TAXA PAGA
4520 Santa Maria da Feira
Semanário
Direção: Nélson Costa
16 Março 2020
Nº 6144
€0,85 (iva inc.)
COVID-19
ALERTA MÁXIMO! págs. 02 a 08
A Organização Mundial de Saúde declarou o coronavírus como pandemia e a Europa é já o epicentro da doença Covid-19. Em Portugal, há 245 casos confirmados de coronavírus, oito deles em estado crítico, e também já há registo de infetados em Santa Maria da Feira. O Governo fechou as escolas e declarou o estado de alerta. Todo o país está em suspenso, as ruas estão praticamente desertas, e quarta-feira há Conselho de Estado para discutir a eventual passagem para o estado de emergência
REPORTAGEM
ENTREVISTA
MIGUEL NEIVA TRAZ CÓDIGO ÀS E S CO L AS D O CO N C E L H O Q U E P E R M I T E AO S DA LTÓ N I C O S DECIFRAREM AS CORES
“ESPERO PODER DIZER QUE O ORFEÃO DA FEIRA CRESCEU COM A MINHA PASSAGEM”
págs. 12-13
FUTEBOL LIGA, FPFpágs. E AFA 02-04 SUSPENDEM TODOS OS EVENTOS DESPORTIVOS DEVIDO AO SURTO DE COVID-19
Fábio Pinto, presidente do CCROF
pág. 17
págs. 14-15 Pixabay
PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS
REPORTAGENS
Ano CXXII
Prémio Gazeta Imprensa Regional 2017
PUB
02
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Em suspenso! Portugal tem 245 casos confirmados de coronavírus, oito deles em estado critico. Há ainda 2.271 casos suspeitos, dos quais 281 aguardam resultado laboratorial. O Covid-19 passou a pandemia e a Europa é agora o epicentro do coronavírus. No Concelho, oficialmente há dois casos confirmados, mas há relatos de outros casos, ainda por confirmar. Nélson Costa nelson.costa@correiodafeira.pt
Era inevitável. Depois do primeiro caso de Covid-19 em Portugal, registado a 21 de fevereiro, os casos multiplicaram-se nos últimos dias no país, entrando, segundo a ministra da Saúde, numa fase de “crescimento exponencial”. Na passada semana, a evolução da situação em Portugal aconteceu quase ao minuto, com o Governo a endurecer as medidas de contenção e prevenção até ao “estado de alerta”, estando já em equação a passagem para o estado de emergência. O concelho de Santa Maria da Feira, naturalmente, não passou incólume. Em resposta ao primeiro caso confirmado, na quarta-feira (11 de março), de uma jovem de 17 anos, aluna da Secundária da Feira, o presidente da Câmara Municipal, Emídio Sousa, decidiu de imediato decretar um conjunto de medidas temporárias com vista a reduzir os riscos de exposição e contágio pelo Coronavírus SARS – 2 (Covid-19), no Concelho. Na altura, Emídio Sousa, declarou o encerramento ao público das piscinas geridas pelo Município; dos museus, parque ornitológico, bibliotecas e pavilhões municipais (em horários geridos pelo Município); bem como do Cineteatro António Lamoso, Imaginarius Centro de Criação e do Europarque, cancelando todos os eventos aí previstos. “Todas, sem exceção, as iniciativas culturais, desportivas e complementares à ação educativa promovidas pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e pela Feira Viva – Empresa Municipal foram adiadas ou canceladas”, decretou o Município. Foram ainda determinadas a suspensão de todas as atividades desportivas promovidas pelo Município; de todas as visitas e atividades de lazer, turismo ou de âmbito cultural promovidas pelo Município; e das atividades complementares à ação educativa, visitas de
estudo e passeios, promovidas pelo Município ou com recurso a serviços de transportes da sua responsabilidade. Naquele momento, mantiveram-se, “por enquanto”, em funcionamento feiras e mercados, “reforçando as ações de formação e prevenção já em curso, sem prejuízo de avaliação a levar a cabo com a Autoridade de Saúde Local”, assim como “os parques e jardins de gestão municipal”. Emídio Sousa garantiu ainda “promover com todas as Junta de Freguesia a avaliação de cada iniciativa concreta que se encontre programada”, sendo que as mesmas optaram por medidas idênticas às promovidas pela Autarquia, determinaram o encerramento da maior parte dos serviços. As medidas entraram de imediato em vigor,“estando sujeitas a avaliação permanente”, definindo-se, “para já, a vigência até ao próximo dia 3 de abril”, ficando ainda o Município a aguardar a decisão da Direção-Geral da Saúde (DGS), Serviço Nacional de Saúde (SNS) e Governo sobre o encerramento das escolas, o que não aconteceu de imediato, sendo apenas determinado no dia seguinte, quinta-feira (12 de março), com efeitos a partir de hoje, 16 de março. Na quarta-feira, no Concelho, de escolas públicas, apenas a Secundária da Feira se encontrava encerrada, depois de conhecido o referido caso.
Encerramento das escolas entre as 30 medidas extraordinárias do Governo
Contudo, como referido, a evolução do Coronavírus em Portugal, na Europa, e no Mundo, evoluiu drasticamente originando novas tomadas de posição do Governo, com “medidas de choque” que influenciaram, obviamente, também a situação no Concelho.
Ainda na quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença Covid-19 como pandemia, justificando a declaração com “níveis alarmantes de propagação e inação”. “ Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afetados aumente”, afirmou, na altura, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentando que “os países podem ainda mudar o curso desta pandemia se detetarem, testarem, tratarem, isolarem, rastrearem e mobilizarem as pessoas na resposta”. Posteriormente, na sexta-feira, a OMS declarou a Europa como epicentro do novo coronavírus, porque o número de casos de infeções por Covid-19 na China diminuiu e tem vindo a aumentar em todo o continente europeu, com especial incidência em Itália. Pelo meio, depois de se reunir com todos os líderes dos diferentes partidos com assento parlamentar, e ainda antes do comunicado do Conselho de Ministros, de 12 de março, com as 30 “medidas extraordinárias de resposta à epidemia do novo coronavírus”, o primeiro ministro, António Costa declarou, de forma geral, anunciou o fecho das escolas — com a compensação parcial de alguns dos pais —, a declaração de estado de alerta em todo o país e o apoio a empresas, ao nível das contribuições fiscais, por exemplo. O Governo decidiu também ordenar o fecho de discotecas, fecho dos bares até às 21 horas, limitar o número de clientes nos restaurantes e centros comerciais (veja todas as medidas extraordinárias de resposta à epidemia do novo coronavírus, aprovadas em Conselho de Ministros, na peça ao lado). Todas as praias do país estão igualmente interditas. Já ontem, depois de se registarem,
em alguns pontos do país, manifestações de aglomerados de pessoas em zonas de bares, o Governo decretou igualmente a proibição de consumo de álcool nas vias públicas. As missas foram canceladas, assim como todos os espetáculos desportivos, a nível concelhio, distrital e nacional (ver página 17). Em Santa Maria da Feira, os ecos das medidas têm-se feito notar nas principais artérias do centro da cidade. No fim-de-semana, as principais praças do centro histórico estavam praticamente desertas, os bares, restaurantes e esplanadas, que não estavam encerrados, registavam pouquíssima afluência. Os feirenses acataram as recomendações de isolamento social.
245 infetados em Portugal
No domingo, na última atualização da DGS antes do fecho desta edição, havia 245 pessoas infetadas pelo novo coronavírus em Portugal, mais 76 casos do que no último balanço, de sábado. A diretora-geral da DGS, Graça Freitas, revelou existirem 18 doentes em “cuidados intensivos”, e “oito em estado mais crítico” havendo agora 14 cadeias de transmissão ativas, mais três do que no sábado. A aguardar resultado laboratorial há 281 casos e 4592 contactos estão a ser vigiados pelas autoridades de saúde. A atualização feita pela DGS avança ainda que há dois doentes recuperados e há 139 pessoas internadas. Segundo os dados, atualizados às 11 horas de domingo, Lisboa e Vale do Tejo concentra, pela primeira vez, a maioria dos casos: são 116, mais 13 do que a região Norte (onde a DGS inclui Santa Maria da Feira). Centro e Algarve registam dez casos, os Açores têm também já o primeiro doente infetado pelo novo coronavírus.
Cinco casos foram registados em pessoas com residência no estrangeiro. O Alentejo e a Região Autónoma da Madeira são agora as únicas sem casos registados pela DGS. Em Santa Maria da Feira foram registados três casos, depois da aluna, conheceram-se o caso de um docente também da Escola Secundária da Feira e de um trabalhador da Central de Lobão (ver notícia à parte). Ao longo da semana, depois de conhecido o caso da aluna e do professor, foram relatados mais dois casos positivos pelo CHEDV, desconhecendo-se se incluíam algum dos casos atrás mencionados. Há ainda 47 casos importados do estrangeiro, dos quais 16 são de Espanha, 14 de Itália e cinco da Suíça. Entre os doentes infetados estão os casos de um menino com menos de dez anos e de 25 jovens entre os dez e os 19 anos. Existem cinco casos de doentes infetados acima dos 80 anos e 17 entre os 70 e os 79. É entre a população com idades entre os 30 e os 39 anos que se registam mais casos (55) de doentes infectados, segundo o boletim da DGS, que indica a existência de 53 casos entre os 40 e 49 anos e 43 casos entre os 50 e os 59 anos. Há também registo de 28 casos entre os 20 e 29 anos e 18 entre os 60 e 69 anos. O último balanço da DGS, de sábado, dava conta de 169 casos confirmados, mais 57 do que na sexta-feira. Desde 1 de Janeiro de 2020, houve um total 2271 casos suspeitos. Conhecidos os último números da pandemia em Portugal, em declaração informal ao país, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anúnciou a convocação de um Conselho de Estado para quarta-feira, 18 de março, em que estará em cima da mesa a decretação de estado de emergência.
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Plano de Contingência para o Covid-19
COVID-19 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA EM PORTUGAL
Câmara da Feira avança com medida de apoio aos profissionais dos serviços essenciais
FEIRA Com objetivo de “garantir condições para o acolhimento dos filhos de todos os profissionais que asseguram os serviços essenciais nesta altura de pandemia”, designadamente profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares de ação médica), proteção civil, funcionários de lares, bombeiros, forças de segurança, entre outros, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira avançou com uma nova medida, a colocar em prática já hoje, dia 16 de março. O Município de Santa Maria da Feira disponibiliza três escolas, situadas em pontos estratégicos do concelho – EB n.º 2, Feira, EB Dr. Sérgio Ribeiro, Lourosa, e EB de Canedo – que servirão como
polos de acolhimento a crianças (filhos dos profissionais que asseguram os serviços essenciais), até aos 12 anos. Neste âmbito, foram criados diversos espaços em cada uma das três escolas, com capacidade máxima para dez crianças, que funcionarão entre as 7h30 e as 19 horas. Além do fornecimento de refeições nos três estabelecimentos, será igualmente desenvolvido um plano de atividades que não envolva contacto físico entre as crianças. Para assegurar o funcionamento destes espaços, a Câmara Municipal vai afetar assistentes operacionais, monitores, socorristas e, se necessário, psicólogo. Este conjunto de medidas será
revisto diariamente em função das necessidades e da evolução do estado de emergência/contingência. Mais informações ou inscrições através do Pelouro de Educação da Câmara: Tlm: 933708017, T: 256370888 ou do Email: pedj@ cm-feira.pt.
Acordo com quatro hotéis para alojar profissionais de saúde A Câmara Municipal alcançou um acordo informal com quatro hotéis que se mostraram disponíveis para alojar os profissionais de saúde da região, a custo zero, permitindo que estes descansem e pernoitem mais próximo do Hospital de S. Sebastião
Reorganização do funcionamento dos serviços municipais
Emídio Sousa determina teletrabalho FEIRA A atual situação de emergência de saúde pública e considerando a existência de vários casos de Covid-19 confirmados pela Autoridade de Saúde, no concelho de Santa Maria da Feira e concelhos limítrofes, o presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira determinou, ao início da noite de 13 de março, através de despacho, a reorganização do funcionamento dos serviços municipais, a vigorar já a partir de hoje, 16 de março. O autarca feirense determinou o recurso ao teletrabalho, em todos os serviços onde esta forma de trabalho seja possível, mantendo-se os trabalhadores disponíveis e contactáveis durante o período normal de expediente. Relativamente aos equipamentos
que foram encerrados, na sequência das primeiras medidas preventivas adotadas pelo Município, e nos casos em que não seja possível o teletrabalho, os funcionários da Câmara Municipal “são temporariamente dispensados, devendo, no entanto, evitar o contacto social, permanecer no seu domicílio e estar permanentemente contactáveis e disponíveis para eventuais situações de emergência”. Os trabalhadores dos serviços operacionais, nomeadamente das brigadas de trabalho externo, “serão escalados em regime de rotatividade e em função das disponibilidades”. No período em que não estiverem escalados para trabalhar devem também evitar o contacto social, permanecer no seu domicílio e estar permanen-
temente contactáveis e disponíveis para eventuais situações de emergência. O despacho refere ainda que “os restantes trabalhadores devem comparecer no seu local de trabalho, assegurando os serviços essenciais da organização e apoiando as atividades fundamentais de outros serviços públicos”. Emídio Sousa afirma que uma pandemia com esta dimensão e gravidade “exige respostas ponderadas e responsáveis; estamos perante uma situação de emergência de saúde pública”, acrescentando que “cada um de nós é um exemplo para os nossos cidadãos. Todos temos a responsabilidade de proteger a nossa família, a comunidade e a nós próprios”.
Concelho ‘bate palmas’ aos profissionais de saúde 18
Fonte: Governo; SNS; DGS Dados até dia 14/03/20 | 24:00 Atualizado a 15 /03/20 |11:00
FEIRA O relógio marcava as 22 horas de sábado, dia 14 de março, quando, um pouco por todo o país, muitos foram aqueles que se deslocaram às janelas das
suas habitações para, de forma simbólica, mas sentida, homenagearem e agradecerem a todos os funcionários de saúde que, de forma intensiva, vivem dias duros
de trabalho no combate ao coronavírus. Houve quem cantasse e quem batesse palmas, o que se registou também em Santa Maria da Feira.
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Caso da aluna da Feira detetado depois de ir três vezes às urgências do Hospital S. Sebastião
Arquivo
O primeiro caso do novo coronavírus em Santa Maria da Feira foi de uma jovem de 17 anos, aluna da Secundária da Feira, que apenas ficou internada no Hospital S. Sebastião, após ter ido três vezes à urgência, na semana anterior, apresentando sintomas gripais. FEIRA O caso teve repercussão nacional, não apenas por só ter sido validado após três idas às urgência ou por se tratar de mais um novo caso, mas também porque, aparentemente, terá contraído coronavírus após contacto com amigos que visitaram Milão no decorrer do Carnaval, mas que até então não manifestaram sintomas. Os rumores confirmaram-se na quarta-feira quando a Escola Secundária de Santa Maria da Feira foi encerrada. Em nota pública, a subdiretora da escola, Ana Paula Silva, informou que a decisão foi tomada “por indicação da delegada de saúde do Agrupamento de Centros de Saúdes Feira-Arouca, tendo como motivo o internamento de aluno suspeito de infeção por Covid-19”. A aluna foi mesmo validada como portadora da doença Covid-19 e conheceram-se novos contornos do caso que lançaram o alarme. Confirmado pelo Hospital S. Sebastião, a jovem, natural de Ovar, foi internada e isolada apenas depois de três visitas às urgências do Hospital, tendo durante as mesmas contactado com outros doentes e corpo clínico. “No domingo, pela terceira vez, voltou ao hospital. Foi-lhe feito um raio-x, através do qual se diagnosticou uma pneumonia grave, bilateral. A DGS voltou a não a validar como suspeita de Covid-19, apesar de ter sido informada, nesse dia, de que a jovem tinha estado em contacto com colegas que tinham regressado de uma viagem a Milão, mas que não tinham sintomas da doença”, explicou fonte hospitalar ao Jornal de Notícias. Só na quarta ida às urgências, a jovem foi internada e validada. Posteriormente, a paciente, que não ia às aulas desde 28 de fevereiro, foi transportada para o Hospital de S.
João, no Porto, sendo que o último relatório conhecido indicava que se encontrava em estado grave, informação adiantada por Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, depois de um encontro com a administração do S. João, em que afirmou que apesar de nenhum doente ali internado estar nos cuidados intensivos, uma jovem de 17 anos estava na situação “mais grave”.
Condicionamento temporário do serviço de urgência pediátrico do Hospital S. Sebastião
O caso originou depois da tomada de medidas por parte do S. Sebastião, que condicionou o serviço de urgência pediátrico do hospital. “Na sequência da identificação de um caso positivo de Covid-19 numa utente internada no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV), foram prontamente tomadas, sob a orientação de Autoridade de Saúde, as medidas de contenção adequadas à situação, nomeadamente as que visaram responder à identificação do risco de exposição específico de cada um dos profissionais que contactaram com a doente”, afirmou o CHEDV, em comunicado. “Fruto desse trabalho, foi identificado um elevado número de profissionais do Serviço de Pediatria desta instituição a quem foi determinada a observância de um período de quarentena de 14 dias a contar da data do último contacto com a doente em causa. Em face dessa circunstância, o Serviço de Pediatria do CHEDV fica condicionado em meios humanos para assegurar o funcionamento do Serviço de Urgência Pediátrica na totalidade das 24h/dia. Como medida proactiva já foi efetuada a limpeza e a desinfeção dos es-
paços. Assim, e após auscultação da Administração Regional de Saúde do Norte, determina-se que o Serviço de Urgência Pediátrica do CHEDV assegurará o seu funcionamento entre o dia de hoje, 11 de março de 2020 e o dia 23 de março de 2020, no horário das 8 horas (abertura) até às 20 horas (encerramento)”, lê-se ainda. “No período em que o serviço estará encerrado, os doentes poderão recorrer ao Serviço de Urgência Pediátrico do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho. Informa-se ainda que as Unidades de Cuidados de Saúde Primários da região estão preparadas e com meios reforçados para, neste período, prestarem o apoio necessário”, concluíram.
Críticas dos pais dos alunos
As críticas e queixas dos encarregados de educação da Secundária da Feira, particularmente através das redes sociais, surgiram ainda antes da confirmação do caso da jovem de 17 anos. Era de conhecimento público que alunos e docentes daquele estabelecimento público que tinham estado em Itália. No regresso, não terão sido aconselhados a ficar em casa, pois, como era entendimento à altura, não apresentavam sintomas. Ao Observador, um pai afirmou que, “a 26 de fevereiro, alertou a direção para essa possibilidade, mas as aulas continuaram”, disse, queixando-se ainda da “falta de sabonete nas casas de banho da escola” e que também os professores terão “desvalorizado o assunto”. No referido documento assinado pela subdiretora, Ana Paula Silva, pode ler-se que, desde o início daquela semana, o Ministério da Educação, Ministério da Saúde e Direção-Geral
de Saúde tinham conhecimento da viagem a Itália. “Os alunos e os professores chegaram, ontem, à noite. Estão todos bem e sem quaisquer sintomas de doença. Foram aconselhados a fazerem a sua vida normal e foram informados de que, se houver qualquer sintomatologia, deverão recorrer à linha de Saúde 24. Estas foram, até ao momento, as instruções recebidas”, lia-se no comunicado emitido pela escola a 26 de fevereiro. A escola só fecharia no dia 10 de março.
telefonar antes para o SNS24 (808 24 24 24) e seguir as orientações respetivas”. Desconhece-se, até ao momento, mais casos confirmados oficialmente na Escola Secundária da Feira, ou de casos resultantes do caso da jovem aluna de 17 anos, designadamente no Hospital de S. Sebastião (sabe-se apenas, segundo o Sindicato Independente dos Médicos que, em Portugal, há mais de 50 médicos infetados com o novo coronavírus e mais de 150 em quarentena”.
Docente da Escola Secundária da Feira também infetado
Eventual terceiro caso de Covid-19 no Concelho leva ao encerramento temporário da Central de Lobão
Entretanto, até à data, foi apenas confirmado mais um caso positivo na Escola Secundária da Feira, um docente que viria, simultaneamente, a ser o segundo caso de coronavírus no Concelho. Numa publicação no site da escola, as autoridades de saúde, do ACeS Feira/Arouca, apelaram a toda a comunidade da Escola Secundária de Santa Maria da Feira, a permanência no domicílio e restrição social, justificando a medida pela alta taxa de infecciosidade do vírus e para evitar ao máximo casos secundários de doença. À comunidade educativa é solicitado também que efetue autovigilância de sintomas: “estar atento ao aparecimento de febre, tosse ou dificuldade respiratória; medir a temperatura corporal duas vezes por dia e registar os valores; verificar se alguma das pessoas com quem convive de perto, desenvolvem sintomas (febre, tosse ou dificuldade respiratória); caso apareça algum dos sintomas referidos (no próprio ou nos seus conviventes), não se deslocar de imediato aos serviços de saúde;
Segundo o Diário da Feira, a administração da Central de Lobão, em S. João de Ver, suspendeu temporariamente o trabalho, sem ter divulgado data para o seu reatamento, após confirmado caso de Covid-19 confirmado. O funcionário, ligado à administração, e sujeito a isolamento, apresentou sintomas tendo sido transportado para o hospital. O encerramento da Central de Lobão terá acontecido na quinta-feira, ao final do dia. Em consonância com a Direção-Geral da Saúde (DGS), terão sido tomadas medidas de prevenção de contágio, tendo a administração optado por suspender temporariamente os trabalhos, procedendo ainda ao rastreamento do percurso efetuado pelo funcionário dentro e fora da empresa, estando em quarentena todos os colaboradores e pessoas que mantiveram contacto com o funcionário. Até ao fecho desta edição, nem a Central de Lobão, nem as autoridades de saúde, confirmaram oficialmente o caso.
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Covid-19: As 30 medidas do Governo
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Depois de, numa declaração ao país, o primeiro-ministro ter anunciado o encerramento das escolas a partir de 16 de março, o Governo decidiu ainda um conjunto de 30 “medidas extraordinárias e de caráter urgente de resposta à situação epidemiológica do novo coronavírus/Covid-19”, aprovadas em Conselho de Ministros. As medidas foram apresentadas em conferência de imprensa do Conselho de Ministros, em que estiveram presentes os ministros de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da Saúde, Marta Temido. Eis as 30 medidas: Saúde
1. Regime excecional em matéria de recursos humanos, que contempla: (i) suspensão de limites de trabalho extraordinário; (ii) simplificação da contratação de trabalhadores; (iii) mobilidade de trabalhadores; (iv) contratação de médicos aposentados sem sujeição aos limites de idade. 2. Regime de prevenção para profissionais do setor da saúde diretamente envolvidos no diagnóstico e resposta laboratorial especializada. 3. Regime excecional para aquisição de serviços por parte de órgãos, organismos, serviços e entidades do Ministério da Saúde. 4. Regime excecional de composição das juntas médicas de avaliação das incapacidades das pessoas com deficiência.
Estabelecimentos escolares (Educação)
5. Estabelecimentos de ensino (escolas, universidades, creches, ATL): Suspensão de todas as atividades escolares (letivas e não letivas) presenciais, a partir de segunda-feira e pelo período de duas semanas. Reavaliação a 09 de abril quanto ao 3.º período.
Estabelecimentos/ Serviços sociais 6. Lares:
Suspensão de visitas a lares em todo o território nacional. Estabelecimentos: 7. Restaurantes e bares: Redução da lotação máxima em 1/3 (posteriormente, foi determinado que os bares fechem até às 21 horas). 8. Discotecas e similares: Encerramento. 9. Centros comerciais, supermercados, ginásios e serviços de atendimento ao público: Limitações de frequência para assegurar possibilidade de manter distanciamento social (já ontem, domingo, novas indicações obrigaram os espaços comerciais a limitar ocupação a quatro pessoas por 100 metros quadrados).
Trabalhadores
10. Atribuição de faltas justificadas para os trabalhadores que tenham de ficar em casa a acompanhar os filhos até 12 anos, por força da suspensão das atividades escolares presenciais (e não possam recorrer ao teletrabalho). Apoio financeiro excecional aos trabalhadores por conta de outrem antes referidos, no valor de 66% da remuneração-base (33% a cargo do empregador, 33% a cargo da Segurança Social). Apoio financeiro excecional aos trabalhadores independentes antes referidos, no valor de 1/3 da remuneração média. 11. Apoio extraordinário à redução da atividade económica
de trabalhador independente e diferimento do pagamento de contribuições. 12. Criação de um apoio extraordinário de formação profissional, no valor de 50% da remuneração do trabalhador até ao limite do salário mínimo nacional, acrescida do custo da formação, para as situações dos trabalhadores sem ocupação em atividades produtivas por períodos consideráveis. 13. Garantia de proteção social dos formandos e formadores no decurso das ações de formação, bem como dos beneficiários ocupados em políticas ativas de emprego que se encontrem impedidos de frequentar ações de formação. 14. Situação de isolamento profilático de 14 dias equiparado a doença para efeitos de medidas de proteção social. Valor do subsídio corresponde a 100% da remuneração e sem sujeição a período de espera. 15. Atribuição de subsídio de doença não está sujeita a período de espera (de três e dez dias).
Empresas
16. Linha de crédito de apoio à tesouraria das empresas de 200 milhões de euros. 17. Linha de crédito para microempresas do setor turístico no valor de 60 milhões de euros. 18. ‘Lay off’ simplificado: Apoio extraordinário à manutenção dos contratos de trabalho em empresa em situação de crise
empresarial, no valor de 2/3 da remuneração, assegurando a Segurança Social o pagamento de 70% desse valor, sendo o remanescente suportado pela entidade empregadora. Bolsa de formação do Instituto do Emprego e Formação Profissional. Promoção, no âmbito contributivo, de um regime excecional e temporário de isenção do pagamento de contribuições à Segurança Social durante o período de ‘lay off’ por parte de entidades empregadoras. 19. Medidas de aceleração de pagamentos às empresas pela administração pública. 20. PT 2020: (i) Pagamento de incentivos no prazo de 30 dias; (ii) Prorrogação do prazo de reembolso de créditos concedidos no âmbito do Quadro de Referência Estratégica Nacional ou do PT 2020; (iii) Elegibilidade de despesas suportadas com eventos internacionais anulados; 21. Incentivo financeiro extraordinário para assegurar a fase de normalização da atividade (até um salário mínimo por trabalhador). 22. Reforço da capacidade de resposta do IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação e do Turismo de Portugal na assistência ao impacto causado pela Covid-19. 23. Prorrogação de prazos de
pagamentos de impostos e outras obrigações declarativas.
Proteção civil
24. Ministério da Administração Interna e Ministério da Saúde vão declarar o estado de alerta em todo o país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão. 25. Aplicação de um regime excecional de dispensa de serviço para os bombeiros voluntários chamados a reforçar o socorro no âmbito da Covid-19. 26. Criação de uma reserva nacional de equipamentos de proteção individual para a emergência médica, destinados a corpos de bombeiros.
Portos
27. Proibição do desembarque de passageiros de navios cruzeiros.
Justiça
28. Regime excecional de suspensão de prazos, justo impedimento, justificação de faltas e adiamento de diligências.
Administração pública
29. Regime excecional de contratação pública, autorização de despesa e autorização administrativa para resposta à epidemia SARS-CoV-2. 30. Atendibilidade de documentos expirados apresentados perante autoridades públicas.
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Acusa a Cruz Vermelha
“NÃO É DE TODO ÉTICO ESTA UTILIZAÇÃO ABUSIVA DA IMAGEM”
DR
VILA MAIOR “Vamos oferecer máscaras à entrada para que estejas preparado para uma contaminação”, foi assim que a Esplanada & Bar 75, em Vila Maior, Santa Maria da Feira, anunciou uma ‘Corona Party’, que obrigou, posteriormente, a Cruz Vermelha Portuguesa a emitir um comunicado. A festa com lugar na noite de sábado, dia 7 de março, teve como tema a nova pandemia mundial, o Covid-19, que já vitimou milhares de pessoas em vários países e obriga ao cumprimento de medidas de isolamento social que reduza o contacto humano e grandes concentrações de pessoas. Nas fotografias publicadas nas redes sociais pelo bar, é
possível ver dezenas de pessoas com máscara, a pedir e pagar bebidas sob placas como “triagem” e “urgências”, clientes a serem transportados de maca no interior do espaço noturno e cartazes em punho com os comunicados da Direção Geral de Saúde (DGS). As imagens geraram uma onda de indignação em todo o território, não só nas redes sociais, chegando, inclusive, aos media, tornando-se notícia nos jornais nacionais e em programas televisivos dos principais canais generalistas. Entre as imagens, uma suscitou particular revolta entre os internautas, a de uma ambulância à porta do bar, pertencente à delegação de Sanguedo da Cruz Vermelha. Perante a situação em
que se viu envolta, a Cruz Vermelha de Sanguedo veio a público referir que deslocaram-se ao local, em virtude de terem sido acionados para uma emergência pré-hospitalar, desmarcando-se de qualquer envolvimento com o evento alusivo ao Covid-19. “Durante a emergência fomos fotografados sem o conhecimento de tal situação. O nosso dever ali foi cumprido, não existe nem existiu qualquer ligação ou conhecimento da nossa parte relativa ao evento”, esclareceu em comunicado a delegação de Sanguedo. “Não é de todo ético esta utilização abusiva da imagem da Cruz Vermelha para fins comerciais de forma isenta e desautorizada”, acrescentou.
AS REAÇÕES NA WEB AO COVID-19 Emídio Sousa
“Vamos conseguir vencer”
Emídio Sousa dirigiu-se a todos os feirenses, num vídeo publicado na página pessoal do presidente da Câmara, que apela, sobretudo, a um comportamento responsável de cada um de nós. “Cabe a cada um de nós participar nesta tarefa de combate: desinfetando as mãos, desinfetando os espaços, condicionando a nossa vida à possível doença. Se todos cumprirmos o nosso papel vamos conseguir vencer”, garantiu. GNR
“Não os abandone! Eles não transmitem o vírus”
A GNR lançou um apelo à causa animal. De acordo com a informação da OMS, não há evidência de que os animais domésticos, como cães e gatos, tenham sido infetados e que, consequentemente possam transmitir o Covid-19. Associação Futebol de Aveiro
“O grande jogo das nossas vidas”
À espera da linha SNS24
FECHADOS SETE HORAS NA UNIDADE DE SAÚDE DE VILA MAIOR VILA MAIOR Dez pessoas estiveram fechadas mais de sete horas na unidade de saúde da freguesia de Vila Maior, devido a suspeita de infeção por Covid-19. A unidade de saúde desta freguesia de Santa Maria da Feira (freguesia que saltou para as bocas do país pela ‘Corona Party’. Ver notícia à parte) aconteceu
depois da receção de uma jovem com sintomas característicos do Covid-19. A médica que a assistiu decidiu de imediato encerrar as instalações, tendo ficado no interior todas as pessoas que ali se encontravam, desde às 15 horas até às 22 horas de quinta-feira, 12 de março, altura em que a linha de
apoio médico SNS24 atendeu e aconselhou que fossem retirados todos os outros dez utentes da unidade. No local, permaneceram apenas a médica, uma enfermeira e a jovem suspeita de ter Covid-19, até receberem novas indicações da linha de Saúde 24. Até ao momento, não são conhecidos mais desenvolvimentos do caso.
AUTO VIAÇÃO FEIRENSE EM LAY OFF Arquivo
LOUROSA A Auto Viação Feirense vai entrar brevemente em regime de lay off, em consequência do impacto provocado pelo coronavírus na sua atividade. Em declarações
à Transportes em Revista, Gabriel Couto, administrador da Feirense, afirmou que “estamos praticamente parados. Calculamos que esta situação irá gerar um prejuízo
de cerca de 10 milhões de euros na empresa”. “Cerca de 30% da nossa atividade está dependente do turismo internacional. No total, temos 50 autocarros de turismo parados em toda a Europa. Temos uma grande diversidade de atividades e foram todas afetadas, incluindo os alugueres nacionais e o transporte de alunos para atividades curriculares. Foi tudo cancelado, tudo. Agora, com o fecho das escolas, o transporte escolar também será afetado”, explica ainda, confirmando depois o lay off, que, segundo Gabriel Couto, vai afetar “cerca de 160 trabalhadores da Auto Viação Feirense”.
A AFA apelou à união, à responsabilidade e ao sentido de missão para derrotarmos esta pandemia. “Não tenham dúvidas de que este é o grande jogo das nossas vidas, e para o vencer, temos que o fazer de forma conjunta e corajosa”, lê-se. SIC/O Programa da Cristina
“Gostava muito que tivessem vergonha”
Cristina Ferreira mostrou-se indignada com a ‘Corona Party’, realizada no Bar & Esplanada 75, em Santa Maria da Feira. “Gostava muito que tivessem vergonha de ter organizado uma festa neste sentido. Há pessoas que ainda não perceberam onde estamos”, disse, pedindo sanções para os presentes.
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OPINIÃO SOCIEDADE
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destaque
Cronologia do Coronavírus
A veloz disseminação do novo coronavírus, agente causador da doença Covid-19, assola o país e o mundo. Nesta cronologia poderá observar tudo aquilo que de mais importante foi acontecendo, desde o início da sua propagação até ao fecho da edição, em Santa Maria da Feira, em Portugal, na Europa e um pouco por todo o Mundo. Marcelo Brito marcelo.brito@correiodafeira.pt
• 2019
1 de dezembro – Calcula-se, sem certezas, que tenha sido nesta data o primeiro caso de um indivíduo a contrair a covid-19, em Wuhan, Hubei, China
11 de fevereiro – OMS decide, oficialmente, denominar a infeção provocada pelo novo coronavírus de Covid-19
Reuters
21 de fevereiro – Itália, um dos países mais afetados pelo vírus a nível global, regista a primeira vítima mortal, um cidadão italiano com 78 anos 23 de fevereiro – Japão confirma que o português Adriano Maranhão, canalizador do navio Diamond Princess, atracado em Yokohama, deu positivo à Covid-19 Business Insider
31 de dezembro – A doença é comunicada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS)
- Província chinesa de Hubei suspende parcialmente medidas de quarentena - Sobe para 41 o número de infetados em Portugal - Federação Portuguesa de Futebol suspende provas de formação entre 14 e 28 de março - Morrem 168 pessoas em 24 horas, em Itália 11 de março - No epicentro da epidemia,Wuhan, as empresas retomam gradualmente a atividade - Mais seis casos confirmados na África do Sul, um importado de Portugal - Número de casos confirmados para Portugal sobe para 59 - OMS classifica novo coronavírus como pandemia Diário de Notícias
• 2020
10 de janeiro – As autoridades chinesas identificam um novo tipo de coronavírus e partilham a sua sequência genética com a comunidade internacional para desenvolver diagnósticos específicos 13 de janeiro – É confirmado o primeiro caso fora da China, na Tailândia 20 de janeiro – Autoridades confirmam a transmissão entre seres humanos. Até então pensava-se que podia não ocorrer 21 de janeiro – É detetado o primeiro caso nos Estados Unidos da América (EUA) 22 de janeiro – Macau confirma primeiro caso e dá-se início ao isolamento da cidade de Wuhan ao mundo 24 de janeiro – Confirmados os dois primeiros casos na Europa, mais precisamente em França, ambos importados
26 de fevereiro – Brasil confirma primeiro caso positivo de contágio, um homem de 61 anos, alegadamente regressado de Itália 28 de fevereiro – Confirmado o primeiro caso na Nigéria e os dois primeiros no México 29 de fevereiro – O primeiro-ministro português, António Costa, apela à população para que reforce medidas de prevenção para conter os riscos de propagação e contaminação pelo coronavírus. EUA registam primeira vítima mortal 2 de março – São confirmados os dois primeiros casos em Portugal Público
25 de janeiro – Austrália anuncia primeiro caso confirmado e Hong Kong declara estado de emergência. Surge o primeiro caso suspeito em Portugal – análises revelam-no negativo 27 de janeiro – Pequim confirma primeira morte 29 de janeiro – Cerca de 17 portugueses pedem para sair da China, Finlândia confirma primeiro caso e Rússia encerra fronteira terrestre com o território chinês. É divulgado um estudo genético que confirma que o novo coronavírus terá sido transmitido aos humanos através de um animal selvagem, desconhecido, mas que foi infetado por morcegos 30 de janeiro – OMS declara surto como caso de emergência de saúde pública internacional 3 de fevereiro – Análises aos repatriados por Portugal dão negativo para coronavírus, mas permanecem em quarentena voluntária
7 de março – O ‘Esplanada & Bar 75’, em Vila Maior, Santa Maria da Feira, promove uma festa cujo tema é… o coronavírus. A nível nacional, a ideia foi fortemente criticada 9 de março – Governo português recomenda a suspensão de eventos com mais de mil pessoas em espaços fechados e com mais de cinco mil em espaços abertos 10 de março - Papa Francisco adia para 2021 visita planeada para este ano a Timor-Leste - Instituições escolares portuguesas começam a suspender atividades letivas presenciais
- Jovem de 17 anos, natural de Ovar e estudante da Escola Secundária de Santa Maria da Feira, infetada com coronavírus. A sua mãe, assim como o seu professor de História, também contraíram a covid-19. Caso levou à quarentena de um elevado número de profissionais do Hospital S. Sebastião - O presidente da Autarquia da Feira, Emídio Sousa, anuncia conjunto de medidas temporárias com vista a reduzir os riscos de exposição e contágio pelo coronavírus no Concelho 12 de março - China supera o pico da pandemia de Covid-19 - Sobe para 78 o número de casos de infeção em Portugal. Surge o primeiro caso de paciente curado no país, no Hospital S. João, no Porto - Número de mortos em Itália sobe para 1.016 e em Espanha para 84 - António Costa confirma encerramento de escolas até à Páscoa e de discotecas, assim como a redução da lotação a 1/3 de restaurantes e limitação de frequência de centros comerciais - Governo declara estado de alerta em todo o país e divulga as 30 medidas para combater o coronavírus - Liga Portugal suspende Liga NOS e LigaPro 13 de março - UEFA suspende oficialmente todos os jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa - Número de casos confirmados em Portugal aumenta para 112 - Igreja Católica suspende missas em todo o país - É cancelada a 46.ª edição do Portugal Fashion
- Praias de Espinho, Gaia, Matosinhos e Porto interditas para evitar ajuntamentos - A Representação da Comissão Europeia em Portugal apresenta resposta coordenada de combate ao impacto económico do coronavírus - Município da Feira disponibiliza, a partir de hoje (dia 16), três escolas, na Feira, em Lourosa e em Canedo, como polos de acolhimento a crianças, filhos dos profissionais de saúde que asseguram os serviços essenciais – OMS decreta Europa como epicentro da pandemia 14 de março - Matemático Jorge Buescu prevê 19 mil infetados em Portugal até ao fim de março - Número de infetados sobe, em Portugal, para 169, mais 57 em relação a dia 13, anuncia DGS - A agência Standard and Poor’s prevê um défice de 0,3%, em 2020, para Portugal, resultante da exposição da economia ao setor do Turismo - A Autoridade de Saúde Regional dos Açores colocou todos os passageiros de voos exteriores à região em quarentena - Estudantes de Medicina disponíveis para integrar equipas de combate à covid-19 - Governo decreta encerramento de todos os bares do país até 9 de abril - Um dos primeiros infetados em Portugal, internado no Hospital Pedro Hispano (Matosinhos) teve alta hospitalar 15 de março - DGS confirma 245 casos positivos de coronavírus em Portugal, mais 76 do que no sábado - Vittorio Gregotti, arquiteto italiano de 92 anos que projetou o Centro Cultural de Belém, morre, vítima de infeção pulmonar derivada do coronavírus - Espanha regista aumento de mais 1.700 casos, em apenas 24 horas - A Der Spiegel anuncia que a Alemanha vai fechar fronteiras já a partir de hoje, segunda-feira - O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anuncia novas medidas de combate à propagação do vírus, entre as quais a proibição de consumo e bebidas alcoólicas na via pública, com exceção de esplanadas e o fim das aulas e exames de condução - O primeiro-ministro português e o homólogo espanhol anunciam restrições de turistas entre Portugal e Espanha - Marcelo Rebelo de Sousa convoca Conselho de Estado para quarta-feira, 18 de Março, para discutir o decretar de eventual estado de emergência Arquivo
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REUNIÃO DE CÂMARA
OPOSIÇÃO ACUSA EMÍDIO SOUSA DE VIOLAR A LEI O presidente da Câmara mostrou-se inflexível quanto à solicitação de uma reunião extraordinária por parte do Partido Socialista, com vista à discussão do contrato de concessão da P. Parques, alegando recorrentemente “a inexistência de um motivo urgente”. Perante a tomada de posição de Emídio Sousa, Délio Carquejo disse estarmos perante “uma manifesta violação da lei”.
Márcia Soares redacao@correiodafeira.pt
FEIRA Os vereadores do Partido Socialista (PS) enviaram um requerimento ao presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, no dia 21 de fevereiro, a solicitar a convocação de uma reunião extraordinária com um único ponto na ordem de trabalhos: “Discussão sobre o contrato de concessão da P. Parques - exploração e gestão de parques de estacionamento”. A resposta à solicitação da Oposição chegou a 26 de fevereiro, num despacho emitido por Emídio Sousa: “Considerando que não se verifica a existência de um motivo urgente e inadiável que justifique a convocação de uma reunião extraordinária, o assunto será agendado para a próxima reunião de Câmara Municipal, a realizar no dia 9 de março próximo. Deverão ser apresentadas propostas por escrito, nos termos do artigo 4.º do regimento da Câmara Municipal”. Foi assim que começou a reunião de Câmara realizada no passado dia 9 de março, segunda-feira, com Emídio Sousa a ler o despacho emitido aos vereadores socialistas, dando início à meticulosa explicação que originou posteriormente o anulamento do ponto sete da Ordem de Trabalhos: “discussão sobre o contrato de concessão da P. Parques - exploração e gestão de parques de estacionamento”. Ao despacho emitido por Emídio Sousa, a 26 de fevereiro, a resposta dos vereadores socialistas chegou, via e-mail, a 3 de março, reiterando novamente o pedido para a convocação de uma reunião extraordinária: “Não tendo o presidente da Câmara Municipal efetuado a convocatória nos oito dias úteis previstos pela lei, venho por este meio reiterar o pedido de uma reunião de Câmara extraordinária, sendo que, este pedido é de acordo com o
direito potestativo e inelutável de mais de 1/3 dos membros vereadores, enquadrando-se o pedido no direito da oposição”, disse Délio Carquejo. Emídio Sousa mostrou-se inflexível face ao reiterar do pedido, mantendo a mesma decisão, pelo que emitiu, como resposta, novamente, o despacho proferido a 26 de fevereiro, “por se manterem os mesmos pressupostos que estiveram na base do despacho anterior, ou seja, a inexistência de um motivo inadiável que justifique a convocação de uma reunião extraordinária, devendo ser apresentadas propostas por escrito para que o assunto seja discutido na reunião de Câmara do dia 9 de março”. Após a leitura em reunião de Câmara dos despachos emitidos nos últimos dias, quer por parte do Executivo quer pela Oposição, Emídio Sousa deu por terminado o assunto, alegando que “como os vereadores do Partido Socialista não apresentaram nenhuma proposta, o ponto sete não será discutido”. Face à decisão tomada pelo edil, Délio Carquejo não teve dúvidas em afirmar que o presidente da Câmara “não respeitou a lei”, após concluir ilegalidades no processo: “Juridicamente quem agenda o ponto, neste caso 1/3 dos vereadores, é quem define a urgência da questão, e não quem a agenda, o presidente. A marcação de uma reunião extraordinária não carece da sua opinião, estamos, pois, confrontados com a violação manifesta da lei, pois o presidente da Câmara não respeitou a lei”. Após constatar que “foi negado com toda a clarividência o direito que assiste à Oposição de ver esclarecidas as suas questões de acesso à informação”, Délio Carquejo sublinhou que os vereadores “não compactuam
com a fuga para à frente, no que diz respeito à discussão de um ponto tão sério, relembrando o presidente que é meramente um inclino nesta nobre casa de serviço à população e não é o seu dono, por isso encontra-se subordinado a cumprir a lei em vigor”.
Eventual ilegalidade do pagamento em numerário da P. Parques à Câmara
Posteriormente, os vereadores socialistas voltaram a pedir o agendamento de uma reunião de Câmara extraordinária sobre a concessão da P. Parques, um assunto “que é complexo e carece de uma cuidada análise de documentação, sobretudo a solicitada, para que se entendam alguns factos, como a eventual ilegalidade do pagamento em numerário da P. Parques de cerca de 44.387€”. Perante a contínua inflexibilidade do presidente da Câmara, que se limitou a dizer que já tinha sido claro, acrescentando somente que a reunião não é necessária por ser um ponto “já discutido várias vezes”, o PS avançou que iria remeter o caso para as instâncias competentes. “Solicitamos que seja exarado uma minuta da presente ata, para que possamos proceder em conformidade, remetendo toda esta informação para as instâncias competentes de supervisão”, disse Délio Carquejo. De imediato, Emídio Sousa tomou da palavra para abordar a eventual ilegalidade no pagamento em numerário da P. Parques à Câmara, dado que estão em causa cerca de 45 mil euros, e ao abrigo de uma lei publicada em Diário da República (aditamento à Lei Geral Tributária, artigo 63.º E) é proibido a um residente em Portugal (particulares ou empresas) fazer pagamentos em
dinheiro vivo num valor igual ou superior a três mil euros. “Tenho quase a certeza absoluta que os nossos técnicos respeitarão as normais legais. Obviamente que esse pagamento não aconteceu porque se assim fosse teria de pôr em causa os funcionários da tesouraria, que são quem trata destes assuntos”, respondeu o presidente da Câmara de Santa Maria da Feira. O vereador socialista Délio Carquejo, com a documentação em mãos, exibiu-a, enunciando que tinha provas. Perante a insistência, Emídio Sousa respondeu apenas: “A vereadora [Helena Portela] indagará isso junto dos serviços”.
“Medidas a adotar a fim de repor a legalidade” adiadas
Não satisfeitos com a tomada de posição do presidente da Câmara, a Comissão Política do Partido Socialista, vereadores e grupo da Assembleia Municipal do Partido Socialista de Santa Maria da Feira convocou a comunicação social para uma conferência de imprensa, para anunciar as várias medidas a adotar “a fim de repor a legalidade da não entrega de documentos referentes ao contrato com a P. Parques e demais potenciais ilegalidades cometidas pelo Executivo PSD e seu presidente Emídio Sousa no âmbito deste assunto”. A conf erência de imprensa agendada para a tarde de 11 de março, quarta-feira, acabou por ser adiada face ao aparecimento de casos assintomáticos de Covid-19, onde se inclui o
nosso Concelho. “Entendemos que este não é o momento oportuno para esclarecer o ponto que estava em agenda para a realização da nossa conferência de imprensa, para que não seja interpretado como um momento de aproveitamento político, quando o que interessa, realmente, neste momento, é a precaução na implementação das medidas de salubridade da população feirense”, justificou o Partido Socialista em comunicado de imprensa.
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reunião de câmara
DR
Câmara com Plano de Contingência Covid-19
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PS recomenda sinalização
FEIRA Antes de dar lugar ao período antes da Ordem do Dia, o presidente da Câmara tomou da palavra para deixar uma nota relativamente à elaboração de um Plano de Contingência da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira em conjunto com a Delegada de Saúde para lidar com o Covid-19. Emídio Sousa definiu o plano elaborado como sendo “dinâmico”, uma vez que o documento encon-
tra-se dependente dos casos que poderão vir a ocorrer no Concelho. “Caso aconteçam algumas das situações de contingência iremos seguir o plano traçado, mas trata-se de um documento que poderá sofrer alterações conforme a evolução do vírus”, frisou. Ao Correio da Feira, o vereador do pelouro da Saúde, Vítor Marques adiantou que o Plano de Contingência incluí apenas medidas de
prevenção a nível interno, ou seja, sobre atividades e instituições coordenadas pelo Município, podendo levar ao encerramento destas, consoante a evolução do Covid-19 na região norte. Perante a rápida propagação do coronavírus bastaram dois dias – reunião de Câmara realizou-se dia 9 – para o Plano de Contingência ser posto em prática, dia 11, quarta-feira. (Ver mais na página 02)
Falta de desinfetantes nas escolas gera preocupação
FEIRA As pavimentações executadas recentemente em Santa Maria da Feira foram alvo de discussão no período antecessor à Ordem do Dia. O vereador socialista António Bastos referiu que estas “já se encontram em situação de degradação”, atribuindo a responsabilidade à Câmara. Para além do “estado de degradação”, o socialista mencionou algumas das ruas intervencionadas, como “a Rua Comendador Sá Couto, a Rua 1.º de Maio, a Avenida 25 de Abril, cuja sinalização é inócua”. “A grande maioria das ruas intervencionadas não tem linhas contínuas e descontínuas, nem passadeiras”, constatou, recomendando ao Executivo a tomada de providências com vista ao solucionamento do problema, com carácter de “urgência”.“Deveremos de ter o máximo de atenção à segurança das pessoas, no sentido de evitar constrangimentos e acidentes”, consolidou. Em resposta a António Bastos, o vereador do pelouro das Obras Municipais, Topa Gomes, considerou igualmente “a sinalização horizontal no centro da Feira como urgente”, mas garantiu que “já há uma primeira marcação, pelo que, em breve, o assunto será resolvido”. Arquivo
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‘Bate-boca’ volta à ribalta
FEIRA No seguimento da nota proferida por Emídio Sousa relativamente ao Plano de Contingência da Câmara, Délio Carquejo indagou prontamente o presidente: “Como está a situação referente aos desinfetantes para as escolas?” A resposta adveio consequentemente: “Neste momento, há um gravíssimo problema, não há stock”. O edil não escondeu a preocupação face à falta de desinfetantes, num momento em que os casos de Covid-19
começam a subir em território nacional, mas garantiu que a situação está controlada, não dando espaço para alarmismos: “É uma preocupação, mas a situação está controlada”. Posteriormente, Délio Carquejo admitiu que os socialistas até podem compreender que possa haver uma queda dos desinfetantes nas escolas do pré-escolar e 1.º ciclo, mas não da “ausência de sabonete líquido para as mãos”, como acrescentou, “com base na chegada de algumas queixas por
parte de algumas escolas”. A vereadora da Educação, Cristina Tenreiro, admitiu não ter conhecimento sobre possíveis atrasos na distribuição de sabão líquidos nas escolas, mas que irá “averiguar juntamente com os serviços responsáveis”. A vereadora tomou ainda da palavra para abordar novamente o tema dos desinfetantes, sublinhando que “a Câmara está a encetar esforços para colocar o mais rápido possível desinfetante em todas as escolas”.
FEIRA O primeiro ponto da Ordem do Dia foi, de imediato, chumbado pela vereação socialista: “Ata – Reunião ordinária de 24 de fevereiro de 2020”. Em causa está o debate entre o vereador Délio Carquejo e o presidente Emídio Sousa, na última reunião de Câmara, realizada a 24 de fevereiro, que não consta na ata. “Pedia, por favor, uma ratificação. Há um lapso na ata, dado que não colocaram uma parte que eu gostaria que constasse ata”, começou por dizer Délio Carquejo. “Mas quer que me cale? Se a sua política é fazer-me calar, eu calo-me”. “Então, cale-se!”, respondeu Emídio Sousa, num debate entre o vereador do Partido Socialista (PS) e o presidente da Câmara, a propósito da concessão de estacionamento público pago em Santa Maria da Feira. Um acontecimento que, de acordo com Délio Carquejo, não consta no registo escrito. Emídio Sousa atribuiu a responsabilidade da elaboração da ata aos serviços de apoio, mas não sem antes adiantar: “Julgo que não disse isto…”. Délio Carquejo garantiu ao presidente da Câmara que, se tem dúvidas, poderá ouvi-lo na gravação da reunião de Câmara transata. Perante as palavras do vereador socialista, Emídio Sousa suspendeu a aprovação da ata, pedindo aos órgãos responsáveis para que voltassem a ouvir a gravação correspondente.
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sociedade
Escolaglobal com aulas online durante período de prevenção do COVID-19
FEIRA Os alunos do Ensino Básico e Secundário da Escolaglobal, em Santa Maria da Feira, estão a ter aulas online, em tempo real e por videoconferência, com os seus professores. Medida decorre da suspensão das atividades letivas presenciais. No decorrer das medidas de prevenção adotadas pelo Governo, face ao surto de COVID-19 no nosso país, a Escolaglobal optou por fazer uso das suas ferramentas de tecnologia educativa para proporcionar um apoio ao estudo dos alunos à distância, enquanto as atividades letivas presenciais se mantiverem suspensas. Numa fase em que as instituições de ensino estão encerradas como medida de prevenção, a Escolaglobal está a disponibilizar, desde sexta-feira, dia 13 de março, para todas as turmas do Ensino Básico e
Secundário, um acompanhamento online permanente através do Microsoft Teams, uma ferramenta do Office 365 que docentes e alunos exploram no seu dia-à-dia na escola. Neste sentido, a instituição de ensino privada criou um horário de aulas online para cada turma e disciplina, em que os professores estão a acompanhar o estudo dos alunos, a providenciar exercícios e atividades, e a esclarecer dúvidas, em direto, por videoconferência. Para Nuno Moutinho, diretor-geral da instituição de ensino, foi necessário “definir um rápido plano de ação para todos os níveis de ensino”, ainda antes da decisão oficial do Governo. “Faz todo o sentido colocarmos as nossas boas práticas educativas de uso da tecnologia para providenciar aos nossos alunos um importante auxílio ao
estudo a partir de casa”, explica, destacando a forma “coesa, competente e determinada” com que a comunidade educativa se uniu para encarar esta fase “delicada”. A iniciativa foi também estendida à Creche e Educação Pré-Escolar, uma vez que todos os dias úteis são enviados desafios em vídeo, para os e-mails dos pais e alunos, relacionados com os temas que seriam abordados em contexto de sala de aula presencial. A instituição de ensino privada de Santa Maria da Feira implementou o projeto de tecnologia educativa TeK.escolaglobal, no ano letivo de 2015/2016, com o objetivo de unir professores e alunos através de ferramentas de tecnologia educativa e desenvolver novas formas de aprendizagem. É desde então uma das três Microsoft Showcase Schools em Portugal.
cultura ‘Pedaço de Céu’
Renato Ferreira lança novo single FEIRA Renato Ferreira desde cedo começou a compor as suas primeiras canções originais, depois de uma introdução ao mundo musical na Academia de Música de Santa Maria da Feira, onde teve aulas de piano e viola clássica. Alguns anos depois, criou a banda ‘Aneurysm’, com três amigos, sendo vocalista, guitarrista e composi-
tor de algumas melodias e letras. No ano em que apresentou a sua tese de doutoramento sobre jornalismo político, lançou o seu primeiro álbum de originais, chamado ‘À espera...’. Dois anos depois, em 2015, veio ‘A minha espera acabou...’, e em 2019 trouxe-nos o álbum ‘Três’ que se encontra disponível em versões físicas na
FNAC. A 6 de março, o cantautor Renato Ferreira apresentou o single ‘Pedaço de Céu’ –do álbum ‘Três’. Um tema com um ritmo delicado, mas com uma batida viciante. O single ‘Pedaço de Céu’ já está disponível nas plataformas digitais: Spotify, Google Play, Apple Music e Amazon Music.
Rotary entrega prémios do concurso ‘As Fogaceiras na Rua’ FEIRA O Rotary Clube da Feira procedeu à entrega dos prémios do concurso de desenho, fotografia e vídeo ‘As Fogaceiras na Rua’ 2020, uma parceria com a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. A cerimónia teve lugar no salão nobre da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira no dia 7 de março.
O júri, composto pelo professor catedrático Mário Bismark, da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, pelo escultor Paulo Neves, pelo vereador da Cultura, Turismo, Bibliotecas e Museus, Gil Ferreira e por dois membros do Rotary Clube da Feira, Maria Alzira Moreira e Henrique Sousa,
reuniu antes da cerimónia, selecionando, na categoria de desenho, o trabalho de Clara Torres como vencedor. Na mesma categoria, Elisa Sampaio ficou em segundo e Inês Gonçalves em terceiro. Na categoria de fotografia, o trabalho vencedor foi o de Vicente Leite.
política
Ângelo Santos recandidata-se à CPC do CDS-PP de Santa Maria da Feira FEIRA O atual presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP de Santa Maria da Feira, Ângelo Santos é, até ao momento, o único candidato às eleições, para o biénio 2020-2022, ainda sem data para a sua realização, depois do partido suspender todos os atos eleitorais convocados até ao final do mês de Abril. Segundo o comunicado do CDS Feira, a equipa é novamente candidata “para dar continuidade ao trabalho realizado, e fortalecer o CDS no concelho de Santa Maria da Feira”, garantindo, no entanto,“uma equipa reforçada, com pessoas em várias áreas de trabalho, preocupadas com as suas freguesias e Concelho”. No projeto para o novo mandato são elencadas um conjunto de 11 medidas, com destaque para a criação de “novos núcleos” em freguesias nas quais ainda não têm estrutura; bem como “fortalecer e apoiar as estruturas de núcleos existentes em cada freguesia”; “constituição de 23 listas” para as próximas Autárquicas, de 2021; incentivo à “militância do partido no Concelho”; criação de um “espaço onde o cidadão feirense possa expor as suas dúvidas por via digital ou presencial”; e uma “sede concelhia com portas abertas todas as terças-feiras, das 21 até as 23 horas, e sábados, das 15 até as 18 horas”.
Deputado do CDS-PP
João Pinho de Almeida questiona Governo sobre poluição nas ribeiras de Fiães FIÃES Numa pergunta dirigida ao ministro do Ambiente e Ação Climática, o deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida questiona a tutela sobre os casos de poluição nas ribeiras de Fiães. João Pinho de Almeida quer saber se o ministro “tem conhecimento das descargas registadas nas ribeiras de Fiães e que, consequentemente, afetam o rio Uíma, e se está em condições de confirmar as denúncias feitas, quer por parte de cidadãos quer por parte da Autarquia de Santa Maria da Feira, relativas à poluição nestes cursos de água”, lê-se, em comunicado do grupo parlamentar do CDS-PP. O deputado do CDS-PP quer ainda saber se o ministro está em condições de confirmar que “já há empresas identificadas e uma delas foi alvo de um auto de contraordenação, se sim, que consequências decorreram desse auto de contraordenação, e que outras fontes, e quantas, de poluição pontual ou difusa foram identificadas”. João Pinho de Almeida pergunta também se a APA-ARH do Centro (Agência Portuguesa do Ambiente / Administração da Região Hidrográfica do Centro) tem realizado ações de fiscalização das estações de tratamento das empresas desta zona, e com que regularidade, “se estas se encontram a funcionar em boas condições ou, pelo contrário, se estão subdimensionadas, e com que frequência tem sido feita a recolha de amostras para análise da água nas ribeiras de Fiães e no rio Uíma, e com que resultados”. Finalmente, questiona que medidas vai o Ministério do Ambiente e Ação Climática implementar para evitar que situações como esta se voltem a repetir nas ribeiras de Fiães.
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reportagem
Daltónicos a ‘Ver e Sentir
O designer portuense Miguel Neiva trouxe o código que permite aos daltónicos decifrarem as cores, ColorAdd, até aos alunos do 3.º ano das escolas básicas de Santa Maria da Feira. A atividade integrada na sessão ‘Ver e Sentir as Cores’ visa sensibilizar para a questão do daltonismo, mas também averiguar, por meio de rastreios visuais, se há crianças feirenses com esta deficiência que afeta 10% da população mundial masculina.
Márcia Soares redacao@correiodafeira.pt
FIÃES Pé ante pé, de mãos dadas e sorriso no rosto, chegaram para a primeira atividade do dia escolar, as crianças das turmas do 3.º ano das escolas básicas do Concelho, inscritas através do Plano Educativo Municipal. Nesta manhã de quarta-feira, dia 11, na Escola Básica do Chão do Rio, em Fiães, os livros deram lugar aos lápis de colorir e a professora a uma técnica de rastreios visuais, para mais uma das sessões ‘Ver e Sentir as Cores’. “Sabiam que muitas pessoas não conseguem ver?”, começa por questionar Cláudia Gonçalves, técnica do pelouro da Educação da Câmara Municipal. “Há pessoas com dificuldades em diferenciar as cores, confundem-nas, pelo que, vamos perceber como isso acontece”, adianta, mas não sem antes perguntar aos pequenos presentes: “Já imaginaram como seria o mundo sem cor?”.
“Todo preto”, respondem em uníssono, do alto da inocência que os caracteriza, cerca de uma dezena de crianças pertencentes ao primeiro grupo da atividade. Nesta sessão, está em causa o daltonismo, uma doença que afeta um décimo da população mundial e que impossibilita as pessoas de diferenciar algumas (ou todas) as cores, constituindo-se como uma barreira significativa à autonomia destas, dado os constrangimentos que implica no dia-a-dia. Como forma de sensibilizar as crianças do Concelho para este problema, bem como a possibilidade de o contraírem, enquanto Cláudia Gonçalves explica aos presentes em que consiste o daltonismo, a optometrista da MultiOpticas Feira, Celine Leitão faz-lhes um rastreio visual e, posteriormente, um rastreio das cores. “Fazemos primeiro um rastreio
visual, para verificarmos como a criança está a ver, porque a criança pode estar a ver mal e nunca se apercebeu porque sempre viu assim. E, por vezes, ao fazer o rastreio, pode levar a querer que a criança não vê as cores, e vê, só que vê desfocado. Portanto, é importante fazer primeiro o teste de visão para perceber se a criança está a ver bem, e só depois o rastreio das cores. Este nosso teste apresenta-nos se a criança tem uma anomalia, o tipo de anomalia e a percentagem”, explica Celine Leitão, enquanto, do outro lado da sala, Bárbara Santos, do código universal de identificação de cores para daltónicos, ColorAdd, recorre a exemplos e diversas perguntas, como forma de despertar a atenção e melhor aclarar a mente dos alunos do 3.º ano. “Há três tipos de daltónicos. Uns inserem-se no grupo de pes-
soas que confundem o verde e o vermelho. Acham o verde e o vermelho parecido? Em qual das cores vocês podem atravessar a rua?”, pergunta Bárbara Santos, obtendo prontamente a resposta: “No verde…”. E continua: “E quem confunde as duas cores, como sabe se pode atravessar? Temos aqui um primeiro problema”, declara. Já o segundo grupo de daltónicos inclui pessoas que confundem o azul e o amarelo. “Um dos testemunhos de pessoas daltónicas que ouvi foi de um argentino que dizia que tinha um carro azul banana. Para ele a confusão era entre os azuis e amarelos”, conta.“E, em terceiro, há os que veem o mundo a preto e branco, que são menos, mas efetivamente existem”, refere. Cláudia Gonçalves intervém para perguntar como imaginam o dia-a-dia destas pessoas.“É complicado”, responde o pequeno
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REPORTAGEM
AS CORES’
Cristiano. “Como escolheriam a vossa roupa?”.“Escolhia à sorte”, diz, entre risos.
ColorAdd, o alfabeto das cores
Porém, o que o pequeno Cristiano ainda não sabe é da existência do ColorAdd, desenvolvido pelo designer Miguel Neiva. Este código gráfico monocromático, sustentado em conceitos universais de interpretação e desdobramento de cores, permite aos daltónicos identificá-las corretamente. Para cada cor primária (vermelho, azul, amarelo) criou um símbolo (triângulo, barra diagonal e triângulo invertido, respetivamente). Depois, as somas das cores dão origem a outras, pelo conceito básico de junção de cores (vermelho mais amarelo dá laranja, azul mais amarelo dá verde, etc.), formando assim, um código relativamente simples de
interpretar. na geografia e na transversalida- como as pessoas daltónicas reproduzi-lo para outras valênNão obstante, a facilidade com de dos setores, pelo que estudei veem.“Para conseguirem colorir cias”. Valências essas que, poque chegou a este código já não linguagens universais, sinais de os desenhos que estão à vossa derão passar pelo alargamento se pode afirmar que foi de forma trânsito, bandeiras, etc. Depois frente vão ter de procurar os do código aos invisuais. Miguel igualmente tão simples. Para de criar a solução e de a validar, símbolos que estão nos lápis”, Neiva explica: “O código surge entendermos todo o processo, o grande desafio foi, se existem esclarece Bárbara Santos. “Mas para os daltónicos, mas os cegos o próprio autor, Miguel Neiva, 350 milhões daltónicos no mun- não vale espreitar por debaixo vieram reclamar a vontade de ter explica-nos: o código também para os servir. do, que eu não sei onde estão, dos óculos!”, avisa. “Sou designer e sempre acreditei porque é uma limitação que não A confusão instalou-se. Todos O braille não é universal e se nós que o designer poderia fazer é visível, encontrar um modelo diziam em voz alta a cor do lápis introduzirmos relevo no código, mais do que desenhar bonitos de chegar a sete mil milhões de e trocavam palpites entre si. permite que o cego consiga tamobjetos. Sempre acreditei que o pessoas através da integração “Este código é o da cor verde”, bém identificar as cores”, revela, design tinha a competência e a do código nos produtos e nas ouvia-se de um lado.“Este é pre- não escondendo a surpresa pela to!”, dizia-se do outro, enquanto vontade de um invisual querer nobre missão de fazer um mundo comunicações”. melhor. Consequentemente, o E Miguel Neiva consegui-o. O pintavam os desenhos. também pelo tato identificar a ColorAdd surge em 1999, aquan- ColorAdd está implementado No final da atividade, a técni- cor. “Já fiz vários estudos e, includo regressei à Universidade com em vários países, em várias ca Cláudia Gonçalves, que já sive, já estive a ensinar o código um foco claro: fazer algo para os áreas, inclusive em bandeiras de acompanha este projeto há três a invisuais. A facilidade com que daltônicos. Percebi que a socie- praias, vestuário, contentores de anos, fez um balanço positivo. o aprenderam é impressionante. dade esqueceu-se de que haviam recolha seletiva de resíduos, nos “A reação das crianças às ses- No final, um rapaz cego disse-me: pessoas que não reconheciam as transportes, na área da saúde e sões é sempre muito positiva, Hoje vou poder chegar a casa até porque algumas conhecem e dizer à minha mãe o que é o cores. E o daltónico também não em material didático. o problema e outras não, mas cor-de-laranja, porque consegui reclamou, porque não quis assuacham interessante pelo facto de senti-lo através dos símbolos”, mir a sua limitação. Falámos de Por breves instantes, estar associado à identificação conta visivelmente sensibilizado, uma limitação que não é visível a cegueira da cor das cores. Por isso, a atividade terminando com a frase de que aos olhos dos outros, em que o instalada juízo de valor é muito deprecia- Foi precisamente através do ma- corre sempre muito bem”, ga- “o objetivo é sempre fazer bem tivo e isso tornou-se aliciante. terial didático exposto em cima rante. Os alunos participantes e fazer o bem”. No entanto foi um processo de da mesa da sala, que os alunos do receberam ainda um kit ColorA- Até ao momento, já foram abraninvestigação que demorou oito 3.º ano tiveram a oportunidade dd composto por uma caixa de gidas, neste projeto levado a cabo de contactar com o ColorAdd e lápis de cor identificados com pelo Município de Santa Maria da anos a concretizar-se”. Ao longo deste processo, o men- de viverem na primeira pessoa o código ColorAdd, um quadro Feira, 1155 crianças de 50 escode aprendizagem e um caderno lhas do Concelho, sendo que, setor do projeto, percebeu que a experiência de um daltónico. 90% dos daltónicos precisam Meninos e meninas colocaram de desenho com desafios para gundo a oftalmologisde ajuda para comprar roupa e uns óculos brancos com as len- aplicação do código. ta Celine Leitão tes pretas que O ColorAdd nasceu em Por41% tem dificuldades de intetêm sido deteos fazia ver tugal e já foi considerado gração social, o que, aos olhos tadas “algumas uma das 40 inovações para do portuense, significava que, anomalias nas melhorar o mundo pela no contexto em que a cor é cores, mas em revista brasileira Galileu. um fator determinante de número reduPara o criador, o código orientação e de escolha, zido”. “nasce efetivamente não existia nada. Foi a para o mundo”, e é por partir deste pressuposto, isso, que, o objetivo que meteu o corpo e a futuro é “continuar mente ao trabalho, “à a trabalhar na improcura de um código plementação do que fosse simples e código em mais universal”. âmbitos, em mais Durante dois anos trasetores e em balhou com médicos mais paíoftalmologistas, cises, mas rurgiões oculares também e p ro f e s s o re s universitários na área da Oftalmologia. O passo seguinte foi reunir testemunhos de 146 daltónicos de vários países, como Brasil, Israel, Estados Unidos, Portugal, A rg e n t i n a , para entender a f orma como vivem e as soluções que eles próprios encontraram para minimizar a dificuldade na escolha da cor: “Tinha como meta juntar cerca de 150 daltónicos e criar uma soCLAÚDIA GONÇALVES, TÉCNICA DO PELOURO DA EDUCAÇÃO DA CÂMARA (À ESQUERDA), lução que fosE BÁRBADO SANTOS, COLORADD (À DIREITA) se para todos
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entrevista
“Espero poder dizer que o Orfeão da Fábio Pinto, de 30 anos, assumiu recentemente a presidência do Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira. O também secretário da direção da Federação de Folclore Português já leva, pasme-se, 17 anos ao serviço da instituição feirense, a qual estará, garante, sempre ligada à sua vida pessoal. Foi através de um intercâmbio do Grupo de Danças e Cantares Regionais – que chegou a acompanhar ao Brasil com apenas 14 anos – que conheceu a sua esposa. Para os próximos três anos delineou como metas “a consolidação financeira” da coletividade e “dar uma nova roupagem aos eventos” da mesma. CF – Já leva 17 anos de Orfeão da Feira. A que motivo se deveu a sua filiação à coletividade? Fábio Pinto – Entrei há 17 anos, pela mão de Fernando Marques de Sousa, como tocador do Grupo de Danças e Cantares Regionais, e desde então fui assumindo algumas funções. Colaborei com diversos setores, contracenei no Teatro Amador e participei nas Mini Olimpíadas Concelhias, portanto, já tenho algum conhecimento daquela que é a dinâmica desta casa. Claro está que o setor do qual sou oriundo, o Grupo de Danças e Cantares, é aquele em que tenho mais experiência, e até coordenação.
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Acompanhou, de perto, a presidência de Márcio Correia. Na sua ótica, o que é que foi feito de positivo, e o que ficou por concretizar, no último mandato do seu antecessor? Na minha tomada de posse deixei duas referências que não escuso de ressalvar novamente.Vim para a direção do Orfeão no único – porque depois a Câmara ‘roubou-o’ – mandato do agora vereador Gil Ferreira, que deixou-nos ficar um grande ensinamento sobre a qualidade na organização dos eventos. Tínhamos vários eventos, mas a organização falhava
em alguns aspetos que, após Gil Ferreira, deixaram de existir. O primeiro grupo de mandatos do Márcio [Correia] – porque teve dois grupos de mandatos – foi, e tiro-lhe o chapéu, de recuperação económica da instituição, cumprido de forma exemplar. Este último foi de consolidação, em que deu grande poder aos diretores das várias secções, para poderem evoluir e fazerem o trabalho que achavam melhor para o desenvolvimento dos setores. Aquilo que poderá ter ficado menos bem feito… é uma questão um pouco difícil, porque eu também fazia parte da direção e a maioria dos assuntos foram sempre discutidos em conjunto. Não consigo, de uma forma rápida e sucinta, dizer algo que gostasse que tivesse ficado resolvido de uma outra forma. Tivemos um diferendo sobre a participação, ou não, na Viagem Medieval. Acabámos por abandonar o espaço da taberna, com vista à criação de uma nova atividade, que não foi, de todo, bem acolhida por alguns intervenientes da organização. E esse é o aspeto que fico com mais pena de não termos conseguido levar a cabo. Mas não consigo dizer que foi por culpa da direção, desta ou daquela pessoa. Foi um conjunto de fatores que levaram a não conseguirmos
concretizar essa situação. E como se dá a escalada até à presidência? O que o motivou a ocupar o cargo? Comecei como vogal do Grupo de Danças e Cantares – onde cedo comecei a desenvolver capacidades de gestão e de trabalho de pesquisa –, a convite do Gil Ferreira, e depois fiquei como secretário da direção. No concelho da Feira, ao longo do tempo, perdemos, nos grupos de folclore, imensa qualidade. Nas décadas de 80 e 90, grande parte dos grupos que eram federados na Federação de Folclore Português e tiveram a felicidade de serem acompanhados pelo seu fundador, Augusto Gomes dos Santos, e desenvolveram um trabalho qualitativo ‘medonho’, que com o passar dos tempos decaiu. O Grupo de Danças e Cantares Regionais do Orfeão da Feira, em 2006, decide tornar-se sócio da Federação, em 2008 é tornado sócio efetivo da mesma e desde então tem vindo a desenvolver – também com a minha nomeação para conselheiro técnico da Federação – um trabalho enorme de pesquisa e de divulgação das tradições populares. Algumas recriações, algum trabalho à volta dos cantares e foi feito algo diferente na promoção
dos eventos culturais realizados. A má comunicação é um dos aspetos que mais denoto na organização dos grupos de folclore, mas ultrapassámos essas barreiras e tudo isto foi proporcionando que a minha imagem, e a do grupo, fosse crescendo. Assim, o convite foi sendo feito de forma natural. O Gil [Ferreira] achou por bem trazer-me para a direção, o Márcio [Correia] acreditou que eu tinha mais potencialidades para oferecer à instituição e ao Concelho. Foi acontecendo de forma natural, até pela minha entrega aos projetos do Orfeão da Feira. Quais são, objetivamente, as metas a concretizar a curto prazo? Desenvolvi um plano de ação que ressalva dois aspetos fundamentais. Não podemos esquecer, nem omitir, que a nossa não-participação na taberna [na Viagem Medieval] traz contingências financeiras. Já não muitas porque o lucro que as associações têm vindo a obter da participação nas tabernas é cada vez menor, e foi o motivo que nos levou a deixar de participar dessa forma na Viagem. Um dos aspetos é a consolidação financeira da instituição, de forma a evitar que aquilo que já passou por esta casa noutros tempos volte
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ENTREVISTA
FEIRA CRESCEU COM A MINHA PASSAGEM” Numa ótica pessoal, como classifica a importância que o Orfeão da Feira teve no seu crescimento pessoal? O Orfeão foi a coisa mais importante na minha formação enquanto ser-humano. Com 14 anos fui sozinho, porque os meus pais não faziam, à data, parte do Orfeão, ao Brasil acompanhar o Grupo de Danças e Cantares. Fui acarinhado por parte de todos elementos naqueles 17 dias. Tudo isto foi construindo em mim um sentido de pertença e de amor pelo Orfeão que, creio, muito pouca gente poderá sentir por algo que não seja materialmente seu. Cada vez que olho para aquela porta verde [a da entrada do Orfeão], não consigo descrever o sentimento que consigo nutrir. Conheci a minha esposa através de um intercâmbio que o Grupo de Danças e Cantares Regionais estabeleceu com o Grupo de Folclore de Ponta do Sol [Arquipélago da Madeira]. Acabámos por começar a namorar numa visita do Grupo de Ponta do Sol à Feira.Toda a minha formação, pessoal e como cidadão ativo na comunidade, está indiscutivelmente ligado a esta casa.
a suceder. É o aspeto primordial para estes três anos. O segundo aspeto é o anseio de olharmos para o que temos em termos de atividades, ‘atirarmos os dados para o ar’ e conseguirmos projetos culturais novos. Não quero dizer que o Encontro de Coros ou o Encontro de Folclore deixem de existir. O que gostava é que em 2021 conseguíssemos dar uma nova imagem aos eventos que já fazem parte do núcleo central desta casa. O Encontro de Folclore poderá vir a assumir uma nova forma de ser e de estar e passar a acontecer, não numa única noite como até então, mas em várias noites. O Encontro de Coros, realizado na Biblioteca, um espaço fechado, poderá ‘saltar’ para a rua, num ambiente em que as pessoas possam aceder mais facilmente ao cântico coral. E talvez seja momento de pensarmos internamente para passarmos a ter um ciclo de teatro durante determinado mês. Temos uma grande componente de teatro, até com dois grupos fantásticos, mas que em termos de organização própria não estão a produzir estes eventos. Serão estes, de larga forma, os dois grandes objetivos: a consolidação financeira e dar uma nova roupagem aos eventos desta instituição.
E crê que o Orfeão da Feira também ‘cresceu’ consigo? Acredito que os projetos pelos quais já passei tiveram uma forte melhoria qualitativa. Aquele que mais poderá saltar mais à vista é o Grupo de Danças e Cantares Regionais e espero que no fim destes três anos possa responder a esta questão e dizer que o Orfeão da Feira, no seu todo, cresceu com a minha passagem, porque se assim não fosse, também não me candidatava à presidência. Convido-o a falar das secções da instituição. O Grupo Coral é um dos mais completos grupos corais do Concelho, neste momento. É constituído por 48 elementos, magistralmente dirigidos pela Ana Paula Oliveira, que têm desenvolvido atividades interessantes e de grande qualidade. O Grupo de Teatro Amador, que desenvolve anualmente a peça do 20 de janeiro, o teatro-revista da Festa das Fogaceiras, tem desenvolvido atividades ao longo do ano, algumas de grande envergadura. Temos o Teatro de Formação, com três turmas neste ano letivo a desenvolverem trabalho, sendo o expoente máximo o Grupo de Teatro Experimental, que tem vindo a desenvolver também algumas peças para o Cineteatro António Lamoso. Um dos setores que mais trabalho dará são as Mini Olimpíadas. O conjunto de pessoas que formam aquilo que chamamos de Comissão Olímpica tem um trabalho muito grande ao longo do ano para que, de maio a julho, tudo corra na perfeição. Queremos introduzir de imediato, para a edição de este ano, algumas melhorias, como voltarmos a ter uma abertura mais visível mediaticamente, algo que não
tem acontecido nos últimos anos. O Grupo de Danças e Cantares Regionais é, neste momento, um dos mais fiéis grupos de representação etnográfica da região, não só do Concelho. Tem vindo a desenvolver um trabalho de recolha e salvaguarda fantástico que irá resultar, em 2025, quando completar 50 anos, na publicação de uma obra escrita. Na Oficina de Artes temos mais de uma centena de alunos e é nosso anseio conseguir, no próximo ano letivo, aumentar ligeiramente esse número. Conseguimos proporcionar à comunidade feirense um conjunto de ensino de artes muito alargado. Há uma questão sobre a qual é impossível contornar a não-menção. As medidas preventivas à propagação do novo coronavírus, causador da doença covid-19, terão certamente influência nas atividades do Orfeão da Feira. A direção reuniu e decidiu, por bem, suspender todas as atividades do Orfeão da Feira até 3 de abril. Achámos seguro parar as atividades. Temos um foco de infeção, à partida, na Escola Secundária. A Oficina de Artes tem alunos dessa escola e há elementos, quer do Teatro quer do Grupo Coral, que estiveram em Itália. Há também um membro do Grupo de Danças e Cantares que tem de se deslocar, por força de motivos profissionais, todos os dias a Felgueiras. Portanto, para não estarmos a criar alarmismo perante os nossos sócios, nem a expô-los a situações de risco completamente desnecessárias, proporcionamos um período de interrupção das atividades. Como caracteriza o tecido associativo e cultural de Santa Maria da Feira. Não podemos continuar a ter associações que têm o mesmo dirigente há 30 anos. Não porque as pessoas já não tenham carinho pela associação, ou não se dediquem, mas porque é preciso dar lugar a ideias novas, a pessoas novas, a rostos novos e a motivações novas. É urgente, no concelho da Feira, p ro m ove r - s e uma renovação do tecido associativo. Se vejo com bons olhos o futuro do associativismo feirense? Não vejo um futuro muito risonho para as associações porque a taxa de renovação é muito pouca
e temo que, a médio prazo, algumas tenham de parar por falta de executantes. O tempo o dirá.
“A Câmara simplesmente cortou qualquer tipo de apoio”
O apoio dado por programas como o novo Programa de Apoio à Cultura (PAC), da Câmara da Feira, é suficiente para o Orfeão? Temos de observar todas as linhas de apoio que possamos ter. Vivemos numa época em que a Câmara simplesmente cortou qualquer tipo de apoio, a nós e a todas as associações e conseguimos sobreviver, com a participação na Viagem Medieval, numa altura
em que o rendimento permitia às associações manterem-se de cabeça erguida. Entretanto, o vereador Gil Ferreira e a equipa de Emídio Sousa voltaram com o PAPC [Programa de Apoio a Projetos Culturais]. Conseguimos eleger alguns dos nossos projetos para essa medida e certamente que se a nova medida encaixar no Plano de Desenvolvimento e Estratégia Cultural do Orfeão da Feira, iremo-nos candidatar. Se chega? Talvez não seja o suficiente, mas entendo que num Concelho com 34 ou 35 grupos de folclore, não é fácil a Autarquia chegar a todos. Pedi à direção [do Orfeão] que começássemos a olhar para medidas, nomeadamente da Fundação Calouste Gulbenkian ou da Fundação EDP, porque, ao momento, o apoio não é suficiente. Temos um conjunto de professores a lecionarem aulas, temos uma funcionária a tempo inteiro e tudo isto acarreta alguma despesa.Temos de começar a refletir. Não podemos estar dependentes dos subsídios, à espera unicamente da receita que provém das atividades. Temos de começar a olhar num panorama mais global para os apoios possíveis.
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ECONOMIA
Dono da Neuce investe 14 milhões em condomínio residencial na Feira
Exercício de 2019: vendas cresceram 2,4%, mas lucros recuaram 3,2%
CORTICEIRA AMORIM APRESENTA LUCROS DE 75 MILHÕES DE EUROS
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ROMARIZ Isidro Lopes, dono da fabricante de tintas Neuce, em Romariz, Santa Maria da Feira, arrancou com um investimento de 14 milhões de euros na construção de um condomínio residencial no centro da Cidade, a que acrescem mais de 13 milhões numa torre de 12 pisos na principal avenida de Vila Nova de Gaia, junto ao El Corte Inglés. Hilgarden, que terá uma praça pública de 1.300 metros quadrados, é a denominação dada ao condomínio de Santa Maria da Feira. O condomínio residencial de Gaia terá o nome de Hilcrown Residence. O Grupo Neuce, cuja Neuce Portugal tem sede em Romariz, é constituído por um conjunto de empresas que se dedicam ao fabrico e comercialização de tintas, vernizes, diluentes, revestimentos e produtos afins. PUB
MOZELOS O lucro da Corticeira Amorim caiu 3,2% para 74,9 milhões de euros em 2019 face a 2018, enquanto as vendas consolidadas subiram 2,4% para 781,1 milhões de euros. A empresa quer distribuir um dividendo bruto de 0,185 euros por ação, valor idêntico ao do ano anterior, divulgou, em comunicado de imprensa, a Corticeira Amorim. Todas as unidades de negócio da Corticeira Amorim registaram crescimento de vendas no ano passado, com exceção da unidade de revestimentos, sendo que as de isolamentos e matérias-primas “foram as que tiveram desempenhos mais positivos, com incrementos de vendas de 18,2% e 9,8%, respetivamente”. “De salientar a expressão de 4,7% nas vendas da UN [Unidade de Negócio] Rolhas, que contribuíram para 70,3% das vendas consolidadas no ano de 2019”, destaca o comunicado da Corticeira Amorim, enviado à CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. O EBITDA (resultados antes de juros impostos, amortizações e provisões) atingiu os 124,7 milhões (-6,9%), refletindo o “impacto do aumento do preço de consumo da cortiça, o crescimento dos custos operacionais e o desempenho desfavorável da UN Revestimentos” (-3,2). No final de 2019, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 161,1 milhões de euros (contra 139,0 milhões de euros no final de 2018), sendo o aumento atribuído às aquisições de 50% da Vinolok (11 milhões de euros) e de 10% da Bourrassé (cinco milhões de euros), enquanto “o recebimento do valor final da alienação da US Floors contribuiu para a sua redução”. No que diz respeito ao impacto
da propagação do novo coronavírus, a empresa admite que, “se afetar significativamente o consumo”, poderá “ter um efeito” ainda não contabilizável na atividade. “A Corticeira Amorim é uma empresa internacional (mais de 90% das vendas fora de Portugal) e, como tal, exposta à economia global, em particular ao consumo privado. A propagação do surto Covid-19, se afetar significativamente o consumo, poderá impactar os clientes e, consequentemente, a cadeia de valor, e, por isso, poderá ter um efeito na atividade desenvolvida”, admitem. Grupo Amorim Luxury anunciou, esta quinta-feira, que vai encerrar vários espaços, tanto do setor da restauração como da moda, como forma de prevenção face à propagação do novo coronavírus.
Covid-19: Grupo Amorim Luxury encerra temporariamente restaurantes, Fashion Clinic e Gucci
A Fashion Clinic, a Gucci e os restaurantes do grupo Amorim Luxury estão encerrados desde
sexta-feira, 13 de março, uma decisão tomada “em nome do bem-estar” dos “clientes, colaboradores e as suas famílias”, refere o grupo empresarial, em comunicado. Em Lisboa, o grupo Amorim Luxury encerra os restaurantes JNcQUOI Avenida, JNcQUOI Asia, JNcQUOI Club e a Ladurée. As lojas Fashion Clinic, casa-mãe de várias marcas de luxo em Lisboa, no Porto e no Algarve, assim como a Gucci, estão também fechadas. Já a abertura da nova loja Dolce & Gabbana, situada na Avenida da Liberdade, em Lisboa, foi igualmente adiada. “O Grupo Amorim Luxury, tendo em conta os interesses superiores de saúde pública, e em nome do bem-estar dos seus clientes, colaboradores e suas famílias e como medida preventiva face ao surto e crescente ameaça do vírus covid-19, entendeu após uma avaliação responsável da situação, encerrar temporariamente”, pode ler-se no comunicado, acrescentando que a “reabertura de todos os espaços fica condicionada à reavaliação e acompanhamento permanente da evolução da pandemia”. Vogue
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Margarida Melo é campeã nacional de Veteranos em Salto em Comprimento
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Clube Desportivo Feirense assinala 102.º aniversário com “duas singelas iniciativas”
Eventos da AFA cancelados até dia 23
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B0LA NAS REDES /desportosapo
“Covid-19: Testes à equipa do Olympiakos deram negativo”
O clube anunciou os resultados depois do presidente Evangelos Marinakis ter sido diagnosticado com a doença. O feirense Pedro Martins é o técnico do emblema grego. COMPLEXO DESPORTIVO FEIRENSE
O organismo que tutela as competições desportivas em Aveiro anunciou a suspensão de todos as partidas, de futebol, futsal e futebol de praia, até dia 23 de março, como medida de contenção à propagação do novo coronavírus, algo também adotado pela FPF e pela Liga Portugal, mas por tempo indeterminado. Marcelo Brito marcelo.brito@correiodafeira.pt
AVEIRO O país e o mundo estão em alerta devido à célere disseminação do novo coronavírus, causador da doença covid-19, que despontou na região de Wuhan, na China, em, calcula-se, meados de dezembro de 2019. A propagação da contaminação tem atingido localizações um pouco por todo o globo e as medidas de contenção já estão a ser postas em práticas. O desporto não é exceção e a Associação de Futebol de Aveiro (AFA) tomou posição, cancelando todas as partidas, de futebol de formação e de futebol sénior, até dia 23, assim como todos os outros eventos alusivos à prática desportiva. “A defesa da saúde pública é uma tarefa de todos e de todas as organizações. A deliberação foi tomada e teve como fundamento o facto de a prática de desporto implicar a interação e contacto de todos os intervenientes, propiciando o contágio. Para além disso, existe o perigo de contágio entre o público que assiste aos jogos”, lê-se no comunicado emitido. Assim, a direção da entidade que tutela as competições desportivas federadas em Aveiro decidiu suspender, além de todos os jogos oficiais de futebol, futsal e futebol de praia, até ao dia 23 de março, os treinos de todas as seleções distritais, do curso de treinadores, de ações de formação e demais atividades em curso e sob sua organização. A AFA aconselhou também os clubes que, no mes-
mo período, deve ser suspensa a realização de treinos de todos os atletas, bem como a realização de outras atividades de índole desportiva. A AFA criou ainda um grupo de trabalho de “acompanhamento da situação, de forma a propor as medidas a adotar no dia 23 de março”. Foi ainda pedido aos clubes, e demais agentes desportivos, para que apenas se desloquem aos serviços administrativos da associação “em caso de extrema necessidade”, remetendo contacto por via telefónica, e-mail ou redes sociais.
Volta-face para Feirense, Lourosa e Fiães
A medida de suspensão não foi, inicialmente, transversal a todo o tecido desportivo nacional. A equipa sénior do Feirense (LigaPro) e a de sub-23 (Liga Revelação) tinham permissão para entrarem em campo, ainda que sem espetadores, assim como o Lusitânia de Lourosa (Campeonato de Portugal) e o Fiães (2.ª Divisão do Campeonato Nacional de Futebol Feminino). No entanto, houve volta-face da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Após articulação entre Governo, Liga Portugal, FPF e Direção-Geral da Saúde (DGS), a diretriz de realizar os jogos, das equipas seniores, à porta fechada – excetuando a presença da comunicação social e outros agentes – foi decretada e
comunicada aos clubes, tendo em conta o risco de aumento de casos de covid-19. A FPF anunciou ainda a suspensão de todas as provas nacionais dos escalões de futebol e futsal entre 14 e 28 de março, sendo que os jogos das equipas seniores de futsal seriam realizados à porta fechada – como por exemplo os encontros da Taça de Portugal –, assim como as provas de seniores não-profissionais de futebol, “por uma questão de equidade”. Entretanto, na última quinta-feira, dia 12 de março, FPF e Liga de Portugal retificaram as suas posições, suspendendo, com efeitos imediatos a partir do dia seguinte, a Liga NOS, a LigaPro, o Campeonato de Portugal e as competições de futsal que iriam realizar-se sem público. Assim, não houve qualquer equipa de Santa Maria da Feira a entrar em cena.
Autarquia fecha infraestruturas e cancela eventos
Foi igualmente decretado, pelo edil Emídio Sousa, o encerramento temporário de vários equipamentos desportivo no Concelho, nomeadamente “das piscinas geridas pelo Município” e de pavilhões municipais “em horários geridos” pela Autarquia. Foi também ordenada a “suspensão de todas as atividades desportivas promovidas pelo Município”, que também afetam os eventos cuja organização compete à Feira Viva.
/fpvoleibol
“Seniores com jogos à porta fechada” A Federação Portuguesa de Voleibol anunciou que os jogo de seniores serão realizados à porta fechada, sendo que os jogos de formação estão suspensos até final de março.
/OficialFPP
“Comunicado – COVID-19”
A Federação de Patinagem de Portugal decidiu “adiar ou cancelar” todos os eventos desportivos que impliquem a concentração de mais de mil pessoas, em espaços fechados. /fpbasquetebol
“Comunicado Oficial”
Seguindo as orientações da Direção-Geral da Saúde, a Federação Portuguesa de Basquetebol deliberou a realização de jogos, das equipas seniores, à porta fechada.
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MODALIDADES Em Salto em Comprimento
Competição realiza-se no Europarque
Margarida Melo campeã nacional de Veteranos
Aurora Cunha e Vítor Oliveira apadrinham Meia-Maratona da Primavera
Fotos Oliveirinha
ATLETISMO A 2.ª edição da Meia-Maratona da Primavera de Santa Maria da Feira foi adiada, devido ao surto de coronavírus, mas contará com o apadrinhamento pelos ilustres Aurora Cunha e Vítor Oliveira. Os 21 quilómetros serão realizados num percurso diferente da 1.ª edição, com a envolvente do Europarque como principal destaque. A prova conta com atletas de elite entre os inscritos, como Hugo Almeida (Sp. Braga) e Solange Jesus (Sporting), que venceu recentemente a 22.ª Meia-Maratona Manuela Machado. Há ainda uma outra novidade, denominada Troféu Europarque Running, que consiste na realização de uma prova de oito quilómetros que “pretende levar novos atletas a experimentarem a vertente competitiva”. Haverá ainda uma Caminhada de seis quilómetros. O evento conta com cerca de mil inscrições, estando abertas até dia 18 de março. Feira Viva
ATLETISMO O Lusitânia de Lourosa deslocou-se ao Expocentro de Pombal, entre 7 e 8 de março, para disputar o Campeonato Nacional de Veteranos, e viu a sua atleta, Margarida Melo, arrecadar o 1.º lugar do pódio no Salto em Comprimento. A atleta supramencionada foi ainda 3.ª nos 400m e 4.ª nos 200m, enquanto Carlinda Santos foi 4.ª nos 400m e 8.ª nos 200m; Fátima Santos foi 4.ª nos 3.000m e no Lançamento do Peso e 10.ª nos 1.500m; Cristina Soares foi
4.ª no Salto em Comprimento, 5.ª nos 60m e 7.ª nos 200m. A estafeta 4x200m foi 5.ª e o Lourosa 10.º na classificação por equipas.
Campeonato Nacional de Lançamentos Longos
O Lourosa esteve ainda na Pista de Atletismo do Estádio Municipal de Vagos, a 7 de março, com Daniel Rodrigues, no escalão de Juniores, a arrecadar o 3.º lugar na prova de Lançamento do Disco, com um lançamento de 41,45m, batendo o seu recorde pessoal.
Campeonato Nacional de Esperanças
Na Pista do Altice Fórum Braga, entre 7 e 8 de março, os irmãos Barros, Rúben e Ivo, não conseguiram a qualificação para a final dos 60m. A estafeta 4x400 (Ivo Barros, Rúben Barros, André Almeida e João Pombal) foi desqualificada. Já no Salto em Altura, João Pombal foi 6.º, obtendo os mínimos para o Campeonato Nacional de Esperanças ao Ar Livre. Ivo Barros ficou em 10.º nos 400m.
No Campeonato de Corta Mato Longo
Nuno Alves sagra-se vice-campeão de Aveiro
Covid-19 leva ao adiamento do Europarque Gaming Experience ESPORTS O Europarque Gaming Experience, anunciado no início de março, e que iria ser realizado entre os próximos dias 27 e 29, foi adiado devido ao surto de covid-19, doença causada pelo coronavírus, confirmou a E2Tech, responsável pela organização. “Está seriamente comprometida com a proteção da saúde e segurança, não só dos seus colaboradores, mas igualmente de todos os participantes e visitantes dos seus eventos. O evento Europarque Gaming Experience, bem como a competição, ELiga Portugal, serão adiados”, lê-se na nota de imprensa. A organização diz ainda que uma possível nova data será anunciada logo que estejam “reunidas as condições necessárias para a realização dos eventos”. A 1.ª jornada da ESC Online Master League Portugal by ASUS será jogada online. FragLider
ATLETISMO O Clube Desportivo Feirense disputou o Campeonato Distrital de Corta Mato Longo, em Vagos, e viu Nuno Alves, em Juniores, a sagrar-se
vice-campeão de Aveiro. Já a equipa juvenil feminina (Lara Martins, Joana Santos, Rita Costa, Inês Silva, Sara Costa e Inês Correia) também conquis-
tou o título de vice-campeã. Os juniores Margarida Oliveira e Leonardo Martins arrecadaram a 4.ª posição da tabela classficativa.
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MODALIDADES
AFA
Em Juvenis, Juniores femininos e Veteranos (V75)
CALDAS DE S. JORGE ARRECADA TRÊS TÍTULOS NO DISTRITAL DE CORTA MATO LONGO
Taça de Aveiro passa a Taça Pecol Powertools
ATLETISMO O Caldas de S. Jorge arrecadou mais três títulos para o seu espólio, durante o Distrital de Corta Mato Longo, realizado na Quinta da Eira, em Vagos, com a conquista de Beatriz Valente (Juvenis), Ana Oliveira (Juniores) e Albano Miranda (Veteranos – V75). Em 2.º lugar ficaram Maria Oliveira (Juniores) e Goretti Silva (Veteranos – V55). Já Adelaide Oliveira foi sub-vice-campeã em Veteranos – V55.
Dois pódios em Estarreja
O Caldas, no dia 8 de março, deslocou-se até à cidade de Estarreja para disputar o 35.º Grande Prémio de Atletismo local, tendo arrecadado dois pódios. Leonor Rocha (Benjamins A) foi 1.ª, enquanto Maria Tavares (Benjamins B) ficou-se pelo 2.º lugar. Também Maria Dias, Gabriel Silva, Débora Oliveira, Tiago Santos e Guilherme Tavares representaram o Caldas, no que à formação
diz respeito, enquanto Armando Santos, Ivo Palma e Maria Oliveira, seniores, também vestiram as cores do emblema caldense.
FUTEBOL A Associação de Futebol de Aveiro (AFA) anunciou, durante a semana transata, a mudança de nome da Taça de Aveiro, Prof. José Valente Pinho Leão, desde há três anos e até então denominada Taça Pecol, para Taça Pecol Powertools. “A empresa aguedense decide, agora, em conjunto com a AFA, fazer uma mudança de naming para Taça Pecol Powertools. O objetivo é o de destacar o que tem sido o último grande projeto da empresa no desenvolvimento e comercialização de ferramentas elétricas de marca própria, a Pecol Powertools”, justifica a AFA em comunicado. O patrocínio estende-se até ao final da temporada 2020/21. Arquivo
Maria Valente 9.ª na Póvoa de Varzim
Foram três os atletas do Caldas de S. Jorge a disputarem a 13.ª edição da Corrida da Marginal Póvoa de Varzim – Vila do Conde. Maria Valente foi 9.ª no escalão F50, Lídia Ferreira 21.ª em Seniores e António Conceição 41.º em M50.
Feirense assinala 102.º aniversário
ESTARREJA
PÓVOA DE VARZIM
FUTEBOL Apesar de todas as contenções alusivas à não-disseminação do coronavírus, o Feirense anunciou que “irão ocorrer duas singelas iniciativas”, na próxima quarta-feira, dia 18 de março, para assinalar o 102.º aniversário do clube. “São 102 anos de história, de vitórias e muita garra. Em gesto de celebração, irão ocorrer duas singelas iniciativas: o hastear das bandeiras no Estádio Marcolino Castro pelas 18 horas e no Monumento do Feirense às 18h30m”, anuncia o emblema fogaceiro. PUB
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MODALIDADES
DR
RODRIGO RIBEIRO BICAMPEÃO ABSOLUTO DE AVEIRO Rafael Reis foi 6.º na Clássica da Primavera
CICLISMO Em representação do Feirense, Rafael Reis classificou-se em 6.º na 24.ª edição da Clássica da Primavera, que contou com um percurso de 141 quilómetros, percorridos em circuito na Póvoa de Varzim, com sete passagens pelo Monte de S. Félix. Em chegada ao sprint, Rafael Reis obteve o mesmo tempo que o vencedor, Luís Gomes (Kelly/InOutBuild/UDO). Na classificação por equipas, triunfou a Efapel, tendo o Feirense obtido a 6.ª posição. Arquivo
XADREZ O jovem atleta Sub-16 do Clube Académico Téssera (CAT), Rodrigo Ribeiro, revalidou o seu título de campeão absoluto de Aveiro, uma competição aberta a todos os filiados na
Associação de Xadrez de Aveiro, que se realizou nas instalações do Colégio Português, em Esgueira, Aveiro, com a presença de 29 xadrezistas. Rodrigo Ribeiro venceu as cinco
partidas que realizou, totalizando cinco pontos, e adicionou mais 27 pontos ao seu rating internacional na modalidade, ficando apurado para o Campeonato Absoluto de Seniores de Portugal.
Pavilhões vazios... atletas em casa
Covid-19 ameaça campeonatos Carlos Fontes
ANTÓNIO DIAMANTINO ROCHA TRIUNFA EM SANTA MARIA DA FEIRA TIRO Realizou-se,pela primeira vez no concelho de Santa Maria da Feira, mais precisamente no Campo de Tiro do Clube de Caçadores e Pes-
cadores de Milheirós de Poiares, a (2.ª) Contagem para o Campeonato Regional Norte de TRAP5,organizada pela Federação Portuguesa de
Tiro com Armas de Caça (FPTAC), com António Diamantino Rocha a arrecadar o 1.º lugar, na categoria de Super Veteranos.
SARA MOREIRA E MARIA JORGE SANTOS TRIUNFAM EM VILA DO CONDE GINÁSTICA O Feirense deslocou-se até Vila do Conde para, no dia 7 de março, disputar o Campeonato Distrital de Duplo MiniTrampolim, tendo arrecadado dois primeiros
lugares. Sara Moreira foi a grande vencedora em Seniores – Anita Lima foi 2.ª – e Maria Jorge Santos triunfou em Juvenis, seguida por Mariana Rocha.
Neste último escalão,mas na vertente masculina, Gaspar Pereira foi 2.º classificado. Em Iniciados, Beatriz Pereira foi 3.ª e em Infantis, Maria Eduarda Dias obteve o 3.º lugar.
VOLEIBOL Este foi o primeiro fim de semana sem voleibol nos pavilhões. Os campeonatos foram suspensos e, tudo indica, que esta temporada não vamos ter campeões nacionais. “Caso os campeonatos não recomecem, o mais tardar até meados de abril, os campeonatos não serão concluídos. Os trabalhos das seleções, que vão participar em competições internacionais, se estas também não forem anuladas, vai impedir a conclusão dos campeonatos”, admite, Nuno Neves, treinador da equipa sénior do Clube Desportivo de Fiães, conjunto que deveria ter jogado no passado sábado em Gondomar, na jornada inaugural da fase final do Nacional da 2.ª Divisão. “Estamos todos em casa. Não há treinos. Todos esperamos melhores dias”, conclui o técnico de uma equipa que alimentava (e alimenta) esperanças na conquista do título e no regresso ao escalão maior do voleibol nacional. Para já, portanto, o voleibol, como todo o desporto nacional, está de “quarentena”. Se esta se prolongar por muito mais tempo, esta temporada não vamos ter campeões nacionais. PUB
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diversos PUB
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Agradecimento e Missa de 7.º Dia
Laura de Pinho Ferreira 75 Anos
Casada com Francisco da Silva Oliveira Residia na Rua António Sérgio SÃO JOÃO DA MADEIRA
Seu Marido, Filhos, Genros, Netos, Bisnetos e demais família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 13 de Março na Capela Mortuária do Cemitério N.º 3 de São João da Madeira onde foi sepultada. Renovam profunda gratidão pelas presenças amigas na missa de 7.º Dia que se realiza amanhã, terça-feira, dia 17 de Março, pelas 19h, na Igreja Matriz de São João da Madeira.
ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
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Agradecimento e Missa de 7.º Dia
António Gomes da Costa 84 Anos
Casado com Emília de Almeida Lima Residia na Rua da Ribeira MACIEIRA DE SARNES
Sua Esposa, Filhos, Genros, Netos, Bisnetos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 12 de Março na Igreja Matriz de Macieira de Sarnes seguindo para o cemitério local onde foi sepultado. Renovam profunda gratidão pelas presenças amigas na missa de 7.º Dia que se realiza amanhã, terça-feira, dia 17 de Março, pelas 20h, na Igreja Matriz de Macieira de Sarnes.
ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
Agradecimento
Rosa Fernandes da Silva 81 Anos
Viúva de Leonel Correia da Costa Residia na Santa Casa da Misericórdia OLIVEIRA DE AZEMÉIS
Seus Filhos, Noras, Netos, Bisnetos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte das cerimónias fúnebres, ou que de outra forma se lhes associaram na dor no funeral que se realizou no dia 15 de Março, na Capela Mortuária de Nogueira do Cravo onde foi sepultada no cemitério local. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
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Agradecimento
Palmira de Sousa Almeida 61 Anos
Filha de Jaime G. Almeida e Maria Amélia C. Sousa (Falecida) Residia na Rua Santa Maria da Feira SÃO JOÃO DA MADEIRA
Seu Pai, Filho, Irmão, Cunhada, Sobrinhos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 11 de Março na Capela Mortuária do Cemitério N.º 3 de São João da Madeira onde foi cremada. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
Agradecimento
José Joaquim Gonçalves 86 Anos
Viúvo de Maria Deolinda Ferreira de Oliveira Residia na Praça da República SÃO JOÃO DA MADEIRA
Seus Filhos, Noras, Netos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 10 de Março na Igreja Matriz de Cucujães seguindo para o cemitério local onde foi sepultado.
ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
Tribunal Judicial da Comarca de Aveiro Juízo Local Cível de Santa Maria da Feira - Juiz 1 ANÚNCIO
Processo: 790/20.4T8VFR Acompanhamento de Maior Requerente: Ministério Público Requerido: Arminda Belmira Oliveira Faz-se saber que foi distribuído, neste tribunal, o processo de Acompanhamento de Maior, em que é requerida Arminda Belmira Oliveira, com domicílio: Associação de Centro Social de Escapães, Rua Camilo Augusto Correia, N.º 205, 4520-014 Escapães, com vista a serem definidas medidas de acompanhamento de representação geral, com dispensa da constituição do conselho de família. Referência: 110895061 Data: 12-03-2020 O Juiz de Direito, Dr. Nuno Fernando Sá Couto Martins da Cunha O Oficial de Justiça, José Manuel Coelho “CORREIO DA FEIRA”, n.º 6144 de 16/03/2020 PUB
PELOURO DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E URBANISMO Processo n° 1219/2019/URB Local: ROMARIZ Requerente: Clarifraga, Lda. Aviso N° 7129/2020/INT
Nos termos do disposto no art.º 78º do Decreto-Lei nº. 555/99, de 16 de dezembro, na sua atual redação, torna-se público que esta Câmara Municipal, emitiu em quatro de março do ano em curso, em nome de Clarifraga, Lda., pessoa coletiva n.º 508 684 366, um aditamento ao alvará de loteamento n.º 10020/2008/ALV, emitido em 2008/09/25, em nome do Município de Santa Maria da Feira, que incidiu sobre o (s) prédio (s) sito (s) no lugar de Gandarinha / Duas Igrejas, da freguesia de Romariz, deste concelho. A operação urbanística está abrangida pelo Plano Diretor Municipal em vigor. As especificações da operação de loteamento são: a) Lotes alterados – Lotes n.ºs 2 e 3. b) Área total dos lotes alterados – 4.800,00 m2. c) Área total de construção – 3.500,00 m2. d) Volume total de construção – 10.500,00 m3. e) Número de pisos acima da cota de soleira - 2 pisos. f) Número de lotes para armazém/indústria – 2 lotes. Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, 05/03/2020 O/A Diretor(a) de Departamento Por (sub) delegação: Ilda Maria Cardoso de Almeida “CORREIO DA FEIRA”, n.º 6144 de 16/03/2020
Assembleia Geral Ordinária Convocatória Em conformidade com as disposições legais aplicáveis e os estatutos de O Abrigo – Centro de Solidariedade Social de São João de Ver, convoco todos os sócios para se reunirem em Assembleia Geral, que terá lugar na sede da associação, sita na rua da estação 541, 4520-618 São João de Vêr, pelas 20h00m do dia 23 de março de 2020 com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Discussão e votação do Relatório e Contas do ano 2019, bem como do parecer do Conselho Fiscal; 2 - Outros assuntos de interesse para a Associação. Se à hora indicada não houver quórum, a Assembleia terá início 30 minutos depois no mesmo local, com qualquer número de sócios e a mesma ordem de trabalhos. São João de Vêr, 11 de março de 2020 O Presidente da Assembleia Geral (Eng.º José Fernandes de Oliveira) “CORREIO DA FEIRA”, n.º 6144 de 16/03/2020 PUB
Casa dos Choupos – Cooperativa Multissetorial de Solidariedade Social, C.R.L. Convocatória Anabela Oliveira Gomes, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa dos Choupos – Cooperativa Multissetorial de Solidariedade Social, C.R.L., de acordo com o artigo 22º dos estatutos e artigo sexagésimo do Decreto - Lei número cento e setenta e dois – A / dois mil e catorze, de catorze de novembro - Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social, na sua redação atual, convoca todos os cooperadores para a assembleia geral ordinária, a realizar no próximo dia 30 de março de 2020, pelas 17 horas e 30 minutos, na Loja “Mais Próximo de Si”, sita na Rua Jornal Correio da Feira, nº19, Loja 2, Santa Maria da Feira, União das Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo, concelho de Santa Maria da Feira, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto Um. Apresentação, discussão e votação do relatório de atividades e contas do ano dois mil e dezanove e do respetivo parecer do Conselho Fiscal; Ponto Dois. Outros assuntos de interesse para a Cooperativa. Nos termos do nº 1 do artigo 24º dos estatutos, se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos cooperadores com direito a voto, a assembleia decorrerá trinta minutos depois com qualquer número de cooperadores. Santa Maria da Feira, 9 de março de 2020 A Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa dos Choupos – Cooperativa Multissetorial de Solidariedade Social, CRL (Anabela Oliveira Gomes) “CORREIO DA FEIRA”, n.º 6144 de 16/03/2020
Postos de Venda Espinho Papelaria Atlântico Norte (Centro) Papelaria Bessa Cortegaça Papelaria Miranda São Paio de Oleiros Papelaria Papelópia Padaria da Quebrada Paços de Brandão Papelaria Letra Legível e Esmoriz Papelaria Menezes Papelaria A. Santos Rio Meão Café Zé das Micas Quiosque Santo António Café Ponto de Encontro São João de Ver Bombas REPSOL Quiosque Suil Park Quiosque São Bento Casa Silva Quiosque dos 17 Caldas de São Jorge Café São Jorge Fiães Café Avenida Bombas GALP Papelaria Coelho Casa Gama II Lourosa Quiosque Pimok Quiosque da Igreja Papelaria Europa
Bombas CEPSA / ELF C+S Feira dos Dez Padaria/Pastelaria Caracas II Tabacaria Piscinas de Lourosa A. M. Informática S. M. Lamas Café–Restaurante Parque Café do Zinho Corks e Manias (INTERMARCHÉ) Carnicópias Bombas REPSOL Mozelos Quiosque Santa Luzia Café do Murado Argoncilhe Quiosque da Igreja Pereira & Avelar Vergada Café Vergada Mozelos Casa Danibruno Sanguedo Café Melo Café Danúbio A. M. Informática Lobão Padaria Jardim 2 Papelaria Liperlás Casa Gama Café Grilo Guisande Bombas BP Gião Bombas FIAVERDE
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MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO
CONFIANÇA, OBEDIÊNCIA E RESPONSABILIDADE CÍVICA Jorge de Andrade Administração do Correio da Feira
ESTIMADOS FEIRENSES No momento que escrevo esta breves linhas, as circunstâncias em que vive-
mos, para muitos de vós são inéditas, encontrando-se muito próximas de um país em guerra. Neste caso, o inimigo só o conhecemos por um código, ou nome,
e jamais saberemos onde se encontra e quando nos atacará. É importante que os portugueses sigam rigorosamente as recomendações vindas do Poder, Nacional ou Local. É essencial que os Portugueses confiem e se apresentem solidários com quem nos governa, num momento tão difícil como o que vivemos. Não nos esqueçamos que fomos nós que os escolhemos, independentemente da opinião que possamos ter, sobre as medidas a tomar, ou já tomadas. Seguir as recomendações, mesmo que essas nos pareçam insuficientes, é juntarmos a mão para o combate. Importante que divulguemos a informação útil e responsável. Evitemos contribuir para a divulgação das falsas notícias e tudo que incremente a desconfiança nas nossas organizações, ou
INFORMA Coronavírus: Há direito a reembolso, se tiver uma viagem para países em risco?
FICHA TÉCNICA
Existem vários cenários. Por exemplo, o voo pode não chegar a realizar-se devido a restrições impostas pelas autoridades de saúde de algum país ou de uma região. Nesse caso, o viajante tem direito a ser reembolsado no prazo máximo de sete dias. Mas o consumidor também pode, se preferir, tentar negociar outro destino ou realizar o voo numa data diferente. Em nenhum destes casos, o viajante terá direito a ser indemnizado – trata-se de uma circunstância extraordinária que escapa ao controlo da transportadora aérea. Se, a par da viagem, tiver efetuado outras reservas (hotel, transfer ou entrada em atrações), deve procurar rescindir os contratos e solicitar o reembolso, explicando o que se passa. Pode não ser fácil em todas as situações: há reservas que não permitem o cancelamento. Mas deve insistir pois, afinal, não é por sua causa que a viagem não se concretiza. Há ainda outro cenário: a viagem não foi cancelada, mas tem como destino um local que se encontra afetado pela epidemia. Neste momento, as autoridades portuguesas desaconselham todas as viagens que não sejam essenciais à China, em especial à província de Hubei, foco inicial da epidemia de coronavírus. Também as regiões do Norte de Itália estão seriamente afetadas, com fortes restrições impostas pelos organismos de saúde locais, que desaconselham, ainda, as viagens de crianças e jovens para todo o território italiano. Por isso, face aos conselhos das autoridades nacionais e estrangeiras, entendemos que há motivo para proceder ao cancelamento das reservas e solicitar os respetivos reembolsos. Para outros destinos, a solução não é tão clara, pois o perigo será residual. Quem tenha receio de ir a determinado país ou região poderá procurar alterar as datas ou o destino junto do transportador, mas não se pode dizer que este esteja obrigado a aceitar. Tratando-se de uma viagem organizada, caso se trate de um país de risco, a lei permite que o viajante rescinda o contrato a qualquer momento, antes de se iniciar a viagem. E não terá de pagar à agência de viagens qualquer taxa de rescisão, porque se verificam circunstâncias excecionais no local de destino ou na sua proximidade que afetam consideravelmente a realização da viagem programada. Nesse caso, tem direito a ser reembolsado pelo que já pagou no prazo máximo de 14 dias. Mas só será assim em relação aos destinos gravemente afetados pelo vírus. Não pode ser fruto de um mero receio do viajante. Em alternativa, poderá também tentar negociar a viagem para outro destino ou noutro momento. A situação de epidemia varia quase diariamente. Daí que as respostas possam mudar consoante os destinos e os momentos. Por isso, convém estar atento e acompanhar as informações e os conselhos das autoridades.
As coberturas de assistência em viagem que integram os respetivos seguros preveem normalmente a cobertura de cancelamento ou redução da viagem. Esta garante o reembolso das despesas pagas com alojamento e transporte e que não possam ser recuperadas quando a viagem seja cancelada por motivo de força maior. Ao mesmo tempo, incluem uma longa lista de situações que se enquadram nesta definição, como acidente, falecimento de familiares diretos ou até imposição de quarentena à pessoa segura por autoridade competente. Mas o cancelamento da viagem por receio de contágio não está previsto nas coberturas das apólices de seguro que nos foram enviadas pelos consumidores para análise. Por isso, não podemos dizer, de forma generalizada, que os seguros de viagem podem ser ativados devido ao coronavírus. Depende da apólice e da situação que se pretende garantir, como o pagamento das despesas médicas de quem tenha sido infetado durante uma viagem, ou o reembolso das despesas com o cancelamento de uma viagem, por exemplo. É impossível dar uma resposta única a estas questões. O melhor será consultar as suas condições do seguro e pedir esclarecimentos diretamente à seguradora. Também poderá contactar a linha “Dúvidas sobre viagens COVID-19” disponibilizada pela DECO a todos os consumidores através do número: 21 371 02 82. O objetivo desta linha de apoio da DECO passa por esclarecer dúvidas aos consumidores com viagens marcadas nas próximas semanas acerca dos direitos e soluções disponíveis para resolução de questões com transportadoras aéreas ou agências de viagens. A DECO disponibiliza uma linha telefónica para esclarecimento de “Dúvidas sobre viagens COVID-19” através do número telefónico 21 371 02 82
Colaboradores: Alecsander Pereira (Admirável Mundo Novo), Armandino Silva, Filipe Dias, Luís Higino, Manuel Silva, Paulo Ferreira, Paulo Neto, Roberto Carlos Reis
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OBRIGADO e DISPONHAM São as palavras com que desejo deixar a todos os que agora se encontram na linha da frente, neste combate que vamos vencer. Não tenho dúvidas, porque confio em todos Nós. Que Deus vos Abençoe
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nos nossos governantes. Dividirmo-nos é darmos campo ao inimigo e ficarmos mais expostos. “Nenhum homem é uma ilha isolada…” Sabemos que na nossa sociedade há casos de concidadãos isolados e sozinhos. Estejamos atentos e solidários com os mais frágeis e com quem precisa da nossa ajuda. Estamos nos primeiros dias de uma guerra que poderá levar semanas. Que ninguém se sinta esquecido que ninguém fique só.
Figueiredo, Renato Ferreira
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OPINIÃO
A QUEM COMPETE A RECOLHA DO AMIANTO? António Cardoso Militante de base do Partido Socialista
NÃO BAIXAR OS BRAÇOS O aparecimento de lixeiras a céu aberto, são na maioria das vezes constituídas pela deposição de resíduos materiais retirados de obras de construção civil despejados clandestinamente em terrenos baldios semiabandonados, nas margens de rios e nas bermas de estradas secundárias. Esta deposição irregular destes resíduos é um gravíssimo problema ambiental, pois vai provocar a desorganização das redes de drenagem, facilitam a proliferação de ambientes nocivos à saúde pública, promovem a interdição parcial de vias e a degradação da qualidade da paisagem. O desenvolvimento acelerado da actividade do sector da construção civil nas últimas décadas, fez crescer os seus subprodutos e resíduos, sendo o despejo ilegal dos resíduos de construção e demolição uma das principais causas para o aparecimento de lixeiras. Os custos da remediação destas práticas acabam por recair sobre as autarquias que comprometem recursos municipais para a sua remoção ou tratamento na procura da normalidade ambiental. Confrontadas com comportamentos de falta de civismo por parte de quem comete tais descargas, as entidades responsáveis pelo encaminhamento dos resíduos urbanos deverão ser equacionadas se o rápido aparecimento de vazadouros ilegais não poderá estar ligado à elevada burocracia na tramitação processual, bem como às elevadas taxas cobradas pela recepção desses resíduos. Portanto, a simplificação e desmaterialização burocrática da recolha e os seus custos devam ser repensados. Todos conhecemos e contactamos com os materiais perigosos, como telhas de fibrocimento ou outros materiais contendo amianto, chumbo, alcatrão, tintas, etc., sabemos que os resíduos perigosos podem ser reciclados com diversas aplicações à excepção do amianto, que após a sua remoção, deve depositado em aterro apropriado. O amianto foi utilizado em diversas aplicações, mesmo em exemplos domésticos como toalhas ou torradeiras. Contudo, devido às suas características físicas, térmicas e económicas, foi amplamente usado nos anos 70 e 80, em materiais para a construção. Portanto, existem quantidades enormíssimas aplicadas nas nossas casas que urge remover. O amianto é um material com propriedades cancerígenas, pelo que é um dos resíduos mais perigosos que se pode encontrar nos resíduos da construção civil pelo que a sua utilização está proibida na maioria dos Estados Membros da União Europeia. Porém, a sua remoção, descarga ou processamento inspira extremo cuidado e devem ser atribuídas apenas a entidades especializadas. A Portaria n.º 40/2014, de 17 de fevereiro refere que, para pequenas obras, como é o caso, as pequenas quantidades de resíduos com amianto (como por exemplo as telhas de fibrocimento), deverão ser entregues na «entidade responsável pela gestão de resíduos urbanos, mediante o pagamento da correspondente taxa prevista no regulamento municipal específico
que seja aplicável». Segundo a Quercus, devemos contatar a entidade que gere os resíduos urbanos ou a respetiva autarquia, na área de residência Em Portugal, é difícil encontrar empresas licenciadas para o amianto. O nosso Concelho tem o privilégio de ter um operador de recolha licenciado para receber resíduos com amianto, situado na rua das Fragas,- Sanguedo. A exemplo de centenas ou milhares de Feirenses, tenho um reservatório de água de Lusalite,- portador de amianto adquirido nos anos 70, que pretendo retirar. Contactada a respectiva empresa de recolha, fui excelentemente atendido. Porém, o caminho que me indicaram leva o cidadão mais consciencioso a não mexer no assunto. Detalhando, o processo começa por requer num portal ambiental (Sliamb) “autorização” para poder depositar na empresa o recipiente de fibrocimento. Depois de autorizado, tenho de pedir uma “guia de transporte” desses resíduos para aceitação no local de entrega! Após consulta fui confrontado com uma trapalhada tendo a autorização ficado a meio caminho. Além disso, os custos com a entrega de cerca de 20 Kg de Lusalite serão no mínimo superior a 50 euros! Pergunto: Será que a maioria dos Feirenses está preparada para cumprir estas exigências? Será que não compete à Autarquia, entidade que gere os resíduos urbanos, assumir a prestação destes serviços de recolha de “resíduos domésticos de amianto”? Não seria mais fácil, mais seguro, mais económico, dados os ganhos de escala ao servir centenas de munícipes, ser a Câmara Municipal a prestar este serviço? Além disso, é oportuno lembrar que os Feirenses pagam taxa de recolha dos resíduos urbanos na fatura da água! Perante esta realidade, recomendamos à Câmara Municipal que implante um serviço de recolha, e reencaminhamento do amianto e outros resíduos perigosos para locais próprios, mitigando a degradação acelerada do meio ambiente provocada pelas lixeiras ilegais, já que no fim da linha, os encargos dos vazadouros ilegais recaem para a Autarquia. A existência deste serviço seria de grande utilidade para os munícipes e o Ambiente agradecia.
Não seria mais fácil, mais seguro, mais económico, dados os ganhos de escala ao servir centenas de munícipes, ser a Câmara Municipal a prestar este serviço? Além disso, é oportuno lembrar que os Feirenses pagam taxa de recolha dos resíduos urbanos na fatura da água!
NUNCA FEZ NADA NA FEIRA… José Nuno Arquivo
“O presidente da Câmara nunca inaugurou nada comigo porque nunca fez nada na Feira”… Esta é uma afirmação que pode ser lida na recente entrevista que Fernando Leão, Presidente da União de Freguesias de Santa Maria da Feira, Sanfins, Espargo e Travanca deu a um órgão de comunicação local. E ainda acrescentou que,“aliás, não fez nada nestas quatro freguesias”. E, certamente, acrescento eu, outros presidentes, de outras freguesias ou uniões de freguesia, diriam o mesmo. Simplesmente porque o Concelho tem estado paralisado. Nada tem sido feito em lado algum, a não ser obras de fachada e alguns eventos para entreter o pagode. Porque, e não me canso de o repetir, o desenvolvimento que se evidencia é fruto essencialmente da iniciativa privada, que é pujante e se queixa mesmo de ser desamparada. De quem é a culpa perguntar-me-ão? De todos nós, e especialmente de quem consecutivamente tem votado, desde sempre, no mesmo projecto partidário. Mas a entrevista tem outras afirmações e motivos de interesse que devem merecer a atenção profunda de todos nós. Porque o Concelho merece e exige melhor tratamento e, sobretudo, outros intervenientes. Embora seja tripulante da nau pilotada pelo autarca de Fiães, Fernando Leão não poupa nos adjectivos para classificar a sua quase nula actuação. Quando se fala de “reforço de transferências de verbas para as Juntas de Freguesia”, recorda uma reunião de autarcas, já há quatro anos no Isvouga, em que disse aos colegas que estavam na fila que o tempo que perdiam à espera da “esmola” era inglório aconselhando-os a acabar com a peregrinação de ir até à Câmara pedir uma palete de cimento. Depois de muito esforço lá veio um “aumentozito” de verba de 11%, que ao fim de dez anos de jejum apenas soube a 1%. Neste âmbito manifesta-se desiludido em relação ao Município, “não num campo pessoal, mas no campo institucional”, pois apesar de não precisar de gastar gasolina para se deslocar até à Câmara Municipal não tem tido qualquer privilégio, sentindo-se mesmo defraudado em relação àquilo que se tinham comprome-
tido com a Junta de Freguesia. Ora se isto se passa com uma estrutura da “cor”, o que não acontecerá com as demais que não vão à mesma missa? Em jeito de desabafo, Fernando Leão refere que “a cova paga tudo o que é Imaginarius, Viagem Medieval, ou caminhadas que param a cidade até à meia-noite. (…) E os passeios? E as condições para as pessoas?” E os incómodos que os residentes suportam, acrescento? Porque não vão os eventos para Lourosa, Paços de Brandão, Lamas… porque é tudo na “cova”? E encerra a entrevista colocando o dedo numa ferida habitual, que é a de se fazer obra em ano de eleições. “Poderá terminar-se algo que já se iniciou, por razões logísticas, mas não por uma questão de estratégia”. É aquilo que mais detesta, confessa. Porque, como diz e muito bem o autarca da ‘cova’, fazer inaugurações em ano de eleições é um procedimento errado.
Embora seja tripulante da nau pilotada pelo autarca de Fiães, Fernando Leão não poupa nos adjectivos para classificar a sua quase nula actuação
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16.MAR.2020
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