TGI I - 2017 IAU USP

Page 1

1





interlocus

ou tudo que há entre dois atos COMENTÁRIOS SOBRE COLETIVIDADES URBANAS

Trabalho desenvolvido como parte dos produtos da disciplina Trabalho de Graduação Integrado 1, desenvolvida no Instituto de Arquitetura de Urbanismo da Universidade de São Paulo, IAU -USP. Sob o acompanhamento de David Sperling, Joubert lancha, Luciana Schenk; e sob a orientação de Lúcia Shimbo e Ruy Sardinha.

JUNHO 2017 iau.usp trabalho de graduação integrado. PAUL NEWMAN DOS SANTOS


primeiro, uma breve interlocução Acho prudente começar esse trabalho expondo a questões que levaram a nomeá-lo como “Interlocus ou tudo que há entre dois atos”. Dentre diferentes questões que me levaram ao resultado apresentado neste caderno, a dimensão que há entre as coisas e os eventos que se geram nesse espaço foi algo central para esse trabalho: o espaço e ações entre as dinâmicas urbanas. Aquilo que existe entre dois lugares. A espacialidade gerada pela interação entre as pessoas; o que existe entre nossa casa e o trabalho. Na ida a padaria, no cruzamento da rua, na distância que há entre eu e outro alguém, no caminho entre uma ação e outra. Esse meio de ligação é algo tão ordinário na nossa vida que chega a ser totalmente silenciado dentro do nosso cotidiano, justamente por ser um tempo dentro do espaço da cidade que gera eventos tão efêmeros e sem valor qualitativo na nossa rotina, que não representam potencial para ser marcado como memória. Afinal, qual a importância que há nos eventos gerados no caminho de duas situações objetivas? Qual a importância se no caminho da minha casa ao trabalho eu cruzo com 10 pessoas? Ou 100 pessoas? Se cruzo com uma ferrovia, ou um rio ou uma ponte? Qual a relevância em


perceber o espaço que eu passo; se ele ele é convidativo ou hostil; se é extremamente coletivo ou mais reservado? Objetivamente as respostas para essas questões não importam. Não há funcionalidade em sentir o que há no entre lugares. Entretanto, esse trabalho parte do entendimento da necessidade subjetiva do habitar cidade e de entender e pensar essa espacialidade que é gerada pela coletividade. O que se capta desse debate é, então, pensar nessa interação, nesse vazio, nessa interlocução. Se trata de pensar e questionar essa dimensão do entre, que não é apenas uma simples pausa entre dois atos dentro da cidade, mas é um meio com espacialidade e eventos resultantes de nada mais do que a interação entre esses mesmos atos que este entre liga. Assim sendo, para além de entender essa espacialidade do meio, esse trabalho propõe pensar a invenção de novos lugares nesses espaços de entre locais. No sentido de revelar a potencialidade coletiva e de sociabilidade que esses espaços possuem, para que ele seja mais do que um meio ou um entre lugares. Seja um interlocutor de duas partes, de duas ações, de dois cotidianos. Seja fruto da interação de existências urbana, seja um terceiro elemento. Seja uma intersecção, um interlocus.


12. 16. 26. 32. 42. 46. 54. 58.

rexlexões de uma mente citadina UM PÉ DE LARANJA CHAMADO LIMEIRA (SP) Limeirese: um ser de dois tempos DINÂMICAS E RITMOS DE UM ser urbano VIADUTOS: INTERLOCUS SOBRE proceSsos e ESCOLHAS PROGRAMATIZE três propostas, três encontros >>



10


Você pisa na terra, mas não a sente, apenas pisa. Apenas vaga sobre o planeta. >> Carta de Amor - Maria Bethânia

11


reflexões de uma mente citadina >> a cidade vive por meio do corpo dos sujeitos em um cotidiano que é apenas o caminho entre dois atos.

A cidade enquanto habitat humano constitui um espaço físico de onde todos os acontecimentos derivam e onde todas as memórias se fazem. É o cenário onde os indivíduos convivem, atuam e fazem sua história. Para além do espaço físico, o que cada um tem e percebe de sua cidade está inteiramente ligado ao modo como ela é vivenciada e como o espaço urbano é absorvido. Cada pessoa configura seu entendimento de território de acordo com o que lhe é permitido ver, vivenciar e pertencer. Essa é uma questão importante para esse trabalho. Partir do entendimento de que a cidade é essencialmente formada e configurada a partir de um conjunto de relações e resultado de um jogo de afetividades urbanas. Afetividade não no sentido de estrito senso de amabilidades, mas de laços de necessidade e desejos. Então, entender a cidade a partir des-

12


sa perspectiva, é debater dentro de uma esfera que diz mais respeito à construção de espaços de sociabilidades do que apenas espaços físicos. É entender a cidade a partir das espacialidades que existem entre as pessoas. Entender o universo que há entre os corpos, e desse entendimento ler como esse universo interfere na concepção dos espaços da cidade. Por mais que exista uma mentalidade objetiva na construção do espaço cidade – mentalidade essa que vem muito de um entendimento moderno de pensar a cidade – é de se notar que na essência somos seres interpessoais. Mesmo que para o ser humano sobreviver seja necessário apenas comida, calor e abrigo, dentro do espaço social urbano nos estabelecemos a partir de um conjunto de relações sociais, e, portanto, o espaço que habitamos deve ser capaz de sustentar essas relações. Afinal, a cidade vive por meio do corpo dos sujeitos. Partir dessa relação entre sujeitos e cidade, introduz um debate que não poderia estar senão em outro lugar, que na esfera do Cotidiano: o elemento mais ordinário da vida de um sujeito, o que está ali todo dia, toda hora. E justamente por ser tão comum a vida de todos, que não há nele um esforço para compreender as potencialidades que existem nesses momentos ordinários. As relações cotidianas, não são vivenciadas enquanto potência e memória. O cotidiano é apenas o caminho entre dois atos objetivos e programáticos. É aquilo que está entre a casa e trabalho. Entre o acordar e o compromisso. Entre o programado e a execução. É aquilo

Collages por Eugenia Loli

que está nas ruas, nas praças, nos parques. São os encontros, os cruzamentos, as conversas, as vivências. Lampejos de acasos tão urbanos quanto qualquer outro ato funcional do ser citadino. Acasos que são silenciados dentro da memória da cidade, pois justamente por serem ordinários, os fazem não ser dignos de atenção.

13


//A ROTINA ME FEZ coadjuvante D sobre poemas e o tempo -

14


Entretanto, por mais neutralizado que essas espacialidades possam ser, elas ainda existem e configuram urbanidades. Afinal, o espaço da cidade também é pautado a partir das relações que acontecem nesse universo de neutralidade funcional. Então, é de se notar que a cidade constituída a partir de uma mentalidade domesticada atribuiu ao cotidiano uma dimensão de conflito – construído em partes pela ideia da metrópole de funcionalização das cidades. A designação de espaços e a extrema objetificação das apropriações urbanas cria uma lógica de aqui e lá que ignora uma existência de entres. Existe um conflito claro entre projeto e vivência, pois, na paisagem da cidade, não há apenas lugares, há o mais banal: o entre lugares. O caminho, o percurso, o fluxo, a rotina. Elementos cotidianos de extrema coletividade que são neutralizados como potencializadores de convivências. Vivencia-se o espaço da cidade de maneira automatizada, como se não tivesse beleza naquilo que está na nossa rotina, quase como se nesses instantes de entre lugares o controle da afetividade e da memória não são possíveis. Esse trabalho então propõe se introduzir fotografia por Katrin Korfmann

nesse debate de como ver nesse cotidiano e nesses entres-lugares, potencial para tensionar e criar coletividades. De ver e entender nesses espaços e situações que a princípio não configurariam em nada uma valorização dentro da lógica domesticada de construção do espaço da cidade, a possibilidade de criar um mecanismo de invenção de vivências e pertencimento. De tentar ver na rotina cotidiana, que é em essência um elemento banal, um potencial de algo para projeto. Então, se trata de pensar como as relações entre pessoas configuram o espaço da cidade e como usar essas configurações como potencial propositivo para estimular coletividades. Valorar os espaços da cida-

DE MIM

de que é pautado a partir das relações interpessoais que acontecem nele.

willian vicente

15


UM PÉ DE LARANJA CHAMADO LIMEIRA (SP) Ao se pensar em uma lógica de cidade onde as relações urbanas se dão a partir desse universo cotidiano, uma cidade de médio porte revela se pautar em uma existência conflituosa. O caminho ao trabalho, ao mercado, a ida a praça em uma cidade de médio porte fica o entre ser cidade pequena e metrópole, pois nessas cidades, o tempo das relações são marcados por um passado de vila atingido por um futuro metropolitano. A escolha pela cidade de Limeira no interior de São Paulo, se fez, então, por entender que, no contexto de uma cidade do interior paulista, o conflito da vivência cotidiana fica num entretempo. A dimensão de duas temporalidades coexistindo no espaço urbano faz como que seja um território interessante para comentar sobre a relações entre pessoas e configuração do espaço cotidiano da cidade.

16


17

imagem aĂŠrea da cidade de limeira -sp. fonte: google earth 2017


A cidade de Limeira, no interior de São Paulo surge da Vila Tatuibi e está localizada a 150 km da capital. Hoje faz parte da região metropolitana de Campinas e conta com aproximadamente 290 mil habitantes. Diferente do que é comum em cidade do interior paulista, o que é considerado centro da cidade hoje não é onde está a igreja central, mas a região de um eixo comercial onde está localizado uma grande praça, que é um dos maiores referenciais centrais do espaço urbano e é onde está o teatro municipal. A cidade conta com um Anel Viário, criado nos anos 1970, que junto com as duas rodoviárias, a municipal e a intermunicipal, localizada na região da cidade chamada baixo-centro, faz com que a cidade em geral seja bem articulada em termos de mobilidade e fluxo. Ademais, a cidade com 4 grandes áreas livres referenciais. O Parque da Cidade: localizada a leste e onde está vários equipamentos municipais como a biblioteca. O Parque do Lago, um parque de bairro. O Bosque, um antigo zoológico que hoje é um grande parque na área central. E, o Horto Florestal, uma região de uso público para atividades culturais e de Lazer.

18


mapa geral da cidade de limeira com indicaçþes e lugares refernciais

19


Limeira: um município brasileiro situado no Centro-Leste do estado de São Paulo Área: 581 km²

POPU. 298.701

hab

DENSI. 506 hab km²

FundA. 1826

20

A cidade, mesmo com algumas deficiências em reg mais recentemente constituídas no espaço urbano,

ta com uma boa distribuição de equipamentos de sa e ensino públicos. A parte cultural, em geral, está

culada com as áreas educacionais mas apresenta u

maior distribuição no eixo centro-leste, possuindo

concentração de atividades de convivência de bar

restaurantes concentradas em 4 ruas centrais. Os e


indicação de paradas e linhas de ônibus

giões

ços culturais públicos são em geral assistencialistas, o

con-

que faz com que a parte cultural da cidade realmente

aúde

coletivizada se concentre em áreas privadas na região

arti-

central. Todavia, devido a recente articulação entre as

uma

rodoviárias municipal e intermunicipal criou-se na cida-

o em

de um nó de mobilidade na região do baixo centro que

res e

faz uma articulação entre regiões que torna a dispersão

espa-

dos equipamentos culturais algo não tão tumultuada.

21


Atrelada à região do Ribeirão Tatu, Limeira surge em 1826 com uma quadrícula ligada a um eixo religioso e a um eixo comercial (Rua do Comércio). A expansão urbana se dá inicialmente para a região Norte e Sudeste, depois para Leste, Oeste e Sul. Após a constituição do Anel Viário em 1970, inicia-se um vetor de expansão, que se mantém até hoje, para o Sul e Sudoeste.

mapa de expansão urbana

22


Sob o domínio de urbanismo de dispersão, o resultado desse processo de expansão é o grande agrupamento de vazios urbanos na região Sul e Sudoeste. Quando articulados com as áreas de nascentes e reservas ambientais ribeirinhas, esse cenário estabelece uma paisagem fragmentada e residual no vetor de expansão municipal.

mapa de vazios urbanos e áreas verdes

23


Apesar de o centro ter um grande peso histórico na construção da cidade é nas periferias que estão localizadas as maiores densidades demográficas do município. Como acontece com outra cidade do interior paulista, isso é resultado de uma cultura de apropriação urbana sem um devido planejamento estratégico da ocupação do solo. A região periférica é utilizada amplamente para a construção de bairros de baixa renda e alta densidade.

24


Um outro resultado da falta de execução do planejamento estratégico da ocupação do solo, é de entendimento dos limites ambientais. Como é de praxe em cidades brasileiras, a expansão urbana resultou em regiões intensamente propícias para alagamento e enchentes. E hoje é um dos principais desafios do planejamento urbano da cidade, principalmente no eixo do Ribeirão Tatu.

25


Limeirense: um ser de dois tempos >> A temporalidade do cotidiano é diferente do tempo do capital.

Limeirense: um ser de dois tempos Apesar do nome, Limeira não começou seu desenvolvimento econômico vinculado a produção de laranjas. A cidade, assim como outras da região de São Paulo passa por um processo de industrialização que tem início no plantio de cana-de-açúcar e que é convertido para o café. Somente nos anos 1960 a cidade se consolida com capital da Laranja, pela produção de cítricos e atualmente a cidade está ligada economicamente a produção de joias e folheados. Esse tipo desenvolvimento econômico quando atrelado à urbanização, implica numa característica muito própria do processo urbano das cidades dessa região. Uma sobreposição de temporalidades fragmentadas que nasce da contradição de uma vila, com dinâmicas próprias de coletividades, que tem que crescer rapidamente para virar cidade e abarcar

26


esse desenvolvimento econômico. A ideia é que o progresso está sempre ligado a uma metropolização, no sentido de que a cidade sempre tem que ter como horizonte um cenário extremamente urbano. Cria-se um juízo de que somos seres socialmente urbanos, e o futuro está na metrópole e não no campo. Assim, o estímulo de sempre ter como foco o desenvolvimento econômico em prol de um espaço da cidade cada vez mais urbanizado, implica em uma urbanização que é alimentada por um desejo de consumo, instaurado pelo senso comum, da ideia de metrópole. Justamente porque é na metrópole que o sujeito vai encontrar todas as satisfações de suas necessidades. Apesar de isso não ser uma questão nova, é interessante notar que a lógica de um citadino de interior sempre é expandir seu território para a cidade maior mais próxima. Precisamente por essa ideia tão atrativa de que ser urbano é vivenciar um espaço ultra urbanizado. Claro que também tem a ver com a ideia da diferença entre o indivíduo urbano e o indivíduo do interior – o interior é pobre, ignorante, o da metrópole é sofisticado e conhecedor do mundo – entretanto há também a questão do consumo da imagem e símbolo da metrópole. Existe um desejo inoculado por ser mais, por ter mais, por se consolidar como uma sociedade pertencente ao espaço realmente desenvolvido e civilizado. Porém, a questão é que mesmo que existe um processo de

collagem de autoria própria

metropolização, a temporalidade do cotidiano é diferente do tempo da Capital. As relações interpessoais num espaço como a cidade de Limeira que tem cerca de 200 anos, não acompanham esse ritmo acelerado do desenvolvimento da Capital. Então, temos como resultado um espaço da cidade que ao passo que vivencia essa vontade de ser urbano e se desenvol-

27


ver rumo a uma metrópole, também vivencia dinâmicas próprias de uma cidade pequena. A relação das pessoas com a rua, com as praças, os bairros, as relações cotidianas ainda tem resquícios de um tempo passado. A questão do ser urbano numa cidade de interior diz muito sobre vivenciar esse conflito entre processo de necessidade metropolização e de avanço urbano com a forma e gesto do viver no espaço dessas cidades. Para este trabalho a vivência desse conflito foi essencial para tentar entender justamente como essas relações entre as pessoas se dão nessa realidade urbana contraditória. Ou seja, os espaços onde acontecem essas contradições, que é alimentado por esse cotidiano com resquícios de um tempo passado, são lugares onde se é passível discutir essas coletividades. Onde os limeirenses se encontram, se esbarram, se trocam é onde está a esfera do debate desse trabalho.

28


29


onde os limeirenses: se cruzam se encontram se concentram se esbaram se misturam? >> Na cartografia ao lado foi feito uma pesquisa de quais espaços públicos que são condensadores de coletividades, ou seja, em que lugares estão os maiores fluxos e encontros da cidade. Para além da ideia de centro, foi apontado locais que tenham como característica a concentração de pessoas, como parques, grandes praças, rodoviárias, universidades, espaços de feira, avenidas e grandes cruzamentos. A intenção foi compreender um recorte primário possível para leitura e problematização, como demonstra o mapa ao lado a concentração de pessoas na cidade está no eixo centro-sudoeste, sendo este o perímetro que será utilizado para ser comentado.

30


>> mapa de concentração de pessoas. em laranja mais concentrado são os pontos atractivos da cidade. //

31


DINÂMICAS E RITMOS DE UM ser urbano >> Qual a relação entre o espaço construido e as sociabilidades urbanas?

Pensar em uma leitura urbana que tenha com princípio as relações interpessoais é uma leitura estritamente subjetiva. Não é pautada em dados objetivos, mas sim em uma vivência sobre o local. Com este trabalho busquei estabelecer parâmetros para essa leitura na tentativa de entender quais são as dinâmicas e ritmos vinculados a relação entre pessoas que esse espaço possui. A princípio é importante pautar que as relações interpessoais dos sujeitos estão ligadas diretamente à distância que estes corpos estão e com a quantidade de pessoas que essa distância consegue envolver. A ideia de proximia e que existe uma relação entre liberdade e coletividade é importante para

1 2

perceber que nossos atos e ações são estritamente ligados aos espaços que propiciam essas relações. Ou seja, um lugar, como uma praça ou uma grande avenida, por exemplo, tem uma potencialidade de coletivização que um teatro ou um museu, não têm; do mesmo modo que um bar ou uma escola têm um potencial que prioriza relações tribais.

32

3


1

PROXEMIA Termo utilizado pela primeira vez por Eduard T. Hall e designa o espaço de relações pessoais e coletivas de um indivíduo em um meio social.

2

3

liberdade e coletividade Segundo Simmel, há conexão entre o tamanho do grupo social e liberdade individual, e também a forma como as relações sociais são ditadas pelo grupo social estão inseridos. A lógica é: um indivíduo que vive em uma cidade pequena, inevitavelmente, será obrigado a estabelecer contato emocional com todos os membros de seu grupo social, portanto, a liberdade para manter sua subjetividade privada é praticamente nula.

tribo

Nesse trabalho opta-se por utilizar o termo tribo. Referência a Tribos Urbanas de Michel Maffesoli, que designa microgrupos que estabelecem as redes de amigos com base em interesses comuns, incluindo similaridades de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir

33


QUAIS EVENTOS SÃO GERADOS A DA RELAÇÃO ENTRE AS PESSOAS? >> DIAGRAMA DE PROXIMIDADES E AÇOES

Então, para entender um pouco como essas dinâmicas funcionam e categorizar esses espaços, a análise se inicia com uma simples pergunta: quais eventos e ações são gerados a partir da relação entre as pessoas? O resultado dessa questão foi um conjunto de ações que foram agrupados de acordo com esse entendimento de proximidades urbanas (ver diagrama de proximidades e ações). Esse agrupamento partiu da ideia de quais eventos são gerais a partir do contato de uma pessoa: com ela mesma; com um uma ou duas pessoas; com sua tribo; e com a sociedade. Isso foi importante para tentar entender como se estabelece a espacialidade de qual as dinâmicas de coletividade que essas sociabilidades configuram. Evidentemente que um mesmo espaço pode conter mais de um tipo de dinâmica, uma praça por exemplo pode ter dinâmicas tanto tribais quanto extremamente coletivizadas, do mesmo modo que um evento por compartilhar uma dinâmica que sejam ao mesmo tempo coletivizadora e individual. Para ter clareza nessas sobreposições, quando analisar em quais espaços cada uma acontece, classifiquei esses eventos em grupos de predominância: Predominantemente Particulares, para eventos e ações de cunho individual ou pessoal, envolvendo uma ou até 3 pessoas; Predominantemente Tribais, para quando as relações se dão em um âm-

AGRUPAMENTO POR PREDOMINACIAS:

PREDOMINANTEME

PARTICUL

bito de grupo e tribo urbana; e por fim, Predominantemente

VOCÊ E VOCÊ MESMO;

Coletivas, que em um âmbito público, são os eventos da mais

ENCONTRAR RELACIONAR ENVOLVER

pura coletivização.

34


PARTIR

Partindo da ideia de entender a espacialidade que é gerada a partir da relação entre as pessoas, fiz esse diagrama abaixo para entender o que exatamente é possivel gerar dependendo no grau de sociabilidade que se está inserido. Esse entendimento foi essecial para compreender posteriormente a região de projeto

ENTE

PREDOMINANTEMENTE

PREDOMINANTEMENTE

VOCÊ E SUAT TRIBO

VOCÊ E SUAT TRIBO

REUNIR SOCIABILIZAR ENVOLVER

AGRUPAR CRUZAR COAHIBITAR

LARES TRIBAIS COLETIVAS VOCÊ +1

35


Partindo então dessas 3 categorias, passei a categorizar os espaços de acordo com as ações e eventos que eles abrigam. Portanto, uma praça contém ações e eventos Predominantemente Coletivos, enquanto um teatro ou uma escola, possui eventos que predominam as relações tribais. Essa categorização e análise do território foi importante para contatar e firmar algumas questões que se tornaram matriz para esse trabalho.

notas sobre espaço e coletividades: [[ Há uma ligação clara entre espacialidade e tipos de coletividades. A dimensão do espaço está ligada aos limites que esses mesmos espaços possui de sociabilidades. [[ As relações extremamente coletivas, que se vinculam à ideia de multidão e de fluxos, não se contém num espaço delimitado. Isso ocorre pois o programático não parece conseguir conter essa intensidade de fluxo e de sociabilidade. [[ Como esperado, onde há a maior possibilidade de relação entre pessoas é onde há o maior fluxo e a maior concentração. [[ As relações extremamente coletivas se dão em geral em espaços onde o público é extremo, ou seja, na rua, na praça e nos parques. [[ Há uma relação entre marcos urbanos e concentração com a ideia de pertencimento e possibilidade de eventos coletivizados. [[ Há uma dimensão clara de conflito entre particular e coletivo em grandes espacialidades. [[ Nesse recorte onde a concentração de pessoas é maior dentro da cidade, é de extrema dificuldade encontrar um lugar onde as relações Predominantemente Particulares se sobressaem.

36


DIAGRAMA DE LEITURA DE ESPAÇOS DE DINÂMICAS

37


A partir dessa leitura, me pareceu interessante focar nos espaços que possuem ações Predominantemente Coletivas, por entender que são espaços que as relações cotidianas interpessoais são na sua forma mais silenciada e neutralizada. Procurei analisar quais são as características e como essas espacialidades se relacionam entre si, se existe alguma questão ou situação que fazem com que esses locais concentram esses grandes fluxos e grandes sociabilidades. A princípio é entendível que todas são espacialidades expandidas, ou seja, em geral não são contidos em um programa ou delimitação do espaço. Dentro das suas lógicas, seja a rodoviária, parque ou rua, a predominância é de fluxos sobre fixo, ou seja, a ação do cruzar tem um peso maior que a permanência. E geralmente são marcos de localidade dentro espaço. Dentro desse perímetro de estudo algo interessante a se notar é que um fato recorrente de intensa coletividade é um elemento urbano tão ordinário e silenciado quanto qualquer atitude cotidiana simples: viadutos. Componentes utilizados para ligar um local ao outro mostram uma característica base dentro dessa lógica de predominâncias coletivas. São gargalos de fluxos que fazem com que eles sejam um grande catalisador de encontro, de mistura e de cruzamento entre as pessoas. Por esse motivo se optou por utilizá-los para debater essas coletividades com um projeto urbano neste trabalho, justamente por ser um local que, entre os outros lugares coletivizados, apresenta a mais pura neutralidade cotidiana do espaço da cidade. Sendo essencial na urbanidade, é utilizado por segundos e que é totalmente apagado da memória coletiva.

38


ANÁLISE SISTEMATICA DOS ESPAÇOS COELTIVOS

39


A.

B 40


B.

C. 41


VIADUTOS: INTERLOCUS >> tudo o que há entre dois lugares conectados é silenciado. O viaduto é um criador de entre lugares. Dentro do perímetro escolhido para ser analisado por sua concentração de pessoas possui três viadutos que são de intenso fluxo de pessoas. Antes de cada caso proponho questionar um pouco sobre a ideia do que é um viaduto e além disso, o que é projetar em um viaduto priorizando a ideia de coletividade. Um viaduto nada mais é do que um gesto humano de vontade ou necessidade de ligar dois lugares. É ligar o aqui e o lá, e nessa ligação ultrapassar uma fronteira ou expandir a paisagem e o território. É um elemento não apenas de transpor um limite, como um rio ou ferrovia, mas também de conquista e de expansão de fluxo para apropriar-se uma outra permanência. A questão é que com essa ligação algo fica no entre, abaixo dele, esquecido. As áreas e os ritmos que ficam sob o viaduto nesse gesto de conectar, se torna residual. O viaduto é, então, um criador de entre lugares, ou seja tudo o que há entre esses dois lugares que esse gesto conecta, são espacialidades que são silenciadas e apagadas da vivência coletiva. É evidente que é algo esperado, visto que a existência do viaduto em si é feita para ser esquecível e apagada. É um elemento construído que atinge sua função máxima unicamente de conter um grande fluxo. Ser apenas um gargalo a ser utilizado por segundo para conectar duas áreas de real valo-

42


ração. Assim, é sistêmico que esse o viaduto, mesmo sendo uma estrutura robusta que interfere na paisagem e território da cidade, tem seu esvaziamento de potencial e extrema objetificação. Entretanto, como já colocado, é de se notar que

registro de um morador de rua que usou do viaduro como cobertura para montar o seu prórpio “lar/ fonte: folha de sao paulo

para além dessa função específica, esse objeto tem um grande potencial de circulação de pessoas, de cruzamento e fluxo. Ou seja, tem um grande potencial de coletivização. Atualmente, dentro da discussão do urbanismo e de projeto, as áreas do viaduto e adjacentes a ele são focos de interesse de revitalização. Visto que num urbanismo contemporâneo que prioriza a concentração e compactação das cidades, os espaços residuais são de grande interesse para projeto. Então para além de um processo de revitalização o que é pensar um projeto em uma área dessas? O que é propor uma utilização para espaço que, a priori, é feito para não ter uma utilidade além da conexão? Escolher um viaduto como objeto de projeto é inverter a lógica de apropriação da cidade. É convidar a pessoa que geralmente utiliza esse objeto por alguns segundos possa permanecer um tempo a mais para poder perceber o potencial que esse objeto tem no espaço urbano. Utilizar o viaduto com projeto é tensionar esse fluxo tão direcionado e propor uma permanência coletiva, nesse fluxo que já é coletivizado. No caso, os três viadutos escolhidos na cidade de Limeira possuem em comum a característica de condensar grandes fluxos. Portanto, a ideia é que os projetos desenvolvidos para esses lugares utilizem dessa lógica já existente para tensionar o espaço cotidiano dessas pessoas que utilizam esses viadutos. De modo que os projetos potencializem o uso coletivo e as dinâmicas públicas e que façam com que esse elemento tão ordinário que ficam silenciados no entre lugares possa em si se tornar um novo lugar, passível de conter as relações e sociabilidade entre as pessoas.

43


referências projetuais de interv ção no baixio do viaduto.


ven-


SOBRE proceSsos e ESCOLHAS >> O viaduto possui uma existência essencialmente horizontal, tendo 3 planos, o acima dele, a estrutura e o baixio.

Antes de começar a ler os três locais de projeto e ser propositivo, tentei entender um pouco o que é intervir em uma área de viaduto e para além disso, qual seria a minha postura de projeto tomada frente a esse objeto. Procurei sistematizar um conjunto de referências de intervenções em viadutos que foram feitas e perceber como esses projetos atuavam frente a essa questão urbana. É interessante notar o potencial que esses projetos de requalificação atingem ao propor espaços coletivos que fazem do viaduto um marco territorial. Atribuindo a ele usos que envolvem questões de cultura, de esporte e de lazer, utilizam a estrutura do viaduto, como como marquise, cobertura e estar. Dentro dos projetos que pude observar, o viaduto sempre surge com uma lógica de sistema onde a intervenção dele se estrutura junto a um grupo de ações projetuais. E nesse ponto, podemos dizer, a grosso modo, que surge dois grandes grupos de atuação de projeto: um que irá encarar o viaduto como potencial de estrutura e irá propor ações que usem

46


dele como estrutura de um elemento construído e um outro que terá a proposta de projeto mais vinculado nas áreas juntas a ele, do que nele em si. A partir disso, antes de pensar um pouco qual será minha postura projetual é importante definir qual o meu entendimento do que é um viaduto e quais elementos que eu quero considerar no ato da proposta. O viaduto, para além de um elemento de ligação é essencialmente uma cobertura com uma estrutura robusta. Ele propicia a criação de uma ambiência coberta que pode se relacionar com áreas residuais do seu entorno; possui uma existência essencialmente horizontal, tendo dois 3 planos, um primeiro é acima dele onde se condensa o fluxo, um segundo que é a própria estrutura e um terceiro que é a área de baixio, que geralmente é a área mais residual. Para entender um pouco essa dinâmica entre planos e pensar nas minhas possibilidades de ações tanto formais quanto espaciais, propus realizar uma série de experimentos em modelos tridimensionais para tentar afinar um pouco as minhas possibilidades. A princípio, parti de um modelo genérico do que é um viaduto, ou seja, um plano simples que liga dois lugares. Então, comecei a investigar como se daria essa relação com materiais diferentes, com planos, verticalização e outras possibilidades. Nesse processo pude tensionar um pouco o que eu imagino como ato de projeto, logo, se iria intervir somente embaixo do viaduto ou também em cima; se iria verticalizar; qual a relação de um volume construído ao lado, embaixo e em cima do viaduto; se iria utilizar planos, blocos; se ia ser colado ou distante dos limites do viaduto. Enfim, nesse processo de trabalhar com o modelo pude encarar diferentes abordagens e pude refinar o que eu julgo por interessante ou não para minha ação de projeto. Tentei a princípio pensar em um primeiro conjunto de ges-

47


48


maquetes de estudo para tentar entender as posturas e dinâmicas de projeto para um viaduto

49


tos projetuais que dariam às minhas três intervenções uma unidade, bem como tentei criar uma espécie de gramática de materialidade que esses gestos teriam. A primeira questão definida é que adoto o viaduto como ator central; minha proposta teria que focar em tirar proveito dele com elemento marcante de projeto. Sendo assim, a ação teria que usar de sua existência de cobertura e estrutura robusta como centro e força de projeto. Ou seja, mesmo que se atribua às áreas adjacentes na questão projetual, minhas ações de projeto mais fortes teriam que demonstrar essa escolha do viaduto como elemento central. Segunda questão é que escolhi evidenciar a característica horizontal bilateral do viaduto, portanto, nos elementos muito verticalizados ou que tenham um peso muito forte formalmente eque desalinhe essa bilateralidade deveriam ser evitados. Terceira questão, como princípio de projeto parte de entender esse espaço silenciado sob o viaduto e sua relação com o cotidiano das pessoas que circulam sobre ele, a proposta deveria centrar na área embaixo do viaduto, tentando não descaracterizar seu uso no seu primeiro plano, visto que isso é interessante para manter essa noção de conflito. E quarta questão o viaduto tem que abrigar um elemento potencializador de coletividade minimamente programática, para que haja um desejo de permanência no local e que se garanta a livre apropriação dos espaços adjacente e potencialize a requalificação do seu entorno. Dentro das experiências feitas no modelo, formalmente optei pela utilização de um jogo de volumes e planos para criar espacialidades que propiciem diferentes relações com o viaduto e com a visibilidade de dentro-fora e cima-baixo. Depois de definir esse modo de operação de projeto, passei a pensar na materialidade que esses elementos teriam a fim de criar uma espécie de gramática do que cada um significaria dentro

50


do projeto. Essa materialidade corresponde às minhas intenções frente a esse elemento urbano e que de certa forma, criam um conjunto base para estruturar essas três propostas de projeto nos três locais escolhidos. Para além do modelo base, onde discuti uma maneira geral de intervenção, pensei junto a modelos e desenhos como cada uma das três áreas se articulam com esses elementos e com o entorno em que se inserem, o que resultou em três outros modelos mais específicos de cada área que irei apresentar posteriormente junto a cada projeto. Pensando, assim, nas características que quis atribuir a minha operação de projeto, defini quatro tipologias diferentes como

maquetes de estudo para tentar entender as posturas e dinâmicas de projeto para um viaduto

elementos de intervenção. Sendo eles nomeados como: o anteparo, o mezanino, o bloco interno e o bloco externo.

elementos:

A. o anteparo, B. o mezanino, C. bloco interno D. bloco externo.

51


5 ELEMENTOS COMO INTENÇÃO DE PROJETO

1

BLOCO

2

mezanino

3

anteparo

4

apoio

5

circulação

Para conter espacialidades internas ao viaduto. Dos elementos este é mais programático, deve conter funções específicas. Com materialidade leve, com um jogo paredes opacas e trasnlúcidas. Material como tijolinho ou bloco de terra comprimido.

Para apoio as espacialidades internas ao viaduto. Dos elementos este é intermédio. Cria uma relação de níveis e estares sem funções específicas. Como materialidade, metálica com estrutura atirantada na estrutura do viaduto.

Para criar espacialidades e marcar visualmente Este é um dos mais simbólios. Demonstra um traço dedidido de verticalidade para contaer grandes espacialidades e ser uma marco visual. A Materialidade robusta, de concreto ou taipa.

Para criar relação com espacialidades existentes Elementos externo ao viaduto, esste é o menos programático. Tem como função servir de apoio a atividades livres. Materialidade: estrutura vazada de aço e madeira com cobertura de lona retráctil.

Para ligar espaços A cirvulação principal do viaduto é deslocada do nível da rua para um nível abaixo do viaduto. Uma passarela que liga os dois lados e fica logo abaixo das bordas do viaduto, visando conecatar não só os dois lados, mas todas as espacialidades do projeto,

52


4

3

5 2 1

53


PROGRAMATIZE >> A intenção é fazer desses locais potenciais atrativos de coletividade e de interação entre as pessoas.

Definido então como será minha base da operação de projeto, comecei a pensar em questões programáticas, já que uma das minhas questões sobre o viaduto é a de abrigar um elemento potencializador de coletividade minimamente programática, para que haja um desejo de permanência no local. Para isso voltei um passo atrás na escala para entender um pouco as dinâmicas e demandas da cidade. Olhando o plano diretor da cidade de limeira, dois dos viadutos escolhidos estão localizados em uma área indicada para requalificação urbana e possuem uma forte articulação com os vazios urbanos, além do centro e das duas rodoviárias. Já o terceiro está próximo ao Parque da Cidade e ao lado de uma área designada para um futuro parque nomeado como Parque do Esporte. Falando um pouco das demandas da cidade, optei por estabelecer a minha intervenção na área de cultura e lazer, por entender o potencial coletivizador que existe nesses aspectos. Como dito anteriormente, Limeira possui uma boa distribuição de áreas escolares, que apesar de um possuir certas deficiências é satisfatório. Já a parte cultural é um pouco mais problemática, tendo boa parte da cultura centralizada ou

54


em equipamentos particulares ou em elementos puramente assistencialistas – como programas de escola na cidade, ou atuações de bairros. A cidade não oferece equipamentos que fortaleceriam a ideia de coletividade. Inclusive os poucos que existem, como biblioteca, museu ou feiras locais estão ou subutilizados ou não oferecem um espaço adequado. Buscando então entender como são e onde estão esses equipamentos e lugares culturais me deparei com três situações que puderam me nortear nas escolhas programáticas das minhas intervenções urbanas. Notando que minha intenção é fazer desses locais potenciais atrativos de coletividade e de interação entre as pessoas, fazer destes entre lugares, espacialidades que reflitam a dimensão coletiva que um viaduto representa. Dessa forma, a escolha programática, assim como a formal, estabelecem espaços propícios para que as ações socializantes possam acontecer.

55


três situações da cidade de lime

1. a bibiloteca

2. a fe

A biblioteca da cidade era localizada em um edifício pa-

A cidade de Limeira, assim c

trimonial na região central da cidade, até que, por ques-

lista possui uma forte cultur

tões de reforma desse edifício, teve que ser mudada de

verduras quanto de produto

local provisoriamente para uma outra área municipal

áreas em diversos postos de

ainda central. Infelizmente o edifício original da bibliote-

que funcionam em certos dia

ca demorou a ter sua reforma finalizada, o que fez ela ser

cal onde antes era a bibliote

desativada por um tempo. Hoje, novamente ativa, está

de feira que foi desativa, tam

em um galpão no chamado Parque da Cidade, o principal

Hoje, essa feira não possui ou

parque de Limeira. Mesmo que seja interessante a arti-

deixando então de existir no

culação desse equipamento com um parque, o local atual da biblioteca não é dos mais adequados para ela, além de não possuir um bom acesso.

56


eira, três programas posssíveis

eira

3. a OFICINA

como outras do interior pau-

A cidade tinha um espaço gerido pela secretaria da Cul-

ra de feira tanto de frutas e

tura que oferecia diferentes tipos de oficinas de artes,

os em geral. A cidade possui

dança e música. Localizada na região central, foi encerra-

esignados para feiras de rua

da no final de 2016, tendo como justificativa por parte da

as da semana. No mesmo lo-

prefeitura que atividades ali oferecidas seriam descen-

eca central, existia uma gran-

tralizadas nas áreas institucionais como escolas e par-

mbém por conta da reforma.

ques e seriam geridos por demandas privadas ou locais.

utro local para ser realizada,

A descentralização acarretou em uma diminuição ou no

os dias de hoje.

cancelamento da maior parte dessas oficinas e hoje, com a falta de um lugar adequado elas já não ocorrem com tanta frequência.

57


trê trê

A seguir ap ção de pro diagramas

58


ĂŞs propostas, ĂŞs encontros

presento minhas trĂŞs propostas de intervenojeto, bem como a leitura de cada local por s e imagens.

59


A.

B

60


B.

C.

61


Localizado na região da rodoviária esse viaduto tem uma característica única de possuir uma saída anexada a ele que faz com que sua forma seja um Y ao invés de ser linear como os outros. Liga o baixo centro a uma grande área residencial e está ao lado de uma ruína da primeira indústria de Limeira, (Indústria Máquina). Ele também está em proximidade com o FAAL (Faculdade de Administração e Artes de Limeira) e um Senac. Além disso, cruza o Ribeirão Tatu e a linha férrea e está aos arredores do Bosque Municipal. Localizada a menos de 1 km do centro, hoje é utilizado como estacionamento de ônibus pela empresa de mobilidade da cidade. Nesse caso, pela proximidade com as áreas de ensino, optei por propor uma midiateca e área de atividade culturais

A. ligadas a ela.

MIDIOTECA 62


63


64


65


66


67


68


69


Localizado próximo a antiga estação ferroviária, está ao lado de antigos edifícios da linha férrea e está bem no meio do baixo centro, uma antiga área de zona industrial. Sua proximidade está marcada pela presença de áreas degradadas e de galpões utilizados hoje como depósito industrial. Também cruza o Ribeirão Tatu e a linha férrea e um dos seus lados adjacentes é hoje utilizado com descanso de carga e descarga de alguns trens que param na linha férrea bem como para a manutenção de alguns vagões. No espaço logo abaixo do viaduto é utilizado como local de descarte e de acúmulo de resíduos da indústria de madeira e pedra, ligando a área central com uma parte residencial que se liga diretamente a uma das principais entradas da cidade. Nesse local, devida à baixa presença de áreas residenciais e pela relativa proximidade com a rodoviária (600 m) é um local propício para atividades de feiras e bares que exigem certa concentração de pessoas e de barulho, além de uma grande possibilidade de articulação com o centro.

B.

FEIRA E BARES 70


71


72


73


74


75


76


77


Localizado no anel viário da cidade, esse viaduto é o mais longe do centro dos três, estando a quase 2km da área central. É um viaduto recente construído em 2012 e foi instalado para tentar resolver problemas de mobilidade que existiam nesse local. A região é considerada um dos cruzamentos mais problemáticos da cidade e liga a região leste com a parte central. O viaduto que é apenas para veículos passa sob o córrego Barroca Funda e é anterior a uma área de alagamento. Tem proximidade com o Parque da Cidade e com o Estádio do Galo e está localizado entre área predominantemente residenciais. Fica junto a uma rotatória que é a ponta da área designada pelo plano diretor com Parque do Esporte. Nessa área, devido a proximidade do Parque da Cidade e das áreas residenciais, além da conexão com o anel viário, se faz interessante propor um espaço para que exista atividades de oficinas culturais de arte, dança e música.

C.

OFICINA 78


79


80


81


82


83


84


85


86


87


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.