Trilhos Urbanos - Dezembro 2011

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Trilhos Urbanos Jornal-laboratório da Disciplina Jornalismo Impresso I e II - Edição de Dezembro

É NATAL ! Maior festa cristã do mundo tem tradições e mexe com a emoção das pessoas. Veja por quê.

Dia do Vizinho 21 de dezembro comemora-se o Dia do Vizinho. Como é o seu?

Vencedor Conheça a história de Vitor Chimenez, professor da FPM e portador de deficiência física.


Artigo

Pela moral, pelos bons costumes e pela canabis que cartivas Por Kelly Freie Duvido que nos alucinantes anos 70, onde a viagem alucinógena dos ácidos era a moda mais quente entre os jovens, haveria tanto estardalhaço pelo fato de três garotos serem pegos fumando um “baseado” no campus da faculdade. Se esses jovens fossem alunos de sociologia, filosofia ou artes, menos ainda. Me espanto, ao deparar com uma situação tão absurda e desnecessária de ambas as partes. Até porque muito se discute sobre a descriminalização do uso da maconha e até por isso, o usuário pego com pequenas quantidades para uso próprio, não pode ser preso. Me pergunto então o que teria acontecido de tão grave para desencadear tamanho caos? Teria sido o abuso de autoridade da Polícia Militar ao abordar e repreender os estudantes maconheiros? Teria sido o abuso de “poder” dos estudantes playboys paulistanos ao responder aos policiais?

O que eu vejo na minha mais humilde percepção, é um país atolado em problemas muito maiores e aparentemente sem solução, do que com questões que realmente

tuições de ensino superior do país. O que me soa absurdo, são as conseqüências de um acontecimento tão medíocre. É o fato de rebeldes sem causa,

são relevantes. Isso por pura falta de educação. Cadê a polícia e suas armas de gás e pimenta quando no estacionamento da mesma USP, um jovem foi morto a queima roupa numa tentativa de assalto? Cadê a segurança de uma das maiores insti-

burgueses que nunca passaram por nenhuma necessidade, depredar o patrimônio que tanta gente deseja ter: o ensino superior de qualidade. O que me choca é uma polícia despreparada, acuada e tentando a todo custo provar para uma população surda o quanto eles

estavam certos. Não cabe, em pleno século XXI, julgar jovens estudantes maconheiros como marginais. Como também não cabe falta de informação aos órgãos competentes, que não se propõe ao diálogo. A Cannabis Sativa, é medicinal (dá uma preguiça repetir novamente isso), deveria ser legalizada porque diferente de outras substâncias ilícitas, causa um efeito de certa letargia, dormência. E sob esse efeito, seria muito difícil essa reação eufórica. E para quem não sabe, no Brasil, o consumo da erva cresce cerca de 160% ao ano. É o maior índice da América Latina. Ou seja, tem muito maconheiro espalhado por campus universitário, escolas, ruas e esquinas por aí. Legalizar não é mais a maior questão. A educação sim. E para resolver o quebra-quebra da USP, eu sugiro que se chamem Gil, Caetano, FHC. Façamos um sarau. Façamos distribuição de violões e redes. Será a “rave” pela moral e pelos bons costumes.


Crônica

Economia e o pensamento futebolístico Luís Felipe Conte Perguntar se a economia geral do Brasil iria interferir no modo de pensar dos mantenedores do esporte mais popular do país, com certeza nunca passou pela cabeça de ninguém. Não que os dirigentes dos clubes nacionais sejam bons ou honestos, longe disso, mas o estigma de “dinheiro rápido” e, consequentemente, pouca valorização do ambiente nacional está por se acabar. Melhor que isso, o marketing das imagens dos jogadores e nomes dos clubes estão cada vez mais explorados e usados como principais fontes de renda dos times. Os salários do craque Ronaldinho Gaúcho – que possuí sua própria mar-

ca R10 – e dos prodígios Neymar e Paulo Henrique Ganso do Santos são pagos por empresas que utilizam a imagem dos mesmos para promover seus produtos, por exemplo. A economia brasileira, pouco afetada pelas crises norte americana e européia, possibilita a manutenção das jóias do futebol brasileiro. Hoje em dia os jogadores já não são mais exporta-

dos por pouca soma financeira, por vezes, nem por muita soma financeira. No mês passado, por exemplo, o melhor jogador em atividade do futebol brasileiro, inclusive indicado entre os vinte melhores jogadores do mundo para o prêmio anual da FIFA, renovou o contrato com seu clube ao recusar propostas que envolviam quantias gigantescas de dinheiro de times europeus.

Por que tanto mistério, não é mesmo? O craque em questão é o Neymar, renovou com o Santos até 2014 (ano da Copa do Mundo no Brasil) e rejeitou as potências mundiais Real Madri e Barcelona, ambos da Espanha. wVale a ressalva de que a FIFA voltar olhares para jogadores do futebol brasileiro e indicá-los entre os melhores para o prêmio de melhor jogador do ano já é um grande avanço. Para todo apreciador do futebol, ver os craques de seus times jogando por longos anos e os clubes com o poderio financeiro aumentado, podendo competir com gigantes europeus – que convenhamos, a realidade de “cascalho” é bem melhor – não tem preço.


É Natal!!! Árvore de Natal, troca de presentes, enfeites, panetone etc. Você conhece a história de tudo isso?

O

Por André Roedel

espírito natalino chegou! Fachadas de casas, gôndolas de supermercados e atrações turísticas já estão decoradas com enfeites de Natal. E essa decoração começa cada ano mais cedo; desde o início de novembro já é possível ver árvores sendo montadas e os famosos “pisca-piscas” já iluminam diversas residências mundo afora. Mas afinal, existe um dia certo para montar a árvore de Natal? De acordo com entrevista cedida ao portal G1 pelo padre Gustavo Haas, assessor de liturgia da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a árvore deve começar a ser montada no dia


de 30 de novembro, quando se inicia o tempo do advento para a Igreja Católica. O padre também avisa que o ideal é enfeitar a árvore aos poucos, colocando adereços a cada semana. Para o religioso, a preparação do principal símbolo natalino deve ser intensificada durante a última semana que antecede o dia 25 de dezembro. Em muitas cidades dos Estados Unidos só se monta a árvore na véspera de Natal, como vemos em filmes hollywoodianos. Na Europa, já no dia 25 de novembro, um mês antes, a população monta o presépio e a árvore. Em algumas regiões, a montagem do principal adorno natalino acontece no dia 6 de dezembro, data de homenagem a São Nicolau de Mira, o popular Papai Noel. Já o dia para desmontar a árvore é mais conhecido. Tradicionalmente, esse rito acontece durante o Dia de Reis (6 de janeiro), data que homenageia a visita dos três Reis Magos ao menino Jesus. História da árvore A montagem de árvore de Natal teve início no ano de 1530, na Alemanha, com o religioso Martinho Lutero. Numa determinada noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com os pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a formar a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua residência. Além das estrelas, algodão e outros ornamentos, Lutero usou velas acesas para mostrar aos seus familiares a cena que havia visto. E por que a árvore de Natal

é representada por um pinheiro? Durante a época natalina, no hemisfério norte, todas as árvores perdem as folhas, com exceção do pinheiro. Por isso, a árvore se tornou símbolo da comemoração. Atualmente, novas árvores têm chamado a atenção para as decorações natalinas. Rosas, brancas, de formatos inusitados e até mesmo inteiramente feita de fibra óptica, as prateleiras das lojas de departamento são tomadas por esse enfeite tipicamente natalino. Novidade para adornar sua casa durante esta época do ano é o que não vai faltar. Papai Noel O principal personagem da mitologia natalina foi inspirado em São Nicolau de Mira, por volta do século IV. Nicolau ajudava o próximo, anonimamente, colocando sacos com moedas de ouro nas chaminés das casas dos necessitados utilizando a fortuna que recebeu de herança após a morte de seus pais. A transformação de São Nicolau em Papai Noel teve origem na Alemanha entre as igrejas Protestantes e desde então correu o mundo. Em 1822, Clemente Clark Moore, professor de literatura escreveu o poema “A Visita de São Nicolau”, onde descrevia Papai Noel voando por um trenó puxado por oito renas. Foi no início do século passado que sua imagem popularizou nos EUA e Canadá, devido à influência da Coca-Cola, que na época lançou um comercial do bom velhinho com as vestes vermelhas. Essa imagem tem

se mantido e reforçado por meio de campanhas publicitárias e apelo da grande mídia. Enfeites Os enfeites usados na árvore também têm significado especial. O pisca-pisca, tradicional fio com várias pequenas lâmpadas coloridas, simbolizam as estrelas. Já as bolas coloridas representam bonança, os bons frutos colhidos. A ponteira, maior e mais bonito adorno utilizado, representa a principal estrela do céu. Já a popular meia vem de uma história curiosa. Para salvar três moças de um casamento arranjado, o bispo Nicolau (Papai Noel) resolveu ajudá-las. Ao jogar um saquinho de moedas pela chaminé, o dinheiro foi cair logo dentro de uma meia que havia sido colocada para secar. Foi aí que começou a tradição de se pendurar meias ou botinhas no peitoril da janela. A tradicional troca de presentes no Natal entre amigos e familiares representa o momento em que Jesus recebeu ouro, incenso e mirra dos Reis Magos. Para alguns historiadores, essa prática vem da antiga Roma, onde durante uma semana de dezembro, os pagãos saíam às ruas para comemorar a Saturnália, festa que antecedeu o Natal, em que as pessoas trocavam presentes como forma de confraternização.

Quando a Igreja Católica escolheu o dia 25 de dezembro como a data oficial do nascimento de Jesus, a Saturnália foi proibida, mas alguns dos costumes pagãos, como a troca de presentes, acabaram sendo adotados pelo cristianismo. Foi na Saturnália também que surgiu a tradição da ceia de Natal, onde as pessoas se esbaldavam em festas regadas a muita comida, bebidas e sexo. Panetone Uma das versões para a criação de um dos principais símbolos de Natal conta que foi criado em 900 na Itália pelo padeiro Tone, batizado então de pane-di-Tone. O que se sabe ao certo é que o panetone foi trazido ao Brasil pelos imigrantes italianos após a Segunda Guerra Mundial. O tradicional panetone, assim como a árvore de Natal, ganhou novas versões. Nas prateleiras dos supermercados, se encontram de vários sabores, formatos e recheios.


O perigo pode morar... Dia 21 de dezembro é comemorado o dia do vizinho. Esta figura tão controversa que pode ser nosso melhor amigo, ou pior inimigo! Jéssica Ferrari Conviver em harmonia parece uma tarefa difícil para muitas pessoas. Seja na família, no trabalho ou até mesmo nos ambientes públicos, há pessoas que desrespeitam seus limites e acabam interferindo na vida alheia. Mas quando esse problema pula o muro de sua casa, a situação pode se complicar ou surpreender. No dia 21 de dezembro comemora-se o Dia do Vizinho, uma data para refletir se temos motivos para se comemorar. Há vizinhos do tipo “não te conheço’, que quando te vê nem sequer cumprimenta; tem os barulhentos, os fofoqueiros, também o vizinho “pidão”, o encrenqueiro, os engraçados, tímidos ou ainda aqueles que crescem com você e dividem histórias de infância. Esse é o caso da amizade entre os jovens vizinhos Juliano Santos Rodrigues e Diego Henrique da Silva, que desde bebês moram a duas casas de distância um do outro. Os dois estudaram juntos da creche até o ensino médio e não se desgrudavam. “Eu vivia na casa dele e vice e versa. Brincávamos na calçada, enquanto nossas mães observavam tudo juntas”, conta Juliano. Para ele, o melhor de ter um amigo vizinho é que as famílias se conhecem e facilita a aproximação delas também. Hoje, os dois já não se vêem mais com a mesma frequencia. No entanto, podem recordar suas histórias na amizade que nasceu na mesma vizinhança, entre a irmã de Juliano e a sobrinha de Diego. As pequenas parecem reproduzir a narrativa da infância dos garotos, unindo ainda mais as duas famílias. “É como se fosse uma continuação da amizade deles. Eu levava os dois para a escola, e agora levo as meninas juntas para todo lugar também”, explica Márcia Perez Rodrigues. Quando há essa boa relação entre vizinhos, até as tarefas do dia a dia podem ser compartilhadas, como no caso de Márcia ou de tantas outras pessoas que podem contar com os vizinhos para ficar de olho em suas casas e até cuidar de seus filhos.

... do outro lado do muro!!!


A vizinhança do barulho

Vizinhança animada Os amigos de vizinhança mais engraçados de todos os tempos foram sem dúvida os da Vila do Chaves. O personagem vivia aprontando travessuras pelo local acompanhado da chorona Chiquinha e do irritante Kiko. Na série as crianças envolviam todos os moradores em suas confusões, transmitindo de forma hilária os problemas enfrentados na convivência entre vizinhos. Que tal aproveitar o bom humor e chamar seu vizinho para conhecer sua casa? Uma boa maneira de criar um laço de amizade e comemorar a data! Muitas pessoas procuram os condomínios para fugir dos problemas sociais enfrentados nos bairros comuns, mas a decisão nem sempre garante paz e tranquilidade. Para Ester Maximiano Silva, que foi síndica por oito anos, os maiores problemas enfrentados por essas pessoas é a bagunça dos animais e o velho e irritante, som alto. “Os condôminos acham que porque moram em condomínio não precisam colocar coleira nos cães, nem usar focinheira e seguir horários. Eles não entendem também que o som deve estar em uma altura que não incomode ninguém.”, explica a dona de casa. Por causa do volume das músicas e dos fogos de artifício nos dias de jogos de futebol a família da estudante de direito, Nicole Lange de Almeida Pires, enfrentou discussões com o vizinho, que segundo ela poderiam ter sido

resolvidas com tolerância e comunicação. “Infelizmente, chegamos ao extremo de ter que resolver na justiça, mas após o cansaço e o estresse do processo, tudo acabou se resolvendo e hoje vivemos em uma relação de cordialidade”, explica a jovem. O crescimento das cidades e a rotina do dia a dia são apontadas por muitos como causas do desaparecimento das relações com os vizinhos, no entanto é preciso pensar que se a criação de vizinhanças visa a união entre pessoas em um mesmo local, não há porque a mesma conviver em pé de guerra. “Todos nós nos incomodamos com algo que o vizinho faz ou deixa de fazer, mas vivemos em sociedade e temos que nos acostumar com isso. Acho que é preciso “saber falar”. Se algo incomoda, chegue no vizinho! Uma boa conversa resolve muita coisa!”, finaliza Nicole.

Há bons e maus vizinhos. Qual é o seu?


Vencedor

Deficientes superam as dificuldades e mostram que não querem diferenciação. Conheça a história do professor e jornalista Victor Chimenez, um vencedor que fez da inteligência e superação sua maior arma. Thaís Lopes

nio no cérebro, podendo ocasionar lesões na parte motora, o que foi o meu caso. Às vezes, chega a até atingir a parte intelectual e comportamental. No meu caso, o grau da lesão foi o mais leve.

S

omos todos iguais. Somos todos sábios e competentes. Cada um tem a sua diferença, tem o seu poder! Para tanto, cada ser deste grande mundo superam e superaram grandes dificuldades. Passaram e venceram desafios que parecia que tudo estaria perdido... Victor Chimenez, professor no curso de Jornalismo e Publicidade na Faculdade Prudente de Moraes, é portador de deficiência física e vai nos relatar como é superar os limites. Trilhos -Nome completo; idade; profissão. Victor Fernandes Chimenez. 27 anos. Jornalista e professor. Trilhos - Há quanto tempo dá aula na faculdade? Na faculdade Prudente de Moraes eu comecei este ano lecionando para a turma do primeiro semestre. No entanto, já sou professor desde 2009 em uma

faculdade em Campinas. Lá, já lecionei nas disciplinas Teorias e Conceitos do Jornalismo, Produção de Mídia Impressa e, atualmente, leciono na disciplina de Telejornalismo para o pessoal do terceiro ano. Trilhos - Como surgiu e quando surgiu a defici-

ência? Bem, sou portador de deficiência e tenho uma limitação física no braço e na perna direita. Tive uma paralisia cerebral ao nascer. Essa deficiência é chamada de hemiplegia, a qual afeta parte dos neurônios por falta de oxigê-

Trilhos - Como é conviver com ela e quais as dificuldades? Acredito que a expressão aqui não seria conviver com a deficiência e sim se adequar de acordo com as dificuldades colocadas no dia a dia e buscar soluções para tentar amenizar e até mesmo superar as adversidades na vida. Desde pequeno tive a orientação principalmente dos meus pais, que diziam que essa deficiência física não me impediria de realizar as atividades diárias. Claro que desde pequeno faço fisioterapia e natação, mas tudo isso eu encarei com muita naturalidade. Hoje, posso dizer que essas limitações me ajudaram a ver o mundo de outro jeito e viver cada momento da vida intensamente. Tem


uma frase que costumo dizer: o deficiente incapaz é aquele que não acredita e si mesmo. Hoje, posso dizer que sou um homem realizado, sou um jornalista bem-sucedido e realizei o meu sonho que era um dia lecionar e ensinar pessoas a serem humanas e cidadãs. Trilhos - Já sofreu algum preconceito? O preconceito infelizmente sempre vai existir e comigo não foi e nem vai ser diferente. O Preconceito existe, porque todo ser humano é orgulhoso e tende a fazer julgamentos, é o instinto humano ser preconceituoso. No entanto, aprendi a conviver com isso também e isso me serviu para me superar a cada dia para mostrar que eu sou bem melhor do que muitas pessoas que me julgavam ou julgam pelo simples fato de ter uma limitação motora. Todos nós temos limitações sejam elas físicas, sejam comportamentais ou intelectuais. É até engraçado eu dizer isso, mas para mim o preconceito foi até bom, foi

Hoje, posso dizer que essas limitações me ajudaram a ver o mundo de outro jeito e viver cada momento da vida intensamente.

através desses julgamentos que pude provar que sou um homem e um profissional qualificado tão capaz quanto qualquer um. Trilhos - Foi preciso algum tratamento especializado? Sim, fiz diversos tratamentos especializados, como, por exemplo, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, enfim, ao longo dos meus 27 anos de vida, passei por diversos médicos. Fiz duas cirurgias no braço, uma no cotovelo e outra no pulso. Ambas foram realizadas em São Paulo na AACD. Hoje faço fisioterapia e natação. Inclusive, a natação eu faço desde os cinco anos de idade e já fui atleta. Ganhei várias competições dentre elas os Jogos Regionais e os Jogos Abertos. Em 2009 fui o terceiro melhor do Brasil nos 200 medley, mas parei de competir e de treinar de uma forma mais intensa devido uma série de lesões no ombro esquerdo. Hoje, pratico natação apenas como um esporte para continuar o meu tratamento. Trilhos -Sua deficiência trata-se de alguma genética, descuido médico? Como comentei nas respostas anteriores à minha deficiência física, foi em decorrência de uma para-

O preconceito existe, porque todo ser humano é orgulhoso e tende a fazer julgamentos, é o instinto humano ser preconceituoso

lisia cerebral no nascimento. Foi uma negligência médica. Trilhos - Qual é sua deficiência? E hoje como lida com ela? O nome da deficiência é chamada de hemiplegia, mas, para deixar mais claro, é uma deficiência que atinge parte do cérebro do lado esquerdo e consequentemente o lado direito do corpo. O que vou dizer agora pode até ser meio clichê, mas “nós matamos um leão por dia” e isso é bem bacana, porque a cada dia me surpreendo mais, todos os dias é uma vitória. Sempre quando levanto e abro os olhos agradeço a Deus por tudo que Ele tem feito na minha vida, pela família abençoada que tenho, pelos amigos que conquistei, pelas pessoas que pude ajudar e sem me esquecer da minha amada noiva com a qual me caso no ano que vem. Acredito que Deus tem um plano na vida de cada um, acredito que se um dia eu tive que ser assim então que eu pos-

sa ser exemplo para outras pessoas, exemplo de superação, exemplo de garra e luta. Um dia já me perguntaram se eu sou feliz assim desse jeito e sabe qual foi a minha resposta? Minha resposta foi a seguinte: O que é evidente para as pessoas na realidade pode ser algo bem diferente, ou seja, ser você mesmo em um mundo que está constantemente tentando fazer de você outra coisa é a grande realização. Não importa o que o mundo fale ou pense de você, apenas dê um sentido novo a sua vida, use da fatalidade ou até mesmo a falha humana em uma nova realidade.

Nós matamos um leão por dia” e isso é bem bacana, porque a cada dia me surpreendo mais, todos os dias é uma vitória. Sempre quando levanto e abro os olhos agradeço a Deus por tudo que Ele tem feito na minha vida, pela família abençoada que tenho, pelos amigos que conquistei, pelas pessoas que pude ajudar e sem me esquecer da minha amada noiva com a qual me caso no ano que vem.


Ceia...

Comelança ao redor da mesa e azia e mal-estar no dia seguinte. A ceia de Natal não precisa ser, necessariamente, um pesadelo na manhã seguinte. Jaqueline Sevilha

A

Ceia de Natal é uma tradição muito antiga entre as famílias de todo o mundo. Os costumes são diferentes em cada País. Na Rússia, por exemplo, evita-se a carne; na Jamaica, eles abusam na ervilha; na Alemanha, a moda é carne de porco; e na Austrália, as ceias de natal são feitas em praias.

dos que se perde ao longo do dia e continuar sempre hidratado. Todas essas precauções, lógico, adicionadas a muitas atividades físicas, como caminhadas, corridas, jogos de futebol ou natação, podem garantir a quase todos um inicio de ano muito mais saudável e agradável, livre das gordurinhas adquiridas nas “festas de fim de ano”.

Todos à mesa Aqui no Brasil, as ceias são muito fartas. As famílias se reúnem e a ideia é comer bem. Porém, na maioria das vezes, os alimentos são muito calóricos e podem fazer mal à saúde a longo prazo. As delícias mais aproveitadas pelos brasileiros no final de ano são pernis, peru, chester, farofas, tortas, panetones, pavês, brigadeiros, bolos e rabanadas. A lista é grande! A maioria desses alimentos, se mal preparado, pode dar de presente uma grande lista de doenças para o início do ano. Precaução!

Peru e frutas, como uvas, e as tradicionais castanhas e nozes fazem parte das festas em países de clima frio. Já no Brasil...

Os médicos e nutricionistas recomendam que, para amenizar os problemas com a hipertensão arterial, deve-se maneirar na quantidade de sal e alimentos conservados em salmoura. Outra doença que vem assustando a todos é a diabetes. E, para evitá-la, basta trocar o açúcar comum por açúcar Diet. Tanto o pavê, quanto a rabanada, continuam muito saborosos com a mudança. Outra ideia para uma ceia de Natal saudável são as frutas, em grande quantidade, pois delas pode-se usar e abusar. E, claro,

não se pode esquecer dos líquidos. E não são os refrigerantes, ou vinhos. E, sim, água. Muita água, principalmente em épocas de calor, para repor os líqui-

É comum que as calorias ingeridas no Natal se transformem em “gordurinhas”. Portanto, atenção!


... E a ceia light

Descubra como tornar seu Papai Noel um Noel “Tropical” Marília Monteiro

L

ancei uma pergunta aos meus amigos, sobre o que eles lembram quando se fala em Natal. Alguns responderam com ênfase religiosa, uns recordaram as férias, outros viagens e presentes, mas a maioria incluiu a verdadeira comilança que acontece nessa época, juntamente às outras preferências. Já repararam como comemos no Natal? É peru, pernil, carne de porco, bacalhau, arroz, farofa, castanhas, rabanada, além das diversas sobremesas que a família traz para contribuir com a ceia. Nem paramos para pensar que o natal brasileiro é no verão, e tanta

Deixe seu Natal mais leve e gostoso

comida assim não faz muito bem. “No frio precisamos de mais comida, e alimentos energéticos porque gastamos mais energia tentando mantê-lo aquecido, enquanto no verão isso não é necessário. Por esse motivo comemos mais no inverno e preferimos algo leve para o calor”, afirma a nutricionista Cristiane Cedra. É lindo ver toda aquela magia do natal nos países frios, das casinhas cobertas de neve, as árvores branquinhas, lareira acesa e o conforto do lar familiar quentinho, com a mesa cheia de comidas quentes. Mas por aqui é diferente.

- A maionese pode ser substituída por queijo tipo cottage e/ou iogurte natural desnatado. Saladas tipo maionese e salpicão de frango ficarão mais leves. - Utilize limão, vinagre ou azeite para temperar as saladas. Ervas e especiarias deixam o prato com um toque diferente. Experimente mostarda, gengibre, cravo, canela, açafrão, etc. - Abuse de saladas verdes, cereais, uvas passas e frutas da estação, como abacaxi, coco,

Abrimos portas e janelas para o vento entrar, quando chove fica aquele cheirinho gostoso e sempre tem uma tia para dizer: “Que bom que choveu, estava muito abafado”, ligamos o som, o vinho é substituído pela cerveja e nosso Papai Noel veste bermuda com camiseta regata, não dá para negar. Então por que não inovar nesse ano e fazer uma ceia de natal que combine com a estação em que estamos? A nutricionista Lucilene Andrade dá algumas dicas para quem quer algo saudá-

jabuticaba, figo, manga, jaca, melancia pêssego e uva Itália. Os legumes da época são batata, milho verde, salsão, vagem e alho. Aproveite para incrementar seus pratos com eles! - Evite bebidas alcoólicas. Além de serem muito calóricas, se consumidas em excesso fazem mal à saúde. - Coloque menos açúcar na rabanada e use leite desnatado ou semidesnatado. Leve-a ao forno em vez de fritar.

vel, sem deixar de ser gostoso. “Prefira carnes brancas, como aves e principalmente peixes, que agora já é mais presente nas mesas essa época. Usar aveia ou farelo de quinoa para as farofas, castanhas, frutas in natura ou secas para sobremesa. A alta ingestão de carnes e massas não é recomendada”. Andrade ainda dá uma sugestão que vai além da alimentação: “Procure aproveitar mais o momento da ceia, trocar esse carinho com os familiares e não focar somente na comida”.


Há como odiar o Natal? Gabriela Candiani

C

omo se sabe, o Natal é uma festa em família, momento em que todos tentam esquecer as diferenças e se concentram apenas em coisas alegres do ano que se encerra. A festa é realmente contagiante e até adeptos de outras religiões acabam se deixando embalar e entram no espírito natalino. É fácil ver a alegria estampada no rosto de todos, sejam crianças, jovens ou adultos. Porém, se para algumas pessoas essa época é um período de alegria, para outras é exatamente o oposto. Existem aqueles que, mesmo com tudo isso, não conseguem se sentir felizes nessa época. Enquanto todos trocam presentes, abraços, felicitações, alguns são tomados por uma tristeza e uma melancolia. É lógico que muitas dessas pessoas têm motivos de sobra para estarem tristes: algumas acabaram de perder entes queridos, outras estão com doentes na família, há aqueles que estão sozinhos, longe da família, há os que sofreram algum

revés no decorrer do ano, os que estão nas ruas, sem teto, sem família, nos hospitais, nos asilos, nos orfanatos, e há aqueles que sentem falta de

pessoas com quem compartilharam momentos bons, momentos de felicidade e que, infelizmente, por algum motivo, não podem mais estar juntos. Enfim, cada um tem um motivo e explicação pelo sentimento de tristeza que toma conta nessa época do ano. E é geralmente no Natal que as pessoas ficam mais

sensíveis. “O Natal, é uma data muito especial, que não deve ser passada em branco. Temos todos que comemorar o nascimento do

menino Jesus. Pedir muita paz, benção e saúde. Nesse dia não deve haver espaço para tristezas. Afinal, ninguém está sozinho nessa época do ano, Deus está com todos. Por isso devemos agradecer pelo que nos foi dado, e comemorar com pessoas queridas que estão ao nosso lado”, disse o Padre Antônio Carlos Fernandes.

Histórias tristes Para Maria Angélica Mezzacapa, de 25 anos, o Natal passou a ser sinônimo de saudade desde a morte de sua mãe e avó, com quem morava. “Me sinto muito sozinha, principalmente nessa data. Tenho saudades, queria que elas estivessem comigo, porque Natal é mais família, todos se reúnem, e eu sinto que sempre falta alguma coisa. Vejo meus primos com seus pais, se cumprimentando, e queria poder compartilhar desse momento com a minha mãe” , contou a auxiliar de escritório. A dona de casa Maria Aparecida Lemos contou que perdeu o único irmão na semana do Natal, há cinco anos atrás, e que desde então, essa data não tem sido sinônimo de alegria e comemoração. “Eu sempre me lembro dele, do quanto foi dolorido para todos nós. No ano que aconteceu ninguém tinha ânimo para festa, foi terrível, não gosto nem de pensar a dor que senti. Parece que depois disso, o Natal para mim perdeu a graça.”


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