Teologia Moral 3

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Luz e vida Teologia Moral

Giovane Disner Castanha

5. A Intenção Para que um ato seja moralmente bom, requer que o seja tanto por parte do objeto como parte do fim e das circunstâncias. Se algum destes elementos é mau, o ato há de ser tido como moralmente mau. Em consequência, entende-se que o fim não justifica os meios; ainda que a pessoa tencione atingir uma meta boa, não lhe é lícito recorrer a qualquer meio; assim não devo roubar nem para ajudar os outros. “Não comentemos males para que daí venham bens”(Rm 3,8). Estas observações tem grande importância para a vida espiritual do cristão: na prática todo ato humano ou é bom ou é mau do ponto de vista moral; isto quer dizer, através de todos os atos do seu dia, o cristão pode estar caminhando para Deus e a plenitude da vida. 5.1. Causa com duplo efeito A questão da moralidade do ato humano se torna mais difícil quando este é causa de dois efeitos: um principal, moralmente bom; outro secundário, moralmente mau. Exemplo: Quando alguém se dedica ao apostolado entre pessoas de vida não recomendável, a fim de ajudá-las a sair de tal situação; frequentação dos respectivos ambientes, embora proceda de intenções puras, pode causar escândalos. Como proceder em tais casos? É licito praticar um ato com duplo efeito (um bom e outro mau), desde que se preencham as cinco seguintes condições: 1)O ato como tal (ou em si mesmo) seja bom ou indiferente. Nunca é lícito cometer o mal (mentir, adulterar, roubar ...) mesmo que tal ato possa ser portador de efeitos salutares; 2) O efeito bom que se espera, deve decorrer imediatamente do ato, e não após o efeito mau; este ser secundário em relação àquele. Exemplo: Para salvar a honra de uma jovem solteira, não é lícito cometer o aborto; 3)A finalidade de quem assim age, deve ser honesta. O sujeito deve intencionar diretamente o efeito bom e apenas tolerar o efeito mau como algo não desejado, mas inseparável do efeito bom. Exemplo: O professor (Pai e mãe) podem ler obras e assistir espetáculos de baixo escalão moral se isto lhe é necessário para exercer o magistério (orientações) junto aos seus alunos (filhos). As tentações que lhe possam provir de tal exercício, são algo que não deseja, mas tolera, a finalidade de quem assim procede, é moralmente boa, de esclarecer os mais jovens; 4) Haja causa proporcionalmente grave para permitir o efeito mau. Isto significa que o efeito bom dever vultuoso e importante de modo a compensar o efeito mau. Exemplo: uma pessoa que necessita de trabalhar para ganhar a vida pode permanecer num emprego honesto, mesmo que tenha colegas que a solicitem para o mal; pode haver sérias razões para não abandonar tal serviço; a pessoa em foco rezará e se acautelará a fim de não cair em pecado. Todavia, desde que possa transferir-se para um emprego isento de tal perigo, tem a obrigação fazê-lo, para não se expor desnecessariamente ao pecado. 5) Não haja outro recurso para obter o efeito bom senão o da causa com duplo efeito. Exemplo: a esposa católica que deseja participar da santa Missa em domingo, pode e deve fazê-lo, embora saiba que seu gesto provocará blasfêmias da parte do marido.


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