Jonas araújo para o oeste

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...PARA O OESTE Já fazia três dias e duas noites que ele atravessava sozinho o as longas estepes hyrkanianas, depois de despedir-se de um grupo de nômades com os quais desenvolvera uma certa amizade por ter ajudado a libertar a filha do líder de bandidos. Na terceira noite, o bárbaro chegava à cidade portuária de Makkalet. Ele partiria no barco que saía na manhã seguinte. Levava consigo de valor era uma espada longa de cabo de osso, ornamentada com uma esmeralda. Presente de um líder tribal feiticeiro de Vendhya, o qual ele ajudou como capitão mercenário para libertar sua terra e nas costas, ia preso um grande machado duplo. Além daquilo, só restava a roupa do corpo que era bem típica do que um guerreiro nômade hyrkaniano usaria. Era um homem de quase dois metros de altura, apesar de não ser algo comum a um homem de origem oriental como ele. Provavelmente culpa do pai que ele não conhecia. Sua mãe disse que foi uma paixão momentânea por um andarilho do norte que estivera em Khitai e ajudara ela na juventude quando ela quase fora morta por bruxos malignos. Motivo pelo o qual Long saía de casa. Saía em busca do paradeiro de seu progenitor. Os cabelos, longos e lisos, eram cheios e negros como uma mortalha. Presos numa única e longa trança. Usava duas argolas prateadas, uma em cada orelha; e braceletes de ferro nos pulsos. A travessia que a embarcação fazia era longa. Não era um barco de grande porte e nem dos melhores; mas era o que ele podia usar, pois já havia gasto boa parte das suas moedas de ouro numa taverna na outra cidade, e depois mal tinha sobrado para encher o cantil de água. Para atravessar o mar de Vilayet levava-se aproximadamente três dias de viagem, e tudo ia bem até chegar perto do porto de Aghrapur, grande cidade-estado de Turan. O barco chegava lentamente durante a madrugada, Long estava sentado na proa, esperando chegar logo para que pudesse andar em terra firme, estava em estado de ansiedade com a busca que realizava e quanto mais rápido andasse, mais perto chegaria de seu objetivo. Era como ele pensava. Vindo do nada - no que diz respeito ao evento, mas vindo de baixo, geograficamente falando - algo grande batia embaixo do barco com muita força e rachava o casco de madeira, derrubando o jovem no chão. Após a batida, o barco balançava como se alguém se apoiasse nele para levantar, desestabilizando a estrutura. Long levantava tirando o machado das costas e avistava o que pareciam tentáculos segurando a beira do barco e puxando a ponta do barco para baixo. Ele já imaginava o que viria após e procurava se segurar no mastro enroscando o braço numa corda da vela quando apareciam alguns homens da tripulação com arco e flecha e lanças, ele dizia: - Segurem-se!! – Mas não deu tempo, pois os tentáculos soltavam a ponta do barco que já estava quase encostando na água, fazendo com que o barco voltasse para o lado oposto com a força da água. Não era suficiente para virar, mas quando o barco voltava para o ponto inicial, a criatura marítima quebrava o casco onde antes estava rachado. Os homens caíram no chão alguns largaram suas armas, mas agora tentavam se recompor. Long corria até a beira do barco para averiguar, mesmo as águas sendo muito escuras, ele via os tentáculos que se sacudiam sinuosamente emergindo da água negra da noite. Ele bradava com uma voz potente e clara para os arqueiros e lanceiros da tripulação, apontando na direção do alvo. - Lá! A cabeça está lá! Atirem! A tripulação de passageiros subia desesperada do fundo do barco que fora partido e era invadido por água e tentáculos infernais. Long ia até eles os ajudando a se colocarem em algum lugar seguro, mas estavam todos desesperados e cientes de que morreriam. Então a criatura apoia os tentáculos na beirada e puxa o barco para baixo novamente, os arqueiros caíam na água, alguns já eram engolidos pela boca enorme da besta. Long apoiava o pé num mastro, e tentava segurar as pessoas do outro lado, quando a criatura solta o barco, algumas pessoas que se seguravam na beira caíam do outro lado. Quando o barco voltava com o impulso da água, já não havia mais que dois homens com arcos e as flechas já se acabavam. Muitos passageiros tinham morrido lá embaixo e ainda caíram mais outros agora. Long se virava para a criatura e corria, apoiava o pé na borda do barco e saltava ainda mais alto para cair do outro lado da besta marinha. Antes que o corpo dele voltasse à superfície ele era capturado, seu corpo era


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