DIÁRIO DO PROFESSOR (18 DE NOVEMBRO)
Este dia iniciou-se com as já rotineiras tarefas dos alunos e com a leitura do
Plano do Dia . A professora alertou para as
pequenas alterações neste dia, visto que tinham que responder às 1
cartas enviadas pela turma da escola Mota Freitas. No Ler, Mostrar e Contar todos os alunos leram um texto, mas houve um que captou mais a minha atenção, pois era um texto muito mais extenso do que o habitual. Nos comentários intervim, dizendo que tinha gostado muito do texto apresentado, e que este estava bastante completo, fazendo também o reparo de que a aluno em questão tinha que fazer um esforço na próxima apresentação para ler um pouco mais alto e que o caderno em frente à cara também atrapalhava a compreensão do mesmo. Aliás, noutra ocasião tive a oportunidade de falar com a professora Sofia em relação às comunicações, e esta disse-me que as apresentações eram algo a melhorar. Essa conversa veio no seguimento das comunicações dos
projectos, mas penso que
também se enquadram neste Circuito de Comunicação . Não que os alunos
não
dominem
os
conhecimentos
apresentados,
mas
quando estes se prendem demasiado ao caderno para fazerem as comunicações, por vezes esquecem que estão a falar para o grande grupo, e a informação não chega de um modo totalmente perceptível, nomeadamente ao falarem muito baixo, taparem a
cara com o caderno para poderem ler o que lá está escrito, ou até mesmo porem-se de costa para os restantes colegas para usarem o quadro como apoio ao caderno. A apresentação de produções , sejam elas no Ler, Mostrar e Contar ou nos Projectos , estão vindo a ser trabalhadas de forma a colmatar estas pequenas lacunas para que toda a informação possa a vir a ser totalmente perceptível. Na Língua Portuguesa , como nas outras semanas, leram o texto do J. com a turma. Como tinham que responder às cartas da turma da Mota Freitas, a ilustração ficou como trabalho de casa. Antes de responderem às cartas, a professora relembrou que deveriam pôr a data e em seguida cumprimentar a pessoa. Durante a elaboração das cartas fomos circulando pela sala, com o intuito de ajudarmos os alunos. Muitos alunos pediram ajuda, pois não sabiam o que fazer. O meu conselho era sempre o mesmo: “Começa por responder às perguntas que te colocam.” Terminadas as cartas os alunos procederam à ilustração das mesmas. Como
os
alunos
da
outra
turma
tinham
enviado,
juntamente com as cartas, um problema, este foi resolvido no tempo de Matemática Colectiva . A professora distribuiu o problema pelos alunos e este colaram-no no caderno. “A carolina e o irmão foram apanhar castanhas. Encontraram 35 ouriços e 24 castanhas. Quando chegaram a casa tiraram
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uma castanha de cada ouriço. Com quantas castanhas ficaram a Carolina e o irmão?” As dúvidas em relação ao problema não se prendiam com a dificuldade do mesmo, mas sim com os ouriços. Assim sendo, a professora lembrou-lhes de um texto anteriormente lido, que falava da apanha de castanhas onde dentro de cada ouriço tinha 3 castanhas. Foram dois grupos ao quadro mostrar como tinham chegado ao resultado. O primeiro somou as unidades, depois as dezenas e por fim as dezenas com as unidades (5+4=9; 20+30=50; 50+9= 59). O segundo grupo utilizou o algoritmo. A professora Sofia disse à turma que o algoritmo ajudava a estruturar aquilo que o primeiro grupo tinha feito. No tempo de Trabalho de Projecto continuei a trabalhar com o mesmo grupo da semana anterior, visto ter iniciado com estes a planificação das pirâmides. Foi com grande agrado que me deparei que estes ainda se lembravam daquilo que se tinha conversado na semana anterior, pois ao falarem do quadrado e dos triângulos referiam-se a estes como a base e as faces. Este grupo de trabalho é um grupo muito heterogéneo, o que o torna um pouco difícil de trabalhar. O R. é extremamente teimoso, não acatando sempre de bom grado a opinião dos colegas, ou até mesmo a minha. Tive que chamá-lo por diversas vezes à razão, mostrando-lhe que aquela maneira não era a mais correcta de
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trabalhar,
mas
nunca
desvalorizando
as
suas
ideias
e
iniciativas. O D. é o mais infantil, por isso é preciso ter cuidado com a forma como lhe dizemos as coisas, para isso é necessário valorizar sempre aquilo que ele faz mas dizendo-lhe que se fizesse de outra forma resultaria melhor. O H. é um aluno cujo qual ainda não tenho opinião formada, mas no decorrer do Trabalho de Projecto acatou sempre bem as minhas recomendações.
No final do tempo de Projecto , todos os alunos tinham as suas pirâmides feitas. A do R., apesar de se notar perfeitamente que era uma pirâmide, era a que estava menos bem-feita. Isto aconteceu devido á sua teimosia, pois ele achava que a sua maneira era a que resultaria melhor. Quando estas estavam todas terminadas, alertei-o para o facto de esta ser a menos bem conseguida, dizendo-lhe que se ele não fosse tão teimoso a dele teria ficado tão bem quanto a dos seus colegas. Gostaria características
de tão
salientar diferentes,
o
facto
de
terem-se
três
alunos
juntado
no
com
mesmo
projecto, e de apesar de existirem algumas convergências, até estão a fazer um bom trabalho. Na parte da tarde, antes de os alunos irem para a informática, a B. leu uma história, “A concha do mar”, que tinha elaborado com os pais. Esta história faz parte de um
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projecto da turma que engloba os pais. Os alunos têm a Mala das Histórias , e esta vai a casa de dois alunos por semana. Os alunos
com a ajuda dos pais, elaboram uma história e ilustram-na. É de salientar o facto de os alunos e os próprios pais gostarem de imenso desta iniciativa, pois todos querem que a mala “viagem” até
à
sua
casa.
Esta
actividade
proporciona
um
maior
envolvimento dos encarregados de educação na realidade escolar dos seus filhos, garantindo assim uma interacção entre a escola e a família. Como ao longo do restante dia, o Tempo de Estudo Autónomo , também foi um pouco diferente. Antes de se entregarem ao Plano Individual de Trabalho , fizeram uma ilustração no Paint, e deram-
lhe um título. Esta depois será enviada aos colegas da Mota Freitas, para que estes criem uma história a partir daquele título e daquela ilustração. Quando os alunos debruçaram-se no PIT , foi-me solicitada colaboração. Duas alunas pediram-me que lhes ditasse um texto. Nesta altura vi como o ensino diferenciado é extremamente importante.
Com
a
primeira
aluna
tive
que
ditar
muito
pausadamente soletrando algumas palavras, enquanto com a segunda não senti dificuldades nenhumas, nem apontei nenhum erro. Nestes casos o ensino individualizado faz todo o sentido, pois todos nós temos ritmos de aprendizagens diferentes e é importante saber respeitar as necessidades individuais de cada
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aluno. No Tempo de Estudo Autónomo , o professor consegue aperceberse mais e melhor dessas mesmas dificuldades e pode colmata-las individualmente, não afadigando os restantes alunos.6 Terminada a aula, reunimos com a professora cooperante. Na reunião pude inquirir a Sofia acerca de diversas questões que tinham surgido nas aulas de estágio. Primeiro falámos acerca do Plano Anual. Este é apresentado aos pais, logo no início do ano lectivo, mas poderá ser consultado sempre que os encarregados de educação mostrarem interesse. No decorrer da conversa falámos de como é que era feita a gestão
do
apoio
individual.
Esta
é
feita
sempre
que
aja
necessidade, ou seja, é feita diariamente. Quando a professora nota que o aluno tem uma dificuldade, marca com este para trabalharem no TEA . Se nesse dia, a professora já estiver ocupada marca para o dia seguinte. Se a dificuldade puder ser resolvida por um dos colegas, estes também podem ajudar. Pois como é peremptório no MEM , o objectivo só é alcançado, se for atingido por todos. Ainda falámos acerca das Listas de Verificação , de como e quando eram preenchidas. A professora Sofia disse-nos que ainda não lidava tão bem com estas quanto o desejaria, mas estas eram preenchidas ao longo de todo ano, ressaltando que este era um instrumento difícil, mas muito importante. A lista de Português era um pouco diferente, visto esta ser uma disciplina
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transversal o que dificulta um pouco a sua avaliação. Como forma de nos elucidar a professora mostrou-nos as
Listas de
Verificação do ano anterior.
Quando iniciámos a conversa acerca das listas, era da opinião de que os alunos deveriam assinalar exclusivamente os conteúdos já apreendidos e de que não fazia lógica assinalarem os outros. Mas no decorrer da conversa apercebi-me de que as coisas não eram bem assim, pois por vezes os alunos podem dominar alguns conhecimentos e esquecem-se depois. Aliás, isso foi bem perceptível, quando vimos as listas do ano anterior. Esta semana foi diferente das habituais, não apenas pela alteração no Plano do Dia , mas também pela alteração da Agenda Semanal . Com esta alteração não nos foi possível observar e
participar no
Conselho de Cooperação . Na
minha opinião, este
momento é bastante importante, pois permite-nos tirar algumas ilações acerca da semana de trabalho, assim como atenuar algumas
dificuldades
comportamentais
que se reflectem
no
trabalho da turma. Gostava de referir que a nossa ausência deveu-se o facto de já termos outros compromissos agendados, o que nos impossibilitou de comparecer.
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