30.03.20
www.correiodafeira.pt
Ano CXXIV
Direção: Nélson Costa
Semanário
Nº 6146
REPORTAGEM
RUI PAIXÃO
A experiência na China, onde atuou para o Cirque du Soleil, terminou mais cedo, assim que o novo coronavírus atacou o país, mas na bagagem trouxe muitas histórias para contar págs. 11-13
COVID-19
O ‘INIMIGO SILENCIOSO’ FAZ CADA VEZ MAIS VÍTIMAS Até esta segunda-feira, a Covid-19 já fez 140 mortos e 6.408 infetados em Portugal (154 na Feira). O Hospital S. Sebastião tem três vítimas mortais a lamentar, um homem de 71 anos, natural de Travanca, uma mulher de 82 e um rapaz de 14, ambos naturais de Ovar, ainda que a causa da morte do jovem – positivo à Covid-19 – esteja por confirmar págs. 02-08
Política
pág. 09
Comissão Política Concelhia do PS de Santa Maria da Feira propõem a redução do preço da tarifa da Indaqua em 30%
Reportagem
págs. 14-15
Face à pandemia, professores do Colégio de Lamas ministram o ensino à distância através do recurso à tecnologia
Desporto
pág. 19
Faleceu Artur Lima, número um da lista de sócios do Clube Desportivo Feirense desde 2018 Pub.
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Jovem de 14 anos acusou positivo ao novo coronavíus
Vítima mortal mais jovem do país morre no S. Sebastião Apesar de a DGS ainda não ter confirmado oficialmente, o novo coronavírus – acusou positivo no teste realizado – terá sido a causa mais provável do falecimento do jovem natural de Ovar, tendo em conta que a sintomatologia com que foi admitido no Hospital da Feira pode indicar outro tipo de infeção. Atualmente, existem 6.408 infetados e 140 mortes em Portugal. O número de recuperados, 43, mantém-se igual há três dias. Natural de Ovar, e jogador de futsal do Centro Cultural e Recreativo de Maceda, Vítor Rafael, de apenas 14 anos, faleceu na madrugada de domingo, dia 29 de março, no Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira. Internado desde sábado, com sintomas idênticos e compatíveis à Covid-19, realizou o teste de despiste e acusou positivo ao novo coronavírus. No domingo, entrou em falência e não resistiu. Entre as várias informações veiculadas, o Jornal de Notícias avança que sofria de psoríase, doença que vulnerabiliza o sistema imunitário. No entanto, até ao fecho desta edição, não foi confirmada, oficialmente pela entidade reguladora da Saúde, a causa da morte. Na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS), a ministra da Saúde, Marta Temido, salientou que a causa da morte encontra-se “em investigação”. A diretora geral da Saúde, Graça Freitas pediu cautela. “A sintomatologia com que foi admitido pode indiciar outro tipo de infeção, temos de ter reserva na análise desta situação”.
incidência a fixar-se, novamente, nas pessoas acima dos 80 anos, com 15 casos. A informação disponibilizada não refere, ainda, o falecimento do jovem de 14 anos natural de Ovar, no Hospital de Santa Maria da Feira. Estranhamente, o único número que ainda não sofreu qualquer alteração nos últimos três boletins da DGS é o de casos recuperados, que se mantém o mesmo dos últimos dias, 43. Aguardam resultado laboratorial 4845 pessoas. São 164 os casos internados em unidades de cuidados intensivos. O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa da DGS desta segunda-feira, explicou que o país recebeu nos últimos dias mais de 66 mil testes, cerca de cinco milhões de máscaras cirúrgicas e 1 milhão de 200 mil respiradores FFP2, e ainda outros equipamentos como batas e fatos. “Prevemos continuar a receber encomendas. Hoje devem chegar 700 mil respiradores FFP2 e 200 mil testes. Nos próximos dias, 100 toneladas de equipamentos de proteção individual”.
Portugal regista 140 óbitos esta segunda-feira
Os números da semana transata
O novo coronavírus já registou, confirmou esta segunda-feira, dia 30 de março, a Direção-Geral da Saúde (DGS), 140 mortes em Portugal. O boletim epidemiológico mais atualizado refere ainda a existência de 6.408 infetados com Covid-19. Apesar de haver um aumento no número de casos positivos, a percentagem diminuiu face aos números dos dias anteriores, ou seja, houve ‘apenas’ uma subida de 7,5%, a menor de sempre. Nas últimas 24 horas, Portugal assistiu a mais 21 mortes pelo novo coronavírus, com a maior
Na transata semana, a tendência de aumento dos números, infelizmente, manteve-se. Na terça-feira, dia 24, a DGS divulgou a existência de 2362 infetados em Portugal. E o número disparou dia após dia: 2995 na quarta-feira, 3544 na quinta, 4268 na sexta, 5170 no sábado e 5962 ontem, domingo. O número de óbitos seguiu a propensão, durante o mesmo período (33, 43, 60, 76, 100 e 119). O caso de Santa Maria da Feira não foi exceção. Os infetados com o novo coronavírus aumentaram a cada dia. A Câmara Municipal, fundamentando-se em dados
da Autoridade de Saúde Local, publicou todos os dias o número recolhido. Na terça, eram 58, no entanto o número dobrou até domingo, fixando-se em 132. Já no boletim epidemiológico desta segunda-feira, a DGS aponta para 154 casos confirmados em Santa Maria da Feira. Em Mosteirô, duas utentes do Lar da Associação Pôr do Sol acusaram positivo a Covid-19, durante uma semana em que o presidente do Feirense, Rodrigo Nunes, colocou a sua empresa, Inducorte, a produzir viseiras de proteção, que serão dadas a instituições de Santa Maria da Feira e Espinho.
Unidades de Saúde encerram
Foi durante a fase de mitigação da pandemia de Covid-19 que, por determinação da DGS, oito Unidades de Saúde do Concelho foram encerradas (Paços de Brandão, Vila Maior, Romariz, Sanguedo, Mozelos, Caldas de S. Jorge, Nogueira da Regedoura e Souto). Já a de Rio Meão foi adaptada para receber, exclusivamente, casos suspeitos, imposição do ACES Feira/Arouca. A pousada da Fundação Inatel de Santa Maria da Feira, assim como as restantes 15 espalhadas pelo país, foram mobilizadas pelo Governo, para o combate à Covid-19. O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Santa Maria da Feira foi ativado, após auscultação e posterior positivo parecer positivo dos técnicos especializados. Vários foram os parques de lazer públicos, pelas mais diversas freguesias pertencentes ao município de Santa Maria da Feira, que foram encerrados. No entanto, nem todos respeitaram e, ainda que contra as indicações da tutela, usufruíram do mesmo.
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Arquivo
Mas garante que nada de fundamental tem faltado aos profissionais de saúde
Hospital. S. Sebastião admite “dificuldade de acesso a equipamentos de proteção individual” FEIRA
Quando questionada sobre se todos os profissionais de saúde do Hospital S. Sebastião dispõem de equipamentos de proteção individual (EPI’s) adequados à sua proteção no combate ao Covid-19, o Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga
(CHEDV) assumiu que “tem vindo a ser confrontado com a dificuldade de acesso a equipamentos de proteção individual, devido à grande pressão na procura à escala mundial que foi criada nas últimas semanas após a eclosão do surto Covid-19”. No entanto, “seja através da gestão dos próprios stocks,
seja através do recurso à reserva estratégica nacional”, a administração do CHEDV garante que tem “conseguido garantir que todos os profissionais que estão a trabalhar nas áreas de atendimento e tratamento de doentes suspeitos de poder estar infetados ou comprovadamente Covid-19 positivos
disponham de EPI’s, que lhes garantam a segurança”. Os responsáveis pelo centro hospitalar aproveitaram ainda para destacar que, em alguns momentos, “o apoio da comunidade (autarquias, empresas e pessoas individuais) através da doação de máscaras e outros EPI’s tem sido muito importante para
que nada de fundamental tenha faltado”, deixando um agradecimento público. Relativamente às reservas de EPI’s, o CHEDV espera que “a situação melhore nos próximos dias, fruto de várias encomendas colocadas, nas últimas semanas, cujos prazos de entrega estão previstos para esta [passada] semana”.
Conheça as recomendações para o idoso positivo a Covid-19 O Correio da Feira replica e dá-lhe a conhecer as recomendações que um idoso deve ter em conta e cumprir para evitar um eventual diagnóstico positivo a Covid-19 e posteriores possíveis desfechos mais sombrios. A lista foi publicada pelo Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. SOCIEDADE
a sua manga para cobrir a sua mão ou o seu dedo, se precisar tocar em algo; - Evite partilhar objetos pessoais ou comida; - Tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, com um lenço de papel ou com o antebraço, nunca com as mãos, e deite sempre o lenço de papel no lixo.
Em tempos de cautela, toda é pouca. Para alertar a população que representa as faixas mais antigas da pirâmide etária, o Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) divulgou um conjunto de medidas e normas a seguir para um idoso prevenir a hipotéMantenha-se em casa tica infeção por Covid-19. - Limpe e desinfete a casa, Confira diretrizes de uma principalmente as superfílista cuja leitura é imperial: cies tocadas com frequência (como mesas, maçanetas, Lave as mãos com interruptores de luz, torneiras frequência e telemóveis); - Deve lavar as mãos sempre - Evite fazer compras diariaque se assoar, espirrar, tossir mente ou frequentar locais ou após contacto direto com com muitas pessoas; pessoas doentes; - Se tiver que sair de casa - Evite tocar na cara com as por algum motivo de saúde mãos; urgente mantenha sempre o - Evite tocar em superfícies distanciamento social mínide alto toque em locais pú- mo de um a dois metros; blicos - botões do elevador, - Idealmente, procure um maçanetas, corrimãos, aper- familiar ou um vizinho que tos de mão com pessoas, etc.; lhe leve as compras e a me- Use um lenço de papel ou dicação a casa, não mantendo
qualquer contacto físico com ele; - Não deixe acabar a medicação. Se necessitar de mais receitas, contacte o seu Centro de Saúde por telefone ou correio eletrónico ou peça a um familiar para o fazer; - Mantenha-se em contacto com os seus familiares e amigos por telefone; - Se tiver febre ou dores no corpo, tenha à mão paracetamol que pode tomar até 3-4 gramas por dia; - Não tome anti-inflamatórios; - Beba bebidas quentes; - Deve beber muitos líquidos, de preferência em bebidas quentes que deve ter sempre, com mel (se não for diabético), limão, outros sumos, chá, café; - Alimente-se bem, comendo carne, peixe, ovos e fruta que deve lavar e descascar antes de comer. Não dispense a sopa quente; - Faça exercício. Não esteja horas sentado. Ande em casa
por períodos de mais de dez minutos três vezes por dia ou se possível use uma pedaleira; - Quando já estiver bem não contacte com outras pessoas durante 14 dias.
Deverá procurar atendimento médico se sentir
- Dificuldade em respirar ou falta de ar: - Dor ou pressão persistente no peito;
Atuação dos familiares do idoso
- Confirme que o seu familiar tem medicamentos e alimentos suficientes a fim de evitar faltas inesperadas; - Sempre que o contacto físico for indispensável lave cuidadosamente as suas mãos, mas se tiver tosse ou febre não o visite; - Promova o isolamento social do seu familiar, mas não o abandone; - Esteja atento à eventual
dificuldade de respirar do seu familiar ou às manifestações de alteração do estado de consciência e confusão; - Se o seu familiar estiver institucionalizado, informe-se do protocolo criado pela instituição e cumpra-o rigorosamente.
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) é uma das maiores sociedades científicas médicas portuguesas, que congrega os internistas, que são a base do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos hospitais. Um dos seus maiores desígnios é a divulgação do conhecimento, dirigida aos médicos e à população, no campo muito vasto da Medicina Interna. Para além da Medicina Curativa, quer ser também cada vez mais reconhecida no campo da prevenção da doença e promoção da saúde.
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Caso de coronavírus encerra empresa em Mozelos MOZELOS
A empresa Amorins&Silva, especialista na indústria metalúrgica e metalomecânica, sediada em Mozelos, encerrou na terça-feira (24 de março), devido à deteção de um caso positivo de Covid-19. Fonte oficiosa disse ao Correio da Feira que o infetado é um elemento da direção. A empresa pertencente ao concelho de Santa Maria da Feira adianta que só irá reabrir no próximo dia 3 de abril.
Coronavírus: Quinze profissionais da PSP contagiados Na última atualização da Polícia de Segurança Pública (PSP) sobre os polícias infetados, sob vigilância ou em quarentena, regista-se a “confirmação de contágio de 15 profissionais (12 polícias e três técnicos sem funções policiais), encontrando-se, na passada semana, cerca de quatro centenas e meia em confinamento obrigatório/ vigilância ativa. “Segundo o que foi possível apurar sobre a forma de contágio, a maioria destas pessoas com contágio confirmado terá sido contagiada fora do contexto profissional”, refere a PSP. Seguindo os protocolos em vigor, as outras pessoas que mantiveram contato direto e ou partilham o mesmo espaço de trabalho com os contaminados foram de imediato encaminhadas para isolamento. Há também a mencionar 14 polícias que foram sujeitos a testes médicos, “após apresentarem sintomatologia indiciadora de contágio, sendo todos os resultados negativos”. 12 polícias que se encontravam em isolamento já regressaram ao serviço.
Lar de Mosteirô confirma segundo caso de utente com Covid-19
É já o segundo idoso, do sexo feminino, do Lar da Associação Pôr do Sol, na freguesia de Mosteirô, que acusou positivo ao novo coronavírus. As duas utentes encontram-se atualmente em tratamento no Hospital S. Sebastião. MOSTEIRÔ
Era já conhecido o caso de uma utente do Lar da Associação Pôr do Sol, localizado na freguesia de Mosteirô, Santa Maria da Feira, com Covid-19. Ao Correio da Feira, a instituição confirmou um segundo caso positivo ao novo coronavírus. Um terceiro utente foi testado e o resultado foi negativo. A confirmação foi dada pela assistente social da supramencionada instituição, Manuela Godinho. “Temos dois casos confirmados e internados no Hospital S. Sebastião. Um ter-
ceiro caso fez o teste e deu negativo”. O Correio da Feira sabe também que são do sexo feminino os utentes testados positivamente. Atualmente, são sete os utentes que se encontram na valência de Lar da Associação Pôr do Sol. “Estamos em quarentena, tal como todas as funcionárias que estiveram em contacto com os utentes. Cinco em casa e cinco na instituição”, revelou Manuela Godinho.
ter atendido ao pedido da Associação Pôr do Sol, cedendo 30 kits de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual). “O Município de Santa Maria da Feira e as instituições locais estão em permanente contacto para fazer face às necessidades urgentes que surjam. Em articulação com o ACES Feira/ Arouca, a Autarquia conseguiu 30 kits de Equipamentos Individuais de Proteção – máscaras cirúrgicas, batas, cobre pés, Município entrega EPI’s à luvas de látex e óculos – em Pôr do Sol resposta ao pedido da AssoO Município de Santa Maria da ciação Pôr do Sol”, refere a Feira revelou, na quinta-feira, Autarquia.
Para a prevenção do Covid-19
Suldouro garante “higienização e desinfeção” de ecopontos FEIRA
A Suldouro, em comunicado de imprensa, garantiu a higienização e desinfeção de ecopontos da área geográfica. “Durante o combate à pandemia e conscientes da importância de garantir as condições de salubridade nos ecopontos colocados na via pública, a Suldouro reforçou a operação de higienização e desinfeção de todos os ecopontos da área geográfica”,
refere a Suldouro, afiançando que este trabalho prosseguirá nas próximas semanas como medida de contenção da pandemia da Covid19. “Os trabalhadores da Suldouro continuam todos os dias a contribuir para a limpeza das nossas ruas, através da recolha seletiva, e a garantir o tratamento dos nossos resíduos. A melhor forma de lhes agradecer é partilhar e cumprir estas regras e ser
compreensivo para com as adaptações à recolha que o seu município e a Suldouro poderão ter de fazer”, refere ainda a Suldouro, que é responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos urbanos (RU) do Sistema Multimunicipal do Sul do Douro, abrangendo os concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira, servindo uma população de cerca de 440.000 habitantes numa área de 384 km2.
Suldouro
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Mozelos inicia processo de desinfeção pública na freguesia A ação foi anunciada pelo presidente da Junta mozelense, José Carlos Silva, e iniciou-se na quarta-feira. No dia seguinte, dia 24, o processo deu-se na cidade sede do Concelho. MOZELOS
Centro de Testes à Covid-19 no Europarque realiza 728 testes na primeira semana Uma semana após a sua entrada em funcionamento, o Centro de Testes à Covid-19, no Europarque, realizou 728 testes para rastreio ao novo coronavírus. Com exceção dos dois primeiros dias, a média ronda os 100 testes por dia. Arquivo
ESPARGO
Começou a funcionar no Europarque, após a decisão favorável da ARS Norte à proposta apresentada pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, em articulação com os restantes municípios que integram a AMTSM, no dia 21 de março. Uma semana depois, está a funcionar com seis postos (quatro para atendimento prioritário para utentes referenciados pela Saúde Pública – género Drive-Thru – e dois para atendimentos a utentes do SNS e de instituições privadas). A realização destes testes são fundamentais para minimizar os riscos de contágio e propagação do novo coronavírus, identificando os casos positivos e isolando-os. Como refere Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, após a entrada em funcionamento deste Centro de Testes, notou-se um aumento
do número de casos Covid-19 confirmados, mas “mais preocupante são os possíveis casos que não estão diagnosticados e que propagam o vírus, daí a necessidade de testar as populações”. O Centro de Testes da Covid-19, no Europarque, em Santa Maria da Feira, é assegurado pelo Laboratório Germano de Sousa, em parceria com a ARS Norte,
e funciona todos os dias, de segunda-feira a domingo, entre as 8h e as 18h. A marcação dos testes é obrigatória e apenas através do email: covid19.feira@germanodesousa.com ou dos contactos móveis: 930 525 694 ou 930 519 034. Nunca se desloque ao Centro de Testes do Europarque sem a prévia confirmação do agendamento do teste. Arquivo
O combate à disseminação do coronavírus mantém-se, com medidas a serem adotadas e implementadas todos os dias. Na quarta-feira, dia 25 de março, iniciou-se o processo de desinfeção pública pelas ruas e outros locais públicos na freguesia de Mozelos. “A Junta de Freguesia de Mozelos, em parceria com a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, informa todos os mozelenses que durante o dia 25 de março iniciar-se-ão os primeiros trabalhos de desinfeção pública dos principais pontos de movimentação de pessoas”, escreveu o presidente do supramencionado órgão político, José Carlos Silva. Assim, a desinfeção é efetuada na envolvência dos seguintes locais: farmácias; supermercados, talhos, padarias e frutarias; multibancos; correios; lar de idosos; restaurantes; postos de abastecimento; e outros que, em atividade, se revelem essenciais ao estado de emergência. “Agradecemos a todos a colaboração e cooperação na implementação desta medida de contenção do Covid-19”, lê-se ainda.
INATEL da Feira mobilizado para o combate ao Covid-19 FEIRA
O Governo mobilizou as 16 pousadas da Fundação INATEL espalhadas pelo país para o combate ao novo coronavírus, onde se inclui, naturalmente, o INATEL de Santa Maria da Feira. Todas as infraestruturas hoteleiras pertencentes à Fundação vão prestar apoio a pessoal médico ou disponibilizar espaços para isolamento profilático. Em comunicado emitido no último domingo, o gabinete da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, avançou que as primeiras unidades a serem disponibilizadas neste âmbito serão as de Santa Maria da Feira e Oeiras. O Correio da Feira contactou primeiramente o diretor do INATEL de Santa Maria da Feira, Manuel Pereira, que optou por não prestar declarações, reencaminhando-nos para a Fundação Inatel. A Fundação Inatel adiantou apenas que as infraestruturas hoteleiras “estão a ser preparadas por parte das autoridades de saúde para entrar em funcionamento o mais breve possível”.
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Medida preventiva Covid-19
Parques de lazer públicos encerrados em Santa Maria da Feira A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira avançou com o encerramento de todos os parques de lazer públicos do concelho, desde segunda-feira, 23 de março, uma decisão que surge na sequência das várias medidas preventivas já implementadas pela autarquia, com vista à redução do risco de contágio e propagação do novo coronavírus. “Numa postura de zelo constante pela saúde e segurança de toda a população, a autarquia optou por encerrar todos os parques de lazer públicos, minimizando, ao máximo, toda e qualquer possibilidade de formação de aglomerados de pessoas, dando cumprimento às recomendações da Direção Geral de Saúde”, refere o Município, em nota de imprensa. O presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, apela a que toda a população “adopte medidas responsáveis, protegendo-se e, consequentemente, protegendo-nos a todos, para que juntos possamos combater melhor e mais eficazmente esta pandemia”.
Possibilidade de mobilização de recursos públicos e privados do território
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil da Feira ativado FEIRA
A comissão municipal de Proteção Civil de Santa Maria da Feira pronunciou-se a 27 de março, por unanimidade, favorável à ativação do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil, em resposta ao combate à Covid-19 que entrou em fase de mitigação, à meia-noite do dia 26 de março. Na sequência da entrada em fase de mitigação da Covid-19, à meia-noite de 26 de março, determinada pela Direção-Geral de Saúde (DGS), o presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, convocou a comissão municipal de Proteção Civil para auscultar o parecer técnico e especializado dos seus membros sobre a ativação do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Santa Maria da Feira.
Não obstante todas as medidas municipais de combate à Covid-19, em curso desde 11 de março, adotadas em consonância com as recomendações e normas da DGS, e a devida articulação já em curso com todos os presidentes de juntas de freguesia e com todos os agentes de Proteção Civil, em especial com os Serviços de Saúde, o conselho municipal de Proteção Civil entendeu que, com o evoluir da situação epidemiológica e entrada na nova fase de mitigação, se justifica a ativação do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil Municipal. Emídio Sousa prevê que, “na consequência da entrada nesta fase de mitigação, seja necessário mobilizar, não só todos os recursos públicos, mas também recursos privados, de todo o
Desinfeção de locais da via pública em todo o Concelho O Município de Santa Maria da Feira deu início, desde terça-feira, à desinfeção das ruas e locais de maior afluência do centro da cidade, para mitigar a propagação do Covid-19. O serviço estendeu-se a todo o Concelho a partir de 25 de março. Com o objetivo de minimizar a transmissão do vírus Covid-19, o Município de Santa Maria da Feira levou a cabo, com início às 13h00 de 24 de março, “à desinfeção cuidada e criteriosa das ruas e espaços públicos, caraterísticos pela sua maior afluência de pessoas, no centro da cidade de Santa Maria da Feira”. “O serviço de limpeza vai alargar-se, paulatinamente, a todas
as freguesias do concelho feirense, a partir de quarta-feira”, referiu, na altura, o Município, em comunicado de imprensa. Trata-se de mais uma das medidas tomadas pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira para reduzir os riscos de propagação e quebrar a cadeia de contágio do Covid-19. Todas as medidas estão disponíveis no site da Autarquia (www.cm-feira.pt).
O presidente da Câmara, Emídio Sousa, reforça a dimensão e gravidade da pandemia que “exige respostas ponderadas e responsáveis, dado que estamos perante uma situação de emergência de saúde pública”. O distanciamento social é a atitude recomendada para travar a evolução do Covid-19 e auxilia os trabalhos de desinfeção das vias que estarão em curso.
território, para a necessária resposta à crise pandémica”, refere, em comunicado. Neste contexto, “determinou a ativação do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil com efeitos imediatos”. De referir ainda que, com a entrada em estado de emergência nacional, declarado pelo Presidente da República, a 18 de março, foram criadas as condições técnicas, disponíveis desde 20 de março, para a instalação de um Centro Operacional de Comando, no Europarque, que agora assumirá um papel central na coordenação e gestão centralizada de toda a ação e apoio aos agentes da proteção civil, às comunidades, às entidades e aos profissionais de saúde do concelho de Santa Maria da Feira, cabendo a sua coordenação operacional ao presidente da Câmara Municipal. CM Feira
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Também há registo de falta de EPI’s no CHEDV
Plataforma aponta falta de ventiladores em cinco hospitais
S. M. Feira, S. J. Madeira. O. Azeméis, Vale de Cambra e Arouca
Cinco municípios da ATSM oferecem seis ventiladores ao Hospital S. Sebastião FEIRA
Na sequência da ação concertada na adoção de medidas necessárias à contenção da propagação do novo coronavírus e à mitigação dos impactos sociais e económicos que o mesmo acarreta, Santa Maria da Feira e mais quatro municípios
– S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Arouca – da Associação das Terras de Santa Maria (ATSM), abrangidos pelo Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), vão oferecer seis ventiladores àquela unidade de saúde, com um custo de cerca de cem mil euros, que ficarão
alocados ao Hospital de S. Sebastião, na Feira. Ainda no combate ao Covid-19, os referidos municípios vão também comparticipar no fundo financeiro criado pela Área Metropolitana do Porto (AMP) no valor de 1,5 milhões de euros para apoio às diferentes unidades de saúde da AMP.
O portal ‘Um passo à frente’ (www.umpassoafrente.pt/), plataforma informal criada pelo médico e deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite, num comunicado enviado às redações, elenca uma lista de equipamentos clínicos em falta, de proteção dos profissionais de saúde e bombeiros (“em breve”, será alargada aos farmacêuticos e outros técnicos superiores de saúde), para lidar com o combate ao coronavírus, designadamente a falta de ventiladores em cinco hospitais – Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE; no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, EPE; no Hospital de Cascais Dr. José de Almeida; no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE Amadora; no Hospital Santa Maria Maior, EPE – Barcelos; e duas unidades de saúde – Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE; e na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE. Desde que a plataforma ficou disponível, na passada segunda-feira à meia-noite, registou “falhas de fornecimento de 53 tipos diferentes de equipamentos em 40 unidades de serviço de 33 hospitais e centros de saúde”. As máscaras, batas hospitalares e óculos de proteção são os materiais referenciados mais em falta. Relativamente ao Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV), registaram-se as faltas dos seguintes equipamentos de proteção individual (EPI’S): cogulas, máscaras cirúrgicas simples e máscaras P2 (bico de pato) na Anestesiologia; máscaras cirúrgicas simples, máscaras P2 (bico de pato) e batas hospitalares descartáveis nos Cuidados Intensivos; e máscaras P2 (bico de pato); fatos inteiros descartáveis e batas hospitalares descartáveis na Pediatria.
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Covid-19 leva ao encerramento de oito unidades de saúde no Concelho FEIRA
Com o país a chegar aos três mil infetados, a fase de mitigação da pandemia entrou em vigor em Portugal, por determinação da Direção-Geral da Saúde (DGS), levando ao encerramento de oito unidades de saúde no concelho de Santa Maria da Feira. Sendo a fase de mitigação a terceira e a fase mais grave de resposta à Covid-19, esta foca-se na diminuição da propagação do vírus, pelo que, uma das medidas adotadas com vista à atenuação dos números previstos para a fase de mitigação é o encerramento temporários das
seguintes unidades de saúde: Paços de Brandão, Vila Maior, Romariz, Sanguedo, Mozelos, Caldas de S. Jorge, Nogueira da Regedoura, Souto, Rio Meão. Esta última – Unidade de Saúde de Rio Meão – está a ser preparada para receber casos suspeitos de Covid-19, por determinação do ACES Feira/Arouca. Os utentes dos centros encerrados devem dirigir-se às unidades de saúde que lhes estão agora atribuídas, no caso de situações fora do quadro de pandemia. Os utentes de Paços de Brandão à USF Saúde Mais de Santa Maria de Lamas, os de Vila Maior à UCSP Este
Canedo/Vale, os de Romariz à UCSP Sul Escapães/ Milheiros de Poiares, os de Sanguedo e Mozelos à USF Argoncilhe, os das Caldas S. Jorge à UCSP Lobão, os de Nogueira da Regedoura à USF Sem Fronteiras S. Paio de Oleiros, os do Souto à USF Sudoeste Arrifana e os utentes de Rio Meão à USF Cuidar de S. João de Ver. Estas unidades viram as suas capacidades de resposta aumentada para receber os utentes deslocados, assim como também foi aumentada a capacidade de atendimento telefónico. A USF Egas Moniz, USF Famílias, USF Fiães e USF Terras Santa Maria perma-
Os pedidos de receita médica devem ser encaminhados para o correio eletrónico Unidade de Saúde de criado especificamente para o Mozelos efeito: ucsp.norte@arsnorte. O presidente da Junta de Fre- min-saude.pt. guesia de Mozelos, José Car- Para o esclarecimento de dúlos da Silva, anunciou a sus- vidas urgentes ou para situapensão da Unidade de Saúde ções inadiáveis estão dispona sua página de Facebook, níveis os seguintes contactos deixando ainda algumas in- telefónicos: 965 263 636, formações aos mozelenses. 965 263 602, 965 248 253. necem em funcionamento habitual.
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Grupo une-se no combate ao coronavírus e doa material aos profissionais do Hospital da Feira
Juntos somos (mesmo) incríveis Um grupo de cidadãos, presentes do seu dever cívico e de solidariedade em momentos de maior turbulência social, uniu-se aos profissionais de saúde do Hospital S. Sebastião no combate ao novo coronavírus. No total, foi já doado, atente, 1020 águas, 55 fatos de proteção, 600 toucas, 3.900 pares de luvas, 12 viseiras, sete kits completos (fato, máscara FFP2, óculos e luvas), 31 óculos de proteção, 14 luvas de látex e 120 máscaras simples. fissionais nas redes sociais. Não é justo pedirem-lhes que salvem vidas, serem chamados de heróis, e terem de trabalhar sem condições”.
FEIRA
“O primeiro impacto, quando chegámos? Profissionais desesperados, cansados e tristes com a falta de apoio”. Daniela Tavares, de S. João da Madeira, com recurso ao WhatsApp, fazendo clínico proveito das tecnologias digitais, convocou o núcleo do seu grupo de amigos. A razão? Solidariedade. Para com quem? Para com os profissionais de saúde do Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira, que, ao contrário do que já foi afirmado por representantes de alguns dos mais altos cargos políticos do país, ‘gritam’ por material de proteção. Numa época de alerta, e também de alarme, em que as pessoas estão, e até recomendadas pela tutela, confinadas ao seu domicílio, um grupo de amigos ‘arregaçou as mangas’ e pôs mãos à obra. Daniela Tavares, que esteve na génese do movimento solidário, explica-o. “No dia 19 de março deparei-me com um pedido desesperante por parte dos profissionais de saúde do Hospital de Santa Maria da Feira, por águas, um bem que todos damos por garantido, mas que já era escasso. As águas, para consumo hospitalar, por questões de segurança, devem estar embaladas em garrafas
O material doado
pequenas e descartáveis. No dia 21, pelo meio-dia, doámos 1020 águas. Não podia fechar os olhos e acreditar em tudo que passa na televisão: ‘não há falta [de material] nos hospitais’. Lancei o desafio ao meu grupo de amigos e quando temos os melhores a nosso lado, os resultados são sempre positivos. Criámos um grupo de WhatsApp, começámos por fazer donativos pessoais e assim reunir o maior valor possível. Recorremos às publicações nas redes sociais para atingir o maior número de pessoas, passámos a palavra a amigos e conhecidos, contactámos empresas, fomos a armazéns e cooperativas, e assim nasceu esta onda de solidariedade. Estamos todos de parabéns”. Quando foi entregue mais de um milhar de garrafas de água, o grupo de amigos teve
um primeiro impacto com “profissionais desesperados, cansados e tristes com a falta de apoio”. “Ao verem um donativo tão simples, mas com tanto significado, senti que lhes demos força e esperança. Não paravam de agradecer, era visível a humildade e o agradecimento”.
O grupo de WhatsApp
Naquele grupo de WhatsApp já não estão apenas os membros fundadores. O número de pessoas a querer participar na ajuda alastrou e há, no mesmo, relatos daqueles que combatem o vírus na primeira linha. “É difícil escolher um. Desde as falhas de material, o uso da mesma máscara mais de 13 horas, a falta de espaço para os pacientes, as horas seguidas de trabalho, chegando a mais de 48 em menos de três dias, os casos de pacientes
testados que dão negativo e passado quatro a cinco dias, após segundo teste, dão positivo, ou a incerteza por parte dos profissionais se estão a trabalhar contaminados… mas devo salientar um momento que me deixou muito triste. Na hora da entrega das águas, uma enfermeira, a beber uma água, e a dizer que aquela, provavelmente, iria ser a única refeição que ia fazer. Um cenário desesperante e injusto”, recorda a sanjoanense. Numa segunda vaga de donativos, o grupo optou por canalizar as verbas angariadas em EPI’s (Equipamento de Proteção Individual), tendo presente que “os equipamentos são escassos”. “Dizerem que os nossos hospitais não têm falhas é uma grande mentira. Basta ler os pedidos desesperantes dos nossos pro-
No total, foram já ofertados ao Hospital S. Sebastião 1020 águas, 55 fatos de proteção, 600 toucas, 3.900 pares de luvas, 12 viseiras, sete kits completos (fato, máscara FFP2, óculos e luvas), 31 óculos de proteção, 14 luvas de látex e 120 máscaras simples. E ainda alguns produtos alimentares. Para a obtenção de todo o material elencado, contaram os contributos e donativos de mais de 80 pessoas a quem Daniela Tavares deixa um sentido agradecimento. “A vocês, obrigada de coração. Com pouco fazemos muito e Juntos Somos Incríveis”. As ajudas também chegaram provenientes do tecido empresarial. “Algumas empresas aceitaram o nosso pedido de ajuda e contribuíram de forma positiva para esta grande causa. À Humberpeças, AcquaRobot de Santa Maria da Feira, Família de Fiães, Quiosque Tivoli em S. João da Madeira, Drogaria Roquense, Drogaria Nogueirense e Cabeleireiro Madame Chica, muito obrigada pelo gesto tão nobre”.
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Política
30.MAR.2020
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Redução do preço da tarifa em 30%
Socialistas propõem acordo com a Indaqua FEIRA
A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista (PS) de Santa Maria da Feira propôs um conjunto de medidas “urgentes” ao Executivo Municipal, no combate ao Covid-19, que serão “uma ajuda preciosa a toda a população do nosso Município”. De forma a apoiar as populações, sobretudo os mais idosos, propõem a criação de uma equipa de voluntários nas freguesias, para que estes possam visitar casas de idosos que vivam sozinhos ou de outras pessoas/ famílias que possam estar em risco. “Suspender de imediato o pagamento das rendas sociais”, é outra das medidas direcionadas ao
apoio às famílias feirenses, assim como o estabelecimento de um “acordo com a Indaqua para a redução do preço da tarifa, de forma excecional, em 30% durante os meses de março, abril e maio”, referem em comunicado. Os socialistas também não esquecem os alunos carenciados e propõem a oferta de tablets, para os ajudar na sua atividade escolar, no âmbito do ensino lecionado pelos professores, durante este período, à distância. A Comissão Concelhia do PS, liderada por Márcio Correia, solicita ainda a “criação de um movimento com as associações empresariais”, de forma a possibilitar a feitura de máscaras e outros materiais de proteção
para ajudar os profissionais de saúde. O apoio imediato a cada uma das três corporações de Bombeiros do Concelho de Santa Maria da Feira, como forma de ajudar ao pagamento de despesas extraordinárias que surgem no combate à pandemia, no valor de cerca de 10.000€ é outra das medidas socialistas apresentadas ao Executivo. Em jeito de conclusão, o presidente da Comissão Política do PS de Santa Maria da Feira, Márcio Correia, esclarece que “o Partido Socialista de S. M. da Feira apresenta estas medidas ao Executivo Municipal, numa ótica de congregação de esforços e de soluções, para que em conjunto, possamos
ajudar todos os doentes e pessoas contaminadas, evitando o alastramento e disseminação do Covid-19 pelas 21 freguesias do Concelho. Com estas medidas, entendemos que teremos um concelho mais bem preparado na luta contra
Ângelo Santos exige “medidas musculadas” O presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP de Santa Maria da Feira, Ângelo Santos, emitiu uma declaração relativamente ao difícil período que o país e o Concelho atravessam devido à pandemia do novo coronavírus. “É momento de união, mas urge tomar medidas musculadas que contenham a propagação do vírus e que garantam a proteção
dos portugueses”, começa por ler-se no comunicado. O líder do CDS-PP de Santa Maria da Feira “exorta o Governo, municípios e freguesias”, a agirem de forma “competente e implacável no combate à Covid-19”. “Lamentaremos profundamente tudo o que não tivermos sido capazes de fazer. Para o CDS, a prioridade são as pessoas, a sua saúde e a sua vida, e protegê-las exige que façamos tudo – repito
este Vírus. A jusante, estas medidas, ajudam todos os profissionais de saúde, que têm demonstrado um profissionalismo notável. Estas medidas são fácil de fácil implementação, pelo que apelamos à sua execução prontamente”, sustenta. Arquivo
Líder do CDS Feira diz que não perdoará “laxismo”
FEIRA
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tudo! - o que está ao nosso alcance”, afirma Ângelo Santos, que garante que não procuram alarmismos, mas que também não perdoarão “laxismos da parte de quem governa”. Ângelo Santos termina a deixar um apelo à população para ficar em casa, saindo apenas para o estritamente necessário. “Esta pandemia é a luta das nossas vidas. Só com a colaboração de todos podemos sair vencedores desta batalha”, termina.
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Economia
30.MAR.2020
Molaflex descarta cerca de 150 trabalhadores na Feira
DR
O Correio da Feira tentou contactar a empresa sedeada em Espargo, de forma infrutífera. A Molaflex encontra-se fechada temporariamente devido ao surto epidémico de Covid-19. ESPARGO
A empresa que foca a sua produção em colchões, Molaflex, localizada no Lusopark, em Espargo, Santa Maria da Feira, dispensou mais de 100 trabalhadores das suas funções. A maioria estaria subcontratada. A notícia foi publicada pelo site criado e promovido pelo Bloco de Esquerda (BE), www.despedimentos.pt, cujo objetivo é “mapear a irresponsabilidade social de quem despede e abusa dos trabalhadores em plena pandemia” de coronavírus. No artigo, lê-se que a “Molaflex de Santa Maria da Feira avan-
çou para o despedimento de 150 trabalhadores”. “Alguns já trabalhavam nesta empresa há cerca de sete/oito anos, mas através de empresas de trabalho temporário, bem como todos os que foram despedidos. Trata-se de uma clara violação da legislação existente, já que eram todos postos de trabalho permanentes”. Segundo o mesmo artigo, “utilizando a argumentação da falta de matéria-prima para la bor ar, a empresa, ainda durante a passada semana, tentou obrigar todos os trabalhadores da empresa a irem de férias, mas os trabalhadores recusaram”.
Apesar de não ter sido possível contactar a Molaflex, cuja laboração encontra-se suspensa devido ao surto epidémico de Covid-19 e por decreto governamental, no sentido de obter o contraditório, Correio da Feira sabe, através de uma fonte próxima da empresa, que foi pedido a todos os funcionários de produção e armazém que aceitassem um período de 15 dias de férias, o que não foi acatado pelos respetivos colaboradores. À data, o pessoal administrativo já laborava a ‘meio-gás’. A empresa fechou portas temporariamente. Leia o comunicado na íntegra do BE:
“Chegou ao conhecimento do Bloco de Esquerda que a empresa Molaflex Colchões, SA, despediu 150 trabalhadores. A empresa Molaflex Colchões, SA, está sediada em Santa Maria da Feira. Esta empresa tinha mais de 350 trabalhadores antes de proceder a este despedimento. Alguns destes trabalhadores já trabalhavam nesta empresa há cerca de 7/8 anos, mas através de empresas de trabalho temporário. Numa clara violação da legislação existente. Já que eram todos postos de trabalho permanente. Todos estes 150 trabalhadores que foram despedidos eram de empresas de
trabalho temporário. A Molaflex ainda durante a passada semana tentou obrigar todos os trabalhadores da empresa a irem de férias, mas os trabalhadores recusaram. A empresa está a utilizar como argumentação a falta de matéria-prima para laborar. Esta empresa recebeu ao longo dos últimos anos, uma serie de apoios da União Europeia, do estado Português e da Autarquia. Para o Bloco de Esquerda esta situação revela uma clara má-fé por parte da empresa, que tem tido ao longo dos últimos anos milhões de euros de lucro”. BizFeira
Anuncia o Bloco de Esquerda
Bébécar encerra por caso positivo de Covid-19 CALDAS S. JORGE
O Bloco de Esquerda afirma ter conhecimento de que a empresa Bébécar, localizada na freguesia de Caldas de S. Jorge, suspendeu toda a sua atividade por existência de um surto de Covid-19 nas instalações da empresa, sendo que, “essa suspensão poderá ter sido, inclusive, determinada pelas autoridades de saúde”. Em comunicado, o BE esclarece que a empresa, numa carta entregue aos trabalhadores, no passado dia 23 de março, comunicou a intenção de recorrer a lay-off devido à “suspensão e ao cancelamento das encomendas”. Porém, o Bloco afirma ter informações de que essa
suspensão foi motivada pela “confirmação de um caso positivo de Covid-19 num cargo de chefia da empresa”. O partido vai mais longe, e assegura que “nenhum trabalhador terá sido sinalizado para isolamento profilático depois do diagnóstico do primeiro caso dentro da empresa e que não foi colocado à disposição dos trabalhadores pontos de desinfeção das mãos, em concreto gel alcoólico”. “Sabemos também que há a possibilidade de outros trabalhadores desta empresa terem desenvolvido sintomas compatíveis com Covid-19 e terem testado positivo entretanto. Terá sido a deteção de mais casos entre os trabalhadores que obrigou a empresa ao
encerramento das várias unidades do grupo, uma medida que abrange cerca de 350 pessoas”, revelam. O Bloco de Esquerda exige agora esclarecimentos, realçando que é preciso saber “as circunstâncias em que se deu o início desse surto, as medidas tomadas desde a identificação do primeiro caso, a existência ou não de um plano de contingência, o respeito ou
não por regras como a distância entre trabalhadores e a existência de materiais e de meios para higiene e desinfeção, nomeadamente das mãos. É preciso ainda saber se os trabalhadores foram expostos ao novo coronavírus por negligência ou por desrespeito das regras a que a empresa estava obrigada, principalmente no momento de epidemia e de estado de emergência
decretado em consequência dessa epidemia”. Os deputados do BE terminam o comunicado enunciando que já questionaram o Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O Correio da Feira tentou, por diversas vezes, contactar a empresa Bébécar, mas até ao momento sem sucesso.
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Reportagem
“Era esse o meu objetivo: unir pelo riso. Um som que é igual em qualquer lugar do mundo”
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CULTURA
Rui Paixão. Dispensa apresentações? Até já o dispensa, mas para os mais ‘fora de cena’, Rui Paixão é um jovem de S. Paio de Oleiros que tem transcendido no entretenimento e na cultura. O ‘palhaço’ que esteve durante pouco mais de um ano na China, protagonizou o papel de Khino no Cirque du Soleil, num espetáculo sem texto, algo que não se traduziu como um entrave, até porque “é mais fácil unir mundos através do silêncio”. O surto epidémico de Covid-19, que despontou em território chinês, levou ao cancelamento do espetáculo e ao seu regresso a Portugal.
Fotos: Cirque du Soleil
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Reportagem
Marcelo Brito
A 6 de outubro de 1995, em S. Paio de Oleiros, nascia Rui Paixão, que com 24 anos leva Santa Maria da Feira mundo fora. Esteve pouco mais de um ano ininterrupto na China, a sua mais recente experiência profissional internacional, mais concretamente em Hangzhou, na província de Zhejiang. Mas também viajou pelo território asiático e guardou memórias, eternizadas, inclusive, na própria pele. “Estive um ano e um mês a viver em Hangzhou. Do ponto de vista pessoal foi uma experiência inacreditável. O maior choque cultural da minha vida e o mais belo também. Tive a sorte de poder viajar imenso pelo território. Estive em locais como Xangai, Pequim, Macau ou Hong Kong, em pequenas províncias, montanhas amarelas e por duas vezes caminhei na Grande Muralha da China. Numa delas com a visita da minha namorada e foi tão especial. Mas também por outros países asiáticos, como a Tailândia, que foi absolutamente especial e onde fui muito feliz, ao ponto de tatuar o meu corpo pela primeira vez em Bangkok”, revela. Já a vertente profissional foi “excecional”. “O Cirque du Soleil é de facto uma companhia extremamente competente e de uma qualidade e exigência inacreditáveis. Foi desafiante fazer rir o público chinês que é conhecido por ser frio, mas consegui com que se apaixonassem pelo Khino, a minha personagem, ao ponto de se tornar numa das grandes atrações do espetáculo. Aprendi com
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eles o valor da disciplina”. O quotidiano chinês marcou-o indubitavelmente. “Nasci pós 25 de abril e só me conheço em liberdade. A China vive num sistema repressor comunista, o que provoca efeitos negativos visíveis na sociedade chinesa. A evolução da tecnologia e as novas formas de controlo e manipulação social estão a destruir a beleza da cultura em prol o capitalismo. Foi como um alerta, para não querer que isto aconteça no nosso lado do mundo. No entanto, infelizmente penso que estamos a caminhar no mesmo sentido, mas de formas mais disfarçadas. Valorizei e compreendi a palavra liberdade na China.
“O refúgio no álcool dá-lhes uma libertação ao extremo”
Quando questionado sobre as mais salientes diferenças que encontrou entre o mundo ocidental e o oriental, Rui Paixão assegura que “nascem na relação com o outro”. “O povo chinês é bem tímido, ao contrário das nossas culturas ocidentais. Na minha perspetiva, isso cria grandes repressões sociais e gera hierarquias bem mais fortes do que no ocidente. São um povo bem religioso e de um respeito máximo pela hierarquia familiar e política, valores que por estes lados se vão perdendo, parece-me. No entanto, quando chega a noite, o refúgio no álcool dá-lhes uma libertação ao extremo. Foram as noites mais rebeldes que vi na vida e todos gostam de se levar ao limite do exagero. É um carnaval e um refúgio”. Mas não foi só viajar, viver, experienciar e desfrutar,
algo intrínseca e naturalmente compatível com o âmbito profissional, que levou o oleirense a viajar até mais de nove mil quilómetros de distância de Portugal. Rui Paixão assumiu o papel de protagonista, Khino, de um espetáculo de grande formato do icónico e mítico Cirque du Soleil. E explica como tudo aconteceu. “As pistas partiram diretamente do encenador do espetáculo, que me pediu que me inspirasse no Arlequim da commedia dell`art, estilo de teatro clássico italiano. Nunca o tinha feito e por isso, antes de partir para a China, fiz uma formação com o Nuno Pino Custódio, um encenador português que me ajudou a entender melhor o universo desse estilo de teatro, e aí tudo ficou mais claro”.
“É mais fácil unir mundos através do silêncio”
Já o espetáculo “era bastante sério e falava sobre a união dos dois mundos”, oriente e ocidente. “Decidi que o Khino deveria ir na direção de um animal. Segundo o encenador do espetáculo, o Khino lembrava ao público que todos somos feitos do mesmo, independentemente de religiões, bandeiras ou políticas. No fim, Khino unia os dois mundos através do que é mais primitivo no Homem. Era esse o meu objetivo: unir pelo riso. Um som que é igual em qualquer lugar do mundo”. Difícil? Ao alcance de uma tremenda e exclusiva qualidade e vocação. Mais ainda quando é um espetáculo no qual não há qualquer fala. “Nada de texto. Era um mundo inventado e por isso construímos, o grupo de atores,
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uma linguagem inventada que permitia dialogar com palavras que não existiam, mas que faziam sentido através do movimento. É mais fácil unir mundos através do silêncio”. E no meio de tanto ensaio e espetáculo, anormal seria a inexistência de alguma história mais peculiar, uma peripécia vá. Convidado a partilhar uma, Rui Paixão recorda um momento de equívoco técnico, não seu, que traduziu-se num dos melhores momentos do ano. “O meu ato finalizava com uma cortina de água que caía num jato de alta velocidade e dividia o palco a meio. Houve um dia que decidiram substituir o técnico que operava essa cortina de água por uma pessoa da equipa que não sabia falar muito bem inglês. Nesse espetáculo, o diretor técnico, durante o meu ato, falou para todos os técnicos: ‘cortina de água entra em três minutos’. Mas como o novo técnico tinha recebido a indicação de lançar a cortina de água ao ouvir ‘cortina de água’, ativou-a. Eu estava no meio do palco e levei com um jato de água e fiquei todo molhado. O público riu. E durante mais de cinco minutos, técnicos, atores, acrobatas… tudo ficou a rir por este erro que acabou por ser o melhor momento de clown do ano. Enfim, mostra também o quão difícil era comunicar com os chineses”.
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burinho mais sério deve ter começado a chegar no início do mês de janeiro”. Foi em território chinês que despontou o surto epidémico de Covid-19, que assola uma fatia bastante considerável das nações a nível global. Como repercussão, o espetáculo foi cancelado de imediato e o teatro fechou portas. “O Cirque du Soleil não aceita colocar os seus artistas e colaboradores em situações de perigo como esta”, diz Rui Paixão. O oleirense, após as primeiras recomendações, manteve-se em quarentena durante duas semanas, mas não conseguiu “aguentar estar naquela situação e sem perspetiva de quando voltaria a trabalhar”, ou seja, decide “sair do projeto e voltar a casa”, sendo que estava previamente programada o seu regresso apenas no fim de 2020. Após ter assegurado a antecipação da duração do seu contrato, o artista feirense garante, com toda a convicção, que voltaria a repetir toda a experiência, garantindo não se arrepender de tudo aquilo que viveu. “O caminho faz-se caminhando e este foi feito em esforço e desafio e superei-o”.
O telefonema de John Romão na hora do embarque
Encontrava-se Rui Paixão no aeroporto de Hangzhou, prestes a embarcar rumo a Portugal, quando recebe um telefonema de John O ‘burburinho’ e Romão, que lhe endereçou as repercussões do o convite para integrar o coronavírus elenco da versão do respe“Lembro-me que o bur- tivo encenador de ‘Romeu
e Julieta’, apresentado no Teatro Nacional D. Maria II. “Apesar de pouco tempo para ensaio, aceitei de imediato. Gosto de dizer sim a desafios e experiências que sei que me vão fazer crescer como profissional. Para além disso, queria muito conhecer e pisar o palco do Teatro Nacional D. Maria II. Rui Paixão é o criador apoiado da edição de 2020 do LEME – Festival de Circo Contemporâneo e Criação Artística em Espaços Não Convencionais, onde apresentará, perspetiva-se em dezembro, ‘Huaxia’, um regresso à criação em nome próprio. “Vai ser um espetáculo no qual irei falar sobre esta experiência com a China, a liberdade e as novas formas de autocracia nas sociedades contemporâneas”. Será como “um voltar a casa”. O artista feirense confidencia já ter convidado “a equipa criativa, o Cristóvão Neto e a Casota Collective, que bem conhecem o trabalho que tenho vindo a desenvolver com a banda First Breath After Coma. Será um novo teste sobre o clown que tanto prazer me dá a investigar”. Surgem questões como ‘Qual o futuro do palhaço?’ ou ‘O que é ser palhaço nos dias de hoje?’.
Maria da Feira, o Imaginarius, que terá sempre um carinho especial para o artista. “O Imaginarius é o festival pelo qual tenho e terei sempre mais carinho. Soube agora mesmo que foi cancelada a edição de 2020. Não sei qual o futuro deste festival, tenho muitas questões sobre o caminho que está a seguir, para ser honesto e gostava que fosse mais pertinente na interação com o meio artístico nacional. Santa Maria da Feira tem garra e vontades grandiosas. É um exemplo e penso que um festival como o Imaginarius deveria acompanhar essa vontade, e rapidamente colocar-se como a maior referência das artes de rua na Europa. A maior. Tem mais do que estrutura para isso.”. O desejo é assumir a diretoria artística do festival e há ainda uma mensagem para as... raízes. “Quero rapidamente voltar como um bom filho que a casa volta. Dar o meu contributo. Espero que surja a possibilidade de voltar ao Imaginarius em 2021. Obrigado Santa Maria da Feira porque senti-vos nos momentos mais difíceis desta viagem. Memórias do Imaginarius foram, muitas vezes, o que me fizeram acreditar que merecia estar no maior palco que o Cirque du Soleil O Imaginarius no alguma vez construiu. Um horizonte dia gostava de ser o diretor Nunca foi segredo, pelo artístico do Imaginarius contrário. É um desejo as- e retribuir”. Recorde que, sumido publicamente por infelizmente, a edição de Rui Paixão: voltar a brilhar 2020 foi cancelada, devido no Festival Internacional ao surto do novo coronade Teatro de Rua de Santa vírus.
O Cirque du Soleil não aceita colocar os seus artistas e colaboradores em situações de perigo como esta [Covid-19] Um dia gostava de ser o diretor artístico do Imaginarius
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A tecnologia ao serviço da educação à Num período em que os hábitos e as rotinas se alteraram, a tecnologia é o caminho para continuar a ministrar o ensino no Colégio de Lamas. Os professores entram todos os dias pelas portas das casas dos educandos via digital, num programa de trabalho à distância, que é possível graças aos pais destes alunos, que supervisionam de perto.
Fotos: Colégio de Lamas
LAMAS
Márcia Soares
O papel dos encarregados de educação na vida escolar dos respetivos descendentes sempre se revelou preponderante. Mas não tanto como no período que atravessamos. A rotina mudou. Os pais já não levam os filhos ao Colégio para as habituais aulas diárias, agora, as aulas diárias vêm até casa e, embora se possa pensar que, o trabalho para estes progenitores possa ser menor, estes nunca desempenharam um papel tão fundamental. Quem o refere é a professora de Economia, Maria José Oliveira, do Colégio de Lamas, localizado na freguesia de Santa Maria de Lamas, concelho de Santa Maria da Feira. “O papel dos encarregados de educação nunca foi tão importante. A adoção do modelo de aulas online permite aproximar os encarregados de educação da escola, porque desta forma estão muito mais envolvidos. Os meninos estão em casa a fazer as tarefas da escola e eles [pais] percebem toda a interação entre professor-aluno, que continua a existir dentro das limitações que temos, mas há,
de facto, uma interação muito grande. Neste novo modelo, acho que os pais têm sido um enorme aliado na organização e no facto das coisas estarem a correr, do nosso ponto de vista, tão bem. Eles têm-nos ajudado imenso a poder meter de pé todo este programa de trabalho à distância”, garante, sem hesitar. A adoção do modelo de aulas online surge na sequência da pandemia do novo coronavírus, que obrigou ao encerramento de todos os estabelecimentos de ensino pelo país. O Colégio de Lamas tomou, inclusive, a decisão de fechar portas logo no início do surto, por uma questão de “sensibilidade”. “O que nos levou a tomar esta decisão foi, acima de tudo, o clima de alarmismo que se sentia na comunidade escolar. Os pais dos nossos alunos já não se sentiam seguros, apesar de, felizmente, não ter havido na nossa escola nenhum caso de contágio da doença Covid-19. Tratou-se, sobretudo, de ir ao encontro da sensibilidade das pessoas que compõem a comunidade educativa. Por isso, tivemos total concordância das famílias e a nossa decisão veio
apenas antecipar aquela que foi a posterior ordem decretada pelo Governo”, explica a diretora da instituição lamacense, Joana Vieira.
O ensino ministrado pelo recurso à tecnologia
Tomada esta decisão, a passagem das aulas presenciais para as aulas online era uma inevitabilidade. Num período em que os hábitos e as rotinas se alteraram, manter as dinâmicas de sala de aula através das tecnologias, é o desafio do momento, por parte de toda a comunidade escolar. “Os nossos professores e alunos já estão familiarizados com as tecnologias em sala de aula, pelo que, o desafio é desenvolver à distância essas mesmas dinâmicas, implicando os alunos e os professores num trabalho que não é presencial, mas que é igualmente enriquecedor e significativo”, esclarece a diretora. Para isso, “temos estado a utilizar várias plataformas, como o Teams e o Zoom para as atividades síncronas, ou seja, em tempo real. Os alunos têm o seu horário diário de aulas, apenas com alguns ajustes. A turma reúne-se e o professor coorde-
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trabalho desenvolvido em casa pelos educandos, não os deixando descurar das responsabilidades escolares. Tal como acontecia em tempo de aulas presenciais, primeiro está a escola e só depois a PlayStation, que tanto atiça a generalidade dos jovens. É por essa razão que, o balanço destas duas semanas de trabalho à distância tem sido proveitoso. “O balanço é muito positivo, apesar dos constrangimentos. Os alunos aderiram com entusiasmo e autonomia e os próprios pais têm transmitido satisfação pelo trabalho desenvolvido, porque veem os seus filhos ocupados com as suas tarefas escolares e interagindo com os professores. Tudo isto ajuda também a dar sentido a estes longos dias de isolamento, para além do facto de que os alunos estão a progredir nas suas aprendizagens, tal como aconteceria em sala de aula”, assegura a diretora. Já a professora Maria José Oliveira conta que ao início os alunos pensavam que iria ser caótico, mas rapidamente perceberam a dinâmica e “até se mostram diariamente surpreendidos, pois não estavam à espera de ter aulas tão semelhantes como as lecionadas dentro da sala de aula”. Marisa Sousa é aluna do 11.º ano do Colégio de Lamas e não deixa a professora mentir. O balanço que a estudante faz destas duas semanas de ensino à distância é como Joana Vieira e Maria José Oliveira adiantaram, de facto, positivo.
na as atividades que podem depois ser desenvolvidas pelos alunos, em harmonia com o estabelecido pelos professores. Os alunos têm obrigatoriamente que dar feedback aos seus professores. E assim vamos continuar a fazer, no 3.º período, até quando for levantada a suspensão das atividades presenciais”, revela. Como sublinha Joana Vieira, a educação e o ensino ministrados no Colégio de Lamas distinguem-se pelo recurso à tecnologia ao serviço da aprendizagem, por uma dinâmica pedagógica em que o aluno é o protagonista na construção do seu próprio conhecimento, mas também pela criatividade e por um forte sentido de responsabilidade. Maria José Oliveira não poderia concordar mais com esta distinção por parte da diretora. A professora de Economia garante que, inclusive, “Tem ocorrido de esta tem sido a fórmula de forma bastante sucesso do novo modelo positiva, rentável e de aulas, aliado à presença organizada” constante dos encarregados de educação que “ N e s t e s ú l t i m o s d i a s , supervisionam, de perto, o d e v i d o à p a n d e m i a d o
Covid-19, tivemos que nos adaptar a uma nova dinâmica das aulas nas diversas disciplinas, uma vez que temos vindo a desenvolver o trabalho em casa. Considero que tem ocorrido de forma bastante positiva, rentável e organizada, porque nos foi estipulado um horário semanal e durante o dia vamos estando contactáveis, através da nossa ferramenta (iPad), desenvolvendo videochamadas de forma a que os professores possam abordar os conteúdos programados e possamos esclarecer dúvidas realizar exercícios e questionários sobre a matéria lecionada”, testemunha a estudante. Para a professora Maria José Oliveira, até ao momento, a dificuldade maior foram as plataformas disponibilizadas pelas editoras, uma controvérsia que afirma que nesta segunda semana de trabalhos online já foi menor. “A Escola Virtual e a Aula Digital, as duas plataformas que utilizámos mais desde o 2.º Ciclo até ao Secundário, ‘crasharam’. A semana passada foi mesmo muito difícil, esta semana já fun-
cionaram um bocadinho melhor, tanto ao nível da criação das aulas, como da distribuição das tarefas”, começa por revelar. Além desta dificuldade inerente às plataformas, nos alunos do 2.º e 3.º Ciclo de ensino, a professora conta que o facto de serem alunos menos autónomos levantou alguma dificuldade. Mas foi com o intuito de contornar esta realidade, que o Colégio de Lamas adotou um modelo distinto para cada um destes grupos. “Pela faixa etária e por estarem completamente familiarizados com as novas tecnologias, no Secundário somos mais exigentes, até porque há exames. Neste sentid o , p r iv ileg iamo s mais as tarefas síncronas, o professor está em aula com todos os alunos. Já no Ensino Básico temos apostado em atividades online mais assíncronas, portanto, no fundo, os alunos têm um conjunto de tarefas a cumprir e uma data para as entregar”, esclarece. Embora garanta que, sobretudo com os alunos do Ensino Secundário, esta nova realidade atípica tem
decorrido sem grandes sobressaltos, com os alunos a cumprir as atividades estipuladas e a corresponder ao espectável, a professora de Economia frisa que “é evidente que, nestas circunstâncias, falta toda a parte humana”. Maria José Oliveira não esconde que o contacto físico é insubstituível, já que se assume deveras fulcral na solidificação de uma relação aluno-professor. Não podendo ser possível um contacto físico, dado o momento atual vivido, os alunos do Colégio de Lamas continuam a interagir com os colegas – ainda que não no recreio –, visto que que o Colégio entrou pelas portas de casa de cada um. Mesmo há distância, a diretora garante que, desta forma, o elo não se quebra. E o mais importante disto tudo é que os estudantes vão recuperando alguma normalidade dentro de toda esta conjuntura incomum. Normalidade essa que é também assegurada pelo capital em cada ano de escolaridade: “No final, os alunos serão avaliados e o ano letivo será certificado”.
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Sociedade
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Bombeiros Voluntários da Feira
BE denuncia incumprimento das regras de saúde e segurança FEIRA
O Bloco de Esquerda (BE) revelou, no site criado pelo partido, o incumprimento das regras de saúde e segurança nos Bombeiros Voluntários da Feira, onde a limpeza, afirmam, é “insuficiente, em alguns casos mesmo inexistente”, nas instalações e equipamentos utilizados nas operações de socorro. “O fornecimento de refeições no bar sem atenção às regras de higiene e segurança, e fraca aplicação do plano de contingência interno, que foi fracamente divulgado”, são outras das denúncias efetuadas pelos bloquistas no site www.despedimentos.pt. A aliar a esta situação, o BE afirma ainda “a entrada de civis nas instalações sem qualquer controlo, bem como a falta de equipamento de proteção”, uma situação que realçam afetar não só os bombeiros profissionais, mas também os voluntários da corporação. O Correio da Feira contactou o comandante dos Bombeiros da Feira, Jorge Coelho, que garantiu que estas acusações não têm fundamento. “Temos um plano de contingência ativo e dinâmico, uma vez que está dependente das orientações recomendadas pela Direção-Geral da Saúde, e, nesse sentido, tomámos várias medidas, de forma a melhorar a desinfeção dos espaços e dos nossos veículos. A higiene foi inclusive reforçada durante este período, com operações de limpeza e desinfeção em todos os pontos das instalações”, garantiu. O comandante Jorge Coelho acrescentou ainda que “não há falta de proteção individual”, possuindo todos os bombeiros “a proteção individual mais adaptada e recomendada à circunstância”. Quanto à afirmação por parte do BE “da entrada de civis nas instalações dos Bombeiros Voluntários da Feira sem qualquer controlo”, o comandante contrapôs. “O acesso dos civis às instalações está vedado, tanto à secretaria, como ao bar e à sala de convívio”, referiu, convidando o nosso jornal a visitar as instalações para ver que “o plano de contingência está a ser rigorosamente cumprido, desde o dia 13 de março”.
Câmara da Feira avança com projeto Farol junto de idosos do Concelho Farol é o mais recente projeto de iniciativa da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, abraçado por voluntários do Banco Local de Voluntariado e pelos professores e voluntários do programa municipal do equilíbrio físico e mental da população sénior, Raízes do Afeto, que oferecem o seu tempo para conversar, escutar e identificar necessidades mais prementes dos idosos do concelho. FEIRA
Com o FAROL, formado por um conjunto de sentimentos e ações, F – Força, A – Amizade, R – Rir, O – Ouvir, L – Liberdade, a Câmara Municipal reúne um conjunto de pessoas que manifestaram vontade de ajudar, num contexto de grande gravidade devido à pandemia da Covid-19, “onde o altruísmo, o voluntariado, a união, a solidariedade e o conforto são
palavras de ordem”, sublinha o Município, em comunicado. Através de um contacto telefónico, duas vezes por semana, os professores e os voluntários mantêm uma ligação com os seniores que, no âmbito dos vários projetos municipais, e, simultaneamente, auscultam o seu estado de saúde e psicológico e identificam possíveis necessidades. Os idosos podem também ligar aos ‘seus voluntários’ sempre que sentirem ne-
cessidade. Em quatro dias, de 25 a 28 de março, os participantes desenvolveram 608 contactos telefónicos. O Farol abrange não só os participantes dos programas municipais, mas toda a população que se encontra isolada, identificada e acompanhada pela ação social da Câmara Municipal, bem como pelos serviços de atendimento e acompanhamento social das IPSS’S, Fóruns Sociais e juntas de freguesia.
Detido por violência doméstica LOUROSA
A GNR de Lourosa deteve um homem com 63 anos pela prática do crime de violência doméstica, em Argoncilhe, concelho de Santa Maria da Feira. Os militares foram chamados ao local, na sequência de uma denúncia de distúrbios na localidade, sendo que quando lá chegaram depararam-se com a mulher e o seu filho, de 64 e 35 anos, respetivamente, com sinais visíveis de violência. Em comunicado de imprensa, a GNR avança que “no decorrer das diligências policiais os militares apuraram que o
suspeito, marido da vítima, a teria agredido, sendo esta uma prática recorrente”. Os militares adiantam, inclusive, que “o homem proferiu ameaças de morte dirigidas à vítima”. Com antecedentes criminais, o detido foi presente ao Tribunal Judicial de Santa Maria da Feira para aplicação de medidas de coação. Relembre-se que a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV )sublinha que, durante este período, o risco de violência doméstica pode aumentar, pelo facto de o coronavírus trazer uma “proximidade forçada aos casais”. Ao estarem
confinados a um espaço, em isolamento social, a tensão entre as relações pessoais tem tendência a aumentar, podendo levar a graves problemas dentro de casa. O psicólogo da APAV, Daniel Cotrim, em declarações ao Observador garantiu que fechar as famílias pode “potenciar o lado muito privado da violência doméstica”, como tal alerta que “é importante que as redes de vizinhança funcionem”, pedindo-lhes para que estejam atentos. Segundo um estudo, na cidade chinesa de Jingzhou, 90% das denúncias de violência estão relacionadas com a Covid-19.
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Cultura
30.MAR.2020
DR
Museu de Lamas desafia-o a vasculhar nas suas memórias LAMAS
“Esta altura de recolhimento pode revelar-se produtiva, inclusive na ‘viagem que cada um pode fazer’, no recato do lar, pelos nossos ‘baús de recordações’”. Este é o desafio lançado pelo Museu de Santa Maria de Lamas a todos os feirenses, com vista à dinamização do período de quarentena e isolamento social. Obrigado a manter as portas fechadas, por imposição do decreto de Estado de emergência que vigora no país, o Museu de Lamas não quis fechar-se completamente ao público e chega até ele propondo que “vasculhe nas suas memórias” e as partilhe, enviando através de meios digitais e redes sociais, imagens de vivências antigas no Museu de Lamas e respetiva área envolvente. Com esta atividade, o museu pretende “contribuir para a memória coletiva e recordar momentos da sua vivência pessoal, familiar e cultural”. “Algo que lhe dará vontade de, quando esta pandemia terminar, revisitar um museu único”, adiantam. Semanalmente farão uma exposição de fotografia virtual com as imagens recebidas, que poderá enviar para geral@museudelamas. pt ou através de mensagem privada (instagram.com/museu de lamas ou facebook.com/museudelamas). Se possível com a seguinte informação: proprietário, autor, data e identificação presentes na fotografia. DR
DR
Cancelada a programação de abril e maio do Cinetreatro António Lamoso
Em resposta ao surto epidémico de Covid-19, o Município de Santa Maria da Feira decidiu, conscientemente, cancelar toda a programação agendada para os próximos dois meses no Cineteatro António Lamoso. FEIRA
É uma má notícia para a Cultura de, e em, Santa Maria da Feira. O surto epidémico de Covid-19, que continua a fazer aumentar o número de mortos em todo o mundo, e Portugal não é exceção, levou ao Município da Feira a cancelar todo o programa cultural, garantido para os dois próximos meses, do Cineteatro António Lamoso. “Na sequência da evolução da pandemia Covid-19, o Município de Santa Maria da Feira, depois do cancelamento de todos os espetáculos previstos para este mês de
março, decidiu, numa escolha consciente pela saúde e bem-estar de todos, cancelar também todos os momentos de programação previamente agendados para os meses de abril e maio”, anunciou a Autarquia. Se já tinha adquirido bilhetes para qualquer um dos espetáculos agendados, será ressarcido. No entanto, os procedimentos de reembolso diferem consoantes o local onde os mesmos foram adquiridos. “Se comprados nas bilheteiras locais (Loja Interativa de Turismo e Cineteatro António Lamoso), o reembolso deverá ser solicitado para cineteatro@cm-feira.
pt e será realizado, de forma presencial, a partir da data de reabertura das bilheteiras”. Caso tenha feito a compra através da BOL, a devolução deverá ser requisitada diretamente à respetiva Bilheteira Online, através do www.bol. pt. Se adquiriu ingressos num outro ponto de venda, como FNAC ou Worten, o reembolso será feito no próprio local. “Todos os bilhetes podem ser reembolsados até ao final de julho de 2020. Qualquer questão, os interessados podem contactar através do e-mail cineteatro@cm-feira.pt ou do número de telefone 256 331 076”, apela ainda a Câmara Municipal.
Músico Telmo Costa num espetáculo em direto FEIRA
Neste período de quarentena em que está confinado às paredes de casa, nem tudo é mau. Vários músicos de todo o mundo uniram-se para proporcionar-lhe um concerto online, com atuações que vai poder assistir a partir do sofá de casa. A comunidade de música clássica, 60 Seconds of Classical, já lançou o cartaz da série ‘Home Sessions’, onde inclui a participação do músico feirense Telmo Costa da prestigiada Orquestra Gulbenkian. Para poder usufruir
do espetáculo do clarinetista Telmo Costa, que já foi distinguido com o galardão do Prémio Jovens Músicos da RTP/Antena 2, marcado para o próximo dia 5 de abril, domingo, pelas 15 horas, não precisa de bilhete, como o habitual. Basta aceder ao instagram ‘60secondsofclassical’ para assistir em direto. A série ‘Home Sessions’ contará com a participação de músicos de todo o mundo e teve início sábado, dia 28 de março, prolongando-se até ao próximo dia 6 de abril, com várias atuações por dia.
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Arquivo
Desporto Federação Portuguesa de Futebol determina que “não serão atribuídos títulos nem aplicado o regime de subidas e descidas”.
Competições de camadas jovens acabam no imediato e não haverá campeões nem descidas
mação de futebol e futsal devido ao surto epidémico de Covid-19, A Direção da Federação Portu- o término definitivo das mesmas. guesa de Futebol (FPF) decidiu, “Devem dar-se por concluídas as esta sexta-feira, após já ter an- competições nacionais de todos os teriormente suspendido todas as escalões de formação de futebol competições dos escalões de for- e futsal, masculinas e feminiFUTEBOL/FUTSAL
nas, não resultando das mesmas qualquer efeito desportivo e imediato”, lê-se no comunicado divulgado. Significa que não serão atribuídos títulos nem aplicado o regime de subidas e descidas. Para a FPF, “a decisão tomada
visa proteger a população, especialmente os jovens, salvaguardando-os e a todos os seus familiares de perigos bem presentes”. As restantes competições sob tutela da FPF “permanecem suspensas”.
Artur Lima era-o desde 2018
DR
Faleceu o sócio número um do Feirense O atual número um da lista de associados do Clube Desportivo Feirense, Artur Lima, faleceu. O Feirense, por volta da última meia-noite, entre sábado e domingo, deixou uma mensagem de condolências pela morte do seu sócio número uma. “O Feirense lamenta profundamente o falecimento de Artur Lima,
sócio número um do clube. Feirense desde sempre, Artur Lima sucedeu, com orgulho, a Marcolino Castro e, desde 2018, passou a deter o primeiro número da lista de associados. À família e amigos, a administração da SAD endereça as mais sentidas condolências”, escreveu a SAD do clube no site do clube.
Feirense - Futebol, SAD
Rodrigo Nunes solidário na luta contra o Covid-19
Ansu é primo do extremo do Feirense
Ença Fati ao telefone com estrela do Barcelona LIGA PRO
Sem treinos, nem jogos, o Feirense tem realizado várias iniciativas com jogadores nas redes sociais para minimizar os efeitos do isolamento devido à Covid-19 e também para manter a ligação aos adeptos. Assim, no sábado, dia 28, os fogaceiros estrearam uma nova rubrica: Takeover, que relata o dia-a-dia de um jogador. O escolhido foi o extremo Ença Fati que, desde que acordou até se deitar, foi publicando fotografias, vídeos e mensagens no Instagram oficial da SAD do Feirense. A grande surpresa do extremo estava reservada para o final da tarde quando revelou ser primo de Ansu Fati, pérola do Barcelona que com apenas 16 anos se estreou pela equipa principal e que com 17 anos e 40 dias marcou na Champions,
passando a ser o mais jovem jogador a fazer um golo na principal prova da UEFA. O contacto entre ambos é regular e, ontem, também foi dia de conversarem um pouco por videochamada. Mas o dia de Ença Fati começou bem mais cedo. Um vídeo de ‘bom dia’, uma fotografia do pequeno-almoço e vários vídeos do primeiro treino (físico) foram animando a manhã até que o jogador do Feirense mostrou todos os seus dotes culinários com uns peitos de frango temperados com pimentos. Seguiram-se animados jogos de futebol na playstation, antes do treino da tarde: finalização no jardim. O regresso à cozinha também foi registado, assim como a série de televisão preferida (A Lista Negra) que serve para relaxar antes de dormir. Para a despedida,
Ença Fati voltou aos vídeos, deixando uma mensagem de força para os adeptos e ainda um apelo: “Fiquem em casa para que, o mais rápido possível, possamos voltar a ter uma vida normal”. DR
Empresa do presidente do Feirense produz viseiras de proteção
Instituições de Santa Maria da Feira e Espinho serão agraciadas. ARRIFANA
Já circulam, inclusive, imagens da produção. O empresário Rodrigo Nunes, também presidente do Clube Desportivo Feirense, optou, a pedido e em consonância com a Escola Profissional de Espinho, por fabricar de viseiras de proteção. A empresa que detém, denominada Inducorte, localizada em Arrifana, adaptou-se a um sistema de produção de viseiras de proteção, para tentar interromper a difusão em massa do novo coronavírus. Será assim usado um sistema de injeção que, estima-se, irá produzir um total de 600 unidades já durante o atual fim de semana. Várias serão as instituições de saúde, e não só, de Santa Maria da Feira e Espinho que irão usufruir do material criado e produzido pela empresa de Rodrigo Nunes.
20 Fotos: GRIB
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Entrevista
30.MAR.2020
“A subida de divi naturalmente como
Paulo Gomes é o técnico que ambiciona colocar o Grupo Recreativo Independente Brandoense (GRIB) num patamar competitivo mais elevado, uma pretensão bem encaminhada até à interrupção das provas no país, fruto do surto epidémico de Covid-19. Licenciado em Educação Física e Desporto, com especialização (nível três) em basquetebol, Paulo Gomes, de 36 anos, nascido e criado num território com tradições basquetebolísticas, recorda os primeiros contactos com a modalidade, na Ovarense, e explica o projeto do GRIB. BASQUETEBOL
Marcelo Brito
CF – Como surge o gosto pelo basquetebol? Paulo Gomes – Sou natural de Ovar, que é sinónimo de tradição basquetebolística. O meu pai incutiu-me o gosto pela modalidade aos cinco anos e a partir daí, enquanto jogador, espetador e treinador, a paixão nasceu, cresceu e ficou. Praticou a modalidade? Sim. Comecei a jogar aos cinco anos e efetuei todo o processo de formação na Associação Desportiva Ovarense – Basquetebol. Mais tarde, já com o curso superior concretizado, joguei ainda mais três épocas numa equipa sénior, o Estrela Basquetebol de Ovar. E como surge a possibilidade de treinar a equi-
pa sénior do GRIB? Depois de vários anos como treinador na Ovarense – Basquetebol, onde tive oportunidade de trabalhar desde a formação até à equipa profissional, no verão de 2017 surgiu o convite da atual direção para treinar a equipa sénior do GRIB, a qual, depois de alguns anos fora do campeonato, ressurgia. O desafio motivou-me e aceitei de imediato a proposta. É a sua terceira época ao leme do clube brandoense, ambicionando atingir a 1.ª Divisão (terceiro patamar da modalidade em Portugal). Mas já lá vamos. Ainda antes, convido-o a abordar as duas temporadas transatas. A primeira temporada, 2017/2018, foi caracterizada, por nós, como época zero. Era o retorno da equipa sénior ao clube, fruto de um grande esforço da nossa direção e da enorme vontade de alguns ex-atletas do clube. Nesse sentido, foi para todos nós um primeiro passo nesta nova experiência, a qual terminámos em 6.º lugar, mas apenas a uma vitória de ter conseguido o desejado acesso à 2.ª fase. Na segunda temporada, 2018/2019, apesar de já possuirmos mais experiência e conhecimento dos desafios que iríamos ter de ultrapassar, mais uma vez, e talvez fruto de alguma menor sorte, com lesões de vários atletas, voltámos a ficar a apenas uma vitória do acesso à 2.ª fase da competição. Em ambas, ficámos aquém daquilo que tínhamos identificado como principal objetivo. No entanto, serviu para nos fazer crescer como atletas, treinadores, equipa e clube. Já havia a pretensão de subir de divisão? A subida de divisão nunca foi uma prioridade. O foco principal será sempre o crescimento enquanto equipa, trabalhando para estar sempre presente nas fases mais importantes de cada época, a 2.ª fase da competição. A subida de divisão é um sonho que não descuramos, mas que surgirá naturalmente como prémio do nosso trabalho.
“Procuramos dar lugar a quem tenha feito a sua formação no clube”
Para a época 2019/20, a corrente, quais os critérios definidos para construir o plantel? Os critérios para a formação dos vários plantéis foram e serão sempre os mesmos. Em primeiro lugar, procurámos dar lugar aos atletas que façam ou tenham feito o seu percurso desportivo na formação do nosso clube. São exemplos Filipe Belinha, João Pereira, Pedro e Miguel Macedo, Kevin Sousa, Rui Horta, Luís Ferreira, João Jardim, Hélder e Rúben Gomes e Remy Silva. Em seguida, tentámos proporcionar, em prol da equipa, mais qualidade,
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Entrevista
30.MAR.2020
isão é um sonho que surgirá mo prémio do nosso trabalho” experiência e ensinamentos, trazendo para o grupo atletas que consideramos que possuem as características base do nosso clube. São exemplos disso Renato Fião, João Ribeiro, Rui Ferreira, Gabriel Diaz e, mais recentemente, Nuno Leite, Pedro Azevedo, Afonso Santos, Cyril Silva e Hélder Santiago.
ao CNB1 e de lutar pelo título de campeão da Zona Norte. Esta competição culmina com o jogo para identificar o campeão nacional entre os vencedores de cada uma das grandes zonas, Norte e Sul. Na 1.ª fase da 2.ª Divisão, o GRIB faz 1.º lugar, com apenas uma derrota perdida. Esperava um percurso como este, praticamente imaculado? Foi um percurso que não nos surpreendeu. Foi o fruto do trabalho e do esforço de todos no decorrer de cada uma das semanas de treinos.
Está satisfeito com os ‘argumentos’ dados pela direção? Estou extremamente satisfeito com todos os ‘argumentos’, bem como com todo o apoio e esforço, em todos os sentidos, que a nossa direção tem facultado para satisfazer O GRIB apenas disputou todas e mais algumas das uma jornada da 2.ª fase. nossas necessidades. Peço-lhe uma antevisão daquilo que espera que a Explique, sucintamente, equipa vá enfrentar. os moldes da 2.ª Divisão Esta 2.ª fase irá trazer-nos (CNB2) e o que é preciso mais e maiores desafios, já para atingir a promoção. que estamos a jogar contra Muito sucintamente, todas os primeiros classificados de as equipas a nível nacional, cada um dos grupos. Iremos que fazem parte desta com- encontrar equipas mais fortes petição, CNB2, são divididas técnica, tática e fisicamente. inicialmente em duas grandes No entanto, foi para estarmos zonas: zona norte e zona sul. nesta fase da competição que Dentro de cada uma destas trabalhámos semana após sezonas, as diversas equipas mana. Apesar de termos bem são agrupadas em quatro identificadas as dificuldades grupos (Grupos Norte A, B, que vamos encontrar, sabeC e D). Estes realizam um mos que só este registo nos campeonato entre si a duas permitirá continuar a crescer. voltas e, no final, apenas os primeiros três classificados Avancemos. Como se comtêm acesso à 2.ª fase da com- bate a ida de atletas para petição. Nesta 2.ª fase, existe clubes de concelhos limínovo agrupamento, para nova trofes com forte maturação competição a duas voltas (2.ª e história no basquetebol Fase – Norte A e Norte B). nacional? No término desta 2.ª fase, os Até ao momento, não temos primeiros classificados de tido grandes ‘problemas’ cada grupo têm direito des- com essa situação. Acrediportivo de subida de divisão tamos no nosso trabalho e
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acreditamos que este será o melhor ‘remédio’ para conseguirmos prender os nossos atletas e angariar cada vez mais praticantes desta modalidade para o nosso clube.
“Prepararmos o melhor possível os novos homens da nossa sociedade”
Há, no GRIB, um foco pelo departamento de formação. É para manter? Como já referi, o nosso plantel sénior tem como prioridade jogadores da nossa formação. Temos delineado que a formação é e sempre será a base do nosso clube. Trabalhamos para poder dar a todos as capacidades essenciais no decorrer do seu longo processo de aprendizagem. Trabalhamos, não só para construir os atletas de amanhã, mas, acima de tudo, para formarmos e prepararmos o melhor possível os novos homens da nossa sociedade. Aproximamo-nos do fim. Com a suspensão das provas, devido ao surto epidémico de Covid-19, foi elaborado algum plano de treinos para os atletas do plantel sénior do GRIB? Esta pandemia veio colocar-nos numa situação atípica, nunca antes vivida. Temos vindo a implementar, com a grande ajuda do nosso treinador responsável pelos treinos físicos, Paulo Oliveira, treinos específicos de forma a diminuir o mais possível as perdas físicas de cada um dos atletas. Este trabalho tem sido colocado ao dispor de todos os nossos atletas,
para que cada um, dentro da responsabilidade individual, possa continuar a treinar diariamente. Que outras medidas decidiu o clube implementar? A direção tem estado em contacto com os treinadores, para saber o estado de saúde dos seus atletas. Os treinos foram de imediato cancelados, assim como foi vedado o acesso ao pavilhão. Estavam previstos dois torneios para a Páscoa, que também foram cancelados. Neste momento, está a ser equacionada a hipótese de cancelar o 3.º
Torneio Internacional de Minibasquetebol de Terras de Santa Maria da Feira, que está previsto para finais de junho. Quais as últimas novidades, sobre o futuro da época 2019/20, dadas pela Federação Portuguesa de Basquetebol? Sabemos que têm existido reuniões entre a Federação e as associações distritais, onde estão a ser equacionados diversos cenários relativamente a esta época desportiva, mas pouco ou nada tem sido comunicado aos clubes.
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Futebol
30.MAR.2020 CD Feirense
Edson Farias vence votação de melhor golo e deixa mensagem aos adeptos LIGAPRO
O golo de Edson Farias ao Estoril foi considerado pelos adeptos do Feirense o melhor que os fogaceiros marcaram em 2020. A votação, que decorreu nas redes
sociais, serviu para ‘matar’ um pouco as saudades das emoções do futebol. O brasileiro já agradeceu o prémio e aproveitou para deixar uma mensagem. “Queria agradecer a todos os adeptos que votaram no
meu golo como o melhor de 2020. Queria também deixar uma palavra aos meus colegas que também marcaram. A luta pelo melhor golo foi, seguramente, muito disputada. Por último, deixar uma mensagem de força aos
nossos adeptos. Continuem firmes nesta luta! Logo, logo estaremos juntos a pintar o Marcolino de azul e branco. Força Feirense”, atirou Edson Farias. Os golos de João Victor (FC Porto B), Feliz Vaz (Cova da
Piedade), Vítor Silva (Leixões), Ença Fati (Chaves), Pedro Henrique (também diante do Chaves) e Gui Ramos (Mafra) também estavam na lista final dos melhores remates certeiros do presente ano civil. Pub.
Covid-19
Ifthenpay: Pagamentos através de referências multibanco disparam Dada a necessidade ainda maior que o habitual de assegurar pagamentos à distância, face à situação difícil em que a sociedade se encontra, a adesão das empresas aos pagamentos por referência multibanco está a aumentar de forma exponencial nos últimos dias, de acordo com a empresa pertencente ao concelho de Santa Maria da Feira, Ifthenpay. A Ifthenpay assegura que na semana transata “num único dia passou da média normal das oito adesões por dia para as 24”, pelo
facto da grande maioria da população se encontrar em casa. “As referências multibanco, enquanto meio de pagamento eletrónico seguro, fácil e simples, que já antes eram o preferido por mais de 80% dos portugueses, agora apoiadas no homebanking podem fazer toda a diferença facilitando o quotidiano de milhares de pessoas e empresas que neste momento estão a trabalhar e a viver confinadas em casa. Na Ifthenpay, apesar de todos sem exceção estarmos em modo de
teletrabalho, estamos a fazer um esfoço intenso para responder ao significativo aumento de adesões de novas empresas, que estamos a registar desde a última segunda-feira [dia 16], e para continuar a garantir o nível habitual de serviço de onboarding, ou seja, a ativação gratuita da utilização das referências multibanco aos comerciantes e empresas, no próprio dia ou no dia útil seguinte. E estamos a conseguir superar este enorme desafio”, afirma Filipe Moura, co-CEO da Ifthenpay.
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Necrologia
30.MAR.2020
Agradecimento
Agradecimento
Agradecimento
Manuel Luís dos Santos
Geraldino José Ferreira
Armando Alves Ferreira
Natural de Romariz Residia na Rua da Mina ROMARIZ
Viúvo de Isaura Augusta de Sousa Residia na Rua Leonardo Azevedo Lugar de Vilarinho - CESAR
Casado com Valsemina da Costa Jorge Residia na Rua Ferreira de Castro Pedra Branca - MACIEIRA DE SARNES
82 Anos
Sua Família vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 27 de Março na Capela Mortuária de Romariz seguindo para o cemitério local onde foi sepultado. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
Agradecimento
96 Anos
Seus Filhos, Noras, Genro, Netos, Bisnetos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 29 de Março na Capela Mortuária de Cesar seguindo para o cemitério local onde foi sepultado. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
Agradecimento
80 Anos
Sua Esposa, Filhos, Netos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 26 de Março na Capela Mortuária do Cemitério de Macieira de Sarnes onde foi sepultado. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
Agradecimento
Porfírio Ferreira de Pinho
Henrique Pereira de Resende
Carminda do Céu Neves de Almeida
Viúvo de Carminda Ferreira da Silva Residia na Rua da Igreja FORNOS
Casado com Maria Bastos de Almeida Residia na Rua do Ferreira MILHEIRÓS DE POIARES
Viúva de Joaquim Correia de Pinho Residia na Rua Oliveira Júnior SÃO JOÃO DA MADEIRA
92 Anos
Seus Filhos, Nora, Genros, Netos, Bisnetos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 26 de Março na Capela Mortuária de Fornos seguindo para o cemitério local onde foi sepultado. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
89 Anos
Sua Esposa, Filhos, Genro, Noras, Netos, Bisnetos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 28 de Março na Capela Mortuária de Milheirós de Poiares seguindo para o cemitério local onde foi sepultado. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
94 Anos
Seus Filhos, Genros, Noras, Netos, Bisnetos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 27 de Março na Capela Mortuária junto da Igreja Matriz de São João da Madeira seguindo para o cemitério N.º 2 onde foi sepultada. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária
Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
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Agradecimento
Agradecimento
Júlia Bastos Ribeiro
Emília de Sá Lopes
Viúva de Manuel Ferreira Marinho Residia na Avenida do Brasil SÃO JOÃO DA MADEIRA
Viúva de Avelino Baptista da Silva Residia na Rua Santa Cristina VALE
87 Anos
Seus Filhos, Genro, Netos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 25 de Março na Capela Mortuária do Cemitério N.º 3 de São João da Madeira onde foi cremada. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
99 Anos
Sua Filha, Netos, Bisnetos e demais Família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte nas cerimónias fúnebres do seu ente querido, que se realizaram dia 26 de Março na Igreja Matriz do Vale seguindo para o cemitério local onde foi sepultada em Jazígo de Família. ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. - Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68 - 3700-732 Milheirós de Poiares Fax: 256 811 124 / Telem.: 968 685 709 / 965 815 114 / 969 015 754 agencia.funerariaag@hotmail.com
ANTÓNIO OLIVEIRA & GUEDES, LDA. Agência Funerária Rua do Casal, n.º 68, 3700-732 Milheirós de Poiares Tlf./Fax: 256 811 124 | Tlm.: 968 685 709 / 965 815 114 E-mail: agencia.funeraria.ag@hotmail.com
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Opinião
30.MAR.2020
Vergonhosa especulação na venda de equipamentos de proteção individual contra o novo coronavírus
Uma pandemia sem fim à vista
António Cardoso Militante de base do Partido Socialista
Emanuel Alexis Estudante de Administração Pública
NÃO BAIXAR OS BRAÇOS
O novo coronavírus chegou a Portugal, e com ele aumentou o frenesim pela procura de máscaras, geles desinfetantes e álcool. Desde portugueses a estrangeiros, a correria desenfreada às farmácias para comprar estes produtos é grande e os preços estão a acompanhar a procura. Estes meios e equipamentos de proteção individual são escassos para o trabalho extraordinário dos profissionais de saúde, mas não só. Temos de nos lembrar daqueles que asseguram serviços essenciais como a recolha do lixo, bem e todos os outros que trabalham para que a economia sobreviva. Esses equipamentos são imprescindíveis na proteção do risco de contacto com outras pessoas. Considera-se criminosa tudo o que for feito para dificultar o acesso a esses meios de proteção individual. A DECO apela à denúncia imediata de qualquer especulação de preços que represente uma violação do direito económico dos consumidores. É o caso do preço de máscaras, de álcool e de gel desinfetante que disparou, por estes produtos terem esgotado. A escassez desses produtos provoca preços elevados chegando a ser trinta a quarenta vezes mais caro do que o preço normal de venda. As Farmácias pedem ajuda para obter máscaras e desinfetante, enquanto pessoas sem escrúpulos, fazem açambarcamentos. Depois colocam esses produtos no “mercado negro” aproveitando-se da situação deplorável que o mundo atravessa obtendo ‘lucro fácil’ através de especulação desmedida dos preços de venda. A Associação Nacional das Farmácias (ANF) pediu a intervenção das autoridades reguladoras para repor o acesso a máscaras e desinfetantes por parte das farmácias que, devido à escassez provocada pela pandemia da Covid-19, estão a ser vendidos a preços elevados. Por seu lado, as autoridades estão fortemente empenhadas em combater casos de especulação e fraude na venda de produtos essenciais para a prevenção da covid-19, fiscalizando no terreno. A Autoridade Nacional de Segurança Económica e Alimentar (ASAE) já instaurou vários processos-crime por obtenção de lucro ilegítimo na comercialização por práticas comerciais ilegais. Nesse sentido a ASAE tem efetuado ações de fiscalização em farmácias para averiguar denúncias sobre aumento de preços em produtos de prevenção contra a propagação do novo coronavírus e apurar se existe
o crime de especulação. A ação de fiscalização visa averiguar eventuais casos de especulação nos preços de venda. A intervenção das autoridades reguladoras é bem-vinda, sobretudo se conseguir repor o acesso às matérias-primas e produtos de que as farmácias necessitam para servir os portugueses em especial todos aqueles que lutam desesperadamente para manter a normalidade possível na vida económica e social dos cidadãos. Esperam-se resultados concretos com visibilidade mediática para pôr cobro a esta situação escandalosa de aquisição de produtos de proteção e combate ao novo vírus corona 19 que está a ter custos exorbitantes incompreensíveis em tempos de crise. Urge por fim a esta “falta de vergonha” de gente gananciosa sem escrúpulos exploradores de cidadãos desesperados em proteger a sua vida. Quem trabalha não pode ser vítima de especuladores gananciosos desumanos que não olham a meios para obter dinheiro “fácil e sujo” ficando indiferentes ao sofrimento e sacrifício dos cidadãos. Por último, de forma um pouco descontextualizada, mas sem hipótese de outra oportunidade, deixo uma nota final sobre a situação presente e futura do centenário Correio da Feira. Na última edição do Correio da Feira em suporte de papel, destaca-se uma mensagem da sua Administração, onde é lançado um repto aos Feirenses, desafiando-os a refletir sobre o enorme desafio da sua sustentabilidade económica. O apelo lançado deve-se à grave crise económica que o mundo atravessa que inviabiliza a sua continuidade em suporte de papel, devido ao estrangulamento das suas receitas provenientes da economia local. Perante o realismo da Administração, deve a sociedade feirense ser solidária respondendo com uma adesão maciça à assinatura do jornal em formato digital. Nestes tempos difíceis de crise, cada adesão, será uma forma de ajudar o jornal a sobreviver na nobre tarefa de informar os acontecimentos da nossa terra e levá-los aos nossos conterrâneos espalhados pelo Mundo. Neste momento difícil, apoiar o Correio da Feira, é perpetuar a memória do seu passado homenageando os seus fundadores e servidores na preservação de um jornal concelhio centenário, dos poucos resistentes no nosso país, dotado de um valor histórico incalculável, que não podemos desperdiçar. Vamos ser solidários com o Jornal Correio da Feira. Seja seu assinante.
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Nos dias que correm, o mundo atravessa muitas dificuldades que já não se viam desde a Segunda Guerra Mundial. Podemos afirmar que estamos todos na mesma frente de batalha contra um inimigo invisível que ataca tanto os mais jovens como os mais debilitados. Os países reorganizam a sua indústria para criar “arsenal” médico e fazer diminuir a todo o custo a consequências desta batalha. Os países focam os seus pecúlios públicos ao serviço da Saúde. Os países fecham-se num mundo que cada vez mais se tornava mais livre e aberto. Não se vê um final muito feliz perante este contexto, mas como em tudo há sempre alguém que lucra com o mal dos outros, já dizia o velho ditado popular. Os países europeus e os Estados Unidos da América caíram do pódio das potências mundiais e reafirmam-se os países asiáticos como a China. Países esses que pouco a pouco vão querendo dominar o mundo a todos os níveis. Com consequências sociais e económicas extremamente devastadoras, os próximos momentos não passarão de recessões após recessões, aumento do desemprego, dificuldades económicas para as classes médias e baixas e nem tão cedo em Portugal se conseguirá um excedente na balança das contas públicas. De qualquer das formas, depois da tempestade virá sempre a bonança e aos poucos vamos vencer esta batalha e também pouco a pouco vamos endireitar todo o sistema governativo, equilibrar as contas públicas, diminuir o desemprego e fomentar o desenvolvimento económico, mas que estes momentos sejam um exemplo para todos aqueles que investem mais em arsenal de guerra e não em “arsenal” médico, para todos aqueles que investem mais no
negócio bancário e menos na educação e investigação, que estes momentos sejam também o início de uma nova etapa para a construção de uma sociedade mais verde reformulando-se o significado de “sociedade moderna”. De um momento para o outro acabaram os conflitos armados e manifestações, bem como houve uma drástica diminuição na poluição e estamos todos a lutar pela mesma causa. Porque não utilizamos este exemplo para lutar por um mundo melhor?
Podemos afirmar que estamos todos na mesma frente de batalha contra um inimigo invisível que ataca tanto os mais jovens como os mais debilitados
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Opinião
30.MAR.2020
Água, esse bem precioso! Fátima Pinto Médica de Medicina Interna do Hospital da Horta
A água faz parte de nós, e está presente em tudo o que é importante e que nos rodeia. Cerca de 70% do nosso planeta é água, e é seguramente para muitos de nós, um prazer para os nossos sentidos vê-la nos mares, nos rios e nos glaciares, ou senti-la na pele nos banhos de Verão, deliciando muitos dos utilizadores das nossas praias ou dos nossos rios. Mesmo quando vemos e ouvimos a chuva a cair, sabendo que nos pode impedir de concretizar os planos para uma qualquer atividade ao ar livre programada, sabemos que muito de bom essa água trará… Aquela cascata que nos permite tirar fotos fantásticas, faz-nos esquecer a desilusão do dia em que acabámos por não sair de casa. Sabemos também que cerca de 70% do nosso corpo é composto por água, e mesmo sabendo que esta percentagem pode mudar ao longo da nossa vida, é sempre um constituinte fundamental do corpo humano. Na quantidade certa, a água é indispensável para um bom equilíbrio do nosso corpo, e é fundamental para a nossa sobrevivência. De um modo geral, todos os tecidos ou órgãos do corpo humano precisam de água. Desde o aspeto cosmético de uma pele fresca e macia, ao funcionamento saudável dos nossos rins, a água que é ingerida regularmente por todos nós, contribui para que o nosso organismo seja e permaneça saudável, levando assim a uma vida longa e sem preocupações de saúde. Um desequilíbrio na quantidade corporal de água, no sentido da escassez, pode ser a causa de um quadro de desidratação, que nos extremos da vida, ou seja, nas crianças e nos idosos, pode levar ao aparecimento de complicações graves na saúde, e assim conduzir a hospitalizações delicadas e exigentes. E qual é a quantidade de água que devemos beber diariamente? Esta quantidade não é igual para todas as pessoas, já que depende de muitos fatores. O calor e o frio, a doença e a saúde, obrigam a definir a quantidade ideal. Assim, e por exemplo, um dia de calor obriga a uma maior ingestão de água, tal como um estado febril ou um episódio de diarreia. Nas pessoas saudáveis, as restrições
da ingesta são mínimas, dentro de alguns limites, sugerindo-se habitualmente entre 20 a 30 centilitros por Kilo de peso, por dia. No entanto, em doentes com uma sobrecarga hídrica, poderá haver restrições na quantidade diária. À medida que a idade avança, aquilo que nos faz beber água, a sede, pode desaparecer. Por isso, não devemos esperar para estarmos sedentos, para bebermos a água que nos devemos obrigar a beber diariamente. Há que criar o hábito saudável de ir bebendo ao longo do dia, aquela quantidade que admitimos ser a certa para o nosso peso, altura e condição de saúde. A água pode ser introduzida na nossa alimentação, não só na forma livre que todos conhecemos, mas também misturada ou “escondida” em alguns alimentos. Há que saber qual a melhor forma de a fazer ingerir, sobretudo quando por motivos de saúde a facilidade em ingeri-la está dificultada. Mas como bem precioso que é, há que preservar a água, e mantê-la presente e bem limpa no nosso ecossistema terrestre. Por isso, e para isso, há que cuidar da Natureza e evitar todas as agressões que diariamente fazemos em grandes ou pequenos gestos do quotidiano, e assim evitar tudo o que de algum modo poderá contribuir para que os nossos belos e fantásticos leitos dos rios, atualmente e ainda, cheios de água, se transformem em ressequidos pedaços de terra, a deixar saudades dos tempos em que os nossos sentidos se consolavam a apreciá-los. Vai um copo de água?
Na quantidade certa, a água é indispensável para um bom equilíbrio do nosso corpo, e é fundamental para a nossa sobrevivência
Enfarte ou AVC. Como distinguir? João Brum da Silveira Cardiologista de intervenção e presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) Pixabay
Em Portugal, as doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte. Estas doenças afetam o coração, os vasos sanguíneos e diferentes órgãos, mas são o enfarte agudo do miocárdio (no coração) e o Acidente Vascular Cerebral (no cérebro) os principais responsáveis pela elevada mortalidade. Apesar de serem duas situações clínicas que se localizam em órgãos diferentes, o enfarte do miocárdio e o AVC são associados a episódios vasculares, o que significa que envolvem os vasos sanguíneos e as artérias, em particular. No entanto, os sintomas são diferentes e devem ser distinguidos. No caso do enfarte, que ocorre quando uma das artérias que transporta oxigénio e nutrientes ao coração fica obstruída, as pessoas devem estar atentas a sintomas como dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Já no caso do AVC, que ocorre quando uma das artérias que transporta oxigénio e nutrientes ao cérebro fica obstruída (AVC isquémico) ou quando uma artéria do cérebro rompe (AVC hemorrágico), a pessoa pode sentir a face ficar assimétrica de uma forma súbita, parecendo um “canto da boca” ou uma das pálpebras estarem descaídas; falta de força num braço ou numa perna subitamente; fala estranha ou incompreensível; perda súbita de visão, de um ou de ambos os olhos, e forte dor de cabeça, sem causa aparente. Em ambas as situações, na presença destes sintomas recomenda-se que ligue rapidamente 112 e siga as ins-
truções que lhe forem dadas. A melhor forma de prevenir estas doenças é apostar na prevenção, alterando o estilo de vida. Pratique exercício físico, mesmo que apenas 10 minutos por dia; evite o álcool; não fume; e controle a alimentação, optando por não consumir em excesso alimentos ricos em açúcar e gordura. A hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo contribuem significativamente para aumentar o risco de sofrer de uma destas doenças. Para aumentar a consciencialização para o enfarte agudo do miocárdio, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover a campanha Cada Segundo Conta, uma iniciativa que tem como objetivos promover o conhecimento e compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt
A melhor forma de prevenir estas doenças é apostar na prevenção, alterando o estilo de vida
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30.MAR.2020
NOVO CORONAVÍRUS
LAVAGEM DAS MÃOS D u r a ç ã o t o t a l d o p r o c e d i m e n t o : 2 0 s e gu n d o s 00
01
Molhe as mãos
04
Esfregue o polegar esquerdo em sentido rotativo, entrelaçado na palma direita e vice versa
02
Aplique sabão suficiente para cobrir todas as superfícies das mãos
05
Esfregue rotativamente para trás e para a frente os dedos da mão direita na palma da mão esquerda e vice versa
03
Esfregue as palmas das mãos, uma na outra
06
Esfregue o pulso esquerdo com a mão direita e vice versa
Palma com palma com os dedos entrelaçados
07
Enxague as mãos com água
08
Seque as mãos com um toalhete descartável