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TAXA PAGA

4520 Santa Maria da Feira

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

Desde 11 de Abril de 1897

Mérito Municipal 1972 1997 Ano CXVI

Semanário

Direcção: Sandra Moreno

05 Agosto 2013

Nº 5827

€0,60 (iva inc.)

Cerca de 37 mil pulseiras vendidas na pré -campanha de 3€ da Viagem Medieval P. 22 a 24 Campanha revelou-se um sucesso, tendo sido vendidas perto de mais de 2 mil pulseiras em relação ao ano passado. Em 2013 a Viagem tem oito novos espectáculos. Conheça os impactos que as recriações históricas têm em Portugal.

(Re)descobrir

pág. 03

Dia dos Avós com jogos tradicionais para mostrar aos netos como se brincava antigamente

Economia

pág. 15

Duas Marias na Praça de Canedo a vender artesanato e roupa em segunda mão

Desporto Onde pára o chafariz do Convento dos Lóios?

Lusitânia de Lourosa conquista o Torneio da Feira pág. 25

pág. 16

Retirado em 2005 para os 500 anos da Festa das Fogaceiras, nunca mais foi colocado

Equipa lusitanista terminou o triangular no lugar mais alto do pódio, à frente de Feirense e S. João de Ver, que ficaram no segundo e terceiro posto, respectivamente.

pág. 27

Académico da Feira repescado para a 2.ª Divisão Nacional de Hóquei em Patins

O Jornal Correio da Feira entra de férias e regressa às bancas no próximo dia 2 de Setembro


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Correio da Feira 05.AGO.2013

A Credibilidade da Sondagem

Na semana passada fomos surpreendidos coma publicação de uma pretensa Sondagem de opinião acerca da intenção de voto dos feirenses nas próximas Eleições Autárquicas. Confesso que também gostaria de ver publicada no Correio da Feira a sua própria Sondagem, mas, segundo me informam, é algo de extremamente caro, só ao alcance de jornais que estejam em ótima saúde financeira. A minha tomada de posição de hoje, é motivada pelos resultados

da Sondagem publicada no Terras da Feira, ou melhor, pela forma como se terá chegado aos resultados publicados que me levantam sérias dúvidas pelas razões que passo a explicar. - A primeira interpretação é relacionada com o número de Contactados, que foi de 997 e do número de Entrevistadores, que foram apenas 14: isto significa que cada Entrevistador contactou, em média 71,2 pessoas. - Mas segundo a Ficha Técnica, o tempo utilizado na recolha de opiniões foi de 6 horas ao todo, entre as 19 e as 22 horas em dois dias, o que deixa apenas 5minutos para cada contacto útil, incluindo o tempo gasto a marcar o número e partindo do princípio que em todos aqueles 997 telefonemas não houve uma única recusa no atendimento e, certamente por enorme felicidade, todos os

freguesia onde vivem, se fossem presidentes da câmara”, conforme se pode ler também no texto da Sondagem! Como seria possível, tudo isto, em apenas 5 minutos de chamada telefónica?... Por tudo isto, esta Sondagem não me merece confiança. Não dá para acreditar que tenha sido possível realizar o trabalho como é apresentado, principalmente porque, como refere a Ficha Técnica, as chamadas foram aleatórias, e por isso ninguém deveria estar à espera de ser contactado. Portanto não tinha as respostas na ponta da língua, como se o questionário não lhe levantasse uma única dúvida. Por fim, a Taxa de Resposta, que a Ficha Técnica diz ser de 75,13%, o que elimina 24,87% das chamadas da sondagem, também acrescenta dúvidas aos resultados. Somado aos 23,3% dos que Não

Entrevistadores acertaram logo no que queriam em relação ao Entrevistado: Todos os contactados eram recenseados e eleitores no Concelho de Santa Maria da Feira e correspondiam ao género feminino ou masculino, com a idade pretendida para validar as respostas! Ou seja, em cada contacto, o Entrevistador tinha de se apresentar, explicar o que pretendia, pedir para falar com o último aniversariante da casa, acertar logo nas necessidades dos escalões prédeterminados a cumprir, escolher entre Homem e Mulher e finalmente, apresentar nada menos que 6 questões. Para finalizar, os Entrevistados ainda eram convidados a falar sobre as principais preocupações relacionadas com o Concelho e a explicar “qual era a primeira coisa/intervenção que fazia para melhorar o lugar ou a

Decidiram ou Não Respondem, atinge um total de 48,7%. Mas a este valor é preciso juntar ainda 11,7% do Erro de Amostragem, incidindo sobre um Nível de Confiança de apenas 95,5%, como se lê na mesma Ficha Técnica. Ou seja sobra pouca ou nenhuma margem de credibilidade. Por último, tenho de recordar que a IPOM, Instituto de Pesquisa de Opinião e Mercado, Lda., que se responsabiliza por aquela Sondagem, é a mesma empresa responsável pela Sondagem que o Terras da Feira também publicou e em que aparece como líder de audiência no Distrito de Aveiro. Era preferível que as sondagens fossem credíveis e espelhassem com sinceridade a inclinação do voto popular. Jorge de Andrade, Santa Maria da Feira

Opinião

O futebol de formação e o vale tudo

FICHA TÉCNICA

Não sendo um problema (bem resolvido) resolvido, a verdade é que estava relativamente regulado e controlado. Os atletas da formação a partir de determinada idade, para mudarem de Clube, era indispensável o pagamento, pelo atleta ou pelo seu novo clube, de uma quantia, embora pequena (mas

Directora Sandra Moreno sandra.moreno@correiodafeira.pt

Administração Jorge de Andrade administracao@correiodafeira.pt

Redacção Rui Almeida rui.santos@correiodafeira.pt

progressiva na razão directa da importância desportiva do clube que recebia o atleta) ao Clube anterior ou formador até então. Há cerca de um ano, e por esta altura, determinou-se a liberdade total dos atletas para mudar de Clube, seja qual for a sua idade. Acrescendo a este estímulo legal para um autêntico “rodízio” anual de atletas e respectivos pais que os seguem ou até estimulam, certos clubes da nossa praça, a fim de reforçarem as suas equipas, seduzem mais do que nunca atletas de outros Clubes com a promessa de dispensa de quotizações mensais

e outras mordomias. Estas a maior parte das vezes não só não se concretizam, como, não raro, acabam arrependidos atletas e pais pela mudança e promessa de um paraíso inexistente. Urge por o dedo na ferida e denunciar que estas situações de assédio fraudulento de alguns Clubes que, além de desleais para com os demais clubes, igualmente são discriminatórias dos próprios atletas e famílias. E isso porque, sabendo-se, como se sabe, que a formação só funciona porque as quotizações dos atletas a estimula e fomenta, como se admite que os pais dos atletas que

já se encontram nos clubes aceitem subsidiar não só a actividade do seu próprio filho como, além disso, a actividade de outros que chegam dispensados dessas quotas? – Para já não falar de estarem esses a subsidiar a própria perda da sua oportunidade de jogar, dado que o critério é o de “colher” (“roubar”?) noutros clubes jogadores que, supostamente, sejam mais-valias no clube que os assedia… O Clube Desportivo Paços de Brandão repudia esta realidade, esta deslealdade, esta descriminação, e mesmo o mercenarismo juvenil que desta forma se está a promover e, tanto

quanto tenha força para o fazer, irá pugnar para que esta forma de fazer formação e de educar os nossos jovens seja banida ou, pelo menos, devidamente sancionada, porque infelizmente não podemos prescindir das quotas dos atletas, para sobrevivermos. Quem deveria suportar estas despesas era o Estado, mas é melhor empurrar as responsabilidades para os clubes na formação dos jovens neste país. A bem dos próprios jovens! Armandino António Rodrigues da Silva Paços de Brandão

Colaboradores: Alberto Soares, Luís Higino, Roberto Carlos, Serafim Lopes Desporto: Paulo Ferreira, André Pereira, Américo Azevedo, Ângelo Resende, Ângelo Pedrosa, Preço Assinaturas: Artur Sá, Carlos Melo, Jorge Costa, Manuel Silva, Armandino Silva, José Carlos Macedo, António Santos, Bruno Godinho, Dinis Silva, Filipe Freixo, Jorge Silva, Nacional - € 25 Paulo Sérgio Guimarães, Orlando Soares, Orlando Bernadino Silva, Paulo Neto, Pedro Castro, Maria Celeste Rato Europa - € 50

Propriedade: Trazer Noticias, Lda. Registo na C.R.C.de S. M. Feira, n.º 507619269 Contribuinte n.º 507 619 269 Capital Social 5.000 Euros Detentores de mais de 10% do Capital Social Trazer Noticias, Lda.

Registo de Empresa n.º 200537 Registo no N. R. O. C. S., N.º 100538 Depósito Legal n.º 154511/00 Tiragem: 5.000 exemplares (Tirágem média) Impressão: Coraze - Oliveira de Azeméis Preço Avulso: 0,60€

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(Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores, não vinculando necessariamente a opinião da direcção)

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Correio da Feira 05.AGO.2013

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Lourosa // Jogos feitos a partir da reutilização de materiais

No tempo dos avós era assim que se brincava Para comemorar o Dia dos Avós, que se celebrou no dia 26 de Julho, o Zoo de Lourosa decidiu organizar uma actividade de jogos tradicionais, que permitisse aos avós reviverem e aos netos ficarem a conhecer as brincadeiras do antigamente.

Daniela Castro Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

A manhã de chuva torrencial do passado dia 28 de Julho não era um bom prenúncio para quem tinha planeada uma actividade ao ar livre. No entanto, a tarde, embora cheia de nuvens, trouxe uma temperatura amena e agradável para uma visita ao Zoo de Lourosa. “Esperemos que o tempo ajude” – pedia a directora do Zoo, Salomé Tavares. Para as 14h30 estavam agendados os jogos tradicionais para avós e netos e nada podia falhar. “A ideia de fazer os jogos tradicionais vem na sequência de se ter comemorado no dia 26 o Dia Mundial dos Avós. A predisposição das pessoas para saírem em família ou para fazer este tipo de actividades é maior ao fimde-semana, daí passarmos para domingo a actividade. Queremos que os avós venham passar um momento diferente com os seus netos e que mostrem às crianças o que jogavam quando eram pequenos” – antecipou Salomé Tavares. Era a primeira vez que o Zoo de Lourosa fazia uma actividade dedicada a esta data e, mal a começaram a anunciar, houve logo propostas. “Quando surgiu a primeira publicidade, surgiram avós a perguntar: “Mas vão ter o jogo do arco e da gancheta? É que o meu neto nem faz ideia do que isso é”. Não só não fazem ideia como eu acho que a experimentação vai ser interessante. Para os avós porque recordam e têm a possibilidade de ensinar os netos. Para os netos porque vão tomar contacto com as brincadeiras que não são muito habituais” – salienta Salomé Tavares.

Macaca, damas, berlinde, latas…havia de tudo um pouco Pelas 15h15 chegou um casal de avós com os seus dois netos, acompanhados por um amigo

da escola. No exterior do parque tinham à sua disposição um circuito de 13 jogos, alguns dos quais nem os próprios avós conheciam. “É a primeira vez que venho ao Zoo. É agradável, uma surpresa. Os miúdos estão cá de férias uns dias, então aproveitei. Vamos experimentar” – conta Manuel Freixial que, acompanhado pela esposa. Fátima, veio de Aveiro para comemorar o Dia dos Avós com os seus netos, Tiago e Beatriz Cipriano. O primeiro jogo era a macaca. Era o jogo preferido da avó quando era pequena, mas esta preferiu ficar a ver a família a divertir-se. “Ah enganei-me, foi com o pé errado” – protestava o patriarca da família. “É difícil quando é o sete ou o oito. Enganas-te muitas vezes” – dizia o amigo João Pinto, de dez anos. Ainda assim, mesmo com pequenos enganos, o avô acabou por ganhar o jogo. “É tão giro!” – afirmou Beatriz Cipriano, de oito anos. A macaca era o único jogo que a pequena já conhecia. “Eu jogo na minha escola mas não é assim, é diferente. Nós escolhemos um sítio onde não podemos pisar, por exemplo nos quadrados

vermelhos. De jogos tradicionais é só o que jogamos” – conta. Foi a última a acabar o jogo, mas isso não a desanimou. “Gostei muito, apesar de ter perdido” – afirma. Fátima Freixial conta que a neta é muito atenciosa e, no Dia dos Avós, assim que se levantou, foi colher flores ao jardim para lhe oferecer. “Foi um gesto muito bonito” – diz a avó.

Avô ficou fascinado com o jogo do pião Seguiram-se os jogos das damas e do berlinde, este último que viria a ser o preferido dos dois rapazes. Na próxima estação estava o jogo do pião e do beyblade, que logo atraiu a atenção do avô. “Pusemos o pião e também o beyblade, que no fundo é o pião dos dias de hoje. Tenho alguma curiosidade em ver como é que o avô vai encarar o beyblade e como a criança encara o pião. Cada um está familiarizado com os jogos das suas alturas. Queremos ver esse confronto” – explica Salomé Tavares. Assim que pegou no pião, Manuel Freixial sabia exactamente o que fazer. Os funcionários e voluntários

que acompanhavam a actividade olhavam admirados para a sua técnica de enrolar o fio. Quando lançou o pião, o objecto rodou durante minutos a fio, evidenciando a prática contínua desta brincadeira. Quando os netos acabaram o jogo do berlinde e se juntaram ao avô, o sucesso já não foi o mesmo. “É assim que se lança, olha para mim” – ensinava o avô. “Se fosse mandar uma mensagem de texto no telemóvel era ao contrário, era o neto a ensinar ao avô” – comentava Salomé Tavares. “É mais fácil eu ter um melro branco do que tu mandares um pião” – dizia o avô. Depois de várias tentativas frustradas, o neto, João Cipriano, finalmente conseguiu. “Milagre” – gritaram os presentes. “E o beyblade, ninguém quer lançar?” – perguntou um dos funcionários. “Bora, bora!” – entusiasmaram-se os dois rapazes. “O que é isso” – questionou logo de seguida o avô, estranhando tão peculiar objecto. As gargalhadas foram gerais.

Para que os jovens percebam que existem jogos além da playstation

A diversão continuou pelas restantes actividades. Passaram pelo jogo das latas; o jogo do burro; o jogo da colher e da batata; o jogo da bola (adaptação do jogo da laranja); o jogo das argolas; o jogo dos pés grandes (em que dois andavam nos mesmos skis); o jogo dos pés de elefante (adaptação do jogo das andas), que se revelou o mais difícil; e finalmente o famoso jogo do arco e da gancheta. “Queremos não só que as pessoas se divirtam, mas também que haja uma componente lúdica. Acho que é importante que se leve um bocadinho do passado, é uma boa forma de juntarmos a modernidade com os jogos de outrora” – afirma Salomé Tavares. “Hoje, fruto dos tempos em que vivemos, cada vez menos crianças vão ter playstations e há formas muito interessantes, e sem tantos custos, para que elas se possam divertir. No intervalo das aulas está cada uma com o seu telemóvel e o seu jogo. Porque não jogam ao berlinde? São jogos que apelam ao convívio e são mais saudáveis” – diz Salomé Tavares. Foi essa a principal razão para os avós Freixial levarem os netos ao Zoo. “Queria mostrar-lhes que não existem só jogos de computador. Foi por isso que vim, para eles verem como se fazia antigamente” – refere Manuel Freixial. “Eles passam o tempo com jogos de guerra e competitividade. Acho óptimas estas actividades porque eles não têm a noção do que são alguns jogos. Nós, na escola, jogávamos a tanta coisa: à corda, ao papá dá licença, à bilharda… Eram jogos muito giros” – conta Fátima Freixial. Os jogos tradicionais, que foram todos concebidos pelo Zoo de Lourosa através da reutilização de materiais, vão ser posteriormente aproveitados para as festas de aniversário. “Foi muito divertido, gostei de todos” – disse o pequeno Tiago Cipriano, de dez anos.


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Correio da Feira 05.AGO.2013

José Ribeiro, líder da Provedoria Municipal dos Cidadãos com Deficiência

“Devemos fazer a apologia de que o espaço tem que ser acessível para todos” José Ribeiro, de 70 anos, lidera, em regime de voluntariado, a Provedoria Municipal dos Cidadãos com Deficiência. Ao gabinete, localizado na Rua Elísio de Castro, Santa Maria da Feira, chegam vários tipos de problemas, sendo que os mais frequentes se relacionam com as ruas e os passeios. José Ribeiro salienta que a mentalidade de hoje é já bem distinta da de antigamente mas lamenta a existência de várias obras que ainda não respeitam a lei. Para tentar atenuar a situação, foi criado um concurso para premiar as Juntas de Freguesia que apresentarem melhores trabalhos no capítulo da mobilidade, da acessibilidade e do derrube de barreiras arquitectónicas e urbanísticas. Rui Almeida Santos rui.santos@correiodafeira.pt

Tem sentido que o gabinete da Provedoria Municipal dos Cidadãos com Deficiência tem feito a diferença? Pelo menos o gabinete esforça-se por fazer a diferença. Mas sinto, claramente, que muita coisa tem sido mudada a nível de infraestruturas, sobretudo ao nível de mentalidade e de acções de formação. Mas ainda há muita coisa para mudar, e em todos os sectores. Temos tido campanhas ligadas ao pelouro da educação nas escolas, a Escola Mais Humana, no sentido de sensibilizar as novas gerações para esta problemática, de um espaço público e privado para todos. A ideia tem que ser essa. Fizemos, no dia 4 de Julho, a provedoria para a mobilidade mais o pelouro do turismo, um seminário sobre “Turismo Acessível”. Agora que está a decorrer a Viagem Medieval, tivemos reuniões com o Paulo Sérgio Pais e a Direcção do Feira Viva no sentido de tornarmos o percurso da Viagem Medieval cada vez mais acessível. E conseguimos, este ano, a introdução, em diversos temas, da língua gestual. É uma novidade e conseguiu-se com a acção da provedoria mais o pelouro do turismo. Haverá visitas guiadas para pessoas com mobilidade condicionada e para surdos. Para o ano, é nossa intenção criarmos percursos acessíveis também para cegos. Este ano há um evento no Convento dos Loios que vai ter linguagem gestual e para o ano queremos avançar para uma nova etapa, voltando-nos para os cegos, que têm sido nestes casos muito esquecidos. Nós, provedoria, eu e aqueles que trabalham comigo, que fazem muito mais do que eu, temos que ter algumas balizas de referência. Uma tem que ser sempre sensibilizar. Formar, informar e sensibilizar. Começar pela escola, avançar para os políticos, porque eles são muitas vezes responsáveis por muita coisa que se faz mal. A ideia não é propriamente aquilo que já está feito de trás, que tentamos melhorar, mas temos que pugnar para que o que se faz novo tem que ser feito de acordo com a lei. E muitas vezes

está-se a fazer, não só na Feira, coisas novas violando claramente o espírito e a letra da lei. A lei 163 de 2006 é completamente violado. Daí que tenhamos que sensibilizar os políticos, os técnicos que fazem projectos e os fiscais que acompanham o andamento da obra. Isto são tudo elementos que são fundamentais para que se crie um novo paradigma. Por exemplo, quando fizemos o seminário “Turismo Acessível”, quisemos corporizar nessa cerimónia uma deliberação que já tinha sido tomada quase há um ano pela Câmara, por unanimidade. Sabemos que muito do que se está a fazer mal é culpa das Juntas de Freguesia, porque não dispõem muitas vezes de conhecimentos técnicos para a obra, como passeios e algumas coisas assim, e há obra nova, que se está a fazer por parte das Juntas e viola completamente a lei. Então, nesse seminário foi criado um concurso ligado a esta mobilidade para todos. Era destinado às Juntas de Freguesia e fizemo-lo agora porque virá, daqui a um mês e tal, uma nova fornada, e queríamos que ela já viesse com outras ideias no que toca a fazer obra. Há um júri e as Juntas que, no próximo ano, apresentarem melhores trabalhos no capítulo da mobilidade e da acessibilidade, do derrube de barreiras arquitectónicas e urbanísticas, serão contempladas pela Câmara, que entregará uma menção honrosa. Esta ideia parece-nos uma peça fundamental para que tenhamos Juntas com uma nova mentalidade de forma a que deixem de acontecer atropelos à lei. Como surgiu a ideia deste concurso? Houve uma proposta à Câmara, feita pela vereadora Margarida Gariso. A Câmara deliberou numa primeira reunião não aprovar a proposta e pedir um parecer à provedoria. Elaborámos um parecer, partindo da proposta da vereadora Gariso, para que a Câmara apreciasse. Numa das reuniões seguintes, a Câmara aprovou o parecer que a provedoria apresentou por unanimidade, e nele constava o

concurso “Mobilidade para Todos” dirigido às Juntas de Freguesia. Acredita que este estímulo será suficiente? Acho que o estímulo não é suficiente. Não basta dizermos que temos um concurso porque se nós não tivermos um trabalho constante junto de todos estes elementos que trabalham no terreno, continuamos a cometer erros. Com isto não quero dizer que a mentalidade não seja diferente do que era há uns anos. Já se começa a olhar para o espaço público com outros olhos. Por exemplo, uma das lutas da provedoria, que estamos a conseguir que se faça, e o projecto já está pronto para ir a reunião de Câmara, passa por tornar o edifício dos Passos do Concelho acessível para todos. A parte nova tem elevador mas a parte velha não o tem. O nosso projecto engloba uma rampa, na parte da frente, e na parte de trás cria-se um elevador, que serve desde o refeitório às galerias do salão nobre. Estamos a lutar e pensamos que, nos próximos meses, teremos um elevador a chegar às galerias do salão nobre. São passos que se têm que continuar a dar. Dizia que a mentalidade de agora é diferente da de antigamente. O que mudou objectivamente? Por exemplo, está-se a requalificar a Rua Elísio de Castro, em Santa Maria da Feira. Os técnicos da Câmara tiveram a preocupação de, na elaboração do projecto, colherem o parecer da provedoria, para ver se concordávamos, ou não, com aquele tipo de intervenção. Aqui há uns anos isto nunca se fazia. Penso que vamos ter uma rua acessível, nivelada. Era uma rua que tinha sítios em que não havia praticamente passeios, mas hoje já há. A via para os automóveis terá 3,5 metros e, depois, há passeios largos, com 1,40 metros. Isto para dizer, e tenho que fazer justiça, por parte do pelouro do Urbanismo, há sempre uma preocupação com o capítulo das acessibilidades, mesmo na aprovação de projectos de construção privada. Por exemplo, os arquitectos Pedro Nuno, Nuno

Pinheiro e Mónica têm sempre uma preocupação, na elaboração dos projectos, de chamar e pedir um parecer da provedoria. Aliás, no sentido de sensibilizar, no dia 3 de Dezembro do ano passado lançámos um manual de boas práticas, chamado “Mobilidades”. Ele foi feito pela provedoria mais a coordenação do arquitecto Nuno Pinheiro. Nesse manual fomos às freguesias de Santa Maria da Feira, Fiães e Lourosa, e apanhámos boas e más práticas. No manual aponta-se, fundamentalmente, para aquilo que está construído como uma má prática e indicámos um caminho a seguir. Muitas vezes a diferença está no detalhe. O gabinete tem sido procurado por muitas pessoas? Sim, é procurado por muitas pessoas, que põem problemáticas várias, que muitas vezes nós, provedoria, não temos capacidade para dar resposta. Encaminhamos, porque o que a provedoria faz não é vinculativo. Como tal, servimos como arma de pressão. Somos procurados devido a problemas de habitação ou de desemprego, que não conseguimos dar, na maior parte das vezes, resposta. E nós sabemos que o desemprego, nas pessoas que têm um qualquer tipo de deficiência é muito pior, e com encargos suplementares para as

famílias. Nesse aspecto, queria referir o papel empenhado que a acção social, a Manuela Coelho e as suas colaboradoras, têm dado à provedoria. Devo salientar que tem havido uma cumplicidade muito grande. Por exemplo, temos em Fiães um ex-miúdo, porque agora já tem 18 anos, que é multideficiente, tem uma obesidade já pronunciada e a mãe tem problemas muito grandes porque vive num segundo andar. Infelizmente, andamos com isto para aí há três anos ou mais para arranjar uma solução, que é cara. O edifício não dá para por um elevador e para chegar lá cima é um caso sério. Mas, finalmente, conseguimos que a Segurança Social nos concedesse um donativo para a construção de uma plataforma elevatória. Não vai dar para tudo mas, com a ajuda da Acção Social da Câmara, vamos resolver esse problema. Isso não quer dizer que não haja imensos problemas que não conseguimos resolver. De todos estes problemas, qual o mais típico com que se depara? O problema mais típico tem a ver com as ruas e os passeios. Ainda um dia destes foi-me posto um problema por um senhor, que é quase cego, de S. João de Ver. A rua dele era de paralelos.


Correio da Feira 05.AGO.2013

Houve uma intervenção na via pública e, segundo essa pessoa, foram colocados os paralelos de qualquer forma. Isso faz com que tenha imensas dificuldades para caminhar na via pública. Depois há o problema do emprego, a necessidade de assistência médica, a mobilidade no espaço público e a sua degradação. Ao ver que esses problemas se mantêm como se sente? É, de facto, de lamentar. Tenho tido sempre esta conduta. Quando se trata de edifícios ou ruas antigas, vamos tentar, na medida do possível, minorar o problema. Agora, o que para mim é sempre inconcebível é que, naquilo que se faz novo não haja essa preocupação, porque não se gasta mais ao fazer bem. Muitas vezes faz-se mal porque o empreiteiro não tem conhecimentos técnicos para fazer bem e o fiscal está-se nas tintas. A lei diz que uma soleira não pode ter mais do que dois centímetros de altura e em edifícios quase novos isso não acontece. Isto tem que mudar. Sabemos que Roma e Pavia não foi feita num dia mas é preciso que haja um bater constante, empenhado, para que consigamos mudar determinadas mentalidades. E muitas vezes não é por mal que se fazem as coisas. Muitas vezes, as pessoas não

sabem que a lei determina qual a inclinação de uma rampa. Por exemplo, a Junta de Freguesia da Feira já foi feita há uns anos mas tem lá uma rampa que viola tudo o que a lei diz. Ela diz que uma rampa tem que ter, no máximo, 6% de inclinação. Só em casos excepcionais pode exceder. Pergunto quantas pessoas estão sensibilizadas para isto. Daí que continue a insistir em acções de formação, para formar, informar e sensibilizar. Ao continuar a ver essas falhas constantemente, isso não o desgasta? Acaba sempre por desgastar. É evidente que, por um lado, quando sentimos que começa a haver uma melhoria, começa a dizer que já vai valendo a pena. Há técnicos que estão a trabalhar com a provedoria e que têm sido inexcedíveis naquilo que têm feito. Hoje tenho praticamente como adjunta na provedoria a Rosário. Ela é uma pessoa que dá o litro. Abraçou a causa, o que é fundamental. Em relação às instituições de apoio aos cidadãos com deficiência, existe algum tipo de ligação entre elas e a provedoria? Sim, há diversas instituições, ao nível do Concelho, que têm o seu tipo de organização e com as quais

temos tido contacto. Temos tido o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, no dia 3 de Dezembro. Ultimamente, em lugar de circunscrever a nossa actuação só para aquele dia, procuramos fazer uma abrangência de mais de 20 dias. E isso só é possível com o apoio das diferentes associações que há no Concelho. Que tipo de trabalho desenvolvem em conjunto? A provedoria não quer, nem deve, interferir na independência de cada associação. Temos que estabelecer ligações com todas as associações. Mas mais do que essas, e é isso que estamos a procurar fazer, num âmbito mais alargado, temos já hoje ligações e estudos com a ACAP. Técnicos da ACAP têm-se disponibilizado para trabalhar connosco e isso é importante, porque ultrapassa aquele cantinho que temos aqui. Por exemplo, só foi possível darmos os primeiros passos, e vamos continuar, agora na Viagem Medieval na língua gestual porque estabelecemos parceria com a Associação dos Surdos. A partir daqui, estas ligações permitem-nos caminhar com segurança. Por exemplo, eu tenho a minha deficiência e sei ver aquilo que é barreira e o que está correcto. Agora, por exemplo,

para um cego já não sou capaz. E só conseguirei alguma coisa se me ligar a essas associações. A provedoria da Feira e do Porto, que é liderada por uma feirense, a Lia Ferreira, têm tido uma ligação muito próxima. Reunimos, falamos muitas vezes e desta discussão podemos tirar determinadas ilações e realizar acções conjuntas. A ligação à Viagem Medieval pode potenciar um maior interesse para este tipo de assuntos? É evidente. Vai-se procurar, também, um novo público-alvo. Isso é importante porque a minha ideia, enquanto provedor, é que nós não devemos fazer a apologia de querermos um espaço acessível para a pessoa portadora de deficiência. Devemos fazer a apologia que o espaço tem que ser acessível para todos, porque não é só a pessoa com deficiência que sofre com isso. Hoje temos uma população extremamente envelhecida, que muitas vezes não consegue quase sair de casa. Temos mães com carrinhos de bebé, pessoas obesas, com dificuldade em se locomover. Se fizermos a apologia de que devemos estar a pugnar pelo interesse de uma minoria não colhemos tantos efeitos como se dissermos que isto melhora a vida de todos. Esta tem sido a nossa ideia.

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O Concelho, no que toca ao Desporto, tem tido uma preocupação para com o cidadão com deficiência. Quão importante é esta realidade? Estes projectos são muito importantes. Já sou portador de deficiência há 46 anos. Ela resulta da Guerra Colonial. Naquela altura, o deficiente era visto como alguém caracterizado com aquele diminutivo depreciativo “inho”, de tolinho ou aleijadinho, e era recolhido, ostracizado. Quase não via a luz do dia. Hoje não é assim. A pessoa que está diminuída, que é vulnerável neste ou naquele aspecto, tem direito e tem o dever, tal como a sociedade, de pugnar para que tenha condições. E as condições de prática desportiva são um passo fundamental. Aliás, falo da prática desportiva para todos, mas há também uma outra, a natação adaptada, que é mais voltada para a competição. Temos tido até brilhantes resultados nos paralímpicos. Dir-me-ão que é por uma minoria, mas isso também é importante porque, mediaticamente, transporta a ideia de que todos podem, e devem, praticar desporto. O fomento da prática desportiva é fundamental. Eu e a Rosário estamos a trabalhar no próximo orçamento da provedoria e esperamos que nele sejam contempladas outro tipo de verbas para que possamos ter uma intervenção mais alargada.


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Correio da Feira 05.AGO.2013

O diálogo da psicologia ou psicologia do leitor

O itinerário ou o caminho do adolescente

A adolescência é uma etapa do desenvolvimento humano, que muitos consideram como a mais problemática em termos educativos e até mesmo em termos relacionais. No entanto, é por demais evidente que será um período desenvolvimental igual aos outros apesar das vicissitudes que possam existir nos adolescentes. Assim sendo, verificamos que é um período em que o adolescente não sendo ainda adulto procura assumir-se como tal

podendo, em alguns momentos, agir como se de um adulto se tratasse e não querendo ouvir o que os pais, educadores ou outros significativos lhe possam transmitir. Por conseguinte, importa que ao longo de todo o desenvolvimento os pais, educadores ou outros significativos possam estar atentos às reações psicoemocionais e psicocomportamentais do jovem para que dessa forma, possam delinear um conjunto de práticas educativas capazes de resolver pequenos conflitos ou dissabores. Devem sempre procurar um conjunto de respostas que não se baseiem na punição, mas que sejam educativas e que façam perceber, ao adolescente, o quão errado ou acertado pode estar. Embora nem sempre fácil, tornase relevante para o desenvolvi-

mento do adolescente dar-lhe sempre um itinerário educativo e nunca um caminho educativo. Apesar de poder parecer estranho nunca poderemos fazer a construção educativa naquilo que desejamos que o adolescente seja – caminho -, mas poder construir um conjunto de alternativas que sejam facilmente interpretáveis pelo adolescente e exploráveis por ele – itinerário. Assim, o adolescente, sabe que poderá agir de determinada forma para obter determinada gratificação ou determinado objetivo, mas também sabe que qualquer desvio a determinada situação não totalmente apreendida poderá trazer situações mais negativos ou dolorosas. Mas a entrega de um determinado itinerário faz perceber ao adolescente, que apesar de tudo o que aprendeu com os seus pais, educadores ou

outros significativos, ele poderá sempre explorar algo que não lhe ensinaram ou que lhe transmitiram como negativo. Torna-se premente, que esqueçamos o caminho educativo que possamos dar ao adolescente, pois não permite a exploração do contexto nem encontrar alternativas para situações negativas e até mesmo catastróficas ao adolescente. Embora saibamos que, em alguns momentos, o trajeto escolhido pelo adolescente poder ser o mais longo na aprendizagem perante certo contexto não devemos, em momento algum, repreende-lo insistentemente, nem puni-lo. Importa sim, que consigamos apoiá-lo, que consigamos explicar-lhe como determinada situação pode ter ocorrido, pois apesar de não ter conseguido alcançar determinado objetivo

existem sempre alternativas para contornar determinado obstáculo – itinerário. Finalizo, afirmando que os nossos caminhos não serão certamente os caminhos dos nossos adolescentes, por isso teremos de balizar os interesses educativos com as necessidades dos adolescentes. De que serve punir se não encontrarmos alternativas? De que serve proibir se não explicamos corretamente? Os nossos caminhos educativos não se baseiam no não e mais não, por isso construamos itinerários educativos, que permitam a escolha acertada ou errada do adolescente, mas que ele próprio entenda a alternativa que tem perante determinado fracasso.

Nuno Barata, psicólogo clínico

Olá!!!

O meu interesse pela actualidade local, leva-me a ler uma coluna de opinião que o Correio da Feira disponibiliza, semanalmente, a António Cardoso, apesar de, confesso, não ser apreciadora da sua forma, nem tão-pouco do seu conteúdo.

O cronista faz parte dos candidatos socialistas à Câmara, e aproveita o espaço para um oco e estéril exercício de divagação, revelando talvez as frustrações acumuladas do seu exercício político, onde há mais de 30 anos vem somando derrotas. Diz o povo e com razão, que “quem não tem, não pode dar”, mas mais grave, este sr. permitese inventar. Ofuscado com o vazio das suas próprias ideias, distorce a realidade tal qual ilusionista, na tentativa de mascarar a sua incompetência socialista, com o objectivo único de iludir eleitores. Numa das suas últimas criações

ilusionistas, escreveu que a Câmara deve reduzir as taxas a pagar para indústrias que se fixem em Santa Maria da Feira. Mas pergunto eu, será que António Cardoso desconhecia a proposta que a Câmara aprovou com o objectivo de fixar e criar emprego, de, não apenas reduzir, mas isentar do pagamento de taxas todas as legalizações ou ampliações de industrias ou armazéns existentes, que agora se juntam à isenção de taxas há muito concedida para as zonas industriais? Podia dar-lhe o benefício da dúvida, os vereadores socialistas podiam não o ter informado (até

porque é publicamente conhecido que alguns não gostam da sua forma de fazer política), mas não lhe posso conceder a duvida porque, este assunto depois de sujeito a discussão pública, também foi aprovado na Assembleia Municipal, da qual Este senhor faz parte e na qual se arvora em líder da bancada socialista. Mais sabe, que estas isenções de taxas foram aprovadas com a oposição de alguns dos seus colegas socialistas. Mas, mais grave ainda, quando supostamente escreve o artigo, essas mesmas isenções de taxas estavam aprovadas, publicadas em diário da

republica, e mais, já em vigor. Daqui podemos tirar uma conclusão, ou este senhor se acha muito esperto, ou está a minorar a nossa inteligência. Dirão vocês, coitado se calhar não foi ele que escreveu o artigo, se calhar assinou de cruz. Talvez, digo eu, mas se assim for, permitam-me considerar que Eduardo Cavaco e António Cardoso (a quem desejo longa vida no PS), quando apregoam a competência e rigor socialistas, estão no auge da sua incompetência política.

um impasse político nesta Freguesia e levaram à inviabilização do executivo, levando Mosteirô a eleições intercalares. Agora nesta campanha, Manuel Resende vai pelo CDS, ou seja regressa ao partido que começou. Até aqui tudo normal, até que os Mosteiroenses foram surpreendidos com umas trocas de camisola fantásticas. José Miguel Dias, grande amigo de Manuel Resende, sai

do PSD e vai pelo PS, partido que foi sempre contra e Celina Santos sai do CDS e vai também pelo PS. Quero voltar a lembrar, que estes indivíduos criaram um mau estar político na nossa terra e levaram à inviabilização do executivo e a eleições intercalares !! Depois o PS apressou-se na escolha da sua cabeça de lista e fez a sua escolha. Escolheu a actual candidata, filha de um empresário e

grande amigo de Manuel Resende. Ora, o povo de Mosteirô que vai às assembleias, não esqueceu que Manuel Resende reclama os milhares de euros que diz ter emprestado à Junta enquanto foi Presidente (sem qualquer prova ou documento assinado claro) e certamente os quer recuperar...

Estado do Empreendedorismo, Franquelim Alves, que após uma leitura atenta ao seu currículo fornecido pelo governo, se constatou que este nobre cidadão tinha conseguido nascer antes da sua própria mãe. Feito notável para quem se passeou pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN). Recentemente Cavaco, o tal que nunca se engana, deu posse a Maria Luís Albuquerque como Ministra das Finanças, que depois

de acertar forte e feio no bolso dos contribuintes, agora, não acerta na verdade. Provavelmente a falta de pontaria deve-se a problemas do foro oftalmológico. Os swaps turvam a visão de qualquer um. A velha máxima “beber para esquecer” assenta como uma luva ao novo ministro da economia, que tem como meta relançar o crescimento da economia. No entanto, em cinco anos, abateu 700 postos de trabalho na Unicer. Para o quadro ficar mais claro,

nada mais que arranjar uma máquina de lavar, pois, só assim, se consegue limpar as nódoas entranhadas na vestimenta do poder. Como se não bastasse, saca-se de Rui Machete, que presidiu a comissão de inquérito, que ilibou Oliveira Costa de fraude fiscal. Depois disto, até os ateus gritam a plenos pulmões: “Vade retro, Satanás”!

Sara Rodrigues, Canedo

Assim vai o destino da minha terra Às portas das eleições autárquicas, já se vêm os centros das Freguesias carregados de outdoors e panfletos alusivos aos partidos e às suas caras e Mosteirô não foge à regra. Ora depois de me ter chegado às mãos um panfleto, fiz uma ída ao passado e ver os panfletos de 2009, pois não acreditava no que via. Se a velha frase “na política tudo é possível” não tinha sentido

para mim, começou a ter agora. Senão vejamos: Em 2009, o PSD tinha como seu candidato normal Manuel Resende que contava nessa lista com José Miguel Dias e o CDS passou a ter como candidata Celina Santos. Aquando da vitória do actual Presidente da Junta Fernando Custódio, pelo PS, estes senhores e respectivos partidos, não aceitando a derrota e o falhanço, provocaram

Carlos Silva, Mosteirô

Vade retro, Satanás!

Quando o apodrecimento é o centro de ação das governações implementadas pela mundialização das oligarquias financeiras,

a deterioração da democracia avança, a cada dia que passa, em velocidade cruzeiro. Por cá, a putrefação está a tentar apoderar-se das nossas vidas. Para quem nos governa, a vergonha fez as malas e meteu férias vitalícias. O despudor é total! O pântano é hoje a auto-estrada por onde circula o poder. Cavaco é uma espécie de pontífice desta nova religião, dando posse a tudo e a todos. Todos se lembram secretário de

Joaquim Dias, BE Santa Maria da Feira


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Terra a terra

Escapães

Defende o presidente da Junta, Gastão Valente

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“Escapães é uma freguesia em pleno progresso”

Gastão Valente refere que a freguesia não sente muito o flagelo do desemprego e sublinha que é proibido andar a pedir pelas ruas de Escapães. Uma freguesia em pleno progresso, limpinha e sem grandes problemas. Assim é definida Escapães pelo seu presidente da Junta, Gastão Valente, que se congratula por, na recta final da sua vida política, ter conseguido resolver duas questões prementes na vila, relacionadas com a Urbanização das Arcas e o Parque Escolar. “Escapães é uma freguesia em pleno progresso” – começa por referir o autarca, que destaca as boas acessibilidades, a arrumação da vila e a atenção da freguesia para com o peão na via pública: “Estamos perto do hospital e somos banhados por três autoestradas. Em termos de ambiente, é uma freguesia limpinha, ordenada e arrumada. Fizemos um esforço em colocar tudo o que é industria na Zona Industrial, para melhorarmos a zona habitacional. Alterámos a questão das árvores de folha caduca e trocamo-las por árvores de fruto, o que torna as

ruas mais limpas. Demos prioridade à área pedonal. Estamos a alargar as ruas dando prioridade ao peão, fazendo passeios largos. Esta intervenção começou no centro da freguesia”. O presidente da Junta de Escapães congratula-se também por ter praticamente resolvido o problema na Urbanização das Arcas, “porque era um cancro aqui tínhamos no centro da freguesia”, classificando o acto como “a cereja no topo do bolo no final destes três mandatos”. Para além desse problema, estão quase concluídas as obras relacionadas com o Parque Escolar. “Não será nas mesmas proporções que idealizamos. Estamos a requalificar a Escola EB 1 de Igreja para tirar a porcaria dos contentores que muitas dores de cabeça nos deram” – explica Gastão Valente. Quanto a problemas, o autarca não vê um que o realmente aflija. “Havia muito vandalismo no início do meu primeiro mandato mas, hoje, não é como antigamente. Não estamos livres desse problema mas acontece apenas uma ou outra vez” – começa por dizer, para de seguida sublinhar que “ninguém pode andar a pedir às portas pela freguesia. Se alguém o fizer as pessoas avisam logo a Junta. Há uma cultura instalada na freguesia, para

evitar maus costumes”. Nem mesmo o desemprego tira a calma a Gastão Valente. “O desemprego não se nota na freguesia. Há apenas um ou outro caso. É um tema que não é da nossa responsabilidade mas estamos atentos no apoio às dificuldades das pessoas” – refere. Uma das principais apostas da freguesia prendese com o fomento da prática desportiva e do envolvimento cultural da população. Para tal, a Junta “assumiu os custos de todas as associações e colectividades que queiram utilizar o pavilhão gimnodesportivo, mas apenas em termos de formação”, sublinhou Gastão Valente, que reforçou “o empenho de todos” para a diversidade de “oferta em termos de desporto e cultura” em Escapães. Em Setembro de 2013, Gastão Valente fecha o seu ciclo no mundo da política. O autarca está a terminar o seu terceiro mandato enquanto presidente da Junta de Freguesia escapanense e agradece a possibilidade que lhe foi dada pelos eleitores. “Acabo o meu terceiro mandato e minha actividade política. Sinto-me feliz pelo voto de confiança que a população de Escapães me deu. Estarei sempre disponível para ajudar, tirando na vida política” – explica.

1

Conferência de S. Vicente Paulo de Escapães

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Fábrica da Igreja de Escapães

3

Escola de Música de Escapães

4

Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Escapães

5

Apoio à Caridade

6

Associação Recreativa e Columbófila de Escapães

7

Centro Cultural e Desportivo de Nadais

8

Associação do Centro Social de Escapães

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Rancho Folclórico de S. Martinho de Escapães

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Clube Desportivo de Escapães

11

Pequeno Campo de Jogos da Paróquia de Escapães

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Campo de Desportivo Amadeu Joaquim Gonçalves

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Pequeno Campo de Jogos de Nadais

14

Pavilhão Desportivo da Associação do Centro Social de Escapães

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Campo de Ténis do Centro Social de Escapães

16

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja (Edificio 1)

17

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja (Edificio 2)

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Jardim de Infância da Igreja

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Escola Básica do 1º Ciclo de Nadais

20

Jardim de Infância de Nadais

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Escola Básica do 1º Ciclo e Jardim de Infância de Santo António

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Parque de Lazer do Eleito Local

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Parque de Lazer da Nossa Senhora das Necessidades

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Parque de Lazer de Escapães

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Quinta do Vale Grande

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Igreja Paroquial de S. Martinho

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Capela de Santo António

28

Capela de Nossa Senhora das Necessidades (Nova)

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Capela de Nossa Senhora das Necessidades (Velha)

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Extensão de Saúde de Escapães

31

Junta de Freguesia de Escapães

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Biblioteca de Escapães

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Habitação Social da Junta de Freguesia de Escapães

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Habitação Social de Escapães

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Gabinete de Proximidade de Escapães

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Centro de Dia e Lar de Escapães

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Correios - Posto de Escapães

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Estatísticas demográficas de Escapães Indicador Estatístico População Residente Área Densidade Populacional

3.309 4,30 769,53

Habitantes Km2 Hab / Km2

127 147 135 224 2.161 515

3,84 % 4,44 % 4,08 % 6,77 % 65,31 % 15,56 %

451 2.343 515

13,63 % 70,81 % 15,56 %

População Residente por Escalões Etários 0 – 4 Anos 5 – 9 Anos 10 – 13 Anos 14 – 19 Anos 20 – 64 Anos 65 e + Anos População Residente por Grandes Grupos Etários 0 – 14 Anos 15 – 64 Anos 65 e + Anos Índice de Envelhecimento Índice de Dependência de Idosos Índice de Dependência de Jovens

114,19 21,98 19,25

População Economicamente Activa Taxa de Atividade Desempregada Total

Empregada

34 1.755

1.543

Total

Proc. 1.º Emprego

212

36

61,41

Novo Em- Taxa de Desemprego prego 176

12,08

População Empregada por Setor de Atividade Setor Primário Indiv. 6

26

Setor Secundário

Setor Terciário

%

Indiv.

%

Indiv.

%

0,39

718

46,53

819

50,08

População Residente por Grau de Escolarização N/ sabe ler nem escrever 129 ind. 4,57

Taxa de Analfabetismo

1.º Ciclo Ensino Básico Completo

899

A frequentar

131

2.º Ciclo Ensino Básico Completo

588

A frequentar

84

3.º Ciclo Ensino Básico Completo

542

A frequentar

118

Ensino Secundário Completo

391

A frequentar

118

Ensino Pós-Secundário Completo

24

A frequentar

8

Ensino Superior Completo

313

A frequentar

128


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Terra a terra

Escapães 6

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Freguesia demonstrou sempre um dinamismo económico e social assinalável A história, a cultura e a economia da freguesia de Escapães estão ligadas, de forma quase umbilical, à freguesia e ao Castelo de Santa Maria da Feira. Ainda nos dias de hoje, o imaginário popular conserva simbolicamente a lenda em torno da origem do nome de “Escapães”. Assim, e de acordo com a tradição popular, em meados do século XII, o poço do Castelo dos Senhores da Feira estaria envolto em misteriosas lendas. Durante muito tempo ninguém se atrevia a entra nesse poço que possuía um caminho subterrâneo de refúgio em tempos de guerra Mas um dia apareceu um homem de raça negra disposto a encontrar e percorrer o tal caminho subterrâneo, afirmando que trazia consigo um talismã capaz de afastar os maus espíritos. Determinado, iniciou o caminho rumo ao fundo do poço tocando com toda força uma campainha. O destemido homem foi continuando naquele medonho silêncio até que já muito longe avistou claridade. Com o coração aos saltos, correu para a luz e rapidamente subiu uma ravina. Cá fora, observando ao longe o Castelo da Feira e exteriorizando a sua alegria, terá gritado: - Escapei, escapei. O povo, que trabalhava ali por perto, foi ao encontro do homem. Ele contou a sua aventura e pediu-lhes que em memória do seu feito dessem a esse lugar o nome de “escapei”, hoje Escapães. Atendendo ao seu posicionamento em relação à freguesia-sede do município, a freguesia de Esca-

pães demonstrou sempre um dinamismo económico e social assinalável. Embora a economia actual do município assente, sobretudo, nos sectores secundário e terciário, durante largos séculos tal facto não aconteceu. Com efeito, noutros tempos foram as actividades ligadas à agricultura e à exploração silvícola, que dominaram o tecido produtivo local, sendo que nesse período, havia em Escapães diversas casas agrícolas de reconhecida dimensão e qualidade. Com a transformação económica do município e da região registada na segun-

Este vigor económico da freguesia foi sendo acompanhado, ao longo dos anos, por um forte crescimento demográfico. da metade do século XX, transformação essa assente, sobretudo, num intenso fenómeno de crescimento industrial, também a freguesia de Escapães conheceu um enorme processo de transformação. Deste modo, o seu posicionamento geográfico face à sede do concelho e aos principais eixos viários da região da época, aliado à proximidade com outros pólos industriais da região, potenciaram o surgimento de diversas unidades industriais na freguesia, sobretudo nos subsectores do calçado, mobiliário, serralharia e confecções. Este vigor económico da freguesia foi sendo acompanhado, ao longo dos anos,

por um forte crescimento demográfico. De acordo com os dados disponibilizados pelo INE, no período compreendido entre 1981 e 2011, a população de Escapães cresceu cerca de 26%, contabilizando, em 2011, 3.309 habitantes Escapães é uma freguesia com excelentes condições de acessibilidade face aos grandes eixos rodoviários da região (A1, A29, A32, EN1/IC2), apresentando uma boa cobertura em termos de equipamentos e serviços públicos, sendo que neste capítulo há a destacar a existência de serviços como os CTT, Extensão de Saúde, Unidade de Cuidados Continuados, Pavilhão Desportivo e uma adequada rede escolar. Factor diferenciador da freguesia é, ainda, o dinamismo do seu tecido associativo. Em termos de estrutura demográfica, Escapães apresenta uma população com um comportamento tendencial de envelhecimento algo acentuado. A este facto não será, certamente, alheia a circunstância da proximidade da cidade de Santa Maria da Feira onde a oferta habitacional é mais vasta e diversificada sobretudo para os jovens. Em termos de estrutura económica, o sector secundário (46,53%) e o sector terciário (53,08%) empregam a quase totalidade da mão-de-obra da freguesia de Escapães. No entanto, as actividades ligadas à agricultura, têm ainda um peso importante na estrutura económica da freguesia, não como primeira e principal actividade, mas sim como actividade complementar.

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S. João de Ver // Chuva forte não permitiu habitual limpeza do parque

Bloco de Esquerda denuncia abandono do Parque de Souto Redondo O Bloco de Esquerda (BE) alertou, recentemente, para a situação do Parque de Souto Redondo, em S. João de Ver. “O parque infantil está totalmente abandonado. As ervas e as silvas tomaram conta da obra. Para o BE é prioritário dar qualidade de vida aos sanjoanenses. O asseio e o embelezamento têm que ser a marca da modernidade em S. João de Ver. O BE propõe a limpeza, requalificação e a dinamização do parque infantil de Souto Redondo” – afirma o partido em comunicado. Contactado pelo Correio da Feira, o presidente da Junta de S. João de Ver, Amaro Araújo, disse que “o Parque de Souto Redondo está quase desactivado” mas que a limpeza será feita. “Vai ser limpo como os outros parques. Só está à espera que chegue a sua vez. Mas não vamos adiantar a limpeza só por causa de um comunicado do BE” – aponta o autarca, que frisa que o parque é limpo todos os anos e “mais do que uma vez”.

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Santa Maria da Feira

Identificado por tentativa de furto DR

O Comando Distrital de Polícia de Aveiro, por intermédio da Esquadra Policial de Santa Maria da Feira, identificou, na passada segundafeira, um homem, de 28 anos, por tentativa de furto num prédio em construção. Os agentes interceptaram, em flagrante, o suspeito a tentar introduzir-

se no prédio, com o auxílio de um pé de cabra. Após ter sido identificado, o homem seguiu o seu destino, em virtude de não ter sido possível contactar o proprietário do prédio, em tempo útil, a fim de exercer o direito de queixa. Para além do pé de cabra, foram ainda apreendidas duas chaves de fendas.

Rio Meão

Detido por tráfico de estupefacientes “Este ano está um pouco mais atrasado porque tivemos dois meses de chuva, que foram Abril e Maio, e não podíamos trabalhar. Normalmente nessa altura colocamos uma camada de herbicida, mas não foi possível, e as ervas cresceram. Estamos a tentar recuperar o tempo perdido” – explica o presidente da Junta de S. João

de Ver. Quanto a projectos futuros para o parque, Amaro Araújo sublinha que para dar vida àquele equipamento seria necessário “um parque novo”. “Hoje as exigências são muito grandes, não podemos pôr as coisas de qualquer maneira” – afirma o presidente da Junta.

S. Miguel de Souto // Aconteceu no passado dia 1 de Agosto

Um indivíduo, de 45 anos, foi detido por militares do Núcleo de Investigação Criminal do Destacamento Territorial de Santa Maria da Feira, na tarde da passada segunda-feira, em Rio Meão, pelo crime de tráfico de estupefacientes. O indivíduo tinha na sua posse de 0,1 gramas de heroína, 0,1 gramas de cocaína, 20 euros, um telemóvel e um ciclomotor. Posteriormente foi realizada uma busca domiciliária tendo sido apre-

endidos 0,4 gramas de heroína, 2 gramas de cocaína, 160 euros e ainda material usado para a prática do tráfico. O indivíduo foi avistado pelos militares a traficar estupefacientes com um homem de 30 anos, que foi identificado, tendo na sua posse 0,1 gramas de heroína e 0,1 gramas de cocaína. O detido foi presente no Tribunal Judicial da Comarca de Santa Maria da Feira na passada quarta-feira. DR

Vandalismo na sede do CDS-PP Na madrugada de 1 de Agosto, a vitrina da sede de candidatura do CDS-PP em Souto foi vandalizada. “Este acto só vem reforçar o medo de alguma gente. Há “coincidências” a mais nesta terra nos últimos tempos: na noite seguinte à apresentação na Junta dos membros que compõem a

lista por Souto e Mosteirô, acontece este acto de intimidação. Isto só vem confirmar que há forças que sentem incómodo com o nosso dinamismo” - refere o partido, em nota enviada à imprensa. “Esta candidatura não se intimida, tem um projeto sério e bem definido. Estamos num país

democrático e é pena que nem toda a gente pratique os princípios de democracia, liberdade e cidadania. Esperamos que estas atitudes não se repitam. Se estamos a incomodar é porque estamos no caminho certo. Confiamos nos cidadãos de Souto e Mosteirô. Estejam atentos” - conclui. Publicidade


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Correio da Feira 05.AGO.2013

Santa Maria da Feira // Água e saneamento para 15 mil habitantes

Santa Maria da Feira // Na Biblioteca Municipal

Saneamento no Concelho já vai na sua última fase

A justa homenagem ao Padre Domingos de Azevedo Moreira

Jorge de Andrade

A cerimónia de assinatura do Contrato de Financiamento da Rede de Drenagem das Águas Residuais das Bacias de Laje e Cáster, que teve lugar na passada terça-feira, marcou a entrada na última fase das obras de saneamento no Concelho. “Quando olhei pela primeira vez para um projecto com este custo, um investimento superior a 150 milhões de euros, pensei que já não seria nos meus dias de Câmara ou sequer nos meus dias de vida que ficaria o problema resolvido. Mas a dificuldade aguça o engenho e procuramos todas as possibilidades para resolver este grandioso problema no Concelho. Fizemos diversas contratualizações e procuramos soluções, e hoje temos o problema da água e do saneamento resolvido” – afirmou o presidente da Câmara, Alfredo Henriques, que abriu a cerimónia. Na sua apresentação do projecto, o vice-presidente da Câmara, Emídio Sousa, adiantou que, pelo Concelho, são 1060 quilómetros de condutas e 23 reservatórios de água, com 97% de taxa de cobertura e 73% de taxa de adesão. “Os reservatórios têm uma reserva de água até 48 horas, ou seja ninguém fica sem água. Uma falha demora 10 a 12 horas a ser reparada e há garantia de fornecimento contínuo” – explicou. Quanto ao tratamento das águas residuais, existem 11 ETAR, com uma taxa de cobertura actual de 80%, sendo que a meta é chegar aos 90% até ao final do

ano. “É um concelho complexo, com quatro bacias e território acidentado” – referiu Emídio Sousa. “A obra de saneamento é extremamente desagradável para as populações, por causa dos buracos, das lamas, do pó… Mas vale a pena ver os resultados” – salientou ainda o vice-presidente da Câmara, que não deixou de referir o impacto positivo nos espaços requalificados. “Estamos na segunda fase do passadiço Rio Uíma. A fauna e a flora já estão a recuperar. Recuperam muito rapidamente. Depois temos a menina dos olhos do saneamento, que é a Praia Fluvial da Mámoa. Todos os dias tem milhares de pessoas. É inédito termos uma praia fluvial em zona urbana. Só foi possível porque acabamos as obras de saneamento. Temos ainda as Caldas S. Jorge que, com uma concessão privada, ficamos com um espaço de referência, com um impacto tremendo na zona das termas” – enumerou Emídio Sousa. Segundo o vice-presidente, “a conclusão das últimas obras permitirá uma significativa melhoria da qualidade das águas dos rios e ribeiras”. Para esta última fase da obra de saneamento, das Bacias de Laje e Cáster, o investimento é de 9.3 milhões de euros, sendo que a comparticipação comunitária é de 6.8 milhões de euros. “É o corolário de um investimento muito grande que tem vindo a ser feito no Concelho com elevados níveis de requalificação ambiental e bem-

estar da população. É uma forma de prestar contas da aplicação dos fundos comunitários do QREN, quer ao nível da execução quer ao nível da qualidade. Nós não vimos estes projectos porque as suas fundações estão enterradas, mas vimos os seus resultados. Vai servir cerca de 15 mil habitantes, abranger diversas freguesias e esperemos que esteja concluído no prazo que se prevê, no fim do corrente ano” – disse a presidente do Programa Operacional Temático de Valorização do Território, Helena Azevedo. Também presente na cerimónia esteve o Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro de Almeida. “Este era um município que não tinha condições e andava a correr com correntes nos pés, correntes essas que eram a água e saneamento. Muitos parabéns à Feira por se ter libertado desse peso na corrida ao desenvolvimento e competir agora noutra divisão” – apontou Castro Almeida, sublinhando que muitas das infraestruturas, hoje, no Concelho, se assemelham às do centro da Europa. O secretário de Estado salientou ainda que é necessário apostar, agora, na criação de emprego. “É preciso que os municípios comecem a investir na criação de riqueza e na captação de emprego para que as empresas se tornem mais competitivas, o que depende em grande medida dos empresários. É preciso empreendedorismo” – afirmou Castro Almeida.

Nascido em 1933, em Romariz, o Padre Domingos Azevedo Moreira foi, como gostava de referir, abade de Pigeiros, durante 50 anos. De uma forma humilde, dedicou toda a sua vida aos seus paroquianos, família e ao estudo, buscando, permanentemente, o conhecimento. Homem de elevada inteligência e cultura, com profundos conhecimentos das línguas clássicas e modernas, de história, de linguística, de filosofia e de teologia, participou em múltiplos congressos nacionais e internacionais e legounos uma vasta obra, de elevado valor científico, que lhe valeu o reconhecimento nacional e internacional, como sendo um inovador da historiografia portuguesa. Ao longo de uma vida de enorme austeridade, vivida numa modesta casa paroquial, rodeou-se de livros, colocados, organizadamente, em caixotes, que trepavam pelas paredes, em equilíbrio permanente. Amigo, como referia “ do estudar e da intelectualidade”, procurava incessantemente aumentar o seu saber. Nada avaro do seu conhecimento, partilhava-o com todos aqueles que o buscavam ou nos seus escritos, nunca terminados, como se pode verificar nas múltiplas notas manuscritas que bordejam os seus textos. Acompanhava-o, no seu portamoedas, um papelinho amarro-

tado, com uns minúsculos lápis e borracha, não fosse necessário, em qualquer momento, escrever uma nota preciosa, um título de um livro a ler obrigatoriamente. Sem telefone, sem os recursos que os investigadores têm, sem transporte próprio, conhecia as edições nacionais e internacionais de livros. Ora no Porto, onde madrugava em livrarias e em alfarrabistas, ora na Galiza, onde se deslocava com os múltiplos amigos que entendiam a sua paixão pelo saber, procurava, obsessivamente, todos aqueles livros que o ajudavam nos seus estudos. Na hora da sua partida, anunciada pela doença, doou ao seu Município a sua biblioteca e toda a sua obra, editada e manuscrita. A sua passagem pelo tempo deixou a marca de um homem grande que, justamente, foi e é reconhecida pelos seus concidadãos e por todos aqueles que o reconhecem como figura maior da cultura portuguesa. Por tal, no sábado, dia 27 de Julho, em Pigeiros e na biblioteca municipal, foi prestado um singelo mas profundo tributo, à sua vida e obra. E é neste lugar, por ele escolhido como guardião dos seus livros, em reconhecimento da sua doação e homenageando o seu particular amor pelo conhecimento, que está patente, até 7 de Setembro, uma exposição intitulada A biblioteca de Padre Domingos Moreira.

Fotolegenda DR

Santa Maria da Feira // Cláudia Jacques é madrinha da associação

Aanifeira junta-se à Bodyshop numa campanha para angariar fundos A Bodyshop está a desenvolver uma campanha a nível nacional em conjunto com três associações de solidariedade social: ANIA, Ajuda de Berço e Aanifeira. “É a primeira vez que participamos nesta campanha. Aceitamos com muita honra o convite visto que os produtos da Bodyshop não são testados em animais” – afirma a directora da Aanifeira, Ângela Quaresma. Na compra do creme labial “Dragon Fruit Lip butter”, em qualquer loja Bodyshop, o valor

reverte para uma das associações envolvidas, sendo que é o cliente que escolhe para que associação vai o seu donativo. Para que a Aanifeira seja escolhida, a associação decidiu fazer uma campanha de promoção em que convidou a sua madrinha, Cláudia Jacques, para ser a protagonista. “Achamos interessante que ela desse a cara a favor desta campanha porque é algo feminino, inovador e a Cláudia gosta de animais” – diz Ângela

Quaresma. A acompanhar Cláudia Jacques esteve o namorado Max Oliveira, que também participou na apresentação. “O Max foi uma mais-valia porque ele é bailarino e dançou com os animais” – conta a directora da Aanifeira. Ângela Quaresma não deixa de agradecer à empresa Pixel, que levou a cabo a produção e realização das fotos e do vídeo para a campanha, e frisa que todos os animais presentes nas imagens podem ser adoptados.

O restaurante de S. João da Madeira da McDonald’s festejou o seu aniversário com a presença do Ronald McDonald, que conseguiu, como só ele sabe fazer, alegrar, divertir e tornar diferente a visita dos clientes! As crianças (e os adultos) vibraram com as suas brincadeiras, magias e histórias.


Correio da Feira 05.AGO.2013

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Canedo // Há Festa na Aldeia recupera antiga romaria

Potencialidades de Porto Carvoeiro em foco DR

O regresso da festa em honra de S. Lourenço, que já não se realizava há cerca de cinco anos, é um dos atractivos do programa do quarto evento-âncora do Há Festa na Aldeia, a decorrer em Porto Carvoeiro, nos próximos dias 10 e 11 de Agosto. “A nossa estratégia assenta na preservação da identidade local - estimulando o sentimento de pertença das populações residentes - e este é mais um exemplo do nosso desiderato” - afirma Emídio Sousa, presidente da entidade promotora, a Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria (ADRITEM). Nesta povoação do concelho de Santa Maria da Feira são várias as propostas do programa, que promete muita animação ao longo dos dois dias, de onde se destaca um conjunto diversificado de actividades, como música, teatro, feirinha de produtos locais e gastronomia. “O projecto, que tem ultrapassado todas as nossas expectativas, tem transformado as aldeias, tornando-as mais atractivas. Porto Carvoeiro não é excepção e a sua população prepara com afinco o Há Festa na Aldeia” - salienta Emídio Sousa. Tornar a aldeia de Porto Carvoeiro “com vida e combater a desertificação” é, precisamente, um dos desafios da Junta de Freguesia de Canedo, que vê no projecto

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Há Festa na Aldeia “um contributo decisivo” para essa ambição. “Canedo quer voltar a olhar o rio Douro de frente e esta é uma janela de oportunidade para dinamizar a localidade, cujo seu porto fluvial chegou a ser o maior entreposto comercial do concelho, submergido pela construção da Barragem de Crestuma/Lever” diz o presidente da autarquia, Vítor Marques. Já não há barcos rabelos neste troço do rio, de onde outrora saíam para a cidade do Porto transportando madeiras, lenhas e carvão, mas ainda se pesca a lampreia, o sável, a savelha, o muge ou o barbo. A aldeia, com cerca de 80 habitantes, deixou também de ser local de trânsito de passageiros que

utilizavam a via fluvial, mas o seu potencial paisagístico continua a atrair turistas que apreciam este povoado da mais populosa freguesia feirense. Projecto pioneiro de desenvolvimento do território, financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), o Há Festa na Aldeia é promovido pela ADRITEM nas aldeias de Areja, Couce, Porto Carvoeiro, Ul e Vilarinho de S. Roque. O desafio passa por envolver activamente a população estimulando os usos e costumes, as tradições culturais e a gastronomia. O Há Festa na Aldeia em Porto Carvoeiro conta com a parceria do município de Santa Maria da Feira e o apoio da Junta de Freguesia de Canedo.

Heranças - Partilhas - Medições Demarcações - Reclamações

ÓSCAR MANUEL G. MAIA Escritório: Rua Jornal Correio da Feira, 11 - 4º Dto. Sala 401 4520-234 Santa Maria da Feira Telm: 968 060 678

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Espargo // Objectivo será desenvolver, apresentar e vender projectos

Lançada primeira pedra da Caixa das Artes

A construção do primeiro pólo da Caixa das Artes arrancou, oficialmente, na passada terça-feira, com o lançamento da primeira pedra. “Será um dos próximos grandes desafios e uma referência na cultura e na arte. Vai ser um projecto ambicioso e difícil mas nós esperamos que seja mais um factor de desenvolvimento no território” – afirmou o vice-presidente da Câmara, Emídio Sousa. O projecto Caixa das Artes, que será dividido em três pólos, representa um investimento de 8.5 milhões de euros e deverá estar concluído até ao final do próximo ano. O primeiro pólo será o espaço de desenvolvimento da criação artística dedicado às valências de residências artísticas, incubadora da criatividade para artistas emergentes, acolhimento empresarial de negócios criativos, aprendizagem e educação criativa,

investigação para artes do espaço público e espaços cénicos. Situa-se na Zona Industrial do Roligo, em Espargo, porque ali ficarão as oficinas para a construção de adereços e cenários que geram ruídos de soldaduras, carpintaria e de trabalhos com estruturas metálicas. “Já temos o Imaginarius há 12 anos. Já era altura de não sermos só importadores de culturas estrangeiras. Queremos desenvolver projectos criativos, apresentálos e vendê-los” – disse Emídio Sousa. O segundo pólo será a requalificação do Cineteatro António Lamoso e a ele seguirse-á o terceiro pólo com a requalificação e tratamento da Ribeira das Penas. “Vamos recuperar esse passivo ambiental no centro da cidade” – afirmou o presidente da Câmara, Alfredo Henriques.

Feira // Requerimento enviado à Assembleia da República

PCP preocupado com situação laboral da Lunik O PCP apresentou, na passada segundafeira, um requerimento à Assembleia da República a exigir explicações sobre a situação laboral da empresa de calçado Lunik, instalada no Cavaco, e a questionar o Ministério sobre que medidas vão ser tomadas para a sua salvaguarda. “A Lunik, que tem actualmente cerca de 150 trabalhadores, enfrenta, no momento presente, graves dificuldades económicas, tendo recorrido inclusive ao Plano Especial de Recuperação (PER), o que causa naturais preocupações e incerteza quanto à sua sobrevivência” – afirmou o partido no requerimento enviado. Contactada pelo Correio da Feira, a Lunik

confirmou uma “quebra nas vendas” e consequente recorrência ao PER, mas negou haver “graves dificuldades económicas” que envolvam salários em atraso ou extinção de postos de trabalho planeada. “Mais se acrescenta que também não existem dívidas ao Fisco nem à Segurança Social e que a totalidade dos fornecedores continua a assegurar os fornecimentos. Estão ainda garantidas as condições operacionais para respeitar a totalidade dos compromissos assumidos com clientes e fornecedores e existem fortes probabilidades de se conseguirem novos clientes” – afirmou fonte da Lunik.

Fotolegenda

No passado dia 28 de Julho realizou-se a festa que encerrou a temporada da Voltado a Poente. Ao fim da tarde, na Oficina d’Artes VaP, juntaram-se os praticantes das atividades que decorrem, regularmente, ao longo da semana, para mostrarem o trabalho desenvolvido. Obviamente que o público, constituído por familiares e amigos, não faltou.


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Canedo // Remodelaram o espaço com a ajuda de toda a família

Artesanato e roupa em segunda mão é com as Marias na Praça São duas amigas de largos anos e que têm o artesanato como passatempo. Decididas em implementar um espaço inovador em Canedo, Sandra Viegas e Mónica Ferreira querem mostrar às pessoas que há outro mundo para além das lojas do centro comercial. Daniela Castro Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

Desde os 12 anos que Sandra Viegas se interessa por esta área, a vender roupa nas comunhões e festas de aniversário das primas. A mudança para o Porto só aumentou “o bichinho” e começou a participar em feiras de artesanato com as suas próprias peças e a vender online. Mas ainda faltava um projecto: abrir a sua própria loja. “Porque não? O principal é experimentar. Então disse: “vamos abrir uma loja para ver como isto corre”. Falei com a Mónica, que achou a ideia maravilhosa, e começamos” – recorda. Mónica Ferreira não hesitou. “Já nos conhecemos há uns anos, desde o liceu. Eu também sempre quis ter um negócio próprio. Aceitei logo este convite porque vinha da Sandra, que estava cheia de boas ideias” – explica Mónica Ferreira. A ideia estava lançada, agora era preciso pôr mãos à obra. “Em Março começamos a procurar o espaço. Não queríamos um espaço tradicional, de loja debaixo de um prédio. Queríamos uma coisa diferente, um espaço que se assemelhasse a uma casinha. Encontramos este e apaixonamonos. O espaço estava um terror, tivemos que remodelar tudo” – conta Sandra Viegas, que salienta a importância da ajuda de todos os familiares e amigos neste processo. “Toda a remodelação foi feita por nós e pelos nossos familiares e amigos. Os móveis são reciclados, que tínhamos em casa, em casa dos nossos pais e que pedimos para colocar cá e pintarmos. Tenho que agradecer ao meu pai, ao meu irmão, ao meu namorado e ao marido da Mónica, que dispensaram imensas horas no nosso projecto. E o logótipo das Marias foi desenvolvido pelo meu sobrinho” – refere.

Marias na Praça com peças únicas a preços baixos As Marias na Praça abriram ao público em Abril na Rua da Igreja, em Canedo. E o nome, de onde veio? “Queríamos um nome típico português. Tínhamos pensado em Bolacha Maria, que era a minha marca do artesanato, mas não queria estar a repetir. Então pensei “Marias sim, mas onde? Na praça, estamos na praça”. Daí Marias na Praça. Isto apesar de eu e a Mónica de Marias não termos nada. A não ser a filha da Mónica, que é Maria” – afirma Sandra Viegas. “Ela ficou muito contente com este nome” – diz Mónica Ferreira, a respeito da filha. “Aqui temos peças únicas com preços mais baixos. A roupa é um bocado diferente, não é a roupa imposta por aquelas lojas ditas normais, que têm dez camisolas

iguais” – diz Sandra Viegas. Desde que abriram, o que mais têm vendido é “bijuteria, bonecas de pano, as Barrigudas e as caixas de música personalizadas”, sendo que estas últimas são um verdadeiro sucesso. “Quando nascem os bebés, fazemos a caixa de música com o nome dele. Está a ter muita adesão. Já temos até uma encomenda para um casamento em que os noivos querem oferecer caixinhas de música personalizadas aos convidados” – adianta. Para promoverem os seus produtos, “as Marias” participam ainda em feiras. “Participámos na Feirinha pela Noitinha, em Santa Maria da Feira, e também já participámos na Feira dos GuardaSóis” – diz Mónica Ferreira. A loja de artesanato e roupa em segunda mão teve algumas dificuldades em se implementar no

princípio por ser precisamente um conceito novo por aquelas bandas. “Queríamos inovar e mudar as mentalidades das pessoas. No início foi um bocado difícil. No primeiro mês, as vendas foram principalmente a amigos e familiares que vinham cá conhecer a loja. Depois começou a vir a curiosidade das pessoas, que entravam e perguntavam o que isto era, se era roupa usada. Depois, quando dissemos que podiam trazer a roupa, as pessoas ainda aderiram mais. Foi aos poucos. Agora já temos encomendas, já temos clientes fixas. Começa a haver uma afluência diferente” – conta Sandra Viegas.

Pessoas procuram muito a loja para porem as suas peças à venda Um dos factores mais atractivos

na loja é sem dúvida o facto de se poder deixar a roupa “à consignação”, o que em tempos de crise é uma mais-valia. “Começamos com a nossa roupa que já não queríamos. Depois de amigos, familiares… Depois as pessoas começaram a vir cá perguntar se nós comprávamos. Nós dizemos que não compramos mas podem vir cá entregar a roupa. As pessoas vêm cá, nós vemos se a roupa está em bom estado, se está limpa e colocamos à venda. Geralmente ficam cá dois a três meses. O que vendeu, vendeu, o que não vendeu, as pessoas voltam a levar. Quando vêm levantar, se tivermos vendido alguma peça deles levam o dinheiro respectivo. Acho que as pessoas estão a aderir bem a esse conceito” – explica Sandra Viegas.

Apesar de as vendas serem cada vez mais, ainda há um certo preconceito, que as comerciantes notam principalmente nas pessoas de mais idade. “Há aqui uma faixa etária, dos 40 aos 50 anos, que parece que ainda tem medo de comprar em segunda mão. Pensam que significa baixo poder de compra. Apesar de ser em segunda mão não quer dizer que seja roupa usada, porque temos aqui muita roupa que ainda tem a etiqueta da loja de origem” – diz Sandra Viegas. Para contrariar, os mais novos acham o conceito apelativo. “As miúdas dos 15 aos 20 estão a aderir imenso. Temos calções que somos nós que reciclamos, cortando as calças, e elas adoram. Vêm cá, fazem a sua encomenda, querem a renda amarela, a renda vermelha. Nunca pensei que a nova geração aderisse tão bem e é bom porque vão ser o nosso futuro, as mentalidades vão mudar por aí” – afirma Sandra Viegas. No início, a loja encontravase apenas aberta ao fim-desemana, visto que “as Marias” alimentam esta paixão com o seu “ganha-pão” do dia-a-dia. Sandra Viegas trabalha em Marketing e Mónica Ferreira é técnica farmacêutica. A primeira é uma autêntica autodidacta, que nunca fez um curso dentro do artesanato e aprendeu tudo através da Internet, e a segunda, com mais alguma experiência, fez vários workshops ao nível do feltro. A partir deste mês, contrataram uma nova assistente para dar uma ajuda extra. “Cada uma tem o seu trabalho e ao fim-de-semana vínhamos para a loja. Um fim-de-semana era eu, o outro a Mónica. Agora, em Agosto, vamos ter cá uma miúda que já contratamos para estar pelo menos à quinta e à sexta à tarde, porque é a altura dos emigrantes, há mais afluência de gente” - adianta Sandra Viegas. Para além disso vendem na página do Facebook e também por marcação, até às 21h. Quanto a projectos futuros, as ideias não páram. “Em Setembro, Outubro vamos fazer workshops ao nível do crochet e do tricot, que está a voltar” – conta Sandra Viegas. Mas não fica por aí. “Queremos ter uma componente social, que o artesanato seja feito por pessoas cá da terra. Estamos a discutir com a Universidade Sénior e com os lares para ver se as pessoas mais velhas nos ensinam as suas habilidades e, depois, colocamos as coisas que elas fazem a vender aqui na loja” – adianta. O que interessa é “não desistir”. “Para ver se vamos para frente com Marias” – afirma Sandra Viegas


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Santa Maria da Feira // Feirenses contestam a retirada da peça histórica

Onde pára o chafariz do Convento dos Lóios? O chafariz que estava no claustro do Convento dos Lóios foi retirado em 2005 devido à comemoração dos 500 anos da Festa das Fogaceiras. Oito anos volvidos e a peça histórica continua desaparecida. O Correio da Feira foi averiguar o seu paradeiro e se está previsto o seu regresso. Daniela Castro Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

Foi Alcide Brandão que, com o seu artigo de opinião “O Velho Claustro”, despertou o interesse para esta questão. No seu texto falava como se fosse o claustro e queixava-se da falta de companhia desde que lhe retiraram o chafariz e os canteiros. “A última punhalada foi de morte. Tiraram-me tudo: o chafariz e os canteiros de uma vez só, em nome sei lá de quê! Eventos supérfluos e fugazes que nem o povo dá por eles” – escrevia Alcide Brandão. Por detrás do texto metafórico está uma revolta, com a qual muitos feirenses empatizam, pela remoção de um dos maiores símbolos históricos daquele sítio. “Sou filha de Santa Maria da Feira e os claustros sempre fizeram parte da minha vida. Custa-me ver agora aquela nudez absoluta. Parece que está abandonado, sem vida nenhuma. Sinto uma tristeza grande no coração cada vez que lá entro” – disse Alcide Brandão ao Correio da Feira. A justificação de que era necessária a retirada do chafariz para a realização de eventos não convence a feirense. “A Feira é tão grande, tem tanto espaço. Os claustros são espaços de natureza, não para fazer eventos” – afirma Alcide Brandão, que salienta a falta de condições do local para propósitos dessa envergadura. “Aquilo é um espaço muito frio. Na altura dos 500 anos das Fogaceiras as minhas netas participaram e apanharam uma gripe tremenda. Eu também já fui a dois casamentos num claustro e aquilo foi horrível. Ninguém estava bem lá dentro” – explica.

Feirenses indignados com remoção do chafariz Mas Alcide Brandão não é a única. Pelas ruas, os feirenses também se queixam deste “atentado”. “Ali era o sítio dele, era uma peça antiga, bonita, com muitos anos. Eu não concordei que o tivessem tirado mas não tenho poder para o colocar de volta” – diz o popular Adelino Martins. “Tiram tudo, destroem tudo aqui nesta terra. Das pessoas daqui, ninguém concorda com a retirada do chafariz. É uma coisa antiga, as pessoas de fora admiravam-se com aquele património. Já devia estar ali há

DR

O chafariz foi retirado em 2005 devido aos 500 anos da festa das fogaceiras e desde então nunca mais foi colocado muito tempo” – afirma, por sua vez, outro popular, Fernando Silva. Nem os eventos que se poderiam realizar nos claustros são um incentivo para estes feirenses. “A Feira tem tantos hectares praticamente abandonados, há tanto lugar para fazer coisas. É pena destruir as coisas que são mais importantes. Para mim é negativo para a cidade, para o Convento. Era uma peça histórica, emblemática” – aponta o feirense Luís de Almeida Bento. “O chafariz que foi retirado em 2005 esteve no claustro do Convento desde os anos 40 do séc. XX” – conta a directora do Museu Convento dos Lóios, Ana José Oliveira. Originalmente colocados nos claustros como fonte de água para os monges, este tipo de peças também tinha outros propósitos. “A água era um elemento purificador, daí existirem várias peças com água como chafarizes, fontes, poços em quase todos os conventos” – explica Ana José Oliveira. A directora do Museu Convento dos Lóios dá como exemplos a utilização da água nas várias religiões, como o baptismo na religião católica ou o facto de os muçulmanos, antes de entrarem numa mesquita, lavarem os pés e as mãos para se limparem das coisas impuras em que tocaram.

Requalificação pensada para os claustros poderá não incluir chafariz “O chafariz foi retirado porque era necessário, para cumprir

as actividades religiosas das comemorações dos 500 anos da Festa das Fogaceiras. Entretanto entrou-se na requalificação do Convento dos Lóios” – diz a vereadora com o pelouro do Turismo, Biblioteca e Museus, Teresa Vieira. A vereadora explica que o projecto para o Convento está dividido em três fases. À primeira, de recuperação do edifício, que terminou em 2009, seguiu-se a segunda fase, que está agora em curso e contempla a “criação de novas áreas técnicas, como as reservas, laboratório de conservação e restauro e sala de quarentena, aumentando assim a capacidade de acondicionamento de todo o acervo existente e proporcionando o acolhimento de outros acervos”. Depois de terminada, entra-se na última fase que abrange a requalificação dos claustros. “Será iniciada quando terminar a segunda fase, que está prevista acabar em Outubro. Não conseguimos que a segunda fase abrangesse a requalificação dos claustros, por isso ainda não foram intervencionados. Não temos recursos imensos para fazer tudo ao mesmo tempo. A fase está prevista mas ainda não chegou. Há interesse do município em fazê-lo e far-se-á dentro das possibilidades. Será uma obra a curto prazo que, se tudo correr bem, terá início ainda antes do fim do ano” – adianta Teresa Vieira. Quanto ao regresso do chafariz, que por ora está guardado num dos estaleiros pertencentes ao

município, a vereadora sublinha que está tudo em aberto. “Estamos a estudar a melhor maneira para fazer jus àquele espaço. A situação está a ser analisada para vermos se a melhor solução é colocar lá o chafariz ou não. Há diversos factores a ter em conta, como o facto de as quedas de água, a humidade afectar a estrutura do edifício e a conservação das paredes. Mas a situação está em aberto, tudo depende das aprovações” – afirma Teresa Vieira, que salienta a importância de se usar aquele espaço para eventos. “Queremos que continue a ser um espaço aproveitado para actividades e que tenha utilização para toda a comunidade” – acrescenta. Sendo um monumento de interesse público, a Direcção Regional da Cultura do Norte (DRCN) tem que dar o seu parecer relativamente a qualquer alteração. “Qualquer acção que se tome nestas matérias será sempre com discussão das questões com a tutela. Os processos têm que ser acompanhados pelas entidades, senão como se poderia fazer intervenções no museu?” – aponta Teresa Vieira, que dá como exemplos neste sentido as requalificações no castelo e na igreja. A DRCN confirmou que estava a par da retirada do chafariz e que a peça não seria recolocada até as obras estarem terminadas. “Temos conhecimento da retirada do chafariz. Foi retirado porque havia obras e enquanto houver obras não vai

ser colocado. Não há nenhuma irregularidade” – adianta fonte do gabinete de comunicação da DRCN. Contudo, a colocação do chafariz não é obrigatória. “É permitido que retirem definitivamente desde que apresentem um novo projecto de ocupação daquele espaço, que depois é sujeito a aprovação. Ainda mais porque o chafariz que foi retirado já não era o original, esse está junto à Câmara Municipal” – explica a DRCN. “Gostaria, principalmente, que o espaço fosse requalificado e agradável para quem “vive” nele e para quem o visita. Agora que este conjunto arquitectónico é classificado, por muito que se queira fazer isto ou aquilo, a última palavra será sempre da Direcção Geral da Cultura e é neste sentido que o Município tem vindo a trabalhar: a requalificação do claustro está a ser pensada e realizada de acordo com as directrizes saídas de uma reunião conjunta entre a DRCN e a Câmara” – reitera Ana José Oliveira, que frisa que o público comenta a necessidade de arranjo daquele espaço. “Os comentários não têm a ver com o chafariz, mas sim com o arranjo do claustro, uma vez que se nota que os edifícios foram recuperados e “estão muito bonitos” - e isso é unânime, chegando até a dar-nos os parabéns - e depois, o seu interior, o claustro, não estará de acordo com o restante” – afirma a directora do Convento dos Lóios.


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Santa Maria da Feira // Emídio Sousa garante que não há irregularidades

CDU denuncia utilização ilegal de serviços camarários para campanha A CDU denunciou, em comunicado, ”o uso e abuso dos serviços da Câmara para promover a candidatura de Emídio Sousa”. “Nos últimos dias, associações e colectividades de várias freguesias do Concelho têm sido convocadas pelos serviços da Câmara Municipal para reuniões com o vereador Emídio Sousa. Nada haveria a opor, nem a estranhar, se tal se tratasse de meras iniciativas institucionais. Porém, para surpresa e indignação de muitos participantes nas citadas reuniões, e prontamente denunciado pelos mesmos, foi o lamentável e abusivo anúncio daquele vereador, com o maior dos desplantes, de que ali se encontrava presente na qualidade de candidato autárquico! Um acto deplorável e totalmente ilegal!” – afirma o partido em comunicado. A CDU reitera que esta prática vai contra a “neutralidade e imparcialidade”, sendo que “os órgãos do Estado, das Regiões Autónomas e das autarquias locais bem como respectivos titulares” não podem “intervir directa ou indirectamente

na campanha eleitoral, nem praticar actos que de algum modo favoreçam ou prejudiquem uma candidatura”. O partido adiantou que vai “expor o caso às entidades competentes, em particular à Comissão Nacional de Eleições para que a legislação seja respeitada e semelhantes atropelos não se repitam”. Contactado pelo Correio da Feira, Emídio Sousa (na Foto) confirmou que tinha estado presente em várias reuniões com o movimento associa-

tivo pelas freguesias mas que não houve quaisquer irregularidades nesse processo. “Acho esse comunicado muito estranho. As reuniões foram sempre depois do horário de trabalho, a partir das 18h30, e os convites foram feitos pelo e-mail da candidatura do PSD às colectividades. Não houve qualquer situação menos clara. Além disso, no início de cada reunião eu anunciava sempre que estava ali na qualidade de candidato autárquico” – diz Emídio Sousa.

CDU // No tribunal de Santa Maria da Feira

Listas aos órgãos autárquicos foram entregues na passada sexta-feira A CDU entregou, na tarde da passada sexta-feira, no tribunal de Santa Maria da Feira, as suas listas aos órgãos autárquicos do concelho. A composição das listas da CDU integra uma significativa percentagem de cidadãos independentes (44%), além de membros do PCP e do PEV. Muitos destes candidatos concorrem pela primeira vez. A coligação nestas eleições concorre a 19 freguesias, assim como à Câmara e Assembleia Municipal. Assim, à Câmara Municipal concorre Antero Resende; à Assembleia Municipal Pedro Almeida; à Junta de Fre-

guesia de Argoncilhe Diogo Jesus; à Junta de Freguesia de Arrifana Nuno Ribeiro; à Junta de Freguesia de Canedo Arlindo Viana; à Junta de Freguesia de Escapães Arnaldo Meireles; à Junta de Freguesia de Fiães Filipe Moreira; à Junta de Freguesia de Forno Manuel Silva; à Junta de Freguesia de Lourosa António Leite; à Junta de Freguesia de Milheirós de Poiares António Almeida; à Junta de Freguesia de Mozelos Américo Dias; à Junta de Freguesia de Nogueira de Regedoura Fernando Sousa; à Junta de Freguesia de Paços de Brandão

Germano Gonçalves; à Junta de Freguesia de Rio Meão José Menezes; à Junta de Freguesia de Sanguedo Maria Albertina Mota; à Junta de Freguesia de Santa Maria de Lamas Ricardo Cardoso; à Junta de Freguesia de S. João de Ver Armando Mota; à Junta de Freguesia de S. Paio de Oleiros Ana Capela; à União de Freguesias de Caldas de São Jorge e Pigeiros Élvio Santos; à União de Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo Ricardo Silva; e à União de Freguesias de Souto e Mosteirô Rui Costa.

PS // Na apresentação da candidatura de Virgílio Ribeiro à Freguesia de Lourosa

Laurentino Dias questiona pagamento de ramais de acesso ao saneamento e água Laurentino Dias, deputado, presidente da Assembleia Municipal de Fafe e ex-Secretário de Estado da Juventude e Desporto de 2006 a 2011, questionou, durante a apresentação da candidatura de Virgílio Ribeiro à Junta de Freguesia de Lourosa, o facto dos cidadãos de Santa Maria da Feira terem que pagar os ramais de acesso ao saneamento e águas públicas, enquanto no seu concelho, Fafe, onde a concessionária Indaqua é a mesma, os munícipes não têm que suportar esse encargo. Para Laurentino Dias, a resposta é simples: “Enquanto em Fafe existe um município saudável financeira-

mente e que governa a pensar nas pessoas, em Santa Maria da Feira nem existe saúde financeira para a Câmara assumir os respectivos encargos, nem a gestão do PSD é feita a pensar nas pessoas, à semelhança do Governo do PSD de Pedro Passos Coelho”. Já o candidato socialista à Junta de Freguesia de Lourosa, Virgílio Ribeiro, referiu que “o rigor orçamental, a transparência das contas públicas, a inventariação de todo o território da freguesia e os recursos naturais” serão as prioridades. O candidato sublinhou a importância de devolver a Lourosa o título da “Cidade Capital da Cortiça” e o papel da Junta de

Freguesia no combate ao desemprego e no apoio aos corticeiros. Por sua vez, o candidato do PS à Câmara, Eduardo Cavaco, centrou a sua intervenção nas pessoas e assumiu o compromisso de que, sendo eleito, “irá tentar por todos os meios rever o contrato de concessão da água no Concelho, no sentido de reduzir os encargos das famílias e das empresas neste período difícil”. Eduardo Cavaco mostrou-se ainda surpreendido com o facto de estar a ser feita, por parte do actual executivo do PSD, a dois meses das eleições, a 4.ª renegociação do contrato de concessão, para entrar em vigor em 2014.

Não baixar os braços

Ramais de ligação de água e saneamento: alguém anda a tramar os feirenses

Quando um cidadão de Fafe, da Trofa ou de Santo Tirso, todos eles clientes da Indaqua-Fafe, quando pretendem ligar os ramais de água e saneamento às suas habitações, estabelecimentos, serviços ou indústrias, NÃO tem de pagar um cêntimo. Quando um cidadão de Santa Maria da Feira, cliente da IndaquaFeira pretende ligar os ramais de água e saneamento às suas habitações, estabelecimentos, serviços ou indústrias, TEM de pagar uma taxa que em média ronda os 1.000 Euros! Se esta taxa não é cobrada nos outros concelhos, porque é que os feirenses são obrigados a pagar uma taxa tão elevada, quando já pagam a água e o saneamento com valores dos mais elevados do país?!... A resposta e a total responsabilidade estão na forma como a Câmara Municipal fez o Contrato com a Indaqua. Há 16 anos que feirenses mais atentos chamaram à atenção destas consequências quando cegamente foi celebrado o contrato ruinoso da concessão da água e saneamento no nosso concelho. Mas a Câmara fez ouvidos moucos e hoje que paga são os cidadãos. O PSD privatizou, fez uma parce-

ria público-privada sem acautelar os interesses dos feirenses, conforme estamos a assistir e na época tínhamos avisado. Alguém se lembra de uma carta aberta que foi enviada em 1997 para casa de todos os feirenses onde dizia: Um dia você vai acordar e vaise sentir enganado porque o tramaram, “vai pagar taxas com ramais da água e saneamento quando nos concelhos vizinhos não se paga!.”..mais, e se não pagar vai ser multado”. É isto que está neste momento a acontecer aos feirenses. Recebem cartas de intimidação pela não ligação da rede de água e saneamento. O mais grave é que as recomendações da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) são contra a cobrança desta taxa!... Os feirenses devem-se indignar, e pedir responsabilidades ao executivo do PSD por esta cobrança indevida. É inaceitável este abuso de poder. É oportuno protestar. Esta é a hora mais adequada para lutar contra esta gritante injustiça, que tentam esconder-nos, porque os responsáveis da Câmara andam desesperados com os resultados das próximas eleições. Está na hora de acabar com o roubo que estão a fazer aos bolsos dos feirenses com a cobrança de taxas com ramais de água e saneamento. Muda e Deus ajuda. António Cardoso, 1º eleito na Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira

Moção aprovada em assembleia de freguesia

Guisande não quer ser esquecido A Assembleia de Freguesia de Guisande aprovou, no passado dia 26 de Julho, por unanimidade e aclamação, uma moção, apresentada por Rui Giro, presidente da mesa da assembleia geral, alusiva à União das Freguesias de Guisande, Lobão, Gião e Louredo. “É uma tomada de posição, que pretende reafirmar a posição da freguesia de Guisande, bem como apela a que no futuro contexto a freguesia seja respeitada e que não fique esquecida nas iniciativas, actividades e apoios, bem como apela a essa defesa por parte de quem vier a ser eleito com origem na área geográfica

de Guisande” – pode ler-se na moção, à qual o Correio da Feira teve acesso. O documento, no qual se “lamenta a incorporação de Guisande com outras freguesias vizinhas, as quais são também vítimas da presente reforma administrativa”, apela ao desenvolvimento de iniciativas e promoção atitudes, actos, acções e omissões tendentes ao reforço e ao perpetuar da memória e da identidade da freguesia, e a que os futuros representantes da freguesia, nos diversos cargos políticos autárquicos, tenham sempre em primeiro lugar os interesses de Guisande, do seu povo e da sua identidade.

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O Jornal Correio da Feira abre, nesta edição, um espaço de debate político, que envolve todos os partidos candidatos à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Em cada edição, até à data das eleições, os opinadores irão abordar vários temas, fazendo deste um espaço de opinião e de reflexão. A administração e Direcção do Jornal Correio da Feira agradece a colaboração de todos os intervenientes.

Por todos nós, pelo nosso concelho

Nome: Pedro Filipe Soares Idade: 34 Profissão: Matemátco Partido: Bloco de Esquerda As próximas eleições autárquicas realizam-se num momento difícil para o país e para o concelho. A crise está instalada, o desemprego é crescente e a economia está em agonia. As políticas de austeridade estão a agravar cada vez mais a situação do país e a transformar a vida das pessoas em verdadeiros filmes de terror: o mês tem cada vez mais dias, para cada vez menos salário; as vidas são adiadas para um futuro mais risonho que teima em não chegar; os direitos são atacados como se fossem regalias, até que não haja mais

direito nenhum. Neste contexto, as escolhas são ainda mais importantes. Muitos dirão que as autárquicas não têm a ver com o que se passa a nível nacional, outros ainda que apesar de pertencerem aos partidos do governo nada querem saber de Paulo Portas ou Passos Coelho, outros dirão que com o Cavaco a única coisa que têm em comum é um nome que gera confusão. Creio que estas são as desculpas de quem foge das suas responsabilidades. Muitas das escolhas erradas do passado têm rostos que as defenderam a nível local, tal como as escolhas erradas do presente têm origem num governo que foi apoiado pelos responsáveis locais de PSD e CDS. É dessas responsabilidades que procuram fugir aqueles que agora querem fazer esconder o símbolo partidário.

A cópia é sempre pior do que o original Emídio Sousa apresenta-se como cabeça de lista da candidatura do PSD. Já conhecemos aquilo que é capaz e quais as suas limitações. É um dos rostos do executivo atual e é bem clara a incapacidade os problemas do concelho. Tem, por outro lado, responsabilidades inequívocas no mau processo do saneamento básico, nos sucessivos atrasos e nas dificuldades que foram criadas às populações. É uma candidatura que não acrescenta nada de novo. Tem como ob-

jetivo continuar o projeto de Alfredo Henriques. Ora, sabemos bem que a cópia é sempre pior do que o original. E se o original já deixa tanto a desejar, a cópia garante-nos que tudo será pior. O projeto laranja para Santa Maria da Feira esgotou-se. Foi consumido pela sua própria incapacidade. O apoio à criação de elefantes brancos como o Europarque, ou a escolha de isenções de impostos municipais para projetos que nunca saíram do papel como é o caso da famosa empresa de painéis solares, são exemplos desta gestão. Mas ainda mais visível é o despesismo sem sentido como o que aconteceu no Parque Empresarial da Cortiça. Estes exemplos são os azulejos do mosaico desta gestão de Alfredo Henriques, que sai de funções com uma câmara endividada e incapaz de ter políticas que contrariam a crise ou que apoiem aqueles que ficaram mais fragilizados.

Esquerda, direita ou assim-assim Um dos truques da política é o dos candidatos passarem pelas campanhas dizendo muito pouco ou quase nada, deixando ideias genéricas e tentando não ter posição sobre as matérias estruturantes. É a tática do pisca-pisca: vai piscando o olho à esquerda e à direita, tentando conseguir votos, sem verdadeiramente assumir compromissos. Assim parece ser a

tática de Eduardo Cavaco. Esta é uma fórmula do passado, esquece que as pessoas merecem mais respeito e que a situação hoje existente deve ter respostas claras e inequívocas. Quem não assume um projeto para o concelho está a assumir que a única coisa que tem é um projeto para chegar ao poder, e não uma solução para resolver os problemas dos feirenses. Na maioria das vezes, isso até pode significar que se vai deixar tudo na mesma. Os feirenses são confrontados mensalmente com uma fatura da água extremamente elevada. Este é um dos legados de Alfredo Henriques e que será continuado por Emídio Sousa. Mas, o que fará Eduardo Cavaco sobre esta matéria? Terá a coragem de bater o pé aos lucros da Indaqua para defender o bolso dos feirenses? A resposta já foi dada, apesar de agora a tentarem esconder. Eduardo Cavaco já disse que manteria a água privada e respeitaria os compromissos com a Endaqua. Aqui está a resposta, afinal: o PS não quer mudar o que está, quer manter o mal que existe. Diz querer gerir melhor, mas mantendo a mesma política. O nosso povo já tem resposta para esta situação: se só mudarem as moscas…

Um projeto de futuro A candidatura de António Torres é uma lufada de ar fresco. Continua o trabalho que o Bloco de Esquerda

tem desenvolvido no concelho e nos órgãos em que está representado. Dá uma boa continuidade ao trabalho que foi apresentado na Assembleia Municipal, onde o Bloco de Esquerda foi quem mais propostas apresentou, defendendo que o concelho deve ter outras políticas locais e que deve ter uma voz firme sobre as políticas nacionais. Mas, dá mais um passo na demonstração de que é possível ter uma política diferente para o concelho. Uma política que defenda o emprego. O PSD perdeu-se numa política de grandes investimentos, mas sem resultados. Gastou-se o dinheiro, mas não se tem o benefício. Isso pode ser diferente. As políticas municipais têm de proteger o emprego, através da promoção da economia local. Deve existir uma política de impostos municipais que incentive o investimento e que retire peso fiscal sobre as famílias. A Câmara Municipal pode e deve ser um ter um papel ativo na criação de protocolos com universidades, centros de investigação e entidades internacionais para potenciar a criação de emprego e a fixação de indústrias. É possível fazer mais e melhor, é possível fazer diferente, é possível dar um salto em frente. Por um concelho com bons serviços públicos, com bom ambiente, boa qualidade de vida e em que a solidariedade caminhe a par da igualdade e da transparência.

A CDU em Santa Maria da Feira: uma história de trabalho, honestidade, competência

Nome: Pedro Almeida Idade: 25 anos Profissão: Estudante Universitário Partido: CDU A proximidade das eleições autárquicas proporciona-nos hoje um interessante desempenho mediático dos candidatos associados ao poder em Santa Maria da Feira. Percebendo a inevitabilidade do

juízo popular, as candidaturas do PSD não poupam esforços numa verdadeira campanha de “branqueamento de imagem” de candidatos, projectos e linhas de acção, procurando fazer tábua rasa de todo o historial de opções contestadas, polémicas ou até reconhecidamente erradas que, ao longo dos últimos quase trinta anos, penalizaram fortemente o município feirense. Esta campanha de falsificação da candidatura reveste-se de requintes doentios, como será o caricato caso do “encolhimento” súbito e radical do logotipo do Partido Social-Democrata nos outdoors de Emídio Sousa – testemunho evidente e declarado do embaraço pessoal que o candidato sentirá neste momento por se associar a um PSD desacreditado, detestado dos portugueses, empenhado na manutenção de um rota de destruição nacional, frontalmente divorciado dos interesses e necessidades do país – , ou a alegada utilização de influências enquanto detentor de cargos municipais para convocação de

reuniões enquanto candidato pelo PSD… Contudo, por mais vexatórias que possam ser estas pequenas bizarrias, elas não passam, para o PSD, de sintomas de um mal bem maior, e mais profundo. A trajectória política que o PSD, pela mão de Alfredo Henriques, decidiu trilhar em Santa Maria da Feira baseou-se, nas últimas três décadas, numa estratégia de aliciamento fácil do eleitorado, conseguido através de redes tácticas de angariação de simpatias, co-dependências aos mais variados níveis, negociação de apoios, medidas públicas elementares (arruamentos, saneamento, limpeza de ruas e de matas, etc.) utilizadas como contrapartidas políticas distribuídas ao longo de décadas, manipulação da oposição a partir de lances com implicações individuais e pessoais, captação de bases de apoio entre jovens através de aliciamentos extra-políticos, entre muitas outras manobras de perpetuação no poder, cujo resultado foi o que está à vista: o lento mas implacável apodrecimento da relação

entre os órgãos municipais e a população, conseguido mediante a escavação de um fosso de colossal desconfiança entre a Câmara Municipal e a população feirense. Na hora de proceder a um balanço daquele que foi o legado político do PSD em Santa Maria da Feira ao longo das últimas décadas, impõe-se reconhecer este estado de avançada decomposição do compromisso de confiança entre os eleitores e as instituições: este foi, com efeito, o preço a pagar por trinta anos de exercício autocrático do poder autárquico, um preço demasiado caro, que as futuras gerações não deveriam ser obrigadas a suportar. Neste fim de mandato, é necessário e urgente deixar bem claro que as coisas não têm que ser assim. Para a CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP, PEV) o poder local democrático deve estar sempre e em todo o momento ao serviço das populações, ao serviço do progresso e do bem-estar das localidades, e em linha com um rumo de crescimento, melhoria da qualidade de vida, e justiça

social a traçar para o país. Em Santa Maria da Feira foi sempre a nossa prioridade dar corpo aos anseios dos feirenses, conferindo expressão política e institucional às reclamações, aspirações e necessidades daqueles que o poder PSD teima em não escutar no período entre eleições. É também por isto que apelamos daqui a uma insubmissão do sentido de voto dos feirenses nestas autárquicas. É hora de romper com o ciclo de afastamento entre os feirenses e a sua Câmara. É o momento de pedir contas pelo que nunca foi feito, e pelo que foi feito a pensar mais nos votos do que nas pessoas. Estas eleições oferecem-se como um momento de afirmação da soberania do voto popular. A CDU, mais uma vez, coloca ao serviço dos feirenses a sua história de trabalho, honestidade e competência, apelando a todos e a cada um para a mobilização em nome de um poder local mais democrático, mais transparente, todos os dias ao serviço dos feirenses e das suas aspirações.


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Há a necessidade de uma nova relação entre política e a população em geral

Nome: António Júlio de Castro Alves Moreira Idade: 40 anos Partido: CDS-PP

Na medida em que os partidos políticos não foram ainda capazes de estabelecer esse novo “modus vivendi” com quem é suposto representarem – porque, no essencial, não lhes interessará abdicarem do estatuto de poder que conseguiram agregar durante os últimos 39 anos – assiste-se a uma campanha política cautelosa, evasiva, uma vez que da parte dos partidos instalouse uma dúvida existencial sobre como projectar um discurso junto de uma população desconfiada dos propósitos de quem se sujei-

ta ao escrutínio popular… Essa fraqueza e hesitação partidária demonstra a enorme debilidade da nossa democracia. O sistema político-partidário encerrou a vitalidade democrática num conjunto encomendado de chavões, de frases e propósitos que nunca quebram a campânula do politicamente correcto e cuja bondade é seriamente posta em dúvida por uma grande maioria… Esse descrédito passa, inclusivamente (e não falo apenas no concelho de santa maria da feira) pelo facto de serem os próprios partidos políticos que omitem, por exemplo, as cores e os símbolos partidários que os identificam (e que marcam o seu percurso histórico) tornandoos difusos ou ausentes, como se a proveniência daquilo que apresentam junto do eleitorado como políticas, não quisesse ser identificado como tal… Essa atitude generalizada pelo país, apenas aprofunda um sentido de orfandade junto de quem quer ser politicamente representado por ideias claras acerca do seu futuro e não apenas por fulano A ou B. Não havendo propósitos/projectos efectivos para o futuro do país e do concelho (não havendo ideologia) dificilmente poderão haver POLÍTICOS. Esta míngua sobre a coisa pública, sobre o destino a dar ao que é nosso e que diz respeito a todos (e que haveria

de ser objecto de mais debate do que campanha!), essa míngua protagonizada pelos próprios detentores do poder político é veículo por onde mais facilmente pode passar a correr a ideia de não haver outra coisa senão interesses de grupo, ou individualizados, por muito infundada que seja essa percepção. Tudo isto devem ser factores que nos devem alertar para a debilidade democrática que atravessamos e para o facto de, para podermos ser melhor servidos, se tornar de igual modo importante a nossa participação política/cívica (e há sinais claros por parte da sociedade civil no sentido de evoluir para uma representação menos institucionalizada e menos assente em partidos políticos convencionais). Historicamente não há nada que melhor defenda valores como a liberdade, a tolerância, a representação política nacional e local, do que uma sociedade capaz de projectar nas suas instâncias representativas uma diversidade de opinião, um pragmatismo político bem ciente do caminho a percorrer e uma tolerância positiva para com outras abordagens meritórias, protagonizadas por quem não venha a ser poder. Este seria o propósito de um sistema político-partidário amadurecido e vigoroso, cujo sentido se perdeu, algures, entre a ilusão de um projecto constitucional de inspiração

estatizante e a avidez política pelos interesses e lugares que o mesmo oferecia. Aquilo que se vem acentuando hoje (e que a campanha autárquica não será estranha) é o aprofundamento das linhas divisórias entre partidos políticos, que torna muitas vezes irreal a discussão pública dos problemas que enfrentamos, como se vivêssemos em países ou concelhos diferentes. Esse desenfoque prejudica-nos a todos, todos os dias. Porque subalterniza as preocupações fundamentais de todos, a questões de simples semântica. Importa um espaço para a cura, uma profilaxia. E o remédio tem que ser prescrito por todos nós enquanto cidadãos participativos. Isso não acontecendo, dificilmente serão os partidos políticos a encontrar resposta, pois todos eles se encontram reféns de uma lógica interna que lhes passou a ser própria e que cada vez menos tem correspondência com aquilo que possam ser os anseios de toda uma população. Daí o seu protaganismo envergonhado de hoje, o seu taticismo, o seu receio na discussão franca de projectos (que implica, igualmente, uma reflexão sobre erros) de onde resulta que a nossa expectatva enquanto votantes poderá apenas ser avaliar a maior ou menor criatividade de slogans,

juramentando a benevolência dos propósitos e o mérito salvífico do candidato - propaganda e corações de ouro. Reparei recentemente que num deles se faz alusão à história. Essa mesma referência será aqui considerada no seu sentido mais científico: o dos factos relativos ao passado. A campanha política que decorre no concelho, continua a fazer história: aquilo que foi feito por uns, aquilo que os mesmos não lograram ou não quiseram fazer… Contudo e independentemente do grau de predação/recriminação com que o façam, para o cidadão comum residente e votante em Santa Maria da Feira, tudo corresponde a uma contínua soma de pretéritos. Hoje, o importante é o futuro. Que até 29 Setembro haja mais vislumbre sobre o que pretendemos ser enquanto concelho daqui a dez, vinte anos. Haja clareza nas propostas de todos, e uma ideia muito definida de onde partimos. Há um destino que tem de ser comum a todos aqueles que residem em Santa Maria da Feira: a prosperidade económica e social. Esse mesmo facto deveria ser, por si mesmo, suficiente para uma maior clareza e franqueza no debate político. Uma batalha de fotografias e outdoors de nada nos serve. O que é preciso é devolver a ESPERANÇA.

para liderar um projecto de mudança no nosso Concelho. O nosso candidato aceitou a missão trazendo assim uma lufada de ar fresco ao debate político e recentrando a discussão do modelo de gestão da autarquia em bases pragmáticas e objectivas, graças à sua ampla visão empreendedora. Por isso, também é justo reconhecer que a candidatura de Eduardo Cavaco veio alterar por completo o figurino eleitoral local clássico.

nas suas visitas às pessoas e às instituições do Concelho. Como ele também costuma dizer, “é a Câmara que tem de estar ao serviço dos cidadãos e não o contrário”. Chega a ser impressionante a forma como as pessoas se abeiram dele, apoiandoo e pedindo-lhe apoio.

jornais, quer através de “entrevistas” em que, não tendo nada de mais fecundo ou importante para dizer, alguns rostos visíveis do PSD tentam denegrir a imagem pessoal e profissional do Candidato do Partido Socialista, não hesitando até em ofender, através dele, toda a classe empresarial do Concelho. Trata-se de uma linguagem que espelha bem o desespero de quem não tem argumentos para travar o novo ciclo de mudança que está prestes a iniciar-se. E trata-se também de um estilo de baixa argumentação, de falácia mesmo, a que o PS e o seu Candidato não darão resposta; c) O triste truque da Sondagem: Quem palmilha o terreno todos os dias e ouve os apelos de dirigentes associativos, empresários e cidadãos anónimos, percebe que já não há mais espaço nem paciência para continuarmos a definhar, com o concelho a perder força, a perder expressão,a perder importância. Percebe-se que poucos dão crédito a promessas irrealistas e mirabolantes quando os cofres da autarquia não têm dinheiro sequer para pôr as contas em dia. As pessoas estão revoltadas quando têm de pagar centenas de euros por ramais de saneamento e água caríssima, porque a Câmara tem de pagar a dívida à Indáqua… As pessoas existem: são de carne e osso e não gostam de ser enganadas; por isso, só numa pseudo-sondagem é que aparentemente as pessoas poderiam aparecer a dar o seu aval a quem as não defende. E não dão.

Momentos marcantes

Nome: Henrique Ferreira Idade: 63 anos Profissão: Empresário Partido: PS Para avaliar os contornos da Campanha do Partido Socialista, tal como me é pedido pelo “Correio da Feira”, entendo que a narrativa cronológica dos acontecimentos se pode traduzir em quatro momentos marcantes:

Momento Zero: A extinção das Freguesias A forma como o PSD de Santa Maria da Feira se apressou a dar cobertura à decisão do governo socialdemocrata em extinguir Freguesias, acabou por acrescentar ao debate um elemento novo e, a meu ver, decisivo: Emídio Sousa e o PSD da

Feira não têm como esconder que votaram a favor da extinção de 10 Freguesias do Concelho da Feira, quando por todo o país outros executivos social-democratas tiveram a coragem de dizer não à extinção de freguesias, opondo-se, assim, ao governo do seu próprio partido. Se os habitantes dessas 10 Freguesias se aperceberem da verdadeira dimensão da ofensa de que são alvo, o PSD irá ser castigado nas eleições de Setembro com uma derrota mais ou menos expressiva. Coisa diversa fez o Partido Socialista que esteve sempre ao lado das populações na defesa das suas freguesias…

Momento Um: A escolha de Eduardo Cavaco pelo PS Como é normal, o processo de escolha de um nome para liderar um projecto, desenvolve-se por fases, sendo natural que surjam alvitres, até que se apure um nome que se adeque ao projecto defendido pelo PS para o nosso Concelho. E essa conformidade exige qualidades de liderança, visão estratégica, determinação e rigor, para além de uma grande honestidade intelectual. Além disso, alvitres não são convites: no PS, pelo menos é assim. E por isso, não andámos a convidar autarcas vizinhos e outras pessoas dentro e fora do concelho. Ponderadas todas as circunstâncias, e apurado o processo de selecção, o nome de Eduardo Cavaco perfilou-se desde logo como a melhor escolha do Partido Socialista

Momento Dois: O processo de construção do Programa Eleitoral do PS Não obstante as expectativas em torno de Eduardo Cavaco já serem elevadas, ele acabou até por superálas, surpreendendo tudo e todos: primeiro, pela extraordinária sensibilidade social que ele tem revelado, e que traduz bem na sua frase mais repetida: “primeiro, as Pessoas” e na intenção de reservar um dia por semana para receber os cidadãos na Câmara da Feira; depois pela humildade com que aceitou mergulhar no Concelho profundo, indo falar com as pessoas, com as instituições, com as empresas… para recolher testemunhos autênticos de quem quer e espera mais da governação de uma câmara municipal. E a verdade é que o Programa de governação da Câmara Municipal que Eduardo Cavaco vai propor aos nossos concidadãos, acaba por ser a junção das suas ideias progressistas e das da sua equipa, com muitas sugestões ouvidas

Momento Três: O “tom” da Campanha Desde o início desta campanha tem sido unânime no PS o entendimento de que jamais serão ultrapassados os limites da legalidade; de que é necessário manter um nível cívico elevado em todas as acções e intervenções; e que só haverá lugar a uma linguagem: a da verdade. Mas, infelizmente, não registamos conduta idêntica por parte do nosso principal adversário, o PSD: a) Legalidade: A Lei é clara: não se pode gastar mais que uma determinada quantia nem colocar mais que uma determinada quantidade ou área de Cartazes durante a Campanha. O PS cumpre a Lei e, ironicamente, é acusado de não estar a investir na imagem; o nosso adversário PSD encharca o território de cartazes, rindo-se das regras democráticas e gastando rios de dinheiro num momento em que as provações e dificuldades de toda a ordem batem à porta de tantas Famílias do Concelho; b) Linguagem: De tempos a tempos, temos vindo a assistir a ataques pessoais a Eduardo Cavaco e à sua Família, quer através de pretensos artigos de opinião publicados em


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Emídio Sousa: um novo ciclo de desenvolvimento

O PSD está francamente satisfeito com o percurso que tem adoptado a sua candidatura à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. A confiança sentida nos múltiplos contactos com as pessoas continua numa trajectória ascendente, um indicador de que a mensagem do partido e do candidato Dr. Emídio Sousa tem passado. Em cada dia que passa, são cada vez mais os feirenses - a maior

parte deles fora do espectro político-partidário - com vontade de contribuírem para a construção do nosso futuro colectivo. O nível de participação – seja na quantidade, seja na qualidade – do ciclo de conferências “Diálogo com o meu concelho” abriu o caminho para um trabalho com resultados concretos, o que é claramente manifesto nas reacções que vamos com agrado registando. Do mesmo modo, as reuniões com o forte movimento associativo de cada freguesia tiveram uma adesão de dirigentes acima da média que importa também sublinhar. Estes encontros de proximidade – enquadrados na iniciativa “O concelho em acção” – permitiram um melhor conheci-

mento das diferentes instituições que actuam no Município. Destas acções saíram ideias que serão, naturalmente, incluídas no nosso programa eleitoral. Além disso, o nosso candidato aproveitou para transmitir o que pensa para o futuro do Concelho, detectou problemas, encontrou soluções, colheu contributos e ouviu - com redobrada atenção - gente anónima imbuída em colaborar na melhoria da qualidade de vida da comunidade. É este contacto constante com as populações que tem marcado a pré-campanha do PSD em Santa Maria da Feira, uma Interacção promovida das mais diversas formas, envolvendo os cidadãos e fazendo jus ao lema “Uma equipa de 140.000 pessoas”.

A candidatura tem encontrado nos quatro cantos do Concelho um acolhimento assinalável, reconfortante mesmo. A nossa mensagem clara e inequívoca tem chegado aos cidadãos, numa confiança que aumenta todos os dias. Fizemos um diagnóstico ao Concelho e, com base nele, lançámos as nossas primeiras ideias para o futuro. O ciclo de conferências ajudou nessa tarefa, dele tendo saído novas propostas a juntar às que apresentáramos. Chamámos as associações para dizer ao que vimos e para delas saber o que anseiam. Juntámos 3.000 apoiantes na sessão de apresentação das candidaturas. Razões mais do que suficientes para nos dar a confiança de

quem está no bom caminho. E razões mais do que suficientes para vermos aumentada a nossa responsabilidade, no sentido de satisfazermos os anseios das populações, construindo juntos um novo ciclo de desenvolvimento.

Nome: Licinio Loureiro Idade: 28 anos Profissão: Engenheiro do Ambiente Partido: PSD

O Movimento Cívico Somos Feira foi igualmente convidado para incorporar este espaço de debate mas, apenas esta semana, não fez chegar à redacção do Correio da Feira o artigo pretendido. Contexto histórico da época que está a ser retratada durante a 7.ª edição da Viagem Medieval de Santa Maria da Feira

O Reinado de D. Afonso II – O Gordo Roberto Carlos Reis As Feiras inspiradas nos mercados medievais, ou tentando reconstituir a vida quotidiana na Idade Média, proliferam de norte a sul do País. Este ano, Santa Maria da Feira celebra a época de D. Afonso II – O Gordo, filho de D. Sancho e D. Dulce. Sucedendo a D. Sancho I – O Povoador em 1211, o novo rei, D. Afonso II mostrou intenção de criar leis gerais para todo o reino. Afirma que nos últimos anos se deram grandes abusos, e que é preciso mandar inquirir sobre os privilégios que os poderosos se arrogam. Também entende que as igrejas não devem comprar mais prédios, porque se pode chegar a um tempo em que todo o país lhes pertença, pois adquirem sempre e nunca alienam. Há quem atribua esta dureza política aos conselhos de Mestre Julião, que continua a dirigir (com a energia que todos conhecem) a política interna e externa. D. Afonso II o Gordo, viveu 38 anos (1185-1223) reinando durante 12 anos (1211-1223), e teve como lema: O reino é meu, sou eu quem manda. D. Afonso II deve o seu cognome, o Gordo, ao seu avan¬tajado corpo — deveria de sofrer de obesidade mórbida —, pelo que não é de estranhar que tenha encarregado um homem de controlar o sal, os doces e as frutas que comia. Jovem debilitado fisicamente, com uma doença rara, variante da lepra, D. Afonso II assumiu o trono português com 26 anos. Contudo, esta dificuldade não o impediu de governar de forma inovadora para a época, centralizando em si os destinos do reino. No ano em que assumiu o trono, 1211, convocou

as primeiras Cortes, que ficaram conhecidas como as Cortes de Coimbra. Surgiu a primeira lei de desamortização, que decretava a proibição dos mosteiros e ordens religiosas de adquirirem bens fundiários. Dessa forma impedia a excessiva centralização do poder nas mãos do clero. Com o clero bastante agastado, o rei enfrentou uma nova e forte oposição. A dos nobres — que viam os seus pode¬res feudais diminuir — e, principalmente, a de suas irmãs: Sancha, Teresa e D. Mafalda de Portugal, ou Mafalda Sanches O. Cist. Infanta de Portugal e rainha de Castela por um breve período de tempo, uma vez que em 1215, Mafalda casouse com Henrique I de Castela; como ambos eram muito jovens, o casamento não foi consumado, e dissolvido no ano seguinte. Mais tarde, tornou-se monja cisterciense revitalizando o mosteiro feminino de Arouca. Faleceu no mosteiro de Rio Tinto, nas proximidades do Porto. Quando o seu corpo foi mais tarde exumado para ser trasladado para a abadia de Arouca, foi descoberto incorrupto, o que gerou uma onda de fervor religioso em torno do corpo da infanta. A 27 de Junho de 1793 foi beatificada pelo Papa Pio VI, acompanhando assim aos altares as suas irmãs Teresa e Sancha, já declaradas beatas no início desse século. É festejada no dia 2 de Maio pela Igreja Católica. É venerada sob o nome de Rainha Santa Mafalda. Afonso II chegou a ser excomungado (à semelhança do que tinha acontecido com o seu pai e o seu avô) em 1212, mas o rei resistiu a estas investidas, permitindo assim

que nunca em Portugal tivesse existido um verdadeiro regime feudal. Outra das mais importantes inovações deste rei foi a elaboração do primeiro conjunto dos documentos régios, em 1220, que permitiu uma verdadeira organização dos serviços da Chancelaria. Chamados de inquirições (com o objectivo de fazerem um cadastro dos bens da Coroa nas zonas onde a usurpação dos bens régios era mais fácil e frequente) e confirmações (que ratificavam todas as concessões e doa¬ções dos sucessores do rei). Sobre estas leis alega o rei: «A nós pertence fazer mercê aos indefesos e protegê-los contra os poderosos» Obriga, por exemplo, os mais abastados a comprarem os produtos pelo seu valor real e não por um preço abaixo, como era useiro fazer-se, submete os costumes às leis, proíbe os casa¬mentos forçados e estabelece punições para todos aqueles que desviem ou furtem dinheiros do reino.

Inquirições na Terra de Santa Maria

Nas Inquirições ordenadas por D. Afonso II, no ano 1220, apareceram vários julgados na Terra de Santa Maria, o mesmo sucedendo em 1251,com as Inquirições a que D. Afonso III mandou proceder. Destas inquirições, não temos para as povoações do actual distrito de Aveiro memórias tão completas como as que ficaram dos territórios então incluídos no arcebispado de Braga. Mas são ainda de certa importância para a nossa história local as actas das que se realizaram em Cambra, Palmaz, Figueiredo, Branca, Antoã, Salreu, Fermelã,

Loure, Alquerubim, Val-Maior, Vouga, Valongo, Covelos, Segadãis, Recardãis, Águeda, etc. Quanto à Terra de Santa Maria, embora não apareçam actas em forma, há uma relação das propriedades de Mosteiros e Ordens em vários julgados da Diocese do Porto, que supõe uma inquirição.

O Rei morreu gafo Deixando um país ainda sem fronteiras definidas mas muito organizado, morreu D. Afonso II, em 1223, aos 38 anos. O Rei morreu Gafo e assim está explicada a razão por que o rei já não assinou os últimos documentos: as mãos estavam comidas pela lepra. Mestre Mendo (de Lamego), Mestre Martinho, Mestre salvador, Mestre Roberto e outros médicos não puderam salvar o rei de terrível moléstia. Já o seu pai sofreu de um mal misterioso, sempre escondido. Era também gafo. As Cartas do papa Honório III dizem que esta cruel e terrível doença que tanto atormentou o rei foi castigo dos seus pecados. D. Afonso combateu os poderosos, defendeu a autoridade régia e não esqueceu os mesquinhos. Pensou nos pobres. Ao morrer, deixou todos os seus vestidos aos que sofriam, como ele, do mesmo mal. Os ricos trajos de um rei foram para os leprosos. E referir que os gafos eram obrigados a caminhar tangendo matracas e campanas para todos fugirem do seu caminho, porque se diz que o seu bafo é pestilencial. Muitos viviam isolados em terras que só eles povoavam e a que por isso se chamam gafanhãs. Em 12 anos, período que durou o seu reinado, deixou marcas impor-

tantes na administração, sempre com ideias bem definidas sobre onde se deveria concentrar o poder do Estado: no rei. Sucedeu- he D. Sancho II, nascido em Coimbra, em 1209. Filho de D. Afonso II e D. Urraca, neto do rei de Castela Afonso VIII. Tinha 13 anos e de acordo com o testamento paterno ficaria até à idade de governar (14 anos) sob tutela dos grandes senhores: chanceler Gonçalo Mendes, o mordomo-mor Pedro Anes e o deão de Lisboa, Mestre Vicente. Estas personalidades levaram o jovem monarca a reconciliar o poder real com a Igreja.

Balanço de um reinado

A 25 de Março de 1223 morria, em Santarém, o terceiro rei de Portugal: uma triste morte, excomungado pelo Papa, vitimado pela lepra. Não faltam os que censuram a acção política do monarca, que se zangou com as irmãs, se recusou a cumprir o testamento paterno, indispôs-se com os nobres, entrou em conflito com o clero e os bispos. Nem sequer se mostrou um grande guerreiro, pois não tomou parte em qualquer combate: não foi às Navas de Tolosa, não compareceu à conquista de Alcácer. Esperemos, porém, que o futuro faça justiça a este rei que, durante um reinado o seu nome ficará ligado à reunião das primeiras cortes, à publicação das primeiras Leis gerais, à exigência das primeiras confirmações e à realização das primeiras inquirições, às primeiras amortizações. Estas medidas revelam uma excecional energia política. Está sepultado no Mosteiro de Alcobaça, com a sua esposa, D. Urraca.


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Correio da Feira 05.AGO.2013

Santa Maria da Feira // Estudo realizado pelo historiador feirense Roberto Carlos Reis mostra impactos deste tipo de eventos

Recriações históricas em Portugal ajudam a estimular a economia Abordando a origem da Feira de Santa Maria da Feira, a abundância de recursos permitiu a fixação de uma população numerosa que podia trocar com os mercadores que atravessavam a região, trazendo produtos artesanais e de luxo do Sul, os excedentes das suas culturas. A feira tão cedo estabelecida em Santa Maria da Feira é a sua expressão concreta e, ao mesmo tempo, o símbolo desta intensidade e variedade de trocas, entre os produtos agrícolas produzidos pelos camponeses e os artesanais trazidos pelos mercadores e almocreves. Pouco sabemos acerca da origem da feira primitiva, a não ser que já existia em 1315, e que se celebrava em Agosto. O facto de a mesma decorrer em Agosto poderá indiciar que se deva ao culto a Santa Maria. Porém, sabe-se que a pedido de D. João Álvares Pereira (2.º Senhor da Terra de Santa Maria), o Rei D. João I instituiu uma feira quinzenal na Vila da Feira, ... por o dicto lugar da feira seer mais nobre..., por...carta dante em santarem XXVij de junho ... era de mil iiij centos XLV annos. Esta carta viria instituir uma realidade que, de facto, parecia existir há muito tempo, basta registar o topónimo Feira. Certo é que a partir de Junho de 1407, por insistência do 2.º Senhor da Terra de Santa Maria, a Vila da Feira passava a ter uma feira quinzenal com ...todollos priullegios liberdades e franquezas que há a feira de trancoso... As realizações das feiras chegam a ser assinaladas pela concessão de certas indulgências e perdões, estabelecidos na chamada “Paz de Feira” (que proibia as hostilidades existias, e suspendia os castigos, por um período determinado). A “Carta de Feira”, concedida pelas autoridades, estabelecia certos benefícios a realizar localmente (como a construção de chafarizes e outras obras de interesse público).

O crescimento das feiras medievais Como refere o Historiador Roberto Carlos Reis, “as recriações históricas em Portugal, nomeadamente as feiras medievais, registaram nos últimos anos "um "boom", que trouxe "óbvias vantagens" para quem trabalha na área, mas que tem redundado também numa maior falta de rigor histórico”. “Calcula-se que em 2012 se tenham realizado em Portugal mais de 120 Feiras Medievais e Quinhentistas de média ou grande dimensão, e pelo menos outras tantas recriações de outras épocas históricas. Algumas estão firmemente implantadas, e são já ex-líbris locais. A Feira

DR

Medieval de Coimbra (com uma peculiar ligação a grupos amadores, associada ao melhor rigor histórico que encontramos em Portugal), a Viagem Medieval de Santa Maria da Feira (enraizada nas colectividades locais e que se destaca pela sua dimensão, sendo considerada a maior que se realiza em Portugal), os Dias Medievais de Castro Marim, a Feira Medieval de Silves cada vez mais vocacionada para a recriação da época moura, e o Mercado Medieval de Óbidos. A estes exemplos acrescentem-se outras recriações e de outras épocas” - completa.

Viagem Medieval em Terra de Santa Maria

Roberto Carlos sublinha que o “evento Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, que se organiza em Santa Maria da Feira, é um extraordinário exemplo de projecto de rentabilização dos recursos patrimoniais. Ao analisarmos a trajetória de Santa Maria da Feira, a partir da segunda metade do século XX, percebe-se claramente a mudança de uma economia fortemente assente na indústria, para actividades económicas do sector terciário que envolve a prestação de serviços, o comércio, o turismo entre outros. Na década de 90, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira procurou estimular a atração de empresas hoteleiras de grande dimensão, que foi mais ou menos bem conseguida, nomeadamente devido à construção do Europarque. Em 1999, a Câmara Municipal criou a Sociedade de Turismo de Santa Maria da Feira, S.A, uma entidade de capitais mistos que tem como fundamento conciliar interesses públicos e privados com o objectivo de rentabilizar esforços em prol do Turismo da região. A Viagem Medieval começou com um pequena feira dentro das muralhas do castelo, em 1996, sob proposta de duas Licenciadas em Turismo. Prosseguiu em 1997, durante dois dias em Setembro com a interrupção em 1998. Em 1999 a Federação das Colectividades de Cultura e Recreio, juntamente com a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e a Escola Fernando Pessoa chamou a si a organização do evento, realizando-se o primeiro grande cortejo com a participação de 400 figurantes. Esta edição já decorreu durante 3 dias no mês de Junho, também dentro das muralhas do Castelo. O salto qualitativo decorreu em 2000, coincidindo com a presidência portuguesa da União Europeia cuja cimeira dos Chefes de estado decorreu no Europarque. A Câmara Municipal envolveu-se na organização da Viagem Medieval, constituindo-se no grande parceiro da Federação

das Colectividades de Cultura e de Recreio de Santa Maria da Feira. O evento alargou-se por toda a cidade e o número de dias aumentou para 11, decorrendo entre 10 e 20 de Junho. Outra mudança verificou-se no ano de 2003, quando o evento passou a ser realizado em Agosto, permitindo um grande afluxo de veraneantes, turistas e emigrantes. Em 2005, o início da Viagem Medieval em Terra de Santa passou a coincidir com última sexta-feira de Julho, porém na edição de 2009 passou a iniciar-se na última quintafeira do mesmo mês, decorrendo sempre até ao primeiro domingo de Agosto. Em 2010 uma das principais inovações foi Campo de Tendilhas que decorreu na (Quinta do Castelo) dinamizado

pelo Agrupamento 640 do Corpo Nacional de Escutas, permitindo desde então o alojamento em ambiente medieval. O orçamento do evento de 2010 foi de 750 mil Euros, gerando 550 mil Euros de receita. O apoio da Câmara Municipal foi 200 mil Euros. Em 2011, houve uma outra alteração profunda visando a sustentabilidade do projecto, ou seja a 15.ª edição do evento teve entrada paga em determinados horários. A entrada no perímetro da viagem medieval implicou a aquisição e a utilização de uma pulseira (pessoal, intransmissível e inviolável) com um custo de dois euros, permitindo o acesso a dez dias do evento. Registaram-se 228 mil entradas pagas no recinto, e com esta inovação ficou garantida a

auto-sustentabilidade do evento. A receita das pulseiras cobriu o apoio da Câmara Municipal, que neste ano já não investiu orçamento próprio na Viagem, num orçamento global de 900 mil euros. Em 2012 houve um acréscimo de três por cento, que reforça o prestígio e notoriedade do maior evento de recriação histórica do país. Para as contas entraram as 234 mil entradas vendidas, entre pulseiras e bilhetes, representando um encaixe financeiro de mais de 500 mil euros”. Em 2013, a 17.ª edição da Viagem Medieval realiza-se de 1 a 11 de Agosto e aborda o reinado de Afonso II, o Gordo. Em 2013 haverá um bilhete de um dia e a pulseira será para quem quiser vir ao recinto todos os dias.


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Como temos vindo a verificar, a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria transformou-se num dos maiores eventos de recriação medieval da Europa e realiza-se anualmente, no centro histórico da cidade de Santa Maria da Feira, atraindo diariamente milhares visitantes.

Os Impactos das Recriações Históricas - Viagem Medieval em Santa Maria da Feira

Fomentar o espírito concelhio, o espírito santamariano e fazer do concelho feirense a nova centrali¬dade regional, foram os objectivos que levaram, há 16 anos, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira a realizar aquela que foi a primeira Feira Medieval. O objectivo acabou por não ser totalmente cumprido, mas ficou um evento que, 17 anos depois, é uma grande referência. O objectivo de colocar Santa Maria da Feira no centro do mapa da antiga região da Terra de Santa Maria, potenciando o seu castelo, foi também conseguido. Também permitiu a participação das associações que participam na Viagem Medieval e que é a maior riqueza deste evento, independentemente dos 500 mil visitantes Para obter uma informação mais completa sobre o caso de Santa Maria da Feira, o historiador santamariano Roberto Carlos, no âmbito do Doutoramento em Turismo, Lazer e Cultura Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, procurou aferir sobre as possibilidades de aproveitamento deste evento cultural da Viagem Medieval de Santa Maria da Feira, bem como da Feira Medieval de Silves, do Mercado Medieval de Óbidos e dos Dias Medievais de Castro Marim, para a construção de novos roteiros turísticos temáticos, a fim de incrementar a actividade turística na cidade. No caso de Santa Maria da Feira, elaborou entrevistas abertas a visitantes (384), a participantes (278) e a residentes (383), com a relação da dimensão da população com a amostra (tabela a 95 %) e o erro aceite em desvio-padrão é de 0,1%. Nos outros eventos aplicou também inquéritos a visitantes, participantes e residentes. Alguns resultados destes estudos já foram publicados na Revista Dunas (edição da Câmara Municipal de Ovar), Atas do Colóquio Terra de Santa Maria: Espaços de Cultura em Debate, organizado pela LAF; Livro Turismo e Cultura, bem como no Congresso da Geografia, Congresso do Centenário do Turismo em Portugal, Congresso Internacional CIT-Iscet, Congresso Internacional de Coimbra e seminários na Universidad Rey Juan Carlos – Madrid, como professor convidado. Através deste estudo, consegue-se uma reflexão sobre as relações que podem ser estabelecidas entre o Turismo, o Património Cultural, o Planeamento, a Preservação e Desenvolvimento Económico. Pela análise dos elementos, quanto à opinião dos residentes, dos visitantes e dos participantes a respeito dos quatro eventos, a mesma alterou-se radicalmente em comparação ao que aconteceu na primeira edição de cada um deles. O rotundo sucesso económico e o orgulho que a recriação medieval gerou, favoreceram enormemente o crescimento da opinião positiva. Os dados recolhidos referentes à opinião dos inquiridos sobre os impactos económicos, sociais, culturais e ambientais, dizem-nos que em relação aos impactos positivos, considerando o somatório das opiniões positivas, verifica-se que a maioria dos respondentes concorda que o evento atrai mais investimento, promove o comércio e indústria locais, aumenta os meios recreativos e de lazer, recupera o artesanato e incentiva a restauração dos edifícios históricos. Em menor percenta-

gem, concorda que o evento cria postos de trabalho. Também concordam que o evento aumenta a sensibilização e consciencialização ambiental da comunidade local e concordam que melhora as infraestruturas públicas. O historiador Roberto Carlos conseguiu identificar um conjunto de empresários que adaptaram e alteraram estruturalmente a sua actividade, bem como um conjunto de microempresas que foram criadas, nomeadamente na área da animação cultural, em função da sua participação nestes quatro eventos, bem como noutras recriações históricas, quer em Portugal quer no estrangeiro. Quanto aos impactos negativos, destacamse o aumento do congestionamento e do tráfego, a falta de rigor histórico, o aumento dos preços e o aumento da poluição ambiental. Perante os elementos recolhidos por Roberto Carlos, e no caso de Santa Maria da Feira, conclui-se que ainda está por alcançar o objetivo turístico da estadia, uma vez que durante a Viagem Medieval, a grande maioria dos visitantes não pernoita na Feira. Rigor histórico e a e a escassa qualidade cénica de algumas recriações são elementos a serem melhorados. Roberto Carlos deixa algumas sugestões para o futuro da Viagem Medieval e das outras recriações: “Elaboração de protocolos com as universidades para investigação científica promovendo o rigor histórico; o envolvimento de todos os Concelhos da Terra de Santa Maria (artesãos, grupos de animação e associações); avaliar a possibilidade de replicar o parque temático Le Puy-du-Fou, ou numa outra perspectiva o projecto Guédelon - Um castelo em Construção; A Dinamização de uma Escola de Artes vocacionada para cursos de teatro medieval, escola de música medieval, festival de música medieval, gastronomia medieval); dinamização de Indústrias criativas (Artes Performativas; Artes Visuais e Antiguidades; Artesanato e Joalharia; Cinema, Vídeo e Audiovisual; Design; Design de Moda; Edição; Música; Publicidade; Software e Serviços de Informática; Software Educacional e de Entretenimento; Televisão e Rádio), nas Secundárias, Institutos Superiores e outras entidades; animação ao longo do ano nos espaços do património construído (artes performativas), promoção de roteiros teatralizados e dinamização do turismo religioso; apostar na atratividade do público espanhol de outras regiões, aproveitando as viagens low cost com base nos aeroportos do Porto, Lisboa e Faro, para os respectivos concelhos; animação ao longo do ano nos espaços do património construído (artes performativas), promoção de roteiros teatralizados; dinamização do turismo religioso; valorização do trabalho social dos beneficiários do de prestações sociais; e um Plano Estratégico para o Turismo de cada um dos quatro Concelhos onde se realizam estes grandes eventos”. O historiador sublinha ainda que ao “pretendermos promover as recriações históricas como um produto turístico cultural atractivo, há a necessidade de se elaborar um mapa pormenorizado com as datas e os locais dos eventos, com uma catalogação que permita ao visitante interessado neste tipo de eventos, saber quando e onde poderá assistir e participar”. Também constata uma “falta de coordenação entre as entidades promotoras, já que cada localidade luta por manter a sua própria história, fazendo em cada ano que passa o que pode, em função dos orçamentos, do maior ou menor entusiasmo dos organizadores e dos residentes, e que poderia passar pela criação de uma espécie de Federação Portuguesa das Organizações de Recriações Históricas”.

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Até 11 de Agosto, data do encerramento do evento

Viagem Medieval promovida no aeroporto A Viagem Medieval em Terra de Santa Maria está a ser alvo de uma acção de promoção junto dos turistas que desembarcam no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, resultante de uma parceria com a ANA Aeroportos e a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (ERTPNP). Na zona de desembarque estão já colocados dois painéis de retratos com moldura do cartaz da Viagem Medieval, que pretendem reforçar a marca do evento e a sua visibilidade junto dos turistas. Este espaço é animado por personagens medievais, que incentivam os turistas a participar na experiência do retrato e a partilhar as imagens no Facebook, no âmbito do Passatempo Aeroporto do Porto. Paralelamente, em articulação com a Porto e Norte de Portugal, decorre uma acção de divulgação da Viagem Medieval na Loja Interactiva de Turismo do Aeroporto, com a exibição de um vídeo promocional bilingue do evento e a distribuição de material promocional aos turistas. Neste espaço de promoção do Porto e Norte, o staff encontra-se trajado à época e os turistas são convidados a tirar fotografias sentados num trono real. Os expositores da Loja encontram-se repletos de merchandising e books da Viagem Medieval, e o espaço apresenta-se povoado por personagens medievais que proporcionam aos visitantes momentos de animação. “Pelo terceiro ano consecutivo, apostamos neste tipo de acções e parcerias com o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e com o

Turismo do Porto e Norte de Portugal numa perspectiva de internacionalizar a Viagem Medieval e captar para Santa Maria da Feira os turistas que visitam o Porto e Norte de Portugal” - refere a vereadora do Turismo da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Teresa Vieira. Nesta linha, para além destas acções, a organização tem apostado na disponibilização de todos os conteúdos e material promocional do evento em inglês e espanhol, em diferentes plataformas de comunicação. Publicidade


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Santa Maria da Feira // Ao gosto de diferentes públicos

Santa Maria da Feira // Na Quinta do Castelo

Oito novos espectáculos na edição 2013 da Viagem Medieval

Termas S. Jorge retratam os Banhos Públicos na sétima edição da Viagem Medieval

São vários os espectáculos que Paulo Sérgio Pais, responsável pela Viagem Medieval, destaca. Entre eles, oito são completamente novos e foram criados de propósito para esta edição. “Existem espectáculos para diferentes públicos” – começa por dizer o responsável pela organização da Viagem Medieval, Paulo Sérgio Pais, que procede logo à sua enumeração. “Para um público mais familiar existem os “Mistérios do Bosque”, nas Guimbras, e “A Centelha”, que é um espectáculo de grande formato que acontece diariamente às 18h na zona envolvente das piscinas; para o público mais infantil temos os “Pequenos guerreiros”, na subida para o Castelo; para o público que pretende o conhecimento mais profundo da vertente histórica há “O Testamento”, diariamente às 22h no Convento dos Lóios, e também a exposição que lá está patente” – conta. Mas não fica por aí. “Para um público que pretende mais o espectáculo com alguma vertente alternativa temos “A Demanda”, o espectáculo de encerramento diário, e os “Dragos Infernus” que é o

percurso que dois dragões fazem desde o Castelo até à floresta das Guimbras. Para os apaixonados e aficionados das artes medievais há os “Torneios Medievais” que acontecem diariamente às 22h e, finalmente, para quem quer seguir toda a história do condado de D. Afonso II existem os espectáculos de animação âncora que acontecem diariamente às 22h no exterior do Castelo” - relata. Espectáculos novos na programação são os “Mistérios do Bosque”, “A Centelha”, “A Reconquista”, “O Testamento”, “A Demanda”, “Os Dragos Infernus”, “Os Dons e

Sons” e “O Grito dos Tambores”. “Estes são alguns dos espectáculos completamente novos criados de propósito para esta edição da Viagem Medieval” – refere Paulo Sérgio Pais. Entre os habituais, que costumam reunir mais público, estão “os espectáculos da animação âncora no exterior do Castelo e também os espectáculos de grande formato diariamente às 23h15, que este ano se chama “A Reconquista”, na zona envolvente nas piscinas”. Este último é também o espectáculo com mais participantes, envolvendo cerca de 150 intervenientes.

Mais pessoas na abertura da Viagem Medieval “Houve claramente mais gente nos primeiros dias” – conta Paulo Sérgio Pais, que acredita que este facto se deve a uma “conjugação de vários factores”. “As pessoas estavam ansiosas que começasse a Viagem Medieval para se libertarem do stress que têm vivido nos últimos tempos. Depois também vêm pela qualidade dos espectáculos dos anos anteriores. As pessoas estão sempre à espera que a Viagem os surpreenda. E as condições climatéricas também têm sido positivas” – aponta o organizador. Para estes números pode também ter contribuído a campanha de pré-venda da pulseira da Viagem, a 3 euros, que já tinha sido realizada o ano passado. “Correu muito bem. No ano passado vendemos 35.000 pulseiras e este ano vendemos quase 37.000. Esta campanha é para continuar” – adianta Paulo Sérgio Pais. Com o início da Viagem, continuam a vender, mas agora as pulseiras custam 4 euros, e o bilhete para um dia 2 euros.

No âmbito da Viagem Medieval, as Termas de S. Jorge voltam a recriar os “Banhos Públicos”, retratando as práticas ancestrais do termalismo. Desta forma, de 2 a 11 de Agosto, todos os visitantes do evento terão a oportunidade de conhecer ou revisitar este espaço temático, já bem emblemático da Viagem Medieval, usufruindo de experiências diferenciadoras. É, no habitual cenário da Quinta do Castelo e suas grutas artificiais, que os visitantes são convidados a “banhos e unguentos” ao som de melodias de harpa, em momentos de repouso e relaxamento. De facto, a época medieval testemunha a prática dos “Banhos Públicos”, com a utilização de águas termais em fins curativos e de bem-estar. Também El Rei D. Afonso ll terá cumprido a tradição termal dos seus avós, D. Afonso Henriques e D. Mafalda, tratando das suas enfermidades de pele, em Banhos Públicos. Nesta sétima edição, a aposta da Sociedade de Turismo de Santa Maria da Feira centra-se, por um lado, na melhoria da qualidade e diferenciação dos conteúdos e serviços prestados, reforçando o conceito de uma experimentação única. Por outro lado, no reforço de capacidade de espaço e oferta de animação, com novas áreas de repouso, massagens e de recriação, convidativas a um maior usufruto, deste espaço idílico da cidade. Em termos de animação de re-

criação, uma das novidades será o espaço da “Botica”, que promete ser “criado pera melhor curar, repleto das melhores energias, ares e as mais puras plantas”, cuja curandeira, que conhece as ervas como ninguém, assegurará: “Non há nada que non cure com todas as mezinhas, rezinhas e esconjuros! “ Neste espaço social, de saúde e beleza, também não faltará a cabeleireira medieval, que com as suas artes de mãos poderá transformar todas as damas e pequenas donzelas nas mais belas do reino. No repertório musical, também se esperam novas melodias, com novos instrumentos que terão sido mandados produzir por El’Rei para a melhor harmonia deste espaço tão privilegiado pela Natureza. Para que todos os públicos tenham a oportunidade de experimentar este espaço, a entidade gestora das Termas S. Jorge criou maior acessibilidade de bilhética. O bilhete de adulto mantém-se inalterável, no valor de 2 euros, que inclui a entrada no recinto, banho pulverizado nas pernas, chá e repouso em melodias musicais. A criança, com idade entre os 4 e 10 anos, terá um desconto de 50%, com valor final de um euro, sendo que até aos três anos a entrada mantém-se gratuita. Noutro sentido, haverá packs de experiência, que privilegiam o acesso à realização de massagens.

Santa Maria da Feira // Chamoa custará 1,5 euros

Amante de Afonso Henriques dá nome a nova bebida da Viagem Uma bebida criada graças ao esforço dos restaurantes, bares e pastelarias do centro da cidade da Feira e que consiste num vinho doce fortificado com uma amora inteira lá dentro. A bebida respeita os sabores típicos da Idade Média e tem o nome de Chamoa, em homenagem à amante de D. Afonso Henriques. Conta a história que Chamoa Gomes se feriu numas silvas para apanhar uma amora e, como ficou muito doente, os curandeiros

mandaram-na mergulhar a amora em que se picara numa bebida alcoólica de forma a melhorar a sua saúde. D. Afonso Henriques partilhou depois com a amada o vinho e a amora, como sinal do seu amor incondicional. Servida fresca num copo de barro de cinco centilitros, a nova Chamoa custará 1,5 euros em todos os balcões, com a opção de, por mais 50 cêntimos, os clientes adquirirem o recipiente.


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Ac. Feira repescado para a 2.ª Divisão

Mauri Gomez soma mais um título nacional

A Volta das Bodas de Diamante

Juniores A e C do Feirense apresentam-se

“Julho Desportivo” é para repetir e melhorar

O Correio da Feira faz uma retrospectiva da prova rainha do calendário nacional de ciclismo.

Responsabilidade e muita ambição das equipas fogaceiras para atacar a nova temporada.

Evento, organizado pelo Mosteirô FC, teve mais de 870 inscrições na edição de estreia.

Clube feirense e Académica de Coimbra beneficiaram das desistências de Limianos e Sismaria.

Tenista do FTCTENIS.pt - Escola de Ténis de Sanfins sagrou-se campeão absoluto do Minho.

Ciclismo

Futebol Jovem

Desporto

Hóquei em Patins

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Torneio da Feira // Sucede ao Feirense na lista de vencedores da prova. Tiaguinho foi a grande surpresa

Lusitânia de Lourosa conquista a 23.ª edição do Torneio da Feira Diferença de golos permitiu aos lusitanistas conquistarem a edição 2013 da competição. Feirense terminou na segunda posição e o S. João de Ver fechou o pódio do triangular, que teve muito público. Rui Almeida Santos rui.santos@correiodafeira.pt

O Lusitânia de Lourosa sucede ao Feirense na lista de vencedores do Torneio da Feira. Os lusitanistas conquistaram o troféu, disputado na tarde do passado sábado, no Complexo Desportivo do Ervedal, em S. João de Ver, depois de um desaire diante dos fogaceiros (2-1) e de um triunfo claro frente aos sanjoanenses, por 3-0. O Torneio da Feira até nem começou bem para os pupilos de Joaquim Martelinho. Diante um Feirense com muita juventude no onze, o Lusitânia de Lourosa não conseguiu impor o seu futebol, pese embora tenha sido a primeira equipa a marcar, por intermédio de Nelson, que finalizou com eficácia uma bela jogada de Lima no flanco esquerdo. O Feirense não esmoreceu com o golo sofrido e arrancou para uma exibição bem conseguida, coroada com os golos de Pascal, avançado que treina à experiência com o plantel azul, e do central Edu, na sequência de um livre batido por Fábio. Pelo meio, Micael, de cabeça, obrigou Hugo à defesa da partida. Porém, ao desaire no jogo de estreia, o Lusitânia de Lourosa respondeu com um triunfo categórico frente ao anfitrião S. João de Ver, por 3-0. Para além dos números

Tiaguinho foi uma agradável surpresa. O jovem avançado, recrutado pelo Lourosa ao Sp. Braga, foi decisivo na vitória sobre o S. João de Ver

expressivos da vitória, fica na retina a excelente exibição rubricada pelos lusitanistas, com o jovem Tiaguinho à cabeça. O ex-júnior do Sp. Braga abriu o marcador, após grande trabalho individual, e ainda atirou ao poste. Porém, o 2-0 acabaria mesmo por surgir, por intermédio de Pedro Alonso, e, já em cima do minuto 45, Inverno fechou o resultado. Com este resultado, as três equipas terminaram o triangular com uma vitória e uma derrota averbadas. Isto porque, no primeiro jogo da competição, o S. João de Ver derrotou o Feirense pela margem mínima. O defesa central Rui Silva, com um excelente remate de meia distância, apontou o único golo do desafio, logo aos 5 minutos. O Feirense só despertou para o jogo a partir dos 20 minutos mas foram raras as vezes que chegou com perigo junto da baliza de Saul. A melhor oportunidade surgiu aos 44 minutos, num livre frontal batido por Jorge Gonçalves, mas o remate acabou por ser desviado pela barreira. Com as três equipas empatadas no número de vitórias e derrotas, teve que se recorrer aos factores de desempate, sendo que o primeiro era a diferença de golos, razão pela qual o Lusitânia de

Lourosa ergueu o troféu de vencedor da edição 2013 do Torneio da Feira. Os lusitanistas conquistam a prova depois de dois anos de interregno, em virtude de, nas duas últimas épocas, terem disputado a 1.ª Divisão Distrital de Aveiro. Para a turma orientada por Joaquim Martelinho, tal como para o S. João de Ver, as próximas semanas serão de afinação para o arranque do Campeonato Nacional de Seniores, que acontecerá a 25 de Agosto.

Neste contexto, o Lusitânia de Lourosa tem agendado, para o próximo dia 14 de Agosto, o jogo de apresentação (18h). Como adversário terá o Salgueiros. Já o S. João de Ver defronta, na manhã do próximo sábado, a equipa júnior do Feirense, no Complexo Desportivo dos fogaceiros (10h). No que concerne ao plantel sénior do Feirense, já está envolvido na Taça da Liga e estreia-se na 2.ª Liga no próximo domingo, em Matosinhos, frente ao Leixões.

Na primeira eliminatória da Taça de Portugal

S. João de Ver arranca em casa e Lourosa visita a Lourinhã A última semana ficou marcada pela realização do sorteio da primeira eliminatória da Taça de Portugal, na qual já entram S. João de Ver e Lusitânia de Lourosa. Os pupilos de Francisco Baptista arrancam na competição em casa e terão como adversário o Ferreiras, equipa algarvia que milita na Série H do Campeonato Nacional de Seniores. No que concerne ao conjunto lusitanista, desloca-se à Lourinhã para defrontar o Lourinhanense (Série F do Campeonato Nacional de Seniores), equipa que, curiosamente, afastou o Feirense na última edição da prova. Os dois desafios estão agendados para o próximo dia 1 de Setembro, a partir das 16h. De referir que o Feirense estreia-se na competição na próxima eliminatória. No restante do sorteio, realce para a visita da Sanjoanense, vencedora da Taça de Aveiro, ao Ribeirão, do Campeonato Nacional de Seniores.

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Taça da Liga

Feirense soma um ponto frente ao Moreirense O Feirense ainda procura a primeira vitória na Taça da Liga. Depois da derrota em Chaves (3-1) na ronda inaugural, os fogaceiros empataram, a zero, na recepção ao Moreirense, jogo realizado na passada quarta-feira. Os visitantes entraram muito fortes na partida, tendo mesmo enviado duas bolas ao ferro, pelo ex-Feirense Pires e por Wagner. Ainda na primeira metade, Diogo Cunha, outro exfogaceiro, viu Tonel negar-lhe o 1-0. Os azuis sentiram bastantes dificuldades durante o primeiro tempo mas, na segunda parte, apresentaram-se um pouco mais soltos e podiam mesmo ter marcado, por Ricardo Valente. Ainda à procura de melhor entrosamento, o Feirense conseguiu segurar o nulo e somou o primeiro ponto no Grupo D da Taça da Liga. O próximo jogo será com a Oliveirense, depois de amanhã (17h). Em virtude de o emblema de Oliveira de Azeméis ter o estádio interdito, a partida disputar-se-á na Vila das Aves.

Futebol

U. Lamas vai jogar na 2.ª Divisão Distrital Está confirmado: o U. Lamas vai disputar, na próxima temporada, a 2.ª Divisão Distrital de Aveiro. Os sócios do clube reuniram-se na manhã do passado sábado e deram o sim à proposta da actual Direcção lamacense, que passava por suspender a actividade do Clube Futebol U. Lamas e inscrever as suas equipas com o nome Clube Futebol U. Lamas Futebol Formação. Como consequência desta alteração, todos os escalões vão disputar a 2.ª Divisão Distrital de Aveiro na próxima época. Noutro contexto, a apresentação do plantel sénior está agendada para sábado, dia 10 de Agosto, a partir das 9.30h, no Estádio Comendador Henrique Amorim. O plantel está fechado mas os responsáveis do clube não pretendem adiantar qualquer nome até à data da apresentação. Até ao momento, apenas é conhecido que o novo treinador será Jorge Lima, sendo que vários atletas do plantel da temporada transacta já foram confirmados noutras paragens.


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Juniores A // Objectivo foi traçado pela Direcção e equipa técnica dos fogaceiros, durante a apresentação do plantel

Feirense aposta tudo na subida à 1.ª Divisão Fogaceiros pretendem regressar ao principal escalão nacional, depois de ter ficado perto desse objectivo em 2012/2013. Nuno Santos pediu aos atletas para darem o máximo e não facilitarem.

Plantel Nuno, Rui, Jacinto, André, Mica, Zé Martins, Joca, Magolo, Pedro Santos, Renato, Saavedra, Nando, Pedro, Duarte, Ricardo Oliveira, Sandro, João, Vieira, Yorn, Joãozinho, Vasco, Cleto, Miguel, Bruno Santos, Yevhen, Rato, Américo, Manu, Emanuel, Pedro V.

Rui Almeida Santos rui.santos@correiodafeira.pt

Depois de ter falhado por muito pouco a subida ao principal escalão nacional na época passada, os juniores A do Feirense encaram a temporada 2013/2014 com apenas um objectivo em mente: a promoção à 1.ª Divisão. A ideia foi transmitida ao plantel, pela Direcção e equipa técnica, durante a apresentação da equipa, que ocorreu na passada segunda-feira, no Complexo Desportivo do clube fogaceiro. O treinador, Nuno Santos, parte para a 15.ª temporada na formação do clube de Santa Maria da Feira e referiu que pretende “potenciar a capacidade individual de cada um em prol do colectivo”. Tudo para que, no fim, o Feirense ocupe um lugar que lhe garanta regressar à 1.ª Divisão. “Acima de tudo quero respeito e responsabilidade. Dêem o máximo e não facilitem, porque eu também

não facilito” – completou o jovem técnico, que tinha ao seu lado o presidente do clube, Fernando Costa, que voltou a frisar a intensificação da aposta dos fogaceiros nos produtos das camadas jovens. “Só conseguem atingir os objectivos se forem os melhores” – começou por referir o dirigente, para de seguida lembrar que “o Feirense não é um clube qualquer” e que os atletas

“têm que dar o máximo, porque se quiserem tudo é possível”. Fernando Costa sublinhou ainda que é necessário ser-se “ambicioso” porque, “com trabalho e esforço estão reunidas as condições para o sucesso”. Uma das principais novidades no staff fogaceiro é a inclusão de Mário Adolfo, que desempenhará o papel de Team Manager. A seu

cargo terá todas as questões extra futebol, por forma a permitir que os atletas se preocupem apenas com o seu desempenho dentro das quatro linhas. De recordar que o arranque do campeonato está agendado para o próximo dia 31 de Agosto. No jogo de estreia, os azuis recebem o Canidelo. O encontro tem início marcado para as 17h.

Equipa técnica Nuno Santos (treinador), Bruno Grave (treinador adjunto), Hélder Cristiano (treinador adjunto), Paulo Gusmão (treinador dos guardaredes), Carla (massagista), Mário Adolfo (Team Manager)

Juniores C // Presidente do clube, Fernando Costa, lembrou os jovens craques fogaceiros que “é preciso honrar a camisola”

Responsabilidade em projecto ganhador Presidente do Feirense depositou muita esperança na equipa, equanto o técnico, Pedro Alves, definiu como objectivo para a nova temporada “ganhar jogo a jogo”.

Plantel Roberto, Rui, Bruno, Joel, Magalhães, Leo, Francisco, Rafa, Rúben, Leandro, Ricardo, Xico, João, Jorge, Guga, Caetano, Pedro, Vareiro, Edu, André, Nuno, Vitor, Jorge Silva, Vidigueira, Batistuta, Vasco e Afonso

Rui Almeida Santos rui.santos@correiodafeira.pt

Com o objectivo de ganhar jogo a jogo, o plantel de juniores C do Feirense arrancou para a nova temporada no final da tarde da passada segunda-feira, no Complexo Desportivo de Golfar. Apesar da tenra idade dos atletas, Fernando Costa, presidente do clube, apelou ao sentido de responsabilidade dos jovens craques fogaceiros. A época passada foi uma das melhores de sempre do clube, no que ao escalão de juniores C diz respeito. Pedro Alves, que se mantém como responsável técnico da equipa em 2013/2014, conduziu a equipa à segunda fase do Nacional, tendo discutido a presença na Final Four da prova até à última jornada. A herança faz com que a próxima temporada seja encarada com um espírito de grande exigência, uma ideia reforçada por Fernando Costa:

Equipa técnica Pedro Alves (treinador), Manuel Teixeira (treinador-adjunto), Mário Soares (director), Mário Adolfo (Team Manager) “Com 14, 15 anos já têm algum sentido de responsabilidade. Vão vestir uma camisola com algum peso e é preciso honrá-la”. O presidente do clube lembrou o plantel que “o Feirense está habituado e a vencer e quer promover os seus jogadores”, e sublinhou que “este é um desafio que nem toda a gente consegue agarrar”. “Haveria

muito mais jovens que queriam cá estár e não estão” – lembrou o dirigente, que referiu que deposita “muita esperança na equipa” e que quer “continuar a ganhar”. “Há um projecto que vamos todos abraçar e elevá-lo o mais alto possível, e isso só se consegue com vitórias. Devem ser capazes de ultrapassar os problemas e assumir

este projecto de uma forma muito séria, para serem melhores. Isso é fundamental para se ter sucesso. Vamos abraçar um projecto ganhador” – concluiu Fernando Costa. Pedro Alves, técnico da equipa, definiu como objectivo para a temporada “ganhar jogo a jogo”, esperando “uma grande época” de todo o grupo.

Tal como acontece no escalão de juniores A, Mário Adolfo desempenhará o papel de Team Manager, ficando responsável por todas as questões de logística. O início do campeonato está agendado para o próximo dia 1 de Setembro. O Feirense incorpora a Série C e, na ronda inaugural, recebe o Repesenses (9h).


Correio da Feira 05.AGO.2013

Hóquei em Patins // Limianos e Sismaria desistiram

Ac. Feira repescado para a 2.ª Divisão

Opinião

No desporto não existem impossíveis

Rufino Ferreira

Luís Filipe Higino O Académico da Feira e a Académica de Coimbra foram ambos repescados oficialmente para disputar o Campeonato Nacional da 2ª Divisão de hóquei em patins em virtude das desistências das equipas do Limianos e do Sismaria. Depois de um final de campeonato incrível, em que o Académico da Feira tinha deixado fugir para o Lavra a manutenção no escalão secundário a cinco segundos do final, a equipa de Santa Maria da Feira acaba por garantir a 2.ª Divisão por ser a equipa com melhor pontuação de todas aquelas que foram despromovidas. No sorteio realizado em 31 de Julho na sede da Federação de Patinagem de Portugal em Lisboa, ditou que o Académico da Feira vai receber o Infante Sagres na 1ª jornada da competição, agendada para o dia 5 de Outubro. Resultado do sorteio da 2.ª Divisão, Zona Norte, para a jornada inaugural: Riba de Ave – Taipense, Académica de Espinho – Fânzeres, HC Marco – Famalicense, Gulpilhares – Juventude Pacense, Sobreira – CD Póvoa, Académico da Feira

– Infante Sagres, Lavra – Paço de Rei e CD Cucujães – Sanjoanense. De referir que a época de 2013/2014 vai ser uma época de transição, dado que futuramente o campeonato da 1.ª Divisão vai ser reduzido para 14 clubes assim como ambas as zonas da 2.ª Divisão, que terão igualmente na época de 2014/2015 apenas 14 clubes em cada zona. Entretanto, o Académico da Feira, agora treinado por Rui Tavares, ex-Cucujães, assegurou a contratação dos atletas João Teles e João Moreira, ambos ex-Cucujães e também o regresso ao clube do guardaredes Ricardo “Ricky” que representava o Escola Livre. Entretanto, João Teixeira, formado no Académico da Feira e que representava o Cucujães também está muito perto de chegar a acordo com o clube. Artur Couto, Tiago Pinto, David Sá, David Silva, Pedro Silva, Marco Dias e Eduardo Xavier são os atletas que renovaram pelo Académico da Feira. Falta apenas a contratação de um guarda-redes para fechar o plantel. De realçar também o regresso à competição por parte do Académico da Feira de uma equipa de juniores.

Futsal Feminino

Futsal Feminino

Depois de Estela, Mara, Diana Paiva e Tânia Paiva, todas oriundas do Vilamaiorense, a Juventude de Fiães, que na próxima temporada se estreia em competições oficiais de futsal feminino, garantiu, no decorrer da última semana, a contratação de mais cinco atletas. Do Vilamaiorense, equipa que cessou a sua actividade no final da última temporada, chegaram ainda Bárbara Freitas, Verónica e Liliana Baptista, às quais se juntam ainda Silvaninha Leite e Diana Almeida. As duas atletas representaram o PARC Pindelo na época transacta. Com a chegada das cinco atletas, o plantel fianense tem já oito nomes confirmados. Nas próximas semanas devem ser confirmadas mais algumas caras novas na equipa, que no ano de estreia em provas oficiais será comandada pelo técnico Paulo Pereira.

O Lusitânia de Lourosa continua a preparar a nova temporada. O emblema lusitanista começou por resolver as questões ligadas à equipa técnica, tendo contratado para técnico da equipa sénior Tozé, antigo adjunto da Selecção Distrital de Aveiro. A formação júnior será comandada por António Mendes. Em termos do plantel, até ao momento está apenas confirmada a manutenção da jovem guarda-redes Renata Sona, de 19 anos. A guardiã tem sido uma das figuras da equipa auri-negra nas últimas temporadas, sendo já um dos valores seguros do futsal concelhio. No capítulo da saídas, o clube viu partir Patrícia e Danielle rumo ao Santa Luzia, enquanto Juliana rumou ao campeão distrital de Aveiro, Novasemente. De saída está também Diana Robalinho, atleta que havia integrado o plantel lusitanista na recta final da temporada passada.

Juventude de Fiães Renata continua garante mais cinco a defender as redes reforços do Lourosa

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Já são conhecidos os calendários dos campeonatos nacionais de futsal, para a época 2013/2014. Fazendo uma análise das diversas equipas aveirenses em prova e começando pela 2.ª Divisão Nacional, a CRECOR de Cortegaça, comandada por Luís Almeida, terá difícil deslocação a Viseu, onde irá defrontar um dos principais candidatos ao ttulo, o Viseu 2001. Já os comandados de Vítor Blanco, o Covão do Lobo, irão deslocar-se a Famalicão para defrontar o Cabeçudense, um clube que em quatro anos alcançou o segundo escalão do futsal português. Por fim, a ACR Vale de Cambra, superiormente liderada pelo técnico Gabriel Silva, irá medir forças, fora de portas, com o Gualtar. Das equipas aveirenses em prova, a ACR Vale de Cambra parte como uma das principais favoritas ao título, atendendo à qualidade dos reforços apresentados e à manutenção da espinha dorsal da época transacta. Na série B da 3.ª Divisão Nacional, es-

tarão igualmente presentes três equipas aveirenses. O Feirense, que continuará sob a alçada técnica de Joaquim Augusto, uma “velha raposa” da modalidade, irá iniciar a prova na qualidade de visitado à formação do ABC de Nelas. Já o Lamas Futsal, agora às ordens do técnico Luís Alves, terá uma deslocação à cidade dos Estudantes, onde irá defrontar a Prodeco. Por fim, os oliveirenses do Azagães, que também recebem novo técnico, Henrique Passos, irão medir forças no seu reduto com a equipa do Rio de Moínhos. Atendendo a que esta será a última edição da 3.ª Divisão Nacional, os três primeiros classificados irão ascender à 2.ª Divisão Nacional, sendo que todas as restantes equipas serão relegadas aos distritais. Não acreditando que as três turmas aveirenses alcancem o pódio, faço votos para que lutem com todas as forças para que esse feito possa ser alcançado. No desporto não existem impossíveis. Por fim, teremos a primeira edição do Campeonato Nacional Feminino, que contará com a presença de duas equipas aveirense, as espinhenses do Novasemente e a formação do Veiros, de Estarreja. O sorteio ditou em sorte que o Novasemente, agora liderada pelo técnico João Filipe, iniciasse o campeonato em casa, a receber a formação da Escola de Gondomar. Por outro lado, as pupilas de Arminda Ruela irão iniciar a prova na qualidade de visitadas à forte equipa do Vermoim. Não antevendo facilidades para ambas as equipas, faço votos para que alcancem a manutenção na 1.ª Divisão Nacional de forma tranquila. A primeira jornada dos diversos campeonatos está marcada para o último fim de semana de Setembro.


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Correio da Feira 05.JUL.2013

Quadro de transferências Futebol

Feirense Treinador

Pedro Miguel

Entradas: Jonathan e Chapinha (regressam de empréstimo), Álvaro e Edu (ex-D. Chaves), Cris (ex-AEP), Ricardo (ex-S. João de Ver), Zé Pedro (ex-Oliveirense), Hélder Rodrigues (ex-Ac. Viseu), Ricardo Valente e Xavier (ambos ex-Sp. Braga), Marcelo Santiago (ex-Naval), Paiva (ex-Famalicão), Tonel (ex-Beira-Mar), Barge (Alki Larnaca) Permanências: Miguel, Marco, André Santos, Carvalho, Sténio, João Ricardo, Jorge Gonçalves Saídas: Carlos, Diogo Cunha, Pires (Moreirense), Rafa (Sp. Braga), Ludovic (Créteil), Marcelo (Académica), Filipe Babo (Freamunde), Samir (Ac. Viseu), Fonseca (Chernomorets), Marcão, Williams, Luciano (Oliveirense)

Entradas: Nelson (ex-Sanjoanense), Tiaguinho (ex-Sp. Braga)

Entradas: Hélio, Castro, Xavi, Júlio, Quirino (todos ex-U. Lamas), Vítor Hugo (ex-Anadia), Paulo Jorge (ex-Cesarense), Catarino (ex-Gondomar), Bruno (ex-Avanca), Quim Pedro (exSanjoanense)

S. João de Ver Permanências: Saul, Cancela, João Pedro, Américo, Ruben Gomes, Machadinho, Fredy, Treinador Rui Lopes, Ministro, Cláudio, Vitinha, Rafa, Márcio, Rui Silva, Cândido Costa

Francisco Baptista

Saídas: Ricardo e Chapinha (Feirense), Nuno e Amílcar (Grijó), Ricardo Sousa, Maia

Lourosa Treinador

Permanências: Rui Pedro, Hugo, Sanguedo, Vítor Fonseca, António, Rui Jorge, Ivo Oliveira, Zé Paulo, Moisés, Baptista, Hugo Silva, Bino, Andrezinho, Mauro, Inverno, Lima, Xavi, Pedro Alonso Saídas: André Pais (Fiães), Rochinha (Sanjoanense)

Joaquim Martelinho

Futsal Entradas: Telmo (ex-CRECOR), Feliciano (ex-CRECOR), Pedro (sem clube), Pedro Sousa (exBoavista), João Maio (Cohemato), Wilson (ex-Miramar), Kallon (ex-ISPAB Futsal)

Lamas Futsal Permanências: Diogo, Ribas, Alejandro, Miguel Ângelo

Treinador

Luís Alves

Entradas: Kaká (ex-Lamas Futsal), Russo (ex-Freixieiro), Fuka e Ruben (ambos ex-AC S. João de Ver), Hugo Lima e Mesquita (ambos ex-ISPAB Futsal), Banana (ex-ACR Vale de Cambra), Pirata (ex-CSG Putignano)

Feirense

Permanências: Dani, Ivo, Né, Teixeira, Letz, Paulinho

Treinador Saídas: Dércio (ACR Vale de Cambra), Kaká (Feirense), Carlos Filipe (Juventude de Fiães), Nuno Couto, Kukes, Hugo, Miguel

Joaquim Augusto

Permanências: Por definir

Permanências: Fábio, Tono, Maric, Artur, Neto, Bubu, Bacalhau, Moisés, Joel

Juv. Fiães Treinador

Saídas: Pichel

Saídas: Vítor Ferreira, Igor, Miguel Armando, Tiago, Pedro Lucho (todos para o ISPAB Futsal)

Por definir

António Teixeira

Futsal // Do 1.º Grande Torneio de Futsal do Feirense

Hotel Pedra Bela sagra-se campeão O Hotel Pedra Bela foi o vencedor do 1.º Grande Torneio de Futsal do Feirense. Numa final emotiva e disputada até ao último segundo, o campeão derrotou o Grupo Bota Bota por 8-7, num jogo em que brilharam Moisés e Aranha. O jogo teve duas partes distintas. Na primeira, o Hotel Pedra Bela fez valer a sua qualidade e chegou ao intervalo a vencer por 5-1. Porém, o jogo estava longe de estar

decidido. Na segunda metade, o Grupo Bota Bota entrou determinado em reentrar na discussão pelo resultado e, com Aranha em grande destaque (marcou seis dos sete golos da equipa), conseguiu encostar no marcador mas o Hotel Pedra Bela foi sempre capaz de segurar a vantagem até final, muito graças a Moisés, que marcou quatro golos, entre os quais o que selou o triunfo. Nas contas finais

Permanências: Bruno Barbosa, Pedrinha

Saídas: Hugo Lima (Feirense), Mesquita (Feirense), Kallon (Lamas Futsal), Fred

Paulo Lima Entradas: Ruben, Mix e Bruno (ex-juniores do clube), Bife (ex-Invicta Futsal), Carlos Filipe (ex-Lamas Futsal), Paulo Russo (ex-AC S. João de Ver), Nelson (ex-FCC Lourosa)

Treinador

ISPAB Futsal Treinador

Saídas: Serginho (terminou a carreira), André Castro (Arrifanense), Cristiano (Modiucs), Faísca, Nando Lara

Entradas: Por definir

FCC Lourosa

Entradas: Picareta e Reinaldo Santos (ex-JACA), Vítor Ferreira, Igor, Miguel Armando, Tiago, Pedro Lucho (todos ex-FCC Lourosa), Daniel Costa (exJuventude de Canedo)

do torneio, o Hotel Pedra Bela foi o campeão e a defesa menos batida, enquanto o Cavalinho conquistou a Taça. Apesar de ter perdido a final, o Grupo Bota Bota levou para casa os prémios referentes ao melhor ataque e ao melhor marcador, que foi Carlos Esperança. O SKA Bar ganhou o Prémio Disciplina, em virtude de ter sido a equipa que viu menos cartões, e o Lércio Pinto venceu o Prémio Fair-Play.

O Mosteirô FC confirmou a contratação de Peixinho e do guardaredes Luís, para além da renovação de Neca. Por outro lado, Mota, guardião que já havia sido confirmado como reforço vai continuar ao serviço do Canedo


Correio da Feira 05.AGO.2013

Ciclismo // Competição já foi conquistada por seis ciclistas naturais do concelho de Santa Maria da Feira

A Volta das “Bodas de Diamante” Fotos: DR

Roberto Carlos Reis Rejuvenescida a cada ano que passa e orgulhosa da sua história, a Volta a Portugal em Bicicleta chega às 75 edições como um dos maiores símbolos de identidade nacional. A simbólica e marcante efeméride aumenta expectativas e anseios sobre o que se vai desenrolar entre 7 e 18 de agosto quando, 86 anos depois de nascer, surgir a 75.ª Volta a Portugal Liberty Seguros. O galego David Blanco foi consagrado, o ano passado, como “Rei da Volta”. Para além da vitória de David Blanco ao serviço da equipa santamariana Efapel / GlassDrive, o Concelho de Santa Maria da Feira tem 6 vencedores da “Grandíssima”.

23.ª Volta a Portugal (1960) - 2551 km: Sousa Cardoso – F. C. Porto Natural da Lavandeira, S. João de Ver, Sousa Cardoso representou sempre o F.C.Porto, o que aconteceu durante 13 anos . Tinha 21 anos quando participou na sua primeira volta a Portugal , em 1957. Um ano depois alcançou o segundo lugar. Nesse ano, na Vuelta Espanha, vence etapa Pamplona - S.Sebastian . Em 1959, quando andava também em segundo lugar, sofreu um acidente no Marão que o afastou da prova. Em 1960 Sousa Cardoso conquista a vitória na prova rainha do ciclismo nacional. O ciclista participou na Vuelta a Espanha, onde venceu uma etapa e três prémios de montanha, participou ainda no Tour de França e no Tour do Futuro, onde alcançou o décimo lugar. Por várias vezes campeão nacional, Sousa Cardoso representou o País , entre outros países , na Bélgica e no Brasil . Sousa Cardoso foi ainda treinador do FC Porto. Volta a Portugal: 1 – 1960; Gran Premio Llodio (Espanha): 3 – 1962; Etapas na Vuelta España: 1; Etapas na Volta a Portugal: 5.

24.ª Volta a Portugal (1961) - 2607 km - Mário Silva - F.C.Porto Nasceu em 5 de Outubro de 1939 em Azevedo, Caldas de S. Jorge. Começou como popular em 1959, estreando-se na então no Circuito da Vila da Feira e ganhou. Correu

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41.ª Volta a Portugal (1979) - 1853 km - Joaquim Sousa Santos – FC Porto Joaquim Sousa Santos, nasceu em 13 de Outubro de 1953, em S. Bento - S.João de Ver. Do seu palmarés , destacam-se entre outras: Vitória na 3.ª e 5.ª etapa da 37.ª volta a Portugal em bicicleta (1974); Alcança a 5.ª posição da geral na 38.ª volta a Portugal em bicicleta (1976); Alcançou o 2.º lugar na volta a Portugal, que terminou no Restelo, em Lisboa (1977); Foi o 10.º classificado da geral final da volta a Portugal (1978); Com 23 anos de idade, venceu a volta a Portugal, conseguindo ao mesmo tempo ser estudante em medicina em Coimbra, onde se viria a tornar médico (1979). Joaquim Sousa Santos treinava-se entre S. João de Ver e Coimbra, entre outras equipas. Sousa Santos (filho) representou o Sangalhos, Bombarralense, o F.C.Porto onde venceu a volta a Portugal ao seu adversário, Marco Chagas. Participou na volta à Catalunha onde alcançou o 13.º lugar, na volta a Málaga (3º lugar), Perpighan em França. Aos 26 anos abandonou o ciclismo, para se dedicar à Medicina.

52.ª Volta a Portugal (1990) - 2401,8 km. Fernando Carvalho – Ruquita Feirense Sousa Cardoso foi o primeiro feirense a vencer, em 1960, e Fernando Carvalho o último, em 1990 de 1959 até 1960 no FC Porto terminou a carreira na Fgor de Moçambique como treinador / ciclista. Participou nos Jogos Olímpicos de Roma em 1960. Participou na Volta à França, Volta à Espanha, Campeonatos Mundo (1965, 1966, 1968, 1969). Ganhou Prémios Philips, Robbialac, FC Porto.

32.ª Volta a Portugal (1969) - 2616 km - Joaquim Andrade (Sangalhos) Nasceu a 14.06.1945 em Travanca (Portugal), representou em Portugal: Ovarense, Sangalhos, FC Porto, Coelima, Safina, Coimbrões, Águias de Alpiarça, Ovar/Cortal e Paços de Ferreira. No estrangeiro: Fagor (Angola), Flandria, Gitane e Mike Ludo Gribaldy. Foi conjuntamente com Fernando Mendes, um dos grandes rivais de Joaquim Agostinho, numa das eras mais gloriosas do nosso ciclismo. Era um corredor muito completo, bom em todos os terrenos, com um Palmarés muito rico, quer em estrada quer em pista, condizente

com a sua indiscutível classe. Foi Campeão Nacional de Montanha por 2 vezes, Campeão Nacional de Perseguição Individual por 3 vezes, Campeão Nacional de Perseguição por Equipas, tendo obtido, ainda, muitos segundos lugares em diversos Campeonatos Nacionais e Regionais. Ganhou a Volta a Portugal, tendo ganho 11 etapas em Voltas diversas, um Prémio da Montanha. Na Volta obteve, ainda, os seguintes lugares: um 3º, um 4º, dois 5º e um 9º. Ganhou, ainda, os Grandes Prémios Fagor, Nocal, Porto (2 vezes), Coelima, Couto, Volta ao Nordeste Transmontano e Volta ao Algarve, tendo em muitos outros obtido lugares no pódio. Correu muitas provas internacionais, nomeadamente a Volta a França e a Volta ao Estado de São Paulo, onde ganhou 2 etapas.

37.ª Volta a Portugal (1974) 2085,5 km - Fernando Reis Dias Mendes -Benfica Nasceu em 1946 em Rio Meão. Representou em Portugal: Ova-

rense, Benfica e FCPorto, e no estrangeiro Flandria, Kas, FrisolGBC, Teka e Sem-France Loire. Foi o grande rival (e amigo) de Joaquim Agostinho, reeditando o duelo Benfica-Sporting dos anos 20, entre Nicolau e Trindade. O seu palmarés na Volta só não foi maior porque foi contemporâneo do grande Joaquim Agostinho, que dominou a Volta entre 70 e 73. Ainda assim, Fernando Mendes marcou uma época no nosso ciclismo, sendo um dos grandes nomes de sempre na velocipedia nacional. Era um corredor completo, que aliava a sua força natural com a sua grande vontade de vencer em todas as corridas. Exemplo dessa tenacidade foram as suas 3 vitórias consecutivas na Clássica Porto-Lisboa, em 70, 71 e 72. Venceu praticamente todos os Grandes Prémios que se disputavam à época e fez boa carreira no estrangeiro, destacando-se um 6º lugar na Vuelta bem como a vitória no prémio das Metas Volantes, entre outros honrosos resultados. Obteve 74 vitórias.

Nasceu no dia 28 de agosto de 1962. Começou com 13 anos. Individual, S. Felix, Gulpilhares, Oleiros, Rodovil , Ovarense (passou a profissional) Ajacto, Rodovil, Bombarralense, Lousa, Louletano, Teka, Ruquita Feirense, Paternina, Imporbor Feirense, Paços Ferreira e Quintanilha Paredes. Campeão Nacional Cadetes, Juniores, Profissionais estrada pista rampa. Venceu ainda: Volta à Feira, Volta a Cantanhede, 2 Volta ao Algarve, Volta ao Alentejo, Volta a Portugal do Futuro, Prémio Abimota, 2 Prémios 2 JN , 1 Prémio Jogo,; Metas Volantes Volta ao País Basco, 8.º Volta a França do Futuro, participou em 5 campeonatos mundo. Fernando Carvalho venceu a Volta a Portugal de 1990, depois de um duelo com Joaquim Gomes, vencedor da edição anterior. A luta entre os dois foi renhida e manteve-se até ao último dia, altura em que o corredor da Ruquita/Feirense levou a melhor sobre Gomes no contra-relógio final. Esta edição foi uma luta entre duas gerações: a de Marco Chagas, Venceslau, Zeferino e M. Cunha, e a dos novos valores, Jorge Silva, Delmino Pereira e António Pinto. DR

Ciclismo // Carlos Pereira diz ter a equipa mais coesa de sempre ao dispor

Efapel-Glassdrive veste de Rosa na Volta Uma imagem diferente, a mesma identidade para a edição 75.ª da Volta a Portugal. Termina o suspense, a Efapel-Glassdrive veste de rosa na grandíssima, de 7 a 18 de Agosto, nas estradas do centro e norte do País. Rosa que é símbolo de líder numa das maiores competições do mundo, o Giro de Itália. Tendo como mascote a pantera cor-de-rosa, a equipa tem um único pensamento, voltar a fazer

história na Volta. Vitória individual, triunfo colectivo, liderança absoluta na montanha e quatro vitórias em etapas foram a imagem em 2012. Uma grande equipa avança para a estrada, com o apoio de marcas de excelência. A Skoda, Irmãos Leite, reforça a estrutura com quatro carros novos. “Obrigado pelo envolvimento de todos. É um orgulho para nós. Tenho a equipa mais coesa de sempre.

O grupo é muito forte e com essa união, garra e vontade de vencer avançamos, determinados, para a 75.ª Volta a Portugal” - garantiu Carlos Pereira, director desportivo da Efapel-Glassdrive. Já o sanjoanense Filipe Cardoso referiu que a equipa “ambiciona a geral final”, para além de assumir o desejo de vencer uma etapa. Joni Brandão escolhe o termo “ambiciosa” para definir a equipa.

Efapel-Glassdrive apresentou os novos equipamentos para correr a 75.ª edição da Volta a Portugal em bicicleta


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Correio da Feira 05.AGO.2013

Ciclismo // Começa na próxima quinta-feira

Colégio Lamas em bom plano no Torregri 3

Liberty ataca Volta de cadetes DR

Esta quinta-feira, os corredores iniciam a Volta a Portugal de Cadetes na Figueira da Foz rumo a Aveiro. Na sexta-feira, os 67,4 quilómetros ligam a Trofa a Santa Luzia, Viana do Castelo, com a particularidade da meta coincidir com uma contagem de montanha de terceira categoria. A última etapa, sábado, é a mais longa. O pelotão cumpre 69,1 quilómetros, entre Terras de Bouro e Fafe, com duas contagens de montanha de terceira categoria. Estão inscritos 119 corredores, de 16 equipas. As etapas terminam no mesmo local das tiradas da Volta de Portugal, cerca de hora e meia antes da chegada do pelotão profissional. David Ribeiro esteve em bom plano na Taça das Nações. O ciclista júnior da Liberty Seguros-Feira-KTM foi 32.º, melhor português, na 1.ª etapa do «Trophée Centre Morbihan», disputada, ao longo de 107 quilómetros, entre Eleven e Gourhel, França. Na geral, depois das provas disputadas, sábado e domingo, Ribeiro reforçou a condição de melhor luso, 36.º lugar, com a seleção a terminar na 10.ª posição, entre 19 seleções. Pelo segundo ano consecutivo, Vasco Miguel Costa, antigo atleta do Sport Ciclismo de S. João de Ver, é o médico oficial da 75.ª Volta a Portugal Liberty Seguros, com

arranque, esta quarta-feira, em Lisboa, com o contrarrelógio por equipas. Segue-se a primeira etapa em linha, Bombarral-Aveiro, quintafeira. O final será em Viseu, dia 18 de Agosto. No espaço de dias houve demonstrações de garra e de classe dos Juniores da Liberty Seguros-FeiraKTM. Marcelo Vieira venceu, com classe, o I Troféu Eng. Manuel Martins. Samuel Leal foi segundo, também ele da armada de Luís Pinheiro, em tremendo recital coletivo. O 3.º lugar foi para Paulo Silva, Escola Ciclismo Carlos Carvalho. “Finalmente, foi o dia da minha vitória. Obrigado equipa! É bom levantar os braços e sentir que fui o mais forte”, revela Marcelo Vieira. Em Lousada, Paulo Silva, David Ribeiro, Samuel Leal, Rui Madureira, Alexandre Matos, Ivo Silva, Paulo Cunha, Pedro Pinto, Daniel Simões, João Rebelo, Marcelo Vieira e Leonardo Vieira formaram a melhor equipa, em prova de dimensão ibérica. Os Cadetes (na foto) estiveram, também, imbatíveis. Vitória por equipas, com António Rocha, Tiago Oliveira, Filipe Rocha, Fábio Paiva, foi segundo na geral, Bruno Oliveira e Nuno Fernandes. Fernando Vasco, presidente da direção do S. João de Ver acompanhou a equipa, na cerimónia do pódio.

NATAÇÃO A participação do Clube Colégio de Lamas no Torregri 3, disputado no Clube Fluvial Portuense, foi, no geral, muito positiva. O auge foi atingido nas provas de 100m livres (cadetes A) e 100m bruços (cadestes B), com Alfredo Coelho e Xavier Cerdeirinha, respectivamente, a sagrarem-se campeões regionais. As estafetas de 4x100m livres (Nuno Almeida, Xavier Cerdeirinha, Jorge Santos e Luís Pereira) e 4x100m estilos (Samuel Martins, Xavier Cerdeirinha, Nuno Almeida e Manuel Oliveira), sagraramse vice-campeãs regionais. Mariana Pinto alcançou um notável 5.º lugar nos 100m bruços entre 44 participantes. Na mesma prova, mas do lado masculino (cadetes B), Luís Pereira fez a sua melhor performance, atingindo o 6.º lugar. Nuno Almeida foi 4.º nos 100m mariposa, seguido de Samuel Martins (8.º) e Rui Santos (10.º). Bruna Tavares teve as suas melhores classificações nos 100m bruços (9.ª) e 100m costas (11.ª). Jorge Santos fez uma excelente prova nos 200m livres, retirando 15 segundos ao seu anterior recorde e posicionando-se no 11.º lugar. Marcos Martins, Miguel Rodrigues, Pedro Castro, Nélson Santos, Miguel Cardoso e Eduardo Melo (estreante em provas oficiais) bateram os respectivos recordes pessoais em todas as provas nadadas. Do lado feminino, Arianna Tona, Inês Campos e Carolina Gomes estabeleceram novas melhores marcas em todas as provas nadadas. Ana Oliveira bateu as suas melhores marcas nos 100m costas e nos 100m livres. Ana Sousa e Carlota França fizeram o mesmo nos 100m bruços.

Ténis // Após derrotar Miguel Oliveira num encontro que durou 2h30

Feirense Mauri Gomez sagra-se Campeão Absoluto do Minho DR

Tenista do FCTENIS.pt-Escola de Ténis de Sanfins somou o oitavo título na presente temporada. O Feirense Mauri Gomez, atleta do FTCTENIS.pt - Escola de Ténis de Sanfins, volta a destacar-se e faz jus ao bom momento de forma que atravessa ao sagrar-se Campeão Absoluto do Minho 2013, em terras Bracarenses. O torneio decorreu entre os dias 26 a 28 de Julho, uma prova C da Federação Portuguesa de Ténis, organizada pela Associação de Ténis do Por-

to, que se realizou nos campos de terra batida do Clube de Ténis de Braga. A defender o estatuto de primeiro cabeça-de-série, Mauri Gomez, actual número 26 do ranking nacional precisou de suar bastante para derrotar o atleta do Treino & Rendimento, Miguel Oliveira, por duríssimos 6/4 e 7/5, ao cabo de 2h30. Mauri continua a afirmar-se no panorama do Ténis nacional com a conquista de mais um título, oitavo da presente temporada. De recordar que, há duas semanas, o tenista havia conquistado o Open Terras Santa Maria, disputado em Paços de Brandão.

Desporto // Presidente do Mosteirô FC satisfeito

Fernando Andrade sublinha que o Julho Desportivo é para repetir e melhorar DR

Edição de estreia do evento deixou a organização bastante satisfeita. No próximo ano, o presidente do Mosteirô FC acredita que haverá um acréscimo, de 30 a 40%, de participantes. Rui Almeida Santos rui.santos@correiodafeira.pt

Com mais de 870 inscrições, o evento “Julho Desportivo 2013”, organizado pelo Mosteirô FC durante todo o mês transacto, e que contou com os apoios da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, da Junta de Freguesia de Mosteirô, da Fullbike, da Nutrisport e da Associação de Atletismo de Aveiro, revelou-se um sucesso, sentimento que fica patente nas palavras de Fernando Andrade, presidente do clube, que já aponta à próxima edição do evento. “Era uma ideia que já vinha desde algum tempo. Nesta segunda fase do mandato, vinha com a ideia de alterar um bocadinho uma filosofia, que vinha de há muitos anos, em que o Mosteirô FC estava muito dedicado só ao futebol. Queria alargar o leque de actividades, para oferecer mais à população, da terra e do Concelho, e para envolver mais gente no desporto” - explica Fernando Andrade, que ficou bastante agradado com a aderência de participantes nas diversas modalidades: “Tivemos 873 inscrições e participantes, no geral, à volta de 760. No final de cada evento, notava que as pessoas pediam para organizar mais vezes, não só no verão como também durante todo o ano. Isso, para nós, é satisfatório”. Os participantes tinham à sua disposição um vasto leque de modalidades, que iam desde o futsal ao atletismo, passando pela aeróbica, o BTT e pelos joguinhos, uma prova para atletas em formação. De todas, a que teve maior procura foi a Milha de atletismo, prova em que a organização não esconde que apostou mais forte. “Em termos

de participação, a Milha foi uma das que quisemos apostar um bocado, até porque, para futuro, vamos tentar fazer com que ela fique marcada e que pertença aos quadros da Associação de Atletismo de Aveiro. Foi a actividade que mais destaque e exigência, em termos de organização, teve” - conta Fernando Andrade. O sucesso da edição de estreia do “Julho Desportivo” deixa antever que o evento regresse em 2014 e com melhorias. “É para repetir e melhorar. Mesmo em termos de organização, há pessoas que estão envolvidas que querem ajudar a que a prova cresça. Estou convencido de que, para o ano, vamos ter um acréscimo de 30 a 40% de participantes” - prevê o presidente do Mosteirô FC, que deixou ainda agradecimentos “à Câmara Municipal pela logística que colocou ao nosso dispor, a todos os patrocinadores, a toda a Direcção do Mosteirô FC e a várias pessoas que colaboraram para o sucesso deste mês desportivo, como Marcelo Brandão, pela dedicação para organização do BTT, e António Sá e Prof. José Eduardo, pela organização da Milha e joguinhos”.

Estádio desanima O tom positivo de Fernando Andrade ganha outro tipo de contornos quando o assunto são as obras do Parque de Jogos de Santo André, casa do Mosteirô FC. “Sinto-me um bocado desiludido por não ver pessoas que, na minha opinião, tinham o dever de acompanhar mais este projecto. É um projecto da freguesia e para a freguesia. Vai haver eleições em Setembro e espero bem que melhores ventos venham cá parar” - desabafa o presidente do clube.

Prova com maior adesão foi a Milha de atletismo. Clube quer que ela pertença aos quadros da Associação de Atletismo de Aveiro


Correio da Feira 05.AGO.2013

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Correio da Feira 05.AGO.2013

Mozelos // Elvira das Neves completou um século de vida na passada quinta-feira. Trabalhou sempre no campo e passou muita fome

100 anos cheios de vida e histórias para contar Elvira das Neves nasceu em Canedo mas vive com a filha em Mozelos há mais de 20 anos. Apesar de alguns sustos, hoje tem uma saúde de ferro e continua a controlar tudo o que acontece lá em casa. Daniela Castro Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

“Ainda esta manhã pus o fio branco na agulha” – começa por dizer Elvira das Neves, orgulhosa do seu feito. Não era para menos visto que a matriarca da família completava, na passada quinta-feira, 100 anos de vida. A família estava quase toda reunida e alguns amigos e conhecidos iam aparecendo para lhe dar um beijinho de parabéns. Mas o melhor estava para vir, com uma festa surpresa para a idosa, que a família quis manter no maior segredo. Elvira das Neves conta actualmente com três filhos, nove netos e nove bisnetos. Filha de agricultores, passou, em conjunto com os quatro irmãos, toda a sua vida a tratar do campo.

“Era só sachar a terra” – afirma a idosa. Queria ir para a escola, mas o pai na altura não deixou, pois precisava da ajuda dela na lavoura. Foram tempos de infância muito difíceis. “Passei muita fome. Uma sardinha era repartida por quatro” – conta Elvira das Neves. Conheceu o marido numa desfolhada e este acompanhou-a depois nos trabalhos do campo. “Dançava-se aquelas músicas e os namoros vinham atrás da gente. Mas eu não permitia abusos. Quem abusasse levava com o chinelo” – diz a idosa. Elvira das Neves já passou por alguns sustos. Foi internada no hospital quatro vezes, algumas delas por uma infecção no pulmão que teimava em persistir. A mais grave, no entanto, foi há cerca de 25 anos, quando começou a ter hemorragias. “Deram-lhe pouco tempo de vida. Disseram-me para me preparar porque ela ia morrer” – conta Rosa, uma das filhas de Elvira. Todos os familiares e amigos a visitaram nessa altura para se despedirem. Mas ainda não era o fim para Elvira das Neves e esta conseguiu recuperar. Desde então mudou-se de Canedo, onde nasceu, para a casa da filha em Mozelos e tem sido “muito bem estimada”.

Apesar de ter sofrido grandes perdas, como a morte do marido e de uma das filhas, Elvira das Neves continua sorridente e com força para enfrentar o que a vida lhe traga. Não usa óculos, não toma qualquer medicamento, faz uma almofada para cada bisneto

que nasça e ainda está apta para saber tudo o que se passa à sua volta. “Ela passa os dias na janela, a falar com o piriquito. Quando ela está de cama, o piriquito até parece que fica triste, sente a falta dela” – diz o genro de Elvira das Neves. A filha da matriarca

acrescenta: “Ela controla tudo. Controla as panelas que tenho ao fogão e o padre que mora aí em frente. Gosta de ver o que ele anda a fazer”. O segredo desta jovialidade? “Um copito de vinho do Porto antes de ir para a cama” – diz a família em coro. Publicidade


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