Dirceu - Sontos Bem(e)Dito(s)

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D I R C E U Sonetos Bem(e)Dito(s)


Este texto foi revisado, preparado e composto pela Editora Keimelion. keimelion@gmail.com http://editorakeimelion.blogspot.com/ (31)3244-1245

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©Públio Athayde


D I R C E U Sonetos Bem(e)Dito(s) Uma sátira fescenina inadequada para incautos. ‡ pelo poeta

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Doroteu Mineiro (Públio Athayde) ‡

Leitura desaconselhada para pessoas desprovidas de bom-senso. ‡

Censura: o leitor deverá ter nascido bem antes da abolição da nefanda sobredita.

MARIANA – MG 2009


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Dedico este opúsculo aos professores, depois colegas, e aos colegas, depois professores, sempre amigos que me fazem ter tão boas memórias do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto. data maxima venia Professor Doutor José Benedito Donadon-Leal


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Além de doutor em Ciências Ocultas e Letras apagadas, o autor é "polyhistor". Não à moda árcade ou popular em quaisquer das artes, não com lirismos falsos ou romantismo hipócrita. Doroteu se faz acompanhar, nos mais elevados círculos acadêmicos, apenas pelos mais distintos e doutos eruditos a que honra chamar amigos. Sob o olhar sisudo de Gomes Freire na praça do mesmo nome em Mariana, ou aos pés de Tiradentes, em Ouro Preto, Doroteu espanta o populacho ignaro, que lhe obsta o curso, com sua voz tonitroante. O Sacana


Sumário Soneto da declaração ........................................................ 8 Soneto da procura ........................................................... 10 Soneto da evocação ........................................................ 11 Soneto da insistência ...................................................... 12

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Soneto da birra ............................................................... 13 Soneto desesperado ........................................................ 14 Soneto da esperança ....................................................... 15 Soneto da disputa ........................................................... 16 Soneto da revelação ........................................................ 17 Soneto da tocaia ............................................................. 18 Soneto do consolo ........................................................... 19 Soneto do poeta .............................................................. 20 Soneto da interjeição ...................................................... 21 Soneto do gasto amor ..................................................... 22 Soneto do vasto amor ..................................................... 23 Soneto da queixa ............................................................ 24


Soneto à bailarina ........................................................... 25 Soneto da contrição ........................................................ 26 Soneto da rima ................................................................ 27 Soneto do questionamento ............................................. 28 Soneto da partida ........................................................... 29 Soneto do abraço eterno ................................................. 30 Soneto leva‐fumo ............................................................ 31

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Soneto da agonia ............................................................ 32 Invocação a Eros ............................................................. 33 Soneto do encontro ......................................................... 34 Soneto do largo amor ..................................................... 35 Soneto do ai! deus ........................................................... 36 Soneto da prisão ............................................................. 37 Soneto do toque .............................................................. 38 Soneto enlameado .......................................................... 39 Soneto da terceira idade ................................................. 40 Soneto do abrigo ............................................................. 41 Soneto matinal ................................................................ 42 Soneto do amor possível ................................................. 43


Doroteu Mineiro

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"Sonetos Bem(e)Dito(s)" é o subtítulo deste novo livro de Doroteu. E a mensuração de que o autor dá conta é no mínimo ímpar: salta às vistas o rigor métrico intencionalíssimo; e enche os olhos a comedida força com que esse expoente das novas letras dessacraliza Marília e inferniza Dirceu. Aqui o poeta vai além do cerne: "faz-me carnal amor um outro igual". Pastor sem alma, sátiro fescenino e nativo da tricentenária Vila Rica, Doroteu diz cruelmente o que Dirceu reveste com o panejamento da falsa moral rustidora. E os sonetos? Uma contorção de quem subtrai a Musa ao tango para trazê-la a um sabá orgírico em ritmo de seresta. Quatorze versos cada poema de vário amor absolutamente bandido. Rimas duras: esmo/mesmo; feraz/capaz; carne/farne. Métrica castíssima, (casta e belíssima), ortodoxa, onde o velho decassílabo é brindado com as mais conservadoras tônicas da forma heróica e nunca perde um pé ou ganha outro; versos absolutamente acatalécticos, vejam: "Que vale para as pedras a lei do homem,/ ou para mim e para meu Dirceu,/ regra escrita, que não escrevi eu? /Que importam argumentos que se somem?/ Dirceu será só meu, de ninguém mais,/ como o Itacolomi é das Gerais." A linguagem passa às vezes do inusitado (só me resta que queixa aqui rascunho) e, mesmo evidenciando profunda pesquisa e denotado saber histórico, se contemporaneíza nas mazelas e impáfia. Poesia-tese é a resposta que Doroteu nos oferece. Públio Athayde 8


Dirceu: Sonetos Bem(e)Dito(s)

.Soneto da declaração Quem te dou? Amor, só eu aqui mesmo, indo e vindo, perdido em capistrana, vejo, na Capital velha e serrana, minha rota, que eu antes vaguei a esmo. P ou htt ar Am us p:// a o os e clu bte tra os b r d lin ede o li e t ks a vr ex da uto o a to. pá res ces gi .co se na m : s .b fin r ai s.

Quem te dou? Amor, só eu pois que ainda sem norte ou guia estrela vi Dirceu, trilha certa, meu verso e pé troqueu, tive rumo na rima, amor sem finda. Quem te dou? Amor, mesmo eu por hora, tão louco quanto infanto, mas feraz na paixão que, sem nome, te namora. Quem te dou? Amor, sou enfim capaz de não ser mais discreto e pôr pra fora que dou, e que se dane, sou rapaz! ‡

O.P. 06/10/96 Públio Athayde 9


Doroteu Mineiro

Soneto da procura Nesse mar de montanhas quero verga nada mais que sustente eu não preciso: rumo norte? Farol aceso? Siso? Tudo eu quero em quem venha para enxerga. P ou htt ar Am us p:// a o os e clu bte tra os b r d lin ede o li e t ks a vr ex da uto o a to. pá res ces gi .co se na m : s .b fin r ai s.

Ventura em que rogado já me perca, por mais Astro procure pra pecado, me embrenhando a gretar com o cajado do pastor viro gado e pulo a cerca. Se ao menos tivesse eu algum senhor que sustentasse meus dias, minhas noites pressuroso iria para seus açoites.

Paupero, sem ter prumo nem vigor, corrijo-te essa tônica e sozinho deambulo pra te ter junto no ninho. ‡

O.P. 06/10/96 Públio Athayde 10


Dirceu: Sonetos Bem(e)Dito(s)

Soneto da evocação Eu, todos sabem, tomo de meu jeito, feito Marília em busca de Dirceu; este só tem amor por Doroteu, que sou moço, que so'eu, mas sou bem feito. P ou htt ar Am us p:// a o os e clu bte tra os b r d lin ede o li e t ks a vr ex da uto o a to. pá res ces gi .co se na m : s .b fin r ai s.

Ouro Preto se agita no meu leito, mais alta perdição deste androceu de coitos infecundos, no himeneu tão feliz de família e lar desfeito.

Quem sabe se tu viesses para mim! Poeta, por teus versos inspirado jogo toda tua sorte nesse dado:

Talvez teus versos finjam ser assim, tão sem luz, por que temes o pecado que se migras pra mim é praticado? ‡

O.P. 06/10/96 Públio Athayde 11


Doroteu Mineiro

Soneto da insistência Umbritude nenhuma ocultará tua luz, minha visão destes teus olhos, magra sorte seria, campo de abrolhos, mais vale a brisa, leva a bruma lá. P ou htt ar Am us p:// a o os e clu bte tra os b r d lin ede o li e t ks a vr ex da uto o a to. pá res ces gi .co se na m : s .b fin r ai s.

Somente trago a luz que tu me deste, não tenho outra no fim do túnel clara, único filão desta mina rara,

ouro de tolo que usas, te reveste. Mas fico feliz só te corrigindo,

nesse oblíquo do início do teu verso, deste terceto em fumo todo imerso. Menos que nada: teu resto vagindo, trôpego no chão, sem nível, me pede aquilo que te dou, mas sempre fede. ‡

O.P. 06/10/96 Públio Athayde 12


Dirceu: Sonetos Bem(e)Dito(s)

Soneto da birra Arresto esse emboaba ao vertedouro deste seu montanhês, ou, daqui mesmo, compro sua pele, pago pelo couro, se não tiver paixão, faço-a torresmo. P ou htt ar Am us p:// a o os e clu bte tra os b r d lin ede o li e t ks a vr ex da uto o a to. pá res ces gi .co se na m : s .b fin r ai s.

Não importa; se foge hoje ou depois, mesmo meteco em meus domínios pego, mas, exímio seu ver-me, eu me entrego a seu dote, que o tem maior dos dois. Sou forte, forte sei ser ante o falo: tão mais logo retenha-me a cavalo. Me deseja? Que ponha porta afora, que longe daqui mande a sua senhora. Me terá, plo contrário, sempre atrás, pois quanto menos quer mais mo apraz. ‡

O.P. 06/10/96 Públio Athayde 13


Públio Athayde Este e outros livros estão disponíveis para compra pelo sistema de impressão sob demanda! Estou preparando para disponibilizar todos meus trabalhos. Com o apoio de meus leitores, milhares, que se dispuseram a ler meus trabalhos nas versões e-book. Agora eles podem ser impressos! Acesse http://clubedeautores.com.br/ e pesquise por meu nome. Se este link estiver disponível, ele vai diretamente à minha página lá: http://migre.me/at4p

Articulando

Coletânea de artigos. Alguns são artigos leves, outros bem mais profundos. Alguns têm origem em trabalhos acadêmicos e foram simplificados para essa edição, estando disponíveis inclusive pela internet, suas versões completas e anotadas. Há artigos bem recentes e outros de mais de dez anos. Novo livro publicado. Não necessariamente novos textos, pois se trata de uma coletânea

de Públio Athayde: "Juntei alguns artigos espalhados (mentira: estavam todos na mesma pasta do computador), selecionei bastante (outra mentira: coloquei tudo que era pertinente) e organizei esse livrinho eletrônico com o que prestava (ou eu pensei assim). O bacana é a facilidade, o baixo custo (zero) e a provisoriedade: tudo pode e vai ser revisado montes de vezes e nunca estará perfeito."

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O objetivo deste

Manual Keimelion 2010 para redação acadêmica é subsidiar a produção de textos científicos, fornecer elementos para que os aspectos linguísticos e formais não constituam grandes obstáculos ao trabalho. Espera-se que aqui se encontrem algumas indicações de procedimentos a serem seguidos ou evitados. São fornecidas sugestões de apresentação dos trabalhos, de acordo com as usuais formatações e regras de referência. Notese que há enormes variações entre as diferentes instituições quanto a esses aspectos. As formas propostas são síntese simplificada das exigências genéricas. Este trabalho é fruto de minha experiência como revisor, atuando especificamente com teses e dissertações ao longo de mais de dez anos.

Camonianas Quatro sonetos de Luís de Camões dão origem a 56 composições em que o poeta Públio Athayde desenvolve sugestões de cada um dos versos da significativa tetralogia. Tomado como primeira frase dos novos poemas, o verso do grande luso é o mote que conduz o desempenho do sonetista ouropretano no virtuosismo de uma delicada, difícil e audaciosa operação.

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Confissões “confissões/ foram tantas/ nas lições/ que me cantas”. Mais poesias de Públio Athayde; desta vez, poesia confessional. Crônica completa de um amor do passado em sonetos livremente acrósticos. Todo ilustrado com fotos de Ouro Preto antigas.

Dirceu Sonetos Bem(e)Ditos Quatorze versos cada poema de vário amor absolutamente bandido. Uma contorção de quem subtrai a Musa ao tango para trazê-la a um sabá orgírico em ritmo de seresta. Poesia-tese é a resposta que Doroteu nos oferece...

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Marília & Dirceu Um triângulo de dois vértices Teatro. Drama em um ato de Públio Athayde sobre textos de Tomas Antônio Gonzaga, José Benedito Donadon-Leal e Públio Athayde. Ao fundo do palco vêemse a casa de Marília e, em último plano, o IItacolomi, nos lados, altares "barrocos" com ícones gregos mencionados no texto; alguns móveis, dois leitos e adereços de época, velas acesas, luzes cambiantes entre os vários ambientes de cena.

Sonetos para Ser entendido “É o próprio título que talvez forneça a principal chave de leitura dos textos: algo como uma ascese para se chegar ao entendimento e ser um entendido em paz neste mundo. O leitor, além disso, deve se manter atento, tal como o poeta nos adverte o poema “De atalaia”: “Porque coisa escondida existe / Até no mais óbvio do chiste.” [...] Como sabemos, o cômico, a ironia, o grotesco, o escatológico, o blasfemo, o chulo são territórios considerados menos nobres na literatura, ainda sob o império do apolíneo. São raros, portanto, os autores que levam a sério a pesquisa desses territórios e sabemos de sua luta para terem as respectivas obras reconhecidas. [...] Encerro no poema “Pátria”, da sessão “Sonetos infantis”, que foi escrito quando Públio era ainda um menino e acreditava em tantas coisas importantes. É porque no centro do riso mora uma pungência insofismável. " Ronald Polito

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Eu Ouro Preto Tópicos de História: Arquitetura, Música, Documento, Conservação Públio Athayde Este livro congrega seis artigos com uma temática comum apaixonante: Ouro Preto. Os olhos do historiador ouropretano convergem para a paisagem, a arquitetura, a música e o povo desta cidade, para as relações destes elementos nos tempos passado e presente de modo inequivocamente passional, mesmo considerada a abordagem metódica e a pretensa erudição. A paixão, confessa no primeiro artigo (Eu “Ouro Preto”), se desdobra em considerações topográficas sobre os templos coloniais (Adequação retórico-arquitetônica da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto). A mesma paixão visceral que aguça os ouvidos para sons reais e imaginários (Música colonial, cérebro retórico e êxtase religioso) relê a poesia arcádica situando física e politicamente as referências do poeta detrator (As cartas chilenas: carta terceira, notas de leitura). Ainda com os olhos voltados para o passado, e nada é mais presente no passado que a morte, abstrair de algumas lápides os resquícios das paixões de outras épocas é tarefa inglória e fascinante (Aqui jazem os restos do irmão J.F.C. falleciddo), tanto quanto querer apontar nos requícios já arqueológicos da mineração aurífera (Curral de Pedras: abandono e omissão) as tensões vividas em uma época anterior cujas marcas estão por todo lado, cravadas na essência da brasilidade. A retórica da história clama em coros dissonantes e cada vagido é repleto de significâncias, todas elas se articulando para dar significado ao que somos. Cada olhar sobre a Ouro Preto de outrora completa a visão que temos de nós mesmos, quer como agentes de uma existência em contínua construção, quer como amantes do pretérito edificado em magnífica herança.

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As Quatro Estações Mimeses Este trabalho apresenta as mimeses transversais entre duas leituras contemporâneas de duas obras do século XVIII e discute a invenção baseada em emulações sobre As Quatro Estações, de Antonio Vivaldi. O engenho focado é um conjunto pictórico capaz de representar simultaneamente as Quatro Estações como ciclo temporal e metáfora das fases da vida. A composição pictórica integra elementos formais da iconografia antiga a elementos da linguagem plástica contemporânea tendo como referenciais: a iconografia de Cesare Ripa e o trabalho de Amílcar de Castro. A proposta inclui aspectos transdisciplinares entre poesia, a música e a pintura. Uma das leituras, a literária, feita nos últimos anos do século passado, e outra o Programa Iconográfico, mais recente ainda, dos primeiros anos do XXI. Essa sobreposição de mimeses, além da emulação entre artes distintas, compreende a transversalidade da leitura interpretativa. O objetivo do Programa Iconográfico em questão não foi fazer doutrina da percepção sensorial, estética ou intersemiológica. A pretensão foi a da produção artística. Ao cabo do processo, esse livro discute a investigação que resultou na pintura e os resultados dela.

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