Crash87

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CRASH

87

FOTOGRAFIA

DIÁRIO

pedro portugal Pedro Proenca ,



CRASH

87

OU UM LABREGO EM NOVA IORQUE


© Pedro Portugal © Pedro Proença © Edições Asa D’Icarus


CRASH

87

OU UM LABREGO EM NOVA IORQUE

FOTOGRAFIA

pedro portugal DIÁRIO

Pedro Proenca , EDIÇÕES ASA D’ICARUS


N

o avião ficamos junto à casa de banho onde bichas de velhinhas que tinham ido passar férias à Madeira nos incomodavam permanentemente, com encontrões e barulho. Ao meu lado estava sentado um americano velho e gordo que ocupava, além do seu lugar, metade do meu.

A

certa altura saí do lugar e outro americano barbudo sentou-se em cima do Catcher in the rye que eu tinha deixado a marcar o lugar. Durante longos minutos o idiota permaneceu em cima do livro sem dizer nada. Depois disse, «desculpe, creio que me sentei em cima do seu livro». Passou-mo para a mão e continuou sentado no meu lugar (que lata!). Dentro do avião sempre que os americanos queriam qualquer coisa davam pancadas no ombro (isso não é nada «corny»).


D

epois de aterrar apanhamos um autocarro que ficou logo cheio. Uma criancinha e a mãe ficaram quase em cima de mim a falar sobre camiões, cemitérios, Elvis Presley, ecologia, idades, escola secundária. Ao longe viam-se helicópteros e aviões, até que chegou o pôr-do-sol.

S

eguidamente, e depois de termos passado por ruas com nomes holandeses cheios de senhoras velhas e cães (tipo arredores de Amesterdão) surgiram os primeiros arranha-céus.

O

trânsito era infernal (sinais, pontes, anúncios). Chegamos à Central Railways Station e não tínhamos dinheiro trocado para telefonar. Trocamos nos jornais 1 dolar e telefonamos para os donos do loft.

T

ivemos que apanhar um táxi. Há uns negros que ganham a vida a apanhar táxis para as pessoas por dois dólares e noventa e cinco cêntimos. Algumas velhas carecas caíram na asneira. Nós quase íamos caindo. Tentamos apanhar um táxi mas a confusão com as malas frustrou a tentativa. Finalmente conseguimos! Uff! Começamos a ver a cidade para o lado das docas. Havia um terrível cheiro a peixe. Viam-se carros abandonados, a ponte de Brooklin, o Kreisler, etc. Tudo tipo postal.




C

hegamos a pé porque a zona é intransitável. Yuppies jantavam em velhos armazéns recentemente reconvertidos em restaurantes. A casa dos donos do loft é por cima de um restaurante em que tocam jazz. Ninguém come, só tocam jazz, com uma guitarra elétrica bastante ruidosa.

E N

sta reportagem deve ser escrita no estilo do Aldo, o perguiçoso.

otas sobre a compra de uma máquina fotográfica com auto-focus — odisseia através das lojas: preços de aparelhagens, funcionários, negros, indianos, porto-riquenhos, lojas que vendem vibradores.

O

s artistas estão mais interessados em comprar aparelhagens para ouvir música do que ver os grandes mestres do passado ou a produção contemporânea (museus e galerias).

O

s turistas só vão aos museus para dizerem que viram alguma coisa além de fazerem as compras habituais. Ir ao museu é uma chatice mas obrigatório, tal como ir à missa. É uma coisa muito cansativa. Além do mais há que fingir que se toma atenção a alguns dos quadros mais famosos.


Q

uando a Mona Lisa foi ao Japão os japoneses viram a Mona Lisa circulando numa passadeira rolante. O passado tem qualquer coisa de enjoativo. Quanto ao futuro... O melhor é nem sequer pensar nele.

N

o que diz respeito ao presente... Falta-lhe a aura do passado para que ao menos as coisas se possam tornar respeitáveis e enjoativas.

A

arte actual é influenciada pela Macdonalds. Continua a ter o insípido sabor avant-garde sem contudo conseguir sê-lo. A avant-garde é outra das coisas enjoativas do passado.

À

medida que o passado se vai tornando presente, através de mil e uma práticas revisionistas, ele vai deixando de ser interessante. O peso do passado é maçador. A aura do passado vai-se à medida que o actualizamos.

O

s galeristas nova-iorquinos andam confusos. Não sabem por onde se hão-de orientar. Para os directores dos museus europeus a coisa torna-se ainda pior.

L

er Andy Wharhol para mim equivale a olhar para as pinturas do Braudillard (?).




O

mundo artístico perdeu os timoneiros e os termómetros. Isso, para alguns, equivale a dizer que a arte morreu. Mas significa precisamente o contrário.

E

xiste o sintoma de que o mundo artístico tem tendência a tornar-se periférico, des-centrado. Os museus não podem competir economicamente com muitos coleccionadores. Os artistas não sabem por que tipos de valores se hão de orientar. Etc.

G

ostava que a arte fosse mais parecida com o que há num bom romance (ou restaurante) do que um livro chato sobre os media.

O

s artistas fazem arte parecida com as entrevistas que dão.


A

ideia de finitude e mortalidade não é especificamente post-moderna. A ideia de infinito é que é estupidificante, tal como a de eternidade.

O

que pensar de Veronese... Que explendor! Holbein e as cores POP. Um Belline extraordinário. Ross Bleckner e Vermeer.

T

rabalho: comentar alguns tratados de arte tipo Leonardo, Vasari, de Holanda, Duchamp, etc. O comentário como obra de arte. Além dos comentários fazer variações sobre as frases mais interessantes.

N

o metro as pessoas usam headphones e enquanto esperam lêem jornais, revistas, livros.

H

avia um louco que passou uma viagem inteira com as mãos tapando as orelhas enquanto um negro se ria permanentemente.

N

a rua estava um homem parado a olhar fixamente para o chão por um tempo indeterminado.




A

ideia de infinito é uma deterioração da noção de fractalidade. Só que a fractalidade implica tempo e transformação (ciclos, deteriorações, renascimentos) enquanto o infinito se impõe como um mero horizonte (Deus também é horizonte?), como meta inalcançável (daí os double binds de Zenão), como delicada fábula (a de Górgona – o infinito petrifica!), como pesadelo (e consequentemente Kaf ka).

A

s pinturas são melhores e piores do que as reproducções. Um original é insubstituível, mas também é mais insuportável. Será preferível ter uma casa com Rembrandts, Degas, etc, ou ter prateleiras onde de vez em quando se tira um livro para olhar um Rembrandt e um Degas que se pode escolher? As reproduções têm alem disso a vantagem do sentimento de desfruto, de que há um original melhor e inatingível. Os museus servem para tapar lacunas depois de uma intensa preparação das reproduções. Ou vice-versa. A reprodução serve para rememorar a impressão do original, para a tornar mais real. Ao olharmos, ao vivo, uma dúzia de pinturas de El Greco teremos uma ideia do que falta nas reproduções.

V

ermeer é insubstituível. Quando vi reproduções achei aquilo uma chatice. Quando vi Vermeers ao vivo foi amor à primeira vista.


T

rabalho: uma exposição de pinturas anotadas, ou uma exposição em que cada pintura contém notas relativas às outras pinturas dessa exposição. É por isso que gosto do Batarda.

P A

referimos parecer menos interessantes do que na realidade somos – divisa homeostética?

intiligência ( e a consciência) é uma parte ridícula daquilo que em arte realmente conta, embora também conte. Quando um artista se esforça para mostrar que é intiligente (ou muito intiligente) torna-se um chato.

É

lógico que um artista nunca terá a certeza absoluta de que é genial. Ele terá a incerteza de que é genial, o que o poderá tornar genial. Sendo assim é indiferente se esse artista se declara com arrogância ou humildade. A arrogância e a humildade são meras formas de superabundância.

A

verdade em pintura (e em geral) nada tem a ver com a honestidade. A ética artística não passa pela honestidade.

A

s afirmações que Daniel Buren faz acerca das instituições (criticas), considerando que o mundo artístico está em vias de transformar a obra de arte numa prótese, são demagógicas e aplicam-se a ele mesmo. Que seria de Buren sem os museus, o estado francês, as revistas, etc?




É

impossível entender a obra de arte sem os diversos mundos artísticos, sem os «contextos». Falar do objecto artístico independentemente do resto é falar de um cadáver. As coisas interessam cada vez menos e a maneira como as pessoas gostam das coisas cada vez mais. A maioria dos artistas actuais gosta de muito poucas coisas.

Q N

uando alguém defende o seu território mostra que gosta de poucas coisas (ou gosta mesmo só de poucas coisas).

as conversas sobre arte entre artistas e afins há quase sempre um «fastio» convencional. Esse «fastio» deve estar em inflação, mas não é actual. Ele existe como pano de fundo desde que há autores.

N

EMO – projecto de exposição sem autor e catálogo com afirmações não subscritas além de boas reproduções. Um projecto FUNDIÇÃO.

A

dissimulação é radical na des-autorização e na perca de aura. Ao contrário do modelo Ménard esta consiste em retirar a autoria indefenindo o contexto. Usando o exemplo Quixote poderíamos dizer que essa obra não foi escrita por Cervantes, nem por Ménard, nem por Borges, nem por quem quer que seja. O texto também não resulta de contextos de escrita ou leitura. Temos que admitir que o Quixote foi escrito por Ninguém e que a leitura que podemos fazer dele é somente a leitura daqueles que o lêem, mobilizados por conhecimentos que controlam mais ou menos, pelos inconscientes, estruturas politicas, estados de saúde, experiências e memórias...


I

maginemos uma performance de choque: alguém chega ao museu do Louvre e assina um quadro do Leonardo com o seu nome. Ou com um pseudónimo. Ou com o nome Leonardo. Atribuir uma obra a uma pessoa é uma parte da comédia. Atribuir uma obra a uma cultura será outra parte da comédia. Atribuir uma obra a ninguém começa a ser complicado e impreciso. Imaginemos que todos os artistas do mundo deixavam de assinar, de exibir os seus nomes nos anúncios, nas exposições, etc. Claro que um comprador dificilmente compraria uma obra por assinar. Imaginemos uma biblioteca cujos livros só têm títulos. Imaginemos um filme cujo autor e actores ignoramos quem são...

A

dissimulação substituiria assim as conversas tediosas sobre as figuras A, B ou C em favor de uma presentificação. Substituiria o autor/modelo e a obra/simulacro por uma maior autenticidade na recepção, por uma vivência de facto da obra.

L

evantaríamos assim a patina das simulações e as manias de alteridade. Há que radicalizar a recepção e que pôr fim ao fantasma do autor/assinatura.

O

falso autor, inclusivamente, tal como o dissimulador, o heteronomista, e o pseudonomista, apenas caminham para a NEMONOMIA.




O

posição entre anónimo e nemónimo. Sempre que lemos um texto estamos a escrevê-lo: somos geniais, elípticos, atrozes e mesquinhos (???).

O

que o mercado ama não é propriamente a pintura ou o que quer que seja. O mercado ama sim a assinatura, e daí a frase de Schwitterz: «tudo o que o artista mija é obra de arte». Mas o que se passa é que a assinatura é fetiche. Há ainda o culto do «original»: umas cuecas usadas pela Marilin têm mais valor do que aquelas que usamos, assim como a bola utilizada na final da Taça do Mundo de futebol, ou a camisola dos jogadores (aqui a assnatura é indirecta, é suposta). O culto do autógrafo (em decadência) cede ligar ao da assinatura restrita. Há uma lei na assinatura que está ligada à sua economia. A grande quantidade banaliza. Determinados artistas dos anos 60 e 70 venderam apenas a assinatura. Kosuth vende a sua assinatura, o seu nome (as suas obras estão registadas como sendo dele).

E A T A

stou-me a lembrar do monte Athos e de um certo estado de espírito (meu) que gostava de reproduzir. lgumas pinturas antigas têm-se tornado imensamente foleiras. Boucher às vezes parece expressionista.

oda a fotografia é natureza morta. A fotografia destrói a natureza? «casada» de Duchamp é uma natureza morta, assim como a maioria do seu trabalho.


O

que estou interessado em pintar não é a vida ordinária ou extraordinária. Ou a vida anterior. Ou conceitos. Ou mitos. Mas antes uma espécie de luz (and lots of funny things). Quero pintar como se fossem pequenas partes de romances cheios de pequenas coisas cintilantes. Fragmentos. Arcádias. Visões de santos. Impressões de deleite. Shoking coulors.

M

ais impressões sobre a América: 1. A variedade de iogurtes é muito limitada nos supermercados que frequento. 2. As inaugurações estão cheias de crianças (bebés). A maior parte dos galeristas estão desorientados e como tal são prudentes.

U

m nosso amigo, um chinês (David Dyao) é professor no Whitney e está sempre a seduzir raparigas. A primeira era uma das Twin Sisters e tinha uma enorme dentadura. A segunda mal tive tempo de ver. Da última vez estava com duas alemãs que tinha conhecido num restaurante chinês. As alemãs são mais sexuais (socialmente) do que as americanas que são polite and empty.




D

avid Dyao diz que o C. C. é muito arrogante e do género de recitar Roland Barthes de memória. Do B. diz que ele se torna muito chato porque está sempre a repetir que Portugal é um país muito pequenino e que é muito difícil ser artista nessas condições.

N

uma conversa com o Bruno Almeida e o Seabra, este último falava da R. A. dizendo que «Ela tinha qualquer coisa de...qualquer coisa que...», ao que o Bruno acrescentava, «tem cona, o que é que tu querias que ela tivesse?».

O U

utro dos mitos do Labrego é a comida portuguesa (que pode frequentar na Cabana do Carioca).

m ovo a cavalo é uma prática tipicamente portuguesa (nota: nunca pedir nada com um ovo a cavalo). No entanto um dia deram-me um hambúrguer texano com um ovo a cavalo.

A T

s livrarias nova-iorquinas não são tão bem fornecidas quanto eu pensava.

chouang-Tseu diz que o problema é que a vida tem limites, mas que o pensamento e o saber são ilimitados. A felicidade ou a virtude estará em pôr limites ao pensamento? Ou então, como Heidegger, em dar um sentido à finitude (à mortalidade?).


A

s inaugurações são dos pouco rituais do mundo artístico. Não compreendo o que é que algumas pessoas têm contra elas. Como em todos os rituais é conveniente conhecer alguém. Este é um ritual não dirigido, simples interacção.

N

uma inauguração de um artista chamado Price (preço?) ele é apresentado ao Martim Avilez e começa a falar de sedução assim de repente que é para o saloio achar aquilo uma obra de mérito. Só que o tema da sedução é aborrecido por causa da moda de Braudillard (esse chato!) e há a sensação de que todos o andam a ler à pressa para justificar os seus trabalhos.

U

m dos grandes mitos da intilligenzia americana é o postestruturalismo francês com os seus clichés e infindáveis artimanhas. Do mesmo modo os tais post-estruturalistas sofriam no íntimo com o facto de nunca atingirem a perfeição e sobriedade dos pensadores alemães. O C. C. tinha razão sobre estes mal-entendidos culturais.

A

qui é proibido o glancing, a farolização, o espectro do desejo sexual sobre o corpo ou a face anónima. Não há dúvida de que sou (somos?) culturalmente lúbricos.

O

português, em N. I., está sempre a pensar no vinho português ou a bebê-lo.




A

grande quebra na bolsa, para já, não tem efeitos imediatos. É uma espécie de telenovela que entretém quem consome os media ou tem capitais aplicados. Nos jornais dizem que nos arredores de Wall Street o consumo de gin aumentou bastante.

F

ico envergonhado quando alguém se promove descaradamente. Mas ao mesmo tempo penso se não serão preconceitos da minha parte relativamente a este tipo de atitude (o fazer pela vida)?. Deverei passar a tomar mais iniciativa? Ou dar um ar pseudo-arrogante ao mesmo tempo que estou a gozar com isto tudo? Continuo a tomar-me a mim e aos outros demasiado a sério! Que nojo!

T

odas as manhãs faço contas ao dinheiro que ainda tenho para gastar. É um hábito de prudência e cretinice (ou de pequeno-burguês?). Mas a verdade é que gosto de contas e de dinheiro.


A

arte moderna morreu. Definitivamente. Já ninguém ousa, como Rimbaud, declarar-se absolutamente moderno ou sacrificar tudo pelas ideias, como Gauguin. O ideal ascético desapareceu e o artista-suícida não se encontra.

O O

s texanos dançam country and western e bebem cerveja.

facto de Deus estar no pormenor torna-se num evento pornográfico. Deus vulgarizou-se. Tudo se tornou sagrado. Somos Bouvards e Pecuchets adormecidos entre os edredons dos nossos apartamentos aquecidos.

O

que é que pode ser des-construção. A des-construção na linguagem dá-se através do anagrama, do paragrama, etc, pela introdução de ambiguidades e teias no interior das palavras (ver Duchamp, Derrida, Roussel, Watzlavic, Joyce, etc). Lapsus Linguae.

M

arisco? Nem pensar nisso!!! O que é bom, bom, é a batata frita! A açorda e o seu aspecto de cimento, de massa cinzenta. A mioleira. As tripas. A língua estufada. As moelas. As patas e as mãos (de porco, de borrego, de vaca).





F

azer da ÂŤnatureza mortaÂť uma paisagem! (nota sobre um Delacroix em Philadelphia)

A I

ssinar um quadro com 4 assinaturas diferentes.

nventar uma espĂŠcie de Claude Lorrain da escrita (ah! O campo!).




T

oda a gente sabe que o Kosuth é um picha cega. Em 1981, de passagem por Sintra manda vir uma «míuda» de táxi (de Lisboa) para lhe saltar para a espinha. Ou ainda o caso do congresso em Cuba no qual ele passou todo o tempo a «comer gajas» e não deu conferências nenhumas. Agora vai ser pai e tem um cão chamado Sigmund. A mulher estava vestida de Alice. Ele mostrou-nos a sua colecção que inclui uma «partitura» do Jonh Cage. Falou do David Dyau e disse que lhe tinha roubado algumas namoradas e que ele era um prick. Além do mais, após 20 anos de tentativas para ser um artista conhecido ainda nada tinha conseguido (discurso de auto-exibição).

O

Joseph foi muito simpático. Aconselhou-nos a mostrar mais o trabalho a artistas, críticos, etc., do que a galeristas.

O

Ted Castle (escritor, crítico, etc.) é um bêbado inveterado, além de excelente recitador. Gostou dos trabalhos que lhe mostramos. Fartou-se de rir com os meus desenhos. Disse que o nosso trabalho era «conceptual».


É N O

possível conciliar as tradições ocidentais com a modernidade e as não-ocidentais? ão existe nada que agrade universalmente, nenhum tipo de beleza, nenhuma actividade, sexo, etc.

s diferendos emergem da especialização (construída) do gosto. Uma obra de arte é constituída graças ao acordo de um determinado grupo que partilha uma rede de gostos.

O O

artista constitui em si a comunidade de receptores capazes de discernir o que lhes agrada?

produtor de obras de arte é mais-ou-menos consciente de algumas particularidades que podem vir a fazer dos seus produtos obras de arte. Todo o artista é (alegoricamente) um picha cega.




U

ma tentativa de desconstrução do art world no seu etnocentrismo: a)Equacionar os momentos da moda. b) As estruturas de legitimação. c) A língua: the language in which this sentence is written is not my usual language. d) As asserções dos críticos e dos artistas, citadas ou censuradas (À Kosuth). Para esta caso usar material nacional e internacional. d). Mostrar as estatísticas quanto aos fundos artísticos e mercados. e) O quanto ganha cada artista. f) Os circuitos sexuais.



os autores


Este Livro constitui o diário fotográfico de Pedro Portugal e textual de Pedro Proença feita no Outono de 1987 em Nova Iorque como bolseiros da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e foi páginado a 3 de Junho de 2017


EDIÇÕES ASA D’ICARUS


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