Saber
Revista
Revista laboratório dos alunos de Jornalismo da FPM - Ano I - Edição 01
Você lê?
Mesmo no ambiente universitário, o hábito da leitura ainda não está amplamente difundido.
editorial
Nasce da Revista Saber É com muita dedicação e empenho que apresentamos a você, caro leitor, a primeira edição da Revista Saber, uma revista laboratório desenvolvida pelos alunos do quarto ano de Jornalismo da Faculdade Prudente de Moraes. A Revista Saber nasce com dois objetivos principais: o primeiro é expor o trabalho realizado pelos alunos, vivenciando o jornalismo em revista na prática; o segundo é trazer informação na área da Educação, com foco no Ensino Superior. As reportagens abordarão temas de interesse dos universitários e da vida acadêmica em geral. O destaque desta edição é o panorama do hábito de leitura dos brasileiros, em especial dos estudantes. Você também vai conhecer o projeto Biblioteca Itinerante em Itu. Outro tema abordado é o da pós-graduação. Será que ela faz mesmo a diferença? Além de conferir os benefícios de uma pós, você pode identificar qual o tipo mais apropriado para o seu caso. Na reportagem SOS Jornalismo, jornalistas falam sobre o fim da obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão. Você acompanha de perto a opinião e o olhar de quem atua nessa área. Preparamos também uma matéria sobre a internet como meio de pesquisa. Ao lê-la, você ficará sabendo como e onde pesquisar na internet sem correr riscos. Outra reportagem interessante é a que ensina como estudar e aproveitar melhor o seu tempo para isto. Para o jovem que busca o primeiro emprego, trazemos dicas para ingressar no mercado de trabalho. A evasão nas faculdades também é tema de pesquisa desta edição. Para debater ou levantar questões importantes relacionadas ao ensino, a revista dá espaço a articulistas que fazem parte da realidade universitária. Revista nova, saindo do forno. Agora, cabe a você leitor folhear e aproveitar cada pedacinho... Boa leitura! E que venham muitas outras! Tatiana Saggion
Expediente Revista Saber Revista laboratório dos alunos do 4º ano do curso de Jornalismo da FPM Editor: Paulo Stucchi Editor assistente: Tatiana Saggion Jornalistas Cristiane Oliveira Érica Passi Felipe Boni Geiza Graciano Rafael Bortoleto Tatiana Saggion Tatiane Dias Articulista Geraldo Gonçalves Jr. Revista Saber Ano I - Edição 1 Matérias Você lê? Mitos e Motes da Pós-graduação SOS Jornalismo Conhecimento a um clique Primeiro emprego Evasão no Ensino Superior Como estudar a aprender melhor
SESSÃO
Cristiane Oliveira
VOCÊ LÊ?
Diz o senso comum que os brasileiros leem pouco. Mas o que dizer dos alunos de nível universitário? Se a leitura é fonte de conhecimento, assim como a Universidade, como esses estudantes se relacionam com um objeto que, ano a ano, vem se tornando cada vez desafiador, principalmente diante da concorrência dos meios digitais: o livro.
“
A leitura me traz uma visão crítica, conhecimento e uma escrita melhor”, afirma a estudante de Publicidade e Propaganda Vanessa Magalhães. Ela conta que seu gosto pela leitura começou na infância. A estudante costuma comprar livros e pretende montar uma biblioteca pessoal. Atualmente está lendo O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. A leitura é necessária para os universitários, para a sua formação cultural e profissional. O problema é que alguns fatores como o desinteresse, a falta de tempo e certas atividades como TV, internet, entre outras, acabam atrapalhando a busca pelos livros. Estimular esses jovens estudantes à prática da leitura requer muita habilidade dos educadores. A professora de Língua Portuguesa Marisa Telo acredita ser importante que o professor também se interesse pelos livros. “É fundamental que o professor goste de ler e leia muito. E leia sem preconceitos. Se o professor ler o que os alunos estão lendo e puder trocar impressões sobre títulos do momento, o estímulo para a leitura será ainda mais eficaz”, diz. Na Biblioteca Municipal de Itu Professor Olavo Valente de Almeida, os autores mais procurados são Sidney Sheldon, Daniele Steel, Paulo Coelho e Zíbia Gasparetto. Os vestibulandos buscam autores como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Agatha Christie, segundo o agente administrativo Odorico Castanho da Silva. O público que frequenta a biblioteca é bem variado. Há pessoas que vão ao local para pesquisa, outras para emprestar livros literários ou também para ler jornais e revistas. “Quem frequenta a Biblioteca Municipal é mais seletivo. Seriam as ‘moscas brancas’, pois são pessoas diferenciadas das demais”, diz Odorico Castanho. Relíquias como a revista O Cruzeiro, referente às mortes dos Papas Pio XII e João XXIII, e as revistas Pan e Vamos Ler, ambas da década de 30, podem ser encontradas na bi-
blioteca. Entre as coleções antigas, há o livro Gargântua e Pantagruel, de François Rabelais, que trata sobre a gula de dois gigantes e também satiriza as instituições públicas e eclesiásticas do século XVIII. A leitura dos brasileiros, como está? Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro através do Ibope Inteligência em 2008 mostrou que os brasileiros leem em média 4,7 livros por ano. Esse índice sobe entre profissionais com maior escolaridade. Quem tem Ensino Médio completo lê 4,5 livros; cinco quem cursou entre 5ª e 8ª série do Ensino Fundamental e 3,7 livros para quem tem até a 4ª série. Já entre as pessoas que possuem formação superior, a média passa para 8,3 livros por ano. A professora Marisa dá a sua opinião sobre o tema. “A leitura é algo muito pessoal. Algumas pessoas leem devagar, degustando o livro. Outras, devoram. Eu leio mais de 20 títulos ao ano por falta de tempo, gostaria de ler 50! Tenho alunos que leem de um a dois títulos por semana e outros que nunca leram um livro inteiro. Como seria bom se o brasileiro lesse,
A professora de Língua Portuguesa da FPM Marisa Telo: marca de mais de 20 títulos lidos por ano
você lê?
pelo menos, 10-12 títulos por ano!”, diz. Em Itu existe o projeto Biblioteca Itinerante, do Ponto de Leitura da Biblioteca Comunitária Professor Waldir de Souza Lima. Durante um sábado por mês, uma parte do Ponto de Leitura chega para os bairros da cidade. O objetivo é democratizar e facilitar o acesso da população à biblioteca. De acordo com José Renato Galvão, presidente da Biblioteca Comunitária, esse projeto já está programado para o ano todo. “Muitas pessoas não conhecem a Biblioteca. Com o projeto elas têm contato com a leitura. O objetivo é valorizar os livros e incentivar as pessoas para a leitura”. Ele diz que as crianças são as que mais frequentam a Biblioteca Itinerante. Os livros podem ser lidos no local. Quem quiser emprestar algum exemplar pode preencher uma ficha e buscar na Biblioteca Comunitária.
rios o site www.skoob.com.br que é uma espécie de orkut da leitura.
Na internet também há livros gratuitos
E o tempo?!
Na internet existe um site que é uma biblioteca virtual. No portal Domínio Público vários livros de autores como Fernando Pessoa, Machado de Assis, William Shakespeare, entre outros, podem ser baixados gratuitamente.
A falta de tempo foi a justificativa dos estudantes de Jornalismo da FPM pelo fato de lerem tão pouco. De acordo com pesquisa realizada entre 18 alunos, a média de leitura por ano é de 2,8 livros. Se considerarmos pela pesquisa do Pró-Livro que mostrou que a média dos brasileiros é de 4,7 livros, esse número está muito baixo. Todos foram unânimes em dizer que gostam de ler. Apenas um aluno disse que lê mais de 15 livros ao ano e um aluno disse que lê apenas um livro. Porém, segundo a professora Marisa Telo, na maioria dos casos, quem lê também tem maior facilidade de escrever. “Não é regra, mas a relação é bem intensa. Ao ler muito, assimilamos boas estruturas sintáticas e bons modelos de estruturação de ideias. Nem é preciso dizer que o vocabulário cresce e um bom léxico ajuda muito a escrita mais precisa”, diz a professora. As pessoas que não têm o hábito de ler precisam compreender o verdadeiro espírito da leitura. “Há um mundo bem melhor entre aqueles que leem. Quem lê aprende o mundo. Quem aprende o mundo, lida melhor com ele, vive melhor. Compreende as ideias, comunica-se com coerência”, enfatiza Marisa.
Frequentador da Biblioteca Comunitária em Itu: leitores assíduos são “moscas brancas” “A internet é uma ferramenta maravilhosa e só chegou para ajudar. O problema com a internet é quando ela se torna um vício”, diz Marisa. Ela indica também para os universitá-
Perfil: A relação do brasileiro com a leitura
Começa em casa
População Estudada: 172,7 milhões (a partir dos 5 anos de idade)
A pesquisa realizada pelo Instituto PróLivro também mostrou que as mães são as grandes influenciadoras do hábito de leitura de 49% das pessoas entrevistadas. Depois são as professoras, com 33% e os pais com 30%. Também foi mostrado que enquanto 60% dos leitores se habituaram a ver os pais lendo, no caso dos não leitores esse número inverte, pois 63% nunca ou quase nunca viam isso em casa. A pesquisa apontou que os quatro principais motivos que levam uma pessoa a não ler um livro são: falta de tempo, o fato de não ser alfabetizado, desinteresse e preferência por outras atividades.
95,6 milhões leem um livro em 3 meses 47,4% dos leitores brasileiros são estudantes e leem livros indicados pela escola A Bíblia é a leitura de 6,9 milhões 1,3 livro /ano é o que se lê fora da escola no Brasil O brasileiro possui, em média, 25 livros (por residência)
Ler começa em casa 49% dos brasileiros tem o hábito da leitura influenciado pelas mães, segundo pesquisa do Instituto Pró-leitura Professores e pais são responsáveis por 33% e 30% do cultivo do hábito de ler
Leitura universitária
2,8 livros
é a média de livros que os alunos de Jornalismo da FPM leem, excetuando as leituras acadêmicas. Maior problema? A falta de tempo.
SESSÃO
Geiza Graciano
MITOS E MOTES DA PÓS-GRADUAÇÃO São inúmeros os interesses que levam os profissionais a optarem por uma pós-graduação. Porém, há diversos ramos a se seguir e convém pesquisar antes de dar o primeiro passo.
F
ormado em Engenharia da Produção na USP (Universidade de São Paulo), Fernando Horschutz Mazzuli, 36 anos, pretende entrar para o MBA da FIA Executivo Internacional. “Eu quero me atualizar, aprofundar temas de meu interesse, ter contato com outras pessoas e outras empresas, além de ter um currículo competitivo no mercado”, explicou. Para isso, o Fernando escolheu a faculdade que, há alguns anos, está em primeiro lugar no Brasil e é a única do país a fazer parte do ranking da Financial Times. O crescimento profissional exige muitas vezes do candidato um grau de formação elevado. O mercado de trabalho está aberto, mas é necessário saber o que se quer. Pesquisar é um bom começo. Hoje existem vários tipos de pós-graduação, sendo elas: MBA, especialização, Mestrado Acadêmico, Mestrado Profissional e Doutorado [ver boxe]. Se você pretende uma melhora no desempenho profissional e aprofundar conhecimentos, o ideal é um curso específico. O que não vale para quem pretende seguir carreira acadêmica; para esses, o mais indicado é o Mestrado ou Doutorado. Já os que sonham com um cargo de comando em alguma empresa, o MBA é indispensável. As áreas de Mestrado e Doutorado pertencem a pós-graduação denominada Stricto Sensu, ou seja, destinada à pesquisadores e professores. O MBA e as especializações têm classificação Lato Sensu, voltadas ao mercado profissional. Para Orlando Mazzuli, 62 anos, pai de Fernando, que tem pós-graduação em Recursos Humanos e ministra aula de Gestão Estratégica de Pessoas, o diferencial de uma pós é a profundidade com que os temas são tratados e o estudo de casos reais de negócios. “Além disso, compartilhar experiências com executivos experientes na mesma sala de aula enriquece o pensamento do aluno. O nível dos professores também faz diferença”, ressaltou. Geraldo Gonçalves Junior, 50 anos, professor de MBA Executivo, destaca que a gradu-
ação fornece informações, enquanto que uma pós, formação. Mercado de Trabalho “Não se pode dizer que a pós-graduação seja indispensável, pois depende do conjunto do currículo do candidato e da posição a ser preenchida. Contudo, em condições similares de experiência profissional e graduação, quem tem uma pós na área requisitada pela empresa tende a ganhar mais pontos numa seleção”, falou Orlando. Segundo ele, o setor de RH acompanha as necessidades e a política de atração de talentos da empresa. Se for prioridade dar o cargo a um formando em pós, é o que o setor de RH fará. Entretanto, nenhuma empresa vai contratar só candidatos com pós, porque nem sempre precisam dessa formação. Mas, nos casos de posições altas, é um requisito, sim. Ismael Guarneli, 58 anos, diretor da AP&S Editorial Ltda. aponta um problema na seleção única e exclusivamente por causa de um diploma. “Tenho visto muitos profissionais com excelente conhecimento serem descartados por causa de um ‘canudo’ a mais. Nesse caso, a empresa perde muito, infelizmente”. Na empresa em que Guarnelli trabalha existem quatro profissionais com pós-graduação e dois com mestrado. Os outros, em sua maioria, estão na universidade ou cursam uma pós. De acordo com
Orlando ministrando aula para sua turma do MBA: Pós faz, sim, a diferença no mercado
mitos e motes da pós-graduação
ele, é muito importante que a empresa ajude o profissional a crescer: “Acho que deveria auxiliar financeiramente este profissional e privilegiá-lo se fizer um bom curso. Em nossa empresa todos os que fizeram pós graduação começaram aqui sem ela e aqui a fizeram”. Crescer dentro da empresa é o que espera Guilherme Marques de 22 anos. Formado em Administração trabalha como bancário e optou pela pós-graduação em Gestão de Pessoas, também por ser a área com que mais se identifica. Já Marília Oliveira escolheu cursar o MBA para não precisar fazer outra graduação. Formada em Nutrição, a jovem trabalha na área de finanças há algum tempo. “Eu não consegui seguir na carreira de nutricionista; para não fazer uma graduação em Administração optei pelo MBA. Além disso, soube de pessoas que conseguiram crescer na empresa depois que terminaram essa pós-graduação”, disse. Letícia Spinardi, 23 anos, conseguiu a sua colocação no mercado de trabalho graças a sua Pós-graduação em Gestão da Comunicação Empresarial na FPM. “Ela foi essencial para que
eu conseguisse a oportunidade de atuar em meu atual emprego. Eu também estava concorrendo em alguns outros processos e em todos eles a pós-graduação mostrou ser um grande facilitado”, disse a jovem. Mas, para ela, não é só a pós que faz a diferença. Nos dias de hoje, falar em outro idioma é essencial, além dos cursos de extensão. “Vivemos na era da tecnologia, que imediatamente implica em evoluções constantes, quebra de barreiras e velocidade da informação. Por isso, é extremamente importante manter-se atualizado, pois o que é novo hoje, amanhã já pode estar ultrapassado. E o curso de extensão é a oportunidade para que você consiga essa atualização com certa agilidade e praticidade, sem ter que dispor um longo prazo do seu tempo em um curso de maior duração”, disse Letícia. Crescimento Uma reportagem veiculada pelo Portal Exame divulgou que em 2009, o número de alunos em pós-graduação no Brasil era de 600 mil.
Dicas para quem quer escolher a pós-graduação ideal •
Comece usando o ranking das melhores da revista Exame e similares.
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Pense no custo do curso e na disponibilidade de tempo para frequentar as aulas presenciais e realizar os trabalhos exigidos.
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Pense também que a escola tem o direito de escolher o aluno ou recusá-lo caso ele não preencha os requisitos.
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Os cursos de pós de maior procura têm um processo rígido de seleção, por causa do número de vagas inferior ao número de candidatos e do nível exigido dos candidatos. Os cursos de pós
precisam manter o padrão de qualidade (e conceito no mercado) e por isso não aceitarão qualquer aluno. •
Sobre o custo dos cursos, você pode ser patrocinado pela empresa onde trabalha (algumas oferecem bolsas, mas exigem que você fique na empresa um certo número de anos ou se sair tem que devolver o valor da bolsa), ou então se bancar com o próprio bolso. Em qualquer caso, escolha o melhor porque fazer economia nesta escolha pode ser fatal: paga-se mais barato, porém consegue-se um diploma de uma escola desacreditada no mercado.
Esse quadro tende a aumentar e chegar à marca de dois milhões em 2012, um crescimento de 230% [ver tabela]. A carreira e os estudos não param por aí, pois sempre há como aprender mais e crescer. “Gostaria de continuar, com experiências fora do país. Por quê? Estudar nesse momento da vida e da carreira é muito mais rico do que na graduação”, explicou Fernando Horschutz Mazzuli, que deixa um recado aos que terminam a graduação: “Encontre aqueles temas e desafios que te inspiram. Trabalhe com eles. Você continuará estudando simplesmente para poder dar o melhor de você.”
mitos e motes da pós-graduação
PROCURA POR UMA PÓS-GRADUAÇÃO? VEJA AS OPÇÕES Cursos Lato Sensu - MBA PARA QUEM É É um curso de especialização na área gerencial e administrativa. O MBA Executivo tem perfil generalista. Mas existem outros cursos, voltados para determinados aspectos, como finanças, recursos humanos, marketing e tecnologia da informação. DURAÇÃO Varia entre um e dois anos. Para o certificado ser reconhecido, também precisa ter um mínimo de 360 horas-aula. PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO Em geral, exige-se um mínimo de três anos de experiência no mercado. Cursos mais avançados podem pedir até oito anos no cargo de gerente ou diretor. Há entrevista, análise de currículo e prova. DIA A DIA As ferramentas e os instrumentos usados em aula são conhecidos por quem trabalha na área de gestão: planilhas de custo, análise de casos reais, planejamento de marketing e softwares de finanças. Prepare-se para falar em público, pois boa parte do curso consiste em apresentar trabalhos e participar de debates. As aulas costumam acontecer no período noturno e aos sábados, o dia inteiro. TRABALHO DE CONCLUSÃO O aluno, ao final do curso, apresenta um trabalho de conclusão. E DEPOIS Você pode seguir para um mestrado, para aprofundar conhecimentos teóricos, ou partir para novaespecialização, em outra área.
tina de trabalho. Pode ser oferecido por instituição de ensino ou por organização profissional ou corporativa. DURAÇÃO De um a dois anos. Para que o certificado seja reconhecido pelo MEC, o curso deve ter carga horária mínima de 360 horas-aula. PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO É preciso apresentar o diploma de graduação reconhecido pelo MEC. O processo seletivo inclui entrevista, apresentação do currículo e, dependendo da instituição, passar numa prova. Algumas instituições adotam testes realizados por associações de classe, que medem o conhecimento que o candidato tem de sua área de conhecimento e sua maturidade profissional. DIA A DIA As aulas - que enfocam aspectos práticos da profissão - costumam ser dadas em período compatível com o horário comercial - à noite e aos sábados. TRABALHO DE CONCLUSÃO Para receber o certificado, o aluno deve apresentar e ter aprovada monografia sobre algum tema abordado durante o curso. E DEPOIS É possível candidatar-se a um mestrado acadêmico ou profissional ou simplesmente partir para outra especialização. Cursos Stricto Sensu - Doutorado PARA QUEM É Para os que querem seguir a carreira universitária, como pesquisador e professor.
Cursos Lato Sensu / Especialização
DURAÇÃO De quatro a cinco anos, em média.
PARA QUEM É Para quem precisa se aperfeiçoar ou se atualizar em algum aspecto técnico-profissional de sua ro-
PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO O processo seletivo inclui análise do currículo, aprovação do projeto de pesquisa, que deve apre-
sentar tema ou foco inédito e original, e entrevista. Pode haver também uma prova sobre conhecimentos específicos e gerais. Os programas mais conceituados exigem o domínio de pelo menos dois idiomas estrangeiros.
diálogos com professores e orientadores, quanto na elaboração e apresentação dos trabalhos. Em algumas universidades, o aluno pode ser convocado para atividades programadas, como estágio.
DIA A DIA No geral, exige dedicação exclusiva. Cumpridos os créditos das aulas, o aluno dedica-se integralmente à pesquisa e à elaboração da tese. A participação em eventos relacionados a sua área de atuação é importantíssima. Os prazos são rígidos, o ritmo, apertado, e o trabalho, muitas vezes, solitário.
TRABALHO DE CONCLUSÃO Apresentação e defesa de dissertação.
TRABALHO DE CONCLUSÃO Defesa da tese perante uma banca examinadora. Durante a defesa, o doutorando é sabatinado por especialistas no tema da pesquisa.
PARA QUEM É De perfil eminentemente acadêmico, é formação para quem quer seguir carreira em ensino e pesquisa.
E DEPOIS É comum partir para um pós-doutorado - um programa de pesquisa pura, muitas vezes realizado, em parte, no exterior.
DURAÇÃO Média de dois anos e meio.
Cursos Stricto Sensu Mestrado Profissional PARA QUEM É Voltado especialmente para os que desejam dominar metodologias de pesquisa e aprofundar conhecimentos específicos de sua área de atuação, mas com foco no mercado de trabalho. O diploma também dá direito a seguir carreira acadêmica. DURAÇÃO Dois anos, em média. PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO Os critérios de admissão variam muito de uma instituição para outra. Em geral, pede-se prova, apresentação do currículo, projeto de pesquisa de acordo com a proposta do curso e entrevista. Domínio de um idioma estrangeiro é indispensável. DIA A DIA Esse tipo de mestrado acaba reunindo profissionais de uma mesma área de atuação - o que permite grande troca de experiências práticas. Mas o meio é acadêmico e, aí, valores como a qualidade e a exatidão das informações são essenciais, tanto nos
E DEPOIS Pode-se partir para um doutorado. Cursos Stricto Sensu - Mestrado
PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO O processo seletivo varia entre as instituições de ensino. No geral, o candidato submete o currículo à análise, apresenta um projeto de pesquisa e participa de uma entrevista. É comum ter de fazer uma prova de conhecimentos específicos e gerais, além de demonstrar domínio de pelo menos um idioma estrangeiro. DIA A DIA Você pode não ter aula todos os dias, mas deve participar ativamente das atividades do departamento que oferece o curso - eventos, congressos, conferências e palestras. Também é preciso ler muito e cumprir os prazos rígidos para entrega de trabalhos. TRABALHO DE CONCLUSÃO O aluno deve apresentar e defender uma dissertação sobre seu tema de pesquisa, diante de uma banca examinadora. Além disso, é necessário ter sido aprovado em todas as disciplinas e entregue os trabalhos dentro dos prazos regimentais. E DEPOIS A evolução natural é seguir para um doutorado.
SESSÃO
José Fernando de Oliveira
SOS Jornalismo
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Em 14 de maio de 2005 foi divulgado à imprensa o esquema do “mensalão”, quantia paga a deputados no valor de R$ 30 mil. Já o Judiciário foi responsável pelo escândalo da venda de sentenças descoberto em 11 de novembro de 2008 no Espírito Santo. Os três poderes fundamentais de uma nação presidencialista entraram e saíram de diversas crises. Todas elas foram investigadas e publicadas na imprensa, também conhecida como “o quarto poder”. Porém, mal sabiam os jornalistas brasileiros (que assistiram a tantos escândalos deliciados e atentos) que a categoria entraria em “parafusos” após uma votação no Supremo Tribunal Federal no dia 17 de junho de 2009. O ministro, Gilmar Mendes, afirmou que a exigência do diploma de jornalista feria a Constituição Brasileira que garante a liberdade de expressão para cada cidadão. Mas qual é a visão que os jornalistas brasileiros têm sobre isso? E, mais, qual a relação entre a real liberdade de imprensa e a obrigatoriedade do diploma? Quando se analisam os livros sobre teoria da comunicação jornalística percebe-se que existem vários filtros que, querendo ou não, inibem a aclamada liberdade dita pelo ministro Gilmar Mendes. A famosa linha editorial dos veículos impressos é um exemplo e são poucos os jornalistas (estes, com anos de experiência) que conseguem se livrar dos manuais de redação e ter espaços livres em suas colunas. E as universidades?
N
o dia 29 de setembro de 1992, o poder Executivo passou por maus bocados. Uma CPI concluiu que Fernando Collor de Mello seria culpado por corrupção e por 441 votos a 38, aprovou o impeachment do primeiro presidente brasileiro eleito numa eleição direta. Treze anos depois foi à vez de o Legislativo ter sua imagem manchada.
A queda do diploma mexeu com universidades (algumas tiveram o curso fechado) e revoltou jornalistas formados e estudantes. Para muitos profissionais na ativa e estudantes, chega a ser insuportável saber que qualquer cidadão pode trabalhar como jornalista sem nunca ter estudado teorias ou feito exercícios jornalísticos. Mariane Belasco foi editora do jornal ituano Federação e atualmente trabalha no periódico Primeira Feira, em Salto. Formada há três anos pela Universidade de Sorocaba, Uniso, a jornalista considera a decisão do STF humilhante para qualquer profissional. “Ingressar no mercado de trabalho é difícil e muito emprega-
dor acha que pode pagar o que quiser para os formados em jornalismo. Vários se acham jornalistas e escrevem besteiras e são publicadas sem ética alguma”, disse. A assessora de imprensa Cristiane de Freitas compartilha a mesma opinião. “Toda profissão precisa de conhecimento específico. Se for assim, qualquer um poderia advogar, ser economista, psicólogo ou outra profissão”. A chefe de Cristiane, a empresária-jornalista Mariele Prévidi, afirma que não contrataria jornalista sem diploma. Para ela, a faculdade é uma forma de se ter um nível, ainda que mínimo, de conhecimento para o exercício profissional. “Não que a formação seja uma garantia de qualidade, pois isso tem a ver com perfil pessoal. Mas, pelo menos, a pessoa tem um conhecimento de técnica, ética e cultura em geral”, afirma. Alguns acreditam que a queda da obrigatoriedade do diploma significa um retrocesso na educação brasileira, que já é precária nos dias atuais. É o caso de Sarah Vasconcellos, formada pela FPM em 2008. “A decisão poderia significar a consolidação de nossa classe, com a criação de um conselho responsável pela defesa de nossa profissão, porém, acompanhei fechamento de alguns cursos, muito gargarejo, mas nada de concreto”. Thaís Amaral formou-se na mesma turma de Sarah. Ao conceder esta entrevista, a jornalista tinha acabado de ser demitida da revista Cães e Gatos. “Na última edição que participei, minha ex-editora-chefe, que era executiva de Contas da empresa, permitiu a publicação de um erro de ortografia e me culpou. Como não aceitei a acusação, fui demitida”, disse. Após ter contado o que tinha passado, a reportagem da Revista Saber perguntou a Thaís sobre o que ela achava sobre a queda do diploma. Ela disse não ser contra blogs ou outros meios de expressões, mas acha importante o diploma nas redações. “A experiência conquistada pela prática não exclui essa necessidade, muito pelo contrário, a formação acadêmica ajuda a lapidar o profissional e contribui com a melhoria da imprensa brasileira”, opinou. Terminado o discurso, a reportagem da revista Saber perguntou se a editora-chefe da revista teria diploma de jornalismo. A resposta de Thaís concluiu sua história e este texto com uma palavra: “Não!”.
SESSÃO
Tatiane Dias
CONHECIMENTO A UM CLIQUE
M
aria Claudia Faria Ferreira, estudante quartoanista de Biomedicina, se prepara para escrever sua monografia como conclusão do curso. Assim como Michele de Carvalho Oliveira, formanda em Fotografia precisa fazer o embasamento teórico de seu projeto de fotos. Elas dizem que quando necessitam de alguma informação da internet, buscam direto no Google e que desconhecem os meios de facilitação de pesquisa. Esse quadro é cada vez mais comum nas universidades: o uso da internet como ferramenta de estudo e pesquisa bibliográfica. E o Google é, sem dúvidas, a ferramenta de busca mais usada pelos estudantes.
É inegável a contribuição da internet nas atividades diárias, mas também deve-se soar um sinal de alerta: como um meio livre, no qual todos podem publicar conteúdo a todo instante, como se certificar de que as fontes de pesquisa usadas são confiáveis? Para alívio dos estudantes, mesmo na internet, há formas de se assegurar quanto à validade das fontes de pesquisa e estudo graças a sites de conteúdo totalmente fundamentados e estruturados nas necessidades acadêmicas.
O Scielo oferece uma lista de periódicos classificados por assuntos de diversas áreas, por ordem alfabética ou por publicador. Já o Capes dá acesso ao Portal de Periódicos que fornece artigos completos de mais de 15.475 revistas internacionais, nacionais e estrangeiras e 126 bases de dados com resumos de documentos de todas as áreas do conhecimento. Tanto Fernanda Romanezi, professora de Metodologia de Pesquisa na FPM e mestra em Pedagogia pela Unicamp, quanto a mestra em Psicologia em Educação Deborah Coltro, orientam aos alunos a ter cautela em suas pesquisas. “Evitem o Wikipédia que não é uma fonte segura por se tratar de um site em que qualquer pessoa pode alterá-lo”, aconselha Deborah. Outra dica é utilizar sites vinculados a universidades e com terminação org.br.
Um recurso para se descobrir a procedência de autores é a Plataforma Lattes. Pesquisadores científicos cadastram seus currículos no site www.lattes.cnpq.br que é produzido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico do Ministério da Ciência e Tecnologia. O objetivo é a padronização e a integração de dados e currículos de profissionais e instituições ligados a pesquisa científica. Fernanda recomenda a evitar artigos de páginas pessoais a não ser que seja um autor reconhecido pela sociedade acadêmica e ainda tomando o cuidado de salvar em formato PDF com dia e hora de acesso para ser colocado nas referências bibliográficas de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT - há normas específicas para conteúdo retirado da Internet (ver quadro).
Então, o que fazer? Deborah, que leciona Teoria e Métodos de Pesquisa na Comunicação explica que orienta os seus alunos a fazerem uma análise do artigo que irá utilizar em sua pesquisa, como identificar tema, saber a origem do texto e a forma de construção do artigo. “Oriento a procurar a procedência do autor, qual sua formação, se está vinculado alguma universidade, que se faça um verdadeiro mapeamento do autor.”
Tela do Scielo: garantia de pesquisa de qualidade
Outros exemplos: o Google Acadêmico e o Capes
conhecimento a um clique
Uma das dicas dadas por Deborah é utilizar sites vinculados a universidades e com terminação org.br. Além disso, a internet, ao mesmo tempo em que abre margens a reprodução ilícita, também serve para descobrir se algo foi plagiado. Em relação ao plagio, nas vezes em que atuou como banca avaliadora, Deborah diz que se surge alguma dúvida ela recorre aos mecanismos de busca. “É só colocar o trecho que me levanta suspeita entre aspas no site de busca, se aparecer a frase completa assinado por outra pessoa, assim eu descubro se é plágio ou não.” Segundo o artigo Direito Autoral na Internet do site www.e-commerce.org.br, o autor que se sentir lesado por ter uma obra utilizada sem sua autorização pode recorrer a lei n° 9.610 de 19 de fevereiro de
Normas para citação de fontes e referências
“Cara” do site da Plataforma Lates 1998, que lhe asseguram o direito de pedir a apreensão do material, além de receber o valor dos exemplares que foram vendidos e não recuperados.
DICAS PARA PESQUISAR MAIS E MELHOR O uso de aspas " " As aspas são utilizadas para que a ferramenta de busca considere as palavras como sendo uma frase. Por exemplo, ao colocar três palavras entre as aspas, “assessoria de imprensa”, a busca ficará limitada a documentos que contenham exatamente essa frase. O uso do sinal de mais + O sinal de inclusão + deve ser utilizado antes de uma palavra ou frase para informar ao programa de busca que ele deve selecionar os documentos que tenham obrigatoriamente todas as palavras precedidas do sinal +, em qualquer ordem que seja. Por exemplo: +travesti + “mercado de trabalho” O uso do sinal de menos – O sinal de exclusão deve ser utilizado antes de uma palavra ou frase para informar ao programa de busca que ele não deve incluir os documentos que contenha aquela palavra(s) ou frase(s). Por exemplo: + favela – “favelas de são paulo” O uso do asterisco * O asterisco é utilizado para solicitar ao programa de busca que busque todos os
documentos que contenham a parte inicial da palavra (até o asterisco) com qualquer terminação. Por exemplo: assessor* AND O uso do operador AND traz como resultado da pesquisa páginas que possuam obrigatoriamente todas as palavras ligadas por esse operador. Exemplo: favela AND Itu NOT O uso dos operadores AND NOT traz como resultado da pesquisa páginas que possuam a palavra que precede o operador AND e excluam as palavras que sucedem o operador NOT. Por exemplo: “assessoria de imprensa” AND NOT ética OR O uso do operador OR traz como resultado da pesquisa documentos que possuam tanto uma palavra como a(s) outra(s) ligada(s) por esse conectivo. Por exemplo: assessoria OR imprensa PARÊNTESES ( ) Os parênteses são utilizados para agrupar várias palavras ligadas pelos conectivos. Exemplo: Assessoria AND (imprensa OR empresarial)
Além do cuidado de se escolherem fontes críveis para uso em trabalhos acadêmicos, merece também atenção o fato de que se deve estar atento à forma de citar corretamente as fontes www nos trabalhos. Uma boa fonte para orientação sobre como fazer corretamente citações de trechos e obras extraídas da internet é o livro Trabalhos Acadêmicos e Científicos: construindo inteligentemente, de Deborah e Alex Coltro e escrito com base nas normas da ABNT. Abaixo, seguem algunas dicas úteis: • Quando se tratar de e-mail: RASSIF, M. Envio de teses para as instituições de origem. Mensagem recebida por ainos@music.pucrs.br 13jul.1998 • Quando se tratar de monografias on-line: ALVES, C. Navio Negreiro. São Paulo: USP, 1998. Disponível em: http://www.bibvirt. futuro.usp.br/acervo/literatura/autores/castroalves/negreiro/navionegreiro.html Acesso em 22.jul.1998. • Quando se tratar de periódicos: SANTOS, Vítor Francisco dos. Criação de produtos informacionais: a experiência do SEBRAE/MT. Ciência da Informação, Brasília, v.27, n°1,1998. Disponível em: <http://www. ibict.br/cionline>. Acesso em 20 jan.2001 • Quando se tratar de home pages: CIVITAS. Coordenação de Simão Pedro P. Marinho. Desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 1995-1998. Apresenta textos sobre urbanismo e desenvolvimento de cidades. Disponível em: <http:// www.gesnet.com.br/oamis/civitats > Acesso em 27 nov.1998.
1o. emprego - como ingressar no mercado de trabalho Tatiana Saggion
Como ingressar no mercado de trabalho À procura de oportunidades
1o. Emprego
Iniciar carreira pode ser uma tarefa árdua, afinal o jovem não possui ainda o requisito mais exigido: experiência!
A
adolescência é uma etapa marcante da vida pois, durante essa fase (entre 12 e 18 anos), além da mudança no corpo, das emoções e dos hormônios à flor da pele, importantes escolhas e decisões devem ser tomadas como a profissão que se deseja seguir. Então vem o temido vestibular; naquelas horinhas de prova se avalia o aprendizado de anos e anos... Além disso tudo, ainda há a cobrança dos pais, pois, para eles, toda a dedicação e investimento na educação dos filhos devem ser recompensados com seu ingresso na faculdade. Pequenos momentos, grandes decisões e muita pressão! Quando cursa a faculdade, as preocupações não desaparecem. Elas apenas ganham proporções diferentes. O adolescente, agora entrando na juventude, começa a conhecer as responsabilidades da vida adulta. A carreira, a vida profissional, deve ser traçada e, então, eis que se dá o primeiro passo: conquistar o primeiro emprego. E, aí, surge a fatídica pergunta: “Você tem experiência profissional?”. E, daí, segue outra pergunta ainda mais perturbadora: “Como adquirir experiência se, justamente por não tê-la, não ocupo uma vaga?”.
É buscando responder a essas perguntas que o jovem deve se preparar. Segundo Adriana Silva, responsável pela agência de empregos Good Service de Itu, para o iniciante que ainda não possui experiência, por se tratar do primeiro emprego, vale a sinceridade de dizer que está estudando e à procura de uma oportunidade. De maneira alguma o candidato deve mentir para alcançar seus objetivos. Há meios de melhorar a imagem do jovem perante o empregador sem se utilizar de mentiras. Como fazer do currículo um ponto a seu favor Um item importante para quem procura o primeiro emprego é a elaboração do currículo, pois é por meio deste que uma primeira avaliação de perfil é realizada. É fundamental que esteja bem redigido, seja objetivo e contenha apenas informações relevantes. Para Kátia de Assis Vasconcellos, consultora de DHO (Desenvolvimento Humano e Organizacional) da diretoria de operações do Grupo Schincariol, no currículo devem constar dados pessoais (como endereço completo, telefones de contato,de preferência celular pessoal), formação e cursos extracurriculares (se possuí-los). É nessa hora que o jovem deve mostrar seu potencial e suas chances de crescer. “Ele pode apresentar projetos importantes dos quais tenha participado na faculdade ou escola, como também algum estágio ou trabalho voluntário que tenha desenvolvido”, enfatiza a consultora. Outra dica importante é enriquecer o currículo acrescentando empregos temporários ou sem registro em carteira.
“Muitos jovens têm um primeiro emprego eventual, mas têm vergonha de dizer por se tratar de experiências informais (sem registro em carteira) ou em estabelecimentos da própria família ou até mesmo ajudando a um amigo. Essas experiências não podem ser desprezadas, pois demonstram contato com alguma atividade profissional; mais do que isso, demonstram iniciativa!”, esclarece Ana Lisboa, consultora da Positiva Talentos Humanos de Itu. A gerente de Recursos Humanos da IBBL Kátia Almeida Pinto acrescenta que o jovem não deve se esquecer de colocar, pelo menos, a área em que deseja atuar, ou seja, adquirir experiência. O que ocorre muitas vezes é que o jovem, para poder pagar seus estudos, acaba ingressando numa área diferente da qual vai se formar. Mas o recomendado é que o estudante atue o quanto antes no seu campo de trabalho, ao que corresponde ao da sua formação. “Uma estudante de Educação Física que trabalha como garçonete (mesmo que informalmente) vai receber mais convites para atuar nessa função do que em Educação Física. Tem ainda outro aspecto que vale observar: a vivência na área. Quanto mais cedo o estudante começa na área escolhida, melhor profissional será no futuro”, explica Ana. Fica mais fácil para o iniciante se candidatar em empresas que desenvolvam algum projeto de primeiro emprego, de estágios ou de jovem aprendiz, em parceria com escolas ou instituições como Senai, Senac, CIEE, entre outras. Assim, ele tem mais chances pois competirá com outros jovens também inexperientes e não com profissionais atuantes, já qualificados. Foi o que aconteceu com Tatiane Luz Oliveira, de 17 anos, ao buscar seu primeiro emprego. Durante algum tempo Tatiane traba-
1o. emprego - como ingressar no mercado de trabalho
lhou numa loja de sua tia, fazendo “bicos”, sem registro em carteira. Tentou ingressar no mercado de trabalho fazendo entrevistas em escritórios de contabilidade, mas não obteve sucesso. Então surgiu a oportunidade de se cadastrar para o projeto de aprendiz do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola). Logo foi chamada para uma primeira seleção e numa última etapa, concorreu a uma vaga com mais três jovens. Tatiane foi a escolhida. Conquistou seu primeiro registro em carteira há quase um ano atrás. “Sou aprendiz de tele-serviços, trabalho na área administrativa da IBBL. Tive receio ao começar, pois no meu setor sou a única aprendiz, a primeira, mas o pessoal me recebeu muito bem. Recebo a ajuda de todos quando preciso”, esclarece Tatiane. No rosto da jovem, a confirmação de uma realização: ela fala com um sorriso contagiante da experiência que a cada dia tem conquistado. “Não imaginava como seria trabalhar numa empresa como esta. Aqui a gente fala com pessoas de todo o país, até mesmo de fora do Brasil”, enfatiza a aprendiz. Tatiane explica que sua carga horária é cumprida não só na empresa, como também no CIEE, em Sorocaba. Seu turno é de seis horas diárias, quatro dias da semana, na IBBL. Um dia da semana é reservado para a capacitação do projeto, e a aprendiz cumpre mais seis horas, participando de treinamentos, dinâmicas em grupo, entre outras ações. “Pude fazer um curso de Libras, a linguagem de sinais, durante a capacitação e foi uma experiência muito legal”, destaca a jovem. Para Tatiane, o candidato deve ter interesse, buscar capacitação profissional, cursar idiomas. “O jovem deve tomar atitudes, buscar aquilo que deseja e não desistir nunca”, aconselha, ainda. Mesmo muito jovem, ela já sabe o que quer: em breve, o próximo passo será cursar a faculdade de Publicidade e Propaganda. E com mais um ano de contrato de trabalho pela frente, a aprendiz declara que, ao final desse período, a empresa pode ou não efetivá-la, dependendo do seu desempenho. “Caso eu não permaneça na empresa, mesmo assim, tudo terá valido a pena. Conheci novas pessoas, conquistei experiência”, finaliza.
Consegui uma entrevista! E agora, o que eu faço?!
Tatiane Oliveira trabalha como aprendiz há um ano na IBBL Corresponda às expectativas do mercado Quanto ao perfil do profissional do futuro, um fator essencial é a paciência. “Estamos convivendo com uma geração que tem muita pressa para conquistar as coisas. O funcionário entra na empresa hoje e passados dois meses acredita que está perdendo tempo, que a empresa não lhe deu chance de crescer. Esse jovem acredita que apenas a formação acadêmica basta e não acredita que a experiência vivenciada é importante na conquista do cargo. Então, muda de emprego rapidamente”, explica Kátia, gerente de RH da IBBL. Outro quesito que se espera do candidato é o comprometimento. Atitude e disponibilidade de aprendizado também. “Os profissionais do futuro devem ter pelo menos a faculdade, serem abertos a mudanças, e devem ter um excelente relacionamento interpessoal”, aconselha a consultora Ana. Como podemos perceber, entrar no mercado de trabalho não é tarefa fácil, mas também não é algo impossível. Basta se empenhar, mostrar que tem vontade de crescer e aprender, buscar apoio e capacitação profissional, conhecer projetos de inserção para jovens, entre todas as outras coisas que já foram ditas. A sorte vem apenas como complemento!
Você sabe como se portar durante uma entrevista? Nessa ocasião surgem muitas dúvidas sobre o que se deve ou não fazer, que roupa usar, como se apresentar. Aqui vão algumas orientações para que você não dê vexame e se sinta confiante! 1- Chegar no local da entrevista com antecedência do horário marcado. A pontualidade é fator importante. 2- Durante a fase de entrevista o funcionário deve se comportar da forma mais discreta possível e se vestir adequadamente para se apresentar na empresa. Para os rapazes, nunca ir de bermuda, chinelos, sujo ou desleixado. 3- As moças não devem usar decotes, roupas apertadas ou curtas. Deve-se evitar o uso de maquiagens muito fortes ou de perfumes em excesso. 4- O candidato deve se preparar para a entrevista. Pesquisar qual é a empresa, quais produtos produz e comercializa, em que mercados atua etc. Tudo pode ser pesquisado via internet ou até mesmo conversando com as pessoas que conhecem a empresa. Isso vai fazer a diferença na escolha do melhor candidato. Segundo Kátia Almeida, “a pior coisa na entrevista é você observar que o candidato ao emprego não tem a menor ideia da empresa que ele está interessado em trabalhar”, comenta.
5- As perguntas devem ser respondidas de maneira clara e objetiva para que o candidato não se perca. 6- Se surgirem perguntas muito pessoais ou invasivas, o candidato pode se recusar a respondê-las, desde que fundamente sua recusa. 7- O entrevistado tem o direito de questionar o entrevistador sobre qualquer dúvida que venha a aparecer, como, por exemplo, em relação ao salário, a função, entre outras. Isso faz com que ambos não percam seu tempo, se não houver interesse de uma das partes. 8- Quando o candidato for questionado sobre seus pontos fracos, não mentir em hipótese alguma, mas sim mostrar como pode melhorar estas deficiências. 9- Não omitir informações importantes. 10- Jamais criticar e expor defeitos de empresas com as quais já tenha trabalhado ou tido algum contato profissional. É antiético. 11- Manter a calma. 12- Aguardar o retorno da empresa ou da agência. Caso isso não ocorra, o candidato pode entrar em contato e pedir informações sobre o processo seletivo.
SESSÃO Erica Passi
Evasão no Ensino Superior
K
arina Pereira dos Santos, de 24 anos, é mãe de dois filhos e cultiva a esperança de concluir uma faculdade e ter seu diploma em Administração de Empresas. Em 2006 ela iniciou seus estudos, mas devido a problemas financeiros teve que trancar sua faculdade e não tem previsão para retornar. “Tenho dois filhos e trabalho muito para sustentá-los. É difícil trabalhar, cuidar deles e da minha casa, ganho pouco e mal dá para pagar minhas despesas. Hoje, cursar uma faculdade é muito caro”, afirma Karina. Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Reynaldo Fernandes (INEP), a evasão universitária está ligada, de um lado, à troca de cursos no início da faculdade e, de outro, o que é ainda mais importante, às dificuldades para pagar as mensalidades. Com base em dados do último Censo da Educação superior do INEP pode-se observar que a taxa de evasão anual média é de 22%. Esse número é alarmante, visto que o Brasil possui 75% de sua população jovem fora das universidades. Ou seja, Karina não é a única nessa luta pelo sonho ter um diploma. Outro dado mostra que a dificuldade de custear a faculdade é o maior motivo de evasão. Apenas 55,4% do total de alunos que ingressam na faculdade conseguem concluir o curso. É o que mostra o Censo da Educação Superior 2007, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). A taxa de conclusão mais alta é das universidades federais, com 72,6%. Vocação também é motivo de evasão
Por que acontece?
Além dos fatores financeiros, outro motivo de evasão é a falta de conhecimento dos cursos e a escolha errada da profissão. “Comecei a fazer Enfermagem porque sempre quis trabalhar nessa área. Com o passar do tempo, percebi que o curso não era como eu imaginava e concluí que não tinha vocação para ser enfermeira”. É o que fala a telefonista Edilaine Freitas, que abandonou o curso de Enfermagem no terceiro semestre. Isso também aconteceu com a estudante de Pedagogia
Lauren: sonho de ter um diploma prestes a ser realizado com muito esforço Mariele de Almeida, que iniciou o curso e logo nos primeiros meses percebeu que trabalhar na área não era o que ela realmente queria. Como Mariele trabalha no RH de uma empresa, optou por investir na carreira que já tinha. “Como eu estava trabalhando nessa área, achei que seria mais vantajoso fazer uma faculdade que tivesse ligação com o que fazia”, disse. A psicóloga Paula Previato explica que a melhor alternativa na hora de ingressar em um curso é pesquisar muito sobre ele e fazer testes de vocação. “Escolher um curso a seguir, uma profissão para vida inteira, é motivo de grande preocupação. Por isso, é importante que a pessoa saiba exatamente como é o curso pretendido e repare se ele combina com seu jeito e estilo de vida. Os testes vocacionais ajudam também na hora da escolha”, disse. Alternativas para custear uma universidade Hoje, os alunos que não podem custear os estudos ou que não conseguem ingressar em uma universidade pública podem receber ajuda através do Programa de Financiamento Estudantil (FIES). O objetivo é financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não têm condições de arcar com os custos de sua formação e estejam regularmente matriculados em
evasão no ensino superior
instituições não gratuitas, cadastradas no Programa e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC. Também existe o Programa Universidade Para Todos (ProUni), uma iniciativa que distribui bolsas parciais ou integrais para estudantes de todo o Brasil, abrindo novas possibilidades a estudantes de baixa renda. Perto de nós Na Faculdade Prudente de Moraes, Lauren Cristina Santiago de Almeida, estudante de Publicidade e Propaganda, é um exemplo de perseverança. Lauren vem de família humilde, que não poderia pagar seus estudos. Em 2007 procurou a faculdade pois queria participar do Programa Escola da Família, um convênio que foi estabelecido entre o Governo do Estado de São Paulo e as Instituições de Ensino Superior por meio da Secretaria de Estado da Educação.
Pelo Programa, a Secretaria de Educação custeia parte do curso e outra parte a fica com a Faculdade. O bolsista ainda desenvolve um trabalho nos finais de semana nas escolas municipais conveniadas com o projeto. Naquele ano (2007) o Governo não destinou verbas para novos bolsistas, mas Lauren felizmente conseguiu encontrar outra alternativa. Ela participou do programa Bolsa Reembolsável da FPM e conseguiu um desconto de 50% na mensalidade; os outros 50% serão pagos por Lauran assim que ela terminar o curso. Depois de um ano, em 2008, ela finalmente conseguiu ingressar no programa Escola da Família. “Se não fosse a bolsa que consegui no início das aulas da faculdade, não estaria aqui. Agora, estou na escola da família que também é uma grande oportunidade para mim”, relata a universitária que cursa o último ano e está muito feliz fazendo estágio.
Na dúvida?: Descontentamento com a carreira também gera abandono das faculdades
como estudar e aprender melhor
Felipe Boni
COMO ESTUDAR e aprender melhor
Para estudar é preciso estar despreocupado e descansado! • •
Esforce-se para não pensar nos problemas. Concentre-se e relembre que precisa conseguir estudar com qualidade (Técnicas de relaxamento e respiração podem ajudar na concentração*). Estude descansado e sem sono. Durma bem. Durma bem para conseguir melhorar sua
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concentração, memória e não perder tempo na frente dos materiais de estudo. Evite estudar de madrugada. O tempo médio considerado ideal para dormir é de 8 horas, mas pode variar de pessoa para pessoa. Pratique exercícios físicos.
* Concentre-se nos sons. Respire profundamente 5 ou 6 vezes. Organize-se
Citando uma frase de Rubens Godoy Sampaio, idealizador do Projeto Estuda Brasil, afirma: “O horário é um mapa mental que me mostra o caminho. E se eu não cumprir o horário de estudo eu sei que saí um pouco fora da rota, e logo depois consigo retornar para o caminho” (Sampaio, 2003 – Estudo de caso O Horário do Alcides).
Rendemos mais quando estamos bem organizados. Por isso, para estudar é necessário se organizar. Cacilda orienta a elaborar um planejamento de estudo semanal que contenha quando, o quê e onde você vai estudar e quanto tempo vai estudar.
Para estudar é preciso esforço e dedicação •
V
ocê já parou para pensar em como você estuda? A maioria das pessoas não se preocupa em fazer um planejamento antes de começar os estudos. No entanto, agir dessa maneira pode causar um desperdício de tempo e fazer com que a tarefa de estudar pareça muito mais difícil do que realmente é. Metodologia de Estudo Para estudar e aprender é preciso de motivação, organização e memorização, afirma a Doutora em Psicologia Educacional pela Faculdade de Educação da Unicamp, Cacilda Encarnação Augusto Alvarenga. Nas palestras
ministradas sobre “Como Estudar”, Cacilda ressalta alguns pontos fundamentais para que o estudante possa alcançar um melhor resultado no processo de estudo e aprendizagem1.
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Motive-se A motivação é um impulso para ação. Logo, alguns fatores como um bom desempenho nas provas, estar sempre atualizado, buscar saúde mental e melhores relações sociais contribuem para alcançar entusiasmo e fortalecer a determinação para os estudos. Abaixo, Cacilda apresenta algumas recomendações:
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Estude preferencialmente por dois períodos de 1 hora ou três períodos de 50 minutos. Dê intervalos de 5 a 10 minutos entre um período e outro. Descubra o seu melhor horário de estudo e estude as matérias que considera mais difíceis, mais chatas ou que menos gosta nesse horário. Não coma enquanto estuda. Caso fique com sono no seu horário de estudo: cochile, caminhe pela casa ou escola, alongue-se e depois retome o estudo. Revise a matéria anterior, antes de
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começar a estudar uma matéria nova. Estude todos os dias. Antes de dormir, faça uma revisão mental do que estudou durante o dia. Em locais como filas, ônibus ou sala de espera, prefira revisar a matéria e não estudar um assunto novo. Estude em um lugar tranqüilo, silencioso, bem iluminado, com uma temperatura agradável; Estude sentado, em um lugar que tenha uma mesa e cadeira confortável para não prejudicar a sua postura, lhe deixar cansado ou com sono.
como estudar e aprender melhor
Memorizar não é decorar Para ajudar na compreensão e fixação dos conteúdos, Cacilda reforça a importância de fazer anotações. “Sublinhe as passagens que considerar mais importantes, com canetas coloridas, nos materiais que forem seus. Sinalize as passagens que ficou com dúvida e preferencialmente anote a sua dúvida ao lado. Faça um resumo no formato de texto ou mapa mental do que estudou”,
aconselha. O mapa mental é uma técnica de anotação que focaliza a atenção para os dados essenciais estudados, facilitando a memorização e permitindo que a revisão do que foi estudado seja mais rápida e efetiva. Para concluir, Cacilda orienta para que antes de uma leitura, o estudante tenha em mente o seu objetivo e que, enquanto estiver lendo, faça perguntas ao material, por exemplo: do que se trata e qual o conceito principal.
Como fazer um mapa mental • • •
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Estude preferencialmente por dois períodos de 1 hora ou três períodos de 50 minutos. Dê intervalos de 5 a 10 minutos entre um período e outro. Descubra o seu melhor horário de estudo e estude as matérias que considera mais difíceis, mais chatas ou que menos gosta nesse horário. Não coma enquanto estuda. Caso fique com sono no seu horário de estudo: cochile, caminhe pela casa ou escola, alongue-se e depois retome o estudo. Revise a matéria anterior, antes de
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começar a estudar uma matéria nova. Estude todos os dias. Antes de dormir, faça uma revisão mental do que estudou durante o dia. Em locais como filas, ônibus ou sala de espera, prefira revisar a matéria e não estudar um assunto novo. Estude em um lugar tranqüilo, silencioso, bem iluminado, com uma temperatura agradável; Estude sentado, em um lugar que tenha uma mesa e cadeira confortável para não prejudicar a sua postura, lhe deixar cansado ou com sono.
Técnica de leitura A professora de Língua Portuguesa, da Faculdade Prudente de Moraes, Marisa Telo, dá dicas para desenvolver uma leitura mais rápida e dinâmica. Segundo ela, um estudo apresentado por Eli Rosendo dos Santos, ensina que é perfeitamente possível identificar as palavras apenas pelos seus traços superiores, ou seja, ler e compreender qualquer material de leitura fixando apenas os olhos na parte superior das palavras. “Devemos nos aproveitar disso para aumentar nossa velocidade e compreensão de leitura. Ao lermos, devemos fixar o nosso olhar na parte superior das palavras. Com o tempo mem-
Organização é fundamental dentro do método eficaz de estudo orizaremos uma grande quantidade de imagens de palavras, o que nos permitirá ler sem nos preocuparmos com as letras que as compõem”, afirma Eli em seu estudo sobre leitura.
Técnicas de leitura: parte superior das palavras • • •
A leitura não é feita enquanto os nossos olhos deslizam sobre o papel. Só conseguimos ler quando os olhos estão parados. Quanto mais pausas precisamos fazer, mais lenta será a nossa leitura.
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Enquanto lemos, os nossos olhos alternam pausas com movimentos. Para ler melhor e mais rápido devemos nos exercitar para diminuir o número de fixações por linha.
* Técnica de Leitura – Leitura Oral e Silenciosa: Eli Rosendo dos Santos Referências bibliográficas Prof. Dr. Rubens Godoy Sampaio PhD: Autor do livro “Como Estudar – 1000 Dicas de Técnicas e Organização do Estudo” – Ed. Loyola; e Idealizador do Projeto Estuda Brasil ( www.comoestudar.com.br ). AUGUSTO, C.E. Desempenho Acadêmico e Condições de Estudo em Universitários e em Alunos Evadidos. Relatório Final da Pesquisa de Iniciaçào Científica PIBIC-CNPq. Faculdade de Educação – Unicamp, 1999. BERGAMO,F.; MORAES, I.; OURO, J. etal. Projeto de Intervenção na Comunidade: Como estudar. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=8rEri2SN5_Y &feature=related> Acesso em: 15/01/2009. BORUCHOVITCH, E. As variáveis psicológicas e o processo de aprendizagem: uma contribuição para a psicologia escolar. In. Psicologia Teoria e Pesquisa. Brasília, Vol. 10, No.1,1994, p.129-139. FEIJÃO, M. e PINHEIRO, A.C. Como estudar melhor. Disponível em: <http://www.bestreader.com/port/txcomoestudarmelhor.htm> Acesso em: 19/01/2009. MARIA ELIZABETH. Como Estudar. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=2jnn0kZcLqU&fea ture=related> Acesso em: 25/01/2009. MERCURI, E. Condições espaciais, materiais, temporais e pessoais para o estudo, segundo depoimentos de alunos e professores de cursos de graduação da Unicamp. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação – Unicamp, 1992. POZO, J.I. Estratégias de Aprendizagem. In: Coll, P.
Marchesi, A . Desenvolvimento Psicológico e Educação. Psicologia d a Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. P.176-197. SAMPAIO, R.G. Projeto Estuda Brasil. Apostila sobre técnicas de estudo. Disponível em: <www.comoestudar. com.br >. Acesso em: 21/01/2009. SANTANA, T. Curso online Desenvolvimento Pessoal. Dicas para estudar melhor. Disponível em: <http://www. jurisway.org.br/v2/cursosentrar.asp?id_curso=119> . Acesso em: 24/01/2009. SAVIANI, N. Como estudar. Disponível em:< www.proteoria.org/omar/metodologia/como_estudar.doc >Acesso em: 28/01/2009 ZANCANER, C.L.C.e PELEGATTI, M. Como Estudar Melhor. A técnica do mapa mental. Bauru:SP: Idea Editora, 2007 (Coleção Fazendo o Futuro) ZANCANER, C.L.C.e PELEGATTI, M. Como captar a mensagem. Dicas para ler e ouvir melhor. Bauru:SP: Idea Editora, 2007 (Coleção Fazendo o Futuro) Concursos e Provas: como estudar com efetividade e se dar bem. Disponível em: <http://www.efetividade. net/2007/08/14/concursos-e-provas-como-estudar-comefetividade-e-se-dar-bem/ > Acesso em: 19/01/2009. QUEIROZ, T.D.(Org.) Dicionário prático de Pedagogia. 1a. Edição. São Paulo: Riedeel, 2003.
artigo Geraldo Gonçalves Jr.
O desafio da Educação Superior: formar o homem e o profissional
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ais uma vez nos deparamos com notícias que dão conta que o mercado de trabalho no Brasil não consegue atender adequadamente a demanda das empresas por profissionais qualificados. Não que haja alguma novidade no fato. Antes, é notícia recorrente e que nem causa mais espanto ou indagações. As causas são conhecidas e as soluções também. E isso sim me causa espanto: sabemos dos problemas e das soluções ... mas nos escondemos como avestruz perante a realidade e continuamos fazendo as mesmas coisas do mesmo modo, acreditando que os resultados serão diferentes. Em síntese, continuamos fazemos mais do mesmo! Como um exercício de reflexão, como se me coubesse a responsabilidade para mudar essa relação histórica perversa entre ensino e formação profissional no país, destaco os seguintes pontos como sendo os principais dentre todos aqueles que merecem nossa atenção para dar início às mudanças que se fazem necessário: a) Definição de perfis de formação e competências - O ensino não deve estar centrado nos conteúdos, mas nos objetivos de formação que conduzem ao desenvolvimento das competências exigidas para o desempenho profissional. Não podemos perder de vista que os resultados de aprendizagem devem ser relevantes em termos do mercado de trabalho (empregabilidade) e das necessidades presentes e futuras das sociedades. b) Organização dos planos de estudos - Na medida em que se centra no estudante e nos resultados da aprendizagem, o modelo de ensino superior permite um desenho do plano de estudos por áreas de conhecimento, de forma flexível e dinâmica, diferentemente do modelo centrado nos conteúdos. Admite-se, assim, que haja matérias ou unidades temáticas que integram o núcleo do curso, as que servem de suporte ao núcleo do curso e as que são opcionais ou subsidiárias. c) O ensino-aprendizagem centrado no trabalho
dos estudantes – ênfase no relacionamento Universidade-Empresa para o estabelecimento de orientações de curto e longo prazo para a confecção de bases curriculares orientadas para as exigências do trabalho que o estudante terá de realizar para adquirir uma determinada formação. d) Metodologias de ensino-aprendizagem - A implantação desta nova visão comporta a adoção de metodologias de ensino-aprendizagem mais ativas e cooperativas. Tem-se apontado para a necessidade de um ensino do tipo tutorial e personalizado, que incentive a reflexão e que valorize processos de natureza cognitiva e interpessoal, defendendo a aquisição de conceitos, a resolução de problemas, a pesquisa e os trabalhos práticos. e) Avaliação e certificação das aprendizagens Destinada a avaliação das aprendizagens a comprovar e certificar se os objetivos da formação foram atingidos, importa criar mecanismos e elaborar instrumentos que permitam verificar se as competências foram realmente adquiridas. f ) Avaliação da qualidade dos cursos e das Instituições de Ensino Superior - A implantação do sistema nacional de avaliação da qualidade de ensino superior constitui provavelmente o problema mais complexo e de resolução mais difícil de todo o processo. Ainda estamos longe de entender a avaliação da educação no âmbito da gestão da qualidade total das universidades, incidindo sobre todos os conjuntos de oferta de serviços e não apenas dos cursos de graduação. Olhando cada um dos itens anteriores percebemos que já possuímos massa crítica de conhecimento suficiente para enfrentar o desafio de torná-los reais. O que falta então? É simples: vontade! Afinal, como diria Beto Guedes, cantor e compositor, “A lição já sabemos de cor. Só nos resta aprender!” Geraldo Gonçalves Jr. é professor do curso de Administração de Empresas e da Pós-gradução da FPM