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TAXA PAGA

4520 Santa Maria da Feira

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

Mérito Municipal 1972 1997

Desde 11 de Abril de 1897

Ano CXIX

Semanário

Direcção: Orlando Macedo

25 Julho 2016

Nº 5972

€0,60 (iva inc.)

POLÍTICA

POKÉMON

À SOLTA EM SANTA MARIA DA FEIRA A febre chegou ao Concelho e muitos são os que andam “à caça” dos bonecos virtuais. pág. 02 e 03

Os Verdes duvidam da legalidade das exigências da Indaqua, assim como o advogado Márcio Correia que avança com a Associação de Defesa dos Consumidores da concessionária. pág. 09

SOCIEDADE Amy’s Kitchen instala-se na Feira num investimento de 60 milhões de euros. A fábrica de refeições vegan promete criar 600 postos de trabalho. pág. 11

CULTURA Viagem Medieval começa esta quarta-feira mas no Museu Convento dos Lóios já está disponível a exposição alusiva aos 20 anos do evento. pág. 13

A CITÂNEA DE LANCÓBRIGA

Promitência, perspectiva e obliteração do projecto de instalação de um ‘Centro Interpretativo da Cultura Castreja’, em Fiães pág. 04 e 05

FUTEBOL Feirense mantém-se invicto na pré-época. ‘Fogaceiros’ conquistaram o II Troféu Crédito Agrícola e I Troféu Recontro de Valdevez. pág. 17


REPORTAGEM FICHA TÉCNICA 02

Andam todos a “apanhá-los” em Santa Maria da Feira

A febre do Pokémon

O jogo, baseado na série televisiva que colava milhares à televisão, já está disponível em smartphones (telemóveis) e tablets, deixando para trás os tempos da consola “GameBoy”. Assiste-se a uma revolução no mundo dos jogos electrónicos porque para jogar, além de Internet, é preciso… caminhar. Marcelo Brito

FEIRA ‘Pokémon’, a antiga série televisiva de animação que prendia milhares de pessoas de todas as idades ao ecrã, aos sábados de manhã, tinha como protagonista um jovem chamado Ash, que todos os fãs sonhavam encarnar. Agora, já o podem (finalmente) fazer. O jogo ‘Pokémon Go’ ficou disponível em vários países um pouco por todo o globo e rapidamente se tornou uma febre que está a dividir opiniões. Uns criticam o facto de verem crianças, jovens e adultos a caminharem pela cidade “vidrados” no telemóvel, como se andassem atrás de um tesouro, enquanto para outros é um regresso ao tempo de brincar nas ruas. Mas a verdade é que a Nintendo, empresa japonesa responsável pela criação e desenvolvimento do ‘Pokémon Go’, conseguiu juntar ambas. Para jogar, é necessário um “smartphone”, tanto como é necessário caminhar pelas ruas à caça dos Pokémon. Mas o leitor deve estar a interrogar-se: “Afinal, o que é o Pokémon Go?”. Trata-se de um jogo de realidade virtual aumentada para telemóveis, com a obrigatoriedade de ter a funcionalidade GPS ligada e do utilizador estar conectado à Internet. Qualquer jogador precisa de caminhar para encontrar e capturar os pequenos bonecos virtuais denominados Pokémon e treiná-los para lutar contra outros jogadores. No telemóvel, vê-se o mapa do mundo real e, usando a câmara do telemóvel, os Pokémon misturam-se com o meio ambiente envolvente. Como exemplo, podemos “ver” um Pikachu, um Bulbasaur ou um Charmander (personagens do jogo) na própria Câmara Municipal, no Estádio Marcolino de Castro ou em qualquer outro ponto da cidade. E atenção… o Castelo pode muito bem transformar-se num ginásio de Pokémon, tal como a Praça Gaspar Moreira já o é.

Administração Jorge de Andrade

Santa Maria da Feira não escapa à febre

É notória a “invasão” deste jogo nos hábitos da comunidade feirense. Basta sair à rua para se ver grupos de pessoas das mais variadas idades a deslocar-se pela cidade “colados” ao telemóvel. Ao pretendermos descobrir mais sobre esta febre, deparámo-nos com um autêntico rebuliço. Saímos da redacção e começámos a ver, rua fora, grupos à “caça” de Pokémons. Na subida para o Castelo, encontrámos Miguel Silva, de 14 anos, que já conta com 32 “bichinhos” na sua colecção. Naquele dia, tinha capturado um Psyduck, um Pidgey e um Rattata, outras personagens do jogo. Por sua vez, Tiago Aguiar, dez anos mais velho, encontravase pela mesma zona porque “é sossegadinha e tem pouca gente”. Começou a jogar Pokémon Go “por causa da familiaridade com a GameBoy” e enalteceu o facto de ser “um jogo que põe os jovens a caminhar”. Já Pedro Machado e o seu irmão, Diogo Machado, ambos de 19 anos, recordam o Pokémon como “um jogo de infância”. “Quando era miúdo, também jogava muito. Esta versão é mais interactiva e não tanto virtual”, diz Pedro Machado, antes de desvalorizar o facto de o jogador ser obrigado a deslocar-se para jogar. “Ter de andar na rua até pode deixar aquelas pessoas mais comodistas sem jogar”, opina. Diogo Machado, que conta com 50 Pokémons capturados, recorda o tempo em que existiam outras formas de jogar: “Tínhamos cartas e até um jogo de tabuleiro”. Apesar da grande afluência durante o dia, os dois irmãos explicaram em linguagem mais técnica que “à noite vê-se mais gente”. “Principalmente ao sábado, vê-se muita gente a aproveitar os Lures Module

abertos [funcionalidade do jogo que permite atrair Pokémons]”. Algo que não passou despercebido foi o espanto de todos os entrevistados ao serem abordados. “Estão a fazer uma reportagem sobre o Pokémon? Jura? Que máximo!”, diziam.

Vereadora da Juventude também já se rendeu

E como este não é um jogo só para jovens, a própria vereadora com o pelouro da Juventude, Cristina Tenreiro, revelou ao Correio da Feira que a curiosidade pelo jogo ‘obrigou-a’ a instalá-lo. “Quando vi jovens pelo Castelo à procura dos Pokémon, fiquei curiosíssima. Inclusive, eu própria já tenho o Pokémon Go”, admite, revelando, entre risos, já ter capturado dois. Para Cristina Tenreiro,

Colaboradores: Alberto Soares, Albino Santos, Armandino Silva, Armando Neto, Filipe Dias, Filipe Freixo, Lu’ s Higino, Manuel Silva, Maria Celeste Rato, Paulo Ferreira, Paulo Neto, Roberto Carlos, Serafim Lopes, Vasco Coelho

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Director Orlando Macedo direcao@correiodafeira.pt

Redacção Daniela Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

Nélson Costa desporto@correiodafeira.pt

Marcelo Brito

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Comentadores: Ant— nio Cardoso, Carlos Fontes, Margarida Gariso e Pedro Rodrigues

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anos) terem sido alvo de múltiplos tiros por terem sido confundidos com assaltantes quando o alegado agressor ouviu-os a dizer “Conseguiste alguma coisa?” dentro de um carro que se encontrava perto da sua propriedade. Apesar de ser a moda do momento, em alguns países o jogo (ainda) não está disponível e, com esse descontentamento, houve até quem o sabotasse. Um grupo de piratas informáticos brasileiros – PoddleCorp – descontentes com a exclusão do seu país da lista de territórios que têm o jogo disponível, atacaram e bloquearam o jogo durante quase 24 horas. E há até quem largue o emprego para… jogar. Tom Currie, neozelandês de 24 anos, entregou a carta de demissão no seu trabalho para se dedicar à caça dos monstrinhos digitais a tempo inteiro.

Mas calma, há mais sobre o jogo que está apenas disponível há duas semanas. Para fãs e jogadores, as boas notícias não páram. Os ‘Meetings’ – encontros organizados para debater um tema e “jogá-lo” – chegaram a Portugal. A cidade do Porto foi a escolhida e acolheu, no dia 23, um ‘Meeting Pokémon Go’ no aquário Sea Life, e o próximo está marcado para o dia 30, no Cais de Gaia. Com a ajuda da ‘Niantic’ (empresa de desenvolvimento de software), a Nintendo aumentou o seu capital em nada mais, nada menos, do que 13,5 mil milhões de euros. Com as suas acções a dispararem em cerca de 86%, a Nintendo já vale mais do que a gigante tecnológica Sony.

PSP, Igreja e os “três grandes” do futebol em febre Pokémon

este jogo é “como tudo na vida”. “Tem benefícios e prejuízos, apesar de, à primeira vista, parecer-me ser muito benéfico”, afirma. Benefícios que passam pelo “sair de casa, caminhar e descobrir pontos de interesse na Feira”. Nesta perspectiva, o Pokémon Go “obriga” os jogadores a interagir com outros, mas pode também ser prejudicial, principalmente “quando abdicam da vida social”. “O papel dos pais e dos amigos é muito importante para não deixarem o jogador viver em função do jogo”, conclui.

Tiroteios, ataques piratas e… despedimentos

O jogo tem dado origem aos aconteci-

mentos mais insólitos por todo o mundo. No Central Park, em Nova Iorque, o aparecimento de um Pokémon raro – Vaporeon – levou a multidão que por ali procurava alimentar a sua Pokédex (lista de Pokémons já capturados) à loucura. A afluência foi tanta, que o trânsito parou por completo. Entre “atropelamentos” e empurrões, todos tentavam capturar o “bichinho”, reportava a comunicação social. Se uns louvam a criatividade dos autores do jogo, outros criticam-na pelos muitos acidentes que têm ocorrido. Desde quedas em penhascos, tiroteios, agressões e há até quem tenha encontrado cadáveres. O Jornal de Notícias destacou, no domingo, o facto de dois jovens (19 e 16

Tudo começou com uma brincadeira da Google, que a 1 de Abril de 2014 desafiava os internautas a descobrir Pokémons, através do ‘Google maps’. Agora, no Japão, a febre do Pokémon foi ainda mais longe e já chegou aos céus com a All Nippon Airways…

Em Portugal, muitos foram também os que não passaram ao lado do fenómeno. A própria Polícia de Segurança Pública lançou um manual para ajudar os jogadores a “caçar” Pokémons em segurança. Dentro das muitas recomendações, a PSP alerta para que se esteja sempre atento ao ambiente envolvente, não “caçar” sozinho, não utilizar a aplicação durante a condução e que os mais jovens não interajam com estranhos. “Por entre desafiantes batalhas, treinos duros e difíceis capturas, não se esqueça que ainda estamos no mundo real”, diz a Polícia. A Paróquia de Palhais, Santo António da Charneca, usou o jogo como forma de atrair crentes. “A Igreja de Santo António é um ginásio de Pokémons. Mas o verdadeiro e O melhor Treinador está lá dentro. Entra e visita-O. As portas estão abertas!”. No mundo do futebol, os três grandes (Sporting, Porto e Benfica) também não escaparam, partilhando nas páginas oficiais de Facebook, Twitter e Instagram fotos de vários Pokémon dentro dos próprios estádios e lojas oficiais. Para os adeptos encarnados, existem boas notícias, porque o Estádio da Luz virou um ginásio Pokémon. Assim, quem por lá passar, pode simultaneamente ver a sua equipa e… treinar o seu Pokémon. O mesmo acontece no Etihad Stadium, casa do Manchester City, de Inglaterra. E aqueles que têm “olho para o negócio”, não perderam a oportunidade. Há quem já tenha disponibilizado um serviço de “PokeTáxi” através de plataformas como o OLX. O motorista circula durante uma hora, a troco de 30 euros, pela cidade, parando as vezes que forem necessárias para que o cliente “apanhe” Pokémons. Em Portugal, aqueles serviços estão apenas disponíveis (para já) em Lisboa. A febre é tanta, que os jogadores ajudamse mutuamente com a criação de um mapa com a localização de diferentes Pokémons, “Pokéstops” e ginásios para evoluírem. Estima-se que em Portugal o número de jogadores já ronde um milhão.

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avenidadasfogaceiras@gmail.com

AVENIDA DAS FOGACEIRAS

Enquadramento

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Em meados da década de 90, era fundada, em Santa Maria da Feira, uma empresa [“Sui Generis”] que visava a ‘Gestão do Património Cultural’ em moldes absolutamente inéditos, no nosso país. As propostas de intervenção assentavam, fundamentalmente, na construção de modelos de gestão patrimonial auto-sustentável, com ênfase especial na disciplina da “Conservação Preventiva”, prática de atuação ainda hoje praticamente residual no nosso país (e absolutamente inexistente no Concelho da Feira) apesar de haver matéria e regulamentação profusas a esse respeito. A empresa era dirigida por duas Patrimoniólogas feirenses (uma das quais, apresentava larga experiência adquirida em Israel, onde trabalhou ao serviço da UNESCO, na Cidade Antiga de Acre, Património Mundial da Humanidade (o famoso porto dos Templários em Cruzada na Terra Santa). Na altura, a inovadora empresa fogaceira, afirmava “acreditar na cultura da interresponsabilização, estabelecendo formas sustentáveis para a gestão do Património Cultural”. Acrescentando que por “entender o direito à fruição plena”, rejeitava “fundamentalismos interventivos”; e porque defendia uma “visão desenvolvimentista das actividades ligadas à gestão do Património Cultural”, estabelecia “modelos práticos de funcionamento, atendendo, sempre, às sensibilidades institucionais e sócio-culturais em presença”, a SG sustentava ainda que “a gestão do Património Cultural não se pode ficar pela produção de doutrina legal; é necessário estabelecer modelos de aproximação pragmáticos, que na prática quotidiana, emprestem eficácia à letra da lei”. Na prática, a empresa propunha-se actuar em todo o espectro da gestão Património Cultural, e até a assumir funções de “fiscalização e acompanhamento de obras de intervenção”. Para corporizar a capacidade de oferta, a SG dispunha de quadros especializados e das competências de um naipe de consultores e especialistas em várias áreas, em que pontuavam desde investigadores universitários de relevo a especialistas em gestão do território. Mas a especial “pedra-de-toque” assentava nos Protocolos de Colaboração que a empresa havia assinado com as Universidade da Beira Interior (UBI) e Universidade do Porto - Faculdade de Letras da (FLUP), a que se juntava modelos de cooperação definidos com outras entidades, como a Polícia Judiciária (programas “SOS Azulejo” e “Igreja Segura”) entre outros.

Parâmetros

Ao caso, extrapolemos que: - O Protocolo da SG com a FLUP (Faculdade de Letras da Universidade do Porto) foi estabelecido em Junho de 2011. - O primeiro trabalho conjunto, de âmbito protocolar, deveria ter-se iniciado em Outubro desse ano, com a instalação, em Fiães, do “Campo de Trabalho de Investigação Arqueológica da Universidade do Porto Departamento de Ciência e Técnicas do Património” (ver, ao lado).

O Património Cultural Feirense Em Seus Labirintos.03

EM BUSCA DA LANCÓBRIGA PERDIDA (II) Há 15 dias, desenhámos aqui algumas pistas fundamentais para o entendimento da problemática que envolve o Castro de Fiães. Recordámos a descoberta acidental do legado ancestral; estabelecemos um ‘breve enquadramento da ‘Lancóbriga’ (ou ‘Langóbriga’); reportámos a algum do acervo encontrado e traçámos uma ‘cronologia ligeira’, em que se enquadra ‘décadas de incúria’, para inferir que ‘algo não bate certo’ num assunto que tantos (demasiados) preferem ignorar. Hoje [por dificuldades inultrapassáveis registadas na semana passada] revelamos aspectos que demonstram até que ponto a incipiência e a ignorância deram mãos à incompetência, para privar o Município – e os Fianenses, em especial – de uma mais-valia patrimonial, com reflexo negativo a níveis do desenvolvimento local e regional. Texto: Orlando Macedo Apoio: Débora Andrade (Patrimonióloga)

A CITÂNEA DE LANCÓBRIGA Promitência, perspectiva e obliteração do projecto de instalação de um ‘Centro Interpretativo da Cultura Castreja’, em Fiães. Em meados de 2011 e depois de intensas negociações, a empresa feirense Sui Generis (Gestão do Património Cultural) e a FLUP estavam em condições de avançar para a instalação de um “Campo de Trabalho de Investigação Arqueológica” em Fiães, no âmbito do Protocolo estabelecido (ver, ao lado). A ideia, amadurecida durante meses e entretanto discutida informalmente na CCDR-N (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte) e na DRCN (Direcção Regional de Cultura do Norte) – entidades que não lhe regatearam encómios – passava pela constituição formal de uma Estação Arqueológica em Fiães. Visava-se aí a instalação do que a ‘SG’ designava, para efeitos comunicacionais, como “laboratório arqueológico in situ” (reservado a estudantes de Arqueologia) o qual deveria se propunha fosse coordenado pelo prestigiado Armando Coelho Ferreira da Silva, Professor Catedrático da FLUP (Antropologia, Arqueologia, História e Museologia) que, ao tempo, dirigia o Departamento de Ciências e Técnicas do Património [da FLUP] e era Consultor da ‘SG’. Tratava-se (e trata-se) de um reputado especialista em Proto-História, cujas obras são referência obrigatória para os estudiosos da Idade do Ferro Peninsular, o mesmo técnico que em 1980 (ver edição ‘CF de 11 de Julho último) havia retomado as escavações no Castro de Fiães, em conjunto com Rui Centeno (ambos ainda hoje ligados a trabalhos no Castro de Romariz).

(d)O projecto

Portanto, em 2011, havia capacidade técnica; havia enquadramento para financiar o projecto através de Fundos Europeus; e havia expectativa e entusiasmo por parte das entidades oficiais. Mas a Universidade, a CCDR-N e a DRCN, cedo puseram o dedo na ferida: não seria possível avançar, sem o envolvimento directo da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Por isso, logo após a assinatura do protocolo com a FLUP (ver, ao lado) foram desenvolvidos contactos com as Câmara Municipal da Feira e Junta de Freguesia de Fiães, culminadas, em Julho de 2011, com reuniões com os respectivos

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presidentes, Alfredo Henriques e Bernardino Ribeiro, aos quais foi entregue informação detalhada sobre o assunto, que incluía um “Guião”, produzido pela SG. Tratava-se de em conjunto documental, que deveria ser utilizado como instrumento de trabalho, aberto às posições das autarquias e em que se definia esferas de competência e necessidades logísticas, focando o que era então considerado como “Pontos-Chave” para a realização do projecto: 1 – Criação do ‘Campo de Trabalho de Investigação Arqueológica do Departamento de Ciência e Técnicas do Património da Universidade do Porto’. 2 – Criação do ‘Núcleo Museológico de Fiães’, prevendo-se, no curto-prazo a ocupação de instalações provisórias; e a médio-prazo, a criação de um designado ‘Proto-Museu’, (como epicentro de um Centro Interpretativo da Cultura Castreja’) o qual poderia ser instalado no ‘Palacete do Inspector’, conforme sugestão de Bernardino Ribeiro. 3 – [Definição de] Modelos de Sustentação do projecto, visando, entre outros Programas de Mecenato e de apoio permanente (o que incluía candidaturas ao então Programa Operacional ON.2, do QREN).


O documento, que abria espaço à discussão de regras de gestão participada, avançava também com a identificação de “outros objectivos e potenciais a considerar” como as perspectivas de “Enquadramento em Plano Estratégico para o Património Cultural”, nos âmbitos concelhio e regional (AMTSM – Associação de Municípios de Terras de Santa Maria); a “Recuperação de Espólio anteriormente retirado do local” (destinado a acervo do Proto-Museu fianense]; estabelecimento, em modo adstrito ao Castro de Romariz, de regras e instrumentos de gestão unificadas (resolvendo os problemas de segurança da estrutura romarizense, que ainda hoje se mantém); identificação de elementos para instruir candidaturas ao ON.2 [no que se admitia financiamento dos projecto e (re)construção de ala a dedicar à exposição do acervo castro-fianense, no ‘Palacete do Inspector’]; e a logística de instalação, admitindo-se a rentabilização de estruturas adjacentes, como Moinhos e estruturas de armazenagem, instalados na área.

O triunfo da inércia

Os dois autarcas acolheram a possibilidade de formas absolutamente opostas: Bernardino Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Fiães, pôs-se prontamente em campo e comprometeu-se a disponibilizar, de imediato, os espaços físicos requeridos pela dinâmica do projecto (o que incluía um armazém para guarda, quarentena e classificação do espólio que era admitido achar-se na estação); Nos antípodas, Alfredo Henriques nunca respondeu, (tal como a vereadora Teresa Vieira, que também fora posta ao corrente do assunto), deixando esgotar prazos e datas alvitradas para reunião com responsáveis da FLUP. No caso do presidente da Câmara, o assunto só voltaria à baila alguns meses

mais tarde, quando a ‘Sui Generis’ – não querendo desistir do processo – tentou reenquadrar o projecto num documento estruturante que então direcionou para a AMTSM, apresentado como ‘PLANO ESTRATÉGICO para o PATRIMÓNIO CULTURAL do ENTRE-DOURO e VOUGA’. Nessa altura, e em reunião, o então presidente da Câmara, depois de muito esforço, lá conseguiu ‘descobrir’ o processo original sob uma pilha de documentos que se amontoavam num canto da sua secretária, (onde outros projectos da “SG” se encontravam igualmente ‘arquivados’ havia anos)… Poderá sustentar-se que, na altura, com a Câmara da Feira a perder oportunidades e mais-valias sociais, culturais e económicas, (principalmente para o território de Fiães), e não obstante, Inês ainda não era morta. Mas foi deixada perecer por exaustão, numa actuação que se afigurava criteriosa… Poderia falar-se de inércia; mas há indícios de que houve ali a preocupação de não chocar o projecto com ‘simpatias’ pessoais e, quiçá, particulares, que estavam então em curso, tendo chegado a alvitrar-se o temor (ridículo e injustificado) de risco de secundarização do Castro de Romariz; poderia falar-se de incúria, se acima disso não sobressaísse a dúvida legítima de que nada aconteceu por acaso… Bastará referir que, nos nossos dias, o site da Junta de Freguesia de Fiães (www.jffiaes.pt), no que respeita a ‘Património’, faz referência a quatro estruturas religiosas (igrejas e capelas) uma quinta e um palacete, ignorando o “seu” Castro; Mas mais grave é o que (não) apresenta o site da Câmara da Feira (www.cmfeira.pt): quem pesquisar por “castro de fiães” é remetido para… “castro de Romariz”… Falemos pois de uma cortina de silêncio que se abate sobre o Castro de Fiães; ou antes, de (mais um) atentado

aos interesses do Património Cultural Concelhio, com particular lesão dos interesse dos Fianenses, que andam há anos a engolir patranhas acerca do

Castro de Fiães, pese embora seja de justiça reconhecer todos os esforços a que Bernardino Ribeiro não se poupou, para levar o projecto avante…

Cuidar do Património Cultural, é também zelar pela suas divulgação e promoção responsáveis. Três anos depois da apresentação do projecto e mais de um, decorrido após a respectiva formalização, o Mapa de abrangência da “Rede de Castros do Noroeste”, continua a ignorar (fica-se pela margem-norte do Douro) a existência do Castro de Romariz, o qual nem sequer é referido na lista de Contactos do site oficial da Rede (www.castrosdonoroeste.pt), em que constam os congéneres. Para além da incúria demonstrada por quem deveria zelar pelo assunto, em defesa dos interesses locais, registe-se a ironia de que o exigente “Regulamento de Adesão” da RCN grafa logo no Artigo 3º do seu ‘Regime Geral’, (CAPÍTULO II; SECÇÃO I Objetivos) que “a Rede de Castros do Noroeste prossegue os seguintes objetivos: a) A valorização e a qualificação da cultura castreja e da realidade arqueológica intrínseca; b) A promoção do reconhecimento e divulgação destes sítios arqueológicos de características excepcionais”…

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O FERRARI COM PNEUS DE FIAT 600

OPINIÃO

Margarida Rocha Gariso, Líder do Grupo Municipal do PS POLÍTICA NO FEMININO O Parque Empresarial de Recuperação de Materiais das Terras de Santa Maria (PERM) é um projeto da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria que envolve os concelhos de Santa Maria da Feira, Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira e Arouca. Este é um dos maiores parques empresariais do país e surge para acabar com as sucatas à beira da estrada. Tem uma área de 423 mil metros quadrados, equivalente a 44 campos de futebol, e custou cerca de 16 milhões de euros. Metade da verba foi financiada por fundos comunitários e o restante através da venda de lotes. De acordo com a informação disponível, o PERM é um verdadeiro Ferrari estacionado em Pigeiros, mas sujeito a grandes dificuldades de circulação. Quem for ao local – como eu fui, para avaliar a situação – ou fizer uma visita virtual via “Google maps”, rapidamente se apercebe que em termos de acessibilidades/rede viária, estamos perante um Ferrari com pneus de Fiat 600. Isto é: Se acreditarmos na informação, quando o PERM estiver em funcionamento – o que desejamos seja o mais rapidamente possível, pelo tão importante e necessário investimento e emprego que poderá vir a acrescentar – será enorme o aumento do volume de circulação de veículos pesados e ligeiros naquela zona do Concelho. Enorme e preocupante, porque não foi planeada resposta estrutural para suportar esse aumento de tráfego. A cerca de 500 metros, temos a congestionada Estrada Nacional N.º 1 e a cerca de 4 quilómetros, o acesso à A32. Isto é, o fluxo de trânsito vai obrigatoriamente exercer pressão em estradas que manifestamente não têm dimensão para a intensidade de utilização e para o tipo de transporte previsto e sempre em ambiente urbano. Não é difícil imaginar que se nada for feito vão gerar-se sérios problemas de segurança e de fluidez de trânsito, etc. Nesse caso, é necessário alargar a via de acesso à EN1 e criar uma solução de entrada e saída de viaturas, em segurança, de preferência, através de uma rotunda de dimensões assinaláveis. A outra possibilidade de escoamento é através de Romariz com o trânsito a processar-se através da povoação em ruas e estradas construídas há mais de 40 anos, sem perfil e dimensão para receber este tipo de trânsito, prejudicando empresários, trabalhadores, habitantes/residentes, pondo em causa a sua segurança e qualidade de vida e consequentemente prejudicando a economia, tornando o território menos atrativo e competitivo por falta de respostas capazes a este nível. Portanto, é necessário ser já estudadas e encontradas soluções que venham a tempo de evitar os problemas, prevenindo-os com estratégia, planeamento e boa gestão do território. Temos de evitar situações como a do Parque Empresarial da Cortiça (PEC), um projeto que deixou um lastro de vários milhões de euros de investimento, que a Câmara deixou morrer, tal como mantém permanentemente adiada a via estruturante municipal Feira/Nogueira, que desagua sem seguimento na estruturante Lourosa/Lamas. Por estes dois exemplos podemos perceber o que falta fazer ao nível de uma eficaz política de mobilidade e acessibilidades viárias e dos milhões que têm sido desperdiçados por ausência de visão e pensamento estratégico. Como diz Sêneca: “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.” Será que a autarquia está mais uma vez à espera que aconteça o problema para só depois o tentar resolver?

António Cardoso, Deputado do Partido Socialista na Assembleia da República

É URGENTE ALTERAR O SERVIÇO DE CERTIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DA CERTIEL NÃO BAIXAR OS BRAÇOS A certificação das instalações elétricas como condição prévia à sua ligação à rede de distribuição, ao ser considerado como fator fundamental para a garantia da segurança de quem as vai utilizar, quer no âmbito doméstico (em nossas casas), quer em escritórios, pequenas indústrias ou comércio, não pode ser uma prática única e inalterável. O Estado, ciente dessa sua obrigação, instituiu oportunamente a figura da ANIIE – Associação Nacional Inspetora de Instalações Elétricas, em quem delegou a responsabilidade pela coordenação de todo o processo e a quem conferiu, em exclusividade, a competência para certificar as referidas instalações elétricas. A lógica de funcionamento prevista pelo novo enquadramento legal é, por certo, uma lógica de abertura do mercado das inspeções, na medida em que estabelece que o reconhecimento das EIIEL apenas depende da verificação de um conjunto de condições administrativas e permitindo que “as entidades legalmente estabelecidas noutro Estado membro da UE ou do Espaço Económico Europeu para a prática da atividade de inspeção de instalações elétricas podem exercer essa atividade de forma ocasional e esporádica, em território nacional”. Por outro lado, a CERTIEL, entidade reconhecida como ANIIE, mantém a competência para aprovar projetos e certificar instalações. Como conclusão, podemos afirmar que a Lei n.º 14/2015 vem, efetivamente, introduzir alterações no modelo de verificação das instalações, em vigor desde 1 de fevereiro de 1999, mas não deixa, contudo, de manter a necessidade de certificação das instalações e aprovação dos projetos previamente à ligação à rede das instalações de utilização, na medida em que essas funções, atualmente da competência da CERTIEL, não foram revogadas pela nova Lei. Em recente audição ao Secretário de Estado da Energia na Comissão da Economia, Inovação e Obras Públicas, este foi confrontado com a necessidade de alterar a tramitação que se vem fazendo com os pedidos de ligação de energia elétrica.

Na qualidade de Deputado do Partido Socialista, presente nessa audição, descrevi a seguinte realidade na tramitação de um simples pedido de energia elétrica que vai de um simples abastecimento de energia elétrica a um motor de água de um poço até a uma indústria mais complexa: - O pedido de inspeção vai para a Certiel em Lisboa. Este pedido só terá andamento quando forem pagas as taxas, que não são tão pequenas assim!... Pagas as taxas, o processo tem andamento. De seguida, é sujeito a uma triagem (que tem levantado muitas dúvidas de transparência). Só alguns pedidos vão a vistoria. Mas todos pagaram taxa!... Este é enviado para uma entidade de inspeção da região do requerente. Realizada a vistoria, o processo regressa de novo a Lisboa para depois ser despachado ao cliente. Esta tramitação é desnecessariamente muito demorada. É tempo de alterar este procedimento. Neste sentido, foi recomendado ao Secretário de Estado da Energia que a certificação e ligação das instalações elétricas seja imediata, e as eventuais inspeções às instalações sejam feitas à posterior. Desta forma, as instalações continuam a ser escrutinadas, a sua certificação e qualidade continuará assegurada e não existirão atrasos na ligação de energia elétrica às habitações, comércios indústrias, etc. com ganhos de entrada em funcionamento, sem os atrasos que hoje se verificam…. Os empresários não entendem esta demorada tramitação, com prejuízo para a competitividade das suas empresas quando sabem que as instalações elétricas são assumidas por um técnico responsável com habilitações e competências profissionais iguais às dos inspetores! Pergunta-se qual a razão que impede a ligação imediata da energia elétrica quando as inspeções das instalações podem ser feitas com as mesmas em funcionamento, o que permitirá melhor fiscalização, garantindo a certificação dessas instalações em contexto de funcionamento. Resumindo, temos energia elétrica cara, tarde e a más horas para quem precisa…. situação que é inaceitável, como tal tem que ser rejeitada. Publicidade

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Reflexões sobre a Carta Educativa de Santa Maria da Feira

É urgente uma carta educativa atual Vítor Martins Gabinete de Comunicacão do CDS Feira

Ao refletir sobre o panorama das escolas, da educação e do ensino no concelho de Santa Maria da Feira, procurámos informação recente na documentação municipal. Encontramos na página da Educação da Câmara Municipal alguma informação avulsa relativa a iniciativas pontuais, mas a informação relevante sobre escolas, educação e ensino aparece datada de 2005. A carta educativa é de agosto desse ano. Constatamos, portanto, que há uma grande desatualização dos dados que deveriam servir de base, anualmente, à distribuição de alunos, turmas, cursos, abertura ou fecho de salas, etc. A informação que surge é, além do mais, incompleta e enganadora, não se sabe a capacidade de turmas que cada EB 2,3 ou secundária tem; há escolas que são dadas

como existentes (até têm fotografia) e já fecharam, etc. Mesmo assim, dá que pensar aquilo que se fez com a informação disponível na altura, há pouco mais de uma dezena de anos, e a realidade de hoje. O estudo demográfico apontava já para um muito significativo aumento do índice de envelhecimento e para uma diminuição acentuada do número de crianças em idade escolar ou que viessem a ter idade escolar nos anos mais próximos. Todavia, no quadro de propostas de intervenção por freguesia, há uma lista de seis páginas em que, quase invariavelmente, se propõem ampliações ou novas construções de escolas. Algumas até foram feitas e meia dúzia de anos depois fechadas! Na verdade, o que se projetava na

Carta Educativa de 2005, em termos de população residente, não se confirmou, ficando esse número abaixo do estimado. Mas, mais grave do que isso, a variação da população nos escalões etários mais jovens, cuja redução já se previa, decresceu bastante mais do que o esperado e constantemente ao longo destes últimos 15 anos. Por exemplo, o número de crianças com 0-4 anos passou de 8.432 (em 2001) para 5629 (em 2015); no escalão 5-9 anos, passou de 8371 (em 2001) para 6399 (em 2015), segundo a Pordata. A Carta Educativa precisa pois de ser urgentemente revista e atualizada para que se possa falar com autoridade da rede escolar do Concelho e de tudo o que envolve a educação. A informação e desinformação que circula, que é inclusivamente usada

em Assembleias Municipais sem qualquer rigor, só prejudica uma análise séria, racional e que sirva o bem público de educação e ensino. Em teoria, e olhando os dados confirmados que vão sendo conhecidos, uma questão se coloca no Concelho ao nível do ensino secundário: a provável necessidade de uma escola com esse nível de ensino no nordeste do Concelho. No entanto, só a partir de um estudo sistemático, anual e aturado do terreno, só a partir da auscultação metódica das famílias e dos jovens, das forças sociais e das empresas, se poderão tomar decisões. 11 anos de atraso não se justificam. Aprendamos com os erros e façamos melhor, sem gastos desnecessários, na perspetiva do bem comum e não de interesses particulares ou de política pouco clara.

nas mais diversas eleições. Livres para discutirem na mesa ao almoço, no café e barbearias, os temas do momento veiculados pelos mass media. Livres para obedecerem aos ditames dos sargentos, chefes e patrões. Livres para serem campeões da Europa de qualquer modalidade. Livres para se vestirem, cortar cabelo e barba, curtir músicas… segundo a moda dominante. “Se fosse eu que mandasse”… oiço este início de frase constantemente seguido de soluções para o terrorismo, corrupção, etc. A ilusão está bem orquestrada: aparentemente podemos ter e ser tudo, mas não mandamos em nada. Talvez por isso as relações amorosas e paternais sejam a única válvula de escape dessa recalcada vida sempre a obedecer e vergar a cabeça, e depois quando se chega a casa quem paga é a mulher com umas sapatadas e o filho com a obrigação de ter de ser na escola,

na bola e na vida aquilo que os pais não conseguem ser. Não vivemos em liberdade, mas em impotência. Somos os metecos de um sistema que nos ultrapassa e encanta com as suas libertinagens e consumo redentor das mais variadas drogas. Dentro do sistema capitalista, os indivíduos não controlam nem definem absolutamente nada da sua existência. A liberdade, alimentada pelos poderes da desresponsabilização que atribui culpas ao outro e que, como a seleção de futebol vence, colhe alegrias conquistadas por outrem. Condições de vida, pensamento, ação e afetos: tudo está delegado, restando um indivíduo alienado que mediado pelos inúmeros ecrãs da sua vida assiste, assiste, assiste… até que o mestre Foucault sintetizou com uma frase lapidar a condição humana dos nossos tempos: “O Homem está morto”.

comfortably numb Joaquim Pedro da Silva Rodrigues Mestre em Filosofia São João de Ver

METACORTEX Em 1819, Benjamin Constant escreveu De la liberté des anciens comparée à celle des modernes, um texto em que sintetizava algumas diferenças entre as sociedades liberais burguesas e as que outrora se ousou denominar de berço da democracia entre o período arcaico e o helenístico na Grécia Antiga. Segundo a sua teoria, deixando o trabalho para os metecos e escravos, os homens livres só o verdadeiramente eram na medida em que estavam imbuídos de um dever ético republicano de participação e resolução direta de todos os assuntos da sua cidade. Observador perspicaz, Constant percebeu que a liberdade política, após as revoluções americana e francesa, era perspetivada de distinta forma: os homens querem erigir um quadro legal, parlamentos e quaisquer outras regras que criem normas civis, possibilitando a to-

dos o fruir do seu tempo e negócio (negação do ócio) sem ser importunado, delegando (alienando) assim o seu poder decisório ao encargo de outrem. Contudo, a forma como aquelas duas sociedades perspetivam e vivem a liberdade não define o que é a liberdade e autodeterminação em termos políticos. Pelo contrário, demonstram que inicialmente as ideias dependem e são produto das condições do meio em que se inserem, e que depois se estabelecem como hábito até à cegueira da crença de que o que vivem é o correto e lei natural. Vejamos, eu jamais conheci alguém que considere que não pensa pela sua própria cabeça. Aliás, todos se crêem livres. Livres para única e exclusivamente responderem ámen quando o intérprete de Deus na terra fala do alto do seu púlpito. Livres para delegarem poder legislativo e executivo a homens e partidos

Emprego

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PEV em jornada dedicada ao ambiente

“temos dúvidas da legalidade das exigências da indaqua” Antero Resende, dirigente do partido “Os Verdes”, põe em causa o direito legal da Indaqua quando a empresa “pede uma vistoria ao domicílio dos feirenses para verificarem os sistemas de consumo de água”.

POLÍTICA

Marcelo Brito

O Partido Ecologista “Os Verdes” realizou uma jornada dedicada ao ambiente, na quinta-feira, e Santa Maria da Feira não ficou de fora. A Indaqua Feira foi a empresa mais visada, isto porque o PEV afirma que a população está “em pânico” com os actos da concessionária dos serviços municipais de distribuição de água e recolha de águas residuais. Depois do CDS ter apontado o dedo à Indaqua, acusando-a de “obrigar os clientes a consumir mais água do que necessitam”, foi agora a vez de Antero Resende, dirigente do PEV, colocar em causa a “legalidade da Indaqua ao pedir uma vistoria ao domicílio da população para verificarem os sistemas de consumo de água e consequente ligação às águas residuais”. “A população do Município está a ser varrida por cartas da Indaqua, com uma linguagem bastante acutilante, propondo aos utentes essa vistoria”, salientou. Antero Resende revelou que “os feirenses têm contactado Os Verdes a exporem esses problemas”. “Temos cartas em nosso poder que são a prova disso”, garantiu. Antero Resende critica a Indaqua por “colocar a exigência só do lado do utente” e partilhou uma solução: “Se há dificuldade existencial no sistema – comprovar a quantidade de água residual que o utente “manda” para a rede –, a Indaqua que crie um contador para esse efeito”. Antero Resende não se poupou nas críticas à Indaqua e voltou a questionar a legalidade

dos procedimentos. “A Indaqua afirma que o utente tem que requerer uma vistoria, algo que do ponto de vista jurídico nem sei se está correcto. Eles propõem um consumo de estimativa média. Com que base legal é que a Indaqua avança para consumos médios? Gostava de saber, porque estas coisas devem dar direito a ganharmos o Totoloto”, ironizou. Durante a conferência, José Luís Ferreira, deputado da Assembleia da República, esclareceu que vai interrogar o Ministério do Ambiente sobre esta questão. “Queremos saber se estão a par do que se está a passar e que medidas estão previstas para evitar os abusos”, disse.

Maus cheiros no aterro em Canedo

As queixas da população sobre os maus cheiros provenientes do Aterro do Gestal, em Canedo, são conhecidas, mas desvalorizadas pelos dirigentes do PEV que visitaram, também na quinta-feira, o aterro. “Tínhamos algumas reclamações sobre os maus cheiros, mas não os sentimos, admitindo que possam ter ocorrido”, afirmou José Luís Ferreira. O deputado deixou claro que “o aterro tem boas condições” e que o (mau) cheiro “no local não é tão intenso como noutros aterros”. “Parte substancial dos resíduos vai directamente para o aterro sem passar pela central de triagem, o que pode significar um encurtamento da vida útil do mesmo”, afirmou.

Já sobre a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Fiães, José Luís Ferreira disse que “já está elaborada uma questão ao Ministério do Ambiente, não só sobre os maus cheiros, mas também sobre as descargas ilegais que possam ter ocorrido nos últimos dias”.

Associação de Defesa dos Consumidores da Indaqua

O deputado do Partido Socialista, Márcio Correia, avançou com a criação da Associação de Defesa dos Consumidores da Indaqua e explicou ao Correio da Feira o motivo. “No âmbito da minha profissão [advocacia], comecei a receber clientes que se queixavam de diversas situações que não estavam a ser devidamente tratadas pela Indaqua. Surgiu a ideia de criar uma associação que defenda os interesses dos consumidores”, afirmou. Márcio Correia esclareceu que os membros fundadores da Associação “nada têm contra a Indaqua e Câmara Municipal”. “Aquilo que nos move são os consumidores e os seus direitos. A lei protege-os. Todas as situações que entendamos que estejam ilegais, a Associação vai dar-lhes voz activa”, concluiu. Ricardo Grazina, director da Indaqua Feira, afirmou não ter conhecimento da criação da Associação, mas mostrou-se “completamente disponível para esclarecer quaisquer que sejam os problemas que esta tenha para resolver”.

Inquérito da Juventude Popular

Feirenses satisFeitos com município mas apontam melhorias A Juventude Popular de Santa Maria da Feira levou a cabo, nos últimos meses, um inquérito junto da população de todo o Concelho para averiguar a sua satisfação com o estado do Município. Os resultados, diz a estrutura, foram “na sua grande maioria” positivos, mas a população aponta aspectos a melhorar, como as taxas pagas pela recolha de resíduos sólidos urbanos e abastecimento da rede de água, a disparidade na política de distribuição de auxílios sociais às famílias mais carenciadas, a falta de informação quanto ao apoio proporcionado pelas entidades camarárias na oferta activa de emprego, a degradação da rede viária (destacam a Rua de São Miguel na União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande) e apontam a necessidade de mais políticas de apoio ao turismo local e às estruturas públicas das freguesias e uniões.

Recolheram, ainda, testemunhos quanto ao “profundo descontentamento da localização do aterro sanitário intermunicipal de Canedo, com impactos inertes, muitos deles irremediáveis”. “Ainda pelas terras da União de Freguesias de Canedo, Vale e Vila Maior, luta-se pela reactivação do corpo de Bombeiros e pela requalificação urgente do centro de saúde de Canedo”, lembram. Para muitos feirenses, a principal queixa é o défice na oferta de transporte público no Concelho e por isso sugerem “horários transversais a todas as necessidades”. A fazer, “pressionar a EP quanto à EN223, no troço entre as Airas e a Corga, visto que não existe qualquer tampa da rede saneamento alinhada com o pavimento, potenciando sinistros e danos nas viaturas”; e a concretização de projectos adiados como a ligação do metro a Santa Maria da Feira, www.correiodafeira.pt

que potenciariam o desenvolvimento económico e melhoria da qualidade de vida dos feirenses. Salientam ainda a necessidade de “incentivo municipal ao investimento nas zonas industriais por parte das instituições privadas” pois “gerará emprego”. Quanto à própria JP, os feirenses mostram-se familiarizados com a estrutura e acreditam que as as juventudes partidárias “são fundamentais para o desenvolvimento pessoal e pro-atividade na luta por um futuro melhor de todos”. “Acreditamos que o ingresso em estruturas, não só partidárias, é crucial no desenvolvimento de qualquer jovem, incitando para a luta que advém em idades mais maduras. No entanto, tivemos também algumas impressões menos positivas neste ponto, como a descrença face às juventudes partidárias no desenvolvimento interpessoal dos jovens”, aponta a JP, em comunicado. 25.JUL.2016

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Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga

Elsa soarEs nomEada dirEctora clínica

SOCIEDADE

Elsa Soares foi nomeada, em reunião de Conselho de Ministros, sob proposta dos Ministros das Finanças e da Saúde, segundo parecer favorável da CRESAP, Directora Clínica do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV), diz o centro em comunicado. Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto desde 1985, com especialidade em Anestesiologia, exerceu funções no Hospital de S. Sebastião desde a sua abertura, em 1999, tendo permanecido na instituição até Abril de 2016, quando, por concurso, ascendeu à categoria de Assistente Graduado Sénior no Centro Hospitalar do Baixo Vouga. Do seu currículo, destaca-se o exercício de diversas funções de chefia e coordenação, tendo integrado a equipa de “Comissão de Acompanhamento da Joint Commission” que iniciou a Acreditação do CHEDV em 2007. É detentora do mestrado em Cuidados Paliativos e várias pós-graduações na área médica.

corridas solidárias contribuem para a laHss A Prova Internacional “24 horas Portugal” em circuito fechado decorre nos dias 17 e 18 de Setembro em Vale de Cambra. À imagem de anos anteriores e no âmbito da referida prova, Ricardo Bastos participará com a 6.ª Edição das Corridas Solidárias. Este ano a Liga dos Amigos do Hospital São Sebastião será a instituição beneficiária. O Ricardo corre pela Liga e a Liga pede, por isso, o apoio de todos ao atleta. “O objectivo é que cada um de nós contribua com uma quantia mínima de 0,05 euros por cada km percorrido pelo Ricardo, que em média faz 100 km’s nas 24 horas”, diz a Liga, em comunicado.

CHEDV e Bombeiros de Oliveira de Azeméis reforçam articulação O CHEDV informa, ainda, que o Conselho de Administração do Centro Hospitalar se reuniu com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis com o objectivo de analisar a articulação e cooperação entre as duas instituições. No encontro, debateram-se temas relacionados com o transporte de doentes e com a articulação entre o transporte e os serviços de Urgência do CHEDV. Para Miguel Paiva, presidente do CHEDV, “ficaram expostos aspectos importantes para o socorro e assistência médica às populações de Oliveira de Azeméis e do EDV, tendo ficado aberto um canal de comunicação que garantirá uma melhoria da capacidade e qualidade da resposta nestas importantes áreas”.

colóquio na casa da cultura de Gião O Núcleo do CDS da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande leva a cabo, na próxima quarta-feira, um colóquio na Casa da Cultura em Gião, pelas 21h00. Os temas reflectem algumas das grandes preocupações da União e como oradores estarão Fernando Almeida (Funcionamento da Junta e Assembleia de Freguesia), Ângelo Santos (Educação e as escolas do Concelho), Alferes Pereira (O preço da interioridade e Futuro do Nordeste Feirense) e o Núcleo da União (Ideias e Propostas do Núcleo do CDS para a União de Freguesias).

Buscas em Gaia e Feira

três HomEns idEntificados por furto Militares do Núcleo de Investigação Criminal de Ovar recuperaram, no passado dia 14 de Julho, diverso material furtado em estabelecimentos de venda de tabaco e televisores, e identificaram três homens. A investigação resultou na realização de três buscas domiciliárias nos concelhos de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira, tendo sido aprendido o seguinte material: 2391 euros em numerário; cinco televisores LCD; dois

revólveres de alarme; uma pistola de alarme; munições de diversos calibres; maços de tabaco; latas com tabaco de enrolar; ferramentas utilizadas nos furtos, nomeadamente dois pés de cabra, um alicate universal, um par de luvas e dois gorros; cinco telemóveis. Os suspeitos, com idades entre os 26 e os 46 anos, foram constituídos arguidos e sujeitos a termo de identidade e residência.

Harpa, dança e chás no evento

BanHos dE s. JorGE com visita da rainHa d. isaBEl Pela décima edição consecutiva, a área temática dos Banhos S. Jorge integra o programa da Viagem Medieval, retratando as práticas ancestrais do termalismo. De 27 de Julho a 7 de Agosto, todos os visitantes do evento podem desfrutar de “banhos e unguentos” no “cenário romântico” da Quinta do Castelo, ao som de melodias de harpa e performances de dança, e degustando um chá aromático. Em tempos de reinado de D. Dinis, os Banhos S. Jorge são honrados pela visita diária da Rainha Dona Isabel. “Pela sua generosidade não deixará de dar pão às belas donzelas que retribuem com uma bela dança, alusiva ao milagre da Rainha

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Santa”, dizem as Termas, exaltando os benefícios das águas minerais naturais. “Cada vez mais estudos clínicos científicos confirmam os resultados preventivos e curativos do termalismo”, afirmam. A recriação histórica dinamizada pelas Termas S. Jorge pretende valorizar a actividade termal, comprovando a sua importância ao longo dos tempos. Neste sentido, convidam os visitantes a fazer uma paragem no roteiro para “descanso e retemperação de energias” com experiências de bem-estar. Todos os visitantes recebem ainda um vale de desconto (25€) equivalente à oferta da inscrição termal e de um desconto adicional de 10% em tratamentos. www.correiodafeira.pt

livro sobre marketing digital e E-commerce lançado FEIRA A biblioteca do Isvouga acolheu, no passado dia 14 de Julho, o lançamento oficial do livro Marketing Digital e E-Commerce. O livro foi prefaciado por José Alberto Claro, professor da Universidade Federal de São Paulo – Brasil e por José Daniel Barquero, Director Geral da ESERP – Business School of Business & Social Sciences (Barcelona, Madrid e Maiorca – Espanha). Participam, igualmente, nesta edição os autores Carolina Afonso, David Monteiro, Inês Amaral e João Neto, na sua maioria docentes da Pós-Graduação em Marketing Digital do Isvouga. A obra teve o apoio da Bizfeira – Plataforma de Negócios de Santa Maria da Feira e do Isvouga.

fotolegenda

S. JOÃO DE VER O Núcleo do CDS de S. João de Ver tomou posse, na passada sexta-feira, num jantar no Restaurante Monte das Oliveiras, que contou com mais de uma centena de pessoas, entre as quais o deputado Nuno Melo.


Evento realiza-se a 10 de Setembro

UM LABIRINTO SENSORIAL PELAS RIBEIRAS DO UÍMA Daniela Castro Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

“Sejam bem-vindos ao meu parque”, iniciava o presidente da Câmara, Emídio Sousa, na passada terça-feira, numa conferência de imprensa que visava apresentar o mais recente projecto para o Parque das Ribeiras do Uíma. “Uma experiência eco-sensorial inovadora, em que vamos “ver com os ouvidos”, porque a beleza deste parque percebese nos sons. “Ora ouçam”, afirmou, e o silêncio permitiu ouvir o chilrear dos pássaros em volta. A iniciativa está planeada para o dia 10 de Setembro e o ponto alto será um labirinto de sensações ao longo do corredor do Uíma, a que chamaram “À Flor da Terra”, que visa, baseado em trabalhos académicos sobre o espaço, apurar os sentidos das pessoas, fazendo com que se “percam, descubram, sintam e entreguem” à Natureza. As inscrições serão feitas online e no local e o núme-

ro está limitado aos 150 participantes durante todo o dia, divididos depois em grupos de quatro, para melhor absorverem a experiência.

Workshops, terapias, poesia e muito mais

Os mentores são Cátia Lopes, actriz, e David Santos, terapeuta, que já têm algo semelhante no currículo, os Jantares às Cegas que se realizavam no antigo Orfeu. Desta vez, propõem-se a dar um âmbito diferente ao parque, “inserindo a Cultura numa área atípica”, e já têm uma série de acções definidas. Além do labirinto, haverá toda uma área gratuita à disposição de qualquer visitante, que incluirá um mercado de produtos biológicos e orgânicos, que vão desde a alimentação a artigos de moda sustentável, do artesanato aos workshops de construção de instrumentos, dos

produtos de beleza às obras de arte. Ainda, poesia, mindfullness, galeria de arte, concertos intimistas e danças, eco-cozinha, jogos lúdico-sensoriais e um espaço de terapias (massagens, acupunctura, arte-terapia) e práticas bio-energéticas (meditação, reiki, yoga e taiChi). A patrocinar o evento, está o Grupo Piedade, que vai aliar a sua matéria-prima, a cortiça, à experiência. “É uma honra participar neste certame, por vezes não nos damos conta da riqueza que temos tão perto”, referiu António Oliveira, acrescentando que o grupo quer “estar próximo da população”. Como a cortiça estará inserida no evento é “surpresa”, assim como se irá processar o labirinto ou até outras iniciativas ainda por revelar. O presidente da Junta de Freguesia de Fiães, Valdemar Ribeiro, também presente na conferência,

Investimento de 60ME e criação de 600 postos de trabalho

mostrou-se “orgulhoso” pela realização deste evento num “espaço aprazível e de contemplação” e revelou que a dupla de mentores já se encontrava a trabalhar com associações locais, como os Escuteiros, para a concretização do evento. “A Câmara apostou em nós e no espaço e o projecto vai unir a ecologia, a sustentabilidade, as artes sensoriais, a saúde e o bem-estar”, garantiu David Santos, referindo que se trata de um “projecto de educação não-formal” para “todas as faixas etárias”. Uma forma de valorizar o parque e o próprio teatro sensorial que não é muito habitual. “O público deixa de ser só espectador e passa a ser viajante e a criar a sua própria história”, disse Cátia Lopes, que quer potenciar o imaginário e fazer as pessoas “reflectir”, até porque “o labirinto é como a vida”, existem “múltiplas escolhas”.

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AMY’S KITCHEN INSTALA-SE EM SANTA MARIA DA FEIRA A empresa norte-americana do sector alimentar Amy’s Kitchen vai instalar-se em Santa Maria da Feira com a sua primeira unidade externa, num investimento que ronda os 60 milhões de euros e irá criar 600 empregos. Fundada em 1987 na Califórnia, a Amy’s Kitchen especializou-se na confecção de refeições vegan pré-cozinhadas sem ingredientes geneticamente modificados e há mais de um ano que procurava uma localização na Europa para internacionalizar a sua actividade. O presidente da Câmara da Feira, Emídio Sousa, congratula-se com esta conquista, dizendo que “conseguiram atrair este investimento para a Feira graças a um trabalho de diplomacia económica que têm vindo a fazer sistematicamente ao longo dos últimos anos”. “Estamos muito satisfeitos, porque a fábrica representa 600 novos postos de trabalho directos e, além disso, vai obrigatoriamente gerar uma série de outros negócios na região, não apenas no que se refere a maquinaria, automação e à construção da própria unidade, mas também no que diz respeito ao transporte da produção, aos produtos agrícolas para confecção das refeições, etc.”, afirmou em declarações à Lusa. A obra será concretizada faseadamente ao

longo de cinco anos e a empresa já adquiriu um terreno de 80 mil metros quadrados no Lusopark (zona empresarial junto ao Europarque). A construção arrancará no prazo de seis a nove meses para que a fábrica comece a laborar em pleno em 2018. O objectivo é “abastecer toda a Europa com comida que se pode aquecer no micro-ondas, mas tem sempre a garantia de que é saudável e de qualidade”, garante Emídio Sousa. O projecto da Amy’s Kitchen a desenvolver em Portugal contou com o apoio da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, e envolve comparticipação comunitária. O contrato de financiamento foi formalizado na passada sexta-feira em cerimónia no Europarque que contou com a presença do PrimeiroMinistro, António Costa. Emídio Sousa aproveitou a ocasião para assinalar alguns problemas do Concelho, nomeadamente as preocupações dos empresários das termas por “ainda não ter ocorrido a descida do IVA no sector” e solicitar ao Governo “a viabilização do projecto de construção da via ‘eixo das cortiças’”. António Costa sublinhou a “importância de investimento estrangeiro, como da Amy’s Kitchen, para a economia nacional”. www.correiodafeira.pt

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O pOder femininO num círculO que O apOia Anabela Santos é a mentora deste novo projecto que junta mulheres numa busca pelo autoconhecimento e amor-próprio. Já existente noutros locais, o Círculo chegou a Santa Maria da Feira há alguns meses e as sessões têm esgotado. Daniela Castro Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

FEIRA À porta da sala, ouvimos tambores. É Anabela Santos que se prepara para a próxima sessão do “Círculo de Mulheres” no Spacium Terapêutico. As participantes vão chegando, cumprimentam-se, já se conhecem bem. A porta abre-se e o círculo está montado. As cartas espalhadas, alguns objectos no meio, música a preencher a sala. Tiram os sapatos, sentam-se nas almofadas coloridas e a “Facilitadora” recebe-as com um sorriso. Está na hora.

Círculos diferentes

O projecto estava na gaveta há algum tempo. “Já tenho escrito em papel há muitos anos e um dia disse à Ana [proprietária do Spacium Terapêutico] que gostava de o pôr em prática. Desafiei-a e ela aceitou”, conta Anabela Santos. Mas este círculo é diferente dos outros. “Os meus círculos são com a minha verdade. Eu fugia ao que eram os círculos em Portugal porque puxam muito para a parte espiritual, para os rituais. Eu também faço isso, mas conjugo com exercícios para as mulheres se conhecerem melhor, se porem à prova… Acabei por criar os meus próprios círculos”, afirma. E este é o grande objectivo do Círculo, o auto-conhecimento. “Resgatar a essência da mulher pois nós carregamos muito peso e culpa, não nos conhecemos, não nos amamos. Não conseguimos mudar nada na nossa vida se não nos conhecermos”, explica Anabela Santos, acrescentando que o Círculo também serve para “nos conectarmos umas com as outras”. “É importante percebermos que há outras mulheres que sentem o mesmo que nós pois quando se juntam mulheres coloca-se sempre um ênfase negativo e temos de fazer o oposto, começar a confiar umas nas outras”, frisa. Até porque “todas as mulheres têm uma parte nossa”. “Temos tendência a

viver só na nossa cabeça e coração e ao partilharmos com outras mulheres, percebemos que sentem o mesmo, e já não nos sentimos tão solitárias”, salienta. Anabela Santos não define com antecedência o que vai acontecer em cada Círculo, confia na sua intuição. “Há semanas em que só no dia anterior é que sei o que vou fazer. Entrego-me, é como se fosse alguém atrás de mim que me indica o caminho”, revela. O grupo vai variando consoante as sessões mas a mentora do projecto não quer que seja muito extenso. “Hoje temos cá 10 mulheres mas já tive um círculo com 15, quando abordamos “A Deusa que Habita em Nós”. Não quero tantas porque acaba por se perder o contacto. Com muita gente, fugimos para dentro da concha”, refere. A duração também não está estabelecida. “Não há tempo definido porque há mulheres que entram em processo emocional, começam a contar qualquer coisa e eu não as posso interromper, porque se calhar estão a manifestar algo que nunca manifestaram”, realça.

Sempre surpresa

O objectivo é que as participantes se “entreguem e se permitam a sentir”. “Nós já não sentimos, apenas pensamos, pois desconectámo-nos com o coração, e é lá que estão as respostas para as nossas vidas. É isso que quero puxar: a parte do sentir”, esclarece. Algumas mulheres continuam, outras páram e mais tarde regressam. “Mexe com elas. Não insisto com ninguém, não digo “devias vir”. Deixo que sintam, e vão fazendo o processo delas”, afirma. Um dos Círculos com mais “resistência” foi o do “Perdão”. “Perdoar as coisas que estão para trás, é mais difícil, têm de mergulhar em águas paradas”, salienta.

O feedback tem sido muito positivo. “Gostam, se não houver círculo sentem falta. E ficam sempre naquela ânsia, porque é surpresa, nunca digo o que vamos fazer. É um espaço em que podem partilhar, não são julgadas, e há poucos sítios assim”, adianta. O impacto tem sido confirmado pela quantidade de inscrições. “Mal fizemos publicidade, esgotou logo na primeira semana, havia muitas mulheres a necessitar. Começámos com um grupo, as solicitações começaram a ser cada vez maiores e agora fazemos círculos todas as semanas com grupos diferentes”, conta a proprietária do Spacium Terapêutico, Ana Almeida, que abriu este espaço há poucos meses com terapias convencionais e alternativas. “Achei uma coisa diferente, que nunca tinha sido feita cá na zona, e achei que faria todo o sentido colocar nos propósitos da clínica”, diz Ana Almeida, também ela uma participante assídua dos Círculos. “Vim um bocadinho para perceber o que era e ao longo das sessões apercebi-me do que estava ali a fazer, nomeadamente na sessão sobre “A Bênção do Útero”. Agora sei que estou aqui para me conectar comigo mesma e crescer, sem estar à espera que a outra pessoa me diga faz isto e aquilo”, revela, acrescentando que só quando as pessoas se entregam, conseguem retirar benefícios das sessões.

“Mudei muita coisa”

O Círculo inicia com leitura. Fica, desde logo, definido que a “Facilitadora” não é perfeita, “não tem obrigação de dar respostas” e “não salva ninguém” e que a meta do Círculo é “criar vínculos sãos e profundos”, “sem julgamentos”, para poderem “trabalhar internamente” e “crescer juntas”. Dão as mãos, fecham os olhos e “deixam lá fora as preocupações”. O tema desta sessão é “Masculi-

no e Feminino” e Anabela Santos explica a dualidade em tudo o que nos rodeia e como as características de cada um, utilizadas de forma errada, podem ser prejudiciais às relações e à vida. O mais importante no Círculo é a partilha. “Sou a Marisa, este é o meu 4.º Círculo, e tem-me feito mudar muita coisa. Não penso tanto, ouço mais o meu coração, leio mais, tem-me feito muito bem”, confessa, e as outras mulheres seguem as palavras, agradecendo umas às outras pelo apoio. “Isto vai-me alimentando como se fosse uma vitamina, levo daqui os vossos olhares e gestos e recordo-me muitas vezes”, diz outra participante, Cristina. “Quando mudamos, muda tudo à nossa volta”, elucida Anabela Santos. É o poder das “guerreiras”. “Tal como eu me vi crescer, vi também algumas mulheres a crescer muito de uma sessão para a outra. Vinham desmotivadas, sem saber o que estavam a fazer, não falaram no 1.º círculo, só choraram, e depois começaram a confiar nelas próprias, nem pareciam as mesmas”, diz Ana Almeida. “Às vezes, choro de emoção só de olhar para elas. Gosto de mulheres fortes, de as ver desabrochar, a agarrar a vida. E a ajudar os homens, que também precisam destas mulheres. Os Círculos que conheço estão a fazer uma rejeição ao homem, mas o homem é tão importante quanto nós, temos de o ajudar para podermos ter relações completas e não andarmos a pôr a responsabilidade da felicidade no outro”, declara, por sua vez, Anabela Santos, que já passou por outros círculos e também ela fez este processo de busca pelo amor-próprio. “Comecei a conhecer-me, a aceitar-me e a amar-me e percebi que somos donos da nossa vida e temos a capacidade de mudar tudo em nós. Hoje sinto-me capaz de ajudar outras mulheres”, garante. Publicidade

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Exposição sobre a Viagem Medieval nos Lóios

20 anos a construir memórias

CULTURA

Daniela Castro Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

A exposição “20 anos em Viagem” foi inaugurada, na passada sexta-feira, no Museu Convento dos Lóios, inserida na próxima edição da Viagem Medieval. “Estamos a mostrar os 20 anos deste caminho. Ninguém imaginaria o que este projecto se iria tornar, está cada ano melhor”, iniciou o presidente da Câmara, Emídio Sousa. Um projecto feito quase inteiramente por “gente da casa”. “Alguns estão cá há 20 anos, vê-se nas fotografias que estamos todos um bocadinho mais velhos”, disse, entre risos. O autarca destacou o “envolvimento da população da Feira” que já vê este evento como “algo de seu”. “A Viagem teve um efeito extraordinário no crescimento do movimento associativo, na criatividade e na unidade concelhia. De Arrifana a Argoncilhe, de Canedo à Feira, todos se revêem neste evento, é uma marca notável do nosso território”, salientou.

Marcas do tempo

A exposição mostra as “marcas do tempo”. “A Viagem é um evento marcante, estruturante e diferenciador que fará sempre parte de nós”, terminou Emídio Sousa, para dar voz à directora do Museu, Ana José Santos. “Esta é apenas uma pequeníssima mostra, se fôssemos a colocar a ex-

posição toda, teria de ser no Europarque”, afirmou. Eram 96 mil fotografias para escolher, uma tarefa “extremamente difícil”. Os discursos deram lugar a um vídeo que fazia um “rewind” dos 20 anos de Viagem. Nele recordaram-se as louças de barro, as espadas, as fitas coloridas, os animais, as danças, os malabaristas e os muitos espectáculos que preencheram o programa do evento. A mensagem final, “Construímos Memórias”, encerrava uma viagem no tempo. Já na exposição, de 1996 até 2016, este ano ainda só com o anúncio do reinado de D. Dinis e D. Isabel de Aragão que inicia já esta quarta-feira, o público olhava e recordava: “Lembras-te disto?”. A exposição dividia-se por três salas, podendo visualizar-se não só fotografias, mas também trajes, as moedas que se costumavam utilizar para o pagamento dentro do recinto, os copos e pulseiras de várias cores e feitios e os muitos elementos de promoção ao evento. O espólio de uma Viagem já reconhecida a nível nacional e internacional.

Fragância “Isabel” pelos espaços

A valorizar a exposição estava ainda a nova fragância “Isabel”, inspirada na Rainha Santa, que aro-

X Feira de artesanato e sabores junta muitos curiosos ESPARGO A X Feira de Artesanato e Sabores de Espargo tomou conta de Espargo, no passado fim-de-semana, junto ao parque infantil e centro escolar. A mistura do artesanato e dos

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sabores trouxe “um encanto especial” ao qual se juntou um torneio de sueca e jantar com o grupo de fados Própria Fadista. O evento foi organizado pela Associação Abrir Horizontes. S. PAIO DE OLEIROS O Rancho Folclórico CDC de S. Paio de Oleiros realizou o seu Festival de Folclore Adulto no passado sábado no Parque Nossa Senhora da Saúde.

Danças do mundo encantam populares A 38.ª edição das Danças do Mundo arrancou na passada quinta-feira, em Milheirós de Poiares, e passou depois, durante o dia de ontem, por Canedo e Souto. A Casa da Gaia, organizadora do

matizava as salas do Museu. Uma associação da Viagem Medieval à Nortempresa, após o desafio lançado pela organização aos jovens empreendedores da indústria das essências, para aromatizar alguns dos espaços mais emblemáticos do evento, nomeadamente a Loja Interativa de Turismo, a Loja Oficial da Viagem Medieval e o Castelo d’Isabel. A fragrância tem como notas aromáticas em evidência a Flor de Lotus, que encerra em si significados como a pureza, a perfeição e a paz; a Flor de Laranjeira, que retrata e simboliza Portugal com leveza e caráter; e as Rosas, que aludem à Rainha Santa e ao milagre que a Igreja lhe atribuiu. A Nanotecnologia associada ao Marketing Olfativo é uma aposta da empresa de Braga, que, em parceria com a Universidade do Minho, tem aplicado os seus investimentos estratégicos no âmbito da I&D do Marketing Olfativo, para “despertar as melhores sensações deixando as melhores memórias olfativas em quem vive esta experiência puramente sensorial”. A XX Viagem Medieval em Terra de Santa Maria decorre até 7 de Agosto, no centro histórico de Santa Maria da Feira, organizada pela Câmara Municipal, Feira Viva e Fecofeira.

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VENDE-SE

evento, trouxe grupos da Costa do Marfim, Espanha, Índia, México, Nova Zelândia, Rússia e Ucrânia para as actuações previstas. As próximas galas acontecem este fim-de-semana em Argoncilhe.

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All About Dance enchem Cineteatro

museu Lamas incentiva pequenos artistas

os viLões que todos amamos odiar Daniela Castro Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

FEIRA A Academia All About Dance deu um espectáculo imperdível, no passado fim-de-semana, no Cineteatro António Lamoso, reunindo em palco alguns dos vilões mais conhecidos da ficção. “Who’s gonna save the world tonight?”, perguntava a música inicial. A grande Úrsula (Pequena Sereia) abre o espectáculo caminhando na bancada com o seu majestoso cabelo azul e vestido cintilante. A sombra é projectada na parede e eleva a sua dimensão. O toque do piano “chama” as sereias que se movimentam como as ondas do mar e, com os seus corpos, se tornam depois os tentáculos ausentes da vilã. Segue-se Cruela de Vil, obcecada por cães dálmata, que lhe surgem de todos os lados; e Drácula, envolvido num “toca e foge” romântico com a sua vítima. A coreografia dos leques, com os vampiros negros e a rapariga perdida do meio, prende pela sua intensidade, velocidade e detalhe.

Dominam e são dominados

Bastam os primeiros acordes para percebermos que vem aí Jafar (Aladino). Uma dançarina surge esfregando a lâmpada e outras juntam-se a ela. O vilão está satisfeito com o seu harém, mas elas não estão, e o que parecia estar sob controlo, rapidamente ascende a uma luta de facas em que, por mais que se desvie, Jafar acabava inevitavelmente morto. As roupas potenciam o deslumbramento nas coreografias de dança do ventre. A próxima é Arlequina, do Esquadrão Suicida, que cativa pela sua personalidade divertida e trajes

americanos; seguida da Madrasta da Branca de Neve, mentora de um peculiar Concurso de Beleza. A eleita é apaparicada e recebe um espelho mas segundos mais tarde o mesmo é-lhe retirado numa luta com a vilã que não abdica de ser “a mais bela de todas”. Estava, então, na altura de um clássico, o Lago dos Cisnes, que fez lembrar todas as meninas porque queriam ser bailarinas. Os cisnes brancos e negros lutam num ballet rigoroso de pontas e pliés sempre em sintonia.

Prender o público à cadeira

Tempo ainda para uma adorável Olivia Palito “vencer” Brutus; para o público suster a respiração com Samara e seus companheiros (The Ring) naquele que foi o momento mais assustador do espectáculo; e para o Homem Sombra ir buscar uma pessoa do público e cantar-lhe “Friends on the Other Side” lançando um rol de cartas no ar inspirado em “A Princesa e o Sapo”. Os actores saltam do palco e dançam no meio do público para deixar que os Irmãos Metralha roubem o dinheiro e o ouro ao Tio Patinhas. O espectáculo encerra com Darth Vader e a sua respiração característica, não faltando uma luta de sabres, num hiphop liderado por Vítor Fontes que merece palmas. A companhia fez questão de agradecer ao senhor Cineteatro, Eugénio Campos, a sua “amizade, profissionalismo, simpatia, dedicação, ajuda, partilhas, gargalhadas e sorrisos”. As lágrimas e os aplausos disseram o adeus final a um espectáculo irrepreensível.

Livro sobre a viagem medievaL na bibLioteca de espanha O livro do historiador feirense Roberto Carlos Reis “Viagem Medieval em Terra de Santa Maria” foi integrado no catálogo da Biblioteca Nacional de Espanha. “Ter o estatuto de investigador da Biblioteca Nacional de Espanha obedece a uma série de requisitos, em particular as obras publicadas de relevo na sua área de investigação académica, a minha sendo a História Medieval, O Turismo e As Recriações Históricas. Naturalmente, como autor, para mim é um privilégio e uma honra integrar este catálogo que é extremamente restrito”, diz ao CF Roberto Carlos Reis. A pesquisa da obra pode ser efectuada em http://catalogo.bne.es/uhtbin/webcat. No processo de agregação à BNE, os investigadores são desafiados a mostrar o que já publicaram e nesse sentido a Biblioteca Nacional de Espanha entendeu integrar no seu catálogo o livro Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, uma publicação bilingue, editada em 2002, pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. O texto é da autoria de Roberto Carlos Reis e contou com o trabalho de Francisco Almeida Dias na fotografia, concepção gráfica e digitalização, sendo prefaciado pelo historiador Luís Miguel Duarte, integrando a colecção Festas e Romarias da Editora Elo. 14

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O Museu de Santa Maria de Lamas dinamiza, durante a Viagem Medieval, várias oficinas e actividades para as crianças na área temática “Pequenos Artistas”. “Proporcionando ao participante uma sensibilização para a arte deste período, o Museu promove oficinas de expressão plástica, especialmente dirigidas a crianças e famílias, nas quais os participantes vão criar acessórios medievais – espadas, escudos, coroas, grinaldas ou jóias em cortiça”, descreve o Museu. Há ainda hora do conto “Viagem à corte de El-Rei D. Dinis”, na qual os participantes são convidados a integrar o elenco; e exposição táctil “Arte Medieval”, que integra réplicas, em aglomerado de cortiça e de escala elevada, de três esculturas de cronologia medieval expostas e integradas no espólio de arte sacra do Museu. A exposição culminará com a apresentação de uma réplica do Castelo de Santa Maria da Feira – também em aglomerado de cortiça – onde funcionará a loja na qual o visitante poderá apreciar e adquirir uma linha de objectos em cortiça, especificamente associados à temática da Viagem Medieval e totalmente idealizados e manufacturados no Museu.

souto em festa na 17.ª Feira de artesanato Entre os dias 15 e 17 de Julho, Souto viveu intensamente a 17.ª Feira de Artesanato, que já é tradição nesta vila. Entre artesãos e tasquinhas, houve diversas atividades ao longo de três dias. Na abertura, a academia de dança Creative Move apresentou um resumo do seu espectáculo “Um Até Já” lançado uma semana antes no Cineteatro António Lamoso, presenciado por “centenas de pessoas”, entre momentos de diversão e cuspidores de fogo da companhia Alegrar-te. O Festival de Folclore, apresentado pela AJISCE, dominou a noite de sábado, em que actuaram o Rancho Regional de S. Miguel, o Grupo Folclórico ACRD Escapães e as As Ceifeiras de Canedo. As festividades terminaram com as actuações do Grupo Coral Sénior Viver e Cantar, de S. Miguel de Souto, e da banda de música popular Dilema. A Feira de Artesanato foi uma organização conjunta entre diversas colectividades e entidades de S. Miguel de Souto e Mosteirô, entre as quais a Almisouto – Associação de Lazer de S. Miguel de Souto, Grupo Coral S. Miguel, Associação Pôr do Sol, Clube Desportivo Soutense, Clube Desportivo de Tarei, Mosteirô Futebol Clube, Grupo de Jovens Os Samaritanos, Agrupamento 1295 dos Escuteiros, AJISCE, Associação RodaSouto Team, Fórum Ambiente e Cidadania (Grupo de Carnaval Os Foragidos) e Centro Social de Souto/Banda Musical de Souto (Grupo Coral Sénior Viver e Cantar) com o apoio da Junta da União de Freguesias de S. Miguel de Souto e Mosteirô.

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O livro Viagem Medieval em Terra de Santa Maria resultou de um trabalho de cerca de um ano e meio e aborda os seguintes temas: Por Caminhos do Burgo, Castelo da Feira, Ambientes de uma Feira Franca, quadros da história medieval, jogos medievais, Auto-de-Fé, Torneio Medieval, Ceia Medieval e Cortejo Medieval. www.correiodafeira.pt

LOUROSA O Zoo de Lourosa festejou, ontem, o Dia dos Avós, com Jogos Tradicionais, Hora de Alimentação dos Flamingos, Pelicanos & Cia e Yoga para toda a família.


SEIS ALUNOS DA CINCORK MOSTRAM “IDENTIDADE” DA CORTIÇA EM INGLATERRA Nélson Costa nelson.costa@correiodafeira.pt

Seis “jovens engenheiros”, alunos da Cincork, representaram Portugal e a cortiça na Final Mundial do desafio Land Rover 4x4 in Schools 2016, em Conventry, Inglaterra. A Equipa da Cincork arrecadou o “Prémio Identidade”.

ECONOMIA

LAMAS Rúben Bastos — Chefe de Equipa; Paulo Almeida — Director de Recursos; Fábio Reis — Engenheiro de Produção; Jaime Costa — Designer Técnico; Luís Filipe — Engenheiro de Produção; e Pedro Santos — Engenheiro de Design, alunos do 11.º ano no Cincork — Centro de Formação Profissional da Indústria de Cortiça, em Santa Maria de Lamas, com idades compreendidas entre os 17 e os 18 anos, orientados pelo formador Pedro Rodrigues, tiveram uma experiência enriquecedora, para os seus futuros formativos e profissionais, por terras de Sua Majestade, Inglaterra, ao representar Portugal e o sector da cortiça na Final Mundial do desafio Land Rover 4x4 in Schools 2016. Em representação do CTCOR — Centro Tecnológico da Cortiça, os “seis jovens engenheiros” desenvolveram um carro, o “Cork Rover 4x4”, utilizando fundamentalmente a cortiça e outros materiais reciclados como matéria-prima para a sua concepção, bem como as tecnologias disponíveis do Fablab do Cincork. Sagraram-se campeões nacionais na Final Nacional do Land Rover 4x4 in Schools (entre 14 equipas nacionais), no Museu do Automóvel, em Famalicão, e conquistaram o direito de acesso à Final Mundial, em Conventry — Inglaterra, na cidade sede da marca Jaguar Land Rover, principal patrocinador desta iniciativa. Os jovens da Cincork conquistaram as atenções de todos os presentes (adversários incluído) pela inovação de concorrer com um carro, maioritariamente, construído em cortiça e os júris contemplaram a equipa com o “Prémio Identidade”, apesar do oitavo lugar na geral. O “Cork Rover 4x4” foi ainda o único, em prova, construído por “maquinação”. Todos os outros foram concebidos por “moldação”. “A escolha destes alunos deveu-se, em primeiro lugar, à disponibilidade que eles apresentaram e depois às características de cada um para representar da melhor forma a escola”, explica o formador Pedro Rodrigues, considerando “que o resultado foi muito positivo”. “Tentámos dar o nosso melhor e penso que representámos bem o país, a escola e o sector da cortiça”, afirma. O carro despertou de imediato a curiosidade. “Quando eles viram o carro ficaram impressionados por ser de cortiça. A curiosidade foi muita”, lembra o chefe de equipa, completado por Pedro Rodrigues: “Nós tentámos aproveitar o máximo possível a cortiça. Por exemplo, os cartões-de-visita dos alunos eram feitos em cortiça, o stand também. Fizemos uma moldura para ‘selfies’ também em cortiça. A linha condutora era toda à base da cortiça, daí termos vencido o “Prémio Identidade’”. A experiência deixou marcas muito positivas na evolução formativa e pessoal de todos os membros da “jovem equipa de engenheiros”. “Uma experiência única” foi a frase dominante para descrever tudo o que viveram ao longo de cinco dias em Inglaterra. “O que mais gostei foi chegar lá e ver toda a gente a olhar para o nosso carro”, completou Rúben Bastos. Paulo Almeida destacou “as instalações do hotel” onde ficaram acomodados, já Fábio Reis destacou os momentos culturais vividos, nomeadamente “a visita à sede da Land Rover, em Whitley, Coventry, a visita à casa onde William Shakespeare nasceu e a recepção pelo Mayor de Conventry”. “Conhecer uma cultura e pessoas novas foi muito enriquecedor”, sublinhou o engenheiro de produção, Luís Filipe. No entanto, houve que não se esquecesse do processo de criação do carro: “Fazíamos uma peça ou um desenho e

víamos o nosso projecto executado o que é motivador”, destacou Jaime Costa. Refira-se que o desafio Land Rover 4x4 in Schools 2016 é um evento anual que decorre na Ricoh Arena, em Coventry, Inglaterra.

Problemas? Língua, comida e inexperiência…

Os alunos da Cincork também sentiram dificuldades ao longo da sua estadia, sendo a barreira linguística a maior delas todas. “O inglês é fundamental na competição e eles tiveram alguns problemas. Acontecia tudo muito rápido, os tempos parados eram poucos. Havia dias que acordávamos às seis da manhã e só nos deitávamos à meia-noite”, afirmou o professor, apontando a dureza da prova como outra grande dificuldade. “A prova em Inglaterra era muito difícil, tinha inúmeros obstáculos e de grande inclinação. A diferença de Famalicão para lá é enorme. É

uma pista muito complexa”, relata, lembrando “ter sido a primeira experiência deles. As outras equipas não eram estreantes”. Os hábitos alimentares encontrados também não convenceram os jovens portugueses. “Não gostei nada da comida”, apontou Paulo Almeida.

Voltar é um objectivo

Por se terem sagrados campeões nacionais, a Equipa da Cincork tem direito a participar na edição do próximo ano, mas a presença ainda não está garantida. “Todos nós teríamos interesse em voltar, mas não depende só de nós pois implica muitos patrocínios e muita logística”, refere Pedro Rodrigues. No entanto, se os patrocínios surgirem e lhes for concedida nova oportunidade, fica a promessa da equipa, pela voz de Luís Filipe: “Espero voltar para o ano porque adorámos a experiência, e desta vez para ganhar”. Publicidade

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SAÚDE

O DIVÓRCIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS NOS FILHOS Em Portugal o número de divórcios por 100 habitantes era de 17,7 em 1993, dez anos depois (2003) era de 42,1 e em 2013 passou a 70,4 (Pordata). O divórcio provoca sempre mudanças importantes no dia-a-dia da criança, gerando insegurança e fragilidades. Nesta fase, os pais estão normalmente também angustiados e perturbados com os seus próprios problemas e, portanto, também menos capazes de apoiar e ajudar os filhos ainda que se preocupem com o efeito que a separação e o divórcio lhes provoca. As consequências do divórcio nos filhos dependem do modo como decorre a separação e o divórcio. Quantos mais conflitos os filhos presenciarem ou neles forem envolvidos (antes e durante o processo de separação e divórcio), mais negativo será o impacto e mais graves as consequências.

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Tratando-se de crianças pequenas, não percebendo bem o que se passa, sentem a tensão e os conflitos entre os pais, podendo reagir com comportamentos de oposição, agressividade e comportamentos regressivos (maior de dependência dos pais, xixi na cama), medos e pesadelos, etc. As crianças em idade escolar, sendo mais capazes de perceber o que se passa, tendem a reagir com tristeza, diminuição do rendimento escolar e com alterações do comportamento, podendo sentir-se culpadas pela separação dos pais. Os adolescentes sentem-se muitas vezes divididos na sua lealdade face a cada um dos pais, por tendência a tomar partido do pai ou da mãe contra o outro, por vezes tentam assumir a responsabilidade e proteção do pai ou mãe que se sente mais fragilizado, sendo frequente o desejo de ter os pais novamente juntos. A zanga e a

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revolta, face ao que está a ocorrer, levam muitas vezes a um baixa autoestima, à desidealização dos pais, à diminuição do rendimento escolar, a comportamentos sexuais de risco e a consumo de substâncias (álcool e/ou drogas) ou outras alterações do comportamento. As crianças ou adolescentes mais frágeis correm o risco de descompensar perante a experiência difícil do divórcio dos pais, em particular se este é litigioso e envolve as crianças nos conflitos. Se os filhos apesar da sua atenção e apoio mantêm grandes dificuldades em adaptar-se à situação e mostram sinais de sofrimento e mal-estar, encontrará nas Walk’inClinics ajuda de uma Psicóloga para resolver problemas e conflitos, dar segurança às crianças e obter orientações adaptadas ao seu caso específico. Autor: A equipa de Psicologia


Lamacenses lembram data histórica

Mosteirô e Canedo mostram argumentos

Nelson Pinho chega para revolucionar

Ouro para André Fernandes

Fez 52 anos, a 12 de Julho, que o União de Lamas venceu a 3.ª Divisão Nacional.

Muitas ‘caras novas’ e ambições renovadas nos dois clubes concelhios.

O novo coordenador da formação do Argoncilhe tem total autonomia para reformular o paradigma do clube.

O atleta do Clube Jovens D’Ouro conquistou a medalha de ouro nos jogos da CPLP.

Futebol

II Distrital

Reportagem

Taekwondo

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pág. 22

Foto: CD Feirense

Plantel 2016/17

Alampasu Peçanha Ivo Ícaro

Luís Rocha Paulo Monteiro

Barge Micael Freire

Vítor Bruno Alex Kakuba

Cris Semedo Ricardo Dias

DESPORTO

Rúben Oliveira Tiago Jogo Luís Aurélio

Luís Machado João Tavares

FEIRENSE INVICTO NA PRÉ-ÉPOCA

Etebo David

Platiny Lane

ENTRADAS Clube

Nome Tiago Jogo

O Feirense continua sem conhecer o sabor amargo da derrota na presente pré-temporada e já conquistou dois troféus: II Troféu Crédito Agrícola e I Troféu Recontro de Valdevez. Nélson Costa desporto@correiodafeira.pt I LIGA O Feirense, orientado por José Mota, continua imparável nos jogos de preparação para a época 2016/17. Os ‘fogaceiros’ ainda não perderam na pré-época e coleccionam troféus. Na quartafeira (20 de Julho), o Feirense venceu a Académica de Coimbra nas grandes penalidades (3-4), depois do nulo registado no final dos 90 minutos, e venceu a II Edição do Troféu Crédito Agrícola, numa partida que serviu, simultaneamente, de apresentação aos sócios dos ‘estudantes’, isputada no Estádio Cidade de Coimbra. Já na sexta-feira (22 de Julho), o Feirense voltou a levantar a taça do I Troféu Recontro de Valdevez, depois de vencer os espanhóis do Sporting Gijón por 2-0, no Estádio Municipal da Coutada, em Arcos de Valdevez. O Feirense demonstrou,

Fabinho Vieirinha Tiago Silva

Farense (regresso)

Peçanha

Viitorul

Vítor Bruno

Cluj

Luís Aurélio

Nacional

Luís Rocha

Freamunde

Paulo Monteiro

União da Madeira

Ricardo Dias

Belenenses (emp.)

Tiago Silva

Belenenses (emp.)

Alex Kakuba

ainda, que os processos defensivos estão já numa fase adiantada de assimilação, não sofrendo qualquer golo, ao longo dos 180 minutos das duas partidas, frente a adversários de qualidade. Tal como nos jogos-treino anteriores, José Mota voltou a aproveitar as ocasiões para rodar todos os atletas disponíveis. Em Coimbra, o técnico ‘fogaceiro’ apresentou de início: Peçanha, Barge, Ícaro Silva, Luís Rocha, Vítor Bruno, Semedo, Cris, Rúben Oliveira, Luís Machado, Luís Aurélio e Platiny. Depois do nulo nos 90 minutos, Platiny, Fabinho, Barge e Vieirinha fizeram, da marca dos 11 metros, os golos da vitória feirense. Já em Arcos Valdevez, frente ao Sp. Gijón (Primeira Divisão Espanhola), o Feirense alinhou de início com:

Peçanha, Barge, Luís Rocha, Paulo Monteiro, Kakuba, Ricardo Dias, Semedo, Fabinho, Etebo, Luís Machado e Luís Aurélio. No entanto, na primeira parte as ocasiões de golo não existiram e os tentos só surgiram na etapa complementar, ambos na sequência de grandes penalidades a castigar faltas sobre Platiny (o brasileiro já se apresenta em excelentes condições físicas). Fabinho, aos 64 minutos, e o próprio Platiny, aos 79 minutos, apontaram os golos do triunfo. Ao longo desta semana, o Feirense realiza mais três jogos-treino no curto espaço de cinco dias, todos a realizar-se no Estádio Marcolino de Castro. Já hoje, pelas 19 horas, o Feirense recebe o Braga. Na quarta-feira, pelas 17 horas, recebe o Penafiel, e no sábado de manhã, pelas 10 horas, a Oliveirense.

SAÍDAS Nome

Clube

Makaridze

Moreirense

Luís Ribeiro

Estoril

Vasco Rocha

P. Ferreira (regressa)

Alí Meza

D. Táchira (regressa)

Kukula

Marítimo (regressa)

João Vieira

Moreirense (regressa)

Kizito

Rio Ave (regressa)

Rena

Cesarense

Carvalho

Fafe (?)

Mika

-

Emma

Thanh Hóa (Vietname)

Nuno Diogo

-

Hélder Castro

-

Porcellis

-

Magique

-

Serginho

Oliveirense

DÚVIDAS Entradas: Thiago Santos (Bragantino)

EMPRÉSTIMOS Clube

Nome Pedro Santos

Foto: CD Feirense

FEIRENSE DISPENSA AGOSTINHO CARVALHO

Estoril (emp.)

Nandinho

Sanjoanense Gafanha

CALENDÁRIO PRÉ-ÉPOCA

25 de Julho: SC Braga x CD Feirense | 18h00 | Santa Maria da Feira 27 Julho: CD Feirense x Penafiel FC | 17h00 | Santa Maria da Feira 30 Julho: CD Feirense x UD Oliveirense | 10h00 | Santa Maria da Feira 3 Agosto: FC Cesarense x CD Feirense | 17h00 | César 6 Agosto: Jogo de Apresentação – CD Feirense x Dep. Coruña | 20h00 | Estádio Marcolino Castro

EQUIPA TÉCNICA

Agostinho Carvalho vai deixar o Feirense depois de mais de uma década a vestir de ‘castelo ao peito’ (desde a formação até sénior). O defesa central de 23 anos, natural de Ovar, não convenceu José Mota e não entra nas contas para a próxima época. O defensor já não esteve presente nos dois últimos aprontos e deverá rescindir o contrato que o liga ao clube ‘fogaceiro’, ficando livre para assinar

por outro clube. Segundo a imprensa desportiva nacional, o Fafe, do Campeonato de Portugal, deverá ser o seu próximo destino. Como sénior, ao serviço do Feirense, Agostinho Carvalho disputou 85 jogos oficiais, num total de 6493 minutos de jogo. Pedro Santos, outro defesa central da formação do Feirense, também já tem destino traçado e será nowww.correiodafeira.pt

vamente emprestado ao Gafanha. Por fim, Nandinho (lateral-esquerdo) será cedido, também a título de empréstimo, à Sanjoanense. Ambos os conjuntos vão disputar o Campeonato de Portugal. Em sentido contrário, deverá estar o atacante Thiago Santos (ex-Bragantino). O brasileiro de 25 anos já rescindiu com o clube paulista e deverá, em breve, estar às ordens de José Mota.

Treinador: José Mota Treinador adjunto: Paulo Sousa Treinador adjunto: Nuno Manta Treinador de Guarda-Redes: Paulo Santos

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futebol

Lamas venceu 3.ª Divisão nacionaL há 52 anos António Nogueira de Sousa e Marcelo Brito

12 de Julho de 1964. Uma data que os lamacenses jamais esquecerão e que estará para sempre gravada nas páginas da história do clube. O União de Lamas subia à segunda divisão depois de vencer o Almada por 2-1.

U. LAMAS Foi há 52 anos que o União de Lamas celebrou um dos mais bonitos e emblemáticos feitos da sua história. A 12 de Julho de 1964, os lamacenses venceram o Almada, no Estádio do Tomar por 2-1, num jogo arbitrado por Aníbal de Oliveira, antigo árbitro internacional, conquistando assim o título de campeões da Terceira Divisão Nacional. Um feito que, para a época, pode mesmo ser comparado com a recepção que os jogadores do Feirense tiveram ao subir à primeira liga no presente ano. O outrora presidente da Câmara Municipal, Domingos Coelho e as muitas centenas de pessoas, receberam

jogadores, comissão administrativa e acompanhantes no edifício da Câmara. Mas esta foi a segunda festa que os lamacenses tiveram. Um mês antes, a 7 de Junho, o União de Lamas tinha já carimbado a subida de divisão depois de ultrapassar o Académico de Viseu, a duas mãos. Depois de vencer os beirões no seu reduto por 2-3, os concelhios golearam, em Lamas, por 7-3. A grandeza do feito foi tal que cerca de cinco mil pessoas (!) foram para as ruas festejar. O plantel dos lamacenses era constituído por: Gonçalves, Ramim, João, Flávio, Pêra, Sá, Chico, Neca, Teixeira, Ângelo, Moreira, Neto, Ramos, Manuel Romão, Carlos Silva e Pinto

Vieira que assumia também o cargo de treinador. A glória destes jogadores chegou, mas o percurso foi bastante atribulado. O caminho dos lamacenses no Campeonato Regional – que dava acesso à disputa da terceira divisão – não foi fácil. Viram o seu campo interdito durante vários jogos e a direcção apresentou a demissão. Criou-se uma Comissão composta por Manuel Moreira, António Nogueira, César Tavares, António Soares, Custódio Alves e Américo Sapateiro para dar a volta por cima. Perderam com clubes como Alba e Arrifanense, mas no caminho à Terceira Divisão Nacional, ultrapassaram União de Coimbra e Naval.

Esta subida de divisão foi uma das forças de motivação que levaram o comendador Henrique Amorim à construção do Estádio. Este cedeu os terrenos e marcou presença no arranque dos trabalhos, a 4 de Agosto do mesmo ano, ao lado do então presidente da Casa do Povo de Lamas, António Nogueira Sousa. Já em 1969, o União de Lamas conquistaria o seu segundo título de campeão da Terceira Divisão Nacional, vencendo o Farense a duas mãos. Na primeira, empataram a zero no Estádio Pina Manique, Lisboa e na segunda venceram pela margem mínima, no Estádio do Restelo.

caneDo reForça-se a pensar nos “Lugares De acesso à promoção” Nélson Costa

Fernando Andrade

nove ‘caras novas’ no mosteirô Fc Nélson Costa

II DISTRITAL O Mosteirô Futebol Clube está apostado “em fazer melhor que na temporada passada e lutar pelos lugares cimeiros”, conforme indica o presidente, Fernando Andrade, e, para isso, conta, até ao momento, com nove reforços. O guarda-redes Carregosa (ex-S. Roque); os defesas Talheiro (ex-S. Roque), Vasquinho (ex-Bustelo), Renato (ex-Arrifanense) e David (ex-Leões do Monte — Inatel); os médios Vasco (ex-júnior), Barbosa (ex-Carregosense), João Tavares (ex-S. Roque) e Zé Pedro (ex-Bustelo) são as contratações já asseguradas, que se juntam às permanências de Gina (guarda-redes), Arménio, Sérgio, Riscas (defesas), Guima, Fábio, Diogo, Xavi, Marcelo (médios) e Alex (avançado). Quanto a saídas, Jorge, Ricardo e Alemão, todos para a Ovarense, são as principais baixas do plantel que 18

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continuará a ser orientado por Joaquim Cardoso. O presidente Fernando Andrade afirma que pretende contratar “mais quatro reforços”. “Os alvos estão identificados e deverão surgir a qualquer momento. A esses quatros deveremos juntar mais dois elementos da formação para fechar o plantel”, confirma o presidente. Quanto à manutenção da aposta em Joaquim Cardoso para treinador, Fernando Andrade justifica-a do seguinte modo: “Mantemos a aposta porque no primeiro ano que o Cardoso esteve cá conquistou um 4.º lugar. Na época passada, apenas conseguimos o 10.º lugar, mas aconteceram muitos obstáculos ao processo de treino, inerentes à colocação do relvado sintético. Sabemos da qualidade do treinador e esperamos que seja um bom ano”.

II DISTRITAL Vasco Coelho vai continuar ao serviço do Canedo Futebol Clube. O treinador, natural de Sanguedo, assumiu os comandos do clube ‘canedense’ a meio da temporada transacta, terminando no quarto lugar. Para a próxima época, Vasco Coelho assume que “o objectivo passa por fazer um campeonato melhor que o ano passado e ficar num dos lugares de acesso à promoção”. Quanto à continuidade, o técnico justifica-a “pelas excelentes pessoas e condições de trabalho que o Canedo tem. Desperta motivação estar num clube que tem objectivos elevados”. Para fazer face a um campeonato que se adivinha “muito difícil”, o Canedo já contratou 12 novos jogadores, mas o plantel ainda não está fechado. “O plantel está a ser formado com base em três princípios fundamentais: manter a base do ano passado; adquirir reforços com experiência no distrital; e depois jovens jogadores com potencial e margem de progressão”, destaca Vasco Coelho. A primeira e segunda premissa estão praticamente concluídas, faltando somente “contratar um defesa central experiente”. Em cima da mesa está também a possibilidade de mais alguma renovação. “Quero um plantel de 25 jogadores, além do central faltará mais cinco ou seis jogadores para fechar o plantel”, afirma o treinador, lembrando que é intenção da direcção “uniformizar os valores pagos aos elementos do plantel”. Até ao momento, o plantel do Canedo para a época 2016/17 é constituído por 22 elementos.

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Vasco Coelho Guarda-Redes: Rui e Zé Carlos (exFiães); Defesas: Porto, Sérgio Ramos, Paulo Ferraz, João Paulo, Neves (ex-P. Brandão), Kiko e Pinho (ex-júnior do Arouca); Médios: Hugo Pinho (ex-Lobão), Ricardo Paiva e Nuno Fruta (ex-Carregosense), Badolas, Pedrinho e Apolo (ex-júnior do Feirense); Avançados: Zé Porto (Carregosense), Vilar, Jota (ex-Mansores), Paulinho (ex-Espinho), Fabri, Ricardo (ex-júnior) e Fernando Jorge (ex-Arrifanense). As principias saídas registadas são as dos médios Canedo e Cláudio, do ala Huguinho, todos para o Cucujães, e do lateral-direito Zé Luís, que terminou a carreira.


EQUIPA TREINADOR

Lourosa

Fiães

S. João de Ver

C.

AGENDA

Nuno, Chaves, Sousa e Ginho (Fiães), Inverno (Bustelo), Eduardo (Paivense), Afonso, Tomaz, Drula, Rocha e Edu (Juniores), Nélson (Espinho).

João Pinto (Estarreja), Joel, Hugo, Djibril (estrangeiro), Correia (Esmoriz), Marco Sá, Nélson, Penantes (Gondomar).

Início dos trabalhos a 8 de Agosto.

Fabiano, Samu, Magalhães, Neves, Bruno Tiago, Jaiminho, Dani, Tiaguinho, Nélson Diogo, Joel.

Jonny Mota (Argoncilhe) e Nuno Gomes (Leverense); Mário Pereira (Cesarense), Seminha (Espinho), Xavi (U. Lamas), Dani (Esmoriz), Diogo Barbosa, Edu, Gonçalo Pereira, Luís Filipe, Loris (Juniores), Andrezinho, Álvaro Sousa (Sanguedo), Rúben Barbosa (Académica), Leandro Rodrigues (Argoncilhe), Roberto Pinto, Xavi Santos, Flávio Santos (Cesarense).

Nuno, Chaves, Sousa e Ginho (Lusitânia Lourosa), Bino (S. João ver).

Início dos Trabalhos a 8 de Agosto.

Magolo, Yorn, Manu, Leo, Cardoso, Martini, Osório, Zé Semedo.

Saúl (U. Lamas); Bruno Costa (Sanjoanense); Vitinha e Ricardo Gomes (U. Lamas), João Pedro, Luís Belo, Machadinho (Estarreja), Bino (Fiães), Pedro Sá (Paços Brandão), Marco Ribeiro (Tirsense), Igor, Rui Lima, Samu e Fonseca (Juniores).

Pedro Justo e Tiago Ribeiro (U. Lamas).

Início dos Trabalhos a 13 de Agosto.

Hélio Malta, Kiko; Marcelo, Ameriquinho, Joel, João Marques, Toninho, Luís, Américo, Bruno Faria, Fábio Raul.

Pedro Justo e Tiago Ribeiro (S. João Ver), Leandro (Gafanha), Óscar Beirão (Oliveiro do Douro), Manu (Cesarense), Flecha (Paivense), Mauro, Paulinho e Tiago Melo (Juniores), Rodrigo Dias (Achironas Liopetriou).

Saúl (S. João de Ver); Xavier (Milheiroense), Fábio Queirós, Vitinha, Xavi e Ricardo Gomes (S. João de Ver), Pena, Mamadou, Tintim (Freiburg, Suiça).

Início dos trabalhos a 8 de Agosto.

Rui; Cerqueira, Pedro Nuno, André, Mendes, Jardel, Serginho, Marcelo, Martins, Maia, Jekas, Joãozinho, Zé António, João Luís, Pedro Sousa.

Xavier (U. Lamas), Barbosa e Miguel (Carregosense), Bruno (juniores), Pedro Monteiro (Alvarenga), Castro (Paivense).

Roscoff (Sanjoanense); Chinês (Macieirense), Churra (terminou a carreira), Telmo (Cucujães), Sandro.

Início dos trabalhos a 6 de Agosto. Torneio de Milheirós (03/09) com o Macieirense, Romariz e Arrifanense. Jogo de apresentação frente ao Rio Ave (data a definir).

Cristiano; Huguito, Julinho, Leitinho, Cadete, Abel, Tiago Gonçalves, Roma, Bruno.

Jacinto (Milheiroense); Márcio Balona (Rio Meão), Miguel (Espinho), Marcelo Sales (Macieirense).

Adolfo Teixeira

Ricardo Maia

U. L.

Milheiroense

SAÍDAS

Rui; Vítor Sá, Viditos, Bruno, Max, Moisés, Jó, Fernando, António, Ivo Oliveira, Andrezinho, Pedro Silva.

Miguel Oliveira

F.

União de Lamas

MERCADO DE TRANSFERÊNCIAS FUTEBOL PERMANÊNCIAS ENTRADAS

Luís Miguel Martins

Helder Pinho

Início dos trabalhos a 8 de Agosto.

Romariz José Borges

Lourosa Feminino

Lamas Futsal

FUTSAL Renata Sona; Madalena Pereira, Juliana Rodrigues, Estela Conceição, Ticha, Diana Cruz, Sara Cruz, Patrícia Soares, Diana Robalinho.

Andreia (Always Young).

Rita Líbano (abandonou o futsal), Erika (Rio Ave).

Início dos trabalhos a 1 de Setembro.

Nuno Couto; Vítor Amorim, Diogo Amorim, Keké.

Leonel Monteiro (Boavista Sub-20), Miguel (Juniores); Cereja (Futsal Azeméis), Tito (Boavista), Zé Paulo (Barranha), João Maio (Académica de Leça), Dani e Diogo Fonseca (Juniores).

Ricardo Leite (Silvalde), Kanika (Boavista), Hugo, João Paulo (passa a treinador de guarda-redes do Lamas Futsal), Alicante (Arsenal Parada).

Início dos trabalhos a 17 de Agosto.

João Cadete, Fábio; Paulo Russo, Moisés, Bubu, Maric, Miguel , Mix.

Nelson (juniores); Pichel (Silvalde), Cafu (Granja), Mika (juniores), Emídio (juniores), Tiago Dias (juniores) e Pedro Pinho (juniores).

Marco Pinheiro.

Pedro Castro (sem clube), André Guedes (Juniores do futebol Feirense), Filipe Lemos (Modicus Sub-20), Paulo Magalhães (Lourosa).

Bruno Rodrigues (retirado), Bruno Gomes (Silvalde), Carlos Filipe (Azagães) e Nuno Duarte.

Início dos trabalhos a 5 de Setembro.

Marco Leite; Rui Rodrigues.

Tiago (Dínamo Sanjoanense), Fábio Ferreira (Azagães), André Sousa (Cem Paus), Miguel Gomes (Santa Isabel), Daniel Ferreira e Dioguinho (Feirense).

Nando Costa (Saavedra Guedes), Tiago Pinho e Quirino (Dínamo Sanjoanense), Válter Melo (passa a treinador-adjunto do Arrifanense Futsal).

Início dos trabalhos a 5 de Setembro.

Zé Paulo Almeida

Luís Alves Diogo Santos, Ricardo e Artur.

Juv. Fiães

Juv. Canedo

Arrifanense

Joel Santos

CURTAS I DISTRITAL Sénior Cup Fiães realiza-se já no próximo mês de Agosto, durante os dias 27 e 28 e contará com seis equipas. Confirmadas estão, para já, as duas equipas dos anfitriões (Fiães e Fiães ‘B’), Sanguedo e São João de Ver. Durante os próximos dias serão anunciados as últimas duas equipas em falta.

I DISTRITAL Rodrigo Dias vai reforçar o União de Lamas. O jovem defesa-central de apenas 20 anos chega a Santa Maria de Lamas depois de na temporada transacta representar o Achironas Liopetriou, do Chipre. No currículo conta com passagens por clubes como Gondomar – onde fez quase toda a formação – e Belenenses.

INATEL O campeão distrital em título, Nadais, já prepara a temporada que se avizinha. João Anjos e Marco Madureira reforçam o clube, vindos do Fornos. Para a baliza, os concelhios contrataram Luis Almeida, atleta que conta no seu currículo passagens por clubes como Valecambrense, Soutense e Romariz.

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FUTSAL A equipa de futsal do Arrifanense continua a reforçar-se para a próxima época. Desta feita, os concelhios anunciaram André Sousa (ex-Cem Paus) e Miguel Gomes (ex-Santa Isabel). A equipa treinada por Joel Santos também ‘pescou’ no Concelho ao contratar Daniel Ferreira e Dioguinho ao Feirense. 25.JUL.2016

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REPORTAGEM

O novo coordenador da formação da Associação Desportiva de Argoncilhe tem objectivos bem traçados e total autonomia – dada pelo presidente Rogério Silva – para reformular o staff do clube. O envolvimento com o plantel sénior é pouco, mas existe.

NelsoN PiNho chega Para revolucioNar Marcelo Brito

II DISTRITAL Nelson Pinho assume, já em 2016/17, o cargo de coordenador e responsável pelo futebol de formação do Argoncilhe. Na bagagem leva ideias fixas, pretendendo iniciar uma mudança de paradigma dentro do clube ao apostar vincadamente na base da formação. Para isso, conta com a importante parceria com a Escola de Formação André Martins, jogador profissional (ex-Sporting, vai representar Portugal nos Jogos Olímpicos), natural de Argoncilhe. A ligação de Nelson Pinho ao clube não é de agora. Foi no Argoncilhe que deu os primeiros passos como treinador quando tinha apenas 18 anos e há quatro que ajuda o clube na realização de eventos desportivos. Há três meses, o presidente Rogério Silva convidou-o para o cargo de coordenador. Nelson Pinho apresentou o seu projecto e chegou a um entendimento com a direcção. O jovem técnico fez apenas uma exigência: “Ter total autonomia e liderar tudo o que envolva o futebol de formação. Estou à vontade para dizer que o presidente é uma pessoa que gosta muito do clube, mas prefere dar essa responsabilidade a outra pessoa. Não é qualquer presidente que tem essa humildade”, iniciou. Os objectivos para o futuro são, inicialmente, bastante simples. “Melhorar todas as classificações e aumentar o número de atletas”, revelou, contando ainda com a parceria da Escola de Formação André Martins que no fundo, acaba por ser o… Argoncilhe. “É como uma homenagem ao André que já deveria ter sido feita há mais tempo. Ele aceitou de imediato e a verdade é que, desde que criámos a Escola, temos recebido mais crianças. Tem sido um chamariz. O André é uma pessoa que se disponibiliza para ajudar quando o clube precisa”, esclareceu.

Integrar, desde já, juniores no plantel sénior

Nelson Pinho pretende potenciar os jogadores da formação do Argoncilhe e para isso o plantel sénior contará com apenas 18 jogadores. “Queremos que haja espaço para a participação, quer nos jogos, quer nos treinos, de atletas juniores”, esclareceu. Apesar de não querer envolver-se com o plantel sénior, a boa relação que tem com o técnico Tiago Freitas facilita esta premissa. Nelson frisa o querer “ficar distanciado dos seniores”, mas revela que “é impor-

tante para o Argoncilhe ficar nos seis primeiros devido à divisão intermédia a ser criada em 2017/18”. Para o escalão de Juniores, depois da subida de divisão na secretaria na época transacta, o objectivo é a manutenção. Sobre os Juvenis, Nelson Pinho considera-os “uma boa geração”. “Os jogadores são quase todos juvenis de primeiro ano. Este ano, queremos andar nos lugares cimeiros, mas em 2017/18 a equipa será muito competitiva e pronta para lutar pela subida”, apontou. Relativamente aos Iniciados, o objectivo passa por contratar mais jogadores. “É um escalão que ainda está muito curto em número de atletas. Este ano não vai haver nenhuma aposta de subida”, esclareceu. A grande preocupação de Nelson Pinho passa pela base da formação do Argoncilhe, que está a receber “cada vez mais crianças”. “O clube estava muito parado e desorganizado. Quero começar pela base, com miúdos de cinco e seis anos e que sejam eles a fazer o clube crescer”, afirmou. Confrontado com a previsão de duração do seu projecto, Nelson Pinho afirmou “querer deixar um bom trabalho feito”. “Não sei o tempo que vou ficar neste cargo, mas quero que quem vier, possa dar continuidade ao projecto. É desta forma que devemos trabalhar”, objectivou.

Coordenador da formação do Argoncilhe e… treinador no Cesarense

Além de assumir o cargo no clube concelhio, Nelson Pinho acumula funções como treinador dos Juvenis do Cesarense e da equipa ‘B’. Algo que consegue conjugar devido à permissão de ambos os presidentes. “A permissão do Cesarense para assumir o projecto no Argoncilhe foi importante, mas o presidente do Argoncilhe também aceitou que eu continuasse a minha carreira no Cesarense”, esclareceu. O acumular de três funções diferentes “não é fácil e vai obrigar a uma grande organização”. Para Nelson Pinho, o importante no cargo de coordenador é o facto de poder escolher o staff para a temporada que se avizinha. “Escolhi pessoas da minha confiança que permitam, enquanto estiver ausente, ter a certeza que o trabalho está a ser bem feito. Existem muitos clubes nos quais os coordenadores não têm a possibilidade de escolher os treinadores que querem. No Argoncilhe tenho total liberdade e responsabilidade de o fazer e isso vai facilitar muito o trabalho”, afirmou.

Estreia-se a secção de Andebol

A Associação Desportiva de Argoncilhe está já a realizar captações para a secção de Andebol. Na próxima época apenas existirá formação feminina e masculina. “Para já, estamos a definir que escalões iremos abrir”, disse Nelson Pinho, antes de revelar que “muito provavelmente o Argoncilhe não entrará em competições em 2016/17”. Um sucesso na temporada transacta foi a Argoncilhe Cup. “Organizámos um torneio diferente de todos os que já houveram. Todos tiveram a oportunidade de jogar futebol, futebol praia e futsal. Foi bom, mas é um torneio que para os próximos anos vai ter um enorme potencial”, concluiu Nelson Pinho. 20

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Nelson Pinho

“Quero começar pela base, com miúdos de cinco e seis anos e que sejam eles a fazer o clube crescer”.

Um vasto currículo aos 29 anos Nelson Pinho, natural de Argoncilhe, iniciou a sua carreira como treinador com apenas 18 anos, ao serviço do clube da sua terra. Seguiu-se o Boavista, e pelas suas mãos passaram as promessas Tomás Podstawski e João Graça, que actualmente militam no Porto B. Deixando os axadrezados, Nelson Pinho ingressou no Fiães onde permaneceu durante oito épocas. Pelos fianenses, conseguiu uma subida de divisão com o escalão de Iniciados. O bom trabalho foi premiado e, já no comando técnico dos Juvenis do Cesarense, voltou a conquistar nova subida. E como bom filho à casa torna, o presidente do Argoncilhe, Rogério Silva, deposita agora a sua confiança no jovem treinador para coordenar a formação da turma concelhia. Além de coordenador da formação do Argoncilhe, Nelson Pinho assume em simultâneo o cargo de treinador dos Juvenis do Cesarense e da equipa ‘B’ do clube de Oliveira de Azeméis.


modalidades

VÍTOR SÁ, O HOMEM DE FERRO

Depois de conquistar o boxe internacional com ‘punhos de ferro’, o empresário Vítor Sá participa em provas de ‘ironman’ — triatlo de longa distância. TRIATLO Vítor Sá é um nome sobejamente conhecido no boxe nacional e internacional. O empresário, dono do Ginásio Health Club X5 (em Esmoriz e Santa Maria da Feira), conta no seu currículo com oito Campeonatos Nacionais, nove Taças de Portugal e dois títulos mundiais (categoria -72,450kg), conquistados em 2009 e 2011. Agora com 43 anos, Vítor Sá mantém a ambição de ultrapassar os seus próprios limites e dedicou-se ao ‘ironman’, estando a preparar a prova de Maastricht, Holanda, a realizar-se no dia 31 de Julho. O ‘ironman’ insere-se no triatlo, que é uma modalidade olímpica, existindo vários tipos de triatlo: o olímpico, que é o mais curto, o longo e o sprint. A diferença está nas distâncias. O ‘ironman’ é o triatlo de longa distância e contempla (imagine-se!) 3,8km de natação; 180km de ciclismo; e 42,195km de corrida. Uma verdadeira “prova de superação”, admite Vítor Sá. O atleta já fez

várias provas de ‘ironman’ a nível nacional, “a última das quais em Caminha”, mas a nível internacional esta é apenas a sua segunda participação. “O ano passado, a prova correu-me mal. Ao quilómetro 96 parti a bicicleta, mas queria continuar. Encontrei um dos juízes que percorrem a prova. Pedi para me ajudar a consertar a bicicleta, mas eles não me deixaram continuar”, afirma. Mesmo para alguém habituado ao desporto de alta competição, o ‘ironman’ é uma prova mesmo muito dura, mas é também um espectáculo extraordinário”, sublinha. Vítor Sá explica como começou no ‘ironman’. “Sempre estive ligado ao desporto. O boxe, apesar de ser muito diferente do ironman’, também requer muita preparação física. Sempre nadei e corria 5km por semana na minha preparação física normal do boxe. Apenas o ciclismo não fazia parte da preparação para o boxe e foi o que mais me custou a adaptar.

Comecei gradualmente. Tenho um amigo, Hélder Oliveira, que já fez vários ‘ironman’ e comecei com ele”. Entretanto, Vítor Sá e restantes companheiros formaram um clube de triatlo (Sporting Clube de Espinho de Triatlo), que tem o X5 como principal patrocinador, e aquilo que inicialmente era quase uma “brincadeira” tem agora 20 atletas a fazer provas, sete dos quais no ‘ironman’. O desporto é inseparável da vida de Vítor Sá (Dragão d’Ouro pelo FC Porto, clube que representou como pugilista). “Sinto necessidade de fazer desporto. Tenho três ginásios e uma empresa de segurança. Tenho uma vida muito agitada, mas a treino (duas ou três horas diárias) é obrigatório”, explica, no entanto, admite que o objectivo, na Holanda, passa somente por “terminar a prova”. “Estou a trabalhar diariamente (duas a três horas) para me preparar para o ‘ironman’. Faço, natação, ciclismo, corrida e musculação”, finaliza.

ACRDE conquista 82 medalhas nas Mini Olimpíadas

Balanço das Mini Olimpíadas Concelhias 2016 A 41.ª Edição das Mini Olimpíadas Concelhias arrancou a 3 de Junho, com a tradicional Gala de Abertura. O evento contou com a presença de um dos padrinhos das Mini Olimpíadas - Pedro Martins. Aurora Cunha é também uma atleta que continua a apadrinhar este evento e que está presente nas várias modalidades. No balanço efectuado, os responsáveis da organização consideram que “apesar de ter sido um ano difícil devido à reestruturação interna da organização, com o apoio incansável de patrocinadores como o E.leclerc, a Câmara Municipal, a vereadora Cristina Tenreiro e de instituições como a União de Freguesias de Santa Maria da Feira, Espargo, Sanfins e Travanca, União de Freguesias de Caldas de São Jorge e Pigeiros foi possível avançar com mais um ano de prática desportiva de qualidade”. A organização destacou, ainda, a “criação

ATLETISMO A Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Escapães conquistou 82 medalhas nas Mini Olimpíadas Concelhias de Santa Maria da Feira. A ACRDE conquistou 41 medalhas de ouro, 21 de prata e 20 de bronze com a imprescindível ‘ajuda’ de: Rodrigo Vieira, Tiago Rocha, Eurico Gomes, Tiago Ferreira, Renato Leite, Gaspar Magalhães, Diogo Oliveira, Daniel Castro, Marco Monteiro, Rafael Santos, Fábio Pereira, Hélder Almeida, Iris Maia, Maria

de uma actividade aberta à comunidade, na modalidade de Boccia, com o apoio e disponibilidade da Cerci Lamas, que contou com uma excelente adesão de participantes ao nível da população em geral e dos utentes dos vários Centros de Dia do concelho” e “faz votos de continuar com uma organização de excelência, no próximo ano”, onde “serão integrados novos elementos com capacidade criativa e empreendedora, de modo a acrescentar valor a este evento e a impulsionar a prática desportiva entre os mais jovens”. As Mini Olimpíadas Concelhias são realizadas, oficialmente, pelo Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira, desde 1977. Este ano, excepcionalmente, terminam a 30 de Julho com as modalidades de Futsal na Escola Básica António Alves Amorim, em Lourosa, e de Natação no Complexo Desportivo do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas. www.correiodafeira.pt

Vieira, Maria Pinto, Leonor Santos, Fabiana Santos, Francisca Oliveira, Mariana Pinto, Inês Santos, Beatriz Monteiro e Beatriz Melo. Beatriz Santos com dois pódios em Leiria A Atleta da ACRDE esteve presente no Torneio Internacional de Lançamentos realizado em Leiria, a convite da Juventude Vidigalense, onde conquistou o segundo lugar no Lançamento do Dardo e o terceiro no Lançamento do Peso. Publicidade

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André FernAndes conquistA ouro nos Jogos dA cPLP TAEKWONDO O atleta do Clube Jovens D’Ouro, André Fernandes brilhou no Jogos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ao conquistar a medalha de ouro na categoria de -61 quilos. No primeiro combate, André Fernandes derrotou o atleta em representação de Moçambique, por 15-1. Já na final, venceu a selecção de Angola por 14-2. No total, o atleta do Jovens D’Ouro somou 29 pontos marcados e apenas sofreu 3. André tem 15 anos, mas começou o seu percurso no Taekwondo bastante cedo. “Tinha apenas sete anos. A primeira aula que assisti foi um treino de competição. Comecei a ir a provas de Taekwondo, incluindo Campeonatos Nacionais nos quais conquistei o título de campeão nacional”, recorda. Para André, a sua prova mais importante foi o Campeonato da Europa de Cadetes, no qual conquistou o quinto posto. A chamada aos Jogos da CPLP foi recebida com muita surpresa. “Recebi um telefonema do meu treinador a informar-me que ia representar Portugal. Fiquei surpreso porque representar Portugal é incrível”, afirma. O jovem André Fernandes não esquece a importância do clube Jovens D’Ouro na sua evolução desportiva. “É a

NATAÇÃO A nadadora do Colégio de Lamas, Matilde Rodrigues, conquistou o terceiro lugar na prova de 100 metros mariposa do Campeonato Nacional de Infantis disputado nas Piscinas Municipais de Vila Nova de Famalicão. Do Clamas, destaque ainda para Bárbara Coelho (quarto lugar nos 100 livres), Matilde Domingues (sexto lugar nos 200 estilos), Xavier Cerdeirinha (sétimo nos 100 bruços) e para a estafeta mista de 4x100 livres composta por Xavier Cerdeirinha, Bruna Tavares, Manuel Oliveira e Matilde Domingues (sexto lugar). Participaram ainda: Ana Pereira, Carolina Rocha, Luís Gonçalves, Marcos Martins, Nuno Almeida, Rui Santos e Samuel Martins.

rúben Pereira vence iV rota de souto

minha equipa desde o início onde sempre treinei e onde sempre me apoiaram para as provas. É graças ao facto deles terem acreditado e apostado em mim que recebi a convocatória para os Jogos da CPLP”, esclarece. Ainda antes da realização dos Jogos, André Fernandes revelava como objectivo “trazer uma medalha para Portugal”. E imagine-se só… trouxe!

Francisco campos brilha na Volta a Portugal do Futuro CICLISMO O ciclista da Moreira Congelados/Feira/ Bicicletas Andrade, Francisco Campos, conquistou o segundo lugar da segunda etapa, com chegada a

Matilde rodrigues em terceiro no campeonato nacional

Oliveira de Azeméis, e envergou a camisola (branca) da Juventude. Já Venceslau Fernandes alcançou o 10º lugar da Geral nas montanhas da Serra do Larouco.

BTT Realizou-se, no domingo, 17 de Julho, a quarta edição da prova Rota de Souto, na Vila de São Miguel de Souto. Num percurso de 42 quilómetros, mais de duas centenas de ciclistas participaram na prova organizada pela Associação RodaSouto Team, em conjunto com a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e Junta da União de Freguesias de Souto e Mosteirô. Rúben Pereira, da Fullwear RP Team, venceu a prova de Elites, Ricardo Senos e João Silva, vencedor das duas anteriores edições, da Garagem Paciência Bike Team. Na categoria Master, João Teixeira da Jonis BikeShop, arrecadou o primeiro lugar seguido por Carlos Almeida (BTT Brandoense) e Carlos Oliveira (Saertex Portugal). Em Sub-23, o pódio foi conquistado por Guilherme Fonseca (Tormetais/ Azeméis é Vida/ ECBN), seguido por André Melo (Peruf Team) e João Sá (Tormetais/Azeméis é Vida/ ECBN). Nos femininos, Carla Vieira, da Carpa, conquistou o primeiro lugar. Em segundo ficou Diana Andrade (Peruf Team) e em terceiro, Adelaide Lopes (Jonis Bike Shop) e Liliana Barrocas. A prova contou com a presença e apadrinhamento de Luis Afonso, atleta profissional da LA-Antarte, equipa de ciclismo que irá representar na Volta a Portugal. Publicidade

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Postos de Venda Espinho Papelaria Atl‰ ntico Norte (Av. 24) Papelaria Atl‰ ntico Norte (Rua 19) Esmoriz Bombas Freitas Transportes S‹ o Paio de Oleiros Confeitaria da Quebrada Papelaria PAPELî PIA Pa• os de Brand‹ o Papelaria Menezes Papelaria Monteiro Papelaria A. Santos Rio Me‹ o CafŽ ZŽ da Micas Quiosque Santo Ant— nio CafŽ Ponto de Encontro S‹ o Jo‹ o de Ver Bombas REPSOL Quiosque Suil Park Quiosque S‹ o Bento Casa Silva Tabacaria dos 17

Louredo Bombas REPSOL Romariz Quiosque de Romariz Milheir— s de Poiares Papelaria Milheiroense Papelaria ABC Arrifana Kioske INTERMARCHƒ Quiosque H‡ bitos Padaria Snack Seara CafŽ Zubel Bombas BP Bombas CEPSA Sanfins CafŽ Primavera Escap‹ es Bazar Marlœ CafŽ Afri-Bar Fornos CafŽ Andrade CafŽ AngŽ lica

Caldas de S‹ o Jorge CafŽ S‹ o Jorge

Mosteir™ Padaria Espa• o Doce

Fi‹ es CafŽ Avenida Bombas GALP Casa Gama 2 Papelaria Coelho

Oliveira de AzemŽ is Bombas REPSOL

Lourosa Quiosque Pimok Quiosque da Igreja Papelaria Europa Tabacaria Piscinas de Lourosa Quiosque C+S Quiosque da Feira dos Dez Bombas CEPSA Padaria/Pastelaria Caracas II

Souto Casa Guidita Papelaria Brand‹ o Bombas GALP

Santa Maria de Lamas CafŽ do Zinho Cork e Manias (INTERMARCHƒ ) CafŽ Ð Restaurante Parque Carmic— pias Papelaria Silva Bombas REPSOL Mozelos CafŽ do Murado Quiosque Santa Luzia Casa DANIBRUNO Argoncilhe Papelaria GIFT Pereira & Avelar Restaurante Mena CafŽ Vergada Sanguedo CafŽ Melo CafŽ Danœ bio Lob‹ o Padaria Jardim II Papelaria Liperl‡ s Casa Gama CafŽ Grilo Guisande Bombas Cruz de Ferro Gi‹ o Bombas BP Fiaverde Canedo Kioske INTERMARCHƒ Papelaria GIFT M. J. CafŽ Papelaria Heleoan www.correiodafeira.pt

CafŽ Suldouro

Cucuj‹ es Bombas CEPSA

Travanca Padaria do Troncal Santa Maria da Feira Papelaria V’cio das Letras Palavras e Cigarros (Pingo Doce) Papelaria Atl‰ ntico Norte Quiosque do Feirense Quiosque do Rossio Quiosque a Desportiva Papelaria Alim‡ Quiosque do Cavaco Bombas REPSOL Kioske EÕ LECLERC Supermercado Passerele Quiosque/Bazar Nova Cruz Papelaria Manual da Alegria

Grij— Gladys S‹ o Jo‹ o da Madeira Rocha Press Center (C.C. 8.» Avenida) Quiosque Pretexto Quiosque das Piscinas Papelaria Lus’ada Tabacaria Turuminho Tabacaria Nina (C.C. 8.» Avenida) Bombas BP Bombas REPSOL Bombas REPSOL II Bombas GALP Bombas PETRO ZONA Tabacaria Santa Maria Ag• ncia de Jornais Ferreira Tabacaria Gloria Espargo Bombas GALP Castelo de Paiva Bombas REPSOL 25.JUL.2016

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