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Povo Yanomami em perigo
Terra indígena é a mais pressionada para desmatamento na Amazônia Legal, revela estudo do Imazon
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – A terra indígena Yanomami, entre a fronteira do Amazonas e Roraima, é a mais pressionada da Amazônia Legal, registrando 72 ocorrências de desmatamento em 2020, até abril. O estudo é do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que divulgou um boletim no dia 22 de junho sobre as áreas protegidas mais ameaçadas e pressionadas da região. O boletim considera os meses de fevereiro, março e abril deste ano e mostra, ainda, a Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual Triunfo do Xingu, no Sul do Pará, ocupando o segundo lugar no ranking das áreas protegidas com maior pressão, com 56 registros de desmatamentos. A terra indígena do Alto Rio Negro, também no Amazonas, ocupa a terceira posição da lista, com 51 ocorrências.
No período analisado, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, um total de 4,4 quilômetros quadrados de área foi desmatada, o que representa cerca de 4,5% de todo o território indígena. O boletim divide o território em células de 10 quilômetros de extensão por 10 quilômetros de profundidade e a contagem considera o número de células dentro da área protegida que registraram ocorrências de desmatamento.
Entre as unidades de conservação Federal, a Área de Proteção Ambiental do Tapajós (PA) e a unidade da Parna Maminguari, entre Roraima e o Amazonas, junto à terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, estão entre as mais ameaçadas.
“Áreas Protegidas (APs) representam um patrimônio nacional e, considerando a extensão das APs na Amazônia Legal (i.e., 46%), os seus benefícios para manutenção da biodiversidade, estoques de carbono e na geração de serviços ambientais como a regulação do clima, transcendem a fronteira nacional, alcançando relevância global. Propomos uma metodologia para monitorar as Ameaças e Pressões nas APs baseada em dados de desmatamento (sem sombra de dúvidas um dos maiores vetores de ameaças, mas há outros vetores como extração madeireira, garimpo, hidrelétricas)”, diz o boletim.