Especial Casamentos

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Filipe Santos 17.FEV.2020 01

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A CRIAR EXPERÊNCIAS

INESQUECÍVEIS

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II

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Casal prepara-se para celebrar o amor

Sara Soares e Rui Silva vão oficializar a união entre ambos, ao fim de nove anos de namoro. O casal está a preparar o grande dia há cerca de dois anos e a noiva acusa alguma ansiedade. Conheceram-se nos tempos de escola, mas ao contrário de muitas histórias de amor, esta escreve-se com contornos diferentes. É que não foi amor à primeira vista, pelo menos para um deles. Sara Soares, natural de Lourosa, mostrou, de imediato, interesse em Rui Silva, mas este não foi retribuído. Separaram-se, seguiram caminhos distintos, mas quis o destino que se voltassem a encontrar. À segunda foi de vez, e Rui rendeu-se aos encantos de Sara. Volvidos nove anos, o casal prepara-se para oficializar a união. Já se passaram cerca de dois anos, desde que, numa ocasião bem especial, surgiu o tão esperado pedido: na noite de S. João. Rui Silva preparou tudo ao pormenor e, nem o adiamento do pedido devido às más condições atmosféricas que se faziam sentir, o fez retroceder. “O pedido aconteceu no Porto. Fomos andar de boleiro e na chegada à ponte de D. Luís começou a tocar uma música, ele ajoelhou-se e pediu-me em casamento”, conta a noiva. Casar sempre foi um objetivo do casal, pelo que, entre risos, Sara confidencia “que já estava mais que na altura”. Rui Silva é mais cauteloso e assegura que o pedido surgiu “no momento certo”. Para ambos, o casamento “é o

oficializar da relação e, acima de tudo, a celebração do amor”. Dada a importância do momento, a organização do grande dia começou logo a ser feita, mesmo que o nó só esteja agendado para julho de 2020.“Depois do pedido, começamos logo a organizar e a preparar o grande dia. Primeiro dirigimo-nos ao fotógrafo e do fotógrafo à quinta, porque fomos logo avisados de que, como se tratava de uma quinta muito solicitada, tínhamos de marcar com a máxima urgência”, explica Sara Soares. Como os noivos fizeram questão de casar num conto de fadas, a marcação do espaço onde vai decorrer a celebração depois do momento religioso, exigiu um período antecessor de dois anos. Nada que demolisse o casal, que até contou com a ajuda preciosa do serviço da quinta na organização do evento.“A quinta ajudou-nos imenso. Foi nos dando dicas sobre patrocinadores, com quem eles já trabalhavam e nós acabamos por seguir esses conselhos”, revela a noiva. Ainda assim, o casal fez questão de decidir tudo, por se tratar de um momento “muito pessoal”. E nenhum dos dois se descurou nos preparativos. “O Rui preocupa-se com tudo e é sempre muito interventivo. Por exemplo, fomos há pouco tempo à quinta para escolhermos a decoração e foi

ele que deu o aval final”, conta Sara Soares. Conciliar gostos não foi um problema para o casal, até porque estes afirmam que são semelhantes, pelo que se entenderam na perfeição. Até ao momento, assumem que não sentiram grandes dificuldades na preparação do grande dia, exceção feita à entrega dos convites. “No que tivemos mais dificuldades e até foi o que nos deixou mais nervosos foi a entrega dos convites”, assegura Rui Silva. Sara concorda: “Sim, a entrega não foi nada fácil. Começamos em novembro e posso dizer que o processo ainda se vai arrastando. É difícil conciliar os horários com a distribuição. E não só. Em cada convidado demoramos cerca de uma hora, todos querem saber mais sobre o casamento e quando achamos que num só dia vamos distribuir dez, no fim acabamos por distribuir três”.

Com os nervos à flor da pele

Com o passar do tempo, num ápice se passaram dois anos e a tranquilidade com que Sara iniciou o período de preparação, já não é a mesma. Faltam apenas cinco meses para o grande dia e a noiva sente que ainda lhe “falta muita coisa”. “Eu marquei o principal do casamento para garantir vaga

e esqueci o resto. Praticamente durante este tempo todo não me voltei a preocupar. Só que agora que retomei, o tempo começa a escassear e as dificuldades a virem ao de cima”, revela a jovem. Rui Silva com maior tranquilidade sublinha que o que falta são apenas “pormenores”. Mas Sara assume maior inquietude, até porque aquilo que o noivo define de “pormenores” incluem os acessórios para o vestido mais especial que vestirá na sua vida. Perante o cenário, as dúvidas e o medo de que algo possa correr mal no dia que ficará marcado na vida, na memória e no coração

de cada um dos noivos, deixam Sara bastante nervosa. Mas como os opostos se atraem, Rui Silva é o oposto se Sara, e assume que não é pessoa de sofrer por antecipação. Embora confidencie que estará ansioso, sobretudo pelo momento do pedido de casamento, revela, para já, tranquilidade. Já a noiva só tem um único pensamento: “Ao fim de nove anos está para chegar o dia dos meus sonhos”. É com a certeza de que se vai casar com o homem da sua vida, que aguarda ansiosamente pelo momento em que irá subir ao altar e dizer o tão sonhado ‘sim’.


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III

O matrimónio deve assentar em três pilares: a fidelidade, a perseverança e a fecundidade”

PADRE CÉSAR COSTA, PASSIONISTAS

Não há matrimónio sem sacerdote, um elemento capital na consumação de uma união vinculada à Igreja Católica. O padre César Costa, dos Passionistas, salienta a importância, do ponto de vista da Fé, do casamento, deixando alguns conselhos basilares como a fidelidade, a perseverança e a fecundidade, replicando palavras do Papa Francisco. O sacerdote é um elemento imprescindível à celebração de um matrimónio. Assim, decidimos falar com alguém que não sabe quantos já conduziu. Falamos do padre César Costa que, interrogado sobre a questão de serem realizados mais casamentos atualmente do que há uma ou duas gerações, diz não ser “possível quantificar”, explicando o porquê. “Há 100 anos as pessoas tinham oito, dez, 12 filhos e portanto seriam oito, dez, 12 filhos a casarem. Há 50 anos passaram a ter só três, quatro filhos e passaram a ser só três, quatro a casar. Depois impõe-se outro fator, mais do que a tradição, o conservadorismo”, salienta. E antes de abordarmos a importância do matrimónio, do ponto de vista da Igreja Cristã, há que, inevitavelmente, falar do divórcio. “Atravessámos um momento do século XX em que o divórcio era algo impensável. No Estado Novo, o divórcio não sobressaía como algo, digamos, natural. Após o 25 de abril hastearam-se as bandeiras da liberdade e de poder-se fazer o que entender – uma liberdade muitas vezes confundida com libertinagem”. Ainda assim, “falarmos de divórcio não significa algo necessariamente mau”. “É mau quando é a primeira solução e não dá espaço ao diálogo”. O padre César Costa ressalta que “o matrimónio não é apenas um contrato”, mas sim a “imagem do amor divino e o querer fazer eco das palavras de Jesus: crescei e multiplicai-vos”, avança, dizendo que “o crescer humanamente e no amor tem a dimensão da

procriação”, sendo que os filhos são “a forma de tornar palpável o amor”. Importa também recordar que os casamentos “não tinham a dimensão festiva e comercial que têm atualmente”. “É quase preciso fazer um jogo de cintura para não desvirtuar o que é o sacramento”.

A importância do CPM

Apesar de a lei canónica não ditar a obrigação dos noivos frequentar o Curso de Preparação para o Matrimónio (CPM), há paróquias cujos párocos o estipulam como tal. “O CPM não vai ensinar absolutamente nada do ponto de vista prático de como viver em casal, resolver problemas ou ser feliz, mas muitos casais que estavam até renitentes em o frequentarem, quando o fazem, sentem-se reforçados na sua caminhada. Acaba por ser importante porque não é apenas um despejar de doutrina. É a doutrina da Igreja tornada concreta, através do testemunho de vida das pessoas. Até porque o CPM tem a figura do sacerdote, mas tem vários casais, já com vários anos de matrimónio, que falam da sua experiência. A importância do CPM é grande para os futuros casais”, diz, aconselhando os noivos a frequentarem-no. E que conselhos dá alguém da Igreja e da Fé a um casal prestes a tornar-se marido e esposa? O padre César Costa recorda as palavras do Papa Francisco para esclarecer em que bases deve assentar uma união. “O Papa Francisco ressalta a fidelidade, a perseverança e a fecundidade

como três pilares nos quais deve assentar o matrimónio. O ser fiel na conceção mais básica da palavra e no querer amar e ser único. A perseverança porque os momentos difíceis vão existir e o amor não existe apenas nos momentos bons, ou seja, é procurar manter esse amor de tal forma alimentado que as tormentas não sejam capazes de o derrubar – a perseverança é também abrir espaço ao diálogo. E a fecundidade é a fecundidade do amor, o amor que faz amar cada vez mais o outro, que faz amar aqueles que estão à sua volta, e o amor traduzido na fecundidade dos filhos. É possível chegar a 25 anos de matrimónio. Sofrido, com discussões, com brigas, às vezes com ‘pratos no ar’, com amuos… mas isso faz crescer, tornando o amor fiel, perseverante e fecundo”.

“O amor não é passageiro, isso é a paixão”

E o sacerdote não deixa de dar nota que “o amor não é passageiro, isso é a paixão”. “O amor tem a dimensão da paixão, do ‘fogo’, das borboletas no estômago, tudo isso, mas é muito mais. O verdadeiro amor, quando alimentado, tem momentos de chama e também de cinza e borralho, mas é algo que permanece. Já não com as borboletas no estômago, mas com um zoo. O importante é que os dois se conheçam, e não só temporalmente”. Para o padre César Costa “cumprir o mandamento de Cristo significa fazer a vida a meias”. “A intimidade é entrar na vida do outro e deixar que o outro

entre na vida, ou seja, construir uma vida e um caminho a dois”, algo que “não quer dizer que os dois anulem-se na sua individualidade para passarem a ser uma só carne”.

O eclesiástico diz que “realizar casamentos é uma oportunidade fantástica”. “Saber que já fiz vários, e manter a ligação com um ou outro casal e saber que estão bem, é sempre bom”. PUB


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tendências de casamentos para 2020 Os casamentos estão definitivamente “na moda”, mas há tendências que já foram ultrapassadas. Bruna Moreira indica dez das tendências para os casamentos em 2020. Na decoração, a tendência é usar os tons terrosos, como os caramelos, amarelos, canelas, tons naturais. Nas flores conjugar os tons terrosos com amarelos e em todo o ano, não apenas no outono. Usa-se muito os arcos de flores, aplicando as plumas, que estão muito em moda. Tapetes de espelhos para casamentos mais requintados. A personalização ao detalhe, nos convites e em apontamentos na própria quinta ou espaço onde decorre o casamento.

O dia C perfeito Ao idealizar o dia de casamento, o imaginário de muitos noivos remete para a perfeição. Compreende-se… em muitos casos, entende-se como sendo um dos dias mais importantes das nossas vidas. Na realidade, pretende-se que assim seja, e é possível, mas é necessário não descurar variados pormenores, para que tudo corra como o idealizado. Talvez cientes dos inúmeros detalhes com que se vão deparar – ou só depois de estes surgirem –, muitos noivos recorrem a empresas externas especializadas na organização de eventos, como o casamento. É o caso de Bruna Moreira, responsável pela BM Eventos, que apresenta algumas dicas e conselhos para que o seu dia C seja perfeito. “A primeira coisa a fazer é definir uma data, particularmente um mês porque uma data em concreto, por vezes, pode ser complicado, porque é preciso ter, por exemplo, quinta, fotógrafo, tudo para o mesmo dia. É preferível assumir um mês e depois conjugar consoante a disponibilidade dos fornecedores”, indica Bruna Moreira. Segue-se naturalmente a marcação da igreja, quinta, fotógrafo e outros detalhes como a decoração e o tema do casamento, mas também aqui Bruna Moreira aconselha cautela e uma preocupação prévia, que se negligenciada pode arruinar por completo o casamento sonhado: o orçamento. “À priori é

necessário definir um orçamento porque, muitas vezes, os noivos não têm noção dos gastos de um casamento”, afirma, acrescentando que “depende muito do número de convidados, da família dos noivos e do género de casamento que pretendem”. “Se querem um casamento mais tradicional, poupam mais, se quiserem um casamento que até pode ser tradicional, mas com boa comida, boa animação, aí o orçamento já vai aumentar”, avisa. Definida uma data, o orçamento, a quinta e a igreja, entram os detalhes. Toda uma logística que implica tempo, persistência… e algumas ‘dores de cabeça’. É muitas vezes neste preciso momento que entram as empresas externas que permitem, segundo Bruna Moreira, “economizar o tempo dos noivos”. “Quando os noivos assumem casar não têm noção de todos os detalhes e pormenores. O papel de uma empresa como a BM Eventos é ajudar a tratar da logística. Também mostramos as vantagens e desvantagens de ter determinado serviço que os noivos têm em mente. Fazemos ainda a gestão do orçamento, ou seja, eles têm um limite e nós ajustamos mediante as prioridades”, explica. Neste processo, a organizadora de eventos aponta a reunião prévia com os noivos como fulcral para o sucesso da sua intervenção. “Tentamos sempre fazer uma reunião com os dois porque, por muito que

tenham coisas em comum, quando conversamos percebemos que também há opiniões díspares”, afiança, para depois garantir que “há conflitos saudáveis, mas no fim chegamos a um consenso e criamos a essência do casamento”. “O casamento é a história dos noivos, o que tentamos fazer é personalizar o casamento indo de encontro à essência dos noivos, à história de amor deles. Quando nos procuram é mesmo nesse sentido, ajudá-los no ponto fulcral do casamento, primeiro na gestão do orçamento, no aconselhamento e depois no acompanhamento, durante os preparativos e no dia do casamento. Permite que os noivos se preocupem menos, minimiza o stress e permite fruir mais o dia”, assegura Bruna Moreira.

Lista de casamentos

Fazer a lista de casamentos é também outra das habituais ‘dores de cabeça’ de muitos dos noivos. Admitindo que se trata de um tema “pessoal e delicado”, a responsável pela BM Eventos, quando convidada a dar opinião, não tem dúvidas: “o casamento é dos noivos, não é dos pais ou familiares. Eles têm de estar com a família e amigos com que se sentem bem. Têm de estar com aqueles que acham que vão fazer o dia deles perfeito”.

Erros a não cometer

Além da lista de convidados,

existem outros erros comuns que podem ‘arruinar’ o seu dia C, em particular “o tomar calmantes antes do dia de casamento”, diz Bruna Moreira, acrescentando que “é o pior que podem fazer porque depois acordam mal”. “As noivas não fazerem as provas de maquilhagem, a preparação da pele e de cabelo antes do casamento” são outros erros comuns que deve evitar. No entanto, é novamente a não definição correta do orçamento que origina erros e defrauda expetativas. “Criam demasiadas expetativas, mas não têm orçamento para as cumprir e como querem reduzir ao máximo, o casamento não corre como planearam. As pessoas quando querem casar, devem ter capacidade para o fazer, para depois não criarem expetativas que não correspondem à realidade”, avisa Bruna Moreira. Relativamente ao controlo da ansiedade, “depende muito da personalidade das pessoas”, mas Bruna Moreira afirma que, por vezes, “os pais e avós estão mais ansiosos que os próprios noivos”, antes de deixar um último conselho:“Digo sempre aos noivos para tomarem as decisões por eles, que não se deixem influenciar, porque essas pessoas [familiares ou amigos] podem ter tido uma experiência muito boa, que pode ser muito agradável para determinado tipo de noivos e convidados, mas que não é o mais indicado para o deles”.

Nos aperitivos, aquela música ambiente já está um bocado fora de moda. O que acontece mais é a música ao vivo. Ainda na animação, acontecem espetáculos de ilusionismo e magia. Durante o casamento, noite dentro, aí sim entra um Dj, que faz com que o casamento perdure. Nos bolos a tendência são os naked cake, mais simples, e decorados com flores naturais. As pessoas estão a optar por coisas mais simples, o que não significa que não seja requintado Ainda na animação, estão muito em moda os detalhes no corte do bolo, como a largada de balões, apesar do impacto ambiental que cria. Mas há agora maior consciência ambiental. As alternativas são os sparkles (também em moda) e as bolinhas de sabão, que também criam um efeito bonito, um espetáculo de fogo ou teatral durante o corte do bolo. Nos vestidos de noiva estão em moda as transparências, as rendas e os decotes nas costas, mas o branco continua a ser dominante. Para os homens é mais tradicional, embora com mais simplicidade nos fraques e algum pormenor de personalização nos laços (tremelinhos), gravata ou sapatos. Na maquilhagem as noivas estão a optar por algo mais natural, muito mais nude, que não seja tão artificial. Nos penteados há a tendência dos cabelos destruturados, com caracóis nas pontas, cabelos meio apanhados, sempre com pontas de cabelo a cair.

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