Suplemento Especial | Integra a edição nº 5859 de 07 de Abrl de 2014 | Não pode ser vendido separadamente
96 anos cumpridos
“Tenho um sonho que é ter um pavilhão”, Fernando Costa, presidente do Clube Desportivo Feirense
2e3 13.º Gala apresenta novos troféus 4e5
07.ABR.2014
Fernando Costa, presidente do Clube Desportivo Feirense
Tenho um sonho que é ter um pavilhão Tomou posse no ano em que o Feirense criou a Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas responsável pela gestão da equipa profissional de futebol e, essa foi, aliás, uma das condições que o fez aceitar o cargo de presidente do Clube Desportivo Feirense, agora a completar os seus 96 anos de vida. Fernando Costa diz-se satisfeito com o desempenho da SDUQ, mas, ainda assim, admite que a equipa poderia fazer melhor. O regresso à I Liga está nos horizontes, mas só na próxima época. De resto, as modalidades no Feirense são uma aposta, mas as contas não podem entrar no vermelho. Essa é a grande prioridade do presidente que tem o sonho de, ainda no seu mandato, ver, pelo menos, ser lançada a primeira pedra para a construção do pavilhão desportivo. Tomou posse num ano em que foi criada a SDUQ (Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas), responsável pela gestão do futebol profissional. Como é a convivência, em termos de gestão, deste organismo com o restante clube? De facto, esta época houve profundas alterações na estrutura de gestão do Feirense. O sistema de gestão do Feirense sempre foi assente na figura do presidente que, dessa forma, tinha muito mais protagonismo do que tem hoje. Mas essa foi, aliás, uma das condições para aceitar o cargo, de outra forma não o poderia fazer por razões profissionais e pessoais. Se, por um lado, isso veio introduzir profundas mudanças na tipologia de gestão, por outro lado, acaba por facilitar a tarefa de quem ocupa o cargo da presidência. É óbvio que o presidente continua a ser o principal responsável, uma vez que o clube detém a SQUD que, contudo, é gerida por um grupo de sete pessoas, dirigido por Franclim Freitas, que está a fazer um trabalho extraordinário. Também para eles é uma experiência completamente nova e, de facto, o senhor Franclim Freitas tem assumido a responsabilidade e é o rosto da SQUD.
facto, há aspectos que têm de ser melhorados na coabitação entre os dois órgãos. Temos que ser tolerantes, cooperar e partilhar as dificuldades e os êxitos.
objectivos. Somos ambiciosos, é certo, mas com o tipo de apoios que temos é muito, muito difícil. Mas a subida está nos horizontes? Está. Esse é o objectivo.
Não fragiliza a união do clube? Não. Até acaba por Quantos sócios relevar aquilo que pagantes tem o Não estávai para além da clube neste movamos habituaequipa profismento? sional. Ou seja, Te m o s u m a dos a este modelo o Clube Desede de três de gestão e, de fac- rmil portivo Feie tal sócios. to, há aspectos que Agora, paganrense não é só futebol. Infeliztes não temos têm de ser melhomente, a maior mais de 900. É rados parte das pessomuito pouco e as e muitos sócios pergunto-me como associam o Feirense a se consegue gerir um futebol e essa é uma ideia clube com estas condições. que lentamente temos que ir Com muito trabalho, com rigor e mudando. Nós temos modali- controlo muito apertado da desdades muito, muito dinâmicas, pesa. Este ano, temos tido algucom resultados extraordinários. ma preocupação relativamente Temos cerca de mil atletas. a isso e, para o próximo ano, teremos ainda mais, porque as Não tendo a seu cargo o fute- receitas têm vindo a baixar. O bol profissional a seu cargo, Feirense, neste momento, não permite-lhe ter um olhar mais tem patrocinador nas camisolas atento para os desempenhos e era algo que não tínhamos da equipa? previsto. Confesso que não tenho tido um papel tão activo como, à A descida de divisão terá inprimeira vista, possa parecer. fluência nessa dificuldade de Tenho dado total liberdade aos angariar patrocínios? comigo, o Feirense não entrará órgãos de gestão da SQUD e Claro que se o Feirense es- em loucuras. Vamos continuar a aos seus elementos que têm tivesse na I Liga, seria bem seguir a máxima do senhor Marfeito um trabalho extraordi- diferente. Estamos aqui a colino de Castro de que Este modelo de nário. Portanto, o meu desfrutar destas mag“pagamos pouco para gestão é efipapel tem sido de níficas instalações, pagar sempre”. Nós temos caz? confiança, apesar porque são uma Custa a modalidades Ora bom, cond e r e c o n h e c e r consequência da perceber como Ep ood eq ufea z seer fesso que q u e a s c o i s a s passagem pela muito, muito dinâsou um poupoderiam estar I L i g a . A l i á s , para cativar é que um clube micas, com resulta- a correr melhor. neste aspecto, co suspeito mais adeptos, dos extraordinários. Mas temos mais o Feirense foi com cerca de mil m a i s s ó c i o s para emitir uma opinião, um ano e, neste d i f e r e n t e d o s pagantes? atletas não tem Temos cerca de porque, para momento, o nos- outros clubes, Te m o s f e i t o mil atletas. um pavilhão o presidente so objectivo é a porque em vez algum trabalho é mais fácil, na manutenção. Contu- de apostar na presnesse sentido. Esmedida em que dedo, estamos já a prepa- tação desportiva, na tamos a actualizar posita total confiança rar a próxima época. contratação de jogadores, as bases de dados, os nas pessoas que estão a dirigir deu privilégio às condições do contactos…. Mas sinto algum a SQUD. A gestão desportiva e Quais são os objectivos do estádio. Se hoje me perguntas- alheamento dos feirenses em financeira do futebol compete Feirense para a próxima épo- se se faria a mesma aposta, não relação ao futebol, fruto das aos gestores da SQUD e para o ca? tenho a mínima dúvida: faria condições financeiras, mas presidente a tarefa está facilita- Um clube com o número de exactamente a mesma coisa. também do facto de as pessoas da. Não estávamos habituados sócios pagantes como o Fei- Mas não podemos dar passos terem agora muito mais oferta a este modelo de gestão e, de rense não pode ter grandes maiores do que as pernas e, para ocuparem os tempos li-
vres, algo que não acontecia no passado. Antigamente, as pessoas não tinham o que fazer e iam ao futebol, hoje, infelizmente para nós, já não é tanto assim. Mas não desistimos e não vamos atirar a toalha ao chão, mas eu tenho um grande problema: custame pedir. Primeiro, gostaria de ter o complexo desportivo, se não completamente terminado, pelo menos, numa fase mais adiantada para poder dizer às pessoas que temos todas as condições. O que podemos esperar do complexo desportivo de Sanfins? Tenho um sonho que é ter um pavilhão. Custa a perceber como é que um clube com cerca de mil atletas não tem um pavilhão. Só, de facto, com muita
03 e temos pessoas que só trabalham essa componente junto dos miúdos. Portanto, não é só incutir-lhes a técnica do futebol, mas também contribuir para que cresçam bem. O Feirense continua a ser um clube atractivo para os mais novos? Sim. Este será o ano em que temos mais miúdos na formação e muitos deles vindos de fora do Concelho. Temos carrinhas que todos os dias andam de lá para cá a transportá-los, com custos acrescidos, é certo, mas que entendemos valer a pena. Claro que seria óptimo ter um Rafa todos os anos... e isso só acontece porque desenvolvemos um bom trabalho e é um sinal de que podemos ter mais exemplos como o Rafa. E as modalidades? Têm-me enchido de orgulho e penso que nem sequer 50 por cento dos sócios do Feirense se apercebe do que se tem feito nesta área. É um caminho que o Feirense quer deixar bem vincado? Sim, mas só é possível se elas forem auto-sustentáveis. O Feirense não pode dispor de um cêntimo para suportar essas modalidades. O futsal tem tido uma época brilhante… Sim… Foi uma surpresa? Nós temos agora um problema com o futsal, porque, neste momento, está com problemas orçamentais. Não estamos a falar de muito dinheiro, mas… Posso dizer que é um problema sanável, mas sendo, provavelmente, a modalidade que mais alegrias tem dado, é a mais problemática.
engenharia, com muito trabalho e com muito jogo de cintura conseguimos gerir os os jovens, levando-os para outros pavilhões. Diria que quase fazemos milagres neste aspecto. É possível o Feirense ter esse pavilhão? É, mas é preciso ter boa vontade, nomeadamente, boa vontade política, diga-se em abono da verdade, porque se nós com este número de atletas, com este dinamismo… sinceramente… Acha que a Câmara Municipal teria a obrigação… Não diria que teria a obrigação, porque sei que tem muitas freguesias… mas é uma questão de prioridades e toda a gente sabe que o desporto é saudável e é um dever de cidadania
que as pessoas tenham aces- em conta que a construção de so a ele. Contudo, é lamen- um pavilhão no complexo, com tável que as pessoas saiam certeza, iria transformar toda da Feira e vão para aquela área de Sanfins, até porque seria nosOvar ou S. João da sa intenção transMadeira para poNós teferir os serviços derem praticar administrativos desporto. E se mos agora um não fosse o e financeiros do problema com o nosso trabaclube para lá, l h o , a s c o i - futsal, porque, neste porque, aqui no estádio, comesas seriam momento, está com ça a ser muito bem piores, problemas orçaapertado. O efeiporque, ainda assim, manteto dessa mudança mentais. seria muito positimos várias movo para Sanfins que, dalidades. Em todo certamente, iria crescer à o caso, sinto que há seccionistas que estão quase custa do Feirense. Não tenho a desistir, assim como os pais, a mínima dúvida. porque não temos muitas condições. Portanto, a minha maior A formação vai continuar a mágoa é não ter um pavilhão. ser uma prioridade do FeiTemos terreno, mas falta o me- rense? lhor… e é preciso ter também Sem dúvida. Todos os clubes
têm, cada vez mais, que apostar nas camadas jovens, porque começa a ser insustentável ter grandes orçamentos, fazer grandes contratações. O Feirense tem aí fortes responsabilidades, porque a boa formação dos atletas só depende do clube… Sem dúvida. Aliás, não basta ter um bom pontapé, é preciso ter formação escolar e educação
O futsal vai ser uma aposta do Feirense? Pode ser uma aposta, desde que não dê prejuízo. Prefiro estar cá em baixo e ter as contas em dia do que estar lá em cima e com um défice no orçamento. Esse é um princípio do qual não vou abdicar, venha quem vier. Eu posso sacrificar os resultados desportivos em função da capacidade de autofinanciamento da modalidade. Não vamos entrar em loucuras. Este é provavelmente um dos meus maiores calcanhares de Aquiles.
07.ABR.2014
Cerca de 400 adeptos e simpatizantes assistiram àquela que é a maior festa do clube
Feirense inova-se na 13.ª Gala com novos troféus para homenagear antigo presidente Rodrigo Nunes, que foi a Personalidade do Ano, dá o nome aos troféus. Tiago Jogo sucede a Rafa como Melhor Jogador do Feirense, e Joaquim Augusto (futsal) foi o Melhor Treinador do Ano. José Assis recebeu, a título póstumo, o prémio de Sócio do Ano. À 13.ª edição da Gala anual do Feirense, loucura, da qual às vezes tenho saudade. os troféus ganharam um nome: Rodrigo Partilho o troféu com duas pessoas que Nunes. Esta foi a forma encontrada pela partiram recentemente: Marcolino Castro e Direcção do clube de homenagear o antigo o meu pai. Se hoje sou o que sou, devo-o ao presidente, que para além de ter devolvido meu pai, porque foi ele que me trouxe para os azuis à 1.ª Liga, em 2011, foi o idealista o Feirense”, partilhou o antigo presidente do Complexo Desportivo e do remodelado do clube. Estádio Marcolino Castro. Este foi o momento alto de uma noite recheCom mais de 400 pessoas na plateia, en- ada de prémios e surpresas. Nuno Brandão tre as quais Emídio Sousa, presidente da foi eleito o Melhor Jogador do Futebol de Câmara Municipal, Mário Figueiredo, presi- Formação - Futebol de 7, e confessou ter vidente da Liga de Clubes, Elísio Carneiro, em vido “uma sensação muito boa”. Já o Melhor representação da FPF, e Rolando Freitas, Jogador do Futebol de Formação - Futebol seleccionador nacional de andebol, a 13.ª de 11, foi o central dos juniores A, Joca, Gala do clube trouxe inúmeras novidades. que falou no “reconhecimento do trabalho O troféu entregue aos vencedores, idea- desenvolvido”. “Não só o meu mas de toda lizado pelo malogrado Baltazar Oliveira, a equipa”, concluiu. tem uma nova imagem. Agora com quatro Ainda no futebol, Tiago Jogo sucedeu a Rafa faixas, que representam as subidas à 1.ª (Sp. Braga) como Melhor Atleta Profissional. Liga, a estatueta ganhou maior volume e “Qualquer um merecia-o porque temos bons contém inscritas as modalidades atletas, mas fico muito contente por do Feirense e as 20 datas mais ter sido eu a ganhar”, confessou emblemáticas do clube. o médio, de 22 anos. À 13.ª ediE foi ao som do tema da O Melhor Treinador do Ano Missão Impossível que ção da Gala anu- foi Joaquim Augusto, técnichegaram à sala os novos co que levou a equipa de al do Feirense, os troféus, que se passam a futsal à 3.ª Divisão Naciochamar “Rodrigo Nunes”. troféus ganharam nal e à conquista da Taça “Temos que prestar homee Supertaça de Aveiro, um nome: Rodri- para além de ter estado nagem e dar um profundo agradecimento ao principal mais de um ano sem perder go Nunes obreiro do troféu”, explicou em jogos oficiais. “Dedico o Fernando Costa, presidente do prémio à minha família e aos Feirense. jogadores, que são fantásticos. É Mas a homenagem não ficou por aqui. Ro- importante que acarinhem o futsal”, disse. drigo Nunes foi igualmente agraciado com Entrando nas modalidades amadoras, o prémio Personalidade do Ano, que foi en- Teixeira foi o Melhor Jogador do futsal e tregue por Fernando Costa, Franclim Freitas confessou sentir “um orgulho muito grande”. (presidente da SDUQ) e Celestino Portela “Partilho com toda a minha equipa. Conti(presidente da Assembleia-Geral). Os quatro nuem a apoiar. Só paramos na 1.ª Divisão”, deram um sentido abraço no centro do palco, atirou, antes da chuva de aplausos. antes de Rodrigo Nunes expressar que se Em ginástica, a jovem Érica Sampaio sentia “feliz e lisonjeado com tudo o que foi sucedeu a Rafael Sampaio na lista de vendito” na apresentação do prémio. cedores, e na natação foi Job Santos Silva, E não foi tão pouco quanto isso. Um Comple- acabadinho de chegar de Coimbra, a levar xo Desportivo idealizado por si, a escalada o prémio para casa. “Agradeço ao Feirense, da 2.ª Divisão B até à 1.ª Liga e um estádio que é tudo para mim”, disse o nadador. praticamente novo, sempre com boas con- Por fim, no atletismo, Bárbara Oliveira foi a tas, são as faces mais visíveis de onze anos Atleta do Ano, e no andebol, João Cardoso de liderança de Rodrigo Nunes. “Às vezes recebeu das mãos do seleccionador nacioaté duvido se se fez tanta coisa. Foi uma nal, Rolando Freitas, o troféu.
Foram ainda entregues os emblemas de prata e de ouro aos sócios com 25 e 50 anos de ligação ao clube, respectivamente. O Funcionário do Ano foi Vítor Rodrigues, que não pôde estar presente na gala, por ter sido operado. Ainda assim, delegou no seu filho a missão de transmitir que se sentiu “grato” com a distinção e prometeu continuar “a trabalhar para dignificar o clube”.
Quanto ao Dirigente do Ano, o prémio foi entregue ao actual presidente do clube, Fernando Costa, que se confessou “algo emocionado” e pronto a “tentar corresponder” a confiança que depositam em si. Finalmente, o prémio de Sócio do Ano foi atribuído, a título póstumo, a José Assis. “Tenho a certeza de que estaria muito orgulhoso. Ele criou no Feirense laços muito fortes”, referiu a sua filha.
Atleta do Ano - Andebol
Atleta do Ano - Futebol de 7 Formação
Atleta do Ano - Futebol de 11 Formação
Atleta do Ano - Atletismo
Emblemas de ouro
Emblemas de prata
05
Dirigente do Ano
Funcionário do Ano
Prémio Sócio do Ano
Vincou Fernando Costa, presidente do Feirense
“Pavilhão é difícil mas é possível” A necessidade de um pavilhão próprio, num juntássemos todos em torno do Feirense, clube que “vem crescendo em termos de tínhamos um clube para disputar as comtítulos e de infraestruturas, bem visíveis e petições europeias, mas somos assim, ao dispor dos feirenses”, foi a nota de bairristas”. maior destaque do discurso de Emídio Sousa defendeu ainda Fernando Costa, presidente que “o Feirense desceu (da O presidendo Feirense. 1.ª Liga) por ser rigoroso” O dirigente aludiu ao trabae sublinhou que “Santa te do emblema lho “das modalidades, em Maria da Feira tem confogaceiro deixou prol do clube e da cidadições para que o clube ainda bem vincado o seja de referência a nível de”, elas que “têm dado mostras de dinamismo e objectivo de devolver nacional”. vivacidade, mesmo sem o clube à “alta roda Mário Figueiredo pavilhão”. A necessidade do futebol nade uma infraestrutura própresente pria para as modalidades foi Presença notada entre a placional” reforçada pouco depois, quando teia foi a de Mário Figueiredo, Fernando Costa recebeu o prédio presidente da Liga de Clubes, que de Dirigente do Ano: “Quero muito mais. elogiou o “ecletismo do clube” e o discurso Temos que ser ambiciosos e há metas de Fernando Costa, “um dos melhores que que quero atingir. Temos que olhar para o ouvi até hoje”. “Levo daqui uma lição de Complexo Desportivo e um pavilhão, que humildade”, sublinhou. é difícil mas é possível”. No fim de um dia agitado, marcado pelo O presidente do emblema fogaceiro deixou encerramento das portas da Liga, por temer ainda bem vincado o objectivo de devolver um “golpe de estado”, e por uma reunião de o clube à “alta roda do futebol nacional”. 15 clubes da qual saiu uma queixa na PSP “Temos carisma e ambição. Somos um clu- e a declaração de José Eduardo Simões, be sério e cumpridor. Temo-nos demarcado presidente da Académica, de que “a Liga dos restantes clubes pela seriedade. tentou contrair um empréstimo de um Pagar pouco para pagar sempre milhão de euros quando nem é também o nosso lema”, sequer tem as contas apro“O Feirenjustificou. vadas”, Mário Figueiredo A festa encerrou com o começou por elogiar o Feise tem sabido discurso de Emídio Sourense mas cedo centrou o crescer, com um sa, presidente da Câmara discurso em…si. esforço notável de Municipal de Santa Maria “O futebol não passa ao da Feira, que foi surprelado da situação econóalargar a sua influendido por Rodrigo Nunes mica do país, mas a Liga ência por todo o ainda antes de iniciar a sua tem trabalhado no sentido Concelho. intervenção. O antigo preda sustentabilidade da 2.ª sidente do Feirense decidiu, Liga”, explicou o dirigente, enquanto empresário, homenaque defendeu que “a única forma gear o edil “pelo que tem feito pelos de a 2.ª Liga ser sustentável é com empresários do concelho, por continuar a a ajuda dos clubes da 1.ª Liga”. “É preciso divulgar as empresas e a fazer o que puder união dos clubes para uma Liga mais solipelas empresas, pelos empresários e pelos dária”, concluiu. trabalhadores”. Mário Figueiredo lembrou ainda a luta pela O gesto sensibilizou Emídio Sousa, que se abertura do mercado de transmissões telemostrou “orgulhoso de ser de Santa Maria visivas e tornar a Liga a entidade gestora da Feira”. O autarca elogiou o ecletismo dos direitos televisivos, e, dirigindo-se a Rodo Feirense e apelou à união em torno drigo Nunes, vincou que a Liga vai “cumprir do clube: “O Feirense tem sabido crescer, a ideia de ter 18 clubes na 1.ª Liga, que dá com um esforço notável de alargar a sua mais chances a clubes como o Feirense de influência por todo o Concelho. Se nos chegar ao lugar que merece”.
Atleta do Ano - Futebol Profissional
Atléta do Ano - Ginástica
Discurso do Presidente
Discurso Presidente da Câmara
Discurso Presidente da Liga
Execução do Trofeu
Personalidade do Ano
ATLETA DO ANO-FUTEBOL DE 7 FORMAÇÃO: NUNO BRANDÃO EMBLEMAS DE PRATA: VALDEMAR FERREIRA DOS SANTOS, RUI JORGE BRAGANÇA REIS, CARLOS ALBERTO CASTRO AZEVEDO, MAUEL DE JESUS SOARES, MANUEL JOAQUIM PEREIRA TEIXEIRA, ANTÓNIO JOSÉ PINTO LOUREIRO, RAMIRO DA SILVA REIS, RUI MIGUEL PEDROSA DE MOURA, FRANCISCO DA SILVA FERNANDES, HUGO MANUEL GUIMARÃES, RUI ANTÓNIO DE OLIVEIRA CAMPOS, BELMIRO RESENDE, HORÁCIO FERREIRA PINTO SILVA, ANTÓNIO STRECH MONTEIRO, MARIA DA CONCEIÇÃO GOMES DE OLIVEIRA, VICTOR HUGO MARTINS LEITE, MANUEL MOREIRA TAVARES, AMADEU DE SÁ PINTO, CONCEIÇÃO MARTINS PORTELA, EDUARDO MANUEL BASTOS PEREIRA, JOSÉ LUIS RODRIGUES, ANTÓNIO DE JESUS COVAL ATLETA DO ANO - FUTEBOL DE 11 FORMAÇÃO: JOÃO LEANDRO ATLETA DO ANO – FUTEBOL PROFISSIONAL: TIAGO JOGO PRÉMIO TREINADOR DO ANO: JOAQUIM AUGUSTO ATLETA DO ANO: JOÃO TEIXEIRA PRÉMIO FUNCIONÁRIO DO ANO: ÉRICA SAMPAIO EMBLEMAS DE OURO: FERNANDO LUIS MILHEIRO DE PINHO LEÃO, AMÉRICO JOAQUIM DA COSTA RIBEIRO, EDUARDO MARQUES SANTOS CAVACO, ROGÉRIO PORTELA DE ALMEIDA, ARTUR FERNANDO SÁ BRANDÃO, PAULO ALVES DIAS ATLETA DO ANO NATAÇÃO: JOB SANTOS SILVA PRÉMIO SÓCIO DO ANO: ASSIS ATLETA DO ANO ATLETISMO: BÁRBARA OLIVEIRA PRÉMIO DIRIGENTE DO ANO: FERNANDO COSTA ATLETA DO ANO ANDEBOL: JOÃO CARDOSO
Treinador do Ano
Atleta do Ano - Futsal
Atleta do Ano - Natação
07.ABR.2014
Com idades compreendidas entre os cinco e os 18 anos
Feirense disponibiliza uma dezena de modalidades que movimenta mil jovens Se há 96 anos o futebol, no Clube Desportivo Feirense era rei hoje, a realidade é bem diferente. A agremiação azul e branca expandiu a sua actividade desportiva e, actualmente, é um dos clubes mais ecléticos do concelho de Santa Maria da Feira. Ao todo, são 10 as modalidades desportivas que o Feirense oferece. Os jovens aderem e, no total, a juventude feirense é, neste momento, uma família composta por cerca de mil atletas. “O número impõe respeito e, sobretudo, responsabilidade”. Eugénio Almeida é o dirigente responsável pelas modalidades do Feirense e não tem dúvidas de que o clube desempenha um papel “muito importante” na sociedade, não só porque permite o acesso à prática desportiva diversificada, mas também, porque garante a
formação cívica de muitas crianças e jovens, Não é fácil gerir mil atletas e 10 modalidades. Eugénio Almeida conhece este lado do Feirense tão bem como as palmas da sua mão e, por isso, tem bem a noção das dificuldades que a tarefa implica. “É extremamente difícil” – diz. E logo a começar aparecem as instalações como a grande dor de cabeça. “Precisávamos de ter mais espaços para integrar os nossos atletas” – salienta, indo, aliás, ao encontro das palavras do presidente do Clube Desportivo Feirense, Fernando Costa que, confessou, em entrevista ao Correio da Feira (ver páginas 2 e 3 do suplemento) que o seu grande sonho seria a construção de um pavilhão gimnodesportivo. Mas não havendo, por enquanto, outros equipamentos, a coordena-
ção é uma ferramenta indispensável para a gestão das modalidades. “Só à custa de muito trabalho e de muita coordenação é que somos capazes de ter todas estas modalidades em actividade” – destaca. Por dia, o clube movimenta um milhar de jovens que frequentam instalações desportivas de vários cantos do Concelho e até de fora do território feirense. No clube de Santa Maria da Feira, praticam desporto de formação jovens com idades compreendidas entre os cinco e os 18 anos. “Para além do desporto, o Feirense tem uma grande preocupação com a formação cívica e a educação destes jovens pelo que garantimos que todos os treinadores tenham formação adequada, dado ser nosso objectivo formar pessoas, boas pessoas” – explica o dirigente.
As questões financeiras também não ficam de fora, especialmente em tempos de crise. Eugénio Almeida não esconde que a manutenção de uma dezena de mo-
dalidades implica um investimento importante do Feirense. “É com muito esforço e ginástica financeira que conseguimos levar o barco a bom porto – conclui.
Andebol
Natação
Cicloturismo
O andebol é uma das modalidades com um forte dinamismo. Foi a que mais cresceu, nos últimos anos, e tem cativado os jovens. Movimenta 120 atletas, divididos por seis escalões, oito equipas. É orientada por nove treinadores e 20 dirigentes.
A natação foi implantada em 2001 e é uma das modalidades que tem dado várias alegrias ao clube. Eugénio Almeida destaca, por isso, o seu forte crescimento, uma vez que ali já se formaram três campeões nacionais. “É sinal de que trabalhámos muito bem e, por isso, é uma das modalidades que se tornou bastante apetecível” – diz o dirigente. Frequentam-na cerca de 60 atletas.
O cicloturismo é frequentado, sobretudo, por ex-atletas do Clube Desportivo Feirense. É a modalidade com a menor vertente desportiva, já que vale, sobretudo, pelo convívio que proporciona aos praticantes e amantes da bicicleta e dos passeios. O cicloturismo faz parte da família Feirense há oito anos.
Badmington
Judo
Taekwondo
É mais uma das modalidades que está em fase de crescimento. Ainda assim, a modalidade já viu sagrar-se um campeão nacional, envergando as cores do Feirense. Integra 15 atletas.
O judo é uma das mais recentes novidades do Feirense em termos de oferta desportiva. Integra uma média de 20 atletas.
Tal como o Judo, é uma aposta recente do Clube Desportivo Feirense no que diz respeito às disciplinas de artes marciais.
07 Atletismo
Futsal
O atletismo é mais uma das modalidades que tem feito brilhar o Feirense. Apesar de recente, tem dado cartas nas provas regionais e nacionais. Praticam atletismo 67 atletas.
A equipa de futsal foi criada muito recentemente. Tem dois anos “mas tem feito um excelente trabalho” – aponta Eugénio Almeida, dirigente responsável pelas modalidades do Feirense. A equipa fez uma época brilhante e está a um passo de subir à II divisão. A modalidade é praticada por 40 atletas.
Futebol de Formação
Ginástica
O futebol de formação continua a ser a modalidade mais atractiva para os mais jovens e são muitas as promessas que dali saem. Também ao nível de títulos e troféus, o futebol de formação tem dado muitas alegrias ao clube dois azuis e brancos. Praticam futebol de formação 331 atletas, divididos pelos escalões Juniores (40 atletas); Juvenis (47 atletas); Iniciados (54 atletas); Infantis A ( 30); Infantis B (30 atletas); Benjamins A (30); Benjamins B (30);Traquinas A (30); Traquinas B (18); e Petizes (22).
É a modalidade mais antiga do Feirense e esteve , durante vários anos, um pouco arredada do Clube. Foi na presidência de Rodrigo Nunes que a modalidade voltou, verdadeiramente, a vestir as cores azul e branca. É dirigida por Vasco Lamoso, um dos dirigentes mais antigos do Feirense. Integra 25 atletas nos trampolins, nos seguintes escalões: Cangurus e Saltitões, Infantis, Iniciados, Juvenis e Juniores. Na Ginástica Infantil são 10 os atletas.
07.ABR.2014
Franclim Freitas, presidente da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas
“O Feirense era mais Feirense com uma única Direcção” O ano em que o Feirense completa o seu 96.º aniversário vai ficar marcado pela profunda alteração do modelo de gestão do clube. A criação da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas é uma realidade nova gerida por Franclim Freitas. O presidente do futebol profissional admite as muitas dificuldades, geradas, essencialmente, pelas limitações financeiras. Já foi o responsável máximo pelo Clube Desportivo Feirense. É mais fácil ser presidente do clube ou da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ)? É mais fácil ser presidente da SQUD. Temos muitos encargos com o futebol profissional, mas temos muito menos trabalho, porque não temos de conjugar a gestão de todas as modalidades amadores. Por isso, a nível pessoal é muito mais fácil ser gestor administrativo da SDUQ. A adaptação está a ser fácil? É muito difícil. Para mim, é muito estranho, muito estranho, porque sendo uma estrutura completamente nova, não sabíamos muito bem como trabalhá-la. De qualquer forma, somos pessoas idóneas e competentes e constituímos esta estrutura e já se sabe que havendo um presidente do clube e um presidente da sociedade desportiva obriga a que as pessoas sejam humildes e atentas a todas as situações, mas, felizmente, está a correr tudo muito bem. Somos uma equipa extraordinária. No início tivemos que afinar a máquina, mas agora estamos verdadeiramente sobre rodas. Como tem sido a relação entre os dois presidentes, ou seja, entre si, presidente da SDUQ, e Fernando Costa, presidente do clube? Tem sido extraordinária. Todas as semanas falo com todos os dirigentes do clube e confesso que, às vezes, até sinto saudades das reuniões de Direcção, porque as nossas são feitas apenas com sete elementos, enquanto que as do clube podem chegar às 20 ou 30 pessoas e é mesmo empolgante. Que balanço faz de quase um ano de SDUQ? Por um lado, se pudesse voltar atrás era melhor, porque o Feirense era mais Feirense com uma única Direcção. As coisas até têm corrido bem a nível do companheirismo, mas é muito difícil gerir, do zero, uma sociedade desportiva. Ainda
temos alguns problemas, neste momento, porque não há investidores, não há patrocinadores, não porque as pessoas não nos conheçam ou porque se trate agora de uma SDUQ. Há, de facto, uma crise de apoio local. O Feirense, nestes moldes, vai ter que pensar seriamente no seu futuro, porque esta sociedade desportiva foi constituída por dois anos, que é a duração do nosso mandato. E posso estar muito enganado, mas vai terminar com um défice negativo e isso vai ser complicado futuramente. Tenho a sensação de que os feirenses ainda não se aperceberam verdadeiramente da situação do futebol profissional. O Feirense já não é um clube amador, já é clube muito grande, é uma referência nacional e respeitado em qualquer estádio e esta situação da sociedade desportiva obriga-nos a pensar o clube e, pessoalmente, tenho muito medo do futuro.
e fazemos mais 12 ou 14 jogos. Acho que há, erradamente, uma disparidade muito grande entre a I e a II ligas, porque esta última até deveria ser mais competitiva para que quando os clubes subissem à II Liga não sentissem tantas dificuldades como sentimos. Aliás, acho que a II Liga, actualmente, é menos competitiva e muito mais frágil e sou contra isso.
A aposta quer o clube fez esta época nos jovens da casa é para manter? Sim. Desde o primeiro dia que disse que iríamos apostar na formação e falamos verdade. Estamos a apostar e vamos apostar mais, porque realmente os jogaAcha que este modelo de dores estrangeiros e os gestão deveria ser reportugueses de alto pensado? gabarito são muito Nós temos uma caros para uma secção profisÉ muito difícil estrutura como sional, porque queremos… Há gerir, do zero, uma a do Feirense. Actualmente, muito clubes sociedade temos uma boa que só têm um formação e a propresidente. Eu desportiva va está à vista, é que não aceitei porque nos últimos essa situação, portrês anos formamos que era impensável uma média de 10 elepara mim, dados os mentos que pertencem à meus afazeres profissionais e pessoais. Acho que um clube equipa profissional. Uns foram sainprofissional deve ter uma equipa do, outros estão a jogar na equipa profissional, temos é que ter mais titular, como é o caso do Fabinho, apoios e mais verbas. É de salutar que está referenciado pelo Sinditermos uma Liga Profissional de Fu- cato dos Jogadores como um dos tebol e sermos todos profissionais melhores jovens jogadores do mês de futebol. Os gestores executivos de Março da II Liga. Temos mais josão todos remunerados, excepto vens para lançar, o Rena e o Rúben o presidente, que abdicou desse e, para o ano, temos mais três ou vencimento. Agora, a Liga tem que quatro. Além disso, temos no plantel ajudar muito mais os clubes mone- profissional um jovem de 17 anos, tariamente. As televisões também, o Pedro Santos, que é uma aposta porque estamos a receber uma cabal da formação, juntamente com média de 250 mil euros, quando de- alguma “veterania”, ou seja fazer veríamos auferir 500 mil. Já tivemos uma composição de jovens mistuna I Liga e sentimos a diferença de rados com a experiência, por forma valores para um clube de II Liga e é a conseguir colocar o Feirense num extremamente agressiva e penosa patamar mais elevado do que até
aqui tem sido conseguido.
cometer ainda menos erros.
A próxima época já está a ser preparada? Estamos a dar os primeiros passos. Ainda é muito prematuro avançar com qualquer informação. Temos alguns jogadores do Campeonato Nacional de Seniores perspectivados, um deles é o Zé Mário, que já assinou. Temos mais em vista e, portanto, são jogadores que têm muita qualidade e que não pedem valores exorbitantes.
Vai manter o treinador Pedro Miguel? Tudo aponta nesse sentido, mas não temos contrato com Pedro Miguel. O contrato dele acaba a 30 de Junho e ainda não nos sentamos à mesa para conversar sobre isso. Acredito que não surgirão grandes problemas, mas, no futebol, o que hoje é verdade, amanhã é mentira.
Está satisfeito com o trabalho de Pedro Miguel? Sim. Nota-se que é um bom profissional. Claro que gosta de jogadores mais experientes, mas o Feirense não os tem e ele faz muitas queixas. Mas a realidade do clube é esta. PeCom esdro Miguel chegou A equipa, esta um ano atrasado tes apoios que época, não coao Feirense, mas dispomos, para ser por culpa própria, meçou bem, mas, ao con- franco e sincero, não porque, agora trário do que posso dizer, foi temos qualquer hi- ele um dos priaconteceu no ano anterior, o meiros treinadopótese de subida presidente não res com quem falei trocou logo de quando fui presidente treinador e a decisão do clube, mas ele não acabou por dar bons reaceitou a proposta. Tivemos sultados. Isso mostra que Fran- que mudar e mudamos de treinador clim Freitas é um homem mais muitas vezes e isso, viu-se, não experiente na liderança? resulta. Três treinadores numa Sem dúvida. Desde que assumi a época é muito. liderança do Feirense cometi muitos erros que hoje não cometeria. Nes- Sonha poder, um dia, deixar o sa fatídica época de 2012/2013 fi- clube, de novo, na I Liga? zemos uma aposta nítida para subir Esse é um sonho que todos temos de divisão. Compramos tudo o que em mente e que gostava de realizar, mexia e fizemos um campeonato mas com estes apoios que dispoaquém das expectativas. Tivemos mos, para ser franco e sincero, não um orçamento extraordinariamen- temos qualquer hipótese de subida. te elevado, uma coisa sem nexo Não temos matéria-prima - sem nenhum. Não correu bem, estou menosprezar os nossos jovens, dos bem ciente disso. Agora, temos as quais tenho muito orgulho - faltam contas equilibradas, não estamos jogadores de algum calibre. Sabea cometer esses erros do passado mos onde estão, mas não temos e, no próximo ano, vamos tentar capacidade financeira. O guião desta época é, então, para manter no próximo ano? Sim. Rigor, juventude com alguma “veterania” à mistura, e uma redução do orçamento, porque senão o Feirense vai endividar-se.