefa de pregar o Evangelho é divina ! O Senhor esta conosco ! (cf. Mt 28,20). 2. Aspectos metodológicos da pregação Aspecto espiritual • Inspirada pelo Espírito Santo; • Orientada para a comunhão com Cristo na Eucaristia; • Proporcionada a uma experiência intensa e feliz do Espírito, um consolador encontro com a Palavra, uma fonte constante de renovação e crescimento; A Sagrada Escritura é fonte da evangelização e é indispensável que a Palavra de Deus se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial. Até porque toda Palavra antes de ser exigência, é dom ! Aspecto pedagógico • Fervorosa e distinta de uma aula ou palestra; • Transmissora de uma mensagem e não de ideias; • Dialogada, ou seja, realizada pelo prazer de falar pelo bem concreto que se comunica através das palavras entre aqueles que se amam; • Comunicada pela beleza das imagens para incentivar a prática do bem porque as imagens ajudam a apreciar e acolher a mensagem que se quer transmitir; • Simples, clara, direta, adaptada (para uma adaptação correta, é preciso antes de tudo: escutar muito, partilhar a vida das pessoas e prestar bastante atenção) e com linguagem positiva, ou seja, mostrar esperança, orientar par ao futuro e não deixar prisioneiro da negatividade (cf. Nm 21, 6-9;Rm 8, 26); Aspectos humano • um olhar solidário;

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Proximidade e encontro de um Pastor com o seu povo; Conduzida pelo amor como uma mãe fala a seu filho; O acompanhamento espiritual deve conduzir cada vez mais para Deus, em que podemos alcançar a verdadeira liberdade (EG 170); A experiência pessoal de nos deixarmos acompanhar e curar conseguindo exprimir com plena sinceridade a nossa vida a quem nos acompanha, ensina-nos a ser pacientes e compreensivos com os outros e habilita-nos a encontrar as formas para despertar neles a confiança, abertura e a vontade de crescer (172).

Os discípulos missionários acompanham discípulos missionários (EG 173).

3. Importante não esquecer... Acolhamos o tesouro sublime da Palavra revelada ! • O Senhor quis chegar aos outros por meio da nossa palavra (Rm 10,14-17); • “A fé surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo” (Rm 10,17); • A Palavra conquistou o coração da gente (Mc 1,45; 6,2; 1,27; 16,15.20); • O Senhor fala de mil maneiras... o que pregamos é apenas o início de um diálogo que cada um vai escolher como continuar sua conversa; • Os métodos e os meios para evangelizar; 4. Aquele que prega deve... Em relação a si “A maior ou menor santidade do ministro influi sobre o anuncio da palavra” (João Paulo II) • Transbordar na fé; • Ser amigo do Espírito Santo porque é quem age naqueles que se deixa possuir e conduzir por Ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar; • Estar seguro de que Deus o ama, de que Jesus salvou, de que o seu amor tem sempre a ultima palavra; • Familiaridade pessoal com a Palavra de Deus com docilidade e oração (rezar com a Palavra), a fim de que ela penetre a fundo nos seus pensamentos e sentimentos gerando assim uma nova mentalidade; • Ouvir e escutar a palavra, para depois transmiti-la (Mt 12,34); • Ter cuidado com as tentações de: ouvir o que quer ouvir, sentir-se chateado e dar tudo por encerrado, achar que Deus esta falando para os outros e não para si, não ouvir quando o Senhor fala a verdade, achar que o que Deus pede não conseguiremos realizar e diluir a mensagem específica do texto; • Aceitar ser primeiramente transpassado pela Palavra que há de transpassar os outros porque é uma Palavra viva e eficaz (Hb 4,12). Aceitar a Palavra é deixar que toque a vida, interpele, exorte e mobilize deixando-a que tome posse de todo o ser; • Olhar com sinceridade a sua vida e apresentá-la sem fingimento diante dos os olhos de Deus e que estejamos dispostos a continuar a crescer; • Progredir na atitude de melhorar sempre e viver o desejo de estar no caminho do Evangelho reconhecendo a pobreza e desejando comprometer-se mais (At 3,6);

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Renovar o ardor a cada dia na preparação da pregação a fim de que cresça o amor pela Palavra que pregamos; Formar-se continuamente na escuta da Palavra; Para se chegar a um estado de maturidade [...] é preciso dar tempo ao tempo com uma paciência imensa.

Em relação ao outro • Conhecer o coração da sua comunidade para identificar onde está vivo e ardente o desejo de Deus e também onde é que este diálogo de amor foi sufocado ou não pode dar fruto, para tanto, ter proximidade cordial. Conhecer implica também em escutar as pessoas para descobrir o que precisa ouvir para relacionar a mensagem do texto bíblico com uma situação humana, com algo que as pessoas vivem, com uma experiência que precisa da luz da Palavra. • Ser sensível no aspecto humano, espiritual e pedagógico (conduzir pela mão) numa linguagem apropriada que transmita coragem, inspiração, força e impulso. Para tanto, é preciso de um discernimento evangélico; ✓ Caloroso, manso e alegre nos gestos; ✓ Olhar o povo mais além de suas fraquezas e quedas; ✓ Fazer o povo sentir o gosto do diálogo com Deus; ✓ Unir os corações que se amam: o Senhor e seu povo; ✓ Falar com o coração... ✓ Fazer com que o povo sinta o abraço batismal e misericordioso do Pai... • Proceder de forma: prudente, compreensiva, paciente, dócil, atento na escuta – “escutar [...] é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual”. A escuta respeitosa e compassiva pode encontrar caminhos para um crescimento genuíno (EG 171). 5. Preparando a pregação • Um tempo longo de estudo, oração (leitura orante – “lectio divina”), reflexão e criatividade pastoral sendo este tempo: pessoal e comunitário... sem pressas. • Passo a passo 1. Uma confiança no Espírito Santo que atua na pregação não é meramente passiva, mas criativa. Implica oferecer-se como instrumento (Rm 12,1) com todas as próprias capacidades, para que possam ser utilizadas por Deus. Quem não se prepara não é “espiritual”: é desonesto e irresponsável quanto aos dons que recebeu; 2. Prestar atenção ao texto bíblico; 3. Interpretar o texto com: paciência, tempo, interesse e dedicação gratuita com AMOR para escutar o Deus tem a falar; 4. Descobrir a mensagem principal é o objetivo, ou seja, o efeito que quis produzir; 5. Compreender a vontade de Deus; 6. Transmitir com a força própria do texto que foi proclamado; 7. Peçamos a Ele o que ainda não podemos conseguir;

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6. Começando pelo querigma... • O primeiro anúncio deve desencadear também um caminho de formação e de amadurecimento para um crescimento onde se possa dizer com plena verdade “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20); • O querigma deve ocupar o centro da atividade evangelizadora e de toda a tentativa de renovação eclesial. Para tanto, é preciso sempre voltar a este anúncio principal para anunciar de uma forma ou de outra o amor salvífico de Deus como prévio à obrigação moral e religiosa, que não imponha a verdade mas faça apelo à liberdade, que seja pautado pela alegria, o estímulo, a vitalidade e uma integralidade harmoniosa que não reduza a pregação a poucas doutrinas; • A Igreja deve crescer na consciência da sua permanente necessidade de ser evangelizada; 7. Continuando pela mistagogia... • Que nos insere na progressiva experiência litúrgica do mistério que através da via da beleza é capaz de cumular a vida de um novo esplendor (a verdade e a bondade do Ressuscitado) e de uma alegria profunda mesmo no meio das provações. formativa na qual intervém toda a comunidade e uma renovada valorização dos sinais litúrgicos da iniciação cristã; • Indicações práticas: uma ambientação adequada, motivação atraente, símbolos eloquentes, estar inserida num amplo processo de crescimento e da integrada em todas as dimensões da pessoa num caminho comunitário de escuta e resposta; 8. Mas qual a finalidade de tudo isso ? • Para ter a coragem de encontrar novos sinais, novos símbolos, uma nova carne para a transmissão da Palavra de Deus; • Para que paralelamente à proposta moral da catequese, que convida a crescer na fidelidade ao estilo de vida do Evangelho, é oportuno indicar sempre o bem desejável, a proposta de vida, de maturidade, de realização, de fecundidade para entender a nossa denúncia aos males que podem obscurecer; • Para que a Palavra revelada fecunde radicalmente a catequese Deus convida sempre a dar um passo a mais, mas não exige uma resposta completa, se ainda não percorrermos o caminho que a torna possível; Ninguém é mais paciente e sabe esperar que Deus Pai;

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PLANEJAMENTO NA CATEQUESE Qual tem sido prática de sua comunidade em relação a planejamentos catequéticos, pastorais? 1. Situações: a. Todo mundo já sabe o que tem que fazer: Campanha da Fraternidade, mês de maio, mês das vocações, etc... b. O planejamento foi bem feito, explicado na reunião mas nem sempre funciona: uns não se envolvem, outros não sabem trabalhar direito... c. Fazemos muitas dinâmicas, mas o grupo continua sem conteúdo... d. Muita gente recebe os sacramentos, mas depois some... e. Os próprios agentes de pastorais variam muito. A formação dificilmente avança porque está sempre recomeçando. Então ...”conhecemos as ruas, as casas, mas... perdemos o endereço.” (Madre Maria Helena Cavalcanti) 2. Algumas causas: ▪ Muitas pessoas se acostumaram a esperar de outros a solução de seus problemas; ▪ Outros não tem hábitos de estudo, ou falta tempo para assimilar a grande quantidade de material que é produzida. ▪ Existe acomodação por parte de alguns e falta de um trabalho mais comprometido e eficiente. Diante disso podemos concluir; Planejamento não é solução mágica e não resolve tudo. Então, o que é planejamento? É processo... É ferramenta É trabalho em conjunto 3. Algumas definições:  Planejamento: processo de tomar decisões sobre o trabalho a ser feito.  Plano: registro por escrito das motivações e decisões tomadas.  Cronograma: lista de ações a serem realizadas, com seus prazos, agentes e destinatários.  Planejamento de Curso: a previsão de um determinado conjunto de conhecimentos, atitudes e habilidades a ser alcançado por um grupo, num certo período de tempo de maneira não detalhada.  Planejamento de unidade: é uma especificação maior do plano de curso. Uma unidade é formada de assuntos inter-relacionados.  Planejamento do encontro: é a especificação dos comportamentos esperados e os conteúdos, estratégias de ensino e de avaliação que serão utilizados para a consecução desses comportamentos. Tem como características a coerência, a seqüência, a flexibilidade, a precisão e a objetividade.

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4. Elaborar projetos: ▪ Cada grupo pode escolher um caminho próprio: seu projeto. Com seu projeto, o caminho escolhido tem a sua marca, assim, o grupo assume feição própria, adquire “personalidade”. ▪ Projeto é a palavra que se usa para significar uma intenção, um propósito de ação, uma proposta para resolver um problema, alcançar um fim determinado, dentro de um determinado prazo. “Pensar e não concretizar é uma sinfonia inacabada.” (Madre Maria Helena Cavalcanti) Projeto: Objetivo: O que faremos?

Quando?

Como?

Com quem?

Com o quê?

Onde?

5. Pontos importantes: ▪ Quem não é capaz de participar do planejamento não vai ser capaz de executá-lo; ▪ O ato de planejar faz parte da educação dos agentes; ▪ É incentivando a participação que descobrimos talentos; ▪ É importante estarmos em comunhão com as Diretrizes Pastorais da Igreja; ▪ Não podemos perder de vista a avaliação, que é verificar se os objetivos foram atingidos; ▪ Após a avaliação, o planejamento pode ser refeito, se for necessário. ▪ A coordenação é importante para assegurar o máximo de participação (delegar tarefas).

“Não se pode fazer tudo. Mas tudo o que deve ser feito, merece ser bem feito.” (Madre Maria Helena Cavalcanti)

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O ENCONTRO CATEQUÉTICO “Ser catequista é ser jardineiro de gente”. (Me. Maria Helena Cavalcanti) “A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos,a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de os iniciar na plenitude da vida cristã.” (CT 18) I - O ENCONTRO DEVE SER BEM: 1. Preparado • Constar de uma programação (cantos, orações e atividades devem estar ligados com o tema central). • Ter um plano => determinar o objetivo e a atitude interior. • Trazer o material necessário. • Estudar, pesquisar, meditar, confrontar com a vida. 2. Apresentado • Incentivação: recurso ou procedimento que desperte em cada catequizando o motivo para a ação catequética. • Palestra: Desenvolvimento do tema, levando à participação e procurando despertar e manter a atenção do grupo. Não esquecer que todo encontro deve incluir um texto bíblico como fundamentação e iluminação do tema central. Atenção ao vocabulário que pode ser simples e profundo. Jamais vulgar, agressivo e grosseiro. Devemos fazer com que, as ideias essenciais sejam memorizadas, isto é, guardadas no coração como a pérola preciosa de que fala o Evangelho. • Oração: é o ponto alto do Encontro. A catequese deve sempre despertar o aspecto celebrativo da fé. • Atividade prática: Na comunidade (visitas, retiros, mutirões, campanhas...); No grupo (dramatizações, jogos, música); Individual (orações, trabalhos escritos, desenhos...); • Memorização • Canto: sempre que possível no início, meio ou no final do encontro; sempre ligado ao tema. 3. Verificado • Observar, perguntar • A verificação é constante 4. Fixado • As ideias essenciais devem ser memorizadas; • Jogos, dinâmicas, músicas, teatro, etc...

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5. Vivido • Tornar-se fonte de vida cristã; • Procurar sempre desenvolver atitudes práticas de acordo com a faixa etária em que se está trabalhando. “A catequese deve iluminar com a Palavra de Deus as situações humanas e os acontecimentos da vida, para neles fazer descobrir a presença ou ausência de Deus”.(Puebla 997) II - PONTOS IMPORTANTES: • • • • • • • • •

Levar a participação; Perguntas simples, diretas e objetivas; Uso adequado da voz e do material; Manter um ambiente espiritual; Propiciar encontro com Deus: orientar para a oração; Insistir na ideia chave; Gesto concreto; Tempo adequado; Vocabulário.

III - DISCIPLINA NA CATEQUESE “Educar para a verdade no amor e na disciplina.” (Madre Maria Helena Cavalcanti) 1. Introdução Devemos ter em mente o homem eterno, feito à imagem e semelhança de Deus. Todavia não se deve disciplinar sem motivação. “Senhor, ensina-me a bondade, a ciência e a disciplina” (Sl 118,66) •

Da bondade – que nos leva a sentir com o coração, com afeto e compreensão. Só o amor nos ensina a compreender. • Da ciência – que nos faça ver com inteligência a criança, com a realidade de hoje e os anseios de sempre. A competência impõe-se. • Da disciplina – principalmente a pessoal, do próprio catequista. Pensar, refletir e sentir é muito importante, mas sem a vontade disciplinada os melhores ideais podem ir por água abaixo. Por isso o catequista deve ter autodomínio, dar o exemplo. “Antes de tirar a palhinha do olho da criança, arranque a trave do seu”. Precisamos não de uma disciplina constrangedora, mas de uma disciplina criadora.

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2. Finalidade da disciplina a. Criar um ambiente de... Silêncio... Admiração... Respeito...

Confiança...

Alegria...

b. Condições do catequista para obter uma boa disciplina: ✓ Sentido de sua missão: Traço de união entre as crianças e Deus ✓ Calma e domínio: Nada mais reacionário do que querer disciplinar os outros sem se disciplinar primeiro. ✓ Conhecimento do catequizando: “A criança vista fora das influências ambientai é como uma frase solta fora do contexto: sem sentido”.(Madre Maria Helena Cavalcanti) ✓ Condições ambientais: As crianças observam as coisas que as rodeiam apaixonadamente e são atraídas porelas. ✓ Local: Adequado, preparado e limpo. ✓ Horário: Atividades dosadas ✓ Tempo: Bem aproveitado “A paz é a tranquilidade da ordem”. (São Tomás de Aquino)

IV - CONCLUSÃO “Sempre mais se impõe uma educação permanente da fé que acompanhe o homem por toda a vida e se integre no seu crescimento global”. (CR 129)

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SUBSÍDIOS DA ARQUIDIOCESE A vocação e o compromisso de ser hoje discípulos e missionários de Jesus Cristo na América Latina e no Caribe, requerem clara e decidida opção pela formação dos membros de nossas comunidades, a favor de todos os batizados, qualquer que seja função que desenvolvem na Igreja. Olhamos para Jesus, o Mestre que formou pessoalmente a seus apóstolos e discípulos. Seu estilo se torna emblemático para os formadores e adquire especial relevância quando pensamos na paciente tarefa formativa que a Igreja deve empreender no novo contexto sóciocultural da América Latina (DAp 276). Cada setor do Povo de Deus pede que a pessoa seja acompanhada e formada de acordo com a peculiar vocação e ministério (DAp 282) para que possam ter incidência nos diferentes campos da Igreja e da sociedade (cf. DAp 283). O discípulo missionário, movido pelo estímulo e ardor que provém do Espírito, aprende a expressá-lo no trabalho, o diálogo, no serviço e na missão cotidiana (DAp 284). Quando o impulso do Espírito impregna e motiva todas as áreas da existência, então penetra também e configura a vocação específica de cada pessoa (DAp 285). Comprometida com esta causa formativa que nos impele o Documento de Aparecida, nossa Arquidiocese do Rio de Janeiro possui diversas publicações. Algumas são orientações particulares no território de nossa Arquidiocese. Estas publicações são encontradas na Editora N. Sra. da Paz ou no Almoxarifado da Mitra (Rua Benjamin Constant, 23 – Glória - térreo). O selo de nossa Arquidiocese possui ao centro o brasão (identificação) que, versão colorida é disposta da seguinte forma: o fundo do brasão é na cor vermelha e as setas são prateadas para indicar o martírio do nosso padroeiro S. Sebastião. A cruz com duas hastes é dourada (símbolo da vitória de Cristo) e significa que a Igreja que esta no Rio de Janeiro é uma Arquidiocese como bem explicita a inscrição apoiada numa linha circular (símbolo da comunhão). Folheto “A MISSA” Boletim da Revista do Clero Jornal “O Testemunho de fé” Site: www.arqrio.org Normas litúrgico-canônicos-pastorais (escritas no Anuário Eclesiástico) Diretório Pastoral para o Ensino Religioso Diretório Arquidiocesano da Iniciação Cristã DVD do programa CLIC (Caminhando à Luz da Iniciação Cristã) Livros de Catequese infantil (catequista e catequizando): “Anuncio uma grande Alegria” e “Que alegria encontrei Jesus”. 10. Manual do Agente da Pastoral da Saúde 11. Manual do Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão 12. Ministério do Acolhimento 13. Ministério da Visitação 14. Pastoral do Dízimo 15. Rezemos ao Senhor 16. Roteiro para grupos iniciantes de Círculos Bíblicos 17. Série Catequese de perseverança (Perseverando, Planejando, Conhecendo, Conversando) 18. Temas complementares – Doutrina Social da Igreja. 19. ... 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

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ATIVIDADES NA CATEQUESE 1. O que são?  Exercícios na fé que levam à penetração e assimilação da mensagem recebida. 2. Fundamentação:  Nos Evangelhos, Cristo compara seu Reino a princípios ativos. Fermento

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grão de mostarda

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semente

“A semente da fé não exige menos cultivo do que as outras sementes”. (Madre Maria Helena Cavalcanti) 3. Objetivos das atividades:  Fazer assimilar, interiorizar, refletir, saborear a mensagem recebida;  Levar à vivência cristã - princípio da interação (CR 154)  Catequese Renovada: atividades transformadoras e educativas da fé. 4. ATIVIDADES:  Estimulam a criatividade.  Levam à busca comunitária da experiência de Deus.  Ajudam à descoberta e vivência desta mensagem. 5. BÍBLIA:  Livro de catequese por excelência,sugere recurso a expressões estéticas e literárias diversificadas com múltiplas possibilidades de apresentação. 6. As atividades devem:  Permitir esforço de criação;  Estar ligada ao tema;  Colocar em jogo as faculdades dos catequizandos;  Adaptar-se às faixas etárias;  Despertar interesse. 7. Tipos de atividades catequéticas  Desenho/ canto/ recorte e colagem/ modelagem/ recorte de figuras/ cartazes/ pesquisa/ questionários/ fichas de trabalho/ composição/ entrevistas/ jogral/ utilização dos meios de comunicação/ círculos de estudo/ dramatização/ celebrações para litúrgicas/ psicodramas/ atividades apostólicas, recreativas e culturais/ oração e músicas com gestos. 8. E a memorização?  “As flores da fé e da piedade cristã, não crescem nos espaços ermos de uma catequese sem memória.”(João Paulo II – CT 55)

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Como realizá-las? É preciso saber apresentar de modo: claro, espiritual, atraente... 9. Conclusão:  Ser testemunha da alegria da Ressurreição exige: 1. Tomada de consciência na fé 2. Testemunho de vida na esperança 3. Anúncio da salvação na caridade

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INICIAÇÃO À ORAÇÃO 1. Rezar é • Encontrar-se com Deus • Sentir-se na presença do Deus pessoal • Dialogar com Deus “A oração é o caminho mais curto entre o céu e a terra”. (Madre Maria Helena Cavalcanti)  Maneira de se situar diante de Deus: atenção e adesão “Atenção para comigo mesmo é auto conhecimento Atenção para com o próximo é caridade Atenção para as causas segundas é ciência Atenção para com Deus é oração.” (Madre Maria Helena Cavalcanti) 2. Formas de oração • Vocal • Silenciosa • Individual • Comunitária • Litúrgica “A oração interioriza e assimila a liturgia durante e após a sua celebração”.(CCE 2655) 3. A vida de oração é importante para • Manter a união pessoal com Deus • Conservar a união de todos os filhos de Deus. “Quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer fazei tudo para a glória de Deus”.

4.

Como fazer para que toda a vida pastoral seja uma iniciação à oração ? • Pelo próprio tema do encontro dar o significado profundo de certas expressões bíblico litúrgicas.

“A memorizaçãodas orações fundamentais oferece um apoio indispensável à vida da oração, mas importa saborear-lhes o sentido”(CCE – 2688)  Despertar e educar as atitudes fundamentais do cristão diante de Deus: • Atitude de filho: amor, confiança, respeito filial, abandono • Atitude de pecador.

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Da consciência moral Educação

Do sentido do pecado Do sentido do perdão “A oração é a vida do coração novo e ela deve nosanimar a cada momento.” (CCE – 2697)

5. Atmosfera da Pastoral • Deve contribuir para o despertar da oração. • Local – alegre, limpo. • Disciplina –serena e firme • Ambiente – silêncio e respeito • Imagem ou símbolo religioso • Atitude do agente – sua voz, seus gestos, sua postura de pessoa orante. “O melhor meio de ensinar a rezar,é rezar de verdade.”. (Madre Maria Helena Cavalcanti) 6.

Tipos de Oração • Adoração, louvor, petição, impetração, ação de graças, fórmulas espontâneas, frases bíblicas e litúrgicas, orações tradicionais, música e expressões corporais.

“Qualquer que seja a linguagem da oração (gestos e palavras), é o homem todo que reza.” (CCE – 2562)

“Quem reza mesmo

ou

muda de vida

ou deixa de rezar”.

(Madre Maria Helena Cavalcanti)

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TÉCNICAS DE GRUPOS 1. Conceito e Objetivos São os meios, maneiras ou procedimentos sistematizados, empregados em situações de grupo, a fim de se obter uma ação grupal eficaz. Essas técnicas são fundamentadas cientificamente e estão suficientemente experimentadas no campo da educação, com resultados bastante favoráveis. A eficiência da educação em sua concepção atual é medida pela capacidade de cada indivíduo em saber comunicar-se, cooperar e conviver. A educação favorece assim, a criação de um sistema de relações humanas, procurando sempre a melhor qualidade desse tipo de relações. Adinâmica de grupos, que se ocupa forçosamente das relações humanas, põe a disposição do educador uma série de técnicas grupais, como instrumentos capazes de organizar um melhor relacionamento, permitindo que ao educadores aprendam a comunicar-se, aprendam a cooperar e aprendam a conviver. 2. Normas gerais parao uso das técnicas grupais Cada técnica possui suas próprias regras específicas derivadas de sua natureza particular. Entretanto existem normas de caráter geral estabelecidas pela Dinâmica de Grupos, as quais devem ser conhecidas, para que as técnicas possam ser utilizadas com êxito. a) b) c) d) e) f) g) h) i) j)

Quem se proponha a utilizar as técnicas de grupo deve conhecer previamente os fundamentos teóricos da dinâmica de grupos. Antes de utilizar uma técnica de grupo, deve conhecer-se suficientemente sua estrutura, dinâmica, suas possibilidades e seus riscos. Deve seguir, dentro do possível, o procedimento indicado em cada caso. As técnicas de grupo devem ser aplicadas com um objetivo claro e bem definido. As técnicas de grupo requerem uma atmosfera cordial e democrática. Em todo momento deve haver uma atitude de cooperação. Deve ser estimulada, sempre que possível, a participação ativa dos membros do grupo. Os membros do grupo devem adquirir consciência de que o grupo existe, que o grupo é de todos eles. Devem ter o sentimento de “nosso grupo”. Todas as técnicas de grupo se baseiam no trabalho voluntário. Todas as técnicas de grupo têm como finalidade específica:  Desenvolver o sentido de grupo;  Ensinar a pensar ativamente;  Ensinar a escutar de modo compreensivo;  Desenvolver a capacidade de cooperação, intercâmbio, responsabilidade;  Vencer temores e inibições, superar tensões e criar sentimentos de segurança;  Criar uma atitude positiva diante dos problemas das relações humanas favoráveis a adaptação social dos indivíduos.

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3. Exemplo de algumas técnicas de grupo: Painel integrado 1. Divisão em grupos 2. Estudo do tema e montagem de um resumo que cada participante deverá ter. 3. Serão formados novos grupos onde deverão existir pelo menos um membro de cada grupo anteriormente formado. Cada membro(seguindo a seqüência lógica do tema) deverá apresentar ao novo grupo o resumo. 4. Avaliação da exposição. Fotolinguagem 1. Observar, em silêncio, uma gravura: 2. Perguntar: “Esta gravura lembra algum acontecimento do Evangelho?”Ou então: “Esta gravura nos diz algo sobre o batismo?” 3. Pode-se confeccionar um mural ou apresentar oralmente as conclusões do grupo. Slogan 1. Pequenas frases iniciadas pelo dirigente e terminadas pelo grupo. Exemplo: O Batismo é... Ser padrinho significa.... Quebra Cabeça 1. Distribuir frases ou citações bíblicas ligadas à palestra em pedaços de papel. 2. Os participantes procurarão juntar os pedaços que formarãoas frases de cada grupo. 3. Após a leitura e discussão das frases, cada grupo apresentará a sua conclusão. Exemplo: PELO BATISMO / NOS TORNAMOS / FILHOS DE DEUS. Cochicho ou conversa a dois Discute-se dois a dois, por um ou dois minutos, sobre um determinado assunto. A seguir, convida-se as duplas para apresentarem as suas conclusões.

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