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TAXA PAGA

4520 Santa Maria da Feira

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

Desde 11 de Abril de 1897

Mérito Municipal 1972 1997 Ano CXIX

Semanário

Direcção: Orlando Macedo

01 Agosto 2016

Nº 5973

€0,60 (iva inc.)

A MAIOR VIAGEM NO TEMPO pág. 02 a 06

24h - 365 DIAS R. António Martins Soares Leite, nº 42 4520-190 Santa Maria da Feira Telf. 256 378 074

FUTEBOL

A Viagem Medieval já arrancou e muitos são os que não querem perder pitada deste regresso ao passado.

“O nosso objectivo principal é a permanência até para afastar os ‘fantasmas’ das épocas anteriores”. Entrevista com José Mota, treinador do CD Feirense. pág. 22 e 23


REPORTAGEM

Começou a maior Viagem medieVal da Península ibériCa

Até 7 de Agosto, todos os caminhos vão dar a Santa Maria da Feira. A cidade das Fogaças torna-se num dos pontos turísticos de maior atracção. São nada mais, nada menos do que 12 dias de festa no centro da cidade. Portugueses de todos os cantos da nação e muitos estrangeiros fazem questão de marcar presença. Texto: Marcelo Brito Fotos: Albino Santos

FEIRA Está lançada mais uma edição da Viagem Medieval em Terras de Santa Maria. Desta feita, celebra-se a vigésima edição cuja cerimónia oficial de abertura foi comandada pelo presidente da Câmara Municipal. Trajado a rigor e com um discurso a remeter os espectadores para épocas de nossa majestade, Emídio Sousa falou em “sentimento de prazer” e “grande honra” durante a sua intervenção. “Mandamos

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que se faça a 20.ª Viagem Medieval em Terras de Santa Maria”, declarou. Para terminar a cerimónia, realizada na quarta-feira, dia 27, chegaram, de carruagem, D. Dinis e D. Isabel, figuras que embelezam o cartaz do evento. O Plantador de Naus – como ficou conhecido o Rei D. Dinis – deu a última deixa e ordenou: “Que se faça a festa!”. Nos instantes posteriores à abertura oficial,

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verificava-se alguma ansiedade e o “correr contra o tempo” dos comerciantes e organização em concluírem os últimos detalhes. Não tardou até encontrarmos alguns estrangeiros. Mariana Reiteir, alemã, é presença assídua há já 10 anos consecutivos e deixar este hábito não está nos seus planos. “Quando vivia em Portugal vinha, e quando emigrei, não consegui deixar de o fazer”, afirma. Da Mealhada e muito


20 anos, 20 coisas a não perder Exposição “20 anos em Viagem” Fotografias, trajes e outros artigos promocionais no Museu Convento dos Lóios que retratam a passagem do tempo pela Viagem Medieval. Espectáculos de grande formato São o dobro dos espectáculos este ano: “Em Honra d’Isabel”, “Dinis e Isabel”, “A Conspiração” e “O Legado”.

bem-disposta, vinha Maria da Conceição, que enaltece a Viagem Medieval em Terras de Santa Maria como a melhor que conhece. “Não a perco por nada. São todos muito simpáticos e existe um tratamento diferente, quer da organização, quer dos próprios feirenses. Espero que continue assim”, diz. Já Eva Oliveira, comerciante de uma “barraquinha” de adereços, “mandou” a filha para a Viagem Medieval de Óbidos dizendo-lhe: “Vai para lá que eu não posso perder a da Feira”. Há dois anos que deixou a freguesia de São João de Ver para rumar a Coimbra, onde garante que “automaticamente todos associam Santa Maria da Feira à Viagem Medieval”. Estuda Jornalismo e Comunicação, mas quando o calendário se aproxima dos finais de Julho, já sabe o seu destino. Para ela, a Viagem Medieval é “um marco histórico para a cidade” e “uma forma de viver a história com algum divertimento à mistura”. É o seu quinto ano de Viagem e quase sempre a mudar de “trabalho”. Começou como guarda-roupa de uma companhia de teatro, seguiram-se dois anos numa barraquinha de um comerciante espanhol e depois um bar. Voltou a mudar e nesta edição está a trabalhar num restaurante. Por sua vez, Hélder Dias, residente em Arrifana, fez questão de marcar presença no arranque da Viagem, da qual destaca “o divertimento nocturno”. “A noite, os espectáculos e o facto de este evento juntar tantas nacionalidades, fazem com que eu venha cá todos os dias”, revela. Das muitas pessoas que marcaram presença logo no primeiro dia, grande parte adquiriu a pulseira e revela, convincentemente, que faz questão de visitar a Viagem o maior número de vezes possível.

Um vasto e “rico” cartaz cultural

Durante a Viagem Medieval, são raros os espaços de tempo sem qualquer espectáculo a decorrer. De grande formato são quatro (“Dinis e Isabel”; “Em Honra d’Isabel”, “O Legado” e “A Conspiração”), mas há mais… muito mais. “Dinis e Isabel” retrata a época em que D. Dinis entra em guerra com o seu filho legítimo e herdeiro ao trono, Afonso IV, pois este último temia que o seu pai entregasse o trono ao meio-irmão, Afonso Sanches. Já D. Dinis temia ser destronado por… Afonso IV. D. Dinis e Afonso IV, que viria a tornar-se Rei de Portugal, chegaram mesmo a encontrar-se em pleno campo de batalha. Retrata ainda a relação entre D. Dinis e D. Isabel de Aragão, que nem sempre foi fácil. A recriação do milagre das rosas foi a parte que mais interesse e curiosidade despertou entre os milhares de espectadores. Já “A Conspiração” aborda os primeiros anos do reinado de D. Dinis. Este é vítima de uma tentativa de usurpação do trono por parte de irmão, o Infante D. Afonso e a batalha acontece. “O Legado” junta mais de 100 actores e figurantes num recuo às origens do reino. Fogo, dança e música são parte integrante. “Em Honra d’Isabel” relata a festa do povo em adoração à Rainha D. Isabel. Não menos importantes, temos espectáculos como o “Festim”. Este encheu, na quarta-feira à noite, a Praça Gaspar Moreira com um belo momento de entretenimento. Celebrava-se a paz introduzida por D. Isabel quando cavaleiros e homens de armas invadiram a festa. Entre lutas de espadas e empurrões, a paz regressou. Nesta Viagem existe uma novidade que tem atraído a curiosidade de milhares de visitantes. O Estaleiro Naval e seus responsáveis convidam qualquer pessoa do público que por lá passe a… trabalhar.

Fragrância “Isabel” nos espaços Uma fragrância inspirada na Rainha Santa, com notas aromáticas de Flor de Lótus, Flor de Laranjeira e Rosas, aromatiza a Loja Interactiva do Turismo, Loja Oficial da Viagem e Castelo d’Isabel. Fitas de carpinteiro As filas estendem-se para comprar estas tiras recheadas com doces de ovos, uma das iguarias mais conhecidas do evento, que deixam qualquer um de água na boca. Shuk (mercado árabe) O Shuk ao longo da Rua dos Descobrimento transporta-nos para os países árabes e a sua cultura. À noite, o mercado tem um encanto especial com as lanternas coloridas. Loja Oficial com 400 produtos A Loja instalada na Casa do Moinho tem produtos comemorativos da 20.ª edição, como a bolsa da Rufel ou os paper toys do Rei e Rainha, e muitos outros artigos, como miniaturas do Castelo, trajes medievais e até produtos em cortiça. Milagre das Rosas Numa edição dedicada à Rainha D. Isabel, não podia faltar o “Milagre das Rosas”. Uma recriação no jardim do Museu Convento dos Lóios e um espectáculo de bailado na Quinta do Castelo, no espaço afecto às Termas, prometem encantar os visitantes. Se for aos Banhos de S. Jorge, aproveite para relaxar ao som de harpa e bebendo chás aromáticos. Decoração medieval Ao deambular pelo recinto da Viagem Medieval, aprecie a decoração concebida especialmente para o evento. As fitas coloridas são tradição, mas cada estabelecimento enfeita a fachada à sua maneira. Estaleiro Naval A 20.ª edição da Viagem é o ponto de partida para a construção de um Estaleiro Naval que se prolongará até à época dos Descobrimentos. Repasto no Povoado Nada melhor para recuar no tempo do que, além de observar o quotidiano do aldeamento, desfrutar de uma refeição com

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os materiais e alimentos daquela altura. Quem preferir, tem muitos espaços pelo recinto da Viagem para degustar uma bela sandes de porco, acompanhada da bebida em caneca, que pode depois ser levada embora como recordação. Animação circulante Há animação circulante por todo o espaço, este ano em maior número, desde malabaristas, a acrobatas, músicos e bailarinos. O Bobo da Corte é um dos preferidos do público que entra nas “palhaçadas”. Lago dos Feitiços Se é curioso e quer saber o que lhe vai acontecer nos próximos anos, deixe-se levar pelas previsões de quem lê a sina. Brasões de família Os brasões de família são paragem obrigatória na Viagem Medieval. De A a Z, são uma lição de história sobre os nossos antepassados. Castelo d’Isabel O Castelo é sempre um espaço icónico e é aqui que poderemos ver de perto os monarcas desta edição, D. Dinis e D. Isabel de Aragão, assim como as várias personagens do reinado. Áreas infantis As crianças são das que mais se divertem neste evento e para elas há workshops de dança e pintura, exposição táctil de arte, hora do conto, oficinas de expressão plástica e muitos jogos medievais. Animais Os animais também entram na festa e esta é a oportunidade de ver cavalos e outros animais domésticos e de caça. Aproveite e tire uma fotografia com uma ave de rapina no braço. Estátua viva no Largo Camões As estátuas vivas são obras de arte imperdíveis e esta não é excepção. Dê-lhe uma moeda e seja surpreendido. Coroas de flores Uma moda recente, as coroas de flores são já indispensáveis na cabeça de pequenas (e grandes) princesas. Não se esqueça da sua! Sons na Capela Um dos eventos mais envolventes é definitivamente o concerto intimista de música medieval na Capela do Castelo. Bilhetes experiência Dirigidos a quem quer viver a Viagem de forma mais intensa, os Bilhetes Experiência incluem participação nos espectáculos e visitas guiadas com personagens históricas.

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Ataque terrorista? “Um boato de muito mau gosto” Com os recentes atentados pela Europa, há quem tema pela sua segurança na Viagem Medieval, evento que reúne milhares de pessoas diariamente. Começaram por circular rumores nas redes sociais que três cidadãos de origem muçulmana teriam arrendado um apartamento em Santa Maria da Feira e dentro dele teriam sido descobertos armamentos e explosivos. Gil Ferreira adiantou que “não existia nenhuma informação oficial sobre tal relato”. O vereador considerou-o “um boato de muito mau gosto”. “Se existisse uma situação com tal gravidade, quer a organização, quer a autarquia, seriam os primeiros a saber. Por uma questão de boa gestão do pânico, não estamos sequer a alimentar esse boato que, até à data, não passa disso”, declarou. É de referir que, durante a 20.ª Viagem Medieval, está a ser testado um novo dispositivo de segurança, com medidas para combater o terrorismo. Este ensaio inclui a montagem de barreiras físicas e com capacidade para impedir a circulação de veículos. A grande afluência à Viagem Medieval – estimam-se meio milhão de visitantes – foi um dos principais factores decisivos na escolha do local, pelas forças de segurança, para testar o novo dispositivo.

Descascar madeiras e concluir os acabamentos dos barcos são algumas das funções que se podem fazer. E Os visitantes podem ainda… ir a banhos. Falamos dos Banhos de S. Jorge, espaço existente há já dez edições. Com a Quinta do Castelo como cenário, o lago e as grutas artificiais acolhem os visitantes interessados em embarcar no ambiente de repouso e relaxamento, acompanhado pelas melodias e danças.

Pré-venda de pulseiras aumentou 12,5%

Apesar de a Viagem Medieval ainda não ter terminado, Gil Ferreira, vereador com o pelouro da Cultura, adiantou ao Correio da Feira que o número de visitantes é superior aos da edição anterior. “Em 2015, a pré-venda de pulseiras ficou-se pelos 39 mil. Em 2016, ultrapassou a barreira das 45 mil unidades. Verificamos aqui um crescimento na ordem dos 12,5%. Estamos acima de qualquer uma das edições anteriores, em termos de adesão do público”, assegurou, acrescentando que estes números deixam a organização “motivada para o resultado final”. O que também contribui para a divulgação foi a nova aplicação para telemóvel lançada pelo Feira Viva, empresa responsável pela organização da Viagem Medieval, com toda a informação deste reviver da época medieval. Na aplicação, podemos encontrar o mapa detalhado do recinto com todos os locais devidamente identificados, todo o extenso programa dos 12 dias de evento, a história da 20.ª edição e fotografias. O utilizador pode ainda personalizar-se com um fato medieval. Para além de todas estas funções, a aplicação envia, várias vezes durante o dia, informações sobre os espectáculos que estão a decorrer para que o visitante se mantenha actualizado. Assistese a um conjugar dos tempos medievais com a evolução tecnológica dos dias de hoje.

E o primeiro Infante é… Marcos Pinho Andrade Como já noticiado, todos os bebés nascidos no Hospital São Sebastião – durante o período da 20.ª Viagem Medieval – serão agraciados com o título de “Infante da Terra de Santa Maria”. O primeiro nasceu à 01h09 de quarta-feira, 27 de Julho, e chama-se Marcos Pinho Andrade. A rainha D. Isabel visitou o pequeno Infante no Serviço de Obstetrícia do Hospital, acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal, Emídio Sousa, e pelo presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, Miguel Paiva, para entregar o título à família do Infante. Marcos Pinho Andrade recebe assim um “salvo-conduto” que lhe permitirá aceder de forma gratuita ao recinto da Viagem Medieval ao longo de toda a s sua vida. Até sexta-feira, o Hospital São Sebastião assistiu ao nascimento de 22 novos Infantes. Deste, 15 são meninos e sete meninas.

fotolegenda

Todos os dias, às 17h30, há visitas guiadas ao Património Religioso - Igreja Matriz de Santa Maria da Feira, lideradas pelo historiador Roberto Carlos Reis, em que se encarnam personagens ligadas aos Lóios, que se encontram sepultadas na Igreja, e se conduzem os visitantes ao longo de mais de 450 Anos de História. 04

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A 20.ª edição da Viagem Medieval retrata o reinado de D. Dinis e D. Isabel de Aragão. O Correio da Feira dá a conhecer a história de um rei que abriu caminhos à descoberta de novos mares, reforçou a identidade nacional, repovoou terras, construiu muralhas e castelos e organizou o exército; e da sua rainha, desde sempre próxima do povo, e cujos actos milagrosos são lembrados com elevação. Roberto Carlos Reis Historiador

D. Dinis, o Rei que “fez tuDo quanto quis” D. Dinis, “O Lavrador”, ascendeu ao trono com apenas dezoito anos, em 1279, mantendo-se até 1325. Foi o 6.º Rei de Portugal, filho de Afonso III, e de Beatriz de Castela. Nasceu em Lisboa a 09-10-1261 e morreu em Santarém a 07-01-1325, estando sepultado no Mosteiro de Odivelas. Nas Inquirições ordenadas por D. Afonso II, no ano 1220, aparecem vários julgados na Terra de Santa Maria, o mesmo sucedendo em 1251, com as Inquirições a que D. Afonso III mandou proceder. Sabe-se também que o juiz da Feira ordenou uma larga inquirição na terra de Cabanões, em Outubro de 1260. Seis anos depois, o mesmo Rei mandou proceder a novo registo de propriedades nos lugares dependentes do Castelo da Feira. E este seria um dos 12 castelos que D. Dinis concedeu, por aras de casamento, à sua esposa Isabel de Aragão – a Rainha Santa Isabel, com a qual teve como descendentes legítimos: D. Constança e D. Afonso (futuro D. Afonso IV); e descendentes ilegítimos: D. Afonso Sanches, D. Pedro Afonso conde de Barcelos, D. João Afonso, D. Fernão Sanches e D. Maria Afonso. Era um homem de personalidade muito rica e ficou conhecido por “O Lavrador” porque deu muita atenção ao desenvolvimento da agricultura. Mas também lhe chamaram o “Rei Poeta” porque amava a música e a poesia e ele próprio compunha poemas. Administrador severo, exigente e autoritário, suscitou um dito popular elucidativo: “D. Dinis fez tudo quanto quis”. Tratado como gente grande desde pequenino, amadureceu cedo e o pai, talvez por reconhecer nele as qualidades necessárias ou para as consolidar, atribuiu-lhe uma casa tinha apenas 15 anos. Como já verificamos, o pai de D. Dinis decidiu entregar-lhe ainda jovem o governo do reino, por se sentir velho e doente. D. Dinis procurou desde o início impor a sua autoridade a todo o país, incluindo aos grandes senhores da nobreza. Teve até o cuidado de nomear funcionários para irem pelo país fora com a incumbência de investigarem quais

os limites das terras dos nobres e, a serem legítimos, quais os impostos que cobravam dos camponeses (Inquirições). Com base nos resultados destas Inquirições, mandou fazer um cadastro geral, ou seja, um registo escrito, para evitar que os ambiciosos se apoderassem de terrenos e direitos que não lhes pertenciam. Naturalmente, surgiram protestos, reclamações, algumas tentativas de revolta, mas a vontade e as ordens do rei prevaleceram.

A visão estratégica

D. Dinis era um homem de grande visão estratégica em termos de governação. Tomou consciência dos problemas do país e desenvolveu iniciativas para tentar resolvê-los: mandou reforçar os castelos localizados na fronteira e ordenou que os concelhos passassem a ter um grupo de besteiros sempre prontos para se integrarem no exército. Como em Portugal havia muitas zonas pantanosas que não se podiam cultivar, mandou secar os pântanos, conseguindo assim aumentar o terreno arável. Segundo a tradição, também se deve a ele a plantação de pinhais nas zonas costeiras, para fixar as areias (por exemplo, o pinhal de Leiria). Para incentivar o comércio interno, criou muitas Feiras. Em 42 delas os comerciantes ficavam dispensados de pagar impostos, designando-se Feiras Francas. Para desenvolver o comércio externo, criou a Bolsa de Mercadores Portugueses, que era uma espécie de companhia de seguros. Criou ainda uma frota de navios destinada a proteger a costa dos ataques dos piratas. O genovês Manuel Pessanha foi o segundo almirante desta frota e também se encarregou de organizar a construção naval e de ensinar aos marinheiros técnicas de navegação e tácticas de luta no mar. Para desenvolver a pesca, D. Dinis criou Póvoas Marítimas e Póvoas Fluviais, ou seja, deu benefícios aos homens do povo que quisessem viver junto do mar ou de rios e dedicar-se à

pesca. Protegeu também aqueles que se dedicavam à extracção mineira. Nos reinados anteriores, os documentos oficiais eram escritos em latim. D. Dinis determinou que passassem a ser escritos em português. Em 1 de Março de 1290, criou o primeiro Estudo Geral (Universidade) em Lisboa. Mais

tarde foi transferido para Coimbra. Nesta primeira universidade, havia vários cursos: Medicina, Artes, Direito Canónico (leis religiosas) e Direito Civil. No seu reinado, foi criada a Ordem de Cristo. Recebeu todos os bens da Ordem dos Templários que foi extinta por Ordem do Papa. Publicidade

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D. ISabel De aragão, aCarINhaDa pelo povo A noiva escolhida por D. Dinis foi uma filha do rei de Aragão, numa época em que o casamento do rei era sobretudo um negócio de Estado e a forma de consolidar uma aliança com outro país. A princesa Isabel tinha 12 anos e, antes de sair de Barcelona, casou por procuração. Depois veio ao encontro daquele D. Dinis, conhecendo-o em Trancoso. O povo desde cedo entregou o coração à nova rainha sem quaisquer reservas. Atribuíram-lhe todas as qualidades do mundo, mesmo antes de ser considerada santa. Na Crónica dos Sete Primeiros Reis, estão descritos alguns dos milagres que teria feito. A Rainha Santa Isabel, apesar da sua natural discrição, foi uma presença forte e constante no país. Além de ter contribuído para pacificar lutas internas, desenvolveu também uma actividade diplomática importante, sobretudo com o reino de Aragão, a sua pátria.

Os milagres em Arrifana

“As cousas notáveis de Arrifana são o passar por ella em romaria a Santiago

da Galliza, a Rainha Santa Isabel e estando em huma casa que servia de estalagem dár vista a huma cega e de huma laranja azeda que comeo, cahindo huma pevide no chão, de que nasceo huma laranjeira e nas laranjas que dava se divisava na mesma, pouco junto ao pé, a forma de cinco quinas das armas de Portugal e conservão hoje em huma folha da mesma laranjeira”. A interessantíssima lenda do milagre operado pela Rainha Santa Isabel, de dar vista a uma ceguinha na sua passagem em Arrifana, assim como a de terem ficado impressas numa laranjeira ou nos seus frutos as quinas de Portugal, porque aquela excelsa princesa comeu uma laranja da qual caiu uma pevide que deu origem à privilegiada laranjeira, têm sido narradas por diversos escritores, com leves discrepâncias, que em nada alteram a mística essência de tão poética lenda do milagre atribuído à Santa Esposa do Rei D. Dinis. O Dr. José Beleza dos Santos (avô da Dra. Leonor Beleza), professor

da Universidade de Coimbra, ilustre filho de Arrifana, escreveu: “Por lá passou (em Arrifana) esse portentoso prodígio de graça, como lhe chama o Agiológio Lusitano. E aí, como em toda a parte, ela deixou o sinal da sua virtude compassiva e humilde, florescendo em milagres que o povo piedosamente conservou em sua lembrança. Vamos já encontrar n u m ve l h í s s i m o d o c u m e n t o d o s princípios do século XV a tradição de um milagre localizado precisamente em Arrifana e contado na ingénua linguagem do tempo. Vindo a Rainha Santa de Coimbra para a cidade do Porto, acudiu ao caminho uma mulher em um lugar que dizem Rifana e pediu-lhe por mercê que puzesse as mãos nos olhos de uma moça sua filha que, dizia, era cega de nascença. E, tendo voltado a Rainha áquelle lugar, acudiu aquella mulher com aquella moça, a que Deus dera vista e mostrava-a. A Rainha mandou, porem, que se calasse e isto não dissesse e para se calar mandou dar de vestir á mãe e á filha.”

Capela Nossa Senhora de Campos

FICHA TÉCNICA

Em relação a Santa Maria da Feira, e em particular a Capela de Nossa Senhora de Campos, não existem quaisquer dúvidas da atenção que o monarca lhe prestou, uma vez que as raízes históricas desta ermida serão anteriores ao seu reinado, basta para isso analisar a documentação existente. Os documentos número 378 e 618 dos Portugaliae Monumenta Historica (anos 1050 e 1083) aludem a uma povoação chamada Santa Maria nas margens do Cáster, perto de Travanca e de Milheirós (freguesia da Feira) Confirma a localização o n.º 378 da colecção referida em que se lê: Item in trabunca at radize de sancte marie... do que se infere que a pequena localidade chamada Sancta Maria no século 11.º ficava muito próximo – at radize – de Travanca, o que se verifica com Santa Maria de Campos. Uma questão importante a ser colocada: terá a ermida de Campos tão venerável antiguidade que permita a sua identificação com a de Santa Maria do século XI? O doc. n.º 618 do Portugalliae Monumenta Historica, datado de 1083, tem por objecto a venda de umas propriedades “na vila de Milheirós e em Santa Maria nas proximidades do rio Ovar. Território de Santa Maria, terra portucalense”. Rio Ovar é o que atravessa a nossa Vila e vai desaguar na Ria depois de banhar e fertilizar os campos daquela importantíssima povoação de que tomou o primitivo nome. A povoação de Milheirós que lhe ficava próxima é sem dúvida a aldeia do mesmo nome

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Administração Jorge de Andrade

há muito integrada na paróquia da Feira. Santa Maria, citada logo a seguir como vizinha e localizada também nas margens do rio discurrente rivulo ovar, identifica-se sem esforço com a antiquíssima ermida intitulada por D. Dinis em 1305 “Santa Maria do Campo”. Outro aspecto é de que não existirá dúvida de que Santa Maria, embora viesse a designar uma localidade ou núcleo populacional, foi originariamente o título de uma igreja, mosteiro ou ermida aí existente. Tal é a etimologia de todas as povoações com nomes de santos. Nas vizinhanças de Milheirós e de Travanca, houve apenas uma ermida com o título de “Santa Maria” – a de Campos. É uma instituição antiquíssima, remontando, pelo menos, aos primórdios da monarquia. “D. Diniz pela graça de Deus etc….faço saber que como os reis que ante mim foram (hic) e eu fazemos manter para serviço de Deus e de sua mãe Santa Maria uma capela (legado com obrigações cultuais) na Igreja que chamam “Santa Maria do Campo” na freguesia de S. Nicolau da Feira… (Censual, p. 228). Consta do documento, em suma, que os primeiros reis de Portugal instituíram um legado da missa diária e a recitação das Horas Canónicas na ermida de Campos, vinculando a esse legado ou capela vários “herdamentos”, “possessões” e “outras cousas”. Sabendo D. Dinis que, por vezes, ali não se cantava missa nem rezavam as Horas, doou os referidos bens à Igreja de S. Nicolau da Feira,

cujo pároco ficou com o encargo de resar missa diária na ermida e manter ali uma lâmpada acesa “todo o ano de noite”. Todos os anos “em dia de Santa Maria de Agosto” deviam de ir à ermida rezar as Horas Canónicas os clérigos da Igreja de S. Nicolau. A comprovada antiguidade da ermida em referência e o zelo e cuidado dos primeiros reis de Portugal na manutenção do seu culto são índices da sua importância histórica. Um artigo publicado por V. no Povo Feirense, 3/12/1938 sublinha “que já os monarcas anteriores a D. Dinis olhavam com particular zelo e carinho para a ermida de Campos, sendo lícito concluir então que ela remonta aos começos da monarquia, nada logicamente obstando ao seu contacto e identificação com a Santa Maria do século 11.º. Uma conclusão importante é de que terá sido um pólo centralizador das orações e práticas culturais da população adjacente antes da construção da igreja de S. Nicolau. Os documentos mais antigos, relacionados com a Capela de Campos integram o Censual do Cabido da Sé do Porto, salientando-se a “Doaçom que fez el Rey da Capela de santa Maria do Campo da Igreia de sam Nicolao da feira” – 2 de Setembro da era de 1343 (ano de 1305) -fls. 288. “Deste importante documento conclui-se que: a) Numa época anterior a D. Dinis, um rei de Portugal instituiu uma capela na igreja de Santa Maria do Campo; b) Que esta, em 1305, já estava integrada na freguesia da Igreja de

Carta de D. Dinis acerca da capela de Santa Maria de Campos (7 de Setembro de 1308)

S. Nicolau da Feira e, por isso, não encabeçava qualquer freguesia diferente desta; c) A designação que se lhe dá de Igreja pode bem significar que lhe ficara por tradição, do tempo em que fora a igreja da freguesia autónoma do seu nome; d) A capela instituída deve ser muito antiga pois já decorrera o tempo necessário para, naturalmente, se aviltar o cumprimento de obrigações contraídas; e) Os benefícios reais de que gozava essa capela e património que lhe foi doado foram transmitidos com as respectivas obrigações, por meio de doação, nesse ano de 1305, para a igreja de S. Nicolau da Vila da Feira.”

Colaboradores: Alberto Soares, Albino Santos, Armandino Silva, Armando Neto, Filipe Dias, Filipe Freixo, Lu’ s Higino, Manuel Silva, Maria Celeste Rato, Paulo Ferreira, Paulo Neto, Roberto Carlos, Serafim Lopes, Vasco Coelho

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Redacção Daniela Soares daniela.soares@correiodafeira.pt

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(como se fora) Editorial

Apesar da nossa capacidade e da nossa proverbial boa-vontade, acabámos por nos render à evidência: aqui no ‘CF’, estamos mesmo a precisar de Férias. É que o cansaço da procura incessante da notícia, desgasta mesmo, Amigo Leitor. Claro que – ao longo do ano – bem poderíamos ter amenizado; mas não conseguimos ficar sentados à espera que a matéria nos caia no regaço; não temos jeito para fazer notícias “copy-paste” e toma-lá-que-jáalmoçaste. E também não somos bafejados pela sacrossanta preferência de algumas entidades, que de tão gentis, pudessem guardar dados importantes em exclusivo, ou até premiar-nos com realizações gráficas prontinhas e textos prontinhos a editar, eu sei lá!… (e ainda pagarem-nos). Na verdade, ainda temos o “mau-hábito” de querer esmiuçar “informação” que às vezes nos chega prontinha a servir; e isso dá trabalho. E cansa. Principalmente quando há quem teime em dificultar o percurso da procura da veracidade dos factos. Bem; não é que às vezes, alguns – à partida – até não quisessem ajudar-nos a descobrir outras realidades. Mas lá pensam melhor; e não arriscam levar-nos pela mão (a nós, claro) acompanhando comitivas (presidenciais, semi-presidenciais; oficiais, semi-oficiais e outras assim-assim) não vá o diabo tecê-las. Não dá para arriscar; a “nomenklatura” sabe (há muuuuuiiiitos anos) que é mais seguro acarinhar quem se preste a segurar a máscara... Estamos (mesmo) cansados. Por isso Amigo Leitor, vamos mesmo de Férias, com a promessa de voltar no início de Setembro. Retemperados e com novos projectos informativos. Mas não nos vamos sem antes deixar-lhe os nossos votos de que tenha também… umas óptimas Férias.

António Cardoso, Deputado do Partido Socialista na Assembleia da República

INDAQUA: “INEVITÁVEL CONVERGÊNCIA DE INTERESSES”

É

O despertar do ‘urso pardo’

E l acordou. a c lo S D C te, o m e de repen omo convŽ c , o d r a p ( urso evivido em r tal como o b o s m te al que ˆ direita), e a um anim a d r e u q s ‹ oˆ e vai da’ , e Ó co-habita• e m fo Ò heio de — siacordou c no, no prop e r r te r a c r a ete desata a m r no banqu a g lu m u r nti se to de gara ic a s q u e u q r t‡ u a a › es d a s e le i• a co rd o u. N , l‡ ‡ v s m . Ma avizinham l, ainda be a n r jo te s . a de na pol’ tica perspectiv e r a ˆ o d a m-vin exagere n e seja be S D C o que m S— Ž pena s— acorde de tr• s e e hiberna• ‹ o tr• s anosÉ Publicidade

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01.AGO.2016

NÃO BAIXAR OS BRAÇOS São frequentes as reclamações manifestadas por alguns cidadãos feirenses dirigidas à Indaqua, que se traduzem numa dispensável turbulência de acusações entre os representantes de forças partidárias, como aconteceu recentemente entre o CDS, PEV e a Indaqua. Isto acontece passados quase 20 anos quando a Câmara PSD concessionou irresponsavelmente a distribuição de água e saneamento em Santa Maria da Feira. Analisando a presente realidade, é tempo dos feirenses perceberem que devem convergir as suas forças, interesses e vontades no mesmo sentido da Concessionária, porque os consumidores de água e utilizadores dos serviços de saneamento sabem que a concessão é financeiramente irreversível até 2040!... Aliás, vemos que os Autarcas passam e a Indaqua fica (pois continua com a concessão)!... Objetivamente, a Concessionária não pode ser acusada de ter conseguido um “contrato leonino” para os tempos de hoje. Garantidas margens de ganho 10-11%, valores impensáveis nos negócios dos dias de hoje, pois o contrato não salvaguardou a eventual deflação da economia. Consequentemente, o contrato é financeiramente irrevogável. Quem pensar o contrário está enganado, e todos os que declarem guerra à Indaqua estão derrotados antecipadamente. Só resta uma solução de bom senso: convergir os interesses da Indaqua, embora visem o lucro, e criar as melhores relações entre os consumidores e a imagem da empresa. Daí resultará que quanto maior for o número de consumidores, mais água é consumida, e melhor poderão ser os Serviços da Indaqua. A Indaqua tem um papel fundamental no bem-estar e qualidade de vida dos feirenses. Em qualquer território, os serviços de abastecimento de água e saneamento são fatores determinantes na melhoria e preservação de um bom ambiente dos seus habitantes. Perante a evidência destes factos, não resta outra alternativa aos feirenses que não seja convergir os interesses de ambas as partes (bom serviço de abastecimento de água e de saneamento) e boa regulação dos procedimentos e práticas seguidas. Falta uma autoridade independente (Comissão de Acompanhamento dos serviços

de água e saneamento). Esta seria o árbitro das naturais divergências e queixas dos consumidores e más práticas da Concessionária. Estando constituída esta Comissão de acompanhamento, não se justifica qualquer Associação de Defesa dos Consumidores da Indaqua. Aliás, hoje, quem o quiser fazer tem a Defesa dos Consumidores (DECO). É preciso que os feirenses entendam que o tratamento dos esgotos que são lançados na rede pública é muito dispendiosa quando os mesmos não correspondem a consumos de água fornecida! Alguma coisa não anda bem!.. Também é preciso que a tarifa social seja automática com a apresentação da declaração do IRS que contemple esse benefício. Práticas que precisam de ser implementadas para bem de todos. Fomentar o diálogo, agora que foi conseguida a justa isenção de taxas de ramal de ligação da água e do saneamento, à qual fui um forte contestatário, considero que as coisas estão a normalizar-se. Será pertinente destacar as recentes declarações do Sr. Diretor da Indaqua, publicadas neste jornal, onde afirma “mostrar-se completamente disponível para esclarecer quaisquer que sejam os problemas para resolver”. Perante esta nova atitude de disponibilidade da Indaqua para dialogar, porque não desafiá-la a colaborar em projetos de Desenvolvimento Social para cidadãos com limitações físicas ou financeiras, nomeadamente nas áreas do Desporto, Cultura e Ensino. É preciso trabalhar de forma construtiva, abandonando práticas de guerrilha permanente, porque afirmações do tipo: “A população está em pânico”; “obrigam os consumidores a gastar mais água”; “aplicam consumos médios”, “forçam vistorias dentro das casas” etc., não ajudam à inevitável convergência de interesses. Todos temos a ganhar com o tratamento das águas residuais das nossas casas. É a preservação dos nossos recursos hídricos subterrâneos, a qualidade do ar respirado será mais agradável (ausência de cheiros nauseabundos) etc. são questões de saúde pública a defender. A Indaqua tem que ser vista como amiga dos feirenses para termos um “Ambiente mais Saudável” na nossa terra!… Publicidade

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SOMOS JORNALISTAS, SENHORES Daniela Castro Soares

Este é um texto há muito pedido. Pedido pelos outros, que me apelavam a escrevê-lo, mas pedido, muito mais, pela minha própria consciência. Há um tempo para tudo e eu acredito que este é o tempo de dizer “basta”. Basta de acharem que jornalismo não é um curso a sério, basta de tentarem ridicularizar uma profissão de que nada sabem e basta de acharem que com dois dedos de conversa conseguem que a notícia saia da forma que querem. São os políticos, a classe dominante em qualquer painel noticioso, a quem eu me dirijo. Desde cedo, desde o estágio para acabar a faculdade, que conheço as suas pressões. Conheço o

tom de voz, as ameaças subliminares, os atestados de incompetência que me passam a toda a hora. Sei, sobretudo, o sangue frio que tenho de manter nesses momentos. “Olhe, desculpe, na notícia que saiu, não vinha lá a minha intervenção”. E quando nos apetece responder “Bom, já pensou que a sua intervenção não era digna de notícia?”, apenas sorrimos, talvez para a próxima. Somos benevolentes porque não queremos ser rudes. E por mais que, muitas vezes, nos apeteça pagar na mesma moeda – porque o podíamos facilmente fazer – não vamos por esse caminho porque temos um código deontológico para seguir, e quem é jornalista (verda-

deiramente jornalista) vê este como um código de honra. Não humilhamos, não maltratamos, não perseguimos, não caluniamos. Dizemos a verdade, é isso que vos assusta, é por isso que pressionam. E quando nos observam à distância e mandam bocas para o ar ao discutir com a Oposição – “só está a dizer isso para sair na comunicação social” – preocupem-se menos com a capa da próxima semana e mais com o que podem fazer para resolver o problema que vos está a ser colocado. E vice-versa, porque não é só quem está no poder que quer impor a sua vontade, são todos os chico-espertos com a mania das grandezas que pen-

sam que o mundo gira à volta deles. Permitam-me que estenda, por isso, este “alerta” aos empresários, empreendedores, mentes de ideias brilhantes e todos os outros que quando fazemos um artigo perguntam “Posso ver antes de ser publicado?”. Não, não pode. Fazemos jornalismo, não publicidade. Vocês não controlam a nossa caneta. Talvez este grito do Ipiranga não tenha o impacto pretendido, mas disto eu tenho a certeza: Sou jornalista, trabalho para o jornal Correio da Feira, reporto aquilo que vejo e ouço, contraponho factos, noticio o que é de interesse público, de forma isenta, e nunca, por motivo algum, serei o vosso soldadinho de chumbo.

congénere nacional. Por isso, não poderia deixar de subscreve r, s e m r e s e r v a s , o “ g r i t o ” q u e

a Daniela Castro Soares acima emite. Os visados que assumam... e reflictam.

NOTA DO DIRECTOR Orlando Macedo

Há dezenas de anos que, em v a r i a d a s o c a s i õ e s , v e n h o a l e rtando para que a um profissio-

nal consciencioso, é muito mais d i f í c i l ( m a s m u i t o m a i s ! ) e s c r e ve r num Jornal regional, do que num

STRECHT MONTEIRO E A COMENDA Domingos Oliveira

A Revista de 17 de Julho do Correio da Manhã publicou em Tema de Capa, e sob o título “Condecorações que perderam decoro”, uma notícia que dava conta que Strecht Monteiro, exdeputado socialista, comendador da Ordem da Liberdade desde 1985, no segundo mandato presidencial de Ramalho Eanes, por ter sido condenado em Tribunal por violência doméstica (dois anos e nove meses) e detenção de arma proibida (um ano), que o cúmulo jurídico fixou em três anos de pena suspensa, estaria sujeito a ver irradiada, de forma automática, a Ordem Honorífica em posse, pela legislação que estipula regras de exclusão a quem, “por sentença judicial, transitada em

julgado, tenha sido condenado por prática de crime doloso, punido com pena de prisão superior a três anos. Não será preciso ser “expert” em matéria de direito penal, para se saber que qualquer sentença só transita em julgado após esgotados os recursos, seja porque o prazo para se recorrer terminou, seja por acordo homologado por sentença entre as partes. Ora se a sentença não transitou em julgado e a regra de exclusão não se aplica, porquê a utilização de factos que em nenhuma circunstância servem de argumento?..... Porquê?.... Bom!.... Mas adiante, porque não é a isto que me queria referir! Conhecendo as pessoas e os factos,

não posso ficar indiferente a mais esta aleivosia, bem própria do jornal (Correio da Manhã), para quem o seu autor (Leonardo Ralha) trabalha. Adequado ao estilo próprio de que o bombástico, quando em regra de pulhice, é notícia que chega à frente, mais apetecida e consumível, os fins justificam os meios. Não interessa como, o importante é chegar lá. O jornal, ou a revista, boatou. Mais uma vez espalhou uma notícia sem fundamento, com evidente prejuízo de quem atingiu. A 23 de Julho de 1985, a Presidência da República, através da Chancelaria das Ordens Portuguesas, concedeu o grau de Comendador da Ordem da

Liberdade a Alcides Strecht Monteiro, a TÍTULO PÓSTUMO. Nascera a 2 de Abril de 1910 e falecera a 15 de Junho de 1977. Apesar disso, Correio da Manhã, qual respeitador social itinerante e insigne baluarte da verdade, consegue, através de fonte estrábica e por tratantice, descobrir ser possível, mesmo passados 40 anos, não haver Ordem Honorífica nenhuma que, mesmo que concedida a alguém a título póstumo, não se lhe possa ser retirada. Basta que o acuse, também a título póstumo, de violência doméstica e detenção de arma proibida, apontando-o como raro exemplo de regra de exclusão. Haja decoro.

BREXIT – E AGORA EUROPA? António Mário Sousa Presidente do Núcleo de Paços de Brandão Gabinete de Comunicação do CDS Feira

BREXIT – Para o bem ou para o mal, uma realidade a que os Europeus não podem nem devem ficar indiferentes ou fechar os olhos. 52% dos britânicos concordaram com a saída, algo que provocou em toda a comunidade ocidental um alerta vermelho e que no imediato originou a demissão de David Cameron. Esta decisão do Reino Unido, na minha opinião, trará num futuro muito próximo problemas complicadíssimos à Grã-Bretanha, à União Europeia, ao seu conceito e a toda a Política Económica. Não me admiraria, até porque penso que o crescimento dos partidos radicais levará a isso, se entretanto outros países viessem também a re-

ferendar as suas continuidades e que com isso a Europa assistisse ao seu desmoronamento e ao fim da moeda única. A consequência da desagregação da Europa Comunitária e o fim do Euro seria de facto uma gigantesca hecatombe tanto a nível social como económico. Ao longo dos séculos, os Portugueses sempre deram provas de coragem, de bravura e de espírito de sacrifício nos momentos mais difíceis da nossa História. A Fundação de Portugal com Afonso Henriques, os Descobrimentos em Naus rudimentares, as Guerras com os Mouros e com Espanha, as Invasões Francesas, as Guerras Colonial

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e Mundiais, o sobreviver à Ditadura, ao PREC, a Governos com Ministros sem Pasta, às Derrapagens da Expo, a Fundos Comunitários mal geridos, a Mega Gastos em Estádios de Futebol, aos Bancos bons e Bancos maus, aos milhões enterrados em autoestradas sem movimento, às portagens em vias alternativas como a A29, à Troika e às geringonças políticas, etc... são de facto provas dessa coragem e desse espírito de bravura e sacrifício. Mas muito dificilmente os portugueses sobreviveriam a um cenário de desintegração da Europa e ao fim da Zona Euro. As dificuldades para Países como Portugal que vivem economicamente

dependentes do euro, de ajudas e de fundos, seriam enormes. Muito provavelmente sucumbiam! Esperemos que a nova PrimeiraMinistra Theresa May saiba conduzir sabiamente as negociações e que todo o processo de saída dos britânicos não nos afete muito, nem aos milhares de portugueses que trabalham na GrãBretanha. É uma tarefa árdua que terá pela frente esta nova Dama de Ferro do Reino Unido. Com 59 anos e licenciada em geografia, Theresa May é considerada grande gestora, frontal e muito pragmática. Resta-nos esperar com atenção, o futuro da Europa começa hoje. Publicidade

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Tomada de posse define objectivos para a cidade

CDS Feira homenageia manuel PláCiDo

POLÍTICA

FEIRA A tomada de posse da Assembleia de Filiados e da Direcção do Núcleo da União das Freguesias da Feira, Travanca e Sanfins e Espargo aconteceu no passado dia 17 de Julho no Restaurante Baco.come, em Santa Maria da Feira, “durante um jantar onde a animação e o convívio foram uma constante”, diz o CDS, em comunicado. A estrutura de Núcleo e Concelhia da Feira decidiu homenagear Manuel Plácido concedendo-lhe o Diploma de Presidente Honorário do Núcleo, “como reconhecimento pelo seu contributo para o CDS Feira, sempre com total abnegação e sentido de serviço à comunidade”. O deputado João Almeida, porta-voz nacional, falou da forma como o CDS lê a actual situação nacional e quais as propostas que tem para a sua resolução, “sempre numa perspectiva de apoio às pessoas que mais têm sofrido e continuam a sofrer com a agudização das assimetrias sociais e económicas”, afirma o Núcleo. Já o presidente da Concelhia, Ângelo Santos, referiu a importância da organização interna levada a cabo e lembrou a dimensão eleitoral desta Junta, “disponibilizando-se para o que o Núcleo entenda pertinente”.

O presidente do Núcleo, António Giro, apresentou a sua equipa, agradeceu a presença e o apoio de todos e lembrou a Declaração de Princípios do CDS para assumir perante os presentes que esses serão os valores a partir dos quais a equipa irá trabalhar. Apresentou como objectivos para os próximos dois anos: aumentar o número de militantes; trazer os militantes para uma participação activa na vida do Núcleo; preparar uma lista “ganhadora” concorrente à União das Freguesias da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo. Referiu ainda a forma como a equipa pensa a cidade. “Uma cidade organizada para a comunidade; amiga das pessoas mais velhas, pois o envelhecimento da população traz novos desafios na reconfiguração dos espaços humanos; uma cidade ainda mais verde, com menos trânsito, com mais propostas de transporte colectivo, em que a mobilidade das pessoas seja fundamental; uma cidade sustentável em termos energéticos; aberta à diversidade e ao convívio fraterno, onde todos se sintam parte activa na construção humana e que promova a solidariedade e o aparecimento de iniciativas”, enumera o Núcleo.

Amy’s Kitchen

Santa maria Da Feira “ganha” a outroS PaíSeS e muniCíPioS A Amy’s Kitchen, fábrica de refeições vegan pré-confeccionadas, vai instalar-se no Concelho e o presidente da Câmara não podia estar mais satisfeito. “Estamos há mais de um ano a negociar com a empresa numa acérrima competição com outros países europeus, como a República Checa e a Polónia, e outros municípios de Portugal”, informou Emídio Sousa, na última reunião de Câmara. Conseguiram que optassem pela Feira e estão já a ser preparados os projectos de execução para que a construção se inicie no próximo ano. “Trata-se de um empreendimento muito importante que, só na primeira fase, proporcionará 160 postos de trabalho directos e 300 indirectos”, referiu. Terá “um forte impacto na economia 10

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local” pois desencadeará “uma série de interessados em trabalhar com a empresa, como embalagens, refrigeração, etc.” “Qualquer feirense fica maravilhado com o empreendimento, mas a localização da empresa é sempre, em última análise, da responsabilidade da própria empresa, nunca porque a Câmara lhe ofereceu algo diferente”, apontou o vereador socialista António Bastos, afirmando que “o território reúne as condições para que empresa se instale e possa fornecer daqui para o resto da Europa”. “Também temos de ter em conta a dinâmica e o preponderante trabalho do Ministério da Economia do actual Governo”, lembrou, fazendo votos para que a obra se inicie o mais rapidamente possível. www.correiodafeira.pt

amP afina novo modelo de gestão com Vouguinha na agenda Na última sexta-feira, teve novos desenvolvimentos o “folhetim” que tem sido desenrolado à volta da reforma de competências das Áreas Metropolitanas, a que o governo quer atribuir competências, até aqui, da sua esfera de actuação. Formalmente, trata-se da tentativa de “muscular” as AM’s com instrumentos de decisão mais eficazes, em termos de abrangência da gestão do território. Foi para esclarecer dúvidas e ouvir sugestões que o ministro-adjunto Eduardo Cabrita se deslocou ao Porto, onde reuniu com o Conselho Metropolitano do Porto, liderado por Hermínio Loureiro. Promover a “eficácia, legitimidade política e democrática e condições de funcionamento que permitam reforçar a operacionalidade” das AM’s eram argumentos do cardápio, da reunião (em que também esteve Emídio Sousa). No caso da AM Porto, não só a indefinição do modelo funcional, como a do modelo de eleição, tem gerado a tomada de posições divergentes entre os autarcas dos 17 municípios. Recorde-se que o modelo eleitoral que o governo tem em mente preconiza que o universo eleitoral dos cidadãos da AM eleja entre 50 a 75 deputados a uma AM, a qual, por sua vez, há-de eleger o presidente (e os restantes titulares dos órgãos) num modelo idêntico ao da designação do presidente da Assembleia da República. Mas entre os autarcas há quem – como Hermínio Loureiro, ou José M. Ribeiro, da CM Valongo – defenda a eleição directa do presidente da AMP, alertando para que, se assim não ocorrer, o líder da AM acabará por ficar dependente de consensos.

Vouguinha na agenda

Na sequência do encontro, o ministro-adjunto afastou temores de “esvaziamento” de competências dos municípios, a favor da AM, algo que os autarcas temiam. No entanto, o processo não está fechado, tendo ficado assente a constituição de um grupo de trabalho liderado por Hermínio Loureiro, que vai definir um caderno de sugestões a apresentar ao Governo. Sabe-se já que no documento os autarcas rejeitam a hipótese do reforço de competências das AM’s poder ser feito à custa da redução de poderes dos municípios. Noutra vertente, destaque para o CmP ter aceite o pedido de Emídio Sousa para constituir um grupo de trabalho com a missão de desenvolver um projecto intermunicipal que atenda a novas estratégias para a revitalização da linha ferroviária do Vouguinha.

Junto à ETAR de Fiães

os Verdes denunciam “cheiros nauseabundos” FIÃES O deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar Os Verdes, questionou o Governo, através do Ministério do Ambiente, sobre a ETAR de Fiães e “os cheiros nauseabundos que emana, constituindo um atentado à qualidade de vida das populações de Grandal e de Tabuaça”, aponta o partido, em comunicado. No passado dia 12 de Junho, Os Verdes estiveram nas imediações da ETAR e constataram “um cheiro intenso e nauseabundo que emana desta infraestrutura localizada na margem esquerda do Rio Uíma”. A ETAR, inaugurada em 2009, está dimensionada para 46 mil habitantes, dos quais um terço dos efluentes tratados são de origem industrial. Actualmente, a infraestrutura está a ser explorada pela Indaqua devido à concessão em Santa Maria da Feira dos sistemas de abastecimento de águas e saneamento. Além de prejudicarem a qualidade de vida das populações nas redondezas, diz o partido, os cheiros que provêm da ETAR são também “um mau cartão-de-visita para quem frequenta os passadiços e o Parque das Ribeiras do Rio Uíma, localizados a escassos metros”. Publicidade

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Segundo regulamento de recolha de lixo porta-a-porta

Câmara obriga à remoção dos Cestos metáliCos

SOCIEDADE

Para evitar os sacos de lixo nas ruas, que se desfazem devido aos animais errantes, os moradores têm investido em cestos metálicos. Esta opção, porém, não é autorizada pela Câmara Municipal, que obriga à retirada dos cestos, alegando que a solução são contentores apropriados para o efeito. Marcelo Brito

FEIRA Ao abrigo do Regulamento de Resíduos Sólidos e Higiene Urbana, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira obriga os munícipes a retirarem os cestos metálicos para a recolha de lixo. Como exemplo, na Estrada Nacional N.º 327, em São Miguel de Souto, um morador recebeu em sua casa uma carta a pedir a remoção do cesto metálico por si utilizado para armazenar o lixo antes da sua recolha. Não é estranha a utilização destes cestos mais resistentes pelos moradores devido aos animais errantes. Estes, atraídos pelos cheiros intensos, destroem os sacos e espalham o lixo pelas ruas, algo que com a utilização do cesto metálico é contornado. Na carta assinada pelo vereador do Ambiente, Vítor Marques, lê-se: “Solicita-se que o referido cesto

que se encontra na via pública seja removido num prazo máximo de 10 dias úteis, uma vez que não cumpre o estipulado no Regulamento de Resíduos Sólidos e Higiene U r b a n a ” . C o n f r o n t a d o p e l o C F, Vitor Marques frisa que “o regulamento não permite a utilização dos cestos metálicos”. “Compreendo que, como a recolha de lixo é feita porta-a-porta, os animais errantes danifiquem os sacos, mas existem soluções previstas”, revela. Soluções que passam, segundo Vítor Marques, por “colocar contentores próprios, num local rodeado de arbustos, para não existirem resultados visuais negativos”, tal como já aconteceu noutros casos. A decisão do vereador do Ambiente em mandar retirar os cestos metálicos baseou-se em “pareceres técnicos especializados”.

CHedv reconhecido como referência no tratamento oncológico O Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV) foi reconhecido pelo Ministério da Saúde como centro de referência na área de Oncologia para o tratamento do Cancro Hepatobilio/Pancreático. Ao ser assinalado como centro de referência no tratamento oncológico, o CHEDV “é reconhecido como o expoente mais elevado de competências na prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade em situações clínicas que exigem uma concentração de recursos técnicos e tecnológicos altamente diferenciados, de conhecimento e experiência, tanto a nível nacional como internacional”, diz o Centro Hospitalar, em comunicado. O serviço responsável por este centro de referência é o Serviço de Cirurgia Geral do CHEDV que é composto por uma vasta equipa de profissionais diferenciados e com “reconhecimento nacional e internacional, possuindo diversas publicações em revistas de referência e vários prémios obtidos em congressos”. Para Mário Nora, director do Serviço de Cirurgia Geral do CHEDV, “este reconhecimento é o corolário de anos de trabalho da Unidade Funcional de Cirurgia Hepatobilio/ Pancreática liderada por Gil Gonçalves”.

santa maria da Feira é um dos pólos mais empreendedores

O Isvouga assinou, na passada quarta-feira, um protocolo de cooperação com a Associação Rede Scientiae. Sedeada em Vale de Cambra, a associação propõe-se desenvolver, em conjunto com o Isvouga, actividades de interesse e consentâneas com a missão de ambas as instituições, particularmente ao nível de intercâmbio de informação; participação em projectos financiados nacionais ou estrangeiros; apoio mútuo à realização de parcerias, protocolos e/ 01.AGO.2016

O Congresso Anual das Testemunhas de Jeová começou no passado dia 29 e continua na próxima sexta-feira no Europarque. Paulo Ribeiro, porta-voz do congresso, garante: “A lealdade em pensamentos, palavras e acções tem desaparecido da sociedade humana. O congresso através da análise e consideração de exemplos bíblicos ajudará cada um a ser leal no seu relacionamento com outros e especialmente com Deus. Estes exemplos beneficiarão a pessoas em todas as situações na vida”. A exemplo de congressos anteriores, haverá dezenas de apresentações áudio e vídeo. A entrada é livre e os congressos das Testemunhas de Jeová são custeados totalmente por donativos voluntários. Estima-se um total de 14 mil pessoas no Europarque para assistir ao congresso bíblico. Em Portugal, haverá 18 congressos em 12 cidades. No mundo todo, há mais de 8,2 milhões de Testemunhas de Jeová em mais de 118 mil congregações, números da organização.

Trabalho de investigação da Exame

isvouga assina protoColo Com a assoCiação rede sCientiae

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Congresso das testemunhas de Jeová no europarque

ou acordos no âmbito das suas zonas de intervenção; cooperação na organização e celebração de actos, actividades, jornadas, seminários e conferências de interesse comum; divulgação e/ou cooperação em iniciativas a realizar, nomeadamente em cursos, pós-graduações e/ou estudos. O apoio a trabalhos/projectos, a realizar por estudantes, e a colocação dos mesmos em situação de Estágio são igualmente âmbitos possíveis de intervenção. www.correiodafeira.pt

A revista Exame publicou um extenso trabalho na sua edição de Julho sobre o tecido empresarial nortenho. O artigo, intitulado “O Norte que puxa pelo País”, coloca Santa Maria da Feira como “um dos pólos mais empreendedores e dinâmicos desta região”, cujo eixo é Aveiro – Porto – Braga. O autor do artigo diz que, “sem este Norte, Portugal não seria viável enquanto nação”. Ao longo de mais de 20 páginas, o trabalho de investigação refere que “Santa Maria da Feira vale mais nas exportações nacionais do que todo o distrito de Coimbra” e que é o concelho da região de Entre Douro e Vouga (ou Terras de Santa Maria) que “mais contribui para as exportações nacionais, com 1.179 milhões de euros, num distrito de Aveiro que representa mais de 12% das exportações totais de Portugal”. Quanto à balança comercial, “é para Norte que se concentram os grandes excedentes comerciais que equilibram as contas externas do país, a começar por Vila Nova de Famalicão e Santa Maria da Feira…”. Enaltecendo o trabalho dos empreendedores feirenses, que produzem e exportam para os mercados externos debaixo de competição internacional, a revista “Exame” refere que “o empreendedorismo não é uma palavra da moda (em Santa Maria da Feira), mas um modo de vida secular”. Para Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal, este trabalho da revista Exame é “um justo reconhecimento do trabalho e valor dos feirenses”. “Sinto que estamos no bom caminho e este artigo vem colocar Santa Maria da Feira no mapa dos concelhos que mais contribuem para a riqueza e para o emprego nacional. É um orgulho para todos os feirenses, mas ainda há muito trabalho pela frente e não podemos deixar de continuar a ser ambiciosos”, afirmou.


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Semana pontuada por ofensas à integridade física

AtropelAm em cimA do pAsseio e Agridem com cApAcete

FREGUESIAS

FEIRA Dois homens, um de 37 anos, servente de construção civil, e outro de 20 anos, desempregado, foram detidos, no passado dia 24 de Julho, pelas 18h18, por ofensas à integridade física. O suspeito de 37 anos atropelou, intencionalmente, um homem de 39 anos, desempregado, dirigindo o veículo para cima do passeio, onde a vítima circulava apeada, fazendo com que tivesse rebolado por cima do capô e caído no solo. De seguida, o outro suspeito de 20 anos, que também seguia no veículo, saiu e começou a bater na cabeça da vítima com um capacete que trazia na mão. A situação foi presenciada por polícias que se encontravam no local devido a um acidente de trânsito. Do atropelamento, resultaram ferimentos na cabeça e rosto da vítima, mas o lesado não quis, no momento, receber tratamento médico, tendo ficado de se deslocar ao hospital, pelos seus próprios meios, após a formalização da denúncia na Polícia. O suspeito de 20 anos já se encontrava indiciado pela suspeita da prática dos crimes de roubo furto e outros ilícitos. A vítima também se encontrava referenciada pela suspeita da prática dos crimes de violência doméstica e ofensas à integridade física.

O resultado do teste de alcoolemia efectuado ao condutor deu negativo. Os arguidos foram notificados para comparecerem no DIAP do Tribunal de Santa Maria da Feira. O veículo automóvel e o capacete foram apreendidos por terem sido utilizados na prática do crime.

Outras agressões na mesma semana

Outros dois casos aconteceram na mesma semana. A 20 de Julho, pelas 16h00, um homem, de 37 anos, corticeiro, recusou identificar-se. O indivíduo circulava com um motociclo por cima de um relvado nas traseiras da Avenida Sá Carneiro e, ao ser interpelado pela Polícia, injuriou e a ameaçou o agente. Foi submetido a Termo de Identidade e Residência. A 23 de Julho, pelas 06h00, um jovem, de 18 anos, estudante, residente no concelho de São João da Madeira, foi detido por injúrias, agressão e ameaça a agente de autoridade. O suspeito, momentos antes à chegada da Polícia, encontrava-se em desacatos com um familiar, com agressões mútuas. Tendo a Polícia interferido, a fim de parar a desordem, o suspeito voltou-se para o agente.

AvenidA FrAncisco sá cArneiro retomAdA S. JOÃO DE VER Depois de uma paragem de vários meses, a obra da Avenida Francisco Sá Carneiro, em S. João de Ver, vai novamente arrancar. “Congratulo-me com o procedimento, mas não me congratulo com o que foi feito até agora. Começou à velocidade toda, porque as eleições estavam à porta, e só agora vamos terminar. Espero que façam a obra definitivamente e no prazo previsto para em 2017 estar concluída”, salientou o vereador do PS

António Bastos, na última reunião do executivo municipal. “Também me congratulo com a execução desta obra e o trabalho feito não foi inútil”, afirmou o presidente da Câmara, Emídio Sousa, lembrando o “grande aterro de terras”. “A obra é uma velha aspiração da freguesia e vai alterar muito significativamente a vivência da parte central pois é uma zona muito procurada que tinha um acesso precário. Agora vão ter uma avenida digna”, assegurou.

ruA do mArco oFerece “perigo” Aos trAnseuntes A Rua do Marco, entre Vila Maior e Lobão, “é um perigo para quem lá circula”, apontou o PS, na última reunião do executivo municipal. “Ainda não está concluída, mesmo depois da A41 a funcionar, tem lá as madeiras de suporte, o muro a desmoronar, os passeios que ainda não estão feitos e as portas das caixas sem tampas”, enumerou António Bastos.

O vereador com o pelouro das Obras Municipais, Vítor Marques, revelou que a Junta se tem deparado com o problema do “furto contínuo e sistemático das tampas” por “pessoas do bairro social próximo que fazem disso negócio”. “O presidente da Junta está a estudar outra solução, como tampas noutro material, porque cada vez que são colocadas, são furtadas”, lamentou.

pedreira das penas já tem iluminação FEIRA Em resposta à questão anteriormente colocada pelo socialista António Bastos, o vereador com o pelouro das Obras Municipais, Vítor Marques, confirmou, na última reunião de Câmara, que já tinha 14

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sido feita a recepção provisória da Pedreira das Penas e que a iluminação se encontrava ligada desde o dia 22 de Julho. “A empreitada está fechada, falta acabar o arruamento”, informou. www.correiodafeira.pt

Avenida João Paulo II

demora nos trabalhos prejudica comércio local LOUROSA As obras de requalificação na Avenida João Paulo II, em Lourosa, têm dado que falar nas reuniões de Câmara e o Partido Socialista voltou ao ataque. “A demora da realização nos trabalhos devese à ineficácia do planeamento no desenvolvimento da obra. Será que se fosse a concurso público não estaria já terminada? Eu creio que sim, que estariam as obras terminadas e com qualidade, e os empreiteiros responsabilizados pelos prazos”, apontou António Bastos, alertando que o comércio e as pessoas estão a ser “prejudicadas” pelo “arrastado desenvolvimento” da empreitada enquanto a Câmara e a Junta “atiram responsabilidades” uma para a outra. O vereador com o pelouro do Urbanismo, José Manuel Oliveira, esclareceu que “ainda estão em negociações” com proprietários dos terrenos circundantes pois “quantos mais conseguirem, melhor ficará a obra”. “Estamos a aprimorar as pavimentações, não podem ser concluídas sem tudo definido”, salientou, admitindo que “as negociações se arrastam”. O vice-presidente acredita, contudo, que “será uma obra marcante que trará mais conforto e defesa aos peões” e que “as pessoas, daqui a dois meses, verão os benefícios”. “Estamos a trabalhar para o bem da população”, assegura. O socialista Mário Oliveira levantou “dúvidas” quanto à transparência já que os passeios e a pavimentação estão em dois procedimentos diferentes. “A empreitada vai sendo feita consoante os ritmos e gostos da Câmara, parece-me estranho”, declarou, frisando que “a autarquia deveria estar na posse de todos os terrenos mas não é isso que acontece”. “Lamento que sejam os moradores a sofrer”, acrescentou. O contrato-promessa em cima da mesa, entre a Câmara e alguns proprietários de terreno, foi aprovado por unanimidade.

Antiga escola primária de lobel “ao abandono” VILA MAIOR Numa visita pela freguesia de Vila Maior, o PS encontrou uma escola primária “em situação de abandono”. “A escola de Lobel está vandalizada e ainda tem o espólio lá dentro. Chegou o momento de o pelouro da Educação tomar medidas para que possa ser recuperada”, apelou António Bastos, na última reunião do executivo municipal. A vereadora com o pelouro da Educação, Cristina Tenreiro, informou que a escola já não tinha alunos desde 2002 e que “a Junta anterior e a actual têm tentado ver se há pessoas interessadas em adquirir ou associações em ir para lá”, mas sem sucesso. “O arquivo da escola está lá, mas tudo o que era de valor já foi retirado”, garantiu.

rua da escola de tarei alcatroada SOUTO O CDS está satisfeito com o pavimento novo na Rua da Escola de Tarei. “Dois anos volvidos e depois de vários avanços e recuos, constata-se hoje que esse problema está resolvido”, afirmam, em comunicado. Os moradores daquela rua, “cansados de tanto esperar”, já tinham feito, em 2014, um abaixo-assinado no qual “expunham as suas queixas e exigiam respostas”. “Assim, mais uma vez se comprova que quando há empenho e união, o que de início parece impossível se pode tornar realidade mais tarde”, diz o CDS, que se colocou ao lado desta causa “dando voz aos cidadãos”.


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eco spot sensibilizou banhistas na praia da MaMoa MILHEIRÓS DE POIARES Mais de 300 veraneantes, de todas as idades, foram alertados para a importância de respeitar regras de urbanidade em contexto balnear, na Praia Fluvial da Mamoa, em Milheirós de Poiares, através da acção de sensibilização ambiental Eco Spot, promovida pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e SUMA, no dia 24 de Julho. A acção desenvolveu-se em três áreas de sensibilização. À entrada da praia foi instalado o “Beatas Spot”, composto

por cinzeiros públicos, que incluíram um registo de votação como factor de incentivo à correcta deposição das beatas nestas estruturas, dando assim enfoque à prevenção desta tipologia de resíduo altamente contaminante das águas e perigosa para crianças e animais. Na área do conto, as famílias puderam assistir ao conto animado sobre a “História do Lixo” na sua idiossincrasia social. Almofadões com mensagens de sensibilização ambiental, um livro XXL

e equipamento de amplificação áudio foram os recursos mobilizados para a concretização desta acção. Decorreu ainda no relvado um jogo de grandes dimensões, afecto a conteúdos temáticos no âmbito da gestão doméstica dos resíduos nas suas diversas vertentes – acondicionamento e deposição, deposição selectiva, valorização e cidadania activa. De forma a propagar a mensagem de adopção de uma atitude pró-ativa, os veraneantes receberam palas para o

automóvel, cinzeiros de praia, bonés, ímanes e jogos de tabuleiro.

Délio Carquejo e as amarras da tutela

sino no Concelho, seja público, privado ou cooperativo”. “Interessa é que seja de qualidade, e foi assente nesse princípio que se organizou este debate em forma de colóquio”, esclarecem, “convictos que estas duas instituições, que mostraram real vontade de uma cooperação efectiva, consigam transportar essa determinação para o terreno e findar com a inércia da Câmara Municipal, no sentido de tornar esta um parceiro activo no ensino”. O debate foi moderado pelo presidente da Concelhia, Ângelo Santos, e contou com a presença do deputado do CDS eleito por Aveiro António Carlos Monteiro.

Evento organizado pelo CDS

debate junta isvouga e ispab

CULTURA

O CDS congratula-se por “um dia histórico para o ensino superior em Santa Maria da Feira”. Na mesma mesa, o partido reuniu, no passado dia 23 de Julho, as duas instituições de ensino superior do Concelho, Isvouga e Ispab, num colóquio sobre Educação. Délio Carquejo, António Cortes e Ana Rita Bessa esgrimiram argumentos e perspectivaram estratégias para o futuro, não só do Concelho, como a nível nacional. “O facto de se assumirem, desde logo, consensos em algumas áreas é positivo numa estratégia conjunta de forma a tornar mais fácil ultrapassar as dificuldades.

Essa estratégia terá de englobar os dois organismos representados neste debate, em conjunto com o poder político”, diz o CDS, em comunicado. Ana Rita Bessa, deputada do CDS, referiu não ser possível “trabalhar a Educação” quando as estruturas fundamentais são alteradas de quatro em quatro anos, devendo pensar-se a Educação a médio e longo prazo para formar melhores profissionais e uma melhor sociedade. “O trabalho em rede é fundamental, devendo cada instituição de ensino superior estar atenta às necessidades do meio onde esta inserida”, referiu.

Uma das grandes dificuldades para o presidente do Ispab é que “quando se dirige à tutela ou aos organismos do poder local/regional, sente-se como um pedinte, que se humilha e recebe umas pequenas esmolas, quando deveria ser considerado como um parceiro que promove o desenvolvimento do território em que está inserido”. Já o representante do Isvouga expôs a necessidade de se procurar novos caminhos. O CDS acredita no empreendedorismo e desenvolvimento sustentado e no “en-

restauro ao ViVo no Museu de laMas LAMAS No âmbito do PEJENE – Programa de Estágios de Jovens Estudantes do Ensino Superior nas Empresas promovido pela Fundação da Juventude, o Museu acolhe, entre Julho e Setembro, a técnica superior de conservação e restauro Ana Mota, cujo objectivo será a intervenção no espólio do Museu, realizando acções conservativas e de restauro com o intuito de devolver a leitura e a estética imaginária referente às obras sebastianas. Trata-se de um conjunto de obras de imaginária barroca que integram o núcleo temático do Museu dedicado à devoção local das “Fogaceiras da Feira” intitulado “São Sebastião, O Voto, A Identidade e a Arte”. O programa de intervenções abrange um conjunto de nove esculturas de vulto datáveis do século XVII, representativas da iconografia do primeiro martírio de São Sebastião; ou seja, definem visual e esteticamente o momento em que este mártir cristão foi alvejado por setas, como sentença e castigo pelo seu “credo” e desobe-

Marionetas da Feira apresentam saltimbancos d’el rei

diência ao paganismo imperial. Na sua maioria concretizadas em madeira policromada, verificando-se nalguns elementos a presença de carnação, estofo e douramento, estes registos de proveniências e autorias distintas exprimem, pela variedade verificada nos seus estilos e formatos, a dualidade entre a produção erudita e produção popular no Barroco português. A ideia do restauro ao vivo tem por base uma maior interacção entre o público e a realidade museológica, permitindo a observação das intervenções que vêm sendo feitas e a sensibilização para a necessidade de manutenção técnica específica, mostrando a realidade por detrás da obra do artista. “A realização pública de acções de conservação e restauro dentro do espaço museológico apresenta uma importante vertente pedagógica, pretendendo elucidar e consciencializar os visitantes através do confronto directo com os problemas do espólio em intervenção”, diz o Museu de Lamas, em comunicado.

the company apresentam “16 anos em música” A companhia de espectáculos The Company apresenta, no dia 17 de Setembro, a sua produção “16 anos em música”, um espectáculo cantado e dançado ao vivo, composto por alguns dos melhores temas de 2000 a 2016. Sediados em Nogueira da Regedoura, os The Company são uma equipa de

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produção artística e cultural sem fins lucrativos, que reúne no seu seio jovens com a mesma paixão pela música, dança, teatro e entretenimento. O seu grande objectivo é oferecer momentos únicos a todos os que assistirem aos seus espectáculos. O evento tem lugar no auditório da Tuna Musical Mozelense pelas 21h30. www.correiodafeira.pt

As Marionetas da Feira têm novo espectáculo já em cena durante a XX Viagem Medieval. “Por ordem d’El Rei faz-se saber que durante 12 dias e 12 noites, o populus das Terras de Santa Maria, deve folgar para regozijo de sua majestade e sua Corte. Outrora banidos pelo Clero, os bonecreiros são chamados ao Rei. Sua alteza menciona que só eles fazem delirar o povo e jubilar os nobres. Estes são convidados para que com o seu espectáculo circulante interpretem um sem fim de variedades com bonecos e truques de manipulação”, dizem as Marionetas da Feira. O elenco de marionetas movidas com cordéis, varas e outros mecanismos rebuscados apresentam-se num desfilar de artistas e atracções com folias que têm como temas os saltimbancos, a música e as folias reais. Publicidade

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Pat r í c i a roxo: clinica de excelência focada no Paciente

O projecto da Clinica Médico Dentária, Dra. Patricia Roxo, SA, iniciou-se há 15 anos, mais precisamente em Setembro de 2001 tendo como objectivo uma conquista de mercado sustentada e gradual numa cidade de que muito gosto. A centralidade é fundamental e como tal estamos localizados em pleno Centro da Cidade de Santa Maria da Feira, na Rua Dr. João de Magalhães, junto à Rotunda do Hospital. Nas instalações da Clinica preocupamo-nos com a funcionalidade do espaço e o pormenor, associados a uma imagem de arejado bom gosto. Cedo me apercebi que a exigência da profissão ao nível da responsabilidade, da qualidade, do rigor e da inovação me obrigavam a trabalhar muito, elevando os meus próprios padrões de exigência. Na medicina dentária o relacionamento com o Paciente é determinante. Entre médico e Paciente

TesTemunhO

uma clínica a recomendar com toda a segurança não tenho bem a certeza há quantos anos sou cliente da Clínica Dentaria são sebastião, mas de certo há mais de dez anos. se um relacionamento se mantém durante tanto tempo é porque a competência e simpatia dos profissionais que ali exerce funções me vêem agradando desde sempre. Tenho a Dr.ª Patrícia Roxo como uma excelente profissional, meiga e atenciosa. uma das características que mais me agrada na médica é que nada executa sem primeiro dar uma explicação do que é necessário fazer, escutando sempre atentamente as minhas dúvidas, receios e exigências, tendo bastante paciência comigo. Quando temos um médico assistente tenha ele a especialidade que tiver, um dos factores mais importantes é a sua disponibilidade para nos atender, mesmo não estando na sua hora de trabalho, esta é outra virtude da Dr.ª. Patrícia Roxo. Recordo uma consulta de emergência, que me fez durante uma viagem minha ao estrangeiro com uma diferença de 7 horas e mesmo assim não deixou de me atender e resolver o problema até ao meu regresso. As colaboradoras da clínica merecem também nota vinte, todas simpáticas e amáveis e sempre disponíveis a colaborar com um cliente difícil e com horários complicados como eu. A clínica é um espaço bem localizado, próximo do nosso hospital, com bastante oferta de estacionamento. Foi recentemente remodelada e apresenta uma decoração moderna de estilo minimalista. Durante estes anos tenho recomendado com tranquilidade e muita segurança os serviços da Clínica s. sebastião, quer a membros da minha família, quer a amigos, e de todos nunca escutei senão a melhor das opiniões.

a confiança representa um enorme valor pois só assim é possível construir soluções capazes de transformar um rosto. Quando estamos a reabilitar uma boca sentimos que estamos ao mesmo tempo a contribuir para o crescimento da autoestima da própria pessoa. É estimulante assistir aos primeiros momentos após finalização dum tratamento, em que a confiança permite a um Paciente sorrir, soltar uma gargalhada, enfim sentir-se feliz. E é tão compensador que muitas vezes nós próprios nos envolvemos nesses momentos de felicidade. Nesta área o crescimento não é rápido mas sim sustentado. O sucesso visível na boca dos nossos Pacientes atrai novos Pacientes. A empatia entre médico e paciente é um factor intrínseco à saúde oral e por isso a nossa taxa de fidelidade tem apresentado, todos os anos, um crescimento de que toda a equipa se orgulha.

O nosso muito obrigado aos nossos Pacientes por continuarem a escolher a nossa Clinica

A evolução tecnológica que continuamente perseguimos permite ao corpo clinico propor todo o tipo de soluções desde a dentisteria tradicional até à implantologia, focando-nos no bem-estar do paciente e no seu limite financeiro. São vastas as soluções possíveis para os diferentes quadros clínicos que se apresentam, sendo saudável e honesto discutir todas as hipóteses com o Paciente para que este se sinta confortável com a opção tomada. A CMD, Dra. Patrícia, SA está equipada com a mais moderna tecnologia na área da saúde oral, permitindo diagnósticos seguros e soluções audazes que agradam aos nossos Pacientes. No nosso centro ortodontico desenhamos soluções que permitem correcções permanentes quer tanto do ponto de vista estético como de patologias futuras, designamente doença periodontal ou stress adicional nos músculos de mastigação. Os problemas nesta área são vastos e distintos, dando aqui apenas alguns exemplos: dentes salientes, arcada inferior projectada para a frenteou arcada superior posicionada muito atrás, desvio da linha mediana, etc. O quadro clinico da CMD é composto por 4 Médicas Dentistas que para além das especialidades já referidas são também responsáveis pelas áreas de cirurgia oral, endodontia, periodontologia, dentisteria estética, reabilitação oral, odontopediatria (crianças) odontogeriatria (idosos) e branqueamento dentário. Recorremos aos mais avançados meios de

TesTemunhO sou cliente da Clínica são sebastião desde o seu início. Foi a Clínica que eu escolhi para me acompanhar nos meus tratamentos dentários desde o seu início, não só pela excelente relação que encetei com a profissional, sra. Dra. Patricia Roxo, mas também, pelas excelentes condições que me proporciona, quer em relação à sua proximidade com o doente, quer também em relação às condições de higiene e segurança da Clínica que sempre me transmitiram muita confiança. A Dra. Patricia Roxo é uma excelente profissional, sempre disponível para responder às minhas pretensões e altamente eficaz no que respeita ao tratamento das minhas necessidades. É o único sitio onde eu venho e onde pretendo continuar a vir para resolver os meus problemas de saúde oral. só lhe posso desejar a maior sorte e a maior continuidade e evolução neste percurso que tem vindo a desenvolver.

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diagnóstico, dispondo, para além de outros, de equipamentos de radiologia computorizada e Ortopantomografia. Estamos presentes no Programa Saúde Oral – entrega de cheques dentistas às crianças e grávidas, correspondendo à nossa participação de responsabilidade social na nossa Cidade. O bem estar do paciente é objectivo máximo dos nossos profissionais tendo por base um clima de boa disposição e confiança tornando a sua estadia fácil e simpática. Gostaria ainda de referir a disponibilidade do corpo clinico nas situações de urgência. Todos os nossos Pacientes são atendidos por um profissional. Ninguém sai da Clinica em sofrimento. No próximo dia 1 de Agosto iremos publicar o novo web site (www.clinicasaosebastiao.pt) contendo informação vasta e especifica bem como importantes opções inovadoras para os nossos Pacientes. Temos Orgulho em Propor, concretizar e monitorizar soluções de excelência. De Segunda a Sexta a Clínica encontra-se aberta das 9h às 20h e aos Sábados das 9h às 13h. Morada: Rua Dr. João Magalhães, 34 | 4520-216. Contactos Telf. 256 378 363 e-mail geral@clinicasaosebastiao.pt.

Jorge de Andrade www.correiodafeira.pt

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OS QUATRO “MITOS URBANOS” QUE MAIS OUVIMOS SOBRE CÃES E GATOS

Os ossos fazem bem aos cães? Posso dar um paracetamol ao meu gato? Chegou a hora de acabar com todas estas dúvidas 1. “Disseram-me que... os ossos fazem bem aos cães” Errado. Se os ossos fossem bons, provavelmente não os deixaríamos no prato no final das refeições. Então porque não aproveitamos nós esse grande petisco?! Porque a ingestão de ossos não faz bem a ninguém e representa um enorme perigo para os nosso animais! Os ossos desgastam os dentes, podem parti-los, podem ficar espetados na boca, podem obstruir as vias respiratórias, podem ficar na faringe ou em qualquer outro local do tubo digestivo, provocando obstruções e/ou perfurações e, mesmo quando temos a sorte de eles chegarem ao final da sua “viagem”, podem ainda causar dificuldades a defecar. Por causa dos ossos, somos muitas vezes obrigados a operar cães ou gatos e, às vezes, são cirurgias que envolvem sério risco de vida para o animal. Por isso, não, os ossos, definitivamente, não fazem bem aos nossos animais. 2. “ Li na internet que... as cadelas têm que ter uma ninhada para serem mais saudáveis” Não! As cadelas não têm de ter uma ninhada para serem mais saudáveis ou para poderem ser esterilizadas. Não há nenhum estudo que sugira que uma cadela ou gata será mais saudável por ter tido uma ninhada... Bem pelo contrário, existem vários estudos, e com benefícios comprovados, que recomendam a esterilização antes ou próximo do primeiro cio (que normalmente acontece por volta dos seis meses). A esterilização sim, fará delas fêmeas mais saudáveis. Além de ser uma forma de controlar a reprodução e o número de animais errantes, reduz a probabilidade do desenvolvimento de tumores de mama, elimina totalmente a possibilidade de aparecimento de problemas de saúde relacionados com ovários e útero (muito frequentes em cadelas mais idosas ou que tomam equivalentes à pilula), acaba com o cio e elimina o risco de doenças sexualmente transmissíveis. 3. “Disseram-me que... se posso dar o medicamento a um bebé também posso dar ao meu animal” Não! Por favor, NÃO! Este é um dos erros mais

comuns cometido pelos donos, a maior parte das vezes cheios de boas intenções. A intoxicação por paracetamol em gatos é o resultado mais frequente porque toda a gente tem paracetamol lá um casa e acha sempre que, se não faz mal às crianças, não vai fazer mal ao gato. Mas acha muito mal... Um simples comprimido de paracetamol 500 mg pode matar um gato adulto. O paracetamol é proibido em gatos e só pode ser dado em doses muito baixinhas a cães. Outros exemplos de princípios activos tóxicos para cães e gatos são o ibuprofeno ou o diclofenac, também muito vulgares em casa de quase toda a gente, entre muitos outros... Existem sim alguns medicamentos de medicina humana que podem ser administrados ao nossos animais, mas numa dose ajustada ao seu peso. Nalguns casos essa dose é muito mais reduzida que para os humanos, noutros muito maior. Sempre que tiveres dúvidas sobre se podes, ou não, dar algum dos medicamentos que tens em casa ao teu animal, evita complicações: fala com o teu médico ou enfermeiro veterinário. 4 - “Disseram-me que... tenho que desparasitar o meu animal uma vez por ano, quando nos desparasitamos todos lá em casa!” Não... Nós não temos que nos desparasitar tantas vezes como os nossos animais, nem eles tão poucas vezes como nós. Como deve ser fácil de imaginar, eles estão expostos a muito mais

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parasitas que nós, por isso têm que ser desparasitados mais vezes e com produtos adequados. Então, o recomendável é que a desparasitação interna dos animais seja feita de três em três meses e com produtos especificamente criados para esse efeito, ou seja, produtos de veterinária que apresentam doses ajustadas ao peso dos nossos animais e que têm um maior espectro de acção que os de medicina humana, abrangendo assim um maior número de parasitas a que eles estão sujeitos e nós não.

Dica da Enfermeira Sara

Ferias a porta, alguns conselhos: Nunca deixe o seu animal fechado no carro. Tenha sempre agua fresca disponível. Cuidado com os pisos muito quentes. Muitas paragens durante as viagens E muito importante, cuidados veterinários e de saúde em dia e tolerância com os patudinhos, ao fim ao cabo também ficam ansiosos em novos ambientes. Boas ferias.


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“A figurA do plAntel tem de ser A equipA” Nélson Costa nelson.costa@correiodafeira.pt

DESPORTO

José Mota, experiente treinador do Feirense, aponta a manutenção como o objectivo primordial para o regresso do clube à I Liga e define os jogos em casa e o colectivo como fundamentais. No entanto, apesar dos elogios ao clube, jogadores e adeptos, o técnico admite estar preocupado com a escassez de opções de ataque no actual plantel. Foi fácil chegar a acordo com o Feirense? Porque aceitou a proposta? Foi relativamente fácil. Ambas as partes queriam a continuidade. É muito importante que haja sintonia entre equipa técnica e o clube e foi o aconteceu. As coisas correram bem e houve essa sintonia, frontalidade e facilidade de relacionamento. Depois, porque o clube está em evolução constante, percebemos que facilmente chegaríamos a um acordo porque ambas as partes estavam motivadas num desenlace positivo. A direcção e o José Mota também não eram desconhecidos, eu conheço muito bem, e desde há muitos anos, o Feirense e o Feirense também me conhece bem. Que balanço faz desta pré-época? O Feirense tem conseguido vitórias a que juntou dois troféus. O balanço é muito positivo. Há essa tendência para dizer que as vitórias não são importantes na pré-época, mas nós trabalhámos para ganhar. É sempre importante e motivador perceber que os jogadores transpõem para o jogo o treino semanal, porque nos treinos é tudo muito bom, muito intenso, mas depois tem de resultar no exame final, ou seja, nos jogos. É aí que se tiram a ilações. Este grupo de trabalho tem sido excelente em todos os aspectos. Já o referi como sendo um dos melhores grupos com quem já trabalhei e é verdade. Tem jogadores jovens com ambição e talento que, com a experiência de outros que vieram, e virão, com certeza que têm muito para dar. O que nos pretendemos é, para além da evolução que eles têm tido ao nível dos comportamentos e de treino, que eles também percebam que o futebol (além do colectivo) é um jogo extremamente difícil, em que o sacrífico é uma constante. As dificuldades da I Liga vão ser muitas, mas estes jovens, dentro deste colectivo que é um misto de experiência e irreverência, têm feito e vão continuar a fazer bons jogos. Temos conseguido ganhar, mas também aliar as vitórias a um futebol positivo porque os atletas têm qualidade. Os objectivos passam somente pela manutenção ou o Feirense pode surpreender? Sabemos perfeitamente que temos de definir uma coisa que é muito importante: o grande objectivo do Feirense

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“O grande objectivo do Feirense passa por se manter na Primeira Liga”

passa por se manter na I Liga, até para libertar os ‘fantasmas’ de épocas anteriores que não é positivo [o Feirense desceu sempre na primeira divisão]. Esta é a terceira vez que subi à I liga e nas duas vezes anteriores fizemos um trabalho muito interessante, conseguimos a manutenção com alguma tranquilidade e é o que o Feirense persegue. Temos de o conseguir no jogo a jogo. Queremos que a equipa alcance uma dimensão, uma atitude mental e uma experiência de I Liga. Neste momento, temos de perceber que somos o Feirense. Temos de ser humildes, saber reconhecer a nossa dimensão e que o nosso objectivo é a permanência. É o objectivo maior. Como vamos conseguir essa permanência? Essa é uma resposta que a equipa vai dar jogo a jogo, paulatinamente na sua evolução. Mas quanto mais cedo o conseguirmos, melhor. Em declarações à imprensa, o Barge apontava a experiência de José Mota e os jogos em casa como fundamentais para conseguir a manutenção. Concorda? Sim, concordo. É uma observação de um jogador experiente e que conhece a mística do Feirense. É, realmente, importante que haja gente experiente no futebol. O Barge é um desse núcleo. Sabemos perfeitamente que temos ser uma fortaleza em nossa casa. É claro que vamos perder jogos, mas queremos perder poucos. Temos de demonstrar em casa que somos uma equipa compacta, uma equipa difícil, que os adversários percebam que na Feira vai ser extremamente difícil passar. Temos de saber quais as nossas limitações, mas também quais as nossa virtudes. Temos um público entusiasta, que nos ajuda, vamos puxar por eles, mas também precisamos que eles nos ajudem. Que nos apoiem como fizeram o ano passado, nomeadamente nos últimos jogos que nos ajudaram a ultrapassar as dificuldades. O Barge aponta exactamente isso, a capacidade de sofrimento que a equipa tem de ter. O nosso estádio tem de ser palco de muitas ‘batalhas’ ganhas. Temos de ter um colectivo forte, temos de perceber que além das nossas características como equipa, organizada, apoiada, a tentar jogar um futebol positivo, mas tudo isso por si só pode não chegar. Se formos uma equipa igual às outras na I Liga não vai chegar porque, se calhar, as

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outras têm mais individualidades. Que Feirense podemos esperar na próxima época? É um pouco o que temos feito nos últimos jogos. Uma equipa difícil, organizada, que não dá muitos espaços em termos defensivos, que sabe jogar bem apoiada defensiva e ofensivamente, ou seja, em suma uma equipa compacta. Não quero uma equipa que hoje faz um grande jogo e depois faz três ou quatro maus. Quero uma equipa que quando tem bola sabe valorizá-la, mas que quando não a tem, rapidamente a recupere, que seja agressiva no bom sentido. É isto que perseguimos. Todos sabem como gosto de lidar com os jogadores. Sei que há adversário que serão favoritos, mas vão ter de o justificar em campo. Não vou deixar que o adversário seja melhor só porque queremos jogar futebol positivo, não sou esse género de treinador. Para mim, é mais importante ser uma equipa que consegue seis ou sete oportunidades, independentemente de ter 70 ou 80% de posse de bola. O fundamental é ser uma equipa objectiva, pragmática, com sentido de organização muito apurado. O Feirense vai jogar em 4-3-3 como fazem habitualmente as equipas do José Mota? Sim, sou adepto do 4-3-3 ou então, como aconteceu algumas vezes a época passada, a funcionar num 4-2-4 quando o resultado não é favorável. E de vez em quando, sabemos que vamos ter de mudar o nosso modelo de jogo, não só em função do adversário como do próprio jogo. Os reforços até agora conseguidos parecem seguir duas linhas orientadoras: experiência e começar a construir a equipa a partir da defesa. Foi uma estratégia? Sim, faz todo o sentido. Todas as equipas que sobem à I Liga têm de perceber isto: primeiro tem de ter alguma estabilidade de transição, ou seja, jogadores que vêm da época passada, que têm conhecimento do clube e ambição de chegar à I Liga. Nós temos esses jogadores. Atletas que chegam curiosos para perceber o que é a I Liga, mas depois, com trabalho, percebem que conseguem cimentar a sua posição. Depois, é muito importante ter estabilidade em termos de guarda-redes e de zona defensiva (defesa e meio-campo). Também conseguimos essa mesma estabilidade. É claro que ainda temos alguns jogadores de fora [Jogos Olímpicos], mas quando tivermos todos disponíveis, sei que temos no meio-campo e meio-campo defensivo uma base sustentável que nos dá garantias. O Vítor Bruno chega para lateral-esquerdo ou para o meio-campo?


surpreender é a equipa. Só quando se tem uma equipa competitiva é que o jogador, individualmente, surpreende. A figura tem de ser a equipa. Não vou nomear nomes, mas admito que há jovens que se vão dar a conhecer e tem potencial para surpreender. Como tem sido o relacionamento entre SAD, direcção e equipa técnica? É outra questão que preocupa os adeptos. O meu relacionamento é excelente com ambas as partes. Não sou pessoa de divergências. O que tenho a dizer, digo-o claramente. Prefiro que as coisas sejam ditas na hora, não deixo alastrar situações para não criar mau ambiente. Não tenho divergências nenhumas, nem com a SAD, nem com o clube. Sempre fui muito bem recebido e tratado e espero que continue assim. Mas, obviamente, que há situações que temos de duvidar, questionar e até impor. Percebemos que esta mudança, e também a subida à I Liga, originou uma nova organização. Foi preciso mais pessoas, mais obras e outras coisas que podem criar algum desgaste no relacionamento, mas estamos cá para dar tudo pelo Feirense e todos juntos vamos ultrapassar os problemas que surgirem. Aliás, estou muito satisfeito com as condições que o clube tem. Foi uma das questões que pesou na minha decisão de continuar. Fundamentalmente as questões de treino (relvados) são óptimas. Dá uma estabilidade enorme. Já passei por muitos outros clubes em que tive dificuldades. No que diz respeito às condições de trabalho é o melhor clube que já treinei.

Para lateral. Quero dois jogadores por posição. Neste momento temos o [Vítor] Bruno e o Alex [Kakuba]. Quantos jogadores pretende para fechar o plantel? O ataque preocupa-o? Sim, preocupa, mas o que pretendemos para reforçar o plantel são mais dois pontas-de-lança, um ala, um defesa central e um guarda-redes [entretanto, foram apresentados o guarda-redes Vaná (ex-ABC, Brasil) e Flávio Ramos (exPaysandu, Brasil)]. São cinco posições que precisamos para definir o plantel. Para o ataque, tem-se falado do brasileiro Thiago Santos (Bragantino). É um possível reforço? Interessa? É uma possibilidade. Quanto a saídas, depois da dispensa de Agostinho Carvalho, são de esperar mais dispensas? O Micael Freire, por exemplo, é para ficar? E os (ex-) juniores? Eu conto muito com o Micael. Está naquela base de jovens que tem de ‘desabrochar’. Tem que mostrar talento. É um menino com uma força física fora de comum, mas algo ‘desarticulado’. Tem de conciliar os movimentos com a bola. Mas é possível de corrigir. Em princípio vai ficar como opção ao Barge. Não gosto muito de alterar as posições dos jogadores porque isso retira o entrosamento necessário e também temos de respeitar aquilo que os jogadores mais gostam de fazer. Quanto a mais dispensas, nomeadamente os

“Tenho a certeza que temos jogadores que vão ser referência do futebol nacional” juniores que estão a trabalhar connosco é outra questão. O trabalho que eles têm desenvolvido tem-me agradado e isso é o mais importante. Estão a trabalhar muito bem e todos os dias vejo a alegria que sentem por estarem aqui e vejo evolução. Isto é que é relevante. Tiago Silva e Etebo vão falhar o arranque do campeonato por estarem nos Jogos Olímpicos. Esta é uma questão que tem dado muito que falar. Qual a sua opinião? Não me preocupa, fico é feliz. É importante para o clube, é sinal que há jogadores com talento no plantel. Penso que podem valorizar-se nos Jogos Olímpicos e no futuro serem mais-valias para o clube. O Etebo chegou na parte final da época passada e conseguiu nos ajudar. Este ano espero muito mais dele até porque já está adaptado. Ele e o Tiago Silva fazem parte de um leque de jogadores que temos e que têm muito potencial. Vou-vos dar um exemplo. No discurso que fiz antes do jogo-treino frente ao Braga [segunda, 25 de Julho] eu disse-lhes: “vocês conhecem o Pedro

Santos, o Tiba e o Ricardo Horta. Só vos quero dizer que todos esses jogadores passaram por mim, fui eu que os lancei na primeira divisão. E há algo que vocês têm em comum com eles: também eram completamente desconhecidos”. Disse-o para eles perceberem que se fizerem por merecer, e eles têm feito por isso, têm em mim alguém predisposto a apostar neles. Tenho a certeza que temos jogadores que vão ser referência do futebol nacional, daqui a alguns anos. Mas há que ter ensinamentos, do treinador e dos colegas mais experientes. A saída de alguns atletas que foram fulcrais na temporada passada (Mika, Serginho e Porcellis) tem gerado críticas. Foram decisões meramente técnicas? Não foram só decisões técnicas. Algumas por ordem financeira, outras por decisões superiores. Não é só o treinador que decide. Há uma SAD, esta tem que ditar as suas regras, do que entende para a próxima época e foi dentro destas conversas que ficou assim estabelecido. Foram jogadores que nos ajudaram muito na época passada, mas isto é um ciclo. Não se passa só com estes atletas e com o Feirense. São decisões que não são fáceis de tomar, mas que tinham de ser tomadas. Posso-lhe dizer que pelo menos duas dessas situações não se resolveram por questões financeiras. Quem, neste plantel, pode surpreender? Não vou individualizar. Quem tem de

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O que pode prometer aos adeptos e o que lhes gostava de pedir? O que eu peço é que tenham confiança em nós. Não duvidem do nosso trabalho. Eu sei que os adeptos apoiam mais quando a equipa está a ‘puxar’ e nós vamos fazer por isso. Mas peçolhes também um pouco do contrário, ou seja, obviamente não vamos ganhar tantas vezes como o fazíamos na II Liga, mas apoiem-nos, ajudem-nos. Se nos apoiarem, como fizeram no final da temporada passada, tornam os jogos muito mais fáceis para nós, até porque este estádio é propício para que o adepto apoie. Tudo se sente no relvado, seja o apoio, sejam os assobios. Os adeptos são fundamentais. O carácter das equipas vê-se pelos jogos que se ganham na ponta final das partidas. Ganhar aos 90 minutos não é igual a ganhar aos dez minutos. É porque houve uma empatia entre o grupo e a massa associativa e quando isso acontece tem de ser distribuído por todos. E o futebol também é isto, não é só ter os melhores jogadores. É construir uma equipa em que os adeptos se revejam, mesmo nas derrotas, por saberem reconhecer que os jogadores e equipa técnica trabalharam e tudo fizeram para alcançar outro resultado.

EQUIPA TÉCNICA

A equipa técnica do Feirense foi reforçada para o regresso à I Liga. Ao experiente técnico principal José Mota (52 anos), aos treinadores adjuntos Paulo Sousa e Nuno Manta, e ao treinador de guarda-redes Paulo Santos, juntaram-se o recuperador físico/observador Ricardo Ribeiro (ex-Famalicão) e o director desportivo José Lemos. O corpo médico foi reforçado com a contratação do fisioterapeuta Tiago Araújo. 01.AGO.2016

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Foto: CD Feirense

Plantel 2016/17 ENTRADAS

Alampasu Peçanha Vaná Ícaro Flávio Ramos

Luís Rocha Paulo Monteiro

Barge Micael Freire

Vítor Bruno Alex Kakuba

Cris Semedo Ricardo Dias

Rúben Oliveira Tiago Jogo Luís Aurélio

Clube

Nome

Fabinho Vieirinha Tiago Silva

Tiago Jogo Peçanha Vítor Bruno

Farense (regresso) Viitorul (Roménia) Cluj (Roménia)

Luís Aurélio

Nacional

Luís Rocha

Freamunde

Paulo Monteiro

União da Madeira

Ricardo Dias

Belenenses (emp.)

Tiago Silva

Belenenses (emp.)

Alex Kakuba

Estoril (emp.)

Vaná Luís Machado João Tavares

VANÁ E FLÁVIO RAMOS REFORÇAM FEIRENSE

Etebo David

Platiny Lane

I LIGA José Mota conta com mais dois atletas para reforçar o plantel do Feirense na época 2016/17. O guarda-redes de 25 anos, Vanailson Alves, mais conhecido por Vaná, que estava emprestado pelo Coritiba ao ABC (Brasil), vem para a baliza e fecha o leque de opções para guardar as redes ‘fogaceiras’. Flávio Ramos é defesa central, tem 22 anos, e vem do Paysandu (Brasil). Com estas duas novas contratações o sector defensivo do Feirense deverá estar fechado, ficando a faltar, para fechar o plantel, pelo menos, um reforço ofensivo para as alas e dois pontas-de-lança. “É uma grande oportunidade para mim. Estou bastante feliz por me ter juntado ao grupo de trabalho e espero

SAÍDAS Nome

Clube Moreirense

Luís Ribeiro

EQUIPA TÉCNICA

Estoril

Vasco Rocha

P. Ferreira (regressa)

Alí Meza

D. Táchira (regressa)

Kukula

Marítimo (regressa)

João Vieira

Moreirense (regressa)

Kizito

Rio Ave (regressa)

Rena

Cesarense

Carvalho

Fafe (?)

Mika Emma Treinador: José Mota Treinador adjunto: Paulo Sousa

corresponder às espectativas dentro de campo. Quero ajudar a quebrar o ciclo de épocas anteriores e a garantir, junto dos meus colegas, a permanência na I Liga”, afirmou Vaná. “Queria esta oportunidade há bastante tempo. Espero conseguir integrar-me rapidamente para fazer, junto com a equipa, um bom trabalho nesta época”, disse, por sua vez, o central Flávio Ramos. Dentro de campo, o Feirense realizou, durante a semana, mais três jogos treino, todos realizados na Feira, alcançando três resultados diferentes: derrota frente ao Sp. Braga por 1-2 (segunda-feira), vitória sobre o Penafiel por 2-1 (quarta-feira) e empate, sem golos, frente à Oliveirense (sábado).

ABC (Brasil) Paysandu (Brasil)

Makaridze

A semana de trabalho do Feirense ficou marcada por mais três jogos treino (uma derrota, uma vitória e um empate) e pela chegada de dois reforços brasileiros. Nélson Costa desporto@correiodafeira.pt

Flávio Ramos

Treinador adjunto: Nuno Manta Treinador de Guarda-Redes: Paulo Santos

Thanh Hóa (Vietname)

Nuno Diogo

-

Hélder Castro

-

Porcellis

-

Magique

-

Serginho

Créteil (França)

Recuperador físico / Observador: Ricardo Ribeiro Director desportivo: José Lemos

DÚVIDAS Entradas: Thiago Santos (Bragantino)

CALENDÁRIO PRÉ-ÉPOCA

3 Agosto: FC Cesarense x CD Feirense | 17h00 | Cesar

EMPRÉSTIMOS

6 Agosto: Jogo de Apresentação –

Nome

CD Feirense x Dep. Coruña | 20h00 |

Pedro Santos

Estádio Marcolino Castro

Nandinho

Clube Sanjoanense Gafanha

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01.AGO.2016

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Paulo lima quer o Fiães nos nacionais A saída controversa de Lino Moreira abriu as portas da presidência do Fiães. Sem oposição, Paulo Lima candidatou-se, assumiu o cargo e objectiva, a curto prazo, um Fiães a disputar o Campeonato de Portugal. Adolfo Teixeira assume, em 2016/17, o cargo de treinador principal. Marcelo Brito

I DISTRITAL No Fiães Sport Clube, os resultados desportivos positivos da época anterior – a equipa sénior terminou no terceiro lugar – não impediram uma ‘revolução’ para a temporada que se avizinha. Adolfo Teixeira é o timoneiro escolhido para substituir Miguel Oliveira e Lino Moreira vê-se substituído por Paulo Lima na presidência. Este, pretende um Fiães forte, quer na formação, quer nos seniores. Paulo Lima ingressou na estrutura fianense há cerca de treze anos. Propôs ao então presidente Carlos Silva um projecto para o futebol de sete e o número de jovens atletas aumentou significativamente. Recentemente, assumiu a presidência, mas revela que “tudo aconteceu de forma inesperada”. “Se me perguntassem há um ou dois meses se estava à espera de ser presidente, ou se tinha essa intenção, respondia que não. Com a demissão do ex-presidente Lino Moreira, o clube caiu

num vazio. Ninguém manifestou vontade para o cargo e esperei até ao último dia, mas como não havia alternativas decidi assumir o clube”, revela. Consigo, Paulo Lima leva metas bem delineadas para o futuro do clube. “Queremos que nasça um novo Fiães. O clube tem uma margem grande para crescer e pretendemos organizar e personalizar o clube para que tudo funcione tranquilamente. É fundamental adquirir estabilidade para que as próximas direcções do clube o encontrem com o caminho já definido”, objectiva Paulo Lima que, não sendo natural de Fiães, afirma que “talvez já tenha feito mais pelo Fiães do que pessoas da terra”.

“Queremos andar nos lugares da frente”

Para a temporada que se avizinha, Paulo Lima não assume a subida como principal objectivo, mas ambiciona discuti-la. Um

dos principais motivos é, para o presidente fianense, a diferença de orçamentos entre os clubes. “Sabemos que estamos a lutar contra equipas que têm mais poderio financeiro, com a sua estrutura montada e com o plantéis praticamente definidos, mas ambicionamos andar nos lugares da frente. Não é um objectivo prioritário, mas não vamos descartar a possibilidade de subir. Se conseguirmos lutar, vamos fazêlo”, afirma. Outro objectivo de Paulo Lima e sua estrutura é atingir a final da Taça de Aveiro, algo nunca antes feito. “O Fiães nunca chegou à final da Taça e queremos fazê-lo. É algo pelo qual vamos lutar”. Para o futuro, a grande meta que Paulo Lima ambiciona alcançar passa por colocar o Fiães a disputar o Campeonato de Portugal (nacionais). “Queremos colocar o clube no Campeonato de Portugal nos próximos dois ou três anos”. As mudanças na estrutura atrasaram o planeamento para a temporada que está aí à porta. O presidente fianense revela “dois meses de atraso” em relação às “outras equipas do campeonato que a meio de Maio já começaram a preparar a nova época”. “Muitos dos jogadores que abordámos já estavam indisponíveis. Estamos a ‘correr por fora’ e ainda temos que lutar contra orçamentos maiores”, afirma.

O plano ‘B’ do Fiães

O ‘mister’ aponta à… manutenção Adolfo Teixeira, um conhecido dos fianenses – deu os seus primeiros passos como futebolista nos iniciados do Fiães – trocou o rival São João de Ver pelo Fiães, mas ao contrário do presidente Paulo Lima, o técnico aponta a manutenção como objectivo principal. “Objectivo? É a manutenção. Quero-me posicionar do meio da tabela para cima. Sem viver de ilusões e fazer crescer a formação. Existem cerca de dez equipas com o objectivo de subir, mas isso envolve muito investimento e o Fiães tem que estabilizar”, iniciou. Adolfo Teixeira enumerou uma série de factores que o fizeram aceitar este desafio. “Aceitei porque, acima de tudo, acredito no projecto, nas pessoas e na aposta na

formação – até porque a minha paixão foi sempre essa”, disse. Adolfo Teixeira “não estava à espera” do convite dos fianenses. “Disse que não ao São João de Ver porque, possivelmente, iria parar um ano, mas a época ainda não tinha acabado e já me estava a interrogar: ‘Mas ainda agora acabou e já tenho saudades?’. Tive alguns convites e optei pelo Fiães”. O timoneiro adiantou ainda que “as negociações foram ‘super’ fáceis”. “Só exigi que as pessoas fossem honestas, sinceras e que façam o melhor pelo clube”. Um dos objectivos passa ainda por cativar mais gente ao estádio. “É desolador ver 15 ou 20 pessoas a assistir ao Fiães no Bolhão. Queremos contrariar isso”, concluiu.

Alguns dos nomes que mais tinta fizeram correr na época anterior estão de partida: (Sousa e Ginho para o Lourosa e Bino para São João de Ver), mas o núcleo duro do plantel permanece. O Fiães é das equipas mais activas no mercado e a justificação de Paulo Lima passa pela equipa B. Este novo projecto tem como objectivo “recrutar jogadores da casa”. “Queremos fazer regressar muitos atletas que andem ‘perdidos’ e, ao mesmo tempo, potenciar a nossa equipa de juniores para chegarem com mais facilidade aos seniores. Queremos chegar ao fim do ano e conseguir recrutar cinco ou seis atletas para o plantel A”, afirma. É assim que Paulo Lima pretende mudar o paradigma do clube e apostar na formação, apesar de ser processo demorado. Sobre a política de contratações, Paulo Lima revela que os jogadores foram pedidos pelo treinador, Adolfo Teixeira, com quem “tem sido fácil trabalhar”. “Temos trabalhado em sintonia. Ele aceita as nossas opiniões e nós as dele. Chegamos, facilmente, a entendimento”. Sobre Adolfo Teixeira, antigo técnico do rival São João de Ver, Paulo Lima vê

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Paulo Lima

“Ambicionamos andar nos lugares da frente. Não é um objectivo prioritário, mas não vamos descartar a possibilidade de subir.” nele o homem certo. “Penso que é o treinador, dos que estavam disponíveis, mais indicado. Trabalhou muitos anos na formação, conhece a realidade do Fiães, os jogadores e o campeonato. Para o início deste projecto, pensámos que ele seria a melhor opção. Fomos atrás dele e em dois ou três dias chegámos a um acordo. Tenho a certeza que ele nos vai valorizar”, adianta.

Reestruturação na formação

Paulo Lima aponta a formação como o caminho a seguir. “O Fiães tem que apostar mais na formação. Vamos fazê-lo com novos treinadores, mais qualidade, mais condições e vamos tirar, no futuro, dividendos desse trabalho”, avança Paulo Lima que reestruturou as equipas técnicas da formação. “Mudámos praticamente os elementos técnicos todos. Pouca gente ficou. Chegam pessoas com novas ideias, para implementar um novo paradigma”, afirma. Para o escalão de Iniciados, o objectivo passa pela manutenção no campeonato nacional. Já o caso dos Juvenis é diferente. “Tínhamos equipa para discutir a subida aos nacionais, mas saíram muitos jogadores para o Cesarense e ficámos desfalcados”, esclarece Paulo Lima que está a “tentar reforçar a equipa, mas ainda é cedo para definir objectivos”. Para os Juniores, Paulo Lima objectiva a escalada aos nacionais num prazo de dois anos. Para a próxima época, o presidente fianense afirma que “o clube vai expandirse” com a criação de novas modalidades. “Estamos a estudar algumas situações. Em breve serão apresentadas novidades, mas vamos ter mais modalidades já este ano”. 01.AGO.2016

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EQUIPA TREINADOR

Lourosa

MERCADO DE TRANSFERÊNCIAS FUTEBOL PERMANÊNCIAS ENTRADAS

Rui; Vítor Sá, Viditos, Bruno, Max, Moisés, Jó, Fernando, António, Ivo Oliveira, Andrezinho, Pedro Silva.

SAÍDAS

AGENDA

João Pinto (Estarreja), Joel, Hugo, Djibril (estrangeiro), Correia (Esmoriz), Marco Sá, Nélson, Penantes (Gondomar).

Início dos trabalhos a 8 de Agosto.

Nuno, Chaves, Sousa e Ginho (Lusitânia Lourosa), Bino (S. João ver).

Início dos Trabalhos a 8 de Agosto.

Pedro Justo e Tiago Ribeiro (U. Lamas), Júnior (Fiães).

Início dos Trabalhos a 13 de Agosto.

Miguel Oliveira Fabiano, Samu, Magalhães, Neves, Bruno Tiago, Jaiminho, Dani, Tiaguinho, Nélson Diogo, Joel.

Fiães

Adolfo Teixeira

S. João de Ver

C.

Nuno, Chaves, Sousa e Ginho (Fiães), Inverno (Bustelo), Eduardo (Paivense), Afonso, Tomaz, Drula, Rocha e Edu (Juniores), Fábio (Espinho).

Magolo, Yorn, Manu, Leo, Cardoso, Martini, Osório, Zé Semedo.

Saúl (U. Lamas); Bruno Costa (Sanjoanense); Vitinha e Ricardo Gomes (U. Lamas), João Pedro, Luís Belo, Machadinho (Estarreja), Bino (Fiães), Pedro Sá (Paços Brandão), Marco Ribeiro (Tirsense), Igor, Rui Lima, Samu e Fonseca (Juniores).

Hélio Malta, Kiko; Marcelo, Ameriquinho, Joel, João Marques, Toninho, Luís, Américo, Bruno Faria, Tintim, Fábio Raul, Joca.

Pedro Justo e Tiago Ribeiro (S. João Ver), Leandro (Gafanha), Óscar Beirão (Oliveiro do Douro), Manu (Cesarense), Flecha (Paivense), Mauro, Paulinho e Tiago Melo (Juniores), Rodrigo Dias (Achironas Liopetriou), Bruno Anciães (Sampedrense).

Saúl (S. João de Ver); Xavier (Milheiroense), Fábio Queirós, Vitinha, Xavi e Ricardo Gomes (S. João de Ver), Pena, Mamadou, Tintim (Freiburg, Suiça).

Início dos trabalhos a 8 de Agosto.

Rui; Cerqueira, Pedro Nuno, André, Mendes, Jardel, Serginho, Marcelo, Martins, Maia, Jekas, Joãozinho, Zé António, João Luís, Pedro Sousa.

Xavier (U. Lamas), Barbosa e Miguel (Carregosense), Bruno (juniores), Pedro Monteiro (Alvarenga), Castro (Paivense).

Roscoff (Sanjoanense); Chinês (Macieirense), Churra (terminou a carreira), Telmo (Cucujães), Sandro.

Início dos trabalhos a 6 de Agosto. Torneio de Milheirós (03/09) com o Macieirense, Romariz e Arrifanense. Jogo de apresentação frente ao Rio Ave (data a definir).

Cristiano; Huguito, Julinho, Leitinho, Cadete, Abel, Tiago Gonçalves, Roma, Bruno, Keno, Dani Alves, Victor Rocha, Ricardo Oliveira.

Jacinto (Milheiroense); Márcio Balona (Rio Meão), Miguel (Espinho), Marcelo Sales (Macieirense).

Ricardo Maia

F. U. L.

União de Lamas

Jonny Mota (Argoncilhe) e Nuno Gomes (Leverense); Mário Pereira (Cesarense), Seminha (Espinho), Xavi (U. Lamas), Dani (Esmoriz), Diogo Barbosa, Edu, Gonçalo Pereira, Luís Filipe, Loris (Juniores), Andrezinho, Álvaro Sousa (Sanguedo), Rúben Barbosa (Académica), Leandro Rodrigues (Argoncilhe), Roberto Pinto, Xavi Santos, Flávio Santos (Cesarense), Napoleão (Gafanha), Júnior (S. João de Ver), Rúben Brito (Canedo), Lucas Marques (Candal).

Luís Miguel Martins

Milheiroense

Helder Pinho

Início dos trabalhos a 8 de Agosto.

Romariz José Borges

Lourosa Feminino

FUTSAL Renata Sona; Madalena Pereira, Juliana Rodrigues, Estela Conceição, Ticha, Diana Cruz, Sara Cruz, Patrícia Soares, Diana Robalinho.

Andreia (Always Young), Marta Costa (Fundo Vila).

Rita Líbano (abandonou o futsal), Erika (Rio Ave).

Início dos trabalhos a 1 de Setembro.

Nuno Couto; Vítor Amorim, Diogo Amorim, Keké.

Leonel Monteiro (Boavista Sub-20), Miguel (Juniores); Cereja (Futsal Azeméis), Tito (Boavista), Zé Paulo (Barranha), João Maio (Académica de Leça), Dani e Diogo Fonseca (Juniores).

Ricardo Leite (Silvalde), Kanika (Boavista), Hugo, João Paulo (passa a treinador de guarda-redes do Lamas Futsal), Alicante (Arsenal Parada).

Início dos trabalhos a 17 de Agosto.

João Cadete, Fábio; Paulo Russo, Moisés, Bubu, Maric, Miguel , Mix.

Nélson Oliveira (juniores); Pichel (Silvalde), Cafu (Granja), Mica, Emídio, Tiago Dias, Pedro Pinho (juniores), André Sousa (Bairros).

Diogo Santos, Ricardo e Artur.

Início dos trabalhos a 27 de Agosto.

Marco Pinheiro.

Pedro Castro (sem clube), André Guedes (Juniores do futebol Feirense), Filipe Lemos (Modicus Sub-20), Paulo Magalhães (Lourosa).

Bruno Rodrigues (retirado), Bruno Gomes (Silvalde), Carlos Filipe (Azagães) e Nuno Duarte.

Início dos trabalhos a 5 de Setembro.

Marco Leite; Rui Rodrigues.

Pedro Guimarães (Paraíso Foz); Tiago (Dínamo Sanjoanense), Fábio Ferreira (Azagães), André Sousa (Cem Paus), Miguel Gomes (Santa Isabel), Daniel Ferreira e Dioguinho (Feirense).

Nando Costa (Saavedra Guedes), Tiago Pinho e Quirino (Dínamo Sanjoanense), Válter Melo (passa a treinador-adjunto do Arrifanense Futsal).

Início dos trabalhos a 5 de Setembro.

Zé Paulo Almeida

Lamas Futsal

Luís Alves

Juv. Fiães

Paulo Pereira

Juv. Canedo

Arrifanense

Joel Santos Publicidade

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FEIRENSE BICAMPEÃO DISTRITAL DE FUTEBOL DE PRAIA FUTEBOL PRAIA O C. D. Feirense tornou-se este Sábado bicampeão Distrital de Futebol Praia, revalidando o título conquistado na época passada em Espinho. O A.F.A. Beach Soccer 2016 decorreu sobre a égide da Associação de Futebol de Aveiro e no fim-de-semana das decisões o Feirense foi superior. Depois de na parte da manhã ter derrotado o Macieirense por 4-1, nas meias-finais, na parte da tarde disputou a final contra os anfitriões do Estarreja, uma vez que esta edição se disputou no Parque Municipal de Estarreja, vencendo por 4-3, num jogo emocionante e muito disputado, mas onde a experiência dos ‘fogaceiros’ ditou leis e permitiu a dobradinha no campeonato. Uma vitó-

DR

RICARDO BENJAMIM ASSINA PELO DEPORTIVO

FORMAÇÃO Ricardo Benjamim, guarda-redes de 16 anos, natural de S. João de Ver, assinou contrato de dois anos com o Deportivo da Corunha. O jovem guardião que representou, na época passada, os juvenis da Sanjoanense já tinha efectuado um

período de uma semana de testes no clube espanhol, no início de Maio, seguido da participação no Mundial de Clubes Sub-17, em Madrid. O Deportivo ficou agradado com as prestações de Ricardo Benjamim e o interesse transformou-se agora em contrato. Publicidade

ria justíssima deste grupo constituído essencialmente por ex-atletas do Feirense, tanto de futebol como de futsal, e que agora elevam o nome do clube pelas areias das praias do Distrito. No próximo ano, a Associação pretende criar um campeonato Distrital com outro impacto e formato e, naturalmente, o Feirense, como bicampeão, tudo fará para defender o título que ostenta. Na partida decisiva, os golos do Feirense foram apontados por: Paulinho (dois), Alexandre e Gabi. O plantel feirense desta edição foi constituído pelos seguintes atletas: Dani e Eurico (guarda-redes); Serginho (capitão), Paulinho, Tareco, Alexandre, Tarequinho, Gabi, Yann, Michael, Postigo, Machado. Director: Joaquim Resende.

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reabriu a casa dos Dragões de Fiães Foi realizado um jantar de reabertura da Casa dos Dragões de Fiães, na sexta-feira, dia 22 de Julho e contou com a presença de 170 pessoas. O presidente, Nelson Reis, afirmou que “o objectivo da Casa dos Dragões visa fomentar o espírito portista” e destacou a “união e amizade que reina entre todos”.

Dinis Lopes antiga gLória Do Feirense Deixou-nos com 78 anos Luís Higino

Dinis Lopes, antiga glória do Feirense, deixounos na passada sexta-feira com 78 anos de idade. Dinis de Oliveira Lopes nasceu a 4 de Março de 1938, em Sanfins, Santa Maria da Feira. Fez a sua estreia com a camisola do Feirense na primeira equipa de juniores do clube na época de 1956/57. É por isso um dos pioneiros das camadas jovens do Feirense. Dinis, que actuava a defesa, fez a sua estreia na equipa principal do seu clube de sempre na época de 1957/58 e contabilizou um total de 15 épocas consecutivas com a camisola azul. Foi campeão Distrital de Aveiro por três vezes, em 1959/60, 1965/66 e 1967/68. Venceu a 2.ª Divisão Nacional, Zona Norte, em 1961/62 e subiu à 1.ª Divisão Nacional, onde nessa época de 1962/63 efectuou dez jogos no principal cam-

peonato português. Era um dos jogadores da Geração de Ouro do Feirense dos anos 60. No dia 27 de Setembro de 1970, realizou-se a sua festa de homenagem no Estádio Marcolino Castro. Dinis, dedicado atleta e capitão de equipa, nessa ocasião viu-se rodeado de uma compacta massa de admiradores. Em 2003, em entrevista à revista Feirense Magazine, Dinis referia que ficara “contente de ter servido o Feirense com honestidade. Triste era quando perdíamos, que vínhamos todos calados até casa”. Naquela altura dizia então “o querer era fundamental. Eramos lutadores, eramos humildes e sempre à procura do melhor para nós e para a nossa terra”. O funeral de Dinis Lopes realizou-se no passado sábado, em Sanfins. Até sempre Sr. Dinis.

paços de Brandão convoca nova assembleia-geral O Paços de Brandão convocou para hoje, segunda-feira, uma Assembleia-Geral Extraordinária, pelas 21 horas nas instalações do clube, para ser debatida a crise directiva. João Henrique de Oliveira Brito, presidente da Mesa da AG, apela à “presença dos associados neste momento difícil”.

o correio da Feira errou

Por lapso, na edição anterior, na notícia alusiva à participação da Natação do Colégio de Lamas no Campeonato Nacional de Infantis, deveria ler-se Matilde Domingues e não Matilde Rodrigues. A todos os visados, as nossas desculpas. Publicidade

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Partido Socialista contra apoio autárquico

modalidades

AcAdemiA José moreirA tem “fins lucrAtivos fAmiliAres” O Partido Socialista mostrou-se desfavorável ao apoio da Câmara Municipal à Academia José Moreira. “O presidente da Associação Desportiva de Voleibol de Fiães transmitiu-nos que a Academia José Moreira é uma associação de interesses privados e não concordamos em atribuir subsídios a uma entidade que, segundo dizem, quem gere todos os órgãos sociais é a família”, frisou António Bastos, na última reunião do executivo municipal, acrescentando que é preciso “ter cuidado e saber se estas associações zelam pelo interesse público”. “Quando uma associação entra em contacto com a autarquia para se candidatar ao PAD [Programa de Apoio ao Desporto], analisamos o seu historial. Apesar de pertencer à família Moreira, a associação cumpre todos os requisitos

exigidos por lei”, garantiu a vereadora com o pelouro do Desporto, Cristina Tenreiro, acrescentando que “sempre teve estatutos de associação” apenas “mudou de sede recentemente” de Espinho para Nogueira da Regedoura. “Lamento que no mundo associativo haja rivalidade em vez de trabalho em rede. São dois clubes cuja principal modalidade é o voleibol e devia haver cooperação e não competição”, sublinhou Cristina Tenreiro. O presidente da Câmara, Emídio Sousa, realçou que “não estão a subsidiar a Academia” mas sim a “apoiar as inscrições dos atletas nas competições”, assim como fazem com outros clubes. “Estão a prestar um bom serviço à zona, com professores competentes, e muitos alunos querem ir para lá”, afirmou.

clube ténis da feira nas férias escolares “vive o verão 2016” TÉNIS Em parceria com a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o Clube Ténis da Feira marcou presença nas Férias Escolares “Vive o Verão 2016” pelas quais passaram mais de 75 crianças entre o primeiro e o terceiro ciclo. Numa manhã de muita animação e muito ténis, todos tiveram oportunidade de testar a sua velocidade em deslocações laterais, diagonais e verticais, a sua pontaria, testar o seu equilíbrio, a sua perícia e a sua técnica associada aos movimentos

de ténis. Uma demonstração objectiva e divertida das necessidades para a prática de ténis. No final todos sorriam, todos diziam que gostaram. O CTF “quer que o ténis seja visto pela sociedade feirense como um desporto divertido e acessível a todos”, lê-se em comunicado. O evento contou ainda com a colaboração da Associação de Ténis de Aveiro e com a presença do director técnico regional, Jorge Portela que inclusive, colaborou actividades.

margarida Gariso surpreendida com Associação de Kickboxing Acompanhada por elementos do Partido Socialista, Margarida Gariso esteve em Canedo em visita à Associação K-1 Boxe Kickboxing Muay Thai, onde foi recebida em clima de enorme simpatia. Surpreendida, a líder da bancada socialista na Assembleia Municipal teve oportunidade de se inteirar do dia-adia da Associação e dos resultados já alcançados, que considerou gratificantes, realçando que “o mérito em cada vitória”. A reunião, que decorreu sempre em carácter informal e descontraído, permitiu aos dirigentes associativos e a Margarida Gariso partilharem ideias e discutir opiniões à volta da importância de uma Associação que, apesar de ter surgido apenas em 2014, já apresenta um currículo impressionante. Logo no primeiro ano de competição, Dylan Gonçalves e Henrique Neves foram campeões regionais e Miguel Martins, vice-campeão e Tiago Oliveira arrecadou um 3.º lugar. Logo a seguir, Henriques Neves sagrou-se campeão nacional, numa competição em que Dylan Gonçalves e Miguel Martins trouxeram dois 3.º lugar para Canedo. A Associação tem continuado imparável e na temporada 2015/2016 os seus atletas obtiveram os seguintes resultados: no campeonato regional, quatro campeões (Filipe Silva, Tiago Oliveira, Sandra Gonçalves e Victor Hugo Gonçalves); quatro vice-campeões (Renata Cruz, Francisco Vidinha, Mateus Pereira e Ricardo Costa); e um terceiro lugar (Miguel Pinto). A Associação K-1 Boxe Kickboxing Muay Thai prepara-se agora para marcar presença no Campeonato Nacional que vai realizar-se em Dezembro, com expectativas elevadas e justificadas. Publicidade

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Os feirenses na VOlta a POrtugal Roberto Carlos Reis

Rejuvenescida a cada ano que passa e orgulhosa da sua história, a Volta a Portugal em Bicicleta chega às 78 edições como um dos maiores símbolos de identidade nacional. A simbólica e marcante efeméride aumenta as expectativas e anseios sobre o que acontecer até 7 de agosto António Carvalho (W52-FC Porto); Joni Brandão e Filipe Cardoso (Efapel), Frederico Figueiredo (Rádio Popular Boavista) e Luís Afonso (LA Alumínios/Antarte) são os feirenses representados na 78.ª edição da Volta a Portugal / Santander Totta. David Rodrigues, Cesar Font (Rádio Popular/Boavista) Amaro Antunes e Pedro Paulinho (LAA Alumínios/Antarte), José Gonçalves, Ricardo Vilela e Domingos Gonçalves (Caja Rural), João Benta e Samuel Magalhães (Louletano/Hospital de Loulé) foram corredores que passaram pela melhor escola de formação de Portugal - Moreira CongeladosFeira-KTM O concelho da Feira é caso único na História do Ciclismo em Portugal, uma vez que tem seis ciclistas vencedores da Volta a Portugal (remonta à década de 60), a saber: 23.ª Volta a Portugal (1960) - 2551 km: Sousa Cardoso – F. C. Porto Natural da Lavandeira, S. João de Ver, Sousa Cardoso representou sempre o F.C. Porto, o que aconteceu durante 13 anos. Tinha 21 anos quando participou na sua primeira Volta a Portugal, em 1957. Um ano depois alcançou o segundo lugar. Nesse ano, na Vuelta a Espanha, vence a etapa Pamplona - S. Sebastian. Em 1959, quando andava também em segundo lugar, sofreu um acidente no Marão que o afastou da prova. Em 1960 Sousa Cardoso conquista a vitória na prova rainha do ciclismo nacional. O ciclista participou na Vuelta a Espanha, onde venceu uma etapa e três prémios de montanha, participou ainda no Tour de França e no Tour do Futuro, onde alcançou o décimo lugar. Por várias vezes campeão nacional, Sousa Cardoso representou o país, entre outros países, na Bélgica e no Brasil. Sousa Cardoso foi ainda treinador do F.C. Porto. Volta a Portugal: 1 – 1960; Gran Premio Llodio (Espanha): 30

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3 – 1962; Etapas na Vuelta España: 1; Etapas na Volta a Portugal: 5. 24.ª Volta a Portugal (1961) - 2607 km - Mário Silva - F.C. Porto Nasceu a 5 de Outubro de 1939, em Azevedo, Caldas de S. Jorge. Começou como popular em 1959, estreando-se no, então, Circuito da Vila da Feira e ganhou. Correu de 1959 até 1960 no F.C. Porto e terminou a carreira na Fagor de Moçambique como treinador / ciclista. Participou nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960. Participou na Volta à França, Volta à Espanha, Campeonatos Mundo (1965, 1966, 1968, 1969). Ganhou Prémios Philips, Robbialac, FC Porto. 32.ª Volta a Portugal (1969) - 2616 km - Joaquim Andrade - Sangalhos Nasceu a 14 de Junho de 1945, em Travanca (Portugal), e representou em Portugal: Ovarense, Sangalhos, FC Porto, Coelima, Safina, Coimbrões, Águias de Alpiarça, Ovar/Cortal e Paços de Ferreira. No estrangeiro: Fagor (Angola), Flandria, Gitane e Mike Ludo Gribaldy. Foi conjuntamente com Fernando Mendes, um dos grandes rivais de Joaquim Agostinho, numa das eras mais gloriosas do nosso ciclismo. Era um corredor muito completo, bom em todos os terrenos, com um Palmarés muito rico, quer em estrada quer em pista, condizente com a sua indiscutível classe. Foi Campeão Nacional de Montanha por duas vezes, Campeão Nacional de Perseguição Individual por três vezes e Campeão Nacional de Perseguição por Equipas. Ganhou a Volta a Portugal, tendo ganho 11 etapas em Voltas diversas, e um Prémio da Montanha. Ganhou, ainda, os Grandes Prémios Fagor, Nocal, Porto (duas vezes), Coelima, Couto, Volta ao Nordeste Transmontano e Volta ao Algarve, tendo em muitos outros obtido lugares no pódio. Correu muitas provas internacionais, nomeadamente a Volta a França e a Volta ao Estado de São Paulo, onde ganhou duas etapas. 37.ª Volta a Portugal (1974) 2085,5 km – Fernando Mendes - Benfica Fernando Reis Dias Mendes (Benfica) nasceu em 1946, em Rio Meão. Representou em Portugal: Ovarense, Benfica e F.C. Porto, e no estrangeiro Flandria,

Kas, FrisolGBC, Teka e Sem-France Loire. Foi o grande rival (e amigo) de Joaquim Agostinho, reeditando o duelo BenficaSporting dos anos 20, entre Nicolau e Trindade. O seu palmarés na Volta só não foi maior porque foi contemporâneo do grande Joaquim Agostinho, que dominou a Volta entre 70 e 73. Ainda assim, Fernando Mendes marcou uma época no nosso ciclismo, sendo um dos grandes nomes de sempre na velocipedia nacional. Era um corredor completo, que aliava a sua força natural com a sua grande vontade de vencer em todas as corridas. Exemplo dessa tenacidade foram as suas três vitórias consecutivas na Clássica Porto-Lisboa, em 70, 71 e 72. Venceu praticamente todos os Grandes Prémios que se disputavam à época e fez boa carreira no estrangeiro, destacando-se um 6.º lugar na Vuelta, bem como a vitória no prémio das Metas Volantes, entre outros honrosos resultados. Obteve 74 vitórias. 41.ª Volta a Portugal (1979) - 1853 km - Joaquim Sousa Santos – FC Porto Joaquim Sousa Santos nasceu a 13 de Outubro de 1953, em S. Bento - S. João de Ver. Do seu palmarés, destacam-se entre outras: Vitória na 3.ª e 5.ª etapa da 37.ª volta a Portugal em bicicleta (1974); a 5.ª posição da geral na 38.ª volta a Portugal em bicicleta (1976); Alcançou o 2.º lugar na Volta a Portugal, que terminou no Restelo, em Lisboa (1977); Foi o 10.º classificado da geral final da volta a Portugal (1978). Com 23 anos de idade, venceu a volta a Portugal, conseguindo ao mesmo tempo ser estudante em medicina em Coimbra, onde se viria a tornar médico (1979). Joaquim Sousa Santos treinava-se entre S. João de Ver e Coimbra, entre outras equipas. Sousa Santos (filho) representou o Sangalhos, Bombarralense, o F.C. Porto onde venceu a Volta a Portugal ao seu adversário, Marco Chagas. Participou na volta à Catalunha onde alcançou o 13.º lugar, na volta a Málaga (3º lugar), Perpighan em França. Aos 26 anos abandonou o ciclismo, para se dedicar à Medicina. 52.ª Volta a Portugal (1990) - 2401,8 km. Fernando Carvalho – Ruquita Feirense

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Nasceu no dia 28 de agosto de 1962. Começou com 13 anos. Individual, S. Félix, Gulpilhares, Oleiros, Rodovil, Ovarense (passou a profissional) Ajacto, Rodovil, Bombarralense, Lousa, Louletano, Teka, Ruquita Feirense, Paternina, Imporbor Feirense, Paços Ferreira e Quintanilha Paredes. Campeão Nacional Cadetes, Juniores, Profissionais estrada pista rampa. Venceu ainda: Volta à Feira, Volta a Cantanhede, duas Voltas ao Algarve, Volta ao Alentejo, Volta a Portugal do Futuro, Prémio Abimota, dois Prémios JN, Metas Volantes Volta ao País Basco, 8.º Volta a França do Futuro, participou em cinco campeonatos mundo. Fernando Carvalho venceu a Volta a Portugal de 1990, depois de um duelo com Joaquim Gomes, vencedor da edição anterior. A luta entre os dois foi renhida e manteve-se até ao último dia, altura em que o corredor da Ruquita/Feirense levou a melhor sobre Gomes no contrarrelógio final. Esta edição foi uma luta entre duas gerações: a de Marco Chagas, Venceslau, Zeferino e M. Cunha, e a dos novos valores, Jorge Silva, Delmino Pereira e António Pinto.


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