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Drama no Amapá

Com produção afetada por apagão, agricultor relata: ‘Comer alimentos armazenados em latas’ Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

Moradores do Amapá fazendo protestos sobre a negligência do poder público no apagão

MANAUS – “Tudo ficou mais caro, pois não tem onde armazenar nada. Uma garrafa de água mineral de um litro e meio, que custava antes R$ 6, passou a ser vendida por até R$ 15”. O relato é do agricultor Joaquim Correa Belo que, em entrevista à REVISTA CENARIUM, revelou o drama da população no décimo dia sem energia elétrica no Amapá com o apagão causado por um incêndio em uma subestação de energia elétrica em Macapá, capital do Estado.

Correa é membro da Associação Nossa Amazônia (Anama) e morador do município de Mazagão, localizado ao sul do Amapá. Ele destaca que mesmo com o rodízio de energia elétrica, a população sofreu com os impactos do apagão, que prejudicou também o abastecimento de alimentos e a produção rural.

“Quem faz agricultura familiar, a principal fonte de renda, tem que escoar a produção para as feiras da cidade e com o apagão não é possível armazenar os itens, porque a feira não está funcionando. Também não tem gelo para congelar o peixe para ser vendido”, explicou Joaquim.

“Tudo ficou mais caro, pois não tem onde armazenar nada. Uma garrafa de água mineral de um litro e meio, que custava antes R$ 6, passou a ser vendida por até R$ 15. Tudo foi ficando mais caro, trazendo prejuízos para os agricultores, porque até as redes de supermercados não puderam manter o abastecimento regular. Eu particularmente tenho que comer alimentos armazenados em latas”, desabafou Belo.

APAGÃO

Dos 16 municípios, ao menos 13 ficaram sem fornecimento de eletricidade após o incêndio na subestação. O Ministério Público Federal (MPF) solicitou que os órgãos prestem esclarecimentos a respeito dos planos para restabelecimento da energia elétrica e sobre a apuração das responsabilidades pelo apagão. A falta de eletricidade afetou, entre outros serviços, o abastecimento de água no Amapá. Até o fechamento desta edição, o fornecimento de energia ainda não havia sido normalizado.

INVESTIGAÇÕES

Segundo a Polícia Civil do Amapá, que investiga as causas do apagão, o laudo preliminar descartou que o transformador da subestação que pegou fogo tenha sido diretamente atingido por um raio. O perito identificou que o fogo começou em uma bucha.

Após solicitação da Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (Deccon), a Justiça Estadual bloqueou R$ 50 milhões em bens e ativos da concessionária que opera a subestação que pegou fogo para reparação de danos aos consumidores.

O agricultor Joaquim Correa Belo relatou o encarecimento de produtos essenciais como a água

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