O Médico do Mar

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Todas as manhãs, o Médico do Mar mergulha nas profundezas do oceano no seu fantástico submarino, em busca de peixes ou outras criaturas marítimas em

apuros. Um golfinho com a cauda ferida.

Uma sardinha com mau cheiro. Uma alforreca com dores de costas.

O Médico do Mar sabe tratar disso tudo.

Rapidamente, paciente aproxima-se…

o

seu

primeiro


- Eh! Cuidado, amigo Cavalo –

Marinho! – grita o Médico do Mar, travando a fundo. - Eu sou como um

cavalo de corrida. – exclama a pequena

criatura

vermelha,

com orgulho. – Sou o animal mais veloz do oceano. Mas…não consigo ver bem, Para dizer a

verdade, já não vejo quase nada.


O Médico do mar carrega então num botão. O seu submarino começa a estremecer e a vibrar por todo o lado. Uma parte abre-se fazendo um estranho barulho. Vrom! Brum! Vrom! Brum! Vrom! Brum!


Muito paciente, o Médico do Mar observa os olhos do seu novo

paciente. - Tu precisas de usar óculos, meu caro amigo! – explica.

E, com cuidado, o médico do Mar coloca-lhe no nariz uns pequenos óculos. O Cavalo – Marinho nem queria acreditar. Era tão bom voltar a ver! - Muito obrigado, Senhor Doutor! – agradece, muito feliz.

-É um prazer! – responde o médico, sorrindo. E. de novo, mergulha nas profundezas do oceano no seu

fantástico submarino.


De repente, uns enormes dentes surgem à sua frente. - Não tenha medo, doutor! – exclama o Tubarão. – Sou eu, o

seu amigo Tubarão. Estou desesperado com dores de dentes! - Dores de dentes? – pergunta o Médico do Mar, já mais sossegado.

- Sim! Já não consigo comer nada! – explica o tubarão, aflito.



Vrom! Brum! Vrom! Brum! Vrom! Brum!

- Senta-te, por favor! – pede o Médico do Mar. – Abre bem a

boca! Rapidamente, o médico encontra

o dente estragado e puxa-o com cuidado. Já aliviado, o tubarão abre e fecha a sua enorme dentadura.

- Deves lavar os dentes todos os dias! – aconselha o médico de Mar.

- muito obrigado! – agradece o Tubarão e, mostrando com vaidade os seus dentes, dá um grande sorriso. - É um prazer, amigo! – exclama

o Médico do Mar, prosseguindo o seu caminho.


De repente, fica escuro à volta do submarino. - O que se passa? – pergunta o

Médico do Mar, assustado. - Sou eu, Doutor! – geme o Polvo. –

Estou cheio de dores. Magoei-me quando estava a brincar às caçadinhas com um amigo da escola do mar.


Vrom! Brum! Vrom! Brum! Vrom! Brum! O Médico do Mar aplica-lhe então um pouco de pomada e coloca-lhe oito

ligaduras. - Dentro de poucos dias, voltarás a

ser o que eras. – sossega-o o médico. Já mais animado, o Polvo começa a mexer todos os seus tentáculos. - Já não dói quase nada! – exclama, admirado. – Muito obrigado, Doutor!

- É um prazer! – diz o simpático Médico do Mar.


O submarino já está quase a chegar ao fundo do oceano. No meio da vegetação O marítima, o Médico do Mar avista uma baleia a chorar. - Olá, amiga Baleia! Por que estás tão triste? – pergunta o Médico do Mar, sorrindo. Mas a Baleia suspira e não lhe responde.


- Posso ajudar-te? – insiste o Médico do Mar. - Oh! – murmura a Baleia. – Só quero que me deixem em paz! Vrom! Brum! Vrom! Brum! Vrom! Brum!

- Então? O que tens? – insiste o Médico do Mar. - Todos os peixes são magros e elegantes. E eu… Sou grande, gorda

e lenta. Não sou um peixe a sério. – lamenta a Baleia. - Mas?! Querida amiga, tu és a maior e a mais forte! Todos acham que és magnífica!

- Isso é mesmo verdade, Doutor? – pergunta a Baleia, com os olhos a brilhar.

Então, sentindo-se novamente confiante, começa a nadar. - É um prazer! – sussura o Médico do Mar, vendo-a desaparecer.



Fora um dia muito atarefado.

O Médico do Mar puxa os comandos para voltar a subir, mas o submarino não se mexe. A potência do motor está no máximo. - Socorro! Estou preso! – grita o

Médico do Mar, muito aflito. Graças aos seus novos óculos, o Cavalo – Marinho vê tudo o que se está a passar.

- Vou buscar ajuda! – grita a pequena criatura, desaparecendo

velozmente como se fosse um cavalo de corrida.


Pouco depois, o Cavalo – marinho volta, acompanhado do seu amigo Tubarão.

- Então, Doutor. Precisa de ajuda? – pergunta o tubarão.

- Estou preso! – responde o médico do Mar. Então, com os seus saudáveis dentes, o Tubarão dá uma dentada nas algas, conseguindo desprender o

submarino. - Oh! Não! – exclama o Cavalo – Marinho. – O motor!


Subitamente, dá-se uma explosão e o submarino

começa

a

afundar-se

rapidamente, aterrando no fundo do

oceano. - Volto já! – grita o pequeno Cavalo –

Marinho.


O Cavalo – Marinho traz desta vez o seu amigo Polvo. Imediatamente este começa a reparar o motor com os seus oito

braços. - Ponha agora o motor a trabalhar. – pede o Polvo. Mas o submarino continuou imóvel. - Não me sinto nada bem! – murmura o Médico do Mar, ainda muito tonto da forte pancada que sofrera.

- Temos de o ajudar. – afirma o Tubarão. – Mas como?


Antes que alguém conseguisse responder, uma enorme criatura empurra o submarino para cima. - É a Baleia! – gritam, eufóricos, o Tubarão, o Cavalo – Marinho e o Polvo. A Baleia sorri orgulhosa. Ela era de facto a maior e a mais forte criatura do oceano, tal como o Médico do Mar dissera.


Quando o Médico do Mar chega à superfície da água, precisa de recompor-se uns minutos. Finalmente, olha para os seus salvadores, um a um, e diz-lhes, muito agradecido: - Queridos amigos, obrigado a todos: Cavalo – Marinho, Tubarão, Polvo e Baleia! Sem vocês eu não teria conseguido salvar-me. Os quatro sorriem e, em tom de brincadeira, exclamam: - É um prazer, Doutor!



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