Diário do Professor 19 a 23 de Abril

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DIÁRIO DO PROFESSOR (19, 22 E 23 DE ABRIL)

Esta semana de estágio ficou sob a orientação do João. Como em todas as segundas-feiras, a aula iniciou-se com o Conselho de Planificação . Este decorreu a um ritmo adequado não

dispersando

a

atenção

dos

alunos.

Foram

decididas

as

actividades para a semana, as inscrições para o Ler, Mostrar e Contar , que tarefas os alunos iriam ter e distribuídos os PIT’s

para que os alunos pudessem planificar o seu estudo assim como o aprofundamento dos conteúdos disciplinares no Tempo de Estudo Autónomo . Durante o preenchimento do Plano Individual de Trabalho o

João foi alertando que esta planificação deveria ser de acordo com as dificuldades de cada um, tendo cada aluno que ter plena consciência das suas reais necessidades. À medida que os alunos iam terminando a

sua

planificação,

o

João

ia-os

encaminhando para a Escrita Livre . Após Musical foi Colectiva .

a

aula o

Tempo

de de

Expressão Matemática

O João iniciou este tempo

conversando com os alunos acerca das Unidades de Medida. Neste diálogo foi notória uma evolução no discurso com os

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alunos. O colega não se antecipou às respostas dos alunos e questionou-os para que chegassem à resposta pretendida. Como no ano anterior os alunos tinham construído uma fita que representava a sua altura, foi construída uma nova com as alturas actuais. Desta forma os alunos poderiam ter a real percepção

do

quanto

tinham

bastante significativa, pois

crescido.

os alunos

Esta

actividade

foi

puderam ver quanto

mediam utilizando os novos conceitos apreendidos. No Tempo de Estudo Autónomo , trabalhei com a C. e o D.. Trabalhei com a Camila a reescrita de um texto. Apesar de as ideias ser perceptíveis e de não existirem erros ortográficos, o texto precisava ser melhorado. Comecei por ler-lhe o que ela tinha escrito, depois disse-lhe que eu percebia o que ela tinha escrito, mas que não estava bem escrito. Em seguida disse-lhe como é que eu achava que ficava melhor, ao que a aluna me respondeu: “Concordo com a professora, assim está melhor”. A partir daí toda a vez que eu dizia à aluna que o que estava escrito não tinha muito sentido, esta tentava arranjar maneira de mudá-lo. Em seguida perguntei ao D. se este precisava de ajuda para fazer a ficha de tabuadas, como ele aceitou estivemos a arranjar estratégias para as tabuadas. Como a memorização das tabuadas leva algum tempo, e nem todos os alunos as têm decoradas, aproveitávamos as que o aluno sabia e a partir dali fazíamos adições sucessivas.

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Durante o Tempo de Estudo Autónomo a L. e a M. estiveram a trabalhar as suas rimas para a rádio da sala. As alunas usaram como base a lengalenga trabalhada na semana anterior. Acho que é importante salientar o facto de estas alunas, tomarem a iniciativa de cumprir com a sua responsabilidade para com a rádio, utilizando o TEA . O facto de as alunas terem usado a lengalenga, demonstra que essa actividade foi-lhes bastante significativa. A aula de quinta-feira começou com a leitura do Plano do Dia . Durante a leitura o João referiu que ainda não sabia a

hora que iria decorrer a aula de Educação Física. Esta incerteza proporcionou uma agitação na turma, o que demonstra como é importante a calendarização de todas as actividades, isto para não falar do facto de que a aula poderá ser interrompida a qualquer altura. Após a execução das tarefas foi a altura do Ler, Mostrar e Contar . De todos os textos apresentados gostaria de destacar as

rimas apresentadas pela L. e pela M., pois estas apresentaram as rimas que preparam para a rádio. Estas sentiram a necessidade de apresentar este trabalho à turma, visto este ser um projecto comum a toda a sala, sendo importante os colegas conhecerem o que estas tinham preparado para a rádio. Nos Livros e a Leitura , o aluno responsável pela apresentação do livro dessa semana não o trouxe. Como a L. tinha consigo um

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livro que já o tinha lido, decidiu apresentá-lo à turma. Na apresentação a aluna disse quem tinha sido a autora, o ilustrador, leu a curiosidade do livro, mostrou a sua ilustração preferida, assim como leu as suas partes preferidas. Todos os alunos mostraram entusiasmo em lê-lo, visto este contar como é que tinha sido descoberta a sua cidade e a sua ilha. Acho que o João esteve bem ao dizer que a L. teve o cuidado de escolher uma história desconhecida para a maior parte, porque já aconteceu mais do que uma vez os alunos apresentarem histórias que a turma já conhece. Como o objectivo deste momento é incentivar à leitura, é importante a apresentação de um livro que seja ainda desconhecido para a maior parte dos alunos. A A. R. apresentou a sua história da Mala Era uma vez… , cujo título era: “Ver no escuro”. Para além de extensa esta também estava bastante completa. Para a realização da história a aluna contou com a ajuda da mãe e dos primos. Nos comentários à história o J. perguntou se a A. R. tinha medo do escuro, dizendo: “é que eu também tenho esse medo”. Acho que o João esteve bem nos comentários que fez à história, principalmente quando disse que “falar sobre os seus medos é uma maneira de ultrapassálos”. Na Língua Portuguesa o João “tentou ensinar-lhes” alguma coisa sobre o 25 de Abril. Foi com muita pena que assisti aquele momento, visto estar familiarizada com a actividade e pensar

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que ela tinha tudo para correr bem. O João começou a actividade por afixar uma imagem no quadro e questionou os alunos sobre o que é que aquela imagem representaria. Como pouco sabem acerca do 25 de Abril, a exploração da imagem foi muito pouco significativa. O colega então decidiu “ensinar” alguma coisa acerca do tema. O que mais o prejudicou foi a falta de documentação acerca do tema, pois cometeu algumas gafes acerca do tema. Não soube explicar quem era António Salazar, dizendo que este era uma espécie de rei, em vez de lhes dizer que este era presidente do conselho de ministros, e que Marcelo Caetano o tinha substituído quando fugiu para o Brasil e morreu num acidente de aviação. Este ainda disse que os militares se tinham revoltado contra a ditadura, quando foram os

(famosos)

capitães

de

Abril

(MFA)

que

conduziram

a

revolução, esquecendo-se ainda de referir que neste golpe não houve praticamente nenhuma violência. Este ainda falou que os militares usaram canções como códigos, uma delas teria sido a Grândola Vila Morena, quando os alunos lhe pediram para cantá-la, este disse que não o faria, remetendo o canto da mesma para mim. A Sofia ao ver-me aflita resolveu cantá-la comigo. Achei que o colega não deveria ter passado a responsabilidade para mim, pois sendo a sua aula, este deveria estar preparado para o fazer. Como recusou-se a fazer algo em que não se sentia à vontade, os alunos quando se virem na mesma situação

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poderão fazer o mesmo, pois se o professor se recusa a fazê-lo eles também o poderão fazer. Após dada a “lição”, os alunos poema Abril. que

exploraram acerca

do

O

João

dentro

dos

organizassem

para

25

um de

pediu-lhes grupos

se

recitá-lo

de

maneiras diferentes. O R. disse logo: “Podemos lê-lo a cantar”, mas o João não o ouviu. Esta actividade não teve o efeito pretendido, pois para além de os alunos terem imensa vergonha em recitar a quadra, não conseguiram chegar a acordo. Um dos factores que determinou o falhanço desta actividade foi o facto de o colega ter-se recusado a cantar a canção, outro factor foi o facto de este não ter recitado as quadras com os alunos, dando assim o exemplo. A falta de ordem na sala também foi outra falha, pois o João abusou na liberdade dada aos alunos para escolherem como estes iriam recitar. Este deveria ter ouvido as diferentes sugestões e ter escolhido uma dessas. Na ficha de trabalho distribuída aos alunos, estes tinham que fazer um acróstico usando a palavra Liberdade e em seguida desenharem

um

cravo

com

palavras do acróstico. Os alunos demonstraram

alguma

as

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dificuldade em arranjar palavras para o acróstico, visto o tema ter sido mal explorado. Na Matemática , os alunos fizeram uma ficha de trabalho que tinha como objectivo a exploração de uma tabela com as alturas dos alunos no 1º e no 2º ano. A principal falha nesta actividade foi a de o João não ter lido o enunciado juntamente com os alunos, explicando assim para o grande grupo as dúvidas existentes. Desta forma a maior parte dos alunos irá perceber e ajudar os restantes, sendo assim uma forma de o professor desenvolver ajudas. O

João

sentiu

a

necessidade,

depois de ouvir várias vezes a mesma dúvida, de explicar para o grande grupo, tendo nesta altura tomado consciência do seu erro. O colega também falhou na explicação

dada

sobre

a

diferença

de

alturas.

Este

ao

exemplificar no quadro fez algo que se parecia com o algoritmo da

subtracção,

mas

não

usando

o

sinal.

Esta

explicação

confundiu ainda mais os alunos. O que este deveria ter feito era ter explicado que para calcularem a diferença de alturas de um ano para o outro, teriam que calcular quanto teriam crescido, pois a grande dificuldade dos alunos estava no entendimento da questão. Não que esta estivesse mal colocada, mas os alunos ainda não estão familiarizados com este vocabulário. Outro erro

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cometido foi o de ter dito aos alunos que bastava pôr os centímetros na ordem decrescente e na ordem crescente. Esta poderia ter sido uma estratégia, mas o registo deveria ser preciso. O Tempo de Estudo Autónomo foi bastante curto, tendo apenas iniciado uma ficha de tabuadas com a B.. Durante o trabalho a aluna demonstrou dificuldades no cálculo mental. A aluna tem plena consciência desta dificuldade, tendo sido ela própria a pedir ajuda para aquele trabalho. Depois da aula de Educação Física foram efectuadas as tarefas e feito o Balanço do Dia . Depois da má prestação na aula de quinta-feira, o João redimiu-se na aula de sexta-feira, não parecendo o mesmo do dia anterior. Depois da frequente leitura do

Plano do Dia , os

alunos mostraram os seus trabalhos no, quase, diário Circuito de Comunicação , Ler, Mostrar e Contar . De todos os textos apresentados

gostava de salientar o texto da B. M. e da Helena, visto terem apresentado a sua história para A Rádio da sala C. É notório o impacto que a rádio está a ter na turma, pois vemos que os alunos

estão

empenhados

em

produzir

mais

e

com

mais

qualidade. Nos Circuitos de Comunicação os alunos, não se limitam a ver e a

ouvir

também qualidade

os

trabalhos

dos

preocupam-se dos

mesmos.

colegas.

com Por

a

Estes

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exemplo, no texto apresentado pelo J., o J. disse-lhe: “mas depois podias que na primavera a árvore ficou contente porque já não teve frio.”. Acho que este envolvimento e esta preocupação são bastante significativos, demonstrando que os alunos têm a consciência de que só avançarão se todos os outros avançarem. Antes do intervalo os alunos estiveram a definir a ordem das rubricas da rádio, assim como definir quem iria gravar naquele dia. No Tempo de Trabalho de Projecto estive a trabalhar com o grupo dos sólidos geométricos. Como os projectos já estão bastante avançadas, o meu trabalho de orientadora foi nulo. Estive a ajudá-las a recortar as planificações dos sólidos e a dar-lhes ideias para as ilustrações dos mesmos. Mas o meu trabalho como aluna foi bastante significativo, pois desconhecia que estes sólidos representavam “elementos”. Assim senti a necessidade de pesquisar sobre o assunto de forma a me inteirar sobre o projecto, descobrindo assim que Platão defendia a teoria dos quatro “elementos” como constituintes do mundo: o fogo (tetraedro), o ar (octaedro), a água (icosaedro) e a terra (cubo), sendo estes sólidos geométricos regulares. Descobri ainda que este defendia que o mundo só poderia ter sido feito a partir de corpos perfeitos e que mais

tarde

geométrico

descobriu regular,

que

podia

dando-lhe

existir o

nome

mais de

um

sólido

dodecaedro

representando assim o universo. Esta situação fez-me aperceber

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que a grande diferença entre o ser aluno e ser professor é estar um passo à frente. No Tempo de Trabalho de Projecto estive a terminar a ficha de tabuadas com a B., em seguida circulei pela sala ajudando sempre que a minha ajuda era solicitada. Após o almoço foi o tempo para o importante Conselho de Cooperação . Ao entrar na sala o João disse-lhes que avaliassem os PIT’s

e que se organizassem de forma a puderem discutir a

execução das tarefas e fizessem a leitura do Diário de Turma . Penso que é bastante visível a evolução do João neste momento, pois já

sentenceia

os alunos.

O que este ainda

demonstra é a falta de envolvimento, não conseguindo ainda levar os alunos a porem-se no lugar do outro. Outro aspecto que, na minha opinião, falha é no chamamento do grande grupo. Foram diversas vezes em que este perguntou: “não acham?”. Isto faz com que todos os alunos queiram intervir, respondendo assim todos ao mesmo tempo. Gostava de destacar o facto de dois alunos terem cumprido o compromisso feito no Conselho anterior, assim como o facto de os colegas terem escrito sobre isso. São em atitudes como estas que compreendemos a importância do Conselho de Cooperação , pois os alunos

comprometeram-se,

reconhecimento

da

turma.

cumpriram A

mudança

e

receberam de

atitudes

o e

comportamentos não é imediata, sendo o mais certo, os alunos

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voltarem a cometer os mesmos erros, mas o mais importante é estes consciencializarem-se dos mesmos, sabendo que quando errarem receberão não apenas as críticas mas também serão ajudados pelos restantes colegas. Apesar de esta não ter sido a melhor semana de estágio, foi uma tomada de consciência que nem sempre tudo corre bem. Vimos também como a preparação é fundamental para que as actividades possam correr em pleno.

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